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ADOBE ILLUSTRATOR

AULA 1

Prof.ª Fabiane Alves de Lima


INTRODUÇÃO

O Adobe Illustrator é um dos carros-chefe da suíte de softwares que


compõem o Creative Cloud. Trata-se de um editor de imagens vetoriais que hoje
é padrão de mercado, essencial para quem deseja trabalhar no projeto de
gráficos com computadores. Mesmo as ferramentas concorrentes utilizam sua
interface e seu conjunto de funções como parâmetros para implementar as suas
próprias, de modo que saber usar as ferramentas essenciais do Illustrator pode
ser útil também quando aprendemos a usar programas similares.
Com o Adobe Illustrator, é possível criar composições visuais e peças
comunicativas usando cores, traços, formas, imagens, efeitos e tipografia, e
essas criações podem ser para mídia impressa, digital e audiovisual. O Illustrator
é capaz de manipular vetores e incorporar imagens bitmap, além de atuar de
forma integrada aos outros softwares da Creative Cloud. O programa também
trabalha integrado em múltiplas plataformas, permitindo edições rápidas, até
mesmo com um tablet.
Ao longo desta aula, apresentaremos as principais e mais úteis
ferramentas do Illustrator, com demonstrações práticas de suas funções. Nosso
objetivo é que você seja capaz de fazer o melhor proveito possível dessa que é
uma das principais ferramentas de trabalho de designers, comunicadores,
ilustradores, videomakers e afins.

TEMA 1 – APRESENTAÇÃO DA INTERFACE

Ao abrir o Adobe Illustrator pela primeira vez, você vai se deparar com
uma tela de boas-vindas, com algumas opções e predefinições para cada tipo
de projeto. Depois, você pode checar as novidades e atualizações do programa,
acessar arquivos salvos no seu computador ou na nuvem da Adobe, ver tutoriais
criados pela equipe de desenvolvimento e pela comunidade de usuários do
Illustrator, bem como criar um projeto do zero com base em seus atalhos.
A interface do Illustrator é dividida em quatro módulos (ou regiões)
principais – menus, barra de status, painel de propriedades e caixas de
ferramentas –, que iremos explorar adiante. Lembre-se: sempre que você
precisar de uma ferramenta e ela não estiver imediatamente visível, procure

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ativá-la e exibi-la em seus painéis de interface, indo em Janela e escolhendo a
opção desejada na barra de menus de topo principal.

1.1 Criando arquivos

Ao clicar em Criar Novo, uma janela se abrirá (Figura 1). Nessa janela,
algumas predefinições de arquivos convencionais estarão disponíveis, como
tamanhos impressos comuns (carta, A4, cartão de visita etc.) ou para tela
(iPhone, web, vídeo etc.). Aqui você também pode selecionar modos de cor para
trabalhar no arquivo, a depender de seu destino (impresso ou telas).

Figura 1 – Tela de criação de um novo projeto no Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

Essas configurações são todas altamente personalizáveis, podendo ser


alteradas no painel de propriedades à direita da interface. Nesse painel é
possível não apenas alterar o tamanho da saída do arquivo, mas também sua
unidade-padrão de medida, orientação do papel, quantidade de pranchetas de
trabalho, sangria de impressão (se houver), modo de cor e resolução.
Uma vez que essas configurações estejam decididas e ajustadas pelo
usuário, clica-se no botão Create. As janelas abertas anteriormente darão lugar

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à interface de uso do programa propriamente dita e, agora, você já pode começar
a criar seus vetores.

1.2 Espaços de trabalho

Os softwares da suíte Adobe costumam ter opções predefinidas de


organização da interface. Isso existe porque há muitas formas de trabalhar com
esses programas, e o Illustrator não foge à regra. Quando usamos o programa
pela primeira vez, ele abrirá com a configuração Espaços de Trabalho, chamada
Essenciais. Esse Espaço de Trabalho tem todas as ferramentas básicas e uma
interface bastante limpa. Ferramentas não exibidas em dado Espaço são sempre
acessíveis pela opção Janela no menu principal.
Essa configuração pode ser trocada no menu do canto superior direito da
primeira barra de opções da interface, ao lado da ferramenta de busca do Adobe
Stock. Ela também pode ajudar quando buscamos uma ferramenta específica
que pode se associar a alguma atividade de outro Espaço. Os Espaços de
Trabalho são personalizáveis, e novos Espaços podem ser criados à vontade,
conforme a necessidade do usuário.
Para criar um Espaço de Trabalho, clique no menu suspenso dessa opção
e selecione Novo Espaço de Trabalho. Uma pequena janela se abrirá, e então
inserimos um nome para esse novo Espaço. Toda e qualquer alteração e
personalização que você tenha feito na interface do programa será salva sob
esse nome e reutilizável pela seleção no mesmo painel.

