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EB60-ME-14.

013

MANUAL DE ENSINO TÉCNICAS MILITARES


Volume 3 MORTEIRO 81 mm

O CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO,


no uso das atribuições que lhe conferem o parágrafo único do art. 5°, a letra b) do inciso
VI do art. 12, e o caput do art 44, das Instruções Gerais para as Publicações
Padronizadas do Exército (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do
Exército n° 770, de 7 de dezembro de 2011, resolve:

Art. 1° Aprovar, para fins escolares, o Manual de E nsino Técnicas Militares Volume
3 - Morteiro 81 mm, (EB60-ME-14.013), 1ª edição, de 2013, que com esta baixa.

Art. 2° Estabelecer que esta Portaria entre em vigo r a contar da data de sua
publicação.
EB60-ME-14.036
EB60-ME-14.036

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
EB60-ME-14.036
EB60-ME-14.036

ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag
CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO E CARACTERÍSTICAS.................................... 01
CAPÍTULO II – VISOR DE PONTARIA DO BRANDT E M4................................... 09
CAPÍTULO III – PONTARIA DO MRT 81mm......................................................... 13
CAPÍTULO IV – FUNCIONAMENTO E MUNIÇÃO................................................ 17
CAPÍTULO V – ESCOLA DA PEÇA...................................................................... 24
CAPÍTULO VI – TÉCNICAS DE TIRO DO Mrt 81 mm........................................... 28
CAPÍTULO VII – OBSERVADOR AVANÇADO....................................................... 64
CAPÍTULO VIII – CORRETOR DE POSIÇÃO MRT 81mm.................................... 70
CAPÍTULO IX – MORTEIRO 81mm PEÇA DE APOIO DO PELOTÃO DE CAVA
LARIA MECANIZADO.......................................................................................... 79

ANEXO A – ROTEIRO DE TIRO............................................................................ 85

ANEXO B – ESBOÇO DE TIRO............................................................................. 86


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EB-60-ME-14.013

CAPÍTULO I
APRESENTAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

1. CARACTERÍSTICAS E DADOS NUMÉRICOS DO MRT 81 mm


a. É uma arma de alma lisa, carregamento pela boca ( ANTE-CARGA ) e trajetória curva.
1) Compõe-se em duas partes, o TUBO e o REPARO
a) o tubo constituído de uma só peça;
b) o reparo de duas peças, o BIPÉ e a PLACA-BASE.
Estas 03 peças constituem partes separadas, cada uma das quais suficientemente
leves para ser transportada por um homem.
O tubo prende-se ao bipé por meio de uma braçadeira, que pode ser solta com
rapidez e firma-se a placa-base introduzindo-se o munhão esférico da culatra em um dos
alvéolos, girando-se o tubo de 90º.
2) Atualmente existem em uso no EB dois modelos de Mrt 81 mm.
a) O Mrt 81 mm M 1, de origem Norte Americana
b) O Mrt 81 mm Brandt, de origem Francesa
c) A primeira vista parecem idênticos mas apresentam diferenças em seus dados
numéricos.

2. DADOS NUMÉRICOS:
a. Peso da arma:
Morteiro completo.................................................. 61,689 kg
Tubo....................................................................... 20,185 kg
Bipé........................................................................ 21,092 kg
Placa-base............................................................... 20,412 kg
b. Comprimento total do tubo......................1,256 metros
c. Dados de tiro
1) Cadência de tiro:
máxima ..................................................... 30 a 35 tiros por minuto
normal .............................................................. 18 tiros por minuto
d. Alcance de utilização …............................................... 2.000 metros
Máximo ....................................... Gr AE L 4000m / Gr AE P 1500m
e. Emprego ......................................................... coletivo
f. Espécie de Tiro ....................................... Curvo

3. NOMENCLATURA
a. Tubo
1) O tubo consta de cano, culatra e percutor.
2) A alma do tubo é lisa e polida.
3) A culatra é oca e atarrachada à parte posterior do cano fechando a câmara, e
termina em um munhão esférico chanfrado em duas faces, que penetra e se fixa no alvéolo
da placa-base.
4) O alojamento do percutor tem uma rosca onde se atarracha firmemente o percutor
contra um batente, para evitar-se o escapamento de gases. Quando corretamente montado,
o percutor fica fixo e sua ponta projeta-se no interior do tubo, através da culatra.

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CULATRA

MUNHÃO
ESFÉRICO

PERCUTOR

b. Bipé M1
1) O bipé compreende as duas pernas, os mecanismos de elevação, de direção, e
de nivelamento transversal.
2) As pernas são dois tubos de aço articulados ao munhão da caixa de engrenagem
e terminam em sapatas com garras. A abertura das pernas é limitada por uma corrente
ajustável. Entre a extremidade direita da corrente e a perna direita, interpõe-se uma mola,
para evitar vibrações das pernas durante o tiro.
3) Na perna esquerda está montado o mecanismo de nivelamento transversal do
morteiro. O nivelamento transversal tem em vista colocar na horizontal o parafuso de
direção. Esta operação coloca o eixo do tubo no plano vertical que contém a linha de
pontaria e corrige a inclinação inicial, quando da instalação do morteiro. O mecanismo de
nivelamento transversal consiste de um anel móvel montado em um tubo liso e de uma
manga de chamada. O anel móvel está ligado ao tubo guia por uma travessa articulada. O
deslocamento do anel móvel, para cima e para baixo, transmite-se ao tubo do morteiro
através da travessa articulada e dos mecanismos de elevação e de direção; assim, o
morteiro pode ser nivelado transversalmente, deslocando-se o anel móvel. Uma porca de
trancamento prende o anel móvel em qualquer posição. Finalmente, um nivelamento mais
exato pode ser obtido mediante a ação da manga de chamada colocada na parte superior da
perna.
4) A perna direita não tem peças móveis.
5) O mecanismo de elevação consta de um parafuso vertical de elevação que
trabalha no interior do tubo guia. Este parafuso é acionado por uma engrenagem e um
pinhão alojados na caixa de engrenagem. O pinhão e a engrenagem movem-se por
intermédio da manivela de elevação. A parte superior da caixa de engrenagem dispõe de
uma graxeira para lubrificação do parafuso de elevação, da engrenagem e do pinhão.
6) O mecanismo de direção consta de um parafuso horizontal que trabalha dentro da
armação e é acionado por uma manivela de direção, dos amortecedores, da braçadeira e da
armação. A armação serve de união entre a braçadeira e o mecanismo de elevação e
contém os mancais onde trabalha o parafuso de direção, um nível de bolha e um entalhe
onde se prende o aparelho de pontaria.
7) Os amortecedores são destinados a estabilizar o tubo e o reparo durante a
execução do tiro; além disso, permitem um certo movimento entre a armação e a braçadeira
e são mantidos em equilíbrio pela resistência de duas molas de compressão, montadas no
berço da braçadeira.
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8) A braçadeira que prende o tubo ao bipé se divide em duas partes; a inferior


denomina-se berço e contém os amortecedores com os parafusos de fixação; a parte
superior chama-se alça. Estas duas partes são articuladas e podem ser fixadas uma na
outra por meio do parafuso da braçadeira, firmando o tubo ao bipé.

c. Bipé M4
(1) O bipé M4 difere do M1 apenas no mecanismo em direção, que é do tipo
telescópico. Este mecanismo é capaz de um maior período de serviço e aumenta o poder de
combate do morteiro.
(2) O mecanismo de direção consta de um parafuso que trabalha no interior de dois
tubos. Ao ser girada a manivela de direção, o tubo interior desloca-se de um lado para o
outro dentro do tubo exterior, ocasionando o deslocamento do tubo do morteiro.

SAPATAS

PERNAS

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FORQUILHA
MANIVELA DO
MECANISMO DE
DIREÇÃO

ENTALHE DE
FIXAÇÃO DO
APARELHO
DE
PONTARIA
PARAFUSO DE
DIREÇÃO

MANIVELA
DO
MECANISMO
DE
ELEVAÇÃO PARAFUSO
DE
ELEVAÇÃO
TUBO-GUIA

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d. Placa-base
A Placa-base é um conjunto inderformável, que contém uma série de nervuras e
garras, bordo anterior, argolas para o transporte, alça de transporte e alvéolos.

ALÇA DE ARGOLAS PARA


TRANSPORTE TRANSPORTE

ALVÉOLOS NERVURAS

BORDAS

3. MONTAGEM E DESMONTAGEM
a. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1) Desmontar o percutor.
2) Montar o percutor.
3) Identificar acessórios e sobressalentes de uso corrente no Mrt 81mm.

b. DESMONTAGEM E MONTAGEM
A única parte do morteiro que pode ser desmontada na tropa é o percutor. Essa peça
tem uma cabeça com ranhura e se atarracha na culatra; sua retirada é feita com a chave de
fenda apropriada, que vem na caixa de acessórios. Para a montagem, o percutor é
atarrachado firmemente em sua posição.

c. INSTALAÇÃO DO MRT 81 mm:


1) POSIÇÃO DA PLACA-BASE:
Primeiramente deve ser determinada uma direção de tiro utilizando-se para isso de
uma baliza de pontaria (M7) colocada onde deve ser assentada a placa-base e por outra
(M8) colocada a cerca de 25 m da primeira.
O bordo anterior da placa-base deve ficar perpendicular a direção de tiro.
A nervura da linha de pontaria deve tangenciar o bordo esquerdo da baliza de
pontaria da placa-base, este trabalho será realizado pelo municiador. ( No Mrt Brandt a
baliza da placa-base deve corresponder ao aparelho de pontaria )
Demarcar o local da placa-base, retirá-la, cavar um buraco para perfeito
assentamento da placa-base, quando necessário. ( Normalmente a placa-base fica ancorada
ao solo pela ação dos dois ou três primeiros tiros )
Após ancorada a placa-base, sua baliza pode ser retirada.
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2) ARMAR O MRT:
a) Após instalada a placa-base, o ATIRADOR pega o bipé pela manivela de direção
( mão esquerda ) e entalhe do aparelho de pontaria ( mão direita ), desloca-se ficando de
frente para a placa-base. Em seguida, assenta as sapatas do bipé, à aproximadamente 65
cm à frente do bordo anterior da placa-base ( 1m no Mrt Brandt ) na altura do bordo direito
da placa-base ( o prolongamento do bordo direito da placa base deve estar alinhado com o
tubo guia e a manivela do parafuso de elevação para trás).
b) O ATIRADOR, ajoelhado com o joelho direito, com a mão esquerda na caixa de
engrenagem, solta a corrente da perna esquerda, desenrolando-a , com a mão direita
escolhe o elo da corrente prendendo-o no gancho da perna esquerda. Abre a perna
esquerda do bipé cerca de 80 cm, coloca o parafuso de pontaria em direção na horizontal
agindo no tubo guia (esta ajustagem é completada agindo na manga de chamada), em
seguida aperta a porca de trancamento. O tubo guia deve ficar na vertical.
c) O ATIRADOR, levanta-se, descansa o bipé sobre as pernas, segura a braçadeira
com as mãos. Com um movimento rápido para cima e para fora, solta o berço de sua
posição. Segurando o bipé pela alça da braçadeira ( mão direita ), passa para trás do bipé,
pela esquerda e ajoelha-se com o joelho direito. A seguir coloca o joelho esquerdo a frente
da perna esquerda do bipé e segura o berço ( mão esquerda ). A mão direita permanece
sobre a alça da braçadeira, até que o AUXILIAR DO ATIRADOR solte o parafuso da
braçadeira.
d) O AUXILIAR DO ATIRADOR, coloca o munhão do tubo no alvéolo central da
placa-base e gira o tubo de 90º . A seguir segura a borda da boca do tubo ( mão esquerda ),
abre a braçadeira e coloca o tubo sobre o berço.
e) O ATIRADOR, sustenta o berço de forma que o tubo descanse inclinado sobre
ele. ( no material Brandt a diretriz do tubo deve coincidir com o entalhe da braçadeira)
f) O AUXILIAR DO ATIRADOR, fecha a braçadeira e antes de apertar seu parafuso,
regula a sua posição até que seu bordo superior fique a cerca de 35 cm da boca do tubo ( 1
palmo e meio ). No Mrt Brandt deve ficar entre os traços de referência, após isto aperta o
parafuso. O parafuso de direção deve ficar centrado, para isto o ATIRA-DOR, joga todo o
mecanismo para um dos lados e da 09 voltas na manivela de direção, do Mrt M1. Para o Mrt
Brandt, da 06 voltas.
g) Para centrar o parafuso de elevação, o ATIRADOR da 26 voltas na manivela
de elevação do Mrt M1 e 23 voltas no Mrt Brandt, coloca a manivela de direção na posição
de se utilizada, tira o aparelho de pontaria do estojo e coloca-o no Mrt.
h) Determina que o AUXILIAR DO ATIRADOR se coloque a frente do bipé e
desloque o mesmo até que a linha de fé coincida com a aresta esquerda da baliza de
pontaria.
i) Durante esta operação o ATIRADOR, deve manter nivelado o parafuso de
pontaria em direção por meio da manga de chamada e por sinais ao AUXILIAR DO
ATIRADOR, em seguida, coloca em reparo a bolha do nível longitudinal, nivela
transversalmente o Mrt, acionando apenas a manga de chamada, aponta exatamente a
arma em direção, mediante movimento simultâneo da manivela de direção e da manga de
chamada. Finalmente verifica a pontaria em alcance.

3) DESARMAR O MORTEIRO:
a) O ATIRADOR, retira o aparelho de pontaria e coloca-o no estojo.
b) O ATIRADOR, gira a manivela de elevação, introduzindo totalmente o
parafuso no tubo guia, em seguida dobra a manivela para baixo, se for Mrt M1, se for o Mrt
Brandt, a cabeça da manivela fica voltada para baixo, após isto centra o parafuso de direção
e coloca sua manivela na posição de transporte.

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c) O ATIRADOR , coloca o joelho esquerdo a frente da perna esquerda do bipé


e segura o berço com a mão esquerda.
d) O AUXILIAR DO ATIRADOR, coloca a mão esquerda nas bordas da boca
do tubo e solta o parafuso da braçadeira com a mão direita, levanta a alça da braçadeira e
retira o tubo do berço.
e) O ATIRADOR, fecha a braçadeira e auxilia o AUXILIAR DO ATIRADOR a
apertar o parafuso da braçadeira, mantendo-o levantado com o terceiro dedo da mão
esquerda.
f) O AUXILIAR DO ATIRADOR, solta o munhão do tubo com um giro de 90º.
g) O ATIRADOR, encaixa o berço atrás da manivela de elevação, solta a porca
de trancamento, solta a corrente de ajustagem e fecha as pernas do bipé. Em seguida
enrola a corrente em volta das pernas do bipé.

4. ACESSÓRIOS E SOBRESSALENTES
a. Sobressalentes
São peças suplementares que acompanham os morteiros e os respectivos reparos
para substituição daquelas de mais fácil desgaste; podem ser empregados na execução de
reparos de pequena importância. O conjunto ou jogo de peças sobressalentes deve ser
mantido completo.
b. Acessórios
1) Bolsa de munição M 2.
2) Escova M6 para limpeza da câmara, utilizada para a limpeza do alojamento do
percutor.
3) Coifa M307: É de couro e destina-se à proteção da boca do tubo, contra corpos
estranhos e umidade.
4) Almofada M2 para ombro: São duas almofadas, uma para cada ombro, ligados por
uma cinta e servem para proteger os ombros dos homens, durante o transporte a braço.
5) Haste M4 para limpeza (de alumínio): Tem na extremidade quatro pontas em forma
de garfo, para prisão de pequenas mechas de pano, algodão ou estopa para limpeza do
percutor e do interior do tubo.
6) Haste M8 para limpeza (de madeira): Semelhante à haste M4.

5. MANUTENÇÃO DO Mrt 81 mm

a. Interior do tubo.
1) Na limpeza do interior do tubo, prendem-se pedaços de pano, ou estopa, na haste de
limpeza que é introduzida pela boca do tubo, e retira-se do interior deste os detritos, poeira e
óleo sujo.
2) Substituem-se por várias vezes os panos ou estopas e continua-se a operação até
que eles saiam limpos.
3) A seguir, introduz-se no tubo um pano embebido em óleo fino lubrificante preventivo, para
obter-se uma leve camada cobrindo toda a superfície interna.

b. Percutor.
1) Retirar o percutor.
2) Feito isto, limpar e lubrificar o alojamento do percutor com um algodão limpo
embebido em óleo fino lubrificante.
3) Limpar o percutor e lubrificá-lo com um algodão limpo embebido com óleo fino
lubrificante.
4) Verificar a ausência de resíduos na rosca do alojamento do percutor e no percutor.
5) Recolocar o percutor em seu lugar.
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c. Reparo.
1) Todas as partes do bipé e da placa-base devem ser mantidas limpas e livres de
matérias estranhas.
2) Todas as partes móveis e superfícies polidas devem ficar cobertas com uma leve
camada de óleo.

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol.

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CAPÍTULO II
VISOR DE PONTARIA BRANDT E M4

1. APRESENTAÇÃO:
O visor de pontaria do Mrt é utilizado para apontar os morteiros em direção e alcance. Ele
só irá indicar corretamente os ângulos de elevação ( pontaria em alcance) e deriva ( pontaria
em direção ) quando as bolhas de seus níveis transversal (pontaria em direção) e
longitudinal (pontaria em alcance) estiverem niveladas, ou seja quando as bolhas estiverem
em reparo.
a. Existem atualmente em uso no EB, dois tipos de visores de pontaria utilizados de
acordo com cada Mrt.
1) O Mrt 81 mm M1, utiliza o visor de pontaria M4.
2) O Mrt 81 mm Brandt, utiliza o visor de pontaria Brandt
Porém, qualquer dos dois Mrt, seja M1 ou Brandt, podem usar qualquer dos dois
visores de pontaria.
O visor de pontaria M4, distribuido ao Mrt 81 mm M1 é o mesmo utilizado pelo Mrt
60 mm.
Sempre que o Mrt mudar de posição o visor deve ser retirado e guardado em seu
estojo.

2. NOMENCLATURA:
a. Nomenclatura do aparelho de pontaria M4:
1) Colimador - dispositivo de visada do visor de pontaria, pequena caixa retangular,
por onde passa um feixe de luz vertical ( linha de fé ), visto quando se olha pelo orifício de
visada. O colimador pode girar em torno de um eixo sem prejudicar as indicações da alça.
2) Visor - Situado abaixo do colimador, constando de uma alça em V e uma linha
metálica.
3) Retém - Serve para prender o suporte do visor de pontaria no entalhe da armação.
4) Nível transversal - Quando a bolha estiver em reparo, confirmará a pontaria em
alcance, para isso atua-se na manga de chamada.
5) Setor das alças - Registra o ângulo de elevação em graus ( alça ), de 10 em 10
graus. Na instalação colocar alça 62º
6) Suporte - Fixa o visor de pontaria no seu entalhe localizado na armação do bipé.
7) Micrômetro - É um tambor graduado de ¼ em ¼ de grau, complementa o registro
do ângulo de elevação do setor das alças.
8) Tambor das alças - Registra o valor em graus desejado no setor das alças.
9) Nível longitudinal - Quando a bolha estiver em reparo, confirmará a ponta-
ria em direção, para isso atua-se na manivela de elevação.
10) Tambor das derivas - É graduado de 5 em 5 mls, a deriva é limitada a + 150 mls
(para cada lado), correspondendo a deriva zero a pontaria normal. A direção esquerda ou
direita é determinada por L e R respectivamente e por setas situadas junto ao índice.
11) Escala das derivas em milésimos - Encontra-se no tambor de derivas.
12) Cabeça do aparelho de pontaria.
13) Suporte do colimador - Tem a forma de meia lua.

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SETOR
DAS
NÍVEL ALÇAS
LONGITUDINAL
TAMBOR DAS ALÇAS

b. Nomenclatura do Aparelho de Pontaria Brandt:


1) Prato de derivas - Apresenta 32 dentes graduados em centenas de milésimos
numerados de 0 a 64 ( só números pares ).
2) Contra-prato - É uma peça móvel, destinado a registrar a deriva em centenas
de milésimos. Observa-se nele um índice triangular em vermelho que serve de referência
para as graduações do prato e 32 dentes que se engrazam no prato.
3) Tambor das derivas - Montado no contra-prato, graduado de 2 em 2 mls, de 0 a
200 mls, registra as dezenas e unidades, completando o registro do prato, o zero em
vermelho em frente a graduação do 100, serve para indicar a deriva normal(Prato 32, tambor
100, estando a bolha de nível transversal em reparo).
4) Colimador - Acompanha os movimentos imprimidos ao contra-prato, ou ao
tambor e pode girar ao redor do eixo horizontal, perpendicular ao plano de pontaria, destina-
se a pontaria em direção.
5) Nível Transversal - determina a horizonalidade do parafuso de direção, está
fixado em um alojamento com fundo fosforescente.
6) Setor das alças - graduado de grau em grau, de 40º a 90º , completado por um
tambor graduado de ½ em ½ grau ( os aparelhos de fabricação brasileira já são graduados
de ¼ em ¼ grau ). É acionado por um botão serrilhado, vai registrar a alça, em graus, no
setor das alças e em fração de graus no tambor. Na instalação do Mrt deixar a alça em 60º.
7) Colimador de alça mínima - determina a alça mínima, está montado no setor
das alças.
8) Nível longitudinal.
9) Suporte do conjunto - Nele encontra-se a alavanca de fixação e seu retém.

