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O FUTURO DO CENÁRIO TRABALHISTA?

UM CONTRASTE DOS ALTOS E


BAIXOS DO HOME OFFICE

Caíque Mizael de Lima


Henrique Andrade Lima Batista
Hyan Victor de Almeida Martins
Sirlene Aparecida da Silva

Resumo: Não é de hoje que existe a modalidade Home Office. O trabalho remoto já existe a
muitos anos, mas ficou em evidência com a pandemia da COVID-19. Empresas e
profissionais precisam mudar suas rotinas, tendo objetivos de pensar economicamente como
ficaria, saindo do escritório para trabalhar em casa, para os empregados teve muitas
Vantagens, de flexibilidade e conforto por ter os próprios horários e seus locais de serviço
podendo escolher móveis como gosto pessoal, economizaram na alimentação não precisando
comprar comida fora e podendo fazer suas próprias refeições. As Desvantagens é o
isolamento social onde que pode ter um impacto social entre colegas por não conversarem
face a face e sem poder ter trocas e opiniões que os possibilitam de ter ideias e raciocínios
mais rápidos com poucas distrações e barulhos. Desafios do empregador sobre seus
funcionários foi fornecer boas ferramentas e tecnologias, longe fisicamente do escritório,
mantê-los motivados com uma boa produtividade e engajamento devido a distância é
fundamental. Com essa nova Tendência, houve um grande crescimento entre as empresas por
esse tipo de serviço tendo uma elevada porcentagem de novas formas de teletrabalho adotadas
no Brasil, especialistas veem que essa modalidade é o futuro no mercado de trabalho.

Palavras-chave: Home office; Pandemia; Vantagens; Desvantagens; Tendências.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o conceito de trabalho remoto ganhou significativa importância no


contexto profissional. Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e a crescente
necessidade de encontrar flexibilidade no ambiente de trabalho, o home office surge como
uma alternativa viável e atrativa para muitos profissionais e empresas. Este artigo fornece
uma análise abrangente do home office, relatando como foi o seu surgimento e
desenvolvimento ao longo do tempo, destacando separadamente as circunstâncias enfrentadas
no período anterior, ao decorrer e após a pandemia, além de identificar e descrever através de
uma estrutura de comparação, as vantagens e desvantagens da perspectiva dos empregados e
dos empregadores. A análise foi feita através de pesquisas de diversos sites e artigos
científicos sobre o assunto, com o objetivo de provocar uma reflexão a respeito dessa
modalidade, e levantar questionamentos, considerando ambos os lados, sobre os aspectos que
precisam ser modificados e sobre o seu uso atual e futuro.
1 PRÉ-PANDEMIA

A origem do home office data do final do século XX, especificamente nas décadas de
80 e 90, quando os avanços tecnológicos começaram a permitir o uso e o trabalho à distância,
no qual o desenvolvimento de computadores, redes e posteriormente a internet, criaram as
bases para que as pessoas pudessem realizar suas atividades profissionais de suas próprias
residências. A ideia inicialmente ganhou força em setores como tecnologia e escrita, mas logo
se espalhou para diversos outros tipos de indústrias.
Antes da pandemia, o trabalho remoto, ou “home office”, era uma prática menos
comum e adotada, pois em muitas organizações, o conceito de trabalhar a partir de casa era
frequentemente visto como uma exceção à regra, reservado para situações especiais ou cargos
específicos. A tecnologia desempenhava um papel importante na disponibilização do trabalho
remoto, mas muitas empresas ainda preferiam a presença física dos funcionários no escritório
para promover a colaboração, supervisão e a construção de uma cultura corporativa sólida. No
entanto, devido as circunstâncias da pandemia de COVID-19, foi transformado rapidamente
essa dinâmica, obrigando muitas organizações a adotar o home office como a nova norma, o
que teve um impacto significativo na forma como as pessoas trabalhavam e se relacionavam
com os seus empregadores.