1.3 Menus, caixas e painéis

A interface-padrão do Illustrator é composta pela barra de menus no topo,


e cada um desses menus agrega funções importantes e recorrentes, que
veremos ao longo do curso. À esquerda, temos a caixa de ferramentas, em que
cada pictograma é a metáfora de uma função projetual: caneta, pincel, borracha
etc. Caso o pictograma acompanhe um pequeno triângulo em sua lateral inferior
direita, isso significa que há mais opções de ferramentas dentro da mesma
categoria, que podem ser acessadas com um clique longo do mouse. Como a
interface do Adobe Illustrator é totalmente personalizável, é possível reorganizar
todas essas ferramentas conforme sua conveniência, opções e hábitos de uso.

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Nessa caixa também é possível alterar e escolher cores e espessuras de linhas
das ferramentas de desenho.
Na parte inferior da tela do Illustrator, algumas informações sobre o
arquivo e o trabalho nele desenvolvido estão disponíveis na barra de status. É
possível ver (e modificar) a proporção da visualização da tela, escolher a
prancheta em que se está trabalhando, checar qual ferramenta está selecionada
e pronta para uso, e também ter acesso às barras de rolagem, que permitem
visualizar partes do documento fora do enquadro da interface e trazê-las para a
tela.

Figura 2 – Principais regiões da interface do Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

No lado direito da tela, temos os painéis de propriedades, bibliotecas e


configurações. Nesses painéis o projetista pode escolher opções mais
avançadas ao alterar elementos, desenhos e objetos, modificar opções de
tipografia, acessar imagens e símbolos armazenados na biblioteca do programa
etc. Note que são painéis contextuais: eles mudam conforme a ferramenta
selecionada.

TEMA 2 – TRABALHANDO COM VETORES E TEXTOS

Dada a natureza do tipo de desenho do Adobe Illustrator, o vetorial – sua


lógica de funcionamento – é diferente de programas de pintura como o
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Photoshop. O desenho vetorial se compõe de formas, linhas, caixas de texto etc.
Esses objetos podem ser modificados e redimensionados livremente sem perder
resolução, como acontece na edição de desenhos bitmap.
Da mesma forma, as fontes tipográficas são interpretadas pelo programa
como vetores, mas estes têm uma função específica, ainda que também possam
ser transformados em vetores comuns. Nesta seção veremos como trabalhar
com essas ferramentas de edição de formas, contornos e texto.

2.1 Desenhando e editando objetos

Para criar um objeto na página, pode-se usar as opções de criar formas


geométricas presentes na caixa de ferramentas. Por exemplo, para criar um
retângulo, clique na ferramenta Retângulo (também acessível pela tecla “M”),
clique na prancheta de desenho e arraste a forma até o tamanho desejado. Para
que esse retângulo tenha todos os lados do mesmo tamanho, mantenha a tecla
“Shift” apertada enquanto clica. Suas opções de cor e preenchimento podem ser
alteradas nas opções Preenchimento e Contorno (ambas ativadas pela tecla
“X”), e também no grande painel de propriedades do lado direito da interface.

Figura 3 – Opções de cor, preenchimento e traçado no painel de propriedades


do Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

No painel de propriedades, é possível ter precisão na hora de escolher


cores usando escalas cromáticas (CMYK para impressos, RGB e HSB para
mídia digital, por exemplo) para alterar o preenchimento e também o traço do
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objeto. No mesmo painel, também podemos alterar opções como espessura do
traçado, configuração de suas terminações e comportamento dos nós,
transparência e opacidade.
No Illustrator, os objetos são organizados sobre a prancheta como se
estivessem empilhados, independentemente de estarem em camadas. Há
atalhos e modos de trabalhar para movê-los para cima e para baixo nessa pilha.
É possível fazer isso usando a opção Organizar, em Objeto, na barra de menus
superior do programa, clicando sobre o objeto em questão com o botão direito
do mouse e acessando no menu contextual a opção Organizar, ou usando
atalhos de teclado, “Ctrl/Command” + “[” e “Ctrl/Command” + “]”. Entre as
possibilidades de manipular objetos disponíveis, estão Trazer para Frente (traz
o objeto para o topo da pilha), Avançar (traz o objeto um nível acima), Recuar
(empurra o objeto um nível abaixo) e Enviar para Trás (empurra o objeto para o
fundo da pilha).
Os objetos também podem ser manipulados em suas formas. Na caixa de
ferramentas, ao fazer um clique longo na opção Girar, outras opções irão
aparecer. A ferramenta Girar permite um controle bastante preciso na
manipulação dos objetos, podendo-se alterar o ponto central de referência do
giro e acompanhar sua gradação na interface. A ferramenta Dimensionar atua
sobre o tamanho e as proporções do objeto, e a ferramenta Espelhar o reflete.
Ambas as ferramentas atuam no eixo horizontal e vertical.
A ferramenta Inclinar permite distorcer o objeto em dada direção, sendo
apropriada para o desenho em perspectiva isométrica, por exemplo. O uso da
tecla Shift em qualquer uma dessas opções irá restringir os movimentos
permitidos, tornando-os mais regulares e menos sujeitos às irregularidades do
movimento da mão. Se clicarmos duas vezes em qualquer uma dessas opções,
abriremos uma caixa de diálogo para entrada manual das medidas precisas
desejadas para modificar o objeto.
O Illustrator dá muitas possibilidades de ferramentas e atalhos para editar
objetos. Além das já descritas, o painel de propriedades, do lado direito da
interface, permite inserir medidas precisas relativas ao objeto selecionado. São
formas diferentes de fazer o mesmo tipo de edições permitidas pelas ferramentas
da caixa do lado esquerdo, tratadas anteriormente. No item Transformar, é