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COLIMADOR PRATO
DAS
DERIVAS

TAMBOR
DAS
DERIVAS CONTRA
PRATO

NÍVEL
TRANSVERSAL

3. MANEJO:
a. Aparelho de Pontaria m4:
1) Colocação do aparelho - Retirá-lo de seu estojo, e introduzir seu suporte no entalhe
da armação, até que fique fixo pelo seu retém.
2) Registro da deriva - As derivas são registradas em mls, no tambor de derivas.
( Executar deriva direita - R 120’’’ ... Esquerda - L 95’’’ , colocar em 0’’’ )
3) Registro da alça - Os ângulos das alças correspondentes aos diferentes alcances
são obtidos na tabela de tiro e são medidos em graus, agindo-se no tambor das alças.
( Registrar ALÇA 62º ¼ )
a) Acionar a manivela de elevação até colocar a bolha longitudinal em reparo. Agir
na manivela de direção para colocar a linha de fé do colimador sobre a baliza de pontaria e
ao mesmo tempo agindo na manga de chamada para manter a arma nivelada ( O atirador
deve ter cuidado para manter a linha de fé na vertical ). O Mrt estará então apontado
corretamente em alcance e direção.
b) O aparelho de pontaria deve ser retirado durante os três primeiros tiros ou até que
a placa-base esteja firmemente ancorada
4) Retirada do aparelho - Agir no retém para soltá-lo e puxá-lo para cima.
5) Guardar o aparelho de pontaria - Antes de guardá-lo no estojo, colocar a alça
graduada em 40º.

b. Aparelho de Pontaria Brandt:


Retirar o aparelho de pontaria do estojo e colocá-lo em seu suporte na armação,
verifique se está bem firme.
Para nivelar, colocar os níveis longitudinal e vertical em reparo, agindo na alavanca de
elevação e manga de chamada respectivamente.
Registrar uma alça, agindo no botão serrilhado até coincidir a alça do setor das alças
no índice do braço.( Registrar ALÇA 68º e ¼ , para um tambor graduado de ¼ em ¼ de
graus... Registrar ALÇA 68º e ¼ , para um tambor graduado de ½ em ½ graus ).
Para registrar a deriva, comandar primeiro para o prato e depois para o tambor.
PRATO 34 - TAMBOR 58 - Firmar o aparelho por cima com a mão esquerda e com a mão
direita agir na alavanca de comando. Suspender e girar, o contra-prato, no sentido do

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número comandado, até que o índice triângular coincida com 34, em seguida soltar a
alavanca de comando e verificar se após o engrenamento dos dentes, continua 34.
Para o comando de tambor 58, agir no anel serrilhado do tambor até que a
graduação 58 coincida com o índice triângular.
Quando for comandado DIREITA TANTO, por exemplo: DIREITA DOIS ZERO,
diminuir este número das derivas registradas no momento, neste caso como registrava
PRATO 34 -TAMBOR 58, o registro passaria a ser PRATO 34 -TAMBOR 38.
O manejo do colimador é semelhante ao do M4, seu movimento não altera as
indicações registradas na alça.
O aparelho deve ser retirado nos três primeiros tiros.
Para guardar o aparelho de pontaria no seu estojo deve-se registrar PRATO 32 –
TAMBOR 100, ALÇA 40.

c. Cuidados com o Aparelho de Pontaria:


1) Não devem ser manuseados com descuidos ou brutalidade, pois pode ocorrer
defeitos ou falta de precisão. Quando não for utilizado deve ser guardado no estojo, mantido
seco não podendo ser guardando molhado.
2) É proibido desmontar o aparelho nos corpos de tropa.
3) As partes óticas do colimador devem ser mantidas secas, utilizar para isso de
papel de seda ou camurça.
4) Jamais utilizar líquidos para polir, pasta abrasiva na limpeza das partes óticas.

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol.

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CAPÍTULO III
PONTARIA DO MRT 81 MM

1. MATERIAL DE PONTARIA:
a. BALIZAS DE PONTARIA:
1) Baliza de pontaria M 7 - comprimento 0,60 m - baliza da placa-base
2) Baliza de pontaria M 8 - comprimento 1,83 m - baliza dos 25 m
3) Baliza de pontaria M 4 ou M 9 - comprimento l,l7 m - utilizada apenas para o
transporte.
4) Baliza de pontaria M 10 - comprimento 0,65 m - pode ser improvisada, com um
pedaço de pau roliço de 0,60 m de comprimento. Coloca-se um prego de 0,15 m na sua
extremidade para ajudar na fixação ao solo. Na outra extremidade da baliza é feito um corte
longitudinal de 0,20 m , com um corte transversal, separa-se uma das seções cortadas, esta
seção depois é colocada em sua posição original por meio de um parafuso com porca ou
borboleta para fixação. Quando colocada na perpendicular da baliza esta seção serve como
alidade, sendo aplainada uma de suas faces ( esquerda ) para ser graduada de 10 em 10
mls até 200 mls. As graduações de 10 em 10 mls ficam separadas de 0,005 m.
5) É aconselhado que cada peça disponha também de outras 03 balizas improvisadas,
com altura de 0,91 m.

2. VIGILÂNCIA DO MORTEIRO:
a. Execução da pontaria através de um azimute ou um lançamento. Segue a seguinte
seqüência:
1) O Cmt da peça coloca o estojo do aparelho de pontaria com o aparelho sobre o solo,
indicando a posição aproximada da placa-base.
2) O atirador crava a baliza da placa-base e verifica se o Mrt e demais
equipamentos estão a mais de 10 m da posição.
3) O atirador coloca a bússola sobre a baliza e registra o azimute ou lançamento
dado, orientando o auxiliar do atirador para cravar a baliza dos 25 m.
4) PARA DIREITA - PARA ESQUERDA - CRAVAR ( gestos ).
5) PARA DIREITA DEVAGAR - PARA ESQUERDA DEVAGAR - CRAVAR ( gestos ).
6) Estabelecida a direção pelas duas balizas o auxiliar do atirador coloca a placa-base.
Em seguida a guarnição instala o morteiro.
7) O atirador coloca o aparelho de pontaria e registra a vigilância:
a) M4 = deriva zero - alça 62º
b) BRANDT = prato 32 - tambor 100 - alça 60º
8) O atirador coloca em reparo as bolhas dos níveis transversal e longitudinal agindo na
manga de chamada e manivela de elevação respectivamente.
9) O auxiliar do atirador desloca o bipé até que a linha de fé do colimador esteja sobre
a aresta esquerda da baliza dos 25 m, coordenado pelo atirador que deve manter a linha de
fé na vertical agindo na manga chamada e mantendo as bolhas em reparo.
10) Em seguida, ambos cravam as sapatas no solo simultaneamente, tentando manter
a linha de fé na baliza e o nível transversal em reparo. Em seguida, retifica a pontaria em
direção, e o nivelamento transversal, agindo simultaneamente na manivela de direção e
manga de chamada. Para tanto, deve observar ao mesmo tempo a linha de fé e a bolha do
nível transversal.

3. PONTARIA DO MORTEIRO:
a. PONTARIA EM ALCANCE:
1) É necessário que o morteiro esteja nivelado transversalmente
2) O Cmt da peça determina a alça com base na tabela de tiro
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3) O atirador registra a alça determinada, pelo Cmt da peça, no aparelho de pontaria.


4) Em seguida, cala a bolha do nível do nível longitudinal, agindo na manivela de
elevação. O morteiro estará apontado em alcance.
b. ALÇA MÍNIMA:
1) Em determinadas situações é necessário verificar a possibilidade do tiro por cima
de máscara (obstáculo no terreno próximo a peça em que possa bater o tiro quando ele
ainda está subindo).
2) A direção só estará correta, se a princípio, o Mrt estiver nivelado
transversalmente. A pontaria em elevação também é alterada pelo nivelamento transversal.
3) Para que não se perca tempo na pontaria do morteiro, o movimento de apontar
agindo na manivela de direção ( mão direita ) deve ser simultâneo com o movimento de
nivelamento transversal no qual age-se na manga de chamada ( mão esquerda ), girando as
mãos no mesmo sentido, sendo que a cada 4 voltas na manivela de direção, corresponde,
aproximadamente a meia volta da manga de chamada.
4) Além disso o atirador deve observar pela linha de fé do colimador, enquanto
apontar em direção, procurando mantê-la na vertical, durante todo o tempo. Constantemente
deve observar se o nível da bolha transversal esta em reparo.
5) Ao apontar, deve manter a vista a uma distância de 7,5 a 25 cm da lente do
colimador, de forma que se veja, ao mesmo tempo, o ponto de pontaria e a linha de fé. Não
é possível observar o ponto de pontaria por dentro do colimador.
6) Quando a linha de fé coincidir com a aresta esquerda da baliza de pontaria,
bastará um pequeno movimento na manga de chamada para calar a bolha transversal,
estando finalmente o morteiro apontado em direção.

c. PONTARIA EM ALCANCE E DIREÇÃO


1) A pontaria do morteiro deve seguir uma ordem cronológica, para se obter rapidez
e precisão. É fundamental o emprego de um processo-padrão ao manejar o aparelho de
pontaria e apontar o morteiro em alcance e direção.
2) Ao receber um comando de tiro o atirador repete os elementos do comando
registrando os dados no aparelho de pontaria com a mão esquerda a deriva, no tambor das
derivas.
3) Em seguida registra a alça no setor das alças e no micrômetro.
4) Gira a manivela de elevação e a manga de chamada, até nivelar os níveis
longitudinal e o transversal. Retifica a linha de fé do colimador, e simultaneamente, gira a
manga de chamada e a manivela de direção, no mesmo sentido, até coincidir a linha de fé
com a aresta esquerda da baliza.
5) Novamente verifica as bolhas dos níveis transversal e longitudinal, retificando-os,
se for o caso, com leves movimentos. Quando pronto, a atirador comanda FOGO ao auxiliar
do atirador.

d. UTILIZAR AS BALIZAS SUPLEMENTARES:


1) O aparelho de pontaria Brandt, não necessita de balizas suplementares, pois
possui um prato de 6400 mls.
2) As balizas suplementares servem para aumentar o recurso de deriva do aparelho
de pontaria M4, tendo em vista que seu recurso normal de deriva é de 100’’’ para a esquerda
e 100’’’ para a direita.
3) Para aumentar esta deriva, é necessário colocar balizas intervaladas de 100’’’, a
direita e a esquerda da baliza de vigilância.
4) Com isto consegue-se apontar o morteiro sobre alvos situados a mais de 100’’’ a
direita ou a esquerda do ponto de vigilância.
5) No ataque as balizas são colocadas imediatamente depois de fixada a deriva de
vigilância. Devem ser colocadas pelo menos duas balizas suplementares.
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6) Na defensiva, devem ser colocadas pelo menos quatro balizas suplementares,


logo após estabelecer a direção de vigilância.
7) As balizas devem ser cravadas a pelo menos 15 m do morteiro.
8) Para cravar duas balizas suplementares, apontar o morteiro sobre a BV, com a
deriva zero, e o morteiro nivelado transversalmente.
9) Sem deslocar o morteiro, o atirador registra DIREITA 100 e manda que o auxiliar do
atirador crave a baliza alinhada com a linha de fé. Esta baliza é chamada de BALIZA
ESQUERDA UM ( E1 ) e está a 100 mls a esquerda da BV.
10) Em seguida o atirador registra ESQUERDA 100 mls e manda o auxiliar do atirador
cravar a baliza alinhada com a linha de fé. Está baliza é chamada de BALIZA DIREITA UM
( D1 ) e está a 100 mls a direita da BV.
11) Estas balizas batem alvos a 300 mls a esquerda ou a direita da BV, pois como o
tambor das derivas em zero, deslocando-se o bipé e fazendo-se a visada sobre elas, pode-
se bater uma frente de 600 mls.
- Ex: Para bater um alvo que está a 250 mls do PV, o comando de tiro, no que se
refere a direção é ESQUERDA 100 - E1.
12) Para colocar 4 balizas suplementares, de forma rápida, o processo é um pouco
diferente. Após ter sido cravada a BV, o atirador registra DIREITA 100. O auxiliar do atirador
desloca o bipé até que a linha de fé tangencie a aresta esquerda da BV. Em seguida o
atirador sem mover o morteiro, gira o tambor das derivas até zero e manda o auxiliar do
atirador cravar a primeira baliza direita ( D1 ) de maneira que sua aresta esquerda coincida
com a linha de fé do colimador. Mais uma vez gira no tambor das derivas, até registrar
ESQUERDA 100 e manda o auxiliar do atirador cravar a segunda baliza ( D2 ).
a) Para as balizas E1 e E2 o processo é o inverso.
b) Com quatro balizas suplementares, pode-se bater uma frente de 600 mls.

e. EXECUTAR A PONTARIA NOTURNA:


1) Os dados de tiro são colhidos durante o dia e colocados em um roteiro de tiro.
Quando a posição de tiro for ocupada durante a noite os dados são colhido através de carta
topográfica ou fotografia aérea.
2) Para a pontaria noturna, utiliza-se uma baliza de pontaria com um dispositivo de
iluminação improvisado. O aparelho de pontaria é manejado, os níveis verificados e a linha
de fé vista com o auxílio de uma lanterna escurecida, iluminando o colimador por baixo no
ângulo desejado pelo atirador.

f. DISPOSITIVOS IMPROVISADOS:
1) Lata ou vasilhame: No fundo da lata cortam-se duas fendas em forma de cruz e
cobre-se com um papel vermelho (proteção do atirador a luz direta) ou papel celofane, na
outra extremidade fazem-se vários furos. Num dos lados cortam-se duas ranhuras em cruz
dobrando-se os bordos para dentro de forma que suportem uma vela. No lado oposto se faz
vários furos. Amarra-se a lata com a vela acesa na borda esquerda da baliza de pontaria,
ficando a fenda iluminada na direção do atirador.
2) Lanterna: No vidro da lanterna se faz uma fenda vertical, com fita isolante ou papel
cartão escuro (preto) e amarra-se a lanterna acesa na borda esquerda da baliza de pontaria
voltado para o atirador.

”BIZÚ ”
Sabe-se que uma volta na manivela de direção vale 10’’’ ou 15’’’ dependendo do morteiro e
que uma volta na manivela de elevação vale ½ grau. Então quando observado um desvio de
30’’’ à esquerda do alvo basta aplicar 2v à direita. Quando estivermos atirando a uma
distância de 800 m e o tiro caiu curto a 100 m, consultamos a tabela de tiro e veremos que a

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alça para atirar a 900 m é 63º e a 800 m é 67º. A diferença entre as duas alças é de 4º. A
correção será abaixo 8 voltas.

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol.

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CAPÍTULO IV
FUNCIONAMENTO E MUNIÇÃO

1. FUNCIONAMENTO
O tiro do morteiro é executado introduzindo-se uma granada completa pela boca do tubo.
A inclinação do tubo faz com que a granada deslize na direção da culatra. Ao chegar à
culatra, a cápsula do cartucho de projeção se choca contra a ponta do percutor localizada no
seu interior. Este impacto inflama a cápsula que, por sua vez faz explodir o cartucho de
projeção. A chama da explosão do cartucho inflama os suplementos. A força de expansão,
dos gases de toda a carga de projeção impele a granada para cima e para fora do tubo.
Após abandonar o tubo, a espoleta da granada será armada. A granada conduzirá consigo o
cartucho de projeção deflagrado, deixando o morteiro pronto para realizar um novo tiro (Fig.
1).

2. MUNIÇÃO (GENERALIDADES)
a. Para conhecermos um pouco sobre munição de Mrt, precisamos ter em mente a
seguinte definição:
1) Granada de Morteiro
É um corpo de aço ou de ferro onde encontramos, no seu interior, a carga de
arrebentamento e, na sua periferia, os elementos que proporcionam a estabilidade da
trajetória.
2) Tiro do Morteiro
É a granada mais os elementos que ativam a carga de arrebentamento e
proporcionam a propulsão.

b. Elementos componentes de um tiro de Mrt


1) Cartucho de projeção
Elemento propelente da Gr.
2) Suplemento
Amplia o volume de gases, aumentando o alcance da Gr.
3) Detonador
Amplia a chama e a onda explosiva proveniente da espoleta.
4) Espoleta de Ogiva
Elemento iniciador do encadeamento explosivo da Gr.
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5) Granada
É o engenho ofensivo arremessado pelo tubo. É constituído por um corpo de forma
ogivo-cilíndrico-cônica, com um intumescimento em forma de cinta na parte mais espessa
que serve para guiá-lo no interior do tubo, no seu percurso para lançamento; e uma
empenagem para estabilizá-lo no ar.

PARTES DA GRANADA
OGIVA
ALOJ DA
EMPENAGEM
CARGA

OUVIDO
ROSCADO

CORPO CINTA DE
TURGÊNCIA

PARTES DO TIRO DE MRT

GRANADA

ALOJAMENTO DO
CARTUCHO DE
DETONADOR
PROJEÇÃO ESPOLETA
-CARTUCHO DE PROJEÇÃO
-SUPLEMENTO

c. Partes da Granada
1) Externamente, as granadas do Mrt 81mm apresentam as seguintes partes:
a) ogiva;
b) cinta de turgência;
c) corpo;
d) empenagem.
2) Internamente, apresentam as seguintes partes:
a) ouvido roscador;
b) alojamento de carga;
c) alojamento de carga de projeção.

d. Função de cada parte


1) Ogiva
É a parte acima da turgência e cuja forma facilita o movimento do projétil no ar.
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2) Cinta de Turgência
É composta de várias cintas de resistência aos gases para frenagem (prevenindo,
praticamente, o escape de gases), e servem para guiar o projétil durante seu movimento no
interior do tubo. Tem um acabamento de torno perfeito e as ranhuras são de perfil especial.
A cinta da granada de grande capacidade e da fumígena fica na parte posterior, devido ao
seu comprimento e também para facilitar o trabalho dos gases para lançá-la para fora do
tubo.
3) Corpo
Parte do projétil compreendida entre a cinta de turgência e a cauda. O corpo, sendo
parte integrante do projétil, tem a finalidade de dar ao mesmo, suas propriedades balísticas.
4) Empenagem
É a parte posterior do projétil atarraxada ao orifício roscado. É constituído de um
tubo com vários orifícios abertos na sua parte anterior e serve de alojamento para o cartucho
de projeção com estopilha. Nele é fixada a empenagem constituída de aletas munidas de
rebordos para fixação dos suplementos (Gr capacidade normal). Nas Gr de grande
capacidade a empenagem é desdobrável, mantendo-se assim, até sua saída do tubo. As
aletas de empenagem são de metal; destinam-se a assegurar a estabilidade do projétil
durante o seu movimento no ar e receber os suplementos.
Servem para dar a máxima precisão e alcance. Os orifícios existentes na cauda das
Gr destinam-se a dar passagem ao fogo proveniente da queima do cartucho de projeção que
irá provocar a queima dos suplementos.
5) Ouvido Roscado
Recebe a espoleta de ogiva, ou o tarugo de projeção. A sua dimensão é função do
tipo de espoleta empregada segundo seu fabricante.
6) Alojamento da Carga
É a parte oca da Gr destinada à carga de arrebentamento.

3. CLASSIFICAÇÃO
A classificação mais usual da munição do morteiro em relação ao emprego da granada, é
a seguinte:
a. Granada Explosiva (HE) - Empregada contra pessoal e contra alvos de material leve.
b. Granada Fumígena (fósforo branco) - Empregada para: cegar a observação inimiga,
sinalização, produzir perdas ou como agente incendiário.
c. Granada Iluminada - Para iluminação do campo de batalha à noite.

Gr ILUMINATIVA

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d. Granada de Exercício - Para a instrução.


Gr DE EXERCÍCIO

e. Granada de Manejo - Para a prática em áreas limitadas.

Gr DE MANEJO

4. IDENTIFICAÇÃO - COR DAS GRANADAS


a. Granada explosiva - verde oliva (com inscrições em amarelo).
b. Granada fumígena - cinza com faixa amarela (com inscrições em amarelo).
c. Granada iluminativa - cinza (com inscrições em preto).
d. Granada de exercício - azul (com inscrições em branco).
e. Granada de manejo - preta (com inscrições em branco).

5. CARGA DE PROJEÇÃO
a. As cargas de projeção das granadas de morteiro são fracionadas para permitir o tiro
nos vários alcances.
b. O funcionamento da carga de projeção dá-se da seguinte maneira: ao se dar à
percussão pela queda do projétil sobre o percutor, o cartucho, disposto na empenagem da
granada, inflama-se, acarretando também a inflamação dos suplementos, graças aos
orifícios existentes no canal cilíndrico onde se aloja o cartucho; a força de expansão dos
gases, provenientes desta inflamação, lança para fora do tubo a granada que leva o
cartucho vazio, deixando a arma pronta para receber nova granada.
c. As cargas de projeção são assim denominadas:
Carga 0 - um cartucho
Carga 1 - um cartucho e um suplemento
Carga 2 - um cartucho e dois suplementos
Carga 3 - um cartucho e três suplementos
Carga 4 - um cartucho e quatro suplementos
Carga 5 - um cartucho e cinco suplementos
Carga 6 - um cartucho e seis suplementos
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SUPLEMENTO SUPLEMENTO
EM FORMA DE SEMI-CIRCULAR
LÂMINA

*OS SUPLEMENTOS DEVEM SER COLOCADOS


SIMETRICAMENTE JUNTO A EMPENAGEM.

6. PREPARAÇÃO PARA O TIRO


a. As granadas do Mrt 81mm são preparadas da seguinte maneira:
1) Colocar a carga de projeção correspondente ao alcance empregado (os
suplementos devem ser colocados simetricamente na empenagem). Nas granadas
explosivas leves, de exercício, e lastradas, com a parte côncava para o interior. Nas
explosivas pesadas, com a parte plana para o interior, o cartucho é introduzido no
alojamento cilíndrico existente na empenagem.
2) Espoletar a granada, retirando previamente o tarugo que protege a rosca da ogiva.
3) Regular a espoleta para I (instantânea) ou R (retardo) de acordo com o que for
determinado.

NOTA: Se a granada for distribuída à tropa já espoletada e com a carga de projeção


colocada, basta que se retire os suplementos desnecessários e que se regule a espoleta
para a ação desejada.
4) Para atirar, introduzir a granada dentro do tubo, com a empenagem para baixo.
Quando largar a granada, para que deslize através do tubo, retirar rapidamente a mão da
boca da arma.