2 DURANTE A PANDEMIA

Apesar do home office estar instaurado no mundo do trabalho há tempos, com o


surgimento da COVID-19, e com o estouro da pandemia no primeiro trimestre de 2020, houve
uma enorme crescente na sua utilização. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV)(2021),
no segundo ano da pandemia, 57,5% das empresas afirmaram ter adotado o modelo home
office no Brasil de forma parcial ou total, incluindo os que já adotavam essa modalidade antes
da pandemia. O que mostra que o modelo de trabalho que uma vez era opcional, foi
pressionado a virar o modelo padrão, pois as empresas e os trabalhadores não tinham outra
maneira de prosseguir com suas atividades de maneira usual sem que fossem colocados em
situação de risco.
Sendo assim, as pessoas tiveram que ser mandadas para suas casas e começarem a
fazer suas tarefas remotamente. Mas com isso, surgia um dos desafios a serem enfrentados;
nem todas as pessoas tinham os equipamentos necessários para tais tarefas. Logo, mudanças
tiveram que ser implementadas para que as organizações pudessem se manter e superar essa
barreira. Várias empresas ampliaram o seu trabalho remoto e impulsionaram o investimento
em tecnologia a fim de possibilitar a infraestrutura necessária para a realização das atividades
O modelo de trabalho híbrido também acabou se tornando bastante comum,
proporcionando várias vantagens para os empregados e até mesmo para os empregadores.
Embora, por outra mão, tenha sido necessário lidar com questões culturais e de equilíbrio
entre a vida pessoal e profissional. Uma dessas questões, e que foi uma das maiores
preocupações na época, foi a da saúde mental dos trabalhadores. Modesto, Souza e Rodrigues
(2020) destacam que o contexto da época contribuiu para um esgotamento mentalque poderia
vir a reduzir a autoestima dos trabalhadores, o que impactaria no bem-estar geral e nos seus
psicológicos. Ilustrando que com o isolamento e sem a divisão entre o ambiente de trabalho e
o ambiente pessoal, várias complicações poderiam começar a aparecer.
Do ponto de vista legislativo, já havia ocorrido uma revisão da Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) no ano de 2017, através da Lei 13.467, que introduziu na legislação a
modalidade de teletrabalho, a partir do art. 75-B que diz que:

Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a prestação de serviços fora das


dependências do empregador, de maneira preponderante ou não, com a utilização de
tecnologias de informação e de comunicação, que, por sua natureza, não configure
trabalho externo (BRASIL, 2017).

Contudo, esse período desencadeou uma série de mudanças e desafios significativos, o


que forçou o governo brasileiro a emitir medidas provisórias e regulamentações a fim de se
tornar menos rígido algumas leis trabalhistas e permitir uma maior flexibilidade nas relações
de trabalho. Isso incluiu a adoção de acordos individuais para a redução de jornada, de salário
e a possibilidade de prorrogar prazos para o pagamento de benefícios, como o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, essa flexibilidade também gerou debates
sobre a proteção dos direitos dos trabalhadores, especialmente sobre a segurança do trabalho e
sobre a manutenção de condições adequadas para o home office.

3 PÓS-PANDEMIA

Após 3 anos de grandes dificuldades, a situação foi sendo controlada e aos poucos o
retorno aos escritórios estava cada dia mais presente. Porém, de acordo com Bloom (2022), no
novo modelo de trabalho remoto, as empresas passaram a perder menos funcionários em suas
equipes e os feedbacks de satisfação com o trabalho também aumentaram. Evidenciando que
essa modalidade de trabalho mudou radicalmente o jeito em que era vista pelas empresas,
transformando-a em algo fundamental. Também segundo pesquisa realizada com as empresas
em relação à percepção dos impactos na produtividade pela FGV (2022):

Em 2021, cerca de 21,6% das empresas que adotaram o home office observaram
aumento na produtividade dos colaboradores, enquanto 19,4% apontavam redução.
Já em 2022, a proporção de empresas que notaram aumento da produtividade de
seus colaboradores aumentou para cerca de 30%, 8 pontos percentuais a mais do que
no ano anterior, enquanto as que avaliaram que houve perda de produtividade,
diminuiu para 10,2%.