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possível inserir medidas numa unidade diferente da selecionada, e até mesmo
fazer pequenos cálculos.

2.2 Organizando o trabalho: grupos, seleções e camadas

Ferramenta bastante útil na organização do trabalho com vetores, os


grupos de elementos são uma forma de manipular muitos objetos na prancheta
como se fossem um. No caso de um projeto complexo e com muitos elementos,
os grupos ajudam a manter as coisas organizadas de modo coerente, pois os
elementos relacionados ficam unidos, e o projetista não se perde. Para agrupar
elementos, selecione-os clicando com o mouse e a tecla “Shift” apertada, e use
o atalho “Ctrl/Command” + “G”, ou clique com o botão direito e acesse a opção
Agrupar no menu contextual.
Grupos podem ser compostos por outros grupos, e esse recurso pode ser
bem aproveitado conforme a complexidade do projeto. O Illustrator permite editar
e acessar elementos agrupados de forma interativa ao dar duplo clique num
grupo: um menu para navegar pelo grupo em questão surge no topo da tela e
enquadra a prancheta. Os elementos fora do grupo editado são desabilitados e
ficam esmaecidos, indicando que estão inacessíveis, e não podem sofrer efeitos
gerais que sejam aplicados. Dessa forma, é possível editar detalhes específicos
de elementos do desenho sem que os demais elementos e objetos do grupo
atrapalhem a edição.
As ferramentas de seleção são outra categoria de funções importantes no
trabalho com o Illustrator. Elas permitem destacar e modificar componentes
específicos do desenho, dando ao projetista um controle grande do processo. As
ferramentas Seleção (seta preta na caixa de ferramentas, do lado esquerdo,
selecionando o grupo ou elemento em que se clica) e Seleção Direta (seta
branca na caixa de ferramentas, selecionando elementos ou aspectos de
elementos individuais independente de grupos, como os nós de um traço) são
as escolhas ideais para esse tipo de serviço. A Seleção Direta tem outras opções
de ferramentas sob seu menu (acessíveis no pequeno triângulo na lateral direita
inferior), que permitem a seleção por laço e por grupos.

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Figura 4 – Ferramentas de seleção do Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

Um dos recursos mais importantes na organização dos arquivos no


Illustrator são as Camadas. Conhecidas também de outras ferramentas do
pacote Adobe, as camadas organizam os arquivos e integram os diferentes
softwares da suíte. Aqui elas funcionam de forma bem parecida, mas têm suas
particularidades. Elas separam e sobrepõem elementos mais complexos que os
grupos, mas de forma ainda mais apartada, podendo se esconder ou receber
aplicação de efeitos de máscaras.

Figura 5 – Objetos distribuídos em camadas no Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

As ferramentas de camadas ficam na caixa do lado direito, próximas ao


painel de preferências. Ali é possível distribuir os objetos entre camadas, mover
objetos e grupos de uma camada a outra, bloquear ou invisibilizar camadas para
evitar a edição ou até mesmo mudar a ordem delas. O menu de camadas

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também é uma forma interessante de visualizar como os elementos se agrupam
no trabalho.