7. ESPOLETAS
Todas as espoletas usadas no tiro do Mrt 81mm, de acordo com sua colocação na Gr,
classificam-se como espoletas de ogiva.
Quanto ao funcionamento, as espoletas de ogiva classificam-se em:

a. Espoleta de Percussão
Funcionam ao se chocarem contra objetos resistentes. Conforme o tempo de
detonação após o impacto, classificam-se em:
1) espoleta de percussão instantânea (EOP M6A1);
2) espoleta de percussão de retardo.
3) espoleta de percussão regulável (EOP M3)

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Fig. 1 - Espoletas em posição de repouso

Observações: 1) as espoletas EOP M6A1 e EOP M3 são as mais usadas na tropa nos tiros
de Mrt 81mm, respectivamente.
2) o reforçador principal tem por finalidade ampliar a chama proveniente da
queima do detonador e reforçador primário.
b. Espoleta de Tempo
Funcionam automaticamente durante sua trajetória no ar. Existem dois tipos:
1) espoleta de tempo fixo
Funciona após um certo tempo de permanência no ar. Este tempo é pré-
determinado pelo fabricante e não pode ser alterado por quem utiliza.
2) espoleta de tempo variável
Possuem em anel móvel no seu corpo que permite a quem utiliza a munição, fazer
variar o tempo de arrebentamento da Gr para um ponto qualquer da trajetória.
c. Espoleta de Duplo Efeito
Quando adicionamos um dispositivo de percussão a uma espoleta de tempo.

8. CUIDADOS, MANEJO E CONSERVAÇÃO


a. As granadas são fabricadas e embaladas para suportar todas as condições, geralmente
encontradas em campanha. Não obstante, como a munição é afetada desfavoravelmente
pela umidade e pela alta temperatura, devemos protegê-las convenientemente dessas
intempéries.
b. As granadas completas, espoletas, devem ser manejadas com o máximo cuidado. Os
elementos explosivos das cápsulas e espoletas são muito sensíveis aos choques e às altas
temperaturas.
c. O selo contra a umidade, existente no invólucro de fibra, não deve ser rompido a não
ser no momento em que a granada deva ser empregada. Se houver necessidade, antes de
uma missão de combate, de se preparar um maior número de tiros (15 ou mais por peça), as
granadas podem ser retiradas dos seus invólucros e os suplementos convenientemente
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ajustados. A seguir, a empenagem de cada granada é introduzida no invólucro para proteger


a carga de projeção.
d. São inteiramente proibidas as tentativas para a desmontagem de qualquer espoleta.
e. A munição deve ser cuidadosamente protegida lama, da terra, da poeira e da água;
antes do tiro, a granada deve estar completamente limpa e seca bem como livre de qualquer
corpo estranho.

f. Não deve ser permitido que as granadas, particularmente os suplementos, fiquem


expostos aos raios solares diretos por qualquer espaço de tempo. Obtém se um tiro mais
uniforme quando as granadas estiverem à mesma temperatura.
g. O grampo de segurança da espoleta só deve ser retirado no momento do tiro, isto é,
quando a granada tiver de ser colocada no interior do tubo.
h. Se algumas granadas preparadas para o tiro não forem utilizadas imediatamente,
seus grampos de segurança devem ser recolocados. Essas granadas devem ser
acondicionadas em seus invólucros originais e marcadas convenientemente para serem
usadas na primeira ocasião.
i. É expressamente proibido tocar nas granadas falhadas pois estas são extremamente
perigosas devido à espoleta que, estando armada, poderá causar, a qualquer movimento da
granada, a explosão desta. Nas áreas de instrução, as granadas falhadas são localizadas e
assinaladas para que o oficial encarregado da área possa providenciar a sua destruição

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol.

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CAPÍTULO V
ESCOLA DA PEÇA

1. MATERIAL A SER CONDUZIDO EM INSTRUÇÃO:

FUNÇÃO ATRIBUIÇÃO MATERIAL A SER


CONDUZIDO
Escolhe e fiscaliza a preparação e ocupação Ap Pont, bússola, percussor,
Cmt Pç da Pos Tir; ocupa o PO; observa e ajusta o chave de fenda do percussor,
tiro da peça; Emite os comandos de tiro tabela de tiro, baliza M10,
lanterna elétrica, FAL,
binóculo e C Pos
Junto com o Aux At arma e aponta o Mrt, Bipé, almofada para ombro,
At repete e executa os comandos de tiro baliza M7,bolsa de munição,
recebidos Pst, 06 Granadas
Auxilia o At para armar e apontar o Mrt, segue Tubo, almofada para ombro,
Aux At o Cmdo Tir, verificando tipo de munição e baliza M8, bolsa de munição
espoleta, e a carga de projeção ou cofres de Mun, FAL, 06
granadas
Instala a placa base, auxilia armar e apontar o Placa base, 02 balizas de
1º Mun Mrt, prepara a granada para o tiro seguindo o pontaria improvisadas,
comando de tiro almofadas para ombro, bolsa
de munição ou cofres de Mun,
FAL
2º Mun Auxilia no remuniciamento e preparação da Haste de limpeza, 02 balizas
também granada, executa a segurança aproximada improvisadas, almofada para
Mot ombro, bolsa de munição ou
cofre de Mum

2. COMANDOS EMITIDOS:
a. Peça Atenção: Descarregar o material
- Retirar o material da viatura
b. Peça Atenção: A Braço em Forma
1) Este comando deve ser dado antes de se iniciar qualquer deslocamento, devendo a
peça entrar em forma com o material acima descrito na seguinte situação:
a) Cmt Pç: Com o material a tiracolo, em seus estojos e baliza na mão direita com a
ponta voltada para frente;
b) At: Bipé sobre o ombro direito, com a sapatas para a frente e braçadeira para
baixo, baliza na mão esquerda com a ponta para frente;
c) Aux At: Com o tubo sobre o ombro esquerdo, munhão esférico voltado para
frente, baliza na mão esquerda com a ponta para frente;
d) 1º Mun: Carrega a placa-base com a mão direita e com a esquerda a baliza;
e) 2º Mun: Coloca a bolsa de munição e carrega com a mão direita a haste de
limpeza.
c. Peça Atenção: Descansar o material
1) A peça entra em coluna na seguinte ordem e com o material sobre o solo:
a) Ch Pç: Mantém o material a tiracolo;
b) At: Coloca o bipé com o berço para cima e sapatas para a direita, baliza de
pontaria a frente do bipé com a ponta para a direita;

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c) Aux At: Coloca o tubo no solo com o munhão esférico para a direita, baliza com
a ponta para direita;
d) 1º Mun: Coloca a frente do seu corpo a placa-base com a alça de
transporte para a retaguarda e baliza com a ponta para a a direita;
e) 2º Mun: Coloca a sua frente a bolsa de munição com a ombreira para a
esquerda, haste de limpeza a frente da bolsa com a estopa para a direita.
d. Peça Atenção: Equipamento e Armamento sobre o Solo
- Cada homem coloca o fuzil e a mochila do lado direito do material coletivo.
e. Peça Atenção: Verificar o Material
- Cada homem verifica o seu material e anuncia “Tal Material S/ A”
f. Peça Atenção: Carregar o Material
- Os homens colocam o material na viatura
g. Peça Atenção: Carregar para Transportar
- Cada componente da peça apanha o seu material e o coloca conforme a entrada em
forma e prepara-se para se deslocar a pé.

3. ENTRADA EM POSIÇÃO:
Qualquer que seja a formação da peça esta prepara-se para atirar sobre um alvo,
com o comando de “EM POSIÇÃO”.
a. Com exceção do Cmt da peça, todos os outros descansam o material sobre o solo.
b. O Cmt da peça indica a posição onde será instalado o morteiro deixando neste o
estojo do aparelho de pontaria e dando a direção de tiro através do alinhamento de balizas
ou azimute magnético.
c. Em seguida é instalada a baliza de pontaria e a peça instala o morteiro e o coloca em
vigilância tendo assim entrado em posição.
d. Ao comando de “GUARNECER” a peça procede da seguinte maneira: o Cmt da
peça procura um local de onde ele possa observar o tiro; o atirador coloca-se do lado
esquerdo do Mrt com o pé esquerdo na altura da sapata e joelho direito no solo; o auxiliar do
atirador coloca-se do lado direito do Mrt e fica em pé ou de joelhos.; o 1º municiador coloca-
se em uma posição em que possa melhor preparar a munição e passá-la para o Aux At; o 2º
municiador fica um pouco a retaguarda em condições de alcançar a munição para o 1º Mun.

4. MUDANÇA DE POSIÇÃO:
a. Ao comando de “DESARMAR PARA TRANSPORTAR”, o morteiro é desarmado e cada
integrante apanha seu material e entra em forma com visto anteriormente.
b. Ao comando de “DESARMAR PARA TRANSPORTAR - A BRAÇO POR DOIS
HOMENS” a peça procede da seguinte maneira: O atirador retira o aparelho de pontaria e o
coloca no estojo, em seu ombro direito, segura o bipé com a mão esquerda no aparelho de
pontaria e mão direita na porca de trancamento; o auxiliar do atirador em pé segura o bipé
com a mão direita na manivela de direção e com a mão esquerda na perna direita; o 1º
municiador arranca o bordo anterior da placa-base o suficiente para que os dois primeiros
introduzam a sapata do bipé no encaixe na placa-base e estes transportam o morteiro para a
nova posição.

5. EXECUÇÃO DO TIRO:
a. PRECAUÇÕES:
1) Antes do tiro verificar se:
a) O Mrt esta corretamente instalado;
b) O morteiro esta preso a placa-base;
c) A braçadeira esta conveniente apertada;
d) A porca de trancamento esta conveniente apertada; a corrente ajustável esta
esticada;
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e) O interior do tubo esta limpo;


f) As granadas estão limpas principalmente na turgência;
f) Retirar o aparelho de pontaria nos três primeiros tiros.
2) Durante o tiro verificar se:
a) De quando em quando a braçadeira e porca de trancamento estão apertadas;
b) limpar o interior do tubo a cada dez tiros;
c)Verificar freqüentemente se a placa-base e bipé oferecem segurança para o tiro;

b. REALIZAÇÃO DO TIRO:
1) Cmt da Peça:
- Emite o comando de tiro, substituída a distância pela alça e carga, após consultar a
tabela de tiro.
2) Atirador: Corrige se for o caso, a deriva no aparelho de pontaria
a) Registra a alça.
b) Faz a apontaria em alcance, faz a pontaria em direção, ao mesmo tempo que nivela
transversalmente o morteiro.
c) Retira o aparelho de pontaria nos três primeiros tiros até que a placa-base esteja
assentada.
d) Dá o comando de fogo, coloca o pé esquerdo sobre a placa-base para auxiliar a
ancoragem durante os três primeiros tiros.
3) Auxiliar do atirador:
a) Recebe , com ambas as mãos, a granada do 1º municiador com a mão direita,
palma da mão para cima abarcando a espoleta, mão esquerda palma para baixo, segurando
a parte inferior do corpo da granada, perto da empenagem.
b) Introduz a granada na boca do cano com a espoleta para cima, e ao comando de
“FOGO”, dado pelo atirador, solta a granada retirando imediatamente as mãos, cabeça e
parte superior do corpo de perto da boca do cano, de modo a evitar o sopro.
c) Ao retirar as mãos ter o cuidado de não passar estas pela boca do cano.
4) 2º Municiador:
- Retira com ambas as mãos as granadas das bolsas ou estojos.
5) 1º Municiador:
- Recebe a munição do 2º municiador e prepara a munição para o tiro, passando esta
para o auxiliar do atirador.

c. INCIDENTES DE TIRO:
1) Um incidente de tiro ocorre quando uma granada não é atirada. Ela pode ficar presa
dentro do tubo sem ter tocado no percutor ou pode bater no percutor e falhar.
2) Quando ocorrer isto o atirador deve anunciar “INCIDENTE DE TIRO”
3) O Cmt da peça comandará que a peça sane o incidente e esta deverá proceder da
seguinte maneira:
a) Aguardar um minuto
b) Bater com o calcanhar na culatra do morteiro
c) O atirador verifica o aquecimento do tubo e que não há ninguém na frente do tubo
d) O Aux At escora a perna direita do bipé com sua perna direita, colocando-a
atrás desta, solta o parafuso da braçadeira o suficiente para girar o tubo
e) O At gira o tubo e então o Aux At volta a apertar o parafuso da braçadeira
f) O Aux At coloca suas mãos em concha, com a mão direita por baixo da boca do
tubo. Os polegares de ambas as mãos devem estar ao longo dos indicadores.
g) O At levanta a culatra do morteiro, até que a granada deslize lentamente para
a boca. Quando a granada começa a se deslocar o Aux At coloca os polegares a frente do
tubo e apara a granada quando a espoleta começar a aparecer na boca do cano, retira esta
e a passa ao 1º municiador para que este a examine.
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4) Descrição sumária
O aparelho de pontaria do morteiro Brandt é rústico, de volume e peso reduzidos e
deve ser colocado à esquerda da armação (no entalhe do aparelho de pontaria), onde
permanecerá durante o tiro. Compõe-se de mecanismo de pontaria em direção e em
alcance, corpo do aparelho e suporte do conjunto.

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol.

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EB-60-ME-14.013

CAPÍTULO VI
TÉCNICAS DE TIRO DO Mrt 81 mm

1. ENTRADA EM POSIÇÃO
Tem por finalidade estabelecer uma seqüência cronológica para a realização do tiro,
desde o momento que a peça ou seção recebe o comando inicial de tiro, até o inicio do fogo.
Essa seqüência é necessária para criar reflexos à guarnição, permitindo dessa forma que
o morteiro fique preparado para atirar o primeiro tiro rapidamente.
a. Pontaria em Alcance
1) Realizar a pontaria em alcance, é permitir que a granada percorra a distância de tiro
(DT) que vai da peça até o alvo.
2) Estabelece-se a pontaria em alcance através da execução de duas tarefas:
a) determinar a alça e a carga para um alcance dado; e
b) apontar o Mrt em alcance.
3) Determinação da alça e da carga
Para a determinação da alça e da carga, há necessidade de conhecimento da “tabela
de tiro” e de seu manuseio, cuja finalidade é converter os alcances (distâncias) em ângulos
de elevação (alça).
4) Execução da pontaria em alcance
a) Medir, calcular ou estimar a distância morteiro-alvo;
b) Com o auxílio da tabela de tiro, escolher a carga e determinar a alça
correspondente;
c) Registrar no aparelho de pontaria do Mrt a alça determinada;
d) Girar a manivela do parafuso de elevação até que o nível longitudinal do aparelho
de
pontaria entre em reparo.
b. Pontaria em Direção
A finalidade da pontaria em direção é colocar o Mrt, precisamente, na direção do
objetivo. Para isso, é necessário que a pontaria seja executada sempre do mesmo modo,
para cada tiro, e que o Mrt, terminada a pontaria, esteja rigorosamente nivelado. Executar a
pontaria sempre do mesmo modo significa que, para cada tiro, a visada feita pelo colimador
deve incidir sobre o mesmo lado da baliza (por convenção deve-se sempre visar a aresta
esquerda da baliza).
1) Execução da pontaria em direção:
a) Para isso, consideramos que uma baliza de pontaria foi colocada na linha
morteiro-alvo, a uma distância de 25 m da peça, indicando a direção do objetivo.
b) Para executar a pontaria em direção, procede-se do seguinte modo:
(1) registra-se a deriva, Pt 32 Tb 100.
(2) Gira-se a manivela de direção até conciliar a linha de fé do colimador com a
aresta esquerda da baliza, simultaneamente, atua-se na manga de chamada do
reparo, no sentido conveniente, a fim de que o nível transversal entre em reparo.
(3) Com essas operações, o Mrt estará apontado em direção para o objetivo.
c. Marcar a Baliza de Vigilância
1) Determinação da Baliza de Vigilância:
Quando o Mrt está em posição, tem, normalmente, mais de um alvo a bater. A fim de
facilitar o transporte de tiro para novos alvos, há necessidade de determinar uma direção
que seja a origem para os deslocamentos em direção. Essa origem dos deslocamentos pode
ser a direção do primeiro alvo, sobre o qual foi ajustado o tiro, ou direção de um ponto bem
nítido e inconfundível, nas proximidades do centro do setor de tiro, sobre o qual a peça
entrou em vigilância (Ponto de Vigilância). A baliza que indica a direção do ponto de
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vigilância ou do primeiro alvo, é chamada “Baliza de Vigilância”. É interessante lembrar que


no Mrt 81 mm a deriva normal de vigilância é “Pt32 – Tb 100”.
2) Marcar a Vigilância
a) Para se localizar essa baliza de vigilância, é necessário que após a ajustagem do
tiro seja comandado “Marcar Vigilância”. Ora, é natural que, uma vez terminada a ajustagem,
o aparelho de pontaria não esteja registrando a deriva normal (Pt 32 – Tb 100), muito
embora o tubo esteja apontando para o alvo.
b) Uma vez seja dado o comando de “Marcar Vigilância”, procede-se da seguinte
maneira:
(1) sem modificar a direção do tubo, registra-se a deriva normal do aparelho de
pontaria (Pt 32 – Tb 100);
(2) retira-se a baliza sobre a qual se procedeu a ajustagem. Coloca-se a mesma a
cerca de 25 metros à frente da peça, na direção para qual está orientando o colimador de
pontaria.
Realizada a operação, a peça fica em condições de deslocar o tubo com
afastamento igual para a esquerda e para a direita, pois a deriva normal representa o meio
do tambor das derivas no aparelho de pontaria.
Se ao término da ajustagem, a porca de direção estiver sensivelmente afastada
do centro do parafuso, é aconselhável que, acionando-se a manivela de direção, centre-se a
porca e em seguida, por um deslocamento do reparo, vire-se novamente para a baliza de
vigilância, através do colimador de pontaria.

d. Balizas Suplementares
Estando a peça apontada com a deriva normal, o maior deslocamento em direção que
se pode fazer, sem que se tenha que alterar a posição do prato das derivas, é de 100
milésimos.
A fim de que a peça, mais facilmente, atire em objetivos que estejam fora desse limite,
colocam-se balizas suplementares, de um e de outro lado da baliza de vigilância.
A colocação de balizas suplementares permite que o Mrt seja manejado mais
rapidamente e facilita os comandos, pois, com elas não há necessidade de modificar a
graduação do prato (32).
1) Tendo sido marcado a vigilância e estando o Mrt apontado para a abaliza de
vigilância, com a deriva normal, o atirador registra Pt 32 Tb 0 e, sem modificar a direção do
tubo, orienta o Aux At ma colocação de uma nova baliza a 25 m e na direção indicada pelo
colimador de pontaria, que será a “Baliza Centro Esquerdo” (BCE).
2) Registrando em seguida Pt 32 – Tb 200 e, sem modificar a direção do tubo, orienta
da mesma forma o Aux At na colocação de uma baliza, que será a “Baliza Centro Direita”
(BCD).
3) Registra agora Pt 32 – Tb 100, aponta para a baliza do centro esquerdo (BCE),
desloca o reparo e marca no terreno a nova posição dos pés do reparo.
4) Partindo da BCE, como no caso do nº 1), acima, orienta o Aux At na colocação da
“Baliza Esquerda” (BE).
5) Como no nº 3), acima, marca no terreno a nova posição dos pés do reparo para a
“Baliza Centro Direita” (BCD).
6) Registra, novamente, Pt 32 – Tb 100 e aponta para a “Baliza Centro Direita” (BCD);
partindo da BCD orienta o Aux At na colocação da baliza, como no nº 2), que será a “Baliza
Direita” (BD).
Exemplo: se desejarmos atirar em alvos que estejam a 170’’’ à direita da baliza de
vigilância, o comando para a pontaria em direção será “Diminuir 70 – Baliza Centro Direita
(BCD)”. Então, verifica-se que, em lugar de se comandar uma deriva maior que 100’’’,
utilizou-se uma menor, apenas empregando, como ponto de pontaria uma das balizas
suplementares.
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É lógico que apontando o tubo para o ponto que esteja a 70’’’ a direção da baliza
centro direita, estaremos apontando o mesmo para o alvo que está 170’’’ à direita da baliza
de vigilância.

BV Alvo
BCD
BCE

BE
100’’’ BD
70’’’

170’’’

Pç Mrt 81 mm

2. TÉCNICA DE TIRO
a. Tabela de Tiro
São documentos que possibilitam combinar a carga e a alça, a fim de obter o alcance
desejado. Cada tipo de munição tem a sua tabela de tiro uma vez que o peso da Gr e outras
características influem na organização da mesma. Normalmente os cunhetes trazem tabelas
para a munição respectiva.

b. Réguas de Tiro
As réguas de tiro apresentam uma série de linhas horizontais, sendo a superior relativa
às alças e as demais relativas aos alcances que podemos obter com as cargas de 0 a 6.
A linha das alças é graduada em quartas partes de grau, e numerada de grau em grau.
Cresce da direita para a esquerda.
As linhas dos alcances são graduadas por pequenos traços verticais, numerados de
100 em 100 metros. Entre cada dois traços numerados encontramos 4 subdivisões de
tamanhos desiguais, correspondendo cada uma a 25 m (ou jardas). Crescem em valor, da
esquerda para a direita.
Para relacionarmos um alcance a uma alça, procuramos alinhar a graduação
correspondente ao alcance considerado com uma graduação da linha das alças, utilizando
uma régua, um lápis ou um bordo reto de qualquer objeto.
Encontramos como exceção, na régua da granada explosiva leve de Mrt 81 mm,
algumas divisões de 100m apresentando, ao invés de quatro, três ou até mesmo duas
subdivisões. Isto acontece para facilitar a consulta da régua, evitando subdivisões muito
pequenas. No entanto, mesmo nestes casos, o valor de cada subdivisão ainda é de 25m,
sendo o problema das subdivisões omitidas, solucionado pela colocação de sinais (+) ou (-)
sob determinadas graduações. Estes sinais indicam que a alça correspondente à graduação
assinalada vale para ela e para mais 25 metros, no caso do sinal positivo, e para ela e para
menos 25 metros, no caso do sinal negativo.
Para que possamos interpretar corretamente estas exceções, vejamos os casos que
podem acontecer.

