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CONCEITO

DE SAÚDE E
DE DOENÇA

ENSINO MULTIDISCIPLINAR EM TERAPIAS


NATURAIS, HOLÍSTICAS E COMPLEMENTARES

Todos os Direitos Reservados

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SUMÁRIO

CONCEITO SAÚDE X DOENÇA 3

BINÔMIO SAÚDE X DOENÇA: O DESAFIO DO

ENTENDIMENTO HUMANO 5

SAÚDE OU DOENÇA? RESPOSTAS DO MUNDO

MODERNO 7

SAÚDE: DIREITO DE TODO CIDADÃO 9

CONCLUSÃO 13

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CONCEITO Por que é importante, nós, da área holística, holossistê-
mica, termos o entendimento de saúde x doença?
SAÚDE X
A preocupação com a saúde parece ser tão antiga quanto
DOENÇA o surgimento da vida humana no nosso planeta, há mi-
lhares de anos.

Todos temos a consciência de que sem saúde, não con-


seguimos realizar as tarefas básicas cotidianas, ou, que
não conseguimos ter uma vida plena e harmoniosa.

Nunca foi fácil definir saúde, pois além de complexo, é


um assunto bastante amplo e diversificado.

A Saúde está sempre sujeita a mudanças (influência que


o organismo sofre a inúmeros fatores externos, como
o próprio momento histórico, diferenças culturais, mas
principalmente com o modo como movimentamos a nos-
sa vida).

Existe uma estreita relação entre saúde e a capacidade


de trabalhar, estudar, ter lazer ou conviver socialmente,
pois, quando não estamos bem de saúde pode ser refle-
tido em como desempenhamos o nosso trabalho ou o
nosso convívio social. A Saúde é o ponto onde estamos
bem e vivemos de acordo com o nosso entendimento de
saúde do corpo e da mente.

Mas, um ponto importantíssimo e que destaco para você,


é que a partir deste momento você poderá enxergar a
sua vida, a sua trajetória com outros olhos, é a conexão,
interferência entre a sua Natureza Interna e a sua Natu-
reza Externa.

Mas o que isso quer dizer? Pare, neste momento, e avalie


como está a sua Natureza Interna:

• Quais seus sonhos?

• Quais seus sentimentos?

• Que tipos de seus pensamentos você nu-


tre? São pensamentos altruístas, positivos
ou você vive conectado em notícias trági-
cas, que geram insegurança e medo?

• Como está a saúde de cada órgão que faz


parte do seu corpo físico?

• Quais suas alegrias?

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• Existem tristezas?
“Percebeu a
• Existem frustrações? importância de
• Quais medos te atormentam? olhar para si, de
• Existem angústias?
conhecer-se, de
entender-se, de
• Seu equilíbrio onde e como está?
amar-se, pois,
• Sua felicidade está plena? antes de sermos
Conseguiu entender, visualizar, mentalizar tudo isso? terapeuta dos
Pare um momento, tenha esse tempo para si. Reflita. Per-
outros, devemos
ceba. Entenda cada parte que compõe teu Ser. ser terapeutas de
Certo, então, agora, tendo olhado para dentro de si, olhe
nós mesmos.”
para fora, como está a sua Natureza Externa, o seu corpo
físico, os seus sentidos, a sua alimentação, a sua casa,
os amigos, a família, o trabalho, o lazer.

Olhou para tudo? Tudo mesmo? Então agora reflita, como


está a sua saúde? A sua caminhada, a sua trajetória de
vida, os seus objetivos, os seus sonhos, a sua história.

Quais os valores e quais os princípios que norteiam a


tua Existência?

Percebeu a importância de olhar para si, de conhecer-


-se, de entender-se, de amar-se, pois, antes de sermos
terapeuta dos outros, devemos ser terapeutas de nós
mesmos.

Tenha tempo para si mesmo, de estar consigo mesmo,


de realizar os seus sonhos e objetivos, de pensar e fazer
por si o que for importante.

Que, a partir de hoje, você pense em si como um Ser


maravilhoso e que é merecedor de felicidade.

