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RAQUEL SCOFER

PSIQUIATRIA INFANTIL
OPERATIVA
volume1

PSICOLOGIA EVOLUTIVA

AKTES
MEDICAS
RAQUEL SOFER

PSIQUIATRIA INFANTIL
OPERATIVA
volume 1

PSICOLOGIA EVOLUTIVA

Tradução:
JoSE CLÁUDIO DE ALMEIDA ABREU
Professor da Faculdade de Letras da
S683p Soifer, Raquel Universidade Federal de Minas Gerais
V. 1
Psiquiatria infantil operativa. Trad. por José Cláudiu de
Almeda Abreu. Porto Alegre, Artes Médicas, 1985.
2v. . 23cm. Supervisão da traduço:
MARIA LIGIA MOUR DA MATTA MACHADO
Professora do Departamento de Psicologia da
cONTEÜD0. - v.1. Psicologia evolutiva. v.2. Psicopatologia Universidade Federal de Minas Gerais

Laboratório de Tradução do
1. Psiquiatria Infantil. 2. Psicologia Evolutiva. 3. Crianças Centro de Extensão da Faculdade de Letras
Psicologia. I. Abreu, José Cláudio de Almeida trad. I1t.
da Universidade Federal de Minas Gerais

C.D.D. 618.9289
28 EDIÇÃo
155.4

C.D.U. 616.89-053.2 Silvia Maria Bonassi


159.922-053.2 PSICOLOGA CRP.S6/26950
DOCENTE SIAPE 2511690-2
Psiquiatria Infantil 616.89-053.2
Psicologia Evolutiva: Crianças 159.922-053.2
159.922-053.2 ARTES
Crianças: Psicologia Evolutiva
MEDICAS PORTO ALEGRE/ 1987
(Bibliotecária responsável: Sonia H. Vieira CRB-10/526)
título
em espanhol sob o
publicada
originalmente Evolutiva
Obra Tomo 1: Psioologia
Piouietrie
Infantil Operative
Buenos Aires
Kargieman, 1982,
de Ediciones

Cape
Mario Rohnelt

Coordenacão editoriel:
Paulo Flávio Ledur
A
Arminda Aberastury,
criadora e mestra,
Compasiçao, diagramação e arte
cujo labor generoso e infatigável
AGE Assessoria Gráfica e Editorial Ltda.
tornou possível a ex tensão da psicanálise à
psiquiatria infantil hospitalar
na Argentina.
Impressso e acabamento:
Editora Gráfica Metrópole S.A.
Seja esta uma sentida homenagem a sua memória.

A meu neto, com todo o meu amor.

Reservados todos os direitos de publicação em língua portuguesa à


EDITORA ARTES
Rua General Vitorino, 277
MEDICAS SULLTDA.
Fones 25-2828 e 25-8143
Porto Alegre RS Brasil

IMPRESSONO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Sumáio

11
Introduçao

ESBOÇOS DA PSICOLOGIA EVOLUTIVA 13

de idade 15
1- Psicodinamismos entre o nascimento e
6 meses
O recém-nascido. Formação do psiquismo ''' 15
15
Freud
18
Melanie Kien .
* *

Formação do psiquismo-Freud.
Formação do psiquismo -

Melanie Klein
Freud Melanie Klein .
Correlação entre e . .

Observação de bebs
Melanie Klein . . . 22
22
Freud
23
Esther Bick . . '
Sintese dos conceitos de Esther Bick sobre os primeiros estágios psíquicos .
maturativa do nascimento aos 6 meses de idade 25
Evolução .

Psicodinamismos entre 6 meses e 1 ano deidade 29


Freud
Karl Abraham .
MelanieKlein . . 30
Correlação entre Freud, Abraham e M. Klein 31
32
Arminda Aberastury.
Donald Mel tzer: ansiedades de masturbação
Síntese da dinàmica psiquica entre 6 meses e 1 ano de idade . 33
34
Evolução maturativa de 7 meses a 1 ano de idade .

Atividade bioelétrica (eletroencefalograma). . .


1 ano e 1 ane e meio de idade
iendinamamr
ent Sintee da dindmics osquiea entre 6 8 anos dn iedta
Evolucio maturativa de 6 a 8 ano de idate
37
ander
A fingtaeh
Peicodinammox entre 8. 12 amos de lidacdu
smboloe
A fermacio de

brinodo
atividede lodica
Pre-puberdade
peicodinamiermos de 42
S n r e e doe
ptíquice entre 1 ano e
1 ano e meio de idade
A novela familiar do neurótico
(Fraud
S(ntee de dinamice Melanie K lein 7
de 1 a n o e 1 ano e meio
de idade 4
Evolucic maturetive Anna Freud
At tuncies menteis eaprendizagem egtinteriana 5 E.S Lustig de Ferrer
Ansiedades do menino 7
meio e 2 anos de idade
r i c d i n e m i m o s entre 1 ano e 8 A rebeldia do pré-púbere
A fase anal (Freud) 8 Sintese da dinàmica peiquica da prepuberdde
repressão 49 Evolução maturativa de 9 a 11 anos de idacte
A fese anal (M. Klein) 50
Psieodinamismos do deambulador 51 Psicodinamismos entre 12 13 anos de idade 103
A atividade muscular (Freud) 51
Puberdade 103
sadismo muscular (M. Klein) 51
Freud 103
O processo secundârio (Ph. Greenacre 1
M. Klein 103
O processos efetivos (Freud)
Marie Langer (menarca) 105
As excitacdes mecânicas (Freud) 52
Dinàmica psíquica do menino na puberdade 05
O trabalho intelectual (Freud)
Arminda Aberastury (oscquema corporal, 1C6
Sintese da dinämica psiquica entre 1 ano e meioe2 anos de idade 52 masturbação)
Evolução maturativa aos 12 anos 106
Evolução maturativa de 1 ano e meio a 2 anos de dade

10-Sintesetina 108
Psicodinamismos entr 2e 3 anos de idade 56
Passagem da relação narcisista de objeto à relação objetal
Sintese do desenvolvimento libidinoso entre o nascimento a 0s 13 anos 109
56
Transmutacão do erotismo anal em narcisismo 58
O desenvolvimento se xual do menino (Freud) 58
Bibliografia 110
O desenvolvimento sexual do menino (M. Klein). .. 59
O desenvolvimento exual da menina (Freud) 60
O desenvolvimento sexual da menina (M. Klein) 62
ACuriosidade sexualinfantil (Freud) 65
As teorias sexuais intantis (Freud) 66
Sintese da dinámica psiquica entre 2 e 3 anos de idade 67
Evolucão maturativa de 2 a3 anos de idade. 69

Psicodinamismos entre 3e5anos de idade 71

Freud 71
71
Ansiedade de castração 72
O recalcamento. 73
O complexo de Edipo 74
A tormação do Superego.
A histeria de angustia intantil 76
Sintese aa dinâmicB psiquica entre 3e 5 anos de idade . . 80
Evolução maturativa de 3 a 5 anos de idade. . 82

7-Paicodinamismos entre 6 e 8 anos de idade 85


O per iodo de laténcia (Freud) 85
O periodo de laténcia (M, Kein) 88
Introdução

Este livro é destinado àqueles que trabalham no campo da saúde mental infan
til. O objetivo é oferecer-lhes um guia para a rápida compreensão dos processos psi
copatológicos que determinam a consulta psiquiátrica, psicológica, psicopedagógica
ou sócio-assistencial, tanto particular como hospitalar.
Seus quatro capítulos psicologia evolutiva, nosologia, semiologia e psicopa
tologia, terapêuticas procuram esboçar um método para o estudo do fun-
técnicas -

cionamento mental e suas alterações, e tentam descrever as várias formas de psicote


rapia.
As idéias que aqui se expõem surgiram ao longo de uma vasta prática, tanto
pessoal como institucional, e permitiram o aperfeiçoamento de algumas técnicas
operacionais que provaram ser úteis no curso dos anos.
O esquema referencial fundamenta-se nos estudos freudianos, especialmente
dedicados ao tema, a saber: a teoria sexual, a análise da fobia, o postulado sobre o
narcisism0 e, basicamente, a tese sobre formação e desenvolvimento da mente. Re
corre também ao pensamento de Melanie Klein e a suas teorias sobre o complexo de
Edipo precoce, a inveja ea identificação projetiva.
Outros autores que enriqueceram esse esquema foram: Donald Meltzer, em
sua descrição dos aspectos infantis da personalidade; Esther Bick e sua contribuição
teoria do
através da observação de lactentes; Enrique Pichón Riviere, com a
vinculo
triádico e seus esboços operacionais que inspiraram a concepção deste livro; José
Bleger, com seu enunciado de simbiose; Edgardo Rolla e seus escritos sobre psico-
núcleo central, contribuição de Arminda
se e pensamento; e, finalmente, como a

Aberastury sobre entrevista diagnóstica com a criança e a organização genital


com a sua calorosa didática
precoce. Diego García Reinoso, por sua parte, ofereceu,
pessoal, as bases para o trabalho institucional com crianças.

11
Não obstante, evitou-se a forma de tratado - o de Leo Kanner e o de J. de

Ajuriaguerra são suficientemente exaustivo0s, posto que a intenção era antes de


tudo prática. Por outro lado, os desenvolvimentos próprios da autora, que se men.

cionam no texto, foram detalhados com artigos já publicados.


Desejo mencionar, de maneira especial, a amistosa colaboração recebida em
ocasiões diversas por parte dos colegas das seguintes instituições: Hospital de Crian-
cas, I Cátedra de Pediatria do Prof. Florencio Escardó, Chefe Dr. García Reinoso;
Escola Particular de Psiquiatria Social do Dr. Pichon Riviere, Serviço de Toxicologia
do Hospital de Crianças, Chefe Dr. Parral; Serviço de Psicologia da Sala de Pediatria
do Hospital Fernández;: Coord. Sic. Leonor Rabinovich; Serv. de Psicologia de Ad
lescentes de 0.S.E.; Colégio de Psicólogos de Tucumán; Serviço de Psicologia Infan
to-Juvenil do Hospital Rawson, Coord. Sic. Estela de la Friente; id. do Hospital
Penna, Coords. Dra. Fanny Kretschmer e Sic. Celina Miller; id. do Centro de Saúde
Mental de Bécear, Diretor Dr. Enrique Rosnati, Chefe Dra. Gloria Marconato;
id ESDOÇOS DA PSICOLOGIA EVOLUTIVA
do Hospital Tobar Garcia; id. do Hospital Gandulfo de Lomas de Zamora, Chefe
Dr. Juan Carlos Arnesto; id. do Hospital Israelita, Dr. Mario Handlarz. Expresso
também meu reconhecimento do mesmo modo ao Instituto Nacional de Psiquiatria
Infantil da Venezuela, Diretora Sic. Nina Fabiani; à Clínica de Orientação Familiar
do Ministério do Bem-Estar Social da Colômbia, Diretora Dra. Luzmila
Grajales, e
à Associação de Psiquiatras Infantis de Porto Alegre, pela enriquecedora experiência
Quando estudamos um paciente adulto, adolescente ou
que pude obter através de seu intermédio. criança, com um en
Destaco particularmente as contribuições dos seminários do Instituto de foque psicanal ítico dinâmico, recorremos necessariamente à psicologia evolutiva, já
Psi
canálise da Associação Psicanalítica Argentina, tanto no que tange aos que a noção de pluricausalidade de um sintoma nos obriga a
professores averiguar os diversos
como aos alunos. pontos de fixação em suas respectivas idades.

Agradeço também aos pacientes, crianças e adolescentes, cuja favorável evo Impõe-se, portanto, uma revisão desta disciplina para uma eficaz operativida
de clínica. Neste
capítulo procuraremos expor os fatores maturativos e psicodinami-
lução despertou estas investigações, e aos pais que os acompanharam com a
ensão e constância necessárias.
compre cos correspondentes a cada
idade, a partir do nascimento até os 12 anos (puberda
de). Por conseguinte, transcreveremos resumos de diferentes autores, em
especial
Arnold Gesell (49) e lrene Lézine e Odette Brunet
(66) para os elementos de matu-
ração; e sínteses de Freud, M. Klein e seus seguidores, e A. Aberastury e sua
escola
para os psicodinâmicos. Completaremos o referente aos primeiros estados mentais
com noções atuais sobre observação de bebês acargo de psicanalistas.
Levamos em conta também a excelente exposição evolutiva de Ajuriaguerra.

12
13
1

Psicodinamismos entre o
nascimento e 6 meses de idade

recém nascido. Formação do psiquismo


FREUD

A resenha que segue foi extraida da 1 parte do Projeto de uma Psicoioqia


para Neurólogos (18)e do capitulo VIl da
Interpretacão dos
Sonhos (191
Eles assinalam que, com base no principro da inercia, todo estimulo

geno ou endogeno tende a ser descarregado A forma


primitiva de descarga é o

arco reflexo, que utiliza a via motora, ou seja, a musculatura esqueiética, o estimu
lo culmina, pois, em movimento. Mas o movimento produz imagens que por sua
vez despertam sensacões, ou seja, transformam se ern qualidade e excitam a cons
ciència Lembremo nos de que Freud chama de qualidacde as sensacões
Quando o estimulo continua, como no caso da fome no lactente, não se pro
duz a necessária redução da tensão (mudança interna ou mental), é mister, portan
to, uma alter ação no mundo externo que ofereça a alimentação ou a atencão re
queridas. Esta alteracão chama se acão especifica Nas primeiras semanas de vida.
a acão especitica só pode realizar-se com a ajuda de outra pessoa- a mãe que
ao proporcionar o alirmento cessa a tensão, dando lugar a uma sensação especiftica
na mente da criança: a experiência de satistação
A descarga motora, com sua sequela de imagense a experiéncia de satistação.
introduz modificações no mundo interno (ou mental) e vai formando o psiquismo,

graças às impressões mnèmicas. Mas, além disso, a de scarga motora se converte se

cundariamente em comunicação: "a desproteção inicial do ser humano é a fonte de


todos os motivos morais." (18) A experiència de satisfação forma a impressäo
desejado e da alucinac
objeto A alucinação não
do desejo, do bico do memória da
m
reflexo, e somentea experiência uma visão lateral em que não aparece o seio, veremos que na
pelo arco
de satisfação
scarregada
alucinaç o opera por meio da identidad criança existe experiência, acontecida de forma casual durante o ato da sucção,
a
tensão. A
consegu

de tensão.
de
,

de um movimento particular da cabeça, a imagem frontal se


transforma em
reduz
esse
estado

do objeto
desejado do percebido como idêntie
percebido idêntico ao real
como

queerecep que com


movimento da cabeça
cão
alucinação
da repetição
da de satisfacão
experiência
se pro- imagem lateral. A imagem lateral conduz então à evocação do
mediante
conseqüência mnêmica a experimentação indica que
se pode levar a cabo o movimento oposto,
imagem e
uma
objeto produtor
c o m o

duz dolorosa surge


Na experi ncia
A tensão desprazerosa
induz a
fugir de tal o qual se obtém a visão frontal". Este movimento é a base da ação especifica.
hostil.. é
vivida
como

mecanismo de recalca percepcã Para Freud, então, a divisão entre objeto e predicado (atributos do objeto)
dedor põe em
f u n c i o n a m e n t o
o
Consisterna bus muito prematura e vai-se realizando mediante a experiência motora; tudo isto cons
com que
se
0 objeto hostil, e para isso s
substituam
assim:
ca de imagens
que titui o processo de formação do juízo de realidade que poder íamos diagramar
biológica (da alimentação).