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1º Caso: divisão que vai de 400m a 500m, na linha da carga 5

4 + 5

400m 425 e 450 475m 500m

2º Caso: divisão que vai de 500m a 600m, na linha da carga 5.

5 6

500m 525m 550m 575 e 600m

3º Caso: divisão que vai de 1300 a 1400 m, na linha da carga 6.

13 + 14

1300m 1375m e 1400m


1325m a 1350m

3. UTILIZAÇÃO DAS RÉGUAS DE TIRO


a. Encontramos, nas réguas, diversas cargas e alças, que combinadas entre si permitem
bater um mesmo alcance. No entanto, para cada missão de tiro, devemos selecionar uma
carga adequada e mantê-la, sempre que possível, até o fim da missão, variando a alça de
acordo com os alcances que pretendemos atingir. Esta medida visa diminuir os efeitos da
dispersão. Devemos, então, atender a duas imposições para a escolha da carga:
1) A carga escolhida deve permitir, sem que se mude para outra, um aumento ou uma
diminuição de:
a) 100 metros (ou jardas) se a distância de tiro for igual ou menor que 1000 metros
(ou jardas).
b) 200 metros (ou jardas) se a distância de tiro for superior a 1000 m (ou jardas).
Observação: essas grandezas de 100 e 200 metros (ou jardas), não são arbitrárias;
correspondem ao lanço inicial que deve ser dado no alcance, para ser obtido, durante a
regulação do tiro, o enquadramento do objetivo.
2) Entre as cargas que permitam um aumento ou diminuição de 100 ou 200 metros (ou
jardas), conforme o alcance considerado, deve-se escolher a menor. Desta forma, a alça
correspondente será a que proporcionará menor duração da trajetória da granada e,
conseqüentemente, menor retângulo de dispersão.
b. Exemplos: Determinar a carga e a alça a serem utilizadas para as missões de tiro
especificadas abaixo:
1) Alcance: 1100 m
Munição: Gr Expl Leve Nac de Mrt 81 mm

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Solução: Com o auxílio da régua, notamos que a menor carga que atira a 1100m é a
carga 1.
Entretanto, ela não permite atirar a 1300 m. Escolhemos, então, a carga 2, sendo a
alça 71 3/4.
Resposta: Carga 2, Alça 71 3/4.
2) Alcance: 600 m
Munição: Gr Expl Leve Nac de Mrt 81 mm
Solução: Na régua, verifica-se que a menor carga que atira a 600 metros é a carga
1. Essa carga, como se pode observar, permite um aumento ou diminuição de 100 metros
no alcance, podendo atirar a 500 m ou a 700 m. Logo, devemos escolher a carga 1, atirando
com um ângulo de elevação de 74º. Resposta: Carga 1, Alça 74

4. DETERMINAÇÃO DOS DADOS INICIAIS DE TIRO


a. Generalidades
Para executar o tiro com o Mrt, é necessário determinar o que chamamos de dados
iniciais de tiro. Tais dados são determinados, no caso da Pç atuando isolada, pelo
observador (função desempenhada pelo próprio Ch Pç). Na Seç Mrt 81 mm, há um elemento
com essa atribuição específica: o 3º Sgt Observador Avançado.
A obtenção dos dados iniciais deve caracterizar-se pela rapidez e simplicidade. Por
esta razão, para a obtenção destes dados num tempo mínimo, o PO deve, sempre que
possível, estar bem próximo das Pos Tir, a fim de que o observador possa ver, ao mesmo
tempo, o alvo e a Pç.
Lembre-se: pelas características de emprego do Mrt, da posição da Peça não se avista o
alvo.

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b. Dados Iniciais
Os dados iniciais de tiro consistem numa direção inicial e num alcance inicial.

Alcance Inicial

Avaliação pela Avaliação por Avaliação pela Avaliação pela


vista instrumentos carta ou fórmula do
ópticos fotografia aérea milésimo

Direção inicial

PO na linha Pç - PO fora da linha


Alvo Pç - Alvo

Processo do Processo da
Processo do Processo da
alinhamento Bússola e Fórmula
Azimute linha Paralela
direto do Milésimo

Posição do Mrt Posição do Mrt


não determinada determinada

Processo Normal Processo Rápido

c. Determinação da Direção Inicial


1) PO sobre a linha Pç-alvo
a) Processo do Alinhamento Direto
Usado quando o Mrt e o alvo podem ser vistos pelo observador de um ponto
próximo da Pos Tir.
(1) Posição do Mrt não determinada.
(a) Processo Normal
O Ch Pç determina uma zona de posição (sem no entanto fixar a posição
exata) para a peça, e desloca-se para um ponto de onde possa ver o morteiro e o alvo,
colocando-se sobre a linha Pç-Alvo.
Crava então uma baliza de pontaria M10 sobre esta linha. Usando o bordo
reto da alidade, faz uma visada para o alvo. Sem mover a baliza, coloca-se ao lado oposto
da mesma, fazendo então uma visada para a zona de posição anteriormente escolhida. No

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alinhamento desta visada e sobre a zona de posição, manda que seja cravada outra baliza.
Esta determina a posição da placa-base.
Se a baliza M 10 estiver a uma distância tal que não possa ser vista da
posição da peça, uma terceira baliza deve ser cravada sobre a linha Pç-Alvo,
aproximadamente a 25 m da placa-base. Isto feito, o morteiro é instalado e apontado sobre a
baliza de pontaria.
Na falta de uma baliza M10, usar uma baliza comum, utilizando como
alidade um lápis, uma régua, etc..

b) Processo Rápido
Quando a situação não permitir o alinhamento das balizas e o morteiro tiver que
ser colocado rapidamente em posição, o Ch Pç deve estabelecer a direção inicial de tiro da
seguinte maneira: escolhe qualquer acidente nítido (o tronco de uma árvore, por exemplo)
situado na direção geral de tiro, e comanda a entrada em posição com o morteiro apontado
na direção do ponto escolhido, com a deriva normal (Pt 32 Tb 100) registrada no aparelho de
pontaria.
(1) Se a linha Pç-Alvo não for referenciada por nenhum acidente notável, o Ch Pç
escolhe um acidente próximo a ela para servir de pontaria, e procede do seguinte modo:
(a) Avalia a distância angular em milésimos entre o ponto escolhido e a linha
Pç-Alvo.
(b) Soma ou subtrai o ângulo avaliado à deriva normal, caso o ponto escolhido
esteja respectivamente à direita ou esquerda da linha Pç-Alvo, comandando então a deriva
resultante.
(c) Desta forma, o tubo do morteiro ficará apontado para a linha Pç-Alvo,
embora o colimador esteja aponta para um ponto que não se encontra nesta linha.
(2) Posição do Mrt determinada
Quando a placa-base já foi ancorada por tiro anterior, e uma nova direção de
tiro deve ser estabelecida, o Ch Pç desloca-se até um ponto de onde possa ver a posição do
Mrt e o alvo. Coloca-se sobre aquilo que julga ser a linha Pç-Alvo e crava a baliza M10 sobre
esta linha, com a alidade rebatida, visando o alvo. Se a visada em sentido contrário não cair
exatamente sobre a posição da Pç, desloca lateralmente a baliza, até que obtenha uma
posição que permita uma visada sobre o alvo e outra sobre a Pç.
Se for necessário, para facilitar a pontaria, deve colocar uma segunda baliza
à distância de aproximadamente 25 metros da Pç.
c) Processo do Azimute: Usado quando o observador (Ch Pç) está situado num
PO que, embora localizado sobre a linha Pç-Alvo, não lhe permite ver a posição do Mrt.
Sendo assim, a direção inicial é determinada de acordo com a seqüência abaixo:
(1) O observador (Ch Pç), com o auxílio de uma bússola, determina o azimute
da direção inicial de tiro - que é a própria direção PO-Alvo e o transmite ao Sd At da peça.

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(2) O At fixa, então, uma baliza no local onde ficará a placa-base, e coloca uma
bússola apoiada na parte superior dessa baliza, certificando-se que nenhum objeto metálico
se encontra a menos de 10 metros da mesma.
(3) Registra em seguida o azimute comandado, na bússola.
(4) Na direção desse azimute, determina que se finque uma baliza a cerca de
25 m à frente.
(5) O Mu conduz a placa-base para o local onde está a primeira baliza e a
coloca no solo, de modo a ficar com o bordo anterior da placa-base perpendicular à direção
inicial de tiro.
(6) O Mrt é então apontado sobre o bordo esquerdo da baliza que se acha a 25
m da peça, com a deriva normal (Pt 32 Tb 100) registrada no aparelho de pontaria.
2) PO fora da linha Pç-Alvo
a) Processo da Linha Paralela (Fig. 1)
(1) O observador (Ch Pç) estima a menor distância que vai da sua posição à
linha Pç-Alvo, utilizando uma perpendicular para tal.
(2) Escolhe um ponto à sua frente que esteja do mesmo lado da linha Pç-Alvo,
e a uma distância perpendicular a ela sensivelmente igual à distância estimada.
(3) Com uma bússola, mede o azimute da sua posição ao ponto escolhido.
Como essa direção é paralela à direção Pç-Alvo, deduz-se que o azimute medido será o
mesmo a ser enviado para a posição, a fim de que o Mrt seja apontado para o alvo.
(4) Transmite ao At o azimute com o qual o Mrt será apontado. A partir de
então, o At procede como vimos no Processo do Azimute, para apontar a Pç.
Alvo

B C

D E

PO

Peça

Fig. 1 - Processo da Linha Paralela

3) Processo da Bússola e Fórmula do Milésimo (Fig. 2)


a) Ler o azimute da linha PO-Alvo (y na Fig. 2).
b) Estimar a distância perpendicular do PO à linha de tiro (BO na Fig. 2) e, em
seguida, a distância do ponto de interseção da perpendicular com a linha de tiro, ao alvo
(BA, Fig. 2).

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c) De posse dos elementos acima, calcular no triângulo BAO, pela fórmula do


milésimo, o valor do ângulo n.
d) O valor do azimute a ser comandado para a entrada em posição da Pç, é igual ao
azimute de observação (y na Fig. 2) acrescido do ângulo n1. O ângulo n1, é igual ao ângulo
n (já calculado pela fórmula do milésimo), pois n e n1 são alternos internos. Podemos ver a
figura que y + n1 = x1, e como x1 = x, temos assim o azimute desejado.

A
n = 1000 F (Fórmula do Milésimo)
D

D = BA; F = 80
n
n = 1000 BO
N x1
BA

n1
x1 = y + n1
B y
N x n1 = n
(alt internos)
O
x1 = y + n

x1 = x
M
x=y+n

Fig. 2 - Processo da Bússola e Fórmula do Milésimo

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e) Caso o PO esteja à esquerda da linha Pç-Alvo, ângulo n deverá ser subtraído do


azimute de observação, como podemos verificar pela figura abaixo:
A
x1 = y - n1

n1 = n
n

x1 = y - n
Y
N x1
x1 = x
n1

O B x =y-
n
N

x Para maior rapidez:

M n = 1000 . BO
OA
Fig. 3 - Processo de Bússola e Fórmula do Milésimo: PO à esquerda da linha Pç-Alvo.
f) Observação - Ao empregar a fórmula do milésimo, pode-se embora com prejuízo
para a precisão, utilizar para D, ao invés da distância BA, a própria distância de observação
OA. Tal medida visa facilitar o trabalho do observador, quando a rapidez for fator
preponderante.
g) Exemplos
Determinar o azimute a comandar para a Pç, por um observador que obteve os
seguintes dados:
- Az da Linha de Observação: 300'''
- Estimativa da distância perpendicular do PO à linha Pç-Alvo: 200 m.
- Distância BA (estimativa): 400 m
- PO à direita da linha Pç-Alvo.

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Solução
A
n = 1000 F (Fórmula do Milésimo)
D

n = 1000 x 200 = 5000 '''


n 400

N x1

n1
B y
N x
O

- Como o PO está à direita da linha de tiro, o Az a comandar será:


x=y+n
x = 300 + 500 = 800'''
Determinar o azimute a comandar a Pç, por um observador que obteve os
seguintes dados:
- Az da Linha de Observação : 1800'''
- Estimativa da distância perpendicular do PO à linha Pç-Alvo: 200 m.
- Distância de observação: 800 m
- PO à esquerda da linha Pç-Alvo

Solução
A

x1
n1 n

N Y

O B

x
N

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- Pela Fórmula do Milésimo:


n = 1000f
D
n = 1000 x 200 = 250'''
800
- Como o PO está à esquerda da linha de tiro, o Az a comandar será:
x=y-n
x = 1800 - 250 = 1550'''

d. Determinação do Alcance Inicial


1) Entre os diversos processos usados para a determinação do alcance inicial, destaca-
se o da avaliação pela vista, normalmente feita do PO, pelo observador (Ch Pç). Quando o
PO está situado entre a Pç e o alvo, a avaliação do alcance inicial é o resultado da soma de
duas outras: à distância da Pç ao PO, e a distância do PO ao alvo. Esta avaliação deve ser a
mais precisa possível para facilitar a regulação do tiro.
2) Processos mais precisos são aqueles que utilizam instrumentos óticos, como o
telêmetro, que nos fornece diretamente à distância, com um grau de precisão apreciável.
O binóculo, uma vez utilizado em combinação com a fórmula do milésimo, é também
de uma boa precisão.
3) Outro processo bastante preciso é o da medida da distância Peça-Alvo na carta ou
fotografia aérea, quando delas dispomos. A possibilidade de erro surge na determinação
incorreta dos pontos na carta ou fotografia aérea.
4) Finalmente, temos o processo da fórmula do milésimo, utilizado em combinação com
o duplo decímetro, ou mesmo com avaliações do ângulo n e da frente linear F. Este
processo, embora impreciso, pode ser utilizado em situações de emergência.

e. Determinação dos Dados Iniciais pela Seção


Na Seç Mrt 81 mm, os dados iniciais são determinados da mesma forma como o foram
para a Pç atuando isolada. Normalmente, tais dados são levantados pelo OA, podendo
também qualquer outro componente da Seç determiná-los, a critério de seu Cmt (Cb, Obs,
Ch Pç ou o próprio Cmt Seç).
Os dados são obtidos por qualquer dos processos já conhecidos, cabendo ressaltar que
o processo mais utilizado para obtenção do alcance é o da avaliação pela vista. Tais dados
são normalmente determinados para a Pç-base (1ª Pç), bastando introduzir pequenas
correções para que sejam também utilizados pelo restante da Seç.

5. COMANDOS DE TIRO
a. Generalidades
1) Chama-se comando de tiro a uma ordem enviada pelo Cmt da Linha de Fogo (CLF)
às guarnições das frações (Pç ou Seç), destinada à preparação e execução do tiro. Os
comandos contêm todos os dados necessários para habilitar a guarnição a apontar a Mrt
corretamente, iniciar, interromper, continuar ou finalizar o tiro.
2) Um comando de tiro correto deve ser breve, claro e conter todos os dados
necessários ao cumprimento da missão de tiro. Eles devem ser transmitidos às frações (Pç
ou Seç) o mais rapidamente possível, isto é, tão logo os dados constantes do comando
sejam determinados. Sempre
que possível, os comandos de tiro são emitidos verbalmente, porém, quando isto não for
possível, podem ser utilizados mensageiros, telefones ou sinais convencionados. À medida
que os elementos do comando são enunciados, o At os repete em voz alta, para cientificar
ao Ch Pç de que foram bem entendidos.

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b. Números
Todos os números constantes de um comando de tiro são enunciados algarismo por
algarismo, exceção feita aos milhares puros.
Exemplo:
3 - três
5.5 - cinco - ponto - cinco
6 - meia dúzia
9 1/4 - nove - e - um - quarto
10 - um - zero
25 - dois - cinco
66 1/2 - meia dúzia - meia dúzia e um - meio
600 - meia dúzia - zero - zero
1400 - um - quatro - zero - zero
1670 - um - meia dúzia - sete - zero
1925 - um - nove - dois - cinco
2000 - dois mil
c. Tipos
Há dois tipos de comandos de tiro: o INICIAL e os SUBSEQUENTES. Em ambos, os
elementos de tiro que os constituem obedecem à mesma seqüência. No comando inicial são
transmitidos os dados necessários ao início da missão de tiro; nos comandos subseqüentes
são transmitidos somente os elementos que tenham sofrido alterações, exceto a ALÇA (ou
ALCANCE), que é sempre transmitida.

d. Memento dos Comandos de Tiro


Todos os comandos seguem a seqüência abaixo; entretanto, os elementos
desnecessários são omitidos.
1) Peças que seguem o comando
2) Tipo de granada e espoleta
3) Deriva
4) Ponto de pontaria
5) Peças que atiram
6) Processo de tiro
7) Controle
8) Carga
9) Tempo ALCANCE
10) Alça
Obs.: Quando se tratar de Seção, os três últimos elementos normalmente são substituídos
pelo alcance.

e. Significado dos Elementos do Comando


1) Peças que seguem o comando
Este elemento tem duas finalidades: alertar as guarnições dos Mrt, e designar quais
as peças que seguirão os comandos.
Quando somente uma peça vai executar as instruções contidas no comando, o
comando é ¨TAL PǨ. Quando ambas as Pç vão executar as instruções, o comando é
¨SEÇÃO¨.
2) Tipo de granada e espoleta
Neste elemento é especificado o tipo de granada e a espoleta a serem usadas.
a) Quando a espoleta é a instantânea, o tipo de espoleta é omitido.
b) Quando a granada for a explosiva leve, basta que se transmita: ¨EXPLOSIVA¨.
c) Exemplos:

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¨EXPLOSIVA RETARDO¨
¨EXPLOSIVA PESADA¨
¨FUMÍGENA¨
¨ILUMINATIVA TEMPO¨
3) Deriva
Enunciada exatamente como deve ser registrada no aparelho de pontaria: ¨ Pt
(Prato) TANTO Tb (Tambor) TANTO¨. A deriva inicial é um ângulo, arbitrariamente fixado em
3200 milésimos (Prato 32 - Tambor 100), que indica a direção inicial de tiro.
4) Ponto de pontaria
É o ponto sobre o qual será dirigida a visada do aparelho de pontaria. Deve-se
adotar o ponto de pontaria amais próximo da direção inicial e, sempre que possível, deve-se
usar o mesmo ponto durante uma missão de tiro. Poderá ser uma baliza ou qualquer
acidente nítido do terreno.
Exemplo: ¨BALIZA¨
¨ARVORE COPADA¨
5) Peças que atiram
Por meio deste elemento, são designadas as peças que vão atirar. No caso da Seç,
se ambas as peças vão atirar, omite-se este elemento. Se uma Pç estiver atuando isolada,
ao comando do Ch Pç, este elemento também será omitido.
6) Processo de tiro
a) Tiro de rajada - É o processo no qual as peças designadas executam um
determinado número de tiros, independentemente uma da outra. Cada peça atira tão rápido
quanto a segurança o permite.
(1) O tiro de rajada é normalmente utilizado nas regulações e é também utilizado
na eficácia, devido à rapidez com que pode ser desencadeada.
(2) O comando para o tiro de rajada é: ¨TANTOS TIROS¨. Numa regulação, o
comando normal será: ¨UM TIRO¨.
b) Tiro de salva - É o processo no qual as peças atiram sucessivamente, com um
intervalo de tempo fixado (normalmente 5 segundos). O tiro pode ser iniciado pela Pç da
direita ou pela Pç da esquerda, conforme seja designado.
(1) O tiro de salva é normalmente executado quando toda a Seç atira na
regulação, quando a Seç está regulando o feixe ou quando é feita a regulação de uma
missão fumígena.
(2) O comando para o tiro de salva a ser iniciado pela Pç da direita (esquerda),
com intervalo de 5 segundos entre cada disparo, é: ¨SALVA PELA DIREITA (ESQUERDA)¨.
Ao comando de ¨FOGO¨, as peças irão atirando sucessivamente, pela direita (esquerda),
sob o comando do Chefe de Peça.
(3) O comando para um tiro de salva será ¨SALVA PELA DIREITA ( ESQUERDA)
- TANTOS SEGUNDOS¨, quando o intervalo for diferente de 5 segundos. Quando uma peça,
chegada a sua vez, não puder atirar ou houver uma nega, o Ch Pç avisará à peça seguinte
em voz alta: ¨TAL PEÇA NÃO ATIROU¨; a peça seguinte guardará o intervalo, como se a
peça anterior tivesse atirado, de modo que deixe perceber a sua falta no conjunto. Esse
aviso é enviado ao OA.
c) Tiro contínuo - É o processo no qual uma série de salvas é realizada,
independentemente de comandos adicionais, e que só termina ao comando de ¨CESSAR
FOGO¨.
(1) O tiro contínuo é geralmente empregado na criação de cortinas de fumaça e
na iluminação noturna.
(2) O comando para o tiro contínuo é: ¨TIRO CONTÍNUO PELA DIREITA
(ESQUERDA)¨. As peças atirarão sucessivamente pela direita (esquerda), com o intervalo

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de 5 segundos, a não ser que seja especificado outro intervalo. Se tal processo de tiro vai
ser executado por uma única peça, é omitida a informação PELA DIREITA (ou ESQUERDA).
(3) As mudanças nos dados de tiro são introduzidas nas peças, de tal modo que o
tiro não seja interrompido e seja mantida a continuidade na sua execução. Depois de
iniciada a missão, as mudanças de deriva ou de alça são feitas, normalmente, por meio de
voltas nos mecanismos de pontaria em direção ou elevação, respectivamente.
d) Tiro sobre zona - É um tiro em profundidade, usando para lançar rapidamente
sobre uma área um fogo devastador, com o fim de obter-se a máxima neutralização do alvo.
O comando para o tiro sobre zona poderá ser emitido de três modos:
(1) ¨ Tantos tiros - Ceifar - Carga tal ¨, seguido de três alças, como por exemplo:
¨9 TIROS - CEIFAR - CARGA 1 - 60 1/2 - 57 - 51 1/2¨.
(2) ¨ Tantos tiros - Ceifar tanto ¨. Exemplo: ¨3 TIROS - CEIFAR 900 - 800¨.
(3) ¨ Tantos tiros - Ceifar - Abaixo (Acima) tantas voltas - Carga tal - Alça ¨.
Exemplo: ¨9 TIROS - CEIFAR - ABAIXO 9 VOLTAS - CARGA 1 - 60 1/2¨.
e) Tiro ceifante - É aquele em que um determinado número de tiros é disparado e,
entre um tiro e outro, é registrado um certo número de voltas no parafuso do mecanismo de
pontaria em direção.
(1) Quando o alvo é muito largo e não pode ser batido eficazmente empregando-
se o feixe paralelo, deve-se batê-lo abrindo o feixe e empregando-se o tiro ceifante. Esse tiro
é executado por meio rajadas, a um alcance constante. O observador especifica o número
de tiros que devem ser disparados e o número de voltas que devem ser registrados na
manivela de direção, entre um tiro e outro.
(2) O comando para obter o tiro ceifante é: ¨TANTOS TIROS - CEIFA PARA A
DIREITA (ESQUERDA) - TANTAS VOLTAS¨. Ao comando de ¨FOGO¨, ambas as peças
executam um tiro; giram o parafuso do mecanismo de pontaria em direção, registrando o
número especificado de voltas; executam outro tiro; e assim continuam sucessivamente, até
que o número de tiros determinado no comando tenha sido executado. Se for necessário, o
tiro pode ser repetido. Para isso, basta repetir o comando, devendo-se, no entanto, mudar a
direção da ceifa.
(3) NOTA: A Pç, quando estiver atuando isolada, não utilizará os tiros de salva e
contínuo.

