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Didática da História II
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1. Fundamentação Histórico- Científica
1.1. Temática de Investigação
O seguinte trabalho, destinado à Unidade Curricular de Didática da História II,
procura explorar, como abordagem central, a temática das enfermeiras portuguesas na
grande guerra e o seu papel nos cuidados dos soldados feridos, conterrâneos ou não.
Todavia, achamos relevante estender a nossa área de estudo a uma abordagem mais
global, mencionando, também, o papel das enfermeiras, de uma forma geral. No que
concerne ao contexto histórico, consideramos relevante explicar os acontecimentos que
originaram na eclosão da I Guerra Mundial e o seu decorrer, ao longo de quatro anos de
conflito. Inserida nesta questão, será também fundamental analisar a entrada de Portugal
na Grande Guerra e o seu desempenho na mesma.
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atravessar a fronteira rumo a uma Holanda neutra (BARNEY, 2005: 219). Esta é
capturada e acusada de traição, recebendo a pena de morte. Contudo, a sua execução
gerou uma simpatia mundial da imprensa pela sua atitude heroica e a morte de uma
mulher e enfermeira inglesa por mãos inimigas, apresentava um cenário propagandístico
ideal, dando aos países aliados um novo motivo para continuar em guerra. Cavell
tornou-se num modelo a seguir para as enfermeiras que a seguiram, visualizando-a
como uma profissional corajosa e devota para com os doentes e feridos (BARNEY,
2005: 225).
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haviam respondido às expectativas da Cruzada ou obtido o respetivo diploma. Contudo,
isso não as impediu de servir em França (SILVA, 2018: 142).
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Neste sentido, procuramos também apresentar uma visão feminina do que foi a
Grande Guerra, um episódio da História distintivamente masculino e ao analisarmos a
temática das enfermeiras, conseguimos perceber que a mulher teve um papel
preponderante neste contexto bélico. Além disso, face à pandemia em que vivemos
atualmente, a enfermagem tornou-se uma profissão ainda mais digna, aos olhos de uma
sociedade que se viu dependente dos profissionais de saúde para sobreviver a uma
realidade desconhecida e insegura. No que diz respeito à guerra, propriamente dita,
reparamos que existia uma lacuna no programa de História A do 12º ano, ao não existir
qualquer menção à guerra em si, apenas às consequências do seu fim. Por este motivo,
dedicaremos duas aulas para contextualizar a temática central e ensinar aos alunos sobre
a Grande Guerra. Ainda dentro deste tema, para introduzir as enfermeiras portuguesas,
inevitavelmente, teremos de mencionar a entrada de Portugal no conflito mundial, em
1916 e a sua prestação no mesmo.
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crítico das fontes que analisa e questionar o porquê de, na maior parte dos relatos, a
mulher ser omitida dos mesmos (SEIXAS, MORTON, 2013: pág…). Ademais, o aluno
deverá suspender o seu julgamento, aprendendo a colocar cada evento no seu contexto,
em vez de criticaram, cegamente, decisões que foram tomadas ou crenças estipuladas
nas sociedades passadas (SEIXAS, MORTON, 2013: 150). Assim, não deverá julgar
decisões aplicadas em contexto bélico ou a crença da inferioridade da mulher, uma vez
que não podemos aplicar presentismo à história.
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1. Conseguir analisar fontes de diversas naturezas, desde documentação escrita a
imagens da época histórica em estudo, desenvolvendo capacidades de crítica e
avaliação das mesmas.
2. Reconhecer a relevância da ação de indivíduos ou de grupos, relativamente a
fenómenos históricos.
3. Desenvolver uma capacidade de reflexão, sensibilidade e juízo crítico perante as
fontes e os eventos históricos analisados.
4. Valorizar a dignidade humana e os direitos humanos, com um destaque para a
promoção da igualdade de género e a valorização dos direitos das mulheres.
5. Desenvolver uma consciência cívica e o reconhecimento da necessidade de
intervir, de forma crítica, em diversos contextos e espaços. Espera-se que os
alunos consigam aprender com os erros do passado e que consigam valorizar a
luta pela democracia e pela paz mundial.
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questão orientadora, “De que modo se apresentou a rivalidade entre as associações
republicanas e as associações monárquicas?”, pretende distinguir os dois tipos de
associações que existiam para o auxilio aos soldados e para a formação das enfermeiras
portuguesas, bem como expor os motivos da rivalidade entre estas, analisando a
intervenção do próprio governo nas ações destas associações e na respetiva formação
das enfermeiras.
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modo, o governo republicano restringia tais ações, decretando que as enfermeiras só
podiam frequentar as escolas criadas pela Cruzada.
3. Conclusão
3.1 Revisão de 1. e 2. E sua fusão
3.3 Questões éticas e deontológicas
3.4 Observações particulares
3.5. Literacia, cultura e consciência histórica
Bibliografia
BARNEY, Shane M. (2005). The Mythic Matters of Edith Cavell: Propaganda, Legend,
Myth and Memory. «Historical Reflections / Réflexions Historiques». 31:2, 217-233
MONTEIRO, Natividade (2016). Mulheres Portuguesas em Tempo de Guerra (1914-
1918). «Nação e Defesa». Nº 145, 109-121.
NEVES, Helena (2015). Mulheres na Primeira Guerra Mundial: Mudança e
Permanências. «ResPublica». Nº 14, 69-113
ROUSSEAU, Marion (2013). To what extent did being a nurse during WW1 represent
a kind of emancipation for British women? Grenoble: Université Stendhal. Tese de
Mestrado.
SILVA, Helena da (2017). As Enfermeiras de Guerra da Cruzada das Mulheres
Portuguesas (1916-1919). «Revista CEPIHS». Nº 7, 341-364
SILVA, Helena da (2018). Um Hospital Português em França na Grande Guerra.
«História. Revista da FLUP». Série IV, 8:2, 127-150
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