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Copyright © 2020 MARCIA CANDIDO

Capa: Marcia Candido


Revisão: Marcia Candido
Diagramação: Marcia Candido
Autor: Marcia Candido
Edição: 1 ⁰ Edição

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer
semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.

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É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte


dessa obra, através de quaisquer meios (tangível ou intangível) sem o
consentimento escrito da autora. A violação dos direitos autorais é crime
estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
2018.
Dedico mais esse trabalho, a todos que vocês que acompanham cada uma
das minhas histórias, um grande beijo a todos!
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece
como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer
entendimento.
Clarice Lispector
Obrigada a todos vocês leitores, que mais uma vez estão aqui para
apoiar o meu trabalho, a minha trajetória. Obrigada!
���� ABRA COM CONTEUDO ADULTO NAO
RECOMENDADO PARA MENORES ������

Laura é uma jovem inocente, ingênua e prisioneira na própria casa,


seus dias estava definidos entre ver a luz do dia pela janela do seu quarto e
lutar bravamente contra os assédios do seu padrasto, Laura é mantida em
cárcere privado por dez anos até que César, cansado da sua rejeição a vende
para uma boate de prostituição, mas depois de tudo que sofreu nas mãos de
César Laura não se entregará assim tão fácil, ela lutará para não se tornar
uma das garotas de programa da boate Pleasure House.
O seu novo dono não aprova prostituição contra a vontade das
garotas e nem uso de drogas, o seu apetite por sexo é incontrolável o levando
a transar com até três mulheres por dia, mas isso apenas até ele provar o
doce mel de uma virgem encantadora. John Sarkozy não curte virgens mas
por algum motivo Laura prenderá a sua total atenção, John se tornará
obcecado em proteger e ter ao seu lado a mulher que ele mais desejou em
toda a sua vida.
Laura relutará em aceitar a sua nova condição de vida vivendo em
uma boate de prostituição, mas será obrigada a se vender para um dos
homens mais ricos do país, o homem que será o seu novo dono mas também
será o seu chefe, o homem que fará dela a sua prioridade então Laura
concordará com a sua nova realidade por não ter que se prostituir, mas ao
se envolver com John, seu novo dono, algo inesperado acontecerá, uma
paixão intensa e grandiosa o suficiente para abalar as estruturas do
bilionário John Sarkozy, um homem que não se impressionava com nada e
nunca voltou atrás em uma decisão, até conhecer Laura.
Uma paixão inesperada de ambas as partes, um sentimento que
aparece sem pedir licença quebrando barreiras impostas como um muro de
proteção. Será Laura capaz de resgata em John o homem amoroso e
dedicado a família como era antes? Vamos descobrir juntos o desfecho dessa
história.
Tudo que eu queria nesse momento era a minha mãezinha aqui
comigo, já faz seis meses que eu a perdi para uma doença terrível, um câncer
no pulmão.
Minha podre mãe descobriu o câncer muito tarde e não teve muito
tempo para se cuidar, e mesmo assim, César, o meu padrasto nunca permitia
que ela fosse ao médico para cuidar da sua saúde, e quando ele finalmente viu
que não tinha outra escolha já era tarde demais, minha mãe não resistiu ao
tratamento e me deixou sozinha, nas mãos desse monstro que insiste em me
manter prisioneira em casa.
Tenho dezenove anos de idade e não sei nada da vida, deixei de
frequentar a escola com dez anos, um ano depois que minha mãe conheceu
César e o trouxe para morar na nossa casa, César se apoderou da nossa casa e
também das nossas vidas, nunca mais eu pude ir a escola e mal saía de casa
para ir ao mercado ou na farmácia quando precisava, nunca namorei na
minha vida e nunca pensei em um homem com malícia, como eu faria isso
sem sair de casa? Sofrendo abusos do meu próprio padrasto?
Eu e minha mãe fomos praticamente mantidas em cárcere privado por
esse monstro que sempre batia nela quando chegava bêbado em casa, e ainda
tentava abusar de mim enquanto eu dormia, por muitas vezes minha mãe o
surpreendeu tentando cometer o abuso e por tentar me ajudar ela sempre
apanhava, mas quando ela não podia fazer nada por mim eu me defendia
como podia, com mordidas, socos, arranhões e até mesmo forçava vômito
pondo o dedo na garganta, pois sabia que ele tinha nojo, por três vezes
enquanto ele tentava abusar de mim eu vomitei, tamanha foi o nojo que senti
por ter esse homem asqueroso em cima de mim, tentando me tocar
intimamente, então essa é uma das armas que uso para me livrar dele.
Depois que minha mãe ficou doente as tentativas de abuso ficaram
ainda mais frequentes, pois ela não tinha forças para me ajudar contra César,
mas hoje com dezenove anos eu consigo me defender com mais facilidade
que antes, mas ainda sou mantida refém desse monstro.
Já tentei fugir algumas vezes mesmo não tendo para onde ir, mas
mesmo assim eu tentei, tentei por cinco vezes e falhei, desde então ele me
mantém trancada dentro do quarto na maior parte do tempo, ele só me libera
para sair até a cozinha quando esse desgraçado está com fome, eu me tornei a
sua escrava mas não sei por quanto tempo vou conseguir suportar isso, não
sei se vou aguentar por muito mais tempo pois já me sinto no meu limite.
Já tentei pedir ajuda mas da última vez que fiz isso, eu apanhei tanto
que fiquei dois dias sem conseguir andar direito, e mesmo assim esse infeliz
tentou abusar de mim, eu mal me lembro como é sair na rua, tudo que eu
consigo ver pela janela do meu quarto são algumas casas um pouco mais
distantes da minha, e os vizinhos que me ouviram pedir socorro, foram
ameaçados por César e por isso nem chamaram a polícia, e nem pediram
ajuda para mim, eles nunca mais ousaram aparecer aqui e isso me deixou
aflita.
Não quero mais viver nessa prisão, eu prefiro morrer a continuar
nessa vida incerta, eu não sei até quando vou conseguir me defender dele, e
se um dia ele conseguir o que tanto quer eu sei que não vou mais querer
viver.
— Termina logo essa merda de comida e volta para o quarto! Você já
ficou fora de lá por tempo demais e eu não confio em você. — Esbraveja
César parado atrás de mim, encarando o meu corpo como ele faz sempre.
— Já estou terminando, só falta secar o arroz. — Aviso enquanto
mexo nas panelas mas atenta a sua presença atrás de mim.
Se ele tentar algo eu juro que jogo uma panela dessas em cima dele,
mas ainda assim eu não terei como fugir dessa casa e ainda corro o risco e de
apanhar até não aguentar, pois a porta está sempre trancada no cadeado.
Continuo atenta a ele enquanto mexo nas panelas, ele se aproxima
parando ao meu lado me encarando fixamente, mas de um jeito diferente. O
encaro discretamente e o vejo me analisar de cima abaixo, Cesar sorrir de
lado daquele jeito que me dá medo, droga! Ele vai tentar alguma coisa
comigo hoje, que Deus me ajude a me livrar desse monstro.
— A cada dia que passa você está ainda mais linda, sabia...? Está
mais encorpada... Mais gostosa... Porque essa resistência toda em se entregar
para mim? Você não vai sair daqui, não vai a lugar algum... Eu sou a sua
única família, eu sou a única pessoa que você vai ver pelo resto da sua vida,
Laura. — Diz ele mexendo nos meus cabelos e eu me afasto mesmo sem
encará-lo.
— Você não é a minha família, você não é nada meu e mesmo que
você seja a única pessoa que eu tenha que ver todos os dias, você nunca vai
conseguir o que você quer... Eu tenho nojo de você, é por isso que eu jamais
vou me entregar a um monstro como você. — Rebato calmamente ainda
mexendo na panela, ainda sem olhar para ele então de repente, sinto um
puxão nos meus cabelos.
— Eu já estou farto de você garota! Eu gastei dez anos da minha vida
preso nesse lugar para ter você e eu vou conseguir, por bem ou por mal eu
vou conseguir o que eu quero...! Eu já estou no meu limite com você então
termine essa comida e vá para o seu quarto, se você não quiser morrer hoje
você vai ser boazinha comigo, entendeu? — Esbraveja ainda puxando com
força os meus cabelos e logo sinto o pânico me dominar e minhas lágrimas
descerem pelo meu rosto.
— Então você pode me matar! Porque eu só me deito com você
depois de morta seu nojento asqueroso! — Esbravejo entre lágrimas tentando
me soltar dele mas César é mais forte.
— Não vai ter graça nenhuma comer você morta, mas se tiver que ser
assim, assim será! — Diz enquanto me arrasta para fora da cozinha e o medo
me domina como em todas as outras vezes.
— ME SOLTA! ME SOLTA SEU NOJENTO...! SOCORRO!
SOCOR... — Grito em pânico com medo do que ele possa fazer comigo
então sinto sua mão na minha boca, me impedindo de gritar.
— Cala essa boca! Não vai adiantar você gritar porque ninguém vai
vir aqui te ajudar! Todos os vizinhos pensam que você é louca por isso grita
pedindo socorro, então por mais que alguém te ouça ninguém vai vir te
ajudar, Laura... Se você não quiser morrer hoje é só você ser boazinha
comigo minha filha... Minha filha gostosa. — Diz no meu ouvido enquanto
me arrasta para o quarto.
Meu Deus, esse homem é doente! Me ajuda senhor!
Ainda com a boca coberta pela sua mão, César entra comigo no meu
quarto e me lança sobre a cama, tento me levantar para correr dele mas ele já
está em cima de mim rasgando a minha blusa enquanto tenta beijar a minha
boca, eu grito me debatendo, tentando me soltar dele mas ele consegue me
deixar nua da cintura para cima, quanto ele tenta tirar o meu short eu consigo
acertar um chute na sua barriga o fazendo cair para trás, aproveito e me
levanto correndo.
Saio do meu quarto correndo em direção a porta da sala mas como
sempre, está trancada, vejo César se aproximar e no desespero, corro até a
cozinha e pego uma das panelas sobre o fogão, mas antes que eu possa jogar
em cima desse desgraçado, ele consegue me empurrar me fazendo deixar a
panela cair da minha mão. Tento correr dele mas ele me agarra por trás me
jogando contra a parede e no impacto vou parar no chão, me viro para encará-
lo mas ele já está em cima de mim mais uma vez puxando o meu short,
tentando tirá-lo do meu corpo.
— Você pode tentar o quanto quiser! Mas você não vai se livrar de
mim Laura... Você nunca vai se livrar de mim ouviu bem? — Esbraveja
puxando o meu short com força e ouço o tecido sendo rasgado, deixando
minha calcinha a mostra.
— POR FAVOR NÃO FAZ ISSO...? EU IMPLORO NÃO FAZ
ISSO CÉSAR...! PELO AMOR DE DEUS NÃO FAZ ISSO COMIGO...?
SOCORRO! ME AJUDEM EU NÃO SOU LOUCA! EU NÃO SOU
LOUCA...! SOCORR.... — Grito desesperada me arrastando pelo chão
tentando escapar dele, mas acho que dessa vez eu não terei tanta sorte como
venho tento ao longo desses anos.
— Grita Laura! Pode gritar o quanto quiser mas hoje você vai ser
minha...! Grita! Pode gritar porque ninguém vai te ouvir! — Ordena alterado
tentando puxar a minha calcinha mas seguro nas laterais dela o impedindo de
tirá-la.
César se põe sobre mim mais uma vez tentando me beijar enquanto
toca os meus seios, me deixo mover pelo desespero e com toda a minha fúria
ergo a minha cabeça, mordo o seu pescoço com toda a força que eu busco
nesse momento, posso morrer hoje mas eu não vou ceder.
— AHHH...! SUA VAGABUNDA...! AHHH FILHA DA PUTA!
SUA DESGRAÇADA DOS INFERNOS! — Grita tentando sair de cima de
mim e puxa o meu cabelo com força batendo a minha cabeça no chão, logo
sinto um soco atingir o meu rosto me deixando desnorteada.
César sai de cima de mim e posso ver o sangue escorrer pela sua
blusa, sinto o meu estômago revirar com o gosto de sangue na minha boca e
só tenho tempo de me virar para o lado, vômito com nojo daquele sangue na
minha boca, César sai da cozinha gritando de dor enquanto eu vômito ali
ainda jogada no chão, ainda sentindo as minhas lágrimas descerem pelo meu
rosto.
Respiro fundo e me levanto correndo até a pia para lavar a minha
boca, mas a ânsia de vômito volta a bater na minha garganta, pego um pouco
do detergente e lavo as minhas mãos e também a minha boca, mas de repente
sinto os meus cabelos sendo puxados com força e vejo César com um pano
no pescoço, me arrastando de volta para o quarto.
— Essa mordida não vai sair barato sua cadela, você vai me pagar
caro por ela, pode contar com isso... Mas por hora você vai ficar trancada
sem água e sem comida para aprender a ser mais obediente... Infeliz
desgraçada! — Esbraveja me jogando dentro do meu quarto, me encarando
furioso antes de bater a porta com força, e logo ouço o som da fechadura
sendo trancada.
Corro para o meu pequeno banheiro e entro no chuveiro já pegando o
sabão, esfregando o meu corpo para tirar o cheiro daquele porco nojento da
minha pele, essa tem sido a minha vida nesses dez anos de convivência com
esse demônio asqueroso.
— Meu Deus... Me ajuda a sair daqui...? Por favor eu preciso sair
daqui ou eu vou morrer... Eu não aguento mais isso... Eu não aguento mais
isso! — Desabafo entre lágrimas e soluços abraçando o meu próprio corpo,
sentindo que posso perder as minhas forças a qualquer momento.
Ali debaixo do chuveiro eu choro até não aguentar mais. Depois de
logos minutos debaixo da água eu saio do banheiro enrolada na toalha, pego
um conjunto de lingerie e uma calça jeans, pego um blusão de mangas
compridas e visto antes de me jogar na minha cama, abraçando o meu corpo
encolhido no canto da parede, pelo menos por hoje acho que ele não vai
tentar mais nada comigo, bom, assim espero porque eu não sei se vou
conseguir lutar com ele mais uma vez hoje.
Aminha cabeça dói e a minha boca também, aquele desgraçado bateu
a minha cabeça contra o chão e me deu um soco na boca, e ainda está doendo
muito.
Passo longos minutos ali encolhida na minha cama, chorando me
lembrando da minha mãezinha que não está mais aqui, pelo menos agora ela
está descansando nos braços de Deus, ao invés de sofrer nas mãos desse
doente do César.
No primeiro dia que ele entrou nessa casa eu sabia que nada seria
igual, que tudo iria mudar e as nossas vidas estavam em jogo nas mãos dele, e
não seria fácil nos livrar desse canalha, e aqui estou eu, mais uma vez
chorando após sofrer uma tentativa de estupro e ser agredida por esse
monstro. Vou rezar para acontecer um milagre pois só assim eu conseguirei
me livrar desse cativeiro, só assim eu conseguirei sobreviver.
Encaro a TV a frente da minha cama e me lembro da novela da tarde,
mas não sinto a menor vontade de me levantar para ligar a TV, não é sempre
que posso assistir pois sempre sou castigada e ele tira a antena da mesma,
mas parece que hoje ele não se lembrou desse detalhe.
Me viro para o canto da parede e me lembro do César e volto a minha
posição anterior, não quero pegar no sono e acordar com ele me agarrando
por trás como já aconteceu algumas vezes, ele simplesmente se deita ao meu
lado me abraçando por trás passando aquelas mãos nojentas em mim
enquanto eu durmo, isso me dá pesadelos com frequência.
Decido me levantar e ligar a TV para me distrair, assim eu não durmo
e fico atenta aos barulhos pela casa, e saberei se ele saiu ao não. Ligo a TV
bem baixinho e a novela da tarde já havia começado, volto para cama e me
deito vidrada na TV, admirando um casal lindo se beijando enquanto nadam
na piscina, como essa pessoas conseguem respirar debaixo da água? Essas
mulheres das novelas são tão lindas, elas têm uma vida tão diferente de tudo
que eu conheço, tem cada lugares lindos na TV e eu mal me lembro das ruas
que me levavam para escola, ou para o marcado.
Volto a minha atenção na TV e o meu casal preferido estão se
beijando, como será um beijo de amor? Como é estar apaixonado? Como a
gente sabe que está apaixonado? Bom, acho que eu nunca vou descobrir as
respostas paras as minhas perguntas, pois não sei se um dia vou conseguir
sair daqui, eu não sei se um dia verei outras pessoas na minha frente além
desse canalha do César, pelo menos o sentimento de ódio, nojo e desprezo eu
já conheço, pois convivo com ele a dez anos.

DOIS DIAS DEPOIS...

Já fazem dois dias que estou trancada nesse quarto sem água e sem
comida, estou fraca de tanta fome mas para não ficar com cede, estou
bebendo água da pia do banheiro, já fazem dois dias que César não dá as
caras e com isso sei que ele não está em casa, será que ele finalmente foi em
bora? Será que ele morreu ou foi preso? Acho que Deus não seria tão
bondoso comigo a esse ponto, seria bom demais para ser verdade então
apenas chego a conclusão, de que ele apenas passou esses dias fora com
alguma mulher, mas e se ele está fazendo isso com outras garotas? E se ele
está por aí fazendo mal a mais alguém além de mim?
Me levanto e corro para janela na esperança de ver alguém, mas como
César mesmo disse, ninguém vai vir me ajudar pois todos pensam que estou
louca, que meus gritos são causados pela minha loucura, esse demônio
desgraçado conseguiu afastar até os vizinhos para que não descubram o que
ele faz comigo.
Vejo um carro se aproximar de vagar e logo dois homens saem do
carro se aproximando da casa, penso em gritar por socorro e pedir ajuda, mas
então reconheço César e os meus planos de pedir socorro vai por água
abaixo. Fico aqui na janela observando para ver o que acontece então vejo
aquele homem entrar com César pelo portão do quintal, mas ele nunca traz
ninguém aqui, o que será que está acontecendo?
Poucos minutos depois ouço vozes na sala, César está conversando
com aquele homem mas logo o silêncio se faz presente, colo o ouvido na
porta afim de ouvir algo, mas ouço a fechadura sendo desgraçada e corro para
o outro lado do quarto. César entra no mesmo e fecha a porta fazendo o meu
coração acelerar, com medo do que ele possa ter vindo fazer aqui. Ele vem se
aproximando com um sorriso vitorioso enquanto me encolho no canto da
parede, com receio do que ele vai fazer comigo, então percebo um curativo
no seu pescoço.
— Não precisa ter medo de mim Laura, eu não vou mais fazer nada
contra você... Você terá um destino ainda pior que esse, isso eu te garanto,
você não quis dar essa boceta para mim mas vai ter que dar para muitos
outros homens que pagarão para te comer... Vai se tornar a vadia de muitos já
que não quis ser minha. — Diz com um sorriso diabólico no rosto me
deixando confusa sobre as suas palavras.
— Como assim? Do que você está falando...? Eu não estou
entendendo nada, o que você vai fazer comigo? — Pergunto já sentindo o
meu rosto esquentar e meus olhos encher d'água rapidamente, pois sei que
boa coisa não deve ser.
— Eu não consegui me deitar com você, Laura, mas pelo menos eu
consegui uma boa grana... Arruma a sua mochila com as suas roupas, o seu
novo dono veio te buscar... A partir de hoje você pertence a boate "Pleasure
House" (casa do prazer) uma casa de prostituição bonequinha. — Revela me
encarando atento enquanto sorrir largamente, mas eu ainda não entendi o que
ele quis dizer, o que é prostituição?
— Para onde vocês vão me levar? O que vão fazer comigo? —
Pergunto ainda tentando entender o que está acontecendo, então ele mesmo
se aproxima arrumando a minha mochila.
— Você não precisa saber e nem entender nada, só troque essa roupa
horrível que esta vestida porque você vai sair... Anda logo! Não me obrigue a
tirar eu mesmo a sua roupa... Se eu tiver que fazer isso você já sabe o que vai
acontecer, não sabe? — Diz enquanto arruma a minha mochila e se vira me
encarando com malícia. Esse desgraçado!
Pego um vestido que é mais fácil de vestir e corro para o banheiro
para me trocar, ainda sem entender muito bem o que está acontecendo, mas
seja lá o que for, deve ser melhor que ficar trancada aqui, e se eu não gostar
desse lugar eu posso ter uma chance melhor para fugir e pedir ajuda.
Me arrumo o mais rápido que consigo e saio do banheiro encontrando
César parado ao lado da minha cama, e um homem parado na porta do quanto
me encarando de cima abaixo.
— Realmente, ela é muito linda... Ela vai trazer muitos lucros para a
nossa boate... Tem certeza do que está fazendo Sr. César? Nós não aceitamos
rescisões de contrato, não aceitamos devoluções de dinheiro e nem da
mercadoria... Uma vez que o contrato é assinado você deverá esquecer que
ela existe, estamos entendido? — Explica o homem sem tirar os olhos de
mim. Dou um passo à frente ainda com receio do que está acontecendo aqui.
— Sim Sr. Logan, eu entendi não se preocupe, vocês pagaram muito
bem por ela então ela é toda de vocês, fique a vontade para levá-la. — Diz
César entregando a minha mochila para aquele homem.
— Você disse que ela é virgem? Tem mesmo certeza disso...? Como
uma mulher tão linda como ela pode ser virgem...? Ela não tem nenhum
namorado ou alguém que possa vir atrás dela, não é? Eu posso mesmo ficar
despreocupado quanto a isso? — Pergunta o homem encarando César antes
de voltar a me encarar dos pés à cabeça, fazendo um calafrio percorrer pela
minha espinha.
Meus Deus o que está acontecendo aqui? Para onde esse homem vai
me levar? O que vai acontecer comigo?
— Sim, ela é mesmo virgem e o seu médico pode confirmar isso, ela
vale cada centavo do que o senhor pagou e tenho certeza de que não vai se
arrepender... E não se preocupe, além de mim ela não tem mais ninguém para
ir atrás dela, vocês não terão problemas quanto a isso. — Afirma César
enquanto o homem vem se aproximando lentamente de mim me alisando com
cautela.
— Seu nome é Laura, certo...? Bom Laura, eu vou levar você comigo
e eu espero que não tente fugir, e nem fazer escândalos ou algo do tipo,
entendeu? Você está indo para trabalhar em uma boate e espero não ter
nenhum problema com você, espero que seja obediente, que seja boazinha
para não ser castigada pois eu sou muito severo com os meus funcionários...
Você entendeu o que eu falei garota? — Diz o homem me encarando
friamente me fazendo tremer de medo.
— Sim senhor... Eu entendi. — Respondo com a voz trêmula sentindo
o medo me dominar, esse homem me intimida, ele me dá medo assim como
César.
— Ótimo! Então vamos porque eu estou com pressa... Sr. César! Foi
um prazer fazer negócios com você, espero que seja discreto quanto ao que
fizemos aqui, fui claro...? Vamos Laura! — O homem se despede de César
me indicando a porta e eu passo por ele apressada, ansiosa para sair logo
desse lugar.
Nem acredito que vou sair desse cativeiro meu Deus, acho que o meu
milagre está acontecendo.
— Laura...! Você vai desejar voltar pra casa querida, vai desejar não
ter saído daqui mas quando isso acontecer, lembre-se de que foi você quem
me obrigou a fazer isso. — Diz César antes que eu passe pela porta então
finalmente me viro, o encarando fixamente como não faço a anos.
— Qualquer lugar, até mesmo o inferno será melhor do que voltar
para essa casa... Eu desejo nunca mais voltar a te ver na minha vida, César,
mas se isso acontecer eu espero que você esteja morto seu monstro
desgraçado! — Rebato entre dentes sentindo as minhas lágrimas descerem
pelo meu rosto, mas também sentindo um alívio imenso só pelo fato de não
precisar mais olhar na cara desse infeliz.
— Vai por mim querida, você vai desejar voltar mas não vai poder,
lembre-se disso... Adeus Laura. — Ele sorrir largamente daquele jeito
assustador que me deixa apavorada.
— Ok! Já se despediram, agora vamos Laura... Adeus César! — Diz o
homem por fim, vindo na minha direção e eu me apresso para chegar até a
porta da sala, mas quando coloco a mão na maçaneta sinto uma mão no meu
braço. — Não tão rápido boneca, você vai sair daqui ao meu lado e sem
chamar atenção, ouviu bem.. ? Agora vamos. — Avisa me encarando sério
então abre a porta, me guiando para fora da casa.
Encaro a claridade quase me cegando pois já faz muito tempo que não
saio na rua, já faz muito tempo que César me mantém presa dentro de casa e
só agora consegui sair dessa prisão, parece até um sonho.
O homem me arrasta em direção ao portão do quintal e eu ando a
passadas largas afim de sair logo daqui, não sei o que me espera lá fora mas
não deve ser nada pior do que eu vivi nesse lugar por tantos anos. Quando
finalmente passamos pelos portões vejo um pouco mais a diante um carro
preto parado, então sou guiada até ele.
Paramos ao lado do carro e eu olho para trás vendo pela última vez a
casa onde eu fui mantida refém por tantos anos, sem poder sair para ver as
pessoas ou fazer qualquer coisas por mim mesma, e só de pensar que nunca
mais terei que passar por isso de novo, sinto o meu coração bater acelerado.
O homem que não me lembro mais o nome abre a porta do carro me
mandando entrar, então eu obedeço, entro no mesmo e ele entra em seguida
dando a partida no carro, senti o meu rosto molhado mas não sei se choro de
felicidade ou de tristeza pois a minha ficha ainda não caiu, eu ainda estou
tentando entender o que está acontecendo porque as coisas ainda não ficaram
claras na minha mente, esse homem deu dinheiro ao César em troca dele me
levar para sei lá onde, mas será que ele vai me devolver depois? O que é
prostituição? Porque ele disse que os homens pagariam para me comer?
A palavra mercadoria não sai da minha cabeça então tento entender o
que de fato está acontecendo, eu estava muito atordoada por ver um estranho
dentro da minha casa, e minutos depois César me entrega para esse homem a
troco de dinheiro? Forço um pouco a minha mente e me lembro de uma
novela que vi, onde uma garota é levada para uma boate e era obrigada a
vender o próprio corpo para se manter viva, PROSTITUIÇÃO!
PROSTITUIÇÃO! PROSTITUIÇÃO! A palavra prostituição grita alto na
minha mente então tudo começa a fazer sentido para mim.
— Meu Deus... Eu fui vendida...? Estou sendo levando para
prostituição? Eu vou ter que vender o meu corpo e deixar homens me
tocarem...? Não! Eu não quero isso! EU NÃO QUERO ISSO! EU NÃO
QUERO ISSO! — Questiono a mim mesma e entro em desespero tentando
abrir a porta do carro em movimento, mas está trancada.
— CALA ESSA BOCA GAROTA! PARE DE GRITAR...! Eu avisei
que não queria escândalos e você disse que tinha entendido, agora me
obedeça se não quiser ser castigada! Eu não vou tolerar ninguém
choramingando no meu ouvido... Você devia me agradecer por te tirar
daquele lugar, você é muito linda para ficar presa sem aproveitar melhor os
benefícios que o seu corpo vai te trazer, depois de alguns dias você nem vai
se lembrar do seu passado com a grana que você vai ganhar. — Esbraveja o
homem alterado mas logo sorrir daquele jeito malicioso que me dá calafrios.
— Eu não posso fazer isso... Por favor me deixe ir embora? Eu posso
trabalhar em qualquer outra coisa mas não nisso que o César falou...
Prostituição não por favor? Eu imploro...? Prostituição não .. por favor? —
Suplico aos prantos sentindo o meu corpo inteiro tremer pelo medo que me
consome.
— Eu sinto muito boneca, mas não posso fazer mais nada, o seu
padrasto já te vendeu e agora você pertence a boate Pleasure House... Se você
tiver sorte o chefe pode gostar de você, mas primeiro você terá que fazer
algum programa porque ele não curte virgens... Eu ainda não acredito que
você é virgem, se sou eu no lugar do César eu já teria te comido a muito
tempo... Você é uma delícia e vai se dar muito bem na boate garota, os
clientes são muito generosos você vai ver. — Diz ainda com aquele sorriso
malicioso me deixando em pânico. Encaro as ruas a minha frente por onde o
carro passa em alta velocidade.
— Eu não vou conseguir fazer isso... Por favor me deixe trabalhar
com qualquer outra coisa, e eu prometo me comportar, mas não me obrigue a
me vender por favor...? Por tudo que há de mais sagrado moço...? Eu prometo
ser obediente mas eu não quero me prostituir... Por favor tenha piedade! —
Mais uma vez imploro tentando controlar as minhas lágrimas mas não
consigo, pensei que nada mais me abalaria depois de tudo que passei naquela
casa, mas me enganei.
— Sinto muito mas não sou eu quem vai decidir isso minha linda, a
sua primeira função será o programa, mas se o chefe decidir que você fará
outras coisas então você fará... E acho bom você ser muito boazinha com ele,
você precisa agradá-lo para conseguir o que você quer, mas para isso você
precisa perder a sua virgindade antes pois ele não gosta de virgens... Eu posso
te ajudar nisso... Eu posso ser o seu primeiro cliente e tirar a sua virgindade
com o maior prazer. — Comenta voltando a sorrir daquele jeito que me deixa
apavorada.
Ele põe a mão na minha perna e aperta me fazendo dar um pulo no
acento, sinto o ar me faltar e não consigo respirar, estou tendo uma crise e
não sei o que fazer.
— Abre o vidro...? Por favor abre esse vídeo eu não consigo
respirar... Eu não consigo... Respirar... — Peço me tremendo sentindo que
posso me sufocar a qualquer instante.
— O que você tem? O que está acontecendo Laura? — Pergunta
preocupado então para o carro no acostamento e abre o vidro como eu pedi.
— Me sinto sufocada... Eu não consigo respirar... Eu... Eu não quero
ir por favor...? Eu faço o que você quiser mas não me leve...? Por favor não
me leve? — Volto a chorar tentando puxar a minha respiração, sentindo o
meu corpo sem forças.
— Eu falei que não queria saber de você choramingando no meu
ouvido, e você disse ter entendido então para com isso porque agora é tarde
para voltar atrás! Eu já paguei uma boa quantia em dinheiro por você e tenho
certeza de que o seu padrasto não vai querer devolvê-lo, então para o seu bem
é melhor você não me estressar, eu fui claro...? Eu não tenho paciência com
esse tipo de coisa, então a menos que não queira me ver irritado é melhor
você se calar...! Aceite logo o seu destino porque eu não vou soltar você! —
Esbraveja alterado socando o volante do carro me assustando ainda mais.
Decido seguir as suas ordens e me calo, tenho medo do que ele seria capaz de
fazer comigo já que foi capaz de me comprar. — Ótimo! Assim é bem
melhor... Olha só, não precisa ficar com medo, você vai ver que fazer
programas não é assim tão ruim, as meninas que trabalham lá estão lá porque
querem e não porque são obrigadas, eu tenho certeza de você vai se dar bem
com elas... Agora vamos em silêncio, estamos entendidos, Laura? — Diz
tranquilamente como se tivesse dizendo algo comum de se ouvir.
Choro em silêncio para não aborrecer esse homem que não me lembro
o nome, parece que não me resta outra alternativa a não ser aceitar as minhas
novas condições, já que César recebeu dinheiro para que eu esteja onde estou.
Eu sabia que seria castigada pelo que eu fiz com ele mas não esperava por
isso, depois de anos tentando me violentar ele simplesmente me vende para
uma casa de prostituição, já que eu não me entreguei a ele terei que me
entregar a muitos, só que não!
Não vou aceitar isso assim tão fácil, eu faço da vida desse homem um
inferno mas eu não vou me deitar com ninguém, se quiserem fazer isso terão
que me matar primeiro.
Tento me manter forte para não desmoronar mais uma vez e acabar
sofrendo as consequências do meu desespero. Fixo os meus olhos nas ruas a
minha frente prestando atenção para gravar o caminho para onde estou indo,
não conheço mais os lugares, não me lembro nem onde fica o cemitério onde
a minha mãezinha foi enterrada, só fazem seis meses que ela se foi e não sei
como ir para levar flores e visitar o seu túmulo, mas para quê eu preciso
saber? Estou condenada a viver uma vida de merda, estou condenada a sofrer
e pagar pelo erro da minha mãe em confiar em alguém como César, eu só não
entendo o porquê ela se sujeitou a passar por tudo aquilo se não o amava.
Minha mãe tentou me libertar, tentou me ajudar a fugir deixando ela
para trás, mas eu jamais a deixaria, ela era a minha mãe e estava doente
precisando de quem cuidasse dela, e isso César nunca fez, eu não queria que
ela morresse, não queria que ela me deixasse mas não tive como impedir que
isso acontecesse, e agora estou aqui sozinha nesse mundo comendo o pão que
o diabo amassou e cuspiu em cima.
Eu poderia dizer que nunca vou me apaixonar na minha vida, mas
como se apaixonar quando você não conhece o amor? Bom, o amor de mãe
eu até conheci mas eu nunca tive o amor de um pai, irmãos ou namorado,
como evitar se apaixonar por um homem que pode se tornar o seu pior
pesadelo? Eu também não sei essa resposta e pelo visto, a minha mãezinha
também não sabia, ou não teria se apaixonado por aquele canalha que a
matou aos poucos não deixando ela se cuidar para sobreviver, mas também
como se apaixonar quando tudo que você conhece de um homem é o pior de
tudo que você não quer ver? Como confiar em um homem quando as
referências que você teve uma vida inteira não era o que você queria?
Ás vezes eu até penso que César queria a minha mãe morta, essa é a
única explicação para ele não deixá-la ir ao médico se cuidar, deixando de
comprar os seus remédios e fazer o tratamento que poderia dar a ela mais
tempo de vida. Eu convivi com o próprio diabo dentro da minha própria casa
por dez anos. Eu vou rezar e pedir a Deus que o meu destino, o meu futuro
não seja tão pior quanto tudo que eu já vivi até agora.
Depois de alguns longos minutos ali sentada naquele carro chorando
em silencio, eu me pego admirando aquelas belas casas a minha volta, por
onde o carro passa eu vejo uma casa mais linda e maior que a outra, prédios
enormes que parecem não ter fim, assim como nas novelas que eu assistia, eu
não perdia tempo assistindo aos noticiários pois a minha vida já é horrível o
suficiente para ver as desgraças que acontecem aqui fora, então eu tentava me
apegar as coisas boas que eu via nas novelas, atos de carinho e solidariedade,
atos de compaixão, mas também tinha muita intriga e maldade assim como na
vida real.
Eu até já fiquei semanas sem conseguir ligar a TV depois de uma cena
de estupro que vi em uma novela, aquilo acontecia comigo todos os dias e
todos os dias eu lutava para não deixar aquilo acontecer, lutar contra um já
foi difícil, imagina lutar contra muitos que viram até a mim pagando para
fazerem aquilo? Não sei se vou suportar, não sei até quando vou conseguir
lutar contra isso, não quero me tornar uma prostituta eu não quero vender o
meu corpo para desconhecidos, eu não quero viver assim, prefiro a morte a
ter que me submeter a isso.
Deixo os meus pensamentos de lado quando o carro finalmente para
em frente a uma casa enorme, com um nome muito bonito e
iluminado. "Pleasure House"
— Chegamos ao seu novo lar... Você vai se dar bem com as outras
meninas, vai se enturmar logo. — Diz antes de sair do carro e dá a volta no
mesmo, nesse meio tempo tento abrir a porta para tentar correr mas está
trancada, ele pensou em tudo, esse desgraçado! — Vamos...! E por favor não
tente nenhuma gracinha, estamos entendidos? Nós temos seguranças dentro e
fora da boate então eu saberei se você aprontar, e se você aprontar eu terei
que te castigará para dar o exemplo as outras meninas, ouviu bem...? E nada
de falar para as meninas que eu comprei você, deixa que eu me entendo com
elas. — Diz ele ao abrir a porta do carro para mim, me encarando de um jeito
severo que me dá arrepios.
— Sim senhor. — Reluto em sair do carro mas ele me segura pelo
braço me puxando para fora do mesmo.
Ele bate a porta do mesmo e me arrasta por uma pequena escadaria
até entramos na tal boate. O lugar é enorme com algumas mesas e poltronas
espelhadas pelo lugar, e tem dois palcos um de cada lado do espaço, algumas
garotas dançam uma música agitada e outras conversam enquanto outras
pessoas limpam o local.
— Atenção meninas! Temos uma novata e quero que lhe deem as
boas-vindas...! Essa é Laura, e ela começará hoje junto com vocês, então por
favor ajudem-na se arrumar e ensinem-na como se comportar no salão, pois
ela é nova no ramo... Bom, vocês saberão ajudá-la. — Diz ainda me
arrastando nos aproximando das meninas.
— Logan, o chefe está no escritório e está te esperando, acho bom
você ir logo porque ele não está de bom humor hoje. — Avisa um homem
negro muito bonito atrás de um balcão com os seus olhos fixos em mim,
então esse Logan não é o chefe? Meu Deus, esse outro deve ser ainda pior
que ele.
— Qual é o dia que o chefe não está de mal humor? Sempre nessa
época do ano ele fica intragável. — Diz uma das meninas cruzando os braços
suspirando fundo.
— Ok! Eu vou lá ver o que ele quer... Meninas! Ajudem a Laura por
favor, e escolham um codinome para ela que combine com essa beleza
estonteante que ela possui... Nos vemos depois boneca. — Diz o tal Logan
todo sorridente me entregando a minha mochila, em seguida ele sai me
deixando aqui com essas pessoas estranhas.
— Minha nossa, garota como você é linda... Nós vamos te deixar
ainda mais gata pode crer... Eu me chamo Adélia. — Diz uma das meninas
empolgada se aproximando de mim mas me sinto deslocada em falar com
elas, pelo que Logan disse elas estão aqui porque querem, mas eu não.
— Eu quero sair daqui! Eu quero ir embora por favor...? Eu estou
aqui por engano. — Entro em pânico e dou meia volta na tentativa de correr,
mas me deparo com um homem alto e forte atrás de mim com os braços
cruzados.
— Você não vai a lugar nenhum menina, eu tenho ordens para não
deixá-la sair. — Avisa o homem me encarando sério com um olhar gélido
que me faz estremecer dos pés à cabeça.
— Porque ela não pode sair? Ela está sendo obrigada a estar aqui...?
Isso é errado ninguém trabalha aqui contra a vontade, não é essa a regra da
casa. — Dispara a tal Adélia se aproximando parando ao meu lado,
encarando séria o segurança a minha frente enquanto as outras meninas
também se aproximam.
— Fica na sua Adélia! Eu só estou cumprindo ordens. — Rebate o
segurança a encarando um pouco menos intimidador como fez comigo l.
— Vamos levá-la até lá em cima, não vai adiantar bater boca se for
uma ordem do chefe... Vamos Laura! Não tenha medo nós vamos te ajudar.
— Diz uma outra menina que eu ainda não sei o nome, só me restou ir com
elas.
Encaro o moreno atrás do balcão me encarando surpreso e ao mesmo
tempo preocupado, sinto as minhas lágrimas descendo então subo com as
meninas por uma escadaria que vai para um segundo andar, elas me levam
para um quarto onde tem várias camas e muitas roupas espalhadas, a todo
momento elas perguntam de onde sou e o que eu fiz para vir parar a aqui
nessas condições, recebi elogios de algumas meninas mas uma em especial
não me olha com uma cara muito boa.
Todas me enchem de perguntas mas eu não sei o que dizer, então
corro entrando na primeira porta que vejo a minha frente e me deparo com
um banheiro bonito e muito espaçoso, tranco a porta e ando de um lado para
o outro tentando não enlouquecer.
— O que eu vou fazer...? O que eu vou fazer meu Deus? Como vou
sair daqui? Como vou conseguir escapar desse lugar...? Eu saí de uma prisão
para entrar em outra. — Questiono entre lágrimas sentindo o meu coração
bater na boca.
— Laura abre a porta! Vamos conversar ninguém aqui vai fazer mal a
você, só queremos te ajudar... Abre a porta gata por favor? — Pede uma das
meninas mas não é a voz da Adélia.
Estou com medo, não quero estar aqui, mas o que vai adiantar eu ficar
trancada aqui dentro? Se aquele Logan se aborrecer comigo ele pode me
machucar e sei que ele seria capaz de fazer isso, não vejo um pingo de
compaixão nos seus olhos então decido pelo menos tentar me dar bem com as
meninas, talvez elas consigam me ajudar a escapar ou pelo menos evitar fazer
os programas.
Depois de tanto elas insistirem eu finalmente abro a porta, mas dessa
vez há poucas meninas, Adélia é morena assim como eu, mas ela é linda e
tem os olhos verdes mas não parecem ser naturais, ao seu lado está uma ruiva
e uma loira também muito linda e ambas me encaram assim como Adélia,
com um pequeno sorriso no rosto tentando me passar alguma confiança.
Depois de conversar bastante com as meninas para conhecê-las
melhor, elas voltam a me encher de perguntas, mas eu apenas digo que não
posso dizer nada pois estou cumprindo ordens do Sr. Logan, elas estranham
mas aceitam as minhas justificativas e não me fazem mais tantas perguntas,
mas é claro que elas queriam saber se eu já fiz isso antes e eu tive que contar
que sou virgem, que nunca namorei na minha vida e não tenho noção de
nada, elas riram por eu ainda ser virgem em pleno os meus dezenove anos,
como se isso fosse um absurdo.
Não posso contar a elas que eu era mantida refém pelo meu padrasto
na minha própria casa, e que ele tentou por nove anos abusar de mim mas eu
fui forte e consegui sobreviver a isso, não posso dizer a elas que fui comprada
e estou aqui contra a minha vontade, eu tenho medo do que o Sr. Logan possa
fazer comigo pois já percebi que mesmo não sendo o chefe aqui, ele também
dá ordens.
Depois de tanta conversa e as minhas lágrimas descendo, as meninas
tentaram me consolar. Logan apareceu ordenando que eu me arrumasse junto
com as meninas pois já está quase na hora da boate abrir. As meninas tentam
me fazer comer alguma coisa mas eu não consigo, estou tão triste e abalada
que nada desce pela minha garganta, e o fato de ter que me arrumar para me
exibir para os homens que virão aqui, me apavora, estou em pânico mas sei
que será muito pior se eu continuar aqui chorando, eu preciso reagir e lutar
como eu tenho feito até agora, ninguém vai encostar as mãos em mim contra
a minha vontade, eu não vou me deitar com ninguém para dar lucros a esse
lugar jamais.
Depois de alguns minutos com as meninas me puxando de um canto
para o outro, eu finalmente estou pronta, elas me emprestaram uma roupa
para eu usar pois as roupas que eu tenho são velhas e estão longe de ser
sensuais e provocantes como as roupas que elas usam.
A música lá embaixo já está alta e aos poucos todas as meninas vão
descendo, Adélia foi a única que fixou comigo tentando me convencer a
descer, mas eu ainda não consigo aceitar essa minha nova realidade e talvez
eu nunca aceite isso, mas que escolha eu tenho?
— As duas estão esperando o quê para descerem...? Vamos Laura! O
chefe quer conhecer você antes de ir embora. — Me assusto com Logan
entrando no quarto nos encarando sério.
— Nós já vamos descer Logan, eu só estava ajudando a Laura
terminar de se arrumar, mas ela já está pronta... Vamos Laura! — Adélia diz
me puxando pela mão mas assim que passando por Logan, ele segura o meu
braço.
— Sem gracinhas ouviu bem...? Acho bom você se comportar, não
queira arrumar problemas comigo, estamos entendidos? — Ele me lança um
olhar perverso e isso me fez tremer na base.
— Não precisa falar assim com ela Logan, ela já entendeu o recado, o
que deu em você? Porque está tratando a garota desse jeito? Você não é o
chefe aqui não se esqueça disso! — Adélia o enfrenta me puxando para perto
dela e Logan lhe lança um olhar mortal.
— Não se mete nos meus assuntos Adélia! Não queira arrumar
problemas comigo você também, eu não estou com paciência para gracinhas
hoje. — Esbraveja Logan alterado, se aproximando com aquele mesmo olhar
de fúria.
— Ela não é assunto seu! Ela é funcionária da casa assim como você
e todo mundo aqui! O Sr. Sarkozy está de acordo com essa sua maneira de
gerenciar a boate dele? Ele está de acordo com as grosserias que você anda
fazendo com a gente? Porque você está se achando o nosso dono mas você
não é! — Mais uma vez Adélia o confronta e ele levanta a mão para bater
nela, mas eu entro na sua frente.
— Não precisa se preocupar comigo Sr. Logan! Eu vou me
comportar... Vamos Adélia! Eu não quero que arrume problemas por minha
causa. — Digo aflita com medo de que Logan realmente nos faça mal e saio
arrastando Adélia em direção a escada.
— Eu quero entender o porquê ele está te tratando assim Laura, eu já
percebi que você está aqui contra a sua vontade mas aqui ninguém é obrigada
a fazer nada, nós estamos aqui porque queremos mas você não quer estar
aqui... Me diz o que está acontecendo por favor? Me deixa te ajudar Laura?
— Ela me encara aflita enquanto descemos a escada então eu paro
abruptamente, ao ver a quantidade de gente lá embaixo.
É muita gente, não dá nem para ter uma noção de números e a maioria
são homens. Sinto o meu coração disparar e olho para cima pensando em
voltar correndo, mas vejo Logan descer com os seus olhos furiosos presos em
mim.
— Eu não posso te contar agora mas eu prometo que um dia eu te
conto... Vamos descer, eu não quero problemas com esse homem... Ele me dá
medo. — Arrasto-a escada abaixo e paramos perto do bar onde há algumas
garotas conversando empolgadas.
— Laura! Se aquele canalha fizer alguma coisa com você, promete
que vai me contar...? Por favor eu só quero te ajudar, está bem? — Adélia me
encara preocupada e aquela vontade de chorar me atinge mais uma vez, mas
me controlo.
— Eu prometo...! Obrigada por estar ao meu lado Adélia... É muito
bom saber que finamente eu posso contar com alguém. — Encaro-a com um
pequeno sorriso e me deixo mover pelo impulso, abraçando-a forte.
Adélia retribui o meu sorriso antes de me levar para dar uma volta
pelo salão, por onde passamos os homens mexem com a gente, passam a mão
e tentam nos abraçar, e isso me deixa em pânico, já estou me sentindo
sufocada com essa situação e Adélia percebe.
Paramos novamente próximo ao bar e vejo de longe um homem em
uma das mesas, com uma das garotas mas ele não tira os olhos de mim, ele
me encara tão intensamente que me estremeço por medo dele querer se deitar
comigo. Olho em outras direções e mais pares de olhos estão sobre mim,
também tem mulheres me encarando sorridentes de um jeito malicioso, como
César passou esses anos todos me olhando. Me viro para o bar puxando a
respiração e o bartender que no caso é o Paulo, me estende uma taça com
uma bebida branca transparente.
— O que é isso? Eu não pedi nada. — O encaro confusa e ele sorrir
de uma maneira diferente do resto dos homens nesse lugar.
— O drink foi pago pelo cavalheiro da esquerda... Não se preocupe,
esse drink tem pouco álcool. — Diz com um sorriso gentil enquanto mexe
com outras bebidas.
— Obrigada mas eu não bebo... Mas eu aceito uma água, estou
morrendo de cede. — Digo meio sem jeito e ele abre ainda mais o seu
sorriso.
— Ok! Saindo uma água bem geladinha para a garota mais linda
dessa boate. — Diz ele pegando uma garrafinha de água colocando no copo
para mim.
Agradeço e pego a água, mas na minha primeira golada sinto uma
mão na minha cintura que me faz endurecer na mesma hora.
— Oi minha linda... Eu quero duas horas de prazer com você, está
disponível? — Pergunta o homem ao meu lado me puxando para o seu corpo
e eu me apavoro.
— Não! Eu não estou disponível com licença. — O empurro para
longe de mim apavorada e me viro para sair dali, mas me choco contra
alguém. — Me desculpe senhor, eu não fiz por mal. — Digo com a voz
trêmula encarando a minha frente o mesmo homem que me olhava tão
intensamente a poucos minutos atrás.
— Não precisa se desculpar minha linda... Você é a novata, não é? É
o seu primeiro dia hoje? — Pergunta me analisando dos pés a cabeça antes
que os seus olhos azuis finalmente parar nos meus e eu nem sei o que
responder de tão nervosa.
— Laura, esse é o Sr. Sarkozy! Ele é o nosso chefe. — Nós apresenta
Adélia parada ao seu lado me encarando apreensiva. Minha nossa, então ele é
o nosso chefe?
— Muito prazer em conhecê-lo senhor... Eu... Eu queria conversar
com o senhor sobre o meu trabalho Eu... eu... — Digo nervosa sentindo o
meu corpo inteiro tremer, mas paro quando vejo Logan se aproximar me
encarando com um olhar furioso.
— Sem problemas gracinha, podemos conversar... Vamos subir e
conversar fora desse barulho. — Ele se aproxima mais pondo a mão na minha
cintura e me guia em direção a escada.
Não digo mais nada mas quando olho para trás, vejo Adélia com um
sorriso gigantesco no rosto, diferente de Logan e uma das meninas que me
encara furiosa, não entendi o porquê disso se eu acabei de chegar aqui e não
fiz nada contra ela.
O meu chefe sobe a escada ainda com a mão na minha cintura me
guiando para o andar de cima, ele não puxa assunto, não diz nada, está calado
assim como eu, mas estou esperançosa em conseguir convencê-lo a me dar
outro tipo de trabalho que não seja me deitar com esses homens, eu faço
qualquer coisas para não me tornar uma dessas garotas e talvez esse homem
seja a minha salvação, pois ele parece ser diferente de Logan.
Assim que chegamos no andar de cima o Sr. Sarkozy me guia pelo
corredor e quando chegamos no final dele, ele abre a última porta me dando
passagem para entrar, e assim eu o faço, mas assim que passo pela porta me
deparo com um quarto luxuoso e enorme, mas porque ele me trouxe para o
quarto? Não podíamos conversar em outro lugar ou em um escritório?
Paro no meio do quarto ainda confusa sobre o porquê de estarmos
aqui, então ele entra trancando a porta fazendo o meu coração acelerar. Meu
chefe se aproxima de mim me encarando como aqueles homens lá embaixo e
isso me deixa em alerta.
— Sr. Sarkozy, não me leve a mal mas eu não quero faz... — Digo
apreensiva e nervosa com a sua proximidade, mas ele me interrompe.
— Não se preocupe minha linda, nós teremos muito tempo para
conversar, mas agora o meu interesse é outro... Você é muito linda... Tão
linda que eu não quero esperar para ter você, gracinha. — Diz ele me
puxando pela cintura e segura a minha nuca tentando beijar o meu pescoço,
mas me deixo mover pelo medo e mordo o seu braço fazendo-o me soltar. —
Mas o que é isso? Você ficou maluca...? Eu sou o seu chefe então você me
deve obediência e vai fazer o que eu mandar! — Esbraveja me encarando
perplexo enquanto segura o seu braço no local que mordi.
— Nem você e nem ninguém vai tocar em mim! Eu não sou um
brinquedo para vocês se divertirem...! É melhor não chegar perto! Ou eu
mordo você outra vez. — Aviso nervosa me afastando dele o máximo que
posso, mas ele vem na minha direção.
— Você é uma atrevida e merece um corretivo! É assim que você
trata os seus clientes garota...? Aposto que nenhum homem te pegou de jeito
por isso é tão brava e arisca... Mas eu prometo foder você tão forte que
jamais vai esquecer bonequinha. — Diz entre dentes avançando em cima de
mim mas tento correr pulando sobre a cama.
Mas ele consegue me puxar pelos cabelos me fazendo cair deitada na
mesma, ele se põe sobre mim me prendendo com o peso do seu corpo.
— Me solta...! Por favor eu não quero isso! Me solta...? Por favor me
solta? — Imploro ofegante me debatendo para me soltar dele, mas o mesmo
segura as minhas mãos acima da cabeça me encarando fixamente.
— Porque não quer me deixar tocá-la...? Além de muito linda você
parece ser muito gostosa, eu posso te recompensar se for uma garota
boazinha e me agradar como se deve... Eu sei que você deve ser bastante
experiente nisso gracinha, ou não estaria aqui. — Diz com a voz rouca em
meu ouvido me fazendo arrepiar.
— Não...! Por favor? Por favor não faz isso...? Eu estou implorando
eu não posso fazer isso...! Por favor? — Suplico apavorada sem conseguir
conter as minhas lágrimas e ele me encara surpreso, soltando as minhas mãos
saindo de cima de mim.
Enquanto eu choro e me encolho na cama aquele homem se levanta
me encarando surpreso, e espantado ao mesmo tempo, ele anda de um lado
para o outro me encarando ainda sem acreditar que eu esteja chorando, me
deixo me mover mais uma vez pelo meu pânico e me levanto correndo até a
porta, mas antes de tocar a maçaneta sou puxada com força para trás e
arrastada de volta até a cama.
— Vadia mentirosa...! Você não vai me engana de novo sua
prostituta! Eu vou te foder sem dó e nem piedade e você não vai dar um pio,
ouviu bem...? Eu paguei pelos seus serviços e quero você. — Esbraveja me
jogando na cama se pondo novamente sobre mim, rasgando o meu vestido
tirando-o do meu corpo, deixando os meus seios à mostra.
Choro tentando empurrá-lo mas ele é muito forte, ele rasga também a
parte de baixo do vestido tamanha é a força desse homem me deixando
apenas de calcinha, sinto o pânico me dominar mais uma vez.
— Por favor não faz isso? Eu imploro não faz isso...? Eu não vou
suportar por favor? — Peço ainda entre lágrimas assustada, tentando em vão
sair das mãos desse homem.
— Você já deve ter dado essa boceta para tantos homens, porque está
se negando a dar para mim...? Qual é o seu problema garota? Se não quer
fazer programas não devia está aqui? Eu sou o seu chefe mas eu paguei para
ter você então você vai fazer o que eu mandar! Agora pare de chorar porque
as suas lágrimas não vão me enganar outra vez! — Esbraveja novamente
segurando as minhas mãos acima da cabeça então sinto a sua boca quente
sugar o meu seio com força.
Sinto o meu corpo inteiro estremecer mas a sua atitude me assusta, ele
desce a sua mão tentando tocar a minha intimidade e eu me desespero, mais
uma vez tento me soltar dele.
— Não faz isso senhor? Para por favor...? Não faz isso eu sou
virgem...! Para! Por favor para! — Grito ainda chorando então ele para me
encarando chocado.
— O que... O que você disse...? Virgem? Você é virgem...? Eu não
acredito em você! VOCÊ ESTÁ MENTINDO PARA MIM! — Pergunta me
encarando perplexo então ele sai de cima de mim sem tirar os seus olhos do
meu corpo.
Mas então ele se enfurece e abaixa a sua calça junto com a cueca
voltando a se por sobre mim, meu Deus esse homem vai me matar, ele é
grande, é muito grande eu não vou suportá-lo.
— POR FAVOR EU NÃO ESTOU MENTINDO! EU NÃO ESTOU
MENTINDO...! PERGUNTA AO LOGAN! POR FAVOR PERGUNTA AO
LOGAN EU SOU VIRGEM...! POR FAVOR...! Por favor não faz isso...?
Não faz isso por favor...? Eu não quero me machucar por favor? — Grito
apavorada tentando com todas as minhas forças me soltar dele mas não
consigo.
Mais uma vez ele me encara perplexo e surpreso ao mesmo tempo,
tentando acreditar no que eu acabei de gritar. Ele se levanta novamente
vestindo a sua cueca e a sua calça e volta a me encarar fixamente, enquanto
eu puxo o travesseiro da cama tentando cobrir o meu corpo.
— Você é uma garota de programa, como pode ser virgem...? Eu não
acredito em você, você está tentando me enganar só pode ser isso...! Eu não
vou ficar sem o programa eu já paguei por você e paguei muito bem, então
faça o seu trabalho garota! Eu não vou acreditar nessa história de que você é
virgem, isso é impossível! Logan sabe que eu não curto virgens. — Diz
irritado andando de um lado para o outro me encarando furioso, e isso me
desespera novamente.
— Eu não estou mentindo senhor... Eu sou virgem pode perguntar ao
Sr. Logan, eu nunca me deitei com ninguém... Por favor não faça isso
comigo...? Não era para eu estar aqui. — Imploro entre soluços e ele me
encara desconfiado, ele esfrega as mãos nos cabelos e se aproxima de mim,
me encarando sério.
— É bom você não estar mentindo para mim, ouviu bem...? Do
contrário eu mesmo castigarei você! Fique quieta aqui e não saia está me
entendendo...? Eu vou tirar essa história a limpo e já volto... Vista isso! —
Ele diz sem tirar os seus olhos famintos de mim e joga para mim o seu blazer.
Ele vai em direção a porta e sai batendo a mesma enquanto eu fico
aqui, chorando temendo ser castigada por Logan, pois sei que será isso que
vai acontecer depois que esse homem se queixar de mim.
Pego o blazer dele e visto sentindo o seu cheio, um cheiro tão bom
que me prende nele, me encolho no canto da cama esperando aquele homem
voltar com Logan, e rezando para não ser castigada pelos dois, pedindo a
Deus para me acordar desse pesadelo que é a minha vida.
Eu fiquei louco quando vi aquela mulher linda de pele morena e
cabelos longos negros parecendo uma índia, ela é linda, maravilhosa e me
lembra muito alguém que eu tanto amei, alguém que era tudo para mim e
agora não existe mais, e para foder ainda mais a minha vida o destino coloca
essa garota justo aqui, na minha boate, ela lembra muita a Laís, a sua
semelhança me deixa embasbacado e por isso não resistir e contratei os seus
serviços, eu precisava sentir essa mulher mas não esperava que ela fosse
reagir daquela maneira, não imaginava que ela fosse virgem e ainda não estou
acreditando nessa novidade, aquela garota tão linda e tão encorpada nunca foi
tocada por um homem? Como ela pode ser virgem trabalhando em uma casa
de prostituição?
Eu vou matar o Logan por me fazer perder o meu tempo, aquele
cretino sabe que eu não curto tirar a virgindade de garotinhas, a muito tempo
eu não sei como ser gentil e carinhoso com uma mulher, tudo que eu sei fazer
e foder com força mas essas prostitutas nunca reclamaram, mas também é a
primeira vez que encontro uma prostituta virgem, na verdade ela nem chega a
ser uma prostituta já que nunca se deitou com homem algum.
Essa garota não quer essa vida, do contrário já teria se entregado a
mim, as prostitutas dessa boate saem no tapa para ver quem vai ficar comigo
mas não são elas quem escolhe, eu escolho quem vai sentir o meu pau
entrando nela com força e eu quero essa novata, ela tem quer ser minha mas
não quero ter que tirar a sua virgindade, não quero traumatizar a garota
metendo nela com força na sua primeira vez, eu já fiz isso antes e a pobre da
garota chegou a ficar doente com febre e algumas semanas sem poder transar,
prejuízo para ela e para boate também. A garota era nova na casa mas ela
estava aqui porque queria e não por obrigação, mas com essa novata a
história parece diferente, então preciso saber de fato como ela veio parar aqui,
não quero mulheres traficadas na minha boate.
— Logan! Precisamos conversar, vamos até o escritório agora
mesmo! — Digo furioso passando por ele que estava se esfregando em uma
das garotas da casa.
Ele apenas me encara surpreso e rapidamente vem atrás de mim.
Passo entre as pessoas sem olhar na cara de ninguém e sem dar atenção as
garotas que me encaram famintas, loucas para me darem as suas bocetas.
Sigo para o escritório no corredor da esquerda e assim que entro vou direto
no bar me servir de uma dose dupla de whisky.
— O que houve John? Aconteceu alguma coisa...? A garota que você
escolheu hoje não te agradou? Eu posso escolher uma... — Pergunta Logan
entrando no escritório fechando a porta atrás de si, mas o interrompo.
— Porque você não me avisou que uma das novatas é virgem? Porque
me deixou perder o meu tempo com uma virgem Logan...? Por acaso você se
esqueceu que eu não curto garotas virgens seu idiota? — Rebato irritado
enquanto vou para trás da minha mesa e ele me encara surpreso.
— Como assim? Você escolheu justo a novata virgem para subir com
você? Eu avisei sim que havia uma virgem entre as novatas, eu não tenho
culpa se você subiu com ela sem se lembrar desse detalhe John. — Contesta
me encarando apreensivo e ao mesmo tempo nervoso.
— Essas garotas chegaram aqui a dois dias, como ela ainda é
virgem...? Aliás, eu quero saber como essa garota veio parar aqui porque eu
não me lembro dela na seleção que fizemos, e ela também não parece querer
trabalhar aqui por vontade própria... De onde saiu essa garota Logan? Eu
quero uma explicação que seja bastante convincente, quero saber o que essa
garota faz aqui se ela não quer trabalhar com os programas. — Pergunto
impaciente depois de beber todo o meu whisky em uma só golada, ele engole
a seco antes de começar a falar.
— Eu posso explicar John... Ontem chegou um cara aqui dizendo que
tinha uma mercadoria para nós, na hora eu hesitei em fechar negócio com ele
mas como se tratava do próprio padrasto da garota, eu não vi problema algum
em aceitar a garota aqui... Mas o cara é ambicioso e pediu uma boa quantia
pela enteada. — Diz enquanto se senta a frente da minha mesa e eu o encaro
sem acreditar no que acabei de ouvir.
— Você está querendo me dizer que... Você comprou aquela garota
para trabalhar aqui, é isso mesmo? Quantas vezes você me viu traficar
mulheres para trabalharem na minha boate seu infeliz de merda? Você faz
ideia do problema que você pode me causar por causa dessa garota? —
Questiono me irritando ainda mais e me levanto socando a mesa para não
socar a cara desse idiota.
— Me desculpa cara eu pensei que não... — Tenta argumentar me
encarando assustado mas o interrompo.
— VOCÊ NÃO É PAGO PARA PENSAR LOGAN! QUANTAS
VEZES MAIS VOCÊ VAI TOMAR DECISÕES SEM FALAR COMIGO?
ESSA PORRA DESSA BOATE É MINHA VOCÊ É APENAS O MEU
SUBORDINADO, VOCÊ É PAGO PARA FAZER O QUE EU MANDO E
NÃO O QUE VOCÊ ACHA QUE PODE FAZER! — Grito o encarando com
um olhar mortal e o vejo tremer feito vara verde. — Se esse cara vendeu a
própria enteada deve ser mesmo um homem ambicioso, ele não vai querer
aceitá-la de volta e devolver o meu dinheiro, que você gastou sem me
consultar antes...! Você está vendo essa marca de dentes no meu braço? A
garota me mordeu para não ter que se deitar comigo, agora imagina se ela
fizer isso com todo cliente que pagar pelos serviços dela? Você me arrumou
um problema sério Logan! Agora me diz como eu vou resolver isso seu
infeliz? — Esbravejo voltando até o bar me servindo de mais uma dose de
whisky.
— Nada que um bom corretivo não resolva... Eu vou dar um jeito nela
agora mesmo, num instante eu vou amansar essa fera com uns bons tapas. —
Ele também se levanta mas quando ele passa por mim eu o agarro pelo
colarinho da camisa.
— Nem você e nem ninguém vai encostar a mão nela até segunda
ordem! E é melhor você me obedecer ou quem vai levar um corretivo será
você... Estamos entendidos, Logan? Você ouviu bem o que eu acabei de
dizer? — Digo entre dentes o encarando com fúria nos olhos e ele balança a
cabeça freneticamente.
— Tudo bem chefe não se preocupa... Ninguém vai encostar as mãos
nela. — Diz com os olhos levemente arregalados então sinto o meu celular
vibrar no bolso.
Solto Logan e pego o meu celular vendo a foto de Giulia pisca na tela,
suspiro frustrado mas mesmo assim atendo o celular.
— Fala Giulia! Espero que seja um assunto muito importante para
você estar me ligando a essa hora. — Atendo no meu tom de sempre e tenho
certeza de que ela está revirando os olhos nesse momento.
— Boa noite para você também, irmãozinho, a mamãe quer saber o
porquê você não retornou as inúmeras ligações dela, e também está
chateada porque você não apareceu no jantar de família mais uma vez. —
Diz minha irmã em um tom irônico então me lembro do jantar.
Droga! Dessa vez a mamãe deve estar mesmo magoada comigo, a
semanas eu não apareço na casa dela e sempre dou uma desculpa qualquer
para não atender ninguém.
— Diz a mamãe que no próximo jantar eu vou sem falta, tive um
assunto urgente para resolver e por isso não pude ir no jantar de hoje —
Minto na cara dura mas sei que mesmo que fosse verdade Giulia não
acreditaria em mim.
— Tudo bem, eu vou mandar ela te ligar para você mesmo dizer isso
a ela, ok...? Eu espero que a sua noite esteja sendo muito boa para você não
vir mais uma vez jantar com a sua família... Até mais irmãozinho. — Minha
irmã diz em um tom magoado e acho que agora eu posso começar a melhorar
um pouco mais as minhas desculpas.
— Giulia eu vou ver a mam... Giulia...? Alô...? Droga! Desligou na
minha cara. — Esfrego a mão no rosto e coloco o celular no bolso. — Eu vou
embora, a minha noite já acabou por hoje... Qualquer problema me liga. —
Aviso enquanto vou em direção a porta mas Logan me chama.
— John! O que eu faço com a garota? Ela vai ficar aqui sem fazer
nada? — Pergunta ele vindo atrás de mim e eu paro ao me lembrar da
garota. Droga!
— Coloque-a para trabalhar no bar ou servindo mesas, mas eu não
quero ela subindo com nenhum cliente, ouviu bem...? Do contrário você
pagará caro por isso. — O encaro dentro dos olhos então saio do escritório
indo em direção a saída da boate.
Não tenho mais cabeça para continuar aqui, o melhor que eu posso
fazer agora é ir embora e pensar em uma boa desculpa para dar a minha mãe.
Não sou um filho ingrato pois faço tudo pela minha família, menos ir
nos jantares que minha mãe inventa apenas para me apresentar algumas das
filhas de suas amigas, eu estou cansado dessa história dela querer que eu me
canse de novo, não sou mais um moleque para fazer tudo que minha mãe
acha que é o melhor para mim, eu já me casei uma vez e não pretendo fazer
isso de novo.
Perdi a minha mulher e o meu filho em um acidente de carro e jamais
poderei esquecer isso, eu devia ter morrido junto mas escapei por pouco.
Há cinco anos atrás eu estava feliz construindo a minha família, eu
tinha uma mulher linda ao meu lado e o nosso filho tinha apenas dois anos de
idade, perdeu a vida antes de ter a oportunidade de conhecer o mundo que eu
estava construindo para ele, perdi a minha mulher antes de cumprir todas as
promessas e juras de amor que lhe fiz, só tínhamos três anos de casado e o
pouco que vivemos juntos eu tenho gravado na minha memória, a mulher que
mais amei nessa vida ficará para sempre em meu coração, assim como o
nosso filho David.
Desde o acidente eu nunca mais fui o mesmo, nunca mais fui amoroso
com uma mulher, nem mesmo com a minha família que vive me pedindo
atenção, nunca mais me apaixonei e nunca mais tive com uma mulher um
relacionamento que não fosse apenas sexo. Já transei com até cinco mulheres
ao mesmo tempo, uma verdadeira orgia, e faço questão de continuar do jeito
que estou, pois assim eu jamais sofrerei outra vez, jamais correi o risco de
perder alguém que eu ame pois sei que jamais serei capaz de me apaixonar
outra vez.
Saí da boate e entrei na minha Lamborghini acelerando para sair logo
dali, tento não correr muito mas com uma máquina dessas eu não resisto,
poucos minutos depois estou estacionando na porta de entrada da minha
mansão.
Entro em casa e já está tudo escuro então vou direto para o meu
quarto. Assim que entro no mesmo me despi e fui direto para o banheiro,
entro debaixo da água quente e deixo que os jatos forte da ducha relaxe o
meu corpo. De repente me vem a imagem daquela garota na memória e me
lembro que deixei o meu blazer no quarto com ela, mas isso não me importa
mais.
Aquela garota tem um belo corpo, ainda sinto o gosto do seu seio na
minha boca de tão saboroso, ela é linda, além de muito gostosa, e pensar que
nenhum homem a tocou ainda me faz desejá-la ainda mais, a sua semelhança
com a minha falecida esposa me deixa atordoado e talvez por isso a estou
desejando tanto, como uma mulher tão linda como ela pode ainda ser virgem?
Eu não sei a sua idade mas ela parece ser nova, mas mesmo assim já deve ter
tido alguns namorados e pelo visto nenhum deles era homem de verdade, ou
já teriam ganhado aquela linda mulher.
Não sou fã de garotas virgens mas aquela em especial está me
tentando a querê-la antes dos outros, o problema é que talvez ela fique
traumatizada com a minha brutalidade, já que ela não quer se deitar com
ninguém, nem mesmo comigo que sou literalmente o seu dono, já que ela foi
comprada com o meu dinheiro e está na minha boate.
Ainda não estou acreditando que ela me mordeu, encaro as marcas do
seus dentes no meu braço e sorrio me lembrando do quanto ela estava com
medo de mim, mas será que esse medo todo é apenas porque ela é virgem e
tem receio de se entregar a alguém? Ou aconteceu alguma coisa com ela?
Pode ser apenas medo por ter que se deitar com outros homens por dinheiro,
pois já vi que ela não quer isso, mas se ela está lá para trabalhar então ela terá
que se acostumar com isso.
Logan é um cretino filho da mãe, ele está se achando o dono da minha
boate fazendo coisas e tomando decisões sem me consultar, mas eu vou
cortar as asinhas dele logo, esse infeliz é apenas um funcionário e não vai
voar alto no meu território, nem ele e nem ninguém.
Eu nunca comprei uma pessoa antes e nunca passou pela minha
cabeça fazer isso, bom, pelo menos eu não comprei uma pessoa para ser
minha como Logan fez, mas comprei o silêncio de muita gente, já comprei
amizades e principalmente o sexo, também já comprei favores entre outras
coisas mas nunca comprei um der humano, e não aprovo isso, mas agora a
merda já foi feita e eu vou ter que lidar com isso.
Termino o meu banho e me enrolo em uma toalha, vou para o meu
closet e visto apenas uma cueca e me jogo na minha cama. Me lembro do
jantar na casa dos meus pais e sei que eles estão muito decepcionados
comigo, afinal eu não tenho sido o filho carinhoso de antes, mas eles tem que
compreender a minha dor, já fazem cinco anos mas mesmo assim eu ainda
sofro a morte da minha família, eu ainda me sinto incompleto sem Laís e
David aqui comigo. Meu Deus, eu os amava tanto, a minha vida acabou
quando descobri que havia os perdido, se eu pudesse voltar no tempo e trocar
a minha vida pela deles eu faria, mas infelizmente nada pode ser feito e por
isso nada voltará a ser como antes, nunca mais sofrerei por nada e nem por
ninguém além das únicas pessoas que têm o meu coração, meus pais e minha
irmã.
Mesmo me afastando da minha família eu os amo e sou capaz de tudo
por eles, eles são a minha única razão de ainda estar vivo e somente eles terão
o meu amor.
DUAS SEMANAS DEPOIS...

Já fazem duas semanas que estou largada nesse inferno


chamado "Pleasure House", graças a Deus eu não estou atendendo nenhum
cliente e é isso que tem me mantido tranquila, por algum motivo o Sr. Logan
me colocou para atender as mesas e as vezes eu trabalho no balcão, junto com
Paulo e outras meninas. Já vi todo tipo de homem nesse lugar e até mesmo
mulheres procurando diversões com outras mulheres, estou sendo muito
assediada nesse lugar e Logan sempre faz questão de dizer que vai ganhar
muito dinheiro comigo, até ameaçou leiloar a minha virgindade para ver
quem pagaria mais por uma noite comigo, eu fiquei apavorada e até tentei
fugir desse lugar, mas é óbvio que não consegui, eles colocam muitos
seguranças vigiando esse lugar e também as garotas.
Pelo que fiquei sabendo todas essas garotas vieram parar aqui porque
conta própria, eu até pensei que elas tivessem sido traficadas, mas não, são
elas que procuram essa vida ambiciosas pela alta grana que conseguem aqui,
realmente essa boate só recebe pessoas de alto nível, ou seja, ricos e
milionários dispostos a pagarem o que for por uma diversão garantida, eu não
sei até quando vou conseguir garantir esse benefício de não precisar me
prostituir, mas se eu não conseguir sair logo desse lugar eu não vou conseguir
evitar que o pior aconteça.
Também já faz duas semanas desde o acontecido com aquele homem,
e confesso que fiquei aliviada por não vê-lo mais, eu pensei que ele fosse me
violentar naquele dia, mas por algum motivo ele não o fez e também sei que
foi pelo fato de eu ainda ser virgem, se eu puder usar isso a meu favor, com
toda certeza eu irei fazer, mas se eles decidirem usar isso a favor deles eu
estarei ferrada literalmente.
Aquele homem que se chama John ficou de voltar naquela mesma
noite mas não o fez, isso me fez respirar aliviada. Logan foi até o quarto
mandar eu me vestir e descer para trabalhar e se surpreendeu ao vez a minha
roupa toda rasgada, mas não questionou nada, apenas mandou eu me vestir e
descer para o salão.
Fiquei apreensiva todos esses dias achando que aquele homem
voltaria para terminar o que começou, mas graças a Deus ele não apareceu
mais por aqui, eu fiquei com o seu blazer e tenho que confessar que o seu
cheiro parece impregnado na minha pele, como se ele próprio estivesse me
tocando e isso me deixa confusa e assustada ao mesmo tempo, porque o
único homem que tentou até hoje conseguir tirar a minha virtude, foi aquele
monstro do meu padrasto, mas por um milagre divino eu sempre consegui
evitar que o pior acontecesse, mas agora aqui nesse lugar, não sei se terei a
mesma sorte com aquele homem e todos os outros, eu espero que Deus ainda
esteja do meu lado me protegendo como tem feito por todos esses anos, a
minha fé tem me salvado até agora e não vou fraquejar nesse momento.
A noite hoje está agitada como sempre, mas por ser final de semana
isso está um inferno de tão cheio. Hoje estou trabalhando no balcão junto
com Adélia e Paulo, os conheci melhor desde o primeiro dia que comecei a
trabalhar nesse lugar, e eles são muito gentis comigo mesmo sem saberem a
situação que me trouxe até aqui. Confesso que não está sendo tão ruim
trabalhar ao lado deles, eu só quero ver até quando m vou continuar assim.
De repente sinto que estou sendo observada, mas muita gente aqui
dentro me encara e me admira a todo momento, eu sinto essa sensação todos
os dias mas hoje é diferente, pois sinto o meu corpo tremer, me sinto tensa e
com medo então passo os meus olhos pelo local e o encontro em uma mesa,
conversando com Logan mas os seus olhos não saem de mim, e isso me
apavora, eu espero que ele não me procure hoje pois estou muito bem sem
nenhum homem tentando me agarrar a força.
Continuo o meu trabalho servindo as bebidas, mas hora ou outra eu
olho discretamente na sua direção, apenas para confirmar o que eu já sabia,
ele está me encarando tão intensamente que meu corpo treme e eu me
atrapalho no que estou fazendo. Paulo chama a minha atenção me explicando
algo sobre as bebidas, algumas garotas da casa se aproximam com alguns
clientes conversando empolgadas e quando me viro novamente para o outro
lado, o vejo ali na minha frente sendo rodeado pelas meninas que se jogam
em cima dele.
— Vamos subir hoje chefinho? Já faz três semanas que não me dá
atenção. — Diz uma das garotas penduradas em seu pescoço.
— Mas eu também estou com saudades dele, Kelly, é a minha vez de
subir com o nosso chefe. — Diz outra garota se esfregando nele passando as
mãos em pelo seu peito e ele sorrir, me deixando sem fôlego de tão tensa.
— Eu sinto muito meninas, eu poderia dar conta de todas vocês mas
hoje eu estou com pressa... Hoje eu quero ela! — Ouço sua voz firme me
fazendo engolir a seco, mas quando levanto os meus olhos suspiro aliviada
por vê-lo encarando Adélia.
Um alívio imenso toma conta do meu corpo e Adélia sorrir, indo ao
seu encontro.
— Quanta honra, ser escolhida pelo todo poderoso sem precisar me
oferecer. — Comenta ela toda sorridente abraçando aquele homem que a
abraça de volta. — Quem sabe amanhã ou depois você não tenha a mesma
sorte, novata... Basta ser obediente e terá mais uma chance com o nosso
chefe. — Adélia me encara com um sorriso malicioso, me fazendo
estremecer ao ouvir tal coisa mas me recomponho imediatamente.
— O meu nome é Laura, Adélia, e não novata... E espero que o nosso
chefe não se incomode, pois essa sorte eu não quero, prefiro deixar as minhas
colegas se divertirem a vontade, eu estou bem onde estou. — Encaro
fixamente os olhos azuis daquele homem enquanto separo alguns copo para
servi as bebidas.
Ele me encara furioso mas não diz nada, as garotas a sua volta me
encaram surpresas e espantadas ao mesmo tempo, então ele sai arrastando
Adélia em direção as escadas, como uma mulher pode gostar de ser tratada
com brutalidade como esse homem faz? Só essas loucas mesmo.
— Você não devia ter falado daquele jeito Laura... Muito menos na
frente das garotas, o chefe não gosta de ser rejeitado como você acabou de
fazer... Entrega isso na mesa três, por favor. — Me alerta Paulo me
entregando uma bandeja mas eu não vou me intimidar pelo que ele disse.
— Eu não tenho medo desse homem... Ele não vai tocar em mim e
ponto final...! Ninguém vai tocar em mim. — Digo em um tom firme
enquanto pego a bandeja e saio de trás do balcão, saindo para servir a mesa.
Passo entre as pessoas com a bandeja nas mãos e hora ou outra sinto
mãos acariciar os meus cabelos, ou o meu braço, e até mesmo a minha
cintura, ouvi algumas cantadas baratas e outras bem obscenas fazendo o meu
estômago revirar, servi a mesa indicada na comanda e voltei para bar
pegando outra bandeja indo servir outras mesas, mas quando vou voltando
para pegar outra bandeja, sinto uma mão me puxar com força fazendo eu me
chocar contra um tórax duro.
— Estou sabendo sobre a sua gracinha de agora pouco, você
realmente não tem noção do que pode acontecer com você aqui dentro, não
é...? Se você contrariar o John mais uma vez eu mesmo vou dar um corretivo
em você, está entendendo ou quer que eu desenhe sua vadiazinha? — Logan
me encara furioso e eu engulo a seco o encarando com os olhos arregalados.
— Você devia ter pensado nisso antes de aceitar comprar um ser
humano como se fosse uma mercadoria... Você quer me castigar então faça
isso! Mas eu não vou fazer o que vocês querem, prefiro morrer apanhando do
que me deitar com qualquer um aqui dentro! — Digo entre dentes o
encarando com nojo então me solto do seu aperto voltando para o bar.
Não vou ficar me intimidando assim tão fácil, porque sei que não vou
valer nada para eles morta ou machucada, bom, assim espero porque eu não
vou aceitar a me prostituir assim com tanta facilidade, não é isso que eu
quero para mim e vou lutar contra isso até o fim!
Não posso aceitar vender o meu corpo assim dessa maneira, e mesmo
que ele me espanque ou me mate, não vou fazer isso por vontade própria.
Chego no bar para pegar outra bandeja mas Paulo pede que eu
continue atrás do balcão com ele, deixo outras meninas servindo as mesas e
me distraio com as cantadas que Paulo ganha de mulheres, mas de homens
também. Paulo como um ótimo funcionário da casa não recusa nada e aceita
subir com um cliente até o final da noite, e pelo que ele me contou ele vai
ganhar uma grana boa com esse programa, mas mesmo assim essa grana toda
não me deslumbra como todas essas mulheres e homens que trabalham aqui,
ficarei satisfeita se me esquecerem atrás desse balcão já que não vão me
deixar ir embora, mas eu não serei uma garota de programa, isso jamais.
Um tempo depois eu estou distraída no bar, recusando alguns convites
para o programa, e ao mesmo tempo tentando servir a todos que aparecem
aqui, um cara me puxa pela nuca tentando me beijar e eu lhe acerto um tapa
em seu rosto chamando atenção de algumas pessoas ali perto, o cliente me
encara chocado e se afasta fazendo sinal para Logan.
— Merda...! Agora eu estou ferrada. — Sussurro segurando forte a
mão de Paulo que me encara com os olhos arregalados.
Vejo Logan vir na minha direção mas de repente o Sr. John se coloca
na frente dele dizendo algo, mas se vira indo em direção as escadas. Tento me
fazer de desentendida dando continuidade ao meu trabalho, fingindo não ter
visto aqueles dois, mas de repente sinto uma mão em meus cabelos me
puxando com tudo, seguro a sua mão tentando me soltar mas não consigo,
Logan me arrasta em direção as escadas e solta o meu cabelo segurando o
meu braço com força.
— Eu te avisei para se comportar mas você não me ouviu, garota
burra! Você tinha tudo para se dar bem aqui dentro mas acabou de jogar a sua
chance fora... Agora você vai ter o corretivo que você merece, só é uma pena
não poder fazer isso eu mesmo. — Diz enquanto me arrasta escada acima
então entramos no corredor indo em direção aos quartos.
Não vou negar, estou com medo, me sinto trêmula e apavorada.
— Me solta seu canalha miserável...! Você está me machucando me
solta! — Peço entre dentes para não fazer um escândalo e vejo que estamos
indo para o final do corredor. Meu coração dispara! Não pode ser o que
estou pensando! Não pode!
— Você acha que eu estou te machucando, sua vadiazinha? Então
espera para ver o que o chefe vai fazer com você. — Diz com deboche
enquanto nos aproximamos cada vez mais da porta, e assim que o fizemos ele
abre a mesma me jogando lá dentro.
— Seu desgraçado de merda...! Aprende a tratar uma mulher seu
covarde. — Esbravejo caída no chão e me levanto me apressando para chegar
até ele, mas o mesmo levanta a mão para mim, afim de me bater.
— Já chega Logan! Retire-se! — Ouço aquela voz estridente atrás de
mim e me viro abruptamente o encarando surpresa.
Ele está com as mãos nos bolsos e a camisa aberta mostrando o seu
peitoral, seu olhar é neutro, não consigo decifrar o que ele quer comigo nesse
momento, mas espero que não seja o que eu estou pensando.
— Se precisar de ajuda é só chamar chefe... Eu também estou louco
para dar um corretivo desses nessa malcriada. — Logan me encara com
malícia antes de sair fechando a porta, engulo a seco aqui parada no meio do
quarto feito uma estátua amedrontada.
Me viro lentamente para encarar mais uma vez aquele homem, mas de
repente vejo sua mão vir de encontro ao meu rosto em um tapa forte que me
faz ir parar no chão, o encaro com os olhos arregalados pelo susto do seu ato.
Ele se aproxima sem dizer nada e se abaixa na minha frente me encarando
sério.
— Esse tapa foi para pagar a bofetada que você deu em um dos
nossos clientes... Se tem uma coisa que você precisa aprender docinho, é que
os cliente sempre tem razão, esse é o segredo dos negócios e eu prometi
castigar uma diabinha revoltada. — Ele me encara fixamente enquanto eu me
rastejo me afastando dele.
— Eu sinto muito em te informar senhor... Mas você não lucrará as
minhas custas, as custas do meu corpo! Nem você e nem cliente algum, então
se quiser começar a me castigar agora, vai em frente... Porque eu prefiro ser
castigada, prefiro morrer a me vender como uma prostituta porque eu não sou
uma! — Digo entre dentes o encarando fixamente nos olhos enquanto me
afasto dele, o mesmo me encara surpreso.
— Então você prefere morrer a se deitar com um cliente? Prefere
apanhar do que ganhar uma boa grana para fazer alguns homens felizes por
algumas horas? — Pergunta com um sorriso irônico se levantando sem tirar
os seus olhos de mim, também me levanto.
— Sim eu prefiro... Como o senhor mesmo sabe eu não estou aqui
porque quero, eu fui vendida por um filho da puta assim como você que só
pensa em si mesmo... Um monstro desalmado. — Esbravejo furiosa deixando
algumas lágrimas caírem e me viro correndo em direção a porta.
Mas assim que toco a maçaneta sinto seu corpo me pressionar contra
a porta girando a chave na fechadura, ele tranca a porta e tira a chave
colocando-a em seu bolso, ele me vira abruptamente mas o empurro tentando
me livrar dele, mas ele é muito forte e segura os meus pulsos com força.
— Você me acha um monstro, é isso...? Pois saiba que eu posso ser
muito pior que um monstro, docinho, você não me conhece, não sabe do que
eu sou capaz então é melhor você parar de show, garota! A minha paciência
tem limites...! Não me faça te dar uma surra e te largar presa nesse quarto
sem água e sem comida, porque é isso que vai acontecer se você não me
obedecer... Agora tira essa roupa e vai pra cama! Estou cansado de perder o
meu tempo com você. — Esbraveja me puxando de volta até o meio do
quarto mas me debato tentando me soltar dele.
— Me solta! Por favor eu não vou fazer isso! Por favor não me obriga
a fazer isso...? Eu não quero por favor? — Peço tentando me soltar dele mas
o infeliz me joga com tudo na cama se pondo sobre mim.
— Eu não queria fazer isso mas você está me brigando... Não curto
virgens mas eu preciso te mostrar que comigo não se brinca, ouviu bem? —
Seu tom é furioso enquanto rasgando a minha blusa e em seguida a minha
saia me deixando somente de calcinha. De novo não por favor!
Tento mais uma vez me soltar dele mas ele segura as minhas mãos
acima da cabeça encarando fixamente os meus seios nus, ele encara os meus
olhos e depois a minha boca, mas não me beija.
— Eu vou tentar não ser tão bruto com você... Mas para isso você
precisa se comportar está me ouvindo? Você vai ser minha de um jeito ou de
outro, então faça isso se tornar menos doloroso para você. — Diz com os
olhos fixos nos meus mas encara a minha boca.
Quando penso que ele vai me beijar, sinto sua boca tocar o meu
pescoço chupando a minha pele enquanto uma de suas mãos acaricia os meus
seios, sinto o meu corpo estremecer e uma sensação estranha me dominar,
ofego de olhos fechados e percebo que não estou com medo dele, e sim dessa
sensação que ele me causa, me assusto com as reações do meu corpo quando
a sua boca quente toca o meu seio sugando o meu mamilo, me fazendo gemer
com os olhos arregalados.
— Ahhh... Me solta...? Não faz isso! Por favor...? Ohhh... Por
favor...? — Sussurro tentando soltar as minhas mãos mas não consigo.
Sua mão livre desce pelo meu corpo e toca a minha intimidade por
cima do tecido da calcinha, me fazendo arquear e gemer de olhos fechados. O
que está acontecendo comigo? Porque eu não tenho medo dele como tenho
dos outros?
— Eu não acredito... Porra porque está me evitando se fica
molhadinha com o meu toque...? Você me quer... Ohhh docinho eu sei que
me quer. — Afirma com a voz mais rouca que o normal e eu me assusto com
a sua confirmação.
— Me solta...! Não faz isso senhor por favor...? Não faz isso? — Me
desespero para me soltar dele envergonhada pela sua constatação, pois ela
não é totalmente mentira.
Ele me encara confuso e surpreso ao mesmo tempo, mas me solta se
sentando sobre os seus calcanhares, me encolho no canto da cama abraçada
ao meu corpo completamente envergonhada pelo que deixei acontecer aqui.
— Você é muito linda... Mas eu preciso saber se também é tão
gostosa o quanto parece, porra você está molhadinha.... Me deixe sentir o seu
gosto? Por hoje eu prometo não fazer mais nada além disso, mas me deixe
chupar você...? Eu estou fazendo um esforço absurdo para não possuí-la a
força, então me deixe chupá-la...! Agora! — Seus olhos dilatados de desejo
me encaram de um jeito faminto, eu estou tão surpresa que não consigo dizer
nada. — Vou tomar o seu silêncio como um sim! — Diz me puxando pelas
pernas me fazendo deitar novamente.
O encaro ofegante e assustada e ele puxa a minha calcinha rasgando-a
com brutalidade, tirando do meu corpo e abre as minhas pernas, ele fixa os
seus olhos na minha intimidade e me encara enquanto se abaixa entre as
minhas pernas, o encaro com os olhos levemente arregalados então sinto um
calor absurdo dominar o meu corpo quando a sua língua desliza pela minha
intimidade.
— Oh meu Deus... Céus o que é isso...? Ohhh... Ahhh... — Sussurro
ofegante me contorcendo na cama agarrando os lençóis com força, tentando
entender que sensação é essa.
Sua língua desliza por toda a minha intimidade e sua boca suga com
vontade o meu ponto sensível, me fazendo quase gritar com essa sensação
inebriante, sinto suas mãos agarrar as minhas coxas me puxando contra a sua
boca me fazendo delirar.
Eu sabia que ela é tão gostosa quanto aparenta ser, seu gosto é
maravilhoso, é viciante e está me enlouquecendo, quanto mais eu chupo a sua
intimidade mais eu quero chupar, estou ansioso para sentir o seu mel escorrer
na minha boca e sei que isso não vai demorar para acontecer. Ela geme e se
contorce rebolando na minha boca enquanto subo as minhas mãos até os seus
seios, acaricio e aperto sutilmente os seus mamilo e brinco com a minha
língua na sua intimidade, sinto o meu pau latejar e babar dentro da calça, se
ela não gozar logo quem vai gozar sou eu, isso não pode ser possível! Mas os
seus gemidos e sussurros são tão sexy e enlouquecedor que se continuar
assim, eu não vou resistir.
— Goza Laura...! Goza na minha boca vai...! Ohhh eu estou
mandando, me obedeça! Agora Laura...! Ohhh... — Gemi na sua intimidade
chupando-a com mais vontade, me controlando para não pegá-la de jeito já
que prometi não fazer isso. Sinto o seu corpo tremer.
— Oh meu Deus... Ohhh... Não... Não... Ahhh... — Geme tentando
fechar as pernas mas não deixo, ela goza derramando o seu líquido na minha
boca.
— Cacete...! Ohhh... Merda! Ahh gostosa.. Muito gostosa. — Gemi
sugando o seu líquido delicioso e gemi segurando firme o meu pau, latejando
dentro da calca.
Eu não acredito nisso! Gozei nas calças apenas chupando essa garota,
isso só pode ser brincadeira. Encaro o seu corpo nu na cama completamente
sem forças e ela se encolhe na cama, abraçando o seu corpo me encarando
envergonhada.
— Me desculpa... Eu não queria ter feito aquilo. — Se desculpa de
cabeça baixa se referindo ao seu orgasmo, e mal sabe ela o estrago que isso
me fez.
Não digo nada, apenas me levanto e vou para o banheiro perplexo por
essa garota me fazer gozar nas calças. Bato a porta do banheiro ainda não
acreditando no que aconteceu aqui, e tudo que vem na minha mente é a sua
intimidade tão linda e macia, seu pontinho rosadinho, ela é deliciosa demais
para uma simples virgem.
Tiro a minha roupa e tomo um banho rápido ainda sentindo o meu pau
duro, ele só vai sossegar quando entrar naquela bucetinha deliciosa na minha
cama. Depois do banho me enrolo em uma toalha e pego a chave do quarto
no bolso da minha calça, saio do banheiro e vejo Laura ir em direção a porta
enrolada no lençol da cama.
— Onde pensa que vai...? Eu não te dei permissão para sair, além
disso a chave está comigo docinho. — Alerto-a antes de entrar no closet ao
lado do banheiro e ela me encara ainda envergonhada.
— Eu preciso voltar para o quarto... Onde durmo com as outras
garotas, preciso me trocar, o senhor rasgou as minhas roupas. — Diz com a
voz trêmula tentando não olhar para o meu corpo. Me aproximo dela
deixando-a ainda mais nervosa.
— Não quero que saia desse quarto, a partir de hoje você dorme aqui
e está proibida de atender qualquer outro homem ou mulher que entre nesse
lugar interessado em você... Tem câmeras por todos os lugares aqui dentro,
então se você ficar com alguém eu vou saber. — A encaro fixamente e a vejo
me encarar surpresa e perplexa ao mesmo tempo.
— Eu não faço questão de ficar com nenhum cliente aqui dentro, e já
deixei isso bem claro... Mas eu não entendo o porquê tenho que ficar aqui,
você disse que não me perturbaria mais por hoje então porque vai me deixar
trancada? Porque estou sendo castigada? Vai me deixar aqui trancada
morrendo de fome como disse antes? — Pergunta se aproximando de mim
nervosa e eu puxo o lençol que cobre o seu corpo, deixando-a ainda mais
envergonhada tentando cobrir os seus seios e sua intimida com as mãos.
— Em primeiro lugar, eu não estou te castigando, só quero que fique
aqui onde tem mais conforto e privacidade para você... Em segundo lugar,
você não vai ficar trancada, vai poder sair do quarto quando quiser mas não
vai poder sair da casa como as outras garotas... Não quero que fuja e me dê
trabalho para procurá-la... Em terceiro lugar, eu jamais te deixaria com fome,
acredita ou não, eu não sou esse monstro que você diz que eu sou. — Me
aproximo mais dela e puxo-a pela cintura colando o seu corpo nu ao meu,
deixando-a extremamente ofegante e trêmula.
Ela segura os meus braços com força me encarando fixamente, me
excito ainda mais ao sentir seus seios escorregar no meu peito molhado
fazendo a minha pele se arrepiar, encaro a sua boca louco para beijá-la mas
não o faço, não beijo prostitutas e mesmo sabendo que Laura ainda não é uma
delas, não sei se devo fazer isso, porque depois que eu a tiver e me cansar
dela, Laura terá que começar a trabalhar como todas a outras e será uma
prostituta como outra qualquer, não gosto de mulheres me fazendo cobranças,
além disso, tenho as minhas regras para me deitar com uma garota de
programa, mas por algum motivo eu sinto uma imensa vontade de beijá-la
pois seus lábios gritam por mim, a sua semelhança com a minha falecida
esposa também não está me ajudando muito.
— Não está furioso comigo...? Não vai mais me castigar? Vai desistir
de conseguir o que quer comigo...? Vai me deixar em paz? —Pergunta em
um sussurro ofegante e sinto seu corpo mole.
— Eu jamais desisto do que eu quero... E agora mais do que nunca eu
quero você, e vou ter, Laura. — Seguro firme a sua cintura prendendo mais
ela ao meu corpo.
Ela pisca algumas vezes e se solta de mim voltando a pegar o lençol
do chão, cobrindo o seu corpo nu.
— Eu não preciso de regalias, mordomias e nada do tipo, eu sei me
virar sozinha e não preciso de você para me ajudar em nada... Eu vou voltar
para o meu quarto agora mesmo. — Retruca irritada me encarando furiosa e
se vira para sair, mas seguro o seu braço.
— Porque você não deixa de ser teimosa garota? Eu não estou te
dando opções, eu estou te dando uma ordem entendeu...? Você vai ficar aqui
e ponto final! E se você me desobedecer com toda certeza será castigada. —
Contesto também irritado por ela estar sempre me enfrentando dessa maneira
descabida.
— Eu não vou ficar aqui só porque você está mandando, você não
manda em mim... — Me enfrenta novamente se alterando tentando se soltar
de mim mas a interrompo.
— SIM! EU MANDO EM VOCÊ! VOCÊ FOI COMPRADA COM
O MEU DINHEIRO ENTÃO É MINHA! E VAI FAZER O QUE EU
MANDAR, PONTO FINAL...! É bom você parar de ficar me enfrentando
garota, eu fui muito bonzinho com você até agora mas a minha paciente já
está no limite, ouviu bem? — Grito irritado fazendo ela me encarar assustada,
mas seu espanto não dura muito. Garota atrevida!
— Eu não pedi para ser comprada senhor, agora aguentem as
consequências...! Ou me atuarem ou me matem, não vai fazer muita
diferencia já que vou ter que ficar nesse inferno...! Eu passei a minha vida
inteira sofrendo nas mãos daquele desgraçado... Para depois cair nas mãos de
gente igual ou pior que ele. — Rebate ainda mais irritada então ela chora ao
falar do homem que a vendeu, deve ser um canalha assim como Logan que a
comprou. — Eu só vou parar quando o meu sofrimento acabar, então vocês
escolhem eu não me importo... Ou me aturem ou me matem já que não vão
me deixar ir embora... — Esbraveja voando em cima de mim com tapas e
socos em meu peito, seguros as suas mãos fazendo o lençol cair ao chão
descobrindo o seu corpo.
Ela tenta se soltar a todo custo então jogo ela na cama me pondo
sobre ela, tentando acalmá-la, mas em meio aos movimentos bruscos que fiz
a toalha se soltou do meu corpo me deixando completamente nu assim como
ela, Laura se desespera para me tirar de cima dela mas seus movimentos
apenas me excitam mais ao sentir o meu pau se esfregar na sua coxa.
— Me solta...! Por favor me solta...? Por favor...? — Pede ofegante,
nervosa tentando em vão se soltar.
— Se não parar de se mexer... Eu posso entrar em você facilmente...
Ohhh... Eu não quero te machucar Laura, então fique quieta por favor! —
Peço ofegante me controlando para não me deixar mover pelo desejo de estar
dentro dela.
Laura me encara assustada com os olhos extremamente arregalados e
para de se mexer, estamos os dois ofegantes, ela apavorada e eu excitado
louco para meter nela com força, mas eu prometi não perturbá-la mais por
hoje e vou cumprir, não sei porque estou sendo tão bonzinho com ela mas
nesse momento também não me interessa saber, eu só quero sair daqui sem
machucá-la.
— Assim como eu, tem muitos clientes querendo você Laura... Tem
gente disposto a pagar duzentos mil por uma única noite com você, e sei que
não quer isso, certo...? O problema é que Logan é ganancioso demais, e pode
desobedecer as minhas ordens... Por isso, se você ficar no outro quarto eu não
poderei proteger você... Aqui, nesse quarto você estará mais segura, pode sair
do quarto quando quiser mas... Você tem que dormir aqui está me
entendendo? — Encaro a sua boca enquanto ela me escuta atenta ainda com
os olhos arregalados.
— Tudo bem... Eu fico aqui. — Sussurra ofegante também encarando
a minha boca, mas desvia para os meus olhos.
— Boa garota... Agora eu preciso ir... Tem roupas minhas no closet
caso queira se vestir. — Ofereço as minhas roupas espontaneamente e me
surpreendo com as minhas próprias palavras. Porque ofereci as minhas
roupas para ela vestir?
— Porque está me ajudando...? Porque quer me proteger? — Pergunta
em um fio de voz e a sua pergunta me pega de surpresa.
— Eu ainda não sei... Mas vou descobrir. — Mais uma vez encaro a
sua boquinha linda e me levanto antes que eu faça algo de que eu vá me
arrepender depois.
Não digo mais nada, apenas vou até o closet e pego uma muda de
roupa limpa para me vestir, uma calça e camisa social e os sapatos eu calço
os mesmos, passo as mãos no cabelo e volto para o quarto encontrando Laura
sentada na cama, novamente com o lençol em volta do seu corpo. Ela me
encara meio sem graça e se levanta vindo na minha direção, mas passa direto
para o banheiro sem me encarar, seguro o seu braço fazendo-a parar, ela me
encara apreensiva.
— Faz o que mandei e não volte para o outro quarto... Pela primeira
vez em anos eu quero ser o primeiro de uma virgem. — A encaro fixamente
ainda segurando o seu braço mas ela se solta abruptamente, virando o rosto
entrando no banheiro batendo a porta.
Essa garota é bipolar, no mesmo instante em que está prestes a se
entregar para mim ela me rejeita, como pode isso? E porque eu estou
gostando de tentar domar essa gata selvagem? Talvez porque já estou
acostumado com outras fáceis demais, nunca precisei ficar na vontade
correndo atrás de outras garotas, eu até gosto quando elas brigam para ver
quem vai ficar comigo por algumas horas, elas até já tentaram me dopar para
tentar passar uma noite inteira comigo, mas não funcionou, mesmo dopado eu
consegui ir embora e quando descobri pelas câmeras o que fizeram, lhes dei o
devido castigo para que aquele episódio não se repetisse mais, por causa de
uma todas tiveram que passar duas noites transando sem parar com muitos
clientes e sem ganhar um só centavo, toda a grana paga veio para o meu
bolso, além de uns bons tapas que elas levaram, eu até me divertir com isso
pois nunca mais elas tentaram dormir comigo ou ficar além do tempo
necessário.
Jamais dormi com outra mulher desde que perdi a minha esposa,
nenhuma das que estiveram comigo estava a altura de merecer tal façanha, e
por mim vai continuar assim porque não quero nenhuma mulher pegando no
meu pé no dia seguinte, quando eu a mandar embora, sempre foi e sempre
será assim, uma transa e cai fora, nada mais além disso e com essa Laura não
será diferente. Confesso que ela está sendo um pouco mais esperta que as
outras ao me enrolar para se entregar a mim, mas no final todas me querem e
eu sempre consigo o que quero.
Tenho que admitir que essa garota é mesmo muito gostosa, eu ainda
estou espantado por ter gozado sem nem ao menos ter entrado nela como eu
queria, e o seu sabor? Minha nossa é maravilhoso , é algo que eu jamais
provei igual, quando ela se entregar para mim e sei que isso acontecerá em
breve, eu vou aproveitar bastante daquele corpinho perfeito que ela tem, vou
entrar naquela bocetinha com força até eu me cansar pois sempre aparecem
garotas novas querendo trabalhar aqui, e é nessas horas que eu escolho o meu
próximo brinquedinho par ame digerir.
Olho no relógio e já passa da meia noite, olho mais uma vez em
direção ao banheiro imaginando-a no chuveiro e a água escorrendo pela sua
pele morena. Decido sair daqui antes que eu cometa uma louca. Destranco a
porta deixando a chave nela por dentro e saio do quarto passando pelo
corredor, vejo alguns clientes saindo e outros entrando com algumas das
garotas e essas movimentação me deixa satisfeito.
Desço a escadaria entrando no salão e procuro por Logan, mas não o
encontro, vou até o segurança em pé à frente da escadaria e dou ordens para
vigiarem cada passo de Laura, e também de Logan, ele anda muito rebelde
contrariando as minhas ordens e não quero ter que me aborrecer com ele.
Peço para mandarem um segurança para a minha suíte e não deixar
ninguém além de Laura entrar ou sair de lá, aviso para não deixarem ela no
mesmo quarto que as outras meninas caso ela insista em querer ficar lá. Saio
da boate e sigo para casa dos meus pais que já estão me esperando a horas e
só agora me lembrei deles.
Poucos minutos depois eu entro pelos portões da mansão Sarkozy
onde não venho já há algumas semanas. Paro o meu carro na entrada da casa
e assim que passo pela porta, vejo minha mãe e minha irmã andando pela sala
conversando com algumas pessoas, eu jurava que essa festa era amanhã mas
por sorte, minha doce e gentil irmã me alertou, na verdade ela me ameaçou
dizendo que contaria a mamãe que eu me esqueci dela justo no dia do seu
aniversário, com toda certeza ela passaria uns dois meses magoada
reclamando no meu ouvido e isso é tudo que eu quero evitar.
— Ora ora! Vejam se não é o meu filho mais velho chegando, e
também o mais ingrato... Eu jurava que você iria se esquecer de mim hoje
John, já faz uma eternidade que você não aparece por aqui, parece até um
turista que só vem uma ou duas vezes no ano visitar a cidade. — Reclama
minha mãe dramatizando a minha ausência.
— Me desculpe mamãe, ando trabalhando muito por isso quase não
venho aqui... Mas você sabe onde eu moro e pode me visitar quando quiser,
eu nunca a impedi disso. — Rebato recebendo o seu abraço e lhe dou um
beijo na testa.
— Eu sei onde você mora e toda semana vou te visitar, o problema é
que você nunca está em casa para me receber e não atende as minhas
ligações, Deus nos livre mas se morrer alguém na família você não vai ficar
sabendo, já que faz questão de se afast... — Retruca em um tom severo me
encarando séria e eu me aborreço com as suas cobranças.
— Se for para ficar me criticando ou me passando sermão eu posso ir
embora agora mesmo, mamãe! Eu vim aqui apenas para te dar um beijo e
desejar feliz aniversário, mas parece que a minha presença te incomoda ao
invés de te deixar feliz com isso. — Digo em um tom rude mas me arrependo
no minuto seguindo, mas como não sou de pedir desculpas fico calado.
— Me desculpe filho... O problema é que eu me preocupo com você,
já faz cinco anos desde que... — Ela toca na minha ferida então a interrompo.
— Eu vou indo mamãe, acho que foi um erro eu vir até aqui, não
quero falar desse assunto... — Contesto já me virando para sair mas ela me
segura pelo braço.
— Espera John! Conversa comigo filho? Por favor se abra comigo...?
Me deixa entender o que está acontecendo com você? Me deixe te ajudar...?
Me deixa sofrer junto com você meu querido eu sou sua mãe. — Seu tom
emocionado faz o meu peito se apertar mais que o normal.
— Eu não gosto de falar sobre isso mamãe... Ainda me dói muito a
falta que eles me fazem eu... Eu preciso ir. — Volto em direção a porta e
mais uma vez ela segura o meu braço.
— Vem comigo John! Só vai demorar um minuto e você me deve
muito mais que um minuto meu filho. — Diz ela me arrastando em direção
ao escritório e eu decido fazer a sua vontade, já que é o seu aniversário.
Seguimos pelo corredor em direção ao escritório mas passamos direto
por ele, não ligo e continuo seguindo-a, já que ela está praticamente me
arrastando. Três portas depois do escritório do meu pai ela abre uma porta
onde era a sala de brinquedos de David, meu coração acelera e em meu peito
uma dor aguda começa a martelar.
Entramos naquela sala e ela está exatamente como eu a vi há cinco
anos atrás, com uma diferença, há uma enorme foto na parede que indo do
chão ao teto e isso me faz cair de joelho, me entregado as lágrimas, é a foto
do meu filho, é a foto de David impressa na parede em um tamanho gigante,
sinto como se meu filho estivesse aqui comigo nesse momento, sinto a
presença da minha esposa ao meu lado e isso me traz uma paz de espírito tão
grande, como jamais sentir antes.
— Todos os dias eu, seu pai e sua irmã entramos aqui... Olhamos para
essa foto e rezamos pedindo para que de onde ele estiver, ele sinta o nosso
amor e a nossa saudade... Que ele consiga restaurar o seu coração meu filho...
Porque sabemos que você não é mais o mesmo desde aquele terrível
acidente... Até hoje nós sofremos em silêncio sem podermos fazer e nem falar
nada, nós sentimos a sua dor John... Eu entendo esse seu isolamento filho,
mas David e Laís não iriam gostar de te ver assim, já faz cinco anos John...
Você precisa parar de se culpar, você não teve culpa de nada meu filho... Foi
uma fatalidade, um terrível acidente, mas não foi sua culpa. — Mamãe se
abaixa ao meu lado chorando tanto quanto eu, abraço-a forte lhe mostrando
as minhas fraquezas.
— Meu peito dói mamãe... Meu coração sangra toda vez que penso
neles... Eu parei no tempo, não consigo seguir sozinho sem eles... Eu não
consigo mamãe... A morte deles é um fardo muito pesado para eu carregar,
mas eu não consigo me livrar disso... Era para ser eu no lugar deles, meu
Deus, David só tinha dois anos... E agora estou nesse mundo sozinho sem
meu filho e minha esposa. — Desabafo entre lágrimas então sinto outros
braços me envolverem.
— Você nunca esteve sozinho filho, nós sempre estivemos aqui com
você, você apenas não nos deixa nos aproximar, não nos deixa te dar o amor
e o carinho que você precisa... Você sofreu por todos esses anos mas você
nunca esteve sozinho John... Somos a sua família, nos deixe fazer parte a sua
vida outra vez meu filho? — Meu pai se joelha na minha frente e eu o abraço
forte deixando sair toda a dor do meu coração.
Sinto minha irmã também me abraçar me dizendo palavras de
conforto e carinho em meio as suas lágrimas, só então percebo tudo que estou
perdendo ficando longe deles. Eu não posso continuar me culpando pela
morte deles, eu sei que foi um acidente mas por algum motivo eu passei a me
culpar por isso, e foi depois que eu comecei a carregar essa culpa que senti a
minha vida mudar drasticamente, me transformando nesse homem rude e sem
sentimentos que sou hoje, essa foi a maneira que encontrei para não sofrer
tanto pelo que aconteceu, essa é a minha maneira de não me apegar a
ninguém e não sofrer por mais ninguém, essa é a minha maneira de camuflar
a minha dor.
Pensa em uma vergonha sem tamanho? Bom, é essa vergonha que eu
estou sentindo por ter deixado aquele homem me tocar daquela maneira, pior
ainda foi o que eu fiz, eu simplesmente me derramei na boca dele e tenho
certeza de que ele desaprovou isso, pois me encarou furioso antes de sair
batendo a porta do banheiro, eu só não entendi o porquê dele dizer que agora
mais do que nunca ele me quer, acho que é pelo simples fato dessa
competição que se iniciou para ver quem vai tirar a minha virgindade, mas se
ele não curte virgens como disse, porque entrou nessa disputa? E porque ele
se preocupou comigo ao pedir que eu ficasse na suíte dele? Porque eu gostei
do que ele fez comigo naquela cama? Porque senti o meu copo em chamas
quando o tive nu sobre mim? Meu Deus, eu falei que não o deixaria tocar em
mim e acabei deixando, o que mais eu vou deixar ele fazer se eu continuar
sentindo essas coisas estranhas que eu sinto quando estou perto dele? Eu
preciso ser mais forte que isso, preciso ser uma sobrevivente aqui dentro para
não me deixar igualar a essas garotas, eu não vou me tornar uma prostituta
como eles querem, eu não posso permitir que isso aconteça.
São três horas da tarde e algumas meninas estão ensaiando a
coreografia de algumas músicas, estou no bar ajudando Adélia a colocar tudo
em ordem para os atendimentos de logo mais a noite.
Depois que aquele homem saiu me deixando sozinha naquela suíte
imensa, eu resolvi desce e me juntar ao Paulo novamente, ele precisava de
ajuda então decidi o ajudar para não me sentir uma prisioneira naquele quarto
imenso, mas no final do expediente quando tentei voltar para o quarto com as
meninas eu fui barrada por um segurança, ele me impediu de entrar no quarto
com elas e me obrigou a voltar para a suíte do chefe, e isso não agradou
algumas das meninas, elas são obcecadas pelo Sr. Sarkozy e se sentem no
direito de intimidar umas as outras para ficarem com ele, se elas soubessem
que eu não faço questão nenhuma de estar naquela suíte elas não me odiariam
tanto, mas confesso que gostei de dormir despreocupada naquela cama
imensa e confortável.
— Você não vai mesmo me dizer como foi a transa de vocês...? A
qual é Laura? Todo mundo sabe da fama de garanhão do nosso chefe, só você
não quer compartilhar a sua primeira experiência com ele amiga? — Pergunta
Adélia pela milésima vez insistindo em saber detalhes da minha noite com o
chefe.
— Eu já falei e vou repetir Adélia! Nós não transamos mulher, ele
apenas me deu um corretivo pela bofetada que eu dei em um cliente, foi só
isso é nada mais. — Digo enquanto lavo alguns copos e ela me encara
desconfiada, sinto o meu rosto esquentar ao me lembrar do que ele fez
comigo ontem.
— E eu já falei que não acredito nessa história então conta outra
Laura, ele te levou para a suíte dele e ainda te proibiu de dormir com a gente,
ele te deixou na suíte dele e você ainda vai insistir que não transou com
ele...? Eu pensei que estávamos sendo amigas mas já que não quer me contar
nada, eu tenho certeza de que estava enganada com você. — Ela diz em um
tom sério e magoado e eu suspiro fundo, a encarando fixamente.
— Adélia eu estou vivendo em uma boate de prostituição, eu não
tenho necessidade de mentir... Eu não transei com ele eu... Eu ainda sou
virgem, está satisfeita? — Insisto envergonhada pois para essas garotas a
virgindade parece uma coisa absurda.
Adélia me encara boquiaberta mas então começa a rir não acreditando
no que eu disse, mas depois da sua crise ela me encara chocada ao constatar
um pequeno fato.
— Oh meu Deus vocês não transaram mesmo... O chefe não gosta de
virgens... Mas então porque ele ficou aquele tempo todo com você na suíte?
Não estou vendo nenhuma marca pelo seu corpo ou pelo rosto... Tem certeza
que ele te castigou Laura? — Ela me encara espantada mas volta com a sua
desconfiança por não me ver marcada.
— Quando eu entrei aqui eu avisei que não seria fácil lidar comigo,
mas parece que ele não gosta de ser enfrentado... Eu pensei que ele realmente
me mataria quando dei tal sugestão. — Digo como se tivesse dito algo sem
importância e ela me encara espantada.
— Não vai me dizer que você mordeu ele de novo Laura? Você
realmente está pedindo para morrer garot... — Ela me encara chocada e eu a
interrompo sorrindo.
— Não! Eu não mordi ele, com certeza ele estaria preparado para isso
depois do que eu fiz... Mas eu bati nele. — Sorrio ao me lembrar de tal
acontecimento e ela deixa um copo cair.
— VOCÊ O QUÊ...? Você é louca Laura? — Grita chamando a
atenção das outras meninas e também de Logan.
— Eu posso saber o que está acontecendo aí...? Já está arrumando
confusão novata? — Pergunta Logan vindo na nossa direção e eu paro o que
estou fazendo.
— Eu já falei mil vezes que o meu nome não é novata! Eu me chamo
Laura, Sr. Logan! E eu não estou arrumando confusão... Não é Adélia? — O
encaro séria e o mesmo me lança um olhar furioso.
— Eu quero ver você continuar com esse nariz em pé quando deixar
de ser o brinquedinho do chefe, Laurita...! Você é muito atrevida e eu estou
louco para te dar um bom corretivo garota, vou te deixar mais mansa que um
cordeiro, você vai ver. — Diz me encarando com um sorriso diabólico e isso
me estremece de medo.
— Você só vai encostar essas suas mãos imundas em mim depois de
morta! Antes disso, nem você e nem ninguém vai colocar as mãos em mim.
— Rebato em um tom firme mesmo me sentindo amedrontada. Ele me puxa
pelos cabelos ainda do outro lado do balcão.
— Isso é o que veremos gracinha... Os seus dias de privilégios estão
contados, logo você será de qualquer um que entrar nesse lugar oferecendo
algumas moedas para ter você... Mas não antes de você receber o que te
prometi. — Ele puxa o meu cabelo com força e me arremessa longe me
fazendo bater as costas na estante atrás de mim. — Vá para o palco agora
mesmo! Hoje à noite você fará uma apresentação para os clientes... Você
precisa ser bem vista hoje porque tem muito dinheiro em jogo aqui,
gracinha... A sua virgindade nos renderá uma boa grana hoje. — Revela com
um sorriso cínico no rosto e eu me desespero.
— Não! Eu não vou fazer isso, o Sr. John disse... — Contrato meio
nervosa mas ele me interrompe.
— O Sr. John não está aqui e na ausência dele quem manda em vocês
sou eu! Então você vai sim dançar e ponto final! Você deveria me agradecer
por fazer você ganhar dinheiro sua idiota, você não será a queridinha do
chefe a vida toda... Agora saia logo de trás desse balcão e suba naquele
palco...! Eu estou mandando! — Ordena me encarando furioso e realmente
temo que ele seja agressivo comigo como já prometeu várias vezes.
Engulo a minha vontade de chorar e saio de trás do balcão, com ele
me encarando com aquele sorriso diabólico que me dá medo, me dá nojo.
Encaro as meninas com os olhos atentos em mim e paro no meio do salão,
cogitando a possibilidade de tentar correr e fugir desse lugar, mesmo sabendo
que não vou conseguir pois tem muitos seguranças nesse lugar, se as meninas
são livres porque tantos seguranças?
— Eu não sei dançar! Não posso fazer isso hoje... — Me viro para dar
meia volta mas dou de cara com Logan atrás de mim, e o mesmo me
interrompe com uma forte bofetada me fazendo cair no chão.
— Eu não perguntei se você sabe dançar, eu estou mandando e você
vai me obedecer...! Agora levanta daí se não quiser ganhar uma surra, comigo
você vai aprender a ser obediente de um jeito ou de outro. — Logan rosna me
encarnado furioso então me levanto do chão, o encarando assustada.
Me afasto dele sem lhe dar as costas e me viro para um dos palcos que
existe aqui, algumas meninas me encaram preocupadas e outras sorriem com
desdém, satisfeitas por me verem nessa situação, sinto uma lágrima rolar pelo
meu rosto mas limpo-a rapidamente para que ninguém veja.
— Vem Laura! Vamos ensaiar juntas, eu te ajudo. — Me chama
Michelle, uma das garotas me estendendo a mão.
— Obrigada! — É a única coisa que consigo dizer sem deixar as
minhas lágrimas caírem.
Ainda sinto o meu rosto queimar pela bofetada que levei, mas mesmo
assim subo no palco com Michelle e ela começa a me explicar algumas coisas
que ela considera essencial na dança, como por exemplo dançar sorrindo e
mexer o corpo sensualmente, eu daria tudo para não estar nesse lugar mas
parece que o meu sofrimento só está começando.
Iniciamos o nosso ensaio e eu tento seguir Michelle em cada passo
tentando apreender logo essa porcaria de dança, Logan e as outras meninas
não tiram os olhos de mim e pelas suas expressões não sei se estou indo bem
ou mal nessa merda de ensaio. Alguns seguranças se aproximam assistindo o
nosso ensaio e isso só me deixa mais constrangida e humilhada, mas tento
não deixa isso me abalar e seguro as minhas lágrimas para não chorar na
frente dessas pessoas.
— Já chega Michelle! Deixa a novata dançar sozinha agora... Até que
ela não está indo assim tão mal. — Ordena Logan me encarando de cima
abaixo fazendo o meu estômago revirar.
Michelle me encara apreensiva mas a tranquilizo dizendo que vou
ficar bem, e agradeço pela sua ajuda, ela desce do palco e eu levanto a minha
cabeça não me deixando abater por essa situação, empino o meu nariz como
uma mulher determinada e começo a dançar como estava fazendo a poucos
minutos. Michelle a todo momento faz sinal de positivo me incentivando, me
mostrando que eu estou indo bem, o telefone de Logan toca e ele sai para
atender e eu me sinto mais a vontade com a sua ausência, me entrego a dança
como jamais imaginei fazer, algumas meninas se juntam a mim ali mesmo
em baixo do palco me deixando ainda mais a vontade, e assim a tarde vai
passando rapidamente sem eu perceber.

No início da noite eu fui me arrumar com as meninas e Michelle


insistiu em ajudar a me arrumar, pelo menos algumas dessas garotas não me
odeiam pelo nosso chefe estar obcecado em tirar a minha paz.

Depois de arrumadas descemos no mesmo horário como tem sido


todos os dias, a boate já está lotada como sempre, repleta de homens ricos e
poderosos, como eu sei disso? As meninas me contam mas também dá para
perceber pelas roupas e jóias caras, jóias que chamam muito a atenção aos
olhos e as roupas de grifes impecáveis.
Começo atendendo no balcão como faço todos os dias, mas logo vou
atender algumas mesas como Logan mandou, as meninas circulam pelo salão
enquanto outras estão em cima do palco dançando para todos esses tarados,
que faltam pouco sair nos arrastando contra a nossa vontade, muitas vão sem
reclamar mas outras escolhem quem quer levar para um dos quartos desse
lugar, eu particularmente preferia sair correndo desse lugar mas como não
posso, fico feliz em apenas servir bebidas para esses bêbados nojentos.

Já é bem tarde da noite e continua chegando gente, mas não o vejo em


lugar algum, me lembro que Adélia disse que ele ligou avisando que não
vinha aqui hoje, mas porque eu estou procurando por ele? Aquele homem
deve ser casado e vem a esse lugar apenas para se divertir com as garotas,
para não se sentir entediado, tenho pena da mulher dele mas a verdade é que
nesse lugar, ninguém fala da vida desse homem tão poderoso, o Sr. John
Sarkozy, tudo que eu sei dele é que é um homem muito rico e poderoso para
muitos, não sei mais nada além disso e também não me interessa saber, eu só
quero ele longe de mim mas também quero continuar apenas servindo
bebidas, não quero ter que me deitar com esses homens nojentos por
dinheiro, dinheiro esse que vai para as mãos do dono desse lugar, que fica
cada vez mais rico as custas do corpo dessas mulheres.
— Vamos novata! Está na hora...! É a sua vez de se apresentar, os
clientes já estão ansiosos, por isso deixei o melhor para o final. — Avisa
Logan me chamando com o dedo indicador e sinto minhas pernas tremerem.
— Logan eu não... — Começo a dizer mas ele me interrompe com
aquele seu olhar mortal.
— Se eu tiver que te chamar mais uma vez, eu vou fazer uma marcar
em seu rosto e dessa vez, nem a sua maquiagem vai conseguir esconder. —
Me alerta entre dentes então Paulo me guia para fora do balcão.
— Vai Laura... Por favor minha linda não desafia esse homem, ele
está a cada dia pior então vai logo... E boa sorte! você vai se sair bem. —
Paulo me encoraja mas sinto os meus olhos queimarem pelas lágrimas que se
formam rapidamente, mas seguro-as para não deixá-las cair.
— Já que eu não tenho escolha... Vou fazer o meu melhor para
terminar logo com isso. — Comento entre dentes encarando Logan com nojo
e o desgraçado sorrir.
"— Como prometido o melhor sempre fica para final! O nosso melhor
tesouro da casa, ainda virgem e ansiosa para receber os cumprimentos de
um sortudo, os nossos lances estão chegando a trezentos mil, então vamos
ver quem levará essa gracinha por uma noite inteira de prazer... Com vocês!
A nossa estrela de hoje... Jade!"
Diz uma voz feminina no microfone então vou em direção ao palco,
subo me juntando as outras garotas que se afastam saindo do palco, não
poderiam ter escolhido um nome melhor pelo menos?
Fico aqui sozinha tentando não chorar por estar nessa situação
constrangedora, uma outra música começa a tocar e eu começo a dançar.
Respiro fundo e fecho os olhos tentando não ver e nem ouvi aqueles homens
ali na minha frente, gritando por mim dizendo coisas obscenas, e alguns até
jogam dinheiro sobre mim me deixando pasma.
Tento não me desconcentrar na dança movendo o meu corpo
sensualmente como no ensaio, mas sinto o meu peito se apertar, sinto uma
angústia tão grande que deixo uma lágrima rolar dos meus olhos, olho em
todas as direções e me surpreendo ao ver ao fundo um par de olhos azuis me
encararem furiosos ao me ver aqui, me exibindo, sendo desejada e assediada
por todos esses homens.
Tento não me intimidar por ele e limpo o meu rosto discretamente,
continuando a minha dança. Assim como fui abrigada, tiro a parte de cima da
minha roupa deixando a minha lingerie branca a mostra, tiro também o meu
short mostrando a minha calcinha e de repente alguns homens sobem no
palco tentando passar as mãos em mim, e isso me assusta, tento sair do palco
mas um deles me puxa de encontro ao seu corpo apertando a minha cintura,
passando as suas mãos pelo meu corpo, me deixo mover pelo medo e lhe
acerto uma joelhada o vendo cair na minha frente, os seguranças se
aproximam rapidamente e eu aproveito para sair correndo do palco.
Passo entre aquelas pessoas correndo sentindo muitas mãos passando
pelo meu corpo, mas consigo chegar as escadas e subo apressada, tento ir
para a suíte onde fiquei desde ontem mas sinto uma mão agarrar com força os
meus cabelos me fazendo parar.
— Onde você pensa que vai sua vadia? O seu lugar não é em uma
suíte de luxo e sim em um quarto sujo como você merece por ser
desobediente! — Esbraveja Logan me arrastando para o outro lado do
corredor, tento me soltar mas ele me segura pelo pescoço me colocando
contra a parede. — Eu vou te ensinar a me obedecer e nunca mais.... — Ele
aperta o meu pescoço com força mas de repente ele é puxado para longe de
mim, o obrigando a me soltar, e assim eu caio no chão com as mãos no
pescoço.
— Nunca mais você encosta as mãos nela seu verme maldito! Eu não
te pago para espancar as minhas garotas seu infeliz de merda! — Esbraveja
John segurando Logan pelo colarinho da camisa e soca o seu rosto o fazendo
cair ao chão. — Você está demitido! Mas antes de sair daqui você vai acertar
as suas contas com aqueles homens com quem você se comprometeu... Eu te
avisei para não desacatar uma ordem minha seu desgraçado, o dono dessa
merda aqui sou eu e não você! — John se abaixa sobre Logan lhe acertando
mais um soco no rosto.
— Você não pode me demitir John! O leilão é válido e já estamos em
trazendo mil dólares para transarem com essa aí... Eu não posso voltar atrás
com isso, eu prometi a garota para quem der o maior lance... — Contesta
Logan com a boca sangrando mas John o interrompe com mais um soco
violento.
— Eu avisei que ela não atenderia ninguém, você se comprometeu
porque quis agora se vira! Dá o seu jeito mas ninguém vai tocar nela além de
mim...! Ela é minha então dá o seu jeito de desfazer essa confusão antes de ir
embora, ou você vai se ferrar nas minhas mãos. — Avisa John o levantando
pelo colarinho e vejo os seguranças se aproximarem. — Levem esse verme
daqui, e certifiquem-se de que ele desfaça a merda que ele fez com esse
leilão... Depois podem jogá-lo na rua onde é o lugar desse luxo... E se ele
insistir façam o que acharem melhor para se livrarem dele, agora tirem-o da
minha frente. — Diz ele jogando Logan para os seguranças que o arrastam
para longe.
— Espera John não faça isso! Eu posso concertar o meu erro... Não
faz isso comigo John? Essa vadia não vale nada você não pode fazer isso
comigo por causa dela...! John! John! — Esbraveja Logan enquanto é
arrastado pelos seguranças, mas John me encara furioso.
— Você vem comigo... Agora! — Ele me pega pelo braço me fazendo
levantar na marra, e me arrasta para o outro corredor em direção a sua suíte.
— Por favor senhor? Eu não tive culpa... — Me defendo já
imaginando ele me dando uma surra pelo que eu fiz com o cliente lá em
baixo, mas ele me interrompe.
— CALADA! Só fala quando eu mandar, ouviu bem? — Grita
enquanto me arrasta até a suíte e assim que abre a porta me joga lá dentro
batendo a porta atrás de si.
— Por favor me escuta? Eu não tive culpa de nada, foi ele quem me
obrigou eu não... — Me explico entre lágrimas limpando o rosto e ele se
aproxima rapidamente me segurando pelos cabelos, me puxando contra o seu
corpo.
— Está me dizendo que foi obrigada a subir naquele palco e tirar a
roupa? Quem te obrigou a fazer isso? Foi o Logan...? O que é isso no seu
rosto? Você se machucou? — Pergunta me encarando de um jeito estranho e
me solta tocando o meu rosto.
— Não... Eu não me machuquei, foi o Logan... Eu me recusei a
dançar então... — Digo ainda chorando mas ele me interrompe terminando a
minha frase.
— Então ele te bateu... Aquele desgraçado te bateu...! Eu tenho
vontade de matar aquele verme filho da puta por toda essa confusão. —
Esbraveja irritado se afastando de mim e vai em direção a porta. — Não saia
desse quarto, está me ouvindo? Quando eu voltar eu quero você aqui dentro e
não me desobedeça, ou eu vou me irritar de verdade com você. — Avisa
antes de sair batendo a porra atrás de si.
Não tenho tempo de concordar, ele sai me deixando aqui sozinha e
apavorada com as suas palavras, ele disse que mataria Logan e isso me deixa
em pânico. Será que ele é mesmo capaz de matar alguém?
Ontem depois daquele desabafo emocional com a minha família eu
acabei dormindo por lá, me fez muito bem passar esse tempo com as pessoas
que me amam, e mesmo deixando o meu lado sombrio me dominar eu senti a
falta deles. Nunca me senti tão bem desde que perdi a minha esposa e meu
filho, não sei se vou conseguir voltar a ser quem eu era antes mas de uma
coisa eu tenho certeza, vou ser mais presente na vida daqueles que estão
sofrendo junto comigo.