7) Controle
a) Quando o observador desejar que as peças não atirem, tão logo estejam prontas,
enviará, imediatamente após o processo de tiro, o controle: ÄO MEU COMANDO¨.
b) se o observador quiser fazer o controle individual das peças, enviará o comando:
¨AO MEU COMANDO, POR PEÇA¨.
c) Assim que as peças estejam prontas, o observador é avisado. Nesse caso, cabe-
lhe emitir e comando de ¨FOGO¨, após ter recebido o ¨PRONTO¨ enviado pelas peças.
d) O Cmt da Linha de Fogo (CLF), normalmente, fará o controle ¨AO MEU
COMANDO¨. A ele cabe o comando de ¨FOGO¨, após as peças terem enviado o ¨PRONTO¨.
8) Carga, Tempo e Alça
a) Esses elementos são função do alcance. Os dois primeiros são transmitidos
como: ¨CARGA TAL¨, ¨TEMPO TANTO¨. A alça é transmitida omitindo-se a palavra ¨ALÇA¨.
b) O tempo será omitido se a espoleta a ser usada não for a de tempo.
c) Esses elementos serão normalmente determinados pelo Ch Pç. Quando se tratar
de Seç, serão substituídos pelo ALCANCE, e o mesmo será expresso em metros, sem que
se utilize as palavras ALCANCE e METROS. Ex.: ¨UM - DOIS - CINCO - ZERO¨.
d) Se nenhuma restrição tiver sido feita, o At, após receber a ALÇA, poderá
comandar: ¨FOGO¨, assim que a peça estiver pronta. Caso contrário, dirá: ¨TAL PEÇA,

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PRONTO¨, e aguardará o comando de ¨FOGO¨. Em ambos os casos, assim que a Pç tenha


atirado, o At comunicará: ¨TAL PEÇA ATIROU¨.

f. Exemplos de Comandos de Tiro Iniciais


1) Para uma peça isolada e para uma peça (atirando no âmbito da Seção)
EXEMPLO
MEMENTO PEÇA (isolada) SEÇÃO
Peças que seguem o 1a. Pç Seç
comando
Tipo de granada e espoleta EXPLOSIVA EXPLOSIVA PESADA - RETARDO
Deriva Pt 32 Tb 100 Pt 32 Tb 100
Ponto de pontaria BALIZA BALIZA
Peças que atiram -- 1a. - Pç
Processo de tiro 1T 1T
Controle -- --
Carga Cg 2 --
Tempo ALCANCE -- 800
Alça 70 --

2) Para a Seç atirar (com feixe paralelo)


RAJADA SALVA ZONA CEIFANTE CONTÍNUO
Seç Seç Seç Seç Seç
Explosiva Explosiva Explosiva Fumígena Fumígena
Pt 32 Tb 100 Pt 32 Tb 100 Pt 32 Tb 100 Pt 32 Tb 100 -
Baliza Baliza Baliza Baliza Baliza
- - - - -
3 T–Ceifar E –
3T S/D 6 T –Abaixo 9 V TC/D
2V
AMC AMC - - -
Cg 2 Cg 2 Cg 3 Cg 2 3
- - - - -
69 69 1/4 61 ¾ 67 63

g. Comando de Tiro Subsequente


1) Os comandos de tiro subseqüentes incluem somente os elementos que tenham
sofrido alteração, exceto a ALÇA (ALCANCE), que é sempre transmitida. Tais comandos
possibilitam a execução simultânea da regulação em direção e alcance, modificando o
comando anterior apenas no que for necessário, até que a regulação esteja terminada. Os
comandos subseqüentes são também utilizados para interromper o fogo.
2) Quando nenhuma alteração se verifica na alça (alcance), é emitido o comando:
¨REPITA ALÇA¨ (RA).
3) Quando é feita uma mudança nas ¨ Peças que atiram ¨ ou no ¨ Processo de tiro ¨ e ¨
Controle ¨, o comando subseqüente inclui os três elementos. A mudança somente no ¨
Número de Tiros ¨ não é considerada como mudança no ¨ Processo de tiro ¨ e no ¨ Controle
¨.
4) Quando a deriva e o ponto de pontaria não sofrem alteração, são omitidos no
comando subseqüente. Quando há alteração na deriva, transmite-se a nova deriva a ser
registrada no aparelho de pontaria, bem como o ponto de pontaria.
5) Interrupção e continuação do fogo

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Para interromper o tiro, transmite-se ¨CESSAR FOGO¨ ou ¨SUSPENDER FOGO¨.


a) O comando ¨CESSAR FOGO¨ indica o término de uma missão de tiro, mas não
implica em suspensão da atenção das peças para nova missão. Esta surgindo, deve
começar por novo comando de tiro inicial.
b) ¨SUSPENDER FOGO¨ designa uma interrupção temporária do tiro e faculta o
reinicio deste com os mesmos elementos, bastando, para isso, transmitir o comando:
¨REINICIAR FOGO¨, ou transmitir um comando de tiro subseqüente.
c) A fim de que as guarnições possam relaxar um pouco a atenção, o fim do alerta é
anunciado pelo comando ¨CESSAR FOGO, MISSÃO CUMPRIDA¨. A esse comando, os At
fazem suas peças voltarem a apontar para o centro da zona de ação (CZA), com uma alça
de 62º.
6) Exemplos de comandos subseqüentes:
SEQÜÊNCIA COMANDO
1) Houve alteração na direção, nas peças que Pt 32 Tb 100
atiram no processo de tiro e no alcance
. Baliza
Sec
S Dr
1700
2) Houve alteração na direção, nas peças que Pt 32 Tb 80
atiram no processo de tiro e no controle. Baliza
Sec
4T - AMC
RA
3) Não houve alteração RA
4) Houve alteração no alcance (alça) mas não 1800
na
carga.
5) Houve alteração na direção e no número Pt 32 Tb 90
de
tiros (tiro de rajada). Baliza
5T
RA

h. Repetição de Comando e Correções


1) Repetição de comandos
Se um servente não tiver entendido um elemento qualquer do comando de tiro,
poderá pedir sua repetição, dizendo: ¨DIGA NOVAMENTE A DERIVA (A ALÇA, etc.)¨. Para
evitar confusão, toda vez que um elemento deva ser repetido, ele é precedido da frase: ¨O
COMANDO FOI ...¨.
2) Correções
a) Num COMANDO DE TIRO INICIAL, quando um elemento qualquer foi transmitido
com erro, a sua correção é feita anunciando-se: ¨ERRO¨, e transmitindo-se em seguida
somente o elemento corrigido; continua-se normalmente, a partir de então o comando.
b) Num COMANDO SUBSEQÜENTE, o elemento transmitido erradamente é
corrigido, anunciando-se: ¨ERRO ¨, e repetindo-se em seguida todo o comando
subseqüente. O termo ERRO, nesse caso, cancela todo o comando anterior.

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i. Comandos Modificados de Tiro


1) Os comandos modificados diferem dos comandos normais somente na deriva e
alcance dos comandos subseqüentes. Eles são transmitidos em voltas e meias voltas a
serem introduzidas nas manivelas dos mecanismos de elevação e direção. Esses comandos
facilitam o trabalho do At. Para usar esse processo, o observador deve ter em mente que
uma volta na manivela do mecanismo de elevação equivale, aproximadamente, a 15
milésimos.
2) O At registra na peça a alça e a deriva fornecidas no comando de tiro inicial.
3) Para determinar o número de voltas da manivela do mecanismo de elevação, a ser
registrado entre duas alças, o observador verifica, na tabela de tiro, a diferença obtida
em graus (abandonando as frações) por dois (uma volta é igual a meio grau). O observador,
uma vez obtido o enquadramento do alvo, não necessita utilizar mais a tabela de tiro, e as
correções em alcance são
enviadas em número de voltas (a carga não deve sofrer alteração).
4) Para determinar o número de voltas da manivela do mecanismo de direção, o
observador divide a correção do desvio em direção por 15.
5) Exemplo
Suponhamos que o observador tenha estimado o alcance inicial em 1100 m (66 1/2,
carga 2), que o primeiro arrebentamento tenha sido curto e 66''' à direita, e que o próximo
deva ser disparado para o alcance de 1300 m. O observador está junto à Pç.
Solução:
a) Cálculo do número de voltas do mecanismo de elevação.
A alça para 1300 m, sem mudança na carga, é 60º. Para calcular, o número de
voltas a ser comandado, o observador faz o cálculo (66 - 60) 2 = 12, e envia o comando:
¨ABAIXO DOZE VOLTAS¨. Se o segundo tiro fosse longo, o comando seguinte seria:
¨ACIMA MEIA DÚZIA VOLTAS¨.
b) Cálculo do número de voltas do mecanismo de direção.
O tiro caiu 60 ''' à direita. Para calcular o número de voltas a ser comandado, o
observador faz o cálculo: 60 : 15 = 4, e envia o comando: ¨ESQUERDA QUATRO VOLTAS¨.
Se o segundo tiro caísse 30 ''' à esquerda, teríamos: 30 : 15 = 2, e o comando seria :
¨DIREITA DUAS VOLTAS¨. Enquanto um tiro não caísse na linha Pç-alvo, seriam feitos os
cálculos.
c) Comando inicial
Para o início da missão de tiro do exemplo, o comando seria:
- PRIMEIRA PEÇA
- EXPLOSIVA
- PRATO TRÊS-DOIS, TAMBOR UM-ZERO-ZERO
- BALIZA
- UM TIRO
- CARGA DOIS
- MEIA DÚZIA - MEIA DÚZIA - E - UM - MEIO
d) Comandos subseqüentes
NORMAL MODIFICADO
Prato três - dois, Tambor um meia dúzia – Esquerda quatro voltas
zero
Baliza Abaixo doze voltas
Um - três - zero - zero (60º)
Prato três - dois, Tambor um - três – zero
Baliza Direita duas voltas
Um - dois - zero - zero (63º 1/2) Acima meia dúzia voltas
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j. Estudo da Dispersão
1) Generalidades
As condições de tiro de uma granada de determinado tipo em um Mrt, nunca são,
rigorosamente, idênticas de um disparo para outro, sejam quais forem às precauções
adotadas para assegurar tal identidade. Desta forma, sob condições aparentemente
idênticas, as trajetórias diferem
entre si pela influencia de vários fatores. Esta diferença irá fazer com que os impactos
relativos à tiros disparados com registros iguais no aparelho de pontaria do Mrt se espalhem
no terreno, sendo este fato denominado DISPERSÃO.
2) Causas da Dispersão
As causas da dispersão relacionam-se com a arma, a munição e as condições
atmosféricas.
a) Arma
Poderá influenciar a trajetória da granada devido:
(1) Ao tubo estar com a alma suja, com resíduo de pólvora, particularmente
em tempo úmido;
(2) Aos mecanismos de elevação e direção do bipé apresentarem folga;
(3) Ao aparelho de pontaria apresentar folga e conseqüente imprecisão nos
mecanismos que acionam as escalas;
(4) Ao tubo estar com a alma suja por resíduos de óleo ou antióxido.
b) Munição
Poderá influenciar na trajetória da Gr, pela variação da velocidade inicial, devido:
(1) Variação do peso das Gr;
(2) As diferentes quantidades de pólvora na carga de projeção;
(3) A variação no diâmetro da cinta de turgência, permitindo um maior ou
menor escapamento de gases entre o diâmetro e a parede do tubo;
(4) A ação da umidade sobre as cargas de projeção.
c) Condições Atmosféricas
Poderão influenciar na trajetória da Gr devido:
(1) A maior ou menor densidade do ar;
(2) As variações de temperatura;
(3) Ao movimento irregular do ar.
3) Área Retangular de Dispersão
É uma área coberta por uma série de tiros disparados pela mesma deriva e alça, por
um mesmo Mrt. O eixo maior do retângulo dispõe-se ao longo da linha de tiro

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CENTRO DOS
IMPACTOS

Direção de Tiro

Área Retangular de Dispersão

Distribuição de 100 tiros

4) Conclusão
a) A dispersão é maior em alcance que em direção, estando a mais densa
concentração de pontos de impactos perto do centro do grupo. Este ponto é denominado
Centro de Impactos. Tendo o observador determinado o Centro de Impactos, poderá ser
aumentado o rendimento dos tiros de eficácia.
b) Quanto menor for a duração da trajetória, menos o projétil sofrerá os efeitos das
condições atmosféricas. Em conseqüência, sempre que possível, deve-se usar a menor
carga de projeção que permita bater um determinado alvo.

6. REGULAÇÃO DO TIRO
a. Generalidades
Regulação do tiro é o processo que permite ao Obs. através de sucessivas correções
de arrebentamento observados, obter a coincidência do centro de impactos com o alvo. A
regulação é necessária devido a uma série de fatores, tais como: erros fortuitos cometidos
na determinação dos dados iniciais de tiro, imprecisão dos instrumentos ação dos elementos
causadores da dispersão, etc.. Um tiro é considerado regulado quando se obtém, no
decorrer da regulação, um impacto sobre o alvo (NA), ou tão próximo do mesmo que a ação
de estilhaçamento tenha sobre ele efeito plenamente destrutivo. A partir de então, se não for
alterada a pontaria em direção e alcance obtida, e for disparada uma série de tiros, haverá
boas probabilidades de obter a maioria dos impactos com efeitos destruidor na região do
objetivo.
A regulação pode ser desdobrada em regulação em direção e regulação em alcance,
apesar das duas etapas se processarem simultaneamente. Para fins didáticos, serão
estudadas separadamente.

b. Regulação em Direção
A finalidade da regulação em direção é colocar os arrebentamentos sobre a linha Pç-
alvo, pela correção dos desvios observados.
A melhor localização do PO, para a observação em direção, é junto à posição de tiro.
Neste caso, os desvios vistos pelo Obs. são iguais às correções a fazer. Entretanto, nem
sempre o Obs. poderá utilizar um PO nestas condições, pois imposições do terreno, de
ordem tática e outras, muitas vezes farão com que o PO escolhido esteja afastado da
posição de tiro, e até mesmo fora da linha Pç-alvo.

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NOTA: É comum encontrar, em algumas fontes de consulta, o termo ajustagem em lugar de


regulação. As duas expressões podem ser consideradas, no caso do Mrt 81 mm, sinônimas
(a técnica de tiro do Mrt 4.2'' estabelece uma pequena diferença entre elas), pois o
vocabulário militar corrente as emprega, indistintamente, com o mesmo significado.
1) Tipos de observação
Podem ser esquematizados conforme vemos abaixo:
- PO junto à Pç: Dist PO - Pç 100 m
- PO sobre a linha Pç-alvo (observação axial): Dist Po - Pç 100 m
- PO fora da Linha Pç-alvo (observação Unilateral): Dist perpendicular PO-Linha
de Tiro 1/10 da Distância de Observação
a) PO junto à Pç (Fig. 4)
Um Obs colocado junto à Pç vê o desvio (AÔY) como ele realmente acontece
(AMY), pois a posição do PO não origina distorções na observação.
Neste caso, a correção do impacto, é muito fácil de ser feita, pois o Obs.
simplesmente terá que trazer o próximo impacto para a direita ou para a esquerda, conforme
o anterior tenha caído à esquerda ou à direita do alvo, de um ângulo em milésimos igual ao
que ele observou.

 Y

AOY = AMY

O
Fig. 4 - PO junto à Pç

Isto será feito pela determinação de uma nova deriva, que uma vez registrada no
aparelho de pontaria do Mrt, imporá um deslocamento do tubo igual e em sentido contrário
ao desvio observado. Para a obtenção desta nova deriva, é usada uma regra prática, que
pode ser expressa pela forma mneumônica EADD (Esquerda Aumenta, Direita Diminui).
Assim, utilizando a regra, quando o tiro deve ser conduzido para a esquerda, é aumentada a
deriva anterior, e quando deve ser conduzido para a direita, é diminuída a deriva anterior.

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Exemplo:
- Deriva do 1º tiro: Pt 32 Tb 100
- Observação do tiro: D 30 (direita, 30''') - Correção: Esquerda, 30'''
- Deriva para o 2º tiro: (Pt 32 Tb 100) + (30''') = Pt 32 Tb 130 (Pela regra
EADD).
b) PO sobre a linha Pç-alvo (Observação Axial)
(1) Distância PO - Pç 100 m (Fig. 5)
Neste caso, a posição do PO acarreta uma distorção na obs. sendo diferentes
o desvio real (N) e o observado (n). No entanto, essa diferença é bem pequena, podendo ser
desprezada, sem prejuízo sensível para o tiro. Em conseqüência, recaímos no caso anterior,
e a correção será igual e de sentido contrário à observação. A nova deriva será determinada
também da mesma forma vista anteriormente, pelo emprego da regra EADD.
A

M PO - Pç 100 m
Fig. 5

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M PO - Pç 100 m
Fig. 6
(2) Distância PO - Pç 100 m (Fig. 6)
Estando o PO sobre a linha Pç-alvo, porém a mais de 100 m da posição da Pç,
haverá uma distorção apreciável.
O ângulo segundo o qual o Obs. vê o desvio (^n), é bem diferente daquele que
veria se estivesse junto à Pç (^N). Há, portanto, necessidade de estabelecer uma relação
entre os dois ângulos, para o Obs. possa saber que correção deverá introduzir na deriva do
tiro anterior.
A determinação dessa relação é bem simples. Consideremos a Fig. 9, onde:
M - Pç Y - Impacto
O - PO n - Desvio, como é visto do PO
A - Alvo N - Desvio, como seria visto da Pos da Pç
Sabemos, pela fórmula aos ângulos N e n, da Fig. 9, temos :
N = 1000 AY e n = 1000 AY
MA OA
Dividindo membro a membro estas igualdades, obtemos:
N = 1000 AY x OA N = OA N = n x OA, onde:
m MA 1000AY n MA MA
OA = Distância de observação
MA = Distância de tiro
OA = RELAÇÃO DE REDUÇÃO (R)
MA
Vemos, então, que a correção a ser introduzida na deriva do próximo tiro (N), é
igual e de sentido contrário ao desvio observado (n) multiplicado pela relação de redução. A
nova deriva será obtida pela aplicação (em relação à correção) da regra EADD.
NOTA: Quando o PO estiver à frente da Pç, a relação de redução será menor que 1 (um),
pois a distância de observação (OA) será menor que a distância de tiro (MA); quando o PO
estiver à retaguarda da posição da Pç, acontecerá o inverso e, neste caso, a relação de
redução será um número maior que 1 (um).

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Exemplo 1
- Distância de observação: 1000 m
- Distância de tiro: 2000 m
- Deriva do tiro observado : Pt 32 Tb 70
- Desvio (visto do PO): D 25 (Direita, 25''')
Vemos que, neste exemplo, o PO está à frente da Pç, a uma distância de 1000
m da mesma. Desta forma, teremos que empregar a relação de redução. Assim, temos:
R = OA R = 1000 = 0,5
MA 2000
N=nxR N = 25 x 0,5 = 12,5'''
Como o tambor das derivas é graduado de 2 em 2 ''', devemos aproximar o
resultado para 12''' e, em conseqüência, N = 12'''.
Se o tiro foi observado à direita, a correção deverá ser feita para a esquerda.
Pela regra EADD, Esquerda Aumenta e, neste caso:
Deriva para o próximo tiro = (Pt 32 Tb 70) + (12''') = Pt 32 Tb 82
Exemplo 2
- Distância de observação: 1500 m
- Distância de tiro: 1000 m
- Deriva do tiro observado: Pt 32 Tb 150
- Desvio (visto do PO): ES 20 (Esquerda, 20''')
Neste exemplo, o PO está à Rg da Pç, a uma distância de 500 m desta.
Empregando a relação de redução, temos:
R = OA ... R = 1500 = 1,5
MA 1000
N=nxR N = 20 x 1,5 = 30 '''
O tiro foi observado à esquerda. Pela regra EADD, como devemos conduzi-lo
para a direita, temos:
Deriva para o próximo tiro = (Pt 32 Tb 150) - (30''') = (Pt 32 Tb 120)
c) PO fora da linha Pç-alvo (Observação Unilateral)
Caso o PO, por alguma imposição, esteja localizado fora da linha Pç-alvo, é
necessário estimar (ou medir na carta) duas distâncias, antes de começar a observação: a
distância de observação e a distância perpendicular do PO à linha de tiro.
Determinadas às distâncias, o Obs. terá condições de classificar o seu tipo de
observação de acordo com um dos dois casos seguintes:
(1) Distância perpendicular PO-Linha de Tiro 1/10 da Distância de Observação.
Neste caso, a distorção ocorrida na observação é pequena e, por esta razão,
considera-se a observação como sendo axial.
Após recairmos no processo da Observação Axial, devemos considerar a
distância PO-Pç, conforme fizemos no estudo do referido processo. Caso a distância seja
maior que 100 m, empregaremos a relação de redução.
(2) Distância perpendicular PO-Linha de Tiro > 1/10 da Distância de Observação.
Neste caso, o PO estará bastante afastado da linha pç-alvo, ocasionando
consequentemente grandes distorções na observação dos desvios.
O recurso utilizado para transformar o desvio (linear) em desvio real, é a Tabela
de Conversão de Derivas, também chamada de Tabela de Conversão de Desvios.
A Tabela possui dupla entrada: a primeira coluna, à esquerda, diz respeito ao
alcance (Distância de Tiro), que o Obs. obterá pela carta ou avaliação pela vista; a linha
horizontal superior é relativa aos desvios lineares (em metros), observados do PO. O
encontro de uma linha vertical com outra horizontal nos fornecerá o desvio, em milésimos,
conforme seria visto se o PO estivesse junto à Pç.