2.3 Trabalhando com texto

Duas são as formas possíveis de inserir textos num trabalho com o Adobe
Illustrator. Ambas usam a ferramenta Tipo (acessível pela tecla “T”). Ao clicar e
imediatamente começar a escrever ou colar um texto pronto, é possível criar um
texto solto independente, que poderá ser alterado e deformado de modo livre;
por isso recomendamos usar esse recurso com parcimônia para não prejudicar
o tamanho e a proporção das tipografias. Ao clicar e arrastar ao longo de uma
pequena área antes de escrever ou colar um texto, gera-se uma caixa de texto
em parágrafo, que se comportará conforme as manipulações de formato da caixa
em que se encontra.
Caso não haja um texto para ser escrito ou colado, o Illustrator gerará um
texto-padrão – “Lorem ipsum dolor sit amet” –, que pode ser usado para fazer
testes tipográficos com as fontes do sistema ou fornecidas com o programa.
Dentro da ferramenta Tipo existem mais duas opções diferentes para trabalhar
com texto: enquanto a Tipo insere texto em parágrafo ou pedaços de texto
independentes, as ferramentas Tipo no Caminho e Tipo Vertical modificam a
orientação em que esse texto corre. Lembre-se que, para editar textos mais
longos, como um livro completo, o programa mais indicado é o Adobe InDesign.

Figura 6 – Ferramentas de edição tipográfica e demonstração da ferramenta Tipo


no Caminho no Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

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Como em outras ferramentas abordadas, muitas opções para configurar
e formatar textos no Illustrator podem ser escolhidas no painel de propriedades
do lado direito. Entre as opções possíveis, está a escolha de caractere, sendo
possível fazer alterações mais gerais nas tipografias. Aqui trocamos a fonte
tipográfica (o que dá “cara e voz” ao texto), seu peso e tamanho, espaçamentos
de letra diversos – tracking (espaçamento geral entre os caracteres de um bloco
de texto), kerning (espaço entre cada um dos pares de letra da fonte), entrelinha
(espaço entre cada uma das linhas de texto) – e orientação de parágrafo
(alinhado à esquerda, direita, centralizado etc.). Esses espaçamentos devem ser
proporcionais ao tamanho escolhido da fonte, e o valor-padrão atribuído pelo
programa é calculado com base nessas proporções, aumentando ou diminuindo
conforme o tamanho da fonte.
Nesse painel de propriedades também é possível usar as formatações
mais usadas de texto, como itálico e negrito. No entanto, o Illustrator trata as
tipografias de forma independente, de modo que temos que escolher a fonte
negrita a ser usada em vez de apertar a opção do negrito, como num software
de texto comum. Isso acontece porque fontes podem ter pesos e espessuras de
hastes muito variados, que vão além do negrito (bold, semibold, light, extralight
etc.), e dão ao designer um controle muito maior no que diz respeito à aparência
e composição do texto. O Illustrator respeita as tipografias e não as força
artificialmente para alterar suas formas.
Aqui é possível alterar o texto para caixa-alta ou baixa (maiúsculas e
minúsculas) e versalete (todo o texto em caixa-alta, mas formatado de modo que
as maiúsculas tenham altura próxima à das minúsculas). Da mesma forma, os
pesos e versaletes, para ficarem bonitos no papel e na tela, precisam ser
originalmente projetados com a fonte. Nesse caso, quando uma fonte não
abrange versaletes em seu projeto, o Illustrator simula esse tipo. Também
podemos configurar sobrescritos e subscritos, quando o texto aparece em
tamanho menor e, respectivamente, alinhado ao topo ou à linha de base da
fonte-padrão – recurso bastante usado na formatação de fórmulas matemáticas.
No mesmo menu Caractere, no pé da caixa, há três pontinhos que podem
ser clicados para liberar ainda mais opções de configuração de texto, sendo
possível, por exemplo, escolher em que idioma está o texto editado. Dessa
forma, o Illustrator saberá como lidar com hifenização automática e outras

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particularidades tipográficas de modo específico e apropriado. Tais opções
avançadas devem ser usadas com parcimônia e respeitar o projeto tipográfico
da fonte escolhida para o trabalho.
Um modo útil de editar textos para não perder informações de
configuração tipográfica no momento de levar seu arquivo para impressão é
converter o texto em curvas. Ainda que essa opção não seja recomendada para
textos longos – dada a quantidade de vetores que ela gera –, é importante saber
que pode ser aplicável em algumas situações, por exemplo, quando precisarmos
alterar a forma de uma fonte para criar um logotipo ou usar os vetores de uma
fonte dingbat (fontes com pictogramas no lugar de letras). Para usar essa função,
podemos usar o atalho “Ctrl/Command” + “Shift” + “O”, ou pelo menu Objeto >
Traçado > Converter em Curvas. Note que o texto deixa de ser texto quando isso
é aplicado, então recomendamos que você mantenha uma cópia de segurança
dele num “cantinho” do arquivo.

Figura 7 – Opções de ajuste de tipografia no painel de propriedades do Adobe


Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

O Illustrator disponibiliza um número diverso de fontes tipográficas em seu


serviço integrado ao Creative Cloud. Essas fontes podem ser baixadas
gratuitamente de acordo com a necessidade, e sua permissão de uso está
embutida na licença do software.