No dia seguinte eu almocei com os meus pais e minha irmã, mas a


tarde fui para casa pois precisava de um tempo sozinho depois do meu
desabafo de ontem, então liguei na boate avisando que não iria aparecer por
aqui hoje, e deixei Logan a frente de tudo como faço sempre, mas nos
últimos meses Logan vem deixando a desejar e muitas garotas estão
reclamando dele, segundo elas, ele se sente como dono delas as obrigando a
aceitar as suas ordens sem o meu consentimento, então pedi a Paulo para me
manter informado sobre tudo que acontece nessa boate, pois nem sempre eu
consigo verificar as câmeras de segurança.
No início da noite, fui informado por Paulo sobre um leilão que
acontecerá hoje sem a minha autorização, não tive outra escolha a não ser vir
até a boate, e assim que chego ouço o anúncio sobre o tal leilão. Fiquei em
um canto apenas prestando atenção no que aconteceria então vi Laura entra
no palco dançando, porra o que ela está fazendo lá em cima? Ela dança
maravilhosamente bem deixando todos os homens loucos pelo seu corpo, isso
me incomodou muito mas quando os clientes invadiram o palco eu tentei
chegar até ela, mas ela fez o inesperado, derrubou um cliente e saiu correndo
do palco chorando e Logan foi atrás no seu encalço, tive dificuldade para
chegar até as escadas por conta da aglomeração, mas enfim conseguir.
Subi as escadas a passos largos e vi uma cena que me deixou furioso,
Logan estava segurando Laura pelo pescoço ameaçando-a, não pensei muito
e o arranquei de cima dela, eu queria ter quebrado o pescoço daquele
desgraçado mas eu preciso dele vivo para resolver as merdas que ele fez,
então deixei os meus seguranças encarregados de cuidarem dele enquanto eu
levo Laura para minha suíte. Ela estava apavorada, com certeza com medo de
ser castigada pelo que fez então vi um lado do seu rosto mais vermelho que
normal, o ódio me consumiu quando percebi que Logan havia feito aquilo, e
sai furioso a procura daquele verme maldito.
Desço para o salão da boate a procura de Logan e encontro um dos
seguranças que me informa onde ele está, sigo para o meu escritório e assim
que entro vejo Logan tentando se explicar com alguns dos meus melhores
clientes.
— John! Que bom que chegou meu amigo, temos um problema aqui e
o seu funcionário não está sabendo lidar com a questão, então talvez você
possa resolver esse problema de uma vez. — Diz um dos clientes enquanto
eu me aproximo.
— O problema é que esse infeliz não é mais meu funcionário, ele está
se sentindo o dono dessa boate e tomou algumas decisões sem o meu
conhecimento, eu sou o dono dessa boate e não tenho sócios para dividir as
responsabilidades, então apenas eu decido tudo por aqui... Esse leilão não foi
autorizado por tanto vocês foram enganados por esse homem! Mas eu garanto
que todos vocês terão o seu dinheiro devolvido, além de ganharem uma
cortesia da casa pelo transtorno. — Entro atrás da minha mesa encarando
firme as pessoas a minha frente. Encaro Logan com um olhar mortal.
— Mas e a garota John? Eu gostei da garota e quero uma noite com a
novata, ela é linda e se você aceitar eu a compro de você por um bom preço.
— Dispara um outro cliente me pegando de surpresa com a sua proposta.
— Vender pessoas é tráfico e vocês sabem que eu não faço isso...
Além do mas, a garota não é funcionária da casa por isso esse leilão não é
válido, ela é minha exclusiva e está aqui apenas para conhecer o ambiente,
mas não trabalha na casa... — Revelo em um tom firme os encarando sério
mas um deles me interrompe.
— Como assim sua exclusiva, John? Se ela não é funcionária da casa
porque permitiu que ela se apresentasse para nós...? A garota é realmente
uma deusa e estamos interessados nela, talvez se oferecermos uma generosa
quantia em espécie você aceite compartilhar a beleza da sua... — Sugere o
cliente já tirando o talão de cheque do bolso e eu sorrio me segurando para
não voar em cima dele.
— Se ela fosse a sua exclusiva, você aceitaria dividi-la comigo e
outros seis ou sete que se interessar por ela? Aceitaria perdê-la para outros?
— Pergunto agora os encarando furioso e eles me encaram apreensivos
enquanto dou a volta na mesa, parando em frente a eles.
— Realmente, uma beldade daquela eu não aceitaria dividir, deve ser
novinha na flor da idade mas, uma questão me chamou atenção John, se ela é
sua exclusiva porque ela ainda é virgem...? Porque foi isso que ouvimos no
anuncio. — Pergunta o cliente anterior me encarando fixamente, sorrio de
lado sustentando o seu olhar.
— Como eu disse antes, vocês foram enganados, se ela é minha
exclusiva é óbvio que ela não é virgem... Se não quero dividi-la com você é
porque eu sei o quanto ela é gostosa e eu ainda não me cansei dela... A pessoa
que os enganou vai se encarregar de devolver todo o dinheiro pago por vocês,
centavo por centavo, não é Logan? — Volto a minha atenção para Logan
parado a minha frente sendo encarado com fúria por todos os clientes aqui
presente.
— Sim... Eu... Eu vou devolver o dinheiro não se preocupem. — Ele
encara os clientes apreensivo e se vira para me encara com ódio. — Cuida
muito bem da sua exclusiva, Sr. Sarkozy... Algum cliente insatisfeito pode
querer invadir o quarto da sua protegida sem o senhor perceber, então ela não
será mais a sua exclusiva virgem. — Diz entre dentes me encarando com
sangue nos olhos e eu sustento o seu olhar.
— Não se preocupe com a minha protegida, Logan! Eu saberei se
alguém ousar se aproximar dela outra vez... A propósito! — Lhe acerto um
soco no olho o fazendo gritar de dor indo parar no chão. — Isso é por você
ter batido nela seu miserável! Eu te pagava para cuidar e zelar pelas garotas, e
não para se sentir como o dono delas e fazer o que bem entender. — Me
aproximo um pouco mais dele mas os seguranças se aproximam. — Um de
vocês vá chamar o Paulo, os outros ficam aqui para garantir que esse infeliz
não seja morto até pagar o que deve. — Dou a ordem aos seguranças e um
deles sai para buscar Paulo.
Me sento na ponta da mesa e converso brevemente com os clientes,
explicando o que será feito para a devolução do dinheiro, lhes ofereço uma
cortesia como agrado pelo acontecido e todos eles aqui presente terão uma
noite com uma das meninas por conta da casa, claro que o pagamento delas
sairá do meu bolso pois elas não vão aceitar transar com esses caras de graça,
eu não obrigo nenhuma delas a nada, desde que me obedeçam e sigam a risca
as minhas regras.
— Com licença senhor, mandou me chamar? — Paulo entra no
escritório com o segurança que foi buscá-lo.
— Sim Paulo, entre...! A partir de hoje você será responsável pelas
garotas e tudo mais que diz respeito a elas... Ou seja! Você ocupará o lugar
de Logan pois o mesmo não trabalha mais conosco, Logan está proibido de
entrar nessa boate mesmo que ele venha como cliente... Ele vai fazer a
devolução do dinheiro desses clientes aqui presente, e você vai conferir se
está tudo em ordem e depois passa o relatório para mim... Bom, agora eu
preciso ir, tem uma deusa gostosa me esperando na minha suíte, e eu não
quero perder o meu tempo com mais ninguém além dela... Com licença
senhores. — Digo em um tom firme e me levanto da mesa saindo do
escritório ainda não acreditando que menti para proteger Laura. O que deu em
mim para fazer isso? Simples! Ela não merece o que Logan fez!
Saio do escritório decidido a tirá-la daqui, definitivamente ela não
estará segura nesse lugar com esses abutres querendo tê-la a todo custo, a
ameaça de Logan não é de todo sem fundamento já que os clientes vips
sobem com as garotas para o mesmo andar da minha suíte, um deles pode
aproveitar esse fato para tentar algo com Laura e eu não vou permitir isso,
não aceito violência sexual dentro da minha boate e jamais permitiria que isso
acontecesse com ela, não sei o porquê estou me importando tanto com ela
mas no momento não me interessa descobrir.
Subo de volta para minha suíte e assim que entro não vejo ninguém,
não é possível! Ela saiu me desobedecendo mais uma vez, mas que porra de
garota teimosa!
Penso em sair do quarto para procurá-la, mas então decido olhar no
banheiro mas ela também não está, vou até o closet e assim que paro na porta
a vejo enrolada em uma toalha segurando uma de minhas camisas, cheirando-
a de olhos fechados. Me surpreendo com o seu ato pois me lembrei de Laís,
eu sempre surpreendia minha falecida esposa abraçada a uma de minhas
camisa, cheirando-a de olhos fechados assim como Laura está fazendo, vê-la
ali repetindo os gestos da mulher que amei e ainda amo, me deixa confuso.
— Você está bem...? O machucado no rosto ainda está doendo? —
Pergunto ainda parado aqui admirando-a com a minha camisa nas mãos, mas
ela se assusta dando um pulo para trás.
— Meu Deus... Que susto... — Diz pondo a mão no peito me
encarando envergonhada. — Está doendo sim, mas a dor é suportável eu...
Eu... O senhor disse que eu poderia usar uma de suas roupas e... Como não
tem roupa minha aqui eu pensei que... Eu... Bom... Acho melhor ir me vestir
no outro quarto, lá tem roupas minhas e... — Diz meio nervosa enquanto eu
me aproximo dela, mas ela se afasta batendo as costas no armário.
— Eu não me importo se quiser usar as minhas roupas mas... Você
fica mais sensual e gostosa em um daqueles seus mini shorts. — Me
aproximo mais e ela se esquiva passando por mim.
— Eu vou para o outro quarto então... Com licença senhor. — Ela se
apressa para sair do closet mas eu chamo por ela.
— Espera! Se vista e volte para suíte, nós vamos sair. — Aviso
fazendo ela parar na porta do closet e se vira me encarando surpresa.
— O senhor diz sair da casa...? Para onde vamos? — Pergunta curiosa
e eu sorrio me aproximando dela.
— Não seja tão curiosa, apenas se vista e volte para cá... Estarei
esperando então não demore. — Toco o seu rosto sentindo a sua pele macia
confundir a minha mente mais uma vez.
Pisco algumas vezes então mando ela sair, Laura sai praticamente
correndo me fazendo sorrir com o seu jeito apavorado, toda vez que toco a
sua pele ela tem a mesma reação.
Aproveito para ir ao banheiro lavar o rosto e vejo a sua calcinha
pendurada no gancho no canto do banheiro, não sei se posso chamar isso de
calcinha já que é apenas uma linha minúscula, não resisto e cheiro o pequeno
tecido sentindo o meu sangue bombear forte nas veias, o desejo que sinto por
ela volta a me consumir e imagens da sua intimidade na minha boca atinge a
minha mente em cheio, sinto o meu pau latejar com essas lembranças e
resolvo sair logo desse banheiro, mas não resisto em guarda a sua calcinha no
meu bolso. Desde quando eu pego calcinhas de alguma mulher? Esse tesão
acumulado está acabando comigo!
Laura está demorando e eu resolvo ir atrás dela, eu quero sair dessa
boate o mais rápido possível, esse barulho todo está me enlouquecendo hoje
então saio da suíte indo para o outro corredor, mas ouço gritos apavorados e
corro até lá.
— NÃO! NÃO POR FAVOR...! ME SOLTA! ME SOLTA..! ME
SOLTAAA! — Me apresso para entrar no corredor do outro lado e vejo um
cara atacando Laura jogada no chão com aquele miserável rasgando as suas
roupas.
— SOLTA ELA! SOLTA ELA DESGRAÇADO...! SEU FILHO DA
PUTA! EU VOU MATAR VOCÊ MISERÁVEL! — Grito já correndo para
cima dele mas o infeliz não a solta, lhe dou uma gravata o arrancando de
cima dela.
O cara tenta se soltar de mim mas aperto o seu pescoço apenas o
suficiente para deixa-lo desacordado.
— ME TIRA DAQUI...! POR FAVOR ME TIRA DAQUI! Eu faço o
que você quiser mas me tira desse lugar...? Por favor...? Por favor eu não
quero ficar aqui...? — Laura grita desesperada se encolhendo no canto da
parede abraçada ao seu corpo, mas de repente ela desmaia deixando os seus
seios nus a mostra.
— LAURA...! Laura fala comigo? Laura! Merda! — Chamo por ela
apavorado por vê-la desacordada. Tiro o meu blazer cobrindo o seu corpo.
— Senhor o que houve? O que aconteceu? Nós tivemos uma
ocorrência no salão e tivemos que sair do nosso posto senhor. — Pablo um
dos seguranças se aproxima apressado enquanto pego Laura em meus braços.
— Esse infeliz atacou Laura, tirem ele daqui! Tirem esse verme da
minha boate agora mesmo! — Esbravejo me levantando do chão os encaro
furioso.
— Armaram uma confusão no salão senhor, creio que tenha sido uma
distração para esse infeliz subir, reforçaremos a segurança da boate, não se
preocupe. — Damon um outro segurança viro o cara caído no chão e só então
vejo que se trata de Logan.
— Canalha miserável! Tire esse lixo daqui Pablo... Damon! Me ajuda
a chegar até o meu carro, depois você avise ao Paulo para fechar a boate mais
cedo hoje, amanhã eu volto para tomar algumas providências. — Aviso
enquanto sigo para o final do corredor da minha suíte onde tem uma saída de
emergência.
Eles apenas concordam e se apressam para seguir as minhas ordens.
Saio da boate com Laura e a coloco em meu carro passando o sinto de
segurança em seu corpo, entro em seguida e dou a partida tomando cuidado
para não correr muito pois ela ainda está desacordada, eu não acredito que
aquele desgraçado foi capaz de atacá-la daquela maneira por vingança, por ter
sido demitido pelas merdas que fez.
Penso em levá-la para o meu apartamento mas quando dou por mim já
estou estacionando na porta da minha casa. Saio do carro e dou a volta para
pegar Laura, já com ela em meus braços os seguranças da casa se aproximam
querendo saber se está tudo bem, dou ordens para mandarem mais seguranças
para minha boate e em seguida entro em casa, por sorte as empregadas já
estão dormindo e não vão me encher a paciência querendo saber se está tudo
bem.
Mais uma vez penso em fazer uma coisa e acabo fazendo outra, ao
invés de levar Laura para um quarto de hóspedes, acabo levando-a para o
meu quarto colocando-a na minha cama. Vou até o banheiro e pego a maleta
de primeiros socorros onde tem o que preciso, pego uma bola pequena de
algodão e molho com álcool, volto para o quarto e me sento na beira da cama
passando o algodão no seu nariz, nada acontece então tento mais uma, duas
vezes e ela começa a despertar. Admiro o seu rosto e posso ver que o canto
da sua boca está sangrando, aquele verme desgraçado bateu nela de novo!
Infeliz miserável!
Laura desperta aos poucos olhando a sua volta e se senta em um pulo
se encolhendo na cama até que percebe a minha presença, de repente ela se
joga em meus braços chorando muito e me aperta tão forte, a sua atitude me
pega de surpresa me deixando sem reação.
— Graças a Deus... Você está aqui graças a Deus... Não me deixa
sozinha por favor? Me tira desse lugar...? Me tira daqui John eu não quero
mais ficar nesse lugar... Por favor tenha piedade...? Se é verdade que
ninguém aqui é obrigado a nada, então não me obrigue a ficar aqui? Eu
Imploro? — Pede aos prantos e não posso deixar de me surpreender ao ouvi-
la me chamar pelo nome, sua voz é tão doce e suave, apesar do choro.
— Se acalme...! Já estamos fora da boate, ninguém mais vai te atacar
não se preocupe. — Amparo seu corpo mas ela ainda não percebe que está
nua da cintura para cima.
Minhas mãos em contato com a sua pele macia não está me fazendo
bem, está fazendo o meu corpo reagir mas sei que ela vai fugir de mim se eu
tentar alguma coisa. Resolvo tentar a sorte e puxo ela para o meu colo
fazendo ela ficar de frente para mim, ainda abraçado ao seu corpo que se
arrepia por onde minhas mãos passam, então ela se afasta brevemente me
encarando de um jeito que não sei descrever o que é.
Admiro os seus seios descaradamente e ela tenta sair do meu colo,
mas eu não deixo, acaricio o seu rosto e adentro os meus dedos em seus
longos cabelos negros, toco a sua nuca e não resisto ao meu desejo e puxo-a
para um beijo urgente, me surpreendo ao senti-la retribuir o meu beijo mesmo
com a sua inexperiência, porra será que esse foi o seu primeiro beijo? Isso
não pode ser possível.
Suas mãos tocam a minha nuca me puxando mais para si, porra que
boquinha deliciosa, que beijo perfeito ela tem, deixo o desejo me dominar e
deito ela na cama me pondo sobre ela, devorando a sua boca mas como já
imaginava, ela me empurra se afastando ofegante, me encarando tão surpresa
quanto eu mesmo. Me sinto zonzo de desejo por essa mulher.
Meu Deus porque ele me beijou? E porque eu o beijei de volta?
Porque eu gostei do seu beijo e dos seus toques na minha pele? Eu devo está
ficando maluca, eu não posso estar desejando esse homem, ele me comprou
para fazer de mim uma prostituta, e agora fica me olhando desse jeito me
fazendo desejá-lo como nunca desejei um homem antes. Como eu vim parar
aqui? Que lugar é esse? Porque ele me trouxe pra cá? Ele me encara
fixamente tão surpreso quanto eu e acaricia o meu rosto gentilmente, com
carinho, eu acho.
— Onde estamos? Que lugar é esse e porque me trouxe pra cá...? Eu
não tenho roupas e preciso tomar um banho por favor? — O encaro sem
graça sentindo a minha respiração pesada. Ele se levanta agora me encarando
confuso.
— Ham... Estamos na minha casa e o banheiro fica ali... Logan te
atacou por três vezes só hoje, achei mais seguro trazer você para cá. — John
anda de um lado para o outro pensativo e não consigo dizer nada diante das
suas palavras. Ele está mesmo preocupado comigo?
O encaro perplexa ainda não acreditando que estou na casa do meu
chefe, e se ele for casado e tem filhos? Como a esposa dele vai aceitar uma
prostituta na sua casa? Porque é assim que ela vai me ver quando descobrir
de onde ele me trouxe, mas espera! Porque ele me beijaria dessa maneira
dentro da própria casa com a mulher dele por perto? Porque ele me traria para
cá se fosse mesmo casado? Droga! Como é ruim não ter as respostas que a
gente quer.
Ele me salvou do Logan por duas vezes hoje e ainda me trouxe para
sua casa, eu não sei como vim parar aqui mas não vou ficar questionando,
prefiro estar aqui do que naquela boate maldita.
Me levanto da cama cobrindo os meus seios com os braços e os
cabelos e me apresso para chegar ao banheiro, assim que entro fecho a porta e
termino de tirar a minha roupa, bom, o meu short e minha calcinha. Entro no
box e ligo a ducha na água quente, esse banheiro e lindo e muito grande
também, é maior que o quarto onde passei tantos anos trancada, chorando
esperando por um milagre que me tirasse daquele lugar, e aqui estou eu, na
casa do meu chefe tomando banho em um banheiro luxuoso como esse, e a
água é quentinha como nos banheiros da boate.
Passo alguns minutos em baixo do chuveiro aproveitando essa água
gostosa, mas quando me viro para o vidro me deparo com o Sr. John parado
na porta encarando o meu corpo de uma maneira tão possessiva, como se
quisesse me devorar. Me assusto e tento cobrir o meu corpo com os braços,
envergonhada por tê-lo me admirando dessa maneira.
Dou as costas para ele e tento terminar o meu banho o mais rápido
que posso. Desligo a ducha e saio do box procurando uma toalha e ele abre
mais a porta me oferecendo um roupão, pego o mesmo e o visto rapidamente
tentando evitar que ele continue me olhando assim, mas sinto o meu corpo
trêmulo e minhas pernas bambas pela intensidade do seu olhar.
Tento passar por ele mas o mesmo bloqueia a minha passagem,
encarando a minha boca fixamente mas então eu tento passar novamente, ele
me coloca contra o batente da porta me fazendo estremecer.
— A sua noite foi muito agita hoje, então só por isso eu não vou
insistir em ter você... Mas saiba que você está me enlouquecendo Laura...
Estou me segurando para não fazê-la minha agora mesmo, porque eu sinto
que você me quer. — Diz abrindo o meu roupão admirando o meu corpo, e
avança na minha boca me beija ferozmente antes de se afastar ofegante indo
em direção a porta do quarto.
Fico aqui parada feito uma estátua vendo ele se afastar e sair do
quarto batendo a porta, porque ele se irrita tanto quando não consegue o que
quer? E porque ele me beijou daquela maneira dão faminta como se quisesse
me engoli? Ainda sinto minhas pernas bambas e temo cair se tentar dar um
único passo, minha respiração pesada e meu corpo mole me deixam confusa
sem entender o que está acontecendo.
Olho em direção a cama e há uma blusa de algodão sobre a mesma,
termino de me secar e visto a blusa antes de me acomodar nessa cama
imensa, será que esse é o quarto dele? Mas é claro que não, provavelmente
estou em um dos quarto de hóspedes porque essa casa deve ser imensa.
Não resisto a minha curiosidade e me levanto indo até janela, meu
Deus tem uma sacada e a vista é incrível, saio para fora admirando aquela
piscina fascinante lá em baixo e vejo algo que me surpreende.
— Oh meu Deus... Ele está nadando... Nu como veio ao mundo. —
Sussurro ofegante por ver tal visão e sinto aquelas quentura novamente
dominar o meu corpo.
Sinto um latejar entre as pernas e uma sensação estranha que grita por
ele, eu o desejo, eu o quero aqui comigo nesse momento, quero os seus beijos
e os seus toques eu...
— Mas o que estou pensando? De onde já se viu uma coisa dessas?
Eu! A mulher que foi comprada pelo dono de uma boate de prostituição
desejando o meu comprador? isso é inaceitável! — Entro de volta para o
quarto ofegante não sei o porquê, e vou direto para cama.
Me acomodo na mesma e tento dormir um pouco mas não consigo, só
me vem aquele homem na mente e o seu olhar intenso sobre mim, eu não
entendo o que estou sentindo pois nunca tive um namorado, já vi filmes de
romances com beijos e amassos mas não dá para você sentir o que você vê
outras pessoas sentindo.
Eu sonhava em ter um namorado que me comprasse flores, que me
beijasse com amor assim como os casais das novelas, mas no fundo eu tinha
certeza de que nunca teria a oportunidade de me apaixonar, de sentir as
emoções e sensações que um homem e uma mulher sente na intimidade a
dois, eu jurava que jamais seria beijada por um homem que eu gostasse, tudo
que vinha na minha mente era imagens de César em cima de mim tentando
me violentar.
Aquele monstro me tirou a minha infância, me tirou a oportunidade
de viver uma vida saudável como toda criança merece, me tirou a
oportunidade de terminar os meus estudos e fazer amizades, conhecer
pessoas, mas momento em que me vi prisioneira dentro da minha própria
casa, eu passei a enfrenta-lo para me livrar dos seus ataques e assédios dentro
de casa, eu tive que amadurecer na marra.
Todos os dias eu chorava com medo dele finalmente conseguir o que
queria, mas ele fez algo ainda pior, me vendeu como se eu fosse um pedaço
de carne para eu passar de mãos em mãos como uma nota de dois reais, a
diferença de mim para essa nota de dois reais é que depois que o Sr. John
conseguir o que tanto quer, ele me jogará naquela boate para me ferirem da
pior maneira possível, me tornarei escrava sexual de centenas de homens
contra a minha vontade.
Não sei até quando esse homem terá misericórdia de mim, não sei até
quando ele irá se preocupar comigo a ponto de me defender, ou pior, sei sim,
essa misericórdia só durará enquanto ele ainda me quiser porque depois que
se cansar, ele nem se lembrará mais de mim, talvez eu morra de tristeza ou
talvez eu não suporte o meu novo destino, e acabe me matando para não ter
que continuar em uma vida que não será a minha.
Esses pensamentos me ferem por dentro e quando dou por mim já
estou chorando em silêncio, preocupada com o que o futuro reservou para
mim, preocupada em ter que voltar para aquele lugar e correr riscos de ser
atacada novamente, ou de ser violentada por eu me recusar a vender o meu
corpo. E com essas preocupações eu acabo pegando no sono em meio as
minhas lágrimas.

Me esforcei ao máximo que pude para não entrar naquele banheiro e


possuí-la ali debaixo do chuveiro, não estou entendendo o porquê estou
desejando tão desesperadamente essa garota, eu sinto o meu corpo em
chamas quando toco nela, a vontade de estar dentro dela só cresce a cada
minuto que passa e isso está me enlouquecendo, está tirando a minha paz e eu
posso perder o meu juízo por isso.
Depois de sair do meu quarto deixando-a para trás eu desço até o
jardim tentando respirar melhor, porque de repente comecei a sentir a falta de
ar nos meus pulmões de tão ofegante que aquele beijo me deixou. Olho para
piscina a minha frente e me despi pulando na água afim de baixa a
temperatura do meu corpo, não sei quanto tempo passo ali na água mas
quando decido sair subo de volta para o meu quarto, mas assim que entro a
vejo dormindo feito um anjo, mas algo está errado.
Me aproximo mais da cama e vejo os seus olhos inchados e o
travesseiro molhado, com certeza ela estava chorando antes de pegar no sono.
Sinto uma pontada no peito ao imaginar tal coisa, fecho as minhas mãos em
punho trinco o maxilar imaginando os motivos das suas lágrimas, e tudo que
me vem na mente são as imagens de Logan em cima dela, tentando violentá-
la.
Admiro o seu rosto tão delicado e esfrego as mãos nos cabelos
enquanto vou para o meu closet, não vou conseguir dormir no mesmo quarto
que ela, aliás, eu nem sei o porquê cogitei essa possibilidade se não durmo
com uma mulher ao meu lado a tanto tempo.
Pego uma muda de roupa qualquer e saio do meu quarto com uma
toalha enrolada na cintura, vou para o quarto de hóspedes e me arrumo para
sair novamente, são duas da manhã e eu estou uma pilha de nervos pelo
desejo que estou acumulando com essa garota, e também pela confusão de
hoje na boate.
De uns tempos para cá eu percebi que não poderia mais confiar em
Logan, bem diz o ditado que não se pode dar asas a cobras, ele parecia muito
inofensivo mas esses é que são os piores, Paulo já está trabalhando comigo a
bastante tempo então ele merece o seu novo cargo, sem falar que ele sempre
foi muito atencioso com as garotas e todas gostam muito dele, então não será
difícil ele assumir as suas novas funções.

Saio de casa na minha lamborghini e sigo por aí sem rumo, penso em


voltar na boate para ver como estão as coisas mas não estou afim de me
aborrecer mais por hoje, então vou para uma das boates concorrente de um
amigo meu, pela hora o local ainda está lotado e há muitas garotas
disponíveis. Dou uma volta pelo salão e encontro o meu amigo dono dessa
boate.
— Ramon...! Que bom te ver cara, como estão as coisas por aqui? —
Me aproximo dele que está com duas garotas em seu colo esfregando os seus
seios no rosto dele.
— Eu não poderia estar melhor cara, olha só para isso...? Não quer se
divertir um pouco? O que faz por aqui a essa hora? Pensei que estaria na sua
boate colocando ordens naquele lugar, você não dá descanso para ninguém
meu irmão, é um milagre ver você por aqui. — Ele tira as garotas do seu colo
e se levanta para me cumprimentar.
— Estou com alguns problemas aí, preciso relaxar um pouco ou eu
vou pirar... Eu necessito de algo novo você tem algumas aí meu amigo? —
Olho a minha volta e vejo muitas mulheres bonitas andando pelo local.
— Aqui é tudo de primeira parceiro, pode escolher o que quiser...
Mas se preferir tem uma novinha que chegou ontem, está começando a
trabalhar hoje. — Diz ele fazendo sinal para algumas garotas e elas vem
sorridentes e me agarram passando as mãos pelo meu corpo.
— Desde que não sejam virgens eu aceito as duas... Eu preciso relaxar
de verdade. — Abraço as duas pela cintura, uma loira e uma ruiva, encaro
Ramon já saindo com as garotas.
— Meninas! Levem o meu amigo John para a suíte especial,
tratamento vip para ele ouviram suas gostosas? — Diz ele enquanto subimos
por uma escada lateral ao bar.
As garotas passam as mãos em mim agarrando o meu pau já duro e
ansioso para se libertar da sua prisão, elas abrem a minha camisa passando as
mãos pelo meu corpo e eu sorrio satisfeito pela diversão que terei hoje.
Já no quarto eu entro jogando as duas na cama e tiro a minha camisa,
mas uma delas se apressa para me ajudar a tirar a minha roupa, ela abaixa a
minha calça e a cueca junto segurando o meu pau sorrindo de lado, ela passa
a língua por toda a minha extensão antes de me engolir, gemi de olhos
fechados jogando a cabeça para trás curtindo essa boca habilidosa, mas do
nada me vem a imagem dela na mente. Abro os olhos encarando a mulher
com o meu pau na boca e puxo-a com força jogando ela de volta na cama
junto com a outra.
— Nada de preliminares hoje minha linda... Eu quero foder vocês
fundo e forte então quem será a primeira? — Tiro uma camisinha da minha
carteira e elas sorriem se apressando para tirarem as suas roupas.
— Eu primeiro por favor? Estou ansiosa para sentir a sua pegada meu
gostoso. — Diz a ruiva abrindo as pernas para mim e eu termino de tirar a
minha roupa, coloco a camisinha em seguida.
Subi na cama puxando a ruiva pelas pernas e a coloco de quatro na
cama, me posiciono atrás dela e entro na sua boceta de uma só vez fazendo
ela gritar pela surpresa, agarro os seus cabelos e meto nela com força sentido
ela se contrair. Faço sinal para loira e ela vem colocando os seus peitos na
minha cara, abocanho um deles sugando com força enquanto meto dois dedos
na sua boceta, ela geme assim como a ruiva então mando ela se deitar na
frente da ruiva e ordeno que a ruiva chupe a loira, agarro no quadril dela e
meto ainda mais forte e rápido fazendo a ruiva arriar na cama.
— Ok! Sua vez loirinha... Quero ver se você me aguenta melhor que a
sua amiga. — Me ponho sobre a loirinha já deitada de pernas abertas e entro
nela com tudo, fazendo ela agarrar os lençóis com força.
Coloco as suas penas sobre os meus ombros e estoco fundo nela mas
não estou conseguindo aplacar o meu tesão acumulado, pego a ruiva e a loira
de frente, de lado e de costas, em cima em baixo, como-as em todas as
entradas mas não consigo gozar, as garotas já estão exaustas e eu não estou
nem perto de me satisfazer.
Ligo para Ramon e peço para mandar mais uma garota, e em poucos
minutos já estou fodendo uma morena gostosa, pego ela com a mesma força
que mete nas outras duas e mais uma vez não me satisfaz, enquanto meto nela
seguro os seus longos cabelos negros me movimento em um ritmo um pouco
mais lento, mas forte e fundo, ela vira o rosto para me encarar e nesse
momento vejo Laura aqui na minha frente, gemendo e pedindo por mais,
pisco algumas vezes tentando acordar da minha alucinação mas não consigo.
Passo as minhas mãos pelo seu corpo segurando firme a sua cintura e
fecho os olhos, sentindo finalmente o meu orgasmo se aproximar, gemi
metendo na garota com força pensando ser Laura aqui finalmente se
entregando para mim, gozo urrando de prazer desejando cada vez mais de
Laura, mas quando a garota cai na cama exausta e sorrir para mim, percebo
que não se trata de Laura, tem três mulheres lindas na minha cama exaustas
depois que as fodi como eu queria, mas nenhuma delas me proporcionaram o
prazer que eu queria, precisei imaginar aquela garota atrevida aqui na minha
frente para conseguir gozar, em pensar que ela me fez gozar apenas
chupando-a e três mulheres não conseguiram isso exaustas de tanto que as
comi, elas gozaram o suficiente mas eu não tive a mesma sorte.
Enquanto as mulheres descansam largadas na cama, eu tomo um
banho e jogo as camisinhas no vazo dando descarga, depois de diminuir a
tensão que ainda existe em meu corpo eu me visto e deixo uma grana para
cada uma das garotas que me encaram sorridentes.
Desço de volta para o salão e vou acertar a minha conta no caixa, não
encontrei mais o Ramon pois me disseram que ele também subiu com
algumas garotas. Deixei recado pedindo para ele me retribuir a visita quando
quiser, então saio da boate e sigo de volta para minha casa pensando no meu
fracasso de hoje com as meninas, ou foram elas que fracassaram comigo?
Enfim, tiro essas idéias da minha cabeça e continuo o meu trajeto até em
casa.
Assim que chego vou direto para o bar e me sirvo de algumas doses
de whisky, não bebi muito pois amanhã tenho que acordar cedo para
trabalhar, como sempre o meu pai vai estar me esperando na minha sala e se
eu não estiver sóbrio será um longo interrogatório para saber o que aconteceu
para me fazer beber tanto, como se eu nunca tivesse ido trabalhar de porre
antes.
Depois que larguei o meu copo de whisky vazio no balcão do bar,
subo para o meu quarto, entro sem fazer barulho para não acordar a mulher
mais linda do mundo dormindo na minha cama, porque estou elogiando ela
dessa maneira? Não sou de agradar ou elogiar muito uma mulher, não sou de
delicadezas ou de piedade com ninguém, mas sou obrigado a admitir que
Laura é dona de uma beleza surpreendente, e isso me prende nela.
Essa garota me faz sentir coisas que não sinto a anos, me faz querer
coisa que nunca mais quis sentir desde que perdi a única mulher que amei
nessa vida, mas por algum motivo Laura desperta essas coisas em mim
fazendo eu me sentir eu mesmo novamente, fazendo eu me sentir vivo como
nunca estive em anos.
Não sei explicar o que está acontecendo comigo em relação a essa
garota, só sei que não vou aguentar vê-la novamente naquela boate, não vou
mais aguentar ver uma única vez aqueles homens desejando-a, pagando o que
for por uma noite com ela, ela não é mulher para essas coisas e seu jeito
arisco de tentar de tudo para não se vender como as outras garotas, me fez
repensar se devo ou não deixá-la naquele lugar.
Bom, a minha decisão sobre manter ou não ela na boate já foi tomada,
agora só me resta saber o que vou fazer com ela fora da boate, não posso
mantê-la aqui na minha casa, eu preciso pensar em alguma coisa urgente
porque tê-la assim tão perto está me deixando confuso e agitado, além de
muito excitado, não sei até quando vou conseguir resistir a ela pois temo
fazer uma besteira se ela continuar me rejeitando dessa maneira, mas sinto
que ela não merece isso de mim e nem de ninguém, ela merece ser protegida
como uma pedra bruta de diamante altamente valioso, é isso, é isso que estou
sentindo por ela, um desejo de protegê-la e talvez eu deva fazer isso, não sei,
estou confuso, essa garota me deixa muito confuso.
Acordei no meio da noite com o barulho de água no chuveiro, droga
ele está aqui, será que ele vai dormir nessa cama comigo? E se ele tentar
alguma coisa? Eu não quero isso eu não vou ceder a ele só porque me trouxe
para sua casa, isso é ridículo porque ele não me colocou em um quarto de
hóspedes? Eu não posso dormir aqui com ele, não posso!
Me levanto da cama sem fazer barulho e vejo as suas roupas jogadas
sobre a poltrona no canto do quarto, mas essas não são as mesmas roupas que
ele estava usando quando viemos da boate, não sei o que deu em mim mas
me aproximo e pego a sua camisa sentindo o seu cheiro, mas não me
surpreendo por senti perfume de mulher na sua camisa, com certeza ele deve
ter voltado para boate e estava com algumas das meninas de lá, por algum
motivo isso me incomodou então jogo a sua camisa no mesmo lugar.
Vou em direção a porta do quarto e abro saindo dali para não ficar
perto dele, ando por um extenso corredor e me sinto perdida por não
conhecer a casa, e não saber onde fica nada aqui dentro, viro a esquerda no
corredor e encontro a escada que desce para sala, mas antes que eu possa
descer o primeiro degrau, sou puxada com força e colocada contra a parede e
isso me deixa ofegante com o seu ato mas também pelo susto.
— Onde pensa que vai...? Não devia estar dormindo? — Questiona
me encarando fixamente mas encara a minha boca me deixando
trêmula. Droga!
— Eu... Eu estou... Estou com cede... — Gaguejo nervosa por ter o
seu corpo tão próximo ao meu.
— Tem um frigobar no quarto, lá tem água. — Ele alterna o seu olhar
entre meus olhos e minha boca, me deixando ainda mais nervosa.
Tento me soltar dele mas o mesmo não deixa e pressiona o meu corpo
na parede, segurando firme a minha cintura me deixando ainda mais
ofegante, tento mais uma vez me soltar o empurrando com força para longe
de mim, e só assim eu consigo me afastar dele.
— Eu não quero dormir naquele quarto... Prefiro ficar em um quarto
de hóspedes por favor! — Digo em um tom firme e me viro saindo dali
apressada, mas novamente sinto ele me puxar pelo braço me fazendo parar.
— Você vai dormir onde eu quiser que você durma, eu já estou
cansado de ser bonzinho com você garota! Você é muito atrevida vive me
enfrentado e eu não suporto isso...! Eu estou tentando ir com calma com você
mas eu não vou mais aceitar as suas recusas, ouviu bem? — Ele me puxa
contra o seu corpo chupando o meu pescoço passando as suas mãos em mim,
e eu me desespero.
— Não por favor...? Me solta...! ME SOLTA! — Peço apavorada com
o seu ato e tento me defender da maneira que consigo, lhe acertando uma
joelhada.
— OHHH... FILHA DA PUTA...! Você vai me pagar por isso
Laura...! Porra você vai pagar caro garota...! Cacete! Merda! Droga! —
Esbraveja caído no chão e eu corro de volta para o quarto e tranco a porta.
Corro até a cama e me sento na mesma esperando os gritos dele para
eu abrir a porta, mas ele não o faz, me levanto nervosa pelo que eu fiz e com
medo dele me violentar, de repente ouço um barulho na fechadura e os meus
olhos se arregalam, olho de um lado para o outro procurando um lugar para
me esconder mas nesse momento a porta de abre, corro em direção ao
banheiro e entro fechando a porta, mas não consigo pois ele coloca o pé me
impedindo de fechá-la, ele a empurra com força me fazendo ir parar no chão,
ele me encara furioso mas seus olhos estão nas minhas pernas expostas pelo
cumprimento da sua blusa em meu corpo, e isso me faz estremecer.
— Não adianta fugir de mim docinho, você vai ser minha e vai pagar
pelo que você fez, está me ouvindo? — Esbraveja irritado entrando no
banheiro e eu o encaro assustada, mas tento não demonstrar o meu medo.
— Eu não sou sua e nunca vou ser! Um homem como você só
consegue uma mulher usando a força bruta, porque para se entregar a você
por vontade própria só sendo mesmo uma prostituta, não é delas que você
gosta? Não era com elas que você estava minutos antes de tentar me agarrar a
força? — Enfrento-o com ódio na voz e ele me encara furioso se abaixando
na minha frente, segurando com força o meu queixo.
— Eu consigo a mulher que eu quiser docinho, mas eu prefiro as
prostitutas porque elas sim sabem como me agradar, sem reclamar e ficar
fazendo charme como você está fazendo... Eu sei que você também me quer e
não vai demorar muito para se oferecer para mim como uma prostituta
qualquer... — Diz com um sorriso cínico no rosto me deixando furiosa e
tento esbofeteá-lo, mas ele segura a minha mão me encarando tão perplexo
quanto eu mesma.
— Se for para me tornar uma prostituta... Prefiro me oferecer a
qualquer um a me oferecer para você...! Eu odeio você Sr. John! EU ODEIO
VOCÊ! — Esbravejo soltando a minha mão do seu aperto o encarando com
desprezo pelas suas palavras, e ele me encara surpreso.
Me levanto apressada para sair do banheiro mas ele se levanta junto
bloqueando a minha saída, nos encaramos fixamente por um tempo então ele
sai do banheiro com as mãos nos bolsos, mas para se virando para me
encarar.
— Acho melhor você sair daqui, e de preferência que seja agora
mesmo...! Você pode ficar no quarto de hóspedes ao lado... Vai! Sai daqui
Laura! — Diz me dando as costas e se altera me assustando com o seu tom
irritado. saio do banheiro correndo em direção a porta do quarto.
Saí do mesmo apressada mas por incrível que pareça, o meu medo se
dissipou, John pode ser esse homem bruto mas no fundo sei que ele jamais
faria algo contra a minha vontade, ou então já teria feito, ele só está tentando
me intimidade para me fazer ceder a ele mas isso não vai acontecer, eu vou
fazer até o impossível para mantê-lo longe de mim e evitar me tornar uma
prostituta como ele quer, eu não vou aceitar fazer isso nunca.
Depois que saí do quarto dele eu entrei na primeira porta que vi na
minha frente, tranco a porta e só então reparo no ambiente a minha frente, é
um quarto bem bonito, grande e amplo para todos os lados, olho a minha
volta encantada com o lugar e encaro aquela enorme cama só me esperando
para me jogar nela, e foi o que eu fiz, me joguei na cama em meio aqueles
lençóis de algodão macio.
Abraço o travesseiro e me assusto quando imagens das suas mãos no
meu corpo invadiram a minha mente, me sento na cama assustada com tal
lembrança e sinto a minha pele se arrepiar como se ele tivesse aqui beijando e
chupando o meu pescoço, sinto aquele latejar entre as minhas pernas e
percebo minha respiração pesada, arregalo os olhos espantada comigo mesmo
e corro para os banheiro já tirando aquela camisa do meu corpo, entro
debaixo do chuveiro ligando na água fria mas sinto o meu corpo pegar fogo, e
um desejo enorme me consumir rapidamente.
— Merda...! Droga! O que está acontecendo comigo...? Porque estou
pensando essas coisas dele...? Justo dele? — Questiono a mim mesma
debaixo da água tentando baixar a temperatura do meu corpo.
Passo longos minutos ali no chuveiro e só saio quando me sinto mais
tranquila com os meus pensamentos, me seco e visto um roupão que havia ali
no armário do banheiro e volto para o quarto, me deito do mesmo jeito que
estou e tento não pensar nesse troglodita do quarto ao lado.
Me lembro de Paulo e Adélia imaginando se eles sabem onde estou,
com certeza devem saber já que saí de lá com o nosso chefe, será que ele
sempre traz garotas de programas para sua casa? Ao invés de trazer uma
mulher descente traz prostitutas para serem o seu brinquedinho na hora que
quiser? Estou odiando-o ainda mais por isso.
Depois de pensar tanto em coisas que não devo eu finalmente consigo
pegar no sono novamente, me entrego ao meu sono e acabo tendo um
pesadelo com o meu padrasto, tentando me agarrar como sempre fazia mas
dessa vez eu não consigo me livrar dele.
— Vadia gostosa... Agora você vai me pagar pelo tempo que eu não
consegui foder você... Ohhh apertadinha como eu imaginei. — César urra me
violentando enquanto gargalha por conseguir o que ele tentou por anos e
não havia conseguido, até aquele momento.
Olho para o lado e vejo Logan sorrindo enquanto se masturba
assistindo a esse show de horrores, ele se aproxima e se ajoelha ali ao meu
lado onde estou sendo violentada, e me acerta um tapa no meu rosto antes de
agarrar os meus seios apertando com força.
— Eu também quero me divertir César, eu também quero me deliciar
dessa coisinha gostosa e não vai ter graça se ela estiver desmaiada, agora
sim essa prostituta vai aprender a me obedecer. — Logan toma o lugar de
César sobre mim me penetrando de uma só vez, me fazendo gritar.
Ele sorrir com deboche se divertindo com a minha situação enquanto
eu choro, já me sentindo sem forças para lutar contra esses monstros
malditos.
— PARA POR FAVOR...? ESTÁ ME MACHUCANDO... SOCORRO!
SOCORRO...! ALGUÉM ME AJUDA? POR FAVOR? — Grito me debatendo
tentando me soltar mas não consigo, quanto mais eu tento me soltar, mais ele
me prende a ele.
— Grita sua Vadia gostosa! Pode gritar a vontade porque ninguém
vai te ouvir... Ohh pede socorro, pede...! Eu quero ouvir você implorar por
ajuda mas ninguém vai te ajudar... Porra eu vou gozar... Ohhh vou encher
você com a minha porra sua gostosa do caralho... Ohhh... — Logan sorrir na
minha cara e geme me penetrando com brutalidade, me fazendo sentir o
sangue quente escorrer pela minha intimidade, pois ele realmente está me
machucando com tanta violência.
— NÃO POR FAVOR... ISSO NÃO... POR FAVOR NÃO FAZ ISSO
COMIGO...? ME SOLTA...? Eu nunca fiz nada contra você por favor me
solta...? Seu monstro! Me solta por favor! — Grito aflita e com medo de
acabar grávida desse monstro desgraçado, mas ele apenas sorrir enquanto
se satisfaz com a minha dor.
— Por favor tenham piedade... Não faz isso comigo eu não mereço
isso... SEUS MONSTROS ME SOLTEM...! POR FAVOR ME SOLTEM...?
SOCORRO! SOCORRO...! ALGUÉM ME AJUDA...? ALGUÉM ME
AJUDA...? ME TIRA DAQUI! ME TIRA DAQUI POR FAVOR? — Grito
em meio ao choro desesperada tentando tirar aquele homem de cima de mim,
mas não conseguia.
— ACORDA LAURA POR FAVOR...! Você está tendo um pesadelo
não é real, abra os olhos docinho...? Eu estou aqui abra os olhos? — Ouço
bem distante alguém me chamar enquanto eu me debato ainda chorando
tentando me soltar.
— NÃO! NÃO...! ME SOLTA CÉSAR... NÃO FAZ ISSO
COMIGO... Não me machuquem... Eu não mereço isso... Eu não mereço isso
seus monstros... — Imploro ainda em pânico e chorando muito, tentando em
vão me soltar.
— Acorda Laura! Sou eu John meu anjo... Acorda eu não estou
gostando de te ver assim... ACORDA LAURA! — Ouço mais uma vez
aquela voz me pedindo para acordar, e um grito agudo e estridente me faz
despertar.
Abro os meus olhos ainda embaçados pelas as lágrimas e me encolho
na cama, olho a minha volta à procura de César e Logan mas só vejo John ali
na minha frente, me encarando surpreso e perplexo ao mesmo tempo, me
afasto dele chorando ainda olhando a minha volta com medo daqueles
monstros voltarem e John fica apenas me observando.
— Se acalma, não tem mais ninguém aqui além de mim e você, está
bem...? Você estava tendo um pesadelo Laura, eu ouvi os seus grito e vim
correndo ver o que estava acontecendo... Você está molhada de suor, estava
tendo um pesadelo com um tal César e mais alguém que você não disse o
nome. — Diz ele fazendo menção de se aproximar mas não o faz.
— Logan... Era o Logan e o meu padrasto eles.. Eles estavam.. Eles
estavam me violentando e eu não consegui me livrar deles.. Eu estou com
medo... Estou com muito medo deles virem atrás de mim... Eu não vou
conseguir me livrar dos dois juntos eu não... — Desabafo entre soluços ainda
apavorada e ele me interrompe.
— Laura se acalma? Eu estou aqui para você agora, não vou deixar
ninguém fazer nada contra você ouviu bem? Você e minha docinho e
ninguém vai toca em você além de mim... Eu vou proteger você. — Pede
irritado e inquieto com alguma coisa e me encara de um jeito diferente ao
dizer que sou dele e não serei de mais ninguém.
— Você... Você ainda pretende me levar de volta para boate...? Por
favor Sr. John eu faço o que o senhor quiser, mas não me leve para aquele
lugar outra vez...? Eu trabalho em qualquer lugar com qualquer coisa mas não
naquela boate... Por favor tenha piedade de mim? Não me leve mais para
aquele lugar... Eu prometo me comportar eu prometo ser obediente mas não...
— Suplico em pânico me aproximando dele segurando sua mão com
gentileza, ele me interrompe mais uma vez.
— Não se preocupe mais com isso, você não vai mais volta para
aquela boate... Você não é mulher para ficar em um lugar daquele. — Revela
ainda me encarando daquele jeito intenso e suas palavras me causam um
alívio absurdo. Me jogo em meus braços o abraçando forte.
— Obrigada...! Muito obrigada Sr. John. — Agradeço ainda abraçada
a ele e sinto os seus braços rodearem o meu corpo me apertando contra si.
Sinto uma euforia tão grande por estar aqui nos braços dele, mas de
repente um certo volume duro pressiona a minha bunda, só então me dou
conta de que estou no colo dele, mas como eu vim parar aqui? Me solto dele
sem graça me lembrando do que fiz com ele no corredor da casa, então saio
do seu colo de cabeça baixa e John não diz nada, apenas continua me
encarando daquele jeito desconcertante.
— Me chame apenas de John... Não precisa me chamar de senhor. —
Ele toca o meu rosto erguendo o meu queixo, me fazendo encará-lo.
— Como quiser, John. — Sussurro o encarando atenta sentindo o meu
corpo trêmulo com a intensidade do seu olhar.
— Eu posso te proteger de qualquer um, Laura... Eu só não sei se vou
conseguir proteger você de mim mesmo. — Diz em um tom rouco encarando
a minha boca e eu ofego.
— Eu não preciso ser protegida de você, John. — Ofego também
encarando a sua boca, engulo a seco ao perceber o que eu acabei de dizer. Oh
merda eu não posso ter dito isso! Só pode ser alucinação minha!
Sei que estou mais vermelha que um tomate após dizer esse absurdo,
mas ele continua me encarando daquele jeito, não consigo mais sustentar o
seu olhar e me levanto apressada e corro para o banheiro me trancando no
mesmo.
— Que estúpida que eu sou... Porque eu disse aquilo? Porque ele me
deixa tão nervosa...? Porque estou tão confusa? Droga! Agora sim ele vai
achar que pode conseguir o que quiser comigo... Como eu sou idiota! —
Sussurro ainda com a minha respiração pesada e tiro o roupão que dormi com
ele e entro no box.
Ligo o chuveiro na água fria e entro em baixo tentando acalmar essas
reações estranhas do meu corpo, imagens daquele pesadelo invadem a minha
mente e no mesmo instante sinto um arrepio na espinha, fazendo se dissipar
toda essa sensação de segundo atrás, e se aquele miserável do Logan ainda
quiser vir atrás de mim pelo que aconteceu na boate? E se o meu padrasto
ainda estiver atrás de mim mesmo depois de me vender daquela maneira tão
horrível?
Pelo que as meninas me contaram todas elas estão naquele lugar
porque querem, mas até agora eu não entendi o porquê me compraram para
trabalhar naquele lugar, já que ninguém ali é obrigado a nada, eu sei que John
não aprovou o que aconteceu mas mesmo assim ele ia me fazer trabalhar
naquele lugar, mas por algum motivo agora ele não vai mais me obrigar a
voltar para boate, e ainda disse que me protegeria, eu não posso contar com
isso pois sei que depois que ele se cansar de mim, ele vai me jogar de volta
naquele lugar horrível.
Tento tirar essa situação toda da minha cabeça e termino o meu
banho, rezando mentalmente para John já ter saído desse quarto. Me seco e
visto novamente o roupão pois não tenho roupas para vestir aqui, e não quero
ficar usando as roupas dele, não me ajuda em nada ficar sentindo o cheiro
dele no meu corpo pois isso só me confunde ainda mais.
Saio do banheiro olhando para todos os lados mas graças a Deus ele
não está mais ali, olho em direção a janela e vejo que o dia já está
amanhecendo, volto para aquela cama imensa e me deito novamente rezando
para não ter outro pesadelo, as imagens parecem tão reais que o sofrimento e
grande como se realmente aquilo tivesse acontecido.
Tento deixar a minha mente livre para não pensar em mais nada, e
depois de muito custo consigo adormecer mais uma vez na esperança de ter
um sono tranquilo.
Não consegui dormir depois de ouvir de Laura, que ela prefere se
entregar a qualquer um a se entregar a mim, isso foi frustrante demais e
confesso que movido pela raiva, cogitei a possibilidade de levá-la de volta
para boate afim de lhe dar um castigo, mas eu jamais permitiria que outro
homem tocasse nela além de mim, isso eu não vou aceitar jamais e estou me
perguntando o porquê dessa minha obsessão por ela, eu só sei que não vou
sossegar até conseguir o que eu quero, e eu quero ela.
Ainda não estou acreditando que uma mulher tão frágil como Laura
conseguiu me derrubar daquela maneira uma joelhada certeira que me
deixou bem dolorido mas não diminuiu o meu desejo por ela, filha da mãe,
senti vontade de agarrar naquele pescocinho lindo e apertar até ela ficar sem
ar para pagar o que fez comigo, como uma mulher consegue ser tão arisca
desse jeito? Mas eu ainda vou domar essa ferinha gostosa, e de preferência na
minha cama.
Depois que ela saiu do meu quarto correndo eu me controlei para não
ir atrás, aliás, ainda estou tentando entender o porquê estou me controlando
tanto com ela, não sou mais assim eu não preciso ter paciência com ninguém,
muito menos para conseguir o que eu quero.
Depois de vestir uma calça de moletom eu me deito para tentar
dormir, mas não pude evitar pensar naquelas belas pernas, como essa garota
consegue ser tão linda? Tão gostosa? A imagem da sua intimidade rosadinha
e lisinha não sai da minha mente, eu quase posso sentir o seu gosto na minha
boca de tanta vontade de senti-la novamente, um desejo incontrolável de
entrar nela e fodê-la com força está me consumindo, eu preciso ter Laura o
mais rápido possível ou eu vou enlouquecer.
Sinto o meu pau latejar dentro da calça e bufei frustrado, não vou me
masturbar por causa dessa ninfeta que está me tirando a porra do sono, já
comi três prostituta hoje e custei a gozar por pensar tanto nela, desgraçada!
Porque ela está fazendo isso comigo? Ela quer acabar comigo mas isso não
vai funcionar, ela não vai conseguir o que ela quer jamais.
Depois de muito pensar eu tento dormir mas não consigo, rolo na
cama de um lado para o outro e quando percebo já está quase na hora de
levantar para trabalhar, então decido me levantar de uma vez e tomar um
banho para relaxar um pouco.
Depois do banho vou para o meu closet e me arrumo sem pressa para
nada, pois estou com tempo de sobra hoje. Volto para o quarto colocando o
meu blazer sobre a cama enquanto termino de fechar a minha camisa, mas de
repente ouço gritos de pedido de socorro e sinto o meu coração acelerar
quando reconheço a voz de Laura.
Corro até a porta e saio apressado para chegar até o seu quarto, tento
abrir a porta mas está trancada então corro até o pequeno baú de chaves no
pequeno armário no final do corredor, pego a chave que indica o quarto que
Laura está e corro de volta até a porta, abro a mesma e entro com tudo
ouvindo os seus gritos de desespero mais nitidamente em meio ao choro, me
deparo com uma cena lamentável dela se debatendo chorando muito e posso
ver os seus cabelos calados no rosto pelo suor que cobre a sua pele.
Ela está tendo um pesadelo então me aproximo da cama me sentando
ao seu lado, tento chamar por ela mas ela não acorda, tento tocar o seu rosto
chamando mais uma vez por ela mas Laura continua gritando por socorro.
Laura só reage quando dou um grito chamando por ela, então a mesma
acorda me encarando assustada, olhando para todos os lados, com certeza
com medo de não ser apenas um pesadelo e sim algo real, ela chora tanto que
me corta o coração.
Mas o que me pegou de surpresa foi saber que ela teve um pesadelo
com o tal padrasto que a vendeu mas também com Logan, ontem aquele
infeliz tentou abusar dela depois de ser temido por não cumprir as minhas
ordens, e mesmo assim ele fez o que fez com ela, então tive certeza de que
ela não pode mais voltar para aquela boate, e ao saber que não irá mais para
aquele lugar, Laura me agradece se jogando em meus braços, me apertando
tão forte, mais uma vez me pegando de surpresa com isso, mas confesso que
gostei então retribuo ao seu abraço trazendo ela para o meu colo, mas ela se
assusta quando sente que estou excitado por tê-la aqui nos meus braços, não
consigo desviar os meus olhos dela, estou simplesmente hipnotizado
encarando a sua boca, louco para beijá-la e sentir mais uma vez o seu gosto,
mas logo tento voltar a mim.
— Me chame apenas de John... Não precisa me chamar de senhor. —
Toco o seu rosto erguendo o seu queixo, fazendo ela me encarar.
— Como quiser, John. — Sussurra me encarando fixamente e aquela
vontade insana de beijá-la me consome mais uma vez.
— Eu posso te proteger de qualquer um, Laura... Eu só não sei se vou
conseguir proteger você de mim mesmo. — Alerto-a com a voz rouca de
desejo encarando os seus lábios doces, louco para jogá-la nessa cama e fazê-
la minha.
— Eu não preciso ser protegida de você John . — Ela ofega também
encarando a minha boca e sinto a minha sanidade evaporar aos poucos com
as suas palavras.
Mas antes que eu pudesse agir e fazer o que eu sei que ela também
quer, Laura sai da cama correndo para o banheiro se trancando lá dentro,
respiro fundo contando até dez mentalmente me controlando para não
derrubar aquela porta e tirar ela lá de dentro, sinto o meu coração acelerado e
meu corpo pegar fogo pela adrenalina que corre nas minhas veias.
Me levanto da cama inquieto tentando raciocinar para não fazer uma
besteira, esfrego as mãos nos cabelos e vou até a porta do banheiro tocando a
maçaneta para abrir, mas em uma fração de segundos eu desisto e me apresso
para chegar até a porta e sair dali, não consigo fazer isso com ela, por mais
que eu queria ir lá e possuí-la de uma vez, tem algo nela que me impede de
ser um canalha com ela, não consigo fazer isso sem a permissão dela, porque
que com ela eu não estou conseguindo fazer isso? Porque estou sendo tão
frouxo com Laura? Porque não consigo ser com ela como sou com as outras?
Volto para o meu quarto bufando de raiva de mim mesmo por não
conseguir o que eu quero, termino de me arrumar e saio novamente do meu
quarto para descer, olho em direção a porta do quarto dela mas decido descer
de uma vez, já estou começando a me cansar de ser rejeitado por essa garota,
eu só não entendo o porque ela se recusa a se entregar a mim se já percebi
que ela me deseja, Laura também me quer e isso está claro como água, mas
tem alguma coisa travando-a, a impedindo de se entregar pra mim.
Desço até a sala de refeições e a mesa está sendo posta como sempre
no mesmo horário, me sento na ponta da mesa e começo a me servir com um
café preto puro e um pedaço de bolo, o mesmo que Laís ensinou Sandra a
fazer, a nossa cozinheira, mas quando dou o meu primeiro cole no café me
irrito largando a xícara de lado.
— Mas que merda de café é esse Martha...? Esse café está horrível,
está gelado, quem me serviu essa porcaria...? EU ESTOU FAZENDO UMA
PERGUNTA VOCÊ PODE ME RESPONDER SUA INCOMPETENTE? —
Esbravejo irritado e a empregada me encara assustada.
— Me perdoe senhor, foi a empregada nova que serviu mas vou
mandar faz... — Explica de cabeça baixa com a voz trêmula mas a
interrompo.
— Eu não mandei você fazer nada, eu quero essa incompetente fora
da minha casa agora mesmo! Ela está demitida e se eu ouvir insistências ela
não sairá daqui sozinha, eu fui claro...? Agora saia da minha frente! Nem
servir um café vocês não sabem fazer. — Esbravejo ainda alterado enquanto
me levanto já sem vontade de comer nem beber nada.
Saio da sala furioso por nem conseguir tomar um café da manhã nessa
casa, com esse empregados incompetentes que eu tenho.
Pego a minha pasta de documentos no escritório e saio de casa
acelerando a minha bebê, minha Ferrari F40 e ganho as ruas de Santos-SP.
Em pouquíssimos minutos já estou estacionando na garagem do
prédio onde sou vice presidente em uma corretora de valores, quem é o
presidente? Sim, o meu pai e eu, me orgulho muito dele apesar das nossas
pequenas brigas por ele insistir que eu preciso voltar a ser o que eu era antes,
mas o que ele não sabe é quê o que eu era antes não existe mais, pelo menos
era nisso que eu acreditava até aquela garota aparecer na minha boate e me
tornar um frouxo como estou sendo com ela, mas porque essa minha fraqueza
só aparece quando o assunto é ela? Merda! Porque ela não sai da minha
cabeça? Porque não consigo deixar de desejar essa garota infernal que esta
bagunçando a minha mente?
Entro na minha sala e me surpreendo por não encontra o meu pai me
esperando como ele faz todos os dias. Inicio o meu trabalho revisando alguns
documentos que deixaram na minha mesa, isso não é serviço meu, mas é
melhor eu ocupar a minha mente com isso do que com aquela garota que
ainda vai me fazer perder o juízo por causa dela, eu preciso me concentrar em
qualquer coisa que não seja ela então tento me distrair com esses
documentos.

A minha manhã está passando tranquilamente até que eu me lembro


que não avisei as empregadas que temos uma hóspede na casa, talvez ela já
tenha decido e feito amizade com os criados, pois fazer isso é a cara dela.
Ligo no residencial de casa e depois de três toques alguém atende.
— Residência Sarkozy, bom dia! — Atende Beatriz, minha
governanta.
— Beatriz é John, estou ligando apenas para saber sobre a nossa
hospede, uma moça que está no quarto de frente para o meu. — Digo meio
constrangido pois não sou de hospedar ninguém na minha casa, existe hotel
para isso.
— Me desculpe senhor, mas de que hóspede o senhor está falando?
Não vimos ninguém nessa casa a manhã inteira. — Questiona em um tom
confuso e começo a temer que Laura tenha fugido. Merda!
— Como assim não viram ninguém? Vai até o quarto que eu citei e
verifique se há alguém lá! Quando eu saí mais cedo tinha uma hóspede em
um dos quartos sua incompetente! Ela deve ter decido para comer alguma
coisa e você não viu, agora faça o que eu mandei e depois me retorne
imediatamente! — Me levanto impaciente e desligo o telefone sem esperar
ela dizer mais nada.
Encerro a ligação batendo o telefone com tanta força que pensei ter
quebrado, mas não, ele está inteiro e eu preocupado com a que a governanta
me disse, como assim eles não viram ninguém? Será que Laura ainda não
saiu daquele quarto? O que ela está fazendo trancada lá? Bom, pelo menos eu
espero que ela ainda esteja lá ao invés de me dá trabalho para procurar por
ela.
Depois de alguns poucos minutos saio dos meus pensamentos com o
telefone da minha mesa tocando.
— Sr. Sarkozy, a sua governanta está na linda 1 posso passar a sua
liga... — Diz a lerda da minha secretaria me fazendo interrompê-la.
— Se a chamada é da minha casa porque você não passou a ligação
logo? Ao invés de me fazer perder o meu tempo falando com você...? Está
esperando o quê para passar a ligação sua inútil? — Esbravejo irritado e a
linha fica muda, logo ouço a minha governanta.
— Sr. Sarkozy, encontrei a hóspede no quarto, mas ela não parece
bem, a menina está queimando de febre e está delirante pedindo socorro, eu
não sei o que fazer senh... — Avisa Beatriz em um tom preocupado enquanto
eu sinto o meu peito se apertar estranhamente.
— Mas é claro que você não sabe o que fazer, você é outra
incompetente, do contrário eu não precisaria te dizer o que fazer, não é
mesmo Beatriz...? Chame o Dr. André para examiná-la e fique com ela até
ele chegar, em dez minutos estarei aí. — Mais uma vez me irrito, me sinto
inquieto e desligo sem esperar ela dizer mais nada, pego o meu celular e saio
às pressas da minha sala.
Corro até o elevador ainda sem entender o porquê dessa minha
preocupação toda com Laura, apenas faço aquilo que sinto dentro de mim que
devo fazer.
Desço até a garagem e entro no meu carro saindo dali cantando pneus,
o carro parece flutuar de tanto que eu corro e com certeza eu furei quatro
sinais vermelho, foram só os que eu consegui contar, mas em poucos minutos
estou estacionando de volta na porta da minha casa.
Saí do carro correndo e entrei em casa apressado já indo em direção a
escada, subo de dois em dois degraus e logo estou adentrando ao quarto de
Laura e vejo Beatriz sentada ao seu lado, tentando chamar por ela enquanto
passa uma toalha pelo seu rosto molhado de suor.
— Sr. Sarkozy, o Dr. André já está a caminho e não vai demorar a
chegar, ele está aqui por perto e... — Avisa ela se levantando da cama me
encarando apreensiva, então alguém bate na porta.
— Com licença senhor, o Dr. André chegou. — Diz Martha dando
passagem para o médico da família entrar.
— Sr. John, como vai...? Essa é a moça que eu vou examinar? O que
ela tem? — Pergunta se aproximando me cumprimento e eu o cumprimento
de volta.
— Tudo bem doutor...? Bom, essa madrugada Laura teve um
pesadelo e acabou se descontrolado um pouco, ela estava com muito medo
pois no pesadelo ela sofria violências físicas e isso a deixou muito abalada, e
agora pouco minha governanta ligou dizendo que Laura estava queimando
em febre, por isso mandei que o chamasse. — Conto parado ao lado da cama
admirando Laura que se treme inteira de frio, posso ver que ainda está
vestindo o mesmo roupão de ontem e me lembro que ela não tem
roupas. Merda!
— Bom, ao que parece ela não tem nada demais, essa febre pode ser
emocional pelo tal pesadelo que ela teve, na verdade esses tipos de pesadelos
podem ser traumas vividos que estão reaparecendo nesses pesadelos
causando estresse, então ela pode estar com a febre psicogênica, ou seja, a
febre emocional. — Diz o médico enquanto a examina e confesso que não
está me agradando vê-lo tão perto dela, sabendo que ela está nua por dentro
desse roupão.
— O que fazemos quanto a isso doutor? Tem algum tipo de remédio
para isso? — Paro ao seu lado atento a tudo que ele faz e fala.
— Sim, ela precisa baixar essa temperatura, a febre dela está
realmente muito alta, pode continuar com as compressas com a toalha
molhada e dê a ela um remédio para febre, se isso não resolver é só você me
chamar novamente... Um banho frio também pode ajudar a baixar a
temperatura. — Explica enquanto pega o seu bloco de receitas e prescreve a
medicação, me entregando a receita em seguida.
— Beatriz, providencie a entrega desse remédio o mais rápido
possível... E mais uma coisa, depois eu quero que você vá a algumas lojas e...
E compre algumas roupas e sapatos para Laura, dentre outras coisas que ela
vá precisar, você é mulher eu não vou ficar te explicando o que fazer, você
sabe o que tem que comprar, certo? — Peço meio sem jeito ao falar das
roupas e ela me encara surpresa, mas tenta disfarçar.
— Como quiser senhor, eu vou agora mesmo. — Diz ela em um tom
firme então tiro a minha carteira do bolso e preencho um cheque de dez mil
reais.
Acho que isso deve dá para comprar algumas peças para ela usar por
esses dias, depois eu peço alguém para levá-la para comprar mais e assim ela
mesma escolhe o que quer. Dou o cheque a Beatriz e ela me encara com os
olhos arregalados.
— Algum problema Beatriz? Esse valor não é o suficiente para
comprar as coisas dela? Precisa de mais eu faço outro cheque? — Pergunto já
abrindo novamente o talão e a mulher quase se engasga.
— Não senhor, esse valor é mais que o necessário, eu vou agora
mesmo comprar o que ela precisa, com licença senhor. — Ela coloca o
cheque no bolso e rapidamente sai do quarto, volto a minha atenção para o
médico ao lado de Laura.
— Bom Sr. John, eu não tenho muito o que fazer no caso dela, apenas
me chame novamente se precisar, está bem? Faça ela se alimentar bem e
beber bastante líquido, dê o remédio para baixar a febre e faça as compressas
para ajudar nisso... Bom, eu vou indo, me liga se precisar. — Me orienta
enquanto guarda as suas coisas e se levanta vindo até a mim.
— Obrigado doutor, eu ligo se precisar e seguirei as suas
recomendações... Tenha um bom dia. — Levo-o até a porta e assim que ele
sai, volto até a cama de Laura.
Me sento ao seu lado e ela se mexe puxando o edredom mas não está
fazendo frio.
— Laura? Acorda? Você precisa se levantar, precisa tomar um banho
você está encharcada de suor... O que aconteceu com você? Teve outro
pesadelo...? Laura eu estou falando com você! — Chamo por ela mas ela não
responde e continua puxando o edredom até cobrir a cabeça.
Me irrito por ela não me responder e puxo o edredom descobrindo-a
por completo.
— Não faz isso por favor? Eu estou com frio... Eu estou com muito
frio. — Reclama se encolhendo na cama em uma posição fetal.
— Você precisa se levantar Laura, precisa tomar um banho e descer
para comer alguma coisa, você não se alimenta desde ontem, não é...? Por
favor me obedeça...? Levanta docinho? — Me aproximo mais e toco o seu
rosto quente como fogo em brasas e isso me preocupa.
— Eu não quero John, me deixa aqui...! Por favor me deixa aqui...?
Eu ainda estou com sono. — Murmura se virando para o outro lado da cama
me fazendo perder de vez a minha paciência.
— Você vai se levantar querendo ou não! Não quero ver você jogada
nessa cama o dia todo. — Digo meio irritado e ao mesmo tempo preocupado,
então me deixo mover pelo impulso e pego ela no colo levando-a para o
banheiro.
Ela reclama se encolhendo em meus braços e deita a cabeça no meu
ombro, me fazendo sentir a sua respiração quente no meu pescoço
"merda!" além de muito quente Laura está com o corpo mole e sem forças, e
tenho certeza de que ela não está se alimentando direito.
Entro com ela no banheiro e vou direto para box ligando o chuveiro
em uma temperatura quase morna, coloco Laura no chão encostada na parede
mas ela quase não aguentar ficar de olhos abertos.
— Você consegue tomar banho sozinha Laura...? Eu não vou
conseguir te ajudar docinho, seria tentação demais para eu suportar te ver
nua. — Seguro firme a sua cintura para ela não cair e ela abre os olhos me
encarando fixamente.
— Estou à beira de cair... Mau sinto as minhas pernas John... Você
ainda acha que consigo tomar banho sozinha...? Se não quiser me ajudar eu
vou entender... Mas você poderia chamar uma de suas empregadas para me
ajudar? Eu gostei da Beatriz, ela foi gentil comigo... Coisa que mais ninguém
foi até agora. — Diz deixando uma lágrima solitária rolar pelo seu rosto e
suas palavras me surpreenderam.
É sério isso? Como alguém pode não ser gentil com ela se até eu me
torno um fraco perto dela? Não consigo dizer nada diante de suas palavras,
apenas encaro os seus olhos fixamente antes de encarar a sua boquinha linda,
droga! Estou louco para beijá-la todinha mas preciso me controlar.
— Ham... A Beatriz teve que sair... Para comprar o remédio receitado
pelo médico, acho que eu posso... Te ajudar... Cacete! — Digo enquanto abro
o seu roupão e ela está completamente nua como imaginei, sussurro um
palavrão e respiro fundo tentando me concentrar em não olhar tanto para o
seu corpo.
Penduro o roupão sobre o vidro do box e aproximo ela dà ducha
deixando a água molhar os seus longos cabelos e escorrer pelo seu corpo, ela
se encolhe inteira ao sentir o contato da água fria com a sua pele se
arrepiando dos pés à cabeça, não adianta eu tentar me controlar, pois já estou
de pau duro vendo ela nua na minha frente e não posso fazer nada.
Solto ela brevemente para pegar o sabonete e ela se desequilibra me
fazendo voltar às pressas para amparar o seu corpo, quando dou por mim já
estou debaixo do chuveiro todo molhado abraçado ao seu corpo nu "ela está
doente cara não seja tão cretino!" "Mas ela está nua e isso está me
enlouquecendo" uma briga interna comigo mesmo me faz enlouquecer de vez
e coloco ela contra a parede prendendo o seu corpo ao meu, encaro os seus
lábios entreabertos me convidando a adentrar a minha língua neles, ela está
ofegante e sinto o meu sangue bombear mais forte nas veias elevando a
minha adrenalina.

Minha nossa porque ele está me olhando assim? Estou nua nos seus
braços e só então percebo o perigo que foi pedir ajuda a ele, eu já não estou
me sentindo bem e com ele me apertando desse jeito, me deixa com as pernas
ainda mais bombas por sentir o quanto ele está excitado, droga! Eu não devia
ter pedido ajuda para ele, o que deu em mim para fazer uma louca dessas? Ele
encara a minha boca fixamente e passa o seu polegar pelos meus lábios me
deixando ofegante.
— John ... — Sussurro o seu nome tentando contestar, mas ele avança
na minha boca com um beijo urgente.
Não tenho forças para lutar contra ele e no fundo eu não quero lutar,
então apenas me entrego ao seu beijo retribuindo com a mesma intensidade.
Suas mãos me apertam e me puxam ainda mais para si e sinto que podemos
nos fundir um no outro a qualquer momento, seguro os seus braços tentando
reunir forças para empurrá-lo, mas quando dou por mim minhas mãos estão
na sua nuca puxando-o mais para mim. Sinto uma de suas mãos agarra o meu
seio e seus lábios descem pelo meu pescoço me fazendo gemer e me arrepiar
inteira, sua mão sai do meu seio e desce pelo meu corpo até tocar a minha
intimidade me fazendo gemer alto.
— Oh meu Deus... Ohhh... John... Ahhh... — Gemi sentindo o meu
corpo tremer e meus pés nem parecia tocar o chão.
— Porra Laura... Se continuar gemendo desse jeito eu não respondo
por mim... Você é muito gostosa... Ohhh eu quero foder você Laura... Eu não
aguento mais, eu estou louco para meter em você com força. — Diz com a
voz rouca massageando o meu ponto sensível descendo a sua boca entre os
meus seios, mas me assusto com as suas palavras.
— Não por favor...? Eu... John... É que... Assim não... Por favor assim
não? — Peço apavorada me afastando dele temendo que ele realmente se
descontrole e me pegue a força como fizeram no meu pesadelo.
John me encara ofegante e meio atordoado sem entender o que está
acontecendo, eu deixo o meu corpo escorregar pelo azulejo gelado até cair
sentada no chão em baixo do chuveiro. Abraço o meu corpo envergonhada
pelo que aconteceu aqui mas também pelo que poderia ter acontecido, John
se abaixa na minha frente e me puxa para os seus braços me levantando do
chão.
Já de pé ele ergue o meu queixo me fazendo encará-lo, e posso ver
que ele está tão confuso quanto eu.
— Eu não vou fazer nada com você, não se preocupe... Laura me
desc... Eu... Termina o seu banho está bem...? Eu vou esperar no quarto, você
consegue ficar sozinha? — Pergunta me encarando fixamente e por um
momento pensei que ele fosse me pedir desculpas, mas já sei que ele não é
homem de se desculpar.
— Sim senhor, eu consigo ficar sozinha. — Sustento o seu olhar e o
vejo trincar o maxilar quando chamo-o de senhor, estou tão nervosa que me
esqueci desse detalhe.
Ele não diz nada apenas se afasta lentamente de mim soltando o meu
corpo, então sai do box me deixando aqui sozinha, eu não estava sentindo frio
quando estava nos braços dele mas agora que ele se foi, sinto minha pele
congelar pelo frio que estou sentindo debaixo da água.
Termino o meu banho e saio do box procurando por uma toalha,
merda eu estou sem roupas como vou ficar andando pelada pela casa com
esse homem me agarrando a todo momento? Assim não Santo que resista!
Me enrolo na toalha e saio do banheiro mas não há ninguém no
quarto, John não estava ali mas de repente a porta se abre e ele entra, com
uma toalha enrolada na cintura e uma de suas camisas na mão, me sento na
cama o admirando se aproximar com os seus olhos intensos sobre mim "Mas
porque estou o admirando tanto? Porque não consigo odiá-lo como gritei na
cara dele antes?"
— Eu trouxe uma camisa minha, para você vestir até a Beatriz chegar
com as suas roupas... Não é bom você ficar enrolada em uma toalha molhada.
— Diz com os seus olhos fixos na minha boca e sinto o meu rosto queimar
por me lembrar dos seus beijos ardentes.
— Obrigada, John... Espera! Com que roupas a Beatriz vai chegar?
Ela foi na boate buscar as minhas roupas? Aquelas roupas não são minhas e...
— Me levanto meio afoita mas ele me interrompe.
— Não se preocupe! Ela não foi buscar roupas para você na boate...
Beatriz foi comprar roupas novas para você, e assim que se vestir eu quero
que desça para comer alguma coisa, não é bom ficar trancada nesse quarto o
dia todo. — Ele me lança aquele olhar intenso e segura a sua ereção
volumosa por cima da toalha, me deixando ainda mais envergonhada.
— Tudo bem John eu farei isso... Com licença. — Concordo de
cabeça baixa evitando olhar para ele e me levanto apressada para chegar até o
closet.
Assim que entro no mesmo respiro aliviada por ele não estar ali na
minha frente, visto a camisa dele e seu cumprimento chega até o meio das
minhas coxas, por impulso aspiro o seu cheiro na camisa e não teve como
evitar sentir as minhas pernas bambas, porque esse homem causa esse efeito
em mim? Porque ele me deixa tão nervosa e me faz sentir essas coisas
calorentas? Um latejar agoniante entre as pernas, um calor absurdo
consumindo o meu corpo, minhas pernas bambas e a respiração pesada, um
desejo incontrolável de ceder as suas investidas mas ao mesmo tempo tenho
medo, medo dele não me querer mais depois de conseguir o que quer e então
me jogar de volta naquela boate, eu sei que ele só vai me manter aqui até se
cansar de mim e depois nunca mais lembrará que eu existo.
Enrolo a toalha no cabelo para secá-lo e volto para o quarto,
novamente John não está mais ali, respiro aliviada e saio até a saca do quarto,
me sento em uma poltrona que tem ali pois está de sol, então posso me
esquentar um pouco para aliviar esse frio absurdo que estou sentindo, a
muitos anos não sinto o calor do sol na minha pele e isso é maravilhoso.
Depois de alguns minutos ali sentada tomando sol, ouço a porta do
quarto bater e uma voz feminina chama por mim.
— Srta. Laura...? Srta. Laura? — Ouço mais uma vez a voz me
chamar e me levanto entrando de volta no quarto.
— Oi! Eu estou aqui. — Entrando no quarto e uma mulher com um
uniforme de empregada me encara com uma pequena bandeja nas mãos.
— Me desculpe por incomodá-la senhorita, eu vim trazer o remédio
que o Sr. Sarkozy mandou... Está se sentindo um pouco melhor? — Pergunta
a mulher me entregando um copo com água e um comprimindo.
— Sim eu estou um pouco melhor, obrigada, o banho que eu tomei
me fez bem. — Digo antes de tomar o remédio sentindo o meu rosto queimar
ao me lembrar do que aconteceu naquele banheiro.
— Que bom que está melhor... Está com fome? O almoço será servido
em dez minutos, mas se preferir posso trazer a sua refeição aqui no quarto,
mas você precisa se alimentar, são ordens do patrão. — Avisa meio acanhada
e eu lhe entrego o copo depois de tomar o remédio.
— Acho melhor eu comer aqui no quarto, não estou vestida
adequadamente para descer. — Digo também meio sem graça e ela sorrir.
— Tudo bem, eu vou pedir para servirem o seu almoço aqui... Com
licença senhorita. — Ela me dá um sorriso gentil e sai do quarto me deixando
só.
Saio novamente até a sacada e me sento no mesmo lugar
contemplando esse sol maravilhoso, olho em direção a piscina admirando
aquela água tão azul lá baixo, mas então vejo algo que me incomodou, John
está no jardim conversando com uma mulher loira linda, mas ele está meio
alterado com ela, será que é a esposa dele? Mas ela não se veste como uma
mulher casada e comprometida, suas roupas são bem vulgares como das
garotas da boate, então deve ser uma namorada, sei lá.
Mas a mulher é insistente em agarrá-lo tentando beijá-lo passando as
mãos pelo seu corpo, ele a empurra contra uma das palmeiras e rasga o seu
vestido beijando os seus seios, ela deve ser uma das prostitutas dele, só pode
ser isso.
Não aguento mais assistir aquilo e me levanto sentindo uma raiva sem
fim me consumir, a mulher o empurra e leva um tapa no rosto, então ele olha
na minha direção e eu lhe dou as costas entrando no quarto, mas que cretino!
Eu tenho certeza que depois de se divertir com aquela mulher ele vai vir
tentar alguma coisa comigo, aquele filho da mãe desgraçado! Transa com
essas mulheres que se deitam com inúmeros homens por dia e depois vem
querendo que eu me entregue a ele, e como uma burra retribuo aos seus
beijos que me enlouquece e me tira de órbita.
— Merda! Burra! Idiota...! Para de pensar nesse cretino! Ele é seu
chefe e também o seu dono... Isso é um absurdo, ninguém é dono de ninguém
e eu nunca vou aceitar isso. — Confronto a mim mesma já dentro do quarto
andando de um lado para o outro, então vejo Beatriz entrar no quarto cheia de
bolsas nas mãos.
Beatriz foi muito gentil comigo quando viu que eu não estava bem,
me simpatizei com ela logo de cara, mesmo ela me encarando tão fixamente
como se tivesse surpresa em me ver aqui, mas é claro, ela nem sabia que eu
existia e muito menos que está aqui trancada nesse quarto.
— Que bom que está de pé Srta. Laura, isso significa que já está um
pouco melhor, não é? — Ela me olha de cima abaixo e sei que está surpresa
por me ver usando uma blusa do seu patrão.
— Sim, estou um pouco melhor... Que sacolas são essas, Beatriz?
Porque trouxe tudo isso para cá? — Pergunto curiosa olhando aquele monte
de bolsas em suas mãos, então ela coloca tudo sobre a cama.
— São todas suas, por isso trouxe para cá e as empregadas vão subir
com mais coisas... O Sr. Sarkozy me mandou pessoalmente comprar essas
roupas para você. — Revela se virando para me encarar sorrindo e eu
arregalo os olhos surpresa com o que ela disse.
— Eu não posso aceitar tudo isso, eu não tenho como pagar por essas
roupas e não quero ninguém gastando dinheiro comigo... São muitas coisas.
— Contesto emburrada me lembrando do que vi agora pouco lá no
jardim. Porque está me incomodando tanto ter visto aquilo?
— Não seja boba Laura, se o patrão quer te dar esses presentes estão
aceita... Você estão juntos, não é? O patrão não é de trazer ninguém para essa
casa, e se ele te trouxe é porque você é especial. — Questiona se
aproximando de mim me encarando desconfiada e eu sinto o meu rosto
queimar de vergonha.
— Especial, eu...? Não... Nunca fui especial para ninguém e tenho
certeza de que também não sou especial para o seu patrão... E nós não
estamos juntos, o Sr. John é meu chefe assim como é para você. — Me sento
na poltrona no canto do quarto e ela continua me encarando com
desconfiança.
— Me desculpe, mas... O Sr. Sarkozy jamais colocaria um
funcionário em um quarto de hóspedes, aqui nessa mansão tem uma casa só
para os funcionários, e você não me parece ser uma funcionária... Me
desculpe se estou sendo intrometida, mas... É que eu nunca vi o patrão tão
preocupado com alguém como ele estava com você, por isso perguntei se
estão juntos, não me leve a mal, está bem? — Comenta meio sem graça se
sentando ao meu lado com um sorriso gentil.
— Não se preocupe, eu não me ofendi com isso, mas eu e o nosso
chefe não temos nada um com outro, ele está nesse momento com uma
mulher no jardim e eles parecem muito íntimos, deve ser a namorada dele ou
algo do tipo. — Comento meio sem graça por tocar nesse assunto com uma
das empregadas dele, mas ela sorrir.
— A Srta. Kristen não é namorada do Sr. Sarkozy, eles nunca
chegaram a assumir um compromisso mas eles tiveram algo sim, mas já faz
tempo que ela não aparecia por aqui, então descobri que o Sr. Sarkozy havia
proibido a entrada dela na mansão, não sei como ela conseguiu entrar aqui
mas com certeza ele não esperava por ela, pois até discutiram e saíram para o
jardim... Por favor eu não te contei nada, ouviu...? Agora vamos ver as suas
roupas, você não pode ficar andando pela casa usando as roupas do seu chefe.
— Ela diz me deixando constrangida ao me lembrar desse detalhe.
— Tudo bem, não se preocupe, vamos ver essas benditas roupas. —
Abro um sorriso tímido então nos levantamos indo até a cama.
Estou tentando não demonstrar a surpresa por saber que aquela
mulher é tipo uma ex namorada de John, talvez não seja assim tão ex por
estarem transando no jardim a luz do dia, não quero ficar pensando nisso pois
Beatriz já percebeu que esse assunto me incomodou, então foco a minha
atenção nas roupas, aliás, Beatriz realmente tem bom gosto pois são umas
mais lindas que as outras, e realmente algumas empregadas apareceram com
mais sacolas e algumas caixas de sapatos, se estou surpresa? Não, eu estou
chocada mesma.

Enquanto víamos as roupas uma das empregadas veio trazer a minha


comida, e avisou que o Sr. Sarkozy havia voltado para o trabalho após o
almoço, só então percebo que já são quase duas horas da tarde. Beatriz saiu
com a empregada me deixando novamente aqui sozinha com esse monte de
roupas espalhadas pela cama, Beatriz ia chamar uma empregada para arrumar
as roupas no closet mas não achei necessário pois quero arrumar eu mesma,
as roupas são lindas e além de saias vestidos blusas e shorts, também tem
lingeries, maquiagem, sandálias e alguns saltos, tem também uma carteira
linda mas eu não tenho grana e nem documentos para por nela, e por falar em
documentos, eu sei que Logan guardou a minha certidão de nascimento no
escritório da boate, eu não tenho uma identidade, só tenho a certidão, então
vou ter que pedi-la de volta ao John, só espero que ele não se negue a me
entregá-la.
Já no meio da tarde eu estou me sentindo bem mais disposta, então
pego um conjunto de lingerie para vestir e um vestido floral lindo, pego uma
das sandálias baixinha e calço me sentindo como se estivesse descalça de
confortável que é a sandália. Prendo o meu cabelo em um coque frouxo
deixando alguns fios soltos e resolvo sair um pouco desse quarto, e assim que
o faço desço as escadas indo até a sala, encontrando Beatriz falando ao
telefone e ela parece com medo de alguma coisa ou de alguém.
— Ela acabou de descer senhor, está usando uma das roupas que
comprei e foi para o jardim. — Diz ela fazendo sinal em direção a porta e eu
balanço a cabeça concordando em saír dali, pois sei muito bem com quem ela
está falando.
Saí pela porta mas dessa vez tenho a minha frente uma bela visão de
um extenso jardim a frente da mandão, minha nossa esse lugar é enorme, há
uma casa menor a esquerda da casa e a direta tem uma espécie de estufa.
Deixo a curiosidade falar por mim e vou em direção a estufa, mas no meio do
caminho Beatriz me chama e eu paro esperando por ela.
— Srta. Laura! Espera...? Onde pensa que vai? Você não pode sair da
mansão, são ordens do nosso chefe. — Me alerta enquanto se aproxima mais
e suspira fundo.
— Não se preocupe, eu não pretendo sair da mansão... Eu só fiquei
curiosa para ver aquela estufa... E por favor pare de me chamar de senhorita,
ok? Sou uma empregada assim como você poxa! — Mudo o meu percurso
para uma tenda do outro lado onde tem um balanço.
— Tudo bem, sem senhorita... Mas é melhor você não entrar naquela
estufa, Laura, o patrão não gosta que entrem lá, apenas o funcionário
contratado para mexer naquelas plantas tem autorização para entrar ali. —
Me alerta ela vindo atrás de mim e eu olho mais uma vez em direção a estufa.
— Porque essas plantas são tão especiais que ninguém pode entrar
ali? — Pergunto curiosa enquanto me sento no balanço.
— Eu não devia tocar nesse assunto pois isso foi proibido dentro
dessa mansão... Mas essa estufa era da falecida esposa do Sr. Sarkozy. —
Revela pensativa e a encaro surpresa.
— Então ele era casado? Ele é viúvo...? Ele tem filhos, Beatriz? —
Pergunto mais uma vez não me aguentando de curiosidade, ainda surpresa
por saber que ele já foi casado.
Será que ele tratava a esposa com brutalidade como ele faz comigo e
as outras garotas?
— Sim, ele é viúvo e não tem filhos... O único filho que ele teve,
infelizmente morreu junto com a esposa em um acidente de carro horrível...
Mas porquê você está tão curiosa para saber sobre ele? Você gosta dele, não
é? Você está gostando do Sr. Sarkozy, Laura? — Pergunta me fazendo
engasgar com a minha própria saliva.
—O quê...? Você ficou maluca Beatriz...? De onde você tirou uma
idéia absurda dessa? Imagina, eu gostando do John... Claro que não... Nunca!
— Me levanto meio nervosa por me lembrar dele e ela se levanta junto me
encarando fixamente.
— Você não está gostando dele, mas está aqui na mansão ganhando
presentes e a atenção dele, já está até chamando-o pelo primeiro nome,
usando roupas dele e... — Ela abre um pequeno sorriso mas suas palavras me
incomodam, mesmo sabendo que ela não está de tudo errada.
— Olha só Beatriz, vamos esquecer esse assunto, ok? Esse homem
me irrita, eu não o suporto e não quero você fazendo insinuações que não
existem! — A repreendo em um tom ríspido mas quando percebo já saiu, a
vejo abaixar a cabeça sem graça.
— Me desculpe Laura, não foi a minha intenção te chatear... Posso
estar vendo coisa onde não tem, então me desculpe... Mas porque você não o
suporta? Ele fez algo que você não gostou? — Pergunta ainda envergonhada
mas a sua curiosidade fala mais alto.
— Não exatamente ele, mas... É complicado Beatriz, eu prefiro não
falar sobre isso. — Fujo do assunto ainda pensativa pois não consigo tirar da
cabeça que ele perdeu a esposa e o filho ao mesmo tempo. Isso explica muita
coisa, como por exemplo o fato dele ser assim tão arrogante!
— Já faz tempo que ele perdeu a esposa e o filho...? O Sr. Sarkozy
sempre foi assim, tão mal humorado...? Como ele era com a esposa, Beatriz?
— Pergunto me deixando mover pela curiosidade assim como ela.
— Já faz cinco anos que o Sr. Sarkozy perdeu a família, e depois
dessa perda ele se tornou esse homem frio e arrogante... Ele era um homem
totalmente diferente do que é hoje, Laura, eu não sei se você sabe mas ele
tem uma boate onde garotas se prostituem, mas isso é comum no mundo dos
riscos então ninguém se importa com isso, mas ele não tinha essa boate na
época em que era casado, ele respeitava muito a sua esposa, era Deus no céu
e a esposa e o filho na terra para ele... Eu acho que já falei demais, Laura, se
o chefe descobre que contei sobre a vida particular dele para você, eu serei
demitida por justa causa, já que falar sobre a vida do patrão é crime nessa
casa... Eu gostei muito de você, menina, e só por isso que estou respondendo
as suas perguntas, mas você está proibida de contar isso até para você mesma,
está me ouvindo? Eu não posso ser demitida Laura, eu preciso desse emprego
guria. — Ela me encara apreensiva mas a tranquilizo.
— Ninguém me contou nada, não se preocupe, ninguém será demitido
por minha culpa, isso eu garanto. — A encaro com um pequeno sorriso e ela
respira aliviada. — Eu só queria saber mais uma coisa... Qual era o nome
dela? A esposa do senhor Sarkozy era bonita? — Pergunto meio sem jeito e
ela sorrir voltando a me encarar desconfiada. O que há com essa mulher para
ficar me olhando isso?
— Para quem não gosta do chefe você está muito curiosa para saber
sobre ele, Certo? — Ela sorrir me deixando vermelha de vergonha. — O
nome da esposa do Sr. Sarkozy era La... — Diz ela em um sussurro com
medo de ser ouvida por mais alguém, mas antes que ela possa me revelar o
nome da mulher, alguém a interrompe.
— Sra. Beatriz! O Sr. Sarkozy está no telefone querendo falar com
você. — Grita uma das empregadas de longe e Beatriz se levanta
rapidamente.
— Eu preciso ir Laura, por favor eu não te contei nada, entendido?
Nos falamos depois. — Diz meio aflita e se apressa para chegar até a casa.
Com certeza ele está ligando para saber se eu fugi dessa casa, mas
isso é algo impossível de se conseguir, esse lugar tem seguranças para todos
os lados e é muito bem monitorada por câmeras e cercas elétricas, eu não
sabia que John era um homem tão rico, mas pelo tamanho desse lugar eu não
tenho mais dúvidas, e todas aquelas roupas que ele mandou comprar? Para
mim parece ter custado uma fortuna, mas para ele deve ter sido apenas uns
trocados, mas não vou me importar com isso pois não quero ter que ficar
usando as roupas dele, isso é constrangedor para mim.
Foi difícil sair daquele banheiro sem fazer o que eu queria, mas Laura
não estava bem e por um momento eu me esqueci desse detalhe, me deixando
agir pelo desejo, o fato é que eu não aguento mais esperar para tê-la, está
cada vez mais difícil me controlar com ela mas por algum motivo que eu
ainda não sei qual é, eu não consigo ir adiante sem que ela me permita ir, eu
sei que ela me quer mas está com medo por ainda ser virgem e essa é mais
uma questão que está me surpreendendo.
Eu sempre evito as virgens mas com Laura eu quero como nunca quis
antes, tem algo de especial nela e eu preciso descobrir o que é, ou eu vou
enlouquecer, mas também sei que não é só pela sua semelhança com Laís,
tem algo mais nela que eu não consigo identificar.
Depois que volto para o meu quarto e me arrumei novamente, desci
para esperar o almoço já que estava em casa, mas uma visita inesperada me
tirou do sério e ainda deixou Laura irritada, isso me deixou confuso.
Kristen apareceu em casa e não sei como ela conseguiu enrolar os
seguranças na portaria, mas o fato é que mesmo irritado com ela, acabamos
transando ali mesmo no jardim, Laura estava na sacada do quarto quando me
viu agarrá-la e entrou emburrada.
Kristen veio atrás de sexo e eu dei isso a ela, mas de uma maneira que
tenho certeza de que ela não vai querer mais, eu precisava me aliviar pois
ainda estava de pau duro por causa da Laura, Kristen não era o que estava nos
meus planos, mas já que ela estava ali perturbando a minha paciência, me
cobrando um relacionamento que eu nunca prometi a ela.
Decidi lhe dar uma foda selvagem como despedida, é desse jeito que
as vagabundas gostam mas o problema é que ela é muito escandalosa, tenho
certeza de que alguns empregados ouviram, mas não me importei com isso,
pois eles não são pagos para se meterem na minha vida e sim para fazerem o
que eu mando.
Não sou de trazer mulheres para minha casa, mas Kristen sempre
consegue enrolar os meus seguranças por já ter entrado aqui comigo uma
única vez, eu tenho certeza de que aquela vadia está transando com alguns
dos meus seguranças, esse é o único motivo para eles deixarem ela entrar.
Eu já perdi as contas de quantas vezes troquei os meus seguranças e
pelo visto, terei que fazer isso novamente, mas terei uma conversa séria com
eles sobre isso porque não quero mais essa mulher entrando na minha casa, já
é a terceira vez que ela entra aqui sem eu saber e isso já está me tirando do
sério.
Dei um bom bronca naquela vadia e a coloquei para fora da minha
casa com as roupas rasgada do jeito que estava, mas para sorte dela ela tem
carro e não vai precisar desfilar nua pelas ruas, talvez depois disso ela me
deixe em paz.
Na hora do almoço pensei em mandar Laura descer para se juntar a
mim, mas tentei não me importando tanto com a sua ausência, mas de um
certo modo sinto uma sensação estranha me dominar, uma vontade imensa de
ir atrás dela mas não vou fazer isso, não sou homem de ficar correndo atrás
de mulher mas Laura sempre me obriga a ir atrás dela, e isso está me
deixando confuso e furioso.
Termino de almoçar o mais rápido que posso e saí logo de casa para
voltar ao trabalho, mas antes de sair vejo Beatriz chegar com muitas sacolas e
me surpreendi com a quantidade, não são muitas mas não imaginei que o
valor do cheque que fiz daria para comprar tudo isso, bom, eu só não quero
ter que ver Laura usando as minhas roupas outras vez, ela fica muito sexy nas
minhas camisas e isso me excita, isso me deixa louco e posso acabar fazendo
uma besteira.
Deixei instruções para Beatriz mandar levarem o remédio de Laura
nos horários certos, e também levar a sua refeição caso ela ainda não esteja se
sentindo bem, saí de casa e voltei para empresa para tentar ficar longe
daquela garota por um tempo, ela me deixa perturbado e eu preciso me
concentrar no trabalho.
Assim que cheguei na empresa fui direto para minha sala e enquanto
me aproximo, minha secretaria se levanta esperando por mim.
— Sr. Sarkozy, o seu pai está na sua sala esperando pelo senhor. —
Avisa me encarando apreensiva como sempre.
Não digo nada, apenas passo por ela louco para mandá-la sumir daqui,
em cinco anos eu já perdi as contas de quantas secretaria já passaram por pela
minha sala, por mim eu não contrária ninguém mas não quero ter que ficar
ligando para um e outros para marcar reuniões, isso é trabalho para essas
incompetentes que se dizem secretárias.
Entro na minha sala e vejo meu pai de pé na frente da janela,
pensativo com um olhar perdido no horizonte.
— Papai...! Precisa de alguma coisa? — Pergunto me aproximando da
minha mesa e me sento em uma das cadeira a frente da mesma largando o
meu corpo como se pesasse uma tonelada.
— Eu é que pergunto... Você está bem? Aconteceu alguma coisa,
filho? A sua secretaria disse que você saiu correndo sem avisar nada, o que
houve? — Pergunta se sentando na minha cadeira me encarando
preocupado. Porque essas secretarias tem que ser tão linguarudas?
— Eu estou mesmo precisando conversar com alguém papai, eu estou
muito confuso sem saber o que está acontecendo, e isso está me
enlouquecendo. — Esfrego as mãos nos cabelos e eles se inclina sobre a
mesa me encarando atento, já faz anos que eu não me abro com o meu pai, e
até os meus amigos eu os afastei de mim.
— O que está te deixando tão confuso filho? Está com problemas na
sua boate? Problemas pessoais...? Se abre comigo, John? Já faz tanto tempo
que não conversamos filho. — Ele me encara de um jeito tão amoroso, mas
ao mesmo tempo preocupado.
— São problemas pessoais papai, mas... De uma certa forma envolve
a boate também... Eu... Eu estou confuso por causa de uma garota... Na
verdade uma menina mulher, ela é linda e mexe comigo de uma maneira que
eu não sei explicar... Papai eu perco o fôlego só de olhar para ela e... Bom, eu
não sei o porquê disso. — Desabafo meio sem graça por estar falando sobre
isso com ele depois de tanto tempo sem a minha esposa.
Eu não sei mais identificar o que sinto por uma mulher depois de
tanto tempo preso nas memórias que tenho de Laís, não sei o que pensar
sobre essas reações que Laura me causa, então vejo o meu pai me encarar
surpreso, a princípio ele não diz nada apenas me escuta e isso era tudo que eu
precisava nesse momento, de alguém para me ouvir então conto a ele sobre
como Laura foi parar na minha boate e como a encontrei, me abri de verdade
como não faço a anos e falei do meu desejo por aquela garota, das suas
recusas que só me deixam ainda mais louco por ela e dessa imensa
necessidade que sinto de cuidar dela, de protegê-la e estou decidido a fazer
isso.
Meu pai me encara de boca aberta então tiro da minha pasta os
documentos da compra de Laura, onde tem todos os seus dados pessoais, e só
agora olhando esses papéis descobri que Laura só tem dezenove anos, sua
mãe morreu de câncer a pouco tempo e eles moravam em uma casa de
aluguel em um bairro bastante podre aqui de São Paulo.
nesses documentos há muitas informações de Laura que eu não sabia,
essa garota nem chegou a completar o ensino fundamental, mas porque será?
Quais as dificuldades que ela tinha para não poder estudar? O pesadelo que
ela teve com o padrasto significa que ela sofria nas mãos daquele cara, e me
dando conta disso sinto um ódio absurdo me domina, o desejo de ir atrás
desse canalha e acabar com a raça desse infeliz miserável!
Me lembrei que ela passou a manhã toda trancada no quarto sozinha
passando mal, então decido ligar para casa e saber como ela está, Beatriz diz
que ela acabou de descer e está no jardim, menos mal, assim ela não fica
entediada.
Enquanto converso com a minha governanta, meu pai me encara
atendo a tudo que eu digo e como digo, mas assim que desligo o telefone as
suas perguntas começam.
— Santo Deus filho, que história terrível é essa que você me
contou...? O próprio padrasto vendeu a enteada em uma boate para se
prostituir? E você se apaixonou por ela? Está gostando dessa moça? —
Questiona meu pai me fazendo engasgar com a minha própria saliva. Me
levanto e vou até o bar me servir de uma dose de uísque.
— Você ficou maluco papai? De onde você tirou um absurdo
desses...? Eu só me apaixonei uma vez na minha vida e isso não acontecerá
de novo... Eu me apaixonei e perdi a minha família e eu não vou passar por
isso outra vez... Eu acabei de conhecer essa garota, é impossível eu me
apaixonar por ela, eu não posso devolvê-la para aquele monstro do padrasto
dela pois ele a maltratava, e além disso ele não vai devolver o meu dinheiro
que aquele filho da puta do Logan pagou a ele. — Retruco meio irritado com
as suas insinuações, ele deve ter batido a cabeça só pode ser isso.
— Tudo bem filho, me desculpe, eu devo ter visto coisa onde não
tem... Mas o que você pretende fazer com essa garota? Você mesmo disse
que não vai deixá-la na boate, então o que vai fazer com ela? Vai dar outro
trabalho a ela? Vai dar trabalho a ela de quê se ela não tem estudos? —
Pergunta desconfiado desconversando o assunto então tive uma idéia.
— Para uma pessoa aprender a trabalhar ela não precisa apenas ter
estudo papai, ela tem que ter força de vontade e isso eu sei que Laura tem...
Eu já sei no que ela pode trabalhar e eu mesmo vou ensiná-la, sei que ela se
sairá bem. — Digo certo das minhas decisões e pego o telefone do gancho
vendo o meu pai me encarar confuso. — Srta. Gomes! Venha a minha sala
imediatamente! — Ordeno e desligo o telefone sem esperar ela responder.
— O que vai fazer filho? Confesso que estou curioso. — Pergunta se
levantando da minha cadeira e eu dou a volta na mesa me sentando no meu
lugar.
— Você já vai ver papai. — Digo no mesmo instante em que a
secretária entra na sala.
— Pois não, Sr. Sarkozy! Em que posso ajudar? — Pergunta ela
entrando na sala me encarando apreensiva como de costume.
— Srta. Gomes, nesse momento você pode me ajudar passando no
RH e acertando as suas conta... Você está demitida e já vou avisando que não
aceito insistência, eu fui claro? Ou vou precisar repetir? — Digo
tranquilamente e vejo a garota ficar vermelha na minha frente com os olhos
arregalados.
— Me desculpe senhor mas... Eu fiz algo que o desagr... — Questiona
nervosa e com a voz trêmula, mas a interrompo.
— Sim! Você fez algo que me desagradou, você é uma fofoqueira e
eu não gosto de funcionários falando da vida dos patrões pelos cantos...! Eu
não preciso mais dos seus serviços, Srta. Gomes, era só isso... Pode se retirar.
— Rebato em um tom firme encarando-a severamente e vejo os seus lábios
tremerem.
Ela não diz mais nada pois no pouco tempo que trabalha comigo, ela
sabe que não vai adiantar fazer cena, então ela se vira e sai da minha sala
muda sem dizer uma só palavra.
— Eu ainda não entendi o porquê você demitiu a menina, filho, ela
trabalha muito bem era só trocá-la de setor e escolher uma nova secretária. —
Contesta meu pai dando a volta na mesa e se senta na minha frente ainda me
encarando confuso.
— É simples papai, eu não posso levar Laura de volta para boate e
tenho certeza de que ela não vai querer ficar dentro de casa sem fazer nada,
então ela vai trabalhar comigo... Laura será a minha nova secretaria e eu
mesmo pretendo ensiná-la o que fazer, assim tudo sairá como eu quero... Eu
vou pagar um professor para dar aulas para ela em casa e assim ela pode
terminar os estudos... Eu quero cuidar dela papai e vou fazer isso. — Revelo
decidido a seguir com os meus planos e meu pai sorrir largamente ainda me
encarando desconfiado. O que deu nele para desconfiar de mim?
— Então faça isso filho, se você acha que deve fazer isso você tem
todo o meu apoio, conte comigo para o que precisar, está bem...? Mas você
não acha que eu, sua e sua irmã merecemos conhecer essa moça, John?
Talvez possamos ajudá-la de alguma maneira também, pelo que você
descreveu dela, a sua mãe vai adorar conhecê-la, e sua irmã pode ser uma
amiga para ela não se sentir tão sozinha. — Sugere papai empolgado e de um
certo modo, sei que ele tem razão, mas ainda não sei se devo fazer isso.
— Eu vou pensar sobre isso, qualquer coisa eu aviso a vocês... Agora
eu preciso voltar ao trabalho, ou vou ter que sair depois da hora para terminar
de revisar tudo isso aqui. — Pego os documentos que estão no canto da mesa
mas meu pai os pega da minha mão.
— Relaxa um pouco filho, você trabalha demais nessa empresa e
ainda vai para aquela boate a noite, deixa que a minha secretária faz isso, vai
para casa descansar um pouco, parece que você não dorme a dias. — Sugere
já pegando os documentos das minhas mãos e no fundo eu agradeço por isso.
— Eu gosto de revisar esses documentos eu mesmo papai, mas
confesso que preciso mesmo de um descanso... Eu vou aceitar a sua oferta e
vou pra casa, eu preciso realmente de algumas horas de sono sem pensar
tanto em coisas que não devo. — Concordo pensativo e esfrego as mãos no
rosto, ele sorrir de lado com uma sobrancelha erguida. — Que sorriso é esse
papai...? Está rindo de quê? Espero que também não esteja pensando coisas
que não existem. — Questiono o encarando com um pequeno sorriso e ele
volta a me encarar surpreso.
— Ora ora...! O meu filho está sorrindo? Eu preciso conhecer o
motivo desse sorriso... Há tempos eu não te vejo sorrir filho, eu estou
gostando disso. — Comenta ampliando mais o seu sorriso e eu balanço a
cabeça negativamente, surpreso com a sua animação.
— Não se anima tanto papai... O senhor sabe que eu ainda estou
despedaçado por dentro, então é melhor não criar falsas esperanças, ok...?
Não é bom ficar acreditando no impossível. — O alerto enquanto arrumo as
minhas coisas para sair e o vejo ainda sorrindo.
— Nada é impossível quando você acredita e tem fé... Tudo é possível
quando queremos de verdade algo ou alguém, meu filho... Agora vá embora
descansar, você está com uma aparência horrível. — Ele me encara atento
como se me avaliasse. Pego as minhas coisas e vou na sua direção.
— Eu vou descansar papai, eu só preciso de algumas horas de sono e
estarei novinho em folha. — Concordo com um pequeno sorriso o abraçando
pelos ombros, guiando-o até a porta e mais uma vez ele me encara surpreso,
mas não diz nada.
Saímos da minha sala e fomos em direção ao elevador, nos
despedimos e ele volta em direção a sua sala no corredor a esquerda e eu
desço até a garagem, enquanto desço ligo para casa e peço a Beatriz para
mandar preparar a minha banheira pois preciso ficar de molho um pouco, ela
sabe exatamente como gosto das coisas então não perco o meu tempo
pedindo para as outras empregadas, aproveito para perguntar mais uma vez
por Laura e ela ainda está andando pelo jardim, conhecendo a casa, vou
seguir o conselho do meu pai e relaxar um pouco, estou precisando mesmo
descansar já que estou a tempo demais sem dormir.
Assim que chego na garagem entro na minha Ferrari e sigo de volta
para casa, já é quase final de tarde e eu praticamente só trabalhei no período
da manhã, porque depois que voltei para empresa passei boa parte da tarde
conversando com o meu pai, contando a história da Laura, é impressionante
como o Sr. Conrado tem a mente fértil, eu não quero nem pensar nessas
besteiras que ele disse.
Sigo para casa e em poucos minutos estou passando pela portaria da
mansão, e aproveito para fazer um comunicado ao meu chefe de segurança,
peço para ele reunir todos os seguranças dos turnos da manhã, tarde e a noite
para um pequena reunião amanhã bem cedo, eu preciso deixar ainda mais
claro para eles sobre a entrada de pessoas sem a minha devida autorização,
alguém deixou Kristen entrar aqui hoje e esse infeliz será demitido sem
sombra de dúvidas, então eu preciso saber quem foi.
Depois dessa rápida parada sigo para dentro da minha propriedade,
estaciono na entrada de casa e saio do meu carro indo em direção a porta, mas
paro quando olho em direção a estufa e vejo que a porta está aberta, isso me
enfurece no mesmo instante então me apresso para chegar até lá, e
surpreender o infeliz que desobedeceu as minhas ordens.
Me aproximo da porta entreaberta e entro disposto a matar alguém se
for necessário, mas assim que passo pela mesma me deparo com uma cena
que me surpreende e me tira do chão, ela está ali, linda na minha frente
deslizando uma rosa branca pelo seu rosto, sorrindo largamente de olhos
fechados rodando como se estivesse flutuando, parece um anjo na terra me
deixando hipnotizado com a sua beleza. Me aproximo lentamente dela mas a
mesma nem nota a minha presença.
— Laís...! — Sussurro com os olhos fixos nela então ela para
abruptamente assustada, me encarando surpresa e amedrontada ao mesmo
tempo.
— John...? — Sussurra o meu nome ofegante deixando a rosa cair ao
chão, então percebo que foi uma miragem dos meus olhos.
Ela fez exatamente o que a Laís fazia, exatamente igual como se fosse
ela aqui na minha frente.
— O que você está fazendo aqui...? Como entrou aqui? quem deixou
você entrar aqui, Laura? — Pergunto a encarando sério ainda surpreso por ela
agir como a minha falecida esposa. Já não basta a sua semelhança com ela e
agora isso?
Enquanto me aproximo dela ela se afasta dando passos para trás como
se estivesse com medo de mim, mas tudo que eu quero é tocar o seu rosto,
seus lábios doces como mel.
— John me desculpe...? Eu não sabia que não podia entrar aqui
ninguém me deixou entrar eu... Por favor...? Ninguém sabe que estou aqui
dentro e... John... — Se justifica meio nervosa enquanto eu me aproximo
mais. Ela sussurra mais uma vez o meu nome ao bater as costas na bancada.
— Eu não quero você sussurrando o meu nome dessa maneira... Sua
voz sedutora sussurrando desse jeito, é como faísca de fogo perto de uma
bomba de gasolina... Então é melhor tomar cuidado, Laura. — Aviso me
aproximando mais dela e ela engole a seco me encarando ofegante.
— Não vai brigar com ninguém por minha causa, não é...? A única
culpada aqui sou eu, Sr. Sarkozy. — Ela me encara fixamente nos olhos e sei
que está tentando me irritar, e ela vai conseguir. — Olha, eu amo flores e
quando vi essa estufa não pensei duas vezes antes de entrar... Isso aqui é
lindo, eu não imaginei que o senhor fosse se incomodar... Eu até pensei em
pedir para me deixar... Para me deixar cuidar dessas rosas... John... Por
favor...? — Diz com a voz trêmula pela minha aproximação e sussurra mais
uma vez o meu nome quando puxo ela pela cintura colando o seu corpo ao
meu.
— Você não ouviu o que eu disse....? É melhor tomar cuidado com os
seus sussurros, Laura... — Digo no seu ouvido e posso sentir o seu corpo
amolecer em meus braços, mas mesmo assim ela me empurra tentando passar
por mim, mas não deixo e prendo-a novamente ao meu copo.
— Realmente eu preciso tomar cuidado... Não quero ser agredida e
violentada como você fez com aquela mulher mais cedo... Se é isso que você
quer de mim você nunca vai ter. — Laura me encara com um olhar
desafiador e tenta mais uma vez se solta, mas quando consegue seguro o seu
braço com força impedindo-a de ir.
— Eu não á violentei, ela apenas teve o que queria e você também
terá quando deixar de frescura. — Me irrito a encerando furioso então ela
consegue se soltar de mim e corre em direção a porta.
Não sei o porquê mas corri atrás dela me sentindo desesperado para
alcançá-la, como se ela estivesse fugindo para longe de mim e eu não posso
permitir isso. À alcanço já no meio do jardim, mas quando abraço o seu
corpo nos desequilibramos e fomos parar no chão, rolando na grama até ela
parar em cima de mim, seus longos cabelos negros se soltam caindo sobre o
meu peito e nos encaramos ofegantes, ela tenta se levantar mas deito ela na
grama me pondo sobre ela que parece ainda mais ofegante.
— Me solta John...! Quer agarrar alguém procura aquela loira com
quem você estava mais cedo...! Eu não sou mulher de divertir ninguém... Eu
já falei e vou repetir mesmo que você me castigue depois, eu não vou me
tornar uma prostituta para satisfazer ninguém, muito menos você então
procura a loira ou uma das suas prostitutas preferidas... Você tem aos montes
a sua disposição, não é...? Agora me solta...! Eu estou mandando você me
solta! — Esbraveja me enfrentando sem demonstrar medo e isso me
surpreende.
— Para de me enfrentar Laura...! Aquela loira não tem importância
nenhuma para mim, ela é só uma vadia qualquer que anda atrás de mim
querendo o que eu não posso dar, e com as outras não são diferente... São
apenas vadias. — Encaro fixamente os seus olhos sentindo ela ficar ainda
mais nervosa, se mexendo tentando se soltar mas isso só está me excitando
mais. Seguro os seus braços a impedindo de se soltar.
— Então elas são apenas vadias, John? E o que eu sou para você? Me
diz...? O que eu sou para você John? — Pergunta ofegante tentando em vão
se soltar mas eu não permito.
— Eu ainda não sei... Eu não sei o que você é para mim Laura, mas...
Eu só sei que quero você... Eu quero só você docinho. — Confesso
encarando-a intensamente sem conseguir raciocinar e entender o que estou
dizendo, então beijo-a com urgência.
— Eu ainda não sei... Eu não sei o que você é para mim Laura, mas...
Eu só sei que quero você... Eu quero só você docinho. — Ele me encara
daquele jeito intenso e me beija com urgência.
Oh meu Deus porque eu não consigo resistir aos seus beijos? Porque
eu me esqueço de tudo quando sinto os seus lábios tocarem os meus?
Ele solta um dos meus braços e desce a sua mão pela lateral do meu
corpo, sua mão para na minha perna e ele aperta a minha coxa me fazendo
gemer na sua boca, mas me lembro que mais cedo tinha outra mulher também
gemendo por causa dele, e depois que ele conseguir o que quer comigo no dia
seguinte ou no mesmo dia, ele terá outra em qualquer lugar gemendo
delirando por causa desse filho da mãe!
— Me solta....! Seu cretino me solta...! Eu te odeio! Eu te odeio Sr.
Sarkozy... Fica longe de mim. — Esbravejo irritada ao me lembrar de tal
coisa e consigo o empurrar tirando-o de cima de mim, me levando e corro em
direção a casa.
— LAURA...! LAURA! — Ouço ele gritar mas apenas entro na casa
correndo e vou em direção a escada.
— Laura o que houve...? Laura? — Ouço também a voz de Beatriz
me chamar em algum canto da sala mas apenas subo as escadas correndo e
vou para o meu quarto.
Assim que entro no mesmo tranco a porta e corro para cama me
jogando nela, sentido o meu rosto queimar, passo as mãos pelo rosto e sinto
as minhas lágrimas descerem sem eu perceber, não é justo eu ficar assim por
causa desse homem, não é justo eu querer com ele algo que eu nunca pensei
ter com outro homem, não é justo eu me sentir assim tão mal por uma coisa
que não é da minha conta pois ele não é, e nunca será nada meu, tudo que ele
quer comigo é uma noite na sua cama e nada mais.
— DROGA...! MERDA! IDIOTA! BURRA...! Eu sou uma idiota por
me deixar sentir essas coisas por ele... Eu nem ao menos sei o que estou
sentindo caramba...! Eu sou muito burra mesmo, talvez por isso ninguém se
importa comigo. — Grito irritada frustrada por me deixar enganar dessa
maneira tão ridícula.
Gostar de um homem que só me quer na cama para satisfazer os seus
desejos, isso é tão horrível, é tão errado. Fico aqui trancada nesse quarto pelo
resto da tarde, mas no início da noite Beatriz bate na porta do meu quarto mas
eu não atendo, eu preciso ficar sozinha um pouco sem ter que ficar dando
explicações a ninguém.
A noite vai passando e mais uma vez batem na minha porta, e dessa
vez ouço a voz de Martha, uma das empregadas, mas também não atendi pois
não estou com fome e ainda não quero ver ninguém.
Me levanto e vou para banheiro já me despindo, tomo um banho e
visto uma calcinha e uma das camisolas que Beatriz comprou para mim, eu
só achei um pouco curta demais mas como não pretendo ficar desfilando por
aí, vou ficar com ela mesma.
Depois de me vestir me acomodo na cama e tento dormir um pouco,
mas não consigo, fiquei pensando na minha vida em todos esses anos e me
dei conta de que sou praticamente uma desconhecida, do mundo e de todos.
Não tenho amigos, nunca tive um celular ou algo do tipo, não sei mexer em
internet e mal pude frequentar a escola, a minha vida é um completo vazio
sem nada de especial além da minha mãezinha, que Deus a tenha.
Sempre sofri nas mãos do meu padrasto e minha mãe nem podia fazer
ou falado nada porque apanhava se me defendesse, nunca pude ter um
namorado porque meu padrasto não me deixava sair de casa, e as poucas
vezes que saí ele fazia questão de estar ao meu lado me vigiar para eu não
fugir ou pedir ajuda, sempre me ameaçava me amedrontando para que eu não
o desobedecesse, ou quem pagaria por minha rebeldia seria minha mãe que já
não estava muito bem, mas eu não ia muito longe, a mercearia mais próxima
era uma esquina depois da minha casa, e mesmo assim César só me deixa sair
quando não tinha escolha.
Ele não tinha paciência e não gostava de ter que ir a farmácia para
comprar absorventes para mim e minha mãe, ele não suportava ter que ir
pessoalmente comprar esse tipo de coisa, mas quando a farmácia não tinha
como entregar o jeito era ele ir buscar, e era disso que ele não gostava, ele
nos xingava e até mesmo nos batia por causa disso, pois eram apenas nesses
dias que eu me livrava das suas tentava incansável de abusar de mim, era uma
situação desgastante ter que passar pela mesma coisa todos os dias a todo
momento, eu sempre conseguia me livrar dele mesmo que isso me rendesse
uma boa surra, eu preferia apanha do que permitir que aquele monstro
asqueroso encostasse as suas mãos imundas em mim.
Então quando ele se cansou das minhas recusas resolveu me castigar
me vendendo para uma casa de prostituição, querendo me castigar da pior
maneira que ele encontrou mas eu não vou me render assim tão fácil, eu
jamais vou aceitar me vender para satisfazer esses homens nojentos que se
deitam com qualquer uma que abre as pernas para eles.
Por sorte ou destino, não sei dizer, mas por algum motivo John me
tirou daquele lugar mas também não sei o que ele pretende comigo me
trazendo para essa casa, ele poderia ter abusado de mim a força, já que Logan
me comprou com o dinheiro dele e agora eu o pertenço, se ele quisesse
transar comigo a forçar ele já teria feito isso, mas não o fez e isso está me
deixando confusa.
John me protegeu de Logan quando ele me agrediu e quando tentou
me violentar na boate, não sei se ele realmente está se importando comigo ou
se está fazendo isso apenas para conseguir o que quer de mim, eu só sei que
não quero mais voltar para aquele lugar e ele me prometeu que não me
levaria para lá outra vez, eu só espero que ele cumpra o que me prometeu .
Depois de tanto pensar nesse assunto acabei pegando no sono e
ninguém mais veio me incomodar, por sorte não tive pesadelos mas sonhei
com algo que fez o meu corpo esquentar como se estivesse pegando fogo,
sonhei com ele me tocando e me beijando como ele fez na boate fazendo eu
me entregar ao prazer, o sonho parecia tão real que acordei sentindo a minha
intimidade úmida como nunca havia sentido antes, até John me beijar daquela
maneira tão intensa sugando as minhas forças.
Acordei com o corpo molhado pelo suor e minha respiração pesada
como se tivesse corrido uma maratona, meu corpo quente e trêmulo me
assustou, então me levanto sentindo as minhas pernas bambas e vou até a
mesa a procura de um copo d'água, mas para o meu azar a jarra está vazia
então me lembro de Martha me chamando, e pode ser que ela tivesse vindo
para trazer uma jarra cheia, mas eu a ignorei e agora estou na seca com a
garganta arranhando de tão ofegante que estou.
— O que está acontecendo comigo meu Deus...? Porque estou
sentindo essas coisas...? Porque? — Questiono prendendo os meus cabelos
molhados pelo suor, vou em direção a porta já abrindo e saio do quarto.
Sigo pelo corredor a passadas largas afim de chegar logo na cozinha,
mas está tudo escuro por aqui, com certeza estão todos dormindo e eu nem
sei que horas é agora, e mesmo assim desço as escadas, apenas quando já
estou no meio da sala me lembro que estou de camisola mas não dou muita
importância, pois sei que a essa hora não tem ninguém acordado então sigo
para cozinha.
Assim que chego na mesma acendo a luz e vou direto na geladeira,
pego a jarra de água e um copo enchendo-o bebendo em uma só golada,
encho o copo mais uma vez e volto a beber afim de matar a minha sede.
— Perdeu o sono também! — Ouço a sua voz rouca atrás de mim e no
susto acabo entornando água na minha camisola, me molhando.
— John... — Sussurro pelo susto me virando para encará-lo.
Merda! Ele está sem camisa me encarando daquele jeito que me
desconcerta, me lembro da minha camisola, mil vezes merda!
— Me desculpe se o acordei... Eu tentei... Tentei descer sem fazer
barulho eu... Não tinha água no quarto e... Bom... Eu estava com sede... —
Me explico nervosa pela presença dele aqui perto de mim sem camisa, então
lhe dou as costas levando o copo até a pia, mas me atrapalho e deixo o copo
cair se espatifando no chão. — Merda...! Me desculpe eu não... Eu vou
limpar isso. — Me desculpo ainda mais nervosa por esse desastre e me
abaixo tentando pegar os cacos de vidro, mas ele se abaixa na minha frente
segurando a minha mão.
— Ei! Relaxa é só um copo... Deixa isso aí, amanhã as empregadas
limpam... Você está bem? Se cortou? — Ele me encara daquele jeito estranho
que não consigo decifrar o que significa.
— Não, eu não me cortei, mas alguém pode se cortar se eu não limpar
isso... Eu vou procurar uma pá e uma vassou... — Me levanto mas ele me
interrompe se levantando junto.
— Não precisa fazer isso Laura, os empregados são pagos para fazer
esse tipo de coisa. — Insiste encarando o meu corpo e isso me deixa tensa
daquele jeito que só ele me deixa assim.
— Tudo bem então... Eu preciso ir, com licença. — Concordo me
afastando dele e saio dali rapidamente.
— Espera Laura...! Laura? — Ouço ele me chamar então corro saindo
da cozinha vagando pela escuridão da casa.
Estou desnorteada andando sem saber para onde estou indo, quando
dou por mim estou no jardim. Encaro a piscina a minha frente sem saber
como vim parar aqui, mas me encanto vendo de perto a iluminação dessa
água tão azul, paro perto da piscina admirando a água, imaginando o quão
fundo ela deve ser.
— Tá uma noite linda, quer entrar na água? — Ouço novamente a sua
voz atrás de mim e me viro abruptamente mas me desequilibro caindo na
água.
— AHHH... SOCORRO...! SOCOR... JOHN... — Grito apavorada ao
cair na água descendo até o fundo e subindo até a superfície de volta me
debatendo, só então ele percebe que estou me afogando.
— Laura! — Diz já pulando na piscina e logo sinto seus braços em
volta do meu corpo me trazendo de volta até a superfície.
Abraço o seu pescoço tossindo muito cuspindo a água que estava
engolindo, o abraço forte com medo dele me soltar e eu me afogar
novamente, mas ele segura o meu queixo me encarando confuso.
— Você não sabe nadar, Laura...? Já entrou em uma piscina antes? —
Pergunta ainda me encarando confuso enquanto tira o cabelo do meu rosto.
— Não .. Não sei nadar... E nunca entrei em uma piscina antes... E se
quer saber eu nunca vi o mar fora da TV. — O encaro fixamente ainda
abraçada a ele e o sinto me apertar ainda mais ao seu corpo. — Me tira
daqui...? Por favor eu estou com medo? — Peço me tremendo pelo susto
então ele sai da piscina comigo no colo.
Assim que sai comigo da água John me coloca sentada em uma
espreguiçadeira, se abaixa na minha frente ainda me encarando perplexo.
— Porque você nunca entrou em uma piscina antes? Porque nunca foi
ver o mar de perto...? Você não saia com os seus amigos ou... Um namorado?
— Pergunta me fazendo corar com a sua última pergunta. Desvio os meus
olhos dele.
— Eu nunca tive amigos, meu padrasto nunca permitiu que eu saísse
de casa a não ser que fosse uma emergência... E eu nunca tive um namorado,
ele também não permitia porque... Porque... — Conto envergonhada mas não
consigo terminar a minha última frase, ao me lembrar da minha antiga vida.
— Porque ele tentava abusar de você, não é...? Ele te mantinha em
cárcere privado, é isso? O seu padrasto te prendia dentro de casa Laura? —
Pergunta irritado me encarando furioso e isso me surpreende.
— Agora isso não importa mais, eu não estou mais lá e você não vai
me devolver para ele, não é verdade...? Por favor John? Eu sei que estou te
dando trabalho e que está irritado comigo, mas... Por favor? Eu prefiro voltar
para boate do que voltar para aquela casa com aquele monstro tentando me
violentar todos os dias... Eu já aguentei isso por anos então tenha piedade de
mim? Por favor? — Peço em pânico com a possibilidade dele me devolver
para César, me deixo mover pelo impulso e o abraço deixando algumas
lágrimas caírem.
Sinto as suas mãos na minha cintura me puxando para o seu corpo e
quando dou por mim, ele está entre as minhas pernas e eu literalmente
agarrada a ele.
— Eu não vou deixar você voltar para boate, e muito menos vou te
devolver para aquele covarde do seu padrasto... Agora não chore, eu não
gosto de te ver assim. — Afirma acariciando as minhas costas então me
afasto brevemente encarando fixamente os seus olhos.
Ele acaricia o meu rosto limpando as minhas lágrimas e encara a
minha boca com desejo, sua mão desce até a minha nuca e ele me puxa para
um beijo calmo, diferente dos outros que eu já senti até agora, me entrego ao
beijo sem entender o que está acontecendo, sem saber o que estou sentindo,
eu só sei que gosto disso então abraço o seu pescoço aprofundando mais o
beijo, que a cada segundo se terna mais intenso e prazeroso.
John abraça o meu corpo me puxando mais para si e quando percebo
ele está sentado em seus calcanhares comigo em seu colo, sinto uma de suas
mãos apertar a minha bunda me pressionando contra algo duro em baixo de
mim, e isso me assusta então paro o beijo, me afastando brevemente para
encara-lo surpresa com o que está acontecendo.
— Eu... Eu preciso subir... Preciso trocar essa roupa molhada. —
Encaro os seus olhos azuis mas ele encara a minha boca me obrigando a fazer
o mesmo.
— Fica comigo um pouco mais...? Só mais um beijo? — Pede me
puxando pela nuca avançando novamente na minha boca, e não adianta tentar
resistir pois não consigo, é mais forte que eu então me rendo mais uma vez
aos seus beijos.
Nosso beijo é tão intenso que sinto meus pulmões arderem pela falta
de ar, ele desce sua boca pelo meu pescoço me fazendo arfar e gemer de
olhos fechados.
— Oh meu Deus... Ohhh John... Ahhh... — Sussurro quase sem
fôlego sentindo os seus lábios quentes e molhados chupando a minha pele,
me fazendo arrepiar.
Sinto as mesmas sensações do meu sonho deixando o meu corpo em
chamas e a minha calcinha melada, suas mãos me apertam em todo canto
enquanto ele geme deslizando a sua língua quente pela minha pele.
— Gostosa... Eu quero você... Ohhh eu preciso de você Laura... você
está me enlouquecendo docinho... Ahhh merda. — Geme apertando e
acariciando o meu seio enquanto desse a sua boca entre eles.
— John... Ohhh céus... Porque estou sentindo essas coisas...? Porque
eu sinto que vou explodir a qualquer momento...? Ohhh John... — Sussurro
passando as minhas unhas pelas suas costas e ele me pressiona contra sua
ereção dura.
— Eu não acredito... Porra você vai gozar sem nem ao menos eu
sentir você, Laura? Ohhh não faz isso comigo docinho...? Eu preciso de você.
— Pede agarrando a lateral da minha calcinha, arrebentando e puxando-a
lentamente pressionando o meu pondo sensível, me fazendo gemer.
— Oh meu Deus John... Oh meu Deus... Ohhh céus... Ahhh John... —
Gemi jogando a cabeça para trás rebolando no seu colo, mas então acontece
algo que eu não esperava, e com certeza ele também não.
— Laura...? Laura é você que está aí...? Eu ouvi gritos você está bem?
— Ouço a voz preocupada de Beatriz e me apavoro para sair do colo do John
que parece ainda mais frustrado que eu.
Me levanto ajeitando a minha camisola ainda molhada em meu corpo,
John também se levanta colocando a minha calcinha no seu bolso bufando de
ódio.
— Laura...! Sr. Sarkozy...? Está tudo bem por aqui? Eu acordei
assustada com gritos mas fiquei com receio de sair da casa, pois não sabia o
que estava acontecendo... Você está molhada, você estava na piscina Laura?
— Se explica meio sem graça com o olhar fulminante de John em direção a
ela.
— Eu me assustei com um barulho e acabei caindo na piscina, por
isso gritei... Eu não sei nadar mas por sorte o Sr. Sarkozy viu e me ajudou a
sair da água, mas já está tudo bem não se preocupe. — Conto ainda mais sem
graça que ela e vejo John se aproximar mais de mim.
— Como Laura mesma disse, já está tudo bem, Beatriz, você já pode
ir. — Diz em um tom ríspido encarando Beatriz severamente e eu me sinto
mal por ela.
— Me desculpe senhor, eu só queria me certificar de que Lau... —
Insiste Beatriz também se aproximando de mim, mas John a interrompe.
— Eu mandei você se retirar e você está me contestando, Beatriz?
Você sabe que eu não admito esse tipo de atitude dos meus funcionários...
Você está demitida e eu quero você fora dessa casa antes que o dia amanheça,
eu fui claro? — Esbraveja alterado a encarando furioso e se vira para sair
dali, mas eu o seguro pelo braço o fazendo parar.
— Me desculpe Sr. Sarkozy, mas não há necessidade disso, Beatriz só
está preocupada comigo pois percebeu que eu estava em perigo... Por favor?
Não é justo demiti-la por causa disso, se eu estivesse em perigo e o senhor
não estiver por aqui para me ajudar, quem mais me ajudaria...? Ela ouviu os
meus gritos e veio ver se eu estava bem, por favor se ela for embora eu vou
me sentir ainda mais sozinha nessa casa imensa, eu gosto dela então por
favor? Não faz isso? — Imploro fazendo Beatriz me encara surpresa assim
como John que respira fundo, passando as mãos nos cabelos.
— Beatriz não está sendo paga para se tornar a sua amiguinha, Laura,
aqui os meus funcionários são pagos para trabalhar e não para... — Contesta
ainda irritado soltando o seu braço da minha mão, mas eu o interrompo
segurando o seu braço mais uma vez.
— Por favor John? Eu estou te pedindo...? Deixa ela ficar você está
sendo injusto...? Por favor ? Eu gosto dela deixa ela ficar? — Peço segurando
a sua mão com carinho e ele me encara daquele jeito estranho que eu não sei
explicar.
John respira fundo olhando de mim para Beatriz, e volta a me encarar
com um semblante menos irritado que antes.
— Tudo bem... A Beatriz fica mas que isso não se repita, ouviu
bem...? Agora voltem para os seus quartos porque eu não quero ninguém
perambulando pela casa a essa hora. — Mais uma vez ele olhando de Beatriz
para mim segurando a minha mão com gentileza, mas logo se solta saindo
nos deixando aqui sozinhas, mas Beatriz me encara chocada.
— Obrigada Laura, eu não sei como você conseguiu isso mas vou ser
grata a você pelo resto da vida... Eu não posso ser mandada embora porque
eu preciso desse emprego, o Sr. Sarkozy nunca deu segunda chance a
ninguém nessa casa, mas graças a você eu vou poder manter o meu emprego.
— Diz com a voz trêmula me encarando aliviada mas também desconfiada.
— Não me agradeça Beatriz, vamos voltar a dormir ou o senhor mal
humorado pode mudar de idéia, então seremos as duas demitidas. —
Comento sorrindo e ela me abraça me dando um beijo no alto da cabeça.
— Tenha uma boa noite Laura... conversaremos melhor amanhã, está
bem assim? Durma bem guria. — Diz também sorrindo mas logo ela sai me
deixando aqui sozinha.
Entro em casa e subo direto para o meu quarto pensando no que
acabou de acontecer lá em baixo, eu me entreguei aos seus beijos com tanta
facilidade que isso me assusta, porque ele me prende tanto a ele desse jeito?
Porque estou sentindo a necessidade de beijá-lo novamente? Se essa situação
é errada ou não eu não sei, mas eu não consigo tirar os seus beijos da minha
memória, não consigo deixar de querer mais e mais dele, mas tenho medo
pois não sei onde isso vai parar, não sei o que será de mim quando tudo isso
acabar.
Eu não acredito que deixei essa garota me influenciar dessa maneira,
como eu pude voltar atrás na minha decisão por causa dela? Eu nunca fiz isso
por ninguém antes e estou fazendo isso por ela? Mas que inferno! Eu não
estou mais me reconhecendo eu não sou assim tão flexível! Porque eu não
consigo castigá-la como eu faço com a outras? Porque eu não consigo ser
severo com ela como sou com todos? Porque ela se parece tanto com a Laís?
Deixo as minhas frustrações de lado e entro debaixo do chuveiro
ligando a ducha quente, eu preciso relaxar um pouco porque essa garota está
me deixando louco.
Apoio as minhas mãos na parede pensativo, mas quando olho para
baixo vejo que ainda estou em uma situação nada boa, ainda estou excitado
de pau duro por causa daquela morena atrevida que ousa me confundir, que
está fodendo com a minha mente desde o dia em que a vi naquela boate, ela
tem um saber maravilhoso, indescritível de tão gostosa.
Término o meu banho e volto para o quarto indo direto para o closet,
visto uma box preta e uma calça de moletom e me jogo na minha cama, afim
de conseguir descansar um pouco, eu preciso ir a boate amanhã para ver
como vai as coisas por lar, também preciso levar Laura até a empresa porque
ela precisar começar a fazer alguma coisa logo, não posso deixá-la trancada
em casa sem fazer nada para que ela não pense em fugir, ela é minha e não
vai fugir de mim.
Logan tentou violentá-la e tenho certeza de que ele tentaria
novamente só para se vingar por eu tê-lo demitido, aquele infeliz estava
agindo como se a boate fosse dele, tomando decisões por mim sem me
consultar.
Quer saber? Não vou conseguir dormir, não vou conseguir tirar Laura
da minha cabeça com ela dormindo aqui ao lado. Me levanto decidido e volto
para o meu closet, me arrumo sem pressa e logo já estou pronto, pego a
minha carteira e saio do quarto passando pela porta do quarto de Laura, paro
por um breve instante encarando aquela porta cogitando a possibilidade de
entrar, só para ver se ela está mesmo dormindo, mas então desisto e sigo pelo
corredor descendo até a sala.
Sigo para o lado oposto da porta de saída da sala e saio até a garagem
admirando cada uma das minhas máquinas, vou até um pequeno cofre no
canto da garagem e pego as chaves da minha Ferrari F430 na cor grafite,
linda a minha bebê, entro na mesma e saio de casa rumo a minha boate que
fica a uns vinte minutos de onde moro, dentro desse prazo já estou
estacionando na entrada da boate e pelo movimento do lado de fora, sei que a
casa está cheia.
Entro na minha boate e realmente o local está lotado e a música
bastante alta e muita gente bêbada, percorro os meus olhos pelo local e vejo
de longe Paulo conversando com alguns clientes, do outro lado vejo Adélia
instruindo algumas meninas da casa então vou até Paulo.
Assim que me vê ele vem na minha direção todo sorridente, o que
significa que está tudo bem por aqui.
— Fala chefe! Que bom que veio para ver isso, olha só como a casa
está ainda mais cheia depois da saída do Logan... Ele saiu por uma porta e
novos clientes entraram pela outra. — Comenta empolgado então olho a
minha volta e realmente o número de clientes parece ter triplicado nesse
lugar.
— É verdade Paulo, isso aqui está bem mais cheio agora que aquele
encosto deixou esse lugar... Você está fazendo um ótimo trabalho, parabéns...
Até as meninas parecem mais animadas no trabalho. — Admiro algumas
garotas no palco dançando toda sensual com um sorriso de orelha a orelha.
— É isso mesmo chefe, Logan maltratava muito as meninas e isso as
deixava desanimadas para o trabalho, mas agora que ele saiu não foi só os
cliente que dobraram aqui dentro... Chegou carne nova no pedaço, Sr.
Sarkozy, vieram algumas garotas pedir trabalho então deixei que elas
fizessem um teste hoje para terem certeza de que e isso mesmo que elas
querem, hoje elas vão ficar apenas no salão. — Conta ele apontando para
algumas meninas andando pelo salão com clientes, e realmente elas são
lindas.
— Boa Paulo... Excelente ideia mas eu quero conversar com cada
uma delas antes de aceitá-las aqui, entendido...?E assim como eu ordenei a
Logan eu quero que você siga a risca as minhas ordens, não faça como Logan
porque eu abomino tráfico humano, não aceito a compra de mulheres para
trabalharem aqui, não aceito drogas e muito menos que mantenha as meninas
presas contra a vontade delas, mas você está ciente de tudo isso então acho
que eu não preciso me preocupar, certo? — Digo sem tirar os olhos de uma
ruivinha linda me encarando fixamente a três mesas de onde estou.
— Certo chefe, eu não vou decepcioná-lo, eu prometo... Agora o que
acha de conhecer algumas das garotas? Elas são lindas. — Ele olha na mesma
direção que eu então a ruivinha sorrir de um jeito malicioso chamando a
nossa atenção para ela.
— Amanhã eu virei para conhecer cada uma delas... Mas agora eu
quero conhecer a ruivinha que não tira os olhos de mim. — Encaro-a
fixamente enquanto vou na sua direção, mas Paulo me chama.
— Espera, Sr. Sarkozy...? Por favor eu queria saber da Laura...? Ela
está bem? O senhor a devolveu ou colocou ela para trabalhar em algum outro
lugar...? As meninas estão preocupadas com ela, já que todos aqui sabem que
Logan tentou violentá-la, e a agrediu algumas vezes. — Pergunta um pouco
mais sério então me viro encarando-o atento, me lembrando daquela morena
maravilhosa na minha casa.
— Ela está bem, não preocupe, ela vai trabalhar na minha empresa...
Laura não é mulher para um ambiente como esse, ela vai se sentir mais a
vontade trabalhando em outro lugar. — O encaro fixamente e me lembro de
um detalhe que chamou a minha atenção. —Dezenove anos... Ela só tem
dezenove anos e já passou por tanta coisa nessa vida, e o principal ela ainda
não teve... Oportunidade de viver a vida como todo mundo. — Digo para
mim mesmo surpreso ao me lembrar que ela é tão nova, mas ela tem um
corpo tão desenvolvido, ela tem um corpo perfeito.
Laura é um tremendo mulherão que deixa qualquer um louco por ela,
como essa garota ainda pode ser virgem? Há sim! Ela era mantida em cárcere
privado pelo canalha do padrasto dela, mas naqueles documentos não consta
nenhum endereço, não tem informação alguma que me leve até aquele
desgraçado, eu adoraria fazer uma visitinha para aquele monstro!
Laura era como uma filha para ele mas aquele verme só se preocupou
em tentar violentá-la, desgraçado miserável! Laura está muito traumatizada
com o seu passado e isso explica muita coisa, essa sua relutância em trabalhar
na boate, as suas recusas em se entregar para mim mesmo me desejando, esse
medo que ela tem vem desses traumas causados por aquele infeliz filho da
puta do padrasto dela, mas eu vou ajudá-la no que eu puder, e vou começar
com os estudos e um trabalho decente, diferente de tudo isso aqui.
Desisto de ir atrás da ruivinha e vou para o meu escritório na
companhia de Paulo, que me conta tudo sobre o movimento da boate, sobre
as meninas da casa e alguns clientes novos que desejam me conhecer
pessoalmente, mas isso será em outro momento porque hoje não estou com
cabeça para conhecer ninguém.
Vou direto no livro de contabilidade para me certificar do que eu já
sabia, os lucros dos últimos meses não bate com as anotações de Logan, o
que significa que aquele desgraçado estava me roubando, é impressionante
como não podemos confiar inteiramente em ninguém no mundo de hoje.
— E então chefe? Conseguiu descobrir o que queria...? Precisa de
mim para algo mais? Eu preciso voltar ao salão porque teremos uma
apresentação especial das novatas hoje. — Diz Paulo me tirando dos meus
pensamentos e nesse momento alguém bate na porta, logo vejo a ruivinha
entrar toda sorridente.
— Com licença... Me desculpe por interromper, mas, Adélia me pediu
para te chamar Paulo, ela está precisando de você para anunciar as garotas
que vão se apresentar. — Ela vem na nossa direção mas seus olhos não saem
de mim, ela me encara fixamente, me encara com desejo e eu gosto disso.
— Diz a ela que já estou indo Marcelly, eu não vou me demorar. —
Avisa Paulo olhando dela para mim então o dispenso quando ela para em
frente a minha mesa.
— Pode ir Paulo, já terminamos aqui. — Digo ainda encarando a
ruivinha de cima abaixo analisando o pacote.
— Tudo bem Sr. Sarkozy, se precisar de mim é só mandar me
chamar... Com licença...! Vamos Marcelly. — Ele me encara atento mas vai
em direção a porta chamando pela ruiva.
— Ela fica Paulo! Já que ela está aqui eu quero conhecê-la melhor. —
Me levanto focando os meus olhos nela. Ela é bem gostosa e eu preciso me
aliviar.
— Tudo bem senhor, como quiser... com licença. — Diz ele antes de
sair do meu escritório e a ruiva sorrir abertamente dando a volta na minha
mesa.
— Tranque a porta! Quero ficar mais a vontade para conversarmos.
— Digo em um tom firme admirando-a de cima abaixo e posso ver o seu
corpo ficar tenso.
— Como quiser, Sr. Sarkozy. — Diz com a voz trêmula engolindo a
seco mas aquele sorriso safado ainda estampa o seu rosto.
Ela vai até a porta e roda a chave trancando a mesma, dou a volta na
mesa e me sento na ponta da mesma sem tirar os olhos dela, a garota volta na
minha direção rebolando toda sensual, ela se aproxima parando na minha
frente e morde o lábio inferior encarando a minha boca.
— Então você é o meu chefe... Eu já imaginava que você fosse lindo,
mas te ver pessoalmente superou as minhas expectativas. — Ela se aproxima
mais entrando entre as minhas pernas, passando as mãos pelo meu peito.
— Eu serei o seu chefe se você for contratada... Você já conhece as
normas da casa? Está aqui por vontade própria? — Pergunto admirando os
seus belos seios quase pulando para fora do seu decote.
— Sim, eu estou aqui porque eu quero, e também já conheço as
normas da casa... Eu já trabalhei em outros lugares mas... O que eu tenho que
fazer para ser contratada por você, Sr. Sarkozy? — Diz abrindo alguns botões
da minha camisa e eu acompanho com os olhos os movimentos dos seus
dedos.
— Você só precisa ser boa o suficiente para ser contratada... Terei o
maior prazer em ser o seu chefe se você for uma boa garota. — Puxo-a pela
cintura fazendo ela sentir o quanto estou duro e a vejo ofegar.
— Eu prometo que você não vai se arrepender se me contratar... Eu
posso até me tornar a sua garota modelo aqui dentro se você permitir. — Ela
desce a sua mão pelo meu peito até encontrar o meu pau, ela o aperta e
acaricia me encarando daquele jeito safado.
— Me mostra o quão boa você pode ser? Então eu te digo se você está
contratada ou não. — Sorrio de lado e sinto o seu corpo vacilar.
Ela não diz nada apenas abre a minha calça e segura o meu pau com
força, ela se ajoelha na minha frente e desliza a sua língua pela minha base,
seus olhos estão fixos nos meus então ela me engole com perfeição, me
levando até a sua garganta, me fazendo latejar na sua boca, junto os seus
cabelos no alto da cabeça e seguro com força fodendo a sua boca metendo o
meu pau fundo na sua garganta, ela se engasga me encarando com os olhos
arregalados mas eu não paro, ela veio aqui porque quis, ela se ofereceu para
mim e agora vai ter o que ela quer.
— Chupa o meu pau vai...! Engole ele todinho sua safada, não era
isso que você queria...? Ou você prefere o meu pau na sua boceta...? Ohhh
chupa gostoso vai...! Chupa ruivinha... Ahhh isso... — Ordeno em um tom
firme fazendo ela me encarar espantada mas logo ela segura nas minhas
pernas me chupando como ordenei.
Ela geme no meu pau e eu deixo-a se deliciar como quiser, ela chupa,
lambe mordisca e suga o meu pau me fazendo latejar na sua boca, mas então
ela se levanta avançando na minha boca para me beijar, mas eu viro o rosto,
seguro com força os seus cabelos e viro-a abruptamente colocando ela
debruçada sobre a mesa, ergo o seu vestido e meto a mão na sua calcinha
rasgando-a com brutalidade, esfrego o meu pau na sua bundinha redondinha
enquanto pego a minha carteira no bolso tirando dela uma camisinha.
— Eu quero sentir você chefinho... Me pega com vontade vai...?
Come a sua garota chefe...? Ohhhh... — Sussurra ofegante deitada de bruços
sobre a mesa, então ela grita quando penetro - a de uma só vez me instalando
todo dentro dela.
— Eu não sou o seu chefinho! O Paulo é o seu chefinho, eu sou o seu
chefe e você não é a minha garota... Você é a garota de todos, ohhh... Sente o
meu pau entrando em você ruivinha... Esse é o pau do seu chefe... Ohhh...
Até que você é bem gostosa sabia...? Talvez eu queira comer você de novo
amanhã... — Meto nela com força e agarro os seus cabelos puxando-a para
mim, sussurro no seu ouvido fazendo-a estremecer.
— Sr. Sarkozy... Ohhh... Devagar... Por favor... Está doendo...
Devagar... Ahhh... — Geme com voz de choro mas eu não paro, puxo o
decote do seu vestido e agarro os seus seios metendo nela com força sentindo
o meu orgasmo dar sinal.
— O que foi ruivinha...? Não está gostando....? Ohhh não era isso que
você queria? Foi você quem pediu para eu te comer com vontade... Cacete...
É assim que eu como ruivinha... Você precisa me aguentar para aguentar os
seus cliente... Encare isso como um teste... Ohhh... — Sussurro abraçando o
seu corpo sem parar os meus movimentos e ela deita a cabeça em meu
ombro, virando o rosto para mim tentando mais uma vez me beijar.
Saio dela e viro-a abruptamente colocando ela sentada na mesa, e
faço-a se deitar puxando-a para a ponta da mesa, me encaixo na sua entrada e
penetro-a novamente metendo nela um pouco mais devagar, vou da um
desconto a ela já que é uma novata e ainda não está acostumada comigo.
— Isso chefe... Isso... Ohhh assim está gostoso... Está uma delícia...
Ohhh isso... Isso... Ahhh... — Geme de olhos fechados agarrando os seus
seios se tocando enquanto meto fundo nela.
Coloco as suas pernas sobre os meus ombros e seguro firme a sua
cintura, meto nela com força como eu gosto de fazer e sinto ela se contrair e
sua boceta me apertar.
— Goza ruivinha...! Eu sou vou parar quando você gozar... Ohhh
goza vai! Não se segure pois já estou sentindo o seu corpo se render pra
mim... Vai goza! — Ordeno em um tom firme e vejo uma lágrima descer pela
lateral do rosto.
— Ohhh... Ohhh isso... Ahhh isso... — Geme quase sem voz então ela
goza me fazendo sentir o seu corpo estremecer, mas eu ainda não gozei então
continuo metendo nela.
Me debruço sobre ela sem diminuir o meu ritmo entrando fundo e
forte nessa ruiva, encaro fixamente o seu rosto e vejo a sua expressão mudar,
o seu olhar muda e há vejo aqui em baixo de mim, gemendo me encarando
com aquele sorriso sedutor.
— Laura...? Ohhh porra... Gostosa... Muito gostosa... Ahhhh delícia...
Ohhh cacete... — Sussurro metendo nela ainda com mais vontade então sinto
o meu orgasmo explodir me trazendo um imenso alívio.
Diminuo aos poucos os meus movimentos sem conseguir tirar os
meus olhos dos lábios convidativos, me inclino para beijá-la mas quando
estou bem próximo do seu rosto, não há vejo mais, só vejo uma mulher
acariciando o meu rosto me encarando surpresa e decepcionada por eu ter
gozado pensando em outra mulher, uma mulher que está acabando comigo
até em pensamentos.
Me ergo novamente saindo dela e tiro a camisinha amarrando-a em
seguida, coloco-a no bolso e me ajeito fechando novamente a minha calça.
— Está contratada... Você é realmente uma boa garota. — Abo um
sorriso de lado vendo-a se levantar da mesa com dificuldade, mas sorrir
satisfeita.
— Me falaram que o senhor tinha uma pegada forte... Mas eu não
imaginava o quão forte era... — Comenta ajeitando a sua roupa mas continua
sentada na mesa.
— Se arrependeu de dar para mim...? Se quiser sentir o meu pau
novamente terá que aguentar sem reclamações, eu fui claro? — Aviso em um
tom firme e ela engole a seco mas sorrir concordando.
— Eu prometo ser ainda melhor na próxima vez, porque com certeza
eu vou querer senti-lo outra vez. — Diz finalmente descendo da minha mesa
e se aproxima de mim passando as mãos pelo meu peito, ela abraça o meu
pescoço e tenta me beijar mais uma vez, mas seguro-a pelos cabelos a
impedindo de o fazer. — Porque eu não posso te beijar...? Eu quero tanto
sentir o seu gosto. — Sussurra encarando fixamente a minha boca então
encara os meus olhos sorrindo daquele jeito malicioso.
— Não leve para o lado pessoal, mas eu não beijo as prostitutas que
eu como... Agora você já pode voltar ao trabalho, eu quero ver a sua
apresentação no palco. — Também a encarando fixamente e solto-a me
afastando dela, indo em direção ao meu banheiro.
— Me desculpe Sr. Sarkozy, mas... Eu posso me apresentar outro dia?
Eu quase não sinto as minhas pernas. — Pede sorrindo meio sem graça e eu
sorrio de lado, parando para encará-la.
— Talvez eu não esteja aqui outro dia, então eu quero ver a sua
apresentação hoje... Vá se preparar! Eu já estou indo. — Aviso antes de me
virar entrando no banheiro, sem dar tempo para ela contestar.
Não é porque eu a comi que ela terá regalias aqui dentro, eu não a
obriguei a nada assim como nunca obriguei mulher alguma. Jogo a camisinha
no vaso e dou descarga, arrumo melhor a minha roupa, lavo as mãos então
saio do banheiro voltando até a minha mesa, e a ruivinha já não está mais ali.
Pego alguns documentos para analisá-los melhor em casa e saio do
escritório, voltando para o salão da boate e tudo segue tranquilamente. Dou
uma volta pelo local e encontro Paulo falando com algumas outras meninas, e
posso ver que algumas delas são as novatas, e assim como a ruiva elas me
encaram de cima abaixo, me encaram com desejo, se eu não tivesse que
acordar tão cedo amanhã eu até ficaria e comeria cada uma delas para ter
certeza de que são mesmo gostosas, eu sou o chefe e não o cliente, mas
quando elas caem matando em cima de mim, eu não penso duas vezes, quem
não gosta de sexo? Quem resiste com elas se oferecendo tão descaradamente?
— E então chefe? A Marcelly está aprovada...? Gostou do
desempenho dela? — Pergunta Paulo se aproximando todo sorridente e o
encaro com um pequeno sorriso.
— Sim, está aprovada, pode contratar... Aliás, aqui está o pagamento
dela... Não gosto de ficar devendo a ninguém... Voltarei para conhecer as
outras em outro momento porque agora eu preciso ir, mas pode contratá-las
desde que esteja tudo ok. — Encaro as garotas mas logo volto a minha
atenção à Paulo.
— Não vai ficar para ver as apresentações, senhor? As meninas já vão
subir no palco, Adélia ensaiou com elas hoje e elas arrasaram. — Diz
empolgado então olho em direção ao palco e vejo a ruivinha subir andando
com dificuldade.
Sorrio de lado e concordo em ficar mais alguns minutos, vamos ver se
elas são boas mesmo.
Acordo assustada no meio da noite depois de um pesadelo com aquele
monstro do César, mais uma vez tive um pesadelo com aquele infeliz e
sinceramente, eu não sei até quando esses pesadelos vão me atormentar, sei
que não vai ser fácil superar tudo isso, afinal eu ainda não sei qual será o meu
destino a partir de agora, não sei o que vai ser de mim nas mãos desse homem
e agora o meu maior sonho é me livrar de tudo isso, acordar desse pesadelo
que é a minha vida e viver uma realidade diferente de tudo que eu já vivi até
agora.
Me levanto e vou ao banheiro lavar o rosto molhado pelo suor, faço a
minha necessidade e volto para o quarto quando ouço um barulho de carro
chegando, corro até a janela para ver quem é e vejo John sair do seu carro,
trocando as pernas de tão bêbado, infeliz desgraçado! Devia estar na boate até
agora pegando aquelas garotas, e depois vem para cima de mim me
assediando achando que sou obrigada a ceder a ele.
— Eu odeio esse cretino safado! Nunca mais ele vai encostar as mãos
em mim daquela maneira porque eu não vou deixar...! Não vou virar um
brinquedo nas mãos desse tarado mulherengo! — Digo irritada vendo ele
entrar em casa, então corro até a porta e tranco com receio dele querer entrar
no meio da noite.
Volto para cama e olho no relógio digital na mesa de cabeceira, vejo
que já são quase cinco da manhã, ele passou a noite inteira na boate, com
certeza ele estava com algumas das meninas, porque assim como ele queria
se deitar comigo no primeiro dia que me viu, ele também se deita com elas
mas eu não vou deixar ele ficar me usando como uma escrava do sexo porque
isso eu não sou e não serei jamais.
Tento dormir novamente mas eu não consigo para de imagina John
com aquelas garotas, Adélia já havia me dito que uma das meninas era
exclusiva dele, e a garota não gostou quando John mostrou interesse em mim,
mas por mim ele que fique com todas elas porque eu não me importo, eu só
preciso me manter firme longe dele e espero conseguir, mesmo sabendo que
não será fácil porque ele me deixa de um jeito que eu nunca fiquei antes, eu
não queria sentir essas coisas mas infelizmente eu sinto, esse homem me
confunde, me deixa louca fora de mim.
Saio dos meus pensamentos com batidas na porta e a voz de John me
mandando abrir a porta, fico quieta na minha para que ele pensa que estou
dormindo, e depois de mais algumas batida ele desiste, quero que ele vá se
ferra bem longe de mim!
O dia Já está clareando quando finalmente pego no sono novamente,
pensei que dormiria a manhã inteira mas acordo com batidas na porta
seguidas pela voz de Beatriz, pedindo para eu abrir a porta, me levanto ainda
sonolenta e vou até a porta abrir a mesma, me deparo com Beatriz me
encarando apreensiva.
— Bom dia Beatriz... Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? —
Pergunto já me preocupando pois me lembro que ontem John quase a
mandou embora, e por um milagre eu o convenci a deixá-la ficar.
— Bom dia Laura, não aconteceu nada ainda mas vai acontecer se
você não descer agora mesmo... O patrão está te esperando na mesa do café e
já te digo que ele não está de bom humor, ele pediu para você descer
arrumada porque vocês vão sair. — Avisa me deixando apreensiva e nervosa
com a novidade, onde será que ele vai me levar? Eu só espero que não seja
para aquela boate.
— Tudo bem Beatriz, diga ao nosso chefe que eu não me demoro, eu
só preciso tomar um banho e me arrumar rapidinho. — Respiro fundo
encarando-a receosa.
— Está bem mas não demora mesmo, ouviu? Ou ele será capaz de vir
aqui em cima te buscar... Te espero lá em baixo. — Diz antes de sair me
deixando aqui preocupada e com medo dessa saída repentina.
Fecho a porta e vou para o banheiro já me despindo, entro no
chuveiro e tomo um banho relâmpago para não demorar muito e logo já estou
me arrumando, coloco um vestido branco de alças grossas rendada bem justo
no corpo, seu cumprimento vai até o meio das coxas e um babado ondulado
até os joelhos, ele tem um decote generoso no busto então escolhi um dos
saltos pretos e deixo os meus cabelos soltos, faço uma maquiagem leve como
a Beatriz me ensinou e passo um batom vermelho, não estou acostumada a
me arrumar assim e muito menos a me maquiar, mas Beatriz comprou roupas
e maquiagem pensando que sou uma mulher vaidosa, e mal sabe ela que eu
nunca usei uma maquiagem na vida, essas roupas elegantes e caras eu só via
na TV e nas revistas velhas que César as vezes trazia da rua.
Depois de pronta eu saio do quarto ainda com dificuldade em me
sustentar em cima desses saltos altos, mas devagar eu consigo chegar até a
escada mas não tive coragem de descer com eles, então faço o óbvio e tiro-os
descendo a escada rapidamente, e quando chego em baixo os coloco
novamente, tento andar com calma em direção a sala de refeições mas me
assusto com John parado do outro lado da sala, me encarando daquele jeito
que me estremece, me viro ficando totalmente de frente para ele mas não
ouso dizer nada, pois ele parece mais sério que o normal, abaixo a cabeça
sem saber o que dizer então ele vem caminhando lentamente na minha
direção, me deixando tensa com cada passo que ele dá.
— Bom dia Sr. Sarkozy... Mandou me chamar...? Para onde vamos?
— Pergunto meio sem jeito pois ele continua se aproximando me encarando
atento.
— Bom dia Laura... Bom, você não quer trabalhar na boate e aqui em
casa não tem nada que você possa fazer, mas você precisar trabalhar então eu
vou levar você para minha empresa... Você será a minha nova secretária. —
Diz parado na minha frente voltando a me encarar de cima abaixo daquele
jeito intenso.
— Me desculpe senhor, mas... Eu não sei o que uma secretaria faz
eu... Eu não sei se vou conseguir atender as suas expectativas com esse
trabalho, mas eu garanto que sou esforçada e vou aprender rápido se tiver um
pouco de paciência comigo. — Digo com a voz trêmula por ele estar me
encarando dessa maneira.
— Me diz uma coisa Laura? Qual é o seu grau de escolaridade...?
Você estudou até que série? Você chegou a frequentar a escola, não é? —
Pergunta com o seu olhar investigador sobre mim.
— Sim senhor, eu fui a escola, mas... Eu só estudei até a quarta série e
mesmo assim eu não cheguei a concluir... Eu fui obrigada a deixar a escola
com dez anos e... Depois disso eu nunca mais voltei a escola. — Confesso
envergonhada por constatar que sou quase uma analfabeta, mesmo fazendo a
quarta série, eu passei muito tempo sem estudar e não me lembro de muita
coisa. — Se o senhor preferir eu posso trabalhar aqui como faxineira, ou
arrumadeira, eu posso até trabalhar na boate mas não como garota de
programa, eu faço qualquer coisa menos me deitar com alguém contra a
minha vontade... Por favor isso não? — O encaro aflita pois não sei o que
será de mim depois dele ouvir tudo isso.
— Como eu disse, você vai trabalhar para mim mas não aqui, e muito
menos na boate... A partir de hoje você vai trabalhar diretamente comigo na
minha empresa, você trabalha pela manhã e estuda a tarde, vou contratar um
professor particular para dar aulas a você em casa, quero que conclua os seus
estudos então você trabalhará somente por meio período... Agora vá tomar o
seu café da manhã porque sairemos em dez minutos. — Revela em um tom
firme ainda me encarando sério, mas se afasta indo em direção ao corredor ao
lado da escada.
Fico aqui parada sem entender o porquê ele está fazendo isso por
mim, ele me comprou e poderia me obrigar a fazer o que ele quiser, mas está
me ajudando? O que ele pretende com essa ajuda? Eu vou mesmo poder
estudar? Vou poder concluir os meus estudos? E esse trabalho? Será que vou
me sair bem nele?
Me apresso para tomar o meu café da manhã mas como apenas uma
salada de frutas e tomo uma taça de iogurte, encaro um bolo de laranja a
minha frente e pego uma fatia também, mas quando dou a segunda garfada
nele sinto o seu perfume impregnar o ar e John entra na sala.
— Já podemos ir? Eu não gosto de atraso , essa é uma das minhas
regras, é bom que guarde-a bem na memória. — Diz naquele tom firme
parado na porta então me levanto sem terminar o meu café.
— Sim senhor, já podemos ir. — Me afasto da mesa e vejo que ele me
encara de um jeito estranho, ele me encara de cima abaixo e está mais sério
que antes, parece bravo comigo mas eu não fiz nada.
Ele não diz nada e continua me encarando. Vou na sua direção
passando por ele, sigo em direção a sala de estar mas passo direto indo até a
porta, mas antes de pôr a mão na maçaneta sinto a sua presença ao meu lado,
ele abre a porta para eu sair primeiro e na entrada da casa há um belo e
luxuoso carro que eu não faço ideia de qual seja a marca, mas sei que deve
custar os olhos da cara porque um carro como esse eu só vi pela televisão.
John abre a porta do carro para mim então eu entro e ele fecha a porta,
dando a volta no carro entrando em seguida, ele se aproxima colocando o
cinto de segurança em mim, e ter o seu rosto tão perto do meu me faz prender
a respiração sem perceber. Ele se afasta colocando também o seu cinto de
segurança e dá a partida no carro, e assim saímos da mansão ganhando as
ruas de Santos, mas um segundo carro vem atrás e sei que são os seguranças,
será que são para me vigiar? Espero que não.
Coloco a minha atenção toda na rua admirando aquelas belas e
imensas casas, e prédios que parecem tocar os céus de tão alto, estou
fascinada admirando tudo lá fora mas de repente o carro para em um sinal
vermelho, vejo muitas pessoas atravessarem a rua, e entre elas passa um
homem que faz o meu coração acelerar.
— É ele...! John é ele! — Digo com os olhos arregalados agarrando
com força o seu braço e ele me encara confuso.
— Ele quem Laura...? Quem você viu fala para mim...? Laura? Laura
você está me ouvindo? — Ouço a sua voz bem distante enquanto eu
acompanho com os olhos aquele homem lá fora.
Não consigo reagir e aperto o braço do John ainda mais forte, aquele
homem vira o rosto na nossa direção me deixando em pânico, com medo dele
me vê aqui dentro do carro e querer me levar de volta, mas então foco os
meus olhos no seu rosto e percebo que não é quem eu pensei, respiro fundo
soltando o ar que eu prendia sem perceber.
Me encolho no banco sentindo o meu rosto esquentar e meus olhos
arderem pelas lágrimas que se formam rapidamente.
— Laura...? Caramba eu estou falando com você! Me responde
Laura! — Me assusto com o tom alterado de John que quase me faz pular no
acento. — Dá para você me dizer o que houve? O que está acontecendo?
Quem você viu lá fora que te deixou tão assustada? — Pergunta me
encarando atento e eu o encaro por um breve momento.
— Não é nada me desculpe... Eu me enganei me desculpe. —
Desconverso com a voz trêmula tentando segurar o choro mas ele continua
me encarando.
— Me diz o que houve? Você pensou ter visto alguém, quem você
pensou que era? Olha como você ficou Laura? Fala comigo? — Insiste em
um tom preocupado mas quando abro a boca para falar, ouço sons de buzinas
atrás de nós e John xinga um palavrão colocando o carro em movimento.
Encaro as minhas mãos em meu colo para não ter que encarar John e
nem ter que olhar para rua, com medo de ter uma nova alucinação, eu jurava
que era o César pois aquele homem se parece muito com ele, o meu medo era
que ele me reconhecesse aqui dentro desse carro e quisesse me levar de volta,
eu prefiro morrer a voltar para aquele cativeiro novamente.
Encaro John discretamente e ele me encara atento me analisando,
tentando descobrir o que deu em mim, não falo nada e nem ele pergunta mais
nada e assim seguimos o restante do caminho. Alguns poucos minutos depois
o carro entra em uma garagem subterrânea e para em uma vaga, John sai do
carro e dá a volta abrindo a porta para mim, mas eu penso duas vezes antes de
sair, eu vou me sentir mais segura trancada aqui dentro sem poder sair e sem
ninguém poder entrar.
— Eu não tenho o dia todo Laura... Vamos! — Diz meio impaciente
então eu saio olhando para todos os lados, me certificando de onde estou e
quem está por perto, mas não tem ninguém.
John me indica uma direção e eu o sigo tentando me equilibrar em
cima desses saltos, porque eu não vim com um sapato baixinho? Simples!
Porque eu não tenho um e eu não podia vir de chinelo, as roupas e sapatos
que a Beatriz comprou para mim são coisas que eu jamais imaginei usar
antes.
As roupas que eu usava eram roupas simples, velhas e totalmente
desproporcional ao meu corpo, pois aquele monstro do César fazia questão de
me trazer roupas muito menores que o meu tamanho, só para ficar me
encarando daquele jeito que me dava nojo, e agora estou aqui em um vestido
lindo mas também o achei provocante demais, pois a todo momento John me
encara com malícia e posso ver que ele está se segurando para não me atacar
aqui e agora.
Assim que entramos em uma caixa de metal e as portas se fecharam,
eu me assusto com medo de ficar presa aqui dentro, mas quando essa coisa
começa a se mover e eu me desequilibro e vou em direção ao chão, mas antes
de chegar no mesmo sou amparada por braços fortes.
— Você está bem...? Parece que você também nunca andou de
elevador, não é? — Pergunta John me puxando contra o seu corpo me
deixando tensa não só pelo susto, mas também por ter o meu corpo colado no
seu.
Não falo nada, apenas balanço a cabeça concordando e me solto dele
tentando me segurar nas paredes de aço para não cair, mas essa coisa treme e
a sanção é que estou despencando de um penhasco e vou caindo toda vida.
Minha respiração pesa e meu coração bate acelerado de aflição, então
sinto minhas pernas perderem as forças mas novamente John me ampara em
seus braços.
— Faz essa coisa parar por favor...? Eu estou com medo, estou com
muito medo John. — Peço apavorada me agarrando a ele para não cair, John
sorrir de lado erguendo o meu rosto me encarando fixamente.
— Eu adoro ouvir você dizer o meu nome... Soa tão sexy na sua voz e
isso me deixa louco. — Comenta agora encarando a minha boca e eu faço o
mesmo.
Ele umedece os lábios me encarando com tanta intensidade que não
consigo sustentar, então desvio os meus olhos dele mas sem soltá-lo pois essa
caixa de metal ainda se mexe muito.
Alguns longos segundo depois a caixa para balançando de um jeito
que me faz agarrá-lo ainda mais forte, mas assim que as portas se abre eu o
solto rapidamente com medo de alguém nos ver nessa situação, ele me encara
um pouco mais sério que antes mas me indica a saída, e rapidamente eu saio
respirando aliviada por estar fora daquela coisa.
John segue pelo corredor e eu tento segui-lo ainda com medo por
esses saltos alto, andamos por um extenso corredor e quando finalmente
chegamos no final dele, John entra na frente e eu entro em seguida fechando
a porta atrás de mim, fico ali no meio da sala parada o observando ir para trás
de uma mesa de vidro escuro bem ampla, ele se senta ligando o computador
na sua mesa então me encara brevemente.
— Sente-se aqui, eu preciso te explicar algumas coisas. — Ordena
naquele tom firme apontando para uma das cadeiras à frente da sua mesa.
Apenas concordo e me aproximo me sentando atenta a tudo que ele
fala, ele me explica como atender ao telefone e o que eu tenho que dizer em
certas situações, ele me dá um Tablet dizendo ser a agenda eletrônica mas eu
não faço ideia de como mexer nessa coisa, e mesmo ele me explicando acho
que hoje eu não vou conseguir mexer nele, então peço uma folha em branco e
ele me dá um bloco de notas e algumas canetas, ele me indica uma mesa do
outro lado da sua sala e diz para eu chamá-lo sempre que eu tiver alguma
dúvida.
Me levanto indo em direção a tal mesa mas posso sentir os seus olhos
sobre o meu corpo, me deixando tensa e nervosa, com medo de fazer algo
errado e ele me castigar por isso, eu preciso aprender a fazer esse trabalho
pois é melhor do que trabalhar naquela boate.