Demonstrando novamente que apesar da experiência forçada durante a crise, o home


office não apenas se mostrou viável, como também altamente eficaz em termos de
produtividade e eficiência. O que levou muitas empresas após a pandemia a escolherem
manter ou expandir essa prática. Além de contribuir para uma maior agilidade organizacional,
permitindo que as empresas se adaptassem mais rapidamente à mudanças no mercado e às
necessidades de mão de obra.
O debate em torno dos direitos dos trabalhadores no ambiente virtual também
continuou a ganhar destaque, levando a regulamentações mais precisas, como a criação da
medida provisória de nº 1.108/22, sancionada no mesmo ano, como Lei nº 14.442, a qual
altera pontos importantes da CLT em relação ao teletrabalho. Atualmente, o cenário
legislativo no Brasil continua a se adaptar aos novos desafios do trabalho remoto, embora
algumas medidas temporárias tenham sido revogadas à medida em que a pandemia era
controlada, o home office ainda é uma prática amplamente adotada, e muitas empresas
optaram por manter equipes trabalhando de forma parcial ou integralmente remota. Em
relação ao governo e aos órgãos reguladores, eles ainda discutem sobre essas
regulamentações, atribuindo grande atenção ao cumprimento das normas de saúde e
segurança no trabalho, visando garantir que os direitos dos trabalhadores sejam protegidos, e
que o ambiente de trabalho seja seguro, justo e produtivo, independentemente de onde estejam
realizando suas atividades.

3 VANTAGENS X DESVANTAGENS

Entretanto, apesar do home office ter levado a uma mudança significativa na forma
como as empresas operavam e na forma como os funcionários realizavam suas tarefas, essa
mudança precisa ser observada sob duas perspectivas cruciais: a do empregado e a do
empregador. Cada um desses atores do cenário profissional vivenciam diferentes vantagens e
desafios decorrentes da introdução do home office. Embora a flexibilidade e a poupança de
custos sejam atrativas para ambos os lados, surgem questões a serem analisadas. Nesta
análise, examinaremos as perspectivas dos empregadores e dos trabalhadores sobre o trabalho
remoto, destacando como esta nova forma de trabalho tem o potencial de desenvolver
melhorias, ao mesmo tempo que apresenta desafios complexos que precisam ser geridos.

3.1 VANTAGENS DO EMPREGADO

3.1.1 FLEXIBILIDADE

A flexibilidade de horários proporcionada pelo home office permite que os


empregados tenham um grau de autonomia inédito em relação à gestão do seu próprio tempo.
Não mais limitados pelo rigoroso horário das 9h às 18h, é possível que eles escolham quando
são mais produtivos e focados. Alguns preferem começar cedo pela manhã, enquanto outros
atingem seu pico de energia à tarde ou à noite. Essa autonomia permite que o colaborador
maximize seu desempenho, entregando um trabalho de maior qualidade, sem o estresse de
estar “preso” a um horário fixo.
Em relação ao lugar, trabalhar em casa ou em um local de sua própria escolha,
proporciona uma maior flexibilidade em relação a vida pessoal do contratado, deixando-os
mais confortáveis e produtivos.

3.1.2 CONFORTO

Uma das maiores vantagens de trabalhar em casa é a capacidade de personalizar seu


local de trabalho para atender às suas necessidades individuais. Podendo escolher móveis que
combinem com a altura e postura, como cadeiras e mesas. Ajudando a melhorar o bem-estar
no dia a dia, evitando desconfortos musculares e problemas de saúde causados pela má
postura.
Os empregados também podem ajustar seu espaço da maneira que quiserem, como
decoração, iluminação, temperatura e até mesmo a música de fundo, tudo de acordo com suas
preferências. Esta flexibilidade na criação de um ambiente mais favorável pode contribuir
para uma experiência de trabalho mais agradável e produtiva. O que consequentemente pode
reduzir o estresse, ansiedade e melhorar o bem-estar dos trabalhadores,
3.1.3 ECONOMIA

Um dos benefícios mais evidentes de trabalhar em casa é a economia significativa nos


custos de deslocamento. Sem ter que ir ao escritório todos os dias, os funcionários
economizam significativamente em combustível, transporte público ou custos de manutenção
de veículos. Sem mencionar que a redução do tempo de viagem significa menos desgaste de
veículos, o que se traduz em economias a longo prazo. Além disso, ao trabalhar remotamente,
também há a possibilidade de economizar na alimentação, pois preparar refeições em casa
geralmente é mais econômico do que comprar refeições pré-preparadas ou comer fora todos
os dias. Essas economias se acumulam ao longo do tempo e podem representar uma parcela
significativa das despesas mensais de um empregado.