alucinação do objeto desejado rgem,


O estado
de desejo e a
de fugir do objeto hostil, portanto, co
ou
seja, são Juízo de Realidade recalcamento diferenciação objeto-predicado
equência da
necessidade

ou, em o u t r o s ermos, deven


termos, devem-se à rodutos do
em negativa pensamento busca da identidade de percepção ação
mpressão mnêmica) do objetorecordá
recalcamento
mecanismo de
lo. Neste caso, a catexis (energia ligada a uma deseja- especifica> experiência de satisfação.

da percepção do
objeto hostil.
a
do supera
emos, então, o seguinte diagrama sobre a formação do psiquismo no A identidade de percepção forma-se entre duas imagens internas.
recém
um processo que Freud descreve a partir do modelo
nascido, segundo Freud: O conhecimento é
filho. A esse respeito diz: (18)"0 ser humano aprende a conhecer somente através
mae-
Tensão descarga motora (choro e esperneio)- ajuda externa (ação esnet: da relação com um semelhante." "O interesse que se desperta na criança por conhe-
ca) - experiência de satisfação impressao mnemica- mundo interno:obje cer sua me está no fato de que ela é simultaneamente seu primeiro objeto de satis-
to hostil recalcamento - objeto desejado-estado de desejo - ntidade fação, seu primeiro objeto hostil e sua única fonte de ajuda. Os complexos percep
de percepção. tivos que procedem deste ser humano serão novos e incomparáveis, como, por
exemplo, o são seus traços faciais. Outras percepções, como o movimento das
Todos estes processos vão formando o ego; o armazenamento (ou impressaão mãos maternas, coincidirão com a lembrança de impressões similares de seu próprio
mnémica), a aprendizagem de acão específica (comunicação), o recalcamento eo corpo." "A dissecção do complexo perceptivo é descrita como a forma de conhece
estado de desejo. Os dois útimos constituem mecanismos de defesa. lo; intercala um juizoe chega a seu fim quando logra este objetivo."
O ego se define assim como "uma organizaçao (em Psi) cuja presença interfere - Em outros termos, conhecer implica dissociar o objeto, que é a estrutura

nas passagens de quantidade", ou seja, é uma organização do sistema mental que constante, em objeto e predicados/ Os predicados, ou seja, as caracter ísticas do ob-
Freud chama Psi, destinada a interferir na transmissão das quantidades energéticas jeto, são apreendidos pela memória, que os categoriza segundo sua semelhança com
a atividade corporal do sujeito. E bom acrescentar que o conhecimento se sustenta
derivadas dos estímulos. Esta definição logo dá passagem à conhecida "o ego é, an na memória e na própria motricidade: para que a criança possa conhecer uma
tes de tudo, um ego corporal", que se baseia no conceito de experiência motora bio
de corporal da mão deve recordar sua própria atividade que vê reproduzida na mãe.
atitu
lógica, impressão mnêmica e defesa.
Por exemplo, conhece as mãos da me por comparação com as suas.
O juizo é um processo de Psi que se produz a partir da inibição (recalcamen
A partir daí, traça a diferença entre o pensamento cognitivo ou juízo,
to) e da diferença entre a catexis desiderativa de uma lembrança e a catexis percep
segundo sua denominaç o,
Freud o qual utiliza catexis corporais, e o pensamento reprodu
tiva idêntica à lembrança. Esta disparidade entre ambas instancias impulsiona a at
tivo,
vidade do pensamento, que finaliza ao lograr-se a coincidência entre o desejo e a que emprega catexis psíquicas próprias. Strachey, numa síntese sobre este
te
perceppão. Neste sentido podem ocorrer várias possibilidades: 1) A catexisdesidera
ma
de Freud, recopila
ansiar, desejar, esperar.
as seguintes funções do pensamento reprodutivo: recordar
tva e a percepção do objeto correspondem-se entre si, com isso surgindo a indica
ção de realidade, descarga terá, portanto, êxito. 2) A catexis desiderativa con
e a As qualidades deste tipo de
teorizaçãoe a crítica.
pensamento são: a praticidade, a observação, a

corda só parcialmentecom a percepção (que


provém de um sistema complexo). A Voltando
experiência biológica mostra que a
descarga é inútil se não existir identidade entre
agora àformação inicial
dois processos: o primário e o secundário.
do psiquismo, Freud atesta a existência de

ambas, Produz-se, entäo, a discriminação entre a - , objeto e b - sua atividade ou O processo primário busca descarregar excitação, mediante
atributos, ou seja, o predicado. 3) Se,
por exemplo, "no lactente a imagem mica to da identidade de percepção.
a o
estabelecimen
Oesejada for a do peito, numa visão n
frontal que inclui o bico do seio, e a percepgao
16 17
produtoras de alucinaçóes, geram desprazer, com
qual
As catexis do desejo, desse leva adulto e suas raízes na infância"(64), "Sobre a evolução do funcionamento
a mobilização de defesas
será maior, A atenuação
processo ao
abele men
cimento do processo secundário e do curso do pensamento (19 cap. VI). O sa tal"(63), "Notas sobre alguns mecanismos esquizóides"(60) e "Inveja e grati
mento é um caminho sinuoso que vai
da lembrança satisfatória -ou seia6 uma dão"(62).
finalidade a uma catexis identica
a lembrança, através der um
essa Para esta autora a formação do psiquismo inicia-se a partir das ansiedades per-
idéia com uma
secutórias produzidas pelo nascimento e pela adaptação à vida pós-natal, que
estágio intermediário
de experiëncias motoras. processo secundário procura a pro
vém tanto de fontes externas como internas. A criança possui uma noção
identidade do pensamento. O
ato de pensar iga os caminhos entre as
idéias, sem
ciente da existência de sua mãe. (Corroboramos esta afirmação com o observado
incons
intensidades destas. Conseqüentemente, o processo secundário é ma
guiar-se pelas por nós, nos recém-nascidos, em salas de parto, ou seja, a maneira como voltam os
atenuacão do processo primário, lograda pela intervenção do ego.
dizer que o processo primário leva à alu olhos parao rosto da mãe, uma vez que estão nos seus braços). A experiência de ser
Aguisa de simplificação, poderíamos secundário cuidado, atendido e alimentado pela mãe vai formando a relação objetal com ela
sonhos, enquanto que o
como nos
se apóia na experiência mo-
cinação, que, no início, apresenta caracteristicas parciais. Os impulsos orais, tanto libidino-
tora e induz à ação especifica. Al m disso, o pensamento está associado a lembran-
tornar-se conscientes.
sOs como destrutivos, drigem-se particularmente ao peito materno. A alteração
ças verbais que conseguem do equilibrio entre libido e agressão dá lugar à avidez que, juntamente com a
O outro marco do postulado freudiano centra-se na topografia conhecida: a voracidade, são as emoções típicas da fase oral. Ambas tem suas raízes na inveja
divisão entre consciente, pré-consciente e inconsciente. desseobjeto poderoso que
Define a consciência como o órgão sensorial destinado à percepção de quali éo
peito materno. A inveja a primeira manifesta
ção do instinto de morte. A agressividade inata aumenta com as circunstáncias
dades psiquicas lqualidades são as sensações, ou seja, os afetos); carece de memória. externas desfavoráveis é
e mitigada pelo amor e compreensão dispensados à crian
O pré-consciente é a agência que no estado de vigília dirige os nossos pensa ça.
mentos e acões. No repouso, é a tela entre a consciencia e o inconsciente rejeitado. A concepção kleiniana do inato destaca a importancia dos impulsos destruti
Nele as idéias se unem às verbalizações. vos e da interação entre a criança e sua familia, sem por isso desmerecer os fatores
Existem duas classes de inconscientes: o das idéias inadmissiveis à consciência externos.
e que nunca tiveram acesso a ela e o das idéias que chegaram ao pré-consciente e à existe desde o nascimento e que sua principal função é o
consciencia, sendo secundariamente reprimidas. Considera que o consciente é a ver
Sustenta que o ego
domínio da ansiedade. Para tal utiliza primeiro os processos de
projeção e, em se
dadeira realidade psiquica. guida, os de introjeção. Posteriormente emprega os mecanismos esquizóides, cuja
Cabe destacar que as observações de Freud sobre condutas no lactente são finalidade é dividir os impulsose os objetos, com que se fragmenta a
mecanismos, utilizados
ansiedade; es
uma prova a mais do rigor cientifico com que construiu suas contribuições metapsi tes grau intenso, produzem estados confusos.
num
Conside
cológicas. Todos os que seguiram seu caminho nesse campo da práxis puderam con- ra, a esse respeito, que os estados confusos
posteriores têm seu ponto de fixação
firmar amplamente seus postulados. nesta época do desenvolvimento.
Deste modo, vai-se construindo o mundo interno,
Por outro lado, a aplicação dos conceitos acima enunciados à clinica infanti regido pelas fantasias in
permite-nos entender a busca do objeto de satisfação (objeto desejado), a imperliosa conscientes "que representam conteúdos particulares dos impulsos ou sentimentos
necessidade de atividade motora, como base do conhecimento e sua resultante, a que dominam a mente neste momento."(9)
atividade lúdica. Define a projeção
como a capacidade de atribuir aos
objetos externos senti
mentos de natureza variada, predominantemente amor e ódio. A introjeção, que
Do mesmo modo,
choro e a esperneio do lactente, entendidos como comu
o
ocorre simultaneamente, é uma série de
nicação, levam-nos a situar as birras esse sintoma tão freqüente na processos pelos quais "o mundo externo,
gunda infancia no início da vida,
primeird e seu impacto, as situações vividas e os
objetos não são só sentidos como externos,
quando servem de expressão para descarga da e como também são internalizados no "self" e se convertem em parte da vida
timulação desagradável, ao mesmo tempo que para a necessidade de compreensão inter
na. O lactente projeta, a princípio, o instinto de morte e retroinjeta a
por parte do objeto externo. Por conseguinte, se as birras são o equivalente do gratificação
ro e do
obtida no peito. Começa assim a dissociação entre seio bom e mau.
esperneio constituem, além de uma de ajuda aos pai
descarga, um pedido A ansiedade surge por
atuação do instinto de morte dentro do organismo. E
educadores ou ao terapeuta no
tratamento. sentida como temor aoaniquilamento (morte) e toma a forma de medo da perse
guição. A resposta egóica é romper-se em pedaços, o que se relaciona com os pro
MELANIE KLEIN cessos esquizofrênicos. O medo do impulso
desintegrador parece ligar-se de imedia
Esta sintese do pensamento
kleiniano foi baseada nos seguintes artigo "A
to a objeto, sentido
um incontrolável avassalador. O trauma de nascimento
como
origina a ansiedade persecutória e de separação.
e

gumas conclusões
teóricas sobre a vida emocional da criança""(58), "NosO
18 19
e alternam nele uma tendên
em boa dose, de coesão
O ego prematuro carece, A incorporação do
desintegração (romper-se). percepcão e a experiência de satisfação tudo isso conduz à organizacão do ego, ao
à integração e outra que busca a
cia
do montante de ansiedade perseguidora.
O ego se de auto-erotismo e ao estabelecimento dos processos primário e secundário.
bom ao "self" depende
objeto com as caracter ísticas ma
em torno dele e a identificação
senvolve principalmente
posteriores. Simultaneamente à
ternas boas converte-se na
base das identificações
processos de
identificação projetiva,
identificação por introjeção
produzem-se os FORMAÇÃo DO PSIQUISMO
externo e o converte
ego se apodera, por projeção, do objeto
graças aos quais o

extensão sua, ou seja, em seu representante.


numa
conseqüëncia do conflito
muito prematuramente, como MELANIE KLEIN
O superego se forma
vidae de morte, e como
entre instinto de Trauma de nascimento e adaptação à vida pós-natal
dentro do ego, resultante da polaridade
bons e maus. Suas qualidades
dissociada do ego e dos objetos introjetados,
parte sua ação abarca a limita-
ao mesmo tempo; Ansiedade paranóide lobjeto avassalador desintegrador)
são, por isso, protetoras e ameaçadoras
do objeto bom e a autocrítica, assim como
ção dos impulsos destrutivos, a proteção
também as ameaças, as queixas inibitóriase
a perseguição. Ansiedade depressiva (perda do ventre materno)
nos primeiros 3 ou 4 meses
de vida, o psiquismo se organiza
Estabelece que,
na qual a relação do Mecanismos de projeção e introjeção (simultâneos e concomitantes)
dentro da modalidade que se chama posição esquizo-paranóide,
mundo de objetos ideais e
corpo materno forma
um
objeto parcial com o peito e o

neste período, a ansiedade paranóide; os mecanismos de Formação do objeto bom interno


perseguidores. Predomina,
onipotência, a negação, a mania e a retração
ao
defesa são: a divisão esquizóide, a

junto a projeção e a introjeção. Introjeção do bico do seio e do peito


objeto bom interno, com
meses com a posição
Relaciona as anorexias precoces e as fobias dos primeiros
esquizo-paranóide.
Identificação do objeto interno

Identificação projetiva
FORMAÇ DO PSIQUISMO
Mecanismos esquizóides: dissociação bom-mau; Retração narcisista; fuga do
objeto interno bom; Idealização mania negação - Posição

FREUD esquizo-paranóide
ArcoreflexoDescarga motora
Impulso para a integraçãoimpulso para a desintegração
Repressão Fuga do objeto hostil
Instinto de vida instinto de morte
Memória Busca de identidade de percepção fexperiência de satisfação) Fusão e defusão instintiva

Ação especifica O trauma do nascimento provoca ansiedade paranóide ante um objeto avassa-

Organização do ego
lador desintegrador e ansiedade depressiva pela perda do ventre materno. Os
meca
nismos de projeção e introjeção são a defesa contra estas ansiedades; levam à forma
ção do objeto bom interno por introjeção do bico do seio e do seio e à identificação
Auto-erotismo com este; a identificação projetiva facilita os mecanismos esquizóides de dissociação
bom-mau, a retração narcisista mediante a fuga do objeto interno bom, a idealiza-
Processo Primário Processo Secundário (Pensamento) ção, a mania, a negação. Os processos acima descritos configuram a posição esquizo-
paranóide. Surge assim o impulso para a integração, que coexiste com o de desinte
Portanto, o arco reflexo pós-natal desemboca numa descarga motora. A insu. gração, como expresso do instinto de vida e de morte, respectivamente, e de fusão
ficiencia desta situação leva a instalar o mecanismo de repressão dos estímulos e a e defusão instintiva.
fuga do objeto hostil, enquanto que a memória busca estabelecer a identidade da Poderíamos integrar os dois esquemas, tomando seus pontos em comum:

20
21
F REUD E MELANIE EIN
cORREI AcAOENTRE
meeneie f trs o pael da o m e r i a na lwrnbranea da a espor1äneria fo a t i e f e i
t
formando desde
o princ ipio o r n e i a l não d a genoo da oeitae ae a vim
faty tw agtar rsia
tata
eoo vaia enauta eem ur objeto Ermhera g convidtore neeão *rtorr itiea omey ma

ostar i n e u i e f a ir
ntunetormO o rgfaro 3 faty fe n ey
etividade
motorB no mecanismos de
de projec io a efar ter* sbjet a
heer ne
torma enme objeto a mermbr arna uco*a (da frega o
evterne porn
oem
introjecão objw to *ha
boe Pioefurmos evtonefnr o coneoito o asinalar u e alermbranea dy objeto
oxtorno libitinoo Claro u e
objete intor ne diforaneiato do objeto
internali7ado como objeto interno ulada a um
d
obhiete
externo peitoe bom 1a dehueñes que eabamos de owpor tão xclusivamente nosas o basesetas a

gorra ' r r
objeto esterno nterno Outro ponto importunte da
no exterior o objeto hostil ferene iaeio entre
tendêncie é projetar da orótica btucal esta
A dana neste aspeeto que, primariamente, a satisfac ão rona

através do auto-orotisno, s duas Finalidacdes se


qeda à necesudaede de alimento e.
fupa do objeto hostil
e a busca do objeto idealizarto Destaca tambérm inducão onho o orgasrmo cono
conseequeneia da
Produr se e separ am a

ativiedacde auto erotica


Auto-erotismo Retraçao narcisista Esther iek (13) continuando os esboços kleinianos sobre observacio de ac