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BINÔMIO A busca de explicação dos motivos que levam a pessoa a
adoecer tem sido, certamente, um dos maiores desafios
SAÚDE X enfrentados pelos homens ao longo de toda a história.
DOENÇA: Em tempos antigos a Magia e a feitiçaria eram usadas
O DESAFIO DO para explicar os fenômenos do universo. Muitos pensa-
vam que as doenças eram causadas por deuses ou po-
ENTENDIMENTO deres sobrenaturais e, que os Deuses eram responsáveis
HUMANO pela cura também. Pajés, feiticeiros ou sacerdotes.

Os miasmas (má qualidade do ar vinda dos pântanos, es-


gotos, decomposição de plantas e animais) foram consi-
derados por muito tempo como os maiores inimigos da
saúde. Isso em tempos antigos.

Já, Hipócrates (Figura 1), na Grécia, 400 a.C destacou


sobre a questão da saúde, não mais culpando somente
forças sobrenaturais como as responsáveis pelo desequi-
líbrio da saúde, mas três questões fundamentais que
deveriam estar em equilíbrio, que eram o corpo, a men-
te e o meio ambiente.

Porém, René Descartes (1596-1650) filósofo (Figura 2), fí-


sico, matemático no século XVII, implementou a ideia de
que o universo funcionaria como uma máquina e, para
explicá-lo, bastaria compreender a organização e o fun-
Figura 1 Hipócrates cionamento das partes que o compõem.

Então, com base no pensamento de René Descartes, o


corpo humano funcionaria como um relógio (peças), a
doença ocorreria por um mal funcionamento das peças,
porém, desde que a peça fosse trocada ou reciclada, a
máquina voltaria a funcionar. Mas, nem sempre funciona
assim, somente trocando as peças. Pois, em muitos casos
é necessário trocar uma peça, mas manter toda a máqui-
na com manutenção diária.

Essa era uma Visão Mecanicista mente e corpo separa-


dos e distintos. Essa visão contribuiu para que em longo
tempo médicos desconsiderassem a visão psicológica das
doenças e os psicoterapeutas deixassem de se importar
Figura 2 René Descartes
com o corpo dos clientes, desta forma com o passar do
tempo, passaram a ver o Ser como um todo, porém, foi
um longo processo até essa visão mecanicista ser mu-
dada.

Atualmente, não se consegue mais compreender algu-


mas doenças apenas sob a ótica mecanicista (visão frag-
mentada da realidade) e não se levar em conta o funcio-
namento global, o funcionamento total do Ser.

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Mas, Descartes influenciou e influencia até hoje o nosso
meio (aparelhos de conserto, retirada de órgãos, exames
para solucionar grande parte dos problemas).

Outro filósofo que se pode citar foi Louis Pasteur (1822-


1895) (Figura 3) que possibilitou a microbiologia, a qual
abriu um vasto campo de pesquisas, permitindo a identi-
ficação de micróbios causadores de doenças por meio de
exames de sangue, escarro, urina, fezes, entre outros. Po-
rém, outras doenças não podiam ser diagnosticadas com
microscópio ou outros inventos e continuou sendo um
grande desafio para a humanidade ao longo dos anos.

Figura 3 Louis Pasteur

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SAÚDE OU • Século XX: haviam inúmeros aparelhos so-
fisticados para o diagnóstico de doenças.
DOENÇA?
• 1947: A OMS (Organização Mundial da
RESPOSTAS Saúde) definiu saúde como um “completo
DO MUNDO bem-estar físico, mental e social”, e não
somente ausência de doença.
MODERNO
• Assunto amplo e pouco concreto.

• Em 1960-1970: doença também foi consi-


derado um fator social.

• Pesquisas constataram que moradia e con-


dições de trabalho interferiam muito cau-
sando enorme desgaste nas pessoas, cau-
sando sérios danos à saúde.

• 1978: Conferência Internacional sobre os


cuidados primários de saúde, na cidade de
Alma Ata, localizada na República Soviética.
Discutir medidas que buscavam promover
a saúde em todos os povos do mundo.

• Conseguiram grandes contribuições para


o entendimento do organismo, como tam-
bém das causas do adoecimento.