3.1.4 QUALIDADE DE VIDA

Trabalhar em casa elimina a necessidade de lidar com um deslocamento diário


estressante, evitando trânsito, transportes públicos lotados e situações imprevistas durante
essas viagens, o que contribui para reduzir o estresse. Esse alívio pode se traduzir em um
sentimento geral de felicidade, pois os trabalhadores começam e terminam o dia com mais
tranquilidade.
O tempo economizado com a eliminação do deslocamento os permite que dediquem
mais tempo às suas vidas pessoais, o que pode envolver passar mais tempo com a família,
participar de atividades recreativas ou simplesmente relaxar. Esta redistribuição do tempo tem
impacto direto na qualidade de vida, tornando-a mais rica e equilibrada.
Com mais tempo livre e capacidade de gerir o equilíbrio entre vida pessoal e
profissional, os colaboradores têm a oportunidade de cuidar melhor da sua saúde física e
mental, elementos fundamentais da qualidade de vida, o que pode incluir exercícios regulares,
meditação ou simplesmente descansar para recarregar as energias.

3.2 DESAFIOS DO EMPREGADO

3.2.1 ISOLAMENTO E SOLIDÃO


Um dos desafios mais comuns de trabalhar em casa é o isolamento social. A falta de
interação face a face com os colegas e a impossibilidade de partilhar experiências e conversas
informais pode ter um impacto negativo na saúde mental e no bem-estar dos funcionários,
podendo levá-los sentimentos de solidão e desconexão, sentimentos esses, associados a um
risco aumentado de depressão, ansiedade e estresse.
O isolamento social também pode levar a sentimentos de inutilidade e falta de sentido,
prejudicando a autoestima e a motivação, além de afetar a colaboração e a criatividade no
trabalho. A falta de interações informais e discussões criativas que ocorrem naturalmente num
ambiente de escritório pode dificultar o fluxo de ideias e inovação, e a falta de colegas com
quem partilhar perspectivas e ideias pode limitar o potencial criativo de um contratado.

3.2.2 TRABALHO E VIDA PESSOAL

O fácil acesso a um ambiente de trabalho em casa pode dificultar que os funcionários


desliguem seus computadores e concluam suas tarefas em tempo hábil. Essa falta de limite
pode levar a longas horas de serviço, os obrigando a prolongar seus horários de trabalho para
além do tempo esperado.
A vida pessoal pode ser frequentemente interrompida por e-mails, mensagens de texto
e exigências do ofício, afetando o tempo passado com a família, amigos e atividades pessoais,
ilustrando que a falta de um limite claro entre trabalho e vida pessoal pode resultar em níveis
mais altos de estresse e esgotamento, já que os empregados podem sentir que estão sempre
“ligados” a ele.

3.2.3 AUTODISCIPLINA

Alguns colaboradores podem não ter orientação direta de um supervisor ou gerente


quando trabalham em casa. A autonomia significa que são responsáveis pela tomada de
decisões e pela resolução de problemas, o que pode ser difícil para quem prefere uma
orientação mais direta. Num ambiente de escritório tradicional, a estrutura é muitas vezes
ditada pelas regras e rotinas da empresa, mas ao trabalhar em casa, os funcionários devem
criar uma estrutura própria, o que pode ser difícil para quem está acostumado com horários
definidos. A gestão do tempo pode ser um desafio porque os empregados são responsáveis por
criar e manter os seus próprios horários, e a falta de supervisão direta pode levar à
procrastinação e dificuldade de concentração, o que pode afetar a produtividade.
3.3 VANTAGENS DO EMPREGADOR