Tmetodoioqia (que lhe permititu organicar uma s#r1a Mper1en


tentes. aperfeiçoou uma

semanal que um observacor não


BUsce do objeto interno idealizado projetado no corpo ca cientiiea Consiste na visita
armilia em que nasceu um bebé E ssas observacQes
participante faz
são cuidadosamente reg1stradas
posteriormente e conceituadas por uma equipe de investigadores
OBSERVAÇÃO DE BEB£S Por este carminho, chegou à formulação dos seguintes conceitos sobre o
ps
quismo precoce (14) o bebe, quando não ostá no colo imediatanente após o nas
cimento, experimenta uma ansodade especifica, que d a wvencia de car car ou
J destacamos algumas meticulosas observaçcoes que F reud realizou em lacten
derramar se como se fosse um líquido. Acreditamos que o terrmo "tailing que elaa
tes Indiscutveimente a observacção direta constitui o instrumento mais adequado
emprega está prôximo do "falling into pieces" (romper se em pedacos) que M. Kiein
para nvest egar a formação do psiquismo
descreve como vivencia desse período Esta ansiedade se man1festa por sacudidas
Neste secão apresentaremos uma aproximação ao tema da observação psican
tremores, muco, etc. Isso se deve a urn modeio de peito em que este contém somen
itca de betbs Antes de mas nada, mencionaremos o excelente trabalho de Susan
te líquido. O antro materno perdido confiquraria uma vivénCia de pele continente
Isaacs (53) que fixou as bases conceituais para esta tarefa.
Ao nascer. o bebe carece de integração e só a conseque qracas ao cuidado materno
M
Kiein, por sua vez, deu o exemplo com seu
artigo
"Observações
: sobre a O cuidado é sentido como a pele que o ustéme Trata-se de envoive. umasensacäo
conduta dt lactentes" (59), onde estabelece sua modalidade de observação e a sua derivada da identificação projetiva com o peito pela quai a vvencia é estar dentro
concettuacão Es agur uma mostra
do peito O bico do seio na boca, introjeção posterior projecão do mesmo, junto
a e
Ume menina de 12 semanas acordou chorando e sua me não a ouviu durante com a coordenacão, vão formando a integração egóica Antes de consegur-la, não se
bom
tempo Quando por fim a levantou, o bebé chorava aos gritos e não havia jeito
r acaimá-to A máe Ihe deu o
peito, que inicialmernte aceitou com gana, mas
pode produzir a dissociação em bome mau. Nas primeiras semanas, quando
amãe
touo imedatamente. Voltou a
ree
chorar, recusando-se a mamar: pôs os dedos na DOc
retira o peito da boca da criança ou tiraihe as roupas ou o banha
berço, reativa se a sensação de queda. O contato com o pesto
ou coloca no
tatil, visual e orai
o

as
chupou A måe tentou tirá-ios, mas como a menina
iao
chorou ainda mais forte, el3
insistiu Pouco depois o bebé se tranqüilizou e pegou o peito. M. Klein explca
sa
sequencia assim o peito se tornara mau, pela SINTESE DOS CONCEITOS DE ESTHER BICK
ausência, e a menina procurou Tu
dtit,
ediante aretração narcsista e o prazer auto-erótico. A sucção dos oED SOBRE OS PRIMEIROS ESTÁGIOS PSIQUICOS
uthe
E O COm o
restateieoe a boa relação com o objeto interno e a posterior ieco
exierno Ou
seja, a
retração narcisista se realizou com base na fuga
Dyeto imerno
bom, que iogo foi novamente projetado sobre o Estado do ego não integração =

peito
pOto t Gontinuando o nosso temaa dinâmica psíquicareanos Fantasia peito liquido
S d e vida- é
interessante assinalar prine Ansiedade esperramar-se, desintegrar ie
Exposta em "Trés ensaios
as obser vações de Freud sobre d A relação com a mãe vai produzindo a integraça
sobre uma teor ia sexual'" (20), que cui
22
23
Processo de integração

pele que sustem e envolve.


e.
é uma
A fantasia
identificação projetiva Neste mesmo sentido e com iguais caracter ísticas de busca de u m objeto bom
Mecanismo = do seio a que agarrar-se, uma semana mais tarde, ou seja, com trés sermanas de vida, viram
=
estar dentro
Fantasia banhá-
na estender as pernas e apoiar os pés no fundo da bacia onde iam
rijamente
Em
Bick vai det la. Na mesma ocasião, enquanto despiam-na, chorava e agarrava a s u a orelha.
discussão dos
dados
observados,
Ars Bick vai
Mrs.
detectando, na
conduta da afastou-se do peito um momento, para defecar. Copn-
Na psiquicos reveladores do Dre seguida, quando mamava, por
mecanismos
de ceituaram estas atitudes como a possibilidade de dissociar o objeto: o perseguidor
é
crianca,
os
diferentes

exemplo,
numa
observaçao
comentada p o r ela
1A ntegração
de vida projetado no peito, n u m contexto em que a em issão de fezes foi sentida como ter
mental. Por olha
ga, olha
suga, primeiro
primeirob
semanas), o bebe, enquanto o
o peito e
log rorífica, enquanto que, dentro de uma seqüência de dor, ansiedade paranóide e sen-
seja, trés que o bebé
(ou

rosto da
me. Mrs. Bick destaca começa a
estabelecer reste a sação de perda, se produz a retração do objeto bom interno.
do o nexo
victa no entre rosto e seio e os vincula entre si, como pertencentes ao mesmo mo
oh.
Aos 3 meses de idade, o pai acaricia a face da menina e esta, que olhava para
jeto, o que seria um passo na futura integração dos objetos parciais num obio outro lado, permanece nessa posição, sem voltar-se para ele. Analisou-se esta seqüén-
n total. No mesmo caso, aos dois meses e meio, a menina olha para a ob Obje
cia como uma modalidade edípica em que o pai era visto como um perseguidor que
sorri e em seguida olha para a mãe, com quem brinca. Mrs. Bick a despojava da me. Logo depois, enquanto mamava, a menina se afastou do peito,
indica o começo da possibilidade de relacionar-se com do con olhou fixo para o pai e, em seguida, defecou. Ou seja, só neste momento estava em
clui que isso tos,
começo da passagem
da relaçao de objeto parcial para a relacãoc condições de projetar no pai um objeto bom que Ihe permitia deixar o peito, por
ou Seja, o
este ter-se convertido em mau. Provavelmente, além disso, a evacuação foi sentida
total
Esta metodologia foi adotada em nosso pais por várias equipes de investina como um ataque ao objeto que a privava da mãe.
cão. Todas elas sentiram-se muito entusiasmadas pelas possibilidades que oferece Como dissemos no início, transcrevemos estes fragmentos de trabalhos, frutos
para a compreensão das primeiras etapas psiquicas e do vinculo imponderável tre da investigação do psiquismo do lactente, com o fim de ilustrar as grandes possibili
a crianca e a mãe e também com o pai. Neste sentido apresentou-se, no XXvII Con dades que oferece a observação sistemática de bebes.
gresso Internacional de Psicanálise (75), um trabalho em que se coloca a interacão
entre a fantesia inconsciente que os progenitores têm sobre como será a
crianca,
suas reais pautas de conduta em relaçãoa ela, assim como as atitudes da

que devem ajustar-se a esse modo para que possam sobreviver.


crianca, Evolução maturativa do nascimento aos 6 meses de idade
Além disso, uma equipe integrada pela autora, com a colaboração da Profa.
Raquel Kielmanowicz, o Dr. Edgardo Rolla e a Dra. Rosal inda Gusberti,
apresentou Faremos aqui, como nos capítulos sucessivos, uma síntese das tabelas de
as seguintes conclusões
(71) sobre a observação de um bebê: ne Lézine e Odette Brunet (66), completada com as de Arnold Gesell
Ire
Nas três primeiras semanas, considera-se (49), sobre os
que a rapidez com que a criança en progressos graduais da criança ao longo deste per iodo. Acrescentaremos também as
contra o peito e sua atitude em
manter o olhar fixo nos olhos maternos nossas observações.
condução impartida dos devem-se
órgãos da visão por parte do rinencéfalo, por exemplo, o
olfato; portanto, o bebê reconhece sua
me através do olfato.
Do ponto de vista
primitiva de
psicodinâmico, ambas as condutas constituiriam uma torimnd 19 MES
comunicação com a mãe, sustentada pelo mecanismo de identificaçao
projetiva maciça, dentro de Levanta a cabeça quando está sentado ou reclinado
uma modalidade de
Sente-se Como se relação objetal narcisista:a crian sobre o ventre.
estivesse dentro da mãe e, como Deitado de bruços, flexiona as
otGOOS por este
como uma mesma
conseqüência, a mae e o D be Reage ao som da campainha.
pernas e faz movimentos de reptação.
coisa. A regressão materna, que Ihe
nanecer imóvel, com o olhar fixo na criança, permi Acompanha momentaneamente o anel, das costas à posição
do narcisismo primário (31). corresponderia á descriça Aperta com força o dedo que se Ihe põe na me.
mediana.
AOS 14 dias de
vida, Emite pequenos sons guturais.
a
criança se agarra fortemente à roupa da mo nos

OS Em
que é mal sustentada. Deduz-se mat sação Pára de chorar quando nos
aproximamos ou Ihe falamos.
de terror e que que o gesto denota uma
intei
constitui uma atitude Antecipa uma reaço de sucço na hora de
amamentação.
do objeto bom interno. defensiva em que a roupa recebeu ojeção

mos de projeção e Tudo isto indicaria


ria que já a operar os mecanis
dissociação. começaram O que aparecer em grifo.

25
lactentes, indica
nos que todas estas
na observacão de Vocaliza quando se fala com ele
A nossa experiéncia, com maior fir
e vão se organizando
desde o
nascimento
D4 gargalhadas
a se manifestam
condutas destacamos, de acordo como
além disso, Vira a cabeça para olhar a pes0a que o chama
mera no curso
do primeiro més Mas se, por impulso
anteriores, a capacidde de ngarrar
transcrito nas páginas
exemplo
de pánico
proprio, nas situacões se in tegra perfeitamente
do primeiro més de vida 16 SEMANAS (4 MESES)
maturativa
Esta seqiéncia nosso ver, confirmam os postu-
c o m os dagramas
psicodinámicos da páo 76, que, a
tema
Fica sentado com um ligeiro encosto
lados psicanaliticos sobre
o
Mantém a cabeça firme
Balanca a cabeça de um lado para o outro.
4 SEMANAS e 20 MÉSs Segura, estende a mão para o objeto que se Ihe oferece, apanha o se cai
Descobre-se com movimentos de pé, segura a perna ou o joelho.
mantém se em tensão quando o levantam Rie vocaliza enquanto brinca, brinca com as mãos, abre os dedos
O o r p o tem mais tònus,
A degluticão está mais organizada Sorri no espelho; está mais ligado ao ambiente
temperatura Dorme 12 horas por noite e 3 ou 4 periodos de dia.
Regula melhor a
vista, observa objetos.
Adquiru controle ocular acompanha
com a
Evacuacão: 1 ou 2 por dia.
algum tempo o chocalho
Segura por
Toma uma mamada a menos

Consegue ficar desperto duas horas seguidas


20 SEMANAS (5 MESES)
examinador aproxima seu rosto.
Reage com um gesto quando um

Vira a cabeca sobre o ombro Pega os objetos que estão perto


Consegue ficar longo tempo sentado, com ajuda.
Emite vários vocábulos.
fala com ele. Segura os pés.
Move-se ou vira a cabeça quando se
Distingue rostos familiares de estranhos.
Sorri para os rostos familiares
Acrescentamos, de nossas observações, que nesta idade (5 meses) já segura o

dedo gordo do pé, assim como as nádegas.


8 SEMANAS (2 MESES)

Já se produziu a convergëncia dos olhos: fixa bem o olhar 24 SEMANAS (6 MESES)


Mantém a cabeca bem direita quando está sentado.
Deitado de brucos, apóia se nos antebracos Mantém-se sentado por algum momento, sem ajuda.
Segura firmemente o chocalho: sacode-o com um movimento brusco involun Pega um objeto em cada mão.
tario Estende a mão ao espelho e acaricia a sua imagem.
Vira cabeca para acompanhar um objeto que desaparece lentamente.
a
Levanta a xícara de boca para baixo, utilizando a asa.
Crava as unhas nos iencóis; puxa-os para si. Passa os brinquedos de uma mão para outra.
Vocaliza muitas silabas bem definidas.
Tagarela: emite vocalizações prolongadas.
peito).
Animase diante de alimentos (mamadeira ou Leva os pés å boca.
papinha com a colher.
Brinca com suas m os, examina-as. Consegue comer uma espessa

vocalização em resposta à mae que Ihe fala se produz


u m pouco
Emnossa experiéncia, a
12 SEMANAS (3 MESES mais cedo, com 9 semanas; isto coincide, nesta idade, com outros
dados que permitem supora
também que aos 3 meses. ao
iniciação do processo de integração do objeto total. Constatamos
e estica as pernas. Isto mos
Cobre o rosto como lençol (brinca de esconder). tirar-lhe a roupa, o bebé dá um balanço pélvico, enquanto encolhe
do prazer na zona a n o
tra, a nosso ver, u m começo de atividade motora destinada à obtencão

Otservamas que o sorriso aparece an tes das quatro semanas. genital.

27
26
Segundo nossas observações a ingestão de papinha é possível somente a partir
do 69 mês, tol como assinala Gesel, porque, do ponto de vista neurológico, meca
o

nismo de mastigação se organiza entre os 5 meses e meio e os 6. Conseqüentemente,


aprática atual de alguns pediatras alimentoà
de dar este
crianga, a partir do terceiro
2
més, é antinatural, forçada e traumáticapara psiquismo. A colherinha, diferente
o
mente do peito ou mamadeira, é um elemento intermitente que angustia o bebë to-
da vez que se esvazia. Devem-se somar a isso as dificuldades para deglutir um ali-
mento que não consegue mastigar. Em nossa observação já comentada (71) está dra
maticamente ilustrada a angústia do bebê nessa hora. Possuímos, além disso, uma re-
levante casuística de espasmofilia em lactentes que se submeteram prematuramen te
à ingestão sólida.

Psicodinamismos entre
6 meses e 1 ano de idade

FREUD

Situa na primeira infância uma primeira fase de atividade masturbatória (20).


o fim da sexualidade infantil tende a substituir o estímulo da zona erógena por
um agente externo que faça desaparecer a sensação de tensão e ardência e a substi-
tui pela vivência de satisfação. Esta estimulação externa consiste em algum tipo de
manipulação análoga ao chupar e ao lamber. Produz-se, em conseqüéncia, um des
locamento periférico da primeira zona erógena oral.
Expõe também a diferença entre libido objetal e libido narcisista; a primeira
tem por finalidade a busca de objetos, enquanto que a segunda tende a retirar-se pa-
ra o ego. Sustenta que, durante o período de auto-erotismo, o objeto sexual - o

seio materno - é abandonado como objeto externo, porquanto a criança já conse-


gue fazer uma idéia total da pessoa a quem ela pertence. A relação original com a
mãe se reestrutura tão logo passe o período de latência.