• 1980 - Revisão sobre a visão mecanicista,


contribuindo com novas visões na prática
profissional: o organismo é um sistema
vivo complexo e em perfeita harmonia
com a mente e meio ambiente.

• Visão Holística da saúde: Mantém o equilí-


brio de três fatores: individual, social e eco-
lógico.

• Adoecimento: não mais visto como mal


funcionamento do corpo, mas como um
desequilíbrio entre corpo, mente e am-
biente físico. Ex.: HIV positivos (10 anos
sem manifestar doença).

O Que, Então, Significa Ser Saudá-


vel?
Embora tenhamos evoluído, ainda não é fácil responder
a essa pergunta. Essa dificuldade não se aplica só em de-
terminar o estado de saúde de uma pessoa, mas também

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quando se deseja criar indicadores capazes de detectar
condições de saúde de vários indivíduos.

Indicadores
Dados estatísticos levantados junto à população a fim de
obter informações, como número de óbitos, enfermos,
etc. Importante instrumento para planejar, e avaliar, com
mais objetividade, uma determinada ação em saúde, pois
fornece o que pode ser considerado normal ou patológi-
co.

Ex.: Doenças infectocontagiosas: maior número de óbitos


na região norte.

Ex.: Doenças cardiovasculares região sul e sudeste.

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SAÚDE: • A partir do século XX: valorização da solida-
riedade e dos direitos humanos em todos
DIREITO DE os seus aspectos (natureza, paz, preserva-
TODO CIDADÃO ção da própria vida e do planeta).

• Atualmente, o que pode interferir na qua-


lidade de vida das pessoas tem sido moti-
vo de grandes discussões.

• Leis reconheceram que saúde é um direi-


to de cidadania.

• 8ª Conferência Nacional de Saúde realizada


no ano de 1986: público formado por re-
presentantes do governo federal, estadual,
representantes da área da saúde, além de
usuários - elaborou um conceito direta-
mente ligado ao conceito de cidadania.

• “Em seu sentido mais abrangente, a saúde


é resultante das condições de alimentação,
habitação, educação, renda, meio ambien-
te, trabalho, transporte, emprego, lazer, li-
berdade, acesso e posse da terra e acesso
aos serviços de saúde”.

• É, antes de tudo, resultado das formas de


organização social da produção, as quais
podem gerar grandes desigualdades nos
níveis de vida.

• A partir desse conceito de 1986, o direito à


saúde pressupõe o atendimento às neces-
sidades básicas tanto individuais quanto
da coletividade, visando uma melhor qua-
lidade de vida para todos.

• O que é o exercício da cidadania?

• Não só atitudes de solidariedade para se


buscar superação de graves problemas do
país, mas também, a capacidade de enten-
der, criticamente uma situação e poder in-
tervir de forma responsável pelo bem da
coletividade.

• Cabe a nós cidadãos, contribuir para as


formas de organização social do país, para
evitar que venham a gerar grandes desi-
gualdades nos níveis de vida, impedindo o

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acesso dos brasileiros ao seu legítimo direito à saúde.

Resumo
» Conceito Tradicional
Saúde: Ausência de doença.

Doença: Falta ou perturbação da saúde.

» OMS (1948)
Saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social e não
meramente ausência de doença.

» Aurélio
Saúde é o estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais
se acham em estado normal.

» Maletta
Saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico entre o indivíduo e o seu meio
ambiente.

Conceito de Saúde Mais abrangente: saúde é a resultante das


condições de alimentação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, em-
prego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, acesso a serviços de saúde... resultado
de formas de organização social de produção, as quais podem gerar profundas desi-
gualdades nos níveis de saúde (8a Conferência Nacional de Saúde).

É importante compreender que os indivíduos não são saudáveis ou doentes, mas


apresentam diferentes graus de saúde ou doença nas suas condições de vida.

Este processo é dinâmico e se modifica nos diversos momentos históricos e do desen-


volvimento científico da humanidade, também pode ter forte influência cultural.