O home office pode ser um meio eficaz para o crescimento das empresas, oferecendo
redução de custos, aumento de produtividade e uma imagem mais atrativa no mercado. No
entanto, é crucial gerenciar adequadamente a produtividade dos colaboradores para otimizar
os resultados. Os benefícios associados à implementação do home office nas empresas,
analisando como essa modalidade de trabalho pode contribuir para o crescimento
organizacional.
Embora sejam apresentados benefícios quantificáveis, é importante notar que existem
outros aspectos qualitativos que podem não estar refletidos nas estatísticas. Esta análise
abrange três principais áreas de impacto: a redução de custos, o aumento da produtividade e a
melhoria da imagem da empresa no mercado.

3.3.1 REDUÇÃO DE CUSTOS

A redução de custos é um dos benefícios mais visíveis e persistentes associados ao


home office desde sua introdução no mercado brasileiro. Empresas que adotam essa
modalidade reduzem seus custos operacionais de forma significativa, um exemplo disso, é o
de um gestor poder reduzir o impacto financeiro ao alocar parte de sua equipe em regime
remoto, resultando em uma redução significativa nas despesas gerais.
A economia gerada a partir da eliminação dos custos de transporte e do espaço físico
utilizado é notável, e essa realidade tem sido um fator propulsor para a adoção do home
office. A redução de custos não se limita apenas ao transporte, abrangendo também despesas
relacionadas à energia, aluguel, manutenção, limpeza e espaços maiores de trabalho. Em um
estudo realizado pelo Departamento de Economia (Decon) da Associação Brasileira da
Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) (2021), foi destacado as seguintes vantagens das
empresas que implementam o home office:

Aumento da produtividade, mencionado por 43% das empresas entrevistadas;


redução de custos operacionais básicos, como energia, limpeza, manutenção do
escritório, entre outros em 41%; diminuição de custos com transporte,
estacionamento, entre outros em 30%; e redução dos custos relacionados ao aluguel
do escritório e despesas de condomínio em 20%.
No contexto de redução de custos, é importante ressaltar que a economia gerada pode
ser direcionada para investimentos, o que tem se tornado uma tendência para as empresas que
adotam o home office. Isso se deve à instabilidade do mercado causada pela crise sanitária,
que resultou no fechamento de diversas empresas. Assim, a redução de custos por meio do
home office tem permitido que as empresas acumulem recursos para enfrentar essas
incertezas.

3.3.2 AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

Um dos benefícios mais notáveis para as empresas que adotam o home office é o
aumento da produtividade entre seus colaboradores. A ausência de deslocamentos frequentes
para o local de trabalho reduz significativamente os atrasos e faltas, muitas vezes causados
por problemas de trânsito ou transporte público. Além disso, o controle da produtividade no
home office pode ser baseado na entrega de tarefas, em vez do tempo trabalhado, que podem
ser monitoradas através de diversas ferramentas que auxiliam nesse processo, assegurando
que a avaliação seja precisa e eficaz.
Outro fator que contribui para o aumento da produtividade é a redução do estresse
relacionado ao deslocamento, o que envolve trânsito, uso de veículo próprio ou transporte
público, e preparação para o trabalho, como a escolha de roupas e maquiagem. Com esses
fatores eliminados, os colaboradores encontram maior satisfação em seu trabalho, o que
naturalmente impulsiona a produtividade.
Dependendo do modelo de contratação, a flexibilidade no gerenciamento do tempo e a
dinamização da rotina de trabalho também são fatores que contribuem para um aumento na
produtividade. O home office permite que os funcionários organizem seu tempo de maneira
mais eficiente, dedicando tempo tanto ao trabalho quanto a atividades de lazer e
aprimoramento profissional. Esse ambiente flexível e menos estressante proporciona maior
satisfação ao colaborador, resultando em uma maior capacidade de produção.
De acordo com uma pesquisa publicada no site UOL (2020), 80% dos gestores de
empresas que adotam o home office no Brasil relataram que a produtividade superou a do ano
anterior. Esses números evidenciam o potencial do home office em otimizar o desempenho
dos colaboradores e, por conseguinte, a eficiência da empresa.