Freud refere-se também ao medo dos estranhos


perda da pessoa amada que se experimenta no escuro.
e o atribui ao sentimento de

ABRAHAM

No "Breve estudo do desenvolvimento da libido à luz dos transtornos men-


tais" (10) belece a existência de seis etapas evolutivas, segundo o movimento da
libido em relação ao fim e aoobjeto sexual. Considera esta divisão como puramente
provisória e que, de forma alguma, exclui a possibilidade da existência de etapas in

29
28
Os as-
termediária. A primeira etapa, oral primária de importantes para a
integração.
sucção, é governada pelo
mo e tem características sem objetoe pré-ambivalentes. auto-erotis Na da criança produzem-se
mente
passos
c o m o tão separados.
Isto
me não são mais sentidos
amados e odiados da de
A segunda etapa, pectos dos s e n t i m e n t o s
correspondente à idade que estamos estudando, ou seja, dos conseqüência, u m a acentuação
do medo da perda e
6 meses em diante, é a etapa oral secundária
ou canibal ística,
regida pelo narcisismo
traz, c o m o
agressivos danifiquem o objeto
de a m o r . Sur
temor de os impulsos
que
em que o objeto é
incorporado de maneira total. O ato de morder representa a culpa, pelo com a realidade psíquica
ao maior c o n t a t o
ma mais
original
de manifestação dos impulsos
for ge assim
a tendência à reparação, devida
de projeção em que
sádicos, os dentes são os primeiros capacidade de sintese (60).
Diminuem os p r o c e s s o s
instrumentos com os quais se pode danificar o mundo exterior. O menino e à crescente
introjeção do objeto
se reforça a
incorpora se expulsa um objeto parcial vivido c o m o fezes e de
o objeto e, ao
fazë-lo, o destrói. O impulso de morder é intensíssimo nessa de defesa. Mas, diante de cada
frustração, cada a c e s s o
as tendéncias alimentares fase
libidinosas também cooperam muito. Daí começa
bom como mecanismo
esfumar-se, c o m
e bons e mais pode
o
con ódio, diferenciação estabelecida entre objetos
a
flito de ambivalência,
de amor e ódio e de temor a danificar o sentimentos de
objeto de amor, assim ansiedade depressiva inclui o s
conseqüente vivência de perda. A im-
como também necessidade de preservá-lo. Os músculos mais poderosos do
a
de separação, que é sua resultante defensiva,
corpo, pena, angústia e culpa. O processo
nessa fase, são os masséteres os mastigadores- e os dentes e no devido tempo o s pe
adequadamente
os
órgãos que possuem a dureza suficiente para veicular a agressão. Não obstante, a ati-
constituem únicos plicaos seguintes problemas: c o m o juntar
abandonar o s maus;
selecionar os aspectos bons e
daços do objeto destru ído, como
tude é predominantemente hostil para com o objeto. Produz-se, além lugar dar
disso, a passa como fazer reviver o objeto uma vez recomposto. Esta problemática pode
gem do narcisismo para a relação objetal, com o começo dos processos de identifica- perfeição. Ao mesmo tempo se entabula a luta contrao ódio
e os
à experiência de
ção. A inibição da pulsão canibal ística traduz-se numa intensa ansiedade. impulsos sádicos provenientes do id.
São intensas também as ansiedades relacionadas à introjeção, originadas no

Outro perigo
MELANIE KLEIN
temor de destruir os objetos bons externos, durante
tasiado é que, uma vez introjetados, os objetos bons sejam atacados pelos maus den-
a mastigação. fan
tro do ego. Vai-se reforçando assim a relação com a mãe como pessoa, ou seja, co
Descreve a instalação precoce do complexo de Edipo, a partir da suspeita de mo objeto total, e a identificação com ela adquire maior força. Do mesmo modo
que o pai priva a criança do amor e da dedicação materna. Portanto, a origem do nesse período produz-se a introjeção do pai como objeto total.
conflito edípico reside nas frustrações orais (Psicanálise de Crianças, cap. VI(54)). Quando os mecanismos de reparação não bastam para controlar a angústia, o
Estas tendências contribuem ao mesmo tempo para a formação do superego precoce defesa
que transcorre na etapa oral sádica; este processo é determinado pelas tendências ge
ego
controle
apela como
triunfo sobre
e
aos mecanismos maníacos,
objeto. Outra defesa é
com sua tríade de onipotência
o a regressão à posição esquizo-pa
nitais e pré-genitais e constitui uma dissociação do ego. Centra-se na fantasia de que ranóide (57).
a mãe incorporou o pénis do pai, dando lugar assim à fantasia inconsciente
ha combinada. A atividade masturbatória desta época desperta intensas fantasias
de pare
hostis contra essa imagem, ao mesmo tempo que essas fantasias originam fortes sen- cORRELAÇÃO ENTRE FREUD, ABRAHAM E M. KLEIN
timentos de culpa. Estes sentimentos de culpa determ
Produz-se, ainda,
inam profundas ansiedades.
uma dissociação do objeto materno em mãe-seio e m e-genital.

precoce se caracteriza pela severidade que, por sua vez, depende etapa oral canibalística (oral sádica)
Osuperego
da natureza destrutiva dos originaram. Forma-se a partir dos
impulsos que os atividade masturbatória
objetos introjetados na etapa oral sádica e graças à fusão dos instintos
de vida e de incremento do sadismo
morte. Apesar de sua crueldade, derivada do sadismo, toma sempre
a defesa do ego sentimento de perda da pessoa amada
primeiros estágios, constitui a força da vivencia de destruição do
contra o instinto destrutivo e, já desde os objeto a ser
incorporado
necessidade de preservar
qual provêm as inibições instintivas. objeto
o
encontra-se muito começa a
etapa de amor
Nesta fase, o sadismo, derivado da atividade mastigatória, objetal
incrementado. As fantasias sádicas inconscientes centram-se nos ataques
ao ventre ambivalência e conflito
materno que é visto cheio de pênis, crianças e
fezes. Estes ataques são sentidos co- identificação
mo a destruição desses objetos por mordedura, rasgão ruptura em pedaços.
e
M. Klein situa
processos que se iniciam no segundo
trimes também, a
evolução psicossexual feminina e partir
Chama de posição depressiva os de 6 meses, o
começo da diferenciação na
do primeiro de idade (40 mes em diante), a partir da introjeção do objeto fase a vagina e deseja masculina. Segundo ela, a
tre ano
menina descobre nessa
total.
incorporar oralmente o pênis do pai, tal como fantasia que o

30
31
evM Pntiana fase paseivo.
a fase assivo-fe
w Aa
meir e
a menina como A autora destaca o papel do pai que surge neste momento cono imagern in
terna importante, como substituto da mãe na elaboração da posição depressiva
Ansrenfates do dee
AN #NR eu ?nYevhte a sma como fonte de identificação genital.
Aehe Difere de M. Klein quanto ao mecanismo de incorporação do pénis. para ela, a
menina deseja recebë-lo pela vagina, enquanto que no menino a fantasia correspon-
dente é anal
Considera que, dadas as intensas ansiedades que surgern em relação à energón
cia dos dentes, a fase genital prévia é o ponto de fixação das fobias.
psiquica
d i N N e eNYNelihernte å situapão
ee e awiN
DONALD MELTZER:ANSIEDADES DE MASTURBAÇÃO (67)

Diferencia dois tipos de masturbação: a primeira, de tipo penetrante, por os


ANm d dDjeR), meNiante unma nova fregarou coçar, que tem relação com a identificação projetiva maciça. As fantasias
N Na N A são ataque invejoso e ciumento aos bebes fantasiados no ventre materno. Pode ser
genital ou anal. Seu motor é o sadismo e origina intensas sensações de terror que
mobilizam defesas maníacas.

w e i N) 8SNNe EN0onde e dos segundo tipo de masturbação obedece à excitação edípica; a modalidade
m N e dmdekd «da eeeNva do dente no neste caso éo toque e a carícia; implica uma combinação de genitalização com im
ves aaeN ) potencia orgástica. A fantasia gira em torno de uma parelha parental polimorfa,

e e n i n «iN N t r ANsS de e\yresso para com caracteristicas


de coito continuo (ao que parece, igual à descrição de Arminda
Aberastury). A masturbação pode ser genital, ou então da pelee de todo o corpo.
DIstitui outra das A ansiedade surge pelo temor de ter danificado o próprio corpo e de ser descoberto.
kA*vdiiomikm A a n e ewtabilkiade seNENl
Ocastigo temido é a afanise (conceito de Jones) ou perda da capacidade de prazer,

como, por exemplo, no caso da irritação uretral. Este temor representa uma forma
primitiva de ansiedade de castração.

SINTESE DA DIN PSÍQUICA ENTRE 6 MESES E 1 ANO DE IDADE


Rne AN Keih ae wtn aarimarie dral,ede P, Heimann, que
osiea ae dvs de fae dOnital prëvia, lo
e e nlima Deslocamento da erogeinização oral para o resto do corpo

Atividade masturbatória: exploratória e de prazer


e m e n e N s angstis que a mas Voyeurismo exibicionismo

Ansiedades produzidas pela masturbação


de esvaziamento
emins m interese elo onhacimento, atormacão de castracão (alfanise)
ini Us ë linem àativiine kdiaea oaasora do engati
- de morte dos objetos internos
a n menind a a dt dsiar Napar um odjeto, inicia

Orgenização da posição depressiva


Formacão do superego precoce
Ansiedades pela denticão, locomoção e linguagem
ansiedade de perda

33
mecanismo reparatório
organização do Reage diante de certas palavras familiares.
ansiedades diante
da introjeção: Sacode a mão dando adeus, viva, etc.
- temor de destruir o objeto
maus
este seja atacado pelos objetos
medo de que
instalaçãoda situação fóbica 9 meses (36 semanas)
no menino) e suas funções
na menina, pênis
Descoberta dos genitais (vagina
Põe-se de pé sozinho.
(coito) seio pëênis)
pai (passagem do
ao

Confiança na relação com o Repete um som escutado.


no coito
Necessidade de objetivar a imagem parental Compreende uma proibição.
Começa a formação de símbolos
atividade lúdica como
tal
Começa a
Intenso impulso locomotor 10 meses (40 semanas)
braços e pernas
motilidade voluntária nos
Organização da
Pega nos genitais.
Gira sobre o corpo.
Sabe manejar o indicador, explora buracos ou cavidades.
IDADE
MATURATIVA DE 7 MESES A 1 ANO DE Consegue puxar um cordão, põe duas coisas juntas
EVOLUÇÃO
Imita os sons e os gestos que Ihe ensinam.
Aceita o cercadinho.
7 meses (28 semanas) Começa a demonstrar posição.
As vezes acorda de noite, sem sono.
Estando de costas, vira e se põe de bruços. Dá a entender que está com sono, chupando o polegar, etc.
os objetos no chão, de esconder-se;
entretém-se brincando só.
Brinca de jogar Começa a organizar os movimentos laterais de mastigação.
Diverte-se batendo objetos, um no outro.
os Já come sentado na cadeira.
Leva os objetos à boca. Brinca com os brinquedos: aperta, bate, põe na boca, joga longe, etc.
Começa a usar o polegar.
Senta-se com firmeza.
necessidade de manipular; seu interesse centra-se nos movimentos Atividade bioelétrica feletroencefalograma)
Tem grande
damão.
Toca ou pega tudo o que está a seu alcance. M. Minkowsy, citado por Ajuriaguerra (11), descreve 3 fases
Já consegue mastigar. 1 - Do recém-nascido ou cortical inicial; das 6 ou 8 primeiras semanas. Ca-
Pronuncia silabas. cacteriza-se por uma mielinização ativa da substância branca, que se estende sucessi-
Ve a expressão facial dos que o rodeiam. vamente aos campos intermediários.
Continua no peito ou mamadeira uma vez por dia.
Morde a ponta do seio ou bico; afasta-se, olha-oeo retoma. Em nossa experiéncia, a aceitação do cercadinho acontece aos 8 meses ou an tes, quando co
Consegue beber na xícara. meçam os movimen tos do engatinhar e quando já estó confiante na capacidade de permanecer
sentado.
Desfruta do banho.
interessante
E notarque Gesell, Brunet e Lézine não se referem à
cionam o enga tinhar e os movimentos que o precedem, a reptação.
dentição. Nem mesmo men-

de reptação aparecem
8 meses (32 semanas Emchegandoexperidncia
nossa
clinica, movimentos
os aos 7 de forma niti
meses

da,Estes engatinhar, termo médio, por volta dos 9


ao meses.
autores tambem não se referem a uma forma especial de masturbação: tocar a vagina ou
oescroto pénis com calcanhar, que observamos partir dos 8 meses cujo antecedente d
e
Assusta-se com estranhos o o a e o
do Estes
Mantém-se de pé, faz movimentos para andar balanço e
rotação pelve. movimentos começam, como registramos, 2 com meio
meses e
de idade. Ambas as condutas precedem a exploração manual dos genitais e se alternam com ela.
Fala papai ou mamãe.

34 35
ou oortico-subcorticoespinal,
com predomínio subcortical;

3
Do lactente
período dos movimentos de trepidação coreifor.
da 8 semana a 1 ano de idade. E o
de orientação, locomoção e
me, atetósicos ou
espasmódicos, dos reflexos posturais,
aos campos terminais.
defesa. A mielinizacão se estende
- F a s e de transição: a partir de
aproximadamente.
13 meses
A córtex ce
predominarsobre os fatores subcorticais. Com o 2° ano de vida
rebral começa a

época oórtico-subcorticoespinal
com predom inio cortical, que durará até
comeca a
a velhice.

Psicodinamismos entre
1 ano e 1 ano e meio de idade

Todos os autores coincidem em apontar este período como o começo da sepa-


racão ativa da mãe. Wallon e M. Mahler destacaram-no de forma especial, dentro de
suas respectivas concepções sobre a simbiose
materno-infantil
Em conformidade com o nosso propósito de estudar, passo a passo, o desen-
volvimento físico e mental, tomaremos os aspectos psicodinamicos correspondentes
a cada uma das aquisições que vão-se organizando nesta idade: o andar, a linguagem
eo jogo.