Na sociedade existem comunidades, famílias e indivíduos com maior probabilidade


do que outros de apresentarem problemas de saúde, acidentes, morte prematu-
ra; em contrapartida, há os que apresentam maior probabilidade de apresentarem
boas condições de saúde.

A percepção de saúde e doença de cada indivíduo está relacionada com a sua per-
cepção de vida (visão de mundo, cosmovisão), que por sua vez se dá em contextos
contraditórios marcados por diferenças culturais, sociais, econômicas e individuais.

Fatores Causais
• Biológicos: bactérias, vírus;
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• Físicos: radiação, impactos;

• Químicos: drogas, gases, fumo, álcool;

• Genéticos: alterações cromossômicas;

• Psíquicos ou psicossociais: estresse do desemprego e da migração;

• Imunidade;

• Ambientais;

• Estilo de vida.

TRÍADE ECOLÓGICA SAÚDE/DOENÇA


Tríade Epidemiológica ou Tríade Ecológica (Figura 4) proposta por Leavell e Clark (1976),
considera a interação, o relacionamento e o condicionamento de três elementos
fundamentais: o ambiente, o agente e o hospedeiro.

MODELO MULTICAUSAL
A TRÍADE ECOLÓGICA

Idade, sexo,
raça, hábitos,
costumes, etc.

AMBIENTE
INTERAÇÃO O AMBIENTE
RELACIONAMENTO O AGENTE
CONDICIONAMENTO O HOSPEDEIRO

Idade, sexo, Idade, sexo,


raça, hábitos, AMBIENTE AMBIENTE raça, hábitos,
costumes, etc. costumes, etc.

DESEQUILÍBRIO
AUTORREGULAÇÃO
DO SISTEMA

Figura 4 Tríade Ecológica

AMBIENTE Condições sanitárias, temperatura, poluição aérea e qualidade da


água, além de fatores como densidade populacional, aglomeração e características dos
sistemas de produção podem influenciar o processo de saúde-doença.

AGENTE é definido como todas as substâncias, elementos ou forças, animadas ou


inanimadas, cuja presença pode, mediante contato com um novo hospedeiro, constituir
estímulo para perpetuar ou iniciar um processo patológico.

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HOSPEDEIRO os organismos potencialmente capazes de albergar um agente
ou sofrer influências deste, que, por sua vez, provoca danos à sua saúde.

De acordo com o modelo atual aceito, a doença seria resultante de um desequilíbrio


nas autorregulações existentes neste sistema, podendo ser de múltiplas causas
(multicausalidade).

A Saúde Como Direito De Todos E Dever Do Estado


CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

CAPÍTULO II - Dos Direitos Sociais

Art. 6.º (*) São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desam-
parados, na forma desta Constituição.

Lei Orgânica da Saúde 8.080 de 1990

TÍTULO I - Das Disposições Gerais

Art. 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover


as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

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CONCLUSÃO A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos em
sua plenitude; na maior parte das vezes apenas a identi-
ficamos quando adoecemos. É uma experiência de vida,
vivenciada no âmago do corpo individual. Ouvir o próprio
corpo é uma boa estratégia para assegurar a saúde com
qualidade, pois não existe um limite preciso entre a saú-
de e a doença, mas uma relação de reciprocidade entre
ambas; entre a normalidade e a patologia (doença), na
qual os mesmos fatores que permitem ao homem viver
(alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnolo-
gia, relações familiares e sociais) podem causar doen-
ças.

Essa relação é demarcada pela forma de vida dos seres


humanos, pelos determinantes biológicos, psicológicos
e sociais. Tal constatação nos remete à reflexão de que o
processo saúde-doença-adoecimento ocorre de maneira
desigual entre os indivíduos, as classes e os povos, rece-
bendo influência direta do local que os seres ocupam
na sociedade.

Dessa maneira, podemos deduzir que o ser humano pre-


cisa conhecer-se, necessita saber avaliar as transforma-
ções sofridas por seu corpo e identificar os sinais ex-
pressos por ele.

Nessa dimensão, a saúde pode ser traduzida, entendida


como a capacidade que o ser humano tem de administrar
como “gastas”, como consome a própria vida.