3.3.3 MELHORIA DA IMAGEM DA EMPRESA NO MERCADO


O home office pode indiretamente aprimorar a imagem da empresa perante o mercado,
pois as empresas que adotam essa modalidade de trabalho são percebidas como inovadoras,
modernas e atraentes para possíveis colaboradores. Manter uma estrutura de home office
eficiente requer investimentos em tecnologia e o acompanhamento das tendências, incluindo o
uso de armazenamento em nuvem, ferramentas de monitoramento, softwares para trabalho
remoto e segurança de informações.
A capacidade de realizar o trabalho em casa demonstra que a empresa possui uma
visão contemporânea em relação às práticas de trabalho, criando uma imagem mais moderna e
atrativa, que pode influenciar jovens talentos a considerar a empresa como empregadora.
O home office também facilita a contratação e retenção de pessoas com deficiência
(PCD), uma vez que evita os desafios relacionados ao deslocamento, tornando a rotina desses
profissionais mais acessível, o que consequentemente pode refletir positivamente na imagem
da empresa perante o mercado.

3.3.4 ATRAÇÃO DE TALENTOS

Inicialmente, quando o home office se tornou uma das poucas opções de emprego,
houve uma grande demanda por vagas nesse formato de trabalho. Com a retomada das
atividades comerciais, ocorreu uma seleção natural, na qual indivíduos que não se adaptaram
ao home office retornaram ao trabalho presencial. No entanto, segundo pesquisa realizada
pelo Datafolha (ANO), atualmente, a maioria das pessoas que buscam oportunidades de home
office possui ensino superior e almejam estabilidade profissional, mostrando que apesar de
uma redução no número de interessados em comparação a 2020, as vagas de home office
atraem profissionais mais qualificados e especializados.
Outro benefício para as empresas que implementam o home office é a capacidade de
reter talentos, seguindo uma linha semelhante ao item anterior. A adaptação ao home office
não foi uma transição fácil, tanto para as empresas, quanto para os seus colaboradores.
Entretanto, aqueles que conseguiram se ajustar a essa modalidade de trabalho tornaram-se
ativos valiosos para as empresas, que passaram a investir no sucesso desses colaboradores, o
que, por sua vez, fortaleceu a retenção de talentos.

3.4 DESAFIOS DO EMPREGADOR

3.4.1 MOTIVAÇÃO E ENGAJAMENTO


Já em relação aos desafios, o empregador também encontra dificuldades,
principalmente em manter os funcionários motivados para que não seja afetado a
produtividade e engajamento, o que devido a distância pode ser desafiador, tornando a
supervisão e a comunicação pontos cruciais.

3.4.2 INFRAESTRUTURA E SEGURANÇA

Como a tecnologia é essencial, ele também precisa garantir que os empregados


possuam as ferramentas e infraestrutura adequadas para realizar as tarefas remotamente, o que
é fundamental. Além de assegurar que as informações e dados da empresa sejam protegidos e
seguros em ambientes remotos.

3.4.3 COMUNICAÇÃO

Problemas relacionadas a comunicação também podem ser um empecilho, exemplos


são a falta de clareza de informações, horários divergentes impossibilitando uma conversa
fluída, além de problemas com interrupções em reuniões, devido aparição de terceiros, falhas
na conexão ou nos sistemas, o que pode gerar problemas ou atrasos mediante certas situações.

3.4.4 TREINAMENTOS

Aplicar treinamentos e oferecer oportunidades de aprendizado e desenvolvimento


profissional para os funcionários remotamente pode ser mais complexo do que o ambiente de
escritório, além da avaliação, que pode ser complicada de ser aplicada de maneira justa e
objetiva no ambiente remoto.