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TEMA 3 – VETORES, FORMAS E FERRAMENTAS DE DESENHO

Apesar de ter muitas aplicações e saídas, o desenho vetorial é a


especialidade do Illustrator. Muitos outros programas de desenho auxiliado por
computador usam essa lógica, como o Adobe Animate ou o After Effects. O
desenho vetorial usa as curvas de Bézier, que são manipuláveis por controles e
podem ser descritas matematicamente.
Por conta disso, os arquivos vetoriais costumam ser muito mais leves que
os bitmaps, que guardam informações únicas a respeito de cada pedaço da
imagem, aumentando seu tamanho. As curvas de Bézier têm esse nome por
causa de Pierre Bézier, matemático francês que publicou os primeiros trabalhos
sobre elas.

3.1 Curvas de Bézier e pathfinder

No Illustrator, essas curvas (também chamadas de demarcadores) têm


pontos de ancoragem e alças de controle, que determinam como elas se
comportam. Usando a seta branca (localizada na caixa de ferramentas do lado
esquerdo da interface), é possível selecionar cada um dos cantos das formas,
que são os nós ou pontos de ancoragem dos vetores.
Numa forma que tenha uma curva de Bézier, ao clicar em um desses nós
– que podem ser movidos ou até suprimidos –, alças para manipular os vetores
surgirão como opção na tela. Ao puxá-las com o mouse, a curvatura do vetor
será alterada de acordo com o movimento feito. Essas alças de controle podem
ser independentes ou se vincular a outras alças que se ligam ao mesmo nó, de
modo que, ao alterar um dos lados da curva com uma das alças, o outro também
sofrerá efeitos.
Outra ferramenta de uso comum na composição com formas no Illustrator
é o Pathfinder, ferramenta que mantém seu nome original inglês mesmo na
interface em português do Brasil, dada a dificuldade de traduzi-lo; seria algo
como “localizador de caminhos”. Ele está no painel de ferramentas do lado direito
da interface, junto com as ferramentas de alinhar e transformar, e suas opções
permitem fazer recortes entre formas vetoriais sobrepostas, os quais dependem
das interações entre as formas envolvidas: por exemplo, a forma da frente pode
recortar a debaixo ou ser recortada por ela, dependendo do modo escolhido.
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Figura 8 – Opções do Pathfinder no Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

3.2 Edição de vetores com a Caneta

Algumas formas vetoriais são padrões conhecidos entre as ferramentas


de desenho. Para criar formas mais livres, a ferramenta a ser utilizada é a
Caneta, acessível também pela tecla “P”. Para desenhar com ela, basta mover
o mouse pela prancheta e clicar para criar os pontos de ancoragem do vetor.
Para criar as curvas de Bézier, é preciso clicar para criar um primeiro ponto de
ancoragem e clicar novamente em outro local, mantendo o clique e arrastando o
mouse até que o vetor esteja na curvatura desejada. E, então, um último clique
termina a edição desse trecho da curva e continua o desenho.

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Figura 9 – Edição de curvas vetoriais de Bézier e suas alças de ajuste no Adobe
Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

Entre as demais opções da ferramenta Caneta na caixa de ferramentas,


existe o Ponto de Ancoragem. Junto com a já mencionada seta branca (Seleção
Direta), essas ferramentas dão ainda mais opções para a editar os nós vetoriais,
as curvas e alças de controle vinculadas a eles. Essas ferramentas também são
bastante úteis na edição das formas geométricas prontas do software.

3.3 Lápis, pincéis e outras ferramentas de desenho

A ferramenta Lápis é uma das formas de criar vetores no Illustrator. Ela


gera, como a Caneta, vetores em curvas de Bézier, mas permite que o traço seja
feito de forma mais livre. Para utilizá-la, basta selecioná-la na caixa de
ferramentas, do lado esquerdo da interface, clicar e arrastar para compor o traço
desejado. Algumas preferências da ferramenta Lápis podem ser ajustadas,
clicando duas vezes em seu pictograma na caixa de ferramentas. Opções de
ajuste da precisão e suavidade do traço estão disponíveis e podem ser úteis
caso você tenha (ou não) uma mesa digitalizadora à disposição.

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Figura 10 – Traços feitos com Lápis, Caneta e Pincel, ferramentas de desenho
do Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

A ferramenta Pincel é bastante semelhante à ferramenta Lápis e, como


esta, gera um traço desenhado por uma curva de Bézier. A diferença é que com
o Pincel é possível incorporar ao seu traço pacotes de pincéis que simulam os
usados na realidade, pelos artistas de carne e osso. A ferramenta Pincel Irregular
é outra que pode funcionar bem com as opções de pressão do traço de uma
mesa digitalizadora e, em vez de curvas de Bézier, seu traço se converte numa
forma sem contorno.