A nossa manhã está passando e esse bendito telefone tocou mais do


que eu gostaria, me atrapalhei algumas vezes mas John estava sempre atento
me dizendo o que fazer e como fazer, o que falar e o que não falar, e por
algumas vezes vi que ele estava sem paciência, então me esforcei um pouco
mais para não precisar tanto da sua atenção.
Me concentro nas minhas anotações colocando em ordem para não
me atrapalhar mais do que já fiz hoje, mas de repente ouço batidas na porta e
logo entra um senhor de idade indo direto na mesa de John.
— Filho eu preciso falar com você, eu tenho uns documen... — Diz o
senhor se aproximando da mesa mas assim que John me encara o senhor
também olha na minha direção me encarando surpreso. — Olá...! Quem é
essa bela moça? A sua nova secretária filho? —Pergunta o senhor com um
largo sorriso se virando totalmente na minha direção me encarando atento.
Seus olhos estão presos em mim e posso ver uma surpresa muito
grande ou até mesmo espanto nos seus olhos ao me encarar, ele me encara de
um jeito estranho, me encara como Beatriz me encarou quando me viu pela
primeira vez.
— Sim papai, essa é a garota que eu te falei que treinaria para
trabalhar comigo... Laura, esse Conrado Sarkozy, o presidente da empresa e
também o meu pai. — Diz o meu chefe naquele mesmo tom sério de antes
então me levanto indo cumprimentar o Sr. Sarkozy, mas ele também vem na
minha direção. Espera! Presidente? Pai! Oh meu Deus!
— É um prazer conhecê-lo Sr. Sarkozy. — Lhe estendo a mão e
diferente de todos os homens que já vi até agora, ele é o único que me encara
com carinho e não com malícia.
— O prazer é todo meu querida... Minha nossa você é muito linda,
como está se saindo no seu primeiro dia de trabalho? Está gostando de
trabalhar aqui? — Pergunta me admirando com aquele mesmo sorriso largo
de antes.
— Obrigada senhor, e sim eu estou gostando de trabalhar aqui, é o
meu primeiro dia então eu estou me atrapalhando bastante, mas eu prometo
aprender tudo bem rápido para trabalhar ao invés de atrapalhar. — Confesso
envergonhada olhando dele para a caneta na minha mão.
— Eu tenho certeza de que você vai se sair muito bem querida, não se
preocupe, o meu filho vai te ensinar tudo que for necessário e terá toda
paciência do mundo com você... Engraçado, você me lembra alguém... É tão
jovem e tão linda. — Diz com um sorriso gentil e encara John antes de voltar
a me encarar, e vejo novamente o seu olhar de surpresa.
— Se me permite senhor, eu vou voltar ao trabalho... Com licença. —
Digo com um meio sorriso e ele concorda enquanto eu volto para minha
mesa, ainda com aqueles dois homens me encarando. Um com um olhar tão
sério e o outro com um sorriso tão gentil, vai entender!
Porque ela tinha que vir com esse vestido tão justo no corpo? Porra a
visão dela rebolando pela minha sala está me tirando a concentração, estou de
pau duro desde a hora em que saí de casa e por algum motivo ela está me
evitando, não me olha nos olhos como antes evita falar comigo e isso já está
me irritando, mas o seu sorriso tão sincero falando com o meu pai me
desarmou, ainda não tinha visto-a dessa maneira tão encantadora e isso me
pegou de surpresa.
Meu pai também percebeu a sua semelhança com Laís, merda ela me
lembra muito a minha falecida esposa que tanto amei e ainda amo, mesmo
depois de tantos anos sem ela eu ainda tenho a mulher que eu amei no meu
coração.
Meu pai parece embasbacado por Laura e está fazendo hora na minha
sala só para admirá-la um pouco mais, isso não me agradou, Laura é uma
belíssima mulher e chama atenção de qualquer um, mas não esperava ver o
meu próprio pai admirando-a tanto, mesmo que seja sem segundas intenções.
— Pronto papai! Os documentos já estão assinados agora só faltam a
sua assinatura neles, mas acho que isso você pode fazer na sua sala, certo? —
Coloco os documentos de volta na pasta o entregando em seguida.
— Certo filho, eu vou indo porque a sua mãe está me esperando para
almoçar com ela... Eu não volto mais para empresa hoje, mas nós vemos mais
tarde no jantar... Foi um prazer conhecê-la, Laura, até mais querida. — Meu
pai pega a pasta de documentos já indo na direção da porta.
— Espera papai! De que jantar o senhor está falando? A mamãe não
avisou nada eu não sei se estou afim de ir. — Questiono me levantando o
encarando atento pois não esperava por isso. Ele para de virando para me
encarar.
— Você conhece bem a sua mãe John, sabe que quando ela cisma
com uma coisa tem que ser do jeito dela, então não se atrase... Ou ela vai
buscar vocês em casa, ouviu? — Diz ele me pegando de surpresa com
esse "vocês" o que será que ele quis dizer com isso?
— Mas papai eu não sei se é uma boa ideia fazer isso agora, eu não...
— Contesto indo na sua direção mas vejo Laura se levantar também vindo na
nossa direção.
— Com licença, Sr. Sarkozy, eu preciso ir ao banheiro mas não sei
onde fica... O senhor poderia me dizer para onde eu devo ir? — Diz se
aproximando meio acanhada e eu respiro fundo abrindo a porta da sala.
— No final desse corredor você vira para sua esquerda, na segunda
porta também a esquerda. — Explico apontando para onde ela deve ir então
ela agradece saindo da sala.
Fico ali parado admirando-a se afastar mas meus olhos estão fixos na
sua bundinha redondinha, rebolando sensualmente mexendo com a minha
imaginação, coço a barba ainda admirando-a mas me deparo com o meu pai
me encarando com um sorriso cínico, me pegando de surpresa com isso.
— O que é papai? A mamãe não estava te esperando? — Digo irritado
com esse seu olhar de desconfiança sobre mim. Volto para minha mesa. —
Eu não sei se vou poder ir a esse jantar, papai, eu preciso ir a boate hoje para
ver como andam as coisas. — Eu não precisava ter mentido pois estive na
boate ontem, não sei o porquê fiz isso, mas fiz.
— Se não quiser que esse jantar seja transferido para sua casa, é
melhor você aparecer John... E por favor não deixe de levar a menina, sua
mãe e sua irmã estão ansiosas para conhecê-la. —Me alerta ele já saindo da
minha sala com um largo sorriso no rosto, me deixando perplexo com o que
ele fez.
— Espera papai? Você contou a elas...? Ainda não era o momento
papai... Papai! Espera papai...! Mas que droga! — Chamo por ele voltando na
sua direção mas ele sai fechando a porta na minha cara. Mas que merda!
Eu já estou vendo a mamãe e a Giulia me torrando a paciência com
perguntas sobre Laura, não sei se será uma boa ideia ir com ela a esse jantar,
ela não está acostuma com isso e sei que vai aparecer alguns assuntos que a
deixará incomodada, e conhecendo a minha irmã ela vai bombardear Laura
com as suas perguntas impertinentes, francamente, o papai está me saindo um
belo de um fofoqueiro, ele não tinha nada que ir contar a mamãe sobre a
Laura, não ainda.
Tento me focar no trabalho mais uma vez mas não consigo por causa
desse bendito jantar, encaro a mesa de Laura e me lembro que ela ainda não
voltou do banheiro e ela está demorando, será que aconteceu alguma coisa?
Me levanto decidido a ir atrás dela quando de repente ouço um grito.
— JOHN...! JOHN! — Ouço a voz de Laura me gritar então corro até
a porta, assim abro me deparo com ela encolhida em um canto se espremendo
na parede tentando se afastar de um dos estagiários.
— Que merda está acontecendo aqui...? Laura você está bem? O que
houve? — Pergunto no meu tom firme me aproximando dela que corre na
minha direção se escondendo atrás de mim, ainda assustada.
— Esse cara me cercou quando eu estava voltando do banheiro, ele
perguntou o meu nome mas tentou passar a mão em mim... Eu não gosto do
jeito que ele me olha... Me dá medo. — Conta quase em um sussurro e posso
ver que está envergonhada, mas saber que esse infeliz tentou passar não nela
foi o suficiente para me deixar transtornado.
— INFELIZ DESGRAÇADO! VOCÊ ESTÁ AQUI PARA
TRABALHAR OU PARA FICAR ASSEDIANDO AS FUNCIONÁRIAS,
SEU MERDA? — Esbravejo voando em cima dele com um soco no rosto, o
agarro pelo colarinho da camisa o vendo me encarar com os olhos
arregalados.
— Me desculpe, Sr. Sarkozy? Eu não sabia que ela era uma
funcionária, isso não vai se repetir me desculpe. — Se justifica o garoto se
tremendo todo então sinto alguém me puxa e vejo o meu pai entrando no
meio tentando me afastar do garoto.
— O que está acontecendo John? Porque essa confusão toda, será que
dá para alguém me explicar? — Pergunta papai também alterado me
encarando preocupado.
— Esse bastardo estava assediando Laura, ele tentou passar a mão
nela e eu não vou tolerar isso! Eu quero esse infeliz fora dessa empresa agora
mesmo! Ou eu mesmo jogo ele lá fora. — Rosnei furioso louco para agarrá-
lo pelo pescoço, mas só então percebo que são os seguranças que estão me
segurando enquanto o tal garoto me encara assustado já quase chorando.
— Isso é inadmissível! Eu não aceito esse tipo de comportamento
dentro da minha empresa, não é para isso que aceitamos os estágios meu
jovem, sinto muito em te dizer mas a sua estadia nessa empresa termina
agora! — Afirma papai em um tom firme e eu encaramos Laura, encolhida no
canto assustada chorando em silêncio. "Mas que droga!" — Cuida dela John,
eu mesmo vou resolver esse problema aqui. — Pede meu pai se aproximando
do estagiário então os seguranças me soltam e eu vou em direção a Laura.
— Você está bem...? Vem! Vamos entrar. — Abraço a sua cintura
levando-a de volta para dentro da minha sala fechando a porta atrás de nós.
— Me desculpe senhor? Eu não queria causa problemas no meu
primeiro dia de trabalho... Eu não tive culpa me desculpe? — Se desculpa de
cabeça baixa evitando me encara e eu paro na sua frente erguendo o seu
quero para olhar os seus olhos assustados.
— Quando você me gritou você não me chamou de senhor... Não
suporto quando você me chama assim, já que sabe o meu nome... Eu sei que
você não teve culpa então não chore. — Me deixo mover pelo impulso e
acaricio o seu rosto limpando as suas lágrimas. — Você é diferente das outras
mulheres, Laura... Enquanto muitas se sentem envaidecidas com o assédio
dos homens, você se sente violada, se sente agredida e sei que foi com isso
que você conviveu por todos esses anos... Eu me sinto um canalha por insistir
tanto em ter você, mas... É que você me enlouquece docinho... Você me
enlouquece de um jeito que nenhuma outra mulher faz. — Me aproximo mais
dela e a mesma me encara atenta e posso ver a sua respiração pesar.
— Porque... Porque me chama de docinho...? Se sabe o meu nome?
—Pergunta com a voz trêmula e isso só me excita ainda mais.
— Porque você é doce como Mel... O seu saber é surreal, é algo de
outro mundo. — Confesso abraçando a sua cintura trazendo-a para o meu
corpo, ela segura os meus braços com força e sinto o quanto ela está tensa.
— John... — Sussurra o meu nome ofegante e isso foi o fim para
mim.
Avanço na sua boca beijando-a com vontade matando o meu desejo
de sentir o seu sabor, mas quando penso que ela está rendida a mim ela se
solta abruptamente me encarando furiosa, estou confuso, na mesma hora que
ela me quer ela me rejeita, o que está acontecendo com essa garota? Tento
mais uma vez me aproximar dela mas ela se afasta indo para sua mesa me
deixando frustrado e excitado.
— Você é minha Laura e eu estou tentando ser paciente com você!
Mas não está dando eu não aguento mais...! Eu preciso sentir você docinho.
— Esbravejo irritado indo na sua direção mas paro quando ela me encara
assustada.
— Você deve ter se deitado com muitas das garotas na boate ontem, e
agora está dizendo que precisa de mim...? Se precisa se aliviar, Sr. Sarkozy,
eu tenho certeza de que as suas garotas não vão se importar em ajudá-lo
nisso...! Eu já falei que não vou me tornar uma prostituta para agradar
ninguém, muito menos o meu chefe! — Rebate em um tom ríspido, mas
como ela sabe que eu estive com as garotas ontem? Porque ela está se
importando com isso?
— Não interessa com quem eu fico ou com quem eu deixo de ficar,
Laura! O fato aqui é que você é minha e me deve obediência, está me
ouvindo...? Você é minha caramba! — Esbravejo furioso me aproximando
dela mas ela dá alguns passos para trás me encarando com os olhos
arregalados. Respiro fundo. — Deixe as suas anotações na minha mesa,
vamos em casa almoçar porque as duas você tem aula. — Tento me controlar
e vou para minha mesa arrumar as minhas coisas.
Não sei o que está acontecendo comigo mas eu preciso me controlar
mais que isso, não posso deixar a minha raiva explodir dessa maneira na
frente das pessoas, mas eu simplesmente não consigo me controlar, essa
garota está acabando com o que resta da minha sanidade.
Depois de arrumar as minhas coisas eu saio da minha sala com Laura
e fomos para o elevador, descemos em silêncio mas posso ver o seu
desconforto dentro por estar no elevador, e mais uma vez ela tem um ataque
de medo quando o elevador balança, mas nem por isso ela se aproxima de
mim, vejo que ela está tremendo de tanto medo e seu olhar apavorado me faz
mais uma vez me deixar move pelo impulso, me aproximo dela e puxo-a para
os meus braços e rapidamente ela me abraça forte, me fazendo sentir o seu
medo.
Não dissemos nada e assim descemos até a garagem, e quando
finalmente chegamos até lá e as portas do elevador se abrem, ela se solta de
mim meio sem graça evitando me olhar nos olhos.
Entramos no meu carro e seguimos para casa, poucos minutos depois
já estamos adentrando a mansão e Beatriz já estava nos esperando na sala
para avisar que o almoço será servido. Seguimos direto para sala de refeições
e me acomodo na ponta da mesa, e Laura se senta a minha esquerda ainda
sem me encarar.
O almoço foi servido e nós começamos a comer, fiquei satisfeito com
o apetite Laura, ela come com tanta vontade que me fez sorrir, mas por um
breve momento me lembro do seu ataque de pânico mais cedo no carro.
— A pergunta que eu te fiz mais cedo, você pode me responder...?
Quem você viu ou pensou ter visto na rua mais cedo? O seu padrasto ou
Logan? — Pergunto tentando confirmar as minhas suspeitas e ela me encara
apreensiva.
— César, o meu padrasto... Eu pensei ter visto ele mas era apenas
alguém parecido com ele e... Eu tive medo dele me ver e querer me levar de
volta... Você me fez uma promessa e espero que cumpra, eu faço qualquer
coisa para não volta para aquela casa. — Me encara esperançosa e eu me
deixo mover pela curiosidade.
— Qualquer coisa...? Você faz qualquer coisa para não voltar para sua
antiga casa? — Pergunto atento as suas reações e ela solta o seu talher sobre
o prato.
— Eu faço qualquer coisa, menos me tornar uma prostituta... Eu
prefiro morrer a ter que me vender para satisfazer a pervertidos como o
senhor... Com licença, eu perdi a fome. — Diz ela com lágrimas nos olhos e
se levanta da mesa abruptamente correndo em direção a sala de estar.
— Merda...! Laura espera? Laura? — Chamo por ela mas ela não me
responde. — Droga! Inferno! — Esbravejo jogando o meu talher sobre a
mesa e me levanto irritado, sigo na mesma direção que ela.
Ainda consigo vê-la no topo da escada mas logo ela some pelo
corredor, subo correndo logo atrás dela, não sei o porquê estou fazendo isso
mas sinto essa necessidade. Assim que entro no corredor vou direto na porta
do seu quarto e bato incansavelmente mas a porra da porta está trancada.
— Não me faça perder o meu tempo e abra essa porta Laura...! Droga
eu estou mandando abra essa porta ou eu vou derrubá-la! — Alerto-a irritado
socando a porta então ouço a mesma sendo destrancada.
Ela não abre então eu o faço, entro no quarto batendo a porta atrás de
mim e ela se assusta dando um pulo, de repente ela corre em direção ao
banheiro mas eu corro atrás alcançando-a por trás antes de passar pela porta,
viro-a abruptamente colocando-a contra a parede, encarando fixamente os
seus olhos assustados.
— Me solta...! Por favor me solta...? Vai me castigar? O que vai fazer
comigo...? Por favor... John... — Pergunta ofegante me encarando com os
olhos ainda arregalados.
— Eu nunca precisei obrigar uma mulher a transar comigo e jamais
faria isso com você... Não vou te castigar não se preocupe, eu só quero que
você entenda o que eu quero e eu não quero fazer de você uma prostituta,
porque você é minha e de mais ninguém, não existe prostituta de um homem
só então não entendo o porquê está sempre na defensiva. — Digo no meu tom
firme alternando o olhar entre a sua boca e seus olhos e ela me encara
surpresa. — Eu quero você Laura, eu estou ficando louco de tanto desejo que
sinto por você, mas não quero obrigar você a ficar comigo... Eu poderia
obrigar qualquer mulher a ficar comigo, menos você docinho... Eu te quero
de uma maneira que eu nunca quis outra mulher desde... Desde... Eu só quero
você Laura. — Passo o meu polegar pelos seus lábios e sinto o seu corpo
amolecer.
— John... — Sussurra ofegante segurando os meus braços com força.
— Cacete Laura... Você fode a minha mente quando sussurra desse
jeito. — Avanço na sua boca com um beijo faminto e ela nem tenta se
resistir, ela se entrega ao beijo me beijando com a mesma intensidade.
— Laura! Você está aí? — Ouço a voz de Beatriz e com o susto Laura
me empurra abruptamente se afastando ofegante. — Laura a professora que
vai te atender já está te aguardando, está tudo bem aí? — Ouço mais uma vez
a voz de Beatriz e a minha vontade é mandá-la embora agora mesmo por me
interromper, mas quando vou em direção a porta furioso, Laura entra na
minha frente me impedindo de ir até a porta.
— Eu já estou indo Beatriz, obrigada, eu desço em cinco minutos. —
Ela me encara apreensiva e mais uma vez faço mansão de ir até a porta, e
mais uma vez ela se põe na minha frente me fazendo bufar.
— Tudo bem, mas não demore para o Sr. Sarkozy não se zangar, te
espero lá embaixo. — Diz a infeliz e Laura concorda e logo não ouço mais a
sua voz.
— Por favor não desconte a sua raiva nela, Beatriz só está me
alertando para o nosso chefe não se zangar comigo... Agora eu preciso ir,
com licença senhor. — Diz em um tom sério me deixando ainda mais
excitado, louco para possuí-la agora mesmo, ela se vira indo em direção a
porta mas chamo a sua atenção.
— Eu vou voltar para empresa mas quero você pronta as sete... Temos
um jantar para irmos na casa dos meus pais. — Aviso ainda incerto dessa
decisão, mas que seja o que Deus quiser.
Ela me encara apreensiva mas concorda antes de sair, me deixando
aqui no seu quarto de pau duro e louco para vê-la sem esse vestido, porque
essa garota tem que ser tão gostosa? Mas o melhor disso é que ela é minha e
demais ninguém.
Saio do quarto de Laura e vou até o meu quarto tomar um banho frio
para tentar aliviar a minha situação. Depois do banho eu me arrumo
novamente e desço para voltar para empresa, mas antes de sair Beatriz me
informa que Laura já está estudando na biblioteca com a professora que
chegou, a encaro brevemente louco para demitir essa inconveniente, mas
então me lembro de Laura e desisto, apenas concordo com ela e saio de casa
voltando para empresa.
Ouvir tudo aquilo do John me pegou de surpresa, mas isso não muda
o fato dele querer estar comigo e com o resto das mulheres que existem por
aí, eu não acho isso justo, não é justo eu desejá-lo dessa maneira, para mim
isso é errado já que ele me comprou e não vai me deixar livre, mas por outro
lado ele poderia me obrigar a fazer o que ele quisesse, mas não o fez, ao
contrário, ele está sendo gentil e está me ajudando como ninguém nunca me
ajudou antes, mas também como alguém iria me ajudar se ninguém sabia que
eu estava sendo mantida refém daquele desgraçado do César?
Bom, o fato é que está a cada dia mais difícil resistir aos seus beijos,
esse calor que sinto quando ele se aproxima, as reações do meu corpo quando
ele me toca ou quando me beija é algo estranho e novo, é confuso para mim,
se o odiasse como odeio César, eu não estaria sentindo essas coisas, eu sinto
por César uma repulsa tão grande, sinto nojo eu até seria capaz de desejar a
sua morte só para me livrar dele, e eu tenho esse mesmo sentimento por
Logan.
Mas com John é diferente, o que eu sinto por ele é o oposto de tudo
que eu já senti por aqueles homens que tentaram abusar de mim a força,
diferente do que eu senti quando John beijo o meu corpo, quando ele beijo a
minha intimidade me fazendo explodir na sua boca de uma maneira que eu
nunca pensei que fosse possível acontecer.
Eu já imaginei como seria beijar alguém que a gente goste, mas nunca
me imaginei gostando de alguém, eu não sei como é gostar de alguém, eu não
sei o que sentir quando se gosta de alguém e me sinto perdida sem saber o
que significa essas reações que John me causa, porque eu não sinto vontade
de afasta-lo quando ele me toca? Ou quando me pega em seus braços e me
beija daquela maneira?
Conhecer o pai de John também foi uma surpresa para mim, mas eu
estou em pânico por saber que hoje também conhecerei a mãe dele e o resto
da família, e se eles não gostarem de mim? E se descobrirem o meu passo e
me humilharem por isso? E se rejeitarem a minha presença por tudo que eu já
passei e por ter vindo de uma casa de prostituição? O pai do John é bastante
simpático mas eu não sei se o resto da família também é assim, a propósito!
Porque eu vou jantar na casa dos pais dele?
Eu poderia ficar em casa sozinha e não iria me importar, afinal eu
passei tantos anos sozinha trancada dentro de casa sendo maltratada, mas
aqui é diferente, apesar da sua insistência em querer me levar para cama,
John é um homem bom, ou não estaria me ajudando, mas porque ele está me
ajudando? A troco do quê ele está fazendo isso? O que ele pretende realmente
fazer comigo?
Depois de passar duas horas estudando, aprendendo o que eu já me
esqueci, a professora se despede e vai embora, ela é uma senhora muito
simpática e foi bastante paciente comigo, e isso me fez respirar aliviada.
— Laura! Já está trancada nesse quarto de novo...? O jardim é tão
lindo a água da piscina deve estar tão boa e você aqui sozinha...? Eu sei que
você é uma funcionária assim como eu, mas também já percebi que você não
está nessa casa como empregada e sim como hóspedes, então porque ficar
aqui trancada? — Questiona Beatriz entrando no quarto me encarando com
um sorriso gentil, me passando tranquilidade como sempre.
— Estou preocupada Beatriz... O Sr. Sarkozy disse que vamos jantar
na casa dos pais dele hoje, mas eu não sei se devo ir, afinal eu sou apenas
uma funcionária, e se não gostarem de mim e não me quiserem lá...? Eu não
entendo o porquê eu tenho que ir. — Comento sentindo o meu rosto queimar
de tanta vergonha por contar a Beatriz que hoje vou jantar na casa dos pais do
nosso chefe.
— Uau...! Jantar na casa do Sr. e a Sra. Sarkozy...? Isso não é para
qualquer uma... O Sr. John Sarkozy deve ter um motivo muito especial para
te levar até lá, Laura, eu ainda estou te conhecendo e não sei muito sobre
você, mas eu tenho certeza de que o nosso chefe sabe, ou você não estaria
aqui, em um quarto de hóspedes ao invés de estar na casa dos empregados...
Você deve ter algo de muito especial que eu ainda não sei, por isso não se
preocupe tanto, apenas faça o que lhe mandarem, está bem? Você quer ajuda
para se arrumar para o jantar? — Diz ela se sentando a beira da cama mas
quando vou responder alguém entra no quarto feito um furacão, fazendo
Beatriz dar um pulo da cama.
— Sei que a sua intenção é boa Beatriz, mas quem vai ajudá-la sou
eu. — Diz uma loira muito linda entrando no quarto vindo direto na nossa
direção, e posso ver Beatriz ficar vermelha de vergonha com a sua presença.
— Srta. Giulia, que prazer vê-la novamente, já tem um tempo que não
aparece por aqui. — Beatriz a cumprimenta agora com um largo sorriso no
rosto então me levanto da cama ainda tentando entender o que está
acontecendo aqui.
— Se acostume Beatriz, porque vou vir com mais frequência a partir
de hoje... Eu vim conhecer a Laura e ajudá-la a se arrumar para o jantar de
hoje... Minha nossa você é irritante de tão linda e... Você se parece com
alguém que eu conheço... Mas quem...? Oh meu Deus... — Diz a loira me
encarando fixamente e por algum motivo ela também parece surpresa em me
ver. O que está acontecendo com essas pessoas para me encararem assim?
— Laura, essa é a Srta. Giulia, a irmã do Sr. Sarkozy, eu acho que
vocês vão se dar bem. — Revela Beatriz com um largo sorriso no rosto
enquanto eu tento não desmaiar de tanta vergonha.
— É um prazer conhecê-la Srta. Giulia... Me desculpe, mas, eu não
sei se devo ir a esse jantar, eu sou apenas uma funcionária como todos os
outros nessa casa e... — Argumento meio acanhada e envergonhada mas ela
me interrompe.
— Nem vem com essa história de que não quer ir, Laura, você é a
nossa convidada de honra e não pode faltar... E por favor nada de Srta. Giulia
, me chame apenas de Giulia, está bem assim? Agora venha comigo porque
nós temos trabalho pela frente... Beatriz pede ao meu pessoal para entrar, eu
trouxe alguns presentinhos para Laura. — Giulia me arrasta para o outro lado
do quarto e Beatriz sorrir largamente indo até a porta.
Não tive tempo de dizer nada enquanto entram no meu quarto homens
e mulheres cheios de sacolas, caixas e sei lá que mais, o meu quarto parece
uma feira livre e eu estou perdida no meio dessas pessoas sem saber o que
fazer e o que está acontecendo.
Giulia me joga para o banheiro me mandando tomar um banho
enquanto ela separa a roupa que eu vou usar, ainda estou atordoada com essa
confusão toda pois não estou acostumada com essa agitação, mas o que eu
posso fazer além de obedecer a irmã do meu chefe?
Ainda não estou acreditando que a irmã do John está aqui no meu
quarto, fazendo de tudo para eu ficar apresentável para o jantar , mas porque
ela está fazendo isso? Será que foi ele quem pediu? Será que ele não gosta da
maneira como eu me visto e está envergonhado comigo?
Tento deixa os meus pensamentos neutros e foco no meu banho, não
demoro muito pois a todo momento Giulia bate na porta perguntando se está
tudo bem, então termino o banho e me seco vestindo um roupão em seguida.
Giulia me dá um conjunto de lingerie para vestir então vou para o closet
enquanto eles conversam sobre o que fariam no meu cabelo.
Visto a lingerie e também visto o roupão novamente, volto para
quarto e Giulia me arrasta novamente para uma cadeira que colocaram no
meio do quarto, um dos homens ali começa a secar o meu cabelo no secador
dizendo que faria uma escova de chocolate, mas como assim escova de
chocolate? Ele vai passar chocolate no meu cabelo? Meu Deus que loucura
está isso aqui.
Enquanto aquelas pessoas fazem o que querem no meu cabelo e
também no meu rosto, Giulia conversa comigo querendo saber de onde eu
era, o que eu fazia antes e se tive um namorado, ela até queria saber do que
eu gostava mas todas essas perguntas me assustaram de um jeito que eu
nunca imaginei que aconteceria, não sei o porquê, mas de alguma maneira eu
me senti em pânico, com medo de contar a ela tudo que eu passei ate chegar
aqui, não sei o quanto ela sabe sobre mim, o quanto John contou sobre o meu
passado, então me levanto correndo em direção ao banheiro e me tranco no
mesmo, me sentindo em pânico e com medo de tudo que está acontecendo.
— Laura me desculpe? Eu não queria te encher de perguntas mas eu
sou curiosa demais e não me controlei... Por favor me desculpe...? Não fica
chateada comigo por favor...? Laura se o meu irmão chegar aqui e souber que
eu te chateei ele vai me matar, por favor fala comigo? Me desculpa? —
Súplica em um tom aflito do outro lado da porta enquanto eu respiro fundo
tentando me acalmar.
Eu não sei o que fazer, tudo isso é demais para mim, eu não estou
acostumada com essas coisas, com tantas pessoas a minha volta e isso me
apavora.
— Manda essas pessoas embora por favor...! Não estou acostumada
com isso eu não quero tudo isso... Por favor eu quero ficar sozinha? — Peço
com a voz trêmula tentando segurar o choro que aparece rapidamente me
deixando ainda mais vulnerável.
— Eu quero que saíam todos agora mesmo! Eu estou mandando
saírem todos! Eu quero ficar sozinha com ela. — Ouço a sua voz alterada
dando ordens aquelas pessoas no quarto, e o seu tom mansão me lembra
muito o seu irmão. — Pronto Laura! Estamos sozinhas, por favor abre a porta
para eu ver você...? Me desculpa eu não devia ter feito tantas perguntas, eu...
Eu já sei sobre o seu passado Laura, eu só queria ouvir tudo de você... Me
desculpa? Abra essa porta e me deixa explicar? — Confessa ela me pegando
de surpresa com as suas palavras. Como assim ela já sabe sobre o meu
passado? John contou a ela sobre o meu passado?
Abro a porta ainda insegura se devo ou não falar com ela cara a cara,
mas eu o faço, abro a porta e ela me encara apreensiva e com um olhar de
súplica.
— Como... Como você sabe sobre o meu passado? Foi o John quem
contou a você? O que ele te contou sobre mim...? É por isso que está fazendo
tudo isso chamando essas pessoas para me arrumar? Porque você tem
vergonha de mim...? Saiba que eu nem queria estar aqui, eu não quero ir a
esse... — A encaro séria sentindo o meu peito se apertar em uma dor
angustiante me incomodar, mas ela me interrompe.
— Não Laura! Eu não tenho pena de você e não estou fazendo isso
por vergonha... Você passou muito tempo sofrendo eu só queria te dar um
pouco de alegria, queria que se sentisse bem, mas acho que fiz da maneira
errada então me desculpe...? Eu sei que você não é uma mulher vaidosa como
eu, por isso pensei que você pudesse gostar de receber alguns mimos, que
gostaria de se arrumar com mais elegância, mas eu te abordei de uma maneira
totalmente errada, eu presumi coisas sem antes conversar com você, apenas
me baseando no que eu ouvi.. Eu não quero que fique chateada comigo por
favor? O meu irmão vai me matar se souber que eu vim aqui te perturbar e
ainda te magoei. — Diz em um tom bastante aflito me encarando de um jeito
amoroso e isso me surpreende.
— John... O Sr. Sarkozy não sabe que você está aqui...? Não foi ele
quem mandou você vir fazer essas coisas? Como você sabe sobre mim? —
Pergunto surpresa e ao mesmo tempo aliviada.
— Não Laura, ele não sabe que estou aqui, por isso estou te pedindo
desculpa porque não quero que ele sabia que eu estive aqui, ele vai me matar
se souber... Ele conversou com o papai sobre você, ele se abriu como não faz
a anos e isso nos deixou muito felizes... O nosso pai ficou muito
impressionado com a sua história e foi por ele que eu fiquei sabendo sobre
você, não me leve a mal Laura, eu não queria que você pensasse que nos
envergonhamos de você, eu só... Eu só tirei as minhas conclusões erradas por
isso peço desculpas. — Ela me encara com um olhar pidão me fazendo dar
um breve sorriso, então respiro um pouco mais aliviada. — Vem aqui! Me
deixa tirar essa maquiagem porque você borrou toda. — Giulia me pega pela
mão me levando até a cama.
Me sento na mesma ainda pensativa sobre tudo isso, e encarar o seus
olhos me deu a certeza de que eu precisava, ela está sendo sincera nas suas
palavras e está se esforçando para que eu à desculpe.
— Me ajuda a refazer a maquiagem...? Algo leve e não muito
exagerado. — Peço meio sem jeito por vê-la sem graça por essa situação
toda.
— Mas é claro que eu ajudo, faço questão de fazer eu mesma a sua
maquiagem. — Diz mais empolgada se sentando ao meu lado e me encara
com um sorriso gentil. — Me desculpe, Laura? Podemos começar de novo...?
Olá, o meu nome é Giulia Sarkozy e eu sou irmã do seu chefe, sei que você é
funcionária do meu irmão mas eu quero ser a sua amiga, eu posso...? Não
estou fazendo isso só por causa do que você passou com o seu passado,
Laura, estou fazendo isso porque você parece ser importante para o meu
irmão, e além disso, eu gostei de você no mesmo instante em que ouvi falar
de você. — Confessa segurando a minha mão com carinho e ouvir tudo isso
me surpreendeu mais uma vez.
— Você... Quer ser minha amiga? De verdade...? Me quer como sua
amiga? Não está brincando comigo Srta. Giulia? — Pergunto ainda surpresa
encarando-a incrédula, mas ela sorrir.
— Não, eu não estou brincando Laura, eu quero sim ser sua amiga, se
você também quiser é claro. — Diz com os olhos brilhando e ali eu vejo que
realmente terei uma amiga.
— Eu não tenho amigos, mas... Eu gostaria sim de ser sua amiga,
desde que isso não te traga problemas com o Sr. Sarkozy. — Comento meio
sem graça e com receio de chamá-lo pelo nome como ele pediu.
— Não se preocupe com o meu irmão, ele não vai se importar com
isso mas caso ele diga alguma coisa, eu me entendo com ele depois... Agora
vamos concertar essa maquiagem porque eu preciso ir embora antes do John
chegar. — Ela se levanta apressada e vai até o outro lado do quarto pegar a
maleta de maquiagens.
Não falo mais nada, apenas sorrio limpando o meu rosto molhado,
passo mais alguns minutos conversando com Giulia e graças a Deus ela não
me fez mais nenhuma pergunta na qual eu não gostaria de responder, ela me
falou muito sobre ela e disse que hoje eu conheceria a sua mãe e o seu
namorado, e sinceramente, eu estou nervosa por ter que ir a casa dos pais
dela, eu sou apenas uma funcionária não devia ir em jantares na casa dos pais
do meu chefe, mas também não posso negar um pedido dele já que estou
nessa casa recebendo ajuda sem ter que pagar por nada, então me dedico a
aprender algumas dicas que Giulia me dá de bom grado.
Depois da maquiagem pronta ela me entrega o vestido que trouxe para
mim, enquanto eu me visto ela guarda no closet as coisas que trouxe dizendo
que deixaria de presente para mim, eu não sei o porquê ela está sendo tão
amável comigo se me conheceu agora e sabe que sou uma morta de fome,
que não tenho nada e nem ninguém nessa vida, bom, pelo menos ela me
garantiu que não está fazendo isso por pena, o que já é um alívio para mim,
não quero que tenham pena de mim, quero apenas que me respeitem e me
tratem como uma pessoa normal, mesmo eu não sendo uma. Pelo menos era
isso que a vida estava me dizendo enquanto eu sofria nas mãos daquele
canalha do César, eu só espero que a partir de agora tudo seja diferente do
que tem sido até alguns dias atrás.
Fazia poucos minutos que Giulia tinha ido embora e eu estou
apavorada, ainda com receios de ir a esse jantar pois sei que virão mais
perguntas e não sei se estou pronta para mais um interrogatório, se John já
contou a eles sobre mim, porque ainda existem tantas perguntas? Não sei se
devo ir a esse jantar mas também sei que John não aceitará a minha recusa, e
depois do trabalhão que Giulia teve comigo não seria justo não ir a esse
jantar.
Deixo os meus pensamentos de lado e saio do banheiro decidida a
deixar a minha vida antiga no passado, não quero mais sofrer por algo que já
não existe mais, mas e quanto aos meus pesadelos? Eles vão me deixar em
paz?
Olho para o meu corpo admirando esse lindo vestido, ele é vermelho
de alças finas bem justo no busto onde tem um pequeno decote, a parte de
baixo e bem soltinho e seu cumprimento vai até o chão, meus cabelos estão
soltos e ondulados e minha maquiagem não é tão marcante como estava antes
de borrar tudo com o meu choro, sorrio ao me lembrar da dedicação de Giulia
ao me ajudar a me vestir e ergo um pouco o vestido para não pisar no mesmo,
meus saltos são altos mas depois da aula que Giulia me deu, talvez eu tenha
mais chances de não cair de cima deles.
Sorrio com esse pensamento e giro no ar satisfeita com o que estou
vendo, eu estou linda como nunca estive antes em toda a minha vida, eu me
sinto linda como aquelas mulheres das novelas, me sinto radiante como
jamais pensei que seria possível. Gargalho baixinho ainda me girando no ar
balançando o vestido o vendo voar.
— Laís...? — Ouço uma voz rouca atrás de mim e paro no mesmo
instante me desequilibrando indo parar de bunda no chão.
— John...? — Sussurro em u meio de voz surpresa por não ter notado
a sua presença, minha nossa como ele está lindo.
— Você está bem? Se machucou...? Você está tão linda... — Ele se
aproxima rapidamente se abaixando na minha frente me ajudando a levantar.
Não consigo responder, estou sem ar com o susto que levei, mas
também por ele estar mais uma vez me olhando daquele jeito estranho, e
porque ele me chamou de Laís outra vez? Quem é essa Laís?
— Eu não me machuquei, foi só o susto mesmo... Quem é Laís?
Porque me chamou de Laís? — O encaro fixamente mas vejo a sua expressão
mudar com a minha pergunta.
— Quem é Laís não é da sua conta! Agora vá se trocar, eu não quero
você usando esse vestido, onde você conseguiu esse vestido? Quem o deu a
você...? Você não pode usar esse vestido Laura! — Esbraveja alterado me
assustando com a sua reação, então recuo dando alguns passos para trás.
— Me desculpe senhor, eu... Eu não sabia que roupa usar... Me
desculpe, eu vou me trocar. — Me desculpo me sentindo uma idiota por
aceitar me arrumar assim. Corro para o closet me sentindo totalmente
envergonhada.
Eu não sei o que deu nele mas sei que não gostou de me ver vestida
assim, e agora o que eu visto para ir nesse jantar? Depois dessa explosão dele
eu não queria ter que ir, mas se eu não for será apenas mais um motivo para
ele se estressar comigo novamente, e eu não quero dar motivos para ele me
devolver ao César ou me levar de volta para boate.
Começo a tirar o vestido abaixando a parte de cima do mesmo, mas
paro quando ouço a sua voz atrás de mim.
— Não precisa tirar o vestido... Ele está perfeito em você, eu só... É
que... Ele é muito parecido com um outro vestido e... Eu não queria ter
gritado com você... Vamos! Não gosto de atrasos. — Diz em um tom manso
me encarando daquele jeito intenso.
Não consigo dizer nada, tão pouco encará-lo por mais que alguns
poucos segundos, então apenas balanço a cabeça concordando. Me apresso
para vestir novamente o vestido e passo por ele apressada, mas quando saio
do closet sinto a sua mão no meu braço me impedindo de ir, ele não diz nada
apenas se aproxima tocando o meu rosto, erguendo o meu queixo me fazendo
encará-lo.
— Você fica muito mais linda quando sorrir... Não gosto de ver essas
lágrimas molhando o seu rosto. — Diz secando o meu rosto com o seu
polegar, só então percebo que estou chorando.
Não digo nada, apenas o encaro fixamente antes de abaixar
novamente a cabeça me soltando dele, vou em direção a porta afim de me
afastar dele mas sinto a sua presença ao meu lado.
Saímos do meu quarto e descemos até a sala, mas essa história dele
me confundir com essa tal Laís não sai da minha mente, eu preciso descobrir
quem é ela e sinto que a Beatriz pode me dizer quem é essa mulher, será que
é aquela mulher com quem ele transou no jardim? Ou será alguma outra das
muitas mulheres que ele deve ter? Não vou encher a minha cabeça com isso
agora, amanhã depois das minhas aulas eu pergunto a Beatriz e sei que ela
não vai se negar a me contar nada.
Saímos da mansão em um daqueles carros caros de John e seguimos
sabe se lá para onde, não falo nada o caminho todo e ele também não, mas
quando o carro entra por um imenso portão me revelando um jardim
espetacular, eu respiro aliviada, eu me sinto em uma daquelas casas que eu
via nas novelas, isso aqui é um sonho, mesmo com a escuridão da noite esse
jardim é lindo porquê é muito bem iluminado.
John desce do carro e dá a volta para abrir a porta para mim, saio do
mesmo olhando tudo a minha volta encantada com o jardim, então o percebo
me encarando atento e ele se próxima mais, sinto a sua mão na minha cintura
me guiando até a entrada da casa.
— Não precisa ter vergonha de nada, pode ficar bem à vontade, está
bem? — Diz enquanto subimos alguns degraus até a porta.
— Sim senhor. — Concordo sem encará-lo mas ele me lança um
olhar reprovador.
— É sério isso Laura...? O que combinamos sobre você me chamar
apenas pelo meu nome? — Ele me encara sério e posso sentir o meu rosto
queimar de vergonha.
— Sou sua funcionária senhor, não pega bem todos os outros
funcionários chamá-lo de senhor, e apenas eu chamá-lo pelo nome... Outra
coisa que já estão comentando é o fato de uma empregada estar dormindo no
quarto de hóspedes, então eu gostaria de avisá-lo que a partir de amanhã eu
me mudarei para a casa dos empregados. — Comunico em um tom firme o
encarando séria enquanto ele me encara incrédulo.
— Você ficou louca? Eu não quero você na casa dos empregados, lá
também moram alguns funcionários homens e... Quem está fazendo
comentários sobre você estar no quarto de hóspedes? Estão mexendo com
você Laura? Estão te desrespeitando, é isso? Me diz! Eu vou resolver isso
ainda hoje isso eu te garan... — Questiona elevando o seu tom de voz mas o
interrompo.
— Não importa quem está falando ou deixando de falar! O fato é que
eu também estou incomodada com isso, sou sua empregada como todos os
outros e não quero privilégios por ter uma história de vida triste... Não vai
brigar com os empregados por minha culpa, ou eu vou me sentir ainda pior,
por favor? — Tento me manter firme mas o seu olhar severo sobre mim me
faz encolher e me sentir uma formiguinha indefesa, com medo de ser
esmagada.
— Você vai ficar onde eu quiser que você fique! Sou eu quem decide
isso e não os meus empregados... Você continua no quarto de hóspedes e
ponto final...! Vamos entrar! — Diz decidido e ao mesmo tempo irritado,
então abre a porta me guiando para dentro da casa.
Penso em confrontá-lo sobre a sua decisão, mas quando me deparo
com a beleza desse lugar eu simplesmente me esqueço o que deveria fazer,
olho a minha volta admirando tudo e vejo o Sr. Sarkozy se aproximar com
uma mulher linda ao seu lado, e tenho quase certeza de que é a mãe do John,
pois eles estão abraçados.
— Que bom que chegaram, eu estava ansiosa para conhecer Laura...
Minha nossa, como você é linda querida, seja muito bem vinda a essa casa,
eu me chamo Marília e meu marido você já conhece, não é? — Ela pega a
minha mão me encarando com um sorriso gentil e isso me faz respirar
aliviada, mas ela me encara tão fixamente que me deixa sem graça.
— É um prazer conhecê-la, Sra. Marília, e é muito bom vê-lo
novamente Sr. Sarkozy. — Os cumprimento envergonhada por estar aqui
sabendo que eles sabem sobre o meu passado.
— É um enorme prazer revê-la, Laura, para o seu primeiro dia você se
saiu muito bem no trabalho hoje... Bom, entre e sinta-se a vontade querida.
— Sr. Sarkozy me cumprimenta com aquele mesmo sorriso gigantesco de
antes.
— Olá, Laura... Que bom finalmente poder conhecer você, você está
tão linda... Muito prazer, eu sou Giulia e esse é o meu namorado, Victor. —
Giulia se aproxima de mãos dadas com um homem muito bonito o
apresentando a mim. Mas porque ela está fingindo estar me conhecendo
agora? Claro! Por causa do John!
— Oi... É bom conhecer vocês também. — Cumprimento-os meio
sem jeito, ainda confusa com tudo isso.
— É um prazer conhecê-la, Laura, Giulia me falou maravilhas de
voc.. Aiii... Amor o que foi? — O namorado dela me cumprimenta mas leva
um beliscão na costela.
— Como Giulia pode ter falado dela para você se ela ainda não
conhecia Laura, Victor...? Você tem alguma coisa para me dizer Giulia...? E
você Laura? Está sabendo de alguma coisa que eu não sei e que deva me
contar? — Pergunta John em um tom severo me fazendo encolher ao seu
lado.
— Não briga com ela John, fui eu quem pediu para ela não dizer que
eu estive na sua casa hoje mais cedo, eu estava ansiosa para conhecê-la, o
papai falou tanto dela que... — Giulia se justifica mas John dá um passo na
sua direção a encarando furioso.
— Foi você quem deu essa roupa para ela vestir? No que estava
pensando quando fez isso Giulia? Você tem noção da estupidez que cometeu
com tudo isso? Você só está querendo deixa lá mais parecida com... Você...
Não faça mais isso ou eu vou me aborrecer muito com você, e eu não quero
isso... Estamos entendidos, Giulia? — Diz ele meio irritado me deixando mal
com essa situação, eu não sei onde enfiar a minha cara de tanta vergonha de
tudo isso e também por não saber do que eles estão falando.
— Sr. Sarkozy? Me desculpe mas a Srta. Giulia não teve culpa de
nada, eu gostei do vestido, eu aceitei usá-lo então... — Me aproximo dele
mas o mesmo me interrompe aos gritos.
— VOCÊ FIQUE QUIETA...! Ela errou pois não devia ter feito o que
fez, ir a minha casa e tomar decisões sem me consultar... Eu vou falar só mais
uma vez Giulia! Não faça mais isso sem antes falar comigo, ouviu bem? —
Esbraveja alterado e eu dou alguns passos para trás com o susto pelo seu tom
de voz.
— Por favor filho não tem necessidade disso! Você está assustando a
menina. — Sra. Marília me encara apreensiva enquanto eu continuo dando
passos para trás.
Não estou acostumada com pessoas brigando por minha causa, isso
está errado, eu não quero isso! Não quero estar aqui!
— Eu quero ir embora! Eu preciso ir embora eu não quero estar aqui!
— Digo nervosa arrependida de ter vindo nesse jantar, então me viro abrindo
a porta e tento correr para sair dali, mas esses saltos não me ajudam.
— Laura espera! Onde você vai...? Laura volte aqui! — Ouço a voz
do John vindo atrás de mim mas eu não paro, continuo tento correr mas logo
sinto seus braços em volta do meu corpo me fazendo parar.
— Me solta! Me solta John eu não quero ficar aqui...! Eu odeio tudo
isso... Eu odeio você gritando comigo o tempo todo então me deixe ir
embora! Por favor...? Me deixe ir embora? — Peço já sentindo as minhas
lágrimas descerem livremente pelo meu rosto. Ele me vira abruptamente me
puxando de volta para o seu corpo, me fazendo encará-lo.
— Eu não vou deixar você ir! Eu não posso fazer isso porque você é
minha... Me desculpe Laura? Eu não queria te causar tudo isso... Droga eu
não queria gritar com você, me desculpa? — Diz com a voz rouca e ao
mesmo tempo aflita e isso me surpreende, me deixa mole em seus braços. Ele
me pediu desculpa? Ainda não estou acreditando nisso.
O encaro fixamente surpresa com as suas palavras, então sinto o seu
polegar no meu rosto limpando as minhas lágrimas, não sei o que dizer e nem
o que fazer, mas quando olho para o lado, vejo Giulia e seus pais nos
encarando surpresos e ao mesmo tempo espantados, engulo a seco me
soltando dele envergonhada por mais essa situação.
— Me desculpem... Eu sinto muito por tudo isso mas eu quero ir
embora, eu não devia estar aqui eu não... — Digo ainda sem graça pela minha
reação, mas a Sra. Marília se aproxima com aquele seu sorriso gentil.
— Você não vai a lugar nenhum querida, eu sei que tudo isso é novo
e confuso para você, mas nos dê uma chance de conhecermos você melhor...?
Queremos ser os seus amigos, Laura. — Ela segura a minha mão com carinho
e seu gesto me pega de surpresa, me desarmando completamente. — Venha
querida? Vamos entrar eu mandei preparem um jantar especial para
conhecermos você. — Ela me abraça pela cintura me guiando de volta para
dentro da casa.
Não digo nada apenas sigo com ela para dentro da casa ainda receosa
se devo ou não estar aqui, mas enfim, cedi e entrei com a Sra. Marília e
Giulia ao me lado dizendo o que mandaram fazer para o jantar, Giulia não
parece triste e nem ofendida com a bronca que levou do irmão, acho que ela
já está acostumada a lidar com ele e eu também deveria aprender a suportar
os seus gritos, afinal, eu passei anos ouvindo aquele monstro do César gritar
no meu ouvido, todas as vezes que ele não conseguia o que queria.
Seguimos direto para sala de refeições e nos acomodamos naquela
mesa imensa, acho que não tem mais ninguém para eu conhecer então
agradeço mentalmente por isso, a Sra. Marília serve o meu prato me
entregando em seguida, então todos também se servem e assim começamos a
jantar.
Deus atendeu as minhas preces e ninguém me fez perguntas sobre o
meu passado, mas me perguntaram como eu fui no trabalho e se estou
gostando, perguntaram sobre a minha aula de hoje e Giulia já está fazendo
planos para irmos ao shopping amanhã depois da minha aula, mas não quero
ninguém gastando comigo, não quero dar despesas a ninguém pois tudo que
eu quiser, eu quero comprar com o dinheiro que receberei pelo meu trabalho,
mas espera! Ele não falou nada sobre me pagar um salário pelo meu trabalho,
será que ele vai me pagar ou terei que trabalhar de graça por ele ter me
comprado?
Já estamos na sobremesa e eu não consigo tirar esse assunto da minha
cabeça, tento me distrair conversando com Giulia e ela até me levou para
conhecer a casa, esse lugar é ainda maior que a casa do John, o jardim é algo
de outro mundo, eu passaria horas andando por ele sem pensar em mais nada,
isso aqui é lindo a noite, imagina de dia?
— Laura? Eu sei que você não gosta de falar do seu passado, mas, eu
queria que você contasse comigo sempre que precisar, eu realmente quero ser
sua amiga então se precisar conversar e desabafar, saiba que estarei aqui,
ouviu? — Giulia caminha ao meu lado com a sua atenção em mim e eu paro
a encarando atenta.
— Vocês nem me conhecem direito, só sabem que eu fui vítima de
um monstro que me manteve trancada em casa, desde os meus dez anos
tentando abusar de mim, eu nunca fui feliz nessa vida e para piorar, eu fui
vendida para uma boate de prostituição, e foi o seu irmão quem me
comprou... Mesmo saindo do inferno que era a minha vida de antes, eu
continuo presa, continuo amarrada em uma situação em que eu não tenho
escolhas, você consegue imaginar como eu me sinto, Giulia? — Deixo
algumas lágrimas caírem e ela se aproxima pegando as minhas mãos com
carinho.
— Você está enganada Laura, é claro que você tem escolhas... Olha,
eu sei que você acha que o meu irmão está te prendendo ao lado dele para te
fazer mal, mas não é isso, ele só quer te ajudar Laura e não foi ele quem te
comprou, foi o Logan... Ele se abriu com o nosso pai como ele não fazia a
anos, o meu irmão mudou muito depois da morte da esposa e do meu
sobrinho, e só agora depois de conhecer você, o meu irmão está aos poucos
voltando ao que era antes, ele não comprou você Laura, ele não compra
pessoas, mas infelizmente o Logan comprou você usando o dinheiro do meu
irmão, John não sabia que você tinha sido comprada até ele cobrar uma
explicação do Logan. — Revela me encarando apreensiva e confesso que
descobrir tudo isso explica muita coisa, o fato dele estar me ajudando, de
estar me protegendo mesmo não me conhecendo. — Laura, não guarde
mágoa dele, John não está mantendo você ao lado dele só porque você foi
comprada, mas ele quer garantir que você não vá embora, talvez ele nunca
admita, mas ele não quer perder você Laura. — Diz ela me deixando de boca
aberta com a sua confissão, olho para trás e vejo ao longe John conversando
com os seus pais.
— Você não sabe o que está dizendo, Giulia... Eu sou apenas uma
empregada do seu irmão, porque ele temeria me perder...? Se ele não me
comprou porque ele não me deixa ir embora...? Mas para onde eu iria se ele
me permitisse ir? E o dinheiro dele que foi entregue ao monstro do meu
padrasto? Eu teria que pagar se quiser que ele me deixe ir, não é? —
Pergunto pensativa voltando a minha atenção a ela — Ele me chamou de
Laís por duas vezes... Quem é Laís? Por acaso eu lembro alguém que ele
conhece? Só isso explicaria o fato dele me confundir com outra pessoa e... —
Pergunto curiosa a encarando atenta, mas aquela voz intensa me interrompe.
— Laura...! Já está ficando tarde, precisamos ir... Gostou de conhecer
o jardim? Minha irmã tagarela não está te incomodando, não é? — Ele se
aproxima com os seus pais ao seu lado. O encaro com um pequeno sorriso
disfarçando as lágrimas que havia derramado.
— Sim, eu adorei o jardim, esse lugar é lindo... E não se preocupe, a
Giulia está sendo muito amável comigo, acho que podemos ser grandes
amigas, se o senhor não se importar é claro. — Digo meio sem graça e ao
mesmo tempo o irritando por chamá-lo de senhor, ele respira fundo me
encarando sério.
— Eu já disse que você não precisa me chamar de senhor, Laura... Me
chame apenas de John, estamos entendidos? — Ele me encara severamente
me fazendo estremecer.
— Me desculpe senhor, mas não acho certo chamá-lo pelo nome,
todos sabem que sou sua funcionária e não quero... — Argumento com a voz
trêmula diante do seu olhar intenso que me deixa com as pernas bambas, mas
ele me interrompe.
— Já conversamos sobre isso Laura, mas se quiser eu posso fazer uma
reunião com todos os meus funcionários, explicando essa situação, o que
acha disso? — Diz em um tom firme me pegando de surpresa com isso,
enquanto seus pais e sua irmã se seguram para não rir. Eu perdi alguma
coisa?
— Não! Não há necessidade disso... John. — O encaro séria e Giulia
gargalha me deixando sem graça.
— Meu Deus até nisso elas se parecem... Quer dizer... Você é teimosa
igual a mim, não é maninho? — Diz Giulia em meio às gargalhadas mas se
justifica sem graça se virando para sair, mas sua mãe chama por ela.
— Filha espera...! O que acha da Laura dormir aqui hoje? Podemos ir
para casa de praia amanhã, para ela se divertir um pouco. — Sra. Marília
sugere com um largo sorriso no rosto.
— Casa de praia...? A casa fica na praia mesmo onde tem o mar? —
Pergunto surpresa mas empolgada com um largo sorriso, e vejo todos me
encararem confusos.
— Sim Laura, a casa de praia fica na beira do mar... É uma boa
oportunidade para você conhecer o mar pela primeira vez... Você quer ir? —
Diz John deixando a todos de boca aberta.
— Como assim pela primeira vez? Você não conhece o mar Laura?
Nunca foi a praia...? Oh meu Deus, eu vou ter o maior prazer em te
apresentar muitas coisas novas que você não conhece. — Giulia se aproxima
de mim empolgada.
— Menos Giulia! Menos maninha. — John abre um meio sorriso
surpreendendo a todos, principalmente a mim.
— Minha nossa ele está sorrindo...! Caramba eu devia chamar Laura
de Santa Laura pois ela opera milagres... Mas eu sinto muito em desfazer esse
sorriso irmão, mas eu preciso levar Laura para conhecer lugares, fazer coisas
que ela nunca fez, Laura pode ser considerada uma virgem pois terá muitas
experiências pela primeira vez. — Dispara empolgada e eu abaixo a cabeça
constrangida ao ouvir a palavra virgem, pois sem querer ela me expôs. — O
que foi? Eu disse algo de errado? — Pergunta olhando de mim para John
então fixa os seus olhos em mim. — Oh meu Deus Laura...! Você é
virgem...? Você... Você é mesmo virgem? Me desculpe eu não... — Diz meio
envergonhada e eu a interrompo.
— Já podemos ir John? Eu estou cansada e o sono já está chegando
também... Foi um prazer conhecê-los Sra. Marília, Sr. Sarkozy e Victor. —
Me despeço deles mas os seus olhares de surpresa estão ali me fitando me
deixando ainda mais constrangida.
— Tudo bem querida, vai descansar... Você vai ficar no quarto de
hóspedes ao lado do quarto da Giulia, amanhã vamos sair bem cedo para
aproveitarmos ao máximo o nosso dia na praia... Giulia! Leve Laura até o
quarto dela. — Diz Sra. Marília me pegando de surpresa mais uma vez. O
que deu nessa gente meu pai?
— Mas eu pensei que iríamos pra casa e amanhã voltaríamos... —
Questiono ainda surpresa mas Giulia me interrompe.
— Não pense muito Laura, vamos para o seu quarto que eu vou te dar
uns biquínis novos que eu comprei, mas nem usei, acho que vai servir em
você. — Comenta Giulia já me arrastando em direção a casa e como John não
disse nada, eu vou com ela de bom grado. Que seja o que Deus quiser!
O que deu na Giulia com essas perguntas? Porque ela tinha que ter a
língua tão solta? Mas confesso que adoro ver a Laura corada, ela fica tão
linda e me deixa tão louco para senti-la, eu já estou enlouquecendo por não
conseguir ter essa mulher, até quando ela vai continuar me rejeitando? Eu não
aguento mais, eu não sei até quando vou conseguir me segurar, não sei até
quando vou conseguir ter paciência mesmo me esforçando para não ser um
canalha com Laura, ela não merece isso e não terá isso de mim.
Eu queria entender o porquê estou tendo essas reações, essas
preocupações justo com ela, há sim, porque ela me faz lembrar a minha
falecida esposa, mas será que é só por isso? Acho que sim, não tem outra
explicação.
A minha explosão com Laura quando há vi com aquele vestido foi
algo novo para mim, Laís tinha um vestido muito parecido com aquele e eu
amava quando ela o vestia para mim, para mim ela era a mulher mais linda do
universo e depois da sua morte, eu só conseguia ver as mulheres como
bonecas de sexo e nada mais, mas depois que vi Laura na minha boate, tão
linda e sensual naquela roupa provocante, eu desejei brincar com ela, desejei
fazer dela exatamente como eu faço com todas as outras.
Mas depois que senti o seu gosto, depois beijei aquela boquinha linda
e saborosa eu me senti confuso, me senti e ainda me sinto frustrado por não
poder sentir o quão gostosa ela é, mas também não quero abrir mão dela, tem
alguma coisa me prendendo a ela e sei que não e apenas pela lembrança com
Laís, Laura já passou por muitas coisas ruins e quero que ela tenha uma vida
melhor do que ela já teve até agora, e eu darei isso a ela.
Quando minha mãe quer uma coisa ela não desiste com facilidade, ela
insistiu muito para que ficássemos aqui na mansão hoje e por mim, eu não
ficaria, mas quando ela falou para Laura sobre a casa de praia eu vi os olhos
dela brilharem ao ouvir a palavra mar, sei que ela não conhece o mar e seria
um sonho se realizando para ela, então não hesitei em aceitar ficar, até porque
a minha mãe não desistiria tão fácil e insistiria até me convencer.
Depois que Laura entrou na casa com Giulia falando no seu ouvido
sem parar, meu pai me chama para conversar sobre um assunto da empresa,
mamãe foi se juntar as meninas e gostei de ver que as três estão se dando
bem, tenho que concordar com o meu pai de que Laura precisa de amizades
depois de passar tanto tempo presa sendo mantida em cárcere privado,
sozinha sendo maltratada por aquele maldito sem ter amigos, sem mais
ninguém além da mãe que já se foi.
— Filho? Aquilo que a sua irmã disse é verdade...? Laura é virgem?
Você ainda não esteve com ela...? Eu pensei que você já tinha... — Pergunta
meu pai se deixando mover pela curiosidade mas o interrompo.
— Sim papai! Laura ainda é virgem e eu ainda não estive com ela...
Vontade não me faltou, mas ela está muito arredia pelo que aconteceu, ela foi
vendida e jogada em uma boate para se prostituir, foi mantida presa por anos
sofrendo tentativas de abusos pelo padrasto, ela tem medo de ser tocada por
um homem, mas... Eu sinto que comigo ela não tem esse medo, ela só está
com receio por pensar que eu à comprei para fazer dela uma prostituta...
Aquele maldito do Logan fez muitas merdas usando o meu nome, infeliz
miserável...! Laura gritou na minha cara que me odeia... Eu sei que ela pensa
que sou um monstro por mantê-la presa a mim, mas eu não quero deixá-la ir,
eu quero cuidar dela papai. — Comento pensativo me lembrando dos
acontecimentos dos últimos dias. Respiro fundo passando as mãos pelo rosto.
— Eu sei que as suas intenções com essa moça são as melhores, filho,
eu sei que você quer ajudá-la então faça isso, ela não tem mais ninguém além
de você, ela não tem para onde ir e nem onde ficar, então acho que continuar
com você será o melhor para ela, um dia ela vai entender que você só quer o
bem dela... Não podemos deixá-la sozinha nesse mundo, e se aquele homem
voltar a encontrá-la e ela estiver sozinha? Ele pode querer capturá-la e mantê-
la em cativeiro novamente, pessoas que fazem isso são pessoas doentes, não
podemos confiar. — Diz meu pai também pensativo mas sinto o meu sangue
ferver com a sua teoria.
— Eu mato aquele desgraçado se ele voltar a se aproximar da Laura,
papai, aquele homem é um monstro, eu seria capaz de matá-lo com as minhas
próprias mãos se o visse na minha frente, o que ele fez com a Laura não tem
conversa e muito menos perdão, eu mataria aquele infeliz. — Afirmo irritado
fazendo-o me encara surpreso e preocupado ao mesmo tempo.
— Se acalma filho, aquele homem não vai mais se aproximar dela, ele
nem deve saber onde ela está agora... Se ele for na boate atrás dela ele não vai
encontrá-la e não vai saber onde procurar, então com isso você não precisa se
preocupar. — Ele me encara atento então me vem à imagem de Logan na
mente.
— Foi o Logan quem a comprou papai, ele conhece esse infeliz do
padrasto da Laura, ele também tentou abusar dela ele a agrediu, e só não
conseguiu violentá-la porque eu o impedi... Eu espero que ele não seja louco
de se aproximar dela, ou ele também vai se ver comigo! — Me irrito
novamente só de pensar naquele bastardo.
— Você fez bem em tê-lo mandado embora, esse homem poderia te
causar problemas muito maiores que isso, filho. — Diz sério mas pensativo
pondo a mão no meu ombro. — Se considere o salvador dessa menina, filho,
você estar com ela agora pode ser o destino agindo, pode ser uma segunda
chance para ela estar ao seu lado porque sei que você vai cuidar bem dela...
Agora vamos entrar, já está tarde e a sua mãe e as meninas já devem estar
dormindo. — Ele me guia em direção a casa então olho no meu relógio de
pulso.
— Caramba, eu nem vi a hora passar, já é quase uma da manhã... Eu
vou me recolher papai, amanhã é um novo dia... Tenha uma boa noite. —
Digo assim que entramos na casa então subo para o meu quarto enquanto ele
vai até o escritório.
Subo as escadas pensativo sobre o dia de amanhã, papai é o presidente
da empresa e não se importou em tirarmos o dia de folga, pois estamos
realmente precisando desse descanso, tenho que concordar com ele que
estamos trabalhando demais e vai ser bom passar o dia na praia, já faz anos
que eu não vou na nossa casa de praia, na verdade, já faz anos que não curto
um momento em família e sei que eles vão gostar disso, eu preciso começar a
compensá-los pelo tempo que passei afastando, ou pior, o tempo que passei
os afastando de mim, eu preciso consertar isso com a minha família.
— NÃO! NÃO FAZ ISSO...? VOCÊ É UM MONSTRO! VOCÊ É
UM MONSTRO! — Ouço gritos vindo de um dos quarto então corro até lá
seguindo os gritos apavorados, é a voz da Laura.
— O que houve? O que está acontecendo? Quem está gritando desse
jeito? — Pergunta mamãe saindo do seu quarto assim como Giulia, então
corro para o quarto ao lado.
— É a Laura! Ela está tendo mais um pesadelo. — Explico entrando
no quarto apressado e elas entram atrás.
— ME SOLTA...? ME SOLTA? ME SOLTA...? VOCÊ É UM
MONSTRO CÉSAR...! VOCÊ É UM MONSTRO! — Grita em meio ao
choro se debatendo então me sento ao seu lado tentando acordá-la.
— Laura! Laura abra os olhos...? Laura está tudo bem é só um
pesadelo, abra os olhos! — Chamo por ela mas ela continua chorando
gritando e se debatendo. — LAURA! Abra os olhos é só um pesadelo! —
Grito já angustiado por vê-la sofrendo até em sonhos. Puxo-a para os meus
braços apertando-a forte acariciando as suas costas molhada pelo suor.
Laura abre os olhos me encarando assustada e se afasta, olhando a sua
volta tentando reconhecer o lugar.
— Está tudo bem docinho eu estou aqui... Vai ficar tudo bem foi só
um pesadelo. — Também a encaro assustado, preocupado com o seu estado
porque ela chora muito, ela parece desesperada como se o sonho tivesse sido
real para ela.
— Onde ele está...? Ele estava aqui, manda ele ir embora John...?
Você prometeu... Você prometeu que não ia me devolver pra ele... Ele está
aqui...! Ele está aqui! — Diz entre soluços se encolhendo na cama fazendo o
meu peito se apertar por ver o seu sofrimento tão visível.
— Não tem ninguém aqui além de nós Laura, foi só um pesadelo está
tudo bem... Nós não vamos deixar nada e nem ninguém se aproximar de
você, ouviu? Se acalma por favor? — Minha irmã se aproxima dela com
calma e se senta ao seu lado tentando acalmá-la, então Laura faz algo que
nem a minha irmã esperava.
— Eu não quero ficar sozinha...? Ele vai me achar se eu ficar
sozinha... Por favor eu não quero ficar sozinha? — Laura diz ainda chorando
se jogando nos braços da minha irmã que nos encara surpresa, e suas
lágrimas descem silenciosamente.
Sei que ela está impressionada por ver Laura desse jeito, minha irmã é
muito emotiva mas também é uma mulher muito forte, eu queria ter a metade
da força e a coragem que ela tem de saber lidar tão bem com situações como
essas.
— Você não vai ficar sozinha querida, nós não vamos deixar... Meu
Deus ela está tão assustada, essa menina precisa de um médico John, ela
precisa de um psicólogo, filho... Ela precisa de ajuda para enfrentar esses
traumas ela não pode viver assim, atormentada por pesadelos. — Mamãe se
aproxima mais da cama a encarando preocupada e com os olhos marejados,
eu sei que ela tem razão mas o que Laura mais precisa nesse momento , e de
certeza de que esse desgraçado não vai vir a trás dela, e eu vou dar essa
certeza a ela.
— Me ajuda mamãe...? Eu não sei o que fazer para ajudá-la a superar
isso, mas eu sei o que fazer para dar mais tranquilidade a ela... Eu volto assim
que puder. — Digo o mais calmo que consigo encarando Laura ainda
chorando nos braços da minha irmã.
Me levanto no mesmo instante em que o meu pai entra no quarto
preocupado.
— O que está acontecendo aqui? O que houve? — Pergunta se
aproximando e eu encaro a minha mãe que me olha preocupada.
— A mamãe vai te explicar papai, eu preciso sair agora, volto assim
que puder. — Respiro fundo tentando me manter calmo mas posso sentir o
meu sangue bombear em uma velocidade nunca sentida antes.
— Você não vai a lugar nenhum John Sarkozy...! Eu conheço essa
expressão, você não vai fazer nenhuma loucura meu filho, por favor...?
Conrado me ajuda? O nosso filho vai atrás daquele homem e não podemos
deixar, por favor filho não vai esse homem é um monstro... — Mamãe se
coloca na minha frente tentando me impedir de ir, mas a interrompo.
— Eu não aguento mais vê-la desse jeito, mamãe, ela está sofrendo!
Laura ainda está sofrendo por culpa daquele desgraçado...! Eu preciso dar um
fim nisso e eu vou dar! Ninguém vai me impedir, ouviu bem? — Me altero e
passo por ela, mas meu pai segura o meu braço.
— Faça o que tiver que fazer filho... Só toma cuidado por favor? Eu
não vou aceitar ir te ver em um hospital, então se cuida cara! — Diz o meu
pai me surpreendendo com o seu apoio quanto ao que eu vou fazer.
— Eu vou me cuidar, não se preocupe... Cuida dela papai? Eu volto
assim que puder. — Peço decidido já indo em direção a porta, mas paro
quando sinto braços envolvendo a minha cintura por trás.
— Não vai John? Por favor não vai...? Eu me sinto segura com você
aqui, por favor não vai? — Ouço sua voz suave implorando para eu não ir,
então me viro para encarar os seus olhos vermelhos e inchados de tanto
chorar.
— Você está segura nessa casa, Laura, não vai acontecer nada
enquanto eu estiver fora, não se preocupe... Se eu não fizer isso você vai
continuar tendo pesadelos, vai continuar chorando e eu não suporto ver isso...
Eu quero te ajudar docinho, então me deixe te ajudar...? Me deixe te ajudar
Laura? — Acaricio o seu rosto ainda molhado pelas lágrimas, então ela me
surpreende com um abraço apertado.
— Volta logo...? Por favor? — Pede ainda abraçada a mim e eu
retribuo o seu abraço apertando-a contra o meu corpo.
— Está bem, eu volto logo... Eu.. Eu prometo que volto logo. —
Beijo o alto da sua cabeça e encaro as pessoas a minha frente me encarando
preocupados e aflitos. — Por favor...? Cuidem dela até eu voltar? — Os
encaro decidido então Laura se solta de mim me encarando timidamente.
— Tudo isso é culpa minha, você não devia ter me trago para sua
vida, John... Eu juro que vou te odiar se você voltar machucado, você me
ouviu...? Então se cuida por favor? — Ela diz em um tom firme mesmo ainda
envergonhada.
Me aproximo mais acariciando o seu rosto passando o meu polegar
pelos seus lábios, louco para beijá-la e sentir o seu gosto.
— Não quero você dizendo besteiras Laura, nada disso é culpa sua, é
culpa daquele canalha miserável e eu vou resolver isso! Não se preocupe
comigo, ouviu? Se preocupe apenas em ficar bem docinho... Eu volto logo.
— Encaro fixamente os seus olhos assustados e ao mesmo tempo tão doce e
meigo.
Encaro os meus pais e minha irmã por um breve momento então me
afasto saindo do quarto apressado, eu vou cortar esse mal pela raiz, não vou
deixar aquele desgraçado fazer isso com mais ninguém, ele precisa pagar pelo
que fez a ela, esse miserável!
Me apresso para descer as escadas ja pegando o meu celular no bolso,
ligo para um conhecido que trabalha dentro da polícia pois sei que ele vai me
ajudar, sei que ele vai me apoiar no que eu tenho que fazer.
— Alô! Eu espero que seja importante porque você interrompeu a
melhor foda do mundo cara. — Diz ele ofegante me fazendo revirar os olhos.
— Felipe! É o John, preciso da sua ajuda cara, eu tenho que
encontrar alguém e só você pode me ajudar nisso. — Digo já impaciente
enquanto saio de casa indo para o meu carro.
— John? John Sarkozy...? Caramba cara, já tem um tempo que não
nos falamos... É urgente? — Diz ele agora um pouco mais concentrado em
mim.
— Sim cara, é muito urgente, é para ontem você pode me ajudar? Eu
preciso localizar uma pessoa ainda hoje. — Digo enquanto entro no meu
carro e dou a partida saindo da mansão.
— Tudo bem cara, me dá um nome e a última localização, eu consigo
resolver isso em menos de uma hora. — Diz naquele seu tom ansioso por
aventura .
— Eu tenho essas informações em casa, te ligo em dez minutos. —
Informo me lembrando dos documentos de compra da Laura, lá deve ter tudo
que precisamos para encontrar aquele filho da puta.
— Certo! Estou no aguardo. — Diz ele antes de encerrar a ligação.
Felipe não é um policial corrupto, ele apenas busca a justiça a
qualquer preço, diferente de muitos policiais por aí, nos conhecemos a muitos
anos e fizemos o treinamentos para entrarmos na polícia juntos, mas apenas
ele entrou.
Laís não me queria nessa vida correndo riscos, deixando-a
preocupada em casa grávida de um filho meu, eu fazia tudo por aquela
mulher, até mesmo desistir de entrar para a corporação, que era um grande
desejo meu, eu desisti de capturar bandidos e levá-los a justiça porque a
minha mulher pediu, eu fiz tudo que ela queria e depois ela me deixou,
morreu mesmo eu pedindo para ela não me deixar, perdi duas partes de mim,
pedir a minha família e aqui estou eu, correndo atrás de um criminoso que vai
conhecer o inferno assim que eu colocar as minhas mãos nele, ele vai pagar
por tudo que fez a Laura, disso eu não tenho dúvida.

Chego em casa e vou direto para o escritório onde guardei os


documentos de compra da Laura, eu já havia me esquecido mas vou precisar
levá-la para tirar documentos, ela só tem uma certidão de nascimento e nem
identidade ela tem, ou seja, ela não tem documento algum.
Pego os documentos e tiro algumas fotos mandando por e-mail para
Felipe, sei que ele vai me ajudar pois é o melhor.
Depois de mandar as fotos eu vou até o meu cofre e pego a minha
pistola italiana, a minha bebê de estimação, verifico se está carregada e a
coloco na cintura, vou até a sala e pego a chave da minha moto Kawasaki
Ninja H2R, vou até a minha garagem e lá está ela me esperando pois já sabe
que vamos nos aventurar, subo na mesma e dou a partida saindo dali
cantando pneus, seguindo rumo a casa do Felipe, ele já está me esperando e
rezo que ele consiga me ajudar ainda hoje, não posso esperar nem mais um
minuto para encontrar aquele filho da mãe.
Quinze minutos depois já estou estacionando em frente ao prédio
onde Felipe mora, mas antes de descer da moto ele sai da garagem também
na sua moto BMW s1000rr e para ao meu lado, de frente para mim.
— Que bom que chegou cara, estamos nessa juntos, eu não vou te
deixar ir sozinho... Porra John, precisamos envolver a polícia nisso cara, os
meus homens descobriram que esse César Evans, está envolvido em outros
esquemas com tráfego de menores, essa menina, Laura Westhause não é a
única vítima dele, o cara coleciona passagens na polícia John, esse César está
sendo procurado a mais de vinte anos e ninguém nunca pegou ele, meu
irmão... Ele é suspeito de estar mantendo mais três menores refém há pelo
menos dois anos. — Revela me entregando um envelope e rapidamente o
abro vendo fotos e documentos relacionados a esse César.
— Filho da puta desgraçado...! Não vamos envolver a polícia nisso
Felipe? Eu quero acabar com esse monstro eu preciso fazer isso cara...! Esse
verme está destruindo a vida de garotas inocentes e eu não vou mais permitir
isso porra! — Esbravejo alterado sentindo o meu sangue ferver pelo ódio que
me consome.
— Caralho John! Você precisa usar a cabeça cara, a polícia precisa
descobrir onde essas garotas estão sendo mantidas reféns, e como eles vão
conseguir isso se você o matar? Você pode estar condenando a vida dessas
garotas também meu amigo, pensa com mais clareza...? Precisamos entregá-
lo a polícia, depois que tudo se esclarecer e as garotas forem encontradas, a
gente da um jeito nele, estupradores e pedófilos não duram muito lá dentro, e
os nossos amiguinhos podem facilitar as coisas pra gente também, mas nós
precisamos entregá-lo, John... É o melhor a se fazer cara. — Explica me
encarando apreensivo e eu respiro fundo tentando controlar a minha raiva
para raciocinar.
— Só precisamos entregá-lo vivo, certo...? Eu quero cinco minutos
sozinho com ele, Felipe, cinco minutos é mais que o suficiente para eu
arrebentar a cara daquele verme maldito! Vamos! Não quero perder mais
tempo. — Coloco novamente o capacete então aparecem outras motos ao
nosso lado.
Encaro Felipe e ele sorrir daquele jeito malicioso de quem quer se
divertir, filho da mãe! Ele não vai se divertir mais do que eu.
Eu ainda não estou acreditando que essas pessoas que acabaram de
me conhecer, presenciaram um dos meus pesadelos, não acredito que o John
foi atrás do César por mim, porque ele faria isso? Porque está se importando
tanto comigo dessa maneira? Ele saiu me deixando aqui parada no meio do
quarto com o coração na mão, de medo por ele ter ido atrás de César.
Me viro em direção a cama e me deparo com a família dele me
encarando apreensivos, mas ainda assim, preocupados comigo.
— Me perdoem...? Eu não queria que ele se mete nisso... Me perdoem
por favor? — Peço envergonhada voltando a chorar, mas a Sra. Marília e
Giulia se aproximam me abraçando forte.
— Não temos nada o que perdoar filha, John sabe se cuidar não se
preocupe... Venha? Você precisa tomar um banho e se trocar, você está
molhada de suor querida. — Sra. Marília me guia em direção ao banheiro e
Giulia nos acompanha até a porta do mesmo.
— Eu vou pegar outra camisola minha para ela. — Avisa Giulia
voltando em direção a porta então eu entro no banheiro e a Sra. Marília fecha
a porta me deixando aqui sozinha e pensativa.
John não me comprou! Quem me comprou foi Logan e John não sabia
sobre o que aquele cretino estava fazendo, se ele tivesse me comprado ele já
teria me obrigado a me deitar com ele, ou já teria me violentado me pegado a
força como César tentou fazer por anos, mas ao invés disso John está me
ajudando e foi atrás de César por mim.
John se importa comigo, disso eu não tenho mais dúvidas, ele quer o
meu bem ou não teria me levado para sua casa, não teria me tirado da boate e
já teria me obrigado a ficar com ele, mas ele me beija com tanta doçura, ele
me toca de um jeito como jamais imaginei que um homem me tocaria, eu
queria odiá-lo, queria o afastar de mim mas eu simplesmente não consigo, eu
não sei o que está acontecendo comigo mas não consigo afastar John Sarkozy
de mim, não consigo imaginá-lo longe de mim mesmo querendo muito me
livrar de tudo isso, eu espero que John esteja bem, espero que volte logo.
Tiro a camisola molhada de suor e entro no box ligando o chuveiro na
água quente, eu passei anos tomando banho frio mas agora já estou me
acostumando com a água quentinha, até disso aquele monstro do César nos
privava.
Minha mãezinha sempre quis colocar um chuveiro quente em casa
mas César dizia que era bobagem, aquele cretino quase sempre já chegava da
rua de banho tomado e com a roupa limpa, como se tivesse vindo de casa mas
ele tinha acabado de chegar, por isso minha mãe desconfiava que ele tinha
outra família, uma amante ou algo do tipo, essa era a única explicação para
ele já chegar em casa limpo e de banho tomado, e também tinha o fato dele
nos trancar em casa presas sem sair, ficando por dias sem aparecer.
As coisas não eram fáceis com a minha mãe viva, e depois que ela se
foi as coisas pioraram, ele ficou mais agressivo e impaciente por não
conseguir comigo o que ele queria, antes a minha mãezinha me ajudava
contra ele mas depois que ela me deixou, ficou mais difícil lutar sozinha, eu
já não estava mais aguentando aquilo e estava vendo a hora que ele
conseguiria me vencer, mas parece que Deus estava olhando por mim esse
tempo todo me dando forças para aguentar tudo aquilo, e agora estou eu aqui,
em uma mansão de luxo que eu pensava só existir nas novelas, mas é de
verdade, e estou sendo protegida por pessoas incríveis.
Saio do banho vestindo um roupão que havia ali no armário, enrolo
uma toalha no cabelo e saio do banheiro encontrando Giulia e a mãe sentadas
na cama conversando entre si, elas parecem preocupadas.
— Eu trouxe para você Laura, pode se trocar para dormir. — Giulia
me entrega uma nova camisola.
— Me desculpe por estar dando trabalho a vocês, me sinto muito
envergonhada por isso. — Pego a camisola ainda sem graça por essa
situação, eu não queria que elas tivessem me visto tendo um pesadelo
daqueles, isso é horrível.
— Não se desculpe Laura, nós entendemos e queremos te ajudar...
Você quer se livrar desses pesadelos? Quer viver uma vida normal sem o seu
passado te causando medos...? Nós podemos te ajudar. — Giulia me encara
atenta me deixando confusa, com elas podem me ajudar?
— E como eu faço isso? Como eu me livro desses pesadelos? Eu não
quero preocupar mais ninguém com isso. — Pergunto esperançosa pois quero
mesmo poder dormir tranquila a noite sem acordar chorando e assustada,
achando que estão me fazendo mal.
— Podemos te ajudar contratando um psicólogo para te atender
querida, o meu marido já está cuidando disso e espero que não se zangue,
estamos fazendo isso para o seu bem, para te ajudar. — Sra. Marília também
se aproxima me deixando ainda mais confusa.
— O que é um psicólogo? O que ele vai fazer comigo? — Pergunto
curiosa e elas me dão um sorriso gentil.
— Ele vai conversar com você, vai te ouvir e te fazer entender o que
está acontecendo com o seu subconsciente, ele vai te fazer entender e
enfrentar os seus medos e seus traumas para que você tenha uma vida
tranquila minha querida... E então? Você aceita ser atendida por um
psicólogo? Nós só queremos te ajudar Laura. — Ela diz com uma voz tão
suave, me passando a tranquilidade que eu tanto preciso.
— Tudo bem, eu aceito ser atendida... Eu aceito qualquer coisa que
me ajude a me livrar do meu passado... Eu não sei como agradecer por
estarem me ajudando tanto, eu só... Muito obrigada por tudo. — Deixo
novamente as minhas lágrimas descerem pelo meu rosto, mas dessa vez pela
felicidade de encontrar pessoas dispostas a me ajudarem.
— Não agradeça querida, você já está fazendo muito por nós... Você
está trazendo o nosso John de volta então somos nós quem temos que
agradecer. — Diz Sra. Marília também se emocionando mas suas palavras me
deixaram confusa.
— Me desculpe mas eu não entendi, como assim eu estou trazendo ele
de volta...? Ele tinha se afastado de vocês? — Pergunto ainda sem entender
nada e elas me encarando apreensivas.
— Sim Laura, ele tinha se afastado, mas agora ele está voltando e
tudo isso porque ele quer te ajudar... Então você está trazendo o meu irmão
de volta... Obrigada por isso, agora vá se trocar, você precisa descansar e nós
prometemos ao John que cuidaríamos de você. — Ela me dá um meio sorriso
assim como Giulia, e me guiam em direção ao closet.
Faço o que ela pediu e vou me trocar, coloco a camisola e olho para o
meu corpo percebendo o quão curta é essa camisola, minha nossa eu não
posso usar isso na frente delas, mas o que vou vestir se não trouxe outra
roupa além do vestido que eu usava?
Saio do closet envergonhada pois eu não tinha outra escolha, vou
direto para cama e me sento me acomodando nela, me cobrindo até quase o
pescoço.
— Nós vamos deixar você descansar Laura, se precisar nos chamar
nós estaremos nos quartos ao lado, está bem...? Tenha uma boa noite querida.
— Sra. Marília se despede mas no fundo eu não queria ficar sozinha, não
quero ter outro pesadelo.
— Se quiser eu posso ficar com você até você dormir, Laura...
Ninguém gosta de ficar sozinho depois de um pesadelo. — Sugere Giulia me
fazendo respirar aliviada.
— Eu adoraria Giulia, você adivinhou os meus pensamentos, mas eu
não quero que você deixe o seu namorado sozinho para ficar comigo, não
parece justo. — A encaro meio sem graça e ela sorrir largamente.
— Não se preocupe Laura, ele é bastante compreensivo, ele não vai se
importar... Fico com você até você dormir, depois eu volto para ele. — Diz
ela já se acomodando ao meu lado e sua mãe sorrir nos dando boa noite.
Agradeço mais uma vez então nos acomodamos melhor, conversamos
um pouco mais sobre o dia de amanhã, mas não vou estar tranquila para sair
com elas até John chegar, eu preciso saber se está tudo bem com ele, eu
preciso saber o que ele fez e se encontrou César.
Não vou perdoá-lo se ele chegar aqui machucado, ou se for parar em
um hospital por causa daquele cretino, eu pedi para ele não ir mas no fundo
eu já sabia que ele não iria me ouviu, ele não ouviu nem apropria mãe,
porque ouviria a mim?
Depois de alguns minutos conversando eu finalmente deixo aos
poucos o sono me vencer, estou exausta pois o meu dia foi muito
movimentado, coisa que antes não era pois eu passava quase que o dia todo
deitada ou sentada no meu quarto, e hoje eu fui para o meu primeiro dia de
trabalho, estudei, recebi a visita da Giulia e ainda vim para esse jantar, é
muita novidade para mim.
Tento passar o resto da noite em um sono tranquilo mas aconteceu de
novo, mas dessa vez John estava lá tentando me salvar.
— John... John... Ele perigoso... Ele é perigoso não vai...? Não vai...
— Tento impedi-lo de ir e me deixar sozinha naquele quarto pequeno e
escuro. — Não vai John...? Não me deixa...? Por favor não me deixa...?
John...?John...? — Chamo por ele tentando ir até a porta mas não consigo sair
do lugar.
—Laura...? Laura abre os olhos eu estou aqui... Laura! Qual é docinho
abra os olhos? — Ouço uma voz mansa e rouca me chamar, sinto um carinho
gostoso no meu rosto mas logo esse carinho está no meus lábios em um
movimento suave e gentil. — Abre os olhos Laura? Eu estou aqui docinho.
— Ouço mais uma vez a sua voz me chamar então abro os olhos me
deparando com John sentado ao meu lado, acariciando o meu rosto então me
sento abruptamente.
— John...? Oh meu Deus você está aqui? Você está mesmo aqui? —
Pergunto surpresa me deixando mover pelo impulso e me jogo em seus
braços o apertando forte.
— Calma docinho eu estou aqui... Você está bem? Teve outro
pesadelo? — Pergunta ainda abraçado a mim pois não consigo soltá-lo.
— Sim, eu tive outro pesadelo mas você estava lá... Você está bem? O
que aconteceu? O que você fez John? Você está mesmo bem? — Pergunto
meio afoita finalmente me soltando dele que me encara com um pequeno
sorriso.
— Depois eu te explico o que aconteceu, está bem assim...? Eu estou
bem mas eu preciso de algo para me sentir ainda melhor... Eu preciso sentir o
sabor dos seus lábios. — Diz já me puxando pela nuca devorando a minha
boca em um beijo urgente.
Não tem como resistir a isso e eu não quero resistir, eu me sinto outra
pessoa quando ele me beija, me sinto no céu.
Deixo ele me beijar com vontade me puxando para o seu colo
sugando todo o ar dos meus pulmões, suas mãos tocam a minha coxa subindo
lentamente me fazendo arrepiar, me trazendo aquelas sensações que me
deixam trêmula a ponto de derreter. Abraço o seu pescoço puxando de leve
os seus cabelos deixando escapar gemidos e sussurros abafados, suas mãos
tocam a minha bunda apertando me pressionando contra algo duro embaixo
de mim, me deixando ainda mais ofegante.
— John... Ohhh... John... — Gemi quando ele desce os seus lábios
úmidos pelo meu pescoço, chupando a minha pele tão possessivamente, me
causando um latejar entre as pernas.
— Porra Laura... Você gemendo assim me enlouquece docinho...
Ohhh eu quero você... Porra eu quero você. — Geme me deitando na cama se
pondo sobre mim devorando a minha boca mais uma vez.
— Laura você está acordada? Posso entrar? — Ouço a voz de Giulia e
me apavoro empurrando John o tirando de cima de mim.
— Oh meu Deus... Eu... Eu... — Gaguejo apavorada ainda ofegante,
mas John me interrompe.
— Se acalma? Porque está tão nervosa...? Ninguém vai brigar com
você por eu estar aqui, você é minha não se esqueça disso... Eu devia estar
puto da vida com essa interrupção, e estou. — Diz meio irritado e se levanta
indo até a porta ajeitando a sua roupa, enquanto eu me cubro até o pescoço.
— O que você quer Giulia? Você sabia que eu estava aqui então porque não
veio em outro momento...? Droga eu estou enlouquecendo! — Diz ainda
irritado a encarando furioso, então sai do quarto fazendo a irmã me encarar
confusa.
— Caramba guria, o que você fez para deixar o meu irmão tão
irritado? — Pergunta se aproximando com um pequeno sorriso, me deixando
roxa de vergonha.
— Eu não sei o porquê ele está assim, eu não fiz nada, eu juro! — Me
defendo ainda envergonhada e ela cai na gargalhada.
— Está explicado! É por isso que o John está enlouquecendo...
Porque você não fez nada. — Ela se senta na beira da cama sorrindo, me
deixando ainda mais envergonhada porque eu sei bem o que ela quis
dizer. Mas que droga!
— Que sacola é essa que você trouxe? Não vai me dizer que é mais
presentes...? Por favor Giulia, você não pode ficar me enchendo de presentes
assim do nada. — Pergunto curiosa mas ao mesmo tempo tentando sair
daquele assunto.
— Tem uma coisa sobre mim que você precisa saber, Laura, eu não
aceito não como resposta e não gosto de ser contrariada, então não reclame e
vá se vestir, já estamos de saída para a casa de praia. — Diz em um tom
mandão jogando a sacola em cima de mim, me fazendo sorrir.
— Caramba Giulia, você e seu irmão por acaso são gêmeos? Porque a
personalidade de vocês é idêntica. — Pergunto finalmente saindo debaixo das
cobertas me levantando com a sacola nas mãos.
— Não somos gêmeos porque eu sou alguns anos mais nova que ele,
mas eu me orgulho de me parecer tanto com o meu irmão... Ele é a pessoa
mais forte e generosa desse mundo e eu quero ser exatamente como ele... Eu
amo o meu irmão e só quero que ele recupere a sua felicidade de volta... Meu
irmão não é mais o mesmo depois que perdeu a sua família, mas ele se
manteve firme como uma rocha para não se destruir com a dor e a solidão,
mas ele está voltando para nós, ele está voltando o que era antes e tenho
certeza que você é o motivo disso, Laura... É por isso que eu gostei tanto de
você desde que meu irmão se abriu tão espontaneamente com o nosso pai,
porque ele fez isso para falar de você, para pedir ajuda, uma coisa que ele não
fazia a anos... Eu já falei demais, agora vá se trocar, estaremos te esperando
lá em baixo então não demora... Temos um dia inteiro para aproveitarmos
hoje. — Desabafa se emocionando ao falar do irmão e se aproxima me
abraçando forte, mas logo se solta indo em direção a porta me deixando aqui
pensativa.
Tento deixar esse pensamento de lado mas é impossível, como eu
poderia ser o motivo para John voltar a ser o que era antes? Porque ele
mudaria por mim? Como eu posso estar ajudando-o a voltar o que era antes?
Vou para o banheiro e tomo um banho rápido, faço a minha higiene
pessoal e me troco colocando o biquíni que Giulia me trouxe.
— Caramba... Eu não posso usar isso na frente das pessoas, isso aqui
é muito indecente vai ter gente na praia e eles vão ficar olhando para o meu
corpo... Eu não posso usar isso... Como a Giulia pode usar uma coisa dessas?
— Encaro o meu corpo no espelho incrédula com o tamanho desse biquíni,
isso aqui é minúsculo igual as calcinhas que Beatriz me comprou.
Pego um vestido branco de estampa fina que estava junto com o
biquíni e o visto decidida a não tirá-lo quando chegarmos na praia, eu não
vou exibi o meu corpo nessa coisa, não quero homens me olhando estranho
me assediando por eu estar seminua.
Saio do banheiro e John está parado no meio do quarto com os braços
cruzados, me encarando daquele seu jeito sério e fechado.
— Vamos! Já estão nos esperando. — Avisa naquele tom firme que
me estremece então vou na sua direção passando por ele.
Seguimos pelo corredor em silêncio e descemos as escadas
encontrando na sala, Giulia com o namorado e os seus pais conversando entre
si, mas quando nos aproximamos eles mudam de assunto abrindo um sorriso
gentil para mim.
Saímos da casa e seguimos para os carros parados na entrada, mas
John fez questão que fossemos no seu carro enquanto sua irmã e seu cunhado
vão com os pais dele. Entramos no mesmo e saímos da mansão ganhando as
ruas de Santos.
O clima dentro do carro está normal para mim, no mais absoluto
silêncio mas eu estou curiosa o suficiente para quebrar esse silêncio, mesmo
que ele se zangue comigo.
— O que aconteceu com César...? Você o encontrou? Ele está morto?
— Pergunto curiosa mas sem encará-lo, com receio dele gritar comigo como
sempre faz, mas me surpreendo com a sua voz mansa e tranquila.
— Sim, eu o encontrei, mas ele não está morto... Demos uma boa
surra nele mas tivemos que entregá-lo a polícia... Você não foi a única garota
a sofrer nas mãos daquele maldito, Laura, você não foi a única pessoa
mantida em cárcere privado por aquele monstro, César fez isso com outras
três garotas e tem uma família inteira desaparecida, e o suspeito de estar por
trás disso, é o César. — Revela no seu tom firme mas se mantendo calmo,
enquanto eu sinto os meus olhos queimarem pelas lágrimas que se formam
rapidamente.
— Eu... Eu e a minha mãe não... Não fomos as únicas a sofrermos nas
mãos dele...? Ele fez isso com outras pessoas...? Meu Deus... Meu Deus esse
homem é mais perigoso do que eu imaginava... Eu nem sei como consegui
sobreviver a tudo isso. — Sussurro me rendendo as lágrimas temendo pela
vida dessas pessoas que estão desaparecidas.
— Você sobreviveu porque você é uma guerreira, Laura, você é mais
forte do imagina, você lutou pela sua vida, é por isso que você conseguiu
sobreviver docinho... Mas eu vou cuidar de você agora, não vou deixar nada e
nem ninguém se aproximar de você para te ferir, eu prometo! — Ele pega a
minha mão segurando firme me dando aquela segurança que até agora só
senti com ele.
— As pessoas que ele mentia presas estão bem? Vocês conseguiram
encontrá-las também...? John ele vai vir atrás de mim, se o César conseguir
sair da cadeia ele vai vir atrás de mim... Meu Deus eu estou com medo, estou
com muito medo ele vai vir atrás de mim! — Constato em meio ao choro
apavorada me tremendo de medo, então John para o carro no acostamento.
— Ele não vai sair Laura! Eu prometo a você, ele não vai sair e não
vai vir atrás de você, eu não vou deixar isso acontecer eu estou te
prometendo. — Afirma segurando o meu rosto em suas mãos me encarando
fixamente, e eu vejo nos seus olhos a certeza que eu precisava. — Eu e os
meus amigos, nós conseguimos tirar algumas informações do César, nós
chamamos a polícia e conseguimos encontrar duas das garotas desaparecidas,
mas a polícia ainda está tentando encontrar a outra garota e também a
família... César vai para o presídio de segurança máxima e ele não vai
conseguir sair de lá porque... Porque eu vou mandar matá-lo assim que
aquelas pessoas forem encontradas... Não me importo se você vai me odiar
por isso, mas eu preciso fazer justiça por você e por aquelas pessoas, se não
matarem ele antes de mim, eu vou matá-lo. — Ele solta o meu rosto ainda me
encarando sério e posso ver a fúria que ele está sentindo através dos seus
olhos.
— Eu não vou te odiar por isso John, eu vou me sentir mais segura
por isso. — O encaro fixamente e posso vê-lo respirar aliviado. — Você vai
me odiar se eu disser que tentei matá-lo algumas vezes...? Eu não sou uma
assassina John, mas ele tentou me estuprar por anos e eu tive que me
defender como podia. — Conto preocupada com a sua reação mas ele me
surpreende com um pequeno sorriso e acaricia o meu rosto.
— Minha garota... Forte e valente exatamente como os seus olhos
descrevem... Eu não te odiaria nem se tivesse conseguido matar aquele
verme, eu te admiro por ter lutado tão brevemente. — John me encara tão
fixamente que sinto o meu rosto queimar pois com certeza eu corei.
O que aconteceu comigo? Porque eu disse que ela é minha garota?
Talvez porque é a pura verdade, Laura é minha então ela é sim a minha
garota, mesmo que eu ainda não tenha conseguido torná-la minha de fato,
mas eu não vou desistir, sei que uma hora ou outra ela vai ser minha, eu só
preciso ter paciência com ela, mas é difícil me controlar quando ela
sussurrando o meu nome daquele jeito, ou quando cora desse jeito me
deixando louco para beijá-la.
Saio dessa tensão sexual que me domina a cada segundo e coloco o
carro em movimento novamente, eu não posso ficar muito tempo sozinho
com ela ou não vou conseguir me segurar, eu já não estou mais aguentando
ficar tão perto dela é não poder sentir essa mulher, isso está acabando comigo
eu não estou mais conseguindo raciocinar.
Seguimos para a nossa casa de praia e em meia hora já estamos
estacionando em frente à casa, não tomamos café da manhã então eu espero
que tenham preparado alguma coisa pois estou exausto e faminto, eu não
durmo a praticamente dois dias e estou um caco, eu preciso descansar um
pouco mas só vou fazer isso depois de dar a Laura esse momento tão
sonhando por ela, ela vai conhecer o mar pela primeira vez e quero presenciar
isso.
— Chegamos, eu tenho certeza de que você vai se divertir bastante
com a minha irmã. — Digo assim que abro a porta e dou a volta para abrir a
porta para ela.
— Você não se incomoda que eu me torne amiga da sua irmã...? Sou
sua funcionária e ela é praticamente a minha chefe também, já que é sua irmã.
— Questiona meio sem graça mais uma vez corando, deixando a sua pele
vermelhinha. Ela nem imagina o quanto fica linda assim!
— A minha irmã não é a sua chefe, Laura, você deve obediência
apenas a mim, entendido...? E não, eu não me importo se vocês se tornarem
amigas, acho que será bom para você ter amigas e eu confio na minha irmã.
— Fecho a porta do carro me aproximando mais dela.
Laura não diz nada, ela se encosta no carro com a respiração
acelerada me encarando dentro dos olhos, ela tenta dizer algo mas nada sai
pela sua boca, seguro firme a sua cintura e sinto o seu corpo escorregar pelo
carro mas amparo-a em meus braços.
— Você está bem? Está sentindo alguma coisa Laura? — Pergunto
encarando a sua boca louco para beijá-la mais uma vez, e a vejo engolir a
seco segurando firme os meus braços.
— É... Eu... Eu estou bem... Só estou com fome... — Sua voz sai
trêmula e ela encara a minha boca fodendo com a minha mente.
— Laura vamos! O café da manhã já está... Me desculpe, eu não
queria interromper. — Giulia se aproxima empolgada mas para quando
percebe o clima tenso entre mim e Laura.
— Tudo bem, vamos! Eu estou faminta. — Ela se solta de mim se
afastando apressada indo ao encontro de Giulia, e a mesma me encara sem
graça.
Encaro a minha irmã fixamente e ela sussurra um pedido de desculpa,
mas arrasta Laura para dentro da casa e Victor vai atrás, encaro os meus pais
ambos próximos ao seu caro, eles têm um olhar desconfiado e surpresos
sobre mim e olham na direção que Laura foi, desvio os olhos deles e vou na
direção da casa pois Laura não é a única pessoa faminta por aqui, mas se ela
soubesse que a minha maior fome só pode ser saciada pelo seu corpo, ela
tentaria fugir de mim de qualquer maneira.
Entro na casa seguindo direto para sala de refeições e vejo Giulia,
Laura e Victor já se acomodando e se servindo, me junto a eles e os meus
pais fazem o mesmo, começamos a tomar o nosso café da manhã e como eu
já havia contado aos meus pais sobre o que aconteceu com César, eles não
tocaram mais no assunto.
Paramos as motos um pouco mais afastadas do local e seguimos a pé
para não chamar atenção com o ronco dos motores, de longe dá para vê uma
casa humilde dentro de um terreno bem espaçoso, mas tudo em volta parece
abandonado, parece muito sujo e imaginar Laura vivendo em um lugar como
esse não me agradou.
Passamos pelo portão em silêncio e dá para ver uma luz acesa dentro
da pequena casa, nós apressados para chegar até lá e já entramos metendo o
pé na porta jogando-a longe.
— PARADO! AQUI É A POLÍCIA...! DEITA NO CHÃO! DEITA NO
CHÃO AGORA PEDOFELO! Não reaja e põe as mãos na cabeça ou será
pior para você seu desgraçado! — Grita Felipe apontando a arma para o
homem que tenta correr para um dos cômodos da casa.
— Mas o que é isso? O que está acontecendo vocês não podem entrar
na casa das pessoas assim! Eu conheço os meus direitos de cidadão, vocês
não... AHHH! — Esbraveja ele se deitando no chão mas eu o interrompo
com um chute no queixo.
— Que bom que você conhece os seus direitos, isso vai nos poupar
muito tempo, seu verme maldito! Não é você que gosta de abusar de garotas
inocentes? Não é você que sequestra e tortura mulheres mantendo-as em
cárcere privado? Seu desgraçado de merda!— Esbravejo lhe acertando um
chute na costela e pude ouvir o osso quebrar.
— AHHHH...! PARA COM ISSO...! VOCÊS NÃO PODEM FAZER
ISSO COMIGO... Eu sou inocente eu não fiz nada do que estão me acusando,
é tudo mentira eu não fiz nada! — Grita se contorcendo no chão mas as suas
palavras só me enfureceram ainda mais, tento acertá-lo mais uma vez mas
Felipe me impede.
— Espera John...! Rapazes nós precisamos de cinco minutos para
conversamos com o pedófilo, precisamos conseguir informações então
saiam! Verifiquem o perímetro para ver se a área está limpa. — Diz ele
olhando a nossa volta e vejo os nossos amigos bufarem. — Eu sinto muito
rapazes, mas o nosso amigo tem um acerto de contas para tratar aqui, mas
eu prometo que no nosso interrogatório eu deixo vocês se divertirem um
pouquinho... Agora vão por favor! Precisamos de espaço aqui. — Explica
enquanto levanta aquele animal do chão e eu me seguro para não voar em
cima dele.
Os caras saem nos deixando a sós então me aproximo de César, o
encarando dentro dos seus olhos.
— Você disse que a gente não pode fazer isso com você? Mas você
pode fazer o que você fez com aquelas garotas...? Aqui mesmo nesse lixo que
você chama de casa você manteve duas mulheres presas, sofrendo os diabos
nas suas mãos e você ainda vem me dizer que é inocente? Eu queria muito te
mostra o que eu faço com gente como você, seu monstro! — Digo entre
dentes o agarrando pelo pescoço jogando-o contra a parede, fazendo-o
enxergar a fúria nos meus olhos.
Não aguento mais ficar falando e começo a distribuir socos pelo seu
rosto, me sinto cego pelo ódio e desconto nesse miserável pelo menos um
terço do que eu quero fazer com ele.
— Nunca mais você vai encostar essas suas mãos imundas em uma
mulher! Nunca mais você vai se aproximar de ninguém seu doente...! Isso é
pelo que você fez a Laura e a mãe dela, seu verme dos infernos! — Esbravejo
vendo o sangue escorrer pelo seu rosto e acerto por diversas vezes o meu
joelho na sua costela quebrada.
Ele grita tentando me socar e isso só me deixa mais irritado, o infeliz
cai no chão e eu monto nele me sentindo em uma luta de boxe, soco o seu
rosto com toda a minha força mas sinto Felipe abraçar o meu corpo, me
tirando de cima dele.
— Vai com calma John! Você vai matá-lo cara...! Porra você não
deixou nada para mim meu irmão, isso é sacanagem sabia? Eu não posso
nem dar uns tapas nele ou esse desgraçado morre. — Diz meu amigo me
afastando de César quase desacordado no chão.
— Eu não fiz nem a metade do que eu queria Felipe, a minha vontade
é meter uma bala no crânio desse infeliz miserável! — Esbravejo furioso
sacando a minha arma da minha cintura mas Felipe segura a minha mão.
— Se você matá-lo agora, depois você vai se sentir culpado pela
morte das outras garotas, John... Laura está a salvo na sua casa mas e as
outras garotas cara? Elas merecem uma segunda chance assim como Laura
meu irmão, então abaixa essa arma por favor? Não faça nenhuma besteira
John! — Ele me encara preocupado então me vem a imagem de Laura na
minha mente, ela não vai me perdoar se por minha culpa essas garotas
morrerem.
Abaixo a minha arma mas me aproximo acertando mais um chute na
costela desse cretino, ele nem grita mais, apenas se contorce no chão
babando o seu sangue nojento.
Minha respiração pesa e a adrenalina ainda corre nas minhas veias,
não estou satisfeito com essa surra, eu queria fazer mais do que isso mas não
posso.
— Diz onde estão as garotas, César! E para o seu bem é melhor que
elas estejam vivas... — Ordena Felipe se abaixando ao seu lado examinando
o estrago que eu fiz.
Sinceramente eu estou me sentindo muito bem por ter conseguido
pegar aquele filho da mãe desgraçado, por mim eu teria matado ele ali mesmo
naquele barraco velho, mas eu não podia riscar a vida de outras pessoas que
dependiam das informações daquele verme para serem encontradas, mas
ainda não estou satisfeito, os nossos colegas vão terminar o nosso trabalho
em breve e só então vou ficar mais tranquilo.
— Que barulho é esse que eu estou ouvindo...? Esse som é igual ao
que eu ouvia pela TV. — Pergunta Laura atenta ao som das ondas do mar.
— Venha Laura! Nós vamos te mostrar o que é... Vamos John! Vem
mamãe! — Giulia se levanta empolgada então nos levantamos também.
Laura abre um sorriso tão lindo e tão grande que sinto o meu peito se
encher e meu coração acelerar, isso é ridículo, porque estou sentindo essa
euforia toda com um simples fato como esse?
Fomos todos para sala e saímos pela porta que dá acesso a praia, e
assim que passamos pela mesma Laura para olhando espantada em direção a
praia.
— Minha nossa... É maior do que eu vi na TV... Deve ser muito fundo
também. — Comenta embasbacada impressionada com os olhos presos no
mar.
— Vem Laura! Vamos chegar mais perto querida? — Chama mamãe
já emocionada com a reação de Laura e segura a sua mão levando-a para
praia.
Não digo nada, apenas sigo atrás delas com o meu pai ao meu lado
admirando-as com um largo sorriso no rosto. Laura sorrir empolgada
agarrada a minha mãe como se estivesse com medo de se aproximar da água,
Giulia manda ela tirar a sandália e assim ela fez.
— Tira o vestido Laura, vamos na água, você precisa sentir a água ela
é maravilhosa... Vamos Laura! — Giulia a incentiva tirando a sua saída de
praia mas Laura parece acanhada.
— Eu não vou Giulia, eu estou com medo eu não sei nadar. —
Confessa envergonhada ainda agarrada a minha mãe.
— Não tenha medo querida você vai gostar, é só não ir para o fundo
que vai ficar tudo bem. — Mamãe também tira a sua saída de praia então
encaro Laura.
Ela parece ainda mais envergonhada mas mesmo assim, desamarra o
vestido que Giulia a emprestou, ela finalmente tira o vestido me deixando de
boca aberta.
— Cacete...! Porra... — Sussurro ofegante admirando o seu corpo
naquele biquíni minúsculo.
Engulo a seco tentando me concentrar em qualquer outra coisa para
não ficar excitado na frente dos meus pais, mas não consigo tirar os olhos
dela, merda! Porque a Giulia tinha que comprar essas coisas tão pequenas?
Essas mulheres não sabem o quanto ferram com o nosso juízo usando essas
coisas, esse idiota do Victor devia ter mais pulso firme com Giulia ao invés
de deixá-la usar essas tiras de pano tão pequenas.
— Eu nunca te vi tão inquieto antes, nunca te vi parecendo
desesperado por algo como você está para ter essa menina, John... Eu
também nunca te vi ter tanta paciência com algo como você está tendo com
ela, isso é impressionante filho. — Comenta meu pai se segurando para não
rir, me fazendo encará-lo incrédulo.
— Não diga besteiras papai... Não estou inquieto e muito menos
desesperado, você ficou louco...? Eu estou normal. — Tento me convencer
do que eu falei, tento controlar a minha respiração mas está difícil, essa
mulher está acabando comigo.
— Vem filho? Você precisa vir conosco... Você também Conrado!
Vem querido? — Chama mamãe empolgada segurando Laura que pula na
beira da água com medo de cair, mas suas gargalhadas me fascinam.
Giulia é a mais escandalosa arrastando Laura para todos os lados mas
a mesma corre com medo de entrar na água. Me aproximo delas e suas
gargalhadas me encantam de uma maneira que eu não esperava. As três
mulheres mais lindas do planetas sorrindo dessa maneira não tem como não
sorrir também.
Tiro a minha camisa e me aproximo mais dela, Laura cambaleia
caindo no chão quando uma pequena onda atinge as suas pernas.
— Vamos Laura? Não tenha medo, John vai entrar com você, vem
maninho? Me ajuda com ela... Laura precisa entrar na água ela precisa sentir
essa maravilha. — Giulia me arrasta para perto de Laura e a mesma me
encara sem graça.
— Ok! Vamos lá, Laura, não precisa ter medo não vai te acontecer
nada... Eu vou estar aqui do seu lado. — Abraço a sua cintura guiando-a para
dentro d'água mas ela agarra o meu braço ainda com medo.
— Não John! Eu vou afundar eu não sei nadar... Por favor eu não sei
nadar? — Ela ofega pelo medo ainda agarrada a mim e posso ver o seu
sorriso de nervoso.
— Olha para mim Laura? Você confia em mim, não é...? Confia em
mim? — Pergunto me virando para encará-la mas uma onda a joga em cima
de mim me fazendo abraçar o seu corpo.
— Sim... Eu confio em você John. — Afirma me encarando
fixamente como se essa confirmação não fosse apenas pelo fato de eu querer
levá-la para dentro da água.
— Eu não vou deixar você se afogar, não vou deixar nada acontecer
com você, está bem...? Fica tranquila e não se desespera... Vamos! Não
precisa ter pressa, vamos devagar. — Encaro os seus olhos para não encarar
essa boquinha gostosa que ela tem, e esses peitos lindos quase pulando para
fora do biquíni? Merda!
Ela não diz nada apenas balança a cabeça concordando. Andamos
para dentro da água e minha irmã e meu cunhado se juntaram a nós, assim
como os meus pais, as gargalhadas de Giulia animam Laura um pouco mais
fazendo ela nos dar aquele sorriso lindo, mas de repente uma onda mais forte
que as outras nos atinge nos fazendo cair na água, mas consigo abraçar Laura
para mantê-la perto de mim.
— AHHH... JOHN ME AJUDA...! — Grita Laura abraçando firme o
meu pescoço mas posso ouvir as suas gargalhadas enquanto a onda nos
arrasta para areia.
Sorrio vendo ela finalmente se divertindo e não teve como evitar esse
momento, nos entregamos todos a essa diversão e me senti bem sorrindo
como a anos não fazia, um sorriso sincero, um sorriso verdadeiro e sem
intenções.
Laura está feliz como não vi antes, eu estou feliz mas parece que a
minha família está ainda mais feliz por finalmente estarem me vendo como
eu era antes, um homem alegre e de bem com a vida, diferente do homem que
eu me tornei desde que perdi a minha família, mas Laura está trazendo de
volta para minha vida, momentos e situações que eu não esperava, momento
que eu já vivi antes e por alguns anos eu não senti falta, na verdade eu nem
me lembrava mais de momentos como esse estou vivendo agora.
Depois de passarmos a manhã inteira na água com Laura, finalmente
saímos um poucos nos sentando na areia, mas as meninas decidiram se
bronzear e vê Laura de bunda para o outro não me ajudou muito, estou
tentando, juro que estou tentando não olhar tanto para ela mas não estou
conseguindo, Victor não tirar os olhos das meninas e sinceramente, estou me
perguntando para quem ele está olhando, eu espero que seja para minha irmã
ou terei que arrancar muito mais que os olhos dele.
O almoço está pronto e mamãe pede para servirem em uma das mesas
aqui na praia, adorei essa ideia de almoçar ao ar livre. Nós acomodamos na
mesa mas bem na hora que estou me servindo o meu celular toca, não tenho a
intenção de atendê-lo, mas por curiosidade eu olho no viso me deparando
com o nome de Felipe piscando na tela, ele só me liga quando o assunto é
sério.
— Eu preciso atender essa ligação, com licença. — Me levanto da
mesa com o telefone na mão e me afasto um pouco deles, então atendo a
ligação. — Felipe! Que notícias você tem para mim cara? — Pergunto já
esperando por notícias do nosso estuprador.
— Bingo cara! Conseguimos encontra a família desaparecida, agora
só falta a terceira garota... Aquele desgraçado estava mesmo por trás do
sequestro, eu tive que arrancar mais dois dedos dele e meia dúzia de dentes
para conseguir uma confissão, mas consegui... Agora falta pouco meu amigo.
— Diz ele todo orgulhoso fazendo a adrenalina correr nas minhas veias.
— Porra Felipe porque você não me chamou cara? Eu queria
participar dessa diversão meu irmão... Caralho Felipe, eu estou ansioso para
ver o fim desse desgraçado, não deixe de me dar notícias, ouviu? Quando as
buscas acabarem eu quero ser informado você, entendeu? — Digo irritado e
ao mesmo tempo ansioso para ver o fim desse infeliz desgraçado!
— Relaxa cara, eu vou te manter informado, é por isso que estou te
ligando agora... Falta pouco John, eu sei o quanto isso parece importante
para você meu amigo, então fica tranquilo, assim que eu tiver novidades eu
te ligo. — Diz sorrindo então me despeço e encerro a ligação.
O fim daquele desgraçado está próximo e isso me deixa eufórico, mas
também muito ansioso. Volto para mesa e me sento terminando de me servir,
meus pais me encaram apreensivos e Laura me olha discretamente, enquanto
minha irmã tenta disfarçar a sua curiosidade, mas sei muito bem que todos
querem saber se essa ligação tem a ver com aquele monstro.
— Ok! Eu sei o que todos vocês querem saber... Tenho notícias sobre
aquela situação, a família sequestrada foi encontrada mas ainda falta uma das
garotas... A polícia ainda está tentando tirar mais informações do César, para
conseguir encontrá-la e sei que isso vai acontece logo. — Conto de uma vez
antes de começar a comer a minha comida.
Meus pais respeitaram aliviados mas vejo Laura me encarar
apreensiva, sei que ela está preocupada com a menina que ainda está
desaparecida, mas nem ela e nem eu posso fazer nada, agora está nas mãos da
polícia e sei que isso vai se resolver logo.
Terminamos de comer e tentamos esquecer o assunto César, Laura e
Giulia foram andar pela praia enquanto eu converso com os meus pais e
Victor, tentamos não falar muito do passado da Laura e as novas informações
de César, mas concordei com os meus pais de que Laura precisa de
atendimento psicológico, ela passou por muitas coisas ruins e quero que ela
se livre desses pesadelo. Ver a casa onde ela passou tantos anos presa sendo
maltrata, me deixou muito mal, me deixou angustiado desejando protegê-la a
todo custo, e eu farei isso.
A tarde está passando rápido e Laura parece não se cansar, já está na
água novamente com Giulia e Victor enquanto eu fico na areia de baixo da
tenda com os meus pais, mas logo eles voltam para casa e eu decido entrar
também, já que Laura não está sozinha.
Entro em casa e vou direto para o meu quarto pois preciso de um bom
banho para relaxar, passo longos minutos debaixo d'água então saio enrolado
na toalha, me seco e visto uma bermuda confortável e desço para o escritório,
eu preciso ligar para boate e saber como estão as coisas por lá, já que não fui
lá ontem e pelo visto, também não vou hoje pois estou exausto e preciso
descansar.
Parece que tudo na boate anda perfeitamente bem, mas algumas das
novatas estão sentindo a minha falta, eu terei muito tempo para elas amanhã,
porque hoje eu preciso descansar.

