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Superdotação e

Altas Habilidades
Plano de Atendimento Educacional Especializado Integrado
ao Plano Individual de Ensino com Vistas à Aceleração de
Estudos: Sugestão Adaptada do Modelo de Joseph Renzulli

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Viviane Regina de Oliveira Silva

Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Plano de Atendimento Educacional Especializado Integrado
ao Plano Individual de Ensino com Vistas à Aceleração de
Estudos: Sugestão Adaptada do Modelo de Joseph Renzulli

• Plano de Atendimento Educacional Especializado


Acompanhado do Plano Individual de Ensino;
• Projeto Pedagógico.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Relacionar a disciplina em estudo com as demais de seu currículo e a metodologias aplica-
das às pessoas com superdotação e altas habilidades.
UNIDADE Plano de Atendimento Educacional Especializado Integrado
ao Plano Individual de Ensino com Vistas à Aceleração de
Estudos: Sugestão Adaptada do Modelo de Joseph Renzulli

Plano de Atendimento Educacional


Especializado Acompanhado do
Plano Individual de Ensino
O Ministério da Educação reconhece os alunos superdotados pelas suas necessi-
dades especiais, tendo estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, primei-
ramente o uso do termo superdotados, depois passando a usar altas habilidades e,
finalmente, altas habilidades ou superdotados. Esses alunos, apesar de terem uma
habilidade maior do que as dos demais, têm dificuldades de atuarem dentro de sala
de aula por se entediarem com facilidade com o conteúdo abordado, pois normal-
mente dominam com facilidade o conteúdo trabalhado e, por esse motivo, precisam
de atendimento diferenciado dos demais.
Pela LDB, Decreto n. 6.571/2008, as instituições de ensino devem ter estrutura para
dar suporte aos alunos com acessibilidade aos conteúdos pedagógicos, oferecendo
apoio complementar para os alunos do ensino regular, a partir do que foram oferecidos
equipamentos e materiais didáticos para que eles tivessem atendimento especializado.
No ano de 2011, o Decreto n. 6.571/2008 foi substituído pelo Decreto n. 7.611,
que oferece serviços especializados aos alunos com necessidades especiais, atenden-
do às suas peculiaridades. Contudo, por esses serviços não estarem preparados para
isso, surgiram várias dúvidas sobre o atendimento educacional, pedagógico e sobre
a acessibilidade dos alunos ao conteúdo abordado, para que desse apoio real a esses
alunos no ensino regular.
Está previsto que o atendimento educacional especializado pode ocorrer intra ou
extramuros da escola, entre pares da mesma idade, entre os mais velhos da mesma
escola ou junto com alguns alunos universitários com formação profissional do mais
alto nível, em grupos com áreas de interesses comuns ou diferenciados.
Em qualquer caso, a inciativa deve ser do Sistema de Ensino, pois foi previsto
pela financiamento para aplicação nas escolas, quando comprovadas as matrículas
no Censo Escolar/MEC/INEP (ibid., art.8º.) e a aprovação do projeto pedagógico
(BRASIL, 2011, art.4º, § 2º).

Projeto Pedagógico
A escola é uma organização única, tudo o que ela faz reflete de modo direto e
profundo na vida do cidadão. Nesse caso, o Projeto Pedagógico precisa assegurar
que o anseio da comunidade por uma educação especial seja uma prerrogativa da
qual não se deve abrir mão.
Esse projeto é ativo e viabiliza uma prática cotidiana, não tendo conceito ou demar-
cação ideológica. Quanto mais detalhes houver, maiores as chances de uma prática de
educação inclusiva, garantindo os direitos conquistados pela legislação mais recente.

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A nota técnica Seesp/GAB/n.11/2010 (BRASIL, 2010) estabelece as “Orienta-
ções para institucionalização da oferta do atendimento Educacional Especializado
(AEE) em salas de recursos multifuncionais implantadas nas escolas regulares”, o
Projeto Pedagógico (PP) da escola deve contemplar os seguintes aspectos:
• Informações institucionais: Dados cadastrais da escola; objetivos e finalidades
da escola; Ato normativo da autorização de funcionamento da escola; código do
Censo Escolar/Inep;
• Diagnóstico local;
• Fundamentação legal, política e pedagógica;
• Gestão;
• Matrículas escolar;
• Organização da prática pedagógica, organização curricular, programas e proje-
tos desenvolvidos nas escolas, avaliação do ensino e da aprendizagem na escola,
formação continuada de professores e cursos de formação promovidos pelo sis-
tema de ensino e por instituição de ensino superior, existência de espaço físico
adequado com equipamentos e mobiliários e material didático e outros recursos
necessário para o (AEE);
• Condições de acessibilidade à escola.

