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Engenharia de

produção e a
sociologia
Engenharia de produção e a sociologia

Os estudos de engenharia estão em constante mudança.


Soma-se à formação técnica a necessidade de um perfil profissional mais completo
e diversificado. Essa visão é reforçada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) da
carreira de engenheiro, que indicam a formação de profissionais capazes de “realizar
uma avaliação crítica e reflexiva dos impactos das soluções de engenharia no contexto
social, e que tem uma visão holística e humanista ".”Nas palavras de Vanderli Fava,
presidente da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (ABENGE):
Engenharia de Produção e a Sociologia

“O engenheiro que as universidades precisam formar hoje tem que saber


empreender, tomar decisões, comunicar-se e liderar equipes. E deve buscar sempre
a inovação”. Esta perspectiva dialoga com os chamados grandes desafios da
Engenharia, que considera que “os grandes desafios atuais são interdisciplinares e
multidisciplinares, e nenhum campo de ciência ou engenharia superespecializada
poderia resolver sozinho nenhum deles”.
Dessa forma, a Sociologia aparece, por exemplo, como ferramenta
analítica para o entendimento de contextos sociais complexos e
conflituosos. Afinal, a Engenharia faz parte desta complexidade, já
que indústrias, tecnologias e processos não se “criam” em ambiente
neutro, mas em ambientes com valores coletivos.
Os “ desafios da engenharia”, tem como aliado o pensamento crítico,
propiciado pelas ciências humanas, favorecendo maior compreensão
dos efeitos da tecnologia em relação à complexa realidade social do
Brasil e do mundo.
Engenharia de produção e a sociologia

Em análise, foi avaliado qual seria o melhor tópico


estudado em Engenharia de Produção, que mais se
enquadraria com a Sociologia, e por isso
escolhemos “Organização e Avaliação do Trabalho”.
No decorrer dessa disciplina, que a propósito foi
trabalhada exatamente durante a transição do
presencial para o on line devido ao início da
pandemia, proporcionou um tema demasiadamente
apropriado para o contexto sociológico; assim
segue:
A precarização do trabalho e
isolamento social no Home Office
Precarização e Isolamento
Social no Home Office

As expressões “home office, “trabalho em casa, nunca foram tão


buscadas nas plataformas digitais como ultimamente.

A corrida repentina por essas informações é o reflexo da pandemia


mundial da covid-19, mas também prova que, a maioria dos trabalhadores
se depararam com essa nova forma de trabalho.

Não que muitas empresas já não estivessem aderindo a esse tipo de


serviço remoto, mas isso sempre foi mais restrito a grupos com funções
específicas e com públicos mais familiarizados e com acesso à tecnologia.
Precarização e Isolamento Social no Home Office

O home office traz alguns benefícios, como:


❖ Comodidade;
❖ Proximidades com a família;
❖ Ganho de tempo (diminuição de tempo gasto em trânsito)
❖ Redução de custos (trânsito, alimentação);
❖ Flexibilidade;
❖ Poder trabalhar em qualquer lugar do mundo;
❖ Autonomia do próprio negócio.
Precarização e Isolamento Social no Home Office

O home office traz algumas desvantagens também:


❖ Diminuição do Networking;
❖ Aumento no valor das despesas do lar;
❖ Isolamento social;
❖ Flexibilidade;
❖ Poder trabalhar em qualquer lugar do mundo;
❖ Trabalhador que não possui fácil acesso e entendimento de tecnologia é desfavorecido
nesse cenário;
❖ Autonomia do próprio negócio (perda de benefícios empregatícios).
Precarização e Isolamento Social no Home Office

Teletrabalho, home office ou trabalho remoto: não importa o nome, os trabalhadores


sempre perdem. Existe um movimento de interesse do setor empresarial no mundo para
ampliar as formas de teletrabalho, reduzir e reagrupar os custos da atividade econômica das
empresas.

“A Medida Provisória não acontece por acaso, engaja-se na possibilidade de trabalho remoto
por meio de produção, independentemente de jornada de trabalho, jornada de folga, férias
remuneradas, direito de desligamento sem indenização, e transfere os custos da empresa para
o colaborador sem discutir o estado de saúde e segurança, bem como o direito da família à
imunidade, privacidade e outros direitos.”

Os trabalhadores podem ser importunados a qualquer hora por meio eletrônico, seja por
celular, e-mail ou outras formas de comunicação, fora da jornada, sem que isso conte como
tempo à disposição do empregador, regime de prontidão ou de sobreaviso.
Precarização e Isolamento Social no Home Office

Uma pesquisa da agência Conversion mostra que a nova realidade


evidenciou o abismo social que existe no país. Segundo o estudo, os mais ricos
têm 150% mais acesso ao home office do que os mais pobres.
Os dados do levantamento apontam que 50% dos entrevistados da classe A
estão em home office integral ou parcialmente. Na classe E, a mais baixa,
apenas 20% conseguiram trabalhar de casa de forma integral ou parcial. Das
cinco classes, a que possui maior participação em home office é a B, com 53,7%
dos entrevistados trabalhando dessa forma. Outros problemas seguem como
problemas com a internet e falta de infraestrutura.
Precarização e Isolamento Social no Home Office

A internet surgiu para facilitar nossa comunicação com quem está longe, mas ela
também pode restringir o contato, principalmente quando as pessoas não precisam
conversar pessoalmente para tomar uma decisão. Com isso o isolamento se
transforma em um problema social, podendo trazer doenças como depressão e
estresse. No trabalho presencial, se algo der errado, o problema seria resolvido pela
empresa, não cabendo ao colaborador ter responsabilidade sobre seu equipamento e
instrumentação, utilizados na produção dos conteúdos ou resultados.
Outro ponto a ser ressaltado é o desrespeito a carga horária de trabalho e o
fluxo intenso de mensagens, que poderão ocasionar a “Síndrome de Burnout”,que
representa um estado de estresse crônico e de exaustão física e mental.
O que é síndrome de burnout ?

“Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um


distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento
físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita
competitividade ou responsabilidade. A principal causa da doença é justamente o
excesso de trabalho.
Como no home office é possível trabalhar em qualquer lugar, muitas empresas e
alguns gestores exigem e cobram trabalho além do período de expediente do funcionário.
Essa flexibilização e precarização da forma de trabalho, exigindo mais que o colaborador
pode “dar” e ocasionar o cansaço excessivo e um esgotamento físico e mental no
trabalhador, ocasionando a síndrome de burnout e outras doenças psicológicas e físicas.
Precarização e Isolamento Social no Home Office

A necessidade do isolamento social imposto pela pandemia possibilitou às


empresas enxergar melhor e buscar novas alternativas para a continuidade das suas
atividades.
Com a redução e a gravidade dos casos do Covid 19, grande parte dos
trabalhadores puderam retomar às suas atividades. Porém, como as empresas
vivenciaram a possibilidade da redução de seus custos, muitas passaram a adotar o
sistema de Home Office e Trabalho Híbrido. Características que já estavam sendo
adotadas por algumas empresas e foi potencializada pela pandemia.
O trabalho híbrido é caracterizado pelo fato de as empresas darem autonomia
para os seus profissionais escolherem como, onde e quando realizam suas atividades
da melhor maneira possível. Por meio desse modelo de trabalho, os funcionários
podem escolher entre realizar suas atividades no home office, na sede da empresa ou
em escritórios flexíveis (coworkings), por exemplo.
Precarização e Isolamento Social no Home Office

Esse novo modelo de trabalho se desenvolve a partir de um novo fenômeno


cultural que está ocorrendo em todo o mundo, o chamado Anywhere Office.
Anywhere Office é um termo em inglês que, em sua tradução para o português,
pode ser entendido como “escritório em qualquer lugar” ou “escritório em qualquer
parte”.
Na prática, trata-se de um modelo de trabalho que permite que as pessoas
façam suas tarefas em qualquer lugar, como no home office, no escritório ou no
coworking.
O trabalho a distância requer do trabalhador muita autodisciplina e flexibilidade.
Ao mesmo tempo que diversos indivíduos se adaptam muito bem à comodidade de
poder trabalhar em qualquer lugar de forma efetiva, há indivíduos que acabam
misturando suas demandas profissionais das pessoais. O que faz com que o serviço
prestado ou produto entregue, não atenda às expectativas esperadas.
Conclusão:

O sociólogo do trabalho e professor da Universidade Estadual de Campinas


(Unicamp) Ricardo Antunes, no e-book ‘Coronavírus: o trabalho sob fogo cruzado’,
lançado em junho, postula que o trabalho remoto de fato terá um aumento significativo no
pós-pandemia, mas defende que as desvantagens, para os trabalhadores, suplantam os
eventuais benefícios que essa modalidade possa vir a trazer. “Por certo, há elementos
positivos destacados pela classe trabalhadora, como não precisar fazer os
deslocamentos, ter maior liberdade de horários, poder se alimentar melhor etc., mas é
sempre bom recordar que se trata de uma relação profundamente desigual entre trabalho
e capital, em que o que se perde é sempre muito maior do que aquilo que se ganha”,
destaca o sociólogo.
Precarização e Isolamento Social no Home Office

E completa: “Do ponto de vista empresarial, as vantagens são evidentes: mais


individualização do trabalho; maior distanciamento social; menos relações solidárias e
coletivas no espaço de trabalho (onde floresce a consciência das reais condições de
trabalho); distanciamento da organização sindical; tendência crescente à eliminação
dos direitos [...] fim da separação entre tempo de trabalho e tempo de vida”, escreve
Antunes. Para ele, a adoção do teletrabalho faz parte do “receituário” que as
corporações multinacionais têm apresentado como saída para a crise econômica, que
se aprofunda com a pandemia. Um “verdadeiro obituário para a classe trabalhadora
[...]: mais flexibilização, mais informalidade, mais intermitência, mais terceirização, mais
home office, mais teletrabalho, mais EAD, mais algoritmos ‘comandando’ as atividades
humanas”, lista Antunes. “Uma vez mais, então, os capitais pretendem transferir o ônus
da crise à classe trabalhadora que, além de ser a única que não tem a menor
responsabilidade por esta tragédia humana, é a que mais sofre, mais padece e mais
perece”.
Referências Bibliográficas

https://hotmart.com/pt-br/blog/trabalho-remoto

https://jhome.com.br/wp-content/uploads/2020/05/Isolamento-social-no-home-office-1.png

https://blog.portalpos.com.br/home-office-rotina/

https://veja.abril.com.br/coluna/matheus-leitao/home-office-evidencia-abismo-social-entre-mais-ricos-e-mais-pobres/

https://www.brasildefato.com.br/2021/05/02/home-office-modalidade-nao-regulada-aumenta-a-desigualdade-entre-o
s-trabalhadores

https://www.declatra.adv.br/adoecimento-home-office/

https://www.extraclasse.org.br/economia/2022/04/medida-provisoria-do-teletrabalho-amplia-precarizacao-de-direitos-
dos-trabalhadores/

https://blog.beerorcoffee.com/trabalho-hibrido/

https://zenklub.com.br/blog/saude-bem-estar/sindrome-de-burnout-no-brasil/
Obrigado!!!

Flaviani Dalamura
Gabriel Agapito
Henrique Gonçalves
Mayra Lopes

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