O ANDAR

Seguiremos neste item a A. Aberastury (2), que conceitua esta atividade do


seguinte modo:
A bipedestação e o andar são também conseqüencias do desmame, porque
surgem de uma imperiosa necessidade de se separar da mãe para não destrula com
os dentes. Servem também para reencontrá-la.
Até este momento a matéria fecal e a urina eram sentidas como um todo, jun-
tamente com os cueiros, como uma envoltura. Com a posição ereta, vivenciam-se
como algo que se despreende e se perde. Isto incrementa a ansiedade de separação.
Por outro lado, o andar facilita a relação do menino com o pai, e o põe em
contato com os objetos e pessoas que o rodeiam.
Phyllis Greenacre (51) outorga uma importância especial às aquisiçöes deste
período, considerando-o fundamental para o processo de individuação. A esse res
peito, mostra que o andar, ao permitir maior contato com o ambiente e, por isso,
facilitar a estimulação que se exerce sobre a criança, contribui para a instalação do

30 37
tenmpo que marca onmes p e
proceseo secundArio, eomo #tividnde mntal, ao meemo o ndein
atardarmentio dia ligmger id oatgery, * net ec itan

he irm
do pensamento abetratn vramentioe menrnn
teme
A T pmem deuwmes m e e n t a r , npundo nose experibncia, a idenun
e/ts firetoe mmeaitese, hearsne di manine
Gioersriarmen c f tarar,
1
ererarto afinsirteta mpma graparene
tlntortw
e om mie o or ooncerne capacidade de andar Esta identificncho, coma enre me palrura
interas arsindades depreetivns, paranóides e confisionak ringunedo com a palgura prvete amsa utllorek a n g r e m
r me oripina is
O

Ser å mir nnce sipnificar perdé la, ou sofrer sun vingança (pela rivalidade), ou
é q1e ande o menino ou a mbe
fic e de inimipo E alem de tudo, quem
oonfio ueito-obveto) A FOAMAÇÃO DE SMBOLOSs
Conwm xobre ano, levar em conte os dedos quen obeervacio do deambule
d iciniente ocasiona inicie satisfeito a marcha, em peral para o pai ou outra pDey Esta outra funcäo do ego que alcanca u m gui x e r p i n do orgarits t

e caho ce u t pasros, nára, visielmente conturbado Vira a cabeca, olha a


ante o sequndo ano de vida, parslelamente à euiticio da linrpaam do oep
mãe. olhe m mas perrs, otha o pai e depoit cotinua andando precisa estar seuro são conseegidncias darguela
de oU e esté fora dele, e de que ele e ela söo dois seres distin tos E também Seu estudo foi aprofundado por Melanie Kiein (56), un o i o om jones
58)plien
ce oue ningem o ataca e de que seu pai e sua mãe continuam protegendeo Terenczi, para em seguida tr acar seus próprios coneitos Hanra S
Por outro lado, o forte impulso iocomo tor que aparnoe com o andar indica,
o ase u a
contribuicão foi inecorporata à escola kleiniana.

wepundo nonsa opiniäo, um deslocamento de atividade erdtica oral aos misculos Faremos aqui uma sintese dos dois trabalhos Pars Mel anie iein, form
Sepuimos aoui as ideias de Freud robre a atividade muscular (20) e consideramos de simbolos a tublimacäo säo simuftaneas iniciam na stoa uito-9ranéida
do incremento da ansiedade rataliativa, derivata du
tividat
oue este des/ocamento é anterior ao estabelecimento da rona erógena anal" como consequéncia
sadica na fantasia Nesse período, comeca funcionar o proceso de uDr o
destruir - panis. v g a
de identificacão, entre o s órgãos que a criança deseja
ras
com outros objetos
do mundo extarno E necessário dizar que on ojetos
A LINGUAGEM
nconsciente. Portarto.
a0s pénis, vaginas e seios, etc. da fartasia
equiparados com o sadismo
temofilia aparece junto
D. w.
Winnicott (11) sustenta que a palavra surpe no mundo intermediário
O resultado destas equiparacöes sio n quacbes simbolicn denominri
da atividade lüdica (sintese de Ajuriaguerra) Formarm-
simboios primitivos
enpregada por Hanna Segal (68) que
constituerm
Spitz (12) mostra que com o aparecimento do "não" como verbalização in-
meio da identificação projetiva do pensamento onipotarte, s t r v s da proje
tencional e com sentido comunicativo, que ocorre pouco depois de 1 ano de idade, por
do ego no objeto, da qual reulta que cartos npectos do objto i
oesquema motor congénito produtor da rotacão lateral da cabeca fica a serviço dos cão de partes
conseqúentementa de uma relacio
d
sentidos como pertencentes ao go. Trata se
conceitos abstratos. Isto indicaria o aparecimento da faculdade de juizo e da toma- sím
objeto se confunde com o ego, näo existindo difer enca
erntre o
da de consciéncia de si próprio (síntese de dois, em que o
Ajuriaguerra) bolo e simbolizado. A equação simbolica utilizada para negar do
o ausència do o b a

.de Ajuriaguerra (11) relaciona esta colocacão com a aquisição da "reversibi-


lidade" da teoria de Piaget. Mostra que o "não" é anterior ao "sim'" e ao jeto ideal ou para controlar um objeto perseguidor. Essas equaçdes
origem
ego. O em conseqentemen
comparações, convertendo-e
prego do pronome da terceira pess0a, que comeca por volta dos 18 meses, indica o siedade e, por isso, propiciam novas

inicio da base do pelos objetos que a c e r c a m


interesse da criança
separaçáo consciente com o meio. Tudo isto revelaria, na sua opinião, que te na
dita. Inucae com
existe uma certa correlação O passo seguinte é a formaçao de símbolos propriamente
entre o oonjunto de gestos e expressões corporais e a
o objeto. o que produz a
posterior aquisição da linguagem. posição depressiva por causa da necessidade de preservar
Para A. Aberastury (2), a palavra, dentro do contexto das ansiedades consequente inibição dos instintos que sao desiocados para ubstitutos.
depressi- formação de símbolos aparece como uma stividade do
vas correspondentes à
emergéncia dentária e o desmame, implica a reparação do ob Como conseqüencia, a

ansiedades que emergem de uua relaçio com


jeto ambivalentemente amado e odiado, atacado e preservado. A reparação é levada este tenta manobrar as
ego, pela qual
a cabo através da reconstrução do saber: medo dos objetos maus e o temor de perder os bons. E, então.
objeto pela palavra. Este objeto é lançado ao os objet0s, a o
constitui um trabaiho criativo que mplica a
dor e a
mundo exterior à guisa de recreação, o qual, conseqüència de uma perda e
secundariamente, adquire significado a
ato da umbolizz
de comunicação. Além disso, vincula luto. Este processo permite diferenciar o símbolo do objeto. No
o ensino forçado do controle esfinteriano com
relação de très entre o ego, o objeto e o simbolo. O
conteido
ção estabelece-se uma
v a r e transtorman
do símbolo, a modalidade seguida em sua formação e utilização
Este tema está desenvoivido na pág 51 modificações que se produzem no ego e nas relações objetas Os simb
do, c o m as

38
de restaurar, recriar o
torn.
como u m
meio nar no
mundo interno um desejo particular, o dese
determinada por
los são criados
no realidade leva a percebé-los co halho, mostra que
a atividade ludica é
O sentido de
possuir o objeto original. todo ao objeto orioin de ser grande, o menino grande e "erm seus jogos imita aqui
sempre brinca de ser
vamente a equivalentes no in
jamais
produção do ego e, portanto, é a diferença entre o símbol aIe sabe da vida dos acdultos." Termina dizendo que o menino näo tem motivos
uma
caracter ístico
neste proceso bolo e
que o simbolica, O ego pode ent ocultar seu desejo de ser adulto.
bom acrescentar

diferença não
existe na equação então para
ilustrar aqui a jus teza da relação - e da diferença - que Freud e5
esta colocando-os a servicoda Desejamos
o simbolizado; projeção, a Su
utilizar os simbolos
livremente,
mediante a
1abeleceu entre jog0 e lantasia criacdora, com dois caso1 clínicos de adul tos tratados
estados de
blimação. símbolos constitui,
em definitivo, umaativiidade 'sUm deles, um jovem de 24 anos de idado,
consultounos com

O processo de formação de
exterior, o sujeito coma. itia que freiaram seu
trabalho de
novelista.
No tanscurso da andlise lembrou
qual se junta e se integra
o interior
com o
ob com demorada
e sentida emoçao seus jogos solitários com soldadinhos na idade
de
por meio da mais recentes começou a escrever novamente, lograndoa consagração dese-
laténcia. Pouco depois
as
e as experiéncias
mais antigas com
jeto modo uma bailarina solicitou terapia por um "track" (fobia a subir
iada. Do mesmo
n0 palco. Depois
de um sonho em que recriava o brinquedo com bonecas, conse
otividade profissional. Em ambos os casos o conflito inconsciente
O BRINQUE DO aui retomnar sua

criativa lembrança da atividade lúdica in-


havia inibido conjuntamente unção
a e a

da
K. Gros, citado por J. Ajuriaguerra (11), descreve
o jogo como um exercício fantil. A elaboração das correspondentes ansiedades permitiuo aparecimento
preparatório que anuncia as atividades futuras do adulto,
uma espécie de exercita lembrança e o resgate da capacidade artística.
particular, dos instintos. em "Mais Além do Princípio do Prazer" (37), Freud destaca
das funções mentais e, em Posteriormente,
cão prévia do pra
Ajuriaguerra (11), estabelece a seguinte classi. psiICOdin micas do jogo : a) baseia-se no principio
Piaget, segundo resumo de J. de as seguintes peculiaridades
do passivo em ativo graças ao qual o menino obtén a
ficação dos jogos. zer; b) logra a transtormaçao
a) de exercitação, destinados à obtenção do prazer, constituem uma conduta de domínio de suas experièncias traumáticas; c) satisfaz a compulsão e a
vivência
ele consegue pelo prazer derivado da pró-
lúdica, sem estrutura particular; começam com poucos meses de idade e chegam ao repetição pela aprendizagem que com se e

seu apogeu entre 1 e 2 anos. pria repetição.


b) do "faz de conta": unem o simbolo e a ficção como elementos estruturais: estas conclusões de sua observação do jogo de uma criança de un
Freud tirou
representam com gestos uma série de realidades que não estão presentes no campo atirava um carretel amarrado com um fioe tornava a pu-
ano e meio de idade, que
perceptivo. Surgem a partir do 29 anoe continuam até 6 anos; pressupõem a repre- xá-lo. Explicou este jogo
como uma elaboração da ansiedade de separação o car
sentação da imagem mental. a me, que primeiro era jogada fora e depois recuperada.
retel representava
vez de falare des-
c) os jogos com regras, próprias da laténcia e da puberdade, são uma imitação Melanie Klein defende que o menino em seus jogos atua em
das dos adultos; tém uma tradição transmitida geralmente e constituem verdadeiras as fantasias de masturbação que operam
sob a forma de um continuo impul-
carrega
instituicões sociais. Na conseqüência, coincide com Freud em que a compulsão à repetição
so de jogar.
E. H. Erikson, em seu artigo "Configurações no jogo" (15), define-o como a mecanismo fundamental do jogo infantil, mas atribui o conteúdo dessa
constitui o
existe
manifestação de uma experiencia, no espaço real, e na relação dinâmica de formas, compulsão às fantasias masturbatórias. Frisa ainda que o jogo se inibe quando
uma variedade ilimitada de
tamanhos e distáncias. Esta relação assume as caracter isticas que denomina de "con- um forte recalcamento dessas fantasias. 0 jogo expressa
figuração espacial" e constitui o elemento primordial dentro da atividade lúdica. situações emocionais: as sensações de frustração e de rejeição, os ciúmes, o amor e o

Sustenta que é uma linguagem distinta mas semelhante à palavra, já que a criança também a ansiedade, a culpa e a necessidade de reparar. Além dis-
ódio, assim como

em seu jogo tece fantasias acerca de objetos reais, de um modo contínuo, naturale
so, reproduz experiências atuais, em que certos detalhes da vida cotidiana aparecem
claro. misturadas com a fantasia. Os meninos representam simbolicamente, nos seus jogos,
Freud, na "Criação Poética e a Fantasia"(23), estabelece a diferença entre o e experiências, e para isso se valem de uma linguagem
onirica (54).
fantasias, desejos
jogo infantil e o sonho diurno: "Poder íamos dizer que cada criança, em seu jogo, se parte dos processos que intervém no jog0, os outros são: os
O simbolismo é só uma

comporta como um poeta, já que cria um mundo próprio, ou, melhor dizendo, reor representação lúdica e os mecanismos de defesa adotados,
meios utilizados para a
dena as coisas do seu mundo numa nova forma que lhe projeção são os principais.
agrade mais...0 oposto ao entre os quais a dissociação do superego e a

jogo não é o sério mas o real. Apesar de toda a


. .

emoção com que caracteriza o O jogo de representação de papéis serve para separar as identificações que es
mundo lúdico, a criança estabelece bem sua
diferença e sente prazer em unir seus tão operando dentro da criança e que tendem a fundir-se.
objetos e situaçães imaginárias com as coisas tangíveis e visíveis do mundo real. Esta "feno-
D. H. Winnicott (11) introduziu as designações "objetos transicionais'"
união é o que diferencia o a atividade lúdica, que considera
jogo da criança da fantasia." Mais adiante, no mesmo tra- meno transicional" e "Campo transicional" para

40 41
aa do bichinho o
ouu do
do
entre a sucção do polegar ee
lencol SINTESE DA DINAMICA PSOUICA
uma drea
intermedidria
oral e a
verdadeira relação do objeto 0jogo
entre o
erotismo
ENTRE 1 ANO E 1 ANO E MEIO DE IDADE
de outro ångulo, e exatamente o interno nem
intermediár io que não
mundo
num
por isso, objetos altamente
transcorre

ambos.
Os brinquedos sao, ca
externo, mas sim em
o seu
revestimento
iDidinoso até que se an
tectizados que logo võo perdendo realmente introjetados (síntese de Ai O andar

nunca são Separação da me (A. Aberastury)


mente. Na verdade
gam da
Necessidade de reencontrá-la (A. Aberastury)
guerra) conceito e atirma que esse espaço intermedis. Sensação de desprendimento de fezes e urina (ansiedade de separação)
toma este
Ajuriaguerra (11) si mesmo, no qual o menino a
criança e o duplo de (A. Aberastury)
mediador entre a
rio é o
outro já está presente.
jogos o contato com o ambiente e a individuação (Ph. Greenacre)
o
tempo ator e
espectador. Em seus Garante
mesmo ressaltam o sentido
Ajuriaguerra ( , do Instala-se o processo secundário (Ph. Greenacre
Leibovici e Diatkine, citados por
simbólica das proibições. Identificação com a mãe
transgressão
jogo ligado à jogo permite elaborar a situação trau. Ansiedade = paranóides depressivas confusionais
(9) afirma que o
Arminda Aberastury
masturbação, ou seja, a perda da bissexualidade, da onipotén. Deslocamento da atividade erótica oral para os músculos
mática derivada da
p0ssibilidade de controle sobre objetos
e da negacão. Além disso, oferece a A linguagem
cia essência. (D. Winni-
A palavra surge no mundo intermediário da atividade lúdica
sua
exploração e a investigação constituem
externos e internos; a
cott)
de si mesmo
Surge a faculdade de juízo e a tomada de consciencia
(Spitz)
LÜDICA Correlação entre o conjunto de gestos e expressões corporais e a poste
PSICODINAMISMOs DA ATIVIDADE
SINTESE DOS
rior aquisição da linguagem (Ajurriaguerra)
Reparação do objeto ambivalentemente amado e odiado, mediante a re-

construção pela palavra (A. Aberastury)


adulto (Gross). - O jogo com a palavra precede a sua utilização expressiva
Exercicio preparatório das atividades do
espaco real e na relação dinámica de formas, tamanhos e
Experiencia no
A formaçâão de símbolos
distancias; é uma linguagem diferente da verbal (Erikson).
- Configura a criação de um mundo próprio, como o poético; seu oposto é o A formação de símbolos é simultânea à sublimacão; inicia-se

desejo de ser
realidade; origina-se no na etapa esquizo-paranóide
real. O jogo relaciona a fantasia com a
do sofrido ansiedade retaliativa pelas fantasias sádicas
grande. Busca a obtenção de prazer, constitui transformação
a

passivamente em ativo; baseia-se na compulsão à repetição (Freud). Melanie


equiparaçao e identificação entre os órgãos atacados fan tasti
falar; serve de descarga às fantasias de Klein
E uma atuação que representa o
mundo externo
camente (pênis-vagina-seio) com objetos do
masturbacão, expressa uma ilimitada variedade de situações emocionais e a
repeticão de experiëncias atuais, incluindo detalhes da vida cotidiana (M. sadismo
a epistemofilia emerge junto com o
Klein).
O brinquedo é um objeto transicional com o qual se produz um fenômeno
transicional numa área intermediária campo transicional entre o ero-
equações simbólicas (simbolos primitivos)
formam-se por projeção de parte do ego no objeto (identifica-
tismo oral e a relação de
no, mas participa de ambos (D. H. Winnicott).
objeto, que não é o mundo interno nem o
exter ção projetiva e pensamento onipotente). E uma relação de

H. Segal dois, com confusão sujeito-objeto


O menino inclui em seus jogos o outro, como duplo de si mesmo (Ajurria-
guerra). inicia-se posição depressiva
Formação de símbolos com a
=

Permite a transgressão simbólica das proibições (Leibovici e Diatkine).


Permite elaborar a situação traumática derivada de masturbação e oferece a
possibilidade de controle sobre os objetos externos e internos. E uma ativi A atividade lúdica
dade exploratória e de investigação (epistemofílica) (A. Aberastury).

