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Mineração Específica

Escavação de salas subterrâneas


Escavação de Túneis

O material é de uso interno MSc. Rodrigues Mário


Aspecto Geométrico das escavações
 25 m2 de secção transversal;
 Menor de 50 metros de comprimentos.

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Métodos de escavações
Secção Plena; ii. Duas galerias de
Duas secções avanços laterais;
horizontais; iii.Duas galerias
Secções estreitas; sobrepostas
i. Uma galeria de avanço Galeria de avanço
lateral; central

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O material é de uso interno
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Escavação de túneis
• A abertura em túneis é uma obra muito comum nos projectos de
engenharia civil. E pode ser escavado com uso de TBM (Tunnel Boring
Machine) e com perfuração e desmonte.

• O objectivo da escavação com o uso de explosivos é de desenvolver um


ciclo de operações compatível com os recursos e as condições de trabalho
para que se atinja uma taxa de avanço máximo. Isso inclui a combinação
do tempo de perfuração (número e comprimento dos furos) com o tempo
de limpeza (tipo de carregadeiras e/ou escavadeiras e equipamentos de
transporte) e as necessidades de reforço da rocha (tempo de instalação e
o comprimento do túnel a ser reforçado).

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Cont.
O ciclo básico das escavações dos túneis é composto das seguintes operações:

 marcação da posição dos furos

 perfuração dos furos;

 carregamento dos furos;

 conexão dos acessórios e disparo do desmonte;

 espera até que a ventilação retire a poeira e os fumos;

 verificação de possíveis falhas dos explosivos e acessórios

 batimento de choco;

 carregamento e transporte do material desmontado;

 reforço da rocha (se necessário);

 levantamento topográfico;

 preparação do novo desmonte.

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Métodos de avanço
Em rochas competentes os túneis com secções inferiores a 100 m2 podem ser
escavados com perfuração e desmonte à secção plena. As escavações por fase
são utilizadas na abertura de grandes túneis onde a secção é demasiada grande
para ser coberta pelo equipamento de perfuração ou quando as características
geomecânicas das rochas não permitem a escavação à plena secção. As cinco
formas de ataque mais comuns são:

 Seção Plena;

 Galeria Superior e Bancada;

 Galeria Lateral;

 Abertura Integral da Galeria Superior e Bancada;

 Galerias múltiplas.

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Secção Plena
• As principais vantagens da abertura de túneis por secção plena
constituem que esse tipo de avanço permite a aplicação de
equipamento de alta capacidade, e conseqüentemente é o
procedimento que atinge as maiores velocidades de avanço nas
frentes.

• Existem sérias restrições quando as secções dos túneis são maiores


principalmente em áreas de grande tensão tectônica, quando a
descompressão da rocha pode causar sérios problemas de explosão
da rocha (“rock bursting”).

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Galeria Superior e Bancada
• A área total é retirada em duas secções, sendo a superior uma
galeria de secção em forma de arco (parte da pata de cavalo)
sempre em primeiro lugar, ficando sempre à frente da bancada
inferior.

• As principais vantagens desta forma de ataque estão na redução de


armações, pois sempre há bancadas para trabalhar em cima.

• O avanço da bancada inferior fica condicionado ao avanço da


abertura da galeria superior, assim algum problema que ocorra na
parte superior se reflete no avanço inferior.

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Galeria Lateral
Na escolha da forma de ataque ou método de escavação deve-se
levar em conta o sistema de suporte a ser empregado. Esta
selecção de método sempre consiste de num compromisso de
entre uma tentativa de acelerar ao máximo a operação de abertura
e a necessidade de suportar a rocha antes que esta caia no túnel
originando problemas de segurança ou estabilidade. Por isso o
método de ataque depende do comportamento e da dimensão e
forma da secção transversal do túnel, e principalmente do tipo e
natureza e comportamento mecânico estrutural da rocha.

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PLANO DE FOGO SUBTERRÂNEO
Chama-se “plano de fogo” o plano que engloba o conjunto dos
elementos que permitem uma perfuração e detonação correcta
de um túnel, galeria, poço etc., através do equipamento
previsto para este serviço e dos tempos necessários ao
cumprimento do cronograma.