TEMA 4 – ORGANIZANDO O TRABALHO NO ILLUSTRATOR

Sendo um software originalmente pensado para a mídia impressa, nos


últimos anos o Illustrator se desenvolveu como software de múltiplos propósitos.
Ele trabalha com uma série de formatos, tipos de arquivos e saídas, que
permitem agilidade e flexibilidade de aplicações e usos.

4.1 Formatos e opções para salvar arquivos

Ao clicar no menu Arquivo e depois em Salvar Como, uma janela com


opções de salvamento se abre. O formato-padrão nativo do Illustrator é o
sinalizado pela extensão “.ai”; salvar arquivos nesse formato permite sua edição
posterior no programa sem perder todas as opções disponíveis, como o uso de
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camadas e linhas-guia. Ao clicar em Salvar usando essa opção, outra janela,
com opções específicas para esse formato nativo, se abrirá. Aqui é possível
salvar o arquivo em versões antigas, mas fique atento: essa opção serve apenas
se for necessária uma retrocompatibilidade com versões anteriores, o que pode
ocasionar algumas perdas se recursos usados no projeto não estiverem
disponíveis nas versões mais antigas.
Nessa tela também existem outras opções de compatibilidade e saída:
leitores de PDF, gerenciamento de cor para gráficas, compressão do tamanho,
agregamento de fontes e transparência.

Figura 11 – Tipos de arquivo para salvar no Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

A opção Salvar como Template (“.ait”), na mesma tela, guarda um arquivo


com todo o trabalho realizado anteriormente e, se aberto posteriormente, abre
como se fosse um arquivo novo pronto para receber novas edições. Essa opção
é útil quando em projetos seriados, com edições constantes, ou quando os
arquivos são compartilhados entre vários projetistas, de modo a evitar edições
indesejadas.
Outra opção que permite bastante flexibilidade de edição é o “.eps”: como
formato mais antigo, pode ser importado e exportado para outros programas sem
perder características vetoriais (tanto da Adobe quanto de outras
desenvolvedoras). O EPS é um formato bastante usado quando se trata de

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arquivos gerados em outros programas de edição vetorial, de modo a manter
compatibilidades. Ao escolher o EPS como formato de arquivo, uma janela de
opções se abrirá em seguida. Suas opções permitem pré-visualizações mais
ágeis em softwares mais antigos.
Outro formato de arquivo disponível é o conhecido “.pdf”. O arquivo PDF
gerado pelo Illustrator tem algumas características próprias: ele se torna um
arquivo do Illustrator embutido no PDF, ainda que esteja travado para edição em
outros programas. Ou seja, é um arquivo nativo do Illustrator, mas sutilmente
modificado para funcionar como PDF. Essa distinção é importante porque
edições feitas no PDF podem não ser recuperadas mais tarde. Ao escolher
“Salvar em PDF”, uma série de opções é apresentada numa nova janela, em que
é possível tratar a saída desse arquivo conforme seu propósito, seja impressão
(que exige maior qualidade gráfica) ou leitura em tela (que não precisa de muita
resolução). Aqui é possível assegurar (ou não) que o arquivo seja posteriormente
editável no Illustrator, incorporar miniaturas de página para leitores eletrônicos,
configurar otimização para exibir na web e opções para editar PDFs da Adobe
Acrobat.
A última opção que temos para salvar arquivos nessa tela é o formato
“.svg” (com e sem compactação), um formato de arquivo vetorial aberto, próprio
para exibir em navegadores e trocar arquivos na internet em geral. Como é
nativamente um vetor, agrega em si a característica de seu desenho ser
matematicamente descrito em vez de um mapa de bits, tornando o arquivo muito
mais leve. Mapas e logotipos usados na Wikipédia, por exemplo, em geral estão
no formato SVG. Como o SVG visa ser um padrão aberto e compatível –
inclusive abrindo nativamente em navegadores de internet –, alguns recursos
gerados no Illustrator podem não funcionar, mas para projetos mais simples,
principalmente em meio digital, ele pode ser interessante.
Uma dica importante presente nessa tela, disponível somente aos
formatos não nativos do programa (isto é, apenas para EPS, PDF e SVG), é a
de opção Usar Pranchetas, localizada na caixa de seleção embaixo da opção de
escolha de formato. Ela permite salvar cada uma das pranchetas de trabalho em
arquivos separados. Essa opção é útil quando se desenvolve, por exemplo, uma
identidade gráfica num único arquivo que origine materiais a veicular em mídias
diversas, tanto impressos quanto digitais.