3.4.5 DESPESAS DO EMPREGADO

De acordo com a legislação trabalhista, o empregador é obrigado a cobrir as despesas


relacionadas às atividades realizadas, inclusive aquelas incorridas fora das instalações da
empresa. Isso significa que se um funcionário tiver muitas despesas relacionada ao serviço em
sua casa, o empregador deve reembolsá-las. Obrigando a empresa a ajudar a custear as
despesas do local de trabalho, como contas de luz, Internet e água.
4 TENDÊNCIAS

O home office, que era inicialmente uma tendência para o futuro, teve que ser
implantado em caráter emergencial. De acordo com uma pesquisa realizada pela ISE Business
School em 2020, as “mudanças” que eram previstas para ocorrer em cinco ou dez anos já
estavam em andamento. Após o choque inicial, 80% dos gestores aprovaram essa nova forma
de trabalho.
Entretanto, após o impacto inicial, o setor tem demonstrado uma visão favorável ao
teletrabalho/home office, muitas empresas estão atualmente considerando a implementação
dessa modalidade. Especialistas do setor corporativo afirmam que o teletrabalho é uma
tendência irreversível, representando a realidade futura do mercado de trabalho.
Conforme dados do site Agencia Brasil (2023), uma pesquisa conduzida pela
consultoria inglesa Hays revelou um aumento significativo no número de pessoas e empresas
adotando o teletrabalho. Entre 2017 e 2018, esse número cresceu de 35% para 51%, com o
Brasil acompanhando essa tendência, onde 36,5% das empresas já adotam a política de
trabalho remoto.
É importante destacar que essa nova realidade parece ser permanente, apesar da
resistência à adoção dessa modalidade por parte de empresas de controle familiar e de capital
nacional. De acordo com Amélia Caetano, consultora do Instituto Trabalho Portátil (2020), as
empresas multinacionais estão mais bem preparadas, principalmente em termos tecnológicos,
para essa realidade, enquanto as empresas nacionais investem menos nesse setor.
De acordo com as observações de Losekann e Mourão (2020), é possível constatar a
existência preexistente da atual dinâmica tecnológica, a qual impõe desafios significativos aos
colaboradores no que concerne à adoção de ferramentas tecnológicas, participação em
reuniões online e o acesso a plataformas de trabalho inteiramente virtuais. Nesse contexto,
recai sobre o líder a responsabilidade de manter uma atenção vigilante e a prerrogativa de
organizar cuidadosamente os recursos e instrumentos que possam ser empregados
eficazmente pela equipe.
Portanto, é esperado que as empresas continuem a revisar suas políticas de trabalho
remoto após a pandemia, incorporando esse processo como uma evolução essencial para suas
operações.
Entretanto, a aceitação do trabalho remoto varia de acordo com a região. Em alguns
países da América do Norte e Europa, as empresas são mais receptivas a essa modalidade,
enquanto na América do Sul, essa prática ainda é menos comum, devido a questões culturais,
características do mercado de trabalho e à falta de infraestrutura adequada. No Brasil, a FGV
IBRE tem conduzido esforços para avaliar a percepção de produtividade no home office, tanto
por parte das empresas quanto dos trabalhadores (Pacini et al., 2023).
No entanto, é importante destacar que nem todas as atividades são adequadas para o
trabalho à distância, algumas empresas podem preferir o trabalho presencial, mas é provável
que o trabalho remoto continue a ser uma opção para muitas empresas e trabalhadores no
futuro. Contudo, as empresas precisarão desenvolver estratégias eficazes para lidar com os
desafios relacionados ao trabalho remoto (Zendesk, 2023).
Lazaretti (2020) observa que cerca de 94% das empresas brasileiras afirmam ter
alcançado ou superado suas expectativas com o home office. No entanto, 70% planejam
encerrar ou reduzir essa prática para apenas 25% de seus funcionários após o término da
pandemia de Covid-19. Isso ocorre devido aos custos inesperados que podem surgir em
decorrência de processos trabalhistas ocasionados pela implementação abrupta desse formato
durante a pandemia.
A Eletrobrás considera que ainda é prematuro afirmar que o home office será de fato a
nova forma de se trabalhar, porém admitiu que esse sistema “com certeza” ampliou seu
espaço no mundo do trabalho, embora reconheça que há uma série de precauções para sua
efetiva implantação em um contexto pós-pandemia.
A Petrobras também em nota à Agência Brasil, a Petrobras informou que o teletrabalho