A primeira parte de um plano de fogo refere-se à determinação


do explosivo e sua forma de detonação. E depois seguem-se a
verificação do projecto e o estudo do tempo

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CÁLCULO DOS ELEMENTOS DO PLANO DE FOGO
Pilão
• O pilão é composto de um ou mais furos de diâmetro grande e
descarregados os quais são rodeados por furos com diâmetros menores e
carregados. Os furos do pilão são dispostos em quadrados (secções) em
torno da abertura inicial (furos de alívio).

• O pilão de três secções tem sido aplicado para equipamento de perfuração


leve, manual e com um furo central vazio de 75 mm.

• Por outro lado, o pilão de quatro secções proporciona avanço satisfatório


tornou-se o tipo de pilão mais actualizado na atualidade, devido,
especialmente, a elevada mecanização e automação, principalmente com o
emprego de jumbos.
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Pilão (Cont.)

No projecto do pilão, os seguintes parâmetros são muito


importantes para a obtenção de um bom resultado:

 diâmetro do furo alargado;

 afastamento;

 concentração da carga;

 precisão da perfuração.

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Profundidade de perfuração (H) e Avanço (X)

No pilão de quatro seções a profundidade do furo pode ser


estimada com a seguinte expressão:
𝐻 = 0,15 + 34,1𝐷2 − 39,4 𝐷2 2
Sendo 𝐷2 é o diâmetro do furoalargado (vazio), em metros.
Quando se utiliza mais de um furo vazio o valor de 𝐷2
pode ser calculado através da expressão:
𝐷 , 2 = 𝐷2 × 𝑛
Onde:
𝐷, 2 = diâmetro do furo alargado (m)
n = número de furos vazios

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Profundidade de perfuração (H) e Avanço (X)

• O avanço dos desmontes está limitado pelo diâmetro do furo de


expansão (alargado) e pelos desvios dos furos carregados. Sempre
que está última se mantenha abaixo dos 2%, os avanços médios
“X” podem chegar a 95% da profundidade dos furos “H”, de
acordo com a expressão:

• 𝑿 = 𝟎, 𝟗𝟓 𝒙 𝑯

• Um bom avanço nos desmontes de rochas, bem como uma boa


fragmentação da rocha, são extremamente dependentes da precisão
do esquema de perfuração.
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CÁLCULO DO 1º QUADRADO

A distância “a” entre os


furos de carga do 1
Quadrado e o furo alargado
para se obter a quebra e a
expulsão do material
fragmentado (desmonte
limpo) deve ser calculada
pela expressão :

𝑎 = 1,5 × 𝐷2
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Cálculo do Tampão (T1) Cálculo da Razão Linear (RL)

𝑇1 = 𝑎 𝜋𝑑𝑒 2
𝑅𝐿 = ×𝜌
4000
Carga explosiva por furo do 1º Quadrado (Q1)

Nº de cartuchos do 1º Quadrado (NC1)


𝑄1 = 𝐻 − 𝑇1 × 𝑅𝐿
𝐻 − 𝑇1
𝑁𝐶1 =
0,610𝑚

Onde: 0,610m é o comprimento do cartucho

Distância entre furos do 1º Quadrado ou Superfície Lívre (w1)

𝑤1 = 𝑎 2

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CÁLCULO DO 2º QUADRADO
Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do furo do 2º
Quadrado (dcc2):
𝑑𝑐𝑐2 = 1,5𝑤1

Cálculo do lado do 2º Quadrado (W2) Cálculo do Tampão (T2)


𝑤2 = 𝑑𝑐𝑐2 2 𝑇2 = 0,5𝑤1

Carga explosiva por furo do 2º Quadrado (Q2)

𝑄2 = 𝐻 − 𝑇2 × 𝑅𝐿

Número de cartuchos por furo (NC2)

𝐻 − 𝑇2
𝑁𝐶2 =
0,610𝑚

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CÁLCULO DO 3º QUADRADO

Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do furo do 3º


Quadrado (dcc3):
𝑑𝑐𝑐3 = 1,5𝑤2

Cálculo do lado do 3º Quadrado (W3) Cálculo do Tampão (T3)

𝑤3 = 𝑑𝑐𝑐3 2 𝑇3 = 0,5𝑤2

Carga explosiva por furo do 3º Quadrado (Q3)

𝑄3 = 𝐻 − 𝑇3 × 𝑅𝐿

Número de cartuchos por furo (NC3)


𝐻 − 𝑇3
𝑁𝐶3 =
0,610𝑚
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CÁLCULO DO 4º QUADRADO

