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O início do filme
A trama se inicia com a imagem de uma pena branca sendo levada pelo vento e
delicadamente pousando aos pés de Forrest, que está sentado no banco de uma praça.
Aqui podemos interpretar essa pena como um símbolo da vida do próprio personagem, que
se deixa levar pelas circunstâncias, sendo conduzido apenas por seu desejo de fazer o
bem.
A mãe é muito determinada em proporcionar condições boas para o menino e está sempre
encorajando-o e incentivando sua auto-estima, o que se reflete em toda a sua vida.
É ainda na infância também que Forrest conhece sua amiga Jenny. Ela se torna a única
companhia do menino e mais tarde vem a ser seu grande amor. A menina tem uma infância
bastante cruel, com um pai abusador, e vê nessa amizade uma espécie de consolo.
Em dada ocasião Jenny o incentiva a correr de uns meninos que cometiam "bulling". Ele,
com o aparelho nas pernas, inicia uma fuga que se transforma em uma corrida muito veloz.
Assim, Forrest vence essa limitação e descobre seu potencial para correr.
Lá, se torna amigo de Bubba, um colega negro que aparenta ter também alguma limitação
intelectual e tinha fixação com camarões, tanto a pesca do crustáceo quanto as receitas que
podem ser feitas com ele. Assim, os dois decidem que depois de liberados vão comprar um
barco e pescar camarões.
Entretanto, Bubba é ferido na guerra, e mesmo com os esforços de Gump para socorrê-lo,
morre em campo de batalha. É nesse confronto que o protagonista consegue salvar a vida
do Tenente Dan, que termina por perder as pernas e revolta-se, pois acredita que seu
destino era a morte.
Até que ocorre uma forte tempestade e os dois quase morrem, mas com a calmaria
novamente, vem também muitos camarões nas redes de pesca.
Forrest corredor
Desiludido e sem saber o que fazer depois que Jenny recusa seu pedido de casamento,
Forrest decide começar a correr. Ele simplesmente se levanta de uma cadeira na varanda,
veste um boné e sai correndo por todo os EUA durante três anos e meio.
Aqui podemos perceber claramente como o protagonista age de forma espontânea, sem
pensar muito em suas motivações, seguindo apenas seu impulso.
A tendência em nossa sociedade é acharmos que esse tipo de comportamento não leva a
nenhum lugar, mas como Forrest sempre se guiou por sua vontade de ajudar os outros e
por seus próprios desejos, acaba chegando a lugares inimagináveis e alcançando fama e
estabilidade financeira.
Na trama não fica claro qual era a enfermidade dela, mas subentende-se que era hepatite C
ou HIV.
Assim, Gump assume a responsabilidade de cuidar de seu filho, Forrest Gump Junior, um
menino muito esperto, ao contrário do que temia seu pai.
Na cena final, o protagonista está sentado com o filho esperando o ônibus escolar e vemos
que há uma pena branca em seu pés. A pena é levada pelo vento e sai flutuando, como na
primeira cena. Podemos perceber assim que o ciclo se conclui.
Outras considerações
É interessante perceber como a história de Forrest Gump se entrelaça com a história de seu
próprio país. O personagem, com seu jeito ingênuo, mas com muitas habilidades,
envolve-se involuntariamente em vários fatos históricos norte-americanos.
Para tanto, a produção contou com um trabalho primoroso de efeitos visuais, o que permitiu
que a imagem do ator fosse inserida em cenas marcantes da trajetória dos EUA.
Dessa forma, Forrest conheceu Jonh Lennon, os Pantera Negras, três presidentes, além
disso, investiu na Apple, participou da Guerra do Vietnã, entre outros acontecimentos.
Podemos concluir que Forrest foi um sujeito sem grandes ambições, mas mesmo assim
conquistou o mundo. Já Jenny, que tinha sede de liberdade e queria muito da vida, pouca
coisa alcançou.
O filme ainda nos leva a questionar até que ponto as nossas escolhas determinam as
nossas vidas, pois ao fazermos escolhas não temos noção de onde esses caminhos nos
levarão.
O ator é apenas dez anos mais novo que Sally Field, que interpreta sua mãe, mas o
trabalho de caracterização ficou tão bom que convenceu o público.
Outra curiosidade envolvendo o astro de Hollywood é o fato dele ter ajudado o diretor a
arcar com os custos de uma cena importante no longa, quando Forrest cruza o país
correndo.
Tom Hanks foi tão essencial para o sucesso do filme, interpretando com sensibilidade e
verdade, que ganhou o Oscar de melhor ator no ano seguinte.
Na obra literária, porém, o protagonista apresenta características bastante distintas das que
foram evidenciadas no Forrest da trama audiovisual, em que o personagem é mais
"certinho", não usa drogas, não fala palavrão e não faz sexo.
Além disso, no livro, Forrest tem mais consciência de sua condição intelectual e não é tão
infantilizado, sendo inclusive muito bom em matemática e na música.
Algumas passagens que estavam presentes no livro não foram adaptadas na produção de
Robert Zemeckis e outras cenas que não faziam parte do livro foram criadas para o filme.
Por conta dessas alterações na trama e também por conflitos financeiros, houve
desavenças entre o autor do livro e os responsáveis pela produção cinematográfica. Tanto
que Winston Groom não foi citado em nenhum discurso nas diversas premiações que o
filme recebeu.