43
42
MEIO DE IDADE
MATURATIVA DE 1 ANO A 1 ANO E
EVOLUÇAO 15 meses

motora: Progride na adequação do andar.


Habilidade
Um ano (12 meses) Os que já andam conseguem abaixar-se e olhar entre as pernas.
Entrega coisas aos adultos.
Habilidade motora: Fica em pé. Dança no compasso, sob uma escada engatinhando.
o engatinhar.
sozinho. Vai abandonando Pede mostrando dedo.
Anda de mão dada ou como

à embora sem destreza.


Vira estando sentado.
Comida: Leva a colher boca,
um brinquedo. Consegue segurar a xícara durante toda a ingestão do líquido.
Sobe, agacha se para pegar
sentido.
Entrega-o ao receber uma
ordem nesse
Evacuação: Consegue passar um dia sem funcionar o intestino.
pedaços com a mão. Se aceitou antes, agora despreza o penico."
Comida: Levanta os

Segura a colher. As vezes mostra que se sujou pegando na calça ou então mostrando a poca no
Passa-a pelo prato. chão (começa a noção de evacuação).
Coloca-a dentro do copinho. Na sesta já não se molha.
noite chorando."
Segura o copinho e bebe nele. Sono: Acorda de
Mostra preferéncia por uns alimentos e rejeição por outros. Pode continuar com a mamadeira noturna.
horas acontecimentos (passeio, comer).
Jogo: Pega, joga, torna a pegar. Nocão de tempo: Associa as e os

só. Imita certas atividades dos adultos.


Utiliza vários objetos sem centrar-se em um Sociabilidade:
brinca de esconder-se. Gosta de animais.
Consegue jogar uma bola que Ihe é dirigida;
Evacuação: 1-2 vezes por dia, de preferência depois da primeira retfeição. Mostra-se menos tímido em presença dos estranhos.
de papéis, gavetas. Pode formar torres de 2 ou 3 cubos.
Sono: 12 horas de noite; 2 horas depois do almoço. Jogo: Esvazia cesto
Um pouco pela manh ou no final da tarde. Não quer mais o cercadinho. ****
Brinca com a coberta, anda ou se move ao redor do berço. Fica entretido por tempo prolongado (1 hora).

Banho: Brinca com os brinquedos, com a esponja, etc. Faz rabiscos.


trës palavras pela metade.
Linguagem: papai, mamãe
e
Vestir-se: Coopera, pondo o braço na manga, tira os sapatos.
Reconhece a roupa para cada ocasião: passeio, comer, dormir, etc.
Linguagem: Algumas palavras: papai, mame.
AS FUNÇOES MENTAIS E A APRENDIZAGEM ESFINTERIANA
Relacões sociais: Gosta de ter público, repete os gestos de quem Ihe faz festa.
Expressa afeto: ciüme, simpatia, ansiedade.
a aprendizagem do controle esfinteriano começa como fun-
Consideramos que
Demonstra senso de humor. Imita.
mental 15 meses, sendo evidente aos 18, em conformidade com as seguin tes
aos
Responde ao ritmo. ção
etapas que deduzimos
de nossas observações, diretas e psicanalíticas.
Por outro lado, com relação ao jogo nesta idade, Arminda Aberastury (6) des 1 Que é que sai? (noção de excreção): 15a 18 meses
taca a necessidade de mexer com água, areia, terra, como investigação do processo
digestivo evacuatório e especifica que os outros elementos preferidos são as bone-
cas, a bola, os balões e o tambor feito pela panela e colher de madeira. Todos estes andar.
já fica também de cócoras, posição que aparece junto
com 0
Devemos acrescentar que
sobre
brinquedos configuram conteúdos específicos das fantasias inconscientes da criança, Quanto ao abandono do penico, exposto na tabela de Gesell, coincide com o registro
não estar completada, determina esse abandono.
especialmente sobre o ventre materno e os genitais de ambos os sexos. o começo da noção de evacuação que, por
E bom destacara designação de Gesell sobre a época em que começa vigilie
a noturna.

noturnos que se prolongarão, nas condições


aos 15 meses iniciam-se os terrores
Efetivamen te, 3 anos de idade. Correspondem a um grau maior
de
normais, durante muito tempo, até os
se observam a partir do segundo
organização da fobia infantil, cujas primeiras manifes tações
trabalho de A. Aberastury
esse respeito, queremas lembrar
o
semestre de vida em diante. A
Apresenta grande inquietação locomotora, principalmente nas mãos, com que procura pegar "Fobia de balões numa menina de 11 meses " (11).
em tudo e, a0 engatinhar ou andar, tende a ir pegar algo. momento em que a
cercadinho é abandonado no
Em nossa experiéncie, esta peculiaridade costuma induzir as mães a
****
Nossas observações indicam que o

utilizarprematuramente criança começa a andar.


o penico, o que dá bastante resutado, apesar dos conhecidos transtornos posteriores.

44
45
e exploração dos oriticios):
18 meses em diante
2 P o r onde sai? (busca inauagem: 6 palavras no minimo. Hesponde a perguntas verbais simples.
3 - Por onde entrou como
e se forma? (noção de e
discriminacãol.
digestão Balbucia.
2a 3 anos. Canta. Imita
sons. Nomeia uma imagem.
Por se chamam assim (noção
4 P a r a onde vao os excrementos? que da
com outras crianças:
empurra-as, trata-as como objetos manipuláveis.
Relação
morte): 4 a 5 anos.
cada uma destas quatro etapas intercala a organização e delimita.
Por sua vez,

cão de importantes funções mentais: deposição


e
depositário; noção de entrada e
conhecimento do processo da morte, a
diferenca
saída; elaboração e metabolização;
entre as diversas substáncias, noção
de substáncia corporal, orifícios e funções; dife
inútil.
rença entreo vivo e o inerte, o
útil e o
a primeira etapa que
Como apontamos, entre os 15e 18 meses, organiza-se
e de substáncia corporal em particu.
procura integrar a noção de substáncia em geral
lar.

18 meses

Habilidade motora: Forte impulso locomotor: corre em todas as direções constante

mente.
bate.
Atira, arrasta, descarrega, empurra, puxa para si,
Prefere empurrar o carrinho a andar nele.
Fecha as portas.
Põe coisas no seu lugar, sabe onde estão (noção de ordem).
Abre gavetas, esvazia-as, raspa revistas, vira as páginas.
Brinca com os interruptores elétricos (acender-apagar).
Sobe em tudo, não quer mais o cercadinho.
Ajuda em certos afazeres.
Liga o rádio. Segura o lápis, fazendo traços.
Empurra a bola com o pé.
Comida: Começa a querer isso e não querer aquilo (preferências flutuantes).
Utiliza a colher.
Evacuacão: Quanto à urina, muitos aceitam o penico e até gostam, às vezes pedem,
mostram a poça. Para a defecação, costumam preferir fazé-la de pé; em geral
avisam com sons ou gestos que estão incomodados e pedem que os troque.
Sono: Costuma levar brinquedos para a cama para brincar antes de dormir.
Acorda várias vezes de noite, pede água.
Dorme uma ou duas horas de sesta e não se molha.
Atividade psíquica: Começa a tirar conclusões, como a seqüência de acender e apa
gar a luz; ainda não compreende o futuro.

Nossas observações indicam-nos que o forte impulso locomotor, descrito por Gesell, já está
presente desde antes, quando a criança começa a andar. iver pág. 28) idade inicia-se a noção da existéncia de seus semelhan tes, na

Observamos também que nesta


ao lado de outras críanças
Constatamos também que nesta época começa o primeiro grafismo -o rabisco constitu outro lado, já são capazes de brincar
forma descrita por Gesell; por
do por váios traços lineares unidos entre si. porém sem compartilhar o brinquedo.

47
46
Devemos levar em conta a colocação freudiana sobre os instintos
egundo a

4
têm
qual estes têm uma fonte, uma finalidade e um
objeto. No que tange ao instinto
fonte é a mucosa anal e a finalidade e dupla: passiva e ativa. A finalidade
pas-
omina na etapa anal primári de expulsão e o fim ativo na
SIv o secundária, de
retença objeto da
sexualidade anal são os pais reais ou
seus sub-rogados,
desti
atários da oferta das fezes ou da negação de entregá-las.
Na finalidade passiva, as fezes representam o papel ativo na estimulação da
a anal erotogênica e atuam para o inconsciente como se fossem um penis ou
falo. Deste modo, a entrega e vivida como um protótipo de castração, como a
cessão de uma parte do próprio corpo, cujo objetivo é conquistar a pessoa amada.
Alacte caso, são sentidas como presente que a criança oferece à me, ao pai ou aos
sub-rogados. A estimulação da mucosa anal tem caracter isticas auto-eróticas e.,a
esse respeito, Freud destaca a masturbação anal sobre a qual vários autores insisti
ram mais tarde, especialmente Meltzer (67), que vê nessa prática a origem do aspecto
tiranico da personalidade. Freud descreve também, como prazer subsidiário da zo-
Psicodinamismos entre na, o estímulo recebido durante a higiene ou então o derivado da prática de certas
1 ano e meio e 2 anos de idade babás de acariciá-la para induzir a criança ao sono e, finalmente, pelos castigos nas

nádegas.
Destas situações derivam duas atitudes básicas da personalidade: o sadismo e o
A FASE ANAL masoquismo. O sadismo corresponde ao fim ativo da sexualidade anal, o masoquis
mo ao fim passivo. Freud acha que nessa época da vida primam as tendéncias ativas
Freud assentou as bases teóricas desta etapa do desenvolvimento que segue à ou passivas e não existe uma clara diferenciação entre masculino e feminino.
oral canibalistica e se estende, nas suas duas A zona ânus-genital não está ainda discriminada ea mente infantil a fantasia
modalidades
expulsivas e retentivas
como uma cloaca.
os 4 anos de idade. São muitos os seus estudos sobre o
até
"Tres ensaios sobre uma teoria sexual"(20), "O caráter e o erotismo anal"(34), "Os
temaque aparece em Por outro lado, pela instalação da ambivalência e de acordo com as teorias
que as crianças vão estruturando em sua mente - ver: "Teorias sexuais infan
instintos e suas vicissitudes" (32), "Sobre a transmutação dos instintos comoé
exemplificado no erotismo econòmico do masoquismo" (13), etc. tis" (24), "Análise da fobia de uma criança de 5 anos" (25) -o
e de defecar é
fato
Abraham (10), por sua vez, classificou esta fase em duas anal comparado ao parto. Conseqüentemente as fezes, além de serem sentidas como o
etapas: a
expulsi da mãe.
va e a retentiva (anal primária e anal secundária) pênis, são equiparadas a bebës que a criança entrega, enquanto toma o lugar
de acordo com as colocações de ambos os autores, que a No dos meninos, esta fantasia constitui, por suas caracter isticas passivas, uma
Podemos considerar,
primeira etapa
caso

das bases da homossexualidade e se une à fantasia de receber o pênis do pai por


anal
transcorre ano de no segundo vida, enquanto que a segunda pre
pondera a partir dos dois anos até por volta dos tres. meio do coito anal.
Para definir maneira Além disso, a defecação constitui, no tema do ensino do controle, o momento
a organiza a fase anal, Freud nos explica o con
como se
atitude narcisista e suas tendências de amor
criança deve decidir entre sua
ceito de instinto
parcial, prégenital,
que já havia aplicado à organização oral da libi-
do. Nessa época produz-se o deslocamento da libido da zona bucal à mucosa anal,
em que a

por seus objetos. Freud acentuou, a esse respeito, apoiando-se nas investigações de
que se converte então na zona erótica primordial. Lou Andreas-Salomé (12), que o ensino do controle esfinteriano é a primeira proibi-
analmente e a oca-
A expulso das fezes determina a estimulação da mucosa com que se çao que a criança recebe; neste caso, a proibição de obter prazer
or Siao em que percebe um ambiente hostil a seus impulsos sexuais. E o momento, se
ganiza o fim passivo do erotismo anal. A violenta atividade muscular esfinteriana, gundo sua tese, em que começa a instalar-se a repressão, aplicada a todas as manifes
dirigida ao objeto (as fezes, na representação simbólica da qual falaremos a se recaem sobre
taçoes anais. Gostaríamos de acrescentar a tudo isso que as proibições
guir) pode ser explicada como um ato preparatório análogo ao da ingestão. Con à boca,
o dedo, levar objetos
seqüentemente a comida deixa de ser um fim sexual e a ação preparatória toma criança desde antes, a partir do nascimento: chupar
características especiais, d lugar
seu lugar, enquanto que a função receptiva passiva, que antes estava restrita à TOcar, etc. Possivelmente a proibição anal, por suas entre a
uma luta mais árdua
boca, se desloca para a zona anal. A incontinencia esfinteriana tem origem nessa à uma tixação mais intensa, ao mesmo tempo que a
a instalar-se
a regressã0 começa
situação. Criança e o ambiente. Isso nos leva a pensar que
49
48
num periodo anterior, o oral
canabalistico, conforme se comprova nas observacões
PSICODINAMISMOS D0 DEAMBULADOR
de bebés, e passa por outra fase intensa de organização em torno das proibiçes que
recaem sobre o deambulador.
Na etapa anal retentiva, a criança descobre que pode reter as fezes, conseguin. A instalação do andar, da linguagem, da formação de símbolos e da atividade
do grande prazer, seja pela própria retenção em si ou pela posterior emissão volun lúdica configuram uma etapa especifica que se convencionou designar classicamente
tária de fezes moldadas e duras. A obstinação e o desafio, assim como também a como o periodo do deambulador, que se entende entre os 15e os 24 meses.
crueldade, a raiva e a vingança são as caracter isticas psicológicas derivadas dessa ati. E um período de máxima inquietação locomotora, em que a locomocãoé
vidade anal. O instinto de dominação eo controle onipotente completam o quadro. necessidade de tocar, explorar, conhecer o meio ambiente e en-
Freud denominou formação reativa uma série de traços de caráter que teém
acompanhada pela
tender a reação das pessoas.
por finalidade reprimir as tendências anais. São elas: a ordem, a pulcritude, a parci-
monia e suas conseqüencias extremas, a avareza, a raiva e a vingança.
Originam-se também da represso das tendéncias anais o asco, a compaixão e
A ATIVIDADE MUSCULAR
as estruturas morais e autoritárias. A sublimação constitui o principal mecanismo de
defesa destes impulsos e com ela começam a vida intelectual, a criatividade eo afã
de aprender. Deste ponto de vista as perversões configuram inibições e dissociações Freud (20) analisa os psicodinamismos do grande desenvolvimento muscular,
do desenvolvimento, já que evidenciam que a regressão näo pôde instalar-se. observável nas crianças, e assinala que não é possível determinar com exatidão se
Sob os efeitos da repressão, o interesse pelas fezes se desloca para o dinheiro. comportam em si mesmos a satisfação sexual ou se são a oportunidade para que se
Do mesmo modo a onipotência que Ihes é atribuida se desloca, em determinadas produza a excitação sexual. De qualquer modo, considera que uma das raízes do
circunstancias, para o raciocínio, produzindo-se a condição conhecida como onipo instinto sádico se encontra na excitação sexual que tem origem na atividade muscu-
téncia das idéias.
lar.
Finalmente, Freud diz que entre 2 e 5 anos se estabelece o reencontro com o Melanie Klein também analisou o sadismo muscular e assinalou que o elefante
objeto. A fase anal se caracteriza também pela instalação da ambivalência. é uma das representações desta tendência. Afirmou também que é usado - como o
Como vemos, os psicodinamismos correspondentes à etapa anal e à aprendiza- sadismo anal- contra o seio frustrador da mäe mas logo dirigido contra o interior
gem do controle esfinteriano adquirem uma importáncia preponderante na forma do corpo dela, que se transforma em alvo de seus ataques (54).
cão do psiquismo. Tudo isso permite-nos compreender queo processo de aprendiza Phyllips Greenacre (ver pág. 38) afirma que, neste per íodo, se apóia a organi
gem leva tempo e a criança vai alternando a rejeição com a aceitação do penico; a zação do processo secundário como atividade mental, o que marca o começo do
rejeição inicialmente é total e depois parcial e se expressa em diversas etapas de in pensamento abstrato.
continência. Nossas observações diretas e psicanalíticas com crianças desta idade nos levam
Ao longo de suas páginas especialmente "A
e em Interpretação dos Sonhos", a concluir que o sadismo muscular se une ao deslocamento da erogeinização bucal
Freud (19) destacou papel da sexualidade anal, o desejo de dispor livremente dos
o
para a musculatura esquelética. A criança que segura um objeto e o leva å boca nos
excrementos e da dor pela incontinencia. Esta polaridade
desejo-dor, a nosso ver, mostra, a nosso ver, que está procurando estabelecer uma diferenciação entre sua
deve ser levada em conta, quando se estuda o
psiquismo das crianças entre 2 e 4 atual possibilidade motora e a atividade oral. O erotismo muscular precede, portan-
anos.
to, segundo impressão nossa, o erotismo anal. As limitações que o ambiente impõe
Melanie Klein (56), por sua destacou o aspecto sádico da etapa anal e
vez, à atividade prensil e oral da criança, nessa fase, como preservação de sua vida, insta-
creveu as fantasias inconscientes nas quais as fezes são sentidas como armas
des
perigo- lam já o mecanismo de repressão, que é internalizado como uma forma prévia ao re-
sas, abusos, mísseis ou, então, veneno. A ansiedade derivada do excesso de calcamento, que recai sobre a satistação dos instintos anais. Por outro lado, quando
sadismo
aciona uma das primeiras defesas do ego, que é a
expulsão. A expulsão é vivida co- as restrições que se impõem å criança são excessivas e não condizentes com o perigo
mo a destruição do objeto e traz,
conseqüência, a ansiedade retaliativa, em
como real a que seus movimentos a exporiam, o recalcamento é muito mais intenso e ori
que o sujeito vive
ameaça de ataques por parte do objeto destruído. Estes
a
gina diferentes inibições intelectuais, afetivas e até de desenvolvimen to locomo tor.
nismos levam o processo de meca
simbolização, que se realiza em objetos do mundo ex Conseqüentemente afirmamos que, neste periodo, se produz a erogeinização
terno, a quem se ataca. Constroem-se, deste
modo, as equações simbólicas às quais da musculatura, fato que constitui a base libidinal para a veiculação do sadismo
nos referimos
capítulo sobre a formação de símbolos (ver pág. 29).
no
através dos músculos esqueléticos. Começa também a instalar-se, nesta época, o me
Abraham (10) também destacou, na fase
expulsiva, a fantasia de expelir -
ou canismo de recalcamen to fsecundário). A erogeinização da musculatura é an terior à
perder o objeto pela via anal; esta é a base da da zona anal.
situação melancólica.
50
51
OS PROCESSOS AFETIVOS sadismo-masoquismo
homossexualidade
Freud (20) considera que as emoções especialmente, o terror, se
intensas e,
narcisismo (associação fezes-pênis-bebés)
unem às pulsões sexuais. Neste sentido, diz, é comum observar como as crianças le
ambivalência: relação com um objeto externo
vam a mão aos genitais nessas ocasiðes. Isto explica, segundo ele, o gosto de certas
pessoas pelas histôrias de terror. A prática clínica e a observação direta de crianças
aprendizagem do controle esfinteriano está a serviço da relação objetal
fantasia das fezes como presente
desta idade corroboram estas afirmações.
formações reativas: ordem, pulcritude, parcimônia, sublimação, onipo-
tencia das idéias.