Cálculo da distância entre o centro do furo alargado e o centro do


furo do 4º Quadrado (dcc4):
𝑑𝑐𝑐4 = 𝑎𝑟 + 0,5 𝑥 𝑊3; sendo (𝑎𝑟) o afastamento recomendado

Tabela: Valores do afastamento para diversos diâmetros da


perfuração

Diâmetros de perfuração [“] Afastamento recomendado (ar) [m]


25 mm = 1” 0,75
29 mm = 1 1/8” 0,80
32 mm = 1 ¼ ” 0,84
38 mm = 1 ½ ” 1,00
51 mm = 2” 1,18
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Cálculo do lado do 4º Quadrado (W4) Cálculo do tampão (T4)

𝑤4 = 𝑑𝑐𝑐4 2
𝑇4 = 0,5𝑎𝑟

Carga explosiva por furo do 4º Quadrado (Q4)

𝑄4 = 𝐻 − 𝑇4 × 𝑅𝐿

Número de cartuchos por furo (NC4)

𝐻 − 𝑇4
𝑁𝐶4 =
0,610𝑚

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CÁLCULO DOS DEMAIS FUROS DA SECÇÃO
FUROS DO PISO (Levante, Sapateira, Rebaixe)

Cálculo do Espaçamento do levante (El) Número de furos do piso (NFl)

𝐸𝑙 = 1,1𝑎𝑟 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑇ú𝑛𝑒𝑙


𝑁𝐹𝐿 = 𝐼𝑁𝑇 +2
𝐸𝑝

O tampão dos furos de levante é calculado


através da seguinte expressão: 𝑇𝑙 = 0,2𝑎𝑟

Carga explosiva de cada furo do levante (Ql)

𝑄𝑙 = 𝐻 − 𝑇𝑙 × 𝑅𝐿

Número de cartuchos por furo (NCl)


𝐻 − 𝑇𝑙
𝑁𝐶𝑙 =
0,610𝑚
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FUROS DA PAREDE
Tabela 2: Valores a serem aplicados na técnica de Detonação Amortecida
Diâmetro de RL (kg/m) Diâmetro do Afastamento Espaçamento
Perfuração (mm) Cartucho (mm) (ap) [m] (Ep) [m]
25-32 0,11 11 0,3-0,5 0,25-0,35
25-48 0,23 17 0,7-0,9 0,50-0,70
51-62 0,42 22 1,0-1,1 0,80-0,90
76 0,50 38 1,4 1,6

Cálculo do tampão dos furos da parede (Tp) Cálculo da carga dos furos da parede (Qp)

𝑇𝑝 = 0,5𝑎𝑝 𝑄𝑝 = 𝐻 − 𝑇𝑝 × 𝑅𝐿

Cálculo do número de cartuchos dos furos


Cálculo do número de furos na
da parede (NCp) 𝐻 − 𝑇𝑙
𝑁𝐶𝑝 = parede (NFp)
0,500𝑚
𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 − 𝑎𝑙
Onde: 0,5 é o comprimento do cartucho 𝑁𝐹𝑝 = 𝐼𝑁𝑇 𝐸𝑝
+1 ×2
utilizado na parede
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CÁLCULO DOS FUROS DO TETO

Os furos do teto apresentam os mesmos dados que os furos da parede:


𝒂𝒕 = 𝒂𝒑; 𝑬𝒕 = 𝑬𝒑; 𝑸𝒕 = 𝑸𝒑; 𝑻𝒕 = 𝑻𝒑

Número de furos do teto (NFt)


𝜋𝑅 Número de furos do contorno (teto + parede) (NFc)
𝑁𝐹𝑇 = 𝐼𝑁𝑇 −1
𝐸𝑇
𝐿𝐷
𝑁𝐹𝑐 = 𝐼𝑁𝑇 −1
sendo R = altura da abóbada. 𝐸𝑇 Onde:

𝐿𝐷 = 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 − 𝑎𝑙 × 2 + 𝜋𝑅

A magnitude do ângulo depende do equipamento de perfuração e da profundidade


do furo. Para um avanço em torno de 3 m um ângulo igual a 3º (corresponde a 5
cm/m) deve ser suficiente para permitir espaço para a perfuração da nova frente,
evitando-se que o túnel afunile.