Figura 1 – Aluno fazendo uso da cartões de comunicação


alternativa elaborada pelo AEE para uma atividade de aula
Fonte: fundacaocaed.org.br

Tais recomendações tem apoio no Art. 10º da Resolução CNE/CEB n. 4 de 2009


(BRASIL, 2009), tendo em vista que o projeto é voltado para ofertar:
• o ensino regular organizado;
• sala com estrutura adequada e recursos multifuncionais;
• matrículas desses alunos no atendimento educacional especializado, seja na ins-
tituição de ensino onde estuda ou em outra;

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• ter um cronograma de atendimento;


• ter um plano de atendimento para esses alunos, identificando as suas necessida-
des para realizar o planejamento nas atividades que serão desenvolvidas;
• professores e habilidades para exercer a docência do atendimento;
• e disponibilizar outros profissionais para dar suporte na dinâmica dentro de sala
de aula e também no atendimento individualizado do aluno;
• apoio de profissionais para que sejam desenvolvidas pesquisas, acessos a recur-
sos e outros equipamentos que maximizem o atendimento.

O art. 10º do mesmo documento é responsável por oferecer atendimento espe-


cializado a alunos com altas habilidades e também por oferecer assistência comple-
mentar a esses, caso sejam verificados outros tipos de necessidades, pois é impor-
tante salientar que um aluno com essas habilidades pode apresentar sim uma gama
de necessidades e a instituição de ensino tem por obrigação oferecer suporte a ele
nesse caso.

De acordo com o art. 11º, as instituições de ensino, tanto públicas quanto par-
ticulares, devem oferecer o ensino adequado aos alunos com altas habilidades ou
superdotação, como também dar suporte caso eles venham a apresentar outras ne-
cessidades. Esse suporte deve ser oferecido sem nenhum custo adicional, embora a
instituição possa solicitar convênios para esse fim.

Esse Atendimento Educacional Especializado ainda é função do professor, pois é


ele que organiza e planeja todo atendimento dentro e fora de sala de aula. Conforme
específica a Resolução CNE/CEB n. 4/2009 (BRASIL, 2009, art. 13):

É atribuído ao professor do Atendimento Educacional Especializado:


• Fazer a elaboração, disponibilizar os recursos pedagógicos, oferecendo estraté-
gias que atendam às necessidades específicas dos alunos da educação especial;
• Elaborar um plano educacional que ofereça acessibilidade e aplicabilidade
dos recursos;
• Acompanhar a quantidade de atendimento na sala de recursos multifuncionais;
• Fazer o acompanhamento da aplicação e função dos recursos pedagógicos den-
tro e fora de sala;
• Elaborar parcerias para que sejam elaboradas estratégias e que eles tenham
acessibilidade aos recursos;
• Orientar os professores e os familiares sobre os recursos utilizados pelos alunos;
• Mostrar a utilização da tecnologia para que o aluno passe a ter uma maior par-
ticipação com independência;
• Organizar com os professores os serviços disponíveis, os recursos pedagógicos
e o acesso para que esses alunos tenham uma maior participação.

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Sala com recursos multifuncionais, disponível em: https://bit.ly/361IBk3

As atribuições que estão especificadas no art. 10º e art. 13º foram organizadas
para criar ações para a educação inclusiva. Esse instrumento visa a organizar o
conteúdo para compactar os programas e enriquecer a grade curricular, também
acelerando os estudos.

As instituições de ensino devem disponibilizar de projetos de aprendizagem que


atendam às necessidades dos alunos, independente de que esses tenham altas ha-
bilidades ou não, para que assim acessem aos conteúdos pedagógicos e recursos
didáticos com educação de qualidade para eles e a todos os demais do ensino regular.

A educação tem que promover estímulos às habilidades específicas as quais o alu-


no apresente, dando-lhe acesso ao aprendizado nas áreas que mais tenha interesse
e flexibilidade, podendo assim desenvolver aspectos criativos e estimular os aspectos
desafiadores que eles apreendem diante de alguma problemática. Os conteúdos de-
vem ser elaborados sempre conciliados às situações cotidianas.