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Verificamos, neste processo, que a observação deve ser feita de forma a avaliar a
frente, em metros, correspondente ao desvio, ou seja, a distância perpendicular do
arrebentamento à Linha de Tiro. Verificamos, ainda, que não é considerada a distância PO-
Pç, de vez que os desvios são referidos à distância de tiro.
Tão logo seja obtido o desvio angular real, na Tabela, a correção da deriva será
feita utilizando a regra EADD.
Exemplo 1
- Distância de observação: 500 m
- Distância de tiro: 1200 m
- Distância perpendicular PO-Linha de Tiro : 60 m
- Deriva do Tiro observado: Pt 32 Tb 50
- Desvio linear (visto do PO): D 50 (Direita, 50 m)
Como a distância perpendicular PO-Linha de Tiro é maior que 1/10 da distância
de observação, concluímos que a observação é unilateral e, por conseguinte, teremos que
recorrer à Tabela. Nela verificamos que, para uma distância de tiro de 1200 m, uma frente
linear de 50 m corresponde a um desvio angular de 42'''.
- Correção: Esquerda 42'''
Aplicando a regra EADD, temos:
Deriva para o próximo tiro = (Pt 32 Tb 50) + (42''') = Pt 31 Tb 92

7. REGULAÇÃO EM ALCANCE
A regulação em alcance tem por objetivo reduzir ao mínimo, em uma missão de tiro, as
diferenças de alcance apresentadas pelos impactos em relação ao alvo. Tais diferenças
decorrem de vários fatores, dentre os quais se destacam os elementos causadores da
dispersão.
São utilizados 2 (dois) processos para esta regulação: o Enquadramento e a Regulação
Regressiva.
a. Processo do Enquadramento
Consiste em enquadrar o alvo entre tiros curtos e longos, diminuindo progressivamente
a distância de enquadramento, até que esta seja tão pequena que o centro de impactos
possa ser considerado coincidente com o alvo. Nesta situação, o tiro estará regulado em
alcance.
A eficácia deverá ser desencadeada com a alça correspondente ao último disparo
executado par obter o Enquadramento. Ao utilizar o Processo de Enquadramento, o Obs.
deverá:
- Observar a incidência do primeiro impacto, determinando se foi longo ou curto.
- Determinar o alcance para o próximo tiro, alongando-o se o primeiro foi curto, ou
encurtando-o se foi longo, de:
- 100 m, se o alcance utilizado para o tiro inicial for até 1000 m;
- 200 m, se o alcance utilizado para o tiro inicial for superior a 1000 m.
Este lanço inicial deverá ser suficiente para obter o primeiro enquadramento (em 100
ou 200 m). Se isto não acontecer, continuar alongando ou encurtando o alcance da mesma
distância, até obtê-lo.
- Obtido o enquadramento inicial, ¨quebrá-lo¨ pela metade, ou seja, determinar que o
terceiro tiro seja disparado com um alcance mais curto (se o segundo tiro foi longo) ou mais
longo (se o segundo tiro foi curto), da metade do lanço inicial, de forma a obter outro
enquadramento menor.
- Prosseguir ¨quebrando¨ sucessivamente os enquadramentos obtidos, até enquadrar o
alvo entre um tiro curto e outro longo distanciados de 25 m, ou então obter um tiro NA. Nesta
situação, o tiro pode ser considerado regulado em alcance.

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EB-60-ME-14.013

Exemplo 1
Consideremos uma missão de tiro na qual vai-se fazer a regulação em alcance pelo
processo do enquadramento. O alcance inicial foi estimado, pelo Obs., em 700 m.
NOTA: Para facilitar a compreensão, é omitida a regulação em direção, que na realidade
seria desencadeada simultaneamente. Admite-se, portanto, que todos os impactos incidiram
com boa direção (BD).

1º TIRO 2º TIRO 3º TIRO 4º TIRO 5º TIRO


ALCANCE 700 m 800 m 900 m 850 m 825 m
OBSERVAÇÃO
C C L L L
DO TIRO
EVOLUÇÃO NÃO HOUVE
INICIAL Enq 100 m Enq 50 m Enq 25 m
DO TIRO Enq
ALCANCE
PARA O
PRÓXIMO 88 m 900 m 850 m 825 m 825 m
TIRO

Alcance inicial: 2000 m (estimado)


Processo de regulação: Enquadramento
1º TIRO 2º TIRO 3º TIRO 4º TIRO 5º TIRO 6º TIRO
ALCANCE 2000 m 1800 m 1600 m 1700 m 1650 m 1625 m
OBSERVAÇÃO
L L C L L NA
DO TIRO
Não
EVOLUÇÃO DO Enq 50 NA - Enq
INICIAL houve Enq 200 m Enq 100 m
TIRO m 25 m
Enq
ALCANCE
PARA O
1800 m 1600 m 1700 m 1650 m 1625 m 1625 m
PRÓXIMO TIRO

1) Regras particulares do Enquadramento


a) Quando o primeiro tiro da regulação atinge o alvo, ou cai tão próximo que este
fica dentro do raio de ação da granada, um segundo tiro deve ser disparado com os mesmos
dados. Se esse segundo tiro confirmar o primeiro, a eficácia pode ser desencadeada. Caso
contrário, caindo nas proximidades do alvo, executar o terceiro tiro com um lanço inicial de
apenas 50 m, qualquer que seja o alcance inicial.
b) Quando o primeiro tiro da regulação cai próximo do objetivo, mas não o suficiente
para ter-se a certeza de que tem sobre ele pleno efeito destruidor, simplifica-se a regulação,
executando logo o segundo lanço do enquadramento, isto é, procurando o enquadramento
em 100 m se o alcance for maior que 1000 m, e em 50 m se este for menor ou igual a 1000
m.
c) Quando, em uma regulação por Enquadramento, na qual o processo vem se
desenvolvendo normalmente, um tiro apresenta incidência anormal devido a defeito da
munição ou outra causa qualquer, esse tiro deve ser desprezado e outro deve ser disparado
com os mesmos dados, a fim de evitar uma correção errônea.
NOTA: Como vimos, o Processo do Enquadramento consiste na execução alternada
de tiros curtos e longos. Desta forma, não é aconselhável sua utilização, quando a tropa
amiga, por cima da qual se atira, estiver muito próximo do objetivo. A margem de segurança
mínima é de 400 m, ou seja, se a distância entre a tropa amiga e o objetivo for igual ou

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EB-60-ME-14.013

inferior a 400 m, não devemos utilizar o Processo do Enquadramento para a regulação em


alcance.

b. Processo da Regulação Regressiva


É o processo utilizado quando a tropa amiga está muito próxima do objetivo a bater
(menos de 400 m), situação em que há necessidade, como medida de segurança, de iniciar
a regulação do tiro com um alcance sensivelmente maior. Assim sendo, os demais lanços da
regulação devem ser executados de maneira a jamais obter um tiro curto.
Ao utilizar o Processo de Regulação Regressiva, o Obs., deverá:
- Calcular (ou estimar) a distância Pç-alvo e acrescentar-lhe 200 m, sendo o primeiro
tiro disparado com a alça correspondente a este alcance.
- Observar o arrebentamento, determinando a distância (no sentido do alcance) entre o
mesmo e o Obj.
- Determinar que o segundo tiro seja disparado com o alcance anterior diminuído da
metade do afastamento avaliado entre o arrebentamento e o Obj., ou seja, aplicar a regra:
Alcance para o tiro seguinte = Alcance anterior - Afastamento
- Continuar com o mesmo procedimento para os demais tiros, até que seja obtido um
tiro longo, à distância de 25 m do Obj. Nesta situação, o tiro pode ser considerado regulado
em alcance.
Exemplo 1
Suponhamos uma Pç Mrt 81 mm que deve regular o tiro sobre um determinado Obj.,
situado a 1200 m da posição da Pç, atirando por cima de tropa amiga. Sabe-se que os
elementos amigos mais avançados encontram-se a 300 m da posição Inicial.
Solução
- PROCESSO DE REGULAÇÃO: Pela situação apresentada, obrigatoriamente temos
que optar pela REGULAÇÃO REGRESSIVA.
- ALCANCE INICIAL: De acordo com a regra, devemos acrescentar à distância de tiro
determinada pelo Obs. a segurança inicial (200 m).
Assim: Alcance inicial = 1200 + 200 = 1400 m

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1º TIRO 2º TIRO 3º TIRO 4º TIRO


ALCANCE 1400 m 1300 m 1250 m 1225 m
Obs. do TIRO/2 100 m 50 m 25 m --
EVOLUÇÃO Reg. In
Reg. Reg. Reg.
DO TIRO EFIC.
ALCANCE
PARA O
PRÓXIMO 1300 m 1250 m 1225 m 1225 m
TIRO

Gráfico

1400 m (1º)

200 m
1300 m (2º)

1250 m (3º)
100 m
1225 m (4º) 50 m
25 m
1200 m PV

c. Comparação entre os processos de regulação em alcance


1) A experiência provou que o Processo do Enquadramento é o mais econômico
quanto ao consumo de munição, e o mais eficaz nas condições normais de observação em
combate.
2) No Processo do Enquadramento não há necessidade da avaliação de distâncias do
arrebentamento ao Obj., existente no Processo da Regulação Regressiva, a essa avaliação,
como sabemos, é geralmente imprecisa.
3) No Processo do Enquadramento, somente é observado se o tiro é curto ou longo.

8. TIPOS DE FEIXE
a. Generalidades
O angulo formado, no PV ou no objetivo, pelos planos de tiro dos Mrt são chamados de
“FEIXE”.
As vezes é necessário o OA ajustar o feixe da seção (os planos de tiro dos Mrt) para
corrigir qualquer erro cometido na pontaria da seção em paralelo, ou obter um feixe especial.
A largura do feixe é o intervalo entre o centro dos arrebentamentos laterais, e a frente
coberta por qualquer tipo de feixe é igual a largura do feixe mais a largura de um
arrebentamento.
b. Tipos de feixe
Há quatro tipos de feixe que podem ser executados pela seção: paralelo, convergente,
aberto e fechado.
1) Feixe paralelo:

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É o feixe obtido quando os morteiros são apontados em paralelo sobre o mesmo


azimute.
2) Feixe Convergente:
É o feixe obtido quando o tiro de ambos os Mrt bate um mesmo ponto.
3) Feixe Aberto:
É o feixe que é mais largo que o intervalo entre os dois Mrt.
4) Feixe Fechado:
É o feixe mais estreito que o intervalo entre os dois Mrt, mas mais largo que o feixe
convergente.

Paralelo Convergente Aberto Fechado

9. TIRO DE EFICÁCIA

a. Generalidades
1) Os tiros desencadeados sobre determinado objetivo, após realizada a regulação,
visando a destruição do alvo ou outro efeito tático desejado, são chamados “Tiros de
Eficácia”.
2) Uma eficácia é obtida disparando-se uma série de tiros (o nº varia conforme o efeito
desejado) sobre o objetivo, a partir do momento em que se considere o tiro regulado. A série
pode ser repetida tantas vezes quantas forem necessárias para o cumprimento da missão.
3) A eficácia se caracteriza pela combinação de dois fatores: rapidez e volume de fogo.
Em conseqüência, para que o intervalo entre os disparos seja menor possível, os tiros de
uma mesma série não são corrigidos.
4) Para bater o objetivo, são utilizados dois tipos de eficácia: o Tiro Concentrado e o
Tiro com Ceifa.

b. Tiro Concentrado
É a modalidade de eficácia na qual os tiros tendem a concentrar-se em uma área,
distribuídos de acordo com o retângulo de dispersão. O tiro concentrado é utilizado para
bater alvos de pequena dimensões, cuja localização no terreno é bem conhecida,
particularmente, os localizados em posições desenfiadas.

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Normalmente, são usados 3 (três) tiros neste tipo de eficácia, e os mesmos são
disparados com os mesmos dados. Estas quantidades de tiro são suficientes para bater o
alvo, devido a combinação de dois fatores: a dispersão e o raio de ação das granadas. Se
necessário, mais três tiros serão disparados.
Se o alcance for superior a 2500 metros, deve-se disparar mais de très tiros, pois esta
quantidade de tiros torna-se ineficaz, devido a grande dispersão.
Usando o tiro concentrado, a peça cobre uma área de aproximadamente de 50 x 50
metros, na qual se consegue a destruição do objetivo pela ação dos impactos nela
distribuídos.
Se, ao término da série, o Chefe de Peça notar que o centro de impactos apresentou
erro significativo em relação ao objetivo, deve introduzir no comando da série seguinte as
correções que se fizerem necessárias.
c. Tiro com Ceifa
E a modalidade de eficácia na qual os tiros são distribuídos em uma seqüência linear
no terreno. O tiro com ceifa é utilizado para bater alvos de largura e/ou profundidade
externa.
Existem os seguintes tipos de ceifa:
CEIFA EM DIREÇÃO: - NORMAL,
- CONCENTRADA;
CEIFA EM PROFUNDIDADE;
CEIFA COMBINADA.
Antes de iniciar qualquer dos tiros de ceifa, é necessário que o tiro esteja regulado
sobre uma das extremidades do objetivo, o ponto de origem.
1) Ceifa em Direção Normal
a) Observações
Neste tipo de ceifa, uma série de granadas é distribuída em direção sobre o
objetivo, conforme se observa na figura abaixo:

- Ceifa em direção
1 2 3 4 normal

Utilizando este tipo de ceifa, a peça pode bater alvos de pequena profundidade,
com um máximo de 100 metros de largura. Esta dimensão é estabelecida tendo em vista as
limitações do mecanismo de direção do Mrt.
O nº de tiro a ser disparado varia com a extensão da frente a bater e com as
características do terreno na região do objetivo.
Genericamente, pode-se estabelecer que uma peça, utilizando 04 (quatro)
granadas igualmente espaçadas no terreno, cobre, com efeito causador de baixas, uma
frente de 100 metros. Se for utilizada a granada explosiva pesada, o nº de tiro pode ser
reduzido a 03 (três), ainda numa frente de 100 metros.
Em terreno acidentado, no qual se deseja maior densidade de fogo, o nº de tiros,
pode ser aumentado. Este aumento aplica-se, também, às barragens na defensiva.
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Em frentes menores, o nº de tiro a ser utilizado varia numa proporção aproximada


à que foi estabelecida para 100 metros.
b) Execução da ceifa
Inicialmente, é necessário que o tiro esteja regulado sobre uma das extremidades
do objetivo, o ponto de origem. Em seguida, são feitos os cálculos relativos à ceifa, de modo
que o comando de tiro expresse o nº de voltas que deve ser registrado após cada disparo.
Para determinar o nº de voltas que o atirador deve registrar na manivela de
direção, deve-se:
(1) medir a largura do alvo em milésimos;
(2) calcular o nº de voltas para cobrir toda a frente; e
(3) calcular o nº de voltas por intervalo.
Caberá ao atirador manter o Mrt nivelado antes de cada disparo, como única
providência em relação à portaria.
2) Ceifa em direção concentrada
É um caso especial de ceifa em direção, no qual, em cada ponto de impacto, são
disparados três tiros ao invés de apenas um. Obtém-se desta forma, o efeito combinado dos
tiros com ceifa e concentrado. A dispersão verificada neste tipo de ceifa nos permite utilizá-lo
contra alvos mais profundos, com até 50 metros de profundidade.
Os cálculos dos dados para a execução da ceifa seguem o mesmo raciocínio
utilizado para a ceifa em direção normal.
No comando de tiro para a execução da ceifa, é sempre expresso o número de
pontos de impactos, basta dividir por três o número de tiro expresso no comando.
3) Ceifa em profundidade
a) Observação
Neste tipo de ceifa, uma série de granadas é distribuída em profundidade sobre o
objeto, e cada tiro corresponde a um novo alcance.
Utilizando este tipo de ceifa, a peça pode bater alvos com profundidade de até
100 metros.

1
CEIFA EM
2 PROFUNDIDADE
3

O número de tiros a ser disparado varia com a profundidade do alvo e com as


características do terreno na região do objetivo. Genericamente, pode-se estabelecer que
uma peça, utilizando quatro granadas explosivas igualmente espaçadas no terreno, cobre,
com efeito causador de baixas, uma profundidade de 100 metros. Se for utilizada a granada
explosiva pesada, o número de tiros pode ser reduzido a três, para a mesma profundidade.
b) Execução de ceifa
(1) Inicialmente, é necessário que o tiro esteja regulado sobre uma das
extremidades do alvo, o ponto de origem.
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(2) Em seguida, são feitos os cálculos relativos à ceifa, de modo que o comando
de tiro expresse o número de voltas que deve ser registrado após cada disparo.
(3) Para determinar o número de voltas que o atirador deve registrar na manivela
de elevação, deve:
(a) calcular a diferença de alças;
(b) calcular o número de voltas para cobrir todo o objetivo;
(c) calcular o número de voltas por intervalos.
Caberá ao atirador manter o Mrt nivelado antes do primeiro disparo, como única
providência em relação à pontaria.

Observação:
- É importante lembrar que, abaixando o tubo, o alcance aumenta e elevando o
tubo, o alcance diminui.
- Nem sempre serão encontrados valores inteiros para diferença de alça. Para
facilitar os cálculos, deve ser utilizada uma aproximação mínima de 0,5º. Assim,
aproximaremos, por exemplo, o valor de 2º ¼ para 2º, 2º ¾ para 3º e 2º ½ não sofrerá
aproximação alguma. Desta forma, o valor mínimo de voltas por intervalos é de ½ volta.
4) Ceifa combinada
Neste tipo de ceifa, uma série de granadas é distribuída em direção e em
profundidade sobre o objetivo, conforme se observa na figura abaixo, constituindo-se uma
combinação de ceifa em direção com profundidade. O traçado da ceifa no terreno
assemelha-se à letra “S”, em sua posição normal ou invertida.

1 2 3

6 4
5

7 8 9

7 8 9

4
6 5
CEIFA COMBINADA

1 2 3

10. BOLETINS DE TIRO


Os boletins de tiro são documentos utilizados para o controle do tiro, constituindo-se em
valiosos auxiliares para o cumprimento das missões impostas à Pç e à Seç. São
empregados na escrituração de todos os dados que dizem respeito a uma missão de tiro,
facilitando a regulação e permitindo a obtenção de dados para o desencadeamento da
eficácia.

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a. Boletim de Tiro da Peça


1) No canto superior esquerdo, o Ch Pç anotará os dados referentes à sua fração (Pç,
Cia Fzo e BI).
2) No canto superior direito, o Ch Pç anotará o local da posição de tiro da Pç e a data.
3) No centro do Boletim, o Ch Pç anotará os dados iniciais de tiro, bem como alguns
outros dados que dizem respeito ao processo de regulação que será utilizado.
4) Na parte inferior, que se destina a auxiliar o Ch Pç na formulação dos comandos de
tiro, encadeando seu raciocínio, bem como a registrar a Obs. dos diversos tiros da
regulação, devem ser preenchidas as várias colunas existentes:
a) No. do tiro - refere-se ao número de ordem do tiro, na regulação.
b) Deriva - refere-se à deriva com a qual será disparado o tiro em questão. Com
exceção do primeiro tiro, é obtida após a aplicação da regra EADD na deriva do tiro anterior,
atendendo-se à observação do mesmo.
c) Distância de tiro - refere-se ao alcance, em metros, com o qual será disparado o
tiro. É obtido de acordo com o processo de regulação utilizado, respeitadas as regras
específicas de cada processo.
d) Alcance a comandar (Carga e Alça) - refere-se à carga e alça, obtidas na tabela
ou régua de tiro, que serão utilizadas para bater o alcance considerado.
e) Comando - refere-se ao comando que deve ser emitido para a execução do tiro. É
preenchido de forma abreviada, de acordo com os dados obtidos nas colunas anteriores, de
forma a poupar tempo e espaço.
f) Observação do tiro (Direção e Alcance) - refere-se ao registro do que foi
observado pelo Ch Pç, com relação ao tiro considerado, em direção e alcance.
g) Evolução de tiro - esta coluna possibilita ao Ch Pç saber a qualquer momento,
que estágio de regulação foi atingido. Será preenchida à medida que os tiros forem
observados, de acordo com as expressões e abreviaturas adiante:

ESTÁGIO ATINGIDO NA EXPRESSÃO A SER


MISSÃO DE TIRO ESCRITURADA NO
BOLETIM
TIRO INICIAL Primeiro tiro da regulagem. Inicial
Enquadramento ainda não Regulação
obtido
REGULAÇÃO PELO Obtido o enquadramento Enq ..................... metros
PROCESSO DO em............ metros
ENQUADRAMENTO Objetivo enquadrado em 25 Enq. 25 m.
metros. Pç em condições de In Eficácia
iniciar a eficácia.
Tiro ainda não regulado Regulação
Tiro Regulado. Pç em Regulou
REGULAÇÃO REGRESSIVA
condições de iniciar a In Eficácia
eficácia.
Tiro com características Anormal
anormais
AMBOS OS PROCESSOS
Tiro no alvo. Pç em condições NA
de iniciar a eficácia. In Eficácia
5) No verso do Boletim, há vários quadros com dados que visam auxiliar o raciocínio do
Ch Pç, quais sejam:

60
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a) Gráficos - onde constam a Pos Tir e o PV, devendo o Ch Pç localizar as posições


relativas dos diversos impactos, visando facilitar o controle da missão de tiro.
b) Memento do Comando de Tiro.
c) Evolução do tiro - onde consta a maneira correta de escriturar esta coluna do
Boletim, de acordo com o processo utilizado para a regulação em alcance.
d) Quadros com espaços a serem completados conforme o processo utilizado para a
regulação em alcance (Enquadramento e Regulação Regressiva), que visam auxiliar os
cálculos.