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CÁLCULO DOS FUROS INTERMEDIÁRIOS LATERAIS AO PILÃO

Número de linhas verticais (NLV) sendo:


𝐸𝑙𝑖 = 1,1 𝑥 𝑎𝑟
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑛𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 𝐸𝐷𝐻
NLV= 𝐼𝑁𝑇 +1 𝐸𝐷𝐻 = 𝐿𝑇 – 𝑊4 – 2 𝑥 𝑎𝑝
𝐸𝑙𝑖

Número de linhas horizontais (NLH)

NLH= 𝐼𝑁𝑇
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑛𝑎 𝑣𝑒𝑟𝑡𝑖𝑐𝑎𝑙 𝐸𝐷𝑉
+1 EDV = 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 − 𝑎𝑙
𝐸𝑙𝑖

Número de furos intermediários laterais ao pilão (NFil)

𝑁𝐹𝑖𝑙 = 𝑁𝐿𝐻 × 𝑁𝐿𝑉 Cálculo da carga por furo (Qil)


𝑄𝑖𝑙 = 𝐻 − 𝑇𝑖𝑙 × 𝑅𝐿
Cálculo do Tampão (Til)

𝑇𝑖𝑙 = 0,5 × 𝑎𝑟 Cálculo do número de cartuchos por furo


(NCil)
𝐻 − 𝑇𝑖𝑙
𝑁𝐶𝑖𝑙 =
0,610𝑚
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CÁLCULO DOS FUROS INTERMEDIÁRIOS ACIMA DO PILÃO (REALCE)
𝐸𝑖 = 1,2 × 𝑎𝑖 = 1,2𝑚
Número de arcos e linhas (Nal)
Cálculo do tampão dos furos
intermediários acima do pilão (Tiap) 𝑁𝑎𝑙 = 𝐼𝑁𝑇 𝑅 − 𝑎𝑝

𝑇𝑖𝑎𝑝 = 0,5 × 𝑎𝑟 Número de furos do 1º arco superior (NF1)


𝜋𝑟1
Cálculo da carga dos furos 𝑁𝐹1 = 𝐼𝑁𝑇
𝐸1
intermediários acima do pilão (Qiap)
Número de furos do 2º arco superior (NF2)
𝑄𝑖𝑎𝑝 = 𝐻 − 𝑇𝑖𝑎𝑝 × 𝑅𝐿 𝜋𝑟2
𝑁𝐹2 = 𝐼𝑁𝑇
𝐸1
Número de furos do 3º arco superior (NF3)
Cálculo do número de cartuchos por
furo (NCiap) 𝜋𝑟3
𝑁𝐹3 = 𝐼𝑁𝑇
𝐸1
Número de furos na horizontal (NFh)
𝐻 − 𝑇𝑖𝑎𝑝
𝑁𝐶𝑖𝑎𝑝 = 𝐸ℎ
0,610𝑚 𝑁𝐹ℎ = 𝐼𝑁𝑇
𝐸1
O material é de uso interno onde: Eh = espaço disponível na horizontal.
EXEMPLO PRÁTICO:
Pretende-se realizar a escavação, em maciço rochoso, dum túnel. As dimensões do
túnel são de 12 m de vão ou largura, 3,28 m de parede e 6 m de altura de abóbada.
A área da seção é de 96 m2.

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O túnel de 1500 m de extensão apresenta os seguintes dados de projeto:
• Diâmetro da perfuração (D1) = 38 mm = 0,038 m
• Diâmetro do furo central vazio do pilão - alargado (D2) = 127 mm = 0,127 m
• Ângulo de saída dos furos de contorno (𝛾) = 3°
• Explosivo a ser utilizado: Emulsão com as seguintes dimensões = 29 mm x 610
mm;
• Explosivo (petecas): 22 mm x 500 mm; densidade da peteca (𝜌) = 1,0 g/cm3
• Rocha e densidade: calcário; 𝜌= 2,7 g/cm3 = 2,7 t/m3
Pede-se dimensionar o plano de fogo e o consumo de explosivos e acessórios
necessários para a execução da obra.

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𝑞𝑓 = 7,85 × 10−4 × 𝑑 2 × 𝜌 : concentração linear
𝐴 = 0.88 × 𝑞𝑓 0.35 : Afastamento
𝑛𝑓𝑢𝑟𝑜𝑠 = 10 𝐴𝑆𝑇 : nº de furos da secção transversal

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Pela atenção dispensada
Obrigado!

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