nos moldes atuais, adotado durante cinco dias na semana, está vigente até o dia 30 de junho de
2021. “Conforme previsto desde a última prorrogação, em fevereiro, o modelo será reavaliado
em maio, considerando a situação da pandemia no país e com base em análises e dados
técnicos”. Atualmente, cerca de 54% dos empregados da Petrobras se encontram em
teletrabalho.
A utilização e criação de novas tecnologias para otimizar a comunicação entre chefe e
funcionário e também com os clientes. Existem diversas tecnologias que ajudam no home
office e contribuem para liderar equipes remotamente, são aplicativos, sites, softwares. Essas
são algumas opções: Discord: software de comunicação de equipes; Zoom: para
videoconferência com até 25 pessoas; Google Calendar: um tipo de agenda virtual que pode
ser compartilhada; Evernote: bloco de notas universal; Google Hangouts: para reuniões on-
line; Dropbox: armazenamento e sincronização de arquivos; Clicksign: assinatura de
documentos com validade jurídica.
É recomendado que as empresas forneçam treinamentos para a utilização dessas
ferramentas e dicas de como se adaptar. São esses treinamentos que vão otimizar a tarefa da
equipe e dar um melhor atendimento e experiência aos clientes. É de suma importância ficar
atento com as mudanças do mercado e com a tecnologia quando se refere ao home office,
principalmente nos dias de hoje que sempre aparece algo novo. A tecnologia pode ser uma
grande aliada para as empresas que pretendem manter as atividades remotas, podendo ser
ainda mais produtivo.
Segundo publicação do G1 um levantamento do FGV IBRE mostra que caiu o número
de empresas que ainda adotam o regime de trabalho em home Office, o estudo foi realizado
pelos pesquisadores Stefano Pacini, Rodolpho Tobler e Viviane Seda Bittencourt.
Em 2021, 57,5% das empresas estavam em home office no Brasil, de forma parcial ou
total, incluindo os que já adotavam essa modalidade antes da pandemia. Em outubro de 2022,
o percentual caiu para 32,7%.Porém, a proporção de colaboradores em home office teve
pouca alteração entre 2021 e 2022, o que aponta que as empresas que mantiveram a prática
possam ter aumentado o número de trabalhadores em home office.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo teve como objetivo averiguar o grande aumento de empresas que começaram
a adotar o home office como uma alternativa para manter as atividades devido a pandemia do
COVID-19.
Com o crescimento das modalidades de home office ou tele trabalho nesse meio
tempo, foram apontados os pontos positivos e negativos, buscando conhecer melhor sobre
esse trabalho remoto, pois já é realidade que muitas empresas sigam esse caminho. Com o
tempo, o home office e teletrabalho serão cada vez mais comuns no mercado, essa nova
modalidade de trabalho deve contribuir para que sejam aproveitadas da melhor forma as
condições por ela oferecidas, por exemplo evita-se o traslado longo entre residência e
trabalho, quando a tarefa a ser executada pode ser realizada com a mesma forma e
produtividade a distância, através do home office, entre outras vantagens apresentadas no
artigo. Isso não significa, que simplesmente seja abolido o trabalho presencial, mesmo porque
diversas são as atividades que não o permitem. Também se mostra saudável que mesmo para
aquelas atividades em que o trabalho possa ser realizado através do home office, que isso não
implique em total afastamento da forma presencial, já que, ressalte-se o contato pessoal é
sempre recomendável.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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empresas-industriais-adotou-o-teletr Acesso em 01 nov 2023

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2020. Disponível em: https://www.feebpr.org.br/noticia/94-das-empresas-aprovam-home-
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BLOOM, Nickolas; HAN, Huobing; LIANG, James. HOW HYBRID WORKING FROM
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https://www.nber.org/system/files/working_papers/w30292/w30292.pdf. Acesso em: 01 nov.
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CAVALLINI, Marta. Cai número de empresas que adotam home office, aponta estudo da
FGV. G1, 2023. Disponível em:
<https://g1.globo.com/trabalho-e-carreira/noticia/2023/03/17/cai-numero-de-empresas-que-
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