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Figura 12 – Edição de pranchetas no Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

No entanto, caso você incorpore outro arquivo ao seu, ele precisa estar
visível e não ser movido da pasta em que você esteja trabalhando. De
preferência, coloque todos os arquivos do mesmo projeto no mesmo diretório e
seja consistente em sua organização. Esses arquivos não são realmente
incorporados ao arquivo de trabalho – são apenas “linkados”, ou seja,
referenciados pelo programa mas não agregados ao arquivo final – e, caso sejam
removidos ou trocados de lugar, o Illustrator não tem como localizá-los e
recuperá-los, portanto não aparecerão no arquivo e em suas futuras possíveis
saídas.

4.2 Guias, réguas e grades

As guias, réguas e grades (comumente chamadas de grids) são


essenciais para organizar o trabalho na prancheta do Illustrator. Esses recursos
permitem que o projetista siga os clássicos princípios do design gráfico,
funcionando de forma semelhante aos seus equivalentes do mundo real.
Guias são linhas que podem ser posicionadas na área de trabalho na
vertical e na horizontal, e auxiliam no alinhamento preciso dos elementos de
trabalho. É possível configurar várias opções, de modo que os objetos possam
aderir a essas linhas automaticamente, facilitando seu posicionamento na
página. Ao desenhar um objeto na prancheta e aproximá-lo de uma guia, rótulos

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auxiliares que exibem o posicionamento dele nos eixos X e Y aparecerão na
interface, bem como outros rótulos do tipo, marcando possíveis interseções entre
pontos e guias que podem interessar ao projetista.
Para usar as guias, é preciso habilitar as réguas (Ctrl/Command + R ou
menu Exibir > Réguas > Mostrar réguas). Elas são exibidas na lateral esquerda,
no topo da área de trabalho, e têm a opção de uso de várias unidades de medida
– pixels, sistema métrico (centímetros, milímetros), convenções de impressão
(paicas, polegadas) etc. É com elas que geramos as guias. Para isso, é
necessário clicar sobre uma das réguas e arrastá-la para a prancha. Uma linha
com a cor de destaque da camada atual cruzará a área de trabalho de um lado
ao outro.
Guias também podem ser criadas com base em objetos vetoriais. Isso
pode ser feito ao clicar numa forma com o botão direito do mouse e selecionar
Criar Guias no Menu Contextual. Esses objetos serão imediatamente
convertidos em guias e vão auxiliar o projetista a posicionar outras formas de
modo mais preciso e específico. Esse recurso é conveniente na composição de
grids para diagramar materiais impressos complexos, como jornais e revistas.

Figura 13 – Criando guias personalizadas com o menu contextual do Adobe


Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

Por vezes, o uso de guias e grids pode ficar complexo. Para isso, o
Illustrator tem algumas ferramentas para travá-las e ocultá-las, acessíveis com
um clique no menu Exibir, e depois em Guias. Ali você encontra as opções para

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esconder, mostrar, apagar, impedir sua edição e converter um objeto em guias
– mesma função disponível no menu contextual. Essas funções são úteis quando
buscamos uma visão do trabalho sem os auxílios projetuais que não serão
transpostos para a versão finalizada, além de evitar edições em elementos por
engano.
As guias inteligentes exibem ao usuário pequenos rótulos com
informações sobre objetos em proximidade com o ponteiro do mouse, como
interseções entre pontos ou linhas e alinhamentos entre elementos nos eixos X
e Y. É possível clicar e arrastar o vértice de alguma forma vetorial e aproximá-lo
de arestas e vértices de outros objetos dispostos na prancheta e, com o auxílio
desses rótulos, trabalhar com mais precisão. Onde o ponteiro do mouse estiver
ativo, essas informações aparecerão. Essas guias podem ser ativadas e
desativadas com o atalho Ctrl/Command + U.
Para exibir as grades, vá ao menu Exibir, e depois em Mostrar Grade. Elas
são uma referência visual proveitosa na composição de projetos gráficos que
exigem precisão milimétrica. Na caixa de propriedades, do lado direito da
interface, podemos configurar algumas opções de grades, pranchetas e réguas,
como unidades de medida (paicas, pixels, milímetros etc.) e alinhamentos dos
objetos ao grid. Na opção Guias e Grades, das preferências do Illustrator, é
possível alterar as grades propriamente ditas, como a largura dos módulos do
grid, o número de subdivisões do módulo, a cor-padrão das linhas-guia e até o
estilo do traçado delas.

4.3 Alinhar, distribuir e visualizar em wireframes

Apesar de ser uma ferramenta sem muitos mistérios, as opções de


alinhamento de elementos do Illustrator guardam truques interessantes. Esse
painel é encontrado na caixa de propriedades, do lado direito da interface, ou
pelo menu Janela, na opção Alinhar. Além de fazer alinhamentos na horizontal,
no centro e na vertical e distribuir objetos, um bom truque dessa ferramenta é o
alinhamento em relação a determinado objeto. Para isso, basta selecionar todos
os objetos que serão alinhados, clicar uma vez no objeto ao qual você quer que
todos os demais se alinhem, e então clicar na opção de alinhamento desejada.