Depois de um tempo no telefone eu subo para o meu quarto, vejo


minha irmã entrando no seu quarto com Victor e presumo que Laura também
já esteja no seu quarto, penso em ir até lá mas ela deve estar exausta de tanto
que se divertiu hoje, então desisto e vou para o meu quarto descansar
também.
Entro no mesmo e vou direto pra cama, mas quando me aproximo da
mesma ouço barulho de água no chuveiro, estranho isso então vou até lá e a
porta está entreaberta, abro a mesma e entro me deparando com a visão de
Laura completamente nua no chuveiro.
— Cacete... Merda! — Sussurro admirando o seu corpo, parando os
meus olhos na sua bundinha redondinha, mas ela se assusta e se vira
abruptamente.
— John...? Me desculpa... Meu Deus eu não sabia que você fosse
aparecer agora... O meu chuveiro está com problemas e Giulia disse que... —
Se justifica ofegante e com a voz trêmula tentando cobrir o seu corpo com as
mãos, mas eu entro no box me aproximando lentamente dela. — John... Eu...
Eu já vou sair... Não queria incomodar e... — Sussurra ainda mais ofegante
então coloco-a contra a parede encarando fixamente a sua boca enquanto a
água cai sobre nós.
— Você não me incomoda... Não quero que você vá, quero que fique
comigo? Quero que seja minha docinho? — Seguro firme a sua cintura e
sinto o seu corpo amolecer.
— John... — Sussurra ainda mais ofegante e eu não resisto mais e
capturo os seus lábios doces para mim.
Beijo-a com urgência deixando o desejo me dominar, ela segura firme
os meus braços enquanto eu percorro as minhas mãos pelo seu corpo sentindo
as suas curvas. Desço a minha boca pelo seu pescoço sentindo a maciez da
sua pele, acaricio os seus seios suavemente e ela geme ao estremecer em
meus braços, desço mais a minha boca e logo sinto o seu mamilo durinho na
minha língua me deixando louco.
— Ohhh... John... John... Ohhh... — Geme quando eu chupo os seus
seios com vontade um por um.
— Porra Laura... Esse gemido me enlouquece... Ohhh eu quero você
minha gostosa... — Gemi no seu seio enquanto desço uma de minhas mãos
até a sua intimida e assim que toco-a, sinto a sua umidade e ela estremece. —
Porra... Eu não vou aguentar... — Sussurro deixando os seus seios encarando-
a fixamente tão ofegante quanto ela.
Não me dou chances para pensar muito e pego ela no colo saindo com
ela do banheiro, vou em direção cama e deito-a me pondo sobre ela, voltando
a devora a sua boca.
— Eu preciso chupar você docinho... Eu preciso sentir o seu gosto
mais uma vez? — Peço entre os beijos e me ergo, abrindo as suas pernas
encarando a sua intimidade lisinha e pequena.
Ela me encara envergonhada mas não dou tempo dela protestar ou
recuar, me abaixo indo direto na sua intimidade varrendo-a com a minha
língua.
— Oh meu Deus John... Ohhh... Ahhh céus... Ohhhh... — Geme
agarrando com força os lençóis se contorcendo rebolando para mim.
— Gostosa... Caralho muito gostosa... Ohhh delícia... Delícia...
Ahhh... — Gemi na sua intimidade sentindo o meu pau latejar dentro da
cueca.
Passo as minhas mãos por baixo das suas pernas segurando as suas
coxas enquanto me delicio na sua intimidade, essa mulher é gostosa demais,
os seus gemidos são tão excitantes que sinto que posso gozar a qualquer
momento.
Levo uma de minhas mãos até o meu pau e o seguro, apertando-o
sentindo ele latejar, porra eu vou gozar nas calças de novo?
— De novo não...! Me deixa sentir você Laura? Eu preciso sentir você
agora! — Me levanto da cama já tirando a minha bermuda molhada junto
com a cueca, deixando o meu pau livro.
Laura arregala os olhos se encolhendo na cama mas eu subo na
mesma me pondo novamente sobre ela, ela respira com dificuldade.
— Por favor John...? Só por hoje seja gentil comigo...? Eu não quero
me machucar, não quero sofrer na minha primeira vez. — Pede ofegante e
ainda assustada mas ela parece decidida a se entregar para mim. Eu sabia que
ela também me queria!
— Só por hoje... Acho que posso fazer isso. — Concordo encarando
fixamente os seus olhos e encaro a sua boca antes de beijá-la com calma.
— Só por hoje... Acho que posso fazer isso. — Ele me encara tão
intensamente que sinto o meu corpo se arrepiar, mas ele me beija com calma,
um beijo doce e generoso.
Não acredito que vou deixar isso acontecer, mas eu quero, eu o desejo
eu preciso disso então sinto ele esfregar a sua ereção na minha intimidade
enquanto desce seus lábios úmidos pelo meu pescoço, me sinto fora de mim,
sinto o meu corpo queimar de desejo querendo explodir me fazendo gemer
completamente entregue a ele, de repente ele se encaixa na minha entrada me
deixando em pânico e com medo de me machucar, mas ele me encara tão
ofegante quanto eu.
— Não precisa ficar com medo, eu não vou te machucar... Vou te dar
prazer, eu prometo. — Sussurra forçando aos poucos a sua entrada em mim
me causando uma dorzinha desconfortável, me fazendo fechar os olhos com
força, então ele para. — Olha para mim Laura...! Abra os olhos e olha pra
mim! — Ordena com a voz rouca então faço o que ele mandou. — Ótimo!
Agora abraça a minha cintura com as suas pernas. — Me orienta com os seus
olhos presos nos meus e eu respiro fundo fazendo o que ele quer, mesmo
quase não sentindo as minhas pernas. — Agora me beija...! Eu quero que
você me beije Laura? — Sussurra entrando em mim bem lentamente me
deixando quase sem ar, mas mesmo assim faço o que ele manda e o beijo.
Sua língua se move na minha boca tão suavemente, mas o beijo se
torna mais intenso e ele entra em mim, protesto entre os beijos cravando as
minhas unhas nos seus braços e ele geme ao se instalar todo dentro de mim.
— Porra... Cacete... Ohhh céus... Ahhh eu não vou aguentar... Merda
eu não vou aguentar. — Geme de olhos fechados mas logo me encara ainda
parado dentro de mim, enquanto eu tento respirar.
— Ahhh... Porque está doendo...? Você disse que não ia me
machucar, mas está ardendo muito John... Ahhh... — Sussurro quase sem voz
sentindo os meus olhos arderem.
— Não estou te machucando docinho... Está doendo e vai sangrar um
pouco porque é a sua primeira vez, mas vai passar logo não se preocupe...
Isso é normal na primeira vez, só tenta relaxar, está bem...? Ohhh Deus...
Porque você tinha que ser tão gostosa, Laura...? Ohhh deliciosa demais...
Quente e apertada demais... Ohhh... — Diz sem desviar os seus olhos dos
meus e geme começando a se mover, entrando e saindo de mim.
— John... Ohhh John... Ahhh... — Gemi voltando a sentir aquelas
sensações de antes tomar o lugar da dor e o desconforto, agora eu gosto do
que estou sentindo pois não dói mais.
— Puta merda docinho... Você me enlouquece quando geme assim...
Ohhh caralho... Minha... Você é minha docinho... Ohhh Deus isso é
maravilhoso... Ahhh bocetinha gostosa... Deliciosa... — Geme aumentando
mais os seus movimentos fazendo eu me contorcer embaixo dele, gemendo
de olhos fechados curtindo essas sensações.
Sinto seus lábios no meu pescoço chupando a minha pele me fazendo
estremecer, uma de suas mãos toca um dos meus seios e a sua língua quente
toca o outro brincando no meu mamilo, fazendo o meu corpo se aquecer mais
que o normal.
— John... Ohhh John... Eu vou explodir... Oh meu Deus eu vou
explodir... Ahhh meu Deus Johnnn... Ohhh... — Gemi de olhos fechados
agarrando os seus cabelos me contorcendo embaixo dele, sinto uma pressão
absurda dominar o meu ventre então me deixo explodir naquelas sensações
de prazer e alívio.
— Cacete! Porra Laura... Porra... Ohhh merda... Ohhh está me
apertando muito... Ahhh isso... Isso docinho goza... Goza no meu pau minha
gostosa... Minha gostosa... Ahhh caralho deliciosa, isso é impossível... Isso
não está acontecendo... Eu nunca gozei tão rápido... Ohhh Laura... Meu
docinho... — Geme rouco com os seus olhos presos no meu rosto ainda
entrando em mim mais rápido e forte, mas sinto algo quente se derramar
dentro de mim.
Ainda de olhos fechados sinto os seus lábios tocarem os meus em um
beijo faminto, retribuo beijando-o na mesma intensidade querendo mais, aos
poucos ele para de se mover sem parar o beijo, mas ainda o sinto pulsar
dentro de mim me esticando a cada latejar. Suas mãos ainda percorrem o meu
corpo e eu deixo as minhas pernas escorregarem de cima do seu corpo, estou
sem forças e mal consigo manter os meus braços em volta do seu pescoço.
Ele quebra o beijo saindo de dentro de mim me puxando pela mão e eu não
consigo respirar.
— Eu fui gentil na sua primeira vez como você pediu, mas agora eu
preciso pegar você com força docinho... Eu necessito disso para sentir você
como eu gosto. — Ele me arrasta pela mão me levando para o banheiro.
Não falo nada pois agora não tem mais volta, ele não vai parar e eu
não quero que ele pare. Entro no banheiro com ele e o mesmo me leva direto
para o box já ligando água, John me vira abruptamente me fazendo pôr as
mãos na parede e eu me assusto com o seu ato bruto, mas ao mesmo tempo
sinto aquela sensação que me deixa de pernas bambas.
— John...? O que você vai fazer...? Ohhh John... — Pergunto
ofegante sentindo o meu coração bater na boca, mas sinto um tapa arder na
minha bunda me fazendo gemer alto.
— Eu vou fazer exatamente isso docinho, vou fazer você gemer
chamando o meu nome como você sempre faz... Porra isso me faz perder o
juízo minha gostosa... Ohhh... — Sussurra no meu ouvido enquanto esfrega a
sua ereção ainda dura na minha bunda, mas ele se posiciona na minha entrada
me penetrando devagar gemendo baixinho.
Sinto uma de suas mãos nos meus cabelos segurando firme enquanto
a outra mão percorre o meu corpo, mas para na minha cintura segurando
firme. John beija o meu pescoço descendo para o meu ombro e começa a se
movimentar, rápido e com força me deixando trêmula dos pés a cabeça.
— Ohhh... John... Oh meu Deus... Hummm ohhh... — Gemi
mordendo o lábio inferior tentando abafar os meus gemidos, mas falhei.
Tento me sustentar em minhas pernas e ele solta os meus cabelos
segurando a minha cintura com as duas mãos, me preenchendo ainda mais
forte e mais rápido, me fazendo perder o fôlego.
— Ohhh isso é perfeito... Você é perfeita docinho... Ohhh caralho...
Porra eu já estou no meu limite, isso é impossível... Laura... Laura... Ohhh
merda agora não! Eu não quero gozar ainda... Você é um vulcão em erupção
Laura... Ohhh você acaba comigo muito rápido meu anjo... — Seu gemido é
ainda mais rouco enquanto me preenche forte. De repente ele sai de mim me
virando de frente para ele me erguendo em seus braços, envolvo as minhas
pernas na sua cintura. — Você é minha Laura! Sempre será minha...! Ohhh
só minha meu docinho. — Ele se encaixa novamente na minha entrada e
geme antes de devorar a minha boca com um beijo feroz, consumindo todo o
ar dos meus pulmões e ele se movimenta entrando fundo e forte em mim. —
Eu quero sentir você gozar de novo Laura... Goza para mim docinho! Goza
no meu pau de novo vai...! Você é tão gostosa... Muito gostosa... Ahhh goza
vai! Não quero gozar antes de você... Ohhh Laura... Minha Laura... —
Ordena entre os beijos sem parar os seus movimentos e sinto o meu corpo
mais uma vez estremecer. Queimando de desejo.
— Mais forte...? Mais forte John...? Ohhh eu quero mais forte...?
Hummm oh meu Deus John... Ahhh... — Peço o encarando fixamente
sentindo que posso me explodir a qualquer momento procura do por alívio.
— O quê...? Você... Você quer mais forte? Tem certeza.? Você não
devia ter pedido isso docinho... Ahhh... — Pergunta surpreso com o meu
pedido e passa os seus braços por baixo das minhas pernas, me penetrando
mais forte e mais rápido que antes.
— Isso... Isso... Ohhh isso John... Eu vou explodir... Eu explodir
John.... Ohhh... — Gemi completamente fora de mim sentindo o meu corpo
inteiro vacilar e eu deixo o meu orgasmo explodir liberando todas as minhas
forças.
— Oh Deus... Isso é incrível... Ohhh isso docinho goza...! Goza
gostoso para mim...? Ohhh eu não vou aguentar mais... Porra eu não vou
aguentar mais... Ohhh cacete delícia... Delícia... Gostosa.... — Geme
agarrando com força a minha bunda enquanto entra cada vez mais fundo em
mim, mas sinto ele latejar derramando mais uma vez o seu líquido dentro de
mim. — Merda! Merda...! Ohhh porra eu esqueci a camisinha... Ohhh
delícia... Você é tão gostosa assim... Eu resolvo isso depois... — Geme ainda
latejando dentro de mim e devora a minha boca mais uma vez.
Sinto o meu corpo mole completamente sem forças, ele sai de mim
me colocando no chão mas sustentando o meu corpo em seus braços. Ele me
puxa para debaixo da água deixando-a cair sobre nós, mas seus olhos estão
nos meus, na minha boca.
John pega o sabonete e faz algo que eu não esperava que ele fizesse
nem em sonhos, John começa a passar o sabonete em mim me dando banho
de um jeito tão gentil, eu estou perplexa, surpresa com a sua atitude mas
confesso que mesmo envergonhada estou gostando, ele está sendo muito
carinhoso mas não sei até quando isso vai durar.
Depois do banho ele se enrola em uma toalha e eu visto o roupão que
eu havia trago, ele sai do banheiro e eu fico aqui evitando encará-lo depois do
que aconteceu, ainda não estou acreditando que me entreguei a ele, eu devia
odiá-lo mas depois de tudo que ele está fazendo por mim, não tem como não
gostar dele.
Oh meu Deus! Será que eu estou gostando dele? Não! Claro que não!
Isso é impossível eu não estou gostando dele! Eu só me entreguei a ele
porque ele é o meu dono e uma hora isso iria acontecer, e é melhor eu ceder
do que ele me pegar a força, mesmo eu acreditando que ele jamais faria isso
comigo, pelo menos é o que ele diz.
Enrolo uma toalha no cabelo e saio do banheiro indo em direção a
porta, mas quando estou no meio do caminho para chegar até lá, sua voz
rouca e cortante se faz presente.
— Onde você pensa que vai? Eu não mandei você ir. — Diz em um
tom firme então me viro e ele está me encarando de um jeito estranho, ele
está mais sério que o normal e isso me faz encolher depois do que fizemos.
— Vou para o meu quarto... Você já conseguiu o que queria então...
— Afirmo decepcionada por ele estar desse jeito depois que me entreguei a
ele, mas o mesmo me interrompe.
— Não...! Eu ainda não consegui o que eu queria, ainda quero você
então volte pra cama e tire esse roupão! Vou te dar uma camisa minha para
você vestir, eu preciso descansar um pouco mas quero você aqui quando eu
acordar. — Diz voltando para o closet com o lençol da cama nas mãos me
deixando perplexa com as suas palavras. Esse cara é inacreditável!
Mesmo assim faço o que ele mandou e tiro o roupão indo para sua
cama, me sento na mesma tirando a toalha do cabelo terminando de secá-lo,
então ele volta me entregando a sua camisa, ele veste somente uma cueca e
isso me deixa vermelha de vergonha. John me encara fixamente e sorrir de
lado me fazendo derreter, droga! Odeio quando ele faz isso comigo.
Pego a camisa e me visto rapidamente me acomodando na cama, ele
dá a volta na mesma e também se deita me puxando para os seus braços, me
surpreendendo com isso.
— Porque está me mantendo aqui se está chateado comigo...? Porque
está chateado comigo? Eu sei que não sou tão boa quanto as garotas da boate
então... — Pergunto meio sem graça mas quando dou por mim já tinha
falado, mas ele me interrompe.
— Primeiro! Não estou chateado com você, segundo! Você não fez
nada de errado, pelo contrário... Você me enlouqueceu ainda mais e eu não
estou conseguindo administrar isso, por isso estou puto da vida, mas não é
com você... Terceiro! Você não é boa como as garotas da boate, você
consegue ser melhor que elas mesmo não tendo experiência, então relaxa um
pouco e dorme... Você precisa descansar. — Ele acariciando o meu rosto e
me rouba um beijo calmo, mas muito intenso.
— Você dorme com elas também...? Você beija elas como me beija?
— Pergunto curiosa e ele sorrir de lado.
— Eu não durmo com ninguém docinho, nós só vamos descansar um
pouco relaxa... E eu não beijo prostitutas, pelo que eu saiba você não é uma
por isso beijo você... Sua boca é doce como mel... É viciante. — Diz antes de
me beijar mais uma vez apertando a minha cintura enquanto a sua língua
acaricia a minha com desejo de posse.
— Lá no banheiro.... Quando você disse que iria resolver essa
questão, do que você estava falando exatamente...? Eu não entendi. —
Pergunto entre os beijos então ele para me encarando fixamente.
— Eu não vou usar camisinhas com você, você era virgem, nunca foi
tocada intimamente... Vou marcar médico para você apenas para que se
cuide, para que tome pílula para não engravidar... Mais tarde quando
voltarmos para casa, vou passar em uma farmácia e comprar uma pílula para
você tomar hoje, isso vai evitar uma gravidez indesejada, já que não usamos
camisinha hoje. — Conta me encarando atento e eu balanço a cabeça
concordando.
Ele não diz mais nada apenas se acomoda melhor na cama me
encaixando nos seus braços, não reclamo pois gosto de estar aqui onde me
sinto segura como nunca estive antes, isso é estranho para mim mas eu não
quero evitar, eu quero isso.
Não sei exatamente quando, mas eu apaguei ali, nos braços do meu
chefe, sei que ele não dormiu pois hora ou hora eu sentia os seus dedo
vagarem pelas minhas costas ou pelo meu rosto, mas depois de algum tempo
eu acordo sozinha na cama, não há nem sinal do John aqui no quarto então
me levanto para voltar para o meu.
Olho para janela e o sol já está se pondo, mas ainda dá para dormir
um pouquinho mais, mas quero fazer isso no meu quarto então saio do quarto
do John olhando para os lado, me certificando de que ninguém me veria
saindo dali usando uma das camisas do meu chefe, graças a Deus não vejo
ninguém então me apresso para entrar no meu quarto que fica entre o quarto
de John e o quarto de Giulia, mas eu não tive sorte pois assim que entrei no
banheiro o chuveiro estava quebrado, então Giulia me levou para o quarto ao
lado mas só depois que eu já estava no banho foi que ela me avisou que era o
quarto do John, meu sangue gelou por medo dele se zangar comigo mas ela
me garantiu que não, então fiquei para terminar o banho mas acabei cedendo
aos encantos do Sr. Sarkozy.
Ainda sinto as suas mãos no meu corpo, os seus lábios macios me
beijando por todo lugar, ainda sinto ele dentro de mim e aquela quentura
entre as minhas pernas volta a me consumir, ele é tão lindo, tão forte e tão...
Tão, meu Deus tira esses pensamentos da minha mente! Eu não posso ficar
pensando nele dessa maneira.
Me jogo naquela cama imensa e me lembro da família sequestrada
pelo César e a garota que ainda está desaparecida, eu espero que eles estejam
bem e que consigam ser resgatados a tempo.
Tento deixar esses pensamentos de lado e me entrego ao sono mais
uma vez, me sinto exausta como se tivesse trabalha dois dias seguidos sem
descanso. Não sei por quanto tempo adormeci mas acabei sonhando com
John, com os seus toques e os seus beijos, sonhei com ele me possuindo
como fez antes e com isso sinto o meu corpo inteiro se esquentar, sinto uma
certa dificuldade para respirar e ouço a sua voz sussurrando no meu ouvido.
— Laura...? Acorda docinho? Ou eu vou comer você dormindo...
Porra esses seus sussurros me excitam tanto, você não faz ideia... Ohhh...
Porra você está molhadinha docinho. — Abro os olhos ofegante sentindo ele
esfregar a sua ereção na minha bunda e se posicionar na minha intimidade,
mas não me penetra. Droga eu estou sem calcinha!
— John... O que está fazendo aqui...? Ohhh... John... Ahhh... —
Sussurro quase sem voz de tão ofegante então ele me penetra lentamente até
se instalar dentro de mim.
— Ohhh... Eu acho que nunca vou me cansar de sentir você... Ohhh
que bocetinha gostosa... Quente como o inferno... Ahhh... — Geme no meu
ouvido enquanto entra fundo em mim, me deixando completamente sem ar.
Seus movimentos são rápidos, fundos e fortes me fazendo afundar na
cama, seus lábios quentes estão no meu pescoço chupando a minha pele, uma
de suas mãos na minha cintura segurando firme enquanto se movimentava,
senti-lo deslizando para dentro e para fora de mim me faz alucinar, sinto o
meu corpo tremer e aquela sensação de explosão se aproximar.
— Ahhh... John... John...? Ohhh... — Sussurro ofegante agarrando
com força o travesseiro me controlando para não gritar.
— Não se segure docinho...! Goza comigo vai! Goza Laura...! Ohhh
que mulher perfeita... Gostosa pra caralho... — Geme aumentando mais os
seus movimentos então o sinto latejar dentro de mim, e isso foi o suficiente
para fazer o meu corpo tremer e a minha explosão me atingir. — Isso...!
Assim minha delícia... Ahhh cacete... Porra... Ohhh porra... — Geme ainda se
movimentando dentro de mim então sinto ele se liberar.
Eu nem consigo mais gemer de tão ofegante, estou sem ar e meu
coração bate acelerado como se quisesse sair do peito. John desaba sobre
mim beijando e chupando o meu pescoço, me causando arrepios.
— Porque saiu do meu quarto...? Queria encontrar você lá quando
voltasse... — Questiona em um sussurro chupando o lóbulo da minha orelha
me fazendo estremecer.
— Eu... Eu não sabia se devia ficar... Já que acordei sozinha... —
Confesso com dificuldade ainda excitada por ter a sua barba arranhando o
meu pescoço.
— Eu precisei sair, por isso você estava sozinha mas não precisava ter
saído de lá... Bom, levante-se e se vista pois já vamos embora... Giulia deixou
um lanche para você caso esteja com fome. — Avisa saindo de mim e se
levanta da cama ajeitando a sua roupa.
Me sento puxando o lençol para me cobrir enquanto ele vai em
direção a porta, eu gostei do que fizemos aqui, mas porque estou me sentindo
usada?
— Não demore! Já estamos de saída. — Diz se virando para me
encarar mas eu apenas balanço a cabeça concordando.
Ele sai do quarto me deixando aqui sozinha então finalmente me
levanto, olho de um lado para o outro tentando não me importar com o fato
dele ter vindo aqui, me acordar daquela maneira tão prazerosa e depois sair
como se nada tivesse acontecido, o que eu esperava que ele fizesse? Que se
deitasse ao meu lado e me beijasse como ele tem feito todos esses dias?
Agora tudo mudou, ele já conseguiu o que queria e nada será como eu
imaginei por um milésimo de segundo que seria, que ele seria como um
daqueles mocinhos apaixonados das novelas, porque eu estou falando de
paixão? Eu nem sei como é estar apaixonada, não é o que sinto por ele, mas
novelas quando os casais se dizem apaixonados não tem como sentir o que
eles sentem porque é apenas ficção, mas e na vida real? Como é gostar de
alguém? Como é amar um homem? Como um homem ama uma mulher?
Nessa vida eu só conheci o amor da minha mãe, nem amor de um pai
eu não tive e muito menos o amor de um homem, pelo visto nunca vou ter
estando presa em uma situação como essa.
Deixo os meus pensamentos de lado e visto a roupa que a Giulia
deixou para mim, essa garota é incrível ela está fazendo de tudo para me
agradar, e mal sabe ela que já está fazendo muito sendo minha amiga.
Depois de me vestir decido comer uma salada de frutas com cereais, e
um copo de iogurte que há na bandeja que Giulia deixou para mim, também
há bolo, suco entre outras coisas, será que ela pensou que eu conseguiria
comer tudo isso sozinha? Tem muita coisa aqui e o pouco que comi já me
deixou satisfeita, então saio do quarto e desço até a sala onde já estão todos
me esperando, prontos para voltarmos pra casa.
John me encara tão intensamente mas de um jeito diferente, não sei
dizer o que significa esse olhar mas não parece bom, ele voltou a ficar sério e
não sei dizer se o problema é comigo, não sei o porquê ele ficou assim depois
de ter se deitado comigo, não sei o que pensar já que ele disse que gostou do
que fizemos, mas que inferno! Eu não sei o que pensar de tudo isso.
DUAS SEMANAS DEPOIS...

Os dias estão se passando e ainda não consigo explicar o que está


havendo comigo, me sinto confuso, me sinto perdido sem conseguir definir o
que Laura está fazendo comigo, tudo parece ter mudado depois que estive
com ela pela primeira vez, tudo está mais intenso para mim, está mais
complicado sem conseguir controlar o meu desejo por ela, eu a quero a todo
instante mas ela parece me evitar, não me encara mais como antes mas sinto
que ela está mais sensível a mim, com um simples toque eu consigo
desestabilizá-la completamente, ela se entrega para mim de uma maneira que
ninguém nunca fez antes e isso é o que mais me enlouquece.
Laura está se esforçando nos estudo e também no trabalho, ela
aprende rápido e não está com tantas dificuldades como antes, ela está se
vestindo melhor com a ajuda da minha irmã e isso não está me ajudando,
Laura fica linda usando qualquer coisa, mas quando ela cisma de colocar
aquelas roupas provocantes isso me faz perder o juízo.
— Oi chefe... Está tão pensativo hoje, posso fazer algo para deixá-lo
mais relaxado? — Diz a loira se aproximando com um vestido tão curto que
dá para ver a sua calcinha branca.
— Quando eu precisar dos seus serviços eu te chamo, Agatha, estou
bem assim, obrigado. — Disparo meio incomodado com a sua presença pois
preciso ficar sozinho, a minha mente está dando voltas em torno de uma certa
morena que não sai da minha cabeça.
— Está trabalhando demais chefe, já tem mais de duas semana que
não procura nenhuma das garotas, estamos todas sentindo a sua falta...
Principalmente eu, você não me procura mais. — Comenta se sentando na
ponta da minha mesa puxando ainda mais o seu vestido para cima, mostrando
a sua calcinha minúscula.
— Guarde a sua disposição para os seus clientes, lindinha, eu já falei
que estou ocupado. — Pego os documentos da minha mesa os guardando na
gaveta trancando na chave.
Me levanto da mesa para sair mas ela se joga em cima de mim, se
pendurando no meu pescoço me fazendo bufa.
— Por favor John...? Eu estou com saudades de sentir você, já fazem
mais de três semanas que você não me procura... Eu deixei de ser a sua garota
preferida, é isso? — Pergunta toda melosa passando a mão pelo meu peito
descendo até o meu pau, que deixou de dar sinal de vida para ela é as outras
dessa boate.
Eu não sei o que está havendo comigo, eu só consigo ficar duro com
aquela morena gostosa lá em casa, não consigo pegar nenhuma outra mulher
além dela, não consigo ficar duro para mais ninguém além dela.
— Em primeiro lugar, Agatha, você nunca foi a minha preferia, eu
gostava de te comer e ponto final! Em segundo lugar eu sou o seu chefe e não
o seu coleguinha, então dirige-se a mim como tal! Não é porque você me deu
essa boceta algumas vezes que teremos intimidade ou liberdades de um
casal... Eu fui claro ou vou precisar ser mais específico que isso, Agatha? —
Digo em um tom firme e meio irritado então ela se solta de mim me
encarando séria.
— É por causa daquela sonsa da Laura que você está me rejeitando,
Sr. Sarkozy? Eu sei que ela está na sua casa e que está trabalhando na sua
empresa, poderia ser eu no lugar dela, eu estou aqui a mais tempo... Aquela
sujinha chegou aqui ontem e já está na casa do chefe dormindo na cama
dele... Maldita! — Esbraveja irritada me surpreendendo com o seu tom de
voz.
— Se não quiser ser demitida e sair agora mesmo da minha boate, é
melhor medir as suas palavras para falar de Laura! Onde ela está ou com
quem ela está não é dá sua conta! E nem da conta de ninguém ouviu bem...?
Agora saia da minha frente antes que eu me arrependa de não te mandar
embora agora mesmo! — Me enfureço fazendo ela me encarar assustada
dando alguns passos para trás.
Ela não diz mais nada e se vira saindo do meu escritório apressada, eu
devia tê-la mandado embora por conta do seu abuso, e se isso tivesse
acontecido a duas ou três semanas atrás eu teria demitido-a sem me estressar
tanto, mas ultimamente não estou me reconhecendo, estou me tornando um
frouxo sem o mesmo pulso firme de antes, estou mais tolerável, coisa que eu
deixei de ser a muito tempo atrás.
Minha cabeça gira e dá voltas tentando chegar a um raciocínio lógico
para uma explicação plausível, mas nada acontece.
— MAS QUE INFERNO! DROGA! — Grito furioso chutando a
minha cadeira jogando-a longe.
— Ei chefe? Algum problema por aqui...? Agatha fez algo que o
desagradou? — Pergunta Paulo entrando no escritório me encarando
apreensivo.
— Essas putas estão muito abusadas! A gente come elas uma ou duas
vezes e elas já se acham no direto de fazer cobranças... Eu estou de cabeça
cheia, preciso sair daqui. — Esbravejo alterado pegando as chaves do meu
carro e o celular sobre a mesa. — Se essas prostitutas passarem dos limites,
seja por qual motivo for pode demitir! Não quero gente abusada trabalhando
na minha boate. — O alerto ainda irritado enquanto vou na sua direção,
passando por ele.
Paulo não diz nada mas me encara surpreso. Saio do escritório com
ele vindo atrás de mim em silêncio, passo pelo salão e algumas das garotas
vem se aproximando sorrindo.
— Oi chefe eu... — Diz a ruiva se aproximando mas corto-a no
mesmo instante.
— Não estou com paciência para ninguém hoje Marcelly! Então se
não quiserem ter os dias contados aqui dentro é bom andar na linha, todas
vocês! E você Paulo, só me liga se for urgente, estamos entendidos? — Digo
em alto e bom som encarando a todos e todos me encaram apreensivos.
— Sim chefe! — Respondem juntos então me viro saindo dali.
— Isso é culpa dessa loira falsificada! Você é uma ridícula Agatha. —
Ouço uma das meninas falar enquanto eu saio da boate.
— TODAS CALADAS! Eu tenho ordens do chefe... — Ouço a voz
alterada do Paulo colocando ordens na bagunça.
Entro no meu carro e dou a partida saindo dali, hoje é sábado e
normalmente eu ficaria até o final da noite, mas hoje não quero ficar nem
para ver os trabalho se iniciar, estou estressado querendo me aliviar mas já
fazem dois dias que Laura está me evitando, ela nunca tranca a porta do
quarto mas ultimamente está trancando e isso não está me agradando, o que
está acontecendo com essa mulher? Porque ela está agindo assim? Merda!
Sigo direto para casa com os meus pensamentos em Laura e na
possibilidade de mais uma vez dormir sem senti-la, eu estou enlouquecendo,
no trabalho ela mal me olha e quando chego em casa ela já está trancada no
quarto, mas eu juro que derrubo aquela porta se ela estiver trancada hoje, eu
preciso senti-la, preciso tocá-la e beijar o seu corpo inteirinho.
— Porra! Já estou de pau duro só de pensar nela... Porque que com as
outras isso não acontece mais...? INFERNO! — Esbravejo irritado socando o
volante então entro pelos portões da mansão.
O sol está se pondo e a noite já está caindo, eu espero conseguir
encontrar Laura fora daquele maldito quarto hoje, então entro em casa
decidido a colocar aquela porta abaixo, hoje ela não vai me escapar.
Assim que entro em casa vou em direção a escada, mas vejo Beatriz
saindo do corredor do meu escritório.
— Boa noite Sr. Sarkozy, posso mandar servir o jantar no horário de
sempre? — Diz ela assim que me ver.
— Onde está Laura? Ela está no quarto? — Faço a minha pergunta
ignorando a sua.
— Não senhor, Laura está na biblioteca, passou a tarde toda
estudando e agora está... — Diz toda sorridente mas a interrompo.
— Obrigado Beatriz! Era só isso... Mande servir o jantar no horário
de sempre. — Me aproximo dela indo em direção ao corredor.
Ela não diz mais nada e eu agradeço por isso, não quero me estressar
e ter que mandá-la embora, pois infelizmente Laura gosta muita dela, e aqui
estou eu me importando com isso mais uma vez.
Entro no corredor e posso ouvir uma música vir da biblioteca, me
surpreendo pois a anos não ouço música nessa casa, está tocando uma das
músicas que Laís gostava de ouvirá e dançava pela casa empolgada isso me
pega de surpresa então abro porta entrando na biblioteca, mas paraliso ali em
pé na porta admirando um anjo dançando.
— Laura... — Sussurro admirando ela dançar.
Ela não percebe a minha presença então fecho a porta trancando-a
atrás de mim, me aproximo dela lentamente com os olhos presos nas suas
belas curvas, seus longos cabelos negros voando de um lado para o outro,
seus quadris se movendo em um rebolado sensual me deixando ainda mais
excitado do que já estou, ela põe as mãos na mesa jogando os cabelos
empinando a bunda ainda rebolando, descendo e subindo em um ritmo lento
que fode a minha mente.
— Cacete...! Ohhh... — Gemi me aproximando mais dela segurando
com força o meu pau latejando dentro da calca, então ela se vira
abruptamente me encarando assustada.
—John...? Eu... Eu pensei que tivesse na boate. — Diz ofegante me
encarando envergonhada, me deixando ainda mais excitado com o seu
jeitinho tímido.
Não digo nada, apenas me aproximo mais dela encarando os seus
lábios sedutores, ela dá dois passos para trás batendo a bunda na mesa então
me aproximo mais, ficando apenas alguns centímetros de distância, seguro a
sua cintura e puxo ela para mim vendo-a ofegar ainda mais.
— Porque está me evitando, Laura...? Porque não olha mais pra mim
como antes? Porque está trancando a porta do seu quarto docinho...? Está
com medo de mim ou algo do tipo? Eu fiz algo que não gostou? Me diz? —
Pergunto acariciando o seu rosto e passo o polegar pelos seus lábios.
— John, eu... Eu... Eu não... — Sussurra de olhos fechados e eu não
resisto e seguro-a pela nuca tomando os seus lábios doces para mim.
Seu beijo parece ainda mais saboroso me prendendo ainda mais nele,
sinto o seu corpo vacilar mas mesmo assim ela tenta se soltar de mim, mas
não deixo.
— Me solta John...? Me deixa em paz por favor...? Me solta! —
Esbraveja irritada me empurrando para se soltar, mas posso ver em seu rosto
que ela está chateada comigo.
— Eu não vou te soltar até você me dizer o que está acontecendo!
Porque está me evitando quando eu sei que você me quer...? Me diz o que
está acontecendo Laura? Me diz eu estou mandando? — Pergunto irritado
ainda prendendo ela a mim mas ela consegue se soltar me empurrando com
força.
Ela tenta correr até a porta mas consigo abraçar o seu corpo por trás
prendendo-a mim outra vez.
— Já chega John! Eu estou cansada disso... Você vai na sua boate
transar com aquelas garotas e depois vem pra casa transar comigo também,
como se eu fosse a sua sobremesa, eu não quero mais ser usada assim... Eu
avisei que não me tornaria prostituta de ninguém, nem mesmo pra você!
Agora me solta! — Retruca alterada mas com a voz pesada por sentir o meu
pau pressionando a sua bundinha redondinha, mas as suas palavras me
surpreendem.
— Do que você está falando Laura...? Eu não fui transar com
ninguém docinho eu só quero você... Para de se mexer tanto! Você está me
excitando minha gostosa. — Peço com a voz rouca no seu ouvindo vendo ela
amolecer nos meus braços deitando a cabeça em meu ombro.
— Você está mentindo... Está me tornando uma de suas prostitutas e
eu não quero isso... Eu não quero John, você estava com alguma delas
minutos atrás, e agora quer ficar comigo não é...? Eu te odeio! Me solta
John...! Me solta! — Retruca ainda ofegante mais uma vez tentando se soltar
de mim, mas não deixo e viro ela de frente para min prendendo-a em meus
braços.
— Para de falar bobagens Laura! Não quero torná-la minha
prostituta... Quero torná-la minha mulher vê se entende isso, caramba! —
Afirmo no meu tom forme encarando fixamente os seus olhos surpresos, só
então me dou conta do que eu falei. — Ficou com ciúmes por eu ter ido ver
as garotas da boate...? Não gosta de imaginar que eu estive com alguma
delas...? É isso Laura? Sente ciúmes de mim? — Pergunto tentando mudar o
foco do que eu acabei de confessar sem perceber, Laura me encara
envergonhada e abaixa os olhos.
— Eu não sei dizer, eu... Eu sinto raiva de você quando vai vê-las...
Quando fica muito tempo por lá eu sei que está com alguma delas e eu não
gosto de imaginar isso... Eu te odeio por isso. — Confessa ainda mais corada
tentando se soltar de mim e eu sorrio satisfeito.
— Você me odeia de verdade Laura? Ou você quer me beijar agora é
me deixar possuir você...? Diz a verdade docinho? Me diz o que você quer e
eu te dou? — Aperto a sua bunda pressionando ela no meu pau e sinto o seu
corpo escorregar pelo meu. Abraço o seu corpo levando ela até a mesa.
Ela me encara fixamente com a boca entreaberta mas não diz nada,
coloco ela sentada na mesa me encaixando entre as suas pernas e puxo-a pela
cintura pressionando o meu pau na sua intimidade, ela ofega segurando os
meus braços com força então abraça a minha cintura com as suas pernas,
envolve os seus braços no meu pescoço e avança na minha boca me beijando
ferozmente, era isso que eu queria, era disse que eu precisava nesse
momento, que ela se entregasse para mim.
— Eu não te odeio... Ohh eu não te odeio John... Eu quero você...
Quero você agora... Ohh... — Sussurra na minha boca de olhos fechados me
surpreendendo com o seu pedido, mas sorrio satisfeito com a sua entrega.
— Você é minha Laura... Você é todinha minha e você me tem a hora
que quiser docinho... Ohhh gostosa... — Sussurro na sua boca enquanto abro
a minha calça libertando o meu pau. Puxo a sua calcinha para o lado ansioso
para estar dentro dela.
Me posiciono na sua entrada úmida e apertadinha e deslizo para
dentro da sua carne, sentindo a sua temperatura quente.
— Ohhh Deus... Ohh que mulher gostosa... Deliciosa demais... Ahh
Laura. — Gemi metendo fundo nela tentando me controlar para não pegá-la
de jeito.
Laura geme me encarando tão intensamente que eu avanço na sua
boca beijando-a ferozmente, tentando aplacar esse desejo insano que sinto
por ela. Laura se inclina para trás apoiando as mãos na mesa e eu passo os
meus braços por baixo das suas pernas, penetrando-a mais forte.
— Oh Meu Deus... Ohh isso... Isso... Mais forte...? Mais forte John...?
Eu vou gozar... Oh Deus eu vou gozar... Ohhh.. — Geme jogando a cabeça
para trás e eu saio dela descendo ela da mesa.
Viro ela abruptamente colocando as suas mãos na mesa de costas para
mim, meto a mão na sua calcinha arrebentando-a para tirá-la do meu
caminho, me encaixo novamente na sua entrada e a preencho novamente
metendo nela com força como ela pediu.
— É assim que você quer docinho? Assim está bom pra você minha
delícia...? Ohhh merda... Porra... Ohhh... Você é tão gostosa... É tão minha...
Minha gostosa... Ahhh.... — Agarro os seus cabelos com uma mão e sua
cintura com a outra metendo nela com vontade.
— Isso... Isso.... John... Ohhh Johnnn... — Geme quase sem voz então
sinto a sua intimidade se contrair me apertando e ela goza, me fazendo gozar
em seguida.
— Ohhh caralho... Puta merda... Ohhh isso... Isso... Goza gostoso pra
mim docinho... Goza minha pequena... Ohhh Deus... — Gemo descontrolado
como não faço a anos, mas nas últimas semanas tem acontecido com
frequência, essa garota é surreal.
Laura desaba sobre a mesa ali de bruços e eu ainda dentro dela
sentindo que tem posso desabar a qualquer momento. Diminuindo aos poucos
os meus movimentos ainda latejando dentro dessa bocetinha perfeita que ela
tem.
Ergo o seu vestido acariciando as suas costas e me inclino tirando os
cabelos do seu rosto, beijo o seu pescoço chupando a sua pele macia e ela se
arrepia.
— Nunca mais fuja de mim, ouviu...? Você é minha docinho, não
consigo mais ficar sem sentir você... Estou viciado em você Laura... Coloca
na sua cabeça que eu só quero você, por isso você é minha... Só minha e de
mais ninguém. — Sussurro no seu ouvido e ela geme erguendo a cabeça para
me encarar, mas beijo-a com calma.
Saio dela ajeitando a minha roupa e vou até o aparelho de som para
desligá-lo, volto em direção a Laura e ela está ajeitando o seu vestido de
cabeça baixa, sem me encarar.
— Você já devia estar acostumada com as nossas transas, não tem o
porquê você ficar com vergonha de mim... Você já sabe o bastante sobre mim
e eu sobre você, trabalhamos juntos na mesma empresa e dormimos sobre o
mesmo teto, você até conhece a minha família e todos te adoram. — Me
aproximo mais puxando ela pela cintura erguendo o seu queixo para me
encarar. — Você é minha, não tem que ficar com vergonha de mim, ouviu...?
Pode fazer o que quiser comigo, a hora que quiser, se não quiser pedir
diretamente, não peça... Faça está bem? — Mais uma vez passo o meu
polegar pelos seus lábios e sinto ela amolecer, mas se solta de mim.
— Meu Deus você só pensa nisso... Como aguenta fazer isso a toda
hora? Todo dia? — Questiona envergonhada indo colocar os livros no lugar e
eu sorrio, admirando o tom vermelho no seu rosto.
— A culpa é sua... Ninguém mandou ser tão gostosa. — Abraço-a por
trás e mesmo tentando se soltar de mim, sinto o quanto ela está tensa e
vulnerável.
— Já está quase na hora do jantar, eu vou subir para tomar um
banho... Com licença. — Ela se solta de mim indo apressada em direção a
porta.
Fico aqui parado vendo ela destrancar a porta sumindo pela mesma,
me deixando aqui pensativo, porque eu disse a ela que quero torná-la minha
mulher? Ela já é minha então eu não tenho necessidade alguma de... Eu...
Mas que merda está acontecendo comigo? Porque eu não consigo decifrar o
que eu quero e o que eu sinto em relação a ela?
Eu preciso pôr a minha mente em ordem, eu preciso enxergar algo
que eu não estou consigo ver mas parece que a minha mãe e o meu pai estão
vendo algo que para mim não faz o menor sentido, o Sr. Conrado e a dona
Marília acham que a minha ligação com Laura não é apenas pela sua
semelhança com Laís, mas eu não acredito nisso, isso não pode ser verdade.
Porque esse homem consegue me dominar com tanta facilidade?
Porque eu não consigo evitá-lo por muito mais tempo? Porque eu fico com
raiva quando ele vai naquela boate? Eu sei! Porque ele vai para ficar com
aquelas garotas e depois volta para me assediar e a idiota aqui cai nos seus
encantos, mas hoje aconteceu algo que me pegou de surpresa, ele disse que
quer me torna a sua mulher, mas não sei se ele disse isso apenas para me
convencer de que não estava com as outras, ele é um homem lindo atraente,
além de muito intimidador.
John tem um poder sobre mim que eu não consigo descrever em
palavras, e agora aqui estou eu terminando o meu banho para me arrumar e
descer para jantar com ele, eu estava jantando mais cedo e as vezes jantava
no quarto, mas ele exigiu que eu descesse para lhe fazer companhia, e nesses
nossos encontros na mesa começamos a conversar mais.
Estou tentando me soltar mais e não ser tão envergonhada, mas não
tem jeito, ele consegue me tirar do eixo com apenas um olhar, e as suas
pegadas fortes e repentinas acabam comigo no mesmo instante, ele sabe
como me ganhar e está usando isso a seu favor, eu por minha vez não tenho o
que usar a meu fazer, eu sou fraca e sempre me entrego a ele sem nem ao
menos perceber.
As semanas estão passando rápido e junto com elas estou ganhando
mais experiências de vida, estou me focando nos estudos e também estou me
esforçando bastante no trabalho, John conversou com Giulia e ela se
encarregou de marcar médicos para mim, já fui na ginecologista, já fiz todo
tipo de exames apenas para check-up, como Giulia mesmo diz, já que fiquei
tantos anos sem poder ir ao médico e precisava ver como está a minha saúde.
Também comecei a fazer o acompanhamento com o psicólogo como
todos sugeriram e isso está me ajudando muito, os meus pesadelos estão
diminuindo e estou conseguindo dormir mais tranquila, também consegui
tirar os meus documentos e dei graças a Deus, por aquele desgraçado do
César ter entregado a minha certidão de nascimento no dia que me vendeu,
isso facilitou muito a minha vida pois assim eu não precisei voltar naquela
casa onde fui mantida presa por tantos anos, e nem John precisou correr atrás
para conseguir algum documento que eu pudesse usar.
John ainda está estressado pois ao que parece, a última garota
sequestrada ainda não foi encontrada, e John percebeu o quanto essa situação
me afeta por eu já ter vivido um inferno nas mãos daquele canalha, e agora
tem mais uma garota lutando para sobreviver a essa covardia causada por um
monstro, que entrou na minha vida me pedindo para chamá-lo de pai, para
semanas depois começar a me desrespeitar tentando abusar de mim.
Desço para o jantar e John já estava na mesa me esperando, me
acomodo no lugar de sempre e ele dá ordens para servirem o jantar,
começamos a comer em silêncio mas John não tira os olhos de mim, e isso já
está me deixando sem graça.
— Porque está me olhando desse jeito...? Está me deixando sem
graça. — O encaro brevemente enquanto me sirvo um pouco mais do suco de
goiaba.
— Estou tentando entender algumas coisas, e.. Eu preciso olhar bem
para você para entender essas coisas. — Se justifica me encarando fixamente
me deixando confusa com as suas palavras.
— Como assim? Entender o quê...? Tem algo de errado comigo? —
Pergunto curiosa mas ele me encara daquele jeito malicioso que me
desestabiliza.
— Não tem nada de errado com você, docinho, pelo contrário, é tudo
tão certo que eu tenho receio de errar... Acho que eu preciso sentir você mais
uma vez hoje. — Ele me encara tão intensamente que eu me engasgo com o
meu suco começando a tossir.
Olho mais a diante da mesa e Beatriz parece distraída com alguma
coisa e não percebeu ou não ouviu o que o nosso chefe disse.
— Você ficou louco...? Não pode falar essas coisas para mim na
frente dos outros... Alguém pode descobrir o que acontece entre o chefe e a
empregada debaixo do mesmo teto, e isso não vai ser legal para mim. — O
repreendo o encarando séria e ele fecha a cara me encarando ainda mais sério
que antes.
— Os meus empregados não são pagos para pensar ou deixar de
pensar Laura, você se preocupa demais com isso, eu já falei que você é
minha! — Diz entre dentes me encarando severamente e se levanta da mesa
jogando o guardanapo sobre o prato.
O que foi que eu disse de errado? Eu tenho certeza de que não estou
me preocupando a toa, sei que as minhas preocupações tem algum
fundamento porque assim como nas novelas, na vida real o podre sempre se
dá mal, a corda sem arrebenta do lado mais fraco, o inocente sempre parece
culpado e eu não quero ser acusada ou culpada de nada, não quero virar
assunto na boca dos outros empregados porque depois que ele se cansar de
mim, ele me deixa de lado e eu volto a ser uma Zé ninguém como sempre fui.
— Laura o que houve? Porque o Sr. Sarkozy saiu daquela maneira...?
Aconteceu alguma coisa? — Pergunta Beatriz se aproximando olhando na
direção que John saiu.
— Eu não sei, ele estava falando do trabalho e de repente se
aborreceu. — Tento não revelar a verdade a ela, Beatriz ainda não sabe sobre
o meu passado mas ela já está desconfiada que existe algo entre mim e John,
e eu não queria isso.
— Nossa, deve ser algo sério porque ele parecia bem zangado. — Ela
parando ao meu lado pensativa e eu a encaro atenta.
— E então Beatriz? Vai me dar as respostas para as minhas
perguntas...? Por favor? Eu não vou contar nada a ele, ninguém vai saber que
foi você quem me contou nada... Responde pelo menos uma das minhas
perguntas...? Quem é Laís? Porque o Sr. Sarkozy está sempre me
confundindo com ela? Quem é essa mulher? — Pergunto me levantando me
aproximando mais dela, a encarando séria e ela respira fundo antes de
começar a falar.
— Ok! Você venceu pela insistência... Eu vou te contar mas isso
morre aqui, ouviu bem? — Diz ela olhando em direção a sala antes de me
encarar novamente.
— Eu juro que não vou falar para ninguém que você me contou, agora
desembucha por favor? Eu preciso saber. — Peço segurando firme a sua mão
então ela diz algo que eu não estava preparada para ouvir.
— Laís Sarkozy, esse é o nome da falecida esposa do Sr. Sarkozy...
Talvez ele esteja impressionado com a sua beleza porque... Porque você se
parece com a falecida esposa dele, a semelhança entre vocês é surpreendente,
acho que é por isso que ele te trata de maneira diferente, mas isso pode ser
um ponto a seu favor... — Revela me encarando apreensiva mas a
interrompo.
— Não Beatriz! Como isso pode ser um ponto a meu favor? Eu não
quero ser enganada por ele por eu me parecer com a sua falecida esposa...
Eu... Eu não acredito nisso... Eu não posso me parecer tanto assim com ela...
Não é verdade... — Contesto em um sussurro não acreditando que estou
sendo usada por me parecer com a falecida, isso não é justo.
— Eu vou te provar que eu não estou mentindo, no escritório do Sr.
Sarkozy, na gaveta da mesa dele tem uma foto de família com ele, a esposa e
o filho, se você conseguir chegar até essa foto você vai ver que não estou
mentindo... Quando a Sra. Laís morreu, o Sr. Sarkozy nos fez tirar todas as
fotos dela e do filho dessa casa, para não sofrer a perda deles, ele ficou tão
arrasado, esse homem ficou destruído ele se transformou em outra pessoa
para tentar esconder a dor que sentia... Você lembra muito a falecida e eu
tenho quase certeza de que é você quem está mudando ele Laura... Eu acho
que ele se apegou a sua semelhança com a Sra. Laís, ele está substituindo ela
por você para manter a esposa viva. — Revela com um pesar na voz e eu
sinto uma lagrima descer pelo meu rosto, ainda não estou acreditando em
tudo que estou ouvindo.
— Ele... Ele vê em mim a esposa morta...? Eu não... Eu... Isso é
demais para mim... Isso não pode ser possível, ele não pode brincar comigo
dessa maneira. — Digo em um fio de voz me segurando para não chorar.
Ele está me usando por eu me parecer com esposa, por isso ele me
chama de Laís! Porque ele me confunde com ela!
— Laura você está bem...? Laura? O que você tem você está pálida?
— Pergunta estalando os dedos na minha frente e eu a encaro perplexa.
— Eu estou sem ar... Eu preciso respirar... Eu... Preciso respirar. —
Sussurro já saindo da sala correndo em direção a porta de saída e passo por
ela saindo para o jardim.
Puxo o ar para os meus pulmões tentando respirar, mas sinto a minha
cabeça pesar uma tonelada, eu não acredito no que está acontecendo, será que
ele também imagina que sou a esposa quando estamos transando? Quando me
beija é ela que ele pensa estar beijando? Por isso ele está me ajudando? Por
isso está me mantendo nessa casa? Pela minha semelhança com a esposa? Ele
a vê em mim por isso me escolheu? Não! Não pode ser isso, ele não pode
fazer isso comigo essa história não é verdade!
Tento esvaziar a minha mente então me lembro da foto que Beatriz
falou, na gaveta da mesa no escritório tem o que eu preciso ver para acreditar
em tudo isso, dou meia volta para entrar na casa e me deparo com Beatriz
atrás de mim me encarando preocupada.
— Por favor Laura? Ele não pode saber que eu te contei, mas essa é a
verdade, a família dele também vê em você a Laís que se foi a cinco anos,
todos veneravam essa mulher e por isso estão tão focados em você... Eu estou
te alertando Laura para o seu bem, para que você não se machuque quando
descobrir a verdade meu anjo... Eu me preocupo com você pois sei que estão
se envolvendo, mas eu não quero que se iluda com o patrão, ele só está te
usando Laura... Por favor me promete que você não vai contar que fui eu
quem te contou tudo isso? Eu não posso perder esse emprego Laura...! Você
me pediu respostas e eu te dei, saiba usá-las está bem? — Ela me encara
apreensiva e sei que ela quer o melhor para mim.
— Como você sabe que estamos nos envolvendo...? Que eu e o Sr.
Sarkozy estamos... — Pergunto envergonhada e ela força um sorriso meio
sem graça.
— As paredes tem ouvidos Laura... E vamos concordar que o nosso
chefe não é nada discreto, todos já sabem que vocês estão juntos mas o patrão
nos proibiu de falar de você pela casa... Não entendo o porquê está
trabalhando se está se tornando mulher dele, talvez você até ocupe o lugar da
senhora Laís, já que se parecem tanto. — Comenta me encarando mais séria
que o normal e tudo que eu queria agora era um buraco para eu me enterrar
de tanta vergonha.
— Não quero ocupar o lugar da Sra. Laís, eu não estou nessa casa
com essas intenções, eu estou aqui porque eu fui comprada Beatriz...! Eu era
mantida presa dentro de casa pelo meu padrasto e ele tentava abusar de mim
todos os dias, eu lutei muito para sobreviver a isso mas a minha mãe não teve
a mesma sorte... O meu padrasto me vendeu como se eu fosse uma
mercadoria e me jogou dentro de uma boate, para me transformarem em uma
prostituta, mas como eu me recusei a isso me trouxeram para essa casa mas
eu não queria estar aqui... Eu não quero estar aqui droga! — Digo entre
lágrimas deixando Beatriz perplexa com tudo que revelei. Entro correndo em
casa decidida a me trancar no meu quarto.
Mas quando passo pela sala me lembro mais uma vez da foto, então
vou em direção ao escritório rezando para ele não estar lá, assim que me
aproximo da porta vejo que está aberta, então entro olhando para os lados
mas não tem ninguém. Entro rapidamente indo direto onde Beatriz disse que
estava a tal foto, abro a gaveta e vejo um porta retrato virado de cabeça para
baixo e por um milésimo de segundos, cogitei a possibilidade de não tocar
nele, mas eu não posso ficar com essa dúvida, eu preciso saber se Beatriz está
dizendo a verdade então pego o porta retrato, virando-o lentamente.
— Meu Deus... Não pode ser... — Sussurro encarando aquela foto
impactada pela aparência dessa mulher.
Ela realmente se parece comigo mas também parecer ter bem mais
idade que eu, mas é claro, ela era casada com ele é tinha um filho, um
garotinho lindo com um sorriso tão largo mostrando os seus dentinhos, por
um momento eu sorrio admirando aquele garotinho com rostinho de anjo,
mas foco os meus olhos nos rostos de John e a esposa, sorrindo tão felizes
que sinto o meu estômago sendo esmagado, como ele pode ter feito isso
comigo? Como ele consegue me usar dessa maneira e continuar com a
consciência tranquila? Sinto as minhas lágrimas descerem sem parar e uma
dor aguda atingir o meu peito.
— O que você está fazendo? Porque está mexendo nas minhas coisas?
— Me assusto com a sua voz alterada e no susto deixo o porta retrato cair
quebrando o vidro da moldura.
— Me desculpe eu... Eu não queria mexer nas suas coisas mas me
deixei mover pela curiosidade... Eu precisava saber a verdade porque sei que
você nunca me contaria isso... Está me usando esse tempo todo! Foi por isso
que você me trouxe para cá! Para substituí as lembranças da sua falecida
esposa...! Você não está tentando me transforma em uma prostituta, está
tentando me transforma em uma substituta... Quer que eu ocupe o lugar da
sua esposa na sua cama, é por isso que está me mantendo nessa casa! É por
isso que a sua família está se empenhando tanto para me ajudar, por uma
semelhança...! Não é de mim que vocês gostam, é da minha semelhança com
ela, com a sua esposa...! Você pode não admitir mas está sim me usando, nem
você e nem a sua família se importam comigo pelo que eu sou, só estão me
ajudando preocupados em manter viva a memória da sua esposa... É por isso
que você me confunde com ela, por isso me chama de Laís. — Solto tudo de
uma só vez antes que ele me interrompa, me castigue ou algo do tipo, mas ele
se mantém sério me encarando fixamente.
— Você não sabe o que está dizendo, Laura! É verdade sim que você
se parece com ela, mas não é por isso que você está aqui, não é por isso que
eu quero você... — Ele fecha a porta antes de vir na minha direção mas eu o
interrompo.
— Você não me quer! Você quer a sua mulher! A sua esposa mas isso
eu nunca vou poder te dar, isso você nunca vai ter de mim porque eu te
odeio...! Eu não conseguia te odiar antes mas agora eu consigo... NÃO
TOCA EM MIM! EU NÃO QUERO MAIS VOCÊ TOCANDO EM MIM!
— Rebato entre lágrimas e grito me afastando quando ele tenta me tocar.
— Para com isso Laura! Você ficou louca? Não estou tentando
substituir ninguém por você...! Como você descobriu essa foto? Alguém te
falou alguma coisa! Alguém está enchendo a sua cabeça e eu quero saber
quem foi...! ME DIZ AGORA LAURA! QUEM ESTÁ ENCHENDO A SUA
CABECA DE BESTEIRAS? QUEM ESTÁ TE COLOCANDO CONTRA
MIM? — Pergunta irritado e grita jogando as coisas da mesa no chão me
deixando apavorada.
Não consigo respondê-lo pois estou assustada com a sua reação, eu
não posso dizer a ele quem me contou isso porque eu prometi não contar.
— Vamos Laura! Me diz quem está colocando essas coisas na sua
cabeça? Porque isso não é verdade! Eu não tenho o porquê mentir para você,
se eu quisesse só te usar eu não precisaria trazer você para minha casa, se
fosse só para te usar eu usaria e ponto final! Porque você é minha de um jeito
ou de outro...! Agora me diz quem fez isso ou eu vou mandar todo mundo
embora! Você quer que uma única pessoa seja responsável por eu demitir a
todos? Então será isso que vai acontecer! — Esbraveja alterado como nunca
vi antes, ele vai em direção a porta me fazendo arregalar os olhos
preocupada.
— Não por favor...? Ninguém me falou nada eu descobri sozinha... —
Tento me justificar indo na sua direção, mas paro a um metro de distância
quando ele me interrompe aos gritos.
— NÃO MINTA PRA MIM LAURA! EU SEI QUE ALGUÉM
COLOCOU ESSAS COISAS NA SUA CABEÇA! MAS SÓ HÁ UMA
PESSOAS NESSA CASA COM INTIMIDADE PARA CONVERSA COM
VOCÊ...! Foi a Beatriz, não foi? Você já intercedeu por ela uma vez mas isso
não vai acontecer uma segunda vez, ela é a única nessa casa com tempo o
suficiente para inventar esses absurdos...! Mas isso não vai ficar assim, eu
quero essa mulher fora da minha casa agora mesmo! — Grita ainda alterado
me encarando severamente me deixando ainda mais assustada e preocupada.
Ele abre a porta saindo por ela apressado e eu vou atrás ainda receosa
e com medo de ser castigada, mas eu sei que Beatriz não inventaria uma
história absurda dessas.
— BEATRIZ! ONDE ESTÁ BEATRI ! — Grita nervoso chamando
por Beatriz fazendo o meu coração quase saltar pela boca. — EU QUERO
TODOS OS MEUS FUNCIONÁRIOS AQUI NA SALA AGORA MESMO!
SE FALTAR UM TODOS SERÃO DEMITIDOS! — Grita no centro da sala
e eu fico aqui na entrada do corredor chorando em silêncio e com medo dele
realmente demitir a todos.
Aos poucos vejo todos os empregados entrando rapidamente na sala,
até mesmo os seguranças, quando já estão todos aglomerados ali diante de
John, vejo Beatriz entrar na sala animada, mas a sua animação desaparece ao
ver o nosso chefe furioso e todos os empregados reunidos.
— Mandou nos chamar patrão? Acho que já estão todos aqui. — Diz
um dos seguranças se aproximando entre os outros.
— Sim Kaio! Eu mandei chamá-los porque tem algo grave
acontecendo aqui, e isso tem que se resolver agora! Ou estarão todos na rua
ainda hoje! — Avisa John ainda alterado e todos o encara atento e receosos.
— Porque a Laura não está entre nós patrão? Ela é tão funcionária
quanto qualquer um aqui então... — Dispara uma das empregadas mas John a
interrompe.
— Engano seu e de qualquer um aqui, que acha que Laura é apenas
uma empregada nessa casa! Laura é minha mulher e eu exigi que tivessem
respeito por ela! Mas parece que vocês são corajosos o suficiente para
colocarem os seus empregos em jogo... Por isso você não precisa ficar para
essa reunião, Srta. Dantas, você já está demitida! Alguém mais quer me
desafiar e se juntar a ela? A hora é essa pois vocês não terão uma segunda
oportunidade para isso! — Esbraveja em alto e bom som ainda irritado e
todos abaixam a cabeça, menos a empregada que sai o encarando surpresa.
Porque ele está dizendo a todos que sou mulher dele? Eu não sou e
nunca vou ser!
— Você falou que nenhum de nós seríamos demitidos Beatriz! É
melhor você consertar isso porque eu não posso perder o meu emprego! —
Diz a empregada encarando Beatriz furiosa.
Mas como assim? Não estou entendendo nada, o que a Beatriz tem a
ver com ela perder o emprego?
— Eu também não quero perder o meu emprego por causa da Beatriz,
não é porque ela está nessa casa a anos que pode nos intimidar a fazer o que
ela quer! — Dispara uma outra empregada dando um passo à frente me
pegando de surpresa com a sua confissão. — Me desculpe, Sr. Sarkozy... Eu
gostaria de pedir desculpas também a Laura se fiz algum comentário
desagradável a seu respeito, mas todos nós só estávamos acatando as ordens
da Beatriz, ela é a governanta da casa e na ausência do patrão, ela se acha a
dona do mundo, Laura é muito ingênua e não percebeu que estava sendo
enganada esse tempo todo... Beatriz só estava fingindo ser sua amiga mas ela
não é amiga de ninguém. — Revela a emprega me encarando atenta então
John se vira me encarando sério.
— Isso é um absurdo! Eu jamais faria algo assim, Sr. Sarkozy, é por
estar nessa casa a anos que eu tenho o maior respeito pelo senhor e por toda a
sua famí... — Argumenta Beatriz dando alguns passos na direção do John, o
encarando aflita mas ele a interrompe.
— Se você tivesse respeito por mim e pela minha família, você não
teria feito o que fez...! Qual era o seu objetivo para colocar Laura contra
mim? Porque você colocou aquele porta retrato no meu escritório? Você
queria que Laura o encontrasse, não era? Quer confundi-la para que ela fique
contra mim...? Eu devia te processar por calúnia e difamação, mas por hora
eu me contento com você fora da minha casa, AGORA MESMO! —
Esbraveja se aproximando dela furioso e a mesma se encolhe intimidada com
o seu tom de voz.
— Tire essa mulher da minha frente, Kaio! Ou você também será
demitido! — Ordena naquele seu tom rouco de raiva e o segurança se
aproxima de Beatriz, mas eu me Deixo mover pelo impulso.
— Espera! — Peço me aproximando deixando o meu coração se
encher de mágoa.
— Você não vai mais interceder por ela Laura! Não depois do que ela
te fez, eu não vou permitir isso! — John se coloca na minha frente mas o
encaro o mais séria e magoada que consigo.
— Não se preocupe Sr. Sarkozy! Eu não vou interceder por ninguém.
— Passo por ele me aproximando de Beatriz ainda deixando as minhas
lágrimas silenciosas caírem. — Em toda a minha vida eu pensei ter conhecido
um único monstro, pensei ter convivido com a única pessoa capaz de fazer
mal a alguém, mas eu estava enganada... Aqui fora tem outros monstros
iguais ou piores que César, e eu não mereço passar por isso... Eu confiei em
você, pensei que fosse minha amiga mas na verdade estava tramando contra
mim! Eu supliquei para que você não fosse demitida uma vez, mas agora eu
suplico para que você nunca mais apareça na minha frente...! Eu odeio
você...! EU ODEIO VOCÊ! — Digo entre dentes sentindo o ódio me
consumir, então grito lhe acertando uma bofetada.
Isso fez eu me sentir melhor mas ainda estou magoada, talvez eu
devesse fazer de novo mas não tenho a mesma coragem. Beatriz me encara
furiosa e sei que está louca para voar no meu pescoço.
— Agora você já pode tirá-la daqui, Kaio...! Por favor. — Encaro o
segurança antes de encarar Beatriz, então me viro encarando John que me
encara surpreso com a minha explosão. — Se quiser me castigar ou me
colocar na rua pelo meu comportamento fique a vontade senhor, eu não me
importo...! Com licença. — O encaro fixamente tentando segurar as minhas
lágrimas, então me viro indo em direção a escada.
— Espera Laura! Ainda precisamos conversar... Laura? — Ouço a sua
voz grave em um tom firme mas não me importo e subo a escada correndo.
— TIREM ESSA MULHER DAQUI! EU NÃO QUERO VÊ-LA
NESSA CASA OUTRA VEZ... Quanto aos outros, vocês ainda me devem
uma explicação para o que fizeram, é a mim que vocês devem obediência e
são as minhas ordens que devem ser seguidas, seus inúteis! — Esbraveja
enquanto entro no corredor mas seus gritos são ensurdecedor, já estou quase
chegando no meu quarto e ainda ouço os seus berros.
Corro para o meu quarto e entro trancando a porta, não quero ver
ninguém, não quero olhar na cara desse mentiroso que estava me enganando
esse tempo todo. Beatriz errou mentindo para mim se fazendo de minha
amiga, mas o que ela disse faz muito sentido, John está me mantendo aqui
por eu me parecer com a sua esposa, ele não se importa comigo ele só se
importa com a minha aparência.
A família dele também ficou bastante impressionada quando me
viram pela primeira vez, com certeza eles também estão me ajudando pela
minha semelhança com alguém que eles amavam, é isso, ninguém será capaz
de me amar, todos mentem para mim, todos me ajudam com algum conflito
de interesses e eu não suporto mais isso.
Depois de me jogar na cama e chorar tudo que eu tinha para chorar,
eu me acalmo ao me lembrar da minha mãezinha.
— Mamãe...? Eu sinto tanto a sua falta... Você foi embora e me
deixou sozinha nesse mundo... Porque você fez isso comigo? Eu sinto a sua
falta... Sinto muito a sua falta mamãe. — Desabafo deixando as minhas
lágrimas caírem mais uma vez, pela saudade que sinto dela nesse momento.
Choro mais uma vez com os meus pensamentos na minha mãe e
quando estou quase pegando no sono, ouço alguém bater na porta
insistentemente.
— Laura abre a porta! Precisamos conversar...Por favor abre a porta?
Me deixa explicar o que aconteceu...? Laura abre essa porta! — Ouço sua voz
grave e levemente alterada mas eu não o respondo, não quero vê-lo mais por
hoje, mas sei que amanhã terei que encará-lo. — Ou você abre essa porta ou
eu vou derrubar, Laura! Porra fala comigo docinho, por favor? — Pede
impaciente e eu reviro os olhos quando ele me chama de docinho.
— Faça o que achar melhor, Sr. Sarkozy! A casa é sua. — Esbravejo
também irritada pela insistência dele e as batidas na porta param.
Me sento na cama esperando a porta ser arremessada longe mas isso
não acontece, não ouço mais a voz de John então me deito novamente, eu
sabia que ele não insistiria agora que já sabe que eu descobri o que ele está
fazendo comigo, eu espero que ele enxergue o mal que está me fazendo
brincando comigo dessa maneira, porque eu não vou mais ceder a ele, eu não
quero mais ceder.
Me afundo em pensamentos até pegar no sono ainda sem saber o que
será de mim a partir de amanhã, não sei se John vai me mandar de volta para
boate ou o que vai fazer comigo, embora eu sei que ele não vai me deixar ir
porque o dinheiro dele foi gasto comigo, e mesmo me pagando para trabalhar
com ele, John não vai aceitar que eu pague para ele me deixar livre, ele
parece obcecado em me manter nessa casa.
No meio da noite sinto o outro lado da cama afundar mas não dou
importância, deve ser o meu subconsciente mexendo com a minha
imaginação, então me entrego ao sono novamente. Sinto um carinho gostoso
no meu rosto e me permito sonhar com a minha mãezinha.
Ando por um jardim extenso com um gramado tão verde que me
encanta, há muitas flores amarelas, azuis brancas e vermelhas, a coisa mais
linda que já vi na vida ali me trazendo a minha paz, a paz que eu sempre
procurei e nunca encontrei.
Olho a minha volta sorrindo largamente, admirando aquele paraíso e
me deparo com um anjo me estendendo as mãos, olho fixamente na sua
direção e as minhas lágrimas rolam pelo meu rosto.
— Mamãe...? Como você está aqui? Como isso é possível...? Eu
preciso tanto de você mamãe, porque você me deixou? Eu te amo tanto...
Mamãe? — Me aproximo dela aos prantos e ela me abraça forte me
apertando contra o seu corpo.
— Me perdoe por tudo que eu te fiz passar, filha...? Me perdoe por
não estar ao seu lado minha princesa...? Eu te amo querida, seja forte, você
agora é uma mulher, uma mulher linda, uma mulher guerreira e vai vencer
qualquer obstáculo, seja ele qual for... Não se deixa abater filha...? Não chore
mais porque a cada lágrima derramada eu sofro ainda mais meu amor. — Me
aconselha também chorando abraçada a mim, acariciando os meus cabelos
com carinho.
— Eu não vou aguentar mamãe, só você me amou nessa vida e eu não
tenho mais você ao meu lado... Eu não quero ficar sozinha...? Eu não aguento
mais me sentir sozinha sem poder confiar em ninguém... Por favor me
ajuda...? Me ajuda mamãe? — Peço entre lágrimas me afastando para admirar
o seu rosto iluminado por uma luz brilhante. Ela beija a minha testa, um beijo
demorado mas um beijo de amor.
— Você não está sozinha Laura... Você não está sozinha minha
princesa... Ele vai cuidar de você, confia nele pois seu coração é puro, essa
camada de amargura em volta dele está se desfazendo porque você está
aqui... Não se preocupe tanto filha, os seus sofrimentos já não existem mais,
você vai ser feliz e eu sempre vou estar ao seu lado... Eu não vou deixar você
se sentir sozinha, eu prometo...! Eu te amo filha, nunca se esqueça disso, está
bem? Eu te amo. — Diz acariciando o meu rosto com tanto amor, aquele
mesmo amor que eu tento sinto falta. Ela olha para o lado com um sorriso
amoroso no rosto.
Acompanho o seu olhar e vejo uma mulher linda com um garotinho
no colo, e ambos sorrindo para mim, sorrio de volta e o garotinho me manda
um beijo, mas quando eu tento me aproximar sinto os meus pés presos no
chão, encaro a minha mãe e ela está com o mesmo sorriso no rosto, então
encaro mais uma vez aquela mulher e o garotinho, eles mantêm o mesmo
sorriso no rosto então me lembro da foto.
— Laís... — Sussurro encarando-a surpresa e ela continua sorrindo de
um jeito tão doce. — Como isso é possível...? Você... O John... Eu... Eu sinto
muito por... — A encaro apreensiva me lembrando o quão íntima eu estive de
John, mas ela se aproxima ainda sorrindo e acaricia o meu rosto.
— Traz ele de volta Laura? Cuida dele por mim, querida...? Eu o
amo, ele também me amou muito, mas isso foi no passado, agora ele precisa
de você, Laura, faça-o feliz e você também será, ambos precisam disso. —
Diz ela se afastando aos poucos e o garotinho estende as suas mãozinhas para
mim, olhando entre mim e a mãe dele.
— Espera! Não vai...? Por favor não vai? Eu não sei o que fazer... Eu
preciso de ajuda, não vai! — Peço aflita tentando me aproximar mas ela se
afasta cada vez mais, ainda sorrindo para mim assim como o garotinho. —
Mamãe me diz o que fazer? Eu... Mamãe...? Mamãe não vai? Por favor não
me deixa de novo...? Não vai por favor mamãe! — Peço desesperada
tentando correr até ela mas não consigo me mover.
Olho em direção a Laís e ela não está mais ali, olho de volta para
minha mãe e ela está bem distante mas consigo ouvi-la dizer que me ama,
antes de desaparecer completamente me deixando aqui nesse jardim sozinha,
de novo estou sozinha e eu mal consigo entender o que aconteceu aqui,
porque elas foram embora? Elas desapareceram me deixando com esse
turbilhão de pensamentos, como vou conseguir raciocinar sozinha com a
minha mente tão carregada de sentimentos desconhecidos? Mágoas, medos e
receios, eu não sei o que fazer e nem como fazer, estou literalmente perdida.

Na manhã seguinte acordo sentindo algo quente contra o meu corpo,


sinto que estou presa a algo ou alguém então abro os olhos, me deparando
com esse peitoral colado em mim, ergo o meu rosto e encaro John dormindo
tão serenamente abraçado ao meu corpo, ele dormiu aqui? Como ele entrou
no meu quarto? Quando ele veio para minha cama e eu não vi?
Encaro o seu rosto por um breve momento e me lembro daquela foto,
ele está aqui por causa dela e isso me machuca. Tento me soltar dos seus
braços para sair da cama mas ele me puxa de volta para os seus braços, tento
mais uma vez me soltar mas ele me deita se pondo sobre mim.
— Não foge de mim docinho...? Precisamos conversar. — Pede me
encarando daquele jeito intenso e encara a minha boca.
— Não temos nada para conversar... Eu não quero... Não quero ouvir
você... — Sussurro tentando empurrá-lo para longe de mim mas não consigo,
ele é muito mais forte que eu.
— É verdade que você tem uma semelhança com ela, mas você não é
ela, Laura, não tem como substituir uma pela outra... Não estou te usando
como você está imaginando, não estou te comparando ou te substituindo por
ela... Acredita em mim? Eu quero você por quem você é, e não por se parecer
com a minha falecida esposa... Beatriz encheu a sua cabeça porque é
apaixonada por mim, e queria te afastar de mim. — Diz ainda me prendendo
ao seu corpo, me deixando perplexa com a sua revelação.
— Apaixonada por você...? A Beatriz é apaixonada por você...? Você
já ficou com ela alguma vez? — Pergunto ofegante mas irritada por imaginar
John e Beatriz juntos.
— Está com ciúmes...? Não se preocupe eu nunca fiquei com ela e
nunca ficaria, Beatriz não faz o meu tipo... Mas você faz. — Ele abre um
pequeno sorriso me encarando com malícia, e avança na minha boca me
beijando com vontade.
Tento ser forte e empurrá-lo para tirá-lo de cima de mim, tento virar o
rosto mas ele é insistente, quando a sua língua invade a minha boca eu não
consigo mais resistir e retribuo ao seu beijo, mas não por muito tempo,
quando sinto a sua ereção dura pressionar a minha intimidade me deixando
fora de mim, eu me lembro que ainda estou magoada com ele, e faço a única
coisa que consigo sem precisar me esforçar tanto, mordo o seu lábio.
— Porra Laura...! Porque você me mordeu garota, ficou maluca? —
Questiona irritado e ao mesmo tempo assustando enquanto sai de cima de
mim.
Não digo nada, apenas me levanto o encarando furiosa.
— Você não vai mais brincar comigo! Você não vai mais tocar em
mim! Não vai me usar porque eu sei que é isso que você tem feito até agora...
Beatriz mentiu e me enganou, mas em uma coisa ela tem razão... A única
pessoa que pode sair machucada de tudo isso sou eu, e eu não quero me ferir
mais do que eu já me feri, agora se não veio aqui para me castigar ou me
jogar na rua, eu quero que saia do meu quarto...! Eu preciso me arrumar para
o trabalho. — O encaro decepcionada e corro para o banheiro me trancando
no mesmo.
— Não faz isso Laura, espera! Vamos conversar...? Porra essa
situação já está me irritando! Eu não suporto isso Laura...! Não quero ficar
assim com você então vamos conversar? Porra você está enganada, você não
pode dar ouvidos as besteiras que aquela louca disse... Cacete! Mas que
merda! — Ouço sua voz irritada e me encosto na porta sentindo o meu
coração acelerado.
Me afasto encarando a porta com medo dele arrebentá-la e entrar aqui,
mas não ouço mais nada, só o som da porta do quarto batendo com força, mas
como ele entrou aqui se eu tranquei a porta? Ele deve ter uma chave extra,
essa é a única explicação para aquela porta ainda estar inteira, bom, depois
que bateu daquela maneira eu já não tenho mais tanta certeza.
Fico aqui por um tempo com receio de sair, e aproveito para fazer a
minha higiene pessoal e tomar um banho, depois de um tempo eu saio do
banheiro com medo de encontrá-lo ali dentro do quarto, mas graças a Deus
não tem ninguém.
Corro para o closet procurando uma roupa para me vestir, pego um
conjunto de lingerie e escolho uma calça jeans e uma blusa branca de alças
grossas, justa no corpo, não é muito indecente mas tem um pequeno decote
que faz os meus seios parecerem maiores, essas roupas que Giulia comprou
para mim são muito provocantes, por isso John e os homens daquela empresa
me encaram daquele jeito malicioso, isso me dá medo pois tenho a sensação
de que vão me atacar a qualquer momento.
Termino de me arrumar deixando os meus cabelos soltos e coloco
uma bota preta de saltos alto, passo um batom vermelho, diferente dos batons
claros que venho usando até agora, me lembro de Beatriz me ajudando a me
arrumar e ela sempre escolhia roupas mais ousadas, e com isso John sempre
chamava a minha atenção achando que eu estava me vestindo daquele jeito
para chamar atenção de outros homens, mas não era essa a minha intenção,
eu não fazia ideia do que vestir para trabalhar em uma empresa e achava que
Beatriz estava me ajudando, mas na verdade ela só estava tentando fazer John
me ver como uma vulgar ou algo do tipo.
Mas não era só ele quem tinha sua atenção em mim, na empresa tem
muitos homens me olhando com desejo, me encarando de cima abaixo e já vi
o quanto John desaprova isso, no meu primeiro dia eu já tive problemas com
um estagiário e no terceiro dia, também tive problemas com um advogado do
terceiro andar, e mais uma vez me senti culpada por John brigar com mais um
funcionário, eu sei que não sou culpada diretamente de nada, pois mesmo
usando certas roupas, ninguém tem o direito de assediar ninguém quando a
resposta é NÃO!
Pego a minha bolsa colocando dentro apenas um batom e a
maquiagem que sempre carrego comigo, e uma muda de roupa caso aconteça
algum imprevisto. Saio do quarto ainda com medo de encontrar John mas sei
que isso é besteira, já que terei que sair de casa com ele.
Desço a escada com calma para não acabar rolando escada abaixo,
mas quando estou já no pé da escada no último degrau, ouço aquela voz que
me deixa de pernas bambas.
— Porque demorou tanto? Já estamos atrasados para o trabalho... Vá
logo tomar o seu café para sairmos! — Reclama em um tom firme saindo do
corredor enquanto eu tento sair do meu modo estatua.
— Não estou com fome senhor, já podemos ir. — Tento parecer firme
e vou em direção a porta, mas antes de chegar na mesma sinto a sua mão no
meu braço.
— É sério isso Laura? Até quando vai ficar me ignorando? Você
precisa acreditar em mim...? Droga...! Vá tomar o seu café, você precisa se
alimentar. — Questiona irritado e solta o meu braço esfregando sua mãos no
rosto.
— Eu já falei que não estou com fome, então é melhor irmos logo
para não deixar o meu chefe ainda mais irritado. — Vou até a porta e saio
pela mesma o deixando para trás.
Sigo até o carro a passadas largas mas quando aproximo do mesmo,
vejo um dos seguranças se aproximar com uma moto imensa que parece
pesar uma tonelada, de tão grande, encaro aquela moto e me viro encarando
John que se aproxima ainda sério, respiro fundo e me aproximo mais do
carro, mas novamente ouço a sua voz firme.
— Não...! Não vamos de carro hoje, venha! — Avisa se aproximando
da moto e o segurança desse da mesma lhe entregando as chaves.
— Me desculpe mas eu não vou subir nisso aí...! Eu tenho medo...
Porque não vamos de carro? Se preferir o motorista pode me levar. — O
encaro apreensiva mas ele já está subindo na sua moto.
— Venha logo se não quiser que eu mesmo te coloque aqui em cima.
— Ele me estende um capacete me fazendo bufar.
— Isso não seria uma má ideia, já que eu nem sei como se sobe nessa
coisa. — Me aproximo dele emburrada enquanto coloco o capacete, mas o
infeliz sorrir de lado, aquele maldito sorriso que me estremece e me faz
engolir a seco.
— Me dá a mão e coloca o pé no pedal, b aqui...! Toma impulso e
sobe. — Me explica como fazer e assim eu faço. — Viu só? Não foi tão
difícil... Agora se segura em mim e não se solta, está bem? — Diz ele antes
de ligar a moto e eu apenas concordo.
Me seguro na sua cintura e ele acelera a moto me assustando, me
fazendo abraçar firme a sua cintura então ele sai comigo da mansão.
O nosso trajeto vai ser rápido com John correndo tanto, mas de um
certo modo mesmo com medo estou gostando dessa adrenalina. Passamos
pelos carros tão rápido que parecemos estar voando, sorrio feito uma boba
curtindo a sensação e surpreendo John me olhando pelo retrovisor, não me
importo com isso e continuo aqui, me sentindo flutuar.
De repente sinto como se flashs de memórias invadissem a minha
mente e o sorriso da minha mãe se fez presente, mas ela não estava sozinha,
havia uma mulher e um garotinho e os três tinham um lindo sorriso no rosto,
então me lembro do sonho que eu tive hoje, era Laís e o filho do John, agora
me lembro claramente do sonho que tive e o meu sorriso se abre ainda mais,
elas estavam felizes desejando a minha felicidade, elas me apoiam e estão ao
meu lado e isso era tudo que eu precisava saber para me sentir tranquila.
— Laura! Já chegamos docinho. — Acordo dos meus pensamentos
com John me chamando, só então percebo que já estamos parados na
garagem e eu ainda agarrada ao John, que sorrir daquele jeito tão lindo.
— Há sim... Me desculpe, eu nem percebi. — Me desculpo
finalmente o soltando e desço da moto com a sua ajuda.
— Para uma primeira vez, parece que você gostou bastante de andar
de moto... Estava até sorrindo. — Comenta tirando o seu capacete e eu faço o
mesmo.
— Não foi tão ruim o quanto imaginei... Obrigada. — Lhe entrego o
capacete e me viro me afastando para ir na direção do elevador, mas sinto sua
mão no meu braço me puxando para o seu corpo.
John abraça a minha cintura encarando a minha boca e acaricia o meu
rosto, sua respiração está pesada assim como a minha.
— Seu sorriso é tão lindo... Por mais que me excite pra caralho ver
você zangada, eu ainda prefiro te ver sorrindo... Seus lábios doces ficam
ainda mais convidativos quando está sorrindo. — Diz em um tom rouco se
aproximando para me beijar, mas me solto dele olhando para os lados, não
quero mais ninguém falando de mim por me ver com o chefe.
— Estamos atrasados... Precisamos subir — Me apresso para chegar
no elevador.
— Porque tinha que colocar uma calça tão apertada...? Admirar você
por esse ângulo está fodendo a minha mente... Está me deixando louco para
foder você. — Ouço ele falar logo atrás de mim e sinto o meu corpo
estremecer com as suas palavras.
Ela não diz nada, apenas para em frente ao elevador evitando me
encarar, paro ao seu lado a encarando fixamente e vejo o quanto ela está
tensa, eu adoro vê-la assim.
As portas do elevador se abrem e ela entra quase correndo achando
que está fugindo de mim, não sabe ela que só está facilitando as minhas
chances de tê-la ainda mais perto de mim.
Entro no elevador logo atrás dela e paro na sua frente enquanto ela se
vira me encarando apreensiva, as portas de aço se fecham atrás de mim e o
elevador começa a subir, eu continuo aqui parado encarando-a fixamente,
vendo o quanto ela está nervosa com isso, me inclino para o lado apertando
um botão para parar o elevador.
— Oh meu Deus o que aconteceu? Porque o elevador parou? O que
você fez John...? Eu quero sair daqui! — Pergunta me encarando assustada
tentando apertar os botões do painel, mas me ponho na sua frente fazendo ela
se afastar novamente.
— Não se preocupe, não aconteceu nada... Precisamos conversar e
como você não quis me ouvir em casa, você vai me ouvir agora... Aqui não
tem como você fugir de mim outra vez. — Aviso no meu tom firme me
aproximando mais dela que se encolhe no canto da parede, engolindo a seco.
— Beatriz sempre me olhou de um jeito diferente, mesmo quando Laís ainda
era viva... Depois da sua morte Beatriz passou a ser mais prestativa, se
preocupando mais comigo, mas eu nunca dei intimidade a ela para isso, pelo
contrário, eu quase a demitir por se aproximar tanto de mim, mas ela me
garantiu nunca mais fazer aquilo, ela implorou para ficar e assim como ela
estava sendo sua amiga, ela também conquistou a confiança de Laís e foi por
essa amizade que eu à deixei ficar... Por você eu passei por cima das minhas
regras e também a deixei ficar... Você mexe comigo Laura, me faz fazer
coisas que normalmente eu não faria, me faz tomar decisões que
normalmente eu não me importaria, eu não queria me importar tanto com
você mas eu não consigo evitar... Você está enganada quando diz que eu e a
minha família não nos importamos com você, a minha família não se
aproximou de você pela sua aparência com Laís, eles te adoram porque você
está me trazendo de volta Laura... Você está me ajudando a ser o que eu era
antes... É por isso que Beatriz tentou colocar você contra mim, porque ela não
conseguiu em anos o que você conseguiu em dias. — Desabafo encarando-a
fixamente, ainda sério por ela me evitar. Me aproximo mais deixando-a
ofegante com os olhos presos nos meus.
— John eu... Não se aproxima tanto por favor...? Eu preciso respirar
mas não consigo com você tão perto... Você tira o ar dos meus pulmões... —
Confessa com a voz trêmula se encostando na parede de aço, deixando a sua
bolsa cair, me aproximo mais puxando ela pela cintura sentindo o seu corpo
mole.
— Ainda me odeia como você disse ontem...? Ainda me quer longe
de você...? Eu não estou te usando como falaram para você Laura, eu quero
você porque eu gosto de estar com você e não por se parecer com a Laís...
Acredita em mim docinho...? Nenhuma mulher me deixa tão louco como
você faz... Eu estou desejando você nesse exato momento. — Aperto o seu
corpo contra o meu e não resisto, tomo os seus lábios para mim.
Beijo-a com calma mas com cede de sentir o seu gosto, ela retribui o
beijo segurando firme os meus braços e posso sentir o quanto ela está
trêmula, ela geme na minha boca enquanto percorro as minhas mãos pelo seu
corpo, apertando a sua bundinha redondinha, mas quando desço a minha boca
pelo seu pescoço sou interrompido pelo alarme sonoro do elevador,
assustando Laura que me empurra se afastando de mim ofegante, o elevador
está parado a muito tempo mas mesmo assim eles sabem que sou eu aqui
dentro, então me lembro da câmera acima de mim e a encaro furioso, eu sei
que estão me vendo e mesmo não querendo ninguém nos vigiando, eu me
irrito por não consegui o que eu queria.
— Merda...! Precisamos subir. — Ofego ainda inebriado pelo desejo
que me consome.
Laura não diz nada, apenas tenta puxar o ar para os seus pulmões e ela
está ainda mais ofegante que eu, está vermelhinha daquele jeitinho que a
deixa linda, sorrio enquanto aperto o botão destravando o elevador e me
abaixo pegando a sua bolsa do chão, encaro o meio das suas pernas
imaginando o quanto ela deve estar molhadinha, e isso me irrita ainda mais
por não poder possuí-la agora mesmo.
Me ergo lhe entregando a bolsa, me ponho ao seu lado sem conseguir
tirar os meus olhos do seu rosto vermelho pela timidez, esse seu jeitinho
inocente e sedutor é o que mais me encanta nela, diferente de Laís que era
bem ousada, o oposto de Laura, mas ambas tenho o seu charme, o seu
jeitinho de encantar a todos a sua volta, principalmente a mim.
Subimos para o nosso andar e fomos direto para minha sala, ainda
estou dividindo a minha sala com Laura pois ela ainda está em treinamento, e
assim posso mantê-la perto de mim.
Assim que entramos na minha sala, Laura se apressa para chegar na
sua mesa ainda evitando me olhar, mas ela não parece chateada comigo,
parece apenas envergonhada, e isso me faz sorrir.
Pego um cartão de um dos restaurantes que sempre almoçava com
meu pai e vou até a mesa de Laura, ela está retocando o seu Batom mas isso
só me dá vontade de tirá-lo novamente.
— Liga para esse restaurante e peça o café da manhã para uma
pessoa, peça do jeito que você quiser, você precisa se alimentar. — Coloco o
cartão sobre a sua mesa e ela me encara confusa.
— Obrigada mas não é necessário, não estou com fome. — Diz ela
ainda com um olhar de surpresa.
— Não perguntei se está com fome, apenas faça o que mandei... Não
quero você passando mal por não se alimentar. — Ordeno me afasto da sua
mesa voltando para minha.
— Porque ele tem que ser tão mandão? — Resmunga baixinho mas
consigo ouvir.
— Disse alguma coisa, Srta. Laura? — Me virando para encará-la
com a sobrancelha erguida.
— Não senhor... Vou ligar agora mesmo, de repente eu fiquei
morrendo de fome. — Diz em um tom de ironia me pegando de surpresa com
isso, ela sorrir de lado me fazendo sorrir também.
O que ela pensa que está fazendo? Quer me enlouquecer ainda mais?
Vou para minha mesa e me sento ligando o meu computador, começo
os meus trabalhos revisando e assinando alguns documentos deixados na
minhas mesa, poucos minutos depois o café da manhã de Laura chega e o
garçom monta uma bandeja caprichada para ela, sorrio pois para quem disse
que não estava com fome, ela pediu bastante coisa.
Depois que o garçom sai ela vai até a porta e tranca, me
surpreendendo com a sua atitude, fico atento a cada movimento seu então ela
volta até a sua mesa e pega a bandeja com o seu café da manhã, e volta na
minha direção colocando a bandeja sobre a minha mesa, ela dá a volta na
mesma e tira os documentos das minhas mãos os colocando de lado, então se
inclina sobre a mesa pegando uma xícara de café, mas a minha atenção vai
para sua bunda redondinha nessa calça apertada.
— Já que me obrigou a pedir café da manhã, eu não vou comer
sozinha, o senhor vai ter que comer... — Diz colocando a xícara de café na
minha frente e se inclina novamente, mas a interrompo passando a mão pela
sua bunda.
—Você... Eu quero comer você! — Seguro firme a sua cintura
puxando-a para se sentar no meu colo e sinto ela fica tensa rapidamente.
— John...! Não faz isso, eu preciso me alimentar, se lembra? —
Retruca ofegante saindo do meu colo, indo se sentar à frente da minha mesa.
Sorrio mordendo o lábio inferior encarando os seus seios volumosos
nesse maldito decote, respiro fundo e pego a xícara de café tomando uma
longa golada, ela não se esqueceu de pedir o café exatamente como eu gosto,
com pouco açúcar e bem forte, ela me serve uma fatia de bolo e se serve a
outra começando a comer, acompanhada de um generoso copo de suco de
goiaba, ela para de comer e me encara apreensiva, como se quisesse me dizer
alguma coisa mas não diz.
— Está tudo bem...? Quer me dizer ou perguntar alguma coisa? —
Pergunto colocando a minha atenção no seu lindo rosto.
— Sim, está tudo bem... Eu só... Eu só queria pedir desculpas por ter
mexido nas suas coisas sem permissão, eu devia ter perguntado diretamente a
você ao invés de mexer onde não devia... Eu... Eu estava com raiva pelas
coisas que Beatriz me disse, agora eu sei que eram mentiras, mas... — Ela me
encara fixamente mas então abaixa a cabeça envergonhada, a interrompo.
— Mas nada Laura, está tudo bem, desde que nós estejamos bem, não
precisa se desculpar... Mas você não me respondeu a pergunta que eu te fiz
no elevador... Ainda está me odiando como você disse ontem? Vai me deixar
tocar em você como antes? — Pergunto já sabendo a resposta mas quero
ouvir da boca dela.
— Não te odeio, mesmo tentando muito eu não consigo, e... Você já
sabe a minha resposta para a sua outra pergunta. — Responde me encarando
de um jeito intenso como ela nunca havia feito antes, mas vejo o seu rosto
ficar ainda mais vermelho.
— É verdade, eu sei a sua resposta... Mas eu preciso de uma
confirmação sua, Laura, quero ouvir de você o que eu posso fazer ou não
com você. — Me encosto na cadeira a encerando atento e ela respira fundo,
antes de se levantar dando a volta na mesa.
Laura não diz uma só palavra, apenas se aproxima enquanto eu giro a
minha cadeira me virando para ela, então Laura se aproxima segurando o
meu rosto com as duas mãos e me beija com calma, um beijo tão doce e
sensual que me faz esquecer o resto a minha volta, puxo ela para o meu colo
colocando-a sentada de frente para mim, beijo-a com mais vontade sentindo o
desejo me dominar mais uma vez.
Laura abraça o meu pescoço enquanto vago as minhas mãos pelo seu
corpo sentindo o tesão cada vez mais presente entre nós, ela geme na minha
boca mas eu desço para o seu pescoço chupando a sua pele, fazendo ela
estremecer e se arrepiar, desço a minha mão até a sua intimidade e mesmo
por cima do tecido da calça, consigo sentir o quanto ela está quente e úmida.
— Cacete... Porra docinho, eu vou enlouquecer assim... Ohhh eu
quero você, quero você todinha... — Gemi descendo a minha boca entre os
seus seios e ela inclina a cabeça para trás em um gemido abafado.
— Eu quero você John... Ohhh quero sentir você, quero ser sua...
Ahhh... — Ofega rebolando no meu colo se esfregando no meu pau, me
levanto com ela pondo-a sentada na mesa.
Já estou fora de mim e preciso dela agora, preciso senti-la então me
apresso para abrir a sua calça, mas nesse mesmo instante alguém bate na
porta me deixando puto da vida.
— John? Filho está muito ocupado? Preciso falar com você . — Ouço
a voz do meu pai e Laura pula da mesa ajeitando a sua roupa, ela parece tão
atordoada quanto eu. Merda! Porque ele tinha que aparecer justo
agora? Não podia esperar um pouco mais?
— Sim papai! Já vou abrir. — Respondo meio irritado e vou até a
porta enquanto Laura recolhe a bandeja da minha mesa.
Abro a porta e meu pai entra sem pedir licença e vai direto até a
minha mesa, se deparando com Laura e uma bandeja de café nas mãos.
— Oi querida, bom dia! Como você está...? Pediram café da manhã e
nem me chamaram? Estou me sentido rejeitado. — Diz papai fazendo Laura
sorrir.
— Bom dia Sr. Sarkozy. — Ela o cumprimenta envergonhada como
sempre, então leva a bandeja para sua mesa.
— Laura não tomou café antes de sairmos de casa, então eu meio que
a obriguei a pedir um café da manhã para ela, mas fui obrigado a acompanhá-
la e até que não foi tão ruim. — Volto para trás da minha mesa voltando a
tomar o meu café.
— É, pela sua cara não foi ruim mesmo... Seria bom mesmo que ela
colocasse uma pedra de sal no seu café. — Diz ele baixinho me encarando
desconfiado, então encaro Laura e ela está limpando a sua boca borrada de
batom. Merda!
Sorrio limpando a minha boca me lembrando dos minutos anteriores
antes do meu pai chegar, mas logo fecho a cara ao me lembrar que fui
interrompido e não consegui o que eu queria, mais uma vez.
Laura continua a tomar o seu café da manhã e meu pai se senta para
conversarmos sobre a reunião de amanhã, tem uma empresa multimilionária
querendo os nossos serviços, mas precisamos convencê-los de que somos os
melhores, e nós sempre conseguimos isso.
— Com licença senhores, vou levar isso até copa. — Diz Laura já
saindo da sala com a bandeja nas mãos, apenas concordamos mas assim que
ela sai, meu pai me encara com aquele seu olhar interrogativo.
— Parece que vocês estão mesmo se entendendo, não é...? Se
pegando no horário de expediente, tomando café da manhã sozinhos... Parece
que está tudo bem por aqui. — Comenta com um largo sorriso no rosto e eu
respiro fundo.
— Não está tão bem como eu gostaria papai... Eu tive que mandar a
Beatriz embora, ela estava colocando Laura contra mim, colocou até um
porta retrato da Laís no meu escritório para Laura encontrar, papai a Beatriz
colocou até os empregados de casa contra Laura... Ela encheu a cabeça da
garota de coisas sem fundamentos e Laura estava pensando que estou usando-
a por se parecer com Laís — Conto me lembrando da confusão de ontem e
isso me irrita.
— Isso que você está me dizendo é muito sério filho, essa mulher é
louca, você fez muito bem em manda-la embora, mas como ficou a situação
com os outros empregados? Você os demitiu também? — Pergunta me
encarando apreensivo e preocupado ao mesmo tempo, pois ele sabe o quanto
sou intenso.
— Eu tive que demitir quatro funcionários para dar o exemplo, papai,
não quero ninguém desrespeitando a Laura daquela maneira, eu não vou
permitir que magoem a minha mulher. — Digo irritado e papai me encara
com os olhos arregalados.
— Sua mulher...? Vocês estão juntos? Você não disse que ela era
virgem filho? — Pergunta surpreso ainda com os seus olhos presos em
mim. Cacete! Eu preciso me controlar com essa coisa de minha mulher.
— É modo de dizer papai, ela mora comigo, eu cuido dela, e as vezes
eu digo coisas sem pensar, mas.. Laura não é mais virgem... Ela se entregou
para mim a algumas semanas. — Conto meio sem jeito de confessa isso ao
meu pai mas ele não parece nada constrangido.
— Caramba filho... Você fez dela sua mulher e não me contou...? E
depois diz que não está apaixonado por ela. — Diz me fazendo bufar por
mais uma vez insinuar que estou apaixonado.
— Não diga besteiras papai, eu não estou apaixonado por ninguém, eu
jamais vou me apaixonar outra vez e correr o risco de sofrer o inferno que é
perder quem se ama... Eu não sei o que sinto por Laura mas não pode ser
paixão, eu não posso me apaixonar de novo papai. — O encaro pensativo mas
irritado e me levanto dando a volta na mesa, andando pela sala. — Beatriz
disse na minha cara que é apaixonada por mim a anos, que eu jamais me
apaixonaria por uma garotinha como Laura, uma menininha frágil... Que eu
sempre amei e sempre vou amar a Laís então essa ideia absurda de paixão
não existe... Que eu não me apaixonei e nunca vou me apaixonar por Laura e
nem por nenhuma outra mulher. — Conto andando pela sala irritado e
inquieto com as coisas absurdas que aquela louca disse.
O encaro novamente mas os seus olhos estão presos em um ponto
atrás de mim, quando me viro me deparo com Laura parada na porta me
encarando surpresa, e até mesmo decepcionada.
— Me desculpe Sr. Sarkozy... Eu não queria interromper, mas... É que
o Sr. Fernando me pediu para trazer esses documentos... Ele disse que era
urgente... Com licença. — Explica com a voz trêmula se aproximando sem
me olhar nos olhos e coloca os papéis sobre a mesa, se virando voltando em
direção a porta.
— Laura...? Laura espera...? DROGA! — Chamo por ela mas a
mesma sai feito um furacão batendo a porta sem me dar ouvidos.
— Ela ouviu você dizer essas coisas horríveis e deve ter entendido
tudo errado filho, vai atrás dela agora mesmo! Ela parecia nervosa e muito
magoada. — Diz meu pai indo até a porta preocupado e eu faço o mesmo.
Não espero ele dizer mais nada e saio a procura de Laura, olho nos
corredores e nada, vou até o banheiro feminino chamando por ela mas
ninguém responde, perco a paciência e entro no banheiro abrindo todas as
cabines mas nem sinal dela, onde diabos se meteu essa mulher?
Saio de um banheiro e vou até o outro no lado oposto de onde estou,
entro já impaciente por não encontrá-la mas também não tem sinal dela, saio
novamente do banheiro e vou até o elevador social e ele está a três andares de
chegar no térreo, então corro para o elevador privado e entro descendo direto
para garagem, ligo para a Central de segurança e peço para procurarem por
Laura nos monitor, e pelo que me informaram ela acaba de sair do elevador
no térreo e está indo em direção a rua.
— MAS QUE MERDA! Peça aos seguranças da entrada para
impedirem a saída dela, Laura não pode sair até a rua, isso é uma ordem! —
Esbravejo alterado socando a parede de metal então desligo o telefone,
xingando por esse maldito elevador estar demorando a descer.
Ando de um lado para o outro nervoso até que finalmente a porta do
elevador se abre no térreo, corro em direção a saída e assim que me aproximo
das portas vejo ao longe os seguranças segurando Laura, ela chora tentando
se soltar mas eles não deixam.
—SOLTA ELA! TIREM AS MÃOS DELA SEUS BASTARDOS!
—Grito me apressando para chegar até eles e os mesmos se afastam
formando um cordão em volta dela para não deixá-la sair. — Laura você
precisa me escutar! Você entendeu tudo errado aquelas palavras não são... —
Tento me explicar me aproximando dela mas ela me interrompe.
— Não precisa se explicar e nem dizer mais nada, John, eu já entendi
tudo! Você nunca vai admitir para mim que está me usando, porque não quer
perder o seu brinquedinho enquanto não se cansar... Mas eu não quero isso...!
Não quero viver assim John... Não quero! — Diz alterada entre lágrima e faz
o impensável.
Laura fura a barreira de seguranças atravessando a rua correndo em
meio aos carro em movimento, e eu corro atrás afim de alcançá-la, mas de
repente uma buzina alta assusta Laura ela para no meio da rua encarando com
os olhos arregalados o carro vindo na sua direção.
— LAURAAAA! — Grito correndo até ela e abraço o seu corpo me
jogando sobre carro ao lado que está em uma velocidade mínima.
Bato de costas no parabrisa sentindo ele se quebrar, mas escorrego
pelo capô do carro indo parar no chão com Laura e bato o ombro no meio fio.
— Sr. Sarkozy está tudo bem? Vocês se machucaram? — Pergunta
um dos seguranças se aproximando preocupado mas não sinto o corpo de
Laura reagir.
— Laura...? Laura fala comigo por favor...? Qual é docinho não faz
isso? Laura? Laura por favor! Não faz isso eu não posso perder você? —
Chamo por ela mas ela não reage e isso me apavora. — Tragam o carro do
meu pai agora mesmo! Precisamos levá-la para um hospital... RÁPIDO! —
Ordeno aos gritos e um deles sai correndo para buscar o carro, enquanto os
outros me ajuda a levantar com Laura.
Acordo sentindo tudo a minha volta rodar e a claridade me cegar,
tento me lembrar do que aconteceu mas tudo que eu consigo fazer é pensar
nele, John, me fez de boba mais uma vez, eu sou uma idiota por achar que ele
pudesse me querer de verdade, por achar que um dia ele se apaixonaria por
mim, toda aquela conversa de que eu era especial foi apenas conversa para
me levar pra cama quantas vezes ele quisesse, eu sou muito burra! Desde o
início eu sabia que seria assim e mesmo assim me iludi, sabia que um homem
como ele jamais me olharia com outros olhos e tudo que eu consegui dele foi
me tornar a sua prostituta particular, mas se ele acha que vai continuar me
usando ele está muito enganado, pois eu não vou mais permitir isso, eu
preciso conseguir me afastar dele, preciso resistir a tudo que sinto por ele.
Sinto o meu peito se apertando cada vez mais esmagando o meu
coração, minhas lágrimas começam a descer insistentemente me deixando
ainda mais decepcionada, sinto um nó preso na garganta me impedindo de
respirar, então vejo Giulia se aproximar.
— Mamãe ela está acordando... Laura...? Como você está? Você está
bem? — Encaro Giulia ao lado da minha cama me encarando preocupada.
— Querida como você está? Meu Deus vocês me deixando em pânico
de tão preocupada, você e John em uma cama de hospital, vocês querem me
matar do coração? — Questiona Sra. Marília se aproximando apreensiva
analisando o meu rosto.
— John está internado também? O que aconteceu? Ele está bem? John
está bem? — Tento me sentar na cama mas sinto minha cabeça girar.
— Se acalme querida, ele está bem, vocês foram atropelados e John
machucou o ombro, não é nada grave mas ele vai precisar ficar uns dias em
casa... E você? Como está se sentindo? — Ela segura a minha mão com
carinho de um jeito que só a minha mãezinha fazia.
— A minha cabeça está doendo muito, mas fora isso eu me sinto bem.
— Digo meio sem graça por tê-las aqui me encarando tão preocupadas, me
lembro das palavras de John.
"Eu jamais me apaixonaria por uma garotinha como Laura, uma
menininha frágil... Que eu sempre amei e sempre vou amar a Laís então essa
ideia absurda de paixão não existe... Que eu não me apaixonei e nunca vou
me apaixonar por Laura e nem por nenhuma outra mulher."
— Precisamos conversar querida, John nos contou o que houve na
mansão e também na empresa, ele estava contando ao pai dele as coisas que
Beatriz disse a ele quando você chegou e entendeu tudo errado, aquelas
palavras eram palavras da Beatriz e não do meu filho... Beatriz é apaixonada
por John a anos e tento convencê-lo de que ele nunca se apaixonaria por outra
mulher depois de Laís, mas ela está engana... John gosta de você Laura,
mesmo que ele não admita isso mas ele gosta de você mais do que demonstra,
ele se jogou na frente de um carro para salvar você, se ele não gostasse e não
se importasse com você ele jamais faria isso... O John de um mês atrás não
teria feito isso, mas esse John que te salvou hoje, é o mesmo John de seis
anos atrás, então não fica chateada com ele pelas coisas que você ouviu?
Você entendeu tudo errado querida. — Ela diz em um tom choroso enquanto
acaricia o meu rosto, me deixando sem saber o que dizer.
— Como eu não imaginei antes a cobra que Beatriz é? As coisas que
ela te disse é mentira Laura... A única verdade que ela te disse, é que você
tem uma semelhança com Laís, no mais nada do que ela disse é verdade...
Nós adoramos você mas não por se parecer com uma pessoa morta, e sim por
estar aqui trazendo o meu irmão de volta para nós. — Insiste Giulia também
emocionada mas quando eu tento dizer algo, ouço uma voz rouca e alterada
vindo de fora do quarto.
— Ninguém vai me impedir de passar! Eu preciso vê-la ela chegou
aqui desacordada... Eu preciso ver a Laura eu já estou bem! — Sua voz altera
faz o meu coração acelerar, e logo a porta do quarto se abre me revelando um
John sério, furioso vindo na minha direção me encarando aflito.
Droga ele está machucado com o ombro enfaixado, sinto o meu peito
se apertar por vê-lo assim e saber que a culpa foi minha.
— Meu Deus, você se machucou por minha culpa... Me desculpa? Eu
agi sem pensar me desculpa? — Peço com a voz trêmula me sentando na
cama o encarando aflita, ele se aproxima me olhando de cima abaixo me
examinando como se procurasse algum ferimento.
— Foi muita imprudência da sua parte atravessar a rua daquela
maneira! Você poderia estar morta agora, Laura! você tem noção disso...?
Você faz ideia do susto que me deu? Nunca mais faça isso, está me ouvindo?
Nunca mais Laura...! Eu não posso perder você, pequena... Não posso. —
Questiona me encarando furioso mas vejo a sua expressão suavizar quando
ele acaricia o meu rosto.
Abaixo a cabeça envergonhada sentindo as minhas lágrimas quentes
descerem pelo meu rosto, ele ergue o meu queixo me fazendo encará-lo.
— Você está bem? Está machucada? Está sentindo alguma coisa? —
Pergunta ainda preocupado se sentando ao meu lado na cama, de frente para
mim ignorando totalmente a sua mãe e sua irmã que nos encaram com um
pequeno sorriso no rosto.
— Eu estou bem, não me machuquei não se preocupe... Quando
vamos poder ir para casa? — Pergunto me ajeitando na cama me deitando
novamente e o vejo respirar fundo.
— Já estou resolvendo isso, já falei com o médico e ele virá te liberar
logo, já estamos melhor e podemos nos recuperar em casa. — Afirma ainda
me encarando atento enquanto segura a minha mão com carinho e gentileza.
— Bom, estava nos nossos planos chamá-los para jantar lá em casa
hoje, mas, devidos aos últimos acontecimentos, acho que podemos deixar
para próxima semana... Não querem ficar lá em casa filho? Assim podemos
ajudá-los na recuperação e vocês não ficam sozinhos. — Sugere o Sr.
Conrado entrando no quarto acompanhado do médico.
— Obrigado papai, mas eu prefiro ir para casa com Laura, assim que
ela estiver melhor ela precisa voltar aos estudos... Quanto ao trabalho, acho
que não há necessidade dela voltar, vai ficar em casa por um tempo. — John
se levanta da cama encarando o pai como se eu não estivesse aqui.
— Porque eu não posso mais trabalhar? Não está satisfeito com o meu
desempenho, senhor? — Questiono chamando a sua atenção para mim e ele
me encara com uma sobrancelha erguida. — Olha, se for pelo que aconteceu
hoje eu já pedi desculpa, não vai mais aconteceu eu prometo? — O encaro
esperançosa.
— Não insista Laura! Depois do susto que você me deu hoje eu não
sei se posso confiar em você fora da mansão, não vou correr o risco de você
aprontar outra vez... Eu não posso deixar isso acontecer então você vai ficar
em casa, vou encontrar alguma coisa para você fazer sem sair de lá. — Diz
decidido me encarando sério e eu o encaro frustrada.
— Não me tira do trabalho, por favor? Eu gosto de estar lá John, eu já
passei tempo demais presa dentro de casa, não me aprisiona você também..
Por favor? — Peço o encarando fixamente com um olhar de súplica e ele
respira fundo.
— Porque você sempre faz isso, Laura...? Cacete...! Tudo bem, você
pode voltar a trabalhar, mas só depois que estiver melhor, e nunca mais saia
da empresa sem mim, eu fui claro? Nunca mais faça uma loucura como
aquela, Laura! — Concorda no seu tom firme me encarando sério e eu pego a
sua mão segurando com carinho.
— Obrigada, eu prometo não fazer mais nenhuma loucura. — Sorrio
ainda segurando a sua mão e ele aperta suavemente, alternando o seu olhar
entre os meus olhos e mim a boca, me deixando sem graça.
O médico vem me examina e digo apenas o que estou sentindo, a
minha cabeça dói mas eu não me lembro de ter batido a cabeça, não me feri
mas minha cabeça dói.
— Bom, a Srta. Westhause já está liberada, ela não sofreu nenhum
ferimento e o desmaio foi apenas pelo susto do impacto do acidente, eu vou
receitar apenas um remédio para a dor... Quanto ao Sr. Sarkozy, eu
recomendo tomar os remédios indicados corretamente para a melhor
recuperação do ombro, em alguns dias o senhor também precisará fazer
alguns exames de imagens para ver se o deslocamento no ombro foi
corrigido, e se não cuidar corretamente... — Explica o médico bastante
atencioso, mas o mesmo é interrompido por John.
— Eu já entendi essa parte, Dr. Flávio, ja podemos ir? — Retruca
impaciente e vejo o médico respirar fundo.
— Já estão liberados, Sr. Sarkozy, qualquer problemas ou dúvidas é
só procurar o hospital novamente... Bom, aqui está a receita, tenham uma boa
tarde. — O médico entrega as receitas a John e logo sai nos deixando a sós.
— Se precisar de mim você promete me ligar, Laura...? Por falar em
ligar, porque ela não tem um celular John? Às vezes eu ligo para mansão e
tenho que esperar por horas até alguém chamá-la para me atender... Resolve
isso logo, ouviu? Ou eu resolvo. — Giulia se aproximando toda sorridente.
— Não tenho necessidade de ter um celular, eu não saberia mexer e
não teria para quem ligar, você pode muito bem ir me ver ou ligar na mansão
para falar comigo, Giulia. — Contesto com um pequeno sorriso e vejo John
me encarando atento.
— Eu resolvo a questão do celular até o final da semana... Giulia tem
razão, você precisa de um celular caso precise falar conosco e nós com
você... Bom, vamos sair logo desse hospital, eu quero ir para casa pois estou
faminto e você também deve estar, depois conversaremos sobre o que
aconteceu... Vamos! — Diz ele ainda naquele tom sério pois ele não sabe que
eu já sei a verdade, que ele só estava repetindo as palavras de Beatriz.
Me sinto uma idiota pelo que fiz, mas na hora do nervosismo eu não
pensei em mais nada, na minha cabeça aquelas palavras eram dele e John
estava sim brincando comigo, eu não vou deixar ninguém brincar comigo
mesmo que eu goste muito dessa pessoa, e com John não será diferente.
Ele vai até a porta ainda emburrado mas para esperando por mim,
desço da cama com a ajuda de Giulia e o Sr. Sarkozy e seguimos todos para
fora do quarto, ainda estou meio zonza então sigo abraçada a Giulia.
Fomos conversando pelos corredores do hospital e entramos todos no
elevador, o clima entre mim e John está tenso pois dá para ver nos seus olhos
que ele ainda está zangado comigo pelo nosso acidente, eu realmente não sei
o que deu em mim para atravessar a rua daquela maneira, John tem razão, eu
poderia estar morta agora e só estou viva porque ele me salvou, eu estava
transtornada e não raciocinei antes de agir, e acabamos os dois no hospital.
Giulia me contou que estava na faculdade quando sua mãe ligou
avisando do acidente, e mais uma vez eu me senti mal por ter atrapalhado os
estudos dela, assim como o trabalho do John e o pai deles, e John não vai
poder trabalhar por alguns dias e consequentemente eu também não.
Saímos do hospital e nos despedimos de Giulia e seus pais, eles
prometeram ir nos ver amanhã e ficarão para o jantar, e no fundo vai ser bom
ter alguém para conversar pois eu não posso confiar em mais ninguém
naquela casa, não depois da traição de Beatriz que me recebeu tão bem para
depois fazer uma maldade daquelas comigo.
O motorista da mansão veio nos buscar enquanto um dos seguranças
vai até a empresa para buscar a moto do John. O nosso trajeto está bem
silencioso e eu tento ao máximo não encarar o homem ao meu lado, ele está
bem sério e também não me dirigiu uma única palavra, e no fundo eu até
agradeço por isso.
Não quero falar sobre o que aconteceu pois estou me sentindo uma
idiota por ser tão ingênua, por não compreender as coisas da maneira que ele
e o resto do mundo faz com facilidade, sei que tudo que ele disse foram
palavras da Beatriz, mas fundo ele também deve pensar que eu não passo de
uma garotinha frágil, que não sabe se defender e se deixar enganar por
qualquer um, como fui enganada por Beatriz.
Sei que ele jamais se apaixonaria por mim e isso nem precisava
Beatriz ter dito, com tantas mulheres dando em cima dele por aí, porque ele
perderia o seu tempo gostando de uma garotinha inexperiente como eu? Não
me acho uma mulher feia, mas sou primitivas em muitas coisas, e sei que um
homem maduro e experiente como ele vai querer uma mulher a sua altura, e
nem de longe eu estou à altura de John, isso me magoa mas o que eu posso
fazer?
Eu nem mesmo sei o que sinto, eu gosto de ficar com ele, gosto dos
seus toques, gosto quando ele se preocupa comigo e um simples carinho me
aquece a alma, ele consegue me estremecer apenas com um olhar, ele suga o
ar dos meus pulmões só por estar tão perto de mim me deixando sem rumo,
sem saber como reagir, sinto raiva quando penso nele com outras mulheres
mas não vou cobrá-lo por isso, afinal não existe nada concreto entre nós, mas
mesmo com tudo que aconteceu depois que cheguei naquela boate, eu sei que
ele se importa comigo, mas também sei que o seu único interesse em mim é
me levar para sua cama.
Bom, pelo menos eu não tenho que me deitar com mais ninguém além
dele e nem estou sendo paga como uma prostituta, estou trabalhando em um
lugar descente para ganhar o meu dinheiro da maneira correta para mim.
— Chegamos! — Me assusto com a sua voz cortante me tirando dos
meus pensamentos, só então percebo que estamos parados na porta da
mansão.
Não espero ele dizer mais nada e saio do carro indo em direção a casa,
entro na mesma e sigo para a escada afim de ir direto para o meu quarto.
— Você não vai comer nada? Está até agora sem almoçar, vou
mandar preparar algo para comermos então não demore. — Ouço mais uma
vez a sua voz mas dessa vez parece preocupado.
— Eu não estou com fome, mas como eu sei que vai insistir para eu
comer, então pede por favor para a Sra. Letícia trazer para mim no meu
quarto...? Obrigada. — Peço antes de voltar a subir mas novamente ouço a
sua voz me fazendo parar onde estou.
— Porque não quer descer para comer? Vai se trancar no quarto outra
vez, Laura...? Precisamos conversar e eu pretendo fazer isso enquanto
comemos. — Questiona se aproximando da escada com os seus olhos atentos
em mim.
— Não quero comer com você na frente dos empregados, eu já dei
muito o que falar nessa casa... Mas podemos conversar quando o senhor
quiser... Com licença. — Tento manter o meu tom firme então me viro
subindo a escada e graças a Deus ele não disse mais nada.
Vou para o meu quarto e tranco a porta, vou para o banheiro já me
despindo pois preciso de um banho e de qualquer maneira depois eu terei que
descer pois não sei se a professora vira hoje.
Depois de alguns poucos minutos no banho eu me enrolo em uma
toalha e vou para o closet, pego uma calcinha preta e um vestido de alças
finas não muito curto, mas também nada cumprido, me visto fazendo um
coque frouxo nos cabelos e calço o meu chinelo, a Sra. Letícia ainda não
apareceu então decido descer de uma vez para buscar eu mesma algo para
comer, saio do quarto indo em direção a escada mas quando passo em frente
ao quarto do John, ele sai do mesmo me chamando. Merda! Ele está sem
camisa e isso sempre me tira o foco!
— Venha...! A nossa comida está servida na sacada do meu quarto...
Você disse que não quer comer na frente dos empregados, então vai comer no
meu quarto, vamos...! Entre! — Diz ele naquele seu tom mandão que me
estremece.
Engulo a seco mas entro no seu quarto ainda receosa em estar ali, não
quero os empregados falando de mim por causa disso. Assim que entro ele
fecha a porta vindo logo atrás de mim, então sigo para a sacada e realmente
há uma mesa posta para nós com uma comida muito cheirosa.
— Eu já conversei com os empregados da casa, ninguém aqui dentro
ou lá fora tem permissão para falar ou sequer pensar nada a seu respeito, você
não tem mais que se preocupar com isso... O que fizeram com você aqui,
fizeram a mando de Beatriz, se você não tivesse intercedido por ela quando
tentei demiti-la, nada disso teria acontecido, você não concorda? — Diz
naquele mesmo tom sério puxando uma cadeira para mim.
— Está me culpando por isso...? Eu tenho culpa das pessoas serem
perversas a ponto de querer prejudicar as pessoas para se darem bem? Vai me
dizer que eu fiquei presa por anos por culpa minha também...? Eu não estou
com fome e não quero conversar com você, eu vou voltar para o meu quarto.
— Rebato magoada sentindo o meu peito se apertar e tento sair da sacada,
mas ele segura o meu braço me impedindo de ir.
— Eu não disse isso Laura! Não põe palavras na minha boca,
entendeu bem...? Se eu te culpasse por alguma coisa eu não teria ido atrás
daquele monstro do seu padrasto! E nem teria demitido a Beatriz, mas eu fiz
tudo isso por você...! Caramba Laura! Quando você vai entender que eu me
importo com você garota? Eu quero o melhor para você então não tem o
porquê você ficar sempre na defensiva comigo, eu quero que você entenda
que aquelas coisas que você ouviu mais cedo são apenas... — Diz meio
irritado e se aproxima mais olhando dentro dos meus olhos, me deixando
tensa. O interrompo.
— Eu já entendi John...! A sua mãe me explicou o que aconteceu, eu
sei que tudo aquilo que eu ouvi eram palavras da Beatriz, mas mesmo assim
eu me magoei... Em algumas coisas ela tem razão, um homem como você
jamais se apaixonaria por uma garota como eu, burra, ingênua e
inexperiente... Eu sei que você se importa comigo ou não estaria me
ajudando, eu só queria saber até quando eu vou ter que me deitar com você
para satisfazer os seus desejos em troca disso? Não é por isso que você está
me ajudando? E quando você se cansar de mim? O que você vai fazer
comigo...? Pode dizer a verdade? Eu prometo não tentar fugir e me jogar na
frente de um carro. — Questiono com os olhos marejados mas não deixo as
minhas lágrimas caírem, John me encara perplexo e parece não saber o que
dizer, mas quando me viro para sair ele segura a novamente o meu braço.
— Você não é só uma transa para mim, Laura... Eu confesso que no
início pensei que dispensaria você depois de conseguir o que eu queria, mas
eu me enganei, a minha situação só piorou depois de sentir você pela
primeira vez... Eu não consigo me afastar, não consigo enjoar e não consigo
desejar mais ninguém além de você... Cacete docinho! Eu fico louco só de
olhar para você, mas não é só desejo, eu não quero você apenas para levá-la
para minha cama, eu não estou te ajudando por isso caramba! — Retruca
meio inquieto mas acaricia o meu rosto antes de se afastar novamente. — Eu
não vou me cansar de você! Você não é burra nem ingênua e nem nada do
tipo! E sim! Um homem como eu poderia se apaixonar facilmente por você!
Qualquer um poderia se apaixonar por você em um piscar de olhos porque
eu... Eu... Porra...! Mas que merda Laura! — Esbraveja irritado puxando com
força o ar para os seus pulmões e isso me surpreende, porque ele ficou tão
nervoso com essa conversa?
— O seu ombro vai doer se ficar se movendo tanto, então senta logo!
— Me aproximo da mesa me sentando na cadeira que ele havia puxado para
mim. Ele faz o mesmo.
Ele suspira fundo mas não diz mais nada, seus olhos estão cravados
em mim mas tento ignorar isso, tento fingir que suas palavras não me
afetaram, será mesmo que um homem como ele se apaixonaria de verdade
por mim?
Tento tirar essa conversa da minha mente e começo a comer enquanto
John faz o mesmo, mas seus olhos ainda estão em mim e tê-lo sem camisa
aqui na minha frente me deixa tensa.
No meio do nosso almoço ouço batidas na porta e John vai atender,
ele não gostou de ser interrompido mas disse que eram os remédios que ele
mandou comprar. Depois de alguns minutos ele volta se sentando novamente
a mesa e me entrega o remédio que o médico me receitou, tomo o remédio ali
mesmo e John faz o mesmo pois posso ver que ele está sentindo dores.
— Está doendo muito o seu ombro...? As suas costas está ferida
também? John me desculpa por isso eu não imaginava... — Pergunto
apreensiva o encarando aflita mas ele me interrompe.
— Está tudo bem não se preocupe, eu vou melhorar logo... Sofri
apenas alguns arranhões nas costas, só o braço que dói mais... E você? Não
está sentindo mais nada além da dor de cabeça? Tem certeza de que não se
machucou? — Ele me encara atento e eu sorrio por ele se preocupar comigo
mesmo machucado e com o ombro imobilizado.
— Eu não me machuquei graças a você... Obrigada por salvar a minha
vida. — Agradeço meio sem jeito e pego o meu suco dando uma longa
golada, mas ele continua me encarando daquele jeito intenso que me tira o ar.
Ele sorrir de lado mas não diz nada, terminamos de comer em silêncio
mas depois do nosso almoço eu peço licença e volto para o meu quarto, para
descansar um pouco. John disse que avisou a professora sobre o meu acidente
e disse que a avisará quando eu estivesse melhor para voltar com os estudos,
agradeci mentalmente por isso pois não estou em condições para me focar
nos estudos hoje.
Volto para o meu quarto e me jogo na minha cama pensativa como
sempre, e mais uma vez me peguei pensando no sonho que tive, aquele sonho
parecia tão real, os conselhos e os sorrisos eram tão sinceros, eu espero que
estejam mesmo torcendo por mim, e com esses pensamentos me entrego ao
sono.
Depois de almoçar com Laura e conversarmos brevemente sobre o
que aconteceu, ela foi para o seu quarto descansar e eu fiz o mesmo, me
deitei na minha cama tentando relaxar mas meu ombro ainda dói, o impacto
contra o carro não me machucou tanto mas a minha queda no chão tirou o
meu ombro do lugar, na hora eu não senti nada pois minha única preocupação
era Laura estar bem, apenas depois de colocá-la no carro foi que senti uma
dor absurda no braço esquerdo, mas graças a Deus Laura apenas desmaiou
pelo susto e o impacto do acidente e nada mais, eu não suportaria vê-la
machucada.
Rolo na cama tentando descansar um pouco, mas não consigo, ando
pelo quarto inquieto com a dor no ombro mas aos poucos ela vai diminuindo,
à medida que o remédio faz efeito. Me sento na sacada tomando o sol da
tarde e me afundo em pensamentos, me lembrando da expressão de Laura ao
dizer que um homem como eu jamais se apaixonaria por ela, se ela soubesse
que gosto dela mais do que eu planejei, se soubesse que não quero perdê-la
nunca, que já faz parte de mim.
— Mas que merda eu estou pensando...? Eu estou enlouquecendo é
isso? Merda! — Questiono a mim mesmo encarando a vista da piscina a
minha frente.
— NÃO...! NÃO! POR FAVOR...? POR FAVOR NÃO FAZ
ISSO...? — Ouço gritos vindo de fora do quarto e me levanto apressado indo
até lá.
Saio do meu quarto e os gritos vem do quarto da Laura, me apresso
para tocar a maçaneta e por sorte a porta não está trancada, entro me
deparando com Laura se debatendo na cama, merda ela está tendo outro
pesadelo!
Me aproximo rapidamente da sua cama e me sento ao seu lado
chamando por ela.
— Laura acorda? Anda docinho acorda...! Laura? Laura! — Chamo
por ela mas ela continua se debatendo, acaricio o seu rosto passando o
polegar pelos seus lábios rosados, sentindo a sua respiração quente e pesada.
Chamo por ela mais uma vez em um tom mais alto que o normal,
então ela acorda me encarando assustada olhando para os lados, ela me
encara fixamente antes de se aproximar me abraçando forte.
— Você está aqui...! Graças a Deus você está aqui... Não me deixa
sozinha por favor...? Não me deixa sozinha John? — Sussurra entre lágrimas
me apertando forte, e mesmo sentindo o meu ombro doer eu abraço o seu
corpo apertando-a forte contra mim.
— Se acalma eu não vou te deixar, eu não poderia fazer isso nunca...
Fica calma docinho eu estou aqui. — Acaricio as suas costas e ela se senta no
meu colo ainda abraçada a mim.
— Eu... Eu estou com medo de ficar sozinha, fica comigo um
pouco...? Só para eu me sentir segura de novo? — Pede saindo do meu colo
se deitando novamente e eu não resisto em admirar o seu corpo nessa
camisola tão fina e curta. Porra ela está sem sutiã, consigo ver os seus
mamilos rígidos marcando o tecido da camisola!
Respiro fundo olhando para o outro lado da cama, mas ela se afasta
me dando espaço para eu me deitar no seu lugar. Me deito ao seu lado e
automaticamente ela vem para os meus braços deitando a sua cabeça em meu
peito, passo o meu braço livre em volta do seu corpo puxando ela mais para
mim.
Não dissemos mais nada apenas ficamos ali em silêncio, e aos poucos
o seu choro para e seu corpo fica mais relaxado. Encaro o seu rosto e vejo
que ela está quase dormindo novamente então tento não me mexer para não
incomodá-la. Já não estou mais sentindo dor no ombro então me permito
finalmente descansar um pouco com ela aqui, em meus braços.
Não sei quando mas acabo adormecendo e não vejo o tempo passar,
acordo com ela ainda em meus braços dormindo tão serena que tenho medo
de acordá-la. Olho no meu relógio de pulso e vejo que já é bem tarde, já são
quase dez da noite, como nós dormimos tanto?
Encaro Laura mais uma vez e ela se mexe bocejando, umedecendo os
lábios de uma maneira que me faz querer beijá-la. Ela acorda esfregando os
olhos e me encara com um pequeno sorriso antes de olhar a sua volta, vendo
o quarto escuro.
— Nossa... Parece tarde... Como está o seu ombro? Acho que passou
da hora do seu remédio. — Ela se senta na cama me encarando preocupada.
— Está tudo bem, não está doendo tanto... E você? Está mais calma?
Ainda sente dores de cabeça? — Pergunto admirando-a enquanto ela se
levanta da cama ascendendo o abajur, e eu me sento sentindo o meu ombro
latejar.
— Eu estou melhor da dor de cabeça, você quer que eu busque o seu
remédio? Ou você vai para o seu quarto? — Pergunta meio sem jeito me
fazendo sorrir com isso. A cada dia eu fico mais encantado com o seu jeitinho
tímido.
— Eu vou para o meu quarto... Vem comigo? Você precisa pegar o
seu remédio que ficou lá... Caso tenha dor de cabeça no meio da noite você
vai precisar dele. — Me levanto da cama indo em direção a porta mas ela não
vem.
— Depois eu pego, eu vou até a cozinha comer alguma coisa, estou
com fome... Quer que eu traga algo para você? As empregadas já devem ter
se recolhido então... — Diz enquanto pega o seu hobby vestindo-o em
seguida.
— Eu tomo o meu remédio e te encontro na cozinha em seguida, tudo
bem...? Não vou demorar. — Termino o meu trajeto até a porta e saio indo
para o meu quarto.
Assim como prometi, não me demoro, entro no meu quarto e vou até
o meu frigobar pegando uma garrafa de água, tomo os meus remédios e desço
até a cozinha para comer alguma coisa, nós almoçamos tarde então vou
comer algo leve para não me sentir pesado depois.
Chego na cozinha e vejo Laura preparando alguns sanduíches, já está
tarde e os empregados já se recolheram, mas sei que devem ter deixado algo
pronto na geladeira, mas ver Laura preparando sanduíches me surpreendeu.
Me aproximo em silêncio admirando-a tão concentrada no que faz 1ue não
percebe a minha presença.
— Isso parece gostoso. — Comento já bem próximo a ela e a mesma
dá um pulo pelo susto.
— John... Meu Deus que susto! — Diz ofegante se virando para me
encarar.
— Então você sabe cozinhar? O que está preparando de gostoso? —
Me sento em uma das cadeira da ilha de frente para ela, que volta a sua
atenção ao sanduíche.
— Estou preparando um sanduíche de peito de peru defumado, alface,
rúcula, tomate e molho verde picante... A Sra. Letícia fez para mim outro dia
e eu adorei... Como eu disse antes, eu aprendo muito rápido. — Ela abre um
meio sorriso concentrada no que está fazendo. — Minha mãe me ensinou a
cozinhar cedo, depois que eu... Que eu fui proibida de ir à escola eu passei a
ter muito tempo livre com ela, então ela me ensinou a cozinhar, e depois que
ela se foi... Eu era obrigada a cozinhar do jeito que César queria, ele gosta de
comer bem e fez de mim a sua empregada, aquele desgraçado! — Conta com
um pesar na voz ao falar da mãe, mas a sua expressão muda ao falar de
César.
— Tudo bem, não precisa falar daquele verme, o meu sangue ferve só
de ouvir falar o nome desse miserável! — Me irrito ao me lembrar que ainda
tem uma garota desaparecida por culpa dele.
— Ok! Vamos mudar de assunto... Aqui está o seu sanduíche, eu vou
pegar o suco na geladeira. — Ela coloca um prato na minha frente e o
sanduíche parece bem saboroso.
Ela vai até geladeira e abre procurando pelo suco, depois de olha
atenta de cima abaixo ela se inclina para pegar algo, me dando uma bela
visão da sua bundinha, do que nós estávamos falando antes dela ir para
geladeira? Porra eu estou louco para senti-la, quero pegar ela de jeito e fazê-
la gemer até gozar no meu pau.
— Prontinho, o suco está bem gelado e parece uma delícia... É o meu
preferido. — Diz enquanto se aproxima com a jarra de suco me tirando dos
meus pensamentos eróticos com ela.
— Então o suco de goiaba é o seu preferido...? O meu preferido é o de
manga. — Tento me controlar para não ficar excitado mas é tarde demais,
estou sem cueca e tem uma cabana montada dentro da minha bermuda.
— É bom saber disso... Do que mais você gosta? Eu amei ir a praia e
gostaria muito de poder voltar lá outra vez, você se importaria de me levar...?
Por favor? Me leva na praia de novo? Pode ser depois que você se recuperar,
eu só quero poder ver o mar outra vez. — Pergunta enquanto come o seu
sanduíche, mas me surpreende com um sorriso lindo enquanto pede para ver
o mar.
— Tudo bem, podemos ir quando você quiser... Esse sanduíche está
uma delícia, o que mais você sabe fazer? — Pergunto curioso enquanto como
o sanduíche, e mais uma vez ela sorrir de um jeito tão doce.
— Eu sei fazer bastante coisas na cozinha, sei fazer carne assada,
arroz de forno, entre outras coisas, mas nada sofisticado como as comidas da
Sra. Letícia, mas de fome eu não morro. — Diz com um largo sorriso no
rosto me fazendo sorrir também.
Ela bebe o seu suco e me encara fixamente, mas posso ver aquele tom
rosado no seu rosto, porque ela está envergonhada?
Laura se levanta da cadeira e se aproxima de mim me encarando de
um jeito que eu não sei decifrar, me encosto na cadeira com os olhos presos
nela e ela se aproxima cada vez mais, parando ao meu lado, se encostando na
ilha de frente para mim.
— Como eu disse antes... Eu aprendo rápido e... Tem algumas coisas
que você pode me ensinar, mas eu posso esperar você se recuperar primeiro...
Você só vai precisar ter um pouquinho de paciência comigo, eu sou iniciante
e não sei muitas coisas. — Ela ofega entrando entre as minhas pernas me
deixando de boca aberta com a sua iniciativa.
— Claro... Eu prometo ser paciente... Eu vou te ensinar tudo que você
precisa saber docinho, e eu sei que você vai gostar. — Abraço a sua cintura
puxando-a para mim, e ela se senta no meu colo me encarando daquele jeito
intenso.
— Está chateado comigo? Pelo acidente de hoje...? Eu não planejei
nada John, eu agi por impulso... Não queria te ver machucado. — Sussurra se
ajeitando no meu colo se esfregando no meu pau, me deixando ainda mais
excitado.
— Não estou chateado docinho... Estou excitado e louco para entrar
em você. — Abro o seu hobby deslizando a minha mão pelo seu corpo,
mesmo por cima da camisola consigo sentir o calor da sua pele.
— John... Você está machucado, não quero que sinta dores. — Me
alerta ofegante abraçando o meu pescoço enquanto levo a minha mão até a
sua bunda, apertando de leve fazendo ela se mover no meu colo.
— Ohh eu aguento... Por você eu aguento docinho... Eu quero você.
— Ofega de desejo e ela avança na minha boca com um beijo calmo, doce e
intenso o suficiente para me deixar fora de mim.
Aperto a sua coxa fazendo ela gemer e desço a minha mão até a sua
intimidade, tocando a sua calcinha úmida com a sua excitação.
— Porra Laura... Ohhh gostosa, está molhadinha. — Gemi na sua
boca puxando a sua calcinha para lado e deslizo um dedo por ela sentindo o
quanto ela está meladinha. — Puta merda... Você quer aprender docinho?
Então eu vou te ensinar algo agora mesmo... Coloca a mão dentro da minha
bermuda e segura firme o meu pau... Vai docinho! Faz o que eu estou
mandando... — Ordeno com a voz rouca e ela me encara apreensiva.
— Alguém pode entrar aqui John, não quero que nos vejam... — Diz
ainda receosa olhando para os lados e eu a encaro sério, e ela se calma.
— Ninguém vai ser louco de entrar aqui, e se o fizerem eu demito...!
Agora faz o que estou mandando! Coloca a mão dentro da minha bermuda e
segura firme o meu pau, Laura! — Ofego com a voz rouca de desejo ansioso
para senti-la, então ela faz o que mandei.
Ela abre a minha bermuda e coloca a mão segurando o meu pau, me
fazendo gemer, porra a sua mãozinha pequena parece de veludo.
— E agora...? O que eu faço John? —Sussurra quase sem voz e com
os olhos levemente arregalados.
— Agora eu quero que você me masturbe... Faça movimentos suaves
enquanto me beija. — Apertando levemente a sua cintura sentindo ela
estremecer, então ela faz o que mandei.
Ela me beija com doçura enquanto movimenta a sua mão, toco
novamente a sua intimidade sentindo a sua umidade e acaricio o seu ponto
sensível, ela geme na minha boca aumentando os movimentos da sua mão,
cacete assim eu vou gozar rápido e sem senti-la.
— Chega de brincadeiras docinho, agora eu quero que você encaixe o
meu pau nessa bocetinha deliciosa e desça bem devagar. — Peço olhando
fixamente nos seus olhos puxando a sua calcinha para o lado, e mais uma vez
ela me obedece.
Laura se ergue me encaixando a sua entrada e desce lentamente, me
escorregando para dentro dela.
— Hummm... Ohhh Johnnnn... Ahhh... — Geme de olhos fechados
me instalando todo dentro da sua carne quente.
Laura me encara com um olhar faminto e se inclina, me beijando com
vontade enquanto rebola no meu pau.
— Ohhh isso docinho... Isso... Você é muito gostosa... Deliciosa
Laura... Ohh eu queria ter encontrado você a mais tempo... Ohhh você é
minha... — Gemi subindo a minha mão por dentro da sua camisola até tocar
os seus seios um por um.
Ela geme na minha boca mas se inclina para trás, se deitando sobre a
ilha me deixando louco com essa visão, Laura está tão entregue, tão solta e
excitada gemendo de um jeito ainda mais sensual que todas as outras vezes,
ela rebola enquanto percorro a minha mão meu seu corpo, mas já estou quase
gozando e quero pegá-la com força.
Abraço o seu corpo me levantando da cadeira e ergo mais o seu corpo
para cima da ilha, suspendo as suas pernas colocando-as sobre o meu ombro
direito e meto nela com força, já sentindo as minhas veias pulsar dentro dela,
abraços as suas coxas segurando firme enquanto entro nela com vontade, do
jeito que eu gosto, ela leva as suas mãos até os seus seios agarrando-os por
cima da camisola, se acariciando enquanto arqueia as suas costas de olhos
fechados, essa visão era tudo que eu precisava para não conseguir mais me
segurar, então gozo com tudo preenchendo-a com o meu líquido.
— Ohhh Deus... Você é a perfeição em forma de mulher, docinho...
Minha gostosa... Ahhh puta merda... — Gemi ainda metendo nela então sinto
o seu corpo tremer e ela cobre a boca para não gemer alto.
— Hummm... Ohhh Johnnn... Humm Deus isso é tão bom... Ahhh...
— Geme mordendo o seu hobby tentando abafar os seus gemidos enquanto
goza, me apertando na sua intimidade latejando no meu pau.
Diminuo aos poucos os meus movimentos ainda gozando e pulsando
dentro dela, sinto a sua intimidade ainda me apertando e a vejo mole deita
sobre a ilha, beijo as suas pernas enquanto percorro a minha mão pela sua
barriga e subo até os seus seios, encaro o seu rosto e vejo lágrimas
escorrerem pelo seu rosto e isso me preocupa.
— Laura...? Docinho o que houve? Porque está chorando? —
Pergunto preocupado saindo dela, tirando suas pernas do meu ombro. —
Laura o que está acontecendo? Porque está chorando eu te machuquei? Fiz
algo que você não gostou...? Me diz por favor? — Pergunto aflito e com
receios de tê-la machucado, mas ela se levanta descendo da ilha e não diz
nada, apenas chora me deixando angustiado e se afasta correndo para saída da
cozinha. — Laura espera? Não faz isso de novo fala comigo...? Laura! —
Chamo por ela enquanto ajeito a minha bermuda e corro atrás dela, mas ela
não para, só consigo alcançá-la já no meio da escada e abraço o seu corpo por
trás, a impedindo de subir.
— Me deixa...? Por favor me deixa John? Eu quero ficar sozinha..?
Eu preciso ficar sozinha. — Sussurra deitando a sua cabeça no meu ombro
ainda chorando em silêncio.
— Ei! Eu não vou deixar você sozinha, vamos conversar e você vai
me dizer o que houve... Porra Laura eu estou preocupado com você, eu fiz
algo que você não gostou...? Conversa comigo docinho? Não me deixa
angustiado assim? Me diz o que houve? — Peço no seu ouvido tentando
acalmá-la mesmo ela tentando se soltar de mim, mas me sento ali no meio da
escada com ela no meu colo e aos pouco ela respira mais devagar.
— Eu não sei... Não sei o que está acontecendo comigo, eu estou
sentindo muitas coisas dentro de mim mas não sei explicar o que é... Eu só
sei que gosto de você... Eu não queria isso mas eu gosto muito de você, tanto
que chega a doer. — Confessa envergonhada saindo do meu colo se
levantando, mas eu me levanto junto surpreso com a sua revelação. — Eu não
consigo respirar direito quando você está perto, meu coração acelerar batendo
na boca querendo pular para fora... Você me estremece apenas com um olhar
e... As tarde que eu passo sozinha eu sinto a sua falta, uma angústia horrível
me domina e eu adoro quando você me beija... Sinto ciúmes quando vai na
boate porque sei que vai ficar com aquelas garotas, e eu não suporto imaginar
isso porque me fere por dentro... Me desculpa eu não devia estar dizendo
tudo isso. — Confessa ofegante e meio nervosa então sobe a escada correndo,
me deixando aqui feito um idiota boquiaberto com tudo que ela disse. Ela
parecia descrever tudo que eu sinto mas não tenho coragem de dizer!
Corro escada acima ainda me sentindo atordoado com tudo que ouvi,
mas consigo alcançá-la já abrindo a porta do seu quarto.
— Espera Laura...! Você não pode me dizer essas coisas e depois
fugir dessa maneira. — Fecho novamente a porta colocando-a contra a
mesma, encarando fixamente os seus olhos ainda surpreso com tudo isso. —
Você gosta de mim...? Está apaixonada por mim, Laura? Me diz docinho é
isso...? Você está apaixonada por mim? — Pergunto prendendo o seu corpo
ao meu enquanto acaricio o seu rosto, descendo o meu polegar pelos seus
lábios macios.
— Eu nunca me apaixonei antes... Mas se estar apaixonado é sentir
tudo isso, então sim... Estou apaixonada por você John... Está bravo comigo
por isso? — Confessa mais uma vez em um fio de voz me deixando trêmulo
com a sua confissão.
— Não estou bravo meu anjo... Eu estou... Estou confuso e perdido
com toda essa sua confissão, eu jamais imaginei algo assim acontecendo de
novo... Você é minha docinho... Só minha para sempre. — Afirmo com a voz
rouca sentindo a minha respiração pesar. Beijo-a com calma, com ternura
como não faço a anos.
Seu beijo está diferente, está mais doce, mais sensual e mais
prazeroso, está mais envolvente e mais profundo, seu beijo me enlouquece
mas quando sinto os meus pulmões dar sinal de que precisar de ar nos
separamos. Encaro os seus olhos ainda molhados pelas lágrimas mas seco-as
com o meu polegar, encarando essa boquinha linda e viciante que ela tem.
— Boa noite John... Espero que durma bem. — Ela se vira para abrir
a porta, mas seguro a maçaneta a impedindo.
— Não Laura...! Fica no meu quarto hoje...? Dorme comigo? — Peço
pegando a sua mão e levo-a para o meu quarto mesmo sem entender direito o
que estou fazendo, eu não durmo com uma mulher a anos e agora essa
novidade.
Entramos no meu quarto e eu tranco a porta levando-a para minha
cama, ela ainda parece receosa mas vem de bom grado, não consigo tirar os
olhos dela depois da sua confissão, Laura está apaixonada por mim e eu não
poderia estar mais feliz em saber disso, ela é minha por inteira mas ainda
sinto que falta algo, falta eu assumir para mim mesmo o que sinto por ela mas
no fundo tenho medo de fazer isso, tenho medo de perdê-la como eu perdi a
minha família, eu não posso perder a Laura também e eu não vou permitir
isso, eu não posso permitir isso.
Ela vai até o banheiro ainda tímida me encarando sem graça, mas logo
volta meio acanhada e eu aponto na direção da cama pedindo para ela se
acomodar, e assim ela faz, ela puxa o edredom se acomodando no meu
travesseiro então apago a luz, indo me acomodar ao seu lado, não precisei
pedi, ela mesma veio para os meus braços tomando cuidado com o meu braço
imobilizado, espontaneamente eu dou um beijo no alto da sua cabeça e ela
ergue o rosto para me encarar.
— Boa noite John. — Ela me encara com os olhos brilhando como
nunca havia visto antes, eu encaro a sua boca antes de tomá-los para mim em
um beijo calmo.
— Boa noite meu anjo... Durma bem. — Digo ao quebrar o beijo e ela
sorrir daquele seu jeitinho doce.
Cacete! Eu tenho certeza de que ela está ouvindo o meu coração
acelerado, porque eu me sinto assim perto dela? O que eu realmente sinto por
Laura? Será que estou mesmo apaixonado, mesmo lutando todos esses anos
para não deixar isso acontecer? Eu estou apaixonado por ela? Porque o meu
coração bate mais forte toda vez que olho para ela? Porque me sinto
angustiado quando a vejo triste? Quando sinto que ela possa estar em perigo
sinto o meu mundo se destruindo aos poucos, mas quando ela está perto ou
está sorrindo, sinto aquela mesma calmaria que não sinto a anos.
Merda! Mesmo não entendendo os seus sentimentos ela foi mais
corajosa que eu ao admitir que gosta de mim, eu me sinto sufocado sem
conseguir me desabafar como ela fez, eu preciso aceitar que essa garota
entrou na minha vida bagunçando tudo, mas no meio dessa bagunça ela
trouxe a minha vida de volta, Laura me trouxe a vida.
Ainda não estou acreditando que fiz isso, eu me declarei, falei que
gosto dele e ao invés de me jogar para longe dele como eu imaginei que ele
faria, ele simplesmente me trouxe para dormir em seus braços, ele me beijou
antes de dormir mas eu senti nesse beijo uma calmaria que eu nunca sentia
antes, eu me sinto completa quando estou com ele, esqueço todo o meu
passado triste e sofrido quando estou com ele, eu finalmente me sinto feliz de
estar ao lado dele e saber que ele me quer, não sei se ele me quer da mesma
maneira que eu o quero, mas sei que de alguma maneira ele me quer.
Meu Deus eu estou apaixonada por John, não foi ele quem me
comprou, mas é ele quem está me salvando de ter um destino igual ou pior do
que eu já tive até sair daquela maldita casa, aquele cativeiro onde passei tanto
tempo sofrendo nas mãos do diabo, é isso que César é, um diabo maldito!
Dormi um sono que eu não tinha a anos, dormi tranquila e
despreocupada sem mais pesadelos porque aqui eu estou segura, estou
amparada como nunca estive desde que perdi a única pessoa que eu amei
nessa vida, mas aqui estou eu, sentindo um carinho tão gostoso nas minhas
costas enquanto ouço o seu coração bate forte dentro do peito. Acordo com
um sorriso bobo no rosto e olho para cima, encontrando aqueles olhos azuis
me encarando de um jeito tão doce.
— Bom dia! — O encaro meio sem graça ao me lembrar que me
declarei para ele entre lágrimas.
— Bom dia meu anjo... Você é ainda mais linda quando acorda, acho
que posso me acostumar com isso. — Ele me encara fixamente mas logo seus
olhos estão na minha boca, e eu faço o mesmo ansiosa para ganhar um beijo.
Me ergo me sustentando em meus cotovelos e me aproximo,
beijando-o com calma, mas como sempre o nosso beijo rapidamente se torna
intenso e desejoso, ele se inclina me deitando na cama, se pondo sobre mim
se apoiando em apenas um braço, seu beijo se torna faminto e já sei como
isso vai terminar.
Seus lábios úmidos descem pelo meu pescoço enquanto as minhas
mãos vagam pelas suas costas nua, ele se esfrega em mim me fazendo senti-
lo já excitado, sua boca quentinha descendo entre os meus seios me faz
arrepiar, ele se ergue ficando de joelhos entre as minhas pernas e pede para
eu tirar a minha camisola, faço o que ele pede e vejo os seus olhos fixos nos
meus seios, ele toca a minha calcinha e puxa a lateral cuidadosamente,
tirando-a do meu corpo, e isso me surpreende já que quase sempre ele rasga
as minhas calcinhas com brutalidade.
Assim que tira a minha calcinha ele se põe novamente sobre mim,
trazendo a sua boca direto até os meus seios, deslizando a sua língua no meu
mamilo antes de sugá-lo delicadamente, me fazendo arfar, ele deixa um seio
para sugar o outro mas logo desce a sua boa até tocar a minha intimidade, me
fazendo quase gritar.
— Johnnn... Oh Deus... Ohhh... — Gemi me contorcendo, rebolando
na sua boca sentindo ele me sugar com vontade.
Sua mão aperta sutilmente a minha coxa enquanto chupa a minha
intimidade, faminto me devorando literalmente.
— Você é tão gostosa... Tão doce e viciante... Ohhh merda... Eu não
posso gozar sem sentir você... Você é tão viciante... — Geme na minha
intimidade mas se ergue abaixando a sua bermuda, me dando a visão da sua
ereção dura, apontando para o alto, ele se põe novamente sobre mim tomando
a minha boca mais uma vez. —Você sabe o que fazer meu anjo, me deixa
sentir você. — Diz entre os beijos então desço a minha mão entre nós
segurando a sua ereção, o encaixando na minha intimidade. — Ohhh...
Quente... Perfeita... Perfeita para mim meu anjo... Ahhh minha garota...
Minha mulher... Ohhh você é minha mulher, Laura... Minha... — Geme se
instalando dentro de mim e começa a se mover com calma, e mesmo sentindo
dor, porque eu sei que ele está sentindo, não resistimos e transamos.
Mas dessa vez foi diferente, foi com calma e sem presa, foi com
delicadeza, foi com carinho e atenção, John parece diferente, parece ainda
mais intenso no que faz e quando se explodiu dentro de mim, gemeu me
encarando de um jeito diferente, dizendo que eu sou mulher dele, somente
dele e demais ninguém, eu adoro ouvir isso dele, adoro senti-lo dentro de
mim.
Depois de transarmos ele me chama para tomar banho com ele então
fomos para o banheiro, ele me ensina como colocar a banheira para encher e
assim eu faço. Depois da banheira já cheia ele entra me estendendo a mão
para eu entrar também, ele se senta na mesma pedindo para eu me sentar
entre suas pernas então prendo os meus cabelos em um coque no alto da
cabeça para não molhar, e logo faço o que ele pediu.
Meu sorriso está nas orelhas encantada com a quantidade de espuma
na água, sinto a sua mão acariciar as minhas costas e descer pelo meu braço
antes de tocar a minha cintura, ele aperta sutilmente me fazendo arfar e
desliza a sua mão pela minha barriga, subindo para os meus seios,
acariciando a cada um deles. Me encosto no seu peito com cuidado para ele
não sentir dores no ombro, ergo o meu rosto para encará-lo mas ele me
surpreende com um beijo calmo.
— Eu preciso ir na boate hoje para ver como andam as coisas por lá...
Quer alguma coisa da rua? Eu posso comprar para você. — Diz ainda
acariciando os meus seios, mas ao ouvi-lo dizer que vai na boate eu me sinto
mal com isso. Me afasto brevemente para encará-lo.
— Vai na boate...? Vai para ver aquelas garotas não é? Vai ficar com
elas depois de ficar comigo! — Questiono magoada e me levanto para sair da
banheira, mas ele se levanta também.
— Ei! Espera? — Pede me segurando pelo braço me puxando contra
o seu corpo e abraça a minha cintura, me encarando daquele jeito estranho.
— Eu não vou para ficar com nenhuma delas, docinho, eu só quero você e
mais ninguém, acredita em mim? Eu não vou lá para ficar com ninguém, eu
preciso aparece por lá as vezes para ver se não tem nenhum problema, se
estão precisando de alguma coisa e também para ver os lucros dos
atendimentos... A boate é apenas um trabalho para mim, Laura, não é a minha
casa não é tão importante quanto você... Eu gosto de você meu anjo, por isso
não me interessa mais ninguém, só você... Eu só quero você. — Ele me
encara atento e me beija com calma, me fazendo quase derreter em seus
braços ao ouvi-lo dizer que gosta de mim.
Talvez ele não se apaixone por mim, mas pelo menos eu sei que ele
gosta de mim, e saber que alguém gosta de mim e tudo que me importa.
— Me desculpa... — Me interrompe.
— Não se desculpe, você é minha mulher e tem o direito de saber
para onde vou e o que vou fazer... Do mesmo jeito que eu sempre vou querer
saber onde você vai, o que vai fazer e com quem... Quero que me avisei
sempre que quiser sair, seja sozinha ou com alguém, está bem? Não quero
aprisionar você nessa casa, mas eu me preocupo muito com você meu anjo,
eu demiti o Logan para proteger você, demiti a Beatriz pelo mesmo motivo e
lá fora não tem a segurança que tem aqui dentro... Então nunca! Em hipótese
alguma eu quero que você saia sem os seguranças, você está me entendendo?
Eu estou te dando liberdade para fazer o que quiser, Laura, mas eu nunca vou
aceitar te perder, ouviu bem? Você é minha mulher e nunca vai deixar de ser,
então não me decepcione! Não se machuque e não deixa ninguém te
machucar, porque para defender você eu posso me transformar no que eu não
quero... Não perto de você. — Diz meio inquieto mas acaricia o meu rosto,
me surpreendendo com as suas palavras, não o permito dizer mais nada e o
beijo com calma.
— Eu prometo não te decepcionar... Eu prometo. — Afirmo entre os
beijos mas me solto saindo da banheira. — Vou pegar o seu remédio, já deve
estar na hora de você toma-lo. — Pego uma toalha enrolando-a no meu
corpo, ele também sai da banheira com um pequeno sorriso me encarando
atento.
— Eu pego o remédio, não se preocupe, vá se vestir para descermos,
o café da manhã já deve estar servido e eu estou faminto... Tenho certeza de
que você também está. — Ele vem até a mim e me dá mais um beijo antes de
pegar a sua toalha.
Apenas concordo e saio do banheiro indo para o meu quarto com um
sorriso tão grande no rosto, que já estou sentindo o meu maxilar doer, esse
homem tem uma pegada forte que me enlouquece, mas ele também consegue
ser tão carinho que me faz gostar ainda mais dele, não vou me privar de estar
com ele por causa da maneira em que eu fui parar naquela boate, vou seguir o
meu coração e os conselhos da minha mãe e também da Laís, vou ser feliz e
fazer John feliz também, se ele permitir.
Depois de vestir uma calcinha confortável eu coloco um shortinho
soltinho e uma blusa de alças finas sem sutiã, deixo os meus cabelos soltos e
calço o meu chinelo, saio do meu quarto e sigo pelo corredor em direção a
escada, mas de longe dá para ouvir a voz alterada de John, o que pode ter
acontecido para ele ficar desse jeito?
Quanto mais eu me aproximo da escada mais alta a sua voz fica, então
desço as escadas receosa de me aproximar com ele tão zangado.
— Isso está fora de cogitação Felipe! Ela não vai ver esse miserável
eu não vou permitir...! Ele a maltratou por anos ela foi mantida refém
sofrendo tentativas de abuso desse verme desgraçado! Então não me peça
para levá-la até ele porque eu não vou fazer isso! — Diz aos gritos andando
de um lado para o outro nervoso, então ele se vira prendendo os seus olhos
em mim "Será que ele está falando de mim? Como quem ele está falando?
" — Eu entendo Felipe, isso realmente ajudaria a colher informações do
paradeiro da garota, mas... Eu não posso submete-la a isso depois de tudo que
ela passou, ela não vai aguentar passar por isso cara ela ainda não está bem.
— Ele me encara fixamente enquanto eu desço com calma, sentindo o meu
coração acelerar. — Cacete Felipe...! Mas que merda cara...! Eu vou pensar
no assunto eu preciso conversar com ela primeiro... Não te prometo nada
porque por mim ela não vai e ponto final! Mas quero saber o que ela pensa
disso... Está bem, falo com você depois. — Diz ainda irritado e se despede
desligando o celular enquanto eu me aproximo dele com cautela.
— Aconteceu alguma coisa grave...? Era de mim que você estava
falando? Com quem você estava falando, John? Onde você não quer que eu
vá? — Pergunto me aproximando mais dele preocupada, então ele soca o
abajur ao lado do sofá me fazendo pular pelo susto.
— Eu não posso permitir isso Laura! Não posso...! Eu não vou
suportar ver você perto daquele desgraçado, EU VOU QUERER MATÁ-LO
NO MINUTO SEGUINTE! AQUELE INFELIZ DE MERDA! — Grita
alterado andando de um lado para o outro então vejo alguns seguranças
entrando na sala, preocupados enquanto eu sinto os meus olhos arderem.
— Está tudo bem por aqui, Sr. Sarkozy? Aconteceu alguma coisa? —
Pergunta Kaio parado a alguns metros de distância, então sinto as minhas
lágrimas já descendo pelo meu rosto.
— Não está nada bem Kaio, eu estou furioso louco para matar
alguém, mas não posso...! Não é nada que precise da atenção de você nesse
momento, podem se retirar! Eu preciso conversar com a Laura. — Diz ele
ainda andando de um lado para o outro inquieto, então os seguranças se
retiram como John ordenou.
Não consigo dizer mais nada pois a minha única vontade é sair
correndo daqui, para ele estar tão irritado e falando de mim com alguém, eu
tenho quase certeza de que ele está falando daquele monstro.
— Presta bastante atenção Laura! Eu não quero que você faça isso, eu
não quero que você vá vê-lo mas infelizmente a polícia precisa da sua ajuda...
Eles sabem que eu estou com você, sabem que você foi mantida presa pelo
César e estão cobrando o fato de você não ter feito uma denúncia contra ele, a
polícia sabe que você foi vendida por ele, mas como Logan assinou os
documentos em nome dele, isso não pode ser vinculado a minha boate, já que
não tem como ele provar que o dinheiro usado era da boate. — Ele se
aproxima apreensivo mas posso ver o quanto ele ainda está irritado. — O fato
é que eles não estão conseguindo arrancar mais informações daquele canalha,
e... Ele fez um acordo com a polícia, ele só vai falar onde a garota está se
você for falar com ele. — Revela voltando a se irritar e eu faço o que eu
estava desejando e corro em direção a escada, mas eu não chego a me
aproximar dela pois sinto John me abraçar por trás.
— Não John! Eu não posso fazer isso! Eu não vou conseguir encará-
lo depois de tudo que ele me fez... Eu tenho medo...! Eu tenho muito medo eu
não posso... Não posso ir... Não posso...! — Contesto aos prantos tentando
me soltar dele mas mesmo com um braço só, ele consegue me segurar.
— Eu sei meu anjo eu te entendo! Não fica assim por favor? Eu
também não queria isso... Não quero você perto dele outra vez, mas se a
polícia te intimar você precisa comparecer minha pequena... Vai ser bom
você oficializar uma denúncia contra ele porque assim você vai garantir mais
alguns longos anos para ele na prisão... Laura? Laura o que você tem...? Meu
anjo fala comigo o que você tem? — Explica em um tom preocupado mas eu
sinto o meu corpo perder as forças, mas sinto John me arrastar para o sofá me
pondo sentada.
Não consigo dizer nada pois estou em choque com a possibilidade de
encontrar César mais uma vez, ele tem estado presente nos meus pesadelos e
muita das vezes ele conseguia me violentar, e agora vou ter que olhar na cara
dele mais uma vez? Eu não sei se vou suportar isso.
— Eu não vou suportar... Não vou aguentar passar por isso John... Me
ajuda eu não quero isso...? Por favor eu não quero vê-lo outra vez? Os meus
pesadelos vão piorar... — Suplico aos prantos sentindo o ar dos meus
pulmões evaporar aos poucos.
— Tudo bem eu vou dar um jeito nisso, vou ver o que posso fazer
para evitar que você tenha que vê-lo, mas não fica assim por favor...? As suas
lagrimas são como facas afiadas entrando na minha pele, e isso dói... Mão
chora mais por favor? Não chora meu anjo? — Pede angustiado acariciando o
meu rosto, mas então me lembro da garota que ainda está desaparecida.
A quanto tempo ela está sozinha desde que o César foi preso? Será
que ela vai aguentar sobreviver até a polícia encontrá-la? Eu não posso ser
tão fraca, eu fui forte até hoje para me livrar daquele miserável, eu preciso ser
forte mais uma vez para ajudar essa menina, ou ela não terá a mesma sorte
que eu de sair desse inferno com vida.
— Felipe é da polícia e é meu amigo, eu vou ligar para ele e dizer que
você não vai... — Comenta se levantando com o celular na mão mas o
interrompo.
— Espera John...! Essa garota só vai ser encontrada se eu for falar
com ele... Se você me prometer que vai estar comigo eu posso tentar, mas só
se você estiver comigo... Você prometeu não deixar nada e nem ninguém
fazer mal a mim, então se você for lá comigo e ficar ao meu lado eu posso
tentar fazer o que a polícia mandar. — Digo de cabeça baixa pois não queria
ter que enfrentar César novamente, mas eu preciso fazer isso pelo bem da
garota desaparecida.
— Tem certeza Laura...? Merda eu não quero que você vá! Não quero
que tenha que ficar frente a frente com ele outra vez... Droga! Você é a única
chance que aquela garota tem de sair viva dessa situação. — Ele se irrita mais
uma vez apertando os olhos com força e volta a me encarar apreensivo. —
Tudo bem, eu vou ligar para o Filipe e marcar o dia de você ir lá... — Diz já
discando o número mas o interrompo mais uma vez.
— Hoje John...! Agora! Eu quero ir agora, essa garota pode não ter
muito tempo e eu quero passar logo por isso, quero me livrar desse pesadelo
o quanto antes então vamos agora! — Me levanto decidida e ele me encara
sério respirando fundo.
— Felipe...! Manda preparar o nosso amigo... Estou a caminho com
Laura... Está bem, te vejo logo. — Diz ao telefone e logo encerra a chamada.
— Tem mesmo certeza de que você quer fazer isso Laura? — Pergunta me
encarando atento e eu penso por um segundo antes de balançar a cabeça
confirmando. — Ok! Suba e se arruma, sairemos em dez minutos mas já vou
avisando Laura...! Se aquele desgraçado passar dos limites com você, eu juro
que mato ele ali na sua frente, você me entendeu? — Avisa entre dentes com
um olhar furioso me deixando apavorada, engulo a seco sem conseguir dizer
nada. — Ótimo! Agora suba, já estou pronto só te esperando. — Ele me dá as
costas indo em direção ao corredor do seu escritório.
Não tenho muito o que pensar então apenas subo e faço o que ele
mandou, se eu não for a delegacia agora eu posso ser intimada a ir depois
então vamos resolver isso de uma vez, se eu deixar para depois aquela garota
pode não estar mais viva até lá, e ficar frente a frente com aquele demônio
não valerá mais a pena.
Me arrumo o mais rápido que posso para não demorar muito, coloco
uma calça jeans e uma blusa de mangas longas, para não correr o risco de
receber daquele monstro aqueles olhares que me dão nojo. Prendo os meus
cabelos em um rabo de cavalo e faço uma maquiagem leve, apenas para
disfarçar que andei chorando, pego a minha bolsa com os meus documentos
novos e saio do quarto decidida a acabar com esse pesadelo ainda hoje.
Desço até a sala e John está andando de um lado para o outro, mas
para quando me vê descendo a escada, seu olhar é de preocupação e eu
preciso tentar não demonstrar tanto o meu medo, ou ele vai me impedir de
entrar naquela delegacia, ele está ferido e nem era para estar se agitando
tanto, mas sei que ele não vai me deixar ir lá sozinha e nem eu quero isso, eu
preciso me sentir segura e eu só me sinto assim com ele ao meu lado.
— Já podemos ir! — Aviso me aproximando parando na sua frente.
Ele não diz nada, apenas me encara fixamente e sei que ainda está
irritado, sua respiração está pesada e posso ver que ele está tentando se
controlar.
— Vamos logo antes que eu mude de ideia! — Ele passa por mim
indo em direção a porta e eu faço o mesmo.
Sinto as minhas pernas tremerem e minhas mãos soar frio, meu
coração está acelerado, doendo como antes de sair daquela casa, daquele
pesadelo.
Saio de casa rezando para conseguir passar por tudo isso então entro
no carro ao lado de John, o motorista dá a partida no mesmo e assim saímos
da mansão.
Posso ver que John está tenso e a todo momento me encara para se
certificar de que eu estou mesmo bem, tento a todo custo não chorar ainda
mais, mas falhei, o meu medo é grande demais e sei que não vou dormir bem
hoje, mais uma vez terei os meus pesadelos como campainha mas espero que
minha mãezinha esteja olhando por mim, que me ajude a suportar toda essa
situação, e que Deus me proteja daquele monstro mais uma vez.
Não consigo acreditar que Laura aceitou vir na delegacia falar com
aquele desgraçado, por mim ela não viria mas ela tem razão, aquela garota
depende dela para se salvar, e mesmo que eu não concorde com a ideia de vê-
la frente a frente com César, eu não posso ser tão egoísta privando aquela
garota de ser salva, ela é ainda mais nova que Laura e deve ter sofrido
horrores nas mãos daquele estuprador de miserável!
— Porque você não veio dar queixar sobre os abusos de César Evans?
Porque não veio relatar que estava sendo mantida em cárcere privado por
todos esses anos Por acaso você foi impedida de fazer isso, Srta. Laura? —
Pergunta o delegado atento às reações de Laura, que o encara assustada, com
as suas lágrimas descendo sem parar.
— Sim, eu fui impedida, mas não por alguém e sim pelo medo...
Aquele mesmo monstro que está me cobrando de estar aqui hoje, me vendeu
para um homem sem escrúpulos assim como ele... César estava solto e eu tive
medo dele me encontrar, tive medo de denunciá-lo e ele vir atrás de mim...
Logan me comprou e me obrigou a me prostituir, mas John Sarkozy me tirou
de lá, me dando casa para morar e um trabalho descente para me manter... Ele
não sabia do meu passado até eu mesma contar tudo a ele. — Conta entre
soluços enquanto eu ando de um lado para o outro, preocupado por ver Laura
tão nervosa, mas confesso que fiquei surpreso por ela me defender.
— Sim eu compreendo, eu já estava ciente dessa situação mas queria
ouvir com as suas própria palavras... Bom, depois de tudo que eu ouvi aqui
eu acho que isso basta, depois que você assinar o seu depoimentos a
levaremos para falar com César Evans... Vamos rezar para que você consiga
arrancar alguma informação importante desse miserável. — Diz o delegado
em um tom amargo ao falar de César, e Laura se vira me encarando aflita.
— Não se preocupe, eu vou estar com você o tempo todo. — Me
aproximo dela tentando tranquilizá-la através de um olhar sincero, mas a
verdade é que estou tão puto que tenho receios de perder a cabeça quando
estiver perto daquele verme.
— Me desculpe Sr. Sarkozy, mas o senhor não poderá entrar, a Srta.
Laura terá que entrar sozinha para... — Avisa o delegado enquanto pega o
depoimento de Laura para ela assinar, mas ela o interrompe.
— Não! Eu não vou entrar lá sozinha, se o John não entrar comigo eu
saio dessa delegacia agora mesmo...! Eu não vou enfrentar esse monstro
sozinha, não vou...! Eu não vou eu não posso...! Eu não posso... — Laura
Contesta em pânico transtornada, com medo de ter que ficar sozinha com
César.
Me apresso para puxá-la para os meus braços, apertando-a forte
contra o meu corpo afim de acalmá-la.
— Se acalma meu anjo você não vai ficar sozinha com ele, eu não
vou deixar! Mas por favor fica calma? — Prendo ela em meus braços e a
mesma me aperta forte como medo de me soltar. — Ela está fazendo
acompanhamento psicológico delegado, não é prudente ela ficar cara a cara
com esse homem sozinha depois de tudo que ele a fez sofrer... Eu sou o
responsável por ela agora e eu sinto muito, mas eu não vou deixá-la entrar
naquela sala sozinha. — Me irrito o encarando sério ainda abraçado a Laura e
ele respira fundo.
— Ok Sr. Sarkozy! O senhor pode acompanhá-la mas não faça nada
imprudente, está me ouvindo...? Mandem trazer o detento para visita! — O
delegado respira fundo mais uma vez se dando por vencido.
Fico aqui com Laura por alguns minutos mas ela parece ainda mais
nervosa a cada minuto que passa, não tem como acalmá-la nesse momento
então terei que fazer isso depois.
Depois de alguns minutos ali com o delegado explicando a Laura as
perguntas que ela deveria fazer a César, para descobrirmos o paradeiro da
garota desaparecida, um dos policiais veio avisar que já estão trazendo César,
então o delegado nos conduz até a sala de interrogação onde seremos
monitorados e as cenas gravadas para a nossa segurança.
Entramos na sala e Laura treme igual vara verde, e vê-la assim só
aumenta mais o meu ódio por esse miserável.
Poucos minutos depois a porta se abre fazendo Laura da um pulo para
trás, dois policiais entram acompanhando César algemado, o encaro furioso e
o mesmo me encara surpreso antes de focar os seus olhos em Laura, ela
segura o meu braço com tanta força que sinto a minha pele arder.
— Uau...! Você está ainda mais linda Laurinha... E mais gostosa
também, foi uma pena eu não ter conseguido pegar você dê jeito. — Comenta
o desgraçado sorrindo de uma maneira que me dá nojo.
A minha vontade é voar no pescoço dele agora mesmo mas sei que
serei impedido, e até mesmo retirado da sala e eu não quero isso, não posso
deixar Laura sozinha com esse verme.
— Nos poupe das suas gracinhas e vai direto ao assunto, seu verme
peçonhento! Você já a desrespeitou o suficiente, você não acha...? Quer
conversar a sós comigo um pouquinho? Te garanto que faço você se
comportar seu miserável! — Digo entre dentes dando um passo a frente
olhando dentro dos seus olhos e sei que ele sabe que eu não estou aqui para
brincadeiras.
— Eu não chamei você aqui, doutorzinho! Então é melhor você sair
ou eu não abro o bico. — Ele me encara sério enquanto se senta na cadeira,
um dos policiais prendem as suas algemas em um gancho de aço sobre a
mesa.
— De verdade, eu sinto muito pela garota desaparecida, mas se eu
sair dessa sala, Laura sairá comigo...! E então? Vai perder a sua última
chance de falar com ela...? Eu te garanto que você não terá outra
oportunidade como essa, César. — Aviso o mais calmo que consigo e se eu
fosse ele teria medo, teria muito medo.
— Para quê você me chamou aqui? Porque quer continuar mantendo a
garota presa se você não vai sair daqui...? Está sentindo prazer em saber que
ela deve estar sofrendo sozinha? Passando fome, sede e sabe lá Deus o que
mais...? Porque você tinha que ser essa pessoa tão ruim? Tão desprezível...?
Você não sente remorso pelas coisas que você fez? — Pergunta Laura sem
soltar o meu braços e vejo a sua voz se alterar, sei que mesmo amedrontada
ela está furiosa por estar na frente desse canalha.
— Nossa! Quantas perguntas... Mas eu já esperava por isso. —
Retruca o canalha mais uma vez focando os seus olhos em Laura. — Sente-se
querida? A nossa conversa será um pouquinho longa... Eu tenho muito a te
dizer e sei que você não vai gostar. — Ele respira fundo, meio pensativo e
não sei onde ele quer chegar com tudo isso.
— Eu não vou me sentar perto de você, fala primeiro onde está a
garota e eu te escuto até o fim, mesmo contra a minha vontade... Onde a
garota está? O que você fez com ela? Tem mais alguém envolvido nisso? Diz
logo ou eu não vou te ouvir! Eu já estou fazendo um sacrifício muito grande
aceitando estar aqui, não me faça ir embora agora mesmo porque eu estou no
meu direito de não querer te ouvir. — Diz Laura com a voz trêmula se
mantendo o mais longe possível da mesa onde César estar.
— O... ! Vocês ouviram policiais, ela vai me ouvir até o fim depois
que eu der as informações que vocês estão esperando, então eu não aceito ser
enganado porque tem outra mulher presa em outro lugar, e eu só vou dizer
onde ela está depois que eu disser tudo que eu tenho para dizer a ela... Se
Laura sair daqui antes de me ouvir, essa mulher vai morrer até alguém
conseguir encontrá-la. — Dispara o desgraçado nos pegando de surpresa com
a sua revelação.
— Ele está mentindo! Ele só está dizendo isso para me obrigar a ouvi-
lo... Você é um monstro César! Seu desgraçado! — Esbraveja Laura irritada
o encarando com ódio, mas infelizmente eu não acho que esse verme esteja
mentindo, ele tem sim uma carta na manga.
— Amanda Fonseca! Mulher loira de 32 anos, mãe de três filhos,
casada há 15 anos, mora a duas quadras do teatro municipal, desaparecida a
algumas semanas mas a família ainda não deve ter prestado queixa, já que a
bela senhora ligou pra casa avisando que estaria viajando a trabalho... E então
Laurinha? Você vai me ouvir até o final ou vai carregar uma morte nas suas
costas, querida? — Diz esse doente infeliz com um sorriso debochado, nos
deixando chocados com tudo que ouvimos.
— Eu vou te ouvir até o final, então começa a soltar as informações
que a polícia precisa, e no final de tudo você também dirá onde está essa
mulher que você citou... Essa é a minha condição! Pode começar a falar. —
Afirma Laura ainda tremendo, mas um pouco mais confiante que antes.
— Ok, então vamos lá... Sr. Delegado, eu sei que está me ouvindo e
me vendo atrás desse espelho, eu espero que esteja gravando isso porque eu
não vou repetir. — Avisa o crápula grudando os seus olhos no corpo de
Laura, me deixando furioso com isso.
Ele começa a falar contando exatamente onde a garota está sendo
mantida presa, o desgraçado explica exatamente como chegar lá e dá detalhes
do que fez a garota, nos deixando horrorizados com a sua frieza, como podem
existir pessoas tão perversas dessa maneira? Eu não me considero nenhum
santo mas jamais passou pela minha cabeça cometer uma crueldade dessas
contra uma mulher.
Laura chora em silêncio ainda agarrada a mim, com medo de que eu à
solte. César solta cada palavra sem tirar os olhos dela e vejo o quando ela está
incomodada com isso.
— Eu só não tive sorte com você Laura, a sua mãe sempre se media
onde não era chamada, você foi crescendo e foi ficando mais abusada, me
enfrentando o tempo todo, diferente das outras garotas que foram mais
obedientes... Mas como seriam se eu ameaçava matar as suas família, não
é...? Eu não tive como te ameaçar, afinal a sua mãe já estava com o pé na
cova mesmo. — Ele sorrir debochando da situação e eu me surpreendo com a
reação de Laura.
— SEU DESGRAÇADO! MISERÁVEL EU TE ODEIO...! SEU
MONSTRO! SEU COVARDE! MONSTRO ASQUEROSO VOCÊ MATOU
A MINHA MÃE...! ELA MORREU POR SUA CULPA SEU DEMÔNIO!
— Grita furiosa voando em cima dele esbofeteando o seu rosto inúmeras
vezes até os policiais tirarem ela de cima dele.
Não movi um músculo sequer, deixei ela se divertir porque ela
merece isso depois de tudo que esse infeliz fez a ela.
— Sim! Eu sou um monstro querida, não precisava me lembrar, estão
todos fazendo isso o tempo todo. — Esbraveja de volta ainda sorrindo
enquanto Laura é afastada dele, só então me aproximo dela para mantê-la
perto de mim.
— Laura se acalma? Vamos acabar com tudo isso para sairmos logo
desse lugar, mas você precisa se acalmar meu anjo! — Peço enquanto tiro-a
do aperto dos policiais trazendo-a de volta para os meus braços.
— Vocês vão sair daqui sim, mas só depois que Laura me ouvir e eu
ainda não terminei, gracinha... A melhor parte vai vir agora, eu já dei todas as
informações que a polícia queria, agora você precisa me escutar com atenção
Laura. — César a encara sério e eu respiro fundo tentando me manter calmo
por mim e por Laura.
— Eu não sei o que você tem a dizer, mas seja lá o que for eu já sei
que não é boa coisa, nunca se deve esperar algo bom vindo de um canalha,
um monstro igual a você! — Laura transborda rancor na voz e vejo César
tentar se levantar.
— SIM EU SOU UM MONSTRO, LAURA...! Sou um monstro mas
também sou o seu pai! — Esbraveja nos deixando perplexos com as suas
palavras.
— O quê...? Não...! Não você não é o meu pai! Você nunca foi um
padrasto para mim e muito menos séria o meu pai...! O meu pai jamais
tentaria abusar de mim como você fez por dez anos... Eu não vou acreditar
nessa mentira... Se você já terminou eu vou embora! — Contesta Laura
assustada e com os olhos arregalados, tentando me arrastar em direção a
porta, mas César grita novamente.
— VOCÊ NÃO VAI SAIR DAQUI LAURA! Eu ainda não
terminei...! Eu sou sim o seu pai! — Esbraveja irritado tentando se levantar
mas se senta novamente quando paramos para ouvi-lo.
— Eu quero entender qual é o seu propósito com tudo isso? Qual é a
sua necessidade de inventar um absurdo desses depois de anos tentando
abusar da sua enteada? Porque só agora você revelaria ser o verdadeiro pai
dela? Você não acha que se fosse mesmo verdade a própria mãe dela teria
dito isso a ela....? Você já teve a sua chance de falar com Laura, já falou
então agora apodreça no inferno onde é o seu lugar, seu canalha miserável!
— Questiono entre dentes tentando me aproximar dele mas os policiais se
põem na minha frente, me impedindo de me aproximar.
Encaro Laura atrás de mim e ela ainda está em choque com essa
bomba jogada sobre ela, Laura nem parece respirar, parece ter ido para outra
dimensão tentando assimilar tudo que ouviu.
— Eu conheci Mercedes Westhause a um pouco mais de vinte anos
atrás, ela era uma mulher muito tímida mas linda o suficiente para chamar a
minha atenção... Eu tentei ser um cavalheiro com ela, mas eu não suporto ser
rejeitado, eu passei uma semana tentando consegui o que eu queria, de uma
maneira mais consensual e amigável, mas ela não me deu escolhas. — Conta
ele como se tivesse contando algo sem muita importância, encarei Laura que
o encara ainda mais chocada que antes.
— Você está querendo me dizer que... Você... Você estuprou a minha
mãe...? Você abusou da minha mãe...? Meu Deus a minha mãe... — Laura
questiona
em um fio de voz mas de repente ela corre até o fundo da sala, se jogando
sobre uma lixeira vomitando horrores, me deixando nervoso e apavorado.
— Meu Deus Laura... O que houve meu anjo o que você tem? —
Pergunto correndo até ela me abaixando ao seu lado, tentando segurar os seus
longos cabelos. — Já chega de tudo isso! Ela precisa de ajuda precisa de um
médico...! Ela precisa ir para um hospital agora mesmo. — Digo aflito vendo
Laura passando mal, mas novamente César esbraveja chamando a nossa
atenção.
— Se ela sair daqui agora eu não entrego o paradeiro de Amanda! Ela
vai morrer e a culpada será Laura e o seu novo protetor! — Esbraveja
tentando mais uma vez se levantar mas as suas algemas presas o impede.
— Você não está em posição de exigir nada seu filho da puta
miserável... — Me levanto irritado para voar em cima dele mas Laura me
interrompe.
— John...! Eu fico até o final... Essa mulher não pode morrer por
minha culpa... — Laura tenta se levantar mas vejo o quanto ela está fraca, um
dos policiais puxa uma das cadeiras da mesa para ela se sentar e eu a ajudo a
se levantar.
Suas lágrimas não param de cair e ela evita a todo custo encarar
César, vejo o quanto ela está tensa e desconfortável mas está tentando se
manter firme, para salvar a vida de mais uma mulher que ninguém sabia que
estava desaparecida, esse desgraçado parece ter pensado em tudo para obrigar
Laura a ficar para ouvi-lo até o final.
— Depois que eu estive com Mercedes eu tive que desaparecer, eu
tinha certeza de que ela me denunciaria, mas ela não o fez, aliás, muitas não o
faz por medo. — Diz a última parte com um sorriso de lado e isso faz o meu
sangue ferver de ódio. — Quando eu voltei a encontrar a sua mãe você já
estava grande, já estava com nove anos, eu desconfiei que você fosse a minha
filha e usei isso para conseguir fazer o meu paradeiro fixo, eu tive que
ameaçar tirar você dela e por isso ela teve que me deixar ficar, o medo dela
era tanto que sua condição era que eu não contasse nada a você sobre eu ser o
seu pai, eu não me importei com isso então aceitei. — Revela tranquilamente
sem tirar os seus olhos de Laura, então ela finalmente o encara.
— Eu sou filha de um estuprador...? Eu sou o fruto de um estupro e
fui molestada por anos pelo meu próprio pai...? Não! Você não é e nunca vai
ser o meu pai...! Na minha certidão de nascimento consta que sou filha de pai
desconhecido, e vai continuar assim...! Eu tenho nojo de você e por mim você
pode morrer agora mesmo, e nem assim você vai pagar por tudo que fez a
mim e minha mãe... — Desabafa entre lágrimas tentando se manter calma
mas ela se levantar deixando a sua explosão sair. — Você é pior que um
monstro! Você... Você teve a frieza de estuprar a minha mãe e depois voltar
para atormentá-la ainda mais... E não satisfeito fez da minha vida um
inferno... Meu Deus... Meu Deus me ajuda a suportar tudo isso...? Me ajuda...
— Esbraveja alterada o encarando com desprezo mas de repente ela desmaia
me deixando em pânico.
— LAURA...? Meu Deus Laura? Não faz isso comigo docinho por
favor...? Acorda vai por favor? Tirem ela daqui agora mesmo! Ela precisa de
um médico! AGORA! — Chamo por ela já em pânico por vê-la caída ao
chão mas ela não responde, me altero já farto de vê-la nessa situação.
Um dos policiais pega ela no colo saindo apressado da sala e eu vou
atrás, mas ao perceber o sorriso no rosto daquele miserável eu paro para
encará-lo com todo o ódio que já senti em toda a minha vida, Felipe e o
delegado entram apressados na sala mas eu não consigo tirar os olhos de
César.
— Vamos sair daqui John! Já conseguimos o que queríamos cara...
John você está me ouvi... — Diz Felipe parado ao meu lado me encarando
fixamente então eu faço o impensável.
Meto a mão na sua cintura pegando a sua arma, já destravando e
aponto para cabeça de César, louco para puxar o gatilho e estourar o seu
crânio.
— John não faça isso! Você vai arruinar a sua vida por causa de um
ser insignificante como esse? Pelo amor de Deus pensa na sua família? Pensa
em Laura, John...! Abaixa essa arma por favor cara...? Porra John nós já
conversamos sobre isso caralho, está tudo sobre controle nós vamos dar um
jeito nisso! Agora me entrega essa arma...? Você vai se complicar se puxar
esse gatilho meu amigo, Laura está desacordada indo para um hospital e ela
precisa de você! — Felipe tenta me persuadir mas não me movo um
milímetro sequer.
Continuo apontando a arma na cabeça do lixo humano a minha frente
me encarando com os olhos arregalados, trinco o maxilar me controlando
para não me deixar mover pelo ódio que estou sentindo nesse momento,
então abaixo a arma sem tirar os olhos desse infeliz e Felipe pega a arma da
minha mão, dou um passo na direção César mas o meu amigo se coloca na
minha frente.
— Você vai ouvir falar de mim, César Evans...! Eu juro que você
ainda vai ouvir falar de mim, isso é uma promessa... Eu só espero que você
sobreviva tempo suficiente para ouvir falarem o meu nome, estupradores
imundos iguais a você não esquenta lugar no presídio... Você vai ceder o seu
lugar para outro que também não vai durar muito tempo, assim como você.
— O alerto o mais calmo que consigo quase em um sussurro, tentando me
controlar ao extremo.
— Você está me ameaçando, Sr. Sarkozy...? Você sabia que ameaça é
crime? — O desgraçado diz com um sorriso de lado e eu tento mais uma vez
em vão me aproximar dele.
— Não, eu não estou te ameaçando, seu lixo, eu estou te avisando
para você não se surpreender quando a sua hora chegar... E pode esperar
porque ela não vai demorar. — Aviso entre dentes me soltando de Felipe que
me encara apreensivo, então me viro encarando o delegado.
— Vai ver a sua protegida John... Ela vai precisar muito de você
agora, principalmente do atendimento psicológico, acho que isso foi demais
para ela. — Me aconselha o delegado me guiando em direção a porta.
— Ok, eu converso melhor com você depois Gusmão... Você me deve
uma e eu vou cobrar. — O encarando sério então saio apressado, mas um
policial vem na minha direção avisando que Laura foi levada para o hospital
do centro.
Corro para fora da delegacia e encontro apenas Kaio e o meu
motorista me esperando, Anderson foi na viatura acompanhando o policial
que levou Laura para o hospital. Entro no carro ordenando agilidade ao meu
motorista e rapidamente ele sai com o carro me tirando dali, eu preciso vê-la,
preciso saber como ela está, meu Deus eu não esperava por nada disso, não
esperava que a minha mulher fosse passar por traumas como esses, minha
mulher, Laura é minha mulher e vai precisar não só de mim, mas da minha
família também, ela precisa de apoio e ela terá.
UM MÊS DEPOIS...

