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O ativismo Black Bloc tem origem na Alemanha, na década de 1970, e seguidores em

diversos países. Não é, entretanto, um movimento de organização única. Em uma mesma


manifestação, por exemplo, pode haver grupos distintos, com organização e táticas diferentes.
folhapress. Entenda o que é o ativismo Black Bloc presente nas manifestações. 11 jul. 2013.
disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/07/1309858-entenda-o-que-e- o-
ativismo-black-bloc-presente-nas-manifestacoes.shtml>. Acesso em: 2 dez. 2014.

 A partir das informações grifadas no texto, formule uma definição de black bloc utilizando,
no máximo, 24 palavras.( Possibilidade de resposta: grupos de inspiração anarquista,
caracterizados pelo uso de roupas e máscaras negras, que têm por objetivo questionar o
capitalismo e a globalização.)
 Agora tente reduzir a definição, utilizando, no máximo, 16 palavras (Possibilidade de
resposta: grupos de inspiração anarquista que têm por objetivo questionar o capitalismo e a
globalização.)

Situação 2: Imagine que você está estudando sobre a desigualdade social no


Brasil e tem de analisar se essa desigualdade é natural ou social. Para isso, primeiro você tem de
entender a diferença entre estes dois conceitos: desigualdade natural ou social. Grife no texto as
partes que o ajudariam a diferenciar esses conceitos e a definir qual é o tipo de desigualdade que
caracteriza o Brasil.
 DESIGUALDADE NATURAL E SOCIAL
Em 1753, a Academia de Dijon, na França, lançou um concurso no qual os interessados
deveriam discorrer sobre a seguinte questão: Qual é a origem da desigualdade entre os homens? É
autorizada pela lei natural? Jean--Jacques Rousseau já havia vencido anteriormente um concurso
semelhante, proposto pela mesma academia, sobre o tema “Se o progresso das ciências e das artes
contribuiu para corromper ou apurar os costumes”. Ele resolveu, então, participar de novo,
escrevendo seu Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens.
Vejamos como, nesse texto, o autor explica o surgimento da desigualdade social.
Rousseau iniciou distinguindo dois tipos de desigualdade: uma instituída pela natureza e
outra produzida pelos homens. Deixemos, porém, que o próprio autor, em sua obra, explique mais
claramente a diferença entre elas:
“Concebo na espécie humana duas espécies de desigualdade: uma, que chamo de natural
ou física, porque é estabelecida pela natureza, e que consiste na diferença das idades, da saúde, das
forças do corpo e das qualidades do espírito, ou da alma; a outra, que se pode chamar de
desigualdade moral ou política, porque depende de uma espécie de convenção, e que é estabelecida
ou, pelo menos, autorizada pelo consentimento dos homens. Esta consiste nos diferentes privilégios
de que gozam alguns com prejuízo dos outros, como ser mais ricos, mais honrados, mais poderosos
do que os outros, ou mesmo fazerem-se obedecer por eles.”
Diz Rousseau: “Não se pode perguntar qual é a fonte da desigualdade natural, porque a
resposta se encontraria enunciada na simples definição da palavra”: ela decorre da natureza. Por
isso, o autor dedicou-se a investigar as origens da desigualdade que ele chamou de “moral ou
política”, isto é, da desigualdade social, procurando compreender o processo pelo qual ela foi
gradualmente instituída pelos homens, desde os tempos mais remotos, até chegar ao estado em que
se encontrava à época em que ele vivia (Europa do século XVIII).
ROUSSEAU, j. j. Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens. p. 12. Disponível em:
detalheObraform.do?select_action=&co_obra=2284>.Acesso em: 2 dez. 2014. Tradução Célia Gambini.

Quanto ao método que adota para empreender tal investigação, Rousseau esclareceu que
“não se deve tomar as pesquisas que podemos realizar sobre este tema por verdades históricas, mas
somente por raciocínios hipotéticos e condicionais. Ele também não levou em consideração as
explicações dadas pela religião, segundo as quais a desigualdade resultaria da vontade de Deus,
preferindo deixar de lado os dogmas da fé e, fazendo uso apenas da razão, “formar conjecturas,
tiradas somente da natureza do homem e dos seres que o rodeiam”. Esclarece, ainda, que não se
preocuparia em “considerá-lo [o homem] desde a sua origem e examiná-lo [...] no primeiro embrião
da espécie” para entender como por meio de sucessivos desenvolvimentos ele chegou a ser o que é
atualmente. Disse o autor:
“Não me deterei a buscar no sistema animal o que pode ter sido no começo para se tornar
afinal o que é. Não examinarei, como pensa Aristóteles, se suas unhas alongadas não foram a
princípio garras recurvadas; se não era peludo como um urso; e se, ao andar sobre quatro patas, seu
olhar dirigido para a terra e limitado a um horizonte de alguns passos não marcaria ao mesmo tempo
o caráter e o limite de suas ideias”.
Na realidade, Rousseau optou por não recorrer aos conhecimentos disponíveis já naquela
época sobre as possíveis mudanças na conformação física e na anatomia do homem, por se tratar de
assunto sobre o qual ele apenas poderia formular “conjecturas vagas e quase imaginárias”
Em vez disso, preferiu supor o homem como ele é hoje: “andando com dois pés, servindo-
se de suas mãos como fazemos com as nossas, dirigindo o olhar para toda a natureza e medindo com
os olhos a vasta extensão do céu”. Vale lembrar que Rousseau não conheceu a teoria da evolução, de
Darwin, que somente surgiria no século XIX.

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