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INTRODUÇÃO

O século XXI tem sido marcado por transformações que consolidam a


era do conhecimento, com ascensão de tecnologias da comunicação e
conectividade, sendo incorporadas na vida humana (RODRIGUEZ; et al, 2017).
Cada vez torna-se mais evidente a mudança de toda a sociedade na era da
informação, com mais pessoas conectadas e com acesso às tecnologias e à
Internet mais abundante, gerando uma produção intensa e coletiva de
informação (BRABHAM, 2008). Os impactos da utilização destas tecnologias
nos ambientes de trabalho são revolucionários e têm ocasionado novos
métodos para as organizações. Sob a égide desse cenário, novas alternativas
se consolidam e outras buscam se assentar nas relações de trabalho e capital.
Neste sentido, surgiu um novo gênero relacional por meio da terminologia de
economia colaborativa, ou seja, o acesso de bens e serviços através do
compartilhamento.
Em dezembro de 2019, a China identificou um surto de uma síndrome
respiratória aguda em trabalhadores de um mercado de alimentos e animais
vivos em Wuhan, causado por um novo coronavírus (SARS-CoV-2). Esse vírus
é pertencente à família Coronaviridae e provoca a doença respiratória
denominada COVID-19 (BRASIL, 2020). O novo coronavírus (SARS-CoV-2),
responsável pela pandemia de COVID-19, é uma infecção respiratória aguda
causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada
transmissibilidade e de distribuição global. Apesar da letalidade da doença
causada pelo SARS-CoV-2 ser mais baixa se comparada a outros coronavírus,
sua alta transmissibilidade tem ocasionado um maior número absoluto de
mortes do que a combinação das epidemias produzidas pelos SARS-CoV e o
MERS-CoV (MAHASE, 2020).
Em meio à maior crise de saúde mundial desde a Gripe Espanhola
(1918), aliada a desaceleração da atividade econômica e desafios no combate
à COVID-19, os governos nacionais passaram a adotar medidas
administrativas para estimular a economia local, inclusive incentivando relações
de trabalho a distância como uma alternativa para a preservação de empregos
e mitigação dos impactos econômicos (NETO,2020 a; STURMER e
FINCATO,2020).
O regime de teletrabalho, popularmente conhecido como home office ou
trabalho a distância, abrange uma série de modalidades vinculadas ao local e
ás condições que regem a execução das atividades laborais. Em linhas gerais,
esse modelo proporciona liberdade geográfica, facilitando a atração de talentos
e possibilitando a mobilidade dos colaboradores para regiões estratégicas de
negócios. Além disso, o home office se destaca por sua contribuição na
redução de custos associados aos espaços de trabalho convencionais e ás
infraestruturas físicas das organizações. Apesar dos inúmeros benefícios,
segundo dados da Organização Mundial de Trabalho somente 7,9% da
população mundial trabalhava a partir da sua própria residência antes do início
da pandemia (BERG, BONNET e SOARES, 2020).
O trabalho remoto oferece benefícios aos colaboradores, uma vez que
elimina a necessidade de deslocamentos extensos para o escritório, resultando
em economia de tempo e redução das chances de atrasos e acidentes. Além
disso, proporciona flexibilidade para lidar com responsabilidades familiares,
especialmente quando o colaborador possui filhos. O modelo também fomenta
um senso de independência na execução das tarefas, permitindo certa
flexibilidade na definição do horário de trabalho. Conforme observado por
DAGOSTIN (2020), a maior mudança interna na vida de alguém em home
office é que, de agora em diante, a disciplina será o seu relógio.
Sabe-se que o trabalho remoto, home office, não está isento de
desafios, incluindo o enfrentamento do isolamento social, possíveis distrações
com questões domésticas, o aumento da carga de trabalho e a redução da
produtividade devido à falta de cobrança e feedback direto da gerência. Além
disso, o estresse pode surgir devido a cobranças persistentes e incisivas.
Antes da pandemia, em 2018, o IBGE reportou que aproximadamente
3,8 milhões de pessoas estavam empregadas "no domicílio de residência". Em
contraste, durante a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD-
COVID-19, o IBGE calculou que cerca de 8,6 milhões de brasileiros estavam
envolvidos no "trabalho remoto", representando aproximadamente 12,4% da
população ocupada do país, desconsiderando aqueles afastados devido ao
distanciamento social, totalizando cerca de 69,2 milhões (SENADO, 2020).
JUSTIFICATIVA

Este estudo encontra sua justificação diante da crescente adesão de


organizações e profissionais à modalidade de trabalho em home office, a qual
tem adquirido destaque e relevância nos últimos meses. Apesar de o
teletrabalho apresentar benefícios para determinadas modalidades de negócio,
diversas empresas o incorporaram devido às demandas urgentes impostas
pela pandemia, sem a realização de um planejamento estratégico detalhado
para essa transição.
Esse fenômeno ganha expressividade em decorrência das
circunstâncias que permeiam o cenário global desde 2020, marcado pela
pandemia do vírus COVID-19. A imposição de medidas preventivas, como
quarentenas em nível mundial, evidenciou a necessidade imperativa de manter
a continuidade das relações profissionais e comerciais como meio de
impulsionar a economia em escala global.

OBJETIVO

O objetivo deste estudo consiste em abordar de maneira técnica e


abrangente os elementos fundamentais relacionados ao home office,
englobando sua evolução histórica, os aspectos de destaque na legislação em
vigor e os impactos identificados durante a pandemia de COVID-19. Para
atingir esse propósito, será realizada uma revisão bibliográfica focada em
estudos de caso que abordam a temática, visando proporcionar uma
compreensão aprofundada dos principais tópicos que permeiam essa
modalidade de trabalho.

METODOLOGIA

Para a análise dos dados, este estudo adota uma abordagem descritiva,
conforme GIL (2002), as pesquisas descritivas têm como objetivo principal a
descrição das características de uma população específica ou fenômeno, bem
como o estabelecimento de relações entre variáveis. Essa abordagem inclui a
utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, como questionários e
observação sistemática (KAUARK, 2010).
FONTENELLES et al. (2009), definiram pesquisa básica da seguinte
maneira, aquela cujo propósito é adquirir novos conhecimentos que contribuam
para o avanço da ciência, sem a necessidade de uma aplicação prática
prevista. Nesse tipo de pesquisa, o pesquisador acumula informações e
conhecimentos que podem, eventualmente, resultar em contribuições
acadêmicas ou aplicadas significativas.
Outro método utilizado na pesquisa foi o levantamento bibliográfico,
envolvendo a busca de informações relevantes para o estudo em diversas
fontes, como livros, revistas, periódicos, artigos científicos, monografias,
dissertações, teses, pertinentes ou que tenham correlação com o tema
(RODRIGUES, 2011).

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