Já faz um mês desde que Laura descobriu que é filha daquele monstro
miserável, e faz também um mês que não aguento mais vê-la trancada no
quarto sem sair para nada, Laura está se isolando do mundo, está se afastando
de nós e mesmo entendendo as suas razões, eu não aguento mais ficar longe
dela.
Não vou negar que sinto a falta dela na minha cama, mas também
sinto falta do seu sorriso, dos seus beijos e do seu rosto corado envergonhada
por algum motivo sem muita importância, sinto falta de olhar para ela e vê
aquela mulher linda que me encanta a todo instante, mas por um mês inteiro
eu a perdi, estou perdendo-a e tenho medo de não conseguir trazê-la de volta,
estou com medo de me perder junto com ela pois aos poucos estou voltando a
minha amargura de antes.
Laura era o meu motivo para superar o meu passado, mas na sua atual
condição tudo que ela está conseguindo é trazer de volta aquele John que eu
não queria ter me tornado, não estou suportando vê-la desse jeito e isso está
me machucando como jamais pensei que aconteceria.
Depois que o delegado Gusmão conseguiu resgatar a garota e a
mulher desaparecida, eu quis ir pessoalmente dar um fim naquele verme
maldito, mas meu pai, Felipe e Gusmão me impediram, mas garantiram que a
minha vontade seria feita e em menos de duas horas eu fui avisado da morte
de César, conversei com Laura sobre isso mas ela parecia não me ouvir,
Laura parece em estado vegetativo sem reagir a nada.
Giulia e mamãe estão arrasadas com a situação, já tentaram de tudo
para reanimar Laura mas não conseguiram, ela não quer estudar e nem
trabalhar, não quer sair de casa e nem desce para comer, a única coisa que ela
me pediu foi para visitar o túmulo da sua mãe, mas acho que não foi uma boa
ideia, ela chorou tanto que desmaiou novamente me deixando em pânico.
Prometi a ela que tiraria a mãe dela daquele lugar e a colocaria mais
perto, em um cemitério mais descente e nesse dia ela me abraçou, chorou
incansavelmente em meus braços mas logo se fechou novamente, ela ainda
não aceita o fato ser fruto de um estupro e sei que isso é muito pesado para
qualquer um, principalmente para ela que sofreu tanto nas mãos daquele
monstro, mas eu já deixei bem claro que isso não importa porque ela é muito
diferente do ser que infelizmente era pai dela.
— Eu estou no meu limite papai! Não aguento mais vê-la assim, está
parecendo uma morta viva trancada naquele quarto, não sai para canto algum,
não se alimenta direito e quase todos os dias acorda gritando no meio da
noite... Eu estou tentando ser forte, estou tentando ajudá-la mas ela não
deixa! — Desabafo em um tom aflito jogando o meu guardanapo sobre o
prato e me levanto inquieto.
— Ela só precisa de tempo meu filho, está tudo muito recente ainda,
logo ela vai se abrir para nós novamente, eu tenho certeza disso... Ela ainda
está em choque, ainda não conseguiu digerir tudo que ouviu daquele homem,
é normal que a pessoa passe por esses traumas e nós precisamos ter paciência
com ela. — Meu pai me encara aflito preocupado com a situação assim como
todos nós.
— Eu tento fazer companhia para ela mas é como se eu nem estivesse
lá... Laura não quer ver e nem falar com ninguém, a tristeza dela é muito
grande e eu tenho medo dela não voltar a ser como antes... Eu quero ajudá-la
mas também não sei como, nem o psicólogo ela não quer ver mais. —
Comenta minha irmã em um tom triste com lágrimas nos olhos mas não as
deixa cair.
— Nós não vamos desistir dela filho! Vamos continuar tentando
trazê-la de volta mas você não pode mudar com ela, você está muito irritado
já demitiu metade dos funcionários dessa casa, na empresa também está
impaciente e voltou a perder noites de sono bebendo naquela boate... Você
está saindo novamente com aquelas mulheres, John...? Você está voltando
para aquela vida de bebedeiras e muitas mulheres a sua volta, é isso? —
Questiona minha mãe tentando me consolar mas a sua expressão muda ao
falar da boate.
— Não mamãe! Eu não voltei para aquela vida de ter muitas mulheres
a minha volta mas a bebida tem sido a minha companhia para suport... —
Me irrito com as suas insinuações mas paro ao ouvir gritos.
— AHHH... SOCORRO! ALGUÉM AJUDA PELO AMOR DE
DEUS! SOCORRO! — Ouço gritos vindo de fora da casa e corro em direção
a saída de acesso ao jardim da piscina.
Saio da casa correndo e quando me aproximo da piscina vejo Sandra
apavorada, gritando muito andando de um lado para o outro olhando para
dentro da piscina, quando me aproximo um pouco mais vejo o corpo de
Laura boiando na água, fazendo o meu coração parar algumas batidas e o ar
dos meus pulmões evaporar, sinto as minhas pernas falharem mas mesmo
assim corro me atirando dentro da piscina.
— LAURAAA! — Ouço os gritos da minha mãe e minha irmã antes
que eu afundasse na água.
Não sei como estou conseguindo respirar mas subo para superfície
abraçado ao corpo de Laura, nado com ela até a beira da piscina e os
seguranças aparecem correndo querendo saber o que aconteceu. Tiro ela da
água colocando-a deitada no chão sentindo o meu corpo inteiro tremer.
— Laura...? Por favor fala comigo? Acorda Laura eu estou
mandando! — Esbravejo com a voz trêmula pelo medo enquanto faço a
massagem cardíaca nela, mas não obtenho resultado, faço a respiração boca a
boca e nada. —Porra Laura acorda! Por favor não faz isso comigo meu
amor...? Não me deixa eu te imploro...? Eu te amo não me deixa? Por favor
não me deixa! — Sinto os meus olhos arderem embaçando a minha visão.
Continuo a massagem e depois a respiração boca a boca mas nada
acontece, tento me concentrar no que estou fazendo e nem me dou conta das
palavras que saem pela minha boca.
— Não! Laura não faz isso...! Por favor não faz isso...? Não morra por
favor? — Pede Giulia ao prantos andando de um lado para o outro nervosa
enquanto mamãe apenas chora, atenta ao que eu estou fazendo.
— Ela não vai me deixar! Eu nunca vou perdoá-la se ela me deixar,
então acorda logo Laura...! Vamos amor acorda! Por favor volta para mim...?
Volta para mim amor por favor! LAURAAA! — Imploro ainda em pânico
ainda fazendo a massagem cardíaca rezando mentalmente para ela voltar para
mim, então ela finalmente acorda cuspindo toda a água que engoliu mas
desmaia logo em seguida.
— Me Deus... Precisamos levá-la para o hospital, RÁPIDO! —
Ordena meu pai alterado então Kaio pega ela no colo correndo pelo jardim
lateral e eu corro logo atrás, mesmo sem sentir as minhas pernas, ainda não
acreditando no que aconteceu.
Meu Deus eu quase a perdi, Laura quase se foi ela tentou se matar,
sinto o meu peito apertado e o meu coração despedaçado só de pensar que ela
poderia estar morta agora. Entro no carro correndo e Kaio a entrega para mim
colocando-a no meu colo.
— VAMOS RÁPIDO PELO AMOR DE DEUS! VAMOS! — Peço
aos gritos deixando as minhas emoções falarem por mim, e o meu motorista
acelerar saindo da mansão cantando pneus.
A todo momento eu chamo por ela mas Laura não reage e isso me
apavora, verifico os batimentos delas a cada cinco segundos para me
certificar de que ela ainda está viva, aperto-a contra o meu corpo sentindo a
sua pele gelada e isso me preocupa, me apavora eu ainda estou atordoado,
estou em pânico, estou em choque ainda não acreditando que Laura tentou se
matar pulando na piscina, essa é a única explicação pois ela não sabe nadar e
não entraria sozinha, meu Deus eu quase a perdi, se Sandra não a encontrasse
logo ela estaria morta com toda certeza.
Sinto o meu rosto molhado e por um momento até pense ser a água da
piscina escorrendo dos meus cabelos, mas não é, meus olhos ardem e
lacrimejam liberando as lágrimas que eu prendo por anos, aquelas lágrimas
de dor, de angústia e medo, eu não posso perdê-la, se isso acontecer vai me
destruir e eu jamais vou conseguir me recuperar, não vou conseguir superar a
perda de mais uma pessoa que entrou na minha vida sem pedir permissão,
para depois perder dessa maneira, eu não vou suportar.
Pouquíssimos minutos depois estamos estacionando na entrada da
emergência do hospital centro, saí correndo do carro com Laura ainda
desacordada em meus braços, e entro feito um furacão pelas portas chamando
atenção de todos.
— UM MÉDICO POR FAVOR! É URGENTE EU PRECISO DE
UM MÉDICO DROGA! — Esbravejo alterado então aparecem enfermeiros
com uma maca me pedindo para colocá-la na mesma.
— Me desculpe mas o senhor não pode entrar, precisa preencher a
fich... — Avisa um dos enfermeiros tentando me impedir de acompanhá-la,
mas passo por cima dele feito uma máquina.
— Eu mato quem tentar me impedir de entrar! Então se não quiser
fazer uma visita ao necrotério é melhor sair da minha frente! — O alerto entre
dentes sem diminuir os meus passos mas logo não vejo mais a maca com
Laura, não sei onde eles entraram. — MAS QUE INFERNO! DROGA! —
Grito irritado então vejo alguns seguranças do hospital se aproximarem
pedindo para eu esperar na recepção.
Tento intervir para liberarem a minha entrada mas não consigo, sou
escoltado pelo corredor até chegar na recepção onde encontro os meus pais e
minha irmã entrando apressados.
— Cadê a Laura como ela está? Ela está bem? Já foi atendida? —
Pergunta meu pai se aproximando visivelmente preocupado, enquanto eu
tento assimilar tudo que está acontecendo.
— Eles entraram com ela agora mas não me deixaram ir junto...
Giulia, você e a mamãe podem preencher a ficha dela para mim...? E você
papai! Eu preciso de um favor para agora mesmo... Eu quero aquela piscina
coberta por concreto, você tem que transformar a água daquela piscina em
concreto papai! Eu não quero mais aquela coisa na minha casa. — Peço
irritado me lembrando do corpo de Laura flutuando na água praticamente sem
vida, e desabo ali na sua frente caindo de joelhos aos seus pés, mas sinto
braços me envolverem. — Ela não pode me deixar papai... Eu a amo... Eu
amo Laura eu não posso perdê-la... Não posso... Meu Deus eu não posso
perdê-la também, eu não vou conseguir superar isso, não vou aguentar viver
sem ela. — Desabafo deixando as minhas lágrimas caírem livremente,
sentindo a escuridão se aproximando lentamente da minha vida.
— Ela não vai nos deixar filho, ela é forte, lutou para sobreviver até
agora e sei que ela não vai desistir... Ela não vai nos deixar... Não vai eu sei
disso. — Diz mamãe aos prantos também abraçada a mim.
Encaro minha irmã e ela está pálida chorando em silêncio para não me
deixar pior do que eu já estou, de repente ela se solta de mim e corre pelo
corredor na mesma direção em que levaram Laura, sei que ela não vai
conseguir nada com isso então fico aqui, caído ao chão sendo amparado pelos
meus pais que estão iguais ou pior que eu.
Depois de alguns minutos me deixando levar pela angústia, tristeza e
medo, eu finalmente me levanto do chão e meu pai me leva até a sala de
espera, enquanto mamãe vai até a recepção, entro na sala de espera e está
cheia com pessoas chorando, se lamentando, angustiados assim como eu,
esperando notícias de pessoas que amam e estão aqui com algum problema.
Não vou aguentar ficar aqui, eu já estou mal o suficiente para
presenciar tudo isso, então saio novamente da sala de espera e fico ali mesmo
no corredor esperando por notícias de Laura, vejo minha mãe vir de um lado
e minha irmã vir correndo do outro, mas o que me surpreende é o sorriso no
rosto de Giulia pois isso significa algo bom.
— Me fala logo Giulia? Você tem notícias dela? Ela está bem, é isso?
— Pergunto ansioso indo na sua direção acabando com a distância entre nós.
— Uma mulher sempre consegue o que quer desde que saiba como
agir... Sim, ela está bem, estão fazendo alguns exames mas logo a levarão
para o quarto... O médico disse que ela acordou muito agitada gritando então
tiveram que sedá-la. — Explica minha irmã empolgada e pula nos meus
braços fazendo o meu coração bater mais forte com essa notícia.
— Bendito seja Deus... Ela está bem graças a Deus. — Suspira
mamãe voltando a chorar mas dessa vez um choro de alívio, assim como eu
estou sentindo agora.
— Eu preciso vê-la! Eu só vou me acalmar depois de vê-la. — Me
solto de Giulia e quando penso em ir na direção em que ela veio, vejo um
médico se aproximar.
— Vocês são os parentes da Srta. Westhause, certo...? Eu sou Marcos
Pacheco, o médico que está atendendo a Srta. Laura Westhause, bom, ela está
sendo transferida para o quarto nesse momento, apesar de ter engolido muita
água e ter ficado tanto tempo submersa na água, a Srta. Westhause só está
viva graças ao atendimento de primeiros socorros feito no local, ela acordou
agitada chamando por John, então achamos melhor sedá-la para que se
acalmasse um pouco, mas logo ela acordará... A Srta. Sarkozy me explicou o
que houve, parabéns Sr. Sarkozy, o senhor salvou a vida da jovem Laura, ela
estará no quarto 312 no segundo andar, em alguns minutos já vai poder vê-la.
— Explica o médico nos encarando com um breve sorriso antes de olhar a
sua prancheta.
— Obrigado doutor, eu quero vê-la agora mesmo, quero ter certeza de
que ela está mesmo bem olhando pessoalmente. — Agradeço ansioso já indo
em direção ao elevador, e minha mãe e minha irmã vem logo atrás enquanto
meu pai continua conversando com o médico.
Eu preciso vê-la, preciso ver com os meus próprios olhos que ela está
mesmo bem, e que não me deixou como eu estava temendo.
Subimos para o segundo andar e quando o elevador se abre, saímos de
frente ao quarto indicado pelo médico, não penso duas vezes e entro no
quarto apressado encontrando Laura desacordada naquela cama, enquanto
enfermeiras mexem no soro injetado no seu braço, essa cena faz o meu peito
se apertar.
Há um mês atrás ela esteve nesse mesmo hospital depois de passar
mal com tudo que ouviu daquele desgraçado do César, se ele não estivesse
morto agora eu voltaria naquele presídio e o mataria com as minhas próprias
mãos.
Encaro Laura por alguns segundos sentindo o meu coração bater mais
forte, me aproximo da sua cama sentindo a minha respiração pesar, seguro a
sua mão sentindo a sua temperatura mais quente que dá última vez que estive
com ela em meus braços, ainda desacordada, encaro o seu rosto ainda pálido
e sinto as minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
— Laura...? Acorda docinho? Por favor me deixa ver os seus olhos...?
Meu amor acorda? — Chamo por ela mas ela não responde, sinto minha mãe
tocar o meu ombro me encarando com um sorriso amoroso, mesmo as suas
lágrimas descendo livremente.
— Você a ama...! Eu soube desde a primeira vez que os vi juntos...
Vocês se amam meu filho, eu não acredito que ela tenha tentado se matar,
mesmo com tudo que ela estava lidando ela não faria isso, Laura se preocupa
muito com o que você pensa dela por isso eu sei que ela jamais faria isso. —
Ela segura a minha mão sobre a mão de Laura mas eu me afasto soltando a
mão delas.
— Se ela não tentou se matar, o que ela estava fazendo dentro da
piscina se ela não sabe nadar, mamãe...? Que outra explicação existiria para o
que aconteceu? Não tinha mais ninguém naquela piscina quando Sandra a
encontrou... Eu não me conformo com isso, eu não vou perdoá-la por tentar
me deixar dessa maneira tão cruel. — Contesto irritado andando de um lado
para o outro, me lembrando mais uma vez dela cuspindo toda aquela água
para fora.
— Se acalma meu irmão, não é bom ela acordar e ver você assim, tão
nervo... — Pede Giulia se aproximando apreensiva mas eu a interrompo
também.
— Como eu vou me acalmar, Giulia...? Eu quase a perdi caramba eu
não posso... — Esbravejo ainda alterado mas paro quando vejo Laura se
mexer, e aos poucos abre os olhos nos encarando ainda sonolenta.
— John...? O que está acontecendo...? Eu estou em um hospital? —
Pergunta meio confusa esfregando as mãos no rosto e eu me aproximo dela.
— Onde você pensou que estaria Laura? Em um cemitério? Pensou
que estaria morta a essa hora e todos os seus problemas estariam resolvidos?
É isso que você pensou? Me responde! — Pergunto irritado a encarando
duramente e a vejo me encara ainda mais confusa e surpresa. — VOCÊ NÃO
PENSOU EM MAIS NINGUÉM! VOCÊ SÓ PENSOU EM SI MESMA!
DEIXOU A TODOS QUE TE AMAM LOUCOS DE TANTA ANGUSTIA
E PREOCUPAÇÃO, CARAMBA...! Você é uma irresponsável eu não vou te
perdoar por tentar se matar! Por tentar me deixar dessa maneira tão cruel e
absurda! Você está feliz por me ver sofrendo tanto por sua causa? Está feliz
por consegui o meu amor e depois fazer uma merda dessas para me deixar?
Me fazendo sofrer tudo que eu já sorrir antes perdendo o que eu mais amo...?
Eu não vou te perdoar Laura! Eu nunca vou te perdoar por isso! — Grito
alterado ainda sentindo o medo bater forte dentro mim, mesmo vendo ela
acordada me encarando surpresa, mas também preocupada e apreensiva.
— Me perdoa...? Eu não queria estar causando nada disso a vocês...
Me perdoem? Eu não tentei me matar eu juro...! Eu já perdi a minha mãe, não
quero perder vocês também. — Se justifica em um fio de voz começando a
chorar, mas uma coisa me surpreendeu. Ela não tentou se matar?
— Se você não tentou se matar, porque estava boiando dentro da
piscina com o seu corpo praticamente sem vida, Laura? Que merda você
estava fazendo na piscina se você não sabe nadar, droga? — Questiono ainda
meio irritado e ela chora ainda mais, deixando a minha alma em pedaços.
Olho para o lado e vejo meu pai entrando no quarto nos encarando
atento.
— Depois de conversar com a Giulia... Eu decidi enfrentar o que
aconteceu, decidi conversar com vocês para tentar mudar e merecer tudo que
estão fazendo por mim... Mas quando eu desci para falar com vocês eu
encontrei Logan na sala... Foi ele quem me arrastou a força até a piscina
dizendo que queria conversar comigo... Eu não imaginei que ele fosse me
jogar na água, eu juro que não fiz de propósito... Me perdoa...? Por favor me
perdoa? — Conta de cabeça baixa ainda chorando muito me deixando
perplexo com a sua revelação.
Como assim o Logan a jogou na piscina? Como aquele canalha entrou
na minha casa e eu não fiquei sabendo?
Encaro o meu pai já sentindo a minha respiração pesar, encaro Laura
mais uma vez então me viro me apressando para sair do quarto.
— Você não vai sozinho John! Eu vou com você! — Diz meu pai
decidido se apressando para vir atrás de mim.
— Isso não vai ficar assim papai! Logan entrou na minha casa e quase
matou a minha mulher afogada... Eu só volto para casa depois de encontrar
esse desgraçado! Depois eu resolvo o problema da segurança da mansão. —
Digo furioso apertando incansavelmente o botão do elevador até finalmente
as portas do mesmo se abrem.
— Eu estarei com você filho, esse infeliz foi longe demais! Vamos
rezar para Laura não fica ainda pior do que ela já está... Meu Deus essa
menina já sofreu demais, John, eu não aceito mais isso! Precisamos dar uma
vida feliz a Laura porque ela merece isso filho... Ela quase morreu, foi Deus
quem enviou Sandra até a piscina ou nunca a encontraríamos a tempo de
salvá-la. — Comenta papai ainda chocado e eu me deixo mover pela raiva e
soco a parede de aço tentando colocar para fora esse ódio que está me
consumindo.
— EU VOU MATÁ-LO! EU JURO QUE VOU MATÁ-LO,
PAPAI...! EU VOU MATAR ESSE DESGRAÇADO E NINGUÉM VAI ME
IMPEDIR! — Grito furioso ainda socando as paredes de aço mas meu pai me
abraça tentando me acalmar.
— Se acalma filho por favor? Você precisa manter o sangue frio para
agir com calma e precisão, vamos ligar para o Filipe, ele vai saber como nós
ajudar. — Argumenta tentando me acalmar então paro me lembrando de
Felipe, ele pode reunir o pessoal dele para me ajudar.
— Eu quero encontrá-lo ainda hoje papai! Eu quero acabar com
aquele desgraçado eu mesmo! — Digo entre dentes ainda sentindo a raiva
pulsar dentro de mim.
Eu vou fazer aquele miserável pagar caro pelo que fez a Laura, isso
não vai ficar impune porque eu não vou permitir!
— Me responde uma coisa filho...? Eu até já sei a resposta mas quero
ouvir você repetir, quero ter certeza de que não disse isso apenas no momento
de desespero... Você ama Laura não ama? Está apaixonado por ela assim
como ela está por você...? Ela já se declarou para você, você mesmo me disse
isso, mas hoje sem perceber você também se declarou para ela... Foi uma
pena ela não ter visto isso pois estava inconsciente. — Questiona meu pai
apreensivo mas com um pequeno sorriso no rosto.
— Eu não devia ter me apaixonado papai, eu sabia que se isso iria
acontecer, que iria sofre o inferno novamente... Eu amei Laís e a perdi, e
junto perdi o meu filho... Agora estou apaixonado por Laura e quase a perdi
também, eu não vou suportar perdê-la papai, se isso acontecer vai me destruir
como nunca aconteceu antes... Eu não posso perdê-la... Eu não devia ter me
apaixonado por ela e nem por ninguém mas eu me apaixonei, eu a amo e
tentarei ser para ela tudo que ninguém mais foi, vou protegê-la a todo custo,
papai, mas nesse momento só o que eu quero é pegar aquele desgraçado do
Logan! — Esfrego as mãos no rosto e vejo o meu pai respirar fundo.
Agora só o que me interessa é pegar aquele canalha e fazê-lo sofre
ainda mais do que eu sofri, eu vou destruí-lo com o maior prazer do mundo.
TRÊS DIAS DEPOIS...

Já fazem três dias que tentaram me matar, e também já fazem três dias
que não vejo John, ele simplesmente desapareceu da mansão mas Giulia me
disse que ele está atrás de Logan, ela está sempre me dando notícias dele e
não sai da mansão para não me deixar sozinha, e também já sei que isso são
ordens de John.
A maioria dos seguranças foram substituídos e Sandra ganhou um
cargo melhor por me salvar, agora ela está ocupando o antigo cargo de
Beatriz, Sandra agora é a governanta da casa e eu gostei muito disso, pois ela
sempre foi muito gentil comigo mesmo com Beatriz colocando os
funcionários contra mim.
Ontem quando cheguei do hospital me deparei com a piscina vazia,
Giulia me disse que depois de me encontrarem praticamente morta submersa
na piscina, John mandou cobrir a piscina com concreto, parece que ele ainda
tem medo por mim mesmo sabendo que eu não tentei me matar.
Sei que por um momento eu morri pois estive mais uma vez com a
minha mãe, e parecia muito real, como se eu realmente estivesse com ela no
paraíso, mas ela estava tão triste por me ver ali, ela disse que não me queria
ali com ela, que o meu lugar era ao lado das pessoas que me amam e
esperavam por mim, minha mãe gritou e me expulsou de perto dela antes de
gritar que me ama, ela pediu perdão e mesmo sem dizer o porquê, eu sabia o
motivo então voltei, ouvindo alguém me chamar em um tom tão desesperado,
e eu sabia que era a voz deles, a voz de John.
Depois que acordei naquele hospital com ele me acusando de tentar
me matar, eu tive certeza de que eu realmente estive com a minha mãe, não
era a minha hora, eu não podia deixá-lo e me senti mal pois por um momento
eu o deixei, e tenho medo que agora ele me deixe depois de tudo que
aconteceu desde que cheguei na sua vida, tenho medo de que ele não me
queria mais por trazer tantos problemas na minha bagagem, as vezes até
penso que é por isso que ele ainda não voltou pra casa, para não ter que olhar
na minha cara e lidar com tudo que ele passou por minha causa.
— Ei? Está chorando de novo Laura? O que houve agora? Porque está
chorando? — Pergunta Giulia sentada na minha frente me encarando atenta
enquanto eu mexo na minha comida, mas não consigo comer.
— Eu quero ir embora Giulia... Não quero mais ficar nessa casa
porque... Porque eu já trouxe problemas demais para o seu irmão, e sei que é
por isso que ele ainda não voltou... Ele não acreditou em mim, está magoado
comigo por achar que eu tentei me matar mas isso não é verdade! Eu não
quero complicar ainda mais a vida dele, não quero fazê-lo sofrer mais por
minha culpa. — Tento evitar as lágrimas que estão se formando rapidamente
com uma imensa dor martelando no meu peito.
— Do que você está falando Laura? Você ficou maluca garota? De
onde você tirou um absurdo desses...? Olha vai por mim, se você sair dessa
casa, aí sim você vai destruir o meu irmão e eu não vou deixar você fazer
isso! Porra ele te ama Laura...! Não precisa nem ele dizer isso porque está na
cara e só você não está vendo... Você e John se amam amiga, e todos nós
estamos torcendo por vocês. — Dispara ela alterada me fazendo arregalar os
olhos, encarando-a surpresa.
— Ele... Ele... Não pode ser... Eu sei que ele gosta de mim, por isso
faz tudo por mim, mas... — Contesto ainda em choque tentando acreditar no
que ela disse, mas ela me interrompe.
— Mas nada Laura! John não faz por ninguém o que ele está fazendo
por você, e se ele está fazendo por você é porque ele te ama...! Pelo amor de
Deus não faz nenhuma besteira, está me ouvindo? Se você não quer deixá-lo
realmente decepcionado com você, não faz nenhuma besteira Laura! Se você
deixá-lo você vai destruí-lo e nós não vamos te perdoar por isso, ouviu
bem...? Nós queremos muito a sua felicidade amiga, mas acima de tudo
também queremos a felicidade do meu irmão, e a felicidades de um é a
felicidade do outro. — Desabafa segurando a minha mão sobre a mesa, me
emocionando com as suas palavras, eu sempre soube que podia contar com
ela para tudo. — Olha só, o meu irmão está sim muito chateado mas não é
com você, ele está revoltado da vida porque nós quase perdemos você, Laura,
ele não suportou, ele pensou sim que você tivesse tentado se matar, mas
quando ele descobriu que foi o Logan ele foi atrás daquele cretino por você,
ele quer que você tenha uma vida tranquila sem ninguém para te atormentar,
como o César, Logan e Beatriz fizeram, então se ele voltar mal humorado
tenha um pouquinho de paciência com ele, está bem...? Por favor não desista
dele? — Ela me encara apreensiva mas me dá aquele sorriso gentil e amoroso
que rapidamente eu retribuo.
— Não se preocupe, Giulia, eu não vou desistir dele a menos que ele
desista de mim... Eu estou sim apaixonada por ele, eu o amo como ele mesmo
disse então eu não vou desistir dele. — Confesso envergonhada por assumir
para ela a minha paixão por John, eu só havia dito isso para ele e ninguém
mais.
— Eu sei, papai! Mas isso não me deixou satisfeito... Pelo menos eu
não terei que olhar novamente na cara daquele verme maldito! — Ouço uma
voz alterada e sinto o meu corpo inteiro reagir, meu coração dispara e minha
respiração pesa.
— Vem Laura, eles chegaram! — Me chama Giulia empolgada
pulando da cadeira me puxando pela mão.
Corremos para sala e assim que passamos pela porta o meu coração
bate na boca, ele está ali no meio da sala conversando distraído com pai,
então eu paro o encarando de longe enquanto Giulia corre na sua direção, ele
se vira ao ouvir os gritos da irmã e os seus olhos se cruzam com os meus,
minhas pernas tremem e não consigo respirar direto, caminho na sua direção
com cuidado para não ir parar no chão mas seu olhar sobre mim é ainda mais
intenso que antes.
— Oi... — Digo com a voz trêmula assim que me aproximo dele.
— Oi... Você está bem? — Pergunta se soltando da irmã mas
permanece no mesmo lugar.
— Sim, eu estou bem... Estava preocupada com voc... — Me
aproximo um pouco mais com os meus olhos grudados nos seus mas ele
desvia encarando Giulia, me interrompendo.
— Eu estou bem não se preocupe, só estou exausto e preciso
descansar um pouco, o dia foi puxado... Nos falamos melhor depois. — Diz
indo em direção a escada me deixando em choque com a sua frieza.
O observo subir as escadas sem acreditar na sua reação, e Giulia tem
os seus olhos aflitos sobre mim, engulo a seco tentando desfazer o nó que se
formou rapidamente na minha garganta, encaro os meus pés sentindo o meu
peito doer mas eu preciso ser forte, me viro indo em direção a porta mas
Giulia segura o meu braço.
— Laura ele só está... — Argumenta em um tom preocupado mas a
interrompo.
— Não se preocupe Giulia, eu entendo, ele está farto de tudo isso
está esse tempo todo na rua tentando resolver um problema que eu trouxe
para sua vida... Bom, eu só preciso respirar um pouco, estou me sentindo
sufocada... Vou dar uma volta no Jardim, está bem? — Tento disfarçar a
minha decepção mas falhei, me viro saindo dali sem esperar ela dizer mais
nada.
Me apresso para sair da casa e logo estou no Jardim, a noite está bem
fria mas não me importo, a minha mágoa e tão grande que nem sinto a minha
pele se arrepiar pelo frio, não sinto os meus dentes rangendo pois tudo que
consigo sentir e o meu coração doer.
Ando pelo jardim pensativa tentando entender o que houve com ele,
porque está me tratando tão friamente se não me culpa por nada? Será que ele
realmente me ama como Giulia disse? Ou isso é apenas o que ela quer que
aconteça? Se ele me ama porque me tratou daquele jeito? Eu estava morrendo
de saudade, ansiosa para vê-lo e ele mal olhou na minha cara.
Eu sinto tanta saudade dele, eu queria tanto beijá-lo para sentir o seu
gosto, já fazem mais de um mês que ele não me toca pois eu estava em
depressão, e ele foi compreensivo comigo enquanto eu fiquei indiferente a
ele, talvez ele só esteja me devolvendo o que eu dei a ele, ou talvez ele tenha
se cansado de esperar por mim e foi atrás daquelas garotas novamente, será
que ele dormiu com alguma delas? Com certeza sim porque já faz mais de um
mês que não transamos, ele é homem e não ficaria sem ter uma mulher por
tanto tempo, e pensar nisso me machuca, não queria que ele estivesse com
outras mulheres além de mim, queria que ele fosse meu mas isso eu sei que
ele não é e talvez nunca seja, o que vai ser de mim estando apenas com ele e
ele com qualquer uma além de mim?
Paro em frente à estufa de Laís e por um momento cogito a
possibilidade de entrar, mas do jeito que John chegou hoje com certeza ele
vai brigar comigo se eu o fizer, então fico aqui parada apenas encarando a
porta da estufa, decidindo se me arrisco a ganhar uma bronca ou não por
entrar ali sem permissão, mas talvez eu não devesse entrar já que esse lugar
era da esposa dele.
— Está muito frio aqui fora, o que está fazendo aqui sozinha? —
Ouço sua voz atrás de mim e me viro abruptamente pelo susto que levei.
— John... Eu saí para dar uma volta, mas já vou entrar... Com
licença. — Ofego com a voz trêmula por ele estar tão perto de mim, depois
de mais de um mês me afastando dele.
Passo por ele para sair dali mas ele segura o meu braço me fazendo
parar.
— Espera Laura...! Porque não entrou na estufa? Se está aqui parada
em frente a ela é porque queria entrar, certo? — Me surpreendo com a sua
pergunta.
— Sim, eu queria entrar, mas não queria aborrecê-lo ainda mais...
Estou entediada sem fazer nada e... Eu pensei que... Não é nada, deixa pra
lá, eu vou entrar. — Argumento encarando a estufa e suspiro fundo tentando
deixar esse assunto de lado.
Tento soltar o meu braço do seu aperto mas ele não deixa e puxa
sutilmente para mais perto dele.
— Essa estufa agora é sua, pode entrar nela quando quiser, a hora
que quiser... Também pode cuidar dela você mesma se assim desejar, eu não
vou me importar. — Ele me encara fixamente me deixando trêmula com a
intensidade do seu olhar. Mas suas palavras me surpreenderam muito mais.
— Está falando sério, John...? Está dando a estufa para mim? Eu vou
poder entrar nela sempre que eu puder? Aí meu Deus obrigada, eu adorei
John, você nem imaginar o quanto... Me desculpa, acho que me excedi um
pouco. — Pergunto empolgada me deixando mover pelo impulso e pulo em
seus braços o abraçando forte, mas logo me solto dele me desculpando.
— Não se desculpe, sou eu quem tenho que me desculpar com você...
Meu Deus eu senti tanta saudade desse seu sorriso... Sinto saudade de estar
com você... De tocar você... — Ele acaricia o meu rosto me pegando de
surpresa mais uma vez com essa sua nova reação. — Eu amo você Laura...
Estou completamente apaixonado por você docinho... — Sussurra com a voz
rouca me puxando pela cintura, me deixando mole em seus braços.
— John... — Sussurro em um fio de voz surpresa com a sua confissão,
mas ele me puxa pela nuca devorando a minha boca.
Retribuo ao seu beijo intenso me sentindo flutuar, não consigo mais
sentir o chão a baixo dos meus pés, meu Deus ele disse que me ama, John
Sarkozy me ama, ele me beija com tanta vontade enquanto sinto as suas
mãos me apertando, me puxando mais contra o seu corpo.
— O que faz aqui fora num feio desse? Você vai ficar doente é
melhor entrar! — Ouço aquela voz grossa me arrancar dos meus sonhos e me
viro abruptamente o encarando assustada.
— John...? — Sussurro ofegante mas não pelo susto, e sim pela
excitação que os meus pensamentos me causaram. — Era bom demais para
ser verdade... Eu vou entrar, com licença. — Digo ainda me sentindo perdida
mas passo por ele apressada e corro em direção a casa, sem esperar ele dizer
mais nada.
Eu preciso de um banho pois sinto o meu corpo pegar fogo. Entro na
casa e corro em direção a escada subindo correndo para o meu quarto, assim
que entro no mesmo vou direto para o banheiro já me despindo pois preciso
de um banho com urgência.
Entro no box já nua e ligo o chuveiro na água morna entrando
embaixo, deixo a água cair sobre as minhas costas deixando os jatos fortes
massagear a minha pele, pego o sabonete líquido colocando na esponja
começo a passar pelo meu corpo, esfrego a mesma entre os meus seios e
desço pela minha barriga até chegar na minha intimidade, sentindo um latejar
angustiante me atingir, deslizo a minha mão pelos meus seis enquanto
esfrego suavemente a bucha na minha intimidade, mas a bucha se solta
caindo da minha mão e sinto o meu dedo pressionar o meu ponto sensível, me
fazendo gemer.
— Ahhh... — Gemi fechando os olhos e pressiono o meu dedo mais
uma vez sentindo um tesão absurdo me consumir.
— O que pensa que está fazendo...? — Ouço mais uma vez aquela
voz rouca me alertar.
— John...? O que faz aqui? O que você quer? — Pergunto ofegante
tentando cobrir os meus seios e a minha intimidade, envergonhada por ter
sido flagrada nessa situação.
— Você não respondeu a minha pergunta, Laura...! O que pensa que
está fazendo? Está se tocando...? Porque está se tocando? Me diz Laura...?
Porque está se tocando docinho? — Pergunta com a voz rouca enquanto entra
no box sorrateiramente, me deixando tensa e de pernas bambas.
— Sim... Estou me tocando porque sinto a sua falta... Mas obviamente
você não sente a minha, já deve ter saciado os seus desejos com aquelas
garotas, essa é a única explicação para me tratar daquela maneira tão
indiferente... Então a minha única solução é me tocar... — Sinto a minha voz
trêmula e me viro para lhe dar as costas, mas ele me puxa para o seu corpo
me colocando contra a parede, me deixando ainda mais ofegante e excitada.
— Você só pode estar louca, Laura, eu não estive com ninguém
porque a minha mulher é você...! Nenhuma outra me interessa como você...
Eu não quero e não estive com ninguém porque eu só quero e só estive com
você... Você só precisar ter um pouquinho de paciência comigo, docinho...
Eu senti tanto a sua falta... Eu te amo, eu sou todo seu assim como você é
todinha minha... Eu só quero você Laura... Sou louco por você... — Diz meio
irritado mas se declara olhando nos meus olhos antes de avança na minha
boca, me beijando com urgência. — Eu vou te dar o que você quer docinho...
Mas nunca mais pense em ir embora dessa casa, ouviu bem...? Não quero
você tentando fugir de mim porque eu não vou permitir! Você é minha...!
Minha mulher...! Ohhh eu estava com tanta saudade meu amor... Eu te amo
Laura... Eu te amo... — Diz entre os beijos enquanto eu tiro a sua camisa e
logo ele está tirando a sua bermuda.
Estou em choque com a sua declaração e ainda não sei se acredito que
ouvi tudo isso dele, mas me concentro em conseguir o que eu tanto quero, eu
preciso senti-lo agora mesmo.
John abraça a minha cintura me erguendo em seus braços e eu
envolvo as minhas pernas na sua cintura, sentindo-o se encaixar na minha
intimidade.
— Ohhh... — Gememos juntos enquanto ele se instala por completo
dentro de mim.
— Eu te amo John... Ohhh te amo meu amor... — Sussurro ofegante
sentindo ele se mover rápido entrando em mim com força, escorregando a sua
carne na minha.
— Eu senti a sua falta minha gostosa... Eu senti muito a sua falta
minha delícia... Ohh você é minha, minha mulher... Ohhh todinha minha... —
Geme com a voz rouca descendo os seus lábios quentes pelo meu pescoço,
me arrancando gemidos alucinados.
— Eu também senti a sua falta John... Senti muito... Ohhh a sua
falta... Ahh meu Deus... Eu já vou... Já vou gozar John... Ohhh... — Gemi
sentindo ele latejar me fazendo apertá-lo na minha intimidade, enquanto
aquela sensação de explosão crescer dentro de mim.
John me desce do seu colo me virando de costas para ele juntando as
minhas mãos na parede, ele se encaixa em mim novamente e me penetra de
uma só vez, me preenchendo entrando forte em mim, me fazendo estremecer
inteira.
— Porra Laura... Cacete...! Ohh eu não vou aguentar... Porra eu não
vou aguentar mais... Ahhh minha gostosa... Gostosa docinho... — Geme com
a voz ainda mais rouca no meu ouvido e segurando a minha cintura com mais
firmeza, chupando o meu ombro entrando em mim ainda mais forte do jeito
que me faz perder o juízo.
Não resisto e gozo sentindo as minhas pernas bambas e a sensação
que vou desabar a qualquer momento, John urra com a voz grave e goza me
preenchendo sem parar os seus movimentos, sinto o meu corpo perder as
forças mas John me abraça me amparando para eu não cair. Deito a cabeça no
seu peito e ele segura o meu rosto me beijando com doçura enquanto ainda o
sinto latejar dentro de mim.
Isso não pode ser mais uma alucinação porque parece bem real, eu o
sinto dentro de mim, isso não é um sonho ele está mesmo aqui e disse que me
ama. Ergo a minha mão até a sua nuca puxando-o mais para mim,
aprofundando o nosso beijo para ter certeza de que não estou alucinado. John
sai de mim me virando de enfrente para ele me colocando novamente contra a
parede.
— Precisamos conversar sobre o que eu fiz... Quero ter certeza de que
não vai me odiar e me rejeitar por isso... — Ele me encara fixamente os meus
olhos ainda ofegante, mas já sei do que se trata, então apenas envolvo os
meus braços no seu pescoço avançando na sua boca o beijando com urgência.
— Você não tem que me contar nada sobre isso... Eu imagino o que
aconteceu, mas seja lá o que você fez, se precisar fazer de novo não se
preocupe comigo... Eu te amo, sou sua mulher e quero te apoiar em tudo...
Sei que o que você fez foi pensando na minha segurança e eu te agradeço por
isso. — Afirmo entre os beijos e o encaro fixamente para que ele veja a
verdade das minhas palavras. — Esquece esse assunto e me beija...? Faz
amor comigo mais uma vez? — Peço com a voz trêmula pela minha ousadia
em pedir tal coisa, e o vejo me encarar surpreso.
— Cacete docinho... Você me deixa louco mulher. — Sussurra antes
de devorar a minha boca faminto pelos meus beijos.
Tomamos um banho rápido e fomos pra cama, John me beijou
inteirinha me fazendo delirar e gozar na sua boca, eu adoro senti-lo beijando
a minha intimidade, é uma sensação surreal, é tão gostoso, mas adoro ainda
mais quando ele está dentro de mim me fazendo quase gritar de prazer, senti-
lo gozar dentro de mim é algo que eu não sei explicar, mas eu amo.
Depois de nós amarmos mais duas vezes John me puxa para os seus
braços acariciando as minhas costas, acaricio o seu peito com um sorriso
bobo congelado no rosto, então me lembro do que ele disse antes sobre eu
pensar em ir embora.
— Como você sabe que eu pensei em ir embora...? Giulia falou com
você, não foi? — Pergunto meio sem graça e ele me encara sério.
— Ela me decepcionaria muito se não me contasse, e você me
decepcionaria ainda mais se fizesse uma estupidez dessas... Eu já falei que
você não está aqui como prisioneira Laura, você está aqui como minha
mulher e eu te dei total liberdade de sair seja lá para onde for, desde que não
saia sozinha. — Diz ainda mais sério que antes, eu diria até um pouco
irritado, isso me surpreende bastante. — Já te aconteceram muitas coisas
ruins, Laura, eu só quero me assegurar de que não aconteça mais nada... Não
quero vê-la triste novamente, me ignorando e se isolando de tudo e de todos...
Eu amo você docinho, mesmo que eu não saiba demonstrar isso essa é a
verdade... Eu te amo. — John acaricia o meu rosto com ternura e me beija
com calma, com paixão e eu simplesmente retribuo com a mesma doçura,
com o mesmo amor.
Eu demorei, mas consegui encontrar aquele canalha do Logan, ele se
escondeu de mim achando que iria se safar, mas não conseguiu, ele sabe que
tenho muitos amigos na polícia e a maioria deles me apoiam quando o
assunto é fazer justiça a qualquer custo, ele sabia que não iria se livrar de
mim por muito tempo mas agora acabou, o meu maior prazer foi deixá-lo
desfigurado com a surra que dei nele, claro, eu pedi favores então tive que
deixar os meus amigos se divertirem também.
Mas o que eu não esperava era que o meu pai entrasse de cabeça
nessa comigo, ele fez a parte mais fácil, deu o tiro de adeus e ajudou a cuidar
de tudo para se livrarem daquele infeliz, ele estava tão revoltado quanto eu
por esse miserável quase ter conseguido tirar a vida de Laura, aquele
desgraçado teve exatamente o que mereceu, mesmo eu achando que foi
pouco quebrar as suas costelas, pernas, braços e boa parte do seu rosto, fazer
o quê? Os meus amigos sabem como se divertir, por isso nos damos tão bem.
Na mansão eu tive que mudar a equipe de seguranças depois que
Logan entrou com tanta facilidade, e sem eu ficar sabendo, Laura quase
morreu porque esses incompetentes deixaram entrar na minha casa aquele
infeliz que usou uma desculpa esfarrapada para que liberassem a sua entrada,
o cretino apenas disse que queria falar comigo, que era um sócio da boate e
pronto, ele estava dentro da minha casa e quase matou a minha mulher, eu
não perdoo esse tipo de erro e só não matei os responsáveis pela entrada
daquele verme porque o meu pai não deixou, mas pelo menos agora está tudo
tranquilo e a mansão voltou a ficar segura.
Não foi difícil para mim ficar todos esses dias longe de Laura, e foi
ainda pior chegar em casa e encarar os seus olhos depois do que eu fiz, tive
medo dela me rejeitar por isso, tive medo dela me odiar por ser um assassino,
não que eu nunca tenha matado antes porque sim, já matei antes e não me
arrependo, todos que eu tirei a vida eu fiz para fazer justiça, e com Logan e
César não foi diferente, eu não matei César pessoalmente mas quem fez, fez
seguindo as minhas ordens, o que dá no mesmo.
Nem eu entendi a minha reação com Laura, quando cheguei em casa
eu estava ansioso para vê-la, desejando ardentemente ganhar um beijo seu
depois de mais de um mês vendo-a sofrer e se afastando de mim, agora que
ela estava melhor eu agi daquela maneira?
Confesso que quando cheguei pensei que a encontraria trancada no
quarto tentando se esconder de mim, mas me surpreendi quando liguei e
Giulia me disse que ela estava preocupada comigo, pensando que eu estava
evitando-a por não acreditar na sua inocência sobre tentar se matar, ela sabe
que eu fui atrás de Logan pois com certeza Giulia contou a ela, e eu não
queria que ela tivesse medo de mim por isso, mas, como sempre Laura me
surpreendeu.
Depois que subi atrás dela a encontrei no seu banheiro se tocando
gemendo de olhos fechados, isso me enlouqueceu, porra meu pau latejou na
mesma hora desejando ser o seu dedinho tocando a sua intimidade, desejando
que as sua mão tocando o seu seio fosse a minha, desejando sentir os seus
lábios doces nos meus, porra eu fiquei hipnotizado admirando-a mas não me
segurei por muito tempo.
Entrei no box e dei a ela o que nós dois queríamos e precisávamos, e
finalmente eu consegui me declarar para ela, eu disse que a amo e não menti,
eu amo essa menina mulher, eu a amo com toda a minha alma e foi fácil
admitir isso pois não queria sofrer, não queria perdê-la como perdi Laís e por
pouco o meu pior pesadelo não se concretizou, por muito pouco eu não perdi
a mulher que eu amo.
Agora estou aqui com essa mulher maravilhosa em meus braços,
dormindo feito um anjo. Admiro o seu rosto e acaricio os seus lábios macios
com o polegar, ela se mexe se aconchegando mais no meu corpo e eu acaricio
o seu rosto erguendo o seu queixo para lhe dar um beijo de leve, ela abre os
olhos ainda sonolenta e sorrir me encarando surpresa.
— Bom dia... Me diz que eu não estou sonhando...? Você está mesmo
aqui comigo? — Pergunta com a voz manhosa de sono, me encarando
fixamente e ver esse brilho nos seus olhos era tudo que eu precisava.
— Bom dia docinho... Eu vou te mostra que você não está sonhando.
— Seguro ela pela nunca e beijo-a com calma, com paixão e desejo.
Me ponho sobre aprofundando mais o beijo e ela retribui abraçando o
meu pescoço, mas quando o ar nos falta ela quebra o beijo me encarando com
aquele sorriso encantador.
— Eu estou faminta... Vamos descer para tomarmos o café da manhã?
Tenho certeza que você não tem se alimentado direito esses dias que esteve
fora. — Ela acaricia o meu rosto enquanto eu encaro fixamente a sua boca.
— Eu também estou faminto docinho, mas o que eu quero comer não
está lá em baixo. — Retruco antes de devorar a sua boca e como já esperava,
ela não resiste.
Nos amamos com calma e sem pressa e eu apreciei cada segundo que
a tive em meus braços. Depois de nos amarmos fomos tomar banho juntos,
mas como a minha saudade dela é muito grande eu a fiz minha mais uma vez
ali, de baixo do chuveiro, eu nunca vou me cansar de sentir essa mulher
maravilhosa, por mim eu não sairia mais de dentro dela, mas sei que isso não
é possível então me contendo em senti-la sempre que estivermos a sós, seja
em casa ou no trabalho, na cama ou no chuveiro ou em qualquer lugar, eu
sempre vou querer estar com ela.
Depois do nosso banho eu a deixo se arrumar e vou para o meu quarto
me arrumar também, não demoro muito pois hoje quero ficar a vontade e
passar um tempo com Laura. Coloco uma bermuda e camiseta e calço um
chinelo havaianas, saio do meu quarto e vejo Laura saindo do seu, e como
sempre ela está linda com um macacão vermelho soltinho de alças finas, ela
também usa um chinelo havaianas, parece até que combinamos de ficar tão a
vontade hoje.
— Eu queria falar com você sobre um assunto, John. — Ela se
aproxima meio sem jeito e eu lhe dou um beijo casto, pegando a sua mão
guiando a pelo corredor.
— Do que se trata? Está precisando de alguma coisa? Pode falar, pode
pedir o que quiser. — Pergunto enquanto descemos a escada mas ela parece
meio acanhada em dizer o que quer.
— É que... Eu não quero que você se desfaça da piscina, sei que só
está fazendo isso porque acha que eu tentei me matar, isso é ridículo eu
jamais tentaria me matar... A Giulia disse que vai contatar um professor de
natação para me ensinar a na... — Argumenta ainda acanhada mas se
empolga ao falar do professor de natação, mas paro no meio da escada a
interrompendo.
— Não...! Eu acredito que você não tenha tentado se matar, mas te
encontrei quase sem vida submersa dentro daquela piscina, então eu não
quero mais a existência dela! E muito menos vou deixar um professor dar
aulas pra você com você usando aquelas coisas minúsculas... A minha
resposta é não! — Contesto irritado e ela me encara surpresa.
— E se for uma professora mulher? Eu posso colocar um maiô, ou
uma roupa de mergulho pra você não sentir ciúmes dela também! — Rebate
emburrada e se apressa para descer na minha frente, mas seguro o seu braço
puxando ela de volta para mim, colocando-a contra a parede.
— O que deu em você Laura? Quando foi que ficou tão atrevida,
ham...? Acho que você está passando tempo demais com a minha irmã. — A
encaro sério vendo ela ofegar, mas beijo-a com calma e ela retribui.
— Por favor...? Não se desfaz da piscina...? Eu quero aprender a
nadar, você mesmo pode me ensinar se preferir. — Insiste entre os beijos
subindo as suas mãos por baixo da minha camiseta, me desarmando aos
poucos.
— Porra Laura... Eu não prometo, mas vou pensar a respeito, está
bem assim? — Fito os seus olhos antes de encarar a sua boca e lhe roubar
mais um beijo.
— Eu amo você... Amo muito... —Declara entre os beijos me
puxando pela cintura, colando mais o meu corpo ao seu.
— Se é verdade que me ama tanto... Então seja minha...? Você nunca
namorou, então eu quero você como minha namorada... Você quer que eu
seja seu namorado docinho? — Pergunto vendo-a me encarar surpresa.
— Você... Você me quer como sua namorada...? Não está brincando
comigo, não é? Eu amo você John mas não vou aceitar que brinque comig...
— Questiona emocionada segurando as suas lágrimas mas a interrompo com
um breve beijo.
— Eu amo você, Laura Westhause... Amo demais e jamais brincaria
com você dessa maneira... Eu quero que seja minha mulher, mas quero
começar da maneira certa como você merece, quero namorar você, quero te
apresentar aos meus amigos não como minha secretária, mas como minha
namorada... E então...? Você quer namorar comigo? — Abro um pequeno
sorriso acariciando o seu rosto corado daquele jeitinho que eu adoro.
— Sim... Eu quero namorar você John... Meu Deus eu quero tudo
com você meu amor... Tudo! — Ela abre mais aquele sorriso lindo e me beija
com doçura, aquele beijo doce que me derrete por dentro.
— Eu ouvi direito...? Vocês estão namorando? AÍ MEU DEUS QUE
LINDO...! Laura é oficialmente a minha nora! Precisamos comemorar eu
estou tão feliz. — Ouço os gritos da minha mãe no pé da escada deixando
Laura vermelha como nunca vi antes de tão envergonhada.
— Até que enfim esses dois se assumiram, eu não aguentava mais
ouvir as desculpas esfarrapadas deles quando eram flagrados tão perto um do
outro. — Comenta minha irmã parada no topo da escada com os braços
cruzados, e meu pai ao seu lado com um largo sorriso no rosto.
— Eu sei que todos já sabiam que existe algo entre mim e Laura, a
diferença é que agora é oficial... Eu e Laura estamos namorando. —
Confirmo puxando Laura para os meus braços e beijo-a brevemente antes de
terminarmos de descer a escada, minha mãe praticamente arranca Laura dos
meus braços.
— Eu estou tão feliz minha querida, mais uma vez seja bem vinda a
essa família... Você já fazia parte dela mas agora é oficial, meu Deus eu nem
acredito que você finalmente é minha nora, eu pensei que isso aconteceria um
pouco mais rápido, mas John demorou muito para admitir que te ama minha
querida. — Minha mãe se empolga ignorando totalmente a minha existência.
— Mamãe, eu ainda estou aqui, ok...? Só estou lembrando caso tenha
esquecido. — Me faço de ofendido e finalmente ela me encara.
— Me desculpe filho, mas eu não falei nenhuma mentira, a meses eu
vejo que vocês estão apaixonados mas não se assumiam, graças a Deus agora
eu vou poder dizer que Laura é minha nora... Venham meus querido, o café
da manhã já está servido e tenho certeza que vocês estão famintos, eu sei que
passaram a noite juntos porque eu fui no seu quarto filho, e a sua cama está
arrumada. — Diz mamãe sem cerimônia nos arrastando como se fossemos
duas crianças.
Não teve como não sorrir da cara envergonhada de Laura, eu nunca
tinha visto-a tão vermelha como está agora e ela nem imagina que eu adoro
vê-la assim, coradinha. Fomos para sala de refeições e a mesa está farta com
muitas coisas gostosa, nos sentamos e começamos a nos servir mas eu não
consigo tirar os olhos de Laura, o sorriso grande no seu rosto é tão lindo que
me prende a ela como um imã.
— Eu nunca vi um pedido de namoro tão sem graça, não teve nem
uma joia ou um buquê de rosas vermelhas, você precisa melhorar isso
maninho, toda mulher gosta de um agrado, algo romântico entende...? O que
vai fazer a respeito, Sr. Sarkozy? — Dispara minha irmã me pegando de
surpresa com as suas ideias, eu realmente não tinha pensado nisso.
— Ham, não precisa se incomodar John, eu já tenho o que eu mais
queria, eu tenho o seu amor e isso me basta. — Rebate a minha morena ainda
envergonhada, mas segura a minha mão com carinho.
— Minha irmã tem razão Laura, mas hoje eu não vou te dar uma joia
e muito menos um buquê de rosas... Quero te dar muito mais que isso e sei
que você vai gostar... Com licença, eu já volto. — A encaro fixamente e
deposito um beijo na sua mão antes de me levantar.
Vou até a sala e pego uma caixa pequena de madeira guardada dentro
de um pequeno baú em uma estante de vidro, encaro essa caixinha tomando a
melhor decisão que eu poderia tomar nesse momento, e sei que estou fazendo
o certo, sei que de onde estiver, Laís não vai se importar por eu estar fazendo
alguém feliz, e esse alguém é nada menos que a mulher que eu amo hoje, a
mulher que está me fazendo feliz e que eu quero que seja feliz também.
Volto para sala de refeições e me sento novamente no meu lugar,
recebendo os olhares curiosos da minha família e também da minha
namorada.
— Esse é o meu presente para você Laura, eu estou te dando porque a
anos ninguém mereceu ganhar isso como você merece... Estou te dando
porque sei que você vai gostar e vai cuidar com carinho, estou te dando
porque você não merece apenas um buquê de rosa, você merece todas que eu
puder te dar. — Pego a sua mão colocando a caixinha na mesma.
Ela me encara confusa enquanto a minha família me encaram
surpresos pelo que estou fazendo, com os olhos levemente arregalados. Laura
abre a caixinha mas parece ainda mais confusa.
— Uma chave...? Não entendi John, de onde é essa chave? —
Pergunta encarando a chave, analisando-a antes de me encarar.
— Essa é a chave da sua estufa... Agora ela é sua e você vai poder
entrar e sair dela quando quiser, a hora que quiser e vai poder faze o que
quiser... A estufa de rosas é sua Laura... Quando eu a fiz eu jurei que ela seria
apenas da mulher que eu amar, e eu amo você. — Prendo os meus olhos nos
seus e vejo uma lágrima descer pelo seu rosto.
— Você está me dando a estufa de rosas, John? Está dando ela pra
mim? Eu vou poder cuidar das rosas eu mesma...? Meu Deus eu não posso
estar sonhando, tem que ser verdade... Tem que ser verdade porque eu já
sonhei com isso antes... Eu devo estar sonhando de novo, está tudo
acontecendo muito rápido isso deve ser um sonho. — Pergunta surpresa e ao
mesmo tempo pensativa esfregando as mãos no rosto e volta a encarar a
chave na caixinha, pegando-a com cuidado. — Eu sempre quis ter muitas
flores para cuidar... Eu mal podia vê-las através da janela no quintal da
vizinha, eu nunca ganhei uma única flor sequer... Quando eu entrei nessa
estufa pela primeira vez, eu... Eu me senti no paraíso... Me senti linda como
aquelas flores. — Laura se emociona deixando as suas lágrimas caírem me
pegando de surpresa com isso, ela pega a minha mão sobre a mesa me
encarando com aquele sorriso pelo qual me apaixonei. — Eu espero que isso
não seja um sonho, mas mesmo que seja, você me trouxe uma enorme
felicidade com esse seu gesto, John... Eu vou amar cuidar daquelas flores
pessoalmente, vou amar passar o meu tempo livre lá dentro admirando-as...
Obrigada... Meu Deus obrigada John eu amei. — Diz ainda com aquele
sorriso largo me encarando com ternura, e isso me surpreendeu ainda mais.
— Não me agradeça docinho... Eu sabia que aquela estufa seria sua
desde o momento em que te vi lá dentro, admirando aquelas flores com os
olhos brilhando como ninguém mais fez... Eu só quero ver você assim, feliz
com esse sorriso tão lindo. — Acaricio a sua mão e ela se aproxima me
beijando com a mesma paixão de todos os momentos que já tivemos até
agora.
Acaricio o seu rosto e levo a minha mão até a sua nuca aprofundando
mais o beijo, louco para voltar com ela para o quarto.
— Ok crianças! Vamos terminar o café da manhã? Está tudo uma
delícia. — Nós interrompe mamãe limpando a garganta, me deixando
frustrado por sermos interrompidos.
— Me desculpe dona Marília. — Se desculpa Laura completamente
envergonhada me fazendo sorrir.
— Pelo amor de Deus Laura, agora você é minha nora e não quero
você me chamando de dona ou de senhora, ouviu bem...? Me chama de
Marília ou de sogra, o que você preferir. — A repreende mamãe empolgada
como não vejo a mais de um mês.
Encaro Laura e ela ainda tem a pele corada me encarando
discretamente enquanto come a sua fatia de bolo, eu não sei explicar o que
sinto quando a vejo sorrir tão abertamente, mas sinto uma euforia, sinto a
adrenalina correr nas minhas veio e uma felicidade sem tamanho me dominar,
eu simplesmente amo vê-la assim, coradinha.
Tomamos o nosso café com mamãe fazendo planos de dar um jantar
para comemorar o meu namoro com Laura, eu acho isso um exagero e prefiro
algo mais discreto só para nós da família, mas infelizmente minha mãe não
concorda.
Depois do café mamãe e Giulia foram para estufa com Laura, ela está
tão feliz que por um momento até eu me esqueci de tudo que ela passou nesse
último mês, mas esse esquecimento não dura muito já que eu quase a perdi,
Laura precisou estar a beira da morte para eu conseguir colocar para fora esse
amor desesperado que sinto por ela.
— A anos eu não te vejo tão feliz filho, você salvou a Laura, mas ela
também salvou você... Estou muito orgulhoso John, eu estou muito orgulhoso
de você meu filho, Laura é uma mulher muito jovem mas também é uma
mulher muito forte, uma verdadeira guerreira... Exatamente o tipo de mulher
que você precisa, e ela precisa muito de você também John. — Argumenta
papai me encarando com um breve sorriso, como sempre eu sei que posso
contar com o seu apoio.
— A poucos meses atrás eu desabei na sua frente papai, ainda
sentindo aquela dor absurda que me machucou tão profundamente por anos,
mas hoje eu não sinto mais aquela dor, não sofro mais como eu sofria antes, a
minha dor parece diminuir aos poucos com Laura preenchendo a minha
vida... Eu a amo papai, eu a amo como só amei uma mulher em toda a minha
vida, eu quero com ela o que eu só tive com uma mulher em toda minha vida.
— Desabafo pensativo com os meus pensamentos em Laura. — Eu não vejo
mais aquela semelhança dela com Laís, eu só vejo ela, eu só penso nela... Eu
só quero ela papai. — Sinto um sorriso bobo surgir no meu rosto ao falar
dela, nenhuma mulher além de Laís havia me deixando assim antes,
flutuando de amor.
Encaro o meu pai e ele tem o mesmo sorriso no rosto, conversamos
um pouco mais ali no escritório mas logo Sandra vem nos avisar que o
almoço será servido.
Estou muito grato a Sandra por ter encontrado Laura a tempo de
salvá-la, se ela não estivesse passando pela piscina naquele momento, hoje eu
já teria demolido essa mansão no braço para descontar a minha fúria por
perder a mulher que amo, mas graças a Sandra isso foi evitado e estamos
todos felizes.
Sandra ganhou um carinho especial de Laura, que segundo ela,
Sandra se tornou o seu anjo da guarda, a minha nova governanta confessou
que estava descansando quando sentiu um mal pressentimento e uma energia
muito forte a puxava em direção a piscina, Laura não quis comentar mas sei
que ela acha que isso pode ter sido um sinal, pode ser os anjos protegendo-a
de todo mal e eu também acredito nisso, Laura se salvou por um milagre pois
tem as mãos de Deus sobre ela.
Depois do nosso almoço as mulheres mais uma vez nos deixa para se
enfiarem no quarto de Laura, por falar no quarto dela, eu não quero mais
dormir sozinho sem ela ao meu lado, é maravilhoso tê-la em meus braços
então não tem o porquê ela continuar naquele quarto, Laura é minha mulher,
minha namorada e tem que ficar comigo, não sei mais dormir sem essa
mulher, não sei mais viver sem ela.
Depois de tanto tempo sozinhos ali na sala, decidimos ir atrás das
nossas mulheres, mas quando nos levantamos para subirmos elas descem as
escadas, mas Laura e Giulia estão arrumadas demais para ficar em casa.
Encaro Laura surpreso e vejo Victor vindo da cozinha comendo alguma
coisa, eu não sabia que ele já havia chegado.
— John, eu quero levar a minha cunhada para conhecer o cinema,
você vem com a gente ou podemos ir com Victor? — Pergunta a espevitada
da minha irmã correndo para os meus braços, pulando no meu pescoço.
— Nem morto eu deixo vocês saírem sozinhas... Eu te conheço
Giulia, não quero você levando a minha namorada para o mal caminho. —
Sorrio de lado me aproximando de Laura que sorrir envergonhada.
— Olha como fala comigo maninho! Eu jamais levaria a minha
cunhadinha para o mal caminho, pelo menos ela não. — Minha irmã gargalha
enquanto eu abraço Laura pela cintura, puxando minha mulher para os meus
braços, lhe roubando um beijo casto.
— Está linda... Vou me arruma e não me demoro, eu já volto. —
Aviso entre os beijos e me despeço saindo da sala ouvindo os murmurinhos
da minha mãe e minha irmã.
Sorrio sem conseguir me conter e subo para o meu quarto indo me
arrumar, me visto em tempo recorde e logo já estou descendo novamente,
encontrando Laura empolgada conversando com as mulheres da família, me
lembro que há algumas semanas eu estava andando pela casa nervoso por ver
Laura tão triste, mas hoje a vejo tão feliz como nunca vi antes, se eu soubesse
que presenteá-la com a estufa a deixaria tão feliz, eu teria feito isso a mais
tempo.
Me aproximo delas e as mesmas se levantam empolgadas falando do
filme que queriam ver, nos apressamos para sairmos de casa para pegarmos
uma sessão antes do jantar, quero levar a minha namorada para jantar fora
hoje, preciso me acostumar a dizer minha namorada, por mim eu diria que ela
é minha mulher e ponto final, mas quero dar a ela tudo que ela não teve, e ela
não teve um namorado.
Saímos de casa e seguimos para o shopping do centro, papai e mamãe
não quiseram vir e preferiram voltar pra sua casa pois eles já estão comigo a
mais de uma semana, e agora que está tudo bem eles estão mais tranquilos e
bastante empolgados com a novidade do namoro, por me verem mais uma
vez em um relacionamento com uma só mulher.
Chegamos no shopping e é óbvio que tivemos que dar umas voltas
antes de irmos para o cinema, Giulia não tem noção de tempo então sair com
ela é bem complicado, por isso não quis deixar Laura vir sozinha com ela,
provavelmente eu só veria a minha mulher no final da noite e isso não iria me
agradar nem um pouco.
Estamos em dois casais e foi muito bom andar de mãos dadas com
uma mulher tão linda como Laura, a única coisa que me incomoda são os
olhares sobre ela, tem muitos caras sem noção que não tem medo de morrer,
mas o que eles não sabem é que eu não tenho medo de matar e essa vontade
está me consumindo nesse momento.
Paramos em frente a algumas lojas que minha irmã adora e logo de
cara eu percebi que essa parada iria demorar, Giulia arrasta Laura pela loja
pegando inúmeras coisas enquanto eu e Victor ficamos aqui, parados
conversando enquanto elas se divertem, não me importo muito com isso pois
Laura precisa mesmo de mais roupas e minha irmã tem me ajudado muito
nisso, mesmo eu alertando-a todos as vezes para os tipos de roupas que ela
compra para minha mulher.
Não quero Laura usando roupas indecentes e chamativas demais, já
estou tendo trabalho com ela usando um vestido sem alças faltando quase um
palmo acima dos joelhos, ela está linda mas não estou gostando de ver tantos
homens admirando-a com desejo, como eu já vi desde que entramos nesse
shopping.
— Acho que por hoje já está bom cunhada, outro dia a gente volta
com mais calma... Eu vou até o caixa pagar as nossas compras e já volto, nós
vamos ficar maravilhosas nessas roupas. — Comenta Giulia já abrindo a sua
bolsa mas me aproximo interrompendo-a.
— Espera Giulia! Deixa comigo maninha, eu cuido disso. — Pego a
notinha da sua mão e ela me encara com aquele sorriso gigante.
— Vai me dar também essas roupas de presente maninho...? Já faz
tempo que você não me dá nada sabia? — Ela me encara surpresa mas sem
tirar aquele sorriso do rosto.
— Você merece minha irmã, você tem ajudado muita a Laura nesse
período difícil que ela passou, nada mais justo do que te dar um agrado...
Abrigado pelo seu apoio, Giulia, eu te amo maninha. — Abraço-a forte me
dando conta de que nesse tempo todo que ela esteve ao meu lado, eu ainda
não a agradeci.
— Eu também te amo meu irmão, e faço isso com o maior prazer...
Mas da próxima vez que quiser me fazer um agrado me avisa, John... Você
sabe que a Prada é a minha loja preferida e eu deixei algumas coisinhas para
depois. — Diz piscando para mim me fazendo gargalhar.
— Você não tem jeito, Giulia... Eu te dou a mão e você quer o pé
também, não é...? Eu já volto. — Sorrio pela sua cara de pau e vou até o
caixa.
Pago a conta e logo estamos saindo da loja, peço a um dos seguranças
para levar aquele monte de bolsas para o carro enquanto finalmente seguimos
para o cinema, por sorte a fila não está muito grande e enquanto Victor leva
as garotas para comprarem o que comer, eu fico para pegar os ingressos.
Alguns minutos depois já com os ingressos nas mãos eu vou até as
garotas, que ainda estão escolhendo coisas para comerem.
— É um absurdo a gente ter que passar tanto tempo em uma filha só
para comprar o que comer, eu devia fazer uma reclamação sobre isso. —
Reclama Giulia irritada encarando furiosa a mulher da pipoca, mas Victor
toma a frente da situação.
— Se acalma meu amor está tudo mundo aqui esperando como nós, já
está chegando a nossa vez, eu falei que não precisava vocês ficarem na fila
que eu pegaria as pipocas. — Ele puxa ela para os seus braços tentando
acalma-la.
Encaro Laura ao meu lado e ela sorrir envergonhada vendo minha
irmã e Victor se beijarem, puxo ela pela cintura admirando o seu rosto corado
e beijo-a também.
— John...! Tem muita gente aqui, está me deixando constrangida. —
Me repreende entre os beijos e posso sentir o seu corpo tenso.
— Você não tem que ficar constrangida, é normal um casal se beijar
no meio de tanta gente. — Explico ao quebrar o beijo encarando os seus
lábios vermelhos. Esses batons que não saem são perfeitos!
— Sentir aquelas coisas calorentas no meio de tanta gente também é
normal, Sr. Sarkozy...? Eu acho que não. — Retruca ainda mais vermelha se
soltando brevemente de mim, me fazendo sorrir e ao mesmo tempo me
deixando excitado.
— Porra você está excitada docinho...? Podemos resolver isso em
outro lugar, o que acha? — Pergunto puxando-a de volta para mim mas ela se
esquiva se afastando sorrindo.
Laura se vira para fugir de mim mas se choca contra um infeliz que a
segura de um jeito que não me agrada.
— Opa! Cuidado gatinha você pode cair. — Diz o infeliz segurando a
sua cintura me deixando furioso.
— Tire as suas mãos da minha mulher se não quiser ter os braços
quebrados! — Me altero puxando Laura dos seus braços tentando me
aproximar dele, mas Victor entrar na minha frente.
— Relaxa John, você está assustando a Laura cara, parece que ela não
está acostumada a ver ninguém brigando por ela. — Me alerta Victor me
segurando pelos ombros então encaro Laura com os olhos arregalados, me
encarando assustada. Merda!
— Está tudo bem Laura não se preocupe, isso foi só a reação de um
homem ciumento, vai se acostumando com isso. — Giulia abraça Laura
carinhosamente e ela suaviza um pouco mais a sua expressão.
Encaro o sujeito novamente mas ele já não está mais ali. Infeliz
miserável!
— Vamos entrar logo nesse maldito cinema antes que eu mude de
ideia! — Aviso ainda furioso me aproximando de Laura, pego-a pela mão
arrastando-a em direção a sala 4.
Ela não diz nada mas posso ver que está tensa pela minha explosão,
entramos na sala de cinema mas me lembro dos ingressos da minha irmã e
meu cunhado que estão comigo, então deixo Laura no seu acento e volto para
procurar a minha irmã, merda! Ela já estava procurando confusão querendo
entrar sem o ingresso, parece que essa explosão é mal de família.
Ajudo Victor com as pipocas e os refrigerantes e entramos no cinema,
procuro novamente onde deixei Laura mas quando chego tem uma mulher
sentada no meu lugar.
— Com licença senhorita, esse acento já está ocupado. — Paro na sua
frente e ela abre um largo sorriso se levantando.
— Me desculpe eu não sabia que estava ocupado... Mas será que eu
posso me sentar ao seu lado para te fazer companhia? — Ela abre mais o seu
decote me fazendo gargalhar.
— Não! Você não pode fazer companhia para ele, eu falei que esse
lugar era do meu namorado sua oferecida. — Laura se levanta irritada me
surpreendendo com a sua reação. Não vou negar que gostei disso!
— Impossível esse homem gostoso ser seu, no mínimo você não é a
única e eu só quero ser mais uma delas, querida. — Rebate a garota
enfrentando Laura que me encara com a respiração pesada.
— Mesmo que ele tenha mais "algumas" as vagas já foram
preenchidas, não tem mais espaço pra você, então cai fora daqui sua
vagabunda! — Esbraveja furiosa e pega o copo de refrigerante da bandeja nas
minhas mãos e joga em cima da garota que a encara perplexa.
— PORQUE VOCÊ FEZ ISSO SUA LOUCA! Molhou a minha
roupa toda sua cretina. — Esbraveja a garota irritada e antes que Laura
pudesse dizer alguma coisa Giulia se aproxima tomando as suas dores.
— Não queridinha, ela não é louca, a louca aqui sou eu! Você vai
querer pagar para ver? — Giulia a enfrenta com outro copo de refrigerante e
um saco de pipocas nas mãos, a garota não diz nada mas sai furiosa ."Porra
essas mulheres são do caralho!" — Mandou bem Laura! É assim que se faz
cunhada. — Diz Giulia puxando Laura para se sentar enquanto eu fico aqui
parado tentando digerir o que aconteceu.
Me sento ao lado de Laura mas ela nem olha na minha cara, era só o
que me faltava começamos a namorar hoje e já estamos nesse clima.
Entrego a pipoca a ela e a mesma pega ainda sem me olhar, bufei
frustrado e dou um longo gole no refrigerante, encaro Laura mais uma vez e
ela me encara discretamente.
— Eu não acredito que você vai ficar assim comigo, Laura... Eu não
tive culpa de nada, amor... Olha para mim...? Me dá um beijo? — Peço pondo
a minha mão na sua coxa e aperto de leve fazendo ela arfar.
— Eu também não tive culpa de esbarrar naquele cara... Mas mesmo
assim você queria bater nele... Eu já deixei claro que não vou dividir você
com ninguém, isso não é uma disputa então eu não vou competir... Você é
meu e ponto final! — Diz emburrada com a voz trêmula e mesmo com a sala
escura, posso ver que ela está corada.
— Cacete... Você está me deixando de pau duro falando assim. —
Sussurro com a voz rouca descendo a minha mão entre as suas pernas
fazendo-a gemer baixinho.
— Oh meu Deus John... Porque você tem fazer essas coisas em
público...? Eu preciso ir ao banheiro, já volto. — Me repreende ofegante e se
levanta saindo apressada me fazendo sorrir.
Olho para minha irmã e ela está sorrindo balançando a cabeça
negativamente, me fazendo sorrir também.
— O que foi? Eu não fiz nada... Vou pegar mais refrigerante. — Digo
já me levantando e me apresso para encontrar Laura.
Saio da sala de cinema e a vejo entrar no banheiro feminino, olho para
os lados e estão todos muito ocupados com a confusão na filha da pipoca, não
penso duas vezes e entro no banheiro feminino encontrando Laura na frente
do espelho, ela está mais vermelha que o normal de olhos fechados
respirando fundo, olho para os lados e não tem mais ninguém, olho para as
cabines e estão todas abertas indicando que também não tem ninguém, então
tranco a porta e finalmente Laura percebe a minha presença.
— John? O que está fazendo...? Esse é o banheiro feminino e não... —
Questiona me encarando aflita mas me aproximo rapidamente
interrompendo-a com um beijo urgente.
Abraço o seu corpo e sem quebrar o beijo guio-a para dentro de uma
das cabines, coloca-a contra a divisória aprofundando mais o beijo enquanto
percorro as minhas mãos pelo seu corpo.
— John... Amor não podemos fazer isso aqui... Alguém pode entrar...
Ohhh... — Sussurra quase sem voz segurando os meus braços para de
equilibrar.
— Ninguém vai entrar porque a porta está trancada... Eu quero você
docinho... Porra Laura, você está molhadinha e está tão gostosa... Você gosta
de adrenalina, não é? Então me pede o que você quer e eu te dou... Diz que
você quer o meu pau nessa bucetinha apertadinha...? Diz amor? Eu quero
ouvir você dizer Laura! — Argumento com a voz rouca deslizando um dedo
para dentro dela e a mesma amolece nos meus braços. — Vamos Laura! Diz
o que eu quero ouvir docinho? Ou vamos passar a tarde inteira trancados
aqui... Pede o que você quer meu amor! Eu estou mandando! — Ordeno o
mais rouco possível movimentando o meu dedo dentro dela e ela geme.
— Oh Deus John... Ohhh... — Geme ofegante e posso sentir o seu
corpo tremer.
— Não era só isso que eu esperava ouvir docinho, diz logo o que você
quer meu amor? Eu não aguento mais esperar... Diz que você quer o meu pau
todinho nessa bucetinha gostosa... Diz vai? Pede para eu te foder todinha, vai
Laura! — Desço a minha boca entre os seus seios e puxo a parte de cima do
seu vestido para baixo deixando os seus lindos seios a mostra, sem parar os
movimentos com o meu dedo.
— Hummm... Deus John... Eu quero você amor... Ohhh quero o seu
pau todinho dentro de mim... Por favor...? Por favor agora...? Ahhh céus... —
Choraminga ainda mais ofegante quando sugo o seu seio com vontade
prendendo o seu mamilo entre os meus lábios.
— Isso minha gostosa... Eu vou meter o meu pau inteirinho dentro de
você, mas antes eu preciso chupar você... Você está muito úmida... Ohhh
delícia... —Tiro o meu dedo de dentro dela e o levo até a boca sentindo o seu
gosto alucinante.
Suspendo a parte debaixo do seu vestido e abro as suas pernas
colocando uma delas sobre a privada, me abaixo puxando a sua calcinha para
o lado e encaro a sua intimidade brilhando com a sua excitação, eu avanço
nela adentrando a minha língua chupando-a com faminto.
Laura geme quase sem voz tentando se segurar na divisória enquanto
Percorro a minha língua por toda a sua carne encharcada. Sinto que ela pode
desabar a qualquer momento pois vejo as suas pernas tremerem, de repente
ela goza me fazendo chupa-la ainda com mais vontade, sentindo o meu pau
latejar, babando de desejo de estar dentro ela.
— Cacete... Porra estou quase gozando nas calças, eu preciso sentir
você agora. — Grunhi na sua intimidade sugando o mel da minha abelhinha.
Me levanto abraçando o seu corpo mole após o orgasmo. — Se ajoelha na
privada e colocar os braços sobre a caixa de descarga... Agora Laura! —
Ordeno com a voz rouca segurando o meu pau por cima da calça, rezando
para não gozar antes de entrar nela.
— John alguém vai me ouvir... É melhor... — Contesta engolindo a
seco se segurando em mim para não cair mas a interrompo.
— É melhor você fazer o que estou mandando docinho! Eu não vou
sair daqui sem sentir você, estamos perdendo tempo então faz logo o que eu
mandei! — Alerto-a em um tom firme e ela estremece me encarando com os
olhos dilatados de desejo.
Ela não diz mais nada, apenas faz o que mandei enquanto eu abro a
minha calça, abaixo a sua calcinha e me aproximo me encaixando na sua
entrada meladinha, entro nela lentamente e ela geme se contraindo.
— Puta merda... Ohh como você está quente amor... Você me deixa
louco docinho... Porra você me faz perder o juízo... Ahhh... — Sussurro
ofegante jogando a cabeça para trás me sentindo no lugar mais perfeito que
existe.
Seguro firme a sua cintura e meto nela com força indo o mais fundo
que consigo, ela sempre me aguenta sem reclamar e as vezes pede mais forte
e mais rápido, nem as prostitutas da minha boate me aguentava como Laura,
isso é surpreendente.
Enrolo os seus longos cabelos na minha mão e seguro firme enquanto
subo a outra mão até os seus seios, acariciando cada um deles, ela se inclina
para trás e eu puxo de leve os seus cabelos virando o seu rosto para beija-la
ainda entrando fundo nela, chupo a sua língua devorando a sua boquinha
gostosa, sentindo o meu pau pulsar dentro dela. Desço a minha mão dos seus
seios até a sua intimidade e pressiono o seu ponto sensível, fazendo ela gemer
e rebolar no meu pau.
— Deus eu não vou aguentar... Porra eu vou gozar docinho... Ahh
meu amor... Gostosa goza vai...? Ohhh merda! —Gemi na sua boca e não
aguento mais me segurar, latejei gozando dentro dela e ela goza logo em
seguida.
— Hummm ohhh... Amor... John... — Sussurra mordendo o lábio
inferior enquanto o seu corpo treme e sua intimidade me aperta
insistentemente.
Sinto minhas pernas tremerem então paro aos poucos os meus
movimentos tentando me equilibrar nas minhas pernas, Laura amolece nos
meus braços ofegante ainda gemendo enquanto a sua intimidade se contrai,
me apertando enquanto goza.
Ela deita a sua cabeça no meu ombro e eu abraço o seu corpo tirando-
a de cima da privada sem sair dela, beijo o seu pescoço e desço para o seu
ombro sorrindo feito um bobo pela loucura que fizemos, eu não consigo
evitar, Laura me faz perder o juízo, ela fode a minha sanidade com apenas um
sorriso, e ela tem um sorriso tão lindo.
Saio dela virando-a de frente para mim e tomo os lábios em um beijo
calmo.
— Está mais calma agora...? Está convencida de que você não precisa
competir com ninguém? Porque eu sou seu meu amor... Só seu e demais
ninguém. — Afirmo entre os beijos e mais uma vez ela sorrir me encarando
com ternura.
— Precisamos sair logo daqui... Ou vão desconfiar e estaremos
encrencados. — Diz sorrindo daquele jeito atrevido que me deixa ainda mais
louco por ela.
Lhe roubo mais um beijo então nos arrumamos para sair do banheiro,
quando o fizemos não tinha mais ninguém no corredor então voltamos para
sala 4, de mãos dadas e com um sorriso de satisfação no rosto.
Nos sentamos ao lado da minha irmã que está se agarrando com o
namorado, e eu limpo a garganta chamando a sua atenção.
— Eu odeio vocês sabiam? Nós aqui preocupados e vocês se
divertindo... Isso não é justo . — Diz a descarada arrumando os cabelos
desgrenhada pelos amassos dado nesse pervertido do seu namorado.
— Eu estou vendo a preocupação de vocês... Não estávamos fazendo
nada demais, apenas conversamos, não é amor? — Pisco para minha mulher
que abre ainda mais o seu sorriso e me responde com um beijo urgente. —
Ainda faminta...? Eu vou resolver isso assim que sairmos daqui... —
Pergunto entre os beijos encarando fixamente os seus olhos brilhantes.
— Vamos assistir o filme... Já está quase na metade. — Desconversa
desviando os seus olhos de mim para o telão, me fazendo sorrir.
Será que essa mulher tem noção do quanto eu a amo? Que eu sou
capaz de tudo por ela? Pois é, eu a amo desesperadamente e faria de tudo para
mantê-la segura e feliz, eu daria a minha vida por ela se fosse necessário e sei
que ela me ama com a mesma intensidade.
Alguém lá em cima está torcendo pela minha felicidade e eu sou grato
por isso, estou feliz como a anos não sou, tenho ao meu lado uma mulher
linda para amar, e que me ama com uma sinceridade absurda, Laura é a
pessoa mais inocente, doce e sincera que já vi na vida, a maneira como ela se
declarou para mim, a maneira como ela me conta as coisas sem se preocupar
em mentir ou omitir as coisas, a sinceridade das suas palavras e suas ações,
meu Deus isso é incrível, essa mulher é perfeita para mim.
Admiro o seu rosto e ela tem os olhos fixos no telão a nossa frente,
não é um filme de romance é aventura com um pouco de ação e as partes
violentas com tiros e porradas, vejo Laura um pouco assustada, mas nas
cenas onde alguns casais se beijam ou rolam uma pegação mais quente, ela
fica vermelha, acho que ela se lembra dos nossos momentos juntos e vê-la
corada chega a ser excitante para mim, gosto de vê-la vermelhinha,
principalmente quando estamos fazendo amor.
Não existe um lugar especial para nós deixar levar pelo desejo,
qualquer lugar com ela se torna especial, se torna único e maravilhoso, Laura
resgatou todas as minhas emoções e sensibilidades que achei ter perdido, mas
aqui estou eu, pagando de casal apaixonado no cinema com a minha
namorada, confesso que isso me fez falta, sentir alguém em meus braços me
encarando com ternura, me beijando com tanta paixão é algo divino, é algo
que só Deus proporciona ao ser humano.
Depois de anos sozinho chorando a morte da minha família, agora
estou sorrindo por esse amor tão intenso que estou sentindo, estou sorrindo
pela vida, estou sorrindo para a minha mulher.
TRÊS MESES DEPOIS...

— Amor você está pronta? Precisamos sair logo... Minha nossa...


Você está linda. — John me chama enquanto eu saio do closet então paro
recebendo o seu olhar de surpresa.
— Obrigada, Sr. Sarkozy... O senhor também está lindo... Uma
tentação na verdade. — Me aproximo dele calmamente e ele encara a minha
boca.
— Eu sei muito bem o que você está fazendo docinho, e não é justo já
que você não vai me deixar tocar em você... Você sabe que por mim eu não
me importo em fazer amor com você assim, mas você não quer e eu estou
tentando respeitar isso... Mas como conseguir isso com você me provocando
dessa maneira? — Ele também se aproxima me puxando pela cintura e eu
abraço o seu pescoço.
— Me desculpe, eu não queria provoca-lo tanto... Só o suficiente para
ganhar um beijo. — Acaricio a sua nuca e sinto a sua mão apertar de leve a
minha cintura, me puxando mais para o seu corpo e posso sentir o quanto ele
está excitado.
— Você não precisa me provocar para ganhar um beijo, meu amor...
Quando você faz isso você fode com o meu juízo, me deixa louco para te
pegar de jeito e meter em você com força. — Diz com a voz rouca me
fazendo estremecer, tento me afasta mas ele não deixa. — Não é legal você
fugir depois de provocar o seu homem, docinho... O que você pode fazer para
consertar o que fez...? O que você pode fazer para acalmar o meu pau? Sente
como ele está? Eu não posso sair assim e você tem uma mãozinha
maravilhosa. — Sussurra no meu ouvido me deixando mole de tão excitada,
engulo a seco, eu morro de vergonha de toca-lo como ele está sugerindo, mas
sempre faço para agrada-lo.
— Amor eu estou morrendo de cólica... Vou tomar o meu remédio
porque o meu fluxo parece descer mais que o normal hoje... Com licença. —
Ofego me afastando dele mas não vou muito longe, ele me puxa de volta para
os seus braços deixando a minha respiração ainda mais pesada.
— Você não vai fugir de mim por muito tempo, Srta. Westhause...
Mas por hora eu vou te dar apenas o que você queria. — Diz já me puxando
pela nuca devorando a minha boca em um beijo feroz, tirado todo o ar
existente nos meus pulmões, me deixando mole como sempre acontece. —
Agora podemos ir! Os seus sogros já estão nos esperando. — Ele se solta
brevemente de mim me deixando aérea depois desse beijo agressivo e
excitante.
— Sim... Claro... Podemos ir, mas... Eu realmente preciso tomar o
meu remédio, eu não me demoro. — Tento controlar a minha respiração,
puxando o ar para os meus pulmões enquanto ele sorrir daquele jeito que
deveria ser proibido.
Me apresso para chegar até a cama e pego o meu remédio para cólica
na gaveta de cabeceira, vou até o outro lado do quarto e pego um copo de
água na jarra sobre a mesa, tomo o meu remédio em seguida.
Saí do quarto com John dizendo coisas obscenas sobre o decote do
meu vestido, sua mão desce pela minha cintura e para na minha bunda
apertando de leve, sinto o meu corpo se acender com o seu toque então tiro a
sua mão da minha bunda o fazendo bufar, seguro a sua mão para mantê-la
distante de certas partes do meu corpo e assim descemos a escada saindo de
casa. Entramos em um dos carros luxuosos e seguimos para mansão dos pais
dele, passamos o caminho falando sobre os meus estudo e ele está bem
satisfeito com o meu progresso.
No trabalho eu também estou me saindo bem sem precisar tanto de
John me dizendo o que fazer, por duas vezes eu fui almoçar no refeitório
junto com os outro funcionário mas fui tirada de lá antes mesmo de me servir,
na minha opinião, os namorados deviam vir com manual de instrução
dizendo o seu nível de ciúmes, as vezes acho John possessivo demais comigo
e isso me assusta, a sua obsessão em me manter longe de outros homens é
imensa.
John cismou que os funcionários homens da empresa estão
interessados em mim, mas eu achei isso um absurdo pois os caras mal olham
na minha direção depois da surra que ele deu no estagiário que tentou me
tocar contra a minha vontade, por um lado eu acho bom eles se manterem
afastados pois não estou acostumada com tantos homens a minha volta, me
secando, como John mesmo diz.
Mas por outro lado acho um exagero ele me proibir de almoçar no
refeitório, isso acontece quando não tenho aulas a tarde então aproveito para
ficar até o fim do expediente, então prefiro almoçar na empresa para me
poupar tempo e adiantar os trabalhos, mas meu chefe namorado faz questão
de me levar a um restaurante, não que eu esteja reclamando, mas não estou
acostumada com tanta gentileza, com tanto carinho, não estou acostumada a
ver um homem se preocupar comigo como ele faz, a me agradar a cada
instante e isso as vezes me surpreende.