AS EXCITAÇOES MECANICAS
-

começa a repressão que atua principalmente sobre os conteúdos anais


Atividade muscular (impulso locomotor)
Freud (20) assinala que a agitação mecánica do corpo (como o que ocorre em - tem origem na excitação sexual
- produz excitação sexual
certasbrincadeiras, quando, por exemplo, se joga uma criança para cima ou a saco
de, ou no balanço dos ve ículos) dá origem à excitação sexual por trés vias distintas: - constitui uma das raízes do instinto sádico
a via sensitiva dos nervos vestibulares, a pele e as sensações cenestésicas dos múscu- Excitações mecanicas passivas
los e articulações. Extraiu esta colocação do prazer que as crianças sentem nessas (balanço, sacolejos)
atividades passivas, prazer que, por outro lado, revive nos sonhos dos adultos, me- - produzem excitação sexual

diante determinados simbolismos. Trabalho intelectual


-
concentração da atençãoo
- atividade criadora reproduzem excitação sexual
O TRABALHO INTELECTUAL

Assinala Freud (20) que a concentração da atenção numa tarefa intelectual


produz uma concomitante excitação sexual.
Consideramos ser este um conceito de suma importäncia, para a compreensão
EVOLUÇÃO MATURATIVA DE 1 ANO E MEIO A
2 ANOS DE IDADE
das possibilidades ou dificuldades da criança para concentrar-se e destacamos, por
outro lado, que a capacidade de atenção começa a desenvolver-se cabalmente na
ida
de que estamos estudando, ou seja, entre 1 ano e meio e dois anos.
Freud sustenta também que a atenção das crianças é atraida mais pelos movi 21 meses
mentos do que pelas formas paradas e que as associações se estabelecem segundo a
semelhança entre os distintos movimentos. Esta afirmação centra-se no interesse in-
Atividade motora:
fantil pela cena primária, tema de que nos ocuparemos mais adiante (ver pág. 65).
Destacamos esta colocação como essencial para compreender certos transtornos in- Os períodos em que brinca só são mais frequentes e maiores.
telectuais da criança. Dá pontapés na bola.
Constrói uma torre de 5 cubos.
Faz uma fileira de cubos à guisa de trem.
SINTESE DA DIN PSIQUICA ENTRE Comida:
1 ANO E MEIO E 2 ANOS DE IDADE Já se alimenta sozinho.
Já adquiriu destreza no manejo da colher.
Evacuação:
Expulsiva (passiva): lgual à dos 18 meses.
-

prazer na excitação da mucosa anal Há relativa aceitação do penico.


fantasias das fezes como armas perigosas As vezes vai sozinho ao banheiro.
FASE ANAL - Retentiva (ativa)
Banho:
desafio, obstinação, instinto de dominação, contro
le onipotente Despe-se e gosta de fazê-lo.
Eclássico a criança que irrompe com o "traseiro para o ar".

52
3
Sono Comida:
dificuldades que podem continuar até os 30 meses." Tem preferências definidas.
Instalam-se as

presença do pai ou da mäe. Maneja bema colher,embora costume derramar um pouco.


Para dormir reclamama sozinhos.
Dormem menos (11 horas). Alguns já comem

Evacuação:
Linguagem:
A linguagem inclui frases simples. Chama as outras crianças de nene. Os músculos esfinterianos começam a ficar sob controle voluntário.
Sociabilidade: Diferenciao movimento vesical do retal.
Entende quais são os pertences de cada um. Quer ficar sozinho no banheiro.

Pega os adultos pela mão e os leva para pedir algo."* Orgulha-se quando evacua no penico.
Arminda Aberastury (6) aponta, nesta idade, o interesse por brincar com Chora quando se suja ou se molha.
trens e carros, com que reproduzem a vida sexual dos pais. Utilizam também Sono:
bonecas e animais como expressão das suas necessidades de paternidade-materni. Começa a reter a mãe para dormir.

dade. Alguns não molham mais a cama de noite.


Outro ponto de interesse são os recipientes por onde vazam os liquidos. Muitos não dormem mais a sesta.

Acrescentamos a isto que brincar com trens e carros tem relação com a
pró Sociabilidade:

pria locomoção. O brinquedo é paralelo ao de outras crianças.


Agarra suas coisas e briga por elas com empurrões e puxões de cabelo, etc.
Ajuda nas tarefas domésticas.
2 anos (24 meses) Tem mais noção do que pode tocar ou não.
Jogo:
Nasce o último dente de leite. E mais organizado: gosta das coisas que se moveme giram.
Habilidade motora: ainda não anda bem erguido. Brinca com areia, pedra, água.
Leva os joelhos, cotovelos e ombros levemente encurvados. Atividade criativa:
Ainda não consegue inclinar-se. Borra cores, modela argila e massa.
Para apanhar algo no chão, se agacha. Gosta de histórias e de música.
Corre encurvado para a frente. Maneja o toca-discos.
Para levantar-se, levanta primeiro as nádegas e depois a cabeça. Arminda Aberastury (6) observou que, nesta idade, a criança começa a
Não alterna os pés para descer.
dese
nhar, sendo seu primeiro desenho o próprio corpo. O desejo de desenhar surge,
Os joelhos estão ainda frouxos. segundo esta autora, da necessidade de recriar as imagens, cuja aparição e desapari
Tem melhor coordenação manual.
ção o angustia.
Já alterna uma mão com a outra.
Consegue girar o pulso, abrir uma maçaneta, fazer um círculo.
Move os olhos com mais liberdade, é sensível às zonas laterais.
Lava e seca as mãos sozinho.
Linguagem:
Pronuncia seu nome, constrói frases com várias palavras.
Fala sozinho enquanto brinca.
O vocabulário vai de 12 a 1.000 palavras, conforme o caso.

Como destacamos antes, o periodo de terrores noturnos coincide com a instalação dos
Silvia Maria Bonassi
primeiros quadros fObicos. Não estamosatédedepois
acordodecom3 Gesell quanto à sua duração; em nossa
experiéncia, estende
se,
variantes
com
meio, para
anos e
crianca já é capaz de brincar e desfrutar do brinquedo com outras crianças
a época em que a PSICÓLOGA CRP.6/26950
*
Também não coincide
DOCENTE SIAPE 2511690-2
com a nossa experiéncia clinica. A criança, desde que aprende a
andar, já procura o adulto para que este Ihe pegue as coises.

54 55
A libido narcisista corresponde a um estado especial da libido ou instinto de

5 vida.
Fm sua

narcisista
aplicação
e é o que
comum,
investe no ego.
designa o instinto que atua

O narcisismo secundario e a Situação em que o ego permanece ligado à idéia


lembrança) dos objetos libidinosos externos
nas relacões de objeto

limagem ou
o auto-erotismo constituí a atividade sexual da etapa narcisista (33, ccnt

XXVI).
Ademais, Freud definiu duas formas de relação objetal:a narcisista, em que a
ascolha de objeto se constata segundo o modelo de si próprio e a relação por oposi
cão ou anaclitica, em que o modelo seguido é o materno e o objeto externo é consi

derado como tal (31).


Nos estabelecemos uma correlaça0 entre estas posições e os kleinianos e consi
doramos o auto-erotismo comoa expressao de uma modalidade de relação narcisista

em que, como afirma Melanie Klein, erógena envolvido dentro da atividade


a z0na

Psicodinamismos entre auto erótica recebe


de a projeção
objeto parcial. Segundo nossa experiência, es
um

forma-se graças a uma condensação da própria imagem do sujeito e


se objeto parcial
2e 3 anos de idade de certos aspectos do objeto
libidinoso externo, tal como Freud colocou para o iní

cio do processo do conhecimento (18).


Como o objeto libidinoso externo éa mie

ou o pai, a relação que se estabelece durante a atividade masturbatória é uma rela


O desenvolvimento da capacidade mental e a maior organização da conscien cão narcisista e incestuosa ao mesmo tempo. O mecanismo usado para isso é a iden
cia, nesta época da vida, determinam certas situações psiquicas que serão objeto do tificação projetiva.
comentário deste capítulo. São elas: a passagem da relação narcisista de objeto àre- A partir de 1 ano de idade e com a instalação das possibilidades locomotoras,
lacão objetal; a diferença no desenvolvimento psicossexual do menino e da menina; a formar relações de objeto por ocasião. No per íodo que estamos
criança começa
a

a curiosidade sexual e a escoptofilia; a cena primária. estudando, estas relações vão-se reforçando e com elas coexistem as duas modalida
des de vinculação; esta coexistência continua toda a vida, numa mistura em que a
proporção maior é a das relações anaclíticas e a menor é a dos narcisistas, ficando
PASSAGEM DA RELAÇÃO NARCISISTA DE OBJETO À RELAÇÃO estas relegadas aos sistemas infantis.
Falamos, num trabalho sobre a colocação de limites (72), que a possibilidade
OBJETAL de diferenciar o objeto narcisista do real surge quando começa a colocação de lim
tes por parte dos pais ou sub-rogados. Consideramos, além disso, que a modalidade
de relação narcisista inclui fantasias incestuosas e é o veículo das dependências ex
Nesta idade culmina a atividade auto-erótica, enquanto se define a possibilida tremas observadas nas crianças, que M. Mahler e J. Bleger
denominaram simbiose.
de de relação objetal. Freud, como destacamos na parte correspondente, considera
que depois da primeira fixação oral ao objeto de amor, que éo seio, a libido torna- Para traduzir estes conceitos em termos mais claros, podemos dizer que, se
seauto-erótica. Melanie Klein discorda deste conceito e considera que o revestimen uma criança continua vendo a sua mãe real como o seio nutricio desejado
incestuo-
samente e o sente como uma parte de si próprio, sua relação com ela será muito
in-
to das zonas erógenas se efetua graças à projeção dos diferentes objetos libidinosos
parciais sobre elas. Paula Heiman (52) ocupou-se especialmente deste tema. tensa e dependente, simbiótica. O mecanismo de defesa predominante nesta relação
é a identificação projetiva, graças à qual a criança delega grande parte de suas poten-
Freud diferenciou duas modalidades de narcisismo (31):o primário e o secun cialidades à me. Se esta etabelecer os limites adequados, permitirá que a criança d
dário. O narcisismo primário é um estado em que a libido narcisista proveniente.de
id toma o ego como objeto e investe nele. Pode-se observar isso somernte em duas ferencie a imagem incestuosa interna da realidade externa, com o que vai adquirin-
circunstancias. No recém-nascido e em seus pais que, em seu afeto, o elegem "Sua do gradualmente a noção de que ela é uma pessoa com todos seus atribu tos especi-
adequada. forma
Majestade Bebé". Esta atitude deve-se
o a uma regressäo que se produz neles, nessa ticos, ao mesmo tempo que desenvolverá suas capacidades de
primeira etapa da vida. Vimos, na devida altura, que Gesell descreve a criança de 2 anos como rebe
A outra circunstância em que se pode observar o narcisismo primário é no
que acabamos de expor, essa rebeldia se expressa mediante o que
de. Conforme o
enamoramento. de de limites. Determinadas pela ansiedade que pro-
denominamos condutas perda
56 57
duzem simbiose por causa da conseqüente detenção no desenvolvimento -

e a cul Outro elemento desta etapa e a atividade masturbatória


a exercida obre
pa derivada das fantasias incestuOsas e onipotentes , estas condutas tem por objeto Cao menino é ameaçado por tal pratica, incrementar-se-á a
o pé.
Lurge diretamente ligada a ela. Ademais, assinala que aansiedade
nis

pedido de colocação de limites e de aprendizagem ção de castra-


prolongacão da in-
expressar a ansiedade e
são um

tanto de funcões corporais como de mentais. Manifestam-se como desobediencias ntinéncia urinária noturna deve-se a masturbação (seria uma maneira de
estenderemos mais sobre o tema bar-s.se em sonhos). Um tator importante para a masturbação é o fato de ter presen-
etc. No Volume Il deste livro nos
birras, sapateios,
escutado ou fantasiado os pais em coito. Esta
ciad circunstancia, ainda
ter
rrido em outra época, adquire nesta idade sua significação precisa e,que possa
por acão
DO EROTISM0 ANAL EM NARCISISMO
retardada, surge excitaçao sexual experimentada
a
naquela época (ver página
TRANSMUTAÇÃO nto. a masturbação já está vinculada ao complexo edipico. A ameaça de 66) cas