BOLETIM DE TIRO

Pç/ Sec Mrt 81 mm Pel Ap POSIÇÂO:


Cia Fzo/ ______________ BI DATA:

DADOS INICIAIS
AZIMUTE DA LT
ALCANCE INICIAL
DISTÃNCIA DE
OBSERVAÇÃO
TIPO DE OBSERVAÇÃO
DISTÂNCIA
PERPENDICULAR DO OA
À LT
PROCESSO DE REGUL.

N° DERIVA DISTÂN ALCANCE A COMAN CORREÇÃO DO EVOLU


CIA DE COMANDAR DO TIRO ÇÃO
DO (EADD) TIRO DO
TIRO
CARGA ALÇA DIRE- ALCAN
TIRO ÇÃO CE

EFICÁ-
CIA

COMANDO DE TIRO - MEMENTO

1. PEÇAS QUE SEGUEM COMANDO


2. TIRO DE GRANADA E ESPOLETA
3. DERIVA
4. PONTO DE PONTARIA
5. PEÇAS QUE ATIRAM
6. PROCESSO DE TIRO
a. Tiro de Rajada
b. Tiro de Salva

61
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c. Tiro Contínuo
d. Tiro sobre Zona
e. Tiro Ceifante
7. CONTROLE
8. CARGA
9. TEMPO
10. ALÇA

EVOLUÇÃO DO TIRO

ESCRITURAÇÃO
1º Tir Inicial
Enquadr Regulação
amento
Enq .............. m
Enq. 25 m In Eficácia
Reg. Regulação
Regr. Regulou. In Eficácia
Ambos Anormal
os
Proces
NA. In Eficácia
Eficácia

ENQUADRAMENTO

1º T 2º T 3º T 4º T
Alcance
Obs. do tiro
Evolução do tir
Alcance para o
próximo tiro

REGULAÇÃO REGRESSIVA

1º T 2º T 3º T 4º T
Alcance
Obs. do tiro/2
Evolução do tir
Alcance para o
próximo tiro

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TABELA DE CONVERSÃO DE DERIVAS

Alcanc
e (em m DERIVA ( em metros ou jardas)
ou jd)
1 10 20 30 40 50 75 100 125 150 175 200 300 400 500
500 2.0 20 41 61 81 192 152 201 250 297 343 388 550 687 800
600 1.7 17 34 51 68 85 127 168 209 250 289 328 472 599 708
700 1.5 15 29 44 58 73 109 145 180 215 250 284 412 529 632
800 1.3 13 25 38 51 64 95 127 158 189 219 250 365 472 569
900 1.1 11 22 34 45 57 85 113 141 168 195 223 328 426 517
1000 1.0 10 20 31 41 51 76 102 127 152 176 201 297 388 473
1100 .93 9 18 28 37 46 69 92 115 138 161 183 271 355 435
1200 .85 8 17 25 34 42 64 85 106 127 148 168 249 328 402
1300 .79 8 16 23 31 39 59 78 98 117 136 155 231 304 374
1400 .73 7 15 22 29 36 55 73 91 109 127 145 215 285 349
1500 .68 7 14 20 27 34 51 68 85 102 118 135 201 265 329
1600 .65 6 13 19 25 32 48 64 80 95 111 127 189 250
1700 .60 6 12 18 24 30 45 60 75 90 104 119 178 235
1800 .57 6 11 17 23 28 42 57 71 85 99 113 168 223
1900 .54 5 11 16 21 27 40 54 67 80 94 107 160 211
2000 .51 5 10 15 20 25 38 51 64 76 89 102 152 201
2100 .49 5 10 15 19 24 36 48 61 73 85 97 145 192 238
2200 .46 5 9 14 19 23 35 46 58 69 81 92 138 183 228
2300 .44 4 9 13 18 22 33 44 55 66 77 88 132 178 218
2400 .43 4 8 13 17 21 32 42 53 63 74 85 127 168 209
2500 .41 4 8 12 16 20 31 41 51 61 71 81 122 162 201
2600 .39 4 8 12 16 20 29 39 49 59 68 76 117 155 194
2700 .38 4 8 11 15 19 28 38 47 57 66 75 113 150 187
2800 .37 4 7 11 15 18 27 36 45 55 64 73 109 145 180
2900 .35 4 7 11 14 18 26 35 44 53 61 70 105 140 174
3000 .34 3 7 10 14 17 25 34 42 51 59 68 102 135 168
3100 .33 3 7 10 13 16 25 33 41 49 57 66 98 131 163
3200 .32 3 6 10 13 16 24 32 40 48 56 64 95 127 158
3300 .31 3 6 9 12 15 23 31 39 46 54 62 92 123 153
3400 .30 3 6 9 12 15 22 30 37 45 52 60 90 119 149
3500 .30 3 6 9 12 15 22 29 36 44 51 58 87 116 145
3600 .29 3 6 8 11 14 21 28 35 42 49 57 85 113 141
3700 .28 3 6 8 11 14 21 28 34 41 48 55 82 110 137
3800 .27 3 5 8 11 13 20 27 33 40 47 54 80 107 133
3900 .27 3 5 8 10 13 20 26 33 39 46 52 78 104 130
4000 .26 3 5 8 10 13 19 26 32 38 45 51 76 102 127
4100 .24 2 5 7 10 12 19 25 31 37 43 50 74 99 124
4200 .24 2 5 7 10 12 18 24 30 36 42 48 73 97 121
4300 .23 2 5 7 9 12 18 24 30 36 41 47 71 94 118
4400 .23 2 5 7 9 12 17 23 29 35 40 46 70 92 115
4500 .22 2 5 7 9 11 17 23 28 34 39 45 68 90 113

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EB-60-ME-14.013

CAPÍTULO VII
OBSERVADOR AVANÇADO

1. GENERALIDADES
a. À medida que uma fração de Mrt executa uma missão de tiro, seu Cmt precisa saber
como estão incidindo os impactos em relação ao objetivo, a fim de poder trazê-los para o
mesmo, fazendo as correções que se impuseram.
Como o Mrt, por suas características de emprego, normalmente ocupa posições
desenfiadas, não é possível fazer destas posições a condução do tiro, sendo necessário que
um integrante da fração, o OA (ou simplesmente Obs.), se desloque até um ponto que
ofereça boas condições de observação sobre o alvo (Posto de Observação - PO) e de lá
conduza o tiro.
No caso da Pç Mrt 81 mm atuando isolada da Seç, quem desempenha a função de
Obs. é o próprio Ch Pç.
Quando a Sec atua em conjunto, executando o tiro com todas as Pç, é utilizado um
elemento com essa função específica: o 3º Sgt OA. O Cmt Seç pode ainda, dependendo da
posição dos objetivos a bater, designar mais um ou dois observadores, recorrendo neste
caso aos Ch Pç.
b. Atributos desejáveis para o Observador
O Obs deve ser um elemento perfeitamente capacitado para essa função, uma vez que
a experiência adquirida em Cmb ensina que a sua habilidade é o fator mais importante na
obtenção do fogo eficaz. É importante que possua boas noções de:
1) Topografia: leitura de cartas, emprego de bússolas, coordenadas polares, etc..
2) Emprego de instrumentos óticos: binóculos, telêmetro, etc..
3) Avaliação de distâncias.
4) Técnicas do Material e Técnica de Tiro de Mrt.
É também necessário que adquira o que comumente é chamado de sentimento de
observação, ou seja, a habilidade em determinar, com a maior rapidez possível, a posição
do ponto de arrebentamento de um tiro com relação ao objetivo. Para tal, é necessário que
se acostume a fazer sua observação sobre o arrebentamento enquanto o mesmo ainda está
diante dos seus olhos, evitando fazê-la sobre a fumaça, pois o vento pode afastá-la,
induzindo-o a erro.
c. Condições necessárias a um PO
Um PO para a condução do tiro de Mrt deve, tanto quanto possível, satisfazer as
seguintes condições:
1) Estar o mais próximo possível da Pos Tir, a fim de facilitar a ligação pela voz e por
gestos, do Obs. Com a mesma. Se não for possível tal proximidade, a ligação deve ser feita
pelos meios de Com disponíveis.
2) Localiza-se sobre a linha Pç-Alvo (na Seç, linha Pç-base-alvo) ou o mais próximo
possível desta.
3) Ter ótimo campo de vista sobre a R do Obj.
4) Dispor de cobertas e abrigos naturais contra as vistas e fogos do Ini.

2. CONDUTA DA OBSERVAÇÃO
a. Sempre que possível, a Obs. Do tiro deve ser feita com o auxílio do binóculo, pois
observando a olho nu estaremos sujeitos a imprecisões, que acarretarão uma sensível
queda no rendimento da missão.
O conceito de observar um impacto não consiste simplesmente em ver sua incidência no
terreno, mas sim em determinar sua posição em relação ao alvo. Assim, é importante a
noção de desvio, ou seja, a diferença em direção apresentada pelo impacto em relação ao

64
EB-60-ME-14.013

alvo. O desvio pode ser expresso linearmente (em metros) ou angularmente (em milésimos).
As Fig. 7 e 8 nos fornecem uma idéia do que seja um desvio e de como medí-lo, com o
auxílio do retículo do binóculo.

desvio linear

alvo impacto

desvio angular

Fig. 7 - Desvios
Observação 40''' à direita

50
40 impacto
30
20
10
10 20 30 40 50

alvo

Fig. 8 - Observação de um impacto com o binóculo, e medida do desvio.

b. Regras práticas
1) Inicialmente observar o tiro a olho nu, e só depois utilizar o binóculo. O campo visual
é bem maior que o da objetiva do binóculo.
2) Não cansar os olhos usando o binóculo muito cedo. Lembrar da duração da
trajetória.
3) Nunca usar o binóculo duas vezes para observar o mesmo tiro.
4) Procurar fazer a observação sobre o impacto, e não sobre a fumaça, pois o vento
pode induzir a erro.

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EB-60-ME-14.013

5) Lembrar que a observação do primeiro tiro é sempre devido e quanto ao alcance,


pois a placa-base do morteiro ainda não está ancorada.
6) Colocar o centro do retículo sobre o alvo, pois facilita a leitura do desvio.
7) Estudar minuciosamente o terreno na região do alvo, particularmente nas
proximidades deste.
c. Terminologia
É importante que haja normas padrão de conduta para a observação e a correção do
tiro, bem como uma terminologia única, a fim de possibilitar um perfeito entendimento entre
o Obs. E a Pos Tir, e assegurar a eficiência no cumprimento da missão.
O Obs procede da seguinte maneira:
1) Observa a incidência dos impactos em relação ao objetivo, registrando suas
observações em um Boletim de Tiro.
2) Corrige os impactos que incidirem fora da posição do objetivo, através de um
Comando de Tiro. No caso da Seç Mrt 81 mm, atuando em conjunto, o OA corrige os
impactos através de uma Mensagem de Tiro para o elemento que se encontra junto à
fração, no comando direto da mesma.
O quadro abaixo esquematiza a terminologia do observador, tanto para a observação
como para a correção.

3. TERMINOLOGIA DO OBSERVADOR

OBSERVAÇÃO CORREÇÃO
(Registro no Boletim de Tiro) (Enunciada nas Msg subseqüentes de tiro,
no caso da Sec Mrt 81 mm).
EXPRESSÃO SIGNIFICADO EXPRESSÃO
SIGNIFICADO
Curto (C) Arrebentamento Alongue (A1) Atire com um
situado entre o TANTO alcance TANTOS
objetivo e a peça metros maior que o
anterior.
Longo (L) Arrebentamento Encurte (Enc) Atire com um
situado além do TANTO alcance TANTOS
objetivo. metros menor que o
anterior.
Bom Alcance (BA) Arrebentamento que Repita Alcance (RA) Atire com o mesmo
tem o mesmo alcance alcance do tiro
do objetivo, porém anterior.
necessita ser
corrigido em direção.

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EB-60-ME-14.013

OBSERVAÇÃO CORREÇÃO
REPRESENTAÇÃO DO (Na mente do OA) (Transmitida pelo OA)
RETÍCULO DO BINÓCULO

CURTO ALONGUE TANTO

LONGO ENCURTE TANTO

 BOM ALCANCE REPITA ALCANCE

 DIREITA ESQUERDA TANTO

 ESQUERDA DIREITA TANTO

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EB-60-ME-14.013

OBSERVAÇÃO CORREÇÃO
REPRESENTAÇÃO DO (Na mente do OA) (Transmitida pelo OA)
RETÍCULO DO BINÓCULO

BOA DIREÇÃO REPITA DIREÇÃO

NÃO OBSERVADO REPITA ALCANCE


(ALÇA)

NÃO VISTO REPITA ALCANCE


(ALÇA)

REPITA DIREÇÃO
 NÃO ALVO REPITA ALCANCE

68
EB-60-ME-14.013

Corrija a deriva
Arrebentamento TANTOS milésimos p/
Esquerda (E)
situado à direita da esquerda ou, aumente
TANTO
DIREITA (D) linha Peça-objetivo a der. anterior
TANTOS milésimos.
Corrija a deriva
Arrebentamento
TANTOS milésimos p/
situado à esquerda Direita (D)
direita ou, diminua a
da linha Peça- TANTO
ESQUERDA (E) der. anterior TANTOS
objetivo
milésimos.
Arrebentamento que
se produz sobre a
linha Peça-objetivo, Repita Direção Atire com a mesma
mas necessita ser (RD) deriva do tiro anterior
Boa Direção (BD)
corrigido em
alcance.
Quando o
arrebentamento é Repita Dir.
Atire com os mesmos
Não Observado visto mas não se Repita Alc.
dados do tiro anterior.
(NO) tem certeza de sua (RD - RA)
localização
Quando não se vê o
arrebentamento e Repita Dir.
Atire com os mesmos
não se tem Repita Alc.
Não Visto (NV) dados do tiro anterior.
indicações do (RD- RA)
impacto
Quando os efeitos
Repita Dir.
destruidores são
Repita Alc. O tiro está regulado.
nitidamente
No alvo (NA) Eficácia Desencadear eficácia.
observados no
(RD - RA - Efic.)
objetivo

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol.

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EB-60-ME-14.013

CAPÍTULO VIII
CORRETOR DE POSIÇÕES DO Mrt 81 mm - CORRETOR DE POSIÇÃO M3

1. GENERALIDADES
O corretor de posição M3 (corretor) é um instrumento de controle de tiro utilizado na
central de tiro (C Tir) pelos calculadores. Pode ser utilizado por qualquer unidade elementar
(peça, Seção ou Pelotão). É um instrumento rústico, simples de operar, preciso e facilmente
adaptável para o uso em campanha.

2. CONSTITUIÇÃO
O corretor de posição compõe-se essencialmente de 2 partes: a base e o disco, ligadas
entre si por um eixo central (fig. 104).
a. Base - A base contém, na face anterior, um circulo quadriculado em vermelho; as
inscrições relativas à fabricação e ao modelo; um duplo decímetro; escalas numérica e
gráfica.
1) As linhas que formam o quadriculado da base são intervaladas de 2,5 milímetros,
formando pequenos quadrados que representam, no terreno quadrados de 5.50 ou 100
metros de lado, conforme se utilize a escala de 1/2000, 1/20000 ou de 1/40000,
respectivamente..
2) O diâmetro vertical, do quadriculado da base é <linha índice>, que termina por uma
seta indicadora - < índice da base> - normalmente utilizada como indice dos lançamentos.
(*) Nessa linha é feita a determinação das distancias e dos alcances e, para isso, ela é
numerada convenientemente (Escala de 1/2000).
3) As quatro linhas pretas paralelas são utilizadas para correções especiais.
4) Para se trabalhar com o corretor, é preciso que o <índice da base> esteja para cima.
(*) É índice de derivas para o morteiro M1
b. Disco - O disco transparente é feito de modo a possibilitar a inscrição de traços lápis
na sua superfície superior. O limbo do disco está dividido em dezenas de milésimos e é
graduado em centenas de milésimos.
1) A graduação em preto do limbo, de O a 64, reproduz a graduação do prato de um
goniômetro-bussola e é utilizada para leituras de lançamentos (graduação dos lançamentos
ou de azimutes).
2) A graduação vermelha, de sentido contrário à anterior, é utilizada para leituras de
derivas (graduação das derivas).
3) O diâmetro traçado no disco serve como direção origem na determinação das
medidas angulares com o corretor de posição.

3. CUIDADOS E CONSERVAÇÃO
São necessários alguns cuidados no manejo do corretor para evitar arranhões, lascas,
empenagens, etc.
a. Lápis mais duro que o 2H e borracha arenosa não devem ser usados.
b. Quando o disco ou a base ficam sujos, devem ser limpos com papel de seda ou pano
macio molhado em líquido de limpar lente. Após a limpeza, a fim de secá-los, utiliza-se papel
de seda ou pano macio.
c. Não se usa na limpeza: gasolina, acetona, álcool ou outros solventes.
d. Deve-se evitar que o corretor receba diretamente os raios solares ou fique próximo a
locais muito quentes, porque ele pode arquear-se.

4. UTILIZAÇÃO
a. O corretor é utilizado como prancheta de tiro, servindo para:
70
EB-60-ME-14.013

1) locar, com precisão, a posição relativa de pontos;


2) determinar o lançamento, a distância e a diferença de cota entre dois pontos;
3) determinar correções especiais;
4) auxiliar a turma de levantamentos nos seus trabalhos topográficos necessários ao
controle do fogo (determinação das posições relativas, horizontais e verticais, das peças e
alvos).

5. LOCAÇÃO DE PONTOS
Suponhamos que um calculador deseje locar um alvo cujo lançamento da linha de tiro
seja 6400’’’ e cujo alcance seja 1000 metros. 0 calculador, inicialmente, considera o centro
do corretor como sendo a posição da unidade elementar (peça, seção ou pelotão). Em
seguida, gira o disco, até que a graduação 6400’’’ (o mesmo que zero milésimos) coincida
com o índice da base. Depois, então, utilizando uma escala apropriada (normalmente o
calculador utiliza a escala de 1/20000), Ele mede 1000m para cima do centro e loca o alvo
exatamente sobre a linha índice. Ponto (1) da figura 104.
Suponhamos, ainda, que o mesmo calculador deseje locar um outro ponto cujo
lançamento, em relação à posição das peças, é de 1130’’’ e cuja distancia é de 900 metros.
O calculador, usando a mesma escala, procede como anteriormente e loca o ponto (2) (fig
105).

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EB-60-ME-14.013

Figura 104. Corretor de posição M 3

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Figura 105 Locação de pontos

NOTA: Ao locar um ponto no corretor, deve-se fazê-lo tão pequeno e tão


precisamente quanto for possível. Em seguida, traça-se um pequenino circulo em torno dele,
de modo a facilitar a sua localização.

6. DETERMINAÇÃO DE LANÇAMENTOS.
Suponhamos agora que o calculador quer determinar o lançamento da direção formada
por dois pontos, já locados e a distância entre eles.
a. Para a determinação do lançamento entre os dois pontos, o calculador deve ter em
mente que todas as linhas paralelas têm o mesmo lançamento. Assim sendo, quando a seta
da linha índice está apontada para um certo lançamento, assinalado no disco, todas as
verticais do quadriculado da base estão também apontando para o mesmo lançamento. Isto
significa que o lançamento de qualquer uma das verticais do quadriculado da base é lido no
índice.
b. Para determinar o lançamento e á distância: entre o ponto (2) e o ponto (1), o
calculador gira o disco até que os dois pontos estejam exatamente sobre a mesma vertical

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EB-60-ME-14.013

do quadriculado da base ou até que os dois pontos estejam exatamente a igual distância de
uma mesma vertical. Disso resulta uma linha imaginária, que passa pelos dois pontos, e é
paralela às verticais do quadriculado, sendo em conseqüência paralela à linha índice (Fig
106).
c. Como essa linha imaginária é paralela à linha índice, ela tem o mesmo lançamento que
esta, o que permite ao calculador ler, para seu lançamento, a graduação que está em
correspondência com o índice. O lançamento do ponto (2) para o ponto (1) é 5450’’’
aproximadamente.
NOTA: Na determinação de lançamentos, o ponto de origem (no caso, o ponto (2)) deve
ficar abaixo do ponto para qual se está determinando o lançamento.

Figura 106. Determinação de lançamentos

7. DETERMINAÇÃO DE DISTÂNCIAS
Para determinar a distância entre os pontos (1) e (2), o calculador utiliza um dos seguintes
processos:

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EB-60-ME-14.013

a. Coloca o disco na situação da figura 106 (como se fosse ler o lançamento entre os dois
pontos). Em seguida, conta quantos quadrados ou divisões existem entre os dois pontos (20
no caso). Utilizando a escala empregada (1/20000), em que cada divisão vale 50 metros,
determina a distância entre os pontos (no caso, 20 X 50= 1000 metros).
b. Um outro processo de determinação da distância entre dois pontos é o da utilização da
escala de alcances ao longo da linha índice. Observe que o ponto (1) está situado a 600
metros acima da linha horizontal que passa pelo centro da base, e que o ponto (2) está a
400 metros abaixo dessa mesma linha. Somando essas duas quantidades, o calculador
obtém a distância entre os dois pontos (600+400=1000 metros).
c. Um terceiro processo consiste em medir-se a distância entre os pontos com um duplo
decímetro, e aplicar esse valor na escala numérica ou na escala gráfica.