Entramos pelos portões da mansão dos meus sogros e John estaciona


na entrada principal, o carro do Victor e dos seus pais já estão ali, o que
significa que eles já chegaram, mas tem um outro carro que John não
reconheceu.
Descemos do carro e entramos na casa de mãos dadas sorrindo com as
gracinhas de John, entramos na sala e há um casal que eu não conheço, mas
posso ver John mudar a sua feição rapidamente.
— Que bom que vocês chegaram... John, você se lembra do Alan?
Irmão do Victor? Ele chegou hoje de Seattle e veio jantar conosco, essa é
uma amiga dele, Kristen. — Diz Giulia empolgada vindo na nossa direção e
eu fixo os meus olhos naquela mulher, acho que já vi ela antes.
— Kristen, esse é o meu irmão John e minha cunhada Laura. — Ela
nos apresenta mas a mulher nem olha na minha direção.
— Olá, John...! Que bom te ver de novo, precisamos marcar um dia
para sairmos e relembrar os velhos tempos. — Sugere a mulher se
aproximando, cumprimentando-o com um beijo demorado no rosto.
— Então vocês já se conhecem? Que mundo pequeno, não é...? Laura
esse é Alan, meu cunhado, Alan essa é Laura, minha cunhada então acho que
estamos todos em casa. — Giulia me apresenta ao rapaz que se aproxima
pegando a minha mão.
— É um prazer conhecê-la, Laura... Você é belíssima. — Ele deposita
um beijo pouco demorado na minha mão me deixando tensa ao sentir John se
aproximar mais de mim.
— É um prazer conhecê-lo também, Alan. — Solto a sua mão e
encaro John que não tem uma cara muito boa, mesmo aquela mulher ao seu
lado falando sem parar.
A encaro fixamente esperando ela notar a minha existência mas isso
não acontece, abraço John ainda encarando a mulher e finalmente ela me
encara, o seu rosto não me é estranho, puxo na minha memória a sua imagem
então me lembro dela e John no Jardim da mansão, a mulher que ele agrediu
e transou com ela na beira da piscina.
Me solto dele o encarando fixamente e ele suspira fundo esfregando
as mãos no rosto, não digo nada, apenas me afasto dele e puxo Giulia pelo
braço arrastando-a para longe dali.
— Ei? O que houve Laura? O que aconteceu você parece chateada?
— Pergunta assim que paramos na entrada do corredor.
— Quem é essa mulher, Giulia? O que ela está fazendo aqui? Eu não
gosto dela. — Questiono meio irritada mas controlando o meu tom de voz.
— Eu não sei quem ela é, Laura, Alan apareceu aqui com ela dizendo
ser uma amiga, mas é óbvio que essa mulher não parece ter amigos homens...
Mas porque você não gosta dela? Você a conhece? Ela fez alguma coisa com
você? — Pergunta surpresa e preocupada olhando na direção da mulher, que
passa as mãos pelo braço de John.
— Eu vi essa mulher transando com o seu irmão no jardim da
mansão, um dia depois que eu cheguei na casa dele... Olha como ela se
oferece para ele Giulia? E se ele quiser ficar com ela de novo...? Eu não estou
sabendo lidar com isso, me ajuda? Não quero dar vexame na frente dos seus
pais e passar vergonha por causa dessa mulher. — Peço ainda mais irritada
enquanto Giulia encara fixamente a mulher, John não tira os olhos de mim.
— Eu não acredito nisso! Como ela tem a cara de pau de falar com
John assim com tanta intimidade, depois que eu te apresentei como namorada
dele...? Há mas isso não vai ficar assim, vem comigo Laura! — Giulia me
arrasta de volta para o centro da sala. — Kristen? Porque você não disse que
já conhecia o meu irmão? Se eu soubesse desse detalhe eu não teria os
apresentado. — Ela se aproxima daquela oferecida cheia de sorriso para John
que me encara apreensivo.
— Eu não falei nada porque queria fazer uma surpresa para ele. — Se
justifica agarrando o braço de John me deixando roxa de raiva.
— Eu espero que você não queria transar com ele no Jardim de novo,
porque não vai rolar, meu irmão é comprometido, aliás! Eu te apresentei a
namorada dele e você nem olhou na cara dela, eu espero que você não perca
o seu tempo dando em cima do meu irmão, porque ele só tem olhos para a
sua amada. — Giulia diz em alto e bom som me deixando envergonhada.
— Eu não teria tanta certeza meu bem, eu e John estamos
combinando de sair para jantar e conversar sobre o que tivemos, não é
querido? — Ela o abraça me deixando de boca aberta.
— O quê? Você ficou maluca Kristen? Eu não combinei nada com
você sua louca! Vê se te enxerga garota. — John se irrita com ela mas foi
impossível não sentir o meu peito se apertar, pois eu já os vi juntos uma vez e
aquela imagem não sei da minha cabeça.
Sinto o meu peito doer e uma imensa necessidade de sair dali me
atinge em cheio, então eu o faço, me apresso para sair dali mas não vou muito
longe, sinto uma mão forte segurar o meu braço e sei muito bem de quem é.
— Laura não...! Não faz isso! Você não tem motivos para se afastar
de mim amor... O que aconteceu entre mim e essa louca está no passado e
você sabe disso... Olha para mim Laura! — Ele se aproxima mais de mim
mas eu olho em qualquer direção que não seja os seus olhos.
— Eu não estou me afastando de você John... Eu só preciso de um
pouco de ar, estou sufocando aqui dentro... Com licença. — Me solto dele e
me apresso para chegar a porta lateral que dá para o jardim.
Assim que saio da casa respiro fundo puxando o ar para os meus
pulmões. Ando alguns metros tentando não deixar as minhas lágrimas caírem
então sinto alguém me abraçar por trás.
— Nem em sonhos eu vou deixar você sozinha, você quer respirar?
Então vamos respirar juntos! — Diz com a voz rouca no meu ouvido e me
vira abruptamente devorando a minha boca.
Seu beijo é feroz, faminto sugando tudo de mim, suas mãos são
possessivas me apertando me apalpando em todo canto e eu não consigo
resistir.
— Amor...? Eu não vou conseguir respirar... Assim... — O alerto
entre os beijos e sinto ele sorrir na minha boca.
— Eu amo ouvir você me chamar de amor... Eu te amo Laura não se
esqueça disso...! Você é minha vida e nada mais me interessa além de você...
Não fica chateada à toa docinho, aquela mulher quer te provocar e está
conseguindo, eu não quero perder a paciência com ela na frente dos meus
pais, então a ignore por favor...? Eu não quero ver você assim por causa dela,
você é minha mulher ouviu bem? Só minha e de mais ninguém e eu sou seu
meu amor. — John acaricia o meu rosto e me beija mais uma vez, um beijo
calmo e doce, aquele beijo que me amolece e me desarma por completo.
— Graças a Deus vocês estão bem... Eu não iria suportar uma briga
entre vocês. — Diz Giulia parada atrás de nós então nos separamos sorrindo.
— Porque não ficaríamos bem, cunhada? Eu sou louca por esse
homem e sei que ele é por mim também. — Afirmo com um sorriso bobo no
rosto me esquecendo que estava chateada.
— Disso não tenha dúvida cunhadinha, meu irmão daria um braço
para não te magoar, mas também daria as duas pernas para se reconciliar com
você. — Diz ela enquanto John me abraça por trás beijando o meu pescoço.
— Ela já sabe de tudo isso, maninha, agora vamos entrar porque eu
estou com fome, talvez a gente durma aqui hoje e vocês duas vão poder
conversar a vontade, está bem...? Agora vamos entrar meu amor. — Ele me
vira de frente para ele e me dá um beijo casto antes de pegar a minha mão,
me levando de volta para dentro da casa.
Entramos na sala de estar e estão todos conversando, mas assim que
nos ver de mãos dadas e sorrindo, minha sogra respira aliviada abrindo um
sorriso amoroso para nós. Encaro a vaca peituda e ela não tem uma cara
muito boa, paramos no canto da sala e abraço John pelo pescoço encarando
fixamente os seus olhos, me sinto trêmula com o seu olhar faminto mas o
beijo com calma.
Sinto as suas mãos apertarem a minha cintura me trazendo mais para
o seu corpo, esse é o sinal de que ele está se excitando então me afasto
brevemente dele antes de ficar em uma situação constrangedora.
— Você é tão linda... Linda e é todinha minha, eu sinto uma
necessidade tão grande de dizer isso... Eu te amo morena, te amo demais. —
Ele acaricia o meu rosto e passa o seu polegar pelos meus lábios me deixando
ofegante.
— Eu também te amo meu amor... Te amo mais que tudo nessa vida,
mas... Não me olha assim por favor? Você não imagina o estrago que esse
olhar me causa. — Peço ainda ofegante e ele sorrir de lado, me puxando pela
cintura.
— Essa sua sinceridade me encanta, sabia...? Eu estou a cada dia mais
louco por você mulher. — Ele encara a minha boca se aproximando para me
beijar, mas antes que ele o fizesse somos interrompidos.
— Já podemos ir para mesa, John, a sua mãe avisou que jantar será
servido. — Diz a vaca loira se aproximando pegando no braço de John, mas
ele se solta dela a encarando sério.
— Não precisa pegar em mim para me avisar sobre o jantar,.Kristen,
eu não sou surdo, eu ouvi a minha mãe falar... Com licença! Vamos amor. —
Rebate em um tom rude a encarando com desprezo e abraça a minha cintura,
me tirando dali.
— Espera John! Você não pode me tratar assim por causa dessa
garota! Desde quando você assume relacionamentos com alguém? Desde
quando você curte garotinhas novinhas que mal saíram das fraldas? —
Retruca a loira segurando John pelo braço e o vejo respirar fundo, fechando
os olhos com força, mas antes que ele diga algo eu me adianto me
aproximando dela soltando a sua mão do braço dele.
— Escuta bem o que eu vou te falar, minha senhora! John já te usou o
quanto ele queria para se divertir, mas agora ele não te quer mais! Agora ele é
meu namorado e ninguém vai tira-lo de mim! Muito menos uma qualquer
igual a você, então se afasta! Se mantenha longe dele ou eu passo por cima de
você feito uma máquina...! Você já está velha e acabada, eu sou mais jovem e
mais forte que você então não atravessa o meu caminho, ouviu bem? Ou
preciso ser mais clara que isso? — Digo entre dentes deixando a raiva e o
ciúmes falarem por mim, vejo Giulia sorrir atrás dela enquanto minha sogra
se aproxima e a vaca loira me encara perplexa.
— Está tudo bem por aqui meus filhos...? Vamos para sala de jantar, a
mesa já está posta e a refeição será servida nesse instante. — Avisa a Sra.
Marília nos encarando apreensiva então abro o meu melhor sorriso para ela.
— Nós já vamos minha sogra, tenho certeza de que está tudo divino
como sempre... Vamos amor? — Me aproximo mais de John que abraça a
minha cintura me encarando de um jeito diferente, mas aquele seu sorriso de
lado está ali, me tentando, me seduzindo mais uma vez.
Ele não diz nada, apenas me guia para sala de jantar mas posso sentir
a sua mão apertar sutilmente a minha cintura.
— Cacete! Eu preciso foder você hoje docinho, ou eu vou
enlouquecer de tanto tesão. — Sussurra no meu ouvido me deixando trêmula
e ofegante, eu o quero mas não posso, estou naqueles dias mas sinto que não
vou consegui resistir a ele hoje.
— Amor! Se comporta...! Ou eu terei que trancar a porta do meu
quarto hoje. — O alerto baixinho só para ele escutar e ele para segurando o
meu braço.
— E quem falou que você vai dormir no seu quarto hoje...? Eu já falei
que não vou mais dormir sozinho sem você, Laura, não é porque você está
naqueles dias que eu vou aceitar me afastar de você, pelo contrário eu... —
Retruca baixinho me encarando atento mas o interrompo pondo os meus
dedos na sua boca.
— Shiii! Eu já entendi amor! Agora vamos jantar, eu estou faminta.
— O repreendo em um tom baixo mas sem perceber eu mordo o lábio
inferior chamando a sua atenção para minha boca.
— Porra é melhor a gente sentar logo... Vamos! — Diz me guiando
até a mesa onde todos já estão acomodados.
Nos sentamos entre Giulia e a Sra. Sarkozy, mas aquela loira aguada
está bem na nossa frente, encarando John com malícia mesmo depois do fora
que eu dei nela, hora outra ela me encara furiosa mas desmancha a cara
emburrada quando os meus sogros a encaram sérios.
— Alan? Você e a Kristen são mesmo amigos ou existe algo a mais
entre vocês...? Vocês formam um belo casal. — Pergunta meu sogro tentando
tirar a atenção da vaca de cima de nós.
— Bem que eu queria algo mais sério com ela, Sr. Conrado, mas ela
não me quer, eu voltei para o Brasil e dessa vez eu vim para ficar, vou
assumir a empresa do meu pai e quero ao meu lado uma mulher que me
prenda aqui... Mas acho que ainda não é a minha hora. — Alan explica
enquanto mexe na sua comida então finalmente a vaca peituda o encara
surpresa.
— Eu não sabia que você iria assumir a empresa do seu pai, Alan, o
filhinho do papai vai se tornar um homem importante, isso é maravilhoso. —
Ela segura a sua mão e eu encaro John que respira aliviado. Essa filha da
puta é muito interesseira mesmo, ela só quer status e mais nada!
— Sim, Kristen, eu quero me tornar um homem importante, quero ser
reconhecido assim como o meu pai... Quero ter uma família, uma mulher
para ser minha de verdade e por inteira. — Ele a encara fixamente e ela sorrir
abertamente para ele.
Sem querer esse Alan está nos salvando de mais confusões, então que
Deus o abençoe por isso!
O jantar seguiu com Alan contando sobre a empresa que trabalhava
em Seattle, e também falou dos seus planos aqui no Brasil. Kristen está se
mostrando bem interessada em saber mais sobre Alan agora que ele revelou
que vai assumir a empresa do pai, e com isso o jantar seguiu tranquilamente
como esperado, ela está vendo que não vai conseguir nada com o meu
homem então ela faz bem em ciscar em outro galinheiro, porque aqui ela não
vai conseguir nada.
Porra, ver essa mulher aqui na casa dos meus pais me deixou tenso,
ela tentou a todo custo provocar Laura e por um momento eu pensei que iria
terminar a noite brigado com a minha mulher por causa dela, mas eu me
surpreendi com a minha morena enfrentando a Kristen daquela maneira,
caralho eu já estava louco para senti-la hoje e isso só me deixou ainda mais
excitado, eu sei que ela não gosta de transar quando está nos dias vermelhos,
mas tem dia que eu simplesmente não consigo resistir, eu quero senti-la de
qualquer jeito mas ela sempre consegue se esquivar e fugir de mim, mas hoje
eu não vou conseguir dormir sem aliviar essa tensão e eu não vou fazer isso
na mão, eu quero ela de baixo do chuveiro, eu preciso senti-la ou vou
enlouquecer.
Mulher interesseira a gente conhece de longe e é por isso que Kristen
nunca conseguiu algo mais comigo, ela quer status e acho que agora ela vai
conseguir isso, tem sempre um louco para querer investir em uma armadilha
como essa, eu espero estar enganado ou Alan vai se ferrar nas mãos dessa
mulher, mas antes ele do que eu, espero que ele tenha sorte com ela.
O jantar prosseguiu tranquilamente e graças a Deus Kristen esqueceu
a minha existência, e com isso Laura relaxou um pouco mais. Depois da
sobremesa voltamos para sala e continuamos uma conversa animada, sobre as
festas de fim de ano que estão chegando.
Já estamos aqui no Brasil há mais de dez anos e estamos planejando
voltar para Flórida, na verdade por mim eu teria voltado antes para tentar tirar
da minha memória a perda da minha família, mas meu pai me convenceu a
ficar e hoje eu sou grato a ele por isso, pois se eu tivesse ido embora eu nunca
teria conhecido Laura, e talvez ela ainda estivesse sofrendo nas mãos daquele
monstro que também maltratava outra mulheres, outras famílias.
Talvez seja o destino quem me prendeu aqui até agora, mas já está na
hora de dar um novo rumo para minha vida, buscar ares novos e procurar
deixar os meus sofrimentos, as minhas dores no passado, eu quero reconstruir
uma nova história e quero fazer isso com Laura ao meu lado, mas também
quero que a nossa história seja vivida longe desse lugar onde tantas coisas
ruins já nos aconteceram.
— Filho? Vocês vão ficar aqui hoje, não vão? Já mandei prepararem o
seu quanto para vocês ficarem, queremos ir para casa de praia amanhã, o que
vocês acham? — Mamãe nos encara com aquele seu sorriso amoroso de
sempre e Laura abre o seu sorriso ao ouvir falar da praia.
— Tudo bem mamãe, nós vamos ficar, vai ser bom passar esse fim de
semana na praia, não é amor? — Abraço Laura e ela põe a mão na minha
perna apertando levemente, me deixando tenso.
— Vai ser maravilhoso meu amor, eu amei aquele lugar, por mim eu
moraria na beira da praia só para ver todos os dias aquela imagem linda do
mar. — Comenta empolgada deslizando a sua mão pela minha perna e sem
perceber ela me deixa excitado.
Pego a sua mão depositando um beijo demorado e seguro-a perto do
meu peito brincando com os seus dedos, evitando que ela me complique
ainda mais, sei que ela não está fazendo por mal pois ela é muito tímida para
isso, mas sem querer ela está me deixando duro e louco para pega-la de jeito.
— No futuro podemos pensar sobre isso querida, morar na beira da
praia, temos vários lugares ótimos para escolhermos aqui ou fora do Brasil...
A Flórida seria perfeito. — Puxo-a mais para os meus braços pensativo sobre
essa ideia.
— Vou precisar pesquisar na internet sobre esse lugar, porque eu não
conheço... Eu muito mal conheci o lugar onde passei a minha vinda inteira
e... É... Eu.... Eu acho que vou subir, vou dormir mais cedo para aproveitar
mais o dia de amanhã, com licença, boa noite a todos. — Diz animada mas
logo sua expressão muda ao falar de onde morou, sei que ela se lembrou
daquele miserável que mesmo depois de morto ainda a deixa mal.
— Eu vou com você princesa, também estou exausto então boa noite
a todos... Nos vemos pela manhã. — Me despeço já me levantando segurando
a sua mão para que me espere, e vejo mamãe nos encarar apreensiva. Ela
sempre se preocupa muito com Laura por causa dos seus traumas!
— Boa noite meus filhos, durmam bem. — Diz ela com seus olhos
presos em nós então saímos da sala indo em direção a escada.
Sinto um aperto no peito ao ver que Laura ficou mal de repente, pego
ela no colo subindo a escada vendo ela corar daquele jeitinho que eu amo.
— Você é louco John... Mas eu amo isso. — Confessa ainda
envergonhada mas me dá aquele sorriso lindo abraçando firme o meu
pescoço.
— E eu amo você... Amo tudo em você, cada detalhe, cada sorriso e
daria tudo para os vê assim todos os dias nesses lábios deliciosos. —
Confesso já no topo da escada e lhe roubo um beijo calmo enquanto entro no
corredor.
— É melhor não se animar John... Hoje é um dia proibido para
fazermos amor e você sabe disso. — Me alerta com a voz trêmula e posso
sentir o seu corpo tenso, sei que ela está excitada.
— Não precisamos fazer amor... Mas eu ainda quero sentir você. —
Aviso enquanto entro no nosso quarto e ela me encara confusa, mas também
apreensiva.
— Não entendi... Como... Como você quer me sentir? — Pergunta
ofegante quando aperto a sua cintura pressionando ela contra o meu corpo.
— Você mesma disse que queria aprender coisas novas, se lembra...?
Bom, tem algo que eu quero te ensinar, já estou desejando isso a um tempo
mas não queria te deixar desconfortável, mas o problema é que você me
deixa louco e eu preciso sentir você de alguma maneira hoje, docinho. —
Coloco ela no chão sem soltar o seu corpo e a mesma me encara apreensiva.
— O que você vai fazer, John...? O que quer me ensinar? — Pergunta
apertando os meus braços com força e morde o lábio inferior, me fazendo
avançar na sua boca lhe roubando um beijo feroz.
— Você já vai saber o que vou te ensinar... Está curiosa? — Pergunto
e ela balança a cabeça concordando. — Então ajoelhe-se! Abra o meu cinto e
a minha calça... Agora Laura! — Ordeno em um tom firme e ela engole a
seco antes de fazer o que mandei. — Ótimo! Agora abaixe a minha cueca e
segure firme o meu pau, amor... Me obedeça docinho! — Insisto já ofegante
só de me imaginar nessa boquinha gostosa.
— John eu... Eu... Eu nunca fiz isso antes... Não sei como fazer e... —
Contesta envergonhada mas a interrompo.
— Ei? Relaxa eu vou te ensinar, se lembra? Tenho certeza de que
você será perfeita. — Acaricio o seu rosto e abaixo a minha calça junto com a
cueca deixando-a ainda mais vermelha ao encarar o meu pau ali na frente do
seu rosto. — Agora me deixe sentir essa mãozinha sedosa meu amor...?
Segura o meu pau Laura! Faça movimentos suaves como você fez da outra
vez. — Peço ansioso para ela fazer o que mandei então ela o faz, mesmo
ainda muito envergonhada.
Os movimentos da sua mão são perfeitos e me fazem latejar, deixo
escapar um gemido rouco e encaro o seu rosto corado.
— Me diz uma coisa Laura? Você gosta de doces, certo? Já chupou
um pirulito antes? — Pergunto e ela concorda. — Ótimo docinho, então beija
o meu pau...! Passa a língua por ele como você passaria em um pirulito. —
Ordeno e ela me encara com os olhos levemente arregalados mas faz o que
mandei, sinto a sua língua quente no meu pau. — Ohhh Deus... Isso
docinho... Porra isso... Ohh... — Gemi sentindo a sua língua deslizar pelo
meu pau me enlouquecendo. — Coloca ele na boca amor! Chupa o meu pau
como se estivesse chupando o seu doce favorito... Não tenha medo não vai te
machucar, agora me obedeça vai! Coloca o meu pau nessa boquinha gostosa!
— Ordeno no mesmo tom firme e ela prende os seus olhos nos meus antes de
me colocar na sua boca chupando apenas a minha glande me fazendo ir ao
céu. — Cacete! Ohhh merda... Isso é perfeito... Porra isso é perfeito minha
gostosa... — Deliro Jogando a cabeça para trás mas volto a fitar os seus olhos
receosos. — Agora me engole meu amor? Me engole até onde você conseg...
Ohhh caralho... Porra isso foi demais... Cadete docinho, isso amor, ahhh
isso... — Gemi feito um louco quando ela me engole e eu me controlo para
não foder essa boquinha e me enterrar até a sua garganta. — Para quem
nunca fez um boquete você está perfeita... Isso! Me engole minha gostosa?
Me engole todinho amor...? Ohh isso porra... Isso docinho... Céus que boca
perfeita... — Seguro os seus cabelos ajudando-a em seus movimentos mas
logo sinto que vou gozar.
Sua língua é muito quente e me faz delirar, sinto o meu pau latejar na
sua boca e sei que preciso parar, mesmo contra a minha vontade, eu não
posso gozar na boca dela, não posso fazer isso com ela agora pois ela nunca
fez isso.
— Já chega Laura, para...! Ohhh céus para...? Eu não vou aguentar...
— Peço com a voz rouca e a respiração pesada então tiro o meu pau da sua
boca e corro para o banheiro me masturbando até gozar na privada.
Porra eu não acredito que estou fazendo isso, gozando na privada
depois de estar naquela boquinha maravilhosa, mas eu não posso pensar só
em mim, Laura não merece isso.
Depois de três dias sem sentir a minha mulher eu gozei feito um louco
imaginando estar gozando dentro dela, e mesmo na minha imaginação foi
maravilhoso, foi delicioso demais e tenho certeza que Laura não tem noção
do quanto pode me enlouquecer.
Me visto novamente e volto para o quarto mas não encontro Laura,
vou até o closet e a vejo só de calcinha antes de vestir uma de suas camisola
que ela deixou aqui, mas ela parece triste, parece decepcionada.
— Amor? Está tudo bem...? Não gostou do que fizemos? — Pergunto
me aproximando dela e abraço-a por trás beijando o seu ombro.
— Eu falei que nunca tinha feito aquilo, John, eu fiz alguma coisa que
você não gostou? Por isso saiu daquele jeito...? Me desculpa... — Diz com a
voz trêmula preocupada em ter me decepcionado, mas a interrompo virando-a
para me encarar.
— Do que você está falando docinho? Você foi perfeita, foi melhor
que muita mulher experiente... Eu saí daquele jeito para evitar fazer algo que
você não gostasse... Porra Laura eu quase gozei na sua boca minha gostosa,
você me deixou louco por isso eu tive que sair mesmo contra a minha
vontade... Você é maravilhosa... — Puxo ela pela cintura acariciando o seu
rosto e beijo-a com calma. — Não prefere vestir uma blusa minha? Essa
camisola é sexy demais amor... Eu posso não resistir e te comer no meio da
noite. — Alerto-a no seu ouvido e chupo o seu pescoço vendo ela se arrepiar.
— Vamos tomar um banho juntos...? Quero dar prazer a minha mulher
também, hoje é o último dia do seu ciclo e sei que quase não está descendo
mais... Vamos amor? Você não quer me sentir dentro de você...? Não quer
gozar gostoso no meu pau? Diz vai...? Toma um banho gostoso com o seu
homem? — Sussurro contra o seu pescoço enquanto desço a minha mão até a
sua bunda, apertando com vontade fazendo ela sentir o meu pau semiereto
esperando por ela.
— John... Não sei se é uma boa ideia... Não acha melhor esperar um
pouco mais...? Ahhh John... Amor... Ohhh... — Delira abraçando o meu
pescoço tentando se manter de pé, sinto o seu corpo amolecer em meus
braços.
— Eu vou tomar esse gemido como um sim... Agora vamos! Eu
preciso dar um orgasmo a minha mulher. — Pego ela no colo e me apresso
para irmos para o banheiro.
Já no banheiro eu coloco ela no chão e me apresso para tirar a minha
roupa enquanto admiro ela tirar a sua camisola, ela tira a sua calcinha
discretamente, envergonhada me fazendo sorrir, quando já estamos os dois
completamente nus eu pego a sua mão levando-a para box, ligo a ducha
quente e puxo a minha mulher pela cintura devorando a sua boca enquanto
entramos debaixo da água, percorro minhas mãos pelo seu corpo já me
sentindo ansioso para entrar nela.
— Eu te amo John... Te amo mais que tudo nessa vida... Ohhh eu te
amo meu amor... — Sussurra entre os beijo então coloco ela contra a parede
abraçando a sua cintura erguendo-a em meus braços.
— Eu também te amo meu amor... Você é minha vida Laura, amo
você acima de tudo... Ohhh minha, você é minha. — Sussurro na sua boca
enquanto ela envolve as suas pernas na minha cintura, gemi me encaixando
nela deslizando até o fundo sentindo sua carne quente.
Pego ela de jeito como nós dois gostamos, entro nela com força
sentindo o meu pau atingir bem fundo na sua carne me enlouquecendo com a
sua temperatura quente e aconchegante.
Fodemos e nos amamos na mesma transa, pois foi com força mas foi
com amor, com desejo e entrega de ambas as parte. Laura é muito carinhosa e
eu tento não ser tão bruto com ela como já fui com outras mulheres, Laura é
doce e delicada mas também gosta de sexo bruto, e isso é uma combinação
perfeita.
Depois de nos amarmos terminamos o nosso banho e finalmente
fomos para cama, Laura veste a sua lingerie e uma camisa minha como eu
sugeri, enquanto eu coloco apenas uma box branca, nos deitamos e nos
acomodamos nos braços um do outro e estamos realmente exaustos, não
demora muito somos vencidos pelo cansaço.
— Papai eu adorei brincar com você e a mamãe, obrigado pelos
meus brinquedos novos você é o melhor pai do mundo. — Agradece meu
filho no banco de trás mexendo nos seus brinquedos.
— E você é o melhor filho do mundo, campeão, você é o meu orgulho
cara... O papai ama você é a mamãe, não se esqueçam disso está bem...? Eu
amo vocês meu amor. — Encaro meu filho pelo retrovisor e encaro a minha
esposa sorridente ao meu lado, segurando a minha mão com carinho.
— O dia hoje foi perfeito, foi um dos melhores dias da minha vida
meu amor, não fica mais tanto tempo longe da gente, está bem? Na sua
próxima viagem a trabalho nós vamos com você e não adianta discutir... Ou
eu vou ficar muito triste com você. — Laís me encara atenta e faz aquela
carinha de brava que me deixa louco.
— Eu faço tudo e qualquer coisa para não deixá-los triste comigo...
Já está decidido, na minha próxima viagem daqui a duas semanas, vocês vão
comigo! Eu também não gosto de passar tanto tempo longe da minha família,
eu preciso de vocês ao meu lado porque a minha força vem de vocês. —
Trago a sua mão até os meus lábios depositando um beijo demorado.
— Eu te amo John... Você é o melhor marido do mundo, você e o
nosso filho são a minha vida meu amor... Você não imagina o quanto sou
feliz por ter você ao meu lado. — Declara com aquele olhar amoroso que me
encanta então me aproximo lhe roubando um beijo rápido, sem tirar a minha
atenção do trânsito.
Não digo nada pois apenas com um olhar ela sabe o que quero dizer,
temos uma conexão inexplicável por, isso nos apaixonamos todos os dias um
pelo o outro.
Volto a minha atenção total no trânsito enquanto converso com o meu
filho no banco de trás, empolgado falando dos brinquedos que ganhou,
encaro a minha esposa e ela pisca para mim me fazendo sorrir. Volto a
minha atenção no trânsito e de repente um caminhão sai da outra pista
entrando na contra mão vindo na nossa direção, tento jogar o carro no
acostamento mas não dá tempo.
— JOHNNNN! — Grita Laís antes do caminhão nos atingir em cheio,
nos jogando contra o muro de proteção.
— LAÍSSSS...! DAVID...! MEU DEUS! — Grito desesperado tentando
me soltar mas estou preso nas ferragens.
Tento mais uma vez me soltar mas não consigo, posso sentir o sangue
quente escorrer pela minha testa mas isso não me importa, eu só quero
salvar a minha família, chamo por Laís mas ela não responde, tento esticar o
meu braço para tocar o meu filho mas ele está desacordado assim como a
mãe.
— Laís? Amor acorda...! Precisamos sair daqui... David? Filho?
Acorda...! Meu Deus acorda filho! — Chamo por eles mas nenhum deles me
respondem, encaro Laís mais uma vez chamando por ela mas não é ela quem
está aqui. — Laura? O que você está fazendo aqui? Laura acorda meu
amor? — Entro em pânico sentindo o meu coração sair pela boca, olho no
banco de trás e não tem mais ninguém no carro além de mim e Laura l. —
Laura? Acorda por favor? Não faz isso comigo você também! Eu vou te
odiar se você me deixar docinho... Laura acorda! Por favor não faz isso? Eu
estou implorando não faz isso? — Chamo por ela entre lágrimas mas ela não
responde. — LAURA? LAURA...? POR FAVOR NÃO ME DEIXA
LAURA...? POR FAVOR...? POR FAVOR NÃOOOO! — Imploro aos
gritos, aflito e desesperado, rezando para ela acordar mas isso não acontece.
— Meu amor acorda? John acorda é só um pesadelo...! Amor! John...!
Por favor acorda você está me assustando? John! — Ouço bem distante a sua
voz me chamar e um carinho gosto no meu rosto me faz despertar, abro os
olhos e ela está ali me encarando assustada.
— Laura...? Meu Deus você está aqui... não me deixa? Me promete
que nunca vai me deixar? Me promete Laura! — Peço puxando-a para os
meus braços apertando-a forte com medo de perde-la, com medo de ainda
estar sonhando.
— Eu prometo amor, eu jamais vou te deixar... Eu te amo... Eu te amo
John, você é a minha vida. — Diz ainda abraçada a mim e eu puxo ela para o
meu colo devorando a sua boca em beijo faminto e desesperado. — O que
houve meu amor...? Você teve um passado, quer conversar sobre isso? —
Pergunta entre os beijos em um tom preocupado então deito-a na cama me
pondo sobre ela.
— Podemos conversar... Mas primeiro eu preciso sentir você meu
amor... Eu preciso de você Laura. — Digo também entre os beijo mas desço a
minha boca pelo seu pescoço.
Me ergo o suficiente para puxar a blusa do seu corpo estourando os
botões tirando-a do meu caminho, admiro o seu belo corpo acariciando os
seus seios sentindo aos poucos aquela aflição e o medo se esvair de mim, ela
está aqui, é real, a mulher que eu amo está aqui comigo então não perco
tempo e faço-a minha mais uma vez, amar essa mulher é estar no paraíso,
amar essa mulher e estar no céu.
Depois de nos amarmos me deito puxando ela para os meus braços,
mantendo-a segura perto de mim, ela me encara atenta e sei que quer saber
sobre o que aconteceu, olho em direção a janela e vejo que já está
amanhecendo, encaro os seus olhos acariciando o seu rosto e deposito um
beijo demorado no alto da sua cabeça.
— Teve um pesadelo comigo? O que aconteceu nesse pesadelo?
Porque estava tão angustiado? — Pergunta curiosa e eu respiro fundo antes
de falar, eu ainda não conversei com ela sobre o que aconteceu com a minha
família pois precisava de coragem para isso.
— A minha família... Eu os perdi em um acidente de carro onde era
para eu também estar morto, mas eu fui o único a sobreviver... Há cinco anos
eu venho tento pesadelos com aquela noite, mas desde que conheci você isso
não acontecia mais, confesso que no início a sua semelhança com Laís me
ajudou a aliviar o meu sofrimento, pois sentia como se ela estivesse aqui
outra vez... Mas depois tudo foi ficando confuso para mim, eu não enxergava
mais a Laís em você, era só você que estava ali e era isso que me fazia bem,
você curou o meu sofrimento Laura mas eu não entendia como você estava
fazendo isso... Até que eu ouvi do meu pai que eu estava apaixonado por
você, eu não queria acreditar nisso mas era a verdade, a minha paixão por
você curou o meu sofrimento, por isso eu não enxergava mais a Laís em
você, por isso não queria perder você, por isso quis te manter perto de mim.
— Desabafo pensativo enquanto ela me encara atenta. — Nesses anos todos
eu tive medo de me apaixonar e acabar perdendo esse amor, como eu perdi a
minha família, eu não aceitava que estava apaixonado por você porque tinha
medo de te perder... Esse pesadelo... Eu tive um pesadelo com o dia daquele
acidente, mas dessa vez era você quem estava lá do meu lado, destruindo a
minha vida por me deixar daquela maneira tão cruel... Eu não vou aceitar
perder você Laura, eu não posso perde você meu amor... Não posso! — Toco
o seu rosto em um carinho demorado o e beijo-a com calma, lhe dando todo o
meu amor e recebendo de volta o seu amor, a sua paixão.
Se estou surpresa com tudo que ouvi? É lógico que estou, eu já sabia
que ele tinha perdido a família mas nunca ouvi isso da boca dele e com
tantos detalhes, ele contou como tudo aconteceu e saber que ele teve um
pesadelo comigo me surpreendeu, eu consegui sentir o seu medo de me
perde quando me fez prometer não deixa-lo, eu jamais faria isso, eu o amo
demais para querer deixa-lo, a menos que ele não me queira mais então isso
é algo impossível de acontecer.
Depois da nossa conversa nós finalmente tomamos um banho para
descermos, mas dessa vez o banho foi sem malícia, apenas com carinho e
atenção um com outro mas logo já estávamos nos vestindo para descermos,
por sorte Giulia é minha fada madrinha e comprou algumas roupas para eu
usar quando estiver aqui, bom, isso ajuda muito pois eu evito ficar
carregando bolsa com roupas para todos os lados, até na casa de praia para
onde vamos já tem roupas minhas junto com as roupas do John, estamos
vivendo uma vida de casal e isso é tão perfeito, é tão maravilhoso que tenho
medo de que um dia isso acabe.
Descemos para o café da manhã e meus sogros e minha cunhada já
estão na mesa, Victor também está aqui conosco então nos juntamos a eles.
— Bom dia a todos! — Cumprimento-os ao me aproximar da mesa e
John puxa a cadeira para mim como um perfeito cavalheiro.
— Bom dia querida, vocês dormiram bem? — Pergunta Sra. Marília
com aquele seu sorriso gentil de sempre.
— Sim minha sogra, dormimos bem. — Retribuo o seu sorriso
enquanto eu me sirvo e John fez o mesmo, mas ele está mais calado depois
do desabafo sobre o que aconteceu com a sua família, e confesso que me
senti mal por ele.
Começamos a comer entre uma conversa e outra e infelizmente o
nome da vaca peituda surgiu no meio da conversa, meu sogro quis saber de
onde John a conhecia e ele teve que dizer que já saiu com ela algumas
vezes, antes de me conhecer, não vou negar que ouvir ele falar dela me
chateou, mas tentei não me importar tanto com isso pois como ele mesmo
disse, isso foi antes de me conhecer, porque agora ele é todinho meu e
ninguém mais.
— Laura, lá na casa de praia tem um ruazinha perto que é ótima para
aprender a dirigir, hoje você vai pegar no volante pela primeira vez porque
eu vou te ensinar a diri... — Comenta Giulia empolgada mas John a
interrompe aos gritos.
— NÃO GIULIA! VOCÊ NÃO VAI ENSINAR LAURA A
DIRIGIR...! LAURA ESTÁ PROIBIDA DE PEGAR EM UM VOLANTE
DE CARRO OU ATÉ MESMO EM UMA BICICLETA! ESTÁ PROIBIDA
DE APRENDER A DIRIGIR, ESTÁ PROIBIDA DE FAZER QUALQUER
COISA QUE A COLOQUE EM RISCO! OUVIU BEM...? Por favor Giulia!
Se você não quer que eu me decepcione com você então não inventa ideias
para minha mulher, você precisa falar comigo antes de tomar qualquer
decisão que eu não aprove, e eu não aprovo isso...! Droga! — Esbraveja
visivelmente alterado deixando a todos perplexos com a sua explosão, então
ele sai da mesa irritado mas Giulia se levanta para ir atrás dele.
— Giulia não vai...! É melhor deixa-lo sozinho um pouco, eu acho
que sei o porquê ele está assim e não é nada com você, não se preocupe. —
Peço meio sem jeito pois vejo que ela ficou sentida com essa explosão do
irmão.
— Porque o meu filho está assim, Laura? O que aconteceu querida?
— Pergunta o Sr. Conrado me encarando apreensivo.
— Ele teve um pesadelo com o acidente onde ele perdeu a família,
mas dessa vez ele disse que eu também estava nesse pesadelo e... E ele me
perdia também, acho que é por isso que ele se irritou com a ideia de eu
aprender a dirigir. — Conto os encarando apreensiva e os vejo respirar
preocupados.
— Vai atrás dele querida? Não o deixe sozinho para ele não ficar
pensando besteiras... Vá vê-lo Laura por favor? — pedrinha sogra com um
olhar aflito então encaro Giulia e ela concorda, também me pedindo para eu
ir.
Me levanto da mesa e vou em direção a sala de estar mas não vejo
ninguém, penso em subir mas sei que ele não deve ter ido para o quarto,
olho a minha volta e ouço um barulho de vidro se quebrando vindo do
escritório, então me apresso para ir até lá.
Me aproximo da porta e assim que entro o vejo andando de um lado
para o outro pensativo, e ainda irritado. Entro fechando a porta atrás de mim
e caminho lentamente na sua direção sem dizer nada, ele me encara sério
mas também não diz nada, então eu me aproximo mais, mas ele continua
andando de um lado para o outro então seguro a sua mão o fazendo parar.
— Eu só vim dizer que está tudo bem, eu não faço questão de
aprender a dirigir, e eu nem tenho carro mesmo... A Giulia se ofereceu para
me ensinar a dirigir mas ela não fez por mal, eu não gosto de ver você assim
tão alterado. — Me aproximo mais e abraço o seu pescoço encarando
fixamente os seus olhos enquanto ele abraça a minha cintura. — Por favor
John...? Me beija...? Eu só quero que você se acalme então me beija? —
Peço encarando a sua boca já sentindo a minha respiração pesar, ele avança
na minha boca com um beijo feroz.
Ele me ergue em seus braços e eu envolvo as minhas pernas na sua
cintura, ele caminha comigo para algum lugar e logo estou sentada sobre a
mesa.
— Me desculpe...? Eu não queria gritar daquela maneira, mas...
Aquele pesadelo mexeu muito comigo então eu preciso cuidar de você o
máximo que eu puder... Eu não vou perder você Laura, isso é uma
promessa! Eu não vou perder você jamais! — John me encara fixamente e e
me beija mais uma vez, mas dessa vez um beijo desesperado, faminto para
sentir o meu gosto.
— Você nunca vai me perder meu amor... Nunca... Eu te amo... Te
amo demais... — Afirmo entre os beijos e ele me encara atento enquanto
passa o seu polegar pelos meus lábios. Merda isso mexe muito comigo!
Me lembro do que fizemos ontem a noite, me lembro de senti-lo na
minha boca e isso me faz corar, ele sorrir.
— O que foi? Porque está envergonhada...? Por acaso você está
excitada, Srta. Westhause? — Pergunta me deixando ainda mais vermelha
de vergonha, como ele consegue adivinhar essas coisas sem nem ao menos
eu falar nada?
— Não, mas é claro que não... Eu só... É que... — Gaguejo nervosa
tentando descer da mesa mas ele me impede me interrompendo com um
beijo calmo, me prendendo novamente ao seu corpo.
— Não minta pra mim docinho...! Eu sei muito bem quando você
está excitada, minha gostosa... Mas infelizmente teremos que deixar para
resolvermos isso depois, eu preciso ir a boate antes de ir para casa de praia,
mas você pode ir com os meus pais, eu te encontro lá, tudo bem? — Diz
subindo a sua mão por baixo da minha blusa mas antes dele tocar os meus
seios eu me solto dele descendo da mesa.
— Você vai na boate...? E vai demorar por lá? Vai para resolver
alguma coisa ou vai para ver aquelas garotas? —Pergunto me sentindo
insegura pois sei que aquelas mulheres caem matando em cima dele.
— Você fica linda com essa carinha de brava, mas eu prefiro você
sorrindo minha princesa... Eu vou resolver alguns problemas na boate mas
eu não me demoro, não estou indo lá para ver ninguém não se preocupe...
Paulo me mandou uma mensagem pedindo para eu ir lá então eu preciso ir.
— Explica me puxando de volta para os seus braços e eu relaxo um pouco
mais.
— Posso ir com você? Já faz tempo que eu não vejo Adélia, a gente
só se fala por telefone e eu queria muito vê-la de novo. — Peço deslizando
sutilmente a minha mão pelo seu peito e ele suspira fundo mudando a sua
expressão.
— É melhor não Laura, aquela boate não é lugar para você ir... Eu
posso abrir uma exceção e... Deixar Adélia ir te vê lá em casa, mas é só ela e
ninguém mais, só estou fazendo isso por você, ouviu bem? Não gosto desse
tipo de mulher na minha casa, mas como vocês duas estão se dando bem eu
vou tentar fazer vista grossa para isso. — Diz me pegando no colo saindo
comigo do escritório e eu sorrio satisfeita por poder ver Adélia.
Ela também está se tornando uma grande amiga para mim mesmo
nos falando apenas por telefone, ela também tem me dado algumas dicas
para as minhas aulas de natação e isso tem me ajudado bastante. Foi difícil
convencer John a não se desfazer da piscina da mansão mas enfim, a piscina
está intacta mas eu só entro com o meu namorado ou com a minha
professora de natação, a Srta. Giulia Sarkozy, minha amiga e cunhada.
John não deixou ela contratar um professor de natação então ela
mesma decidiu dar aulas para mim, já que ela nada tão bem, Giulia tem sido
um verdadeiro anjo comigo e eu sou muito grata a ela, mas Adélia também é
merecedora da minha amizade, afinal ela foi a primeira a ficar do meu lado
depois que eu saí daquele cativeiro que era a minha casa.
Ainda não aceitei bem tudo que descobri sobre César mas estou me
esforçando para conviver com isso, já que eu não tenho escolha, eu sou o
fruto de um estupro mas pelo menos eu tive o amor da minha mãe
independente do que aconteceu, e todos estão se esforçando para que eu não
me lembre mais desse detalhe e está dando certo, estou ocupando a minha
mente apenas com coisas boas e uma delas foi a remoção do corpo da minha
mãezinha, agora ela está em um cemitério mais próximo e mais digno dela
estar, já que ela foi uma verdadeira guerreira aguentando tudo aquilo por
mim.
Minha mãe me amou incondicionalmente, mas também sofreu muito
por mim e mesmo as vezes eu me sentindo culpada pelo sofrimento dela, eu
sei que a minha mãe não me culpava, ela apenas me amava e eu vou
continuar amando-a pelo resto da minha vida, e mesmo não estando aqui eu
sei que ela está olhando por mim, pela minha felicidade.

Me despeço de John enquanto entro no carro dos pais dele mas o fiz
prometer que não irá demorar, ele me dá um beijo calmo e vai para o seu
carro dando a partida no mesmo, saímos para um lado da cidade e ele saiu
para no outro indo em direção a boate. Não vou negar que me sinto insegura
mas eu preciso confiar nele, preciso acreditar que ele não vai ficar com
nenhuma daquelas garota e sei que não vai ficar.
Seguimos para casa de praia e dessa vez fomos todos em um carro
só, Giulia é muito animada e adora fazer uma bagunça e eu até já me
acostumei com esse seu jeito, estou me sentindo mais solta e relaxada, sem
me envergonhar tanto com as coisas que ela faz ou fala sem pensar, e
mesmo ficando roxa de vergonha eu estou sabendo ligar melhor com isso.
Me sinto viva ao lado dessa família, eu finalmente posso dizer que
agora eu sou feliz pois antes eu nunca fui, mesmo amando muito a minha
mãezinha não tinha como ser feliz naquele lugar, mas agora ela está
descansando em paz e eu estou feliz com essa família que me acolheu tão
bem.

O nosso dia na praia está sendo maravilhoso como das últimas vezes,
essa é a terceira vez que estamos nesse lugar divino e por mim eu nem iria
embora, mas toda vez que eu passo muito tempo na água, John fica
preocupando achando que alguém vai aparecer e tentar me matar afogada,
eu até entendo o medo dele depois de me encontra flutuando na sua piscina
quase sem vida, eu também fiquei um bom tempo sem me aproximar dela
mas quando eu voltei nesse lugar, nessa praia maravilhosa eu não resisti em
entrar na água, então depois disso eu aceitei a proposta de Giulia de me
ensinar a nadar e até que não estou indo tão mal.
Quero surpreender John aprendendo o máximo que eu puder para
não deixa-lo tão preocupado, e além disso, não quero ser tão dependente
dele a ponto de recorrer a ele para tudo, quero aprender a me virar sozinha
também.
— Você ficou tão pensativa de repente... O que houve? Tem alguma
coisa te preocupando cunhada? — Pergunta Giulia sentada ao meu lado na
areia e eu respiro fundo.
— Não Giulia, não tem nada me preocupando... Quer dizer... É que...
John está demorando e ele foi na boate resolver algumas coisas, mas ele está
demorando, e saber que ele está naquele lugar... — Confesso meio sem
graça e ela termina a minha frase.
— Te deixa insegura! Eu sei como você está se sentindo, Laura, mas
você não tem motivo para isso porque o meu irmão te ama, ele é louco por
você. — Ela me encara com carinho e aquele sorriso amoroso que parece
uma marca de família.
— Eu também sou louca por ele Giulia, eu fico sem ar só de falar
dele... Eu não imagino a minha vida sem ele, eu o amo demais e tenho medo
de perdê-lo porque sempre vai aparecer alguma oferecida querendo tirá-lo
de mim... Eu não suportaria perdê-lo... John é a minha vida você entende?
Eu preciso dele pra viver Giulia. — Ofego meio nervosa apenas por pensar
em perdê-lo.
— Eu também preciso de você para viver, docinho... Você também é
a minha vida meu amor. — Ouço a sua voz rouca atrás de mim me fazendo
estremecer enquanto minha cunhada segura o riso. Filha da mãe ela sabia
que ele estava aqui!
— John... — Seu nome sai da minha boca em um sussurro. Me
levanto às pressas correndo para os seus braços.
Rapidamente ele toma a minha boca em um beijo calmo mas
enlouquecedor me deixando trêmula, suas mãos me apertam com obsessão,
com posse me deixando totalmente entregue a ele, mas mesmo assim me
sinto no melhor lugar do mundo que é os seus braços.
— Ninguém vai me tirar de você docinho... Eu sou todinho seu e de
mais ninguém, ouviu? Eu te amo e só você tem o meu amor, você entende
isso...? Você trouxe um novo sentido a minha vida, você me devolveu a
minha paz e é por isso que eu não posso te perder... É por isso que eu te amo
tanto minha princesa. — John acaricia o meu rosto tão gentilmente, me
fazendo derreter com a sua declaração, apenas beijo-o mais uma vez
abraçando o seu pescoço intensificando mais o nosso beijo.
— Eu espero que vocês não se esqueçam de mim aqui, ouviram...?
Meu namorado teve que ir embora e vocês estão me deixando com inveja.
— Ouço a voz de Giulia atrás de mim e me solto do meu namorado a
encarando envergonhada.
— Não seja dramática Giulia, o Victor vai voltar, ele só foi comprar
o que você pediu. — Rebato ainda envergonhada enquanto John me abraça
por trás.
— Vocês dois ficam tão bem juntos... Formam um lindo casal. —
Comenta nos admirando amorosamente mas saí nos deixando ali sozinhos.
— Vamos dar uma volta na praia? O dia está tão lindo. — Sugere
pegando a minha mão e assim caminhamos pela praia, como aqueles casais
apaixonados das novelas.
Mas a diferencia é que nós somos um casal apaixonado de verdade,
estamos vivendo esse amor que nos pegou desprevenidos mas está sendo o
nosso melhor.
Caminhamos de mãos dadas mas John me pega no coloco correndo
comigo me fazendo gargalhar, entramos na água juntos e brincamos feito
duas crianças sapecas e vê-lo tão solto me surpreende.
Me lembro de quando o conheci, ele era tão rude e se exaltava com
facilidade, mas desde o início ele foi atencioso comigo mesmo sem
perceber, mesmo não curtindo garotas virgens a sua obsessão em me manter
perto dele me surpreendeu, e quando ele me levou para dentro da sua casa
me amparando quando tive um dos meus pesadelos, aquilo também me
pegou de surpresa, ele foi tão carinhoso comigo, foi quando ele me beijou
pela primeira vez e logo de cara eu não resisti, eu gostei do seu beijo, gostei
do seu toque.
Por incrível que pareça eu me senti segura nos seus braços, eu aceitei
as suas carícias como nunca imaginei aceitar de alguém, muito menos dele
pois ele tinha me comprado, pelo menos eu pensava que sim, até descobrir
que não. Eu fui me apaixonando por ele conforme ele cuidava de mim e me
ajudava como ninguém mais fez antes além da minha mãe, eu sentia a sua
preocupação, sentia o seu carinho e isso me conquistou, isso me fez ama-lo
a cada dia mais.
Quando ele foi atrás de César para me defender, ali eu tive certeza de
que queria ser dele, e foi o que eu fiz, me entreguei a ele e lhe dei o meu
coração junto mesmo sem perceber, e agora ganhei o coração dele também e
sinto que o que temos é para sempre, é para toda a vida.
— Venha aqui sua gostosa! Eu vou pegar você...! Não tem como
você fugir de mim, admita isso logo. — Grita correndo atrás de mim
enquanto eu tento correr o mais rápido que posso, mas logo sinto seus
braços na minha cintura me prendendo ao seu corpo.
— Não é justo John...! Você tem que me dar um desconto, você é
mais rápido que eu poxa! — Contesto entre gargalhadas enquanto ele me
pega no colo me girando no ar.
— Só estou provando que você nunca vai fugir de mim, porque eu
não vou deixar... Você é minha... Somente minha, inteirinha minha. — Ele
me põe no chão sem soltar a minha cintura.
Sorrio lhe dando um beijo rápido antes de sair correndo novamente,
mas não chego a dar dez passos a diante, John me abraça me puxando para o
seu corpo e juntos fomos parar na areia rolando um por cima do outro
gargalhando escandalosamente. Paro em cima dele encarando aquele sorriso
incrível que ele tem, encaro os seus olhos intensos e aos poucos o nosso
sorriso se desfaz em câmera lenta, acaricio o seu rosto e beijo-o com calma ,
com amor e ternura.
Sinto as suas mãos na minha cintura apertando sutilmente me
deixando tensa, me deixando trêmula como só ele faz. O nosso beijo se
torna mais intenso, mais profundo e sinto o desejo me dominar, me sento
sobre ele ofegante o encarando fixamente tentando me controlar, ele
também se senta apertando a minha bunda me pressionando contra a sua
ereção dura que me deixa ainda mais excitada.
— Eu conheço esse olhar, eu sei o que você quer docinho... Nós dois
queremos então faça...? Se entrega pra mim amor? — Pede me encarando
daquele jeito que faz a minha intimidade latejar, John segura firme o meu
cabelo devorando a minha boca.
— Amor... Alguém pode nos ver... Ohhh John... Eu quero você..
Amor eu preciso de você... Ahhh... — Sussurro entre os beijos e ele sorrir na
minha boca enquanto desfaz o laço do meu biquíni deixando os meus seios à
mostra.
— Não se preocupe, ninguém vai nos ver aqui, estamos bem longe
da casa... Mas se alguém nos ver, o máximo que podem fazer é ficar com
inveja... — Ele desce a sua boca entre os meus seios e passa a língua por
eles brincando com o meu mamilo antes de sugar com vontade.
Deliro agarrando os seus cabelos rebolando no seu colo me
esfregando na sua ereção, me sentindo tomada pelo tesão, John geme no
meu seio enquanto abre a sua bermuda, exibindo a sua ereção com aponta
rosadinha, tão lindo de admirar, estou vermelha de vergonha pela minha
atitude e ele sorrir ao perceber isso.
John puxa a calcinha do meu biquíni para o lado e passa o seu
polegar pela minha intimidade pressionando o meu ponto sensível, não
consegui me controlar e gemi mordendo o lábios inferior, John encara
fixamente a minha boca e me faz erguer o quadril para ele se encaixe na
minha entrada, e lentamente eu me sento nele o deslizando para dentro de
mim.
— Ohhh... Hummm John... — Gemi ofegante de olhos fechados mas
quando os abro ele me encarava daquele jeito intenso enquanto percorre as
suas mãos pelo meu corpo.
— Você tem noção do quanto é gostosa, Laura...? Tem noção do
quanto você acaba comigo quando geme o meu nome...? Ohh você é
perfeita... Perfeita demais para mim meu amor... Ohhh... — Sussurra com a
voz rouca enquanto eu rebolo olhando nos seus olhos, ele abraça o meu
corpo e me deita na areia ficando por cima de mim.
— Ohh John... Mais forte...? Eu quero sentir você mais forte amor...?
Ohhh isso... Isso... Ohhh que gostoso... —Choramingo desejando mais dele,
e rapidamente ele atende o meu pedido.
Ele olha para os lado e avança na minha boca com um beijo feroz
enquanto entra em mim fundo e forte, gemendo entre os beijos chupando a
minha língua de um jeito tão possessivo que logo sinto o meu orgasmo
surgir, envolvo as minhas pernas na sua cintura puxando-o mais para mim e
ele geme no meu ouvido, sussurrando palavras obscenas enquanto me pede
para gozar, e rapidamente eu o obedeço sentindo aquela explosão deliciosa
me atingir em cheio, no mesmo instante sinto o seu líquido quente jorrando
dentro de mim me preenchendo por inteira.
— Você é maravilhoso amor... Maravilhoso... Eu te amo tanto... Te
amo minha vida... — Sussurro ofegante sentindo o meu coração bater
acelerado e ele me beija mais uma vez, mas um beijo calmo, com amor.
— Eu te amo mais minha gostosa... Te amo muito mais... — Diz
entre os beijos ainda latejando dentro de mim, mas logo ele sai de mim se
sentando ao meu lado arrumando a sua bermuda enquanto admira os meus
seios.
Também me sento ao seu lado arrumando o meu biquíni, ainda sobre
os seus olhares e aquele sorriso lindo que ele tem.
— Depois me lembra de comprar a pílula do dia seguinte, está
bem...? Eu não quero engravidar você, não quero filhos eu só quero você...
Não quero correr o risco de ter mais alguém que eu possa perder... Eu amo
você Laura, sou capaz de tudo por você morena, mas... Nunca me peça um
filho, está bem? Porque isso eu não vou poder te dar... Eu não posso, eu...
Eu não saberia lidar com isso. — Diz em um tom sério mas logo a sua voz
se torna aflita e ele me puxa para o seu colo, me abraçando apertado.
— Não se preocupe amor... Não vou decepcionar você... Depois do
que a minha mãe passou eu também não quero ter filhos, eu também só
quero você... Única e exclusivamente você. — Concordo acariciando os
seus cabelos e beijo-o com calma, com paixão e ternura.
Parece que até nisso somos parecido, eu também não quero ter
filhos, minha mãe sofreu o inferno para me criar mesmo eu sendo o fruto de
um estupro, eu não sei como contaria isso para os meus filhos no futuro
então eu quero evitar isso, não quero ter filhos então será somente eu e ele,
eu e John nos amando eternamente.
Ouvi-la dizer que também não quer filhos me surpreendeu, me trouxe
um alívio imenso mas ao mesmo tempo também me feriu, tudo que eu mais
quero é ter de volta a família que eu sempre sonhei, antes de tudo quilo
acontecer, mas nos últimos cinco anos o medo de recomeçar e perder tudo
outra vez tem me assombrado, eu tenho medo de recomeçar e não conseguir
protegê-los assim como eu falhei no passado, não quero correr o risco de
errar de novo, e não vou.
Depois da nossa transa na praia entramos mais uma vez na água para
tirarmos a areia do corpo. Voltamos para casa para descansamos um pouco
antes do jantar, e minha irmã estava esparramada no sofá assistindo a um
filme na TV com Victor e os nossos pais, eles nos chamaram para nos
juntarmos a eles então subimos, tomamos um banho e nos trocamos para
voltarmos para sala, nos juntamos a eles e pedimos para nós servirem um
lanche reforçado.
Ligo para a farmácia mais próxima para pedir a pílula do dia seguinte
para Laura, mas eles vão demorar uma hora para entregar, então volto a me
juntar a minha mulher e aos outros na sala para vermos o filme.
Depois de meia hora ali na frente da TV empolgada conversando e
comendo com Giulia, Laura se deita sobre o meu peito já bocejando
sonolenta, abraço o seu corpo acariciando os seus cabelos e me pego
pensando em tudo que ela passou em toda a sua vida, por anos ela sofreu
tentativas de estupro mas lutou bravamente para manter a sua honra, perdeu a
mãe para um câncer e ainda descobriu que o homem que tanto tentou
violenta-la é na verdade o seu próprio pai.
Laura quase perdeu a vida ao ser jogada na piscina pelo canalha que a
comprou e mesmo assim consegue sorrir, consegue me dar o seu amor e me
deixar ama-la, fazer dela a minha mulher, a minha menina mulher, tão linda e
tão doce, tão carinhosa e em tão pouco tempo conseguiu roubar o meu
coração, conseguiu se tornar para mim a pessoa mais importante desse
mundo, ela se tornou a minha vida, ela me deu uma nova oportunidade para
ser ser realmente feliz ao lado dela.

Depois de um tempo o entregador chega com o remédio de Laura mas


ela acabou adormecendo em meus braços, olho para minha irmã e ela está
dormindo no colo do namorado e meus pais já tinham se retirado.
Saio do sofá com cuidado para não acordar a minha princesa, pois ela
parecia mesmo cansadinha. Vou até a porta pagar o entregador e pegar o
remédio, volto para sala querendo acorda-la para tomar o remédio mas não
consegui, ela está tão linda dormindo que desisti de acorda-la.
Pego a minha mulher no colo e subo para o nosso quarto colocando-a
na cama, acaricio o seu rosto mas logo saí deixando o remédio e um copo de
água na cabeceira da cama, com um bilhete pedindo para ela tomar quando
acordar. Quarto saio do quarto vejo Victor sair do quarto da minha irmã na
ponta do pé para anão acordá-la.
— Elas escolhem o filme mas não conseguem assistir até o fim, quem
era para estar dormindo éramos nós e não elas. — Ele abre um sorriso largo
balançando a cabeça negativamente, me fazendo sorrir também.
— São mulheres cara, esse tipo de coisa já era de se esperar... Que tal
uma partida de cínica? Isso sim é diversão de homens. — Sugiro o segurando
pelo ombro enquanto descemos até a sala de jogos.
Enquanto descemos a escada vejo que ele está meio jeito, como se
quisesse me dizer alguma coisa.
— John, eu queria te pedir desculpa cara, pelo lance de ontem com a
Kristen, eu não sabia que vocês já se conheciam e meu irmão insistiu em
trazê-la, se eu fizesse ideia de que vocês já saíram antes eu teria o impedido
de vir com ela, eu sei que a Laura ficou chateada mas também já percebi que
vocês estão de boa, isso me deixa aliviado. — Diz ainda meio sem jeito então
me lembrei de quando Laura me viu no Jardim de casa com ela.
— Relaxa cara, tá de boa, Laura já presenciou coisa pior e não seria
uma ceninha daquela que me deixaria mal com a minha mulher... Eu passei
uns dois meses saindo com Kristen mas não foi nada sério, eu conheço uma
mulher interesseira a distância, então depois de me divertir eu pulei fora e ela
não gostou... Eu espero que o seu irmão tenha sorte com ela e a faça entender
que dinheiro não é tudo, ela nunca vai conseguir um cara bacana se tiver
interessada apenas no dinheiro e no status que pode ter ao seu lado. — O
encaro sério enquanto seguimos para sala de jogos.
— Eu sei bem como é isso, eu já quebrei a cara com muitas mulheres
mas só me dei bem quando fingi ser mais humilde, e a única mulher que
olhou para mim foi a sua irmã... Eu não acreditei quando Giulia Sarkozy
aceitou sair comigo e ela ainda queria pagar o nosso café, depois saímos para
jantar e mais uma vez ela me surpreendeu querendo dividir a conta, eu jamais
permitiria isso mas a sua atitude fez eu me apaixonar por ela no mesmo
instante... Eu só não sabia que seria tão difícil convencer você de que as
minhas intenções com ela eram as melhores. — Conta com um largo sorriso
se lembrando dos seus momento com a minha irmã.
— Eu tenho que admitir uma coisa, Victor, eu ri da sua cara quando
minha irmã quis terminar com você por ter mentido para ela, mas eu não
podia deixar isso acontecer porque ela estava feliz ela sofreu quando achou
que iria perder você, e foi só por isso que eu peguei leve com você... Mas não
custa nada reforçar o que eu já disse antes, se você vacilar com ela eu ainda
vou matar você, ouviu bem...? Agora chega de conversa e vamos jogar
enquanto as nossas mulheres estão dormindo. — O alerto assim que entramos
na sala de jogos indo direto aos tacos pegando o meu favorito.
— Ok cunhado! Eu já entendi o recado e vai por mim, eu penso nisso
todos os dias... Eu deixo você me matar se algum dia eu fizer a sua irmã
sofre, eu a amo mais que tudo nessa vida cara, não tem chance alguma de eu
errar com ela, eu posso errar com qualquer um, mas com ela não... Nós já
estamos juntos a mais de um ano e... Eu queria saber se posso contar com o
seu apoio para fazer da sua irmã a minha esposa, cara... Mas eu vou deixar
bem claro que mesmo que você diga não eu não vou desistir dela. — Dispara
meio nervoso e inquieto me pegando de surpresa com a sua confissão.
— Deixa eu ver se entendi bem...! Você está pedindo para mim a mão
da minha irmã em casamento...? Você não tem medo de morrer não porra?
Filho da mãe! — Esbravejo um pouco mais alto que o normal e ele me encara
assustado e apreensivo. — Eu juro Victor! Eu prometo pra você cara, se a
minha irmã derramar uma única lágrima por sua causa, eu arranco a sua
cabeça com as minhas próprias mãos, você me ouviu cara...? Então já que
você está de acordo com isso... Sim... Você tem o meu apoio para se casar
com a minha irmã. — Concordo meio inquieto mas com um pequeno sorriso
vendo-o soltar a respiração.
— Caralho John... Puta merda cara, esse suspense me deu até uma dor
no peito... Obrigado cunhado, valeu pelo apoio, agora vem a parte mais fácil,
falar com o seu pai antes de falar com a minha loirinha. — Diz todo
sorridente vindo me abraçar.
— Eu sei que você pode ser o melhor para Giulia, então seja bem-
vindo a família irmão... Mas agora vamos jogar porque essa história de
casamento me deixou agitado. — Retribuo ao seu abraço mas logo nos
soltamos iniciando o nosso jogo.
Eu não acredito que a minha irmãzinha vai se casar, vai formar a sua
família e eu aqui com medo de fazer o mesmo, sábios são aqueles que dizem
que as mulheres são mais fortes e corajosas que os homens, elas são incríveis,
são maravilhosas.
Iniciamos o nosso jogo e conseguimos nos distrair um pouco,
passamos um bom tempo ali e meu pai apareceu se juntando a nós.
A nossa diversão estava tão animada que fizemos até uma aposta em
dinheiro, na primeira rodada o meu pai levou cinquenta mil do Vitor e cento e
cinquenta mil meus, mas na revanche eu consegui recuperar o meu dinheiro e
ainda tirei cinquenta mil de cada um deles, ou seja, eu saí no lucro.
— Que barulho é esse? Estão dando uma festa e nós não fomos
convidado? — Pergunta Victor quando uma música alta se faz presente aos
nossos ouvidos.
— Isso só pode ser coisa da sua namorada, Victor, então pode ir lá ver
o que está acontecendo. — Dispara meu pai bebendo mais um copo do seu
whisky.
— Eu tenho certa que as mulheres de vocês também estão envolvidas,
então eu não vou até lá sozinho... Se alguém tiver que ser expulso que
sejamos os três! Vamos lá companheiros. — Diz o cretino medroso nos
fazendo gargalhar, mas concordamos com ele.
Saímos até a sala mas a música alta estava vindo do andar de cima,
subimos os três e do corredor dava para ouvir as risadas delas vindo do
quarto de Giulia. Nos aproximamos da porta que estava escancarada e nos
deparamos com as mulheres das nossas vidas dançando empolgadas, se
movendo no ritmo da música e Laura acompanhando os movimentos da
minha irmã, movimentos sensuais que me deixa de boca aberta.
Ela joga os cabelos mexendo os quadris fazendo movimentos suaves
com os braços para o alto, e desce deslizando suas mãos pelo corpo, não
resistimos e entramos no quarto chamando a atenção delas que só então
notam a nossa presença, Laura para abruptamente me encarando sem graça,
mas seu sorriso tímido me deixa louco como sempre, ela está ofegante e me
encara apreensiva, totalmente envergonhada e isso me faz sorrir.
— Porque parou de dançar...? Você estava linda... Maravilhosa. —
Me aproximo dela enquanto Victor e papai se juntam as suas mulheres na
dança. — Estou imaginando você dançando para mim, só para mim usando
uma gravata minha e saltos altos... Porra eu preciso ver isso. — Me aproximo
mais e puxo ela pela cintura, vendo-a ficar ainda mais ofegante.
— Dançar pra você...? Só nós dois sozinhos...? John... — Pergunta
com a voz trêmula engolindo a seco e geme o meu nome baixinho.
— Porra Laura...! Você não pode gemer o meu nome assim na frente
das pessoas, isso me induz a fazer coisas que te deixa envergonhada meu
amor. — Aperto a sua cintura e seguro ela pela nuca devorando a sua boca
em um beijo feroz.
— Essas crianças estão nos deixando para trás querida, precisamos
acompanha-los. — Ouço a voz do meu pai e Laura se solta de mim
envergonhada, mas tanto os meus pais quando minha irmã e meu cunhado
estão se beijando nos fazendo sorrir.
— Viu só docinho? Não tem motivos para você se envergonhar, então
me beija...! Eu estou mandando Laura! Me beija! — Ordeno puxando-a de
volta para os meus braços e sinto-a estremecer.
Ela sussurra mais uma vez o meu nome e mais uma vez beijo-a com
vontade, sentindo o doce sabor dos seus lábios, desejando estar sozinho com
ela no nosso quarto. A todo momento que estamos juntos eu a desejo, eu a
quero em cima ou embaixo de mim, me beijando ou me chupando eu a quero,
ainda posso sentir a sanção gostosa da sua boquinha no meu pau e sei que
estou ficando excitado, sinto a minha cueca ficando mais apertada e Laura se
solta de mim sutilmente.
— Vamos descer amor...? Vamos comer alguma coisa? Eu estou
faminta... — Disfarça ainda ofegante e se apressa para sair do quarto, mas sei
muito bem o que ela quer, essa sua fome é a mesma da minha.
Mas quando saio do quarto atrás dela Laura já está quase chegando
perto da escada me fazendo sorrir pela sua fuga, mas ela não vai fugir de mim
por muito tempo, eu vou senti-la mais uma vez hoje, mas infelizmente
teremos que usar camisinha até ela voltar a tomar as pílulas.
Corro atrás de Laura e consigo alcança-la ainda no meio da escada,
abraço o seu corpo colocando-a contra a parede, sentindo a sua respiração
quente bater no meu rosto.
— Eu já tomei o remédio que você deixou pra mim... É melhor
descemos amor... A sua mãe avisou que o jantar... — Avisa ainda mais
ofegante virando o rosto para não encarar a minha boca, mas seguro o seu
rosto beijando-a calmamente. — John...? John... Me beija assim mais tarde...?
No nosso quarto, aqui não... Esse beijo me faz perder o prumo. — Diz entre o
beijo e posso sentir seu corpo escorregar pela parede, mas seguro-a firme em
meus braços, sorrindo satisfeito por vê-la tão vulnerável.
— Ok... Acho que posso atender ao seu pedido, vou esperar até mais
tarde para sentir a minha mulher. — Sussurro no seu ouvir e chupo o seu
pescoço fazendo ela gemer. Porra esse gemido dela fode o meu juízo!
Descemos a escada e os outros desceram logo em seguida, seguimos
todos para sala de refeições e nos acomodamos à mesa, logo o jantar foi
servido e vejo que Victor olha para minha irmã de um jeito diferente, seus
olhos brilham ao admira-la e sei que ele está ansioso para fazer o pedido de
casamento, mas ele quer planejar algo especial e nós vamos ajuda-lo pois a
minha irmã merece.
Minha princesa também parece feliz, seu sorriso está radiante e seus
olhares para mim estão cada vez mais intensos, aquela sua timidez aos
poucos está diminuindo e ela está se soltando mais comigo, estou ansioso
para senti-la me tocar, me beijar e me chupar mais uma vez, eu poderia passar
horas com a sua boca em mim, mas ela é gostosa demais e eu não duraria
nem dez minutos nessa boquinha quente que ela tem.
Nunca uma mulher me fez gozar tão rápido como ela faz, porra eu já
gozei nas calças por causa dessa mulher, definitivamente ela é perfeita,
perfeita para mim.

TRÊS SEMANAS DEPOIS...

As semanas estão se passando rápido e tudo parece ter se encaixado


na mais perfeita ordem, eu e Laura estamos muito bem juntos e cada dia
estamos mais envolvidos emocionalmente, minha família está mais presente
na minha casa e nós na casa deles.
Assim como prometi, eu deixei Adélia vir visitar Laura em casa e
essas duas estão a cada dia mais amigas, Giulia também parece empolgada
com essa amizade e não se importa pelo fato de Adélia ser uma garota de
programa, o fato de eu já ter ficado com ela também parece ter sido
esquecido, pois graças a Deus Adélia é uma garota diferente das outras, ela
não está aqui para arrumar confusão e respeita o fato de Laura está comigo,
não devo satisfação alguma a ela mas agradeci por ela esquecer que um dia já
transamos.
Mamãe fica preocupada com o que as pessoas vão pensar de vê-las
andando juntas, mas ninguém é pago para pensar nada, quem sabe da nossa
vida somos nós e não os outros. Desde que Laura e Giulia não sigam os
mesmos caminhos que ela por mim eu não vejo problema, e eu conheço bem
as mulheres de casa, essa não seria a vida que elas escolheriam para si e sei
que com isso não precisamos nos preocupar.
Isso faz eu me lembrar de quando conheci Laura, porra ela até me
mordeu só para não ter que se deitar comigo, e tenho certeza de que se fosse
com outro cliente ela teria feito coisa pior para que não tocassem nela, essa é
a minha garota, valente, guerreira e luta bravamente pelo que quer, essa é
uma das suas melhores qualidades.
— John! Está tudo certo cara, vai ser hoje! Eu vou pedir a sua irmã
em casamento hoje. — Revela Victor meio nervoso esfregando uma mão na
outra me fazendo sorrir.
— Está nervoso cunhado? Está com medo de ganhar um não dá
minha irmã? — Pergunto fazendo-o me encarar sério e ele pega uma
almofada da poltrona jogando em mim.
— Eu vou te agourar quando você também estiver nervoso para pedir
a sua mulher em casamento... A sua hora também vai chegar John, e eu
estarei lá para rir da sua cara, querido cunhadinho. — Retruca andando de um
lado para o outro me pegando de surpresa com as suas palavras, eu não tinha
pensado sobre isso, pedir Laura em casamento?
— Só para refrescar a sua memória, meu amigo, Laura já é minha
mulher e não precisamos de um pedaço de papel ou um anel para que saibam
disso, nos amamos e é isso que importa. — Rebato em um tom firme mas não
sinto essas palavras me convencerem disso.
— Você está falando isso agora, mas no dia em que você se cansar de
ver esses urubus voando em cima do que é seu, tenho certeza de que você vai
pensar diferente... Quando você olhar para ela e vê nela a sua razão de viver
mas também de morrer você vai querer garantir de todas as maneiras
possíveis que ela seja sua para sempre... É assim que eu me sinto com Giulia,
ela é a minha razão de viver, mas por ela eu também morreria cara. —
Confessa parado me encarando nos olhos e sei que ele sabe que eu já sinto
tudo isso com Laura, eu vivo por ela, e por ela eu mato e morro também.
— Certo! Vamos deixar de conversa e vamos ao que interessa nesse
momento... A minha irmã, que por acaso é sua mulher. — Desconverso meio
inquieto ainda sentindo esse assunto casamento mexer comigo, já me casei
antes e isso não acabou bem.
Eu amo Laura e sem dúvida alguma eu me casaria com ela, mas eu
não tive muita sorte com o meu primeiro casamento e me assusta pensar que
eu posso ter o mesmo azar, não quero perder a minha mulher, eu não
suportaria perdê-la também e não vou permitir que isso aconteça.
Saio dos meus devaneios e me foco no nosso assunto principal, Victor
vai levar a minha irmã para jantar fora pra fazer o pedido de casamento, e
meu presente para eles será uma noite no meu iate, pois Giulia adorou a
viagem que fizemos nele ano passado, em uma tentativa de fazerem eu me
aproximar deles novamente, tive que voltar a pisar naquele iate onde tem
tantas lembranças de Laís e meu filho, aquelas lembranças que tanto me
machucaram e me fizeram abandonar a viagem de helicóptero, só para não
continuar naquele iate. Eu evitava tudo que me lembrava Laís e meu filho, eu
só não consegui me desfazer dessa mansão e acho que no fundo não foi uma
má ideia mantê-la.
Depois da nossa conversa eu saio do meu escritório com o meu
cunhado e seguimos para sala, onde minha mulher conversa empolgada com
a minha mãe e minha irmã, elas estão tão distraídas que nem percebem a
nossa presença enquanto nos aproximamos delas. Nos sentamos no sofá de
frente para elas e ficamos ali, admirando-as até que a minha morena me
encara com aquele sorriso lindo.
Laura se levanta calmamente e vem na minha direção se sentando ao
meu lado, me dando um beijo casto, abraço o seu corpo trazendo-a para mais
perto de mim e ela se aconchega em meus braços.
— O que você acha de sairmos para jantar hoje, amor...? Quero curtir
um momento agradável com a minha namorada. — Sugiro acariciando a sua
mão sobre a minha a perna e ela me dá aquele sorriso que tanto me encanta.
— Eu vou adorar sair para jantar com o meu namorado, mas como
ainda está cedo, eu vou dar uma olhadinha nas minhas rosas... Eu vou separar
as mais lindas porque quero fazer eu mesma um buquê bem bonito, digno de
quem vai recebê-lo. — Diz baixinho encarando a minha boca então se
levanta, me deixando louco para beija-la, eu estou viciado nessa boquinha
linda.
Laura sai rebolando prendendo a minha atenção nela, como sempre,
não existe nesse mundo outra mulher que faz comigo o que ela faz, essa
menina mulher simplesmente me enlouquece, ela sabe do pedido de
casamento e quer fazer ela mesma o buquê que Victor dará a Giulia, e isso
me deixou muito orgulhoso, eu amo essas mulheres da minha vida.
Pensa em uma combinação perfeita? Uma loira e uma morena lindas,
amigas e quase irmãs, essas somos nós, eu e Laura, eu me liguei a ela no
mesmo instante em que soube que meu irmão estava voltando a ser o que era
antes, e tudo graças a Laura, ela ganhou o meu respeito e a minha admiração
só pelo fato de fazer tão bem ao meu irmão, e saber do seu passado e tudo
que ela sofreu, me fez querer cuidar dela também.
Posso ser filha de um dos homens mais ricos da cidade, mas também
sou uma pessoa humilde apesar da fama de patricinha, o dinheiro é bom e nos
traz o luxo que queremos, mas a nossa dignidade é muito mais importante e
foi assim que os nossos pais nos criaram, eu morro de orgulho da família que
tenho e agora ela está crescendo novamente. Meu irmão voltou a se apaixonar
e com certeza vai reconstruir a sua família com Laura, disso eu não tenho
dúvidas, e eu tenho o meu amorzinho lindo, a minha razão de viver.
Victor é tudo para mim e sei que ele sabe disso, esse homem me
conquistou no primeiro instante em que nos esbarramos na rua e eu derramei
café quente nele, e mesmo assim ele foi muito amável comigo me pagando
outro café, o seu sorriso me encantou e o café que era para durar alguns
poucos minutos, durou horas, passamos tanto tempo conversando que não
vimos o tempo passar, ele me convidou para saímos e mesmo ele sendo mais
humilde que eu, foi o melhor encontro da minha vida, bom, ele me fez
acreditar que era um cara humilde quando na verdade, ele é um dos herdeiros
das indústrias Bennett engenharia, muito conhecida dentro e fora do país.
Quando eu descobri a sua verdadeira origem eu enlouqueci por ele ter
mentido para mim, mas eu já estava apaixonada, já o amava o suficiente para
perdoá-lo, já que o seu crime não foi assim tão grave, eu fiquei arrasada por
terminar com ele e a minha única solução foi voltarmos.
Já estamos juntos a mais de um ano e a cada dia eu me apaixono mais
por ele, Victor é sem dúvida o amor da minha vida e é com ele que eu quero
passar o resto dos meus dias, é com ele que eu quero construir a minha
família e sei que um dia realizaremos esse sonho.

Hoje o nosso dia até que foi animado, Laura está a casa dia mais solta
e desinibida, conversa mais abertamente conosco e nos conta mais sobre o
seu passado com a sua mãe, sobre o tempo que ficou fora da escola trancada
em casa mas sempre que esse assunto surge ela fica cabisbaixa e até meio
deprimida, pois é óbvio que ela se lembra daquele monstro que tentou abusar
dela por anos, e infelizmente é o próprio pai dela. Eu não consigo imaginar o
quanto a mãe de Laura também sofreu ao ser estuprada e depois ter que
conviver com o estuprador dentro da sua casa, tentando fazer o mesmo com a
sua filha, onde quer que ela esteja agora eu sei que a Sra. Mercedes está
olhando pela filha, e sei que ela está feliz por vê que Laura está feliz, que está
construindo uma nova vida ao lado de pessoas que a ama de verdade assim
com um dia ela amou.
Eu sempre quis ter uma irmã mulher para dividirmos os looks e
trocarmos conselhos sobre garotos, bom, isso demorou para acontecer mas
agora eu tenho uma, é isso que Laura é para mim, uma irmã e sei que ela me
considera igual, somos amigas, cunhadas e irmãs, uma química mais que
perfeita.
Já me chamaram de antipática, metida, patricinha e tudo mais apenas
por eu não me simpatizar com algumas pessoas logo de cara, mas com Laura
foi diferente, com ela foi especial e eu já gostei dela mesmo antes de
conhecê-la pessoalmente, ela estava trazendo John de volta para nós e isso foi
o suficiente para eu me apegar a ela tão facilmente.
John já saiu com muitas mulheres depois que perdeu Laís e o meu
sobrinho David, mas raramente víamos algumas delas pessoalmente, as
saídas de John sempre foram secretas mas não foram poucas, quase todos os
dias víamos fotos dele com algumas mulheres em sites de fofocas com
aquelas mulheres siliconadas horrorosas, sabíamos que era só diversão para
ele pois ele nunca nos apresentou nenhuma delas, diferente de Laura que ele
levou para dentro da sua casa e ainda a trouxe para jantar conosco, isso sim
foi um grande acontecimento e nós ficamos muito felizes com isso, por
vermos o que o meu próprio irmão não queria enxergar, Laura veio para ficar
e sei que John jamais abrirá mão dela.
Depois de uma tarde animada na casa do meu irmão, Victor me
deixou em casa e foi se arrumar para o nosso jantar, hoje completamos um
ano e cinco meses de namoro e todos os mês nessa data o meu amor me leva
para jantar, ou fazemos algum programa romântico a dois e hoje não será
diferente, vamos jantar, mas dessa vez ele não disse onde vamos, ele quer
fazer uma surpresa e ele é muito bom nisso, amo a sua dedicação em querer
me agradar a qualquer custo, e eu sempre retribuo com a mesma atenção pois
ele merece.
Depois de chegar em casa fui direto para o banho mas não me
demorei como de costume, pois já saímos da casa de John tarde e já estou em
cima do nosso horário combinado, então me apresso para me arrumar e por
sorte só estou quinze minutos atrasada.
Deixar o namorado esperando um pouquinho não faz mal, então
depois de pronta eu desço a escada ansiosa para vê-lo e lá está ele, mais lindo
que de costume andando de um lado para o outro, mas ele parece nervoso,
parece inquieto com alguma coisa e isso é novidade para mim.
Chego no meio da escada e ele finalmente nota a minha presença,
prendendo a sua atenção em mim enquanto vem até o pé da escada me
esperar.
— Como você consegue ser tão linda, Lia...? Você me deixa sem
fôlego mesmo quando essa não é a sua intenção. — Comenta me admirando
de acima abaixo fazendo um sorriso bobo surgir nos meus lábios.
— Você também caprichou hoje, meu amor... Você está perfeito. —
Termino de descer a escada e ele se aproxima mais abraçando a minha
cintura, encarando fixamente a minha boca.
— Vai brigar comigo se eu tirar o seu batom agora...? Por favor diz
que não? Eu estou louco por um beijo seu nesse momento minha gatinha. —
Victor aperta sutilmente a minha cintura me puxando mais para si.
— Esse batom não sai assim com tanta facilidade... Então você terá
que se esforçar um pouquinho para conseguir isso. — Ofego com ele me
pondo contra a parede e ele sorrir antes de avançar na minha boca.
Seu beijo é faminto, é intenso e me faz perder o fôlego, sinto um
desejo absurdo me consumir e retribuo ao seu beijo, me esquecendo
completamente que temos um jantar para irmos.
— Amor...? O nosso jantar... É hoje... É agora e estamos atrasados...
Vamos continuar isso depois? — O alerto ofegante entre os beijos, pois
especialmente hoje esse homem está muito fogoso.
— Ok...! Podemos jantar primeiro... Vamos sair logo antes que eu não
resista, e suba com você para o seu quarto... Especialmente hoje você está
muito gostosa meu amor. — Victor me devora com um olhar intenso e eu
sorrio me soltando dele.
— Vamos apressar logo esse jantar! Você será a minha sobremesa
hoje. — Pisco para ele e o mesmo morde o lábio inferior enquanto encara os
meus seios.
Ele não diz mais nada, apenas respira fundo e me pega pela mão me
arrastando para fora de casa, sorrio com a sua pressa então entramos no seu
carro seguindo sabe se lá para onde, ele não quis me dizer onde vamos jantar
então só me resta esperar.
Alguns minutos depois eu vejo que estamos nos aproximando da
faculdade onde estudei. Já me formei e já vou começar a trabalhar com o meu
pai e meu irmão, eu também quero ser um orgulho para minha família.
— Amor? O que estamos fazendo aqui? Não tem nenhum restaurante
aqui perto, o mais próximo fica a duas quadras da faculdade... Porque
paramos aqui? — Pergunto curiosa e confusa ao mesmo tempo, sem saber o
que estamos fazendo aqui.
— Em algum momento você me ouviu dizer que iríamos a um
restaurante...? Vão vamos jantar em um restaurante, eu falei que seria algo
especial, se lembra? — Ele me lança um pequeno sorriso enquanto tira o
cinto de segurança, saindo do carro dando a volta no mesmo para abrir a
porta para mim.
— Ok, eu não vou perguntar mais nada, vou deixar você me
surpreender, Sr. Bennett. — Pego a sua mão saindo do carro em seguida.
— Eu te garanto que você não vai se arrepender de confiar em mim,
amor, apenas deixe as coisas acontecerem, está bem...? Vamos! — Meu
namorado abraça a minha cintura e me dá um beijo casto antes de me guiar
em direção a cafeteria onde aconteceu o nosso primeiro encontro.
Sorrio surpresa mas não falo nada, fleshs daquele dia invadem a
minha mente, eu derramei café nele e o nosso primeiro encontro foi
justamente nessa cafeteria. Ele abre a porta da cafeteria que devia está
fechada a essa hora, mas ao invés disso vejo a luz baixa no ambiente, o
espaço está quase vazio com apenas uma mesa no centro do salão, decorada
com pétalas de rosas e velas acesas, o som de um piano ecoa no lugar e já
posso sentir meu coração acelerado com essa surpresa, é a nossa música
tocando ao fundo.
— Me tornei muito amigo do dono desse café, então não foi difícil
conseguir que ele me deixasse preparar essa surpresa para a mulher da minha
vida... Foi aqui que aconteceu o nosso primeiro encontro e o nosso primeiro
beijo, foi aqui que eu me apaixonei pela mulher mais linda que os meus olhos
já viram... Então tem que ser aqui esse momento tão especial para nós... Mais
um mês juntos e sei que muitos outros viram. — Victor me puxa mais para si,
me movendo no ritmo da melodia então dançamos.
— O dia em que eu te conheci, foi o dia mais feliz da minha vida meu
amor, eu jamais imaginei que pudesse encontrar alguém como você, e que me
amasse acima de tudo assim como eu te amo... Você é o príncipe da minha
vida, Victor... Eu te amo tanto meu amor. — Sinto os meus olhos lacrimejar
mas me controlo para não borrar a maquiagem.
— Eu também te amo minha vida, te amo para sempre. — Declara
acariciando o meu rosto e me beija com paixão.
Curtimos mais um pouco a música então vejo um garçom se
aproximar com um buquê de rosas vermelhas, mas tem um toque especial
nele e logo reconheço as rosas que Laura estava cortando mais cedo,
danadinha! Ela sabia e ajudou a preparar tudo isso, eu tenho certeza.
— Só tinha um lugar onde eu encontraria as rasas mais belas e dignas
para uma mulher como você, e é claro que a dona delas aceitou rapidamente a
me ajudar, presenteando a minha mulher que consegue ser ainda mais linda
que essas rosas... São para você meu amor! — Victor me entrega as rosas
acompanhadas daquele sorriso perfeito que eu tanto amo.
— Obrigada amor... São maravilhosas, eu amei. — Me emociono pois
hoje tudo parece mais intenso e especial que das outras vezes.
Lhe dou mais um beijo então ele me guia até a mesa puxando a
cadeira para eu me sentar, coloco o buquê sobre o meu colo mas logo o
garçom o pega colocando-o em um vaso já reservado para ele ao lado da
mesa. Nos acomodamos e logo fomos servidos com um delicioso salmão
assado crocante com acompanhamentos, começamos a comer e Victor nos
serve um champanhe francês maravilhoso, então Brindamos ao nosso
momento.
Está tudo perfeito e admirar esses olhos brilhantes me encarando com
tanto amor, é incrível, ele pega a minha mão sobre a mesa acariciando de
leve, enquanto toma o seu champanhe.
Conversamos um pouco nos lembrando do nosso primeiro encontro e
tudo que vivemos juntos até agora. Seu olhar está diferente, está mais intenso
e também mais amoroso que antes, não que ele não fosse, mas hoje ele está
mais que perfeito, ele parece um sonho e não quero acordar nunca, quero
ficar assim com ele para sempre.
— Nunca na minha vida eu imaginei que encontraria uma mulher
como você, linda, gostosa mas acima de tudo, inteligente, meiga, humilde
apesar de ser bilionária... Você tem um coração gigante, Lia, você é a mulher
que eu quero para o resto da minha vida, você é a mulher que Deus escolheu
para mim, por isso estamos juntos, porque fomos feitos um para o outro. —
Diz ainda segurando a minha mão, e deposita um beijo demorado sem tirar os
seus olhos dos meus.
Meu sorriso parece congelado no rosto então me inclino na sua
direção, lhe dando um beijo calmo.
— Compartilhamos os mesmos pensamentos, o mesmo amor, os
mesmos desejos e sem dúvida os mesmos sonhos... Deus também te trouxe
para mim amor... Deus é justo e sabia que eu merecia alguém como você,
alguém que realmente merecesse o meu amor e você merece, é por isso que
eu quero passar o resto da minha vida com você... Victor, você é minha
vida... Eu te amo demais. — Me emociono ainda mais que antes, acariciando
o seu rosto e ele me beija mais uma vez, antes de se levantar.
Ele vai até o buquê de rosas e pega uma única rosa voltando na minha
direção, se ajoelha na minha frente me estendendo a mesma rosa.
— Eu poderia te dar todas as rosas do mundo, mas nenhuma delas
conseguiria expressar tudo que eu sinto por você, nenhuma delas supriria a
emoção que estou sentindo nesse momento... Nenhuma delas conseguem ser
mais linda que você meu amor. — Ele me entrega a rosa e eu pego aspirando
o seu perfume.
Mas ele continua ali ajoelhado na minha frente. Victor tira algo do
bolso e só então percebo ser uma caixinha preta de veludo, que faz o meu
coração palpitar mais forte que o normal, ele abre a caixinha sem tirar os seus
olhos de mim e posso sentir as minhas lágrimas já descendo pelo meu rosto,
ao admirar esse belíssimo anel.
— Oh meu Deus... Victor... — Sussurro quase sem voz sentindo o
meu coração bater na boca, sinto uma emoção sem tamanho me dominar.
— Nenhuma mulher nessa vida me faria mais feliz do que você me
faz, eu também quero passar o resto da minha vida com você, minha
loirinha... Já estamos juntos a tempo suficiente para darmos um passo a
diante no nosso relacionamento, então, Srta. Giulia Miller Sarkozy! Você
quer se casar comigo...? Quer dividir o resto da sua vida com esse homem
apaixonado e disposto a tudo por você? — Pergunta ainda segurando a
minha mão me encarando com aquele mesmo sorriso que ele sabe o quanto
me afeta.
— Sim...! Meu Deus sim...! Eu quero me casar com você minha vida,
eu quero ser sua esposa Victor. — Respondo meio afoita já entre lágrimas
não conseguindo segurar as minhas emoções.
Victor sorrir abertamente enquanto tira o anel da caixinha o
colocando no meu dedo, ele beija a minha mão e se aproxima mais tomando a
minha boca em um beijo calmo, um beijo doce e arrebatador aguçando os
meus desejos de senti-lo mais perto, de senti-lo dentro de mim.
— Eu te amo... Te amo demais meu amor. — Declaro entre os beijos
segurando-o pela nuca, prendendo-o a mim.
— Eu também te amo minha vida... Porra eu te amo mais que tudo...
Não vejo a hora de me tornar o seu marido, tê-la como minha esposa , como
minha mulher, é tudo que eu mais quero Lia. — Declara também entre os
beijos me puxando pela cintura enquanto se encaixa entre as minhas pernas.
— Eu serei sua para sempre meu amor, eu farei até o impossível para
que o nosso amor cresça a cada dia mais, você não vai se arrepender por me
escolher como sua mulher, isso eu te garanto...! Mas agora por favor? Me tira
daqui? Me faça sua mulher mais uma vez hoje? Mas dessa vez como sua
noiva... Meu Deus eu não estou acreditando no que está acontecendo...
Estamos noivos? Meu Deus o John vai pirar quando souber. — Acaricio o
seu rosto sorrindo feito uma boba e ele retribui.
— Você não tem que se preocupar com o seu irmão, ele já sabe... Eu
pedi a sua mão a ele e também ao seu pai, para eles tudo bem desde que eu te
faça feliz. — Revela ainda com aquele seu sorriso perfeito no rosto e eu o
encaro surpresa.
— Você falou com John? Pediu a minha mão a ele e ainda está com
todos os dentes no lugar...? Isso é um grande progresso, sem dúvida você é o
cara certo pra mim. — Amplio o meu sorriso o abraçando forte mas ele se
solta de mim se levantando. — Eu não estava brincando quando disse que
você seria a minha sobremesa hoje, então podemos sair logo daqui ou
podemos fazer amor aqui mesmo... Você decide! — Abraço o seu pescoço e
devoro a sua boca em um beijo urgente.
— Porra Giulia...! É melhor sairmos daqui... Não quero ninguém
admirando a minha mulher nua em meus braços... Esse momento tem que ser
perfeito, e vai ser. — Contesta entre os beijos mas se afasta me encarando
daquele jeito intenso e sedutor.
Eu não digo mais nada então ele vai até o garçom parado mais a
diante esperando novas ordens, ele diz algo para o garçom e volta na minha
direção.
— Já podemos ir! Eu não vou aguentar esperar para ter você. — Ele
segura a minha mão me arrastando em direção a porta, mas paro voltando até
a mesa.
Pego o buquê de rosas que eu amei e volto na sua direção pegando a
sua mão, e assim saímos do café. Não sinto as minhas pernas, minhas
emoções estão cada vez mais exposta para ele depois desse pedido de
casamento, eu não imaginava que ele fosse querer casar agora, não imaginava
que ele faria o pedido tão cedo, foi algo simples como nós dois gostamos,
mas foi no mesmo local do nosso primeiro encontro, foi onde demos o nosso
primeiro beijo e isso para mim foi perfeito, ele pensou em tudo.
Entramos no seu carro e ele acelera me levando sabe se lá para onde,
mas não interessa, por mim eu faço amor com ele aqui mesmo dentro desse
carro, eu o amo e estou tão feliz que não consigo me controlar, me inclino
sobre ele segurando o seu rosto beijando-o ferozmente, sedenta de desejo por
ele.
— Amor...? Aguenta só mais um minuto...? Não quero sofrer um
acidente com você ao meu lado, eu não me perdoaria por isso e seu irmão me
mataria... — Me alerta entre os beijos dividindo a sua atenção entre mim e a
pista.
— Então acelera esse carro amor! Porque em um minuto eu vou subir
no seu colo sem me importar em sofrer um acidente, eu preciso sentir você
logo, Victor! — Aviso pondo a mão na sua perna deslizando-a até a sua
ereção já dura, então ele acelera mais o carro.
— Porra... Caralho vou ter que pegar um atalho. — Sussurra fazendo
uma manobra perigosa entrando em uma esquina estreita, ele me encara
sorrindo e acelera virando em uma próxima esquina.
— O seu tempo está acabando Victor...! É melhor você parar esse
carro agora mesmo. — O alerto metendo a mão no seu cinto enquanto ele
acelera ainda mais o carro, mas antes de conseguir abrir a sua calça ele para
em frente a marina, onde fica o iate do meu irmão. Meu sorriso se amplia
automaticamente!
— Chegamos...! Eu não quero que você pare o que vai começar então
é melhor entramos logo. — Ele estaciona o carro em uma vaga tirando a sua
camisa de dentro da calca, para cobrir o seu volume enquanto eu tiro o meu
cinto de segurança, e logo tiro o dele também.
— O único lugar onde você vai entrar agora vai ser em mim...! Eu
preciso de você agora, depois eu posso esperar até subirmos naquele iate. —
Digo já subindo no seu colo me apressando para abrir a sua calca enquanto
ele abaixa as alças do meu vestido, descobrindo os meus seios.
— Você não tem jeito, Lia... Porra você acaba comigo meu amor... —
Ele admira os meus seios enquanto suspende a saia do vestido, apertando a
minha bunda com vontade.
Avanço na sua boca beijando-o ferozmente enquanto adentro a minha
mão na sua calça e rebolo no seu colo, ele está mais que excitado, ele está
muito duro e geme na minha boca quando aperto a sua ereção, masturbando-o
suavemente. Sinto ele puxar a minha calcinha para lado tocando a minha
intimidade.
— Puta merda...! Está pingando de tão molhadinha... Eu preciso sentir
você logo amor. — Sussurra com a voz rouca então me ergo o encaixando na
minha entrada. — Ohhh Lia...! Ohhh minha noiva gostosa... — Geme
agarrando os meus seios sugando cada um deles enquanto eu me movimento
no seu colo.
— Isso é tão bom... Ohhh é delicioso amor... Você é delicioso...
Ahhh... — Gemi sentindo ele sugar com força o meu mamilo passando os
dentes me fazendo estremecer.
Ele segura firme a minha cintura dando pequenas estocadas seguindo
os meus movimentos, logo sinto-o latejar dentro de mim e o meu prazer
aumenta fazendo a minha intimidade se contrair.
— Porra amor, já vai gozar...? Então goza logo porque eu já estou
indo... Merda eu não vou aguentar... Você está tão gostosa minha loirinha...
Ohhh tão perfeita... — Geme nos meus seios enquanto agarra a minha bunda
e eu desço na sua ereção, mais forte e mais rápido se turno o carro balançar.
Gemi alto sentindo o meu orgasmo chegar então gozo com força, o
meu corpo tremeu e no mesmo instante ele também goza dentro de mim, me
preenchendo com o seu líquido.
Desabo sobre ele sentindo as suas mãos percorrer as minhas costas em
um carinho tão suave, mas ao mesmo tempo tão possessivo me puxando
contra o seu corpo. Victor chupa o meu ombro e sobe os seus lábios beijando
o meu pescoço ainda latejando dentro de mim, me afasto brevemente o
encarando nos olhos sentindo as minhas lágrimas se formando rapidamente.
— Eu ainda não estou acreditando que você me pediu em
casamento... Que vou me tornar a sua esposa, a mãe dos seus filhos. — Me
emociono admirando o anel no meu dedo, ele acaricia o meu rosto secando as
minhas lágrimas e me beija com calma, com ternura.
— Eu vou me esforçar todos os dias para você acreditar que é real, eu
vou lutar a cada segundo para fazer você feliz meu amor... Eu prometo ser
para você tudo que você merece, prometo te amar até o infinito, Giulia...
Minha noiva linda. — Sinto ele passar o seu polegar pelos meus lábios me
encarando com aquele seu sorriso encantado e amoroso.
— Idem...! Faço das suas palavras as minhas meu amor... Mas agora
vamos sair daqui, a nossa noite de amor só está começando e eu ainda quero
sentir você se esforçando para me convencer de que tudo isso é real... Quero
sentir você se esforçando dentro de mim um pouco mais. — Também
acaricio o seu rosto e o beijo antes de sair do seu colo, ajeitando o meu
vestido.
— Eu agradeço a Deus todos os dias por eu não ser o único viciado
em fazer amor, nós somos um casal perfeito... Vamos subir! Quero fazer você
sentir o quanto eu ainda te quero. — Vitor sorrir também ajeitando a sua
calça e posso vê a sua ereção ainda ereta fazendo a minha boca salivar de
vontade de chupa-lo.
Não falo mais nada, apenas respiro fundo sorrindo de lado enquanto
saímos do carro, seguindo pelo deck até o iate do John. Eu amei esse lugar e
estava louca para voltar aqui mais uma vez.
A julgar pelo jantar romântico, sei que a nossa noite será perfeita,
mesmo que tivesse sido um piquenique no parque, ainda sim seria perfeito,
porque estar ao lado de quem se ama é perfeito.
QUARTO MESES DEPOIS...

Se estou feliz? Sim! Se ainda estou apaixonada e ao lado do homem


que amo? Sim também! Mas se já superei o meu passado? Ainda não! Já faz
quase um ano que fui libertada das garras de César e eu ainda não consigo
esquecer tudo que sofri, a ausência da minha mãe ainda me dói muito, mas
pelo menos agora ela está em um lugar melhor, onde eu posso ir visitá-la com
mais frequência e levar flores, conversar e desabafar sobre as minhas dúvidas
e receios, e de um alguma maneira ela está sempre presente nos meus sonhos
me orientando.
Eu ainda choro toda vez que penso na minha mãezinha sendo
violentada por aquele homem, e ainda aguentou viver ao lado dele por tanto
tempo por medo de me perder, por medo daquele monstro me tirar dela, ela
se sacrificou muito por mim e mesmo não tendo culpa de nada, as vezes eu
me sinto culpada, por ela ter ficado tanto tempo ao lado daquele monstro para
me proteger, ela sofreu calada por amor a mim e isso eu vou guardar para
vida inteira.
Eu me sinto mais tranquila depois da morte de César e também do
Logan, esses dois homens me fizeram muito mal mas pagaram com a própria
vida o que fizeram a mim e a outras mulheres, antes eu só tinha a minha mãe
por mim e a perdi, mas hoje eu tenho não somente o John mas também toda a
sua família ao meu lado, me protegendo e me ensinando o que minha mãe
não pode ensinar.
Estou a cada dia aprendendo mais nos meus estudos e no trabalho
também, estou sendo elogiada pelo meu chefe namorado, John me induz a
fazer coisas impróprias para um local de trabalho mas eu não consigo resistir,
com apenas um olhar ele consegue de mim o que quer, e eu cedo sem hesitar,
eu o amo demais, desejo demais esse homem como jamais imaginei desejar
alguém, a cada dia que passa me sinto mais ligada a ele, me sinto completa,
me sinto feliz como nunca fui antes.
Hoje vamos almoçar na casa dos meus sogros para comemorarmos o
novo cargo da Giulia na empresa do pai, agora o Sr. Conrado terá os dois
filhos trabalhando ao seu lado e a sua felicidade por isso é nítida.
Depois do pedido de noivado Giulia e Victor, marcaram o casamento
que acontecerá em alguns meses, e para minha surpresa eles chamaram eu e
John para sermos os seus padrinhos, eu pensei que eles fossem chamar
alguém com mais tempo de amizade que eu, mas não, fizeram questão de me
convidarem para ser madrinha junto com John e confesso que fiquei feliz por
isso, me deu até vontade de casar também, mas não sei se algum dia John vai
querer isso, ele já se casou uma vez e perdeu a família e também sei que isso
ainda o machuca por dentro, não vou ficar me iludindo com uma coisa que
talvez nunca aconteça, pois para ele eu já sou sua mulher e não será um
pedaço de papel que mudar isso, eu sempre sonhei com um grande amor mas
nunca tive esperanças de encontrá-lo um dia, mas eu encontrei e isso me
basta, mesmo se nunca nos casarmos e nunca tivermos filhos eu sei que
sempre vou tê-lo ao meu lado, isso tem que me bastar.
— Amor eu já estou pronta, vou descer para pegar o presente da
Giulia no seu escritório e te espero na sala, está bem? — Aviso parada na
porta do banheiro o admirando tomar banho, e ele se vira exibindo o seu
peitoral molhado e sua ereção semiereta.
— Você se arrumou muito rápido docinho, porque não quis tomar
banho comigo hoje? — Pergunta se acariciando prendendo a minha atenção
no que ele está fazendo.
— É... Nós... Nós estamos com pressa se lembra...? O nosso banho
juntos é sempre muito demorado então... Oh meu Deus eu vou te esperar lá
embaixo, com licença. — Minha voz sai trêmula e sinto a minha garganta
seca e aquele calor subir entre as pernas, me deixando tensa então me viro
saindo dali.
— Tudo bem amor, eu não vou demorar. — Ouço sua voz em um tom
suave e sei que ele está sorrindo, porque ele tem que me deixar desse jeito tão
desconcertada?
Saio do quarto sentindo as minhas pernas bambas, mas mesmo assim
desço a escada me segurando no corrimão para não cair desses saltos, assim
que termino de descer vejo um dos seguranças entrando na sala, vindo na
minha direção.
— Com licença, Srta. Laura, a Sra. Beatriz está nos portões da
mansão dizendo que precisa falar com a senhorita, ela disse que é urgente
mas eu tenho ordens para não deixá-la entrar e nem se aproximar da
senhorita, o que quer que eu faça? — Pergunta Kaio parado na minha frente,
esperando a minha resposta.
— Eu não tenho nada para falar com ela, Kaio, pode mandá-la ir
embora por favor. — Digo decidida mas surpresa por saber que Beatriz está
aqui e quer falar comigo.
— Como quiser Srta. Laura, com licença. — Kaio se retira mas antes
dele chegar na porta, chamo por ele.
— Espera Kaio...! Eu vou até lá com você, estou curiosa para saber o
que ela quer, mas não se preocupe, eu não pretendo sair da mansão e ela não
precisa entrar. — Aviso indo na sua direção me deixando mover pela
curiosidade de saber o que Beatriz quer comigo.
Kaio apenas concorda então saímos da casa, seguimos até os portões e
confesso que andamos bastante, pois da casa até a saída da rua tem uma boa
distância.
Assim que nos aproximamos dos portões posso ver do lado de fora,
Beatriz andando de um lado para o outro, paro por um instante pensando se é
ou não uma boa ideia falar com ela, mas então ela se vira me encarando com
um largo sorriso.
— Por favor Laura? Eu preciso falar com você e é urgente...! Me
deixa entrar? Eu vou ser breve eu prometo? — Pede se aproximando mais do
portão e eu faço o mesmo.
— Você não é bem vinda nessa casa, Beatriz! Se quiser falar comigo
vai ter que ser assim, você aí do outro lado do portão e eu aqui...! Pode
começar a falar! Se seja breve porque John está me esperando. — Cruzo os
braços encarando-a séria.
— Tudo bem, eu serei breve, mas você pode pedir aos seguranças
para se afastarem um pouco? O que eu tenho para falar e particular e
pessoal... Por favor? — Pede com um olhar de súplica e eu encaro os
seguranças antes de encará-la novamente, estranho o seu pedido mas aceito.
— Tudo bem Kaio, podem se afastar um pouco, no menor problema
eu grito. — Aviso com os meus olhos presos nela e os seguranças fazem o
que peço.
— Nossa... Parabéns Laura! Você chegou nessa casa como uma
mosca morta e já está mandando nos empregados... Você até que tentou me
convencer de que era apenas uma funcionária, mas estava de olho no chefe
até que conseguiu o que queria, virar a senhora da casa. — Ela abre um
sorriso forçado me encarando com desprezo.
— Eu não tentei te convencer de nada, Beatriz, foi você quem tentou
me conhecer de que éramos amigas, quando na verdade você estava
colocando os empregados contra mim... Você já sabe em que circunstâncias
eu vim parar nessa casa, mas eu não tenho que te dar satisfação de nada...
Mas eu digo com muito orgulho que eu e John nos apaixonamos, você passou
anos nessa casa o amando em silêncio e quando se sentiu ameaçada me
atacou, jogou sujo para me deixar mal com John mas os seus planos não
funcionaram... Eu ainda estou aqui e agora sou a namorada dele, do homem
que você ama. — Abro um pequeno sorriso dando a volta por cima depois de
tudo que ela me fez.
— Você está aí Laura, mas não por muito tempo querida... Eu vim
aqui para te fazer uma proposta, e como eu sei que você tem um coração
muito nobre, sei que você vai aceitar. — Ela se aproxima mais da grade me
encarando fixamente e de um jeito diabólico.
— Eu não vou aceitar nada que venha de você, Beatriz, você não vai
conseguir me atingir novamente porque eu... — Rebato também me
aproximando do portão a encarando com desdém, mas ela me interrompe.
— Você não vai aceitar nada que venha de mim, Laura...? Nem
mesmo salvar a vida daquela antipática da Giulia? Você prefere carregar a
morte da sua querida cunhadinha na sua consciência? Porque se você não
fizer o que mandar ela vai morrer por sua culpa! — Revela ampliando o seu
sorriso me deixando perplexa.
— Do que você está falando Beatriz? O que você fez com a Giulia?
Onde ela está...? Eu vou contar ao John e ele não vai deixar você fazer nada
com a... — Questiono aflita sentindo o meu coração se apertar e mais uma
vez ela me interrompe.
— Você não vai falar nada para ninguém! Ou a Giulia sofre as
conseguia da sua decisão, Laura! Você vai fazer exatamente o que eu mandar,
ou John te odiará para o resto da vida por ser a responsável pela morte da
irmã... Você vai sair dessa casa Laura, você vai deixar o John e nunca mais
vai aparecer nessa cidade, você está me ouvindo? Ou a Giulia pagará pela sua
desobediência! Você vai deixar o John e vai desaparecer dessa cidade para
nunca mais voltar! Estamos entendidas, querida? — Diz calmamente para
não chamar a atenção dos seguranças, enquanto eu já sinto os meus olhos
lacrimejar.
— Você está blefando... Você não vai me enganar de novo Beatriz!
Eu não vou cair nesse seu joguinho porque eu sei que a Giulia está bem, ela
está nos esperando para um almoço na casa dos pais... Eu vou chamar a
polícia e vou te denunciar por... — Contesto tentando me manter calma mas
paro quando ela ergue o seu telefone, me mostrando uma foto da Giulia
amordaçada e amarrada em uma cadeira, sinto as minhas pernas fraquejar.
— Srta. Laura! Está tudo bem? Algum problema? — Pergunta Kaio
logo atrás de mim e Beatriz abaixa o celular mandando eu dispensa-lo.
— Sim Kaio... Está tudo bem, se precisar eu chamo. — Digo o mais
natural que consigo e ele concorda, se afastando novamente.
— Boa garota, sei que você deve estar se perguntando como eu
consegui sequestrar a Giulia, certo...? Bom, eu a chamei para conversar, e
como ela é uma garota bem abusada e gosta de enfrentar as pessoas, não foi
difícil atraí-la para onde eu queria, eu tenho um vídeo aqui que você vai
adorar ver. — Ela ergue novamente o seu celular colocando um vídeo para
rodar.
Vejo Giulia se debatendo tentando se soltar das amarras mas um
homem acerta o seu rosto, fazendo-a desmaiar, coloco as mãos na boca para
não gritar e chamar a atenção dos seguranças, então ela abaixa o telefone
novamente.
— E então querida? Nós temos um acordo...? Você vai deixar essa
casa ainda hoje, e se você disser a alguém o que viu aqui, ou que mandei
você sair da cidade, a Giulia morre! Se você me denunciar a polícia, a Giulia
também morrer antes mesmo da polícia encontrá-la, e quando a encontrarem
ela já pode estar sem os dedos, sem os braços ou até mesmo sem a cabeça. —
Avisa tranquilamente me deixando em choque, fazendo o meu estômago
revirar. — Você está vendo quantas coisas já acontecerem desde que você
chegou a essa casa? E agora vai acontecer mais isso se você não for embora,
Laura, e então? O que me diz? — Pergunta sorrindo encarando os seguranças
antes de voltar a me encarar.
— Eu não posso fazer isso Beatriz... Por favor eu não tenho para onde
ir, não conheço ninguém, não conheço lugares... Por favor...? Não faz isso
comigo? Eu imploro? Deixa Giulia fora disso...? Por Deus eu faço o que você
quiser mas eu não posso ir... Eu não tenho para onde ir Beatriz! — Suplico
entre lágrima me esforçando ao máximo para os seguranças não perceberem.
— Não me interessa se você tem ou não para onde ir! A única coisa
que me interessa é salvar a vida da Giulia, mas isso só depende de você...
Olha só! Você vai sair dessa casa ainda hoje, não me interessa como você vai
fazer isso mas você vai sair! Vai pegar um táxi e pedir para te levarem para
qualquer terminal rodoviário, você vai pegar um ônibus e vai se mandar dessa
cidade, ouviu bem? E se você voltar outra pessoa da família pode ser a
próxima vítima... Você tem até as duas da tarde para fazer o que eu mandei,
ou eu mandarei o corpo da Giulia em pedaços para a casa dos pois em caixas
de presentes, e a única responsável por isso será você...! Eu vou saber se você
não fizer o que mandei... Tenha um bom dia querida. — Diz ela me
encarando séria então se afasta do portão me deixando ali em pânico, sem
saber o que fazer.
Sinto os meus pés perderem o chão e tudo a minha volta rodar, ponho
as mãos na cabeça me afastando do portão mas de repente não ouço e não
vejo mais nada.
Eu não acredito que mais isso esteja acontecendo comigo, até quando
eu vou suportar passar por tudo isso? Até quando as pessoas a minha volta
vão sofrer por minha culpa?
Acordo sentindo um cheio forte no meu nariz e uma voz angustiada
ao fundo me chamando.
— Laura? Amor o que houve? O que aconteceu docinho porque você
desmaiou? — Pergunta John acariciando o meu rosto, me encarando
preocupado. — O que aconteceu princesa? O Kaio disse que você estava
conversando com a Beatriz, o que essa mulher disse para te deixar assim? Me
diz o que aconteceu meu amor? — Pergunta meio irritado me encarando
aflito. Me levanto me afastando dele já com lágrimas nos olhos.
— Eu preciso ficar sozinha... Não toca em mim eu preciso ficar
sozinha! — Me afasto mas ele me puxa pelo braço me encarando confuso.
— Eu não vou deixar você sozinha! Você está nervosa... Me diz o que
aconteceu Laura? Eu exijo saber o que aconteceu para você ficar desse
jeito...! Anda me diz Laura? E não vou aceitar que minta para mim! Eu quero
a verdade está me entendendo? — Ordena alterado ainda aflito e sinto as
minhas lágrimas descer sem parar.
— Eu não posso John...! Eu não quero mais você! Eu não te amo mais
eu não quero mais que você me toque... Por favor me deixa em paz...? Me
deixa em paz John? Me deixa em paz! — Peço entre lágrimas alterada
tentando o afastar de mim, então me solto dele correndo em direção a escada.
Subo correndo e vou direto para o meu antigo quarto, eu preciso ficar
sozinha longe de tudo e de todos, eu preciso pensar com clareza no que fazer
mas eu estou muito nervosa.
Quando chego na porta do meu quarto sou puxada abruptamente e
colocada contra a parede, não tenho tempo para protestar pois já sinto seus
lábios devorarem os meus, eu até tento me afastar e empurrá-lo, mas sou
fraca o suficiente para não resistir e retribuo ao seu beijo doce, mas logo me
lembro que por minha causa a vida da irmã dele está em perigo, então me
solto dele o empurrando para longe de mim.
— Você não vai me enganar Laura! Esse beijo desesperado me
confirma que tem algo sério acontecendo e eu quero saber o que é! Você me
ama mas por algum motivo está agindo dessa maneira estranha, você ficou
assim depois que a Beatriz falou com você e eu vou descobrir o que houve!
Mesmo você se negando a me dizer, ouviu bem...? Eu te amo Laura e não
vou perder você... Eu não posso perder você meu amor... Por favor me diz o
que houve e eu resolvo? Confia em mim e me diz? — Esbraveja irritado mas
se aproxima acariciando o meu rosto, me desarmando completamente.
— Eu sinto muito... Me perdoa eu sinto... Eu preciso ficar sozinha por
favor? — Me afasto novamente dele mas antes de entrar no quarto ele segura
a minha mão.
— Você não quer me dizer o que houve e por mim tudo bem, porque
eu vou descobrir assim mesmo... Mas eu não quero que você volte para esse
quarto, você é minha mulher e eu quero você ao meu lado e não longe de
mim...! Eu quero um beijo...? Quero que você me beije docinho...? Por favor?
Me beija? — Pede se aproximando novamente me puxando pela cintura,
fazendo o meu peito se apertar com a decisão que acabei de tomar.
Abraço o seu pescoço com calma e acaricio a sua nuca ainda sentindo
as minhas lágrimas descerem, ele passa o polegar pelo meu rosto limpando
suavemente as minhas lágrimas, e eu aproximo o meu rosto do seu
capturando os seus lábios em um beijo calmo, intenso e cheio de amor.
Me entrego ao beijo desejando que não fosse o último, mas a minha
decisão já foi tomada, eu não posso ser a responsável se algo de ruim
acontecer a Giulia, John e sua família não vão me perdoar por isso e eu
também não.
Sinto ele me colocar contra a parede aprofundando mais o beijo, mas
antes que eu não resista e me entregue a ele eu me afasto brevemente,
abaixando a cabeça para não encarar os seus olhos.
— Diz o que eu quero ouvir? Mas diz apenas a verdade meu amor...!
Por favor eu preciso ouvir? — Pede erguendo o meu queixo me fazendo
encará-lo.
— Eu... Eu te amo... Te amo e sempre vou te amar... Você é o melhor
de mim John, meu Deus eu te amo... Eu te amo. — Volto a chorar deixando o
desespero tomar conta de mim outra vez.
— Cacete Laura! Eu não gosto de te ver assim amor... Está me
doendo muito te ver assim, sofrendo por algo que eu não sei o que é e não
posso te ajudar... Laura! Amor...! Mas que droga está acontecendo? — Diz
ainda angustiado e eu não aguento mais vê-lo assim, corro para o nosso
quarto trancando a porta, ouço ele me chamar mas não dou atenção.
Ali trancada no quarto sozinha eu corro e me jogo na cama, chorando
tudo que tenho para chorar. Me lembro que Beatriz me deu até as duas da
tarde para sair daqui ou Giulia pagará pelas consequências da minha escolha,
olho no relógio no meu pulso e vejo que já são quase meio dia então me
levanto, vou até o closet e pego a minha bolsa com os meus documentos e o
cartão de crédito que John me deu, para receber os meus pagamentos, eu não
tenho gastado muito então acho que consigo me virar com o valor que tenho
na conta.
Pego apenas uma muda de roupa e coloco na bolsa, já que vou ter que
fazer isso então vou fazer de uma vez, eu só não sei como vou conseguir sair
dessa casa sozinha sem o John.
Saio do meu quarto e sigo pelo corredor rezando para ele não estar em
casa, desço a escada e sigo em direção a porta mas ouço a sua voz rouca
vindo de algum lugar.
— Onde você vai sozinha? Me diz onde você quer ir e eu te levo...
Ainda temos que ir no almoço na casa dos meus pais, você vai demorar na
rua? — Pergunta se aproximando então me viro para encarar os seus olhos
azuis pela última vez.
— Eu prefiro ir sozinha... Vou encontrar a Giulia, ela está saindo do
salão e quer me levar a algum lugar, é surpresa... Eu encontro você na casa
dos seus pais. — Minto para que ele não descubra os meus planos e abaixo a
cabeça, sem conseguir encarar os seus olhos e sustentar essa mentira.
— Está bem... Nos vemos na casa dos meus pais, se precisar de mim é
só me ligar, ok...? Eu te amo Laura... Não se esqueça disso amor, eu te amo.
— John se aproxima mais e me beija com calma, mas me afasto indo em
direção a porta.
Minhas lágrimas voltam a descer e meu peito se aperta ainda mais,
minhas pernas tremem e a angustia toma conta de mim, mas mesmo assim,
saio pela porta sabendo que não terá volta, que nunca mais verei o homem
que amo mas pelo menos a minha consciência estará tranquila, pois Giulia
sairá dessa situação a salva.
Como já imaginava, Kaio e Anderson estão parados conversando com
o motorista, e quando souberam que eu estou de saída me conduzem até o
carro. Olho em direção a casa mais uma vez e vejo John na janela me
encarando fixamente de um jeito intenso, entro no carro e Kaio entra junto
com o motorista enquanto Anderson entra junto comigo.
Saímos da mansão e não olho para trás, não quero me dar conta do
que estou perdendo, quero me lembrar somente do que estou ganhando com a
minha partida, estou salvando a vida de alguém e sei que ela faria o mesmo
por mim, pois somos muito mais que amigas, somos como irmãs.
Alguns poucos minutos depois o carro para em frente ao salão onde
falei que encontraria Giulia, saí do carro com Anderson na minha cola mas
peço para ele me esperar no carro, pois não irei demorar.
Entro no salão fingindo querer marcar uma hidratação no cabelo para
mais tarde, depois de fazer a marcação aviso que preciso fazer uma ligação, e
preciso de privacidade, então uma das atendentes me leva até uma segunda
área do salão onde há uma saída na lateral, olho de um lado para o outro me
certificando de que não estou sendo vigiada e saio logo dali.
Ganho as ruas e me apresso para me afastar do local, uma quadra a
diante passa um táxi e eu dou sinal entrando no mesmo e faço o que Beatriz
me ordenou, peço ao motorista para me levar para a rodoviária mais distante
possível para não encontrar ninguém que possa me reconhecer e ligar para
John.
Sei que tomei a decisão certa e sei que um dia eles vão me entender e
me perdoarem, eu não posso pensar só em mim depois de tudo que eles há
fizeram por mim, não é só a minha vida que está em jogo então eu vou sumir
assim como me mandaram, só espero que um dia John me perdoe por deixá-
lo depois de prometer que não faria isso.
Eu não sei o que está acontecendo mas vou descobrir, essa filha da
puta da Beatriz não tinha nada que aparecer aqui e deixar a minha mulher
nesse estado, e para Laura ter ficado daquele jeito eu sei que é algo muito
sério.
Depois que Laura sai eu mando mensagem para os seguranças que
estão com ela, é peço para eles não tirarem a sua atenção dela, sei que está
acontecendo algo e eu preciso descobrir logo o que é.
Pego o meu celular e ligo para minha irmã, quero que ela me ajude a
descobrir o que está acontecendo mas o seu celular não chama, a ligação vai
direto para caixa postal e isso me deixa irritado, tento ligar algumas vezes e
não obtenho resultado, ligo para o celular de Laura para falar com a minha
irmã mas também está desligado ou fora de área, o que está acontecendo com
essas mulheres?
Ligo para mamãe e rezo mentalmente para ela me atender, e por sorte
ela me atende no quarto toque.
— Alô! John vocês já estão vindo meu filho? — Pergunta assim que
atende à ligação.
— Oi mamãe, eu chego ai em alguns minutos, Laura foi encontrar
com a Giulia no salão e nos veremos aí... Eu queria falar com a minha irmã
mas não estou conseguindo ligar para ela, Laura também não atende o
celular. — Comento pensativo me lembrando do estado em que ela estava
antes de sair daqui, tem alguma coisa séria acontecendo, eu sinto isso.
— Giulia saiu cedo de casa e até agora não deu notícias, Victor já
ligou atrás dela umas três vez e também não faz ideia de onde ela possa
estar, mas se Laura foi se encontrar com ela então está tudo bem, é a cara da
sua irmã perder a noção do tempo na rua e esquecer de nos avisar, o celular
dela deve estar sem bateria e ela não viu. —Diz em um tom preocupado mas
logo sua voz suaviza ao falar de Laura.
— Está certo mamãe, se elas chegarem ai primeiro que eu, pede a
Giulia para me ligar, eu preciso conversar com ela ok...? Beijos mamãe, te
vejo logo. — Me despeço e encerro a ligação.
Depois de desligar o telefone vou até o meu escritório e pego o
presente que comprei para minha irmã, com ajuda de Laura, mulheres sempre
sabem do que a outra vai gostar então a levei comigo para escolhermos o
presente, mas ela ainda estava estranha quando saiu e esqueceu de pegar o
presente. Pego o mesmo e saio do escritório voltando para sala, quando vejo
Kaio entrando com Anderson ao seu lado.
— O que vocês estão fazendo aqui? Onde está minha mulher? Vocês
não deviam estar fazendo a segurança dela? Afinal é para isso que eu pago
vocês. — Me aproximo deles confuso e preocupado pois eles parecem aflitos.
— Me perdoe Sr. Sarkozy, mas não temos boas notícias, a Srta. Laura
nos enganou, ela saiu do salão onde a deixamos usando a saída lateral do
prédio, ela pediu para entrar sozinha mas quando percebemos a demora
entramos atrás dela, mas nem ela e nem a Srta. Giulia estavam no local, na
verdade, a Srta. Giulia não esteve no salão hoje então a Srta. Laura não pode
ter ido se encontrar com ela... Me desculpe senhor mas a sua mulher fugiu. —
Explica Anderson apreensivo enquanto sinto um aperto imenso no
peito. Laura me ama! Ela nunca fugiria, ela prometeu não me deixar e sei
que ela não faria isso!
— Isso é impossível! Essa história é um absurdo a minha mulher
jamais fugiria...! Vocês foram atrás dela? Procuraram pela minha mulher?
Precisamos encontrá-la porque eu não vou perdê-la! EU NÃO VOU
PERDER A MINHA MULHER! — Esbravejo irritado tentando imaginar
onde Laura pode ter ido.
— Sim senhor! Nós fomos atrás dela, procuramos pelas redondezas
do salão mas não encontramos nenhum sinal dela, eu tomei a liberdade de
pedir as imagens das câmeras do salão, mas tudo que temos são imagens da
Srta. Laura entrando em um táxi e ela estava sozinha... Antes de vir para cá
eu acionei uma das nossas equipes para procurar o taxista, e assim descobrir
onde ele deixou Laura, mas eles ainda não deram notícias. — Explica Kaio
no seu tom profissional mas vejo o quanto ele está apreensivo por essa falha
na segurança.
— Mande outra equipe a procura da minha irmã, ela está fora de casa
desde cedo e ainda não deu notícias, o celular não atende e os meus pais não
sabem onde encontrá-la... Quero também as imagens das câmeras de
segurança dos portões da mansão no horário em que Laura esteve com
Beatriz... Minha mulher ficou estranha, nervosa depois que aquela miserável
apareceu, e logo depois ela foge sem deixar pistas...? Eu quero isso para
ontem! RÁPIDO! VAMOS! — Tento me controlar mas ainda estou irritado,
pego o meu celular já discando o número do meu amigo.
— Fala John! O que temos para hoje meu amigo? — Atente
empolgado enquanto eu estou uma pilha de nervos.
— Eu espero que você saiba me dizer o que temos para hoje,
Felipe...! Minha irmã está desaparecida e minha mulher fugiu, depois de
uma visita estranha que a abalou de uma maneira inexplicável, o que você
pode fazer para me ajudar cara? Sozinho eu não vou conseguir raciocinar
meu irmão. — Digo ainda revoltado com o que aconteceu, sem acreditar que
Laura possa mesmo ter fugido.
— Mas que merda cara! Porra eu estou indo aí, já estou a caminho
com o meu pessoal. — Diz decidido e ouço o som de pneus cantando na
pista.
— Estou te aguardando meu amigo! Vem preparado para tudo, eu
não vou descansar até encontrá-las. — Digo também decidido e nos
despedimos encerrando a ligação.
Depois de desligar a chamada ligo também para o meu pai pedindo
para ele vir para cá, eu consigo raciocinar melhor com ele ao meu lado mas
ainda não contei o que aconteceu, não quero que ele preocupe a mamãe até
sabermos onde minha irmã está e porque ela não nos atende.
Depois de poucos minutos Felipe chega falando ao telefone e papai
chega logo atrás querendo saber o que aconteceu, a sua preocupação é nítida
mas o meu desespero também por não saber onde minha mulher e minha irmã
estão.
— Pelo amor de Deus filho! Fala logo o que aconteceu? Cadê a
Laura? Aconteceu alguma coisa com ela ou com você? Eu não entendo essa
sua urgência em me vê se nos veríamos em poucos minutos, mas para você
me chamar aqui é porque aconteceu algo sério então fala logo! Eu já estou
ficando preocupado John. — Ele para na minha frente aflito enquanto eu
tento mais uma vez em vão ligar para Laura e Giulia.
— Giulia saiu de casa cedo e mamãe e Victor não conseguem falar
com a minha irmã, Laura saiu para encontrá-la a meia hora e também
desapareceu, ela enganou os meus seguranças e sumiu mas eu sei que tem
algo sério acontecendo... Laura me ama e não fugiria dessa maneira e minha
irmã não nos deixaria tanto tempo sem notícias, Beatriz esteve aqui hoje
cedo, ela fez alguma coisa a Laura porque a minha mulher estava estranha
depois de falar com ela, papai... Laura chegou a gritar que não me quer mais
e ela não faria isso se algo muito sério não estivesse acontecendo. — Conto
angustiado vendo o meu pai ficar pálido na minha frente já pegando o seu
celular.
— Minha filha e minha nora...! Meu Deus...! Você já falou com a sua
mãe John? Precisamos ligar para as amigas delas talvez elas saibam de
alguma coisa... Eu quero a minha filha! Eu quero a minha filha aqui agora e a
salva! — Diz em choque já se alterando e cai sentado no sofá deixando o
celular cair no chão.
— Eu não falei nada com a mamãe, papai, tive medo dela passar mal
então achei melhor averiguar primeiro o que aconteceu, mas eu estou
apavorado e com medo de que algo ruim tenha acontecido a elas...
Precisamos nos apoiar papai porque sozinhos não vamos conseguir. — Paro
na sua frente sentindo o meu coração se apertar cada vez mais.
— John...! Conseguimos localizar o celular da Giulia, não está muito
longe daqui e eu já mandei o meu pessoal correr até lá... Podemos chegar lá
em quinze minutos! — Avisa Felipe se aproximando fazendo o meu coração
bater mais forte e papai se levanta no mesmo instante.
— Vamos! Vamos agora mesmo elas devem estar juntas...! Eu só
espero que elas estejam bem, vamos! — Papai se apressa para nós
acompanhar em direção a porta.
Saímos de casa e entramos no carro de Felipe pois nem eu e muito
menos o meu pai estamos com cabeça para dirigir, eu seria capaz de provocar
um acidente pela minha pressa em chegar até lá, que lugar será esse? O que
elas estão fazendo lá e porque nos deixar aflitos dessas maneira?
Felipe tenta localizar o celular de Laura mas o aparelho dela está em
casa, Laura saiu e não levou o celular mas não sei se ela o esqueceu ou
deixou de propósito, porque ela não quis me dizer o que está acontecendo?
Porque ela não confiou em mim para me dizer? O que Beatriz disse a ela para
deixá-la daquele jeito?
Depois que saímos da mansão eu senti o meu coração cada vez mais
apertado, eu sinto que algo ruim está acontecendo com elas mas nada me vem
à cabeça. A todo momento eu peço para Felipe acelerar o carro, mas ele já
está muito acima do limite de velocidade permitido e ainda está usando a
sirene para termos a pista livre, pelo aparelho instado no seu carro
conseguimos ver a localização do celular da minha irmã, e logo nos
aproximamos de uma casa simples e aparentemente habitável, má do que a
minha irmã estaria fazendo nesse lugar?
Paramos na frente da pequena casa e saímos do carro apressados, mas
então vimos os agentes saírem da casa sem nada e sem ninguém.
— E então Marcos? Temos novidades boas? — Pergunta Felipe a
outro agente que se aproxima de nós.
— Infelizmente não senhor, não achamos nada na casa que nos ligue a
Srta. Sarkozy, nem mesmo o aparelho foi encontrado e nós revistamos a
casa... Não tem nada e nem ninguém aqui. — Relata o agente olhando a sua
volta e eu faço o mesmo.
— Impossível! Procurem de novo porque tem que ter algo aqui, o
sinal do celular dela ainda está vindo daqui, vamos procurar de novo e dessa
vez com mais atenção. — Contesta Felipe em um tom firme e eu encaro uma
lixeira ao lado da casa e isso me chama atenção.
Olho a minha volta novamente e reparo que na maioria das casas ao
lado as lixeiras estão na frente da casa e só essa não está, me aproximo da
lixeira e vasculho o lixo seguindo o meu sexto sentido, mexo mais um pouco
e encontro um celular todo quebrado mas com a bateria ativada, pego o
mesmo e analiso a capa e as minhas suspeitas se confirmam.
— Achei o celular da Giulia...! Ela está nessa casa ou esteve aqui,
mas esse é o lugar certo...! Eu vou entrar, quero olhar em cada canto eu mes...
— Me aproximo deles decidido mas Felipe entra na minha frente.
— Espera John! Vamos com calma, não podemos deixar nenhum
detalhe nos escapar então... Espera...! Você ouviu isso? — Ele me encara
atento mas um barulho de algo se quebrando nos chama atenção.
— Veio lá de trás! Tem algo atrás dessa casa vamos entrar! —
Constato já abrindo um pequeno portão na lateral e Felipe e papai vem atrás
de mim.
Entramos olhando tudo com atenção e uma pequena janelinha de
vidro abaixo do nível da casa, prende a minha atenção nela, me aproximo
dela me agachando para olhar lá dentro e vejo algo que faz o meu coração
parar.
— Giulia! — Sussurro vendo ela se debater tentando se soltar caída
sobre uma placa de vidro ainda amarrada em uma cadeira.
— HUMMMM...! HUMMMM! — Ela tenta gritar mas está com a
boca amordaçada.
— ELA ESTÁ AQUI! Eu a encontrei! — Aviso sentindo o meu
coração acelerar e me levanto correndo de volta para entrada da casa.
— FILHA! QUERIDA VOCÊ ESTÁ BEM? ESTÁ FERIDA MEU
AMOR? — Ouço papai gritar aflito enquanto eu entro na casa com Felipe e
os outros na minha cola.
Rodamos a casa procurando a entrada de acesso ao porão e o
encontramos coberto por um tapete imundo, mas está trancado com cadeado.
Felipe dá um tiro no mesmo e logo abre um alçapão, descemos a escada
apressados e minha irmã chora ali caída em meio aos vidros quebrados, seu
rosto está ferido, sangrando assim com o seu braço.
— Meu Deus Giulia... O que aconteceu minha irmã? Quem fez isso
com você? Me diz quem fez isso? Eu juro que vou atrás porque isso não vai
ficar assim! — Pego ela no colo tirando-a do meio daqueles vidros, então
vejo meu pai entrar correndo no porão.
— Filha...? Meu amor você está sangrando, precisamos levá-la para
um hospital John, rápido! — O vejo ainda mais aflito enquanto eu coloco
minha irmã no chão e tiro a sua mordaça e Felipe desamarra as suas mãos.
— Espera papai! Ela precisa nos dizer o que aconteceu e quem fez
isso com ela... A Laura! Você sabe alguma coisa da Laura Giulia? Ela sumiu
dizendo que encontraria você, quem fez isso com você pode estar por trás do
submisso da minha mulher também, minha irmã... Então me diz por favor?
Quem fez isso com você? Você viu ou ouviu alguma coisa que nos ajude a
pegar o desgraçado que fez isso? — Pergunto encarando atento a ela e
ansioso para ouvi-la.
— Laura...! Eu não tenho certeza mas acho que foi a Beatriz, os
homens que estavam aqui comigo falaram esse nome enquanto discutiam...
Ela me chamou para conversar mas quando eu cheguei no local, esses
mesmos homens invadiram o meu carro me obrigando a dirigir para longe de
onde estava... Eu ouvi uma gravação, uma voz destorcida dizendo que a
minha vida estava nas mãos da Laura e só ela poderia me salvar, mas eu não
entendi o que isso significava... Eu não sei o porquê fizeram isso comigo
John. — Explica entre lágrimas enquanto forço a minha memória a procurar
detalhes na reação da Laura, antes de sair de casa.
— Laura mentiu pra mim e enganou os seguranças, ela precisava
fugir porque alguém a obrigou a fazer isso... Beatriz a obrigou a fugir e assim
ela salvaria você... MAS QUE MERDA...! DROGA! Como eu não percebi
isso antes? Beatriz esteve na mansão e falou com Laura, por isso ela estava
estranha daquele jeito, ela não queria ir mas foi obrigada a ir embora...! Mas
para onde ela foi? — Esbravejo revoltado ainda não aceitando essa situação.
— Mas a troco do quê essa Beatriz faria isso? Sequestrar a Giulia para
obrigar Laura a ir embora? O que ela ganha com isso? — Pergunta Felipe
pensativo então a minha ficha cai.
— Mas que merda...! Beatriz tentou colocar Laura contra mim ao
perceber que estávamos nos envolvendo, ela se diz apaixonada por mim,
então ela sequestrou a minha irmã para obrigar Laura a ir embora... Ela sabia
que entre escolher ficar comigo e salvar a vida da minha irmã, Laura não
hesitaria em escolher a vida da minha irmã... FILHA DA PUTA
DESGRAÇADA! Será que eu nunca vou ter paz nessa vida? Sempre
aparecerá alguém querendo fazer a minha mulher sofrer mais do que ela já
sofreu...? Eu vou acabar com essa mulher! Eu vou acabar com ela e só se
acaba com mal o cortando pela raiz! Então será isso que eu vou fazer! —
Desabafo enfurecido desejando estar frente a frente com aquele ser diabólico.
— Nós vamos encontrar essa cretina meu amigo! Mas primeiro
vamos nos concentrar em encontrar a sua mulher, enquanto estamos aqui
parados sabe se lá o que está acontecendo com ela, ela pode estar nas mãos
de alguém assim como Giulia estava, ou pode ater mesmo ter saído da cidade
e a nossa procura será ainda mais longa... Vamos levar Giulia para o hospital,
no caminho eu ligo para saber se temos novidades sobre o paradeiro da
Laura. — Diz Felipe nos indicando a saída então tiramos a minha irmã dali.
Saímos daquela casa e entramos no carro com papai muito abalado
por ver Giulia daquele jeito, graças a Deus os ferimentos dela não são graves
mas será melhor tratá-los no hospital, pois não sabemos o que mais esses
covardes fizeram com ela.
Apesar de muito abalada emocionalmente, ela está bastante
preocupada com Laura, eu nem sei mais dizer o que estou sentindo, raiva e
uma vontade insana de encontrar esses miseráveis que fizeram isso com a
minha irmã, ódio da Beatriz por ter ficado tanto tempo dentro da minha casa
e agora faz mais isso para acabar com a minha paz, mágoa por Laura não ter
confiado em mim, ela podia ter me dito o que estava acontecendo e eu daria
um jeito de resgatar a minha irmã, mas ela preferiu me deixar.
Sei que Giulia faria a mesma coisa por ela mas eu não aceito perder a
minha mulher, ela prometeu não me deixar e não cumpriu isso, estou de
cabeça quente, estou furioso e só vou conseguir pensar com clareza depois de
encontrá-la e vê-la segura outra vez, dentro de casa.
Chegamos no hospital e enquanto Felipe fala ao telefone eu saio
pegando Giulia no colo, com papai ao meu lado segurando a sua mão, ele
corre na minha frente e pega uma cadeira de rodas para colocá-la sentada,
mas assim que uma enfermeira aparece para levá-la para o atendimento,
Giulia me chama me encarando apreensiva.
— John! Não precisa ficar aqui, o papai fica comigo e vamos ligar
para mamãe... Vai logo atrás da Laura, você precisa trazê-la de volta... Não
sei se deveria dizer isso agora, mas... John, a Laura pode estar grávida, ela
está enjoando a dias mas escondeu isso de você, ela disse que você não quer
ter filhos e por isso ela não quis te dizer nada, pois ainda não tinha certeza e
ela estava com medo da sua reação. — Revela me encarando preocupada
enquanto tento sentir o chão abaixo dos meus pés.
— Grá... Grávida...? Laura... Laura está grávida...? Eu... Laura... —
Tento dizer mas a minha voz quase não sai.
Sinto o ar me faltar e minhas pernas falharem, minha mulher foi
coagida a fugir de mim e ela foi levando um filho meu? Eu não posso
acreditar, isso não pode estar acontecendo, eu não posso perder a minha
família mais uma vez, se isso acontecer será o meu fim, tudo que eu mais
temia nessa vida está acontecendo de novo, estou perdendo a minha família
mais uma vez e mesmo que eles estejam vivos, estão longe de mim e talvez
eu nunca mais os veja novamente.
— Não...! Eu não vou perder a minha família de novo...! Meu Deus a
Laura está grávida e não me contou por medo da minha reação, eu nunca
devia ter dito aquelas coisas a ela... Eu preciso achar a minha mulher, eu não
vou suportar perder a minha mulher e o meu filho mais uma vez, eu não
posso deixar isso acontecer! — Digo ainda perplexo com essa novidade então
saio desnorteado sem rumo com o pensamento nela, na minha mulher.
— Espera filho! Se a Beatriz quis que Laura se afastasse de você ela
deve ter mandado Laura ir para bem longe, mas Laura não conhece nada e
não saberia para onde ir, e muito menos pegar um avião, então vai primeiro
nas rodoviárias! Felipe pode te ajudar a ter acesso às informa... — Me
aconselha papai me segurando pelo braço e o que ele disse faz sentindo, mas
antes de concluir Felipe entra apressado nos interrompendo.
— John conseguimos...! Conseguimos cara, descobrimos para onde
Laura está indo, só não sabemos se ela está sozinha... Laura saiu da
rodoviária rumo ao Rio de Janeiro a uma hora, se quisermos interceptar o
ônibus no meio do caminho, temos que sair agora! — Revela empolgado
fazendo o meu coração acelerar mais uma vez com a possibilidade de
encontrar logo a minha mulher.
— Eu preciso ir papai, não se preocupe eu te dou notícias... Fica bem
maninha, te vejo mais tarde. — Lhe dou um beijo rápido e saio correndo com
Felipe ao meu lado.
Entramos no seu carro seguindo para rodoviária, mas no meio do
caminho a minha ansiedade fala mais alto.
— Ela está a uma hora de distância na nossa frente, não vamos
conseguir interceptar o ônibus no meio do caminho indo de carro... Vamos de
helicóptero! Segue para o meu hangar Felipe! Rápido cara! — Decido
impaciente mas ele sorrir quando falo do helicóptero.
— O seu desejo é uma ordem! Sr. Sarkozy! — Diz ainda sorrindo me
fazendo revirar os olhos.
Ligo para o hangar e peço para encherem o tanque da aeronave e o
deixarem na pista à minha espera. Felipe acelera o carro e em poucos minutos
avistamos de longe o meu piloto supervisionando os equipamentos de voo,
paramos o carro o mais próximo possível do helicóptero e descemos nos
apressando para entramos no mesmo.
— Marcos! Leve o meu carro de volta para delegacia, as buscar pelos
acusados continua e eu quero ser informado se houver alguma novidade no
caso, liga no meu celular se precisar, entendido...? Vamos John! Não
podemos perde tempo. — Ele dá ordens para um dos oficiais que veio
conosco então finalmente entramos no helicóptero.
O piloto levanta voo e segue a rota mais rápida para conseguirmos
nos aproximarmos do ônibus que vai para o Rio de Janeiro, Felipe está com
as informações do ônibus então será fácil localizá-lo.
Ainda não estou acreditando em tudo que está acontecendo, a minha
ficha ainda não caiu, eu ainda não acredito que Laura está grávida e não me
falou nada, eu sou um idiota por dizer a ela que não queria ter filhos, ela
merece uma vida normal, ela merece construir uma família como todo
mundo, e eu não posso deixar o meu medo me impedir de dar isso a ela, eu a
amo e o meu maior medo é perdê-la, não posso perdê-la e muito menos o
meu filho, e eu não vou permitir isso!
Depois que cheguei na rodoviária eu comprei uma passagem para o
primeiro ônibus que fosse sair naquela hora, ainda cogitei a possibilidade de
ligar para John e contar o que está acontecendo, mas desisti, eu não posso
colocar a vida de Giulia em risco pois aquela Beatriz é uma louca e seria
capaz de matar a minha amiga, se eu contasse ao John com certeza ele iria
atrás dela e Beatriz cumpriria as suas ameaças, e quem ficaria com a
consciência pesada seria eu.
Tudo que me resta agora é sumir como me ordenaram e esquecer os
meus planos de felicidade ao lado de John, mas talvez essa ideia não seja de
todo muito ruim, pois mesmo que tudo isso não acontecesse, John se
decepcionaria comigo depois de descobrir que eu não cumpri com o nosso
acordo.
Já faz alguns dias que eu ando vomitando e enjoando muito, quando
comentei com Giulia sobre isso ela me encarou surpresa e disse que eu
poderia estar grávida, não vou negar, eu chorei muito pois sabia que John não
queria filhos, ele me disse com todas as letras e eu ainda concordei com ele
que não teríamos filhos, mas o que eu iria fazer agora se eu estiver mesmo
grávida? E se ele me rejeitasse por causa dessa gravidez?
Ele vai me odiar quando descobrir que eu engravidei de um filho
dele? Eu não engravidei sozinha mas também não sei como isso foi
acontecer, eu tomo as pílulas que o John compra para mim todos os meses,
mas também tomo a outra pílula toda vez que a gente faz amor quando as
minhas regras descem, para eu estar engravidar, mas acho que estou grávida e
mesmo sabendo que não vou vê-lo mais, eu tenho medo que um dia ele
descubra sobre isso, eu espero que a Giulia não conte nada a ele pois eu nem
cheguei a pegar o resultado do exame para confirmar se estou mesmo grávida
ou não, mas por minhas regras estarem atrasadas Giulia tem certeza que sim.
— Moça você está bem? Você está pálida e está suando frio... Precisa
de ajuda? — Pergunta um senhor sentado do outro lado do corredor do
ônibus.
— Eu estou bem... Só estou um pouco enjoada, esse ônibus balança
muito... Mas já vai passar, obrigada por se preocupar. — Me justifico
forçando um sorriso tentando parecer bem, mas falhei.
Meu estômago revira e eu me levanto correndo para o minúsculo
banheiro ali dentro do ônibus, fecho a porta e vomito todo o meu café da
manhã, ouço batidas na porta e a voz daquele senhor mais uma vez
perguntando se estou bem, não consigo respondê-lo pois o vômito não para,
mas quando finalmente parou eu me encosto na cabine tentando me
recompor.
— Moça me responde você está bem? Quer que eu peça para parar o
ônibus? — Pergunta o senhor do lado de fora do banheiro enquanto eu lavo a
minha boca.
— Obrigada senhor, não precisa...! Eu já estou melhor... Já vou sair.
— Finalmente respondo ainda me sentindo fraca depois de vomitar tanto.
Lavo o meu rosto e lavo a boca novamente para tirar o gosto ruim da
língua, ajeito a minha roupa e saio do banheiro indo me sentar no meu lugar,
ainda sinto o meu estômago revirar pois esse ônibus balança muito e eu não
estou acostumada com tudo isso.
O senhor ao lado pergunta mais uma vez se estou bem e eu afirmo
que sim, para não deixá-lo preocupado. Pego na minha bolsa uma bala
mentos que a Giulia havia me dado, e coloco na boca tentando aliviar esse
enjoou.
Me acomodo melhor na poltrona tentando descansar um pouco mas a
imagem de John não sai da minha cabeça, sinto um aperto imenso no peito e
meus olhos se enchem d'água rapidamente, ao pensar que a essa hora ele já
descobriu a minha fuga e está me odiando, ele nunca mais vai querer saber de
mim, vai me esquecer e me tirar da sua vida, vai pensar que sou uma
qualquer por deixá-lo depois de tudo que ele fez por mim.
— John... Meu amor... — Sussurro baixinho sentindo as minhas
lágrimas descerem.
Me encosto na janela e fecho os olhos me perdendo nas minhas
lembranças boas, nas lembranças dos nossos momentos de amor, dos nossos
momentos de felicidade juntos, temendo estar realmente grávida e ter que
criar esse filho sozinha assim como minha mãe fez, mas eu jamais terei
coragem de deixar outro homem se aproximar de mim, não quero correr o
risco de errar confiando na pessoa errada, não quero dá para o meu filho o
que eu tive no passado, quero que ele tenha uma infância, uma vida diferente
da minha e eu vou lutar por isso, vou lutar pelo meu bebê como eu lutei por
mim e pela minha mãezinha, vou enfrentar o mundo se precisar mas o meu
filho jamais passará por tudo que eu passei.
Já faz mais de uma hora que eu estou nesse ônibus e o tempo de
viagem é de seis horas, não sei como vai ser a minha vida quando eu chegar
no Rio de Janeiro, não sei para onde vou mas preciso me virar, na rodoviária
um homem me entregou um aparelho de celular, um modelo muito inferior ao
aparelho que John havia me dado, mas aquele homem disse que eu receberia
uma mensagem quando Giulia fosse liberada, mas que isso só aconteceria
quando a minha partida fosse confirmada, mas até agora não recebi
mensagem alguma, estou preocupada com Giulia mas eu não posso ligar para
ninguém, eu seria rastreada e John poderia vir atrás de mim furioso por eu ter
ido embora, e eu não quero isso, se ele não me odiar por ter fugido para
salvar Giulia, com certeza ele vai me odiar por estar grávida.
De repente alguns passageiros começam a se agitar olhando para algo
fora do ônibus, não me importo com isso pois já estou com a minha cabeça
cheia o suficiente, então continuo ali sentada na minha poltrona ainda com os
meus pensamentos em Giulia, e também em John.
— É um helicóptero...! Mas o que um helicóptero está fazendo
sobrevoando essa área? Não tem nada por aqui além de mato. — Ouço um
dos passageiros mas eu continuo quieta no meu canto.
— Ele está se aproximando! Parece que vai pousar na pista. — Diz
uma mulher um pouco mais a frente.
Meu peito volta a se apertar e uma sensação de desespero me domina
por dentro, me sinto inquieta então o ônibus para de repente em um
solavanco que me assusta, tento olhar para fora do ônibus para ver o que
aconteceu, mas não consigo ver nada, mas parece que realmente o helicóptero
pousou na pista. Poucos segundos depois ouço vozes na cabine do motorista e
logo a pequena porta se abre.
— Senhor! Somos oficiais de polícia e precisamos entrar, há uma
pessoa viajando nesse coletivo sem autorização e viemos buscá-la. — Ouço
uma voz grave e logo um homem forte e bonito entra no ônibus.
Espera! Eu conheço esse homem... Droga! É o Felipe, amigo do John,
ele se aproxima olhando cada um dos passageiros e eu abaixo a cabeça
tentando me esconder, mas quando alguém para ao meu lado sinto o meu
coração disparar.
— Você pensou mesmo que conseguiria fugir de mim, Laura? —
Ouço aquela voz que me estremece e o encaro surpresa, com os olhos
levemente arregalados.
— John... — Sussurro ainda não acreditando que ele esteja mesmo
aqui.
— Levante-se! Eu vim te buscar! — Ordena em um tom firme com
um olhar severamente.
— Me desculpe, John... Mas eu não vou com você a lugar algum! Eu
preciso ir embora e você não vai me impedir... Eu não posso voltar. —
Contesto com voz trêmula sentindo o meu coração bater na boca por tê-lo
aqui bem na minha frente.
— Eu não estou te dando opções, Laura, você vai vir comigo
querendo ou não...! Giulia já foi resgatada e está em um hospital recebendo
atendimentos, não tem mais o porquê você fugir. — Revela se aproximando
mais me estendendo a mão mas eu não pego, sinto as minhas lágrimas
voltarem a cair.
— Pegaram a Beatriz? Ela está presa...? John eu vi um vídeo da
Giulia sendo agredida, eu não posso voltar porque a sua família foi
ameaçada, eu só causo problemas para vocês então eu não vou voltar! —
Afirmo entre lágrimas o encarando fixamente, mas viro o meu rosto para
janela quando não consigo mais sustentar o seu olhar de decepção.
— Você é minha mulher! Está esperando um filho meu e não vai me
deixar...! Agora levante-se e vamos voltar para nossa casa! — Dispara ainda
naquele seu tom firme e até mesmo rude, enquanto me pega pelo braço me
levantando da poltrona, o encaro surpresa por ele saber da gravidez mas faço
o que ele ordena.
Seguimos para fora do ônibus com todos nos encarando e isso me
deixar vermelha de vergonha, quando saímos do mesmo, John me guia até o
helicóptero enquanto Felipe conversa com o motorista.
— Eu não posso voltar John! Beatriz não está agindo sozinha e
aqueles homens podem fazer mal a sua família... Eu não quero ser
responsável por isso então me deixa ir embora? Por favor eu não posso
voltar? — Insisto ainda sentindo as minhas lágrimas descendo. Ele para me
encarando fixamente.
— Você faz parte dessa família agora, e não se abandona a família,
Laura...! Porque você não confiou em mim? Porque não me contou o que
estava acontecendo quando eu te perguntei...? Droga eu poderia ter resolvido
isso sem você precisar fugir de mim, Laura! Eu sei que a Beatriz te obrigou a
fazer isso mas nós vamos pegar aquela ordinária! Eu garanto isso e ninguém
vai se aproximar de você, e nem de ninguém da nossa família! — Esbraveja
alterado fazendo o meu coração se apertar ainda mais, pois eu não queria vê-
lo assim. — Porque não me contou que está grávida...? Porque fugiu
carregando um filho meu em seu ventre e não me contou, Laura? — Pergunta
irritado me pegando de surpresa com a sua reação ao falar da gravidez.
— Eu não sabia John, ainda não tenho cem por cento de certeza sobre
a gravidez, mas... Eu não queria te decepcionar, tive receios de te contar
porque você disse que não quer filhos, e eu concordei com você que não
teríamos... Eu... Eu não tive escolha, não fugi porque eu quis, eu jamais
deixaria você se não fosse obrigada a fazer isso... Aquela louca está obcecada
por você e vai vir atrás de mim outra vez... Eu não posso voltar! Não quero
colocar a vida do meu filho em risco por causa daquela cretina! — Também
me irrito deixando as minhas emoções falarem por mim, tento passar por ele
mas ele não permite e se põe na minha frente, abraçando o meu corpo.
— Nosso filho Laura! Não se esqueça, essa criança é o nosso filho e
você não pode tirá-lo da minha vida por causa das ameaças daquela
desequilibrada...! Droga Laura! Eu estou aqui para te proteger docinho... Vou
proteger você e o nosso filho, você não tem que se preocupar com isso, eu
não vou deixar nada de mal acontecer a vocês, eu prometo! — Ele me abraça
forte não me deixando sair, e no fundo eu não quero que ele me solte pois só
nos seus braços me sinto segura. — Eu te devo desculpas por ter dito aquelas
coisas sobre não querer ter filhos, eu só disse aquilo por medo de perder a
minha família mais uma vez, e olha só o que aconteceu...? Eu estou muito
decepcionado por você ter mentido para mim, por ter fugido me deixando
angustiado pensando que tinha perdido você... Eu só quero que saiba que eu
não vou abrir mão de você e muito menos do nosso filho! Agora vamos...! Eu
só vou conseguir respirar aliviado quando você estiver dentro da nossa casa.
— Desabafa mais sério que o normal me deixando ainda mais surpresa pelo
seu pedido de desculpa.
Ele me guia para o helicóptero e mesmo magoado comigo ele não
tirar os olhos de mim, me sinto mal por essa situação mas o que eu posso
fazer? Ele não vai me perdoar assim tão fácil.
— Já podemos ir! Não temos mais nada para fazer aqui. — Avisa
Felipe entrando na frente junto com o piloto e John entra atrás ao meu lado.
Olho para o ônibus e vejo que só estão esperando o helicóptero sair da
pista para seguirem viagem, encaro John sentindo o meu coração bater na
boca, o piloto levanta voo e eu agarro firme o braço de John que percebo o
meu medo de voar, e sem dizer uma única palavra ele me puxa para os seus
braços me apertando forte, fazendo eu me sentir segura outra vez.
Seguimos o caminho em silêncio e dá para ver claramente o quanto
ele está magoado comigo, eu me surpreendi por ele dizer que quer o nosso
filho, mas obviamente isso não o faria se derreter em meus braços e me
encher de beijos, a sua decepção comigo parece grande e não sei se um dia
ele vai me perdoar pela minha fuga.
Não o culpo por isso pois mesmo sendo coagida, eu devia ter confiado
nele, mas ele já fez muito mim, eu não queria trazer mais esse problema para
ele, mas essa minha decisão talvez me custe a perda do seu amor, isso não é
justo, eu não quero perdê-lo já que vou ter que conviver com ele novamente.
Depois de poucas horas de voo o helicóptero pousa no heliporto da
empresa, saímos do mesmo com John segurando o meu braço, parece até que
está com medo de que eu fuja novamente.
— Eu quero ir até o hospital? Quero ver a Giulia por favor? — Peço
enquanto entramos no elevador e vejo a sua expressão endurecer
rapidamente.
— Ela já está em casa e irá te vê assim que chegarmos... Vou chamar
um médico para te examinar em casa para confirmarmos a gravidez, pois a
partir de hoje você está proibida de sair da mansão...! Não vou correr o risco
de você fugir outra vez. — Dispara ainda sério sem olhar na minha cara, mas
me viro para ele o encarando incrédula.
— Então é isso? Vai me fazer sua prisioneira como César fez? Vai me
proibir de sair na rua? De trabalhar como eu tenho feito...? Eu não aceito
isso! Você não pode fazer isso comigo John! — Contesto irritada o
encarando séria e vejo Felipe o encara apreensivo.
— Não me compare com aquele monstro pois eu jamais faria mal a
você! Eu só estou fazendo isso para te proteger pois não quero que te
machuquem...! Você pode trabalhar mas só vai sair se for comigo, para
qualquer lugar que quiser ir você só vai se for comigo, estamos entendidos...?
Você enganou os meus seguranças mas não vai me enganar, Laura! — Ele se
altera me fazendo encolher no canto do elevador.
— John! Se acalma cara, ela só fez o que foi obrigada a fazer, você
precisa ser mais compreensivo com ela... Laura é sua namorada, você está
assustando-a. — Felipe o encara seriamente e John me encara apreensivo,
esfregando as mãos no rosto, sinto o meu rosto esquentar e minhas lágrimas
descerem livremente.
— Me desculpe Laura? Eu ainda estou furioso com essa situação pois
ainda não conseguimos encontrar Beatriz... Estou preocupado com a sua
segurança tenta me entender? Estão tentando tirar você de mim e eu não vou
permitir isso...! Mas que droga! — Se desocupa ainda irritado e eu apenas me
viro evitando encará-lo, mas nesse momento sinto tudo girar.
— Laura! Laura o que você tem...? É melhor levá-la ao hospital John!
Ela não parece bem cara. — Felipe me ampara em seus braços mas sinto John
me pegar no colo.
— O que houve amor? O que você tem? O que está sentindo? — Ele
me encara preocupado mas depois da sua explosão eu me sinto mal em
encará-lo.
— Eu estou bem, Sr. Sarkozy... Me põe no chão por favor...! Eu estou
pedindo para você me pôr no chão! — Peço irritada sentindo as minhas
emoções a flor da pele.
— Eu não vou pôr você no chão! Você não está bem e eu vou levá-la
ao hospital... E para de me chamar de senhor! Isso está me irritando, você é
minha mulher... — John me encara fixamente mas o interrompo tentando
descer do seu colo.
— Engraçado! Você não está me tratando como sua mulher, está me
tratando apenas como alguém que te decepcionou e nada mais...! Eu já disse
que estou bem então me põe no chão! — Retruco em um tom firme tentando
descer então ele me põe no chão, mas sem tirar a sua atenção de mim.
— Quando foi que você ficou tão teimosa...? Você não me enfrentava
assim antes. — Questiona me encarando surpreso enquanto se aproxima
mais, mas eu lhe dou as costas.
Não digo mais nada e nem ele fala comigo, mas Felipe puxa assunto
falando sobre o que fazer para pegar Beatriz, fico quieta na minha prestando a
atenção na conversa deles, mas posso sentir os olhos de John sobre mim me
deixando tensa. Poucos segundos depois o elevador se abre na garagem e já
tem um carro a nossa espera, entramos no mesmo e seguimos todos para
mansão.
Durante esse percurso Felipe fala ao telefone com outras pessoas
envolvidas no caso, e pelo que entendi acharam pistas dos caras que pegaram
Giulia, só de me lembrar dela apanhando daquele cara sinto o meu coração se
apertar, espero que ela também não me trate com essa mesma frieza que John
está fazendo, eu não vou suportar viver em um lugar onde me tratam dessa
maneira.
Não quero perder a amizade dela e dos meus sogros, aliás, eu nem sei
mais se eles vão continuar sendo os meus sogros, não sei como vai ficar a
minha situação com John depois de tudo isso.
Poucos minutos depois o carro entra pelos portões da mansão parando
na entrada da casa, saio do carro sem esperar por John e entro apressada em
casa afim de ficar bem longe dele nesse momento, subo correndo para o meu
quarto e entro trancando a porta, por sorte eu deixei algumas roupas aqui e
assim vou poder me trocar sem precisar ir no quarto dele, já que ele está
assim tão chateado, creio que ele vá querer ficar sozinho.
Pego um conjunto de lingerie e uma camisola e vou para o banheiro,
tomo um bom banho e lavo os meus cabelos para tirar o suor do couro
cabeludo. Depois do banho me visto e seco os cabelos no secador, depois dos
cabelos secos eu saio do banheiro ouvindo batidas na porta seguidas pela voz
dele, John é insistente mas eu não estou afim de falar com ele, mas depois
uma breve ameaça em derrubar a porta eu me dou por vencida e vou abrir a
maldita porta.
— O que você quer? Eu estou tentando me sentir a vontade no meu
cativeiro... — O encaro séria e me viro para sair, mas sinto sua mão no meu
braço me puxando para o seu corpo.
— Para com isso...! Eu não quero fazer de você uma prisioneira, eu só
quero me assegurar de que a minha namorada na vá fugir de novo... Eu não
quero perder você Laura. — John me encara nos olhos me prendendo ao seu
corpo, encaro a sua boca louca para beijá-lo.
Ele faz o mesmo, encara a minha boca enquanto aperta a minha
cintura me deixando tensa, então me deixo mover pelo impulso e abraço o
seu pescoço avançando na sua boca com um beijo urgente, ele retribui o beijo
me deixando mole em seus braços, John me põe contra a porta devorando a
minha boca em um beijo feroz, mas de repente ele se afasta me deixando
zonza com o corte do beijo, o encaro confusa e ofegante vendo ele me
encarar de um jeito que eu não consigo decifrar.
— Volte para o nosso quarto! Eu não quero você dormindo aqui. —
Diz antes de se virar e sair me deixando ali sem entender o que aconteceu
aqui.
Não consigo dizer nada nem mesmo contestá-lo sobre a sua decisão,
então entro de volta no quarto ainda sentindo os meus lábios arderem pelo
seu beijo forte, tomo uma decisão nesse momento, eu preciso reconquistar o
meu namorado, eu não posso e não quero perdê-lo, e não vou!
Não vou deixar ninguém nos afastar um do outro pois é exatamente
isso que a Beatriz quer, eu vou desfazer esse clima chato entre mim e John é
tudo vai voltar ao normal.
Eu precisava muito desse beijo, eu só consigo me acalmar depois de
sentir o seu gosto maravilhoso e seu beijo é perfeito, é doce como Mel e eu já
me viciei, mas eu não posso ir a diante pois ainda estou magoado com ela,
Laura quebrou a sua promessa e mentiu para mim, mas pelo visto ela não se
arrependeu por isso, sei que se ela tiver que fugir de novo ela o fará, e mesmo
que a sua atitude tenha sido muito nobre, eu ainda estou chateado com essa
situação. A verdade é que eu ainda não estou tranquilo com Beatriz a solta, e
por isso eu reforcei a segurança da mansão, meu pai fez o mesmo e
aconselhamos Victor a nós acompanhar nisso, pois em casos como esses as
vítimas são sempre as pessoas mais próximas de nós.
— Eu vou indo John, qualquer novidade eu te ligo cara... Agora vá
descansar, se precisar me ligar não hesite, ligue a hora que for meu irmão,
mas agora eu preciso ir, eu ainda tenho que passar na delegacia antes de
puxar o meu bonde. — Felipe se aproxima já se despedindo.
— Valeu cara, muito obrigado pela força de hoje... Qualquer
novidade por menor que seja, não hesite em me ligar também, ouviu? Vou
ficar aguardando por notícias... Se cuida meu amigo! Estamos juntos! — O
acompanho até a porta e nos despedimos mais uma vez.
Felipe foi embora e eu subi para chamar Laura para jantar, meu pai
ligou dizendo que minha irmã não viria vê Laura hoje, pois está agitada
demais e mamãe teve que dar um calmante a ela, mas eles virão nos ver
amanhã sem falta.
Entro no nosso quarto e ela está deita enrolada nos lenços, deixando
as suas costas nua a mostra, me aproximo dela acariciando o seu rosto e ela
dorme tranquilamente, penso em acordá-la para comer alguma coisa mas vou
deixá-la descansar um pouco mais. Finalmente eu respiro aliviado por vê-la
em casa e segura novamente, e de hoje em diante será sempre assim, eu vou
zelar pela segurança da minha mulher.
Dou a volta na cama tirando a minha camisa e me deito ao seu lado,
afim de descansar um pouco também, ela se mexe na cama se virando para o
meu lado e se deita sobre o meu peito, ao se mexer tanto, seu corpo é
descoberto e ela está completamente nua.
— Cacete...! Porra Laura você está nua. — Ofego sentindo os seus
seios pressionar a minha costela me fazendo arrepiar.
Ela desliza a sua pequena mão pelo meu peito e deixa um beijo
molhado no mesmo erguendo o rosto para me encarar, ela não diz, nada
apenas encara a minha boca antes de prender os seus olhos nos meus.
— Eu te amo John... Eu também não quero perder você mas sinto que
isso está acontecendo... Eu quero você amor...? Eu preciso de você...? — Diz
com a voz suave enquanto se põe sobre mim me dando uma visão melhor do
seu belo corpo.
Quando vou dizer algo ela avança na minha boca com um beijo
urgente sedento de desejo e eu retribuo, percorro as minhas mãos pelo seu
corpo matando a minha saudade dela, mas então me lembro da sua gravidez e
também me lembro que não liguei para o médico da família, eu preciso saber
se ela está mesmo grávida, se vou mesmo ser pai.
Sinto o meu coração acelerar com essa possibilidade então paro o
beijo encarando-a fixamente, ela me encara confusa então deito-a na cama
encarando o seu corpo até parar os meus olhos na sua barriga, coloco a minha
mão na mesma sentindo a minha respiração pesar. Me ergo saindo da cama
para pegar o meu celular, mas ela me chama.
— Porque se afastou de mim, John...? Você não me quer mais? Não
sente mais desejo por mim...? Você não quer me tocar porque eu estou
grávida, é isso...? Essa gravidez é um problema para você? Porque se for eu
juro que vou fugir de novo! — Pergunta com a voz embargada pelo choro me
deixando perplexo com as duas palavras.
Ela se levanta da cama puxando os lençóis para cobrir o seu corpo e
vai em direção a porta chorando, mas corro atrás dela segurando-a pelo braço
puxando ela para o meu corpo, abraçando firme a sua cintura.
— Meu Deus Laura! De onde você tirou um absurdo desses de que eu
não te quero? Que não te desejo mais...? Eu sou louco por você garota! Você
não faz a mínima noção do que essa gravidez significa para mim... Porra!
Cacete! — Digo com a voz rouca colocando ela contra a parede e ela me
encara surpresa. — Você é tudo para mim Laura... Não vou negar o meu
medo de ser pai outra vez, eu perdi a minha família, a minha esposa e o meu
filho no passado e tenho medo de perder no futuro também... Mas isso não
significa que eu não quero ser pai, não significa que eu não quero ter uma
família com você porque eu quero... Eu só estou com medo docinho... Tenho
medo de perder você e o nosso filho. — Confesso o mais calmo que consigo,
encarando o fundo dos seus olhos então me ajoelho diante dela, encarando a
sua barriga já sentindo os meus olhos arderem. — Se você estiver mesmo
grávida, eu quero esse filho... Quero tudo desde que você esteja ao meu lado
docinho... Me perdoa pela maneira que eu agi com você hoje? Eu só estava
com medo, medo de não saber lidar com tudo isso meu amor... Me perdoa eu
te amo? Te amo demais e não quero te perder Laura. — Abraço a sua cintura
deixando as minhas lágrimas caírem e sinto as suas mãos carinhosas em meus
cabelos.
— Meu Deus John... Me perdoa por não ter confiado em você? Eu só
não queria que a sua família sofresse por minha causa... Tudo de ruim que
tem acontecido foi por minha causa, mas eu não queria causar tudo isso a
vocês meu amor eu juro...! Eu te amo demais, amo a sua família que me
acolheu tão bem e não quero deixá-los. — Diz em meio ao choro então me
levanto puxando ela de volta para o meu corpo.
— Você não vai nos perder nunca meu amor, nós te amamos... Eu te
amo e preciso que me prometa uma coisa... Prometa que não vai mais fugir?
Prometa que vai confiar em mim e me contar quando algo estiver errado...?
Me promete que vai me pedir ajuda sempre que você precisar, mesmo que te
proíbam de fazer isso, está bem...? Me promete Laura? — Peço acariciando o
seu rosto admiramos os seus olhos brilhantes pelas lágrimas que descem pelo
seu rosto.
— Eu prometo John...! Prometo tudo que você quiser meu amor, eu
não vou mais fugir... Não vou mais deixar você minha vida eu prometo! —
Concorda chorando ainda mais e eu tomo os seus lábios macios para mim.
Beijo-a com paixão, com amor e ternura e ela retribui na mesma
intensidade, tiro o lançou do seu corpo e pego ela no colo levando-a de volta
para cama, deito a minha mulher com cuidado me pondo sobre ela,
devorando a sua boquinha gostosa enquanto percorro as minhas mãos pelo
seu corpo perfeito, desço a minha boca pelo seu pescoço ouvindo aqueles
seus sussurros e gemidos que me enlouquecem, acaricio os seus seios
suavemente e chupo a sua pele fazendo ela se contorcer, brinco com a minha
língua nos seus mamilos e sugo um deles com vontade.
— Ai... John... Está dolorido amor, devagar por favor? — Geme de
dor ofegante então paro encarando-a assustado.
Me lembrei de quando Laís estava grávida e seus seios também
ficaram assim, sensível ao toque e com isso tenho certeza de que Laura está
grávida, suas regras sempre descem no meio do mês e não desceram esse
mês, encaro a sua barriga e volto a encarar os seus olhos confusos.
— Me perdoe amor, prometo que vou ser mais delicado com você a
partir de hoje... Eu te amo... Te amo. — Abro um largo sorriso e beijo-a com
calma.
— Eu também te amo minha vida... Mas não precisa ser tão delicado,
só o suficiente para eu não sentir dores. — Diz meio envergonhada deixando
o seu tom de pele vermelhinho me fazendo sorrir.
— Está bem, mas se sentir qualquer desconforto me avisa, ok? Minha
gostosa. — Me ergo brevemente descendo a minha mão até a sua intimidade
úmida. — Porra Laura, você está molhadinha amor. — Sussurro deslizando
um dedo pela sua intimidade e penetro-a sentindo a sua quentura, ouvindo ela
gemer baixinho, tiro o meu dedo dela e o levo até a boca sentindo o seu
gosto. — Deliciosa demais... Estou com tanta saudade de você, nem parece
que a sentir hoje cedo. — Desço beijos pela sua barriga e encontro a sua
intimidade devorando-a com chupadas e lambidas faminto para sentir o seu
gosto.
— Ohhh... Amor... Ahh que delícia... Isso me enlouquece amor... Isso
é perfeito... — Ela agarra os meus cabelos pressionando o meu rosto na sua
intimidade me fazendo chupá-la com mais vontade.
Seu corpo se arqueia e ela tenta fechar as pernas mas não permito, ela
rebola na minha boca e sei que o seu orgasmo já está próximo. Passo os meus
braços por baixo das suas coxas puxando ela contra a minha boca, chupo o
seu pontinho sensível, adentro a minha língua nela sentindo ela se contrair,
poucos segundos depois ela goza na minha boca me fazendo sentir o seu mel
saboroso.
Gemi na sua intimidade enquanto ela rebola gozando na minha boca,
sugo o seu prazer já sentindo o meu pau latejar de vontade de entrar nela, me
ergo rapidamente e tiro a minha calça junto com a cueca, jogando em em um
canto qualquer, me pondo sobre ela novamente vendo o seu corpo mole após
o orgasmo, me encaixo na sua intimidade e penetro nela lentamente, me
acomodando por inteiro no lugar mais perfeito que existe, ainda sentindo ela
latejar por dentro.
— Ohhh... Isso amor... Me aperta todinho... Porra me aperta minha
gostosa... Ohhh... — Gemi começando a me movimentar dentro dela
entrando fundo, mas não muito forte.
Ela se contorcer passando as suas unhas pelos meus braços e envolve
as suas apenas na minha cintura, me puxando mais para si, tomo a sua boca
em um beijo urgente sem parar os meus movimentos e ela agarra os meus
cabelos, me encarando com tanto desejo, com tanta intensidade, sinto que
posso gozar a qualquer momento mas não quero gozar sozinho.
Me ergo me sentando sobre os meus calcanhares e seguro firme a sua
cintura, erguendo os seus quadris, meto nela mais rápido e mais forte
sentindo o meu corpo a ponto de entrar em colapso.
— John... Eu vou gozar... Oh meu Deus eu vou gozar... Ahhh... —
Laura agarra com força os lençóis e sinto a sua intimidade me apertar
novamente.
— Goza minha gostosa! Goza no meu pau vai...! Goza amor eu não
vou aguentar mais... Ohhh merda...! Porra! Gostosa... Ahh gostosa... —
Aumento os meus movimentos então eu gozo me derramando dentro dela.
Sinto a sua intimidade se contrair me apertando e sinto-a gozar no
meu pau, gemendo descontrolada me chamando de meu amor, meu gostoso,
gemendo o meu nome e eu adoro ouvi-la gemer, isso me leva a loucura.
Fiquei aqui parado admirando o seu corpo mole completamente sem
forças, ainda estamos ofegantes nos admirando de um jeito amoroso, me
ponho novamente sobre ela e beijo-a com todo o meu amor, com toda a
minha paixão sentindo uma felicidade sem tamanho me dominar.
— Vou chamar o Dr. André para te examinar... Temos que confirmar
a sua gravidez para não termos dúvidas... Ainda não estou acreditando que
vou ser pai... Vou ter um filho seu meu amor. — Acaricio o seu rosto e beijo-
a mais uma vez.
— Ontem a Giulia me levou para fazer o exame, eu ia pegar o
resultado hoje mas com aquela confusão, eu acabei me esquecendo... A
atendente disse que eu poderia ver o resultado pela internet, mas eu ainda
estou aprendendo a mexer. — Relata também acariciando o meu rosto mas a
vejo corar ao dizer que ainda está aprendendo a mexer na internet.
— Você é muito inteligente amor, e aprende rápido, logo você vai
estar dominando essa área digital também, mas agora me dê o protocolo de
atendimento da clínica que você foi... Eu quero ver logo o resultado do
exame. — Saio dela me sentando na cama ansioso para confirmar o que eu já
sei, eu vou ser pai.
— Eu não sei onde está a minha bolsa, eu não me lembro de ter
pegado ela no ônibus. — Comenta também se sentando cobrindo o seu corpo
com os braços.
— Felipe pegou a sua bolsa, ele me entregou e eu a coloquei no closet
quando vim procurar por você. — Comento me levantando indo para o closet
ainda nu, sei o quanto ela fica envergonhada ao me ver assim então faço de
propósito.
Pego a bolsa dela e volta para o quarto dando a volta na cama,
parando ao lado dela, Laura tenta não encarar o meu corpo nu mas vejo a sua
respiração pesar. Ela pega a bolsa da minha mão rapidamente mas antes de
abri-la, ela pega a minha cueca estendendo-a na minha direção.
— Vista isso por favor...? Te ver assim me deixa tensa e você sabe
disso. — Ela me encara fixamente ainda envergonhada e isso me faz sorrir.
— Está bem, me desculpa. — Sorrio enquanto visto a minha cueca e
ela se concentra na sua bolsa.
Laura pega um papel com o número de protocolo de atendimento e eu
pego o meu celular, entro no site da clínica e procuro pelo resultado do
exame, insiro o número de protocolo e logo encontro o nome de Laura, abro
o seu exame e me levanto da cama encarando fixamente a tela do celular, me
viro encarando a minha mulher que me encara atenta e ansiosa assim como
eu estava antes.
— E então amor? Qual é o resultado? — Pergunta curiosa e eu encaro
mais uma vez a tela do celular, sentindo um sorriso bobo se abrir
automaticamente em meu rosto.
— Positivo...! Meu Deus você está mesmo grávida... Eu vou ser pai!
Você vai me dar um filho meu amor...! Um filho nosso. — Afirmo eufórico
sentindo o meu coração bater na boca e me sento ao seu lado, puxando-a para
os meus braços enchendo-a de beijos.
— É sério que você gostou da notícia, amor...? Não está mesmo
chateado comigo por eu estar grávida? — Pergunta apreensiva me abraçando
forte, mas me solto dela brevemente encarando intensamente os seus olhos.
— Eu pareço chateado, Laura? Meu Deus isso é a melhor coisa que já
me aconteceu nos últimos anos meu amor... O meu maior desejo é ter uma
família, eu apenas estava com medo, e ainda tenho medo, tenho medo de
perder você e o nosso filho... Tenho medo de perder a minha família mas eu
quero muito tudo isso, quero muito você e o nosso bebê. — Me emociono
acariciando a sua barriga, sentindo o meu mundo se completar novamente.
— Meu Deus John... Eu te amo tanto meu amor... Eu te amo
obrigada... Obrigada por aceitar o nosso bebê. — Sussurra entre os beijos já
aos prantos me apertando forte em seus braços.
Aperto o seu corpo no meu e deito-a na cama me pondo sobre ela, foi
inevitável nos amar mais uma vez, essa mulher é irresistível e ultimamente
estamos os dois bastante sensível ao toque um do outro, essa gravidez explica
muita coisa.
Depois do nosso momento de amor fomos tomar um banho, foi um
pouco demorado pois a todo momento eu beijava e acariciava a barriga da
minha mulher, ela está linda, sorridente ainda mais carinhosa que antes, está
mais gostosa também.
Terminamos o nosso banho e nos vestimos para descermos, estou
faminto e Laura também pois ela está o dia inteiro sem se alimentar, e já
estou sabendo que ela vomitou durante a sua fuga, então descemos e eu peço
para nós servirem o jantar, já está um pouco tarde mas mesmo assim o jantar
foi servido como todos os dias, então começamos a comer e está tudo uma
delícia. Não sei se é o meu paladar ou a minha felicidade que é absurdamente
grande, mas, tudo nesse momento parece perfeito.
— Laura! Laura...! Eu estou bem papai, eu só preciso ver a Laura. —
Ouço a voz alterada de Giulia e Laura se levanta apressada correndo em
direção a sala.
— Giulia! Eu estou aqui! — Ela corre e eu corro atrás temendo que
ela possa acabar caindo.
— Amor não corra! Você pode cair querida. — Me apresso para ir
atrás dela mas quando entro na sala vejo as duas já abraçadas aos prantos.
— Me perdoa amiga...? Eu sinto muito por você ter passado por tudo
aquilo... Eu estou me sentindo tão culpada me perdoa...? Eu pensei que você
não fosse mais querer me ver depois disso. — Laura chora tão sentida e vejo
os meus pais e meu cunhado emocionados com o carinho que existe entre as
duas.
— Não se sinta culpada, Laura, a maior vítima nessa situação toda foi
você... Beatriz sabia que você jamais deixaria algo de mal acontecer comigo,
por isso ela se aproveitou para tentar te tirar das nossas vidas... Obrigada pelo
que você fez por mim amiga, mas me promete que nunca mais você vai
fugir...? Me promete que vai pedir ajuda? Que vai se esconder dentro do
armário mas não vai fugir, está bem...? Eu tive medo de não encontrarmos
você Laura. — Minha irmã pede bastante emocionada encarando Laura com
ternura.
— Eu prometo! Prometo nunca mais fugir... Eu não poderia mais
fazer isso depois do que descobrimos hoje. — Concorda Laura em um tom
mais empolgado e se aproxima de mim, abraçando a minha cintura.
— Como assim? O que vocês descobriram? Do que você está falando
querida? — Pergunta mamãe se aproximando mais nos encarando curiosa.
— Laura e eu tivemos uma breve discussão mas já fizemos as pazes,
mamãe... Eu surtei quando descobri que a minha mulher havia fugido
carregando um filho meu em seu ventre... Eu vou ser pai, mamãe! Laura está
grávida. — Conto com um sorriso largo no rosto vendo os meus pais me
encarar surpreso, mas com um gigantesco sorriso no rosto.
— Oh meu Deus...! Você está falando sério filho? Não brinquem
comigo por favor...? Eu vou ser avó? Vou ter um netinho? Oh meu Deus isso
é maravilhoso querida, isso é perfeito meus amores. — Dispara mamãe
empolgada praticamente arrancando Laura dos meus braços me fazendo
sorrir.
— Eu já sabia que a minha cunhadinha está grávida, eu vou ser titia
da criança mais linda desse mundo. — Vejo minha irmã empolgada também
agarrada a Laura, enquanto meu pai e meu cunhado vem me cumprimentar.
— Parabéns filho! Eu estou muito feliz e orgulhoso de vê você aos
poucos reconstruindo a sua família... Você merece recomeçar filho. — Meu
pai me abraça empolgado e eu o abraço de volta.
— Obrigado papai, como sempre o seu apoio é muito importante para
mim, eu não conseguiria passar por tudo isso sem vocês ao meu lado. —
Agradeço ainda abraçado a ele então Victor também se aproxima.
— Parabéns cunhado! Que esse bebê venha com muita saúde para
alegrar a sua vida, e a nossa também, afinal eu também vou ser titio. — Ele
me abraça forte fazendo um imenso sorriso se abrir em meu rosto com o seu
comentário.
— Eu vou ser pai... Cacete eu vou ser pai cara! — Abro ainda mais o
meu sorriso e encaro a minha mulher que tem em seu rosto o sorriso mais
lindo que já vi até agora.
Ela está tão linda, tão radiante que me sinto um cretino por ter dito a
ela que não teríamos filhos, ela só concordou comigo porque ainda estava
fragilizada com tudo que aconteceu a ela no passado, e sei que ela aceitaria
qualquer coisa que eu pedisse apenas por me amar tanto, não foi justo o que
eu fiz, mas eu pretendo compensá-la por isso fazendo-a muito feliz com o
nosso filho.
TRÊS SEMANAS DEPOIS...