Entretanto, é importante destacar que a vida não admite


a reversibilidade, ela aceita apenas reparações. Cada vez
que o indivíduo fica doente, está reduzindo o poder que
tem de enfrentar futuras patologias (doenças). É como
se gastasse os “créditos” de saúde que tem.

O conceito de saúde tem mudado radicalmente nos últi-


mos anos. Antigamente, saúde significava apenas a au-
sência de doença, mas logo se percebeu que não apre-
sentar nenhuma doença física aparente, não significava
ter saúde.

Gradativamente, esse conceito foi se expandindo e incor-


porando as dimensões: física, emocional, mental, social e
espiritual do ser humano.

Hoje a definição de saúde presente na Lei Orgânica de


Saúde (LOS), n.° 8.080, de 19 de setembro de 1990, procu-
ra ir além da apresentada pela OMS, ao se mostrar mais
ampla, pela explicitação dos fatores determinantes e con-

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dicionantes do processo saúde-doença. Esta lei regulamenta o Sistema Único de Saúde,
e é complementada pela Lei n.°8142, de dezembro de 1990.

O que consta na LOS é que: a saúde tem como fatores determinantes e condicionan-
tes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente,
o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso a bens e serviços
essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e eco-
nômica do país.

Inclusão social, promoção de equidade ou de visibilidade e cidadania também são


consideradas ações de saúde. O entendimento da saúde, como um dispositivo social
relativamente autônomo em relação à ideia de doença, e as repercussões que este
novo entendimento traz para a vida social e para as práticas cotidianas em geral, assim
como para os serviços de saúde em particular, abre novas possibilidades na concepção
do processo saúde-doença.

Nesse sentido, promover a saúde é atuar para mudar positivamente os elementos


considerados determinantes da situação de saúde/doença. Essas definições mais fle-
xíveis sejam sobre a saúde, sejam sobre a doença, consideram os múltiplos aspectos
causais da doença e da manutenção da saúde, tais como: fatores psicológicos, sociais
e biológicos.

Contudo, apesar dos esforços para caracterizar estes conceitos, não existem definições
universais. Isto é, a presença ou ausência de doença é um problema pessoal e social.

• É pessoal, porque a capacidade individual para trabalhar, ser produtivo,


amar e divertir-se está relacionada com a saúde física e mental da pes-
soa.

• É social, pois a doença de uma pessoa pode afetar outras pessoas signifi-
cativas, que fazem parte das relações com a família, com os amigos, com
os colegas, etc.

Entendemos que saúde e doença não são conceitos definitivos, tampouco são opos-
tos. São conceitos que dependem de onde você está, dos tempos, dos contextos e
das tensões em que cada um está inserido. A saúde e a doença constituem expe-
riências singulares de cada um e, portanto, fazem parte da dimensão subjetiva da
existência. A dimensão subjetiva não é aquela que se opõe ou se diferencia da ob-
jetividade, mas é a dimensão dos afetos, dos desejos e de outras intencionalidades
que promova uma maior qualidade de vida.

A representação do conceito de saúde está muito mais vinculada a uma concepção


de vir a ser, de objetivos a serem alcançados, de um projeto de saúde, seja em uma
perspectiva individual ou social.

Já a ideia de doença é mais imediatista, sempre impondo ao mesmo tempo, certas


competências operacionais e algum tipo de explicação.

A crescente complexidade do processo saúde-doença e a necessidade de um olhar


abrangente dos fenômenos humanos e de uma atenção mais complexa e sensível exi-
gem integrar: a técnica, a Filosofia, a Ética, a Política e as disciplinas sociais nas ações

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do cuidado em saúde.

Saúde é produzida no próprio viver, é o resultado de um processo de construção de si


mesmo no mundo.

A saúde é estar dinâmico na vida, com a capacidade de enfrentar a doença e de


expandir as condições de vida, processo que se dá mediante a interação, quando o
homem e o meio se transformam simultaneamente, num processo de corresponsa-
bilidade, um pelo outro.

Quando o ser humano respeita e se integra à natureza, suas possibilidades de ser


saudável e manter-se saudável aumentam consideravelmente.

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