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Figura 14 – Painel de alinhar e distribuir objetos na prancheta do Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

As opções para distribuir objetos citadas anteriormente estão disponíveis


no mesmo painel, logo abaixo. O que essa opção faz é ordenar equitativamente
uma série de elementos ao longo de determinado espaço. Combinado ao
alinhamento, também tem opções à esquerda, ao centro e à direita. É possível
distribuir objetos em relação ao seu espaçamento, tamanho ou um número fixo
determinado pelo projetista.
Próximo dessas ferramentas, existe a opção “Alinhar a…”, que afeta todas
as outras ferramentas de alinhamento e distribuição presentes no mesmo painel.
Aqui você pode alinhar objetos em relação a uma determinada seleção – opção-
padrão da ferramenta –, a um objeto-chave previamente escolhido ou à
prancheta de trabalho.

Figura 15 – Visão por Contornos no Adobe Illustrator

Fonte: Lima, 2020.

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Conforme o trabalho no Illustrator fica mais complexo, você pode precisar
de um auxílio para identificar rapidamente que tipos de elementos estão
dispostos em sua prancheta. Um recurso apropriado para isso é o Contornar,
que altera a forma de exibição do projeto, mostrando seus contornos sem
nenhum outro tipo de informação, como cores ou espessura do traço. Essa
visualização é acessível pelo menu Exibir > Contornar, ou pelo atalho
“Ctrl/Command” + “Y”. Elementos visualmente semelhantes, mas construídos
por métodos e ferramentas diferentes, revelarão sua natureza: por exemplo, um
texto é exibido em preto chapado nessa visão contornada; se ele for convertido
em curvas, esse preto chapado dará lugar às linhas de seu contorno, mostrando
que agora esse texto não é mais editável da forma convencional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste material abordamos as ferramentas essenciais para produzir


gráficos no Adobe Illustrator tendo em vista os mais diversos propósitos.
Conhecemos a interface do programa e suas áreas comuns, vimos como
trabalhar com formas de desenho vetorial e inserção e edição de textos. Também
aprendemos a lidar com os elementos da composição, organizando-os em
camadas e grupos de objetos, e abordamos as ferramentas mais críticas e
necessárias para criar gráficos vetoriais.
Padrão de mercado, o Illustrator estabelece alguns modos de trabalho
replicados em outros programas, de forma que aprender a trabalhar nele é útil
ao aprendizado de qualquer outra ferramenta de edição gráfica que utilize a
mesma lógica. Além disso, sua boa integração com outros produtos da suíte
Creative Cloud fornece um ambiente de trabalho coeso e rico em possibilidades.
Agora que você já tem informação mais que suficiente para lidar com esse
complexo programa, aproveite para expandir seus conhecimentos, criando e
explorando suas demais ferramentas para além do escopo abordado aqui,
desenvolvendo cada vez mais suas habilidades. Também recomendamos que
você dê uma olhada nas referências da próxima seção, pois reúnem material
tanto para usar o programa quanto para enriquecer suas habilidades como
designer.

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REFERÊNCIAS

ADOBE. Guia do Usuário do Illustrator. Adobe.com. [S.l.], [S.d.]. Disponível em:


<https://helpx.adobe.com/br/illustrator/user-guide.html>. Acesso em: 25 set.
2020.

_____. Tutoriais do Illustrator. Adobe.com. [S.l.], [S.d.]. Disponível em:


<https://helpx.adobe.com/br/illustrator/tutorials.html>. Acesso em: 25 set. 2020.

CREATIVE BLOQ STAFF. Adobe Illustrator tutorials: The best lessons to


sharpen your skills. Creative Bloq, [S.l.], 6 ago. 2020. Disponível em:
<https://www.creativebloq.com/digital-art/illustrator-tutorials-1232697>. Acesso
em: 25 set. 2020.

ENVATO. Design & Illustration Tutorials. Tutsplus Design. [S.l.], [S.d.].


Disponível em: <https://design.tutsplus.com/categories/adobe-illustrator>.
Acesso em: 25 set. 2020.

HODGE, S. 22 Tutoriais do Illustrator para criar ilustrações isométricas.


TUTSPLUS DESIGN. [S.l.], [S.d.]. Disponível em:
<https://design.tutsplus.com/pt/articles/22-illustrator-tutorials-for-creating-
isometric-illustrations--vector-5017>. Acesso em: 25 set. 2020.

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