8. DETERMINAÇÃO DA COTA DE UM PONTO.


Suponhamos que estejamos em um ponto de cota conhecida e queiramos determinar a
cota de um ponto visado. Exemplo: Cota do ponto onde nos encontramos: 40m; Distância
entre esse ponto visado: 1500m, Sitio entre os dois pontos: + 100’’’.
a. Modo de operar:
1) colocar o diâmetro do disco sobre a linha índice;
2) colocar o ponto visado a 1500m do centro do corretor;
3) deslocar o diâmetro do disco de 100’’’;
4) do ponto locado, baixar um perpendicular à linha índice:
5) medir o comprimento dessa perpendicular;
6) somar o valor encontrado ao da cota conhecida.
No caso considerado: 150+ 40=190m.
b. NOTAS:
1) O observador, usando este processo, poderá determinar a cota do ponto de
referência e do alvo e, em seguida, verificar qual a diferença do nível entre os mesmos. Para
isto, não necessita saber qual a cota de sua posição.
2) O parágrafo 184 e nos da um emprego do corretor na determinação de correções
para o transporte de tiro.

9. LOCAÇÃO INVERSA.
a. A central de tiro deve saber locar pontos em relação a outros conhecidos e já locados
no corretor. Por exemplo, suponhamos que a terceira seção ajustou o tiro sobre o ponto (1)
(PV) da figura 104 com os seguintes dados: lançamento: 0310’’’ e alcance 1200 metros.
Para locar a posição da seção, o operador age da seguinte maneira (fig 107):
1) Gira o disco até que o lançamento 0310 fique cm correspondência com o índice da
base;
2) Partindo do ponto (1), mede, para baixo e ao longo da vertical do quadriculado (ou
uma vertical imaginária) que passa por esse ponto, uma distância de 1200 metros;
3) Ai, então, loca um ponto que representa a posição da terceira seção.
b. A este procedimento chama-se locar um ponto com os <dados de relocação>.
c. A posição do observador pode ser locada no corretor, desde que ele envie o
lançamento e a distancia entre sua posição e um ponto já locado na central de tiro ou os
lançamentos para vários pontos (no mínimo dois) conhecidos pela central de tiro.

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EB-60-ME-14.013

Figura 107. Locação inversa


10. PROBLEMAS SIMPLES.
a. Determinação do lançamento e do alcance inicial da posição de tiro para o alvo.
1) Dados - Locação do observador no centro do disco.
Observador - posição de tiro: Lançamento 4150’’’ Distância 550m
Observador - alvo: Lançamento 5750’’’ Distância 1500m
2) Procedimento - Usando-se a escala de 1/20000 (cada quadrado tem 50 metros de
lado) proceder como se segue:
a) Girar o disco até que a graduação de 4150’’’coincida com o índice da base.
Marcar no disco, sobre a linha índice, um ponto a 550 metros acima do centro do disco. Este
ponto representa a posição de tiro;
b) Girar o disco até que a graduação 5750’’’ coincida com o índice da base. Marcar
no disco, sobre a linha índice, um ponto a 1500m acima do centro do disco. Este representa
a posição do alvo;
c) Girar o disco de modo que os dois pontos marcados fiquem sobre uma mesma
vertical ou a mesma distância da linha índice, de modo que o ponto que representa o alvo
fique, para cima;

76
EB-60-ME-14.013

d) Ler no índice da base o lançamento <posição de tiro-alvo> (no caso, é de


6105’’’) e medir a distância entre os dois pontos (no caso, o alcance é de 1600 metros).
b. Ajustagem do feixe pelo observador:
1) Dados — O observador tem um corretor e está ajustando o feixe do pelotão
sobre o PV. Distância observador - PV: 400 metros.
Arrebentamento referente à primeira neva 25’’’ à esquerda do local onde deveria dar-
se (medida com o binóculo).
NOTA: Para ângulos inferiores a 30’’’, para facilitar a leitura e aumentar a precisão,
considerar cada 10’’’, da escala milesimal, como se fosse um milésimo (10/10 = 1). Assim,
cada quadrado na medida lateral do desvio equivale a somente 5 metros (50/10 = 5). Para
ângulos superiores a 30’’’, considerar o valor milesimal como indicado na escala e usar para
a medida lateral a escala de 1/20000 (cada quadrado com 50 metros de lado).
2) Procedimento - Para determinar a correção do desvio, em metros, proceder
como se segue:
a) Considerar o centro do disco como sendo a posição do observador. Colocar o
zero da graduação dos lançamentos em coincidência com o índice da base; em seguida
girar o disco até que a graduação 250’’’ (veja nota acima) coincida com o índice da base;
b) Usar a escala de 1/2000 e marcar sobre a linha índice um ponto (PV) que
esteja a 400 metros do centro do corretor. Notar que este ponto está a 10 metros (2
quadrados) afastado do diâmetro do disco (hipotenusa do triângulo retângulo). Assim, como
a observação foi de 25’’’ à esquerda, a correção é <Direita 10>.
c) Ajustagem do feixe pelo calculador.
(1) Dados - O calculador na central de tiro está conduzindo uma ajustagem do
feixe e recebeu a correção do observador <Direita 10>.
Distância de tiro: 1700 metros.
Deriva registrada na peça: Direita 30-BV.
(2) Procedimento - Para determinar a correção de deriva, proceder como se
segue:
(a) Considerar o centro do disco como sendo a posição da peça. Colocar
o zero da graduação de lançamentos em coincidência com o índice da base. Marcar um
ponto (PV) a 1700 metros do centro do corretor usando a escala de 1/20000;
(b) Deste ponto tirar uma perpendicular ao diâmetro do disco e sobre a
mesma marcar um ponto a 10 metros (2 quadrados na escala de 1/2000) à direita;
(c) Girar o disco até que esse último ponto fique sobre a linha índice. Ler
a graduação no índice da base, no caso considerado é 60/10 = 6’’’;
(d) Corno a deriva registrada é <Direita 30>, a deriva a ser enviada para a
peça é <direita 35-BV> (Direita 30 mais 6 com aproximação de 5’’’ na graduação).
d) Problemas de levantamento.
(1) Dados - Um pelotão está em posição com as seções em diferentes pontos.
A primeira seção está locada no centro do corretor. A segunda seção foi locada em relação
à primeira (levantamento por caminhamento) pela bússola e duplo passo. O caminhamento
foi feito em duas seções:
(a) Primeira seção: Lançamento 4800’’’, distância 200 metros.
(b) Segunda seção: Lançamento 5400’’’, distância 250 metros.
(2) Procedimento - Para locar a segunda seção, proceder como se segue:
(a) Usar a escala de 1/20000.
(b) Girar o disco até, que o lançamento 4800’’’ coincida com o índice da
base. Marcar, sobre a linha índice, um ponto < a > a 200 metros do centro do corretor.
(c) Girar o disco até que õ lançamento 5400’’’ coincida com o índice da
base. Marcar um ponto a 250 metros acima do ponto <a>. Este ponto é a locação da
segunda seção.

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NOTA: Com: estes dados poderemos determinar o lançamento entre as seções e a


distância entre as mesmas. No caso considerado: lançamento 1ª seção – 2ª Seção = 5120’’’
e distância = 425 metros.

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol.

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EB-60-ME-14.013

CAPITULO IX - MORTEIRO 81mm


PEÇA DE APOIO DO PELOTÃO DE CAVALARIA MECANIZADO

1. MATERIAL INDIVIDUAL -
FUNÇÃO ARMAMENTO MUNIÇÃO MATERIAL INDIVIDUAL

TIPO QTDE

Máscara Contra Gases 01


Binóculo 01
Estojo Ind p/ limpeza Armt 01
7,62 mm Cm Bússola 01
Cmt Peça
7,62 mm Tr Óculos de Proteção 01
(3º Sgt) Fuzil
7,62 mm Pf Lanterna elétrica tipo 1 01
Cj Equipamento p/ praça Tipo A 01
Cj Estacionamento p/ praça 01
Curativo Individual 01
Corretor de posição 01

Máscara Contra Gases 01


Pst Estojo Ind p/ limpeza Armt 01
Atirador Faca de 9 mm Cj Equipamento p/ praça Tipo B 01
(Cb) Trincheira Cj Estacionamento p/ praça 01
Curativo Individual 01
Par de luvas Asbesto 01

7,62 mm Cm Máscara Contra Gases 01


Aux At 7,62 mm Tr Estojo Ind p/ limpeza Armt 01
(Sd) Fuzil 7,62 mm Pf Cj Equipamento p/ praça Tipo A 01
Cj Estacionamento p/ praça 01
Curativo Individual 01

Máscara Contra Gases 01


Municiado Pst Estojo Ind p/ limpeza Armt 01
res Faca de 9 mm Cj Equipamento p/ praça Tipo B 01
(2 Sd) Trincheira Cj Estacionamento p/ praça 01
Curativo Individual 01

Máscara Contra Gases 01


Estojo Ind p/ limpeza Armt 01
Motorista Pst Cj Equipamento p/ praça Tipo B 01
(Cb) Faca de 9 mm Cj Estacionamento p/ praça 01
Trincheira Óculos de proteção 01
Curativo Individual 01
Cj Proteção p/ Gu Vtr Cmb 01

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EB-60-ME-14.013

TABELA DE CONVERSÃO DE DERIVAS

ALCANCE
em metros
DERIVA (em metros ou jardas)
ou jardas
1 10 20 30 40 50 75 100 125 150 175 200 300 400 500
500 2,0 20 41 61 81 102 152 201 250 297 343 388 550 687 800
600 1,7 17 34 51 68 85 127 168 209 250 239 328 472 599 708
700 1,5 15 29 44 58 73 109 145 180 215 250 284 412 529 632
800 1,3 13 25 38 51 64 95 127 158 189 219 250 365 472 569
900 1,1 11 22 34 45 57 85 113 141 168 195 223 328 426 517
1000 1,1 10 20 31 41 51 76 102 122 152 176 201 297 388 473
1100 0,93 9 18 28 37 40 60 92 115 138 161 183 271 355 435
1200 0,85 8 17 25 34 42 64 85 106 127 148 168 249 328 402
1300 0,79 8 16 23 31 39 59 73 98 117 136 155 231 304 374
1400 0,73 7 15 22 29 36 35 73 91 109 127 145 215 285 349

1500 0,68 7 14 20 27 34 51 68 85 102 118 135 201 265 328


1600 0,65 6 13 19 25 32 48 54 80 95 111 127 189 250 309
1700 0,60 6 12 18 24 30 45 60 75 90 104 119 178 235 291
1800 0,57 0 11 17 23 28 42 57 71 85 99 113 168 223 276
1900 0,54 5 11 16 21 27 40 54 67 80 94 107 160 221 262
2000 0,51 5 10 15 20 25 38 51 64 76 89 102 152 201 250
2100 0,49 5 10 15 19 24 36 48 61 73 85 97 145 192 238
2200 0,46 5 9 14 19 23 35 46 58 69 81 92 138 183 228
2300 0,44 4 9 13 18 22 33 44 55 66 77 88 132 175 218
2400 0,43 4 8 13 17 21 32 42 53 63 74 85 127 168 209

2500 0,41 4 8 12 16 20 31 41 51 61 71 81 122 162 201


2600 0,39 4 8 12 16 20 29 39 49 59 68 78 117 155 194
2700 0,38 4 8 11 15 19 28 38 47 57 66 75 113 150 187
2800 0,37 4 7 11 15 18 27 36 45 55 64 73 109 145 180
2900 0,35 4 7 11 14 18 26 35 44 53 61 70 105 140 174
3000 0,34 3 7 10 14 17 25 31 42 51 59 68 102 135 168

Obs: Usar na coluna (alcance) a mesma unidade de medida utilizada nas casas (derivas) em
metros ou Jardas, assim, um afastamento de 10 metros a um alcance de 1000m é igual a
10’’’ (milésimos).

80
EB-60-ME-14.013
TABELA DE TIRO - Mrt Brant 81 mm

ALCANCE ALÇAS
CARGAS
METROS 0 1 2 3 4 5 6
200 77 ½ 84 ¾ 86 ¾ 87 ¾
225 76 84 86 ¼ 87 ¼
250 74 ½ 83 ½ 86 87
275 72 ¼ 82 ¾ 85 ½ 86 ¾
300 70 ¼ 82 85 ¼ 86 ¾ 87 ¼
325 68 ¼ 81 ¼ 84 ¾ 86 87
350 66 ½ 80 ¾ 84 ½ 85 ¾ 86 ¾
375 64 80 84 85 ½ 86 ¼
400 61 ¾ 79 ¼ 83 ¾ 85 ¼ 86 ¼ 86 ¾
425 58 ¼ 78 ½ 83 ¼ 85 86 86 ½
450 54 ¾ 78 82 ¾ 84 ¾ 85 ¾ 86 ½
475 77 ¼ 82 ¼ 84 3\4 85 ¾ 86 ¾
500 76 ½ 82 84 85 ¼ 86 86 ½
525 75 ¾ 81 ¾ 83 ¾ 85 85 ¾ 86 ¾
550 75 ¼ 81 ½ 83 ½ 84 ¾ 85 ½ 86
575 74 ½ 81 83 ¼ 84 ½ 85 ¼ 86
600 74 ½ 80 ½ 83 84 ¼ 85 ¼ 85 ¾
625 73 80 82 ½ 84 85 85 ½
650 72 ½ 79 ¾ 82 ¼ 83 ¾ 84 3/4 85 ¼
675 71 ½ 79 ¼ 82 83 ¾ 84 ½ 85
700 71 79 81 ¾ 83 ¼ 84 ½ 85
725 70 78 ½ 81 ½ 83 84 ¼ 84 ¾
750 69 ¼ 78 ¼ 81 ¼ 83 84 84 ¾
775 68 77 ½ 80 ¾ 82 ½ 83 ½ 84 ¼
800 67 77 80 ¼ 82 ¼ 83 ½ 84 ¼
825 66 76 ½ 80 82 83 ¼ 84
850 65 ¼ 76 ¼ 79 ¾ 82 83 ¼ 84
875 64 ¼ 75 ¾ 79 ½ 81 ¾ 83 83 ¾
900 63 ¼ 75 ½ 79 ¼ 81 ½ 82 ¾ 83 ½
925 62 ½ 75 79 81 ¼ 82 ½ 83 ¼
950 61 ½ 74 ¾ 78 ¾ 81 82 ¼ 83 ¼
975 59 ¾ 74 78 ¼ 80 ¾ 82 83
1000 58 73 ½ 78 80 ½ 82 83
1025 56 ¼ 73 77 ½ 80 ¼ 81 ¾ 82 ¾
1050 54 ½ 72 ¾ 77 ¼ 80 81 ½ 82 ½
1075 52 ¼ 72 ¼ 77 79 ¾ 81 ¼ 82 ¼
1100 50 71 3/4 76 ¾ 79 ½ 81 ¼ 82 ¼
1125 45 71 ¼ 76 ½ 79 ¼ 81 82
1150 70 ¾ 76 ¼ 79 80 ¾ 81 ¾
1175 79 ¼ 75 ¾ 78 ¾ 80 ½ 81 ½
1200 70 75 ½ 78 ½ 80 ¼ 81 ½
1225 69 ¼ 75 78 ¼ 80 81 ¼
1250 68 ¾ 74 ¾ 78 79 ¾ 81
1275 68 ¼ 74 1\4 77 ½ 79 ½ 80 ¾
1300 67 ¾ 74 ¼ 77 ¼ 79 ½ 80 ¾
1325 67 73 ¾ 77 79 ¼ 80 ¼
81
EB-60-ME-14.013

1350 66 ½ 73 ½ 76 ¾ 79 80 ½
1375 66 73 76 ½ 78 ¾ 80
1400 65 ½ 72 ¾ 76 ¼ 78 ½ 80
1425 64 ¾ 72 ¼ 76 78 ¼ 79 ¾
1450 64 ¼ 72 75 ¾ 78 ¼ 79 ½
1475 63 ½ 71 ½ 75 ½ 78 79 ¼
1500 63 71 ¼ 75 ¼ 77 ¾ 79 ¼
1525 62 ¼ 71 75 77 ½ 79
1550 61 ¾ 70 ¾ 75 77 ¼ 78 ¾
1575 61 70 ¼ 74 ½ 77 78 ½
1600 60 ¼ 69 ¾ 74 ¼ 76 ¾ 78 ½
1625 59 ¼ 69 ½ 74 76 ½ 78 ¼
1650 58 ½ 69 ¼ 73 ¾ 76¼ 78
1675 57 ½ 68 ¾ 73 1/4 76 77 ¾
1700 58 ¾ 68 ¼ 73 1/4 76 77 1/2
1725 55 ¾ 67 3/4 72 3/4 75 3/4 77 1/4
1750 54 67 1/2 72 1/2 75 1/2 77 1/4
1775 52 ¾ 67 72 75 1/4 77
1800 51 1/2 66 1/2 72 1/2 75 76 3/4
1825 48 1/4 66 71 74 3/4 76 1/2
1850 45 65 3/4 71 3/4 74 3/4 76 1/4
1875 65 1/4 71 1/4 74 1/2 76
1900 65 70 3/4 74 1/4 76
1925 64 1/2 70 1/2 73 3/4 75 3/4
1950 64 70 3/4 73 3/4 75 3/4
1975 63 1/2 70 1/4 73 1/2 75 1/2
2000 63 69 3/4 72 3/4 75 1/4
2025 62 ½ 69 1/2 72 3/4 75
2050 62 ¼ 69 72 1/2 74 3/4
2075 61 1/2 68 3/4 72 74 3/4
2100 60 3/4 68 1/2 71 3/4 74 2/4
2125 60 1/4 68 1/4 71 3/4 74 1/4
2150 59 3/4 67 3/4 71 1/2 74
2175 59 67 1/4 71 1/4 73 3/4
2200 58 1/2 66 3/4 71 73 1/2
2225 57 3/4 66 1/2 71 73 1/4
2250 57 ¼ 66 1/4 70 3/4 73
2275 56 ½ 66 3/4 70 1/2 73
2300 55 3/4 65 1/5 70 1/2 72 3/4
2325 54 3/4 65 70 72 1/2
2350 54 64 3/4 69 3/4 72 1/4
2375 53 64 1/4 69 1/4 72
2400 52 64 69 71 3/4
2425 50 ½ 63 ¾ 68 ¾ 71 ½
2450 49 63 ½ 68 ¾ 71 ¾
2475 45 63 68 ¼ 71
2500 62 1/2 68 71
2550 61 ¾ 67 ½ 70 ½
2600 60 ¾ 67 70
2650 59 ¾ 66 ¼ 69 ¾
82
EB-60-ME-14.013

2700 59 65 ¾ 69 ¼
2750 58 ¼ 65 ¼ 68 ¾
2800 58 ¼ 65 ¼ 68 ¾
2850 55 ¾ 63 ¾ 67 ¾
2900 54 63 ¾ 67 ¾
2950 52 ¼ 62 ¾ 66 ¾
3000 50 ½ 62 66 ¼
3050 45 61 ¼ 65 ¾
3100 60 ¼ 65 ¼
3150 59 ½ 64 ¾
3200 58 ½ 64
3250 57 ¾ 63 ¼
3300 55 ¾ 62 ½
3350 55 ½ 61 ½
3400 54 ½ 61 ½
3450 53 ¼ 60 ¾
3500 51 ½ 60 ½
3550 49 ½ 59 ¾
3600 45 58 ¾
3650 58 3/4
3700 57 ¼
3750 56 ¼
3800 55 ¼
3850 54
3900 53
3950 51 ¼
4000 49 ½

83
EB-60-ME-14.013

TABELA DE TIRO PARA ADAPTADOR DE FUZIL

ALCANCE ALCANCE ALCANCE ALCANCE


REAL REAL
500 30 940 52
520 31 960 53
540 32 980 54
560 33 1000 55
580 34 1020 56
600 35 1040 57
620 36 1060 58
640 37 1080 59
660 38 1100 60
680 39 1120 61
700 40 1140 62
720 41 1160 63
740 42 1180 64
760 43 1200 65
780 44 1220 66
800 45 1240 67
820 46 1260 68
840 47 1280 69
860 48 1300 70
880 49 1320 71
900 50 1340 72
920 51 1360 73

Conteúdo extraído do seguinte manual:


- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol.

84
ANEXO A - ROTEIRO DE TIRO DO Mrt 81mm
Data: ROTEIRO DE TIRO Mrt
Peça:
Posição:
Ch Pç:
Descrição Comando de Tiro
Alvo do Alcance Azimute Peças que Granada Ponto Peças Espécie de Tiro Graduação Alç
Alvo seguem o e Deriva de que Process Contro Car de a Execução
Comando Espoleta Pontaria Atiram o de Tiro le ga Tempo
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
OBSERVAÇÕES: Rubrica Ch Pç:

___________

85
ANEXO B - ESBOÇO DE TIRO DO Mrt 81mm
Data: ESBOÇO DE TIRO Mrt
Peça:
Posição:
Ch Pç:

’’’ Az ’’’ Az

OBSERVAÇÕES: Rubrica Ch Pç:


_______________

86
REFERÊNCIA

- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol;


1. ROTEIRO DE TIRO DO Mrt 81mm
Data: ROTEIRO DE TIRO Mrt
Peça:
Posição:
Ch Pç:
Descrição Comando de Tiro
Alvo do Alcance Azimute Peças que Granada Ponto Peças Espécie de Tiro Graduação
Alvo seguem o e Deriva de que Processo Controle Carga de Alça Execução
Comando Espoleta Pontaria Atiram de Tiro Tempo
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
OBSERVAÇÕES: Rubrica Ch Pç:

___________________
2. ESBOÇO DE TIRO DO Mrt 81mm
Data: ESBOÇO DE TIRO Mrt
Peça:
Posição:
Ch Pç:

’’’ Az ’’’ Az

OBSERVAÇÕES: Rubrica Ch Pç:


____________________
REFERÊNCIA

- C 23-90 – Morteiro 81mm – 1º e 2º Vol;

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