Dentro de sala de aula, deve ser elaborado um plano que atenda à coletividade da
sala, como também à individualidade de cada um de acordo com as suas necessida-
des especificas.

Figura 2 – Professor de apoio para crianças com necessidades especiais


Fonte: Getty Images

Esses alunos, quando bem trabalhados em suas habilidades específicas, podem


abreviar o conteúdo da grade curricular em relação aos demais, por terem uma habi-
lidade diferenciada, porém, tem-se uma resistência advinda da instituição de ensino
nesse sentido.

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Figura 3 – Formulário do Plano de Atendimento Educacional (a)


Fonte: ERICK; CASTRO; DELOU, 2018

Figura 4 – Formulário do Plano de Atendimento Educacional (b)


Fonte: ERICK; CASTRO; DELOU, 2018

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Figura 5 – Formulário do Plano de Atendimento Educacional (c)
Fonte: ERICK; CASTRO; DELOU, 2018

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Sala dos Professores SAS – O Projeto Político-Pedagógico e a BNCC
https://youtu.be/8Vh27FulRVA
BNCC na prática #3 2019 | Como (re)elaborar o projeto político pedagógico
https://youtu.be/ntOL7w95s1Q
Como fazer um plano de aula BNCC | Passo a passo
https://youtu.be/rIsSuX6BnNc

Leitura
O planejamento no atendimento educacional especializado
https://bit.ly/342EFwN
Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE
https://bit.ly/2S41ACx

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Referências
BRASIL. Lei 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui normas de direito financei-
ro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Esta-
dos, dos Municípios e do Destrito Federal. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L4320compilado.htm>. Acesso em 18/12/2019.

________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Nota técnica


– SEESP/GAB/Nº 11/2010: Orientações para a institucionalização da oferta do
Atendimento Educacional Especializado – AEE em Salas de Recursos Multifuncio-
nais implantadas em escolas regulares. Brasília: MEC/SEESP, 2010a.

________. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclu-


são. Diretoria de Políticas de Educação Especial. Nota técnica Nº 055/2013 –
MEC/SECADI/SEESP – Orientação à atuação dos Centros de AEE, na perspec-
tiva da educação inclusiva. Brasília: MEC/SECADI/SEESP, 2013. Disponível em:
<http://www.ppd.mppr.mp.br/arquivos/File/NOTATECNICAN055CentrosdeAEE.
pdf>. Acesso em: 09/01/2020.

BIANCHETTI, L.; FREIRE, I. M. (org.). Um olhar sobre a diferença: interação,


trabalho e cidadania. 2. ed. Campinas: Papirus, 2000. (e-book)

ERICK, E.; CASTRO, H. C.; DELOU, C. Educação Especial e Inclusiva. 2018.


Disponível em: <https://especialeinclusiva.blogspot.com/2018/09/plano-de-ensino-
-individualizado.html>. Acesso em: 10/03/2020.

PREFEITURA DE VILA VELHA. Salas de recursos multifuncionais para aten-


dimento educacional especializado (AEE). 2013. Disponível em: <http://www.
vilavelha.es.gov.br/paginas/educacao-salas-de-recursos-multifuncionais-para-atendi-
mento-educacional-especializado-aee>. Acesso em: 10/03/2020.

RODRIGUES, L. Atendimento Educacional Especializado: a verdade do AEE na


escola. 2018. Disponível em: <https://institutoitard.com.br/atendimento-educacio-
nal-especializado-a-verdade-do-aee-na-escola/>. Acesso em: 10 mar. 2020.

SABATELLA, M. L. P. Talento e superdotação: problema ou solução. Curitiba:


Intersaberes, 2013

TAKEDA, Tatiana. Direito ao “professor de apoio”. Jornal O Popular. 24 abr. 2016.


Disponível em: <https://www.opopular.com.br/noticias/ludovica/blogs/viva-a-diferen%
C3%A7a/viva-a-diferen%C3%A7a-1.925289/direito-ao-professor-de-apoio-1.1075014>.
Acesso em: 10/03/2020.

VIRGOLIM, A. M. R; KONKIEWITZ, E. C. (org.) Altas habilidades/superdotação,


inteligência e criatividade: uma visão multidisciplinar. Campinas, SP: Papirus, 2016.

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