— Com licença Sr. Sarkozy! Peço permissão para deixar a reunião...


Não estou me sentindo bem... Me desculpe. — Peço já me levantando da
mesa e saio sem esperar a sua resposta.
Me apresso para chegar no primeiro banheiro daquele andar e entro
no mesmo correndo, abro a primeira cabine a minha frente e me debruço na
privada colocando o meu almoço para fora, sinto mãos em meus cabelos mas
não me dou ao trabalho de ver quem é.
— Meu Deus amor! Eu falei para você ficar em casa... Você não está
bem, é a segunda vez que você vomita hoje. — Ouço sua voz preocupada
enquanto ele segura os meus cabelos com cuidado.
— O que você está fazendo aqui John...? Esse é o banheiro feminino
amor... E a reunião? — Questiono com a voz fraca sentindo a minha garganta
arranhar de tanto vomitar.
— Não interessa! Você é minha mulher e está passando mal... Eu não
gosto de te ver assim tão franca docinho, eu estou pensando seriamente em te
demitir, só assim você vai ficar em casa se cuidando. — John me pega no
colo me levando até a pia me pondo sentada na mesma.
— Eu vou ficar muito zangada se você fizer isso, John, ficar em casa
sem fazer nada é muito entediante, eu gosto de trabalhar, gosto de ficar perto
de você amor. — Contesto em um tom firme o encarando atenta. Faço um
carinho no seu rosto vendo-o respirar frustrado.
— Ainda vamos conversar melhor sobre isso, mocinha, ainda não está
decidido se você vai continuar trabalhando ou não... Só estou pensando na
sua segurança meu amor, Beatriz ainda não foi encontrada e com certeza ela
tentará se aproximar de você novamente. — Diz preocupado me entregando
uma toalha molhada para eu me limpar, no fundo eu o entendo mas também
não posso deixar de fazer o que eu gosto por causa daquela louca
desequilibrada.
— Eu prometo segui à risca o que você me disser, desde que você me
deixe trabalhar até o final da gravidez... O que me diz? — Acaricio o seu
rosto mordendo o lábio inferior mas ele me encara incrédulo.
— Nem pensar! Eu posso permitir que você trabalhe até os seis
meses, mas depois disso você estará proibida de colocar os pés nessa
empresa... Não quero você se esforçando amor, tenta me entender também?
Eu so estou pensando no seu bem estar, na sua segurança. — John me encara
preocupado e quando vou descer da pia ele se apressa para me pegar no colo,
me pondo no chão em seguida.
— Ok! Não vamos discutir por isso, volte para sua reunião que eu vou
voltar para sua sala... Ainda estou um pouco enjoada. — Me aproximo da pia
para lavar melhor a boca mas sinto ele segurar a minha cintura por trás, me
encoxando me deixando tensa.
— A minha reunião já acabou... Vamos para casa! Eu quero que você
descanse um pouco. — Informa me fazendo estremecer então me solto dele
quando uma funcionária entra no banheiro.
— Oh meu Deus, me desculpe Sr. Sarkozy, eu não esperava encontrá-
lo aqui no banheiro feminino. — Diz a recepcionista com os olhos presos em
John sem nem ao menos notar a minha presença.
— Minha mulher está passando mal e eu vim ajudá-la, mas já estamos
de saída, com licença. — John abraça a minha cintura me guiando para fora
do banheiro.
Passo pela recepcionista encarando-a com um meio sorriso por John
não ter dado confiança a ela, mas por dentro estou uma fera louca para voar
naquele pescoço longo que ela tem. Assim que saímos do banheiro eu me
solto de John me apressando para chegar na sua sala, mas sinto sua mão no
meu braço me puxando de volta para o seu corpo.
— Eu sei o que está acontecendo e já vou dizendo que não há motivos
para isso... Não tem que sentir ciúmes de mim com ninguém amor, muito
menos com a recepcionista. — John abraça o meu corpo me impedindo de
me soltar dele.
— Não é a primeira vez que essa mulher te olha daquele jeito! Eu não
gosto disso John... Isso é falta de respeito comigo, eu sou sua mulher! —
Retruco emburrada me soltando dele, mas o mesmo me puxa de volta me
roubando um beijo urgente.
Cedi ao seu beijo nos primeiros minutos, mas o interrompo me
afastando brevemente olhando para os lados, não quero que ninguém nos
vejas nessa situação.
— John...! Nós já conversamos sobre isso, você não pode ficar me
agarrando assim pelos corredores da empresa! — O repreendo ofegante pelo
beijo e me viro indo para sua sala, mas ele vem logo atrás encarando a minha
bunda.
— Você está a cada dia mais gostosa, docinho, é impossível resistir...
Vou demitir a recepcionista se isso te fará feliz, não quero você insegura
pensando o que não deve. — Comenta me fazendo parar, me virando para
encará-lo incrédula.
— Não precisa demiti-la por isso, John, acho que uma conversa
amigável pode resolver, você não acha? — O encaro atenta enquanto ele se
aproxima mais, me puxando para os seus braços me guiando para sua sala.
— Meu amor, com esse tipo de mulher uma simples conversa não
resolve, então terei que ser rude com ela porque só assim as pessoas me
respeitam... Vou falar com ela ainda hoje, não se preocupe. — Diz
calmamente enquanto entramos na sua sala e fecha a porta com os seus olhos
atentos em mim.
Não digo nada, apenas respiro fundo e vou para minha mesa, John
tenta me convencer a irmos embora mas consigo contornar a situação, vamos
ficar até o final do expediente então voltamos ao trabalho. O telefone na
minha mesa toca e eu atendo.
— Sarkozy corretora boa tarde! Em que posso ajudar? — Atendo no
meu tom profissional vendo o meu chefe me encarar com aquele sorriso de
lado.
— Boa tarde Laura, aqui é o Felipe, tudo bem? — Me Cumprimenta
aquela voz conhecida que tenho ouvido bastante ultimamente.
— Olá Sr. Felipe, tudo bem sim, em que posso ajuda? Quer falar com
John, certo? — Pergunto apreensiva pois para ele estar ligando na empresa, é
porque ele tem novidades sobre a Beatriz.
— Sim Laura, eu preciso falar com John e é urgente, mas não estou
conseguindo ligar no celular dele... E por favor, sem essa de senhor, está
bem? Já conversamos sobre isso. — Diz em um tom sério mas seu tom de
voz muda para um pouco mais descontraído.
— Certo Felipe, provavelmente o celular dele está desligado pois ele
estava em reunião, mas vou passar a sua ligação agora mesmo... Tenha uma
boa tarde, Felipe. — Explico já me despedindo então transfiro a ligação, mas
o meu chefe não tem uma expressão muito amigável para o meu lado. O que
foi que eu fiz agora? — Ligação do agente Felipe na linda um, Sr. Sarkozy!
— O encaro atenta mas ele me lança um olhar de reprovação. Eu desisto de
tentar entender esse homem!
Ele atende a chamada e pela sua expressão a coisa é séria, ele passa
pelo menos cinco minutos na linda conversando com Felipe, mas logo
encerra a ligação se levantando já arrumando as suas coisas.
— Precisamos ir! Vou te deixar em casa e vou a delegacia... Acharam
a Beatriz e ela já está detida, eu quero ter uma conversa séria com ela. —
Revela terminando de arrumar as suas coisas e eu faço o mesmo, assim que
termino vou na sua direção mas ele ainda está emburrado.
— Porque ficou tão sério comigo? Eu fiz algo que não te agradou? —
Pergunto apreensiva e ele se aproxima mais, me encarando nos olhos.
— Porque está chamando o Felipe pelo nome, e não de senhor? Ele
pede para chamá-lo assim e você obedece, eu te fiz o mesmo pedido e você
teima comigo, porque Laura...? Está tentando me tirar do sério, é isso? —
Pergunta em um tom zangado me encarando severamente me fazendo respirar
fundo.
— Então é isso? Você está com ciúmes do Felipe...? Meu Deus John,
as situações são diferentes, você é o meu chefe... Você bem que gosta que eu
te chame assim quando estamos fazendo amor na sua mesa, não vejo você
reclamar em uma ocasião dessas. — Contesto com um pequeno sorriso
abraçando o seu pescoço, mas ele continua sério.
— Quando estamos fazendo amor é excitante ouvir você gemendo e
me chamando de chefe, mas fora isso eu prefiro que me chame de amor...
Você é minha mulher docinho, eu amo ouvir você me chamar de amor, amo
ainda mais quando você geme o meu nome, isso me deixa louco, você não
tem noção minha gostosa. — Diz com a voz rouca me puxando pela cintura
me deixando de pernas bambas.
— Nós não estávamos de saída...? Eu também quero ir a delegacia,
quero ficar cara a cara com a Beatriz e não adianta você dizer que não...! Eu
tenho o direito de falar com ela depois de tudo que ela me fez passar... Eu
quase perdi você amor, se você não me encontrasse, hoje eu estaria sabe lá
onde preocupada em criar o meu filho sem o pai... Eu quero olhar nos olhos
dela e dizer algumas verdades. — Me solto dele séria e o mesmo respira
fundo esfregando as mãos nos cabelos.
— Está bem, você pode ir comigo mas nesse caso a minha irmã
também vai... Ela tem o direito de cobrar da Beatriz o que fizeram com ela
também... Vamos! Eu ligo para ela no caminho. — Diz no seu tom firme
enquanto pega a minha mão me guiando para fora da sua sala.
Seguimos para o elevador mas quando passamos pela recepcionista,
novamente ela abre o sorriso encarando o meu chefe namorado, paro e olho
bem na cara dela mas ela parece não me enxergar. Me aproximo da sua mesa
fazendo finalmente a ruiva me encarar.
— A sua demissão já está prontinha só aguardando a assinatura do
nosso chefe... A menos que você não queria perder o seu emprego, eu sugiro
que você vá procurar um homem solteiro para se oferecer! O Sr. Sarkozy já é
comprometido... Comigo! — Aviso em um tom firme e abro o meu melhor
sorriso vendo a vaca me encarar com os olhos arregalados.
Me viro indo na direção de John que tem aquele sorriso de lado, ele
encara sério a recepcionista que parece ter visto um fantasma.
— O recado está dado, Srta. Pamela, sou um homem comprometido e
espero respeito dos funcionários dessa empresa com a minha namorada, ela
não é uma funcionária qualquer como muitos aqui, espero que não se esqueça
disso... Vamos amor! — John abraça a minha cintura com posse me puxando
para o seu corpo, ele me guia para o elevador sem esperar a recepcionista
dizer nada.
Olho para trás vendo os seus olhos ainda mais arregalados que antes,
todos aqui sabem que sou namorada do vice presidente, mas essas vacas
oferecidas parecem se esquecerem desse detalhe de propósito, mas elas não
vão me tirar o que é meu, não depois de tudo que eu passei para ficar com
ele.
Entramos no elevador e descemos até a garagem, John liga para
Giulia dizendo o que está acontecendo e que queria que ela fosse conosco até
a delegacia, mas como Victor está com ela nesse momento, ele mesmo a
levará até lá e assim como eu, Giulia ficou ansiosa para ficar cara a cara com
aquela desgraçada da Beatriz, depois de tudo que aquela cobra nos fez o
mínimo que ela merece é apodrecer na cadeia.
Entramos no carro e seguimos para delegacia, não levamos muito
tempo para chegar pois estamos no centro e a delegacia não é longe da
empresa. Assim que chegamos Felipe avisa que Beatriz está sendo levada
para uma sala reservada como John havia pedido por telefone, não entendi o
porquê disso mas fiquei quieta na minha.
Poucos minutos depois Giulia também chega acompanhada do seu
noivo, Felipe nos leva direto para sala onde Beatriz está e entramos
encarando-a surpresa, pois mesmo estando presa a desgraçada não parece
arrependida já que está com aquele seu sorriso cínico no rosto.
— Ora vejam quem veio me visitar... A mosquinha morta e a
patricinha mimada! — Diz Beatriz nos encara com desdém ainda sustentando
aquele seu sorriso diabólico.
O policial a coloca sentada em uma cadeira e prende a sua algema em
uma base de ferro.
— Eu quero ver você continuar sorrindo depois que sairmos dessa
sala, Beatriz... Você se acha esperta demais, trabalhou por anos na minha
casa mas parece que não me conheceu o suficiente, não é...? Você achou
mesmo que atingiria a minha família e sairia impune dessa? — Diz John em
um tom firme se aproximando dela de braços cruzados.
— Eu sei que você jamais machucaria uma mulher, então eu não
tenho com o que me preocupar. — A cretina ergue uma sobrancelha mas
John dá um meio sorriso também erguendo uma sobrancelha.
— Em uma coisa você está certa, Beatriz... Eu jamais machucaria
uma mulher, mas isso não significa que você não tenha que se preocupar. —
Ele a encara fixamente mas se afasta vindo na nossa direção. — Felipe!
Amordaça ela, saia da sala e fecha a porta... As meninas só precisam de cinco
minutos para conversarem com ela, acho que elas merecem um pouquinho de
privacidade e Beatriz não vai precisar dizer nada, ela só vai ouvir. — John me
pega de surpresa com as suas palavras mas minha cunhada tem um largo
sorriso no rosto.
— Porra John...! Caralho meu irmão... Eu vou beber um copo d'água e
não me demoro, estou com a garganta seca e preciso de cinco minutos...
Sejam rápidos! — Felipe o encara apreensivo então tira um lenço do bolso o
entregando para Victor, ele sai da sala e Victor vai até Beatriz.
— Vocês não podem fazer isso comigo! Maus tratos é crime e eu vou
denunciar voc... — Esbraveja com os olhos arregalados mas Victor a
interrompe enfiando o lenço na sua boca.
— Mas é claro que maus tratos é crime, e é exatamente por isso que
você está aqui, presa! — Victor tira a sua gravata amordaçado a sua boca
fazendo-a nós encarar com os olhos arregalados.
— Vai Giulia! Diz a essa vagabunda tudo que você tem a dizer, dá a
ela o que deram a você maninha... Vai se preparando Laura! Você é a
próxima meu amor, e não tenha pena dela porque essa vadia não tem pena de
ninguém. — Diz John me deixando perplexa com as suas palavras, mas ele
tem toda razão.
— Eu não tenho nada a dizer a essa vaca maldita! Mas eu tenho muito
a dar a ela. — Diz Giulia já se aproximando de Beatriz e lhe acerta o primeiro
tapa de mão aberta, mas o segundo foi de mão fechada. Um belo soco de
direita que me deixa surpresa e ansiosa para fazer o mesmo. — Foi isso que
me deram a pedido seu, Beatriz, então receba de volta a mesma gentileza sua
vadia desgraçada! — Esbraveja Giulia entre dentes e lhe dá uma sessão de
tapas no rosto puxões de cabelos e socos na barriga.
Beatriz tenta gritar mas não consegue por estar amordaçada, ela tenta
revidar mas suas mãos estão presas pelas algemas e Giulia continua batendo
nela.
— Já chega amor! Você já se divertiu bastante... O nosso tempo está
acabando então é a vez da Laura. — Victor segura Giulia pela cintura
tirando-a de perto de Beatriz que já tem um olho roxo e o rosto vermelho,
então John aperta a minha cintura me incentivando a ir em frente.
— Vai docinho! É a sua vez... Dê a ela o que ela merece meu amor.
— Ele me guia para perto de Beatriz e eu encaro os seus olhos ainda
arregalados.
— Ela não me agrediu fisicamente, mas moralmente e
psicologicamente ela me destruiu... Eu espero que um dia Deus te perdoe
Beatriz, porque eu nunca serei capaz de fazer isso... Espero que você faça
novas amizades na cadeia, porque a solidão é horrível e faz você querer
deixar de viver. — Fixo os meus olhos nos seus e me aproximo mais dela
com os braços cruzados. — Eu nunca tratei você mal, nunca pensei que você
fosse uma pessoa tão perversa! Eu nunca bati em ninguém que realmente não
merecesse, e hoje não será diferente. — Descruzo os braços já lhe acertando
uma bofetada com toda a minha força. — Isso foi por você mentir tentando
me colocar contra o John...! Isso foi pelo que você fez a minha amiga, minha
cunhada...! E isso foi por me obrigar a deixar o homem que eu amo...! Você
nunca amou ninguém e nunca será amada sua vaca ordinária! — Esbravejo
furiosa acertando os dois lados do seu rosto por diversas vezes deixando a
minha fúria falar por mim.
— Isso Laura! Acaba com essa maldita! Destrói essa vagabunda! —
Ouço ao longe a voz de Giulia me incentivando.
Estou tão nervosa que nem sinto as minhas lágrimas descerem, o meu
ódio é tanto que nem sinto John me abraçar me puxando para longe dessa
cobra peçonhenta.
— Ok meu amor já chega! Eu queria muito deixar vocês se divertirem
um pouco mais, mas infelizmente eu não posso... — Diz ele ainda abraçado a
mim mas é interrompido.
— Bom, Eu já bebi a minha águ... Caramba! O que vocês fizeram
com ela? John o que você fez cara...? Você bateu na vadia? — Felipe o
encara chocado com os olhos levemente arregalados, enquanto John sustenta
um sorriso de satisfação.
— Você está louco Felipe! Não fui eu que fiz isso... Minha mulher e
minha irmã são mais fortes do que eu imaginava. — John conta em um tom
orgulhoso enquanto Felipe tira a mordaça da Beatriz que nos encara perplexa.
— Eu vou denunciar vocês...! Vocês vão me pagar por isso seus
malditos! — Esbraveja furiosa mas Felipe gargalha na cara dela.
— Você tem como provar alguma coisa benzinho...? Na cadeia
acontece muitas brigas entre os detentos, sabia? Você não vai usar uma
briguinha boba para prejudicar ninguém querida. — Felipe a encara com um
sorriso de lado, um sorriso discreto mas diabólico. — Oficial Marcos! Leve a
detenta de volta para sua cela, ela será transferida para o presídio feminino
ainda hoje. — Ordena em um tom firme deixando Beatriz apavorada e com
os olhos arregalados.
— Isso não vai ficar assim! Vocês vão me pagar por isso seus
malditos...! Vocês vão me pagar! — Esbraveja enquanto o oficial Marcos
solta a sua algema da mesa e ela e retirada da sala em meios os seus gritos
estéricos.
Encaro Giulia e ela se apressa para me abraçar, um abraço tão
apertado e carinhoso que rapidamente eu atribuo.
— Você mandou bem Laura... Eu estou muito orgulhosa de você
minha amiga. — Comenta abraçada a mim mas logo nos separamos.
Corro para os braços do meu namorado e o aperto forte me sentindo
aliviada por esse pesadelo finalmente ter chegado ao fim, me afasto
brevemente dele e o beijo com paixão, com saudade como se eu não sentisse
o seu sabor a anos.
— Vamos para casa amor... Eu estou tão feliz que quero fazer amor
com você. — Sussurro entre os beijos e ele sorrir satisfeito. — Quero sentir
você na minha boca, como senti ontem à noite. — Sussurro ainda na sua boca
enquanto acaricio a sua nuca, sinto a sua mão aperta a minha cintura me
deixando tensa.
— Cacete Laura...! Você está me deixando duro docinho... Porra
vamos sair logo daqui! Eu preciso sentir você... Felipe? Conversaremos
melhor depois cara, eu preciso levar a minha mulher para casa, ela tem que
descansar um pouco porque já se agitou o suficiente por hoje. — Ele me
arrasta em direção a porta mas paro ao me lembrar que não estávamos
sozinhos, me viro para encarar Giulia e ela está se segurando para não rir.
—É melhor vocês irem logo, nós também já estamos de saída, não é
amor? — Minha cunhada abre um largo sorriso abraçando o seu noivo o e
beija em seguida.
— Ok! Eu só iria dizer que nós veremos mais tarde no jantar na sua
casa... Te vejo logo cunhada. — Sorrio mesmo sentindo o meu rosto
esquentar pela vergonha.
Saímos da delegacia e fomos para o seu carro, estou ansiosa para estar
a sós com o meu namorado, essa situação toda me deixou evitada e ansiosa
para senti-lo dentro de mim, para que ele me faça sua mais uma vez hoje,
ultimamente estamos os dois muito sensíveis, estamos a cada dia mais
tarados um pelo outro e para mim isso é perfeito
Estou um pouco menos tímida que antes e estou aceitando melhor as
suas maneiras de me dar prazer, e eu também estou aprendendo muitas
maneiras novas de dar prazer a ele sem me sentir tão envergonhada, ou seja, a
nossa vida de casal está maravilhosa e acho que depois da prisão de Beatriz,
tudo ficará perfeito.
Ver a Beatriz receber o que merece foi demais, mas eu ainda não
estou satisfeito, o que ela fez com Giulia e Laura foi muito pior e mais grave
do que o que elas fizeram com ela, Beatriz merece sofrer um pouco mais e sei
que ela terá o que realmente merece na cadeia.
Laura parece estar de alma limpa depois da surra que deu em Beatriz,
do nada ela me atacou com um beijo tão urgente e desesperado, mas um beijo
doce o suficiente para me deixar rendido a ela, mas quando ela sussurrou que
queria me sentir na sua boca o meu pau latejou na mesma hora, porra essa
mulher sabe como me enlouquecer.
Saímos da delegacia e entramos no meu carro, dou a partida saindo
dali e o nosso trajeto foi meio tenso com Laura me provocando tanto,
ultimamente ela está tão fogosa que me deixa surpreso com os seus assédios,
ela era tão tímida, mas a cada dia que passa ela está se soltando mais comigo
e também com a minha família, parece uma outra mulher.
— Amor! Vai mais rápido...! Eu estou ansiosa para sentir você...
Estou pegando fogo por dentro. — Laura aperta a minha coxa e sobe mais a
mão passando-a sobre o meu pau, me fazendo gemer.
— Ohhh... O que deu em você hoje docinho? Você está tão
provocante... Tão safada e isso me excita tanto... Porra eu não vou aguentar
esperar chegar em casa, eu quero você aqui, agora! — Aperto o volante
tentando me controlar, mas ela abre o meu cinto e minha calça me deixando
surpreso com a sua atitude.
— Se quiser parar o carro, a hora é essa amor... Quero sentir você na
minha boca agora. — Laura adentra a sua mão na minha cueca segurando o
meu pau com força, me fazendo sentir a sua mãozinha delicada me acariciar.
— Eu não quero causar um acidente amor, então para o carro agora! — Ela
me encara com os olhos dilatados de desejo então se abaixa engolindo o meu
pau de uma só vez.
— Cacete...! Ohh Deus, porra Laura... Ahhh isso... Caralho isso
amor... Ohh merda! — Esbravejo apertando o volante com força enquanto
entro no estacionamento de um supermercado parando na primeira vaga que
vejo.
Laura me chupa com tanta vontade que posso gozar na sua boquinha a
qualquer momento, sua boca é úmida e quente, ela me suga com força como
se estivesse chupando uma chupeta, essa sensação é alucinante e me leva para
uma viagem louca como um viciado usando cocaína.
— Puta merda! Ohhh... Porra eu vou gozar docinho... Ohhh céus eu
vou gozar nessa boquinha perfeita... — Seguro os seus cabelos dando
pequenos impulsos entrando ainda mais na sua boca.
Ela se engasga mas não solta o meu pau, ao invés de me tirar da sua
boca ela me chupa ainda com mais vontade me fazendo estremecer.
— Chega Laura...! Para amor eu não vou aguentar... Ohhh cacete eu
não vou aguentar... Laura... Laura eu vou gozar meu amor... Merda! Ohhh...
— Gemi ofegante sentindo o meu orgasmo a beira de explodir mas ela não
para, não consigo mais me segurar e gozo na sua boca derramando o meu
líquido no fundo da sua garganta.
Ela engole tudo até não sobrar nada e isso me surpreende, eu sempre
tiro para não gozar nela e agora ela me faz gozar na sua boca, e ainda engole
tudo?
Ela se ergue puxando a sua saia para cima e sobe no meu colo, puxo a
sua calcinha para o lado e me encaixo na sua entrada sentindo ela sentar em
mim lentamente, me escorregando para dentro dela.
— Ohhh... John... Meu John, meu amor... Ahhh isso é maravilhoso,
você é maravilhosa amor... — Geme de olhos fechados cavalgando em mim,
me deixando satisfeito com a sua iniciativa e seus gemidos.
— Onde aprendeu a fazer isso...? Me fez gozar na sua boca e engoliu
depois... Ohhh isso foi demais amor... Minha gostosa... Ahhh docinho... —
Sussurro percorrendo as minhas mãos pelo seu corpo e abro o zíper nas
costas do vestido, abaixando-o para deixar os seus lindos e fartos seios a
mostra.
— Além de cunhada eu sou amiga da sua irma... Hummm... Ahhh a
gente conversa e pesquisa sobre coisas na internet... Ohhh John... Oh meu
Deus... — Laura rebola no meu colo enquanto eu chupo com cuidado um dos
seus seios e acaricio o outro gentilmente.
Poucos segundos depois sinto o seu corpo estremecer e a sua
intimidade me apertar me deixando a beira de um novo orgasmo, seguro
firme a sua bunda sem tirar o seu seio da boca e ajudo-a em seus
movimentos, fazendo ela descer mais rápido e mais forte no meu pau.
— Porra isso é maravilhoso... Delícia... Minha gostosa safadinha...
Ohhh eu vou gozar meu amor... Vamos gozar juntos Laura...! Goza meu
amor! — Urrei enchendo a mão com os seus cabelos e seguro-a pela nuca
devorando os seus lábios doce e macio.
— Eu faço o que você quiser amor... Ohhh meu Deus eu faço tudo por
você John... Tudo... Ohhh gostoso... Gostoso... Ahhh... — Geme na minha
boca e ela goza no meu pau me apertando me fazendo gozar também.
— Puta merda...! Ohhh céus isso é perfeito... Perfeito meu amor...
Ohhh... — Gemi derramando com força todo o meu líquido dentro dela e
sinto o seu corpo inteiro se contrair enquanto ela goza. — Se é verdade que
faz tudo por mim... Então casa comigo docinho...? Eu quero você pela
eternidade, então casa comigo...? Ohhh eu te amo morena... Amo você
demais Laura... — Sussurro baixinho beijando e chupando o seu
pescoço. Estou surpreso comigo mesmo, ainda não estou acreditando que a
pedi em casamento!
Ela me encara surpresa e com os olhos levemente arregalados, ainda
ofegante mas não diz nada, ainda com a sua intimidade latejando no meu pau,
ela abre a boca algumas vezes para dizer algo mas nada sai pelos seus lábios,
então beijo-a com paixão, beijo-a com amor.
— Acho que eu não ouvi bem o que você disse...? Pode repetir amor?
— Pede ainda sem acreditar no que ouviu e eu sorrio a encarando atento.
— Eu pedi você em casamento, docinho... Quero que você seja minha
esposa, quero você pelo resto da minha vida porque você é tudo que eu
preciso... Você é tudo que eu quero então casa comigo? — Acaricio o seu
rosto vendo um lindo sorriso se formar em seus lábios, me deixando sem
fôlego.
— Está falando sério John...? Você quer mesmo se casar comigo meu
amor? Me quer como sua esposa? — Pergunta ofegante com aquele sorriso
largo no rosto e eu a beijo com urgência, mostrando a ela o quanto estou
falando sério. — Sim...! Sim amor, eu quero me casar com você, quero ser
sua esposa e ser ainda mais feliz ao seu lado... Meu Deus eu te amo... Te amo
John... — Sussurra entre os beijos fazendo o meu coração disparar.
Beijo-a com mais intensidade ainda não acreditando que estou
vivendo novamente essa emoção, cacete eu a pedi em casamento e ela
aceitou, vou me casar e construir uma nova família, estou recuperando tudo
que um dia eu perdi, estou sendo feliz novamente como jamais imaginei que
poderia ser. Eu amo essa mulher e é ela quem está dando um novo sentido a
minha vida, é ela que eu quero pela eternidade então eu vou ter.
Nosso beijo é longo e intenso, e mesmo com a falta de ar não sinto
vontade de deixar os seus lábios perfeitos, mas então ela quebra o beijo para
me encarar com o sorriso mais lindo que já vi até hoje, seu olhar tem um
brilho especial que me encanta ainda mais por ela.
— Eu sou sua... Única, exclusiva e completamente sua meu amor...
Assim como você é somente meu! — Laura acaricia o meu rosto com carinho
e ternura, então abaixo mais o seu vestido deixando a sua barriga a mostra.
— Eu sou de vocês... Único, exclusivo e completamente de vocês...
Assim como vocês são somente meus pela eternidade meu amor, obrigado
por esse filho, Laura, você entrou na minha vida para me resgatar de volta do
inferno... Você é o anjo da minha vida meu amor. — Me sinto emocionado
de um jeito libertador, me sinto tranquilo, completo e realizado como não sou
a anos. — Eu preciso te pedir perdão docinho... Na boate eu fiz com você a
única coisa que você não merecia, e até hoje eu fui um covarde por não me
desculpar... A maneira como eu te tratei, o tapa que eu te dei além de quase te
obrigar a transar comigo... Você não merecia aquilo e depois de saber de tudo
que você sofreu, eu me senti muito mal pelo que fiz, e mesmo assim não fui
capaz de me desculpar... Por isso eu preciso que você me perdoe? Que
apague da sua memória aquele John que você conheceu, porque agora eu sou
o mesmo de anos atrás, agora eu sou o John que você merece ter, minha
vida... Eu sou o homem que só você foi capaz de trazer de volta, você foi a
única mulher a merecer o meu amor depois de tudo que sofri, e você será a
única a ter esse John completamente entregue e rendido a você. — Toco a sua
barriga sentindo o meu coração bater na boca, por finalmente reconhecer o
erro que cometi com ela.
— Meu Deus John... Não me faz chorar amor? — Ela deixa uma
lágrima cair mesmo com aquele sorriso lindo no rosto, então me beija com
calma. — Eu não tenho que te perdoar, John, aquilo já está no passado e eu
nem me lembrava mais... Eu sofri coisas piores nas mãos de César e Logan, e
foi você quem fez justiça por mim... Meu amor eu tenho muito a te agradecer,
e pretendo fazer isso fazendo você feliz... De uma maneira ou de outra, você
me salvou John, eu devo muito a você minha vida, então não me peça perdão,
me peça para ser sua mulher e eu serei... Me peça para ser a sua felicidade, o
seu porto seguro e eu serei... Me peça tudo que você quiser, só não me peça
para deixar de te ama, não peça para me afastar porque isso eu nunca farei...
Vamos ter um filho, John Sarkozy! Vamos nos casar e formar a nossa família
e isso para mim é um milagre divino, pois jamais imaginei conhece essa
felicidade que você me apresentou, eu jamais imaginei que um dia me livraria
de todo o pesadelo que era a minha vida, e olha onde eu estou...? Nos braços
do homem que eu amo, e que me ama igualmente... Eu devo a minha vida a
você, amor, você e o nosso bebê são a minha vida. — Diz já em lágrimas me
surpreendendo com sua declaração.
— Meu Deus Laura... Eu te amo... Te amo minha vida. — Declaro
antes de tomar os seus lábios em um beijo calmo mas intenso o suficiente
para nós deixar sem fôlego.
Depois do nosso beijo intenso ela finalmente sai do meu colo se
arrumando novamente, mas sem tirar aquele seu sorriso encantador desses
lábios saborosos. Arrumo também a minha calça e dou a partida no carro nos
tirando dali.
Estou sorrindo feito um bobo tamanha é a minha felicidade, durante o
nosso trajeto ela agarra o meu braço deitando a sua cabeça em meu ombro,
então reduzo a velocidade do carro, quero que esse momento dure um pouco
mais e faço questão de pegar o caminho mais longo até chegarmos em casa.
Assim que paramos na entrada da casa eu saio do mesmo indo abrir a
porta para ela, mas quando ela sai eu pego-a no colo tirando-a no ar, fazendo
ela gargalhar abraçando o meu pescoço, uma gargalhada tão gostosa que giro
ela mais uma vez apenas para ela sorrir um pouco mais.
Entro com ela em casa e vejo Sandra ao telefone falando com alguém.
Antes Sandra era apenas a nossa cozinheira, mas depois de encontra Laura na
piscina e grita intercedendo por ela, eu fiz questão de colocá-la como a nova
governará da casa, eu vou sentir falta da sua comida pois ela cozinha
divinamente bem, mas ela também conseguiu encontrar alguém a sua altura
para substituí-la.
Sandra me chama dizendo que meu pai está no telefone querendo
falar comigo, dou um beijo em Laura antes de colocá-la no chão e atendo o
telefone, enquanto a minha mulher vai em direção a cozinha, não tem como
tirar os olhos da sua bundinha, eu estou enfeitiçado por essa morena linda.
— Oi papai! Está tudo bem por aí? — Pergunto em um tom
empolgado e descontraído, me sentindo leve depois de sentir a minha mulher.
— Parece que tem alguém contente, eu liguei para saber se está tudo
bem mas já vi que sim... Eu fiquei sabendo que a Beatriz foi presa e que você,
sua irmã e Laura estiveram falando com ela, como as meninas estão? Elas
estão bem? Como foi a reação delas com Beatriz? — Pergunta curioso e eu
sorrio ao me lembrar das meninas se divertindo com Beatriz.
— Relaxa papai, elas estão ótimas, eu diria até que estão de alma
lavada... A reação delas com Beatriz não poderia ter sido melhor, mas
depois eu te conto com mais calma porque agora eu preciso da sua ajuda
com outro assunto. — Conto ainda sorrindo mas sinto o meu coração
acelerado ao me lembrar que pedi Laura em casamento, enquanto fazíamos
amor no carro. Essa mulher é perfeita, ela tem tudo na medida certa! Desde a
timidez até a ousadia.
— Que outro assunto seria esse, John? Está com algum problema
filho? — Questiona agora em um tom preocupado.
— Sim papai, eu estou com um problema sério e não sei como
resolver sozinho... Eu pedi Laura em casamento mas ainda não tenho um
anel para dar a ela, você pode me ajudar com isso? Giulia também pode ter
boas ideia para um jantar, o que me diz? — Desabafo apreensivo e ouço do
outro lado da linda a sua respiração pesar.
— Meu Deus filho... Você está falando sério? Você vai se casar
John...? Pediu mesmo a Laura em casamento? — Pergunta eufórico mas
também surpreso.
— Sim papai! Eu a pedi em casamento e senti aquela mesma emoção
de antes... Eu estou pronto, Sr. Sarkozy! Estou totalmente de volta e pronto
para seguir a minha vida adiante com a mulher que eu amo. Eu estou tão
feliz papai, você não tem noção, cara. — Afirmo eufórico assim como ele, a
minha felicidade e tão grande que eu quase posso tocá-la.
Na verdade eu posso sim tocá-la, mas ela está na cozinha nesse
momento e deve estar ocupada comendo algo, sorrio feito um bobo!
— Caramba filho, como é bom ouvir isso cara... Meu Deus eu estou
muito feliz por você, John, seja muito bem vindo de volta a sua felicidade,
porque você merece! Já estava mais do que na hora de você voltar para nós,
filho... Meu Deus você vai se casar! Eu posso te ajudar com o anel e sua
irmã pode ajudar a preparar algo que Laura goste, caramba eu ainda não
estou acreditando que você vai se casar de novo, os meus dois filhos vão se
casar. — Comenta empolgado ainda eufórico com a novidade do casamento.
Até eu ainda estou surpreso.
— É isso mesmo papai! Eu finalmente consegui superar toda aquela
dor que me consumia, eu consegui aceitar que aquela fatalidade não foi
minha culpa e que eu mereço ser feliz de novo, eu mereço recomeçar uma
nova família e é isso que estou fazendo... Laura e o meu filho são a minha
vida papai, eles são tudo para mim e eles merecem o meu melhor, e o meu
melhor não era o que eu me tornei, o meu melhor é o que eu sempre fui antes
de tudo acontecer. — Afirmo convicto das minhas palavra sentindo um alívio
se instalar no meu coração, eu nunca imaginei que admitir tal coisa me faria
tão bem.
— É assim que se fala meu filho! A sua mulher e o seu filho merecem
o seu melhor, faça a sua família feliz e você também será... Bom, eu não vou
te incomodar mais filho, nos vemos no jantar então conversaremos melhor,
está bem? Parabéns pelo casamento, John! Eu estou muito orgulhoso de
você cara... Nos falamos depois. — Concorda naquele seu tom de felicidade
e ouvir dele que está orgulhoso de mim, era tudo que eu precisava ouvir.
— Está bem papai, nos vemos mais tarde... E obrigado por nunca
desistir de mim, por me apoiar até mesmo nos meus erros... Eu te amo papai!
Amo a nossa família cara... Eu vou desligar porque estou parecendo um
frouxo chorando no telefone... Até mais tarde Sr. Sarkozy! — Me emociono
ainda mais pois a tempos não demonstro o meu amor pela minha família, e
sei que ainda estou em falta com todos eles.
— Você nunca foi, e nunca será um frouxo por demonstrar os seus
sentimentos filho, isso apenas nos torna mais fortes, não se esqueça disso...
Nos vemos mais tarde! A sua mãe vai ficar louca quando souber da
novidade... Até mais filho. — Ele se despede antes de encerrarmos a ligação.
— Sr. Sarkozy...! Venha logo por favor? A Srta. Laura está passando.
— Martha entra na sala apressada e eu me desespero ao ouvir tal coisa.
Corro em direção a cozinha com medo de que tenha acontecido algo
sério com a minha mulher, eu não quero perder o meu filho então me apresso
para chegar até lá, mas ela não está, ouço vozes vindo do banheiro e corro até
lá encontrando Laura debruçada na privada, e as empresas ajudando-a,
respiro um pouco aliviado mas ainda sim estou preocupado, ela deve ter
enjoado com alguma coisa por isso passou mal.
— Amor você está bem...? O que aconteceu minha vida? — Me
abaixo ao seu lado e as empregadas se afastam me dando espaço.
— Eu estou bem sim... Eu enjoei com o iogurte que eu tomei... Não
foi nada demais não se preocupe. — Explica com a voz fraca se sentando no
chão deitando a cabeça em meu peito, eu odeio quando isso acontece, não
gosto de vê-la tão fraquinha.
— Me perdoe patrão? A menina tomou o iogurte vencido sem
perceber, nós já íamos... — Se desculpa a nova cozinheira apreensiva mas a
interrompo me levantando erguendo Laura junto.
— Você é responsável pela minha cozinha! Então você pode me
explicar o porquê tem produtos vencidos na geladeira? A minha mulher está
grávida! É um absurdo ela ter comer produtos vencidos pela falta de atenção
de vocês...! Eu sinto muito mas você está demitida! Eu não quero... —
Esbravejo em um tom firme e alterado a encarando severamente, mas Laura
me interrompe se colocando na minha frente.
— Não faz isso John! Ela não teve culpa meu amor, eu peguei o
iogurte sem elas verem mas ele estava separado para ser descartado... Ela não
teve culpa então não a demita por minha culpa? O erro foi meu amor e não
dela. — Explica com um olhar apreensivo assim como as empregadas,
respiro fundo tentando me manter firme na minha decisão, mas não consigo,
Laura me encara daquele jeitinho que me desarma.
— Porque você sempre faz isso Laura...? Você não tem jeito sabia?
— Puxo ela para os meus braços e ela sorrir me abraçando forte. — Está
bem, não vou demitir ninguém mas eu espero que isso não se repita! Fiquem
mais atentas a dispensa e a geladeira, quero produtos dentro da validade,
produtos frescos, as coisas que Laura gosta de comer ou beber não compre
demais para não estragar ou passar da validade, se precisar comprar todos os
dias, comprem todos os dias mas não quero a minha mulher consumindo
alimentos vencidos, ou da próxima vez nem ela vai conseguir interceder por
vocês, ouviram...? Obrigado por me chamarem mas agora já podem voltar ao
trabalho, eu cuido da minha mulher agora. — Aviso no meu tom firme mas
mesmo assim as vejo respirar aliviadas, encaro a minha mulher e ela tem
aquele sorriso lindo me admirando.
As empregadas saem nos deixando ali no banheiro sozinhos, acaricio
o rosto da minha morena mas quando me aproximo para beijá-la, ela se
afasta.
— Depois amor, agora não... Eu acabei de vomitar e estou com a boca
suja. — Me alerta sorrindo enquanto vai até a pia lavar a boca.
Não digo nada, sorrio admirando-a escovar os dentes com o dedo
porque a sua escova está no banheiro do quarto, ela termina de lavar a boca e
vem até a mim sorrindo e me puxa para um abraço tão carinho que me fez
suspirar apaixonado.
— Eu estou com desejo amor... Quero ir para o nosso quarto, mas
quero ir no colo... Você me leva? — Pede com a voz manhosa me me dando
aquele sorriso travesso, me fazendo sorrir também.
— O seu desejo é uma ordem, Srta. Westhause... Em breve será a
senhora dessa casa, a Sra. Sarkozy! — Aperto sutilmente a sua cintura e
beijo-a enquanto pego ela no colo.
— Eu ainda não estou acreditando que vamos nos casar... Vou me
tornar sua esposa e você será o meu marido, meu esposo... Isso parece um
sonho. — Diz entre os beijos enquanto saio do banheiro passando pela
cozinha indo em direção a sala.
— Não é um sonho minha princesa, é real e eu posso te provar isso...
Só precisamos chegar até o quarto o mais rápido possível. — Afirmo também
entre os beijos e ela sorrir na minha boca, mas quando estou me aproximando
da escada o meu celular toca no meu bolso.
Tento ignorar enquanto subimos as escadas, mas o bendito aparelho
não para de tocar, então desço Laura do meu colo para atender, pode ser algo
importante então pego o celular e vejo um número desconhecido, mas mesmo
assim atendo enquanto abraço Laura pela cintura, guiando-a escada acima.
— Alô!
— Oi chefe tudo bem...? Você não apareceu mais na boate, eu estou
com saudade. — Diz uma voz manhosa e sei que é uma das meninas da
boate.
— Quem está falando? Como conseguiu esse número? Apenas Paulo
tem esse número. — Questiono em um tom firme e vejo Laura me encara
atenta quando falo o nome de Paulo.
— É a Tatiana, a sua loirinha preferida, já se esqueceu de mim? —
Ela finge um tom ofendido e Laura se solta de mim me encarando surpresa, e
até mesmo furiosa. Será que ela conseguiu ouvir isso?
— Sua loirinha preferida...? Você jurou pra mim que não estava
transando com aquelas garotas, John...! Eu não devia ter confiado em você,
você é um mentiroso como todos os outros seu cretino! — Esbraveja se
afastando de mim descendo novamente as escadas, desligo o celular indo
atrás dela.
— Não é nada disso amor eu não menti pra você! Eu juro eu não
fiquei com nenhuma outra mulher depois que eu fiquei com você... Acredita
em mim princesa por favor...? Laura! — Desço atrás dela e seguro o seu
braço fazendo-a parar.
— Eu não vou acreditar em você! Você mente e engana as pessoas...
Eu me entreguei a você, declarei o meu amor e você brincou comigo... Eu
quero você longe de mim John...! AHHH! — Esbraveja irrita se soltando de
mim, mas se desequilibra e cai escada abaixo me deixando em pânico.
— LAURAAAA! — Grito apavorado descendo as presas quando a
vejo cair desacordada no final da escada. Meu coração se aperta e sangra
nesse momento!
Eu fiquei cega pelo ciúme que me consumiu, nem me lembro ao certo
o que aconteceu, apenas me lembro de rolar escada abaixo e o meu único
medo naquele momento era de perder o meu bebê, eu não vou me perdoar se
isso acontecer, não vou perdoar John pois se me alterei foi por culpa dele, por
ser um safado mulherengo mas nem por isso consigo deixar de amá-lo.
Me sinto tão ferida por saber que ele ainda está se deitando com
aquelas garotas, me sinto suja por saber que ele transava comigo depois de
transar com elas, e mesmo assim aquele cretino me pediu em casamento
brincando mais uma vez comigo.
Acordo em um quarto de hospital cheio de médicos ao meu lado, eles
conversam entre si enquanto me examinam, mas também vejo Giulia e seus
pais nervosos andando de um lado para o outro.
— Ela está acordando... Meu Deus Laura você está bem? Está
sentindo alguma coisa? Como você está? — Ela me encara aflita então sinto
do outro lado alguém pegar a minha mão com carinho, viro o meu rosto e
vejo John com os olhos vermelhos e inchados indicando que havia chorado.
— O meu filho...? O meu bebê está bem...? Por favor me diz que eu
não... Que eu não perdi o meu bebê...? Por favor? — Solto a mão dele
encarando Giulia já sentindo as minhas lágrimas descerem livremente pelo
meu rosto.
Ela segura a minha mão com carinho também chorando mas vejo um
pequeno sorriso em meio as suas lágrimas, sinto a mão dele pousar sobre o
meu ventre e ouço um soluço agudo me pegando de surpresa, o encaro
brevemente e o vejo chorar se debruçando sobre mim abraçando a minha
cintura, deixando beijos demorados na minha barriga.
— Está tudo bem Laura, você teve um pequeno sangramento mas está
tudo bem... Você só vai precisar ficar de repouso por uns dias até se recuperar
do tombo, mas graças a Deus está tudo bem com você e o meu sobrinho... Ou
sobrinha... Você vai precisar fazer um ultrassom para ver como está o bebê.
— Giulia me abraça com cuidado enquanto os meus sogros se abraçam nos
encarando apreensivos, e eu choro me sentindo aliviada por não perder o meu
bebê.
Giulia se solta de mim me encarando com carinho e eu retribuo
segurando forte a sua mão, John se ergue me encarando com os olhos
vermelhos de chorar e sinto o meu peito se apertar ao vê-lo assim, mas ele me
traiu, mentiu para mim e eu não merecia isso, aquelas garotas sempre vão
procurar por ele e eu não quero competir com elas.
— Eu quero ficar sozinha... Por favor me deixem sozinha? — Peço
em meio as lágrimas tentando me virar para o outro lado, mas sinto o meu
corpo inteiro doer.
— Eu não vou deixar você sozinha! Você é minha mulher e está
grávida esperando um filho meu, então eu não vou sair daqui! Não vou te dar
espaço para ficar pensando besteiras, para ficar pensando no que não existe!
— Contesta alterado e sua reação me surpreende.
— E você quer que eu pense o quê, John...? O meu namorado é dono
de uma boate de prostituição e já transou com todas aquelas garotas! Estão
ligando para o seu número pessoal para dizer que estão com saudades de
você... O que você quer que eu pense, Sr. Sarkozy? Se fosse eu no seu lugar e
tivesse homens me ligando para falar que estão com saudade de mim? O que
você pensaria a meu respeito? Você entenderia a situação ou iria me cobrar
explicações? Não iria pensar que estou te traindo...? Eu sou sua mulher!
Estou errada em ficar magoada com você por essa situação? Eu estou errada
em desconfiar da sua fidelidade...? Me diz John? Me diz seu cretino
mulherengo! — O encaro furiosa e me sento na cama socando o seu peito,
tentando extravasar a minha raiva, mas ele me puxa pela nuca me roubando
um beijo feroz.
Tento resistir mas como sempre ele consegue me domar em seus
braços, me deixando completamente rendida aos seus beijos mas logo eu me
solto ao me lembrar da tal loira.
— Você precisa acreditar em mim amor...? Por favor acredita em
mim? Eu não preciso mentir para você Laura, eu não tenho necessidade
disso...! Eu te amo e não te traí com ninguém, eu juro! — John acaricia a
minha barriga e se aproxima para me beijar novamente, mas eu viro o rosto.
— Então me diz a verdade John...? Você já transou com essa tal loira
que sente saudade de você? Você deu o seu número pessoal para ela te
ligar...? Não mente para mim? Me diz a verdade por favor...? Eu vou sofrer
bem menos se você for sincero comigo como eu sempre fui com você. —
Peço decepcionada sentindo o meu coração em pedaços, ele me encara aflito.
— Antes de você se entregar para mim, sim, eu transei com ela, eu
estava enlouquecendo por não ter você, você estava acabando comigo com as
suas recusas Laura... Eu fiquei com ela uma única vez e não dei o meu
número pessoal a ela, só quem tem esse número é o Paulo para ligações de
emergências... Eu estou sendo sincero como sempre fui com você, eu te amo
e jamais faria algo que me fizesse perder você e muito menos o nosso bebê.
— Se explica se sentando na cama pegando a minha mão com carinho e
ternura, seus olhos voltam a transbordar e posso ver a sua dor, mas sua
confissão também me feriu — Olha nos meus olhos e diz se estou mentindo
para você? Quando foi que eu menti para você, Laura...? Por favor meu
amor? Não faz isso comigo...? Não me rejeita como você fazia antes, eu não
vou suportar isso...? Diz que me ama docinho...? Por favor diz que me ama?
— Seu tom é aflito ainda segurando firme a minha mão com medo de me
soltar, mas com a outra mão ele acaricia o meu rosto secando as minhas
lágrimas. — Eu te amo minha marrentinha... Eu juro por tudo que há de mais
sagrado meu amor, eu não traí você, não fiquei com nenhuma outra mulher
depois que você aceitou ser minha... É só você que eu quero minha vida...
Cacete eu te amo Laura...! Eu sou louco por voc... — Insiste angustiado ainda
prendendo a minha mão, mas o interrompo com um beijo urgente.
Ele abraça o meu corpo me puxando para os seus braços e mesmo
sentindo dores pelo corpo inteiro eu não reclamo, vou par aos seus braços de
bom grado. Vejo a sua sinceridade na sua angústia, ele não está mentindo, ele
e meu, somente meu e sempre será então me rendo a ele, beijando-o com
todo o meu amor.
— Eu te amo... Te amo demais para aceitar perder você... Mas eu
nunca vou estar tranquila com você indo naquele lugar, vendo aquelas
garotas a todo instante... E saber que você já dormiu com elas só faz as coisas
se tornarem ainda piores, isso me fere John... Isso me deixa muito triste com
você, mas já que você tem que ir até lá então vai... Vai cuidar dos seus
negócios, eu vou tentar me confirmar com isso. — Desabafo emburrada ainda
deixando o ciúmes falar por mim, me afasto dele me ajeitando novamente na
cama e o vejo me encarar de um jeito que não consigo decifrar.
— Eu vou até lá sim docinho, mas vou para resolver de uma vez essa
situação, vou pôr um ponto final em tudo isso agora mesmo! Porque mais
importante que a minha boate, é a minha mulher e meu filho... Por favor
mamãe, cuida dela? Eu não vou demorar! — Diz em um tom decidido e me
rouba um beijo intenso antes de se afastar se apressando para sair do quarto,
meu sogro vai atrás preocupado.
Olho para o lado e os médicos já não estão mais ali, mas minha sogra
e minha cunhada sim e me encaram apreensivas, mas com um pequeno
sorriso no rosto. Elas se aproximam conversando comigo sobre o bebê,
tentando me distrair até John voltar, Sra. Marília faz planos para o quartinho
do bebê mas por enquanto não vamos pode fazer muita coisa, ainda não dá
para saber o sexo do bebê e eu ainda nem sei quanto tempo de gravidez eu
tenho.
A minha primeira consulta para o pré-natal ainda é amanhã, mas acho
que não vai dá para ir, só vou poder sair de casa depois que tiver alta do meu
repouso, mas estou muito empolgada com as ideias de Giulia e a minha
sogra, e faço questão que ele ou ela tenha o quarto mais lindo do mundo,
quero que o meu bebê tenha tudo que eu nunca pude ter na minha infância e
sei que tanto John quanto a sua família, vão zelar por essa criança e saber
disso me faz feliz.
Depois de conversar bastante eu acabo pegando no sono com Giulia
deitada ao meu lado na cama, acariciando a minha barriga ainda falando do
bebê, ela é tão carinhosa comigo, fala do bebê com tanto amor como jamais
imaginei que fosse possível, ela me contou o quanto era apegada a David, o
primeiro filho de John que se foi junto com a mãe, é uma história muito triste
mas todos eles parecem estar superando essa tragédia.
Depois do primeiro sonho que tive com Laís, eu ainda sonhei com ela
umas duas vezes mas não comentei com John, preferi guardar só para mim
com medo dele se chatear com isso, mas no sonho Laís sempre estava
sorrindo de longe com o seu filho no colo, ele segurava uma rosa branca com
dois laços de fitas, um cor de rosa e um azul mas eu não sei o que isso
significava, não sei qual é a mensagem que aquele garotinho lindo queria me
passar, mas eles pareciam felizes, pareciam estar torcendo por mim, assim
como a minha mãezinha, ela me faz muita falta mas através dos meus sonhos
ela está me ajudando a superar a dor da sua perda, está me ajudando a me
conformar com a sua ausência mas ela sabe que sempre vai estar no meu
coração, que eu sempre vou amá-la porque ela é parte de mim e de um jeito
ou de outro, eu sei que ela está cuidando de mim, ela está ao meu lado me
protegendo como sempre fez.

Dormi por um bom tempo mas quando acordo já é tarde da noite, olho
a minha volta pensando está sozinha mas me deparo com John dormindo na
poltrona ao lado da minha cama, mas quando foi que ele chegou? O que será
que ele fez quando foi na boate? Será que ele demitiu a loira? Mesmo que
seja isso eu ainda não estou tranquila, ele teria que fazer muito mais que
demitir uma prostituta para me ver em paz outra vez, bom, pelo menos
demitir aquelas com quem ele já transou e contratar outra, isso já me faria um
bem enorme.
Me sento na cama o admirando dormir, mesmo ainda magoada eu
queria que ele estivesse nessa cama comigo e não todo torto nessa poltrona.
Tento me levantar com cuidado pois preciso ir ao banheiro, mas quando tento
descer a escadinha John acorda me encarando assustado.
— Amor o que você está fazendo? Porque não me chamou para te
ajudar...? Você poderia ter caído e isso seria fatal para o nosso bebê. —
Questiona preocupado se aproximando rapidamente, me pegando no colo me
encarando atento.
— Eu preciso ir ao banheiro, estou apertada para fazer xixi e não
queria te acordar. — Me explico meio sem graça pois ele me encara
incrédulo.
— Porque não quis me acordar? Eu estou aqui para te ajudar caso
precise... Amor você precisa descansar, precisa ficar de repouso por uns dias
então na seja teimosa, está bem? Se precisar de ajuda você tem que me
chamar, não importa se estou ocupado dormindo ou se estou na China, você
precisa me chamar e eu venho correndo para você. — Ele caminha comigo
pelo quarto me encarando com um sorriso de lado, aquele sorriso torto que
me deixa boba.
— Está bem, me desculpa, eu prometo pedir ajuda da próxima vez. —
Concordo retribuindo o seu sorriso e ele para me encarando nos olhos.
Ele não diz nada, apenas encara a minha boca me tentando a fazer o
mesmo, encaro os seus olhos azuis e acaricio o seu rosto sentindo a minha
respiração pesar.
— Eu te amo! — Declara com os olhos presos nos meus.
— Eu te amo mais... Te amo muito mais. — Acaricio o seu rosto e
beijo os seus lábios com calma, com ternura e amor.
O nosso beijo se torna mais longo que o pretendido, mas quando o ar
nos falta eu interrompo o beijo ofegante, tentando quebrar esse clima
avassalador.
— Como foi na boate...? Conseguiu resolver o que tinha para ser
resolvido? Algum problema na boate ou está tudo em ordem? — Pergunto
evitando falar das meninas, não quero que a gente brigue de novo por causa
delas.
— Eu vendi a boate... Não sou mais o dono da Pleasure House! —
Dispara me encarando atento me deixando perplexa com as suas palavras.
— Você... Você vendeu a boate John? Mas porque você fez isso? O
que aconteceu para você vender a boate meu amor? — Pergunto curiosa
ainda perplexa com essa novidade. Será que ele fez isso por mim?
— Eu vendi a boate porque ela não me interessa mais, ela está me
trazendo muitos problemas e eu não quero perder a minha mulher, por causa
de uma coisa sem a menor importância para mim... O mais importante para
mim nessa vida é você e o nosso filho meu amor... Eu criei aquela boate
como uma distração para a minha dor, mas eu não preciso mais disso... Eu só
preciso de você, então eu vendi a boate para um amigo meu também, dono de
boate, Ramon Mitchell... Eu quero começar uma vida nova com você, Laura,
e para isso eu preciso abandonar a minha vida antiga, então é isso que eu vou
fazer... Eu tomei uma decisão, depois que você melhorar nós vamos nos
mudar... Vamos voltar para a minha cidade de origem, vamos voltar para
Flórida! — Revela decidido de um jeito como nunca vi antes, e saber que vou
para longe começar uma vida nova com ele, é tudo que eu mais queria.
— Está falando sério amor...? Vamos embora daqui? Nunca mais vou
precisar ter medo do meu passado...? Vamos começar uma vida nova em
outro lugar, não vou precisar pensar em você naquela boate com todas
aquelas garotas te desejando... Isso sim me deixa feliz, isso é uma imensa
prova de amor. — Me empolgo mas sinto o meu rosto esquentar ao admitir
que gostei de saber que ele não vai mais a boate. Ele sorrir daquele jeito que
me deixa sem reação.
— Eu não sabia que você poderia ser tão ciumenta, docinho... Mas
gosto de ver você se preocupando com o que é seu, e eu sou todinho seu
minha princesa. — Comenta sem desviar os olhos da minha boca e me beija,
um beijo calmo mas intenso.
— Que bonito em dona Laura! Ao invés de estar descansando está se
agarrando com o bonitão do seu namorado, não é? — Ouço a voz de Giulia
parada na porta e eu sorrio.
— Correção minha irmã! Noivo...! Eu pedi Laura em casamento e ela
disse sim... Eu também vou me casar Giulia. — Diz com um largo sorriso no
rosto e ouvir as palavras noivo e casamento fez o meu coração acelerar. Meu
Deus eu vou me casar com esse homem lindo e maravilhoso, parece um
sonho!
— AHHH... ISSO É PERFEITO LAURA...! — Grita Giulia correndo
na nossa direção mas Victor a interrompe entrando no quarto.
— Meu Deus amor onde está pegando fogo? Que gritaria é essa? —
Questiona vindo na nossa direção enquanto nós gargalhamos do escândalo da
minha cunhada.
— Ops! Me desculpe amor mas eu estou muito feliz, o meu irmão
também vai se casar, o que acham de fazermos um casamento duplo em uma
ilha desert... — Sugere eufórica ainda nos fazendo sorrir, mas novamente
Victor a interrompe.
— Giulia! Pelo amor de Deus minha vida! Respira ou você vai passar
mal, não é porque estamos em um hospital que eu quero ver a minha noiva
internada, ouviu? — Victor se segura para não rir enquanto ela me abraça
ainda no colo de John.
— Poxa amor! Você está tão chato hoje, eu não posso demonstrar a
minha alegria pelo noivado do meu irmão...? Por falar em noivado, cadê o
anel Laura? Eu quero ver o anel que meu irmão te deu porque ele tem muito
bom gosto para joias. — Ela tenta conter a sua euforia mas eu não tenho um
anel para mostrar a ela, o mais importante é que ele me pediu em casamento.
— Ainda não temos um anel maninha, o pedido foi feito sem planejar
mas Laura terá sim um anel, vou resolver isso logo. — John me encara com
aquele sorriso lindo e me dá beijo casto.
— E como foi o pedido? Foi romântico? Teve jantar a luz de velas e
muitas flores? Vai Laura me conta? — Pergunta visivelmente curiosa me
fazendo corar ao me lembrar o que estávamos fazendo quando fui pedida em
casamento, John abre um largo sorriso.
— Digamos que o pedido não foi nada romântico, mas... Foi muito
prazeroso. — Conta ele apertando sutilmente a minha cintura, me deixando
roxa de vergonha.
— Oh meu Deus! Vocês estavam transando quando fez o pedido,
John? Aff! Eu não precisava saber disso seus pervertidos. — Giulia faz uma
cara engraçada e mais uma vez John gargalha enquanto eu me sinto
constrangida, mas tento disfarçar.
— Foi você que perguntou amor, e quem pergunta quer respostas,
certo? — Victor a abraça por trás e ela se vira o encarando séria.
— Amor, eu preciso ir ao banheiro, me coloca no chão! Eu consigo
andar sozinha. — Peço sentindo a minha bexiga dar sinal de vida.
— Eu levo você princesa, não quero que se esforce porque você ainda
está de repouso. — Diz enquanto entra no banheiro comigo, eu gosto dessa
sua preocupação, gosto dos seus cuidados e do seu carinho comigo.
UMA SEMANA DEPOIS...

— Eu já estou bem amor, o médico já me liberou do repouso... Me


deixa trabalhar por favor? Eu não quero ficar em casa longe de você... Eu
prometo me comportar? — Pede de um jeito manhoso se sentando no meu
colo, tentando me convencer. Porra ela sempre consegue!
Ela desliza a sua mão pelo meu peito até encontra a minha nuca,
Laura me puxa para um beijo calmo, lento e sensual fazendo o meu corpo
reagir rapidamente.
— Não faz isso docinho...? Isso é golpe baixo amor... — Contesto
entre os beijos apertando de leve a sua coxa e ela geme na minha boca.
— Eu faço qualquer coisa... Se você me deixar voltar ao trabalho...
Por favor me deixa ir com você amor? — Diz no meu ouvido e desce a sua
boca pelo meu pescoço, me fazendo gemer em resposta.
— Porra Laura... Você faz qualquer coisa mesmo...? Está disposta a
fazer tudo para me convencer a deixá-la trabalhar? — Pergunto deitando ela
no sofá me pondo sobre ela, Laura sorrir de um jeito malicioso fazendo o
meu pau latejar. Ela está a cada dia se soltando mais, isso é perfeito!
— Sim amor... Eu faço tudo que você quiser... John... Ohhh... —
Sussurra gemendo as palavras quando desço a minha boca entre os seus seios,
chupando a sua pele.
— Eu quero muito fazer amor com você docinho... Já faz uma semana
que eu não sinto essa bocetinha quente e gostosa, eu estou enlouquecendo
Laura... Porra eu te quero muita princesa, mas eu estou com medo... Tenho
medo de me descontrolar e pegar você com força e isso pode colocar o bebê
em risco, eu não posso permitir isso... Prefiro esperar até você estiver cem
por cento bem. — Me esforço para me controlar mas está difícil, estou
passando mal de tanto desejo que sinto por ela, mas a minha preocupação
com o meu filho fala mais alto.
— Mas amor o médico já me liberou para volta com a minha rotina ao
normal, e isso inclui a nossa vida íntima... Podemos ir com calma mas eu
preciso de você... Eu também sinto a sua falta, John... Eu quero muito você,
amor. — Laura abraça a minha cintura com as suas pernas me puxando
contra o seu corpo, ela abraça o meu pescoço e me beija com vontade, um
beijo intenso e excitante.
Percorro as minhas mãos pelo seu corpo sentindo ela arfar na minha
boca, Laura rebola se esfregando em mim me atiçando, me deixando fora de
controle, mas eu não posso me descontrolar agora, preciso ser forte.
— Amor...! Porra eu nunca pensei que diria isso, mas... Vamos com
calma...! Temos um jantar daqui a pouco... Amor...? Ohhh... Não faz isso
Laura...! Assim eu não vou resistir minha gostosa... — Tento me soltar dela
mas sinto a sua mão entrar na minha bermuda segurando o meu pau me
fazendo gemer.
— Estamos sozinhos em casa, John... Os empregados estão de folga,
eu quero sentir você aqui... Agora...! Coloca a mão em mim John? Sente o
quanto eu te quero amor...? Ohhh eu preciso de você agora... — Sussurra
beijando e chupando o meu pescoço gemendo enquanto acaricia o meu pau.
Desço a minha mão até a sua intimidade tocando a sua calcinha
encharcada com a sua excitação.
— Puta que pariu...! Caralho... — Sussurro me sentindo alucinado
pelo desejo.
Me ergo rapidamente abrindo mais a minha bermuda e abaixo-a junto
com a cueca, puxo a sua calcinha tirando-a do seu corpo vendo ela sorrir
vitoriosa, filha da mãe! Ela sempre consegue o que quer de mim.
— Você está se tornando uma diabinha, sabia...? Está me deixando
cada dia mais louco por você... Ohhh está escorregadia de tão meladinha...
Está fervendo de tão quente... Ohhh a cada dia mais gostosa também... —
Sussurro com a voz rouca entrando nela devagar, me controlando para não
pegá-la de jeito.
— Ohhh isso... Isso amor... Ohhh que delícia sentir você dentro de
mim... Não para...? Eu quero mais rápido...? Mais rápido amor...? Ohhh... —
Geme de olhos fechados passando as mãos pelo meu corpo, entro nela mais
rápido como me pede mas não muito fundo.
Sinto a sua intimidade me apertar e ela passa as suas unhas nos meus
braços , ela geme de olhos fechados se contorcendo me chamando de amor,
aperto com força a almofada em baixo dela me controlando ao máximo que
posso, a minha vontade é meter nela com força do jeito que nós dois
gostamos, mas não posso, mesmo indo com calma já posso sentir o meu
orgasmo próximo, não vou aguentar muito mais tempo pois ela me aperta
muito.
— Meu amor... Minha vida... Ohhh céus... Goza comigo docinho...!
Goza minha princesa...! Ohhh eu não vou aguentar mais, cacete... Isso...
Ohhh isso amor... — Urrei perdendo totalmente o controle penetrando-a mais
forte tentando não ir muito fundo, eu gozo latejando dentro dela que goza no
mesmo instante.
— Johnnn... Ohhh meu Deus... Ahhh céus... — Geme quase sem voz
me encarando nos olho e posso ver os seus olhos marejados enquanto goza.
— Você é a visão mais linda que os meus olhos já viram... Você é
perfeita, você é a minha vida... Minha gostosa... Meu amor... — Sussurro
ofegante acariciando o seu rosto, parando aos poucos os meus movimentos.
Beijo-a com calma apreciando o doce saber dos seus lábios, ela
abraça o meu pescoço envolvendo os seus dedos nos meus cabelos em um
movimento tão gostoso, seu beijo é tão sensual, ela é tão carinhosa que a cada
minuto eu me apaixono mais por ela.
Depois do nosso momento de amor eu finalmente saio dela, ajeito a
minha roupa enquanto admiro a sua carinha de atrevida, quando foi que ela se
transformou nessa mulher perigosa na cama? Ela consegue me dominar
mesmo sem perceber, ela consegue de mim tudo que ela desejar e eu faço
com o maior prazer do mundo.
— E então amor? Vai me deixar voltar ao trabalho com você...? Essa
é a nossa última semana no Brasil antes de você me levar para conhecer outro
mundo, não quero passar esses últimos dias trancada em casa... Por favor l?
Me deixe ir com você? — Insiste se sentando também arrumando a sua
roupa. Respiro fundo me dando por vencido.
— Está bem, você pode voltar ao trabalho comigo mas não se esqueça
de que você prometeu se comportar, ok? Nada de se esforçar ou ficar
andando de um lado para o out... — Acaricio a sua barriga por cima do
vestido mas ela me interrompe com um beijo urgente.
— Obrigada meu amor... Obrigada eu te amo. — Agradece
empolgada pulando no meu colo me fazendo sorrir.
— Eu também te amo princesa... Te amo muito minha vida. —
Declaro entre os beijos envolvendo o seu corpo em meus braços, prendendo
ela a mim.
— Ainda quero você dentro de mim... Eu sempre vou querer você
dentro de mim, sempre vou querer os seus beijos, sempre vou desejar os seus
toques na minha pele... Você sempre vai me fazer estremecer com um
sorriso... Você sempre será a minha vida, te amo como nunca imaginei amar
alguém, John, te amo por me salvar, te amo por me amar e te amo ainda mais
por me dar um pedacinho seu. — Diz entre os beijos mas me encara com
aquele seu jeitinho amoroso. — Eu vou ser para o nosso filho a melhor mãe
que eu puder, eu vou ser para o meu bebê a mãe que eu sempre tive... Uma
mãe guerreira e valente que me amou acima de tudo, mesmo depois de tudo
que passou para me defender ela continuou me amando... Mesmo com todo
sofrimento ela sorria apenas para me fazer feliz... Eu sinto tanta falta dela,
John... Meu Deus ela me faz muita falta. — Ela chora abraçada ao próprio
corpo mas puxo-a para os meus braços.
— Você será uma mãe tão maravilhosa quanto ela foi minha vida, de
onde ela estiver ela vai estar ao seu lado, você nunca se sentirá só porque ela
vai estar com você... Eu não tive a oportunidade de conhecê-la, mas eu a
admiro muito pela mulher linda e forte que ela criou, você foi tão valente
quanto ela, Laura, vocês lutaram juntas até o fim... Você será uma das
melhores mães do mundo minha princesa... Eu te amo Laura... Farei por você
e o nosso filho tudo que estiver ao meu alcance, a felicidade de vocês será a
minha felicidade docinho, vocês serão a minha prioridade. — Toco o seu
rosto com carinho me rendendo as lágrimas me emocionando junto com ela.
— Você me deu uma vida nova, John... Você me resgatou do inferno,
você me faz feliz meu amor... Eu te amo e sempre vou te amar... Te amo. —
Laura retribui o carinho em meu rosto e mais uma vez me beija, com doçura
daquele jeito que me prende ainda mais a ela.
Me levanto com ela ainda em meu colo sem quebrar o beijo e ela
abraça a minha cintura com as suas pernas, caminho em direção a escada e
subo para o nosso quarto enquanto ela me beija de um jeito tão faminto.
Laura está muito fogosa, está mais atirada tomando mais iniciativas e sei que
isso se deve aos homônimos da gravidez, porque Laís também ficou assim,
ela era impossível na cama e Laura não está diferente, essa morena gostosa
está acabando comigo e eu estou adorando.
A minha morena não fica um único dia sequer sem me provocar e eu
sempre cedo as suas insinuações, ela me ganha sem precisar se esforçar, mas
adoro vê-la me seduzir com aquele seu jeitinho de menina mulher, porra isso
me enlouquece.
Levo a minha mulher para o nosso quarto e vou direto para cama,
começo a tirar o seu vestido para senti-la mais uma vez e matar essa saudade
que senti dela, mas ela me interrompe se levantando indo para o banheiro, me
deixando ali angustiado para fazê-la minha mais uma vez.
— Mais tarde a gente continua amor... Eu preciso tomar um banho
para me arrumar para o jantar, Giulia está na casa do Victor e disse que
passaria aqui para irmos juntos, o meu chefe me ensinou a não gostar de
atrasos. — Ela entra no banheiro me fazendo bufar.
— A mesma facilidade que ela tem para me seduzir ela tem para me
dispensar, isso é cruel demais docinho. — Vou para o banheiro atrás dela e a
encontro completamente nua já entrando no chuveiro. — O seu chefe é um
idiota por trabalhar tanto, ele precisa viver um pouco mais e trabalhar
menos... E eu preciso falar menos e te comer mais... Quero te pegar de jeito
mas ainda não posso, então vou ter que te comer devagar sem presa como
fizemos lá em baixo. — Entro no box atrás dela colocando-a contra a parede,
ela sorrir ofegante tento escapar de mim mas eu não permito.
— Você não tem jeito John... Você me enlouquece amor... Ohhh
John... — Sussurra abraçando o seu pescoço e geme quando me esfrego nela,
fazendo-a sentir o quanto eu ainda a quero.
Como sempre ela não resiste e se entrega para mim mais uma vez, eu
nunca me canso de sentir essa mulher, ela é tão linda e tão doce, tão gostosa e
tão sedutora.
Depois de nós amarmos tomamos o nosso banho mas logo saímos,
fomos para o closet nos arrumar mas ver a minha mulher desfilar nua na
minha frente é uma tentação, é difícil resistir mas ela me obriga a me arrumar
correndo.
Depois de alguns minutos eu já estou pronto mas Laura ainda está
focada na sua maquiagem, mais alguns minutos e finalmente ela sai do
banheiro ainda mais linda, deslumbrante em um vestido longo branco de
alças finas, um decote generoso realçando ainda mais os seus belos seios, o
vestido em si é lindo, justo no busto e bem soltinho no resto dele, os cabelos
soltos ondulados e aquele seu perfume doce que eu tanto amo.
— Você está maravilhosa meu amor... Céus você parece um anjo de
tão linda... Um anjo sexy e gostosa que eu quero muito pegar de jeito, mas
ainda sim um anjo. — Me aproximo puxando-a pela cintura, acaricio o seu
rosto me aproximando para beijá-la mas ela me dá apenas um beijo casto.
— Eu sinto muito amor, mas você terá que espera até mais tarde para
tirar o meu batom... Se você fizer isso agora eu não vou resistir aos seus
encantos e nós já estamos atrasados, então é melhor sairmos logo de casa. —
Laura acaricia o meu rosto mas se afasta pegando a sua bolsa sobre a cama.
Sorrio satisfeito com a sua sinceridade, admiro-a voltar na minha
direção mas ela pega a minha mão me arrastando em direção da porta, abraço
a sua cintura e guio-a em direção a escada, ela está tão linda que não consigo
tirar os olhos dela.
Saímos de casa e Laura me questiona sobre esperarmos Giulia e
Victor, mas o que ela não sabe é que nesse jantar só vamos eu e ela, minha
irmã me ajudou a preparar um jantar romântico para Laura, e nesse jantar eu
vou dar a ela o anel que eu não dei quando a pedi em casamento, a princípio
eu pensei em um jantar de noivado com toda a família, mas eu quero esse
momento a sós com a minha mulher em um lugar inesperado por ela.
Menti dizendo que minha irmã nos encontraria no local do jantar com
os meus pais e ela parece acreditar, entramos na minha Ferrari vermelha e
seguimos para o nosso jantar, durante o caminho eu vejo o quanto Laura está
empolgada, seus olhos brilham mais que as estrelas no céu, seu sorriso está
radiante fazendo o meu peito se encher de alegria, ainda me custa acreditar
que finalmente encontrei a mulher da minha vida, a mulher que veio para me
completar e fazer de mim um homem realizado outra vez, com Laura sinto
como se estivesse recebido uma segunda chance para ser feliz, para amar
novamente.
— Para onde estamos indo amor? Que lugar é esse...? Aqui não tem
restaurantes só tem barcos e iates. — Pergunta assim que paro o carro na
marina onde tem o meu iate ancorado.
— Você já teve vontade de andar em um desses...? Gostaria de andar
de iate amor? — Pergunto saindo do carro e dou a volta para abrir a porta
para ela.
— Eu acho muito bonito mas eu tenho medo, amor... E se essa coisa
afundar? Eu estou aprendendo a nadar mas ainda tenho medo de me afogar.
— Comenta com aquele seu jeitinho tímido me fazendo sorrir.
— Não se preocupe, essa coisa não vai afundar, eu prometo...! Eu vou
estar com você o tempo todo e não vai acontecer nada de ruim, pode confiar
em mim. — Pego a sua mão depositando um beijo demorado e guio-a até o
deck.
Caminhamos por uns vinte metros até chegarmos no iate, mas posso
ver que ela ainda está apreensiva pelo seu medo do mar, mas mesmo assim
subimos no iate e ela fica encantada com a visão aqui de cima.
— É lindo amor... Minha nossa esse lugar é lindo. — Ela anda pelo
deck do iate admirando tudo mesmo ainda receosa por estar sobre o mar.

— Que bom que gostou, porque o nosso jantar será aqui. — Aviso
enquanto guia ela para a parte da frente do iate onde tem uma mesa postas
para duas pessoas.
— Vamos... Vamos jantar aqui? Mas eu só estou vendo uma mesa
para duas pessoas e... Oh meu Deus... É um jantar romântico, amor que lindo.
— Pergunta confusa encarando a mesa a nossa frente, mas se vira para mim
me dando o sorriso mais lindo do mundo.
Ela se joga em meus braços me apertando tão forte, me
surpreendendo com um beijo avassalador, eu retribuo na mesma intensidade
mas ela quebra o beijo ainda com aquele sorriso lindo estampando o seu
rosto.
— O que aconteceu com o "tirar o batom só no final da noite...?
" Esse beijo me fez querer tirar muito mais que o seu batom, amor. — Puxo-a
para mais um beijo mas logo ela se afasta ofegante, me encarando daquele
seu jeitinho de menina mulher.
— Ok... Podemos continuar com isso mais tarde, me leva para
conhece o navio? Isso aqui é enorme não pode ser chamado de iate... Vamos
amor eu quero ver tudo! — Pede empolgada me arrastando pela mão e eu
sorrio satisfeito por vê-la feliz.
Antes de entramos iate a dentro o comandante vem ao nosso encontro
com um belo buquê de rosas vermelhas, e uma caixa generosa de chocolates,
Laura para abruptamente o encarando surpresa e ele me entrega o buquê e os
chocolates.
— Boa noite Sr. Sarkozy! Senhorita...! Sejam muito bem vindos a
este bordo, eu sou Matheus Guirrera e hoje eu serei o seu comandante até fim
do passeio... Mais uma vez, sejam bem vindos, eu estarei a disposição caso
precisem. — Matheus nos cumprimenta e o comentamos de volta.
— Boa noite Matheus! Obrigado pela recepção, acho que já podemos
partir. — Abraçando a cintura da minha mulher e ele sai nos deixando a sós,
me viro para Laura e ela me encara atenta antes de encarar as flores nas
minhas mãos. — As flores são para combinar com a sua beleza estonteante, e
os chocolates são para adoçar ainda mais essa boquinha linda e gostosa que
você tem. — Lhe entrego os itens nas minhas mãos e ela os pega sorrindo
abertamente.
—Obrigada meu amor... As flores são lindas e os chocolates já me
deixaram com água na boca... Eu te amo, obrigada! — Ela me abraça com
carinho sem diminuir um milésimo esse sorriso encantador.
— Você merece muito mais que isso docinho, a nossa noite só está
começando meu amor, e eu quero fazer dessa noite um dia especial para nós
dois. — Estou sorrindo feito um bobo encantado com a mulher a minha
frente, ela é um presente de Deus, a luz da minha vida.
Beijo-a com calma, sem pressa lhe dando o meu amor e recebendo o
seu, acaricio as suas costas nua sentindo a sua pele macia e isso é o suficiente
para me deixar inebriado pelo desejo, Laura tem um poder sobre mim que até
eu desconheço, mas quero ir com calma hoje, quero fazer as coisas do jeito
certo e dar a ela um momento especial, um momento romântico que toda
mulher gosta.
Ela está encantada olhando tudo a sua volta, Laura parece tão
deslumbrada que deixamos o jantar para depois, fizemos um tour pelo iate
mas quando o mesmo começa a se mover Laura se agarra em mim, ela se
treme de medo mas a acalmo dizendo que está tudo bem.
Voltamos para o deck do iate e mesmo ainda receosa, ela admira a
vista da cidade se afastando da gente, o céu está estrelado e a lua está linda,
cheia e brilhante como nunca vi antes, tudo parece perfeito para a nossa noite
de hoje.
A abraço por trás ainda sentindo o seu corpo tenso pelo medo, beijo o
seu ombro nu subindo os meus lábios pelo seu pescoço, acaricio a sua barriga
enquanto sussurro "Eu te amo" no seu ouvido e logo sinto-a relaxar.
— Eu ainda não agradeci por você estar me fazendo tão feliz... Ainda
não agradeci por esse filho que você vai me dar, não agradeci por me dar o
seu amor e me deixar te amar. — Sussurro no seu ouvido de olhos fechados
sentindo uma paz tão grande, me sentindo completo outra vez.
Ela se vira para me encarar com aquele sorriso lindo, eu estou
encantado, estou enfeitiçado por essa mulher maravilhosa.
— Quando eu te vi pela primeira vez você estava tão assustada,
lutando para não ter que se deitar com algum cliente da boate... Eu levei você
para o quarto achando que teria sorte em ser o seu primeiro cliente, mas ao
invés disse eu ganhei uma mordida no braço. — Sorrio ao me lembrar desse
detalhe e ela cora abaixando a cabeça, mas ergo o seu queixo fazendo-a me
encarar. — Hoje olhando para o passado, eu me orgulho muito de você pelo
que fez... Você defendeu a sua honra como muitas mulheres não faz, muitas
se deixam vencer pelo medo ou pela fraqueza de lutar contra um homem, mas
você foi valente e isso me deixa orgulhoso, confesso que talvez outro cliente
não teria tido a mesma paciência que eu, mas, mesmo assim eu sei que você
tentaria a todo custo se livrar dele, e sei que conseguiria. — Puxo ela pela
cintura trazendo-a de volta para o meu corpo. — Eu só estou tentando dizer
que, você é tudo que eu precisava para deixar o meu passado no passado,
você é tudo que eu queria para mim, Laura Westhause... Vocês! Você e o
nosso bebê é tudo que eu precisava para me sentir completo outra vez. —
Toco a sua barriga vendo ela se emocionar com a minha declaração, só estou
abrindo ainda mais o meu coração para ela.
— A única parte do meu passado que eu não posso apagar é a minha
mãezinha, mas todo o resto já está deixando de fazer sentindo depois que
ganhei o seu amor, o seu carinho, depois que ganhei uma família nova... Seus
pais e sua irmã tem me dado aquele mesmo amor que a minha mãe me dava,
um amor de família, um amor de quem se preocupa e quer estar ao meu lado
além de me ajudar, um carinho incondicional... Eu aprendi a amá-los assim
como eu sei que eles me amam, eles me acolheram como um novo membro
da família e eu nunca saberei como agradecer por isso. — Diz entre lágrima
mas me dando aquele seu sorriso amoroso. — Mas você, Sr. John Sarkozy!
Você foi o responsável por mudar a minha vida, você me trouxe para esse
mundo de amor, carinho, esse mundo de família... Você não só me salvou
mas também me deu uma vida nova, me transformou em uma outra pessoa,
me deu a felicidade que eu nunca tive e pensei que nunca teria... Meu Deus
John... Eu quero muito te agradar, quero fazer o que estiver ao meu alcance
para agradecer tudo que você fez por mim, mas eu não sei como... Às vezes
me sinto inferior a você, as vezes não me sinto merecedora do seu amor mas
eu não vou desistir de você, eu posso estar sendo egoísta por querer que você
se prenda a uma pessoa com um passado como o meu, mas eu sei que isso
não importa para você e nem para sua família, e é por isso que eu quero
passar o resto da minha vida com você... Eu quero com você tudo que você
quiser comigo, meu amor. — Diz ainda emocionada acariciando o meu rosto,
me fazendo chorar também.
— Meu Deus amor... O que está acontecendo conosco hoje...? Eu te
amo, te amo tanto docinho... — Limpo o meu rosto antes de tomar os seus
lábios em um beijo calmo e apaixonado.
Me ajoelho aos meus pés e abraço a sua cintura beijando a sua
barriga, sinto as suas mãos em meus cabelos acariciando de leve enquanto eu
choro, mesmo com um sorriso enorme estampando o meu rosto.
— Você disse que quer me agradar mas não sabe como... O que você
não sabe é que você já fez tudo que podia para me fazer o homem mais feliz
dessa terra, meu amor... Estamos construindo uma família, estamos felizes
mas eu quero te ver ainda mais feliz, minha vida, quero fazer tudo como
manda o figurino. — Afirmo ainda ajoelhado na sua frente, então aproveito o
momento é tiro uma caixinha preta do bolso do meu blazer. — Laura
Westhause! Você quer se casar comigo e unir para sempre a sua vida a
minha? Você quer ser a minha esposa? — Pergunto sem tirar os meus olhos
do seu rosto, atento às suas feições e ela parece chocada encarando o anel na
caixinha.
— Oh meu Deus John... Sim...! Sim eu quero me casar com você...
Meu Deus eu quero ser a sua esposa John Sarkozy. — Ela chora ainda mais
com as mãos na boca cobrindo aquele sorriso gigante que ofusca as suas
lágrimas.

Tiro o anel da caixinha e pego a sua mão colocando o anel em seu


dedo, me levanto puxando-a para os meus braços e beijo-a com toda vontade
do mundo, um beijo desesperado, ansioso para sentir o seu gosto
indescritível.
Laura abraça o meu pescoço aprofundando o nosso beijo, se
entregando ao nosso momento, mas aos pouco ela para me encarando com
um olhar tão amoroso, ela encara o anel no seu dedo e me encara novamente
sem diminuir o seu sorriso.
— Que anel lindo amor... Minha nossa deve ter custado uma fortuna,
olha o tamanho dessa pedra...! O que é amor? São brilhantes? É tão lindo. —
Pergunta com os olhos brilhando admirando o anel.
— Não minha vida, não são brilhantes... São diamantes e não importa
quanto custou, o importante é que você merece algo a sua altura... Você
merece muito mais que isso e eu vou te dar tudo que eu puder, vou te dar
tudo que você quiser meu amor... Tudo... — Afirmo mais uma vez puxando
ela para os meus braços, beijando a minha mulher com calma.
— A única coisa que eu quero de você eu já tenho, meu amor... Eu
tenho o seu amor, tenho uma parte de você crescendo dentro de mim... Você
está me dando uma família, e eu e os nossos filhos vamos te amar para
sempre. — Diz acariciando o meu rosto enquanto eu acaricio as suas costas
nuas.
— Nossos filhos? Então você vai querer ter mais filhos, amor? —
Pergunto surpreso com um pequeno sorriso, satisfeito por ela querer
engravidar de novo, eu quero com Laura a família numerosa que eu não tive
com Laís.
— Sim minha vida, eu quero ter mais filhos com você, é muito ruim
ser filho único então eu quero ter três filhos, e não quero esperar muito para
engravidar de novo... Então daqui a uns dois anos nós podemos encomendar
o nosso terceiro filho, o que me diz? — Pergunta empolgada me fazendo
sorrir largamente.
— Vamos ter quantos filhos você quiser meu amor, mas... Acho que
você se enganou nessa sua conta, não seria o segundo que encomendaríamos
daqui a dois anos? — Sorrio abraçado a ela, mas Laura se afasta brevemente
pondo as mãos em seu ventre.
— Seria o segundo se eu estivesse grávida de um bebê só... Quando
eu fiz o ultrassom no hospital semana passada, para saber se o bebê está bem,
o médico disse que dentro de mim tem dois coraçõezinhos batendo além do
meu, John... Vamos ter dois bebês. — Revela com lágrimas nos olhos
enquanto eu a encaro perplexo, sem saber o que dizer ou como reagir.
— Você... Você... — Tento dizer mas gaguejo encarando fixamente a
sua barriga, sentindo o meu coração bater em um ritmo muito acima de
acelerado. — Não brinque comigo Laura...! Você está... Grávida de
gêmeos...? Vamos ter dois filhos...? Meus Deus vamos ter dois filhos é isso?
— Pergunto ainda em choque tentando digerir essa novidade, mas não
consigo raciocinar.
— Sim amor... Vamos ter dois bebês... Você gostou da notícia? Está
preocupado? — O encaro apreensiva mas ele foca os seus olhos nos meus.
— Está brincando..? Meu Deus Laura, eu amei essa notícia meu amor,
mas... Eu também estou preocupado, na verdade eu estou em pânico com a
possibilidade de vir duas meninas... Eu vou surtar. — John me puxa para os
seus braços e me beija com tanto amor e paixão, sorrio na sua boca me
sentindo aliviada pelo seu gesto.
— Que susto você me deu, eu pensei que você não tivesse gostado da
notícia... Você ficou tão sério... Porque está preocupado que venham duas
meninas? Você não quer ter filha mulher? Quer que os nossos bebês sejam
homens? — Pergunto voltando a ficar apreensiva, com medo dele não gostar
dos nossos bebês se forem meninas.
— Se vierem meninas eu tenho certeza de que elas herdarão a beleza
da mãe, eu não suporto deixar você sozinha, imagina se vierem uma ou duas
meninas? Eu vou ter que trabalhar em casa para não perdê-las de vista... Pior!
E se elas cismarem de querer namorar ou trabalhar antes da hora? E se elas
forem tão teimosa quanto a mãe? Se tentarem me persuadir usando daquele
jeitinho manhoso como você faz...? Eu estou ferrado... Mas mesmo assim, eu
serei o pai e marido mais feliz do mundo, porque eu vou ter uma família
perfeita, a família que eu sempre quis para mim. — Diz em um tom
angustiado e pensativo, me pegando de surpresa com isso, mas ele me puxa
para os seus braços acariciando o meu rosto com delicadeza, e um lindo
sorriso toma os seus lábios.
— Meu Deus John...! Você está falando sério amor...? Caramba você
quase fez o meu coração sair pela boca, por medo de você não gostar da ideia
de termos filhas mulheres. — O repreendo entre lágrimas sentindo mais uma
vez o alívio tomar conta de mim.
— Porque eu não iria gostar meu amor? Eu vou ter uma ou duas
miniaturas suas dentro de casa, eu vou me sentir no céus porque você já é o
meu anjo, se vier mais uma ou duas anjinhas lindas com o você será perfeito.
— John me encara ainda com aquele sorriso que me desarma e me dá um
beijo manso, me trazendo uma calmaria sem igual. — Eu falei sério quando
disse que estava ferrado. . Se uma mulher em casa já dá trabalho, imagina
três...? Eu ainda não estou acreditando que vamos ter gêmeos, isso sim é
perfeito... Meu Deus eu vou ter gêmeos, dois filhos de uma vez. — Comenta
entre os beijos mas se afasta se ajoelhando novamente na minha frente,
beijando a minha barriga.
Curti esse momento recebendo os carinhos de John, ele está tão
empolgado com a ideia de termos gêmeos, se eu soubesse teria contado a ele
a mais tempo e só não fiz porque pensei que ele não fosse gostar, sei que ele
ainda não se sente seguro em ser pai novamente, imagina descobrir que vai
ser pai de gêmeos?
Depois desse momento tão emocionante para nós, finalmente fomos
para aquela mesa linda coberta por pétalas de rosas e eu não consigo tirar os
olhos do meu anel, meu Deus eu estou tão feliz.
John puxa a cadeira para mim como o perfeito cavalheiro que é, nos
acomodamos na mesa e o jantar é servido, uma comida tão cheirosa e gostosa
que por mim comeria e repetia, mas não quero fazer feio e correr para
vomitar depois, porque é isso que acontece sempre que eu como além da
conta por estar gostoso, eu sei que a gula é um dos sete pecados e
ultimamente eu tenho pecado muito, mas eu preciso ser compreendida já que
estou me alimentando por três.
O jantar estava perfeito, mas a sobremesa não me encheu os olhos.
— O que foi amor? Está tudo bem? Não gostou da sobremesa? —
John me encara preocupado então me levanto da mesa respirando fundo.
— Eu estou enjoada John... O cheiro do limão na sobremesa está me
embrulhado o estômago. — Me afasto da mesa e ele também se levanta
pegando a minha bolsa ainda com um olhar preocupado.
— Acho melhor entrarmos para você descansar um pouco, não quero
ver você passando mal outra vez. — Ele vem na minha direção apreensivo,
então respiro fundo abrindo os braços para abraça-lo.
— Eu também não quero passar mal amor, não quero estragar a nossa
noite... Quero aproveitar o máximo que eu puder esse momento com o meu
noivo. — Beijo de leve os seus lábios e ele me pega no colo com cuidado.
— Temos todo tempo do mundo para aproveitarmos juntos, amor,
agora eu só quero que você fique bem minha vida. — Ele caminha comigo
para dentro do iate e eu admiro mais uma vez o anel no meu dedo.
Ele me encara com aquele seu sorriso de lado, aquele que me tira do
prumo então acaricio o seu rosto beijando-o com calma, acaricio a sua nuca
aprofundando o beijo e sinto a sua mão apertar a minha cintura.
— Docinho... Eu conheço esse beijo, sei o que você está fazendo...
Tem certeza disso...? Não está cansada amor...? Porra eu estou desejando
muito sentir você, mas eu posso ser compreensivo se você estiv... — Alerta
entre os beijos mas calo-o beijando-o ainda com mais vontade.
— Não preciso que você seja compreensivo comigo hoje... Eu só
preciso que você me faça sua mulher... Eu preciso que você faça amor
comigo, John... — Sinto a minha respiração pesada e prendo os seus olhos
nos seus, sussurro o seu nome ouvindo-o gemer baixinho.
— Porra docinho... Eu quero você, amor, eu preciso sentir você. —
Diz em um tom rouco com um olhar tão intensamente que estremeço em seus
braços.
John entra comigo em um dos quartos e me surpreendo com as
inúmeras pétalas de rosas sobre cama, e uma visão privilegiada do mar
através da enorme parede de vidro que sai para um deck particular, o encaro
boquiaberta encantada com mais essa surpresa linda. Ele me coloca no chão
com cuidado e eu caminho para fora do quarto, contemplando essa vista
esplêndida da lua cheia no céu.
Sinto a sua presença atrás de mim e logo os seus lábios tocar o meu
ombro direito, ele sobe beijos pelo meu pescoço enquanto desce a alça do
meu vestido, ele repete o mesmo processo do outro lado e abaixa a parte de
cima do vestido, deixando os meus seios à mostra, suas mãos deslizam pelas
minhas costas e ele deixa o vestido o deixando cair aos meus pés.
Me viro para ele encarando os seus olhos dilatados pelo desejo
percorrendo o meu corpo, a intensidade do seu olhar me estremece mas
mesmo assim, me aproximo dele deslizando as minhas mãos pelo seu
peitoral, tirando o seu blazer o deixando cair ao chão, ele me ajuda a tirar a
sua camisa e logo abro o seu cinto, ansiosa para estar em seus braços, mas
hoje eu quero que seja com calma, quero algo bem demorado e devagar.
Pego a sua mão e o guio até a cama pedindo para ele se sentar, ele faz
o que peço então pego a minha bolsa sobre o móvel próximo a porta, pego o
meu celular e coloco uma música suave em um ritmo agradável, tiro também
da bolsa uma de suas gravata que peguei antes de sair de casa, eu pensei que
fossemos jantar na mansão dos meus sogros e quase sempre ficamos para
dormir depois do jantar, mas a nossa noite está sendo ainda melhor do que
imaginei.
Coloco a gravata em mim e me aproximo dele que me encara atendo e
surpreso.
— Há alguns meses você sugeriu que eu dançasse para você, usando
apenas uma de suas gravatas e saltos altos... Eu quero tentar fazer agora o que
você me pediu. — Paro na sua frente tirando lentamente a minha calcinha,
vendo ele admirar o meu corpo de cima abaixo.
Ele engole a seco e não diz nada, fechos os meus olhos e respiro
fundo começando a me mover no ritmo da música, assim como Adélia me
ensinou por uma vídeo chamada. Movimento o meu corpo sensualmente
passando as mãos pela minha pele imaginando John me tocando, jogo os
cabelos para o lado e rebolo acariciando os meus seios ainda de olhos
fechados, mas quando os abro John está segurando a sua ereção se
acariciando, me encarando de boca aberta, não teve como não corar ao vê-lo
assim. Admiro o seu corpo enquanto danço e desço umas de minhas mãos até
a minha intimidade, me tocando assim como ele está fazendo.
— Ahhh... Johnnn... — Gemi ao estimular o meu ponto sensível.
— Cacete...! Porra Laura, isso já está se tornando uma tortura minha
gostosa... — Ele se levanta se aproximando de mim com aqueles seus olhos
famintos sobre o meu corpo.
Me viro de costas para ele e rebolo mais uma vez antes de me inclinar
para frente, descendo as minhas mãos pelas minhas pernas, me ergo jogando
os cabelos para trás e sinto as minhas costas no seus peitoral, ele segura firme
a minha cintura enquanto esfrega a sua ereção na minha bunda, deito a cabeça
em seu ombro e ele chupa o meu pescoço subindo as suas mãos até os meus
seios.
— Porra docinho, você me deixa louco... Isso foi incrível, amor... Eu
te amo, te amo muito e adoraria te ver dançar mais... Mas não consigo me
controlar, eu preciso sentir você, amor. — Sussurra no meu ouvido e me vira
de frente para ele, me puxando pela nuca, devorando a minha boca em um
beijo faminto.
Abraço o seu pescoço e ele me ergue em seus braços me prendendo
ao seu corpo, envolvo as minhas pernas na sua cintura e ele me leva para
cama me deitando com cuidado, ele deixa a minha boca e desce os seus
lábios pelo meu pescoço me arrancando gemidos abafados, seus lábios
continuam descendo entre os meus seios e ele os acaricia apertando
suavemente, enquanto beija e passa a língua em volta do meu mamilo.
De repente ele suga o meu seio me fazendo arquear e gemer
agarrando os seus cabelos, sua boca continua descendo e para na minha
barriga onde ele beija demoradamente, passa a mão acariciando e me encara
daquele jeito amoroso.
John volta a beija a minha barriga mas desce a sua boca até a minha
intimidade deslizando a sua língua por ela me fazendo arfar, sua língua
pressiona o meu ponto sensível e eu grito agarrando com força os lençóis.
— Johnnn... Ohhh Deus amor... — Me contorço rebolando na sua
boca, mas ele segura a minha cintura me puxando contra a sua boca, me
chupando com mais vontade.
Ele geme na minha intimidade enquanto me perco em delírios,
gemendo chamando por ele.
Não demora muito sinto o meu corpo inteiro reagir, uma aflição e
aquela sensação de explosão me domina dos pés a cabeça, automaticamente
eu fecho as pernas a procura de alívio mas ele abre-as novamente, me
deixando totalmente aberta para ele e o mesmo me chupa, lambe e beija a
minha intimidade enquanto geme, tão desesperadamente que eu não resisto.
— Ohhh... Isso... Isso amor... — Gemi descontrolada me contorcendo
enquanto gozo com força na sua boca.
John geme chupando com fome o meu líquido sugando as minhas
forças junto, me sinto exausta completamente sem energias, mas ainda sim, o
desejando dentro de mim.
Ele se ergue beijando a minha barriga e aos poucos vai se pondo sobre
mim, me encarando nós olhos enquanto esfrega a sua ereção na minha
intimidade, massageando o ponto sensível mesmo vendo o quanto estou
trêmula.
Seu polegar percorrer os meus lábios e ele me beija gentilmente, um
beijo de amor e paixão. Acaricio o seu rosto retribuindo o seu beijo enquanto
sinto-o se encaixar na minha intimidade, me penetrando lentamente.
— Ohhh... Eu te amo... Eu te amo docinho... — Declara entre os
beijos se movimentando com calma dentro de mim, sem aquela brutalidade
que gostamos.
— Eu também te amo John... Te amo meu amor... Ahhh... — Declaro
entre gemidos percorrendo as minhas mãos pelas suas costas, deixando um
rastro com as minhas unhas.
Seus lábios descem pelo meu pescoço com beijos suaves, sua barba
arranhando a minha pele me faz estremecer e sua língua quente toca o meu
mamilo, me fazendo arquear, ele suga o meu biquinho durinho sem parar os
seus movimentos dentro de mim, essa sensação é alucinante e faz o meu
orgasmo aparecer mais rápido do que eu gostaria.
De repente ele se move na cama me puxando para ao seu corpo
invertendo as nossas posições, me deixando por cima dele, encaro o fundo
dos seus olhos e beijo-o com ternura antes de me erguer, me sento sobre ele e
rebolo na sua ereção, suas mãos apertam as minhas coxas e sobem até a
minha cintura agarrando com uma pegada firme, passo as minhas mãos pelo
seu peitoral e começo a cavalgar sentindo o meu prazer aumentar ainda mais,
pego as suas mãos e as trago até os meus seios e ele os aperta, acariciando os
meus mamilos entre os seus dedos.
— Ahhh... John... — Gemi de olhos fechados jogando a cabeça para
trás, curtindo essa sensação tão gostosa.
— Porra eu vou gozar docinho... Ohhh gostosa eu vou gozar... —
Anuncia voltando a segurar firme a minha cintura, dando pequenos impulsos,
me preenchendo mais fundo.
Ele se senta na cama abraçando o meu corpo e beijo-o ainda
cavalgando no seu colo, sentindo as suas veias pularem dentro de mim e a
minha intimidade se contrair o apertando mais, ele geme com a voz rouca
vagando as suas mãos pelo meu corpo me apertando e me acariciando, logo
sinto-o gozar me preenchendo, me fazendo gozar em seguida.
— Você é tão maravilhosa... Você é perfeita, amor... Minha noiva...
Minha mulher... Te amo Laura... — Sussurra entre os beijos ainda pulsando
dentro mim.
Não consigo dizer nada, estou ofegante demais me sentindo
completamente sem forças, ele se afasta brevemente me encarando com um
sorriso de lado enquanto toca o meu rosto, tirando os cabelos grudados na
minha pele.
— Você é perfeito... Você é o meu príncipe, e mesmo sem o cavalo
branco eu não te trocaria por nenhum outro... Eu te amo... Você é a minha
vida, John Sarkozy... Você é todinho meu assim como eu sou todinha sua. —
Acaricio a sua nuca e ele me beija me deitando na cama se pondo sobre mim.
Ele para o beijo e sai de mim se deitando ao meu lado, me puxando
para os seus braços onde eu me sinto completa e segura.
Passamos o resto da noite nos braços um do outro curtindo esse nosso
momento, nos amando recebendo e dando carinho um ao outro. Fomos
tomamos um banho de banheira juntos e nos amamos mais uma vez, as
nossas transas são sempre muito intensas e para mim isso e perfeito, a nossa
entrega ao nosso momento é perfeita mas especialmente hoje, nós estamos
demais.
John está radiante com a ideia de termos gêmeos e confesso que estou
muito aliviada com a sua empolgação, ele está tão atencioso comigo
acariciando a minha barriga a todo momento, dizendo o quanto está feliz
comigo por construirmos uma família juntos.
John não faz ideia do que significa para mim tudo que está
acontecendo, eu me livrei de tudo de ruim que estava acontecendo na minha
vida por anos, eu o encontrei em uma situação nada agradável mas ele mudou
tudo isso, ele me deu a chance de uma vida nova, eu renasci ao lado dele e
agora tenho tudo que nunca pensei que teria, tenho uma família amorosa, um
noivo que me ama acima de tudo e estou construindo a minha própria família
com ele.
Queria muito que a minha mãe tivesse tido a mesma sorte que eu,
queria que ela tivesse sido feliz como eu estou sendo mas eu sei que ela não
foi feliz, ela se sacrificou por mim e me machuca muito lembrar de tudo que
ela passou com aquele canalha.
Terminamos o nosso banho e fomos nós deitar novamente, tento não
pensar no meu passado para não estragar a minha felicidade, pois sei que
minha mãezinha não gostaria disso, mas é inevitável não pensar em tudo que
já sofri diante de uma felicidade tão grande como essa.
— Ei? Amor o que houve...? Ficou triste de repente, o que aconteceu?
Não está gostando de estar aqui comigo...? Eu fiz algo que... — John me
encara preocupado mas o interrompo com um beijo pouco demorado.
— Tudo isso é perfeito meu amor... Eu estou amando estar aqui com
você, tudo isso parece um sonho e eu não quero acordar. — Tranquilizo-o
entre os beijos mas vejo a sua expressão ainda preocupado. — A minha
felicidade é tão grande que chega a doer... Eu só queria que a minha
mãezinha tivesse tido a mesma sorte que eu, ela também merecia ser feliz,
John, ela não fez mal a ninguém, fizeram mal a ela e me lembrar de tudo isso
ainda me machuca... Ainda me dói... Me desculpa... Eu não devia estragar o
nosso momento me lembrando do meu passado, me desculpa... — Deixo as
minhas lágrimas descerem livremente mas ele me interrompe.
— Não se desculpe Laura, você não está estragando nada meu amor...
Eu me decepcionaria se você não pensasse na sua mãe depois de tudo que ela
sofreu por você, mas eu te conheço bem, sei a grande mulher que você é, a
filha perfeita que você foi e isso me deixa muito orgulhoso de você minha
vida... Sei que de onde está, a sua mãe está feliz por você, a felicidade que ela
não teve em vida ela está tendo agora olhando por você meu amor... Não fica
triste pensando tanto no seu passado, pense apenas nas coisas boas que você
está vivendo e ainda vai viver, ao lado dos seus filhos e do homem que te
ama, ao lado da nossa família. — Me consola acariciando o meu rosto
secando as minhas lágrimas com carinho.
— Obrigada, amor, o seu apoio é tudo que eu preciso nesse
momento... Você é maravilhoso, por isso te amo tanto. — Abraço-o me
deitando sobre o seu peito e ele me aperta no seu corpo.
— Eu te amo muito mais docinho... Não ficar assim, não gosto de te
ver triste, sem falar que os bebês sentem todas as suas emoções, então eu não
quero te ver triste, está bem...? Eu ainda não acredito que você está
carregando dois filhos meus, isso é maravilhoso, amor. — Diz com aquele
sorriso largo erguendo o meu queixo e me beija ainda sorrindo.
— Eu não planejei isso, mas confesso que estou muito feliz por ter
dois pedacinhos seus dentro de mim... Nossos filhos! Nossas vidas. — Toco
o seu peito em um carinho suave e me acomodo melhor em seus braços.
— Ainda estou surpreso, mas estou muito feliz por ser você a mulher
a me dar esses filhos, estou me sentindo completo como não me sinto a anos
meu amor... Eu só queria dizer obrigado por tudo que você tem sido para
mim, por tudo que eu tenho sido por sua causa... Eu sempre vou te amar. —
Beija o alto da minha cabeça me apertando contra o seu corpo, fazendo eu me
sentir ainda a mais secura, fazendo eu me sentir no melhor lugar do mundo
que é os seus braços.
Depois de conversarmos mais um poucos sobre a nossa noite de hoje
e também sobre os nossos filhos, nós finalmente pegamos no sono ainda
sorrindo feito bobos.

Na manhã seguinte acordo sentindo um carinho gostoso nas minhas


costas, me mexo resmungando de um jeito manhoso e recebo beijos pelas
minhas costas, até chegarem ao meu pescoço.
— Bom dia meu amor...! Acorda, você precisa se alimentar, você não
comeu quase nada ontem... Agora você se alimenta por três então tem que
comer bastante... Meu Deus eu ainda preciso me acostumar com essa ideia, a
minha mulher está carregando dois filhos meus... Isso é incrível minha vida,
eu ainda estou eufórico com isso. — Ele toca a minha barriga gentilmente e
eu me viro para ele, admirando aquele seu sorriso lindo, ele é todo lindo e
gostoso.
— Bom dia amor...! Acordou cedo porque? Já temos que ir embora...?
A cama está tão gostosa. — Pergunto com a voz manhosa de sono e recebo
um beijo intenso.
— Não acordei cedo, amor... Você que dormiu demais e eu não queria
te acordar, mas já está tarde e você precisa comer alguma coisa, quero que o
nosso dia seja tão perfeito quanto a nossa noite de ontem, por isso não vamos
trabalhar hoje... Quero passar o dia curtindo a minha mulher... Minha noiva.
— John me puxa para os seus braços e me pega no colo me fazendo
sorrir. Esse homem é perfeito!
TRÊS MESES DEPOIS...

— Não seja tão teimosa docinho! Não quero você trabalhando meu
amor, não tem necessidade disso... Eu estou com medo de você escorregar e
cair ou bater a barriga em algum lugar, você está se esforçando demais, a
sua barriga já está enorme... Está linda mas ainda sim enorme e isso me
preocupa. — Contesto pela milésima vez tentando convencer Laura a não
trabalhar, mas hoje ela tirou o dia para me contrariar.
— Pela milésima vez amor! Eu aguento trabalhar, eu não vou ficar
em casa sem fazer nada, isso é entediante... Por favor me deixa ir com você?
Estou me comportando, não estou? — Insiste se sentando no meu colo
abraçando o meu pescoço e eu acaricio a sua barriga, ela está linda grávida.
— A minha resposta é incontestável, amor, você não vai trabalhar e
ponto final! Dedique-se mais aos seus estudos e as suas aulas de inglês que
você tanto gosta, eu não quero mais você naquela empresa então arruma
outra coisa para você fazer aqui de casa. — Retruco decido e ela me encara
perplexa, ela tenta se levantar do meu colo mas eu não deixo.
— É por causa do Adam que você não quer me deixar trabalhar? Ele
é seu secretário e não sei se você percebeu mas ele é gay... Quem devia estar
com ciúmes sou eu! Mas ele me respeita como sua mulher. — Rebate mais
uma vez tentando se levantar me pegando de surpresa com a sua confissão.
— Gay...? Você tem certeza disso? A maneira que ele te olha ele não
parece ser gay. — Questiono ainda surpreso com essa novidade.
— Nos tornamos amigos por isso conversamos bastante, eu sou sua
assistente pessoal e ele o seu secretário e nada mais...! Giulia ainda não veio
para Flórida e eu estou me sentindo sozinha... Esse lugar é lindo mas não
quero ficar sozinha em casa, por favor meu amor? Reconsidere? você vai me
fazer tão feliz se me deixar pertinho de você. — Pede daquele seu jeitinho
manhoso que me desarma completamente.
— Porra Laura! Porque você sempre faz isso...? Não pode me
dominar dessa maneira meu amor. — Subo a minha mão pela sua barriga
redondinha adentrando a sua blusa até tocar os seus seios.
Ela acaricia o meu rosto com aquele sorriso malicioso e me beija, um
beijo tão sensual que me faz esquecer o assunto trabalho, mas quando penso
em pegá-la no colo e levá-la para o nosso quarto, o seu celular toca
interrompendo o nosso clima, resmungo insatisfeito e ela saí do meu colo
indo pegar o seu aparelho, ela diz que é minha irmã então me levanto para
entrar em casa, mas ela me chama, ela parece preocupada então volto
prestando atenção na conversa.
— Está bem amiga, se souber de alguma coisa me avisa, ouviu...?
Eu também estou com saudades, você nem imagina o quanto... Está bem,
nos falamos depois, beijos. — Diz ela toda carinhosa e encerra a chamada
mas o seu semblante volta a mudar.
— O que houve? Está tudo bem com a minha irmã? Você parece
preocupada. — Pergunto enquanto ela vem na minha direção acariciando a
sua barriguinha linda de cinco meses.
Ainda não conseguimos ver o sexo dos bebês pois eles estão em uma
posição que dificulta bastante a nossa ansiedade, mas de hoje não passa, eu
quero saber de qualquer jeito o sexo dos meus filhos.
— Estou preocupada sim, eu não consigo falar com Adélia e Giulia
também não... Ela não atende o telefone a dois dias e combinamos de nos
falarmos todos os dias. — Comenta me encarando apreensiva e eu respiro
fundo. — Pode ser loucura da minha cabeça, mas... Beatriz ainda está presa,
não está? Tem alguma possibilidade dela ter algo haver com o sumiço de
Adélia? — Pergunta sem tirar os seus olhos dos meus e eu pego o meu
celular no meu bolso.
— Sim! Beatriz ainda está presa mas eu vou falar com Felipe, ele
pode descobrir o que está acontecendo com Adélia se isso for te deixar
tranquila... Eu só preciso que você se mantenha calma, está bem? — Peço
enquanto procuro o nome de Felipe na minha agenda, lhe dou um beijo no
alto da cabeça e me afasto esperando completar a chamada.
— Fala John! Tudo certo meu amigo? — Atende empolgado.
— Fala meu irmão! Está tranquilo graças a Deus, mas eu estou te
ligando para saber sobre aquela nossa prisioneira, está tudo ok? —
Pergunto esperançoso que ele diga sim e logo ele me confirma o que eu
queria saber.
— Está tudo como tem que estar, parceiro, mas porque você quer
saber? Aconteceu alguma coisa que eu não sei? Posso ajudar em alguma
coisa? É só falar. — Pergunta um pouco mais sério mas em um tom
descontraído.
— Na verdade eu queria te pedir um favor, Lipe... Laura não
consegue ter notícias de uma amiga dela e está preocupada, minha irmã
também já tentou encontrá-la mas também não tem notícias, tem como você
investigar para mim, meu amigo? Laura está grávida como você mesmo
sabe e não quero vê-la preocupada com a amiga... Elas são muito próximas
e sei que ela não vai ficar tranquila até ter notícias dela. — Conto andando
pelo jardim enquanto admiro a minha mulher acomodada na poltrona da
varanda, acariciando a sua barriga.
— Me dá um nome e um local! Tento te dar notícias ainda hoje. —
Diz bem direto e eu respiro aliviado por isso.
— Eu vou te dar muito mais que um nome Felipe... Ela se chama
Adélia Martinez, tem 24 anos, morena, cabelos castanhos e usa lentes
verdes, ela é garota de programa na minha antiga boate, não vai ser difícil
você conseguir informações dela na Pleasure House, ela é uma das garotas
mais cotadas da casa e todos a conhecem bem... Qualquer novidade me liga
por favor? Ela e Laura se tornaram grandes amigas e minha mulher está
preocupada, achando que Beatriz pode ter algo haver com esse sumiço
dela. — Explico parando em frente ao rio admirando essa vista maravilhosa
como faço com frequência mas na companhia da minha mulher.
— Está certo John! Vou ver o que consigo e logo entro em contato...
A propósito, eu recebi o convite do seu casamento, pode contar com a
minha presença meu irmão, em dois meses estarei na Flórida para
prestigiar o meu grande e melhor amigo... Você não imagina como é bom
ter a sua amizade como antes, John, você se afastou por cinco anos mas
finalmente voltou ao que sempre foi, isso é muito bom, a meses eu tenho o
meu irmão de volta. — Comenta me fazendo lembrar do tempo que perdi
me afastando das pessoas que sempre foram importantes para mim, mas
estou feliz por estar de volta e recuperando tudo que perdi.
— Eu ainda não me desculpei por ter te afastado de mim, Lipe, você
sabe que perder a minha família foi o que acabou comigo, mas agora
recuperei o que perdi e estou de volta, ainda sou aquele amigo irmão que
você sempre teve, cara... Obrigado por não desistir da nossa amizade,
diferente de muitos você e a minha família continuaram do meu lado,
tentando me resgatar, e por isso você sempre pode contar comigo, irmão...
Seja para o que for eu sempre vou estar ao seu lado, ouviu? — Me lembro
da nossa trajetória juntos, dos nossos planos de entrarmos para corporação
juntos, mas ele foi compreensivo quando o deixei para me dedicar a minha
família.
— Eu que agradeço por você sempre me apoiar, John, você não
entrou para corporação mas foi por um bom motivo, eu no seu lugar teria
feito o mesmo... Você não seguiu o mesmo caminho que eu mas me apoiou
para que eu não desistisse, e veja onde eu cheguei cara? Eu não tenho
ninguém John, eu só tenho você, irmão, você é a minha família e você
sempre soube disso, por isso eu sempre vou estar a disposição para te
ajudar no que eu poder, mas agora vamos deixar de conversa porque
estamos perdendo tempo, dá um beijo na Laura por mim, eu entro em
contato com você logo. — Sua declaração me emociona mas me contenho,
nos despedimos e encerramos a ligação.
Acho que a sensibilidade da minha mulher está me afetando também,
desde que ela engravidou estamos os dois muito sensíveis, eu até tento
disfarçar e me manter firme como antes, mas isso é impossível.
Volto para perto da minha noiva grávida e ela me encara com um
semblante um pouco mais sereno, ao me ver sorrir para ela.
— E então amor? Tem boas notícias para mim? Por favor diz que
sim? — Pergunta se levantando para vir ao meu encontro, mas vejo que a
sua barriga já está pesando pela dificuldade que ela tem para se levantar. E
ela ainda insiste em querer trabalhar!
— Conversei com Felipe, Beatriz continua onde tem que estar, mas
ele vai averiguar para descobrir o que houve com Adélia... Você não tem
com o que se preocupar meu amor, ela só deve estar sem o telefone ou algo
do tipo... Felipe vai me ligar assim que tiver notícias dela, está bem? —
Recebo-a em meus braços e beijo-a com calma.
— Obrigada meu amor, você é sempre tão atencioso... A propósito!
A sua mãe me mandou mensagem, ela chega em três dias com Giulia para se
dedicarem aos preparativos do casamento... Eu nem acredito que em dois
meses serei sua esposa perante Deus, vamos nos casar, eu vou me tornar a
sua Sra. Sarkozy. — Ela abre um largo sorriso fazendo o meu coração
acelerar de tanta felicidade.
— Eu não vejo a hora de ouvir você dizer sim, estou ansioso para me
casar logo, eu não sei porque esperar tanto tempo, por mim eu teria me
casado com você a dois meses atrás mas deixei a minha mãe me convencer
do contrário... Mas no fundo eu sei que ela tem razão, você merece o
casamento dos sonhos de toda mulher, e eu quero dar isso a você meu amor.
— Pegando ela no colo entrando em casa carregando os três amores da
minha vida.
— Você já me deu tudo que eu preciso, John... Você me deu o seu
amor, me deu uma família, me deu uma vida nova... Na verdade, você me
Deus duas vidas extras. — Diz sorrindo acariciando a sua barriga me
fazendo sorrir, me sentando com ela no sofá da sala.
— Por falar em vidas extras, não está na hora da sua consulta? Para
que horas está marcada...? Eu estou ansioso para saber o sexo dos bebês e
sei que dessa vez eles vão cooperar, não é meus amores...? Por favor meus
filhos ajudem o papai? Eu quero saber se terei dois rapazes em casa para me
ajudar com a mamãe, ou se terei três mulheres para me deixarem de cabelos
em pé de tanta preocupação. — Toco a sua barriga em um carinho suave e
ela sorrir no mesmo instante em que sinto os bebês mexerem.
— Meu Deus... Eles mexeram eu senti! Amor eles mexeram...
Depois de tanto tempo desejando isso eu finalmente senti eles mexeram. —
Digo eufórico sentindo os bebês mexerem pela primeira vez, eles são bem
quietinhos e quase não se mexem, mas dessa vez eu senti um pequeno chute
na minha mão.
— Isso é maravilhoso amor... Eu já senti eles mexerem antes, mas, a
cada vez que ele mexem é como se fosse a primeira vez, é mágico sentir um
serzinho tão pequeno se mexer aqui dentro de mim. — A vejo emocionada e
os bebês mexem mais uma vez me arrancando lágrimas de felicidade, é uma
sessão tão maravilhosa, é inexplicável.
— Vamos amor! Eu não quero esperar mais, eu quero saber logo o
sexo dos bebês, eu estou muito ansioso. — Me levanto com ela no colo já
indo em direção ao nosso quarto e ela me dá uma gargalhada gostosa.
— Não seja tão apressado amor, a gente vai chegar lá antes da hora e
vamos ter que ficar esperando... A Dra. Camila marcou a minha consulta
para as cinco e meia, bem no finalzinho da tarde porque ela tinha um parto
para fazer no meio da tarde, e pode ser que ela se atrase um pouquinho. —
Explica ainda com aquele sorriso encantador que eu não me canso de
admirar.
— Isso é um absurdo, uma falta de compromisso dessa médica, ela
não pode se atrasar, você tem que ser atendida na hora marcada... —
Resmungo inquieto mas ela me interrompe com um beijo doce, me tirando o
foco do assunto.
— Eu vou tomar um banho e me arrumar para sairmos... R você vai
se comportar até a hora da consulta, ouviu...? Ou eu vou para empresa
amanhã mesmo contra a sua vontade, o que me diz? — Me repreende entre
os beijos mas me encara com uma sobrancelha erguida.
— Eu digo que você está me saindo uma bela de uma chantagista...
Isso não vale docinho, eu sou o seu noivo, pai dos seus filhos e você não
pode fazer isso comigo. — Faço drama e mais uma vez ela gargalha daquele
jeito tão gostoso prendendo a minha atenção nos seus lábios convidativos.
Levo ela para o nosso quarto e tento me juntar a ela no banho, mas
fui barrado, ela tem razão, iríamos nos atrasar e eu não quero isso, estou
ansioso para saber o sexo dos bebês então acho que posso esperar para
assediar a minha mulher mais tarde.
Depois do banho nos arrumamos e seguimos para a clínica no centro
de Miami, Laura ainda não fala inglês então eu tenho que acompanhá-la
para todos os lugares, na empresa o meu novo secretário é brasileiro e isso
facilitou bastante para Laura, pois ele tem sido o intérprete dela e eu não
preciso parar o que estou fazendo para ajudá-la, mas confesso que essa
aproximação deles me incomodou por ele ser homem, bom, pelo menos ele
é gay e eu não preciso me preocupada tanto.
Laura ainda está estudando e sua matéria principal tem sido o inglês
para ela se adaptar logo ao idioma do país. Ela está feliz, não tem tido mais
aqueles pesadelos horríveis e sei que a nossa mudança tem a ajudado nisso,
eu assumi a presidência da nossa empresa aqui de Miami, já que o antigo
presidente se mudou para Hong Kong, então ele assumirá a presidência da
nossa filial inaugurada recentemente.
Minha família em breve também voltará do Brasil para retomarmos
as nossas vidas aqui como antes, esse é o nosso lar e eu não pretendo mais
sair daqui, saí uma vez e construí uma vida em outro país, e nesse mesmo
país eu perdi tudo que conquistei, mas dessa vez será diferente, dessa vez eu
estou em casa e trouxe comigo os três tesouros mais valiosos que eu tenho,
eu ganhei três novas vidas para cuidar e zelar por elas, Laura e meus filhos
são tudo que eu poderia querer para mim, e hoje eu tenho.

Chegamos na clínica e por sorte a médica havia acabado de chegar, e


assim não vamos precisar esperar tanto para sermos atendidos.
— MS. Westhause! Please come in, Dr. Camila will already attend -
there.(Srta. Westhause! Pode entrar por favor, a Dra. Camila já vai atendê-
la). — Avisa a atendente se aproximando e Laura me encara esperando eu
explicar o que ela disse.
— Já podemos entrar meu amor, a Dra. Camila já vai nos atender. —
Me levanto ajudando-a se levantar também.
Entramos no consultório e a médica já está nos aguardando, essa
clínica foi muito bem recomendada porque muitos dos profissionais que
atendem aqui falam vários idiomas, e um deles é a língua portuguesa.
— Boa tarde...! E então Laura, como você está? Essa barriguinha
está cada vez maior... Sr. Sarkozy! — Ela se levanta para nós cumprimentar.
— Boa tarde Dra. Camila! Eu estou bem, apesar de me sentir
enorme. — Laura a cumprimenta sorridente acariciando a barriga.
— Tudo bem doutora? Será que hoje vamos conseguir saber o sexo
dos bebês? Pelo amor de Deus diz que sim! Eu estou que não me aguento de
tanta ansiedade. — Cumprimento-a deixando a minha ansiedade falar por
mim.
— Aguenta mais uns minutinhos, papai, nós já vamos aliviar essa
ansiedade... Laura, por favor querida, deite se na maca e não precisa tirar o
vestido, apenas suspenda-o para mim. — Pede guiando Laura até a maca e a
minha mulher se deita na mesma.
Ela faz o que a médica pede e a mesma coloca um lençol hospitalar
sobre as suas pernas, cobrindo até parte pélvica, ela se senta ao lado de um
monitor e inicia o exame, ela explica tudo nos mínimos detalhes e logo ouço
o som dos coraçõezinhos dos meus filhos ecoarem pela sala, não tem como
não me emocionar, sinto o meu coração acelerar como nas outras vezes que
vim com ela para fazer o pré-natal, é uma felicidade sem tamanho vê-los se
mexer naquela tela e saber que logo eles estarão aqui, nos meus braços.
— Estão preparados para saberem o sexo, papai e mamãe...? Vocês
já pensaram nos nomes dos bebes? — Pergunta a médica com um largo
sorriso no rosto enquanto passa o aparelho na barriga de Laura.
— Sim! Estamos mais que preparados doutora. — Respondo meio
nervoso e ansioso para ouvir logo o que ela tem a dizer.
— Ainda estamos decidindo sobre os nomes, mas talvez depois de
sabermos o sexo a gente se decida, não é amor? — Minha morena parece
empolgada segurando firme a minha mão.
— Então decidam logo, pois esse casalzinho aqui precisam de um
nome bem bonito. — Revela ainda mexendo no aparelho enquanto sinto o
meu coração disparar.
— Um casal...? Um menino e uma menina...? Eu vou ser pai de um
menino e uma menina! — Pergunto quase em um sussurro sem conseguir
tirar os olhos do monitor, enquanto minha mulher já está aos prantos.
— Meus filhos... Um príncipe e uma princesa meu amor, vamos ter
um casal de filhos... Isso é maravilhoso, é perfeito minha vida. — Diz entre
lágrima ainda segurando firme a minha mão, eu me aproximo mais para
beija-la com calma.
— Obrigado por essa felicidade meu amor... Obrigado minha vida...
Meu Deus obrigado. — Sussurro entre os beijos acariciando o seu rosto
enquanto ela chora emocionada, e eu tento a todo custo não chorar
também. Não vou passar vergonha na frente da médica, então tento me
controlar!
— Minha filha... Eu vou ter uma menina e um menino... Eu já me
decidi, amor! — Diz ela ainda emocionada encarando o monitor, mas os
seus olhos estão em mim. — A nossa filha vai se chamar Pérola... Se fossem
dois meninos você queria que um deles se chamasse David e o outro eu
queria Johnny... Então o nosso filho vai se chamar David Johnny. — Laura
revela me pegando de surpresa pois eu jurava que ela colocaria apenas
Johnny, pois foi esse o nome que ela escolheu primeiro.
— David Johnny...? Tem certeza amor? Esse nome é perfeito... Meu
Deus é perfeito... Pérola e David Johnny, meus filhos... Nossos filhos, amor.
— Me dou por vencido e deixo as minhas lágrimas rolaram livremente.
Eu não poderia estar mais feliz do que estou agora, eu sinto a minha
alma leve, me sinto em paz me sinto o homem mais realizado do universo,
eu recuperei a minha vida de volta, recuperei a minha família.
— Com licença! Bom dia...! Por favor eu procuro por Adélia
Martinez, ela está? — Pergunto a uma das garotas ali no salão dançando se
preparando para o expediente de mais tarde.
— Adélia não está, só serve ela? Eu posso fazer um preço bem bacana
pra você, gostosão. — Diz a garota se aproximando passando a mão pelo meu
braço e até que ela é gostosa, mas eu não preciso recorrer a uma prostituta, e
além do mas, estou aqui a trabalho.
— Me desculpe meu bem, mas só serve ela... Eu sou o oficial Felipe
Watson! Agente de polícia e preciso ver a Adélia, você sabe me dizer onde
ela está e a que horas volta? — Pergunto sendo bem direto e a garota se
afasta.
— Polícia? Mas porque você está procurando por Adélia? Ela está
encrencada por acaso? — Questiona com os olhos levemente arregalados e
vejo um cara vir na minha direção, me encarando apreensivo.
— Pois não senhor! Em que posso ajudar...? Eu acho que conheço
você, já esteve aqui antes para falar com o Sr. Sarkozy, certo? — Ele me
lançar um olhar desconfiado.
— Sim, sou amigo do John, Felipe Watson, oficial de polícia da
décima quinta delegacia de Santos, eu estou aqui a pedido do John, a noiva
dele, Laura e Adélia são amigas e ela está preocupada por não conseguir
entrar em contato com a mesma, então John me pediu para investigar e
procurar saber o que houve... Sabe de alguma coisa a respeito, senhor...? —
Encaro firme o homem a minha frente.
— Paulo! Eu sou o gerente da boate e também cuido das meninas...
Bom, Adélia saiu para um programa de dois dias com um cliente, mas ela
ainda não voltou e nem entrou em contato, eu e algumas meninas já tentamos
procurar por ela mas não obtemos respostas... Eu registrei um boletim de
ocorrência pelo desaparecimento dela, mas nada foi feito ainda, só pediram
para aguardarmos. — Explica apreensivo e as minhas suspeitas são
confirmadas, essa garota pode ter sido sequestrada, mas por quem?
— Bom, Paulo, eu quero que você me passe todas as informações
desse tal cliente, quero tudo que você puder me fornecer sobre esse programa
que ela foi fazer, e talvez assim eu consiga descobrir alguma coisa. — Peço
pensativo me lembrando das suspeitas de Laura sobre a Beatriz, mas não
pode ser ela, essa mulher está presa e não tem contato com ninguém aqui de
fora.
— Eu faço qualquer coisa se for para ajudar a encontrar Adélia...
Vamos até o meu escritório por favor, lá podemos conversar mais a vontade.
— Ele me indica o caminho então o sigo para o escritório.
Converso com Paulo e ele me conta tudo que eu preciso saber, me deu
detalhes sobre o tal cliente e o lugar para onde eles iriam, na mesma hora ligo
para os meus contatos e peço a ficha do Sr. Amaral Fonseca, um executivo
dono de uma imobiliária de imóveis, não chega a ser um milionário mas tem
dinheiro para se divertir com essas garotas, ao invés de estar com a esposa e
os filhos em casa, mas que filho da mãe miserável! Como esses infelizes
conseguem casar para depois trair as esposas em uma boate de prostituição?
Depois de pegar todas as informações necessárias eu me despeço de
Paulo, peço para ele entrar em contato comigo caso tenha alguma notícia de
Adélia, ou se lembre de mais algum detalhe que possa nos ajudar a encontrá-
la, e eu prometo mantê-lo informado sobre as investigações, ele me entrega
uma foto da garota e realmente ela é muito linda, eu já estive nessa boate
algumas vezes mas não me lembro dela, eu nunca a vi antes pois eu teria me
lembrado de uma mulher tão linda.
Pego a foto e coloco no bolso, saio do escritório e encontro Marcos
cheio de sorrisos para uma das garotas que se esfregam nele.
— Fora do seu horário de expediente você pode se divertir a vontade,
oficial, mas agora precisamos ir... Se gostou tanto da garota, pede o telefone
dela ou da boate... Ligue e agende o seu horário. — Abro um meio sorriso e
me afasto indo em direção a porta.
Uma das garota tenta se aproximar chamando a minha atenção mas eu
resisto, elas são muito lindas e aparentemente muito gostosas, mas agora eu
não tenho tempo para isso.
Sou um homem solteiro e bastante vaidoso, e adoro me divertir a dois
quando não estou trabalhando, mas ultimamente minha vida tem sido muito
agitada com o trabalho, mas as minhas férias estão chegando e vou poder
curtir um pouco mais.
Saio da boate com o oficial Marcos e entro no meu carro, não ando de
farda e muito menos em uma viatura, o meu carro é caracterizado indicando
que sou um oficial de polícia mas é algo bem discreto.
Saio da frente da boate enquanto ligo para os meus contatos, e logo
recebo a informação de que o nosso alvo esteve em um iate na marina, mas
que seguiu para um hotel ontem a noite na companhia de algumas mulher,
mas saiu de lá sozinho.
Sigo para o hotel indicado na esperança de encontrar Adélia por lá, eu
espero que esse cliente não tenha feito nada com ela, espero que tudo isso
tenha sido um grande engano ou terei que efetuar a prisão do executivo
Amaral Fonseca.
Depois de vinte minutos chegamos em frente ao hotel onde Adélia
pode estar com esse cliente, mas se Paulo prestou queixa em uma delegacia,
porque ainda não a encontraram? Infelizmente em um caso como esse muitos
delegados não dão importância por se tratar de uma garota de programa, isso
é um descaso total com a vida do ser humano e eu não aprovo isso, na minha
opinião a justiça tem que ser feita a todo custo e é por isso que eu luto
diariamente.
— Sr. Watson...! Enquanto aguardávamos a sua chegada o nosso alvo
voltou para o hotel, mas ele não voltou sozinho, ele subiu com mais três
indivíduos e estão na suíte 1633 no sétimo andar... O que pretende fazer
senhor? — Pergunta o oficial Eliot se aproximando enquanto saímos do
carro.
— Vamos entrar, Eliot! Vamos surpreendê-lo na suíte e assim já
revistamos o local a procura da vítima... Vamos! — Informo em um tom
decidido então seguimos para dentro do hotel.
Passamos direto pela recepção e seguimos para o elevador, subimos
para o sétimo andar onde fica a suíte do alvo, da delegacia um dos meus
informantes me avisa sobre um novo desaparecimento registrado hoje pela
manhã, mais uma garota de programa desaparecida e isso me surpreende.
Saímos do elevador e nós apressamos para chegar na suíte indicada,
assim que nos aproximamos da porta ouvimos gritos de mulheres pedindo
socorro, pedindo para parar, não aguento esperar mais e saco a minha arma
metendo o pé na porta, jogando-a longe.
— NÃO SE MEXAM É A POLICIA...! PARADOS NÃO CORRAM
OU EU VOU ATIRAR! — Grito já invadindo o quarto e me surpreendo com
a cena a minha frente.
Três garotas nuas na cama sento violentadas por cinco homens
aparentemente drogados, enquanto em um canto está Adélia e mais duas
garotas amarradas e amordaçadas no chão.
— Amaral Fonseca! Você está preso em flagrante por sequestro!
Estupro e tortura! Você tem o direito de permanecer calado ou tudo que você
disser pode e será usado contra você no tribunal...! Deita no chão e coloca as
mãos na cabeça, ou eu juro que meto uma bala no meio da sua testa seu
infeliz filho da puta! — Esbravejo irritado vendo aquelas garotas chorando
pedindo por socorro.
Ele faz o que mando e eu algemo as suas mãos o deixando ali deitado
no chão, enquanto os meus oficiais prendem os outros, vou até Adélia e me
abaixo na sua frente tirando a sua mordaça e vejo que no canto da sua boca
está sangrando.
— Vocês estão bem? Estão feridas...? Adélia você consegue falar
comigo? Consegue me explicar o que houve? — Pergunto atento a ela e as
outras garotas que estão bem assustadas, então tiro as mordaças delas
também.
— Como sabe o meu nome...? Eu estou bem, não estou ferida... Eu
conto tudo que você quiser saber, mas por favor me tira daqui...? Por favor?
— Pede entre lágrimas enquanto eu desamarro as suas mãos, ela me abraça
forte e consigo sentir o quanto ela está tremendo.
— Se acalma! Fica calma nós vamos tirar todas vocês daqui! — Me
levanto erguendo-a junto mas ela não se solta de mim, ela está muito gelada e
muito assustada também.
Olho para os lados e vejo que todos os outros já foram detidos e estão
deitados no chão, e as garotas terminando de se vestirem ainda chorando
muito assustadas.
— Marcos! Me ajude a tirar as garotas daqui, vamos colocá-las em
outro quarto enquanto os outros levam os detidos para viatura que está a
caminho. — Aviso em um tom firme então Adélia se solta de mim indo
ajudar as outras garotas que tremem ainda mais que ela.
Depois de alguns minutos todas as garotas já estão mais calmas em
outra suíte, e todos os detentos encaminhados para delegacia, a equipe
médica chega para atender as meninas e a perícia já está sendo feita no local
para coletar as provas deixadas no quarto, e também as amostras dos abusos
para anexar aos processos dos acusados envolvidos nesse crime.
Já é final de tarde quando consigo entrar para tomar o depoimentos
das meninas e todas deram a mesma versão, aqueles infelizes contrataram os
serviços delas mas depois do programa as mantiveram presas, e foi então que
apareceram mais homens para participar dos abusos, esses miseráveis não
vão durar muito no presídio, estupradores não seguram vaga em um lugar
como aquele e eu já estou ansioso para ver o fim que eles vão ter, cretinos
miseráveis!
Depois de falar com todas as garotas elas foram liberadas mas terão
que ir a delegacia para formalizar as denúncias, elas também precisam fazer
os exames de corpo de delito para anexar aos processos, monto um grupo de
policiais para acompanhar cada uma das garotas até as suas casas, pois assim
elas se sentirão mais seguras depois de tudo que aconteceu, mas Adélia eu
faço questão de levá-la pessoalmente, já que foi um pedido especial de um
amigo para vir atrás dela.
— Vamos Adélia? Eu vou te deixar em casa ou na boate se você
preferi... Não está mesmo machucada? Não quer que eu te leve a um
hospital? — Pergunto parado na sua frente preocupado por vê-la tão abatida,
triste e pensativa.
Ela me encara fixamente e sem dizer nada ela se levanta se jogando
em meus braços, ela me apertar tão forte que consigo sentir a sua angustia.
Me deixo mover pelo impulso e abraço-a de volta prendendo-a em meus
braços.
— Está tudo bem minha linda, eu estou aqui. — Sussurro acariciando
as suas costas e dou um beijo no alto da sua cabeça. Não sei o porquê fiz isso,
mas fiz!
— Aquele desgraçado transou comigo... Me manteve presa por dois
dias e trouxe aqueles homens para abusar da gente... Se vocês não chegassem
a tempo eu também teria sido violentada... Obrigada... Muito obrigada. —
Ela chora muito ainda abraçada a mim, sinto o seu corpo tremer e de repente
ela desmaia em meus braços me deixando em pânico.
— Não! Não! Não...! Adélia não faz isso! Por favor não faz isso
comigo...? Adélia! Droga! — Chamo por ela apavorado por ter uma mulher
linda dessas desmaiada em meus braços.
Pego ela no colo e levo-a até a cama sem saber o que fazer, deito ela
na cama e corro até a porta mas a equipe médica já deixou o local, volto até a
cama e pego Adélia em meus braços decidido a levá-la para o hospital, então
saio do quarto apressado.
— Sr. Watson o que houve? O que aconteceu com ela? — Pergunta
Marcos vindo ao meu encontro mas eu me apresso para chegar no elevador.
— Ela estava muito nervosa e emocionada, acabou desmaiando nos
meus braços me deixando apavorado... Vou levá-la para o hospital, me
acompanha oficial! — Aviso enquanto entro no elevador e ele me acompanha
como ordenei.
Levamos Adélia para o hospital e eu ligo na boate para avisar Paulo
sobre o que havia acontecido, e também para pedir que alguém viesse
acompanhar a garota, ligo também para John e conto tudo que aconteceu,
peço para ele contar a Laura que Adélia está bem apesar dos acontecimentos,
pois como são amigas sei que vai ser um choque para Laura saber de tudo
que aconteceu com a amiga, e no estado em que se encontra não é bom que
Laura se desespere.
Depois que Paulo chegou eu converso com ele explicando o que
aconteceu com Adélia, mas logo me despeço o deixando responsável por ela,
eu preciso volta a delegacia para interrogar aqueles vermes malditos e jogá-
los em um presídio qualquer, com certeza deve ter mais gente envolvida
nesse esquema, e se tiver eu quero pegar cada um deles.

UMA SEMANA DEPOIS...

Essa semana passou voando mas efetuamos muitas prisões, e com isso
os presídios estão enchendo cada vez mais, é impressionante o número de
criminosos que pegamos por dia, mas esses infelizes parecem se multiplicar a
cada segundo.
Estaciono o meu carro na minha vaga e entro na delegacia, vou direto
para minha sala mas no meio do trajeto o delegado Gusmão me chama.
— Oficial Watson! Venha a minha sala por favor! — Pede parado na
porta da sua sala então vou até lá.
— Pois não senhor! Em que posso ajudar? — Entro na sua sala
parando a frente da sua mesa.
— Eu só queria te dar os parabéns pelo belo trabalho! Você é um
exemplo para a nossa corporação. — Ele se aproxima para me cumprimentar.
— Obrigado senhor, fico feliz que esteja satisfeito com o meu
trabalho. — O cumprimento de volta.
— Eu não estou apenas satisfeito com o seu trabalho, Watson... Como
você mesmo sabe, eu vou me aposentar, e queria informá-lo que indiquei o
seu nome como meu substituto... Pode ser que você seja o próximo delegado
dessa corporação, só precisamos esperar para vermos. — Revela me pegando
de surpresa com essa novidade.
— Ham... Minha nossa .. Eu não esperava por isso senhor, mas
obrigado... Caramba obrigado, eu nem sei o que dizer. — Me empolgo
mesmo ainda não acreditando que algo assim possa acontecer, eu como
delegado? Caralho isso seria demais!
— Não tem que dizer nada, Felipe, você está fazendo por merecer
esse cargo... Nesses anos todos de corporação, você tem sido como um filho
para mim, o filho que eu nunca tive, mas... Enfim, você merece esse cargo e
se eu puder ajudar você, com toda certeza eu vou te ajudar. — Gusmão me
encara de um jeito diferente como nunca vi antes, não sei o que dizer sobre
isso.
— Obrigado senhor, se eu conseguir esse cargo, eu prometo não
decepciona-lo, por todos esses anos o senhor tem sido um exemplo a ser
seguido, eu devo muito ao senhor pois me ensinou muitas coisas importantes,
então obrigado. — Tento controlar a minha euforia com a possibilidade de
me tornar delegado, mas é visível o quanto estou feliz com isso.
— Não me agradeça, filho, você tem os seus méritos... Agora vá
descansar! O seu plantão já está acabando e suas férias começa em dois
dias... Você merece esse descanso. — Ele me guia até a porta então me
despeço dele.
—Obrigado senhor, nos vemos amanhã. — Me despeço já saindo da
sua sala e vou para minha.
Me sinto eufórico querendo gritar de tanta felicidade, mas me
controlo, entro na minha sala indo direto para minha mesa para pegar as
minhas coisas, mas sinto que não estou sozinho, me viro para trás e me
deparo com Adélia sentada na poltrona me encarando meio sem jeito.
— Adélia...? O que faz aqui? Posso te ajudar em alguma coisa? —
Pergunto surpreso e ela se levanta vindo na minha direção.
Porra ela está linda, e muito gostosa também, a dias eu tento me
distrair para não pensar tanto nela, a garota foi sequestrada e abusada, e eu
como um cretino tendo pensamentos impróprios com ela.
— É a segunda vez que eu venho na delegacia, para prestar
depoimento, mas só hoje eu consegui te encontrar... Eu não tive a chance de
te agradecer direito por você me salvar, é sério você foi incrível e ainda me
levou para o hospital. — Ela se aproxima cada vez mais e para na minha
frente me encarando com um sorriso tão encantador.
Da última vez que a vi ela estava chorando e desmaiou nos meus
braços, e agora ela está aqui, linda e sorrindo desse jeito que me prende
nela. Caralho!
— Você não tem que me agradecer, Adélia, prender bandidos é o meu
trabalho, gatinha. — Me viro para dar a volta na minha mesa mas ela segura a
minha mão, me fazendo parar.
— Mesmo assim... Eu faço questão de agradecer. — Adélia se
aproxima mais subindo a mão pelo meu braço e me puxa pela nuca me
roubando um beijo sedutor.
— Ei...! Espera Adélia...! O que você está fazendo...? —Tento resistir
mas falhei, seu beijo é maravilhoso e eu abraço o seu corpo puxando-a para
mais perto.
Porra ela é muito gostosa, vago as minhas mãos pelo seu corpo já
inebriado pelo desejo que me prende, eu quero senti-la, eu preciso sentir essa
mulher, mas de repente ela se solta de mim me deixando zonzo de desejo por
ela.
— Eu quero muito te agradecer como você merece... Porque não
passa na boate hoje...? Eu vou adorar receber você. — Sugere se
aproximando novamente e acaricia o meu rosto antes de se virar para sair,
mas seguro a sua mão a impedindo de ir.
— Eu quero muito te ver de novo, Adélia, mas quero que seja fora da
boate, o que me diz? — Me aproximo novamente dela e a mesma me dá
aquele mesmo sorriso encantador de minutos atrás.
— Seria perfeito... Você passa para me buscar ou eu te encontro em
algum lugar? — Ela também se aproxima mais de mim e eu puxo-a pela
cintura lhe roubando um beijo urgente. Ela me beijou primeiro então eu
posso fazer isso!
— Te busco em uma hora, pode ser...? Meu plantão já está acabando,
é só o tempo de ir em casa tomar um banho então vou te buscar. — Aperto
sutilmente a sua cintura então ela se solta de mim sorrindo.
— Tudo bem, vou estar te esperando. — Concorda piscando para
mim e sai da minha sala me deixando aqui de pau duro, louco para senti-la.
— Caralho...! Porra! — Sussurro sentindo um sorriso bobo surgir em
meu rosto, não sei se estou certo ou errado em fazer isso, mas eu quero essa
mulher.
Me apresso para arrumar as minhas coisas e logo estou saindo da
minha sala, me despeço de alguns colegas e saio da delegacia indo até o meu
carro, entro no mesmo e sigo para o meu apartamento que fica a dez minutos
dali. Chego em casa e vou direto para o banho com os meus pensamentos
naquela morena linda. Ainda não acredito que ela me agarrou dentro da
delegacia, a sua ousadia só me excitou ainda mais, me deixando louco para
estar logo com ela.
Depois de alguns minutos no banho eu já estou saindo enrolado na
toalha, indo me secar, me arrumo com calma pois ainda tenho tempo de sobra
e não quero chegar lá e ter que ficar esperando muito, então quando término
de me arrumar eu finalmente saio de casa indo em direção a boate.
Levo apenas quinze minutos no meu trajeto e logo estou estacionando
em uma das vagas em frente à boate. Saio do meu carro vendo a grande
movimentação de homens entrando no estabelecimento, e quando estou
subindo os poucos degraus para entra no mesma, eu a vejo sair, me encarando
com aquele sorriso incrível.
— Uau...! Você está linda... Eu pensei em te levar para jantar, mas,
vestida assim eu vou querer te levar para outro lugar... Para um hotel talvez,
ou para o meu apartamento se você preferir. — Me aproximo dela que abre
ainda mais o seu sorriso.
— Não estou com fome, podemos deixar o jantar para mais tarde...
Podemos fazer algo divertido primeiro, o que acha? — Sugere passando a
mão pelo meu peito e desce até o meu cinto me puxando para mais perto.
— Eu acho que estamos perdendo tempo aqui... Podemos ir? — Puxo
ela pela cintura guiando-a até o meu carro e ela sorrir abertamente.
Entramos no mesmo e dou a partida saindo dali, a ideia era seguir
para um dos hotéis do centro, mas eu me distrai conversando com Adélia e
quando dou por mim, já estou estacionando na garagem do meu prédio.
— Bom, esse prédio não parece ser um hotel... Que lugar é esse,
oficial Felipe Watson? — Pergunta com uma voz tão sexy que sinto o meu
pau latejar.
— A ideia era te levar para um hotel, mas você me distraiu e eu
acabei te trazendo para o meu apartamento... Tudo bem para você ou prefere
seguir a primeira opção? — Pergunto já tirando o cinto de segurança e ela faz
o mesmo.
— Na verdade eu vou me sentir mais a vontade no seu apartamento...
Desde o acontecido eu não faço mais programa fora da boate, tenho medo
daquilo se repetir e... Pelo menos dentro da boate eu estou segura, e como foi
você quem me salvou eu não tenho que me preocupar com você... Pelo
contrário... Estou me sentindo muito mais segura agora. — Ela se vira para
me encarar pousando a sua mão na minha perna, deslizando-a sutilmente me
fazendo ofegar.
Não digo nada, apenas me aproximo mais dela acariciando o seu
rosto, então beijo-a com calma sentindo o seu beijo ainda mais doce que
antes, porra! Assim eu vou ficar viciado logo de cara.
— É melhor subirmos logo... Quero admirar você com calma, sem
pressa. — Abro a porta do carro saindo em seguida.
Dou a volta no mesmo e abro a porta para ela trancando o carro em
seguida, fomos para o elevador e subimos para o nono andar, depois de mais
alguns minutos de conversa já estamos adentrando o meu apartamento e ela
caminha pela sala admirando a tudo.
— Sinta-se à vontade, Adélia... Quer beber alguma coisa? —
Pergunto abrindo alguns botões da minha camisa enquanto vou até o bar me
servir de uma dose de whisky.
— Só tem uma coisa que eu quero agora, e sei que você sabe o que
é... A dias eu estou querendo isso, então porque não me dá logo, Felipe? —
Diz sendo bem direta com uma voz mansa se aproximando, me encarando tão
intensamente que perco o foco.
Engulo a seco e me aproximo dela abraçando a sua cintura, puxando-a
para mim, encaro os seus olhos brilhantes mas encara a sua boquinha linda
em seguida.
— Se é o que você quer então eu vou te dar. — Avanço na sua boca
devorando-a em um beijo faminto.
Ergo-a em meus braços e ela envolve as suas pernas na minha cintura
enquanto eu a levo para o meu quarto, porra eu já não estou aguentando
esperar para senti-la, estou ansioso demais.
Já no quarto eu deito ela na cama me pondo sobre ela mas a mesma
me empurra na cama se pondo sobre mim, encaro-a surpreso e ela sorrir
tirando a parte de cima da sua roupa enquanto término de abrir a minha blusa,
tirando-a do meu corpo, ela sai de cima de mim saindo da cama e eu me sento
abrindo a minha calça, meus olhos estão presos nos seus movimentos, ela tira
a sua roupa com tanta sensualidade que me deixa louco, ansioso para tê-la
complemente nua em cima de mim.
Tiro a minha calça ficando só de cueca e ela sorrir de um jeito tão
doce que me deixa bobo. Encaro o seu corpo seminu na minha frente fazendo
o meu pau babar de desejo por ela, mas então me lembro de Laura me
pedindo para cuidar dela e um sentimento de culpa me invade a mente.
— Porra o que eu estou fazendo...? Eu não posso fazer isso... Adélia
você é amiga da Laura e John é meu amigo, eu não posso decepcioná-lo
mesmo te desejando como o inferno... Caralho eu estou enlouquecendo! —
Acordo para realidade apreensivo, me levantando dá cama andando pelo
quarto, evitando encarar o seu belo corpo.
Mas ela me puxa pelo braço me empurrando me fazendo cair sentado
na poltrona, ela sobe no meu colo tirando a parte de cima da sua lingerie me
deixando sem ar, o que essa mulher tem que me deixa nesse estado feito um
adolescente bobo?
— Você acha mesmo que eu já não pensei nisso...? Laura e John já
sabem do meu interesse por você... E eu só fui atrás de você na delegacia
porque a minha amiga me incentivou... Eu não consigo parar de pensar em
você, Felipe, eu estou desejando muito sentir você, então não me nega isso?
— Adélia passa as mãos pelos meus braços e eu só consigo encarar os seus
seios, segurando firme a sua cintura.
Ela abraça o meu pescoço e eu não penso em mais nada, tomo a sua
boca em um beijo faminto, beijo-a com vontade enquanto corro as minhas
mãos pelo seu corpo, levo-a de volta para cama me pondo sobre ela descendo
a minha boca pelo seu pescoço, acaricio os seus seios descendo a minha boca
entre eles sentindo a sua pele macia e perfumada, ela geme se arqueando
quando sugo um dos seus mamilos.
— Ohhh Felipe... Ahhh... Deixa as preliminares para depois? Eu
preciso sentir você... Já estou quase gozando apenas sentindo os seus toques...
Você tem uma pegada quente, sabia? — Ofega agarrando os meus cabelos e
eu sorrio satisfeito.
— Você adivinhou os meus pensamentos, morena... Já não estou
aguentando de vontade de sentir você. — Ergo a minha mão até a gaveta da
mesinha de cabeceira e pego uma camisinha.
Tiro a sua calcinha e em seguida tiro a minha cueca, ela me encara de
boca aberta mas sorrir se abrindo para mim.
— Porra você é muito linda... E está me deixando louco. — Coloco a
camisinha sem tirar os olhos dela e me ponho sobre ela, devorando a sua boca
enquanto me encaixo na sua intimidade meladinha com a sua excitação.
— Ohhh céus... Ahhh... — Geme se arqueando quando entro nela
esticando a sua carne quente e úmida.
— Porra você é mais gostosa do que imaginei... Ohhh deliciosa
morena... — Me movimento dentro dela sentindo a sua quentura me
envolver, me deixando alucinado.
Acaricio e beijo os seus seios chupando o seu mamilo com vontade
enquanto ela abraça o meu pescoço, evolve as suas pernas na minha cintura
agarrando de leve os meus cabelos.
— Isso... Ohhh isso Felipe... Delícia... Você é uma delícia...
Gostoso... Ahhh que tesão... — Geme descontrolada me deixando ainda mais
excitado com os seus gemidos, me fazendo meter nela com força.
Abraço o seu corpo me sentando na cama trazendo ela junto, Adélia
começa a cavalgar no meu pau gemendo enquanto esfrega os seus seios no
meu peito, me deixando louco, agarro a sua cintura ajudando-a descer mais
rápido em mim e posso sentir o seu corpo tremer, sua intimidade me aperta
indicando que ela vai gozar, ela quase grita rebolando no meu pau e se inclina
para trás se apoiando nas minhas pernas, admiro o seu corpo percorrendo as
minha mãos por ele encantado com as suas belas e maravilhosas curvas, ela
desce no meu pau mais fundo e mais rápido me fazendo delirar, sinto o meu
pau latejar e de repente ela goza e se sua me apertando mais.
— Puta merda eu vou gozar... Ohhh caralho eu vou gozar morena...
Gostosa... Deliciosa demais... Ohhh porra... — Gemi rouco tentando aguentar
ao máximo mas não resisti, gozei ainda metendo nela sentindo o meu corpo
vacilar.
— Você é incrível... Você é uma delícia Felipe... Ahhh... — Sussurra
me abraçando, beijando o meu pescoço me fazendo arrepiar.
Deito ela na cama me pondo sobre ela e beijo-a com calma, me
deliciando com o sabor dos seus lábios, porra eu ainda quero ela, preciso
senti-la mais um pouco mas preciso trocar a camisinha, se encher demais
pode estourar e eu não quero isso.
— Vamos tomar um banho juntos...? Eu ainda quero você, quero
sentir essa boquinha deliciosa me engolir e quero chupar essa bocetinha linda
que você tem... Estou com água na boca. — Encaro esse sorriso provocante
em seu rosto, e beijo-a antes de sair dela me levantando da cama.
Adélia se levanta também e juntos fomos para o banheiro, tomamos
um banho juntos e fizemos tudo que queríamos, essa mulher é maravilhosa, é
um tremendo desperdício deixá-la naquela boate se vendendo para tantos
homens sem escrúpulos, correndo riscos de acontecer coisas piores do que já
aconteceu nos últimos dias, nenhuma daquelas garotas estão em segurança
nessa vida de programas, não sei como elas conseguem passar por tudo isso e
continuar se prostituindo.
Depois do nosso banho voltamos para cama e transamos mais uma
vez, e eu ainda a quero, não consigo me cansar de senti-la... Depois do nosso
momento de prazer eu ligo para um restaurante e peço comida já que não
saímos para jantar, depois de alguns minutos a comida chega e fomos para
cozinha e ela está uma tentação vestindo a minha camisa, porque as mulheres
ficam tão sexy vestida em uma roupa masculina depois de uma transa? Isso é
excitante e eu já estou querendo come-la mais uma vez.
Nos sentamos a mesa e começamos a comer enquanto conversamos
sobre o que aconteceu, ela ainda parece receosa com tudo aquilo, ainda tem
medo de acontecer de novo mas mesmo assim continua no programa.
— Se você não quer deixar o programa, então você entrou nessa vida
porque você quis, certo? — Pergunto curioso para saber mais.
— Ninguém entra nessa vida porque quer, Felipe... Eu entrei nessa
vida porque não encontrei nada melhor, eu precisava de grana e lugar
nenhum quis me contratar, eu até tentei, passei meses entregando currículo,
mas não consegui nada então eu procurei a boate... Mas eu estou nessa vida
só até eu encontrar algo melhor, ou até eu encontrar alguém que queira me
tirar de lá... Não sonho com príncipe encantado em um cavalo branco, e nem
acredito em contos de fadas, mas desejo sim que alguém olhe para mim e
veja além da prostituta Adélia. — Diz com um pesar na voz que me fez
refletir.
— Está falando sério Adélia? Você sairia dessa vida se tivesse uma
oportunidade para isso? — Pergunto surpreso encarando-a atento.
— Nunca falei tão sério em toda a minha vida, Felipe... Eu preciso me
sustentar, preciso de grana e só por isso ainda estou na boate, e lá eu vou ter
que continuar até acontecer um milagre. — Afirma pensativa mas logo coloca
um pequeno sorriso no rosto.
— E se alguém te oferecer uma chance e te pedir para sair de lá? —
Insisto curioso e me surpreendo comigo mesmo por perguntar tal coisa.
— Eu não pensaria duas vezes... Se eu tivesse a chance de sair eu
sairia sem dúvida. — Dispara enquanto mexe na sua comida e bebe um gole
do seu vinho.
— Então sai morena...! Sai daquele lugar? Eu posso te ajudar a
encontrar algo melhor que isso... Não quero você correndo risco outra vez,
Adélia, essa profissão que você escolheu é muito arriscada e... E... Me
desculpa... Eu não quero me meter na sua vida, mas... Sei lá, eu me preocupo
com você. — Encaro os seus olhos fixamente mas logo percebo onde estou
me metendo e fico sem jeito. O que deu em mim? Eu não tenho o direito de
me meter na vida dela!
Adélia me encara surpresa mas sustenta o meu olhar, ela me analisa e
sorrir daquele jeitinho doce derrubando as minhas barreiras. Mas como
assim?
— Você é um fofo, Felipe, mas eu não quero ser um peso para você
só porque os nossos amigos estão preocupados comigo, não precisa se sentir
obrigado a me ajudar, eu... — Diz em um tom desanimado mas a interrompo.
— Não estou fazendo isso por obrigação, Adélia, estou fazendo isso
porque eu realmente me preocupo com você, estou fazendo isso porque eu
quero você, caramba! — Me altero fazendo ela me encarar perplexa. Mas que
porra aconteceu aqui? O que deu em mim? — Me desculpe Adélia, eu... Eu
não sei o que deu em mim... Eu realmente estou preocupado com você e
também com as outras garotas da boate, vocês não estão seguras, estão
correndo riscos nessas saídas para atender aos clientes... Como você mesma
viu, para sair da boate é muito fácil, mas voltar para nunca é algo certo...
Acho que a Laura nunca vai se sentir tranquila com a amiga dela nessa vida,
depois de tudo que te aconteceu, eu posso te ajudar, é só você aceitar... Não
estou fazendo isso por obrigação eu só... — Me levanto da mesa me sentindo
angustiado e irritado sem nem ao menos saber o porquê, mas ela me
interrompe.
— Eu aceito...! Por mim tudo bem, eu aceito a sua ajuda. — Dispara
também se levantando me fazendo soltar a respiração que eu nem sabia que
estava prendendo, a encaro surpreso. — Como eu disse antes... Eu não estou
nessa vida porque eu quero, Felipe, estou fazendo isso por necessidade mas
se você acha que pode me ajudar, eu aceito a sua ajuda — Ela se aproxima
sorrateiramente me encarando de um jeito que não sei explicar.
— Está falando sério...? Vai mesmo me deixar te ajudar? Olha
Adélia! Eu não queria me meter na sua vida, mas... — Digo ainda surpreso
também me aproximando dela, mas a mesma me interrompe mais uma vez
colocando um dedo na minha boca.
— Você não tem que se explicar ou se desculpar comigo, Felipe... Eu
adorei ver mais alguém se preocupar comigo além da Laura, eu adorei
conhecer você, e adorei ainda mais esse momento que passamos juntos... E
antes que você queira me pagar pela noite de hoje, eu já te adianto que isso
aqui não foi um programa, isso aqui foi apenas um encontro e eu adorei cada
detalhe do que aconteceu... Não me senti suja como eu me sinto todos os
dias, não me senti usada... Eu me senti desejada, me senti maravilhosa porque
você se preocupa comigo, até pediu um jantar delicioso e... — Ela abre um
meio sorriso mas sinto a sua voz embargada pela emoção. A interrompo
puxando ela para o meu corpo devorando a sua boquinha gostosa.
— Não preciso ouvir mais nada... Eu só preciso sentir você mais uma
vez. — Sussurro na sua boca erguendo-a em meus braços e ela envolve as
suas pernas na minha cintura.
Me apresso para voltar para o quarto e viu direto para minha cama,
fazendo-a minha mais uma vez, essa garota é maravilhosa e eu ainda a quero,
eu ainda não estou satisfeito e quero mais então eu vou ter.

Passamos boa parte da noite na cama transando entre uma conversa e


outra, mas quando finalmente nos cansamos nos entregamos ao sono, dormi
com ela em meus braços e foi uma das melhores sensações que já tive, mas
no meio da noite a surpreendo saindo da cama de mansinho e puxo ela de
volta para os meus braços.
— Onde pensa que vai a uma hora dessas...? Está muito tarde e eu não
vou deixar você sair sozinha — Beijo as suas costas subindo a minha boca
pelo seu pescoço e sinto-a estremecer.
— Felipe eu... Eu preciso ir embora... Preciso voltar para boate, como
você mesmo disse, já está muito tarde... — Se explica com a respiração
pesada se virando para me encarar.
— Não vai...? Fica comigo hoje? Se você tiver que prestar conta na
boate para passar a noite fora, eu resolvo isso para você amanhã quando eu te
levar, mas fica comigo hoje...? Porra morena eu ainda quero você hoje... E
talvez eu ainda te queira muito mais amanhã. — Me surpreendo com as
minhas palavras mas quando vejo já saiu, ela também me encara surpresa.
— Eu posso acabar me acostumando com isso, e não sei se é uma boa
ideia deixar isso acontecer... Pode não parecer mas eu sou uma pessoa
sensível, e não quero me iludir, Felipe. — Sua respiração pesa enquanto puxo
o seu corpo para mais perto do meu, sentindo o quanto ela está tensa.
— Eu não pretendo te iludir, não se preocupem... Você aceitou sair da
prostituição, então... Eu pensei que talvez a gente pudesse se conhecer
melhor, o que me diz? Eu quero muito te levar para um encontro de verdade,
você aceita sair para jantar comigo? — Acaricio o seu rosto e passo o meu
polegar pelos seus lábios macios.
Ela fecha os olhos ofegante mas não diz nada, não resisto em beijá-la
com calma saboreando mais uma vez o gosto perfeito dos seus lábios.
— Você é maravilhosa Adélia... E tem um beijo incrível... Porra eu
posso me viciar nessa boquinha gostosa com facilidade... — Sussurro na sua
boca me pondo sobre ela e a mesma geme, passando as mãos pelo meu corpo.
— Eu aceito sair para jantar com você... E eu quero muito te conhecer
melhor, Felipe... Ohhh quero você, Felipe... Ahhh... — Diz no meu ouvido
me fazendo arrepiar, ela geme o meu nome quando me esfrego nela e isso me
deixa louco.
Porra! Assim eu não resisto, me entrego inteirinho para ela e ela se
entrega para mim de uma maneira inexplicável, se antes eu não conseguia
tirá-la da minha cabeça, agora tudo vai se complicar porque eu sinto que
ainda vou querê-la amanhã e depois também, porra eu estou ferrado, estou
literalmente enfeitiçado por essa mulher, ela é uma perfeita tentação.
UM MÊS E TRÊS SEMANAS DEPOIS...

— Eu estou enorme Giulia, não vou caber nesse vestido, olha o


tamanho dessa barriga...? John tinha razão, devíamos ter nos casado a três
meses atrás, eu não estaria tão enorme como estou agora... Eu não vou me
casar assim, eu estou horrível...! John vai se envergonhar de mim, eu estou
feia, gorda... Não quero mais me casar, não precisamos disso para sermos
felizes, certo? — Reclamo nervosa e com medo do meu noivo me desprezar
por eu estar tão gorda, já sinto as minhas lágrimas descerem livramento pois
estou muito sensível.
Eu pareço estar grávida de trigêmeos de tão enorme que estou, não
pensei que a minha barriga cresceria tanto em dois meses e ela está a cada dia
maior e isso me assusta.
— Deixa de paranoia Laura! Você está linda, você está carregando
dois sobrinhos meus então é normal que a sua barriga cresça um pouquinho
mais que o normal, mas mesmo assim não está assim tão exagerada como
você está dizendo... Laura, se você desistir desse casamento por um motivo
bobo desses, o John vai pirar, se você não se casar amanhã eu também não
vou me casar...! Ou nos casamos as duas juntas ou nenhuma vai se casar,
ouviu bem...? E então? vai me fazer desistir do meu casamento também? —
Rebate ela parada na minha frente me encarando séria, mas eu ainda não
estou confiante, minha alto-estima está muito baixa hoje.
— Você não pode fazer isso comigo Giulia! Não pode deixar de se
casar por minha causa, eu não vou conseguir fazer isso... Eu estou muito
insegura, eu não vou conseguir... — Relato aos prantos tentando me levantar
da cama, mas me sinto pesando uma tonelada de tão enorme.
— Se acalme querida, você não pode se agitar tanto. — Minha sogra
se aproxima me obrigando a ficar sentada.
— Laura! Amor abre essa porta...? Laura você está me ouvindo?
Giulia abre essa porta eu preciso ver a minha mulher...! Pelo amor de Deus
não me faça derrubar essa porta! Eu preciso ver a Laura! — Esbraveja John
esmurrando a porta tentando entrar, fazendo o meu coração disparar, Giulia
me encara apreensiva mas corre até a porta para abrir. Traidora!
— Eu não sei mais o que fazer, John, ela cismou que não quer mais se
casar porque está se sentindo feia, ela está muito insegura. — Ela abaixa a
cabeça evitando me encarar e ele vem na minha direção, me encarando
preocupado.
— Tudo bem! Se ela não quer se casar a gente não se casa e ponto
final! Mas você não pode usar uma desculpa como essa para não se casar
comigo, Laura... Meu amor você está linda, eu aceitei esperar para nós
casarmos justamente para te ver assim, com esse barrigão linda grávida dos
meus filhos... Nenhuma mulher consegue ser mais linda que você minha vida,
você está maravilhosa e não tem que se sentir insegura... Meu amor...? Eu
estou ainda mais apaixonado por você, te vendo assim tão linda, sentindo os
nossos bebês se mexerem dentro de você... Não desiste do nosso casamento?
Você vai ficar linda vestida de noiva e eu estou ansioso para te ver no altar,
esse sonho é nosso e não apenas meu. — Ele se senta ao meu lado
acariciando a minha barriga enquanto eu apenas choro, ouvindo as suas
palavras.
Abaixo a cabeça envergonhada, mas ele ergue o meu queixo me
fazendo encará-lo.
— Não acha que eu estou gorda? Feia e enorme...? Não vai se
envergonhar de mim por parecer um balão dentro do vestido de noiva? —
Pergunto ainda mais envergonhada por ele me dá um sorriso tão lindo.
— Você não existe meu amor... De onde você tirou esses absurdos de
que está gorda e feia? Laura você não está gorda, você está grávida meu
amor, e está linda exatamente como eu imaginei que você ficaria... E vai ficar
ainda mais linda vestida de noiva, acredita em mim? — Acaricia a minha
barriga mas em seguida acaricia o meu rosto me beijando com calma, com
doçura.
— Me desculpe amor...? Eu estou surtando com essa ansiedade toda,
eu quero muito me casar com você e me tornar sua esposa... Os nossos filhos
vão nascer logo e eu estou com medo... Estou ansiosa mas ainda sim estou
com medo, medo de não ser uma boa mãe para eles. — Desabafo voltando a
chorar mas ele me abraça me puxando para os seus braços.
— Você não tem que ficar com medo, docinho, você vai ser uma mãe
maravilhosa, minha vida... Você nem imagina o quanto eu estou orgulhoso de
você por ser essa mulher tão forte, tão decidida... Olha para mim amor...?
Olha nos meus olhos e diz o que você vê...? Consegue ver a minha
felicidade? Consegue ver o meu amor por você e os nossos filhos? —
Pergunta se afastando brevemente para me encarar e eu vejo nos seus olhos
tudo que eu precisava ver, eu vejo o seu amor.
— Eu te amo... Te amo demais e vamos nos casar amanhã como está
planejado. — O abraço forte me sentindo segura novamente.
— Graças a Deus...! Só ele consegue acalmá-la então é melhor não
separar esses dois hoje, mas amanhã bem cedo a gente coloca o John e Victor
para fora dessa casa. — Giulia respira fundo nos fazendo sorrir.
— Você tem toda razão filha, agora vamos deixá-los a vontade para
que Laura descanse um pouco, ela já se agitou demais por hoje e eu não
quero os meus netos nascendo antes da hora. — Alerta minha sogra
arrastando Giulia para fora do quarto.
— Já está tarde, amor, vamos dormir um pouco porque amanhã o dia
vai ser longo, e você tem que estar bem descansada para não me deixar
esperando no altar. — John puxa as cobertas da cama para eu me acomodar e
assim eu faço.
Ele dá a volta na cama tirando a sua camisa e se acomoda ao meu lado
me puxando para os seus braços, me deito sobre o seu peito e ele acaricia a
minha barriga deixando um beijo demorado na minha testa, ergo o meu rosto
e o beijo com calma antes de me acomodar novamente agarrada ao seu corpo.
Conversamos um pouco sobre o casamento e a nossa lua de mel que
terá que esperar os nossos filhos nascerem, a minha médica não recomenda
uma viagem para mim agora, pois já estou com quase oito meses e uma
gravidez de gêmeos requer cuidados nessa fase, John também se preocupa
bastante e concordou em deixar a viagem para depois, o mais importante para
mim é estar casada com o amor da minha vida, a lua de mel é o de menos
pois desde que chegamos nessa cidade, estamos vivendo uma verdadeira lua
de mel, estamos a cada dia mais apaixonados mas eu também consigo me
sentir insegura as vezes.
John não me deixou voltar ao trabalho mas por outro lado, não está
sendo tão entediante pois tenho a minha sogra e minha cunhada por perto. Os
meus sogros e minha cunhada estão ficando conosco até os bebês nasceram,
pois não querem me deixar sozinha nesse período, e com isso John trabalha
mais tranquilo.
Na verdade, John entra de férias no trabalho no próximo mês para
curtir os nossos filhos em casa quando nascerem, e eu vou precisar mesmo da
ajuda dele pois não vou dar conta de duas crianças sozinha, ele me deu a
opção de contratarmos duas babás mas eu ainda estou pensando sobre isso,
não quero confiar os meus filhos a um estranho sem antes conhecer muito
bem sobre a pessoa.

A dois meses atrás Adélia me deu um baita susto, ela foi sequestrada
por um cliente e eu jurava que Beatriz estivesse por trás disso mas me
enganei, um monstro igual ao César estava contratando as garotas para abusar
delas junto com outros canalhas iguais a ele, isso é um absurdo mas graças a
Deus, Felipe conseguiu resgatá-la antes que algo pior acontecesse, e também
a convenceu a largar essa vida de prostituição, ele conseguiu um emprego de
recepcionista para ela em um restaurante e ela está gostando.
Adélia deixou para trás tudo relacionado a boate, até mesmo o seu
codinome, Adélia na verdade se chama Paloma, um lindo nome para uma
linda mulher, e Felipe parece ainda mais encantado com ela depois de todas
essas mudanças, ele se preocupa muito com ela mas eu tenho quase certeza
de que preocupação não é a única coisa que ele sente por ela.
Paloma, (Adélia) me contou que o procurou para agradecer e que eles
acabaram ficando juntos, eu tentei dar uma forcinha pedindo para Felipe ficar
de olho nela para mim, e assim eles têm estado muito próximos um do outro,
e mesmo se esforçando ao máximo para não demonstrar que existe algo entre
eles, eu sei que eles estão se envolvendo, Felipe até trouxe Paloma com ele
para o meu casamento, e os olhares entre eles denúncia que estão se
gostando, eles só não querem admitir isso para si mesmo.

Me entrego ao sono nos braços do meu noivo, mas no meio da noite


acordo com os meus filhos mexendo, ou melhor dizendo, me chutando
acertando bem em cheio as minhas costelas. Me mexo saindo dos braços de
John para mudar de posição, mas não adianta, as crianças continuam
mexendo e junto vai aparecendo a minha fome, droga! Eu não queria ficar
comendo tanto para não engordar ainda mais, mas odeio ficar na vontade pois
essas crianças só param quando eu como alguma coisa.
Me sento na cama acariciando a minha barriga, sorrindo por meus
filhos não me deixarem dormir eles se mexem bastante e o pai deles fica para
morrer de tanta felicidade.
— Ahh... Meu Deus... Essas crianças tiraram a noite para brincar e me
tirar o sono. — Sorrio acariciando a minha barriga, então sinto John beijar as
minhas costas trazendo a sua mão até a minha barriga.
— O que houve amor? Porque está acordada a essa hora? — Ele sobe
a sua boca pelo meu pescoço me causando arrepios, e os bebês mexem mais
uma vez. — Ok! Eu já entendi... Filhos acordados, mamãe e papai não vão
conseguir dormir. — Ele sorrir ao sentir a minha barriga mexer, John se
inclina para beijar a mesma.
— Amor...? É... Eu... Não é nada, deixa pra lá. — Acaricio os seus
cabelos mas fico sem graça pelo que eu iria pedir.
— O que foi docinho...? Quer me pedir algo? Está envergonhada
porque meu amor? Me diz? Pode pedir o que quiser, se não for algo
impossível eu faço para você com o maior prazer do mundo. — Insiste me
encarando desconfiado, me deixando ainda mais envergonhada.
— É quê... Eu... Ai eu não queria comer mais nada até a hora do
casamento, não quero engordar ainda mais, mas... Eu... Estou com desejo de
comer queijo com goiabada. — Digo por fim sentindo o meu rosto queimar
de vergonha, por ele se segurar para não rir de mim.
— Porque está tão preocupada em não engordar? Meu amor você não
está gorda, apenas a sua barriga cresceu bastante mas fora isso, você está
linda, perfeita como antes... Eu vou na cozinha buscar o seu doce e já volto.
— Ele finalmente me dá aquele sorriso lindo mas me beija antes de se
levantar indo em direção a porta.
— Espera amor! Eu vou com você... Eu preciso andar um pouco para
ver se essas crianças sossegam. — Também me levanto vestindo o meu novo
hobby tamanho grande por causa da barriga.
John sorrir me esperando chegar até ele, o mesmo me abraça e assim
saímos do quarto. Seguimos para cozinha com ele rindo de mim por ter medo
de engordar mais, ele me beija e me faz cócegas me fazendo gargalhar, mas
cubro a boca com as mãos para não acordar a casa inteira.
O empurro contra a parede e avanço na sua boca beijando-o com
vontade, fazendo ela parar com as cócegas mas o nosso beijo se torna mais
intenso que o pretendido. Sinto as suas mãos apertar a minha cintura antes de
uma delas subir até os meus seios, acariciando de leve o meu mamilo me
fazendo gemer na sua boca.
— Docinho... Porra você está me enlouquecendo amor... Ohhh eu
passei o dia inteiro desejando você, mas não pude te sentir, e agora você faz
isso...? Vai me fazer perder a cabeça assim minha gostosa. — Sussurra na
minha boca mas desce os seus lábios pelo meu pescoço me arrancando
gemidos.
— Podemos resolver isso... Com mais calma depois que eu comer o
meu doce... Ohhh não estamos no nosso quarto amor. — O alerto ofegante
me afastando dele e o mesmo me encara com aquele seu olhar faminto.
— É melhor a gente ir logo para cozinha... Ou eu vou acabar levando
você de volta para o nosso quarto e você não vai saciar o seu desejo de comer
doces. — John me puxa de volta para os seus braços então seguimos para
cozinha.
Já estávamos nos aproximando da cozinha quando ouvimos um ruído
que nos faz parar, ficamos preocupados mas sabemos que a casa está segura e
não tem como a casa ter sido invadida, ficamos a tentos ao barulho e algo nos
surpreendeu, são gemidos e sussurros então entramos na cozinha nos
deparando com Paloma e Felipe no maior amasso, John limpa a garganta
chamando a atenção deles que se afastam envergonhados.
— Laura...? John...? É... Eu vim beber água e encontrei o Felipe
aqui... Nós estávamos conversando e... — Paloma tenta se justificar mas eu a
interrompo.
— Não precisa se explicar, amiga, a gente viu que o assunto de vocês
estava bem interessante. — Vou em direção a geladeira vendo ela ficar
vermelha de vergonha enquanto Felipe sorrir abertamente.
— Você tem razão, Laura, o assunto estava muitíssimo interessante,
então acho que a gente vai continuar conversando mais a vontade em outro
lugar, não é morena? — Felipe puxa Paloma para mais perto dele mas ela se
afasta meio sem graça.
— Depois a gente conversa, Felipe, eu vou ajudar a Laura seja lá com
o que ela veio fazer na cozinha... Você pode ir conversar com o John já que
está todo mundo acordado, não é? — Ela vem na minha direção me deixando
surpresa com sua reação, e Felipe mais ainda.
— Tudo bem, a gente conversa depois... Tem um minuto para mim,
John? Quero conversar com você sobre um assunto importante. — Felipe vai
até John que me encara com um sorriso de lado.
— Se precisar de mim eu estarei na sala, meu amor. — John pisca
para mim e eu apenas balanço a cabeça concordando.
Eles saem da cozinha nos deixando sozinhas então encaro Paloma, ela
parece inquieta mas tenta disfarçar mexendo na geladeira.
— Você vai me dizer o que está acontecendo, ou eu vou ter que
adivinhar...? Aliás! Eu não estou em condições de adivinhar nada, eu estou
morrendo de fome mas não queria comer para não engordar ainda mais, me
conta vai...? O que aconteceu entre vocês? Eu sei que vocês estão se
envolvendo, Paloma, isso é evidente... Mas você parece apreensiva com
alguma coisa, não quer conversar? Somos amigas se lembra? — Insisto
enquanto tiro da geladeira o queijo e a goiabada cremosa que enche a minha
boca d'água só de olhar.
Pego garfo, faca e um prato de sobremesa, me sento na ilha e ela se
senta ao meu lado estalando os dedos, evitando me encarar.
— Eu não sei o que está acontecendo Laura... Eu e o Felipe
conversamos sobre nós conhecermos melhor, e... A gente tá ficando já a um
tempo, mas as coisas parecem estar mudando entre nós, está tudo ficando
diferente e mais intenso e isso está me assustando... Eu acho que estou me
apaixonando por ele, Laura, e não era para isso estar acontecendo, eu era
garota de programa e ele agora é delegado, você tem noção disso? Como um
delegado vai gostar de uma ex garota de programa? Como ele vai me
apresentar a alguém que de repente pode já ter transado comigo na boate?
Como vai ser a reação dele se um dia isso acontecer...? Eu já nem sei mais o
que eu estou falando, nós não temos nada sério um com o outro, só estamos
saindo a um pouco mais de um mês e eu como uma burra fui deixar isso
acontecer. — Paloma desabafa em um tom aflito me deixando de boca aberta
com tudo que ouvi.
— Você está se ouvindo, Paloma? Presta bem atenção no que você
está falando, amiga...? Olha bem para mim! Eu vivi o inferno nas mãos do
meu padrasto, vivi situações vergonhosas e ainda fui jogada naquela boate de
prostituição contra a minha vontade, e hoje estou aqui, gravidissima e vou me
casar com John Sarkozy, o nosso ex chefe... Eu não era ninguém quando
cheguei naquela boate, Paloma, eu nunca imaginei que um homem como
John pudesse se interessar por mim, e amanhã nós vamos nos casar, então
porque um homem como Felipe não pode se interessar e se apaixonar por
você? Você é linda e pelo que percebi, Felipe está muito satisfeito com o que
está ralando entre vocês... Não fica sofrendo antecipadamente tirando
conclusões sem fundamento, deixa as coisas acontecerem naturalmente. —
Aconselho encarando-a atenta mas logo coloco a minha atenção no meu
doce.
— Olha só quem fala, logo você que teve uma crise compulsiva com
essa história de que está gorda, é sério isso Laura? Quando você escutar os
meus conselhos eu escuto os seus também, ok? — Ela gargalha me fazendo
acompanhá-la.
Conversamos um pouco mais sobre essa situação dela com Felipe,
mas logo mudamos para o assunto casamento. John e Felipe aparecem na
cozinha mas Paloma sai praticamente fugida tentando evitar Felipe, esses
dois estão caidinho um pelo outro mas parecem ter medo de se assumirem,
não sei o que está acontecendo com eles mas espero que se resolvam logo.
Depois de saciar o meu desejo de comer queijo com goiabada, eu e
John voltamos para o nosso quarto, conversamos brevemente sobre os nossos
amigos e assim como Paloma, Felipe também foi pedir conselhos amorosos
ao meu noivo, eu sabia que eles estão se apaixonando mas eles são muito
cabeça dura, preferem se enganar do que ver a verdade diante do nariz, mas
talvez depois do meu casamento eles se inspirem e enxerguem o que só eles
não conseguem ver, que eles nasceram um para o outro.
— Amanhã é um novo dia, amanhã é o nosso dia meu amor, então
vamos descansar porque eu quero ver você linda naquele vestido de noiva...
Eu vou estar ansioso no altar te esperando, então não demore, você me
ouviu...? Eu seria capaz de te buscar seja lá onde você estiver. Me alerta me
puxando para os seus braços me fazendo sorrir.
— Não seja tão dramático, amor, mesmo que eu demore alguns
minutinhos eu nunca vou deixar de me casar com você... Giulia disse que é
uma tradição a noiva se atrasar um pouquinho. — Acaricio o seu peito e ele
me encara incrédulo.
— Então nós seremos os primeiros a quebrar essa tradição, não quero
que você se atrase, por mim entraríamos juntos na igreja ao invés de ter que
ficar lá angustiado esperando. — Diz em um tom dramático me fazendo
gargalhar, toco o seu rosto e beijo com ternura e amor.
— Eu prometo não me atrasar muito, está bem...? Vou tentar chegar
na igreja na hora marcada, mas você terá que ter paciência, você já viu o
tamanho dessa barriga, se o vestido estiver apertado teremos que fazer uns
ajustes e isso pode demorar um pouquinho. — Explico me virando para o
outro lado da cama e ele me abraça por trás, beijando o meu pescoço.
— Eu aceito esperar, mas com uma condição... Eu quero fazer amor
com você agora... Eu preciso sentir você meu amor, estou agoniado por te
desejar tanto. — Pede com a voz rouca no meu ouvido acariciando a minha
barriga, mas logo a sua mão sobre até os meus seios.
— Eu também quero sentir você amor... Eu também estou te
desejando muito, meu gostoso. — Ofego sentindo ele esfregar a sua ereção
dura na minha bunda. Como ele consegue ficar excitado tão rápido?
Viro o meu rosto para beijá-lo e rapidamente ele devora a minha boca
em um beijo faminto, sua mão ergue a minha camisola a procura da minha
calcinha, mas ele se surpreende.
— Porra docinho... Você estava sem calcinha esse tempo todo...?
Cacete... — Sussurra descendo a sua mão até tocar a minha intimidade me
fazendo empinar a bunda para o seu lado.
— As calcinhas então me incomodando... Então é mais confortável
ficar sem elas... — Abaixo a parte de cima da minha camisola deixando os
meus seios à mostra.
— Encontrar você assim é perfeito... Mais perfeito ainda é estar
dentro de você... Ohhh delícia... Minha gostosa... — Sussurra se encaixando
na minha entrada e me penetra lentamente me preenchendo do jeito que eu
amo.
Gemi ao senti-lo todo dentro de mim, suas mãos tocam os meus seios
com carinho enquanto seus lábios úmidos beijam o meu ombro, ele se
movimenta dentro de mim com suavidade me causando uma sensação
deliciosa. Nós entregamos ao nossos amor e ao nosso momento, nos amamos
até gozarmos nos entregando ao nosso prazer, saciando o nosso desejo um
pelo outro.
Essa foi a nossa última noite de amor antes de nos tornamos marido e
mulher perante Deus e os homens, mas amanhã quando formos dormir vamos
estar casados e a nossa união selada para sempre.
— Ela disse que não iria demorar, mamãe, o que está acontecendo?
Ela já está atrasada dez minutos... Meu Deus eu pensei que a minha angústia
seria menor, mas não, está muito maior do que da primeira vez que me
casei... Mamãe liga de novo para ver se ela está bem... — Resmungo nervoso
e impaciente andando de um lado para o outro no altar, e minha mãe rindo da
minha cara.
— Meu Deus John... Não seja tão apressado meu filho, ela está bem...
Se eu estou aqui é porque ela já está pronta, o seu pai já foi buscá-la não se
preocupe, eles já estão a caminho e logo estarão aqui filho. — Mamãe
entrelaça o seu braço no meu tentando me fazer parar quieto no lugar.
— Está bem mamãe! Eu vou tentar ter paciência, mesmo não
conseguindo... Porra ela disse que tentaria chegar na hora mas até agora nada.
— Comento ansioso sentindo as minhas mãos usarem frio.
Meu coração acelera e posso sentir o sangue correr com força nas
minhas veias, tamanha é a minha adrenalina. Encaro todas aquelas pessoas ali
na minha frente mas os meus pensamentos estão nela, na minha morena
linda. Olho para o lado e vejo Victor na mesma situação que eu ou ainda pior,
ele está nervoso querendo ir atrás da minha irmã de qualquer jeito, mas a sua
mãe o impede, acho que ele é o único a me entender nesse momento.
— Porra John! O que houve com elas? Porque essas mulheres estão
demorando tanto se a mamãe disse que elas já saíram de casa...? Cara, eu não
estou mais aguentando esperar, meu irmão, e se a Lia desistiu? E se ela não
quer mais se casar comigo, John? — Pergunta aflito e eu tento me acalmar
para acalmá-lo também.
— Relaxa Victor! Minha irmã jamais desistiria de se casar com
você... Quanto a mim, eu não sei se terei a mesma sorte, Laura quase surtou
ontem se achando feia, ela queria até desistir do casamento meu irmão... É
isso que está me deixando aflito com essa demora delas, e se ela insistir
novamente nessa paranoia de se achar gorda no vestido? Ela não pode me
deixar aqui plantado! — Explico impaciente esfregando as mãos no rosto e é
a vez dele tentar me acalmar.
— Que besteira cara? Com todo respeito, mas, a Laura está ainda
mais linda grávida, essa mulher é louca por você, John! Ela só tem você
nessa vida e tenho certeza de que ela também jamais desistiria de se casar
com o homem que ela ama... Porra cara nós dois estamos parecendo
medrosos, sabia? Precisamos ser mais confiantes, as nossas mulheres nos
amam e... — Diz eufórico tentando me distrair, mas para quando vemos
Paloma entrar e Felipe entra em seguida.
— Graças a Deus elas chegaram! Eu sinto a presença dela cara, a
minha mulher está aqui! — Ofego sentindo o meu coração bater na boca, e
uma vontade insana de ir até ela.
As portas se abrem e vejo o meu pai de braços dados com a minha
irmã e minha mulher, minha nossa elas estão lindas, meu pai está tendo o
privilégio de trazer ao altar as duas mulheres mais lindas do mundo, Giulia e
Laura estão maravilhosas mas os meus olhos estão presos na minha mulher.
A marcha nupcial começa a tocar e eu e Victor voltamos para o nosso
posto, e assim como eu ele se segura para não chorar diante de tamanha
beleza das nossas garotas, meu maxilar dói pelo sorriso congelado no meu
rosto.
— Ela está linda... Meu Deus ela está muito linda... — Sussurro com
os meus olhos presos nela que sorrir daquele seu jeitinho tímido que me
fascina.
Papai tem um sorriso gigantesco no rosto olhando entre Laura e
Giulia, as duas estão maravilhosas e temo não conseguir segurar as minhas
lágrimas, a emoção é grande demais e já sinto os meus olhos arderem, uma
euforia, uma ansiedade sem tamanho toma conta de mim. Me seguro para não
correr até ela e acabar logo com essa distância entre nós.
Ela prende os seus olhos em mim e me dá aquele mesmo sorriso
encantador pelo qual eu me apaixonei, sinto algo quente descer pelo meu
rosto mas já é tarde para disfarçar as minhas lágrimas, olho para o lado e
Victor está ainda pior que eu, porra o cara está se debulhando em lágrimas.
— Porra Victor! Se controla cara! Estamos parecendo dois bebês
chorões... Porra elas estão lindas meu irmão... Estão maravilhosas. — Me
aproximo dele discretamente sem conseguir tirar os olhos delas.
— Porra John! Você está igual a mim cara, então não me peça para eu
me controlar... Sei que você está se segurando para não correr até a sua noiva
agora mesmo, vai por mim, eu estou me esforçando tanto quanto você. — Ele
seca o rosto e de longe vejo minha irmã com um largo sorriso no rosto.
Ficamos ali ansiosos, admirando o trajeto delas até se aproximarem
do altar, meu Deus a minha mulher está linda, sinto que estou me
apaixonando ainda mais por ela, como isso é possível? Como posso amar tão
desesperadamente essa mulher como eu a amo? E sinto que ainda posso amá-
la mais que isso.
Eles se aproximam do altar e eu e Victor fomos encontrá-las, meu pai
já está rendido as lágrimas assim como as nossas noivas, e nos tentando
sermos fortes para não chorar ainda mais.
— Victor! John...! Eu estou entregando a vocês o tesouro mais
valioso que vocês já tiveram, e vão ter em toda a sua vida, então protejam-
nas, meus filhos, façam-nas felizes e as amem como elas merecem... Eu
desejo a vocês toda a felicidade do mundo, vocês sempre terão a minha
bênção. — Meu pai dá um beijo na minha irmã antes de entregar a sua mão a
Victor, que o abraça em seguida.
Então ele faz o mesmo com Laura antes de entregar a sua mão a mim,
lhe dou um beijo na testa e abraço também o meu pai o agradecendo pelo
apoio, ainda sinto o meu maxilar doer pelo sorriso congelado em meu rosto.
Guio Laura até o altar com cuidado para ela não cair, e Victor faz o
mesmo com Giulia.
— Você está maravilhosa meu amor... Está me deixando sem fôlego
de tão linda, minha vida. — Puxo a respirando sentindo os meus pulmões
sem ar.
— Você também está maravilhoso, meu amor, parece um príncipe...
O meu príncipe. — Ela abre aquele seu sorriso tímido me fazendo sorrir
abertamente para ela, encaramos o padre e ele dá início a cerimônia.
— John Miller Sarkozy e Laura Westhause...! Victor Bennett e Giulia
Miller Sarkozy! É de livre e espontânea vontade que estão aqui hoje, para se
unirem em sagrado matrimônio? — Pergunta o padre nos encarando atento.
— Sim! — Respondemos todos então o padre da continuidade a
cerimônia.

Não preciso dizer que passei a cerimônia inteira nervoso e ansioso


para ouvir a minha mulher dizer sim para mim, e quando finalmente ela disse,
puta merda eu chorei como jamais imaginei que faria, a nossa emoção é tão
grande que estamos os quarto chorando, mesmo com o coração acelerado de
felicidade, porra agora ela é minha esposa, eu a tenho para sempre na minha
vida.
No final da cerimônia eu saí de braços dados com a minha esposa e
minha irmã veio logo com seu marido, como é bom dizer minha esposa, eu
esperei muito por isso e agora finalmente ela é completamente minha.
Seguimos para fora da igreja e há uma Limusine branca nos
esperando, entramos na mesa e seguimos para o salão de festas alugado no
centro de Miami, fizemos uma hora para dar tempo dos convidados
chegarem, mas eu estou um pouco preocupado, Laura parece exausta e não
quero que ela se esforce muito.
— Você está bem, amor? Não está cansada? — Acaricio a sua barriga
enquanto admiro o seu sorriso lindo.
— Eu estou bem minha vida, não se preocupe... Quando eu me sentir
no meu limite a gente vai embora, está bem? — Laura toca o meu rosto com
carinho antes de me beijar com paixão, aquele beijo doce que me faz querer
mais que um beijo.
— Estou ansioso para consumar o nosso casamento, docinho, quero
sentir você como minha esposa. — Afirmo entre os beijos desejando estar a
sós com ela.
— É melhor você esperar até chegar em casa, cunhado... Eu estou na
mesma situação que você e estou fazendo um esforço absurdo, para não pedir
ao motorista para nós levar direto para um hotel... Se eu soubesse que me
casar seria tão maravilhoso, eu não teria esperado quase um ano e meio para
pedi-la em casamento, eu teria me casado a muito tempo. — Victor abraça a
minha irmã que tem o sorriso mais lindo que eu já vi até hoje.
— O importante é que agora estamos casados meu amor... Eu sou sua
esposa e a nossa felicidade só está começando, eu ainda não estou
acreditando que eu e meu irmão nos casamos juntos... Estou tão feliz por
vocês maninho, eu estou muito feliz por estarmos dividindo esse momento
tão especial nas nossas vidas. — Giulia se emociona estendendo a mão para
mim e eu pego, lhe dando o meu melhor sorriso.
— Eu só estou casado hoje porque a minha família me apoiou quando
eu disse que queria cuidar da Laura, eu estou casado hoje porque a minha
família não me abandonou quando eu mais precisei... Eu também estou muito
feliz minha irmã, e torço pela felicidade de vocês assim como torcem por
nós... Estou casado com a mulher mais linda do mundo, e já tenho dois filhos
a caminho... Cacete isso é felicidade demais para um homem só. — Comento
ainda segurando a mão da minha irmã, mas foco a minha atenção na mulher
linda ao meu lado.
— Você merece toda essa felicidade, meu amor, você merece muito
mais que isso por ser essa pessoa tão maravilhosa, eu te amo... te amo
demais, meu marido. — Minha esposa se emociona me encarando com
aquele seu jeitinho amoroso que me encanta.
— Eu também te amo, minha princesa, te amo. — Acaricio o seu
rosto descendo a minha mão até a sua nuca e beijo-a com todo o meu amor.
Quando nos separamos o casal ao nosso lado também estão se
beijando, nos fazendo sorri, beijo a minha esposa mais uma vez mas logo
iniciamos uma longa conversa, falando da nossa lua de mel que acontecerá
depois que os nossos filhos nascerem, não vou deixar de dar a minha esposa
esse momento desejado por toda mulher, só vamos precisar esperar um
pouquinho.
Chegamos no salão e há muitos fotógrafos na entrada, muitos
convidados ainda chegando mas quero acabar logo com tudo isso, Laura
precisa descansar e sei que tudo isso é demais para ela.
Saímos da Limusine e seguimos para dentro do salão, cumprimentos
alguns executivos parceiros das nossas empresa, e alguns poucos amigos que
vieram de longe e alguns de perto. Meus pais estão radiantes com o nosso
casamento, com a festa e principalmente com os netos que vão nascer logo,
Laura está sendo muito paparicada por estar com a barriga tão linda e
enorme, indicando que os nossos filhos vão nascer em breve, mamãe está
muito feliz além de muito preocupada, mas estamos atentos para não deixá-la
exausta com tudo isso, e mesmo estando feliz eu sei que vai ser demais para
minha morena aguentar ficar muito tempo nessa festa.
Nos sentamos na mesa dos noivo com a nossa família e ali recebemos
os cumprimentos de todos, um tempo depois fizemos o brinde dos noivos e
cortamos o bolo, eu e Laura de um lado e minha irmã e meu cunhado do
outro, o bolo é enorme e tem sete andares, minha mulher está se deliciando
com o bolo e parece ter esquecido aquela história de que está gorda, todos a
elogiaram dizendo o quanto ela está linda, nos desejaram felicidades e o
sorriso em seu rosto não tem preço.
— Laura! Está na hora da valsa dos noivos, você consegue ficar em
pé mais um pouquinho? Não precisa dançar a música inteira, é coisa rápida.
— Avisa minha irmã empolgada fazendo Laura sorrir abertamente.
— Mas é claro que eu consigo, cunhada, eu não abro mão de dançar
com o meu marido... Vamos amor! — Laura larga o prato de bolo me
arrastando em direção a pista de dança.
— Se acalme meu amor! Não precisa correr você está de salto...
Aliás, porque você não tira logo esses sapatos? Prefiro ver você descalça do
em cima desses saltos correndo riscos de levar um tombo. — Alerto-a
preocupado mas ela está tão empolgada que nem me dá atenção, apenas me
puxa para um beijo calmo antes de se soltar me arrastando novamente.
Paramos no meio do salão e eu puxo ela pela cintura, e a mesma
abraça o meu pescoço me dando aquele sorriso lindo. Iniciamos a nossa valsa
mas meu coração bate em um ritmo mais acelerado que a melodia da música,
ela está aqui em meus braços, linda, grávida e sorrindo desse jeito tão
angelical.
— Está feliz...? Não se arrependeu de se casar comigo? — Encaro
fixamente os seus olhinhos brilhantes e ela me beija mais uma vez.
— Será que esse beijo responde a sua pergunta? Ou eu vou precisar
fazer algo mais que isso para você ver o quanto eu estou feliz, por ter me
casado com você...? Você é o amor da minha vida, John, eu não me
imaginaria me cansando com mais ninguém além de você... John, você foi a
minha primeira paixão, e será o último homem que terei na minha vida,
porque eu sou sua para sempre, eu quero você para sempre, meu amor. —
Declara em um tom emocionado, com um olhar de ternura acariciando a
minha nuca, ela me dá alguns beijos curtos, mas apaixonado.
— Caramba docinho... Você é a minha vida mulher, você é tudo para
mim, você é o melhor de mim, Laura Sarkozy... Minha esposa, minha
rainha... Eu te amo e nunca vou me cansar de dizer isso, te amo mais do que
um dia eu amei alguém... Meu amor por você é maior do que tudo que eu já
senti até hoje, Laura, eu amei a minha primeira família, e amei muito, Deus
sabe disso, mas o que sinto por você e os nossos filhos é algo inexplicável, é
algo muito maior do que eu possa calcular, então perder vocês está fora do
meu alcance... Perder vocês me destruiria completamente, meu amor... Com
isso você já imagina a importância que você e os nossos filhos tem para mim,
não é minha vida? Pérola e David Johnny são apenas o começo da nossa
felicidade... Vocês são simplesmente o ar que eu respiro, meu amor. —
Encaro os seus olhos atentos enquanto nos movemos no ritmo da música.
Ela chora em silêncio sem tirar o seu sorriso do rosto, beijo-a com
todo o meu amor e minha paixão, sentindo a minha vida completa porque
agora eu tenho tudo que eu precisava, agora eu sou um homem realizado.
— Meu Deus eu te amo... Te amo demais, John, mas não quero ficar
chorando tanto na frente dessas pessoas. — Ela sorrir entre os beijos me
fazendo sorrir também.
Terminamos a nossa dança mas quando íamos nos sentar, Giulia
inventa de jogar os buquês, Laura finalmente me ouviu e tirou os sapatos
calçando uma sandália baixinha, que minha mãe havia trago para ela, minha
mãe sempre pensa em tudo.
As mulheres se reúnem no meio do salão alvoroçadas para pegarem o
buquê, mas notei em um canto mais afastado, Felipe encarando Paloma de
um jeito diferente, ele olha para ela do mesmo jeito que eu olho para minha
mulher, mas Paloma parecia se esquivar dele a festa inteira, ela está estranha
mas Laura me contou o porquê, Paloma já percebeu que está se apaixonando
por Felipe, e ela nem imagina que ele também está se apaixonando por ela,
esses dois precisam conversar e se resolverem logo, pois está na cara que se
gostam.
— Atenção mulherada! Já vamos jogar o buquê...! Se preparem para a
contagem regressiva! Um...! Dois...! Três e... — Diz minha irmã em alto e
bom som, então elas jogam o buquê e aquele monte de mulher se jogam uma
em cima das outras na tentativa de pegar o buquê.
Uma mulher ruiva pega o buquê da Laura e o buquê da minha irmã
vai parar nas mãos de Paloma, ela sorrir abertamente, meio sem graça mas
vejo seus olhares em direção a Felipe que a encara com um pequeno sorriso,
as meninas se aproximam dela dando os parabéns por pegar o buquê, e elas se
distraem conversando empolgadas, sorrio admirando a minha mulher e minha
irmã juntas se abraçando carinhosamente, mas vejo a expressão no rosto de
Laura mudar, ela parece forçar um sorriso então fico atento, já me preparando
para ir até ela.
— Mamãe, a Laura não parece bem, acho que vou levá-la para casa,
ela já está exausta eu sei disso. — Aviso preocupado e minha mãe fica atenta
a Laura também.
— Sim filho ,você tem razão, já passou da hora dela descansar, ela já
está em pé a tempo demais e.... — Concorda mamãe me arrastando em
direção a Laura, mas para quando Giulia e Paloma abraçando Laura
sustentando o seu peso para ela não cair, eu corro até elas.
— JOHNNNN! CORRE POR FAVOR! — Grita minha irmã
desesperada ao ver Laura quase desmaiando em seus braços, me deixando em
pânico.
— Meu amor! Meu amor falar comigo...? Laura? Ei docinho não faz
isso comigo! Amor? — Chamo por ela amparando o seu corpo então Felipe,
papai e Victor se aproximam preocupados enquanto eu pego ela no colo.
— Me leva pra casa amor...? Não estou me sentindo bem, estou com
muita falta de ar e sinto a umas pontadas na barriga. — Diz com a voz fraca
deitando a cabeça em meu ombro, me deixando com o coração apertado.
— Eu não vou te levar para casa, amor, vou te levar para o hospital...
Não vou correr o risco de você piorar e perder os nossos filhos. — Aviso
decidido já indo com ela em direção a saída do salão.
Minha irmã, minha mãe e Paloma vem atrás de mim querendo ir
juntas, mas Laura pede para elas continuarem na festa, e é claro que nenhuma
delas quiseram ficar, mas alguém precisa ficar para encarar a festa mais tarde,
então minha irmã e Paloma concordaram em ficar, já que minha mãe está
relutante em se afastar de Laura.
Seguimos para Limusine e entramos na mesma e Laura está quase
desmaiando em meus braços, me deixando angustiado.
— Fica calmo amor...? Eu estou bem, só estou exausta. — Ela abraça
o meu pescoço tentando me passar tranquilidade, mas quando ela faz uma
carinha de dor a minha preocupação volta.
— Eu vou ficar tranquilo quando, o médico me disser que está tudo
bem com você e os bebês, antes disso não me peça para ficar tranquilo
porque isso é impossível! — Toco a sua barriga rezando mentalmente para
que ela e meus filhos fiquem bem.
Peço ao motorista para ir mais rápido mas esse carro não corre muito,
e ele precisa se manter no limite por causa de Laura, não é bom ela se
chacoalhar tanto então tento me acalmar um pouco.
Alguns minutos depois estamos chegando na emergência da
maternidade, meu pai sai na frente se apressando para pedir ajuda, enquanto
eu pego Laura no colo e mamãe me acompanha. Meu pai volta com uma
cadeira de rodas e um enfermeiro ao seu lado, coloco a minha esposa na
cadeira e explico o que ela está sentindo, enquanto entramos por um corredor,
mas não me deixaram entrar com ela, disseram que me chamariam depois que
ela fosse examinada.
Na recepção eu preencho a ficha dela e logo fomos para sala de
espera, estou angustiado querendo ir atrás dela mas sei que serei barrado.
Depois de alguns minutos ali aflito, esperando por notícias, finalmente um
médico entra na sala.
— Por favor! Os familiares da Sra. Sarkozy! — Chama olhando a sua
volta e rapidamente eu me levanto.
ÚLTIMO CAPÍTULO...

— Sim Sr. Sarkozy, a sua esposa e os bebês estão bem, ela só precisa
descansar um pouco e ficar de repouso, já que ela passou muito tempo em pé
e a barriga já está pesando bastante... Demos uma medicação a ela para
aliviar a dor na barriga pois isso é consequência da exaustão, ela já está
liberada e o senhor já pode vê-la, a Sra. Sarkozy está no quarto 203 no
segundo andar. — Explica o médico me fazendo respirar aliviado.
— Obrigado doutor, o senhor tirou um peso dos meus ombros... Eu
vou ver a minha mulher agora mesmo. — O cumprimento eufórico mas me
apresso para sair do quarto deixando os meus pais para trás.
Corro para o elevador mas ele está no quinto andar, não penso duas
vezes antes de correr até a escada, ouço o meu pai me chamar mas estou
ansioso demais para ver a minha mulher, quero me certificar de que ela esteja
mesmo bem, então subo correndo para não perder tempo.
Poucos segundos depois já estou entrando no quarto e vejo minha
mulher deitada, sorrindo acariciando a sua barriga, mas ela tem um olhar
abatido indicando o seu cansaço. Me aproximo dela emocionado por vê-la
bem e ela abre os seus braços para mim.
— Amor... Me desculpe pelo susto? Venha aqui? Senti a sua falta
pertinho de mim. — Confessa me recebendo em seu braços e me aperta forte,
como se estivesse a meses sem me ver.
— Você disse que quando estivesse no seu limite, você pediria para
irmos embora, se lembra...? Porque não fez isso meu amor? Você nem
imagina o quanto eu fiquei angustiado, minha vida. — Aperto ela em meus
braços beijando o seu pescoço, ela está sem o vestido de noiva e o véu,
usando uma camisola hospitalar.
— Me desculpe amor, eu não queria ser chata e abandonar a festa pela
metade, você estava tão feliz conversando com os seus amigos da empresa...
Estávamos os dois muito felizes e eu não queria estragar isso, mas veja só o
que aconteceu...? Eu não queria te preocupar, me desculpa? — Diz meio sem
graça abaixando a cabeça, mas ergo o seu queixo fazendo-a me encarar.
— Não se preocupe amor, você estava feliz e isso é o mais importante
para mim, mas eu não gostei de ver você passando mal, ouviu? Nunca mais
extrapola os seus limites apenas por me ver feliz, porque a minha felicidade é
vocês minha princesa... Graças a Deus vocês estão bem e nós já podemos ir
para casa. — Toco a sua barriga com carinho antes de beijá-la calmamente.
Saímos do hospital e seguimos para casa, Laura não quis colocar o
vestido de noiva novamente então tirei o meu blazer para ela vestir, como ela
é pequena o blazer serviu como um vestido e ainda ficou confortável.
Estamos mais tranquilos e Laura mais relaxada, puxo ela para os meus braços
e no balançar da Limusine, ela adormece de tão cansadinha que está.
Meus pais decidiram voltar para festa para se despedirem de Giulia e
Victor, e também para dar notícias de Laura, do salão minha irmã vai direto
para sua lua de mel mas nos falaremos depois com mais calma.
Chegamos em casa e eu pego a minha bela adormecida em meus
braços, levo ela para o nosso quarto e acomodo-a na nossa cama coberta por
pétalas de rosas, o quarto inteiro está repleto de arranjos de flores como eu
pedi que fizessem assim que ela saísse de casa, pensei que teríamos a nossa
noite de núpcias mas prefiro ver a minha mulher descansando, depois de um
dia exaustivo, ela dorme tão serenamente, tão tranquila que tenho medo de
tocá-la e acordá-la.
Passo alguns minutos ali admirando-a, mas logo deixo a minha
mulher dormindo e vou para o banheiro já me despindo, eu preciso de um
banho para relaxar. A banheira está cheia com espuma e pétalas de rosas,
velas aromatizantes espelhadas por todo o banheiro mas não vamos poder
aproveitar tudo isso hoje.
Entro no chuveiro e ligo a ducha me enfiando em baixo da água
quente, fecho os olhos e fico ali por longos minutos pensando no dia de hoje,
no quanto estou feliz por estar casado com essa mulher maravilhosa.
De repente ouço a porta do box se abrir e eu me deparo com a minha
esposa completamente nua, me encarando com malícia, me encarando com
desejo.
— Me ajuda a entrar na banheira amor...? Eu também preciso de um
banho. — Pede me encarando de cima abaixo puxando uma respiração
pesada.
— Você não devia estar dormindo, Sra. Sarkozy? O que faz de pé?
Você precisa descansar meu amor. — Desligo a ducha me aproximando dela
e a mesma me dá aquele seu olhar tímido.
— Temos um casamento para consumar, e eu não abro mão disso...
Está tudo tão lindo, já estamos os dois nus... Vamos entrar na banheira juntos
e nós sabemos o que acontece quando estamos juntos... A sós. — Ela pega a
minha mão me levando em direção a banheira, sorrio satisfeito e pego ela no
colo, colocando-a dentro da banheira.
— O médico te recomendou repouso, meu amor, não sei se é uma boa
ideia fazermos isso... Porra, mas você está aqui na minha frente, linda e nua...
Eu não conseguiria resistir mesmo que eu quisesse muito. — Entro na
banheira já sentindo o meu pau latejar de desejo.
Me sento na banheira ajudando-a se sentar entre as minhas pernas de
costas para mim, beijo o seu ombro subindo para o seu pescoço e ela deita a
cabeça em meu ombro, acaricio a sua barriga e subo as minhas mãos até os
seus fartos seios, acariciando o seu mamilo que enrijece rapidamente.
— Tem certeza amor...? Não quer deixar para amanhã ou outro dia?
Eu vou entender se você não... — Beijo e passo a minha barba pelo seu
pescoço e ela geme virando o rosto, me interrompendo com um beijo.
— Eu quero você amor... Eu só preciso sentir você nem que seja uma
única vez, então depois a gente descansa, está bem...? Agora sou sua esposa e
quero consumar o nosso casamento, quero fazer amor com o meu marido. —
Ela traz a sua mão até a minha nuca me puxando para um beijo intenso, um
beijo de amor e desejo.
Sinto a sua outra mão entre nós deslizando pelo meu abdômen até
encontrar o meu pau, ela o segura gemendo na minha enquanto movimenta a
sua mãozinha tão pequena me enlouquecendo.
— Eu quero te agradecer por me fazer tão feliz, John... Mas quero
fazer isso de um jeito prazeroso amor... Eu quero chupar você... Agora... —
Diz com uma voz tão sedutora que sinto o meu pau latejar.
— Porra docinho... Eu deixo você fazer o que quiser comigo, minha
gostosa, pedindo com essa voz tão sexy eu seria capaz de matar um, se você
me pedisse. — Me ergo rapidamente me sentando na borda da banheira e ela
sorrir, daquele jeito que eu amo.
— Por hora eu só quero chupar você, e quero que faça amor comigo...
Depois eu penso em que mais eu posso querer. — Ela ergue uma sobrancelha
me fazendo sorrir.
Ela se aproxima mais se encaixando entre as minhas pernas e eu me
inclino para beijá-la, um beijo tão doce que eu queria muito mais, mas
também quero sentir a sua boquinha me engolir daquele jeito mágico que só
ela sabe fazer.
Laura segura o meu pau e se abaixa se sentando sobre os seus
calcanhares, e logo eu sinto a sua língua quente deslizar pela minha extensão,
antes de engolir a minha base.
— Ohhh... Minha nossa isso é perfeito... Que boquinha gostosa... —
Gemi jogando a cabeça para trás de olhos fechados, sentindo o meu pau
latejar na sua boca.
Ela me chupa com vontade, me chupa com fome de me sentir na sua
boca e isso me deixa louco. Acaricio os seus cabelos descendo a minha mão
até a sua nuca, louco para fazê-la me engolir por inteiro, mas não precisei
mover um músculo porque ela sabe do que eu gosto, ela me engole me
levando até a sua garganta, me deixando alucinado com essa sensação, ela
geme com o meu pau na sua boca e isso acaba comigo, porra eu não quero
gozar ainda mas estar nessa boquinha quente me derruba facilmente, ela
parece querer sentir o meu líquido na sua boca porque ela me chupa com
tanta fome que não vou resistir.
— Porra docinho... Ohhh isso amor... Isso... Ahhh caralho eu não vou
aguentar... Amor... Ohhh gostosa... — Gemi feito um louco já quase gozando,
mas quando estou bem perto de gozar ela para me encarando com aquela
carinha de safada.
— Eu quero sentir você gozar em mim, amor... Quero gozar junto
com você, John... — Ela ofega e sussurra o meu nome daquele seu jeitinho
que me deixa fora de mim.
— Eu faço tudo que você quiser, se lembra...? Você quer gozar
comigo? Então você vai gozar minha gostosa. — Me ajoelho dentro da
banheira enquanto ela se vira de costas para mim, me dando uma bela visão
da sua bundinha redondinha.
Ela segura a borda da banheira então me encaixo na sua intimidade,
penetrando-a lentamente sentindo a sua quentura, ela arfa jogando a cabeça
para trás enquanto eu percorro as minhas mãos pelo seu corpo, sentindo as
suas curvas maravilhosas me enlouquecer.
Começo a me mover devagar sentindo a sua carne quente e úmida
envolver cada centímetro meu, seguro a sua cintura e me movo mais rápido
enquanto ela me presenteia com os seus gemidos gloriosos, seus gemidos são
perfeitos e excitante, ela me enlouquece principalmente quando geme o meu
nome e me chama de amor. Agarro os seus seios prendendo os seus mamilos
entre os meus dedos e brinco com eles sem parar os meus movimentos.
— Meu Deus amor... Isso... Ohhh John meu amor... Meu amor... Ahh
isso... — Laura se ergue deitando a cabeça em meu ombro, beijo o seu
pescoço e sussurro no seu ouvido.
— Eu te amo meu amor... Você é tudo para mim, docinho... Ohhh
vamos gozar juntos minha gostosa...? Goza comigo minha princesa? Goza
meu amor...? — Gemi sentindo o meu orgasmo cada vez mais perto de
explodir.
Sua intimidade me aperta e ela me puxa pela nuca, me beijando
ferozmente, seguro com mais firmeza a sua cintura e aumento um pouco mais
os meus movimentos, perdendo totalmente o controle ao senti-la estremecer,
gozando no meu pau.
— Caralho que delícia... Ohhh delicia docinho... Porra... Ohhh porra...
— Gemi na sua boca entrando nela mais rápido e fundo, gozando com força
preenchendo com o meu prazer.
— Ohhh céus isso... Que delícia... Humm que delícia meu marido...
— Laura ofega e sinto o seu corpo amolecer então me sento na banheira
trazendo ela junto
— Você consegue me deixa louco com facilidade, docinho... Meu
Deus como você mudou... E mudou para melhor, a cada dia você está mais
gostosa, mais desinibida e fogosa... E a cada dia eu te amo mais minha
deliciosa. — Sussurro no seu ouvido e beijo o seu pescoço, ainda latejando
dentro dela.
— O responsável por isso é você, meu amor... Você me deixou mal
acostumada, você me ensinou muito, mas eu ainda quero aprender mais...
Quero agradar o meu marido ao máximo que eu puder... Não quero que se
canse de mim porque eu jamais vou me casar de você, eu te amo demais
John... Meu marido... Meu amor você me deixa completamente satisfeita. —
Ela deita a sua cabeça no meu ombro e vira o rosto para me beijar, um beijo
calmo mas doce o suficiente para me prender nele.
— É completamente impossível me cansar de você, princesa... Eu
nunca vou me cansar de você, mesmo quando você surtar por motivos bobos,
quando estiver na TPM ou simplesmente estiver zangada comigo, eu sempre
vou querer te acalmar pegando você dê jeito... Eu te amo demais, Laura
Westhouse Sarkozy... Você é perfeita para mim, você é tudo para mim,
minha vida. — Acaricio o seu rosto e desço a minha mão até a sua barriga,
passando espuma e pétalas de rosas por toda ela.
Tomamos o nosso banho entre beijos e carícias e demoramos mais
que o planejado, depois do banho vestimos um roupão e fomos pra cama mas
Laura quis fazer um brinde, já que o nosso champanhe especial estava no
gelo, um espumante sem álcool porque ela não pode ingerir bebidas
alcoólicas, na verdade ela não bebe bebidas alcoólicas e eu admiro isso.
— Um brinde ao nosso amor! Um brinde a tudo que conquistamos
juntos até agora! Um brinde a nossa família. — Ela abre um largo sorriso
fazendo o meu coração bater mais forte no peito.
— Um brinde à nós, meu amor... Um brinde a você, a mulher que me
salvou de mim mesmo, a mulher mais linda do mundo, a mulher da minha
vida... Um brinde a nós e a nossa família. — Retribuo ao seu sorriso então
brindamos.
Beijo a minha esposa com calma e logo beijo a sua barriga, tomamos
mais um gole do champanhe e logo fomos nós deitar, Laura já fez arte demais
por hoje e agora ela precisa descansar.
Enquanto nós preparamos para dormir, minha mãe ligou para saber
como Laura está, Giulia aproveitou para falar com ela e se despedir antes da
viagem, mamãe nos informou que a festa já estava no fim e que ela, papai,
Felipe e Paloma já estão se preparando para virem embora.
Me acomodo na cama puxando a minha esposa para os meus braços e
logo nos entregamos ao sono, estamos exausto, mas felizes, estamos
realizados por finalmente estarmos casados, tudo parece ainda mais completo
agora que posso dizer que Laura é minha esposa, minha mulher, minha vida.

UM MÊS DEPOIS...

A nossa vida de casados não poderia estar melhor, estamos mais


felizes a cada dia e a nossa ansiedade pela chegada dos nossos filhos é
grande, Laura já está com quase nove meses de gravidez e mesmo com medo,
ela optou pelo parto normal, graças a Deus está tudo bem com ela e os bebês
e a gravidez tem sido muito tranquila, mas ela ainda está bastante fogosa e
estamos transando quase a todo momento, já que a médica dela disse que o
sexo na gravidez pode trazer benefícios na hora do parto, estamos levando
essa teoria muito a sério e nós amamos sempre que temos um tempinho livre.
Finalmente eu já estou de férias e preparado para receber os meus
filhos quando nascerem, agora falta pouco e logo os terei em meus braços.
O dia hoje está quente então resolvemos passar um tempinho na
piscina, Laura está mais inchada que o normal, seus pés estão enormes e
estou evitando deixá-la andar de um lado para o outro dentro de casa, eu faço
tudo que ela pede só para deixá-la sentada descansando, e ficar na piscina tem
ajudado bastante mas eu nunca deixo ela sozinha.
— Amor eu quero sair da água, já estou cansada e quero me deitar um
pouco. — Pede abraçada ao meu pescoço então ajudo-a sair da água.
— Pensei que você não iria mais querer sair da água hoje, já estamos
nessa piscina a tempo demais, amor. — Comento enquanto saímos da piscina
e eu pego um roupão para ela vestir.
— Depois que eu perdi o medo de entrar na água, eu não quero mais
saber de outra coisa, é muito bom ficar na água, ainda mais em um calor
desses... Eu quero que os nossos filhos aprenda a nadar cedo, amor, não
quero ficar com medo de acontecer alguma coisa com eles nessa piscina. —
Diz em um tom mais preocupado enquanto vamos em direção a casa.
— Eu concordo com você minha vida, eu também não quero passar
com os nossos filhos o susto que eu passei com você, então quando pediatra
disser que eles já tem idade para aprender a nadar, nós vamos resolver isso.
— Abraço a sua cintura enquanto entramos em casa e vejo os meus pais no
sofá falando com a minha irmã por vídeo chamada.
Ela está no trabalho enquanto eu estou de férias curtindo a minha
mulher e a nossa vida de casados.
— Laura querida, já está na hora de você descansar um pouco e
comer alguma coisa, você passou o dia inteiro na piscina e quase não comeu.
— Mamãe se levanta vindo na nossa direção enquanto sorrimos pela sua
preocupação.
— Eu sei minha sogra, é por isso que eu resolvi entrar, estou exausta
e só agora me deu um pouquinho de fome... Na verdade eu queria comer...
Ahh... Eu... Tem alguma coisa escorrendo pelas minhas pernas, acho que fiz
xixi. — Ela nos encarando preocupada e envergonhada ao mesmo tempo,
enquanto minha mãe se desespera.
— Não é xixi querida, a sua bolsa estourou! Os meus netos vão
nascer...! Conrado manda preparar o carro! John vá pegar mas bolsas da
Laura e das crianças...! Vamos querida, você precisa se trocar, precisamos ir
para o hospital agora mesmo. — Diz mamãe eufórica me deixando louco com
a sua agitação.
— O que eu faço com ela mamãe? Ela precisa de ajuda, você
consegue andar até o quarto meu amor? Não importa eu levo você, vamos! —
Pergunto nervoso pegando ela no colo levando-a para o quarto enquanto
mamãe vem atrás falando um monte.
— Amor se acalma! Está tudo bem, eu não estou sentindo nada e...
Ahhh... Tá legal, agora eu comecei a sentir... Mas está doendo pouco então da
para suportar... Eu preciso de você calmo par anão me deixar apavorada, está
bem? — Laura abraça ao meu pescoço mas com a outra mãos abraça a sua
barriga.
— Eu estou calmo amor, mão se preocupe, eu vou ficar calmo... Eu
preciso ficar calmo. — Entro apressado com ela no nosso quarto e elevo-a
direto para nossa cama.
Ela sorrir ao me ver apavorado enquanto minha mãe corre até o closet
para pegar uma roupa para ela vestir, mas antes ela pede para tomar banho e
mesmo em pânico eu a ajudo no banho, foi coisa rápida pois as contrações
começaram a aumentar.
Depois do nosso banho rápido ela se veste com a ajuda da minha mãe
enquanto eu vou para o closet, coloco a primeira roupa que vejo na frente e
pego as bolsas dela e das crianças, saímos de casa e apesar das contrações,
Laura está calma, ela está me vendo angustiado e está tentando ser forte por
nós dois, isso é inacreditável.
Durante o nosso trajeto eu ligo para a médica dela avisando que os
bebês já vão nascer, ela diz que já está a caminho da maternidade e que vai
nos esperar lá. Poucos minutos depois estamos chegando na maternidade e eu
pego Laura no colo, entro com ela hospital a dentro e a médica dela vem nos
receber, ela encaminha Laura para a sala de parto e dessa vez ninguém tentou
me impedir de entrar.
Permaneci o tempo inteiro ao lado dela ainda mais nervoso que a
própria Laura, que até mês passado estava morrendo de medo do parto, e
agora está se mostrando mais forte que eu em uma situação como essa.
Está tudo preparado para o parto, Laura está sofrendo com as dores
das contrações e os médicos pedem para que ela faça força, ela já está com a
dilatação pretendida pelos médicos e agora é só trazer os nossos filhos ao
mundo.
— AHHHH... Que Deus me ajude... Que os meus filhos nasçam bem
meu Deus... AHHHH... Essa dor é horrível amor... — Ela faz força segurando
a minha mão tão forte que ela se treme inteira.
— Isso meu amor, traz os nossos filhos ao mundo minha vida...! Que
Deus te abençoe por ser tão corajosa, por ser tão forte... Vai princesa! Faça
força amor, o primeiro já está vindo minha vida. — Peço emocionado
enquanto os médico conversam entre si e um deles aperta a barriga dela para
ajuda a empurra o bebê que está nascendo.
— Isso Sra. Sarkozy! Se mantenha firme porque um dos seus bebês já
está nascendo... Isso! É o menino que está nascendo primeiro, marque a hora
enfermeira...! Papai! O senhor quer cortar o cordão umbilical do seu filho? —
O médico encoraja Laura e logo ouço o chorinho do meu filho fazendo o meu
coração acelerar.
Já estou emocionado e ele me pergunta se quero cortar o cordão
umbilical do meu filho, eu não penso duas vezes e me aproximo dele com os
meus olhos fixos no meu bebê.
— Sim doutor! Eu quero, quero muito fazer isso. — Me empolgo já
chorando e ele me entrega a tesoura indicada para o corte, enquanto me
ensina como fazer.
Corto o cordão umbilical do meu filho ainda o ouvindo chorar e seu
chorinho está sendo gravado na minha memória, ele é loirinho, igual a mim e
também lembra muito o filho que perdi no passado, ele lembra ao David.
Encaro Laura com um enorme sorriso no rosto e ela está aos prantos
chorando tanto quanto eu, mas o seu sorriso é a coisa mais linda que já vi. A
enfermeira pega o meu filho o aproximando de Laura para que ela o veja, a
nossa emoção é muito grande então eu volto para perto da minha esposa
segurando novamente a sua mão.
— Ele é lindo amor... Meu Deus ele é lindo minha vida. — Beijo a
sua testa suada e lhe dou um beijo de leve nos lábios.
— AHHHH... Amor! Amor a nossa filha...! A nossa filha...
AAAAII... — Grita entre lágrimas voltando a apertar a minha mão com força,
e mais uma vez os médicos a encorajam pedindo para ela fazer força.
— A sua filha está nascendo Sra. Sarkozy! Continue assim, faça
força! Agora falta pouco para a sua filha nascer... Quando vier a próxima
contração, faça o máximo de força que puder, está be... — Pede o médico
sem tirar a sua atenção do que está fazendo, mas antes que ele termine de
falar, Laura grita mais uma vez.
— AHHHH! — Grita fazendo força e logo ouvimos também o
chorinho da nossa filha.
Estou chorando com um imenso sorriso no rosto enquanto minha
mulher me encara ofegante e quase sem forças, seu sorriso aos poucos vai
aparecendo e mais uma vez o médico me chama para cortar o cordão
umbilical da minha filha, e mais uma vez me emocionei. Pérola é linda e tem
os olhos e os cabelos negros com os da mãe, ela se parece muito com Laura,
é a princesinha da minha vida.
— Muito bem Sr. Sarkozy, as enfermeiras vão limpar e fazer os
procedimentos necessários nos bebês, então o senhor vai poder pegar os seus
filhos, está bem...? Parabéns, Sra. Sarkozy, seus filhos são lindos e tenho
certeza de que serão tão fortes quanto a mãe. — Comenta o médico ainda
fazendo os procedimentos na minha mulher, que apenas sorrir enquanto a
enfermeira leva a minha filha para ela ver.
— Obrigada doutor... Meu Deus obrigada... Os meus filhos são
lindos... Os nossos filhos são lindos, amor... Minha filha, Minha vida. — Ela
chora ainda emocionada então a enfermeira leva Pérola para junto de David
Johnny, para também ser cuidada.
— Obrigado meu amor, você foi maravilhosa como sempre, você foi
perfeita ao trazer os nossos filhos ao mundo... Eu te amo minha princesa...
Minha rainha linda. — Não consigo conter as minhas lágrimas, as
enfermeiras se aproximam com os bebês me entregando o menino e entregam
a menina a Laura.
— Eu tenho uma família, a minha família, e nunca mais eu serei a
única Westhause... Sei que minha mãe está sorrindo agora de onde está,
porque eu tenho a vida que ela sempre sonhou para mim... Eu tenho a minha
família, a família Westhause Sarkozy... A nossa família, John. — Laura
acaricia o rostinho da nossa filha, beijando a sua cabecinha.
Os meus filhos são lindos, são o tesouro mais valioso que Deus me
deu e eu vou zelar por eles, vou dar a minha vida pela minha família se for
necessário, não consigo dizer nada, só consigo chorar de emoção não me
aguentando de tanta alegria, a minha felicidade é quase palpável.
SEIS ANOS DEPOIS...

— Porquê está me olhando assim, amor...? Está querendo me dizer


alguma coisa? — Pergunto enquanto recolho os brinquedos do chão, e meu
marido tem os nossos filhos dormindo em cima dele no sofá.
Ela me olha daquele jeito intenso, me olha com malícia mas também
com ternura, um olhar de admiração que me faz corar.
— Você está tão linda... A anos eu estou fascinado com a sua beleza
meu amor, a anos você faz de mim o homem mais feliz desse mundo... A
anos você está tão gostosa, é uma pena eu não poder sair desse ninho de anjos
aqui agora, do contrário eu levaria você para o nosso quarto para senti-la
mais um vez hoje. — Diz ele com os seus olhos dilatados de desejo me
fazendo estremecer como de costume.
— John...! Preciso colocar as crianças na cama, amor... Eu vou levar a
Mercedes e depois volto para pegar a Pérola, você fica com o David. —
Deixo os brinquedos de lado e me aproximo dele para pegar a minha caçula,
dormindo sobre o peito do pai, mas John segura a minha mão.
— Porque você tem que usar essa voz tão sexy para pronunciar o meu
nome...? Porra docinho, isso acaba comigo, amor... Leva a Mercedes e deixa
os gêmeos comigo, eles já estão bem pesadinhos para você ficar pegando-os
no colo... Amor você já está de cinco meses e sua barriga já está bem
grandinha, não quero você se esforçando, se lembra...? Já estou ansioso para
ter o nosso garotão em meus braços, a sua barriga está linda, minha rainha. —
John acaricia a minha barriga e me inclino para beijá-lo antes de pegar a
nossa princesinha mais nova.
— Como o senhor quiser, Sr. Sarkozy! — Sorrio de lado enquanto
pego a nossa bonequinha e me afasto dele para sair da sala.
— Você só me chama assim quando quer me provocar, e você só me
provoca quando quer alguma coisa e eu sei bem o que você quer, docinho... E
eu vou te dar minha gostosa. — Afirma com a voz rouca de desejo e eu sorrio
satisfeita.
Eu sempre consigo provocá-lo para conseguir o que quero sem
precisar pedir, mas eu também adoro quando ele me faz implorar para tê-lo
dentro de mim, a sua pegada me enlouquece.
Sorrio abertamente para o meu marido e sigo para o quarto das
crianças, ainda estamos morando na mesma casa porque amamos esse lugar,
meus sogros moram perto de nós para assim passarem mais tempo com os
netos.
Giulia também não mora longe daqui, estamos todos na mesma área e
assim estamos sempre juntos John ainda está na presidência da empresa e
Giulia se tornou a sua vice presidente, eu concluí os meus estudos mais
rápido do que eu pensei e já estou cursando faculdade, não foi fácil
convencer o meu marido a me deixar fazer faculdade, mas enfim, estou
realizando mais um sonho, estou cursando administração para continuar
crescendo na empresa da família, eu continuo como assistente pessoal do
meu marido mas ele já está pensando em um cargo melhor para mim, agora
que estou falando o inglês fluente, já tenho bastante conhecimento dentro do
nosso ramo empresarial, e isso vai me ajudar muito no futuro.
Giulia e Victor tem dois filhos, uma menina de três aninhos e um
menino de seis meses que não desgruda do colo da vovó coruja, assim como
nós eles também contrataram babás para seus filhos, mas nos finais de
semana as babás são dispensadas para termos o nosso tempo com os nossos
filhos, e John não abre mão disse, ele faz todas as vontades das crianças e eu
amo vê-lo junto com eles, John é um pai muito amoroso e dedicado, um
marido perfeito e não tenho como me queixar de nada.
Estamos cumprindo a nossa promessa de termos uma família
numerosa e já estou na minha terceira gravidez, Mercedes tem três aninhos e
é a cara do pai, tem os cabelinhos loiros e os olhos azuis assim como David
Johnny, apenas Pérola é todinha a mim e também é o xodó do pai, assim
como os irmos.
Nós demos a Mercedes o nome da minha mãezinha, que Deus a tenha,
essa foi a minha maneira tê-la ainda mais presente na minha vida, dar o seu
nome a minha filha foi uma decisão não só minha, mas do meu marido
também, ele é muito compreensivo comigo em relação a saudade que sinto
dela, eu não sinto mais aquela dor pela sua perda, e nem o meu passado me
atormenta mais, o meu passado está literalmente no passado, e na minha vida
agora só tem espaço para o presente e o futuro.
Estou grávida de um menino que se chamará Richard, estou tão
empolgada e ansiosa quanto nas duas primeiras gravidez e John nem se fala,
os seus cuidados comigo são sempre muito intensos assim como foi na
primeira e na segunda gravidez, eu tentei convencê-lo a me deixar dirigir mas
isso eu sei que não vou conseguir, ainda mais estando grávida.
John ainda tem medos e receios de me ver dirigindo, ele ainda tem
medo de que algo de ruim possa me acontecer enquanto eu estiver no volante,
e por isso ele não confia em me deixar pegar em um volante, mas eu não faço
questão de dirigir, até acho bonito mas eu faço qualquer coisa para não deixar
o meu marido preocupado, eu devo muito ao John, na verdade devo a minha
vida a ele então é justo que eu não me importe em fazer a única coisa que o
deixa extremamente preocupado comigo, eu o amo demais e por amor a gente
faz sacrifícios.
Depois de colocar Mercedes na sua caminha eu cubro-a e lhe dou um
beijo de boa noite, hoje ela aproveitou que o pai chegou cedo e eles
brincaram até se cansar, amanhã é sábado então não tem problema eles irem
pra cama um pouquinho mais tarde, eles amam brincar com o pai e John
aproveita o máximo que pode o seu tempo com os filhos, e comigo também,
nos finais de semana a gente procura fazer programas divertidos para curtir os
nossos filhos, mas agora eu vou ter tempo de sobra pois meu marido chefe
me suspendeu do trabalho por causa da gravidez, ele nunca me deixa
trabalhar depois dos cinco meses mas confesso que gosto de curtir a minha
gestação a partir desse período, sem falar no tempo que tenho para ficar com
os meus filhos em casa quando não estou na escola.
Volto até a sala para pegar Pérola mas o papai super herói já está
vindo com os gêmeos, um em cada braço deitados sobre os seus ombros,
tento pegar David mas o meu marido teimoso não deixa, então entro no
quarto das crianças com ele e o ajudo a coloca-los na cama. Depois de
cobrirmos cada um deles e lhes dar um beijo de boa noite, o meu marido me
surpreende me pegando no colo me fazendo sorrir.
— Agora só falta colocar a minha rainha para dormir em meus
braços... Mas ainda está cedo e eu quero te dar um presente. — Ele sai
comigo do quarto das crianças me levando para fora da casa.
— Presente...? Mas o nosso aniversário de casamento foi mês passado
e você já me deu um lindo anel de rubi... O que tem de especial hoje que eu
não me lembro? O seu aniversário já passou e o meu também. — Pergunto
pensativa mas ele não diz nada, apenas sorrir enquanto me leva para a cama
balinesa que ele colocou no jardim especialmente para mim.
Há uma garrafa de champanhe no gelo e alguns aperitivos doces e
salgados, pétalas de rosas pela cama e velas espalhadas em volta da mesma, a
lua está cheia no céu e as estrelas parecem brilhar ainda mais hoje. Ele me
põe sentada na cama e me dá um beijo doce antes de se sentar ao meu lado.
— Você me deixa louco desejando fazer amor com você a todo
momento... Mas nem sempre eu penso só em sexo, nem sempre só o que eu
quero é levar a minha esposa gostosa pra cama e pegar ela de jeito... Nem
sempre eu chego em casa cedo só para termos mais tempo para transamos, as
vezes eu só quero um beijo seu, as vezes eu só quero passar um tempo assim,
com você e os nossos filhos... Às vezes eu só quero dar a minha esposa um
momento romântico e agradável, como você merece todos os dias, meu
amor... Às vezes eu sinto prazer em apenas estar perto de você admirando a
sua beleza, as vezes eu só quero te agradar apenas para ganhar um sorriso
seu, ou aquele beijo doce no qual sou viciado. — John acaricia o meu rosto
mas pega em baixo do travesseiro uma pequena caixa preta de veludo e já sei
que é uma jóia.
— Não precisa me dar uma jóia só para ganhar um beijo meu, John...
Eu te dou todos os beijos que você quiser apenas por um carinho como esse
no meu rosto, apenas por um olhar amoroso para mim e os nossos filhos...
Meu amor eu te amo apenas por você existir na minha vida, você não faz
ideia do quanto eu te amo por você me dar tudo que eu mais sonhei nessa
vida... A nossa família. — Acaricio o seu rosto antes de beijá-lo com paixão.
— Eu sei minha vida... Você é uma mulher humilde e não liga para
coisas caras ou bens materiais, mas as vezes eu gosto de te agradar, gosto de
te dar coisas que toda mulher gostaria de ganhar... Por isso eu comprei esse
presente para você, não precisa usar se não quiser, mas eu quero que ele seja
seu... Você merece isso e muito mais, e eu colocarei o mundo aos seus pés se
você me pedir... Eu te amo demais Laura... Te amo pela eternidade meu
amor. — John me entrega a caixa e eu o beijo antes de abri-la, fico chocada
ao ver diante de mim uma das joias mais caras do mundo.
— Você... Amor você... Ficou louco...? O coração do oceano? O
diamante mais caro que... Meu Deus isso é de verdade? — Pergunto surpresa
ainda não acreditando no que os meus olhos veem, ele me encara com um
pequeno sorriso enquanto os meus olhos se enchem d'água.
— Sim amor, é de verdade e é todinho seu. — Ele abre aquele seu
sorriso que ele sabe que eu amo.
— Eu vou precisar de no mínimo duas dúzias de seguranças ao meu
lado quando tiver que usar esse colar... Mas eu amei minha vida... Você é
louco mas eu te amo mesmo assim... Obrigada. — Agradeço finalmente lhe
dando o meu melhor sorriso me atirando em seus braços, beijando-o
profundamente.
Me sento de lado em seu colo porque de frente a barriga já não
permite mais, beijo-o com todo o meu amor e ele me deita na cama,
acariciando a minha barriga enquanto nós beijamos, mas como tem
acontecido com frequência somos interrompidos.
— Mamãe... Mamãe... — Ouço o chorinho de Mercedes na babá
eletrônica ao lado da cama.
— Não chora irmãzinha, eu vou levar você até a mamãe, está bem?
Você é minha irmã fofinha e não pode chorar. — Ouço a voz de David
acalmando a irmã e isso me faz sorrir.
— Espera David! Eu não quero ficar sozinha porque eu tenho medo.
— Ouço Pérola dizer e eu encaro meu marido que sorrir de lado já saindo da
cama.
— Vou buscá-los, essa cama é enorme e cabe todo mundo nela. —
John pisca para mim e vai em direção a casa enquanto eu fico aqui,
admirando de boca aberta essa jóia maravilhosa.
Esse meu marido definitivamente é louco, da onde já se viu me dar
uma joia como essa? Eu vou ter medo de usá-la na rua de tão cara que ela é,
se souberem que existe uma joia como essa em casa eu tenho medo de que
tentem invadir a casa só para pegá-la, por isso vou colocá-la no cofre do
banco, junto com algumas outras jóias que John também me deu, e são um
absurdo de tão caras, mas mesmo assim eu gosto de receber presente, não
precisar custar os olhos da cara mas eu gosto sim de receber alguns mimos.
Ainda sou a mesma pessoa humilde de antes e não ligo para valores e
nada muito luxuoso, mas obviamente o meu marido e a nossa família não
pensa assim e eu estou tentando me adaptar a isso, mas os presentes que eu
mais gosto de ganhar são flores e os carinhos da minha família, meu último
presente de casamento foi uma nova estufa com todos os tipos de flores e
rosas de todas as cores, um verdadeiro paraíso das flores que eu amo cuidar
assim como eu fazia no Brasil, meu marido é perfeito e eu nunca vou me
cansar de dizer isso.
— Mamãe! Você está aqui! — Grita David correndo na minha
direção enquanto John se aproxima de mãos dadas com Pérola e com
Mercedes no colo.
— Oi filho! Não era para vocês estarem dormindo? Já está tarde para
crianças estarem acordados a uma hora dessas. — Abro os braços para ele
que sobe na cama se sentando no meu colo, me dando aquele abraço que eu
tanto amo.
— A minha irmãzinha Mercedes acordou, mamãe, ela estava
chorando e eu trouxe ela pra gente ficar com você e o papai... Você tá
comendo frutinhas? Eu quero também. — Ele sai do meu colo indo pegar as
frutas picadinhas me fazendo sorrir.
— Pode comer filho, está uma delícia... E você minha princesa? Vem
me dar um beijo vem? Você dormiu sem me dar o meu beijo. — Abro os
braços para Pérola enquanto meu marido se senta ao meu lado com Mercedes
aninhada em seu pescoço.
— Me desculpe mamãe, eu vou te dá o meu beijo agora. — Ela me
abraça apertado me dando um beijo estalado, um dos melhores beijos do
mundo.
— Filho, vai de vagar nessas frutinhas para você não ficar com a
barriguinha doendo, está bem...? Deixa um pouquinho para as suas irmãs
também garotão. — John coloca Mercedes na cama e pega a bandeja de
frutas colocando entre nós.
— A noite está tão linda, o ar está fresco... O que acham de
dormirmos aqui fora hoje? A cama é enorme e cabe todo mundo, a casa está
segura e os seguranças estão a postos. — Sugiro me acomodando na cama
deixando as crianças se deliciarem com as frutas.
— Oba! Vamos dormir todos juntos! — Vibra David empolgado mas
continua comendo.
Pego a caixinha com o colar e admiro um pouco mais antes de colocar
novamente em baixo do travesseiro, encaro meu marido e ele tem aquele
mesmo sorriso encantador de antes, brincando com as crianças. Ele se deita
ao meu lado me puxando para os seus braços e acaricia o meu rosto, passando
seu polegar pelos meus lábios.
— Eu quero um beijo da minha esposa, quero um beijo de amor como
você me dá todos os dias. — Pede erguendo o meu queixo me fazendo
encará-lo, então o beijo com calma, com amor e paixão.
—Eu te amo... Amo essa família linda que você me deu... Te amo
demais John... Meu amor. — Declaro entre os beijos enquanto ele me puxa
mais para os seus braços.
— Papai? Eu quelo mimi com você. — Pede Mercedes subindo em
cima do pai se pondo sobre nós nos fazendo sorrir.
—Está bem minha princesinha, você vai dormir com o papai e seus
irmãos também. — Ele abre espaço para nossa filha que se aninha em seus
braços, Mercedes é muito agarrada ao pai.
— Eu quero dormir com a mamãe! — Diz o meu loirinho vindo se
deitar nos meus braços, ele dá um beijo na minha barriga como faz todos os
dias quando vê o pai o fazendo.
— Vem minha princesa! Vem deitar com a mamãe também meu
amor! A mamãe vai contar uma historinha para vocês dormiram. — Estendo
a mão para Pérola e ela vem se deitar abraçada ao irmão.
John se aproxima mais com a nossa caçula e acaricia a minha barriga,
enquanto eu começo a contar a historinha, faço um carinho em cada um deles
os vendo atentos ao que eu digo, e como sempre eles não demoram para
dormir, Admiro cada um deles dormindo feito anjos, mas meu marido me
encara com aquele seu olhar amoroso de todos os dias. Ele não diz nada
apenas me admira com ternura. Levo minha mão até o seu rosto e acaricio de
leve sentindo ele segurar a minha mão, depositando um beijo demorado.
Me sento na cama e ele faz o mesmo, pego a garrafa de champanhe ao
meu lado e entrego para ele que sorrir de lado, pego também as duas taças e
me levanto da cama e ele faz o mesmo, vindo na minha direção.
— Quero brindar ao melhor pai e marido do mundo, a essa noite tão
linda, aos nossos filhos... A nossa felicidade, ao nosso amor e que ele se
fortaleça cada vez mais, que ele seja infinito. — Digo enquanto ele enche as
taças nas minhas mãos.
— Um brinde a você meu amor... A mulher mais linda do mundo, a
mãe amorosa e dedicada, a esposa maravilhosa, companheira e guerreira...
Um brinde ao nosso amor, docinho... Você é doce como Mel minha rainha.
— John me puxa para os seus braços então brindamos dando uma longa
golada nesse champanhe maravilhoso, e sem álcool.
Beijo o meu marido com calma, beijo-o com todo o meu amor e
minha paixão. John me aperta em seus braços e ficamos ali, admirando os
nossos filhos dormirem. Pego um cobertor na gaveta em baixo da cama e
cubro as crianças, volto para os braços do meu marido e nós sentamos em
uma poltrona em frente à cama, admirando aquele céu lindo e estrelado acima
de nós, me lembrando de todos os momentos maravilhosos que vivemos até
agora, e também imaginando o nosso futuro com mais um Sarkozy na
família.
Eu estou orgulhosa de mim mesma pela família perfeita que tenho,
estou feliz e orgulhosa de mim por ter tido a sorte de encontrar alguém que
além de me respeitar, também me ama como eu sou. Eu sou Laura Westhause
Sarkozy e me apaixonei e me casei com o meu chefe, o Meu Chefe
Obsessivo.

FIM!!!

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