A negação de entregar as fezes como presente para os pais ou sub-rogados é


eo leva o menino a suprimi-la. Esta ameaça responde a fantasias internas e se in-
destacada por Freud (34) como a atitude de obstinação e desafio devida à fixacão
ificará, se os pais ou sub-rogados a formularem na realidade. Por outro lado, a
supressão da masturbação significa a inibição da atividade genital.
narcisista do erotismo anal. O interesse narcisista pelas fezes é substituído em parte
Freud cita Lindner, um pediatra daquele tempo, que verificou que, ao chupar
pelos presentes (e posteriormente pelo parte pelo desejo de ter um
dinheiro) e em o dedo, a criança descobre que seus genitais (o pénis ou o clitóris) são fonte de pra
bebe. Para este desejo convergem logo os impulsos anais e genitais, até que o inte desmame motiva esta
7Pr. Freud indaga se o excitação, mas sustenta que, nessa fase,
resse seja levado para o pênis. carece de conteúdo ps íquico.
Produz-se então, através do narcisismo, uma equivalencia inconsciente entre os Descreve a situação anímica da criança, quando observa pela primeira vez os
tres elementos: fezes, pénis, bebs. Esta equivaléncia é possivel, porque os trés são genitais femininos: mostra no principio desinteresse, faz que não ve nada ou então
sólidos e ela sofre as seguintes vicissitudes: nega e rejeita o observado. E o exemplo da análise do Pequeno Hans (25) que, ao ver
Na menina a inveja do pénis se transforma no desejo de ter um bebé. Este de- a vulva de sua irm recém-nascida, comentou que quando ela fosse grande Ihe cres
sejo é logo transportado para o homem, ceria um pênis. Só posteriormente, quando a ameaça de castracão adquiriu prepon
No menino, quando descobre a auséncia de pênis nas mulheres, conclui que o derância em sua mente, e vë o genital feminino, experimenta encontradas emocões
penis pode desprender-se do corpo, como as fezes, que constituem sua primeira ex que o levam a crer que essa ameaça pode converter-se em realidade e considera, por
periência de perda de uma substáncia corporal. Deste modo o desafio anal intervém isso, que a menina foi castrada. Esta situação dá origem a duas reações que perdura
na composicão do complexo de castração, pela via narcisista. Finalmente, à luz das rão nele em sua relação com as mulheres: o sentimento de horror por essas criaturas
investigacões sexuais, chega a comparar os bebés a fezes e atribui-lhes o significado "mutiladas'" e a sensação de triunfo e desprezo para com elas; por sua vez, ambas as
de presente de amor, ao mesmo tempo que os inclui na teoria do parto anal. reações facilitam as tendências homossexuais.
Cabe dizer que entre o erotismo anal e a fase fálica, ou seja, entre 2 anos e3 Portanto, o complexo de castração inibe e limita a virilidade, uma vez que
de idade, produzem-se estes processos de transformação da sexual idade anal em nar constitui em si mesmo uma ameaça pendente e permanente. No capitulo seguinte
cisismo e posterior investimento do pênis e dos bebes, com a correspondentefixa ampliaremos este tema.
ção narcisista, pela substituição por presentes e dinheiro. Tudo isso pode ser corro Freud destaca também que nesse período, que denomina precursor do com-
borado clinicamente na análise de crianças pequenas. plexo edípico, a atividade intelectual de meninas e meninos é posta a serviço de suas
investigações sexuais. O menino considera que todo mundo possui um pénis, in
clusive os objetos inanimados. Nessa idade, os meninos dão pouca importància ao
O DESENvOLVIMENTO SEXUAL DO MENINO resto dos genitais masculinos, ou seja, o escroto e os testiculos. Gostariamos de cha
mar a atenção, a esse respeito, de que, segundo nossas observações, o reconhecimen
to desses órgãos como noção consciente é posterior e ocorre por volta dos cinco
Freud ocupou-se especialmente do problema, juntamente com o correspon-
dente desenvolvimento na menina, em seu artigo "A organização genital infan anos de idade. O pênis conseqüentemente constitui a preocupação principal do me
nino entre 2 e 5 anos e lhe atribui um grande valor narcisista: deseja v-lo em outras
til" (41);:referiu-se também a ele em "Algumas conseqüências psíquicas da diferença
ser
sexual anatômica" (44) e no "Compêndio da psicanálise" (48). pessoas compará-lo com o seu, em meio a uma vaga idéia de que poderia
e
acha
maior, A expressão mais nítida desta atividade é a curiosidade sexual. Freud
Diz que a fase anal é precedida pela fase fálica, no desenvolvimento psíquico,
da in
atos de exibicionismo e agressão são experimentados serviço
a
tanto nas meninas como nos meninos. Considera que no começo desta fase entre que muitos dos
vestigação sexual. Posteriormente aparece o interesse pelo nascimento das crianças,
2 anos e meio e 3 anos produz-se uma identificação afetuosa do menino com 0>
pai, sem que se tenha ainda instalado a rivalidade com ele em relaçãoà mãe.) com as correspondentes fantasias e teorias (ver pág. 57).

59
58
r iodo de intensa fixacão mãe,
vârios aspectos, destas na denomina periodo pré
Melanie Klein (54, cap. XI1) discorda,
em colocacões que
edipico e que muito
Sua tese é a de que a frustiaç ão oral or iginada pelo desmame leva o menino å fas mais prolongacdo, porque
chega ate 4-5 anos (no menino culmina
nos 2 anos
desenvolve, através de ataques primeiro canibalisticos e
de máximo sadismo, em que mmeio).

depois anais, u m a fixação oral de


succão do pénis do pai. Desse modo produz-se ne. dependencia, que tem caracter isticas extremas,
instala-se a partir do nas
durante a qual ataca em sua fantasia o corpo da mãe soque as vicissitudes das diversas etapas do
leuma fase passivo-feminina, libido
Apóia se, portanto, na sexualidade infantil, que toma por objeto a mãe e cujo fim
desenvolvimento da
em cujo interior imagina
encontrar-se o genital paterno.
Estas situações colocam-no numa
intensa ansiedade de ser atacado retaliativa- logra realizar-se, com o aue se produz a insatisfação. Esta insatisfacão do fim
mente pelos objetos maus que internalizou
durante suas agressões fantasiadas. Co. ex
nfantil agrega-se a todas as frustrações e decepções
impostas pela educacão,
incluindo o desmame, e reforça a ambivaléncia
mo defesa, apela para a supervalorizaç o do penis
e o reveste da onipoténcia ante.

riormente atribuida às fezes. o


fato de tomar a me como objeto sexual
um per iodo de
masculi configura
Esta onipoténcia passa por dois periodos. Um destrutivo, durante o qual a fa nidade, o primeiro no desenvOlVimento reminino. As frustrações despertam uma in-

milia se centra nos ataques à me; esta fantasia expressa-se nos brinquedos de derru. tensa hostilidade que dissolve essa fixação e determina desejos
agressivos, ao mesmo
bar construções e chocar carTOS; Como consequencia desses ataques, produzem-se as o
tempo que faz surgir fantasias de ameaça por parte da mãe. Na
etapa oral tais fanta
ansiedades de ser atacado retaliativamente pelos objetos maus. O segundo período, sias são as de ser comida ou envenenada pela mãe e constituem o ponto de partida

determinado por estas ansiedades, corresponde à instalação das tendências reparató. das estados paranóides posteriores. Faz-se mister deslindar tais fantasias da percep
ão que a menina tem sobre a hostilidade inconsciente da mäe para com ela.
rias e o pénis é visto então como um elemento bom e curativo. Estas vivências apa
recem nos brinquedos sob a forma de casas e cidades ordenadas e limpas, onde em Como assinalamos anteriormente, os impulsos sexuais assumem um duplo ca
ráter: passivo e ativo. Os impulsos anais passivos emergentes do estimulo da zona
geral há uma policia (um semáforo) que protege e cuida do tr nsito. O pênis trans
forma-se, assim, num representante do ego e do consciente, enquanto que o interior anal, como o caso do enema, dão origem ao desejo de agressão que se manifesta co
mo raiva ou, se esta for reprimida, como angustia. Lembremo-nos aqui dos estados de
do corpo, as imagens objetais e as fezes, ou seja, todoo invisíveleo desconhecido é
angústia entre 2 e 3 anos e as birras, comuns tanto em meninas como em meninos.
equiparado ao inconsciente.
a criança a Na etapa fálica, os impulsos passivos dão origem à acusação de que a mãe quer
Nesta etapa os impulsos genitais modificam o sadismo e levam de
sejar a posse total de seu objeto sexual: o corpo e os genitais da me. A maneira de seduzir a menina, e tomam como ponto de referència as situacães relacionadas com
a higiene dos genitais.
realizacão destes desejos é oral, anal e genital.
Os impulsos fálicos ativos para com a me culminam com a masturbacão clito
Emconseqüéncia deles, surgem os impulsos destrutivos para com o pênis pa
terno, que são maiores no menino do que na menina, eo ataque à mãe é transferido ridiana, que se acompanha das fantasias relacionadas com ela. Freud considera que
para o pai.
as principais situações desta época se centram no clitóris, se berm que possam existir
Os ataques ao pénis paterno determinam sua internalização como objeto peri- impulsos vaginais. O fato de ter clitóris e vagina faz com que, nas meninas, a bisse
goso. A ansiedade de ser castrado pelo pai, derivada deste processo, força outramu xualidade seja mais evidente. Segundo seu conceito, a vagina começa a adquirir pre
danca: a renúncia à identificação materna e o surgimento da heterossexualidade. A ponderância logo no início da puberdade, recebendo a transmissão da excitação do
clitóris. Alega não ter nunca observado outro tipo de masturbação genital na meni
autora considera que, neste momento, produz-se a separação e diferenciação da ima na que não seja a clitoridiana. A esse respeito, nossa experiência na análise de meni-
gem combinada dos pais, que vinha desde a época da posição esquizo-paranóide, e a
ansiedade psicótica infantil precoce transforma-se em ansiedade neurótica. naspequenas é diferente e observamos reiteradamen te o toque da vulva e da intro
Este último passo, ataque ao pênis paterno, ansiedade de castração e renúncia dução do dedo na vagina, especialmente entre 2 e 3 anos (70).
à identificação com a me, acontece, a nosso ver, entre 2e 3 anos de idade, época Por outro lado, A. Aberastury (3), como outros analistas e médicos em geral,
em que cuimina a posição masculina heterossexual no menino. destacou o hábito da introdução de objetos na vagina desde cedo (1 ano em diante).
E certo que o clitóris é o órgão preferido para a atividade masturbatória deste perío-
do.

O DESENvOLVIMENTO SEXUAL DA MENINA Freud assinala também que as descargas espontàneas da excitação sexual
ocorrem muito freqüentemente e expressam-se por espasmos no clitóris. As ereções
Para esta síntese, baseamo-nos nos seguintes trabalhos de Freud: "Trés En- deste órgão levam as meninas a formarem uma idéia adequada das
xuais no menino e transferir para ele seus próprios processos sexuais, sem necessida
manifestacõesse
saios sobre uma Teoria Sexual" (20), "O Tabu da Virgindade" (35). "Sobre a Sexuali
dade Feminina'" (45) e "Novas Contribuiçõesà Psicanálise"(46), (conferência de para isso de uma informacão especial a respeito. Portanto, a masturbacão clitori
XXXII). Freud descreve na menina - à semelhança do menino u m primeiro pe- diana é, para Freud, a atividade fálica da menin.

60 61
Durante este per iodo, o pai é visto como um rival e é rejeitado, assim como os mesmo tempo, NVa sua fantasia, incorpora-o
oralmente, tal como pensa que fez a
irmãos. Segundo Freud, o brincar de bonecas revela o despertar da feminilidade mãe Acha que o pénis paterne possui enormes virtudes, que são a projecão de seus
como geralmente se considera- mas é também uma evidéncia da exclusividade da impulsos pré-genitais polimorfos.
proprios
relacão com a me e da rejeição do pai. Mostra, além disso, o caráter ativo da sexua Alaumas meninas estendem esta visão a própria mãe, com o que se
lidade das meninas, porquanto reproduzem nele ativamente as situações vividas pas. com ela. reforçaa
sua ligação
sivamente com a mãe; nos brinquedos infantis, a boneca é tratada quase sempre Como vemos, existem diferenças e
coincidencias entre M. Klein e Freud.A
como se fosse uma menina. Isto pode-se ver, posteriormente, nas condutas dos ho. diferença está
no precoce desejo do penis do pai, cuja origem M. Klein
situa no se
mossexuais, que desempenham em forma alternativa o papel de me e menina. gund
cemestre de vida. E ao contrário, amb0s acreditarm na
existència de
uma ima
Outra das fantasias dominantes da fixação pré-edipica é a de dar um filho à do
ge
mãe fálica; M. Klein a atribui a incorporação do pënis pela
me, ou seja, à
mãe. Constitui também a expressão do fim ativo da sexualidade intantil e da posi parelha combinada.

ção masculina da menina. A incorporação do pénis paterno como objeto parcial é dupla: há uma ima
Como apontamos antes, segundo Freud, a fixação na me resolvese por causa nem de um pênis bom e uma imagem ma. Se prevalecer a pr imeira e a menina Ihe
da hostilidade quese vai acumulando contra ela; pela frustração e pelo ddio
experi atribuir grande valor, desenvolvera uma atitude muito submissa aos meninos, dentro
mentados por ocasião do nascimento de irmãos e por causa da proibição da mastur. de uma posição feminina. Mas se predominar a segunda, surgirá o impulso de busca
bação. A proibição externa converte-se num incentivo para abandonar a prática de experiéncias sexuais precoces, com a intenção de verificar na realidade a fantasia
masturbatória, com o que se suprime a sexualidade. E possivel observar as conse- de uma cena primária sádica. Se o ódio à me for muito intenso, a fantasia de incor
quencias da proibição, nos posteriores esforcos por liberar-se de uma satisfação que poração do pênis paterno se reforçara e sera sentida como realea
menina assumirá
a posição masculina.
a menina sente como se fosse arruinada. O concomitante ressentimento pode
bém resolver-se em rebeldia e numa desafiante persisténcia da atividade masturbató-
tam A introjeção projeção
e a estão
reforçadas na menina. A maior intensidade da
ria, as duas atividades iniciam o caminho para a posterior conduta masculina. De projeção deve-se à necessidade de controlar o mundo externo, para encontrar refú-
qualquer modo, esse ressentimento constitui um fator preponderante no abandono gio contra os objetos internos perigosos. O seu superego também é mais forte e mais
da mae como objeto sexual e assinala o começo da ligação com o pai. severo do que no menino. Nisto M. Klein difere de Freud que, como veremos ao tra-
Por outro lado, quandoa menina comprova a falta do pënis, sente-se castrada, tarmos do conflito ed ípico, sustenta que na mulher o superego está mais francamen-
e o considera como uma desgraça que acontece somente a ela; só mais tarde é que te instalado. Para M. Klein, a raiz mais profunda do masoquismo feminino parece
começa a entender que o mesmo ocorre com outras meninas e mulheres e, especial ser o temor da mulher aos objetos maus internose representa ação de
a seus
instin
mente, com sua me. E muito comum nessa idade a fantasia da me com pênis. Tu- tos sádicos contra estes.
do isso produz fortes sentimentos de desvalorização em relação à mulher. Mais tar Outra fantasia infantil da menina é a de ataques castratórios ao pênis do pai,
de, a menina acredita que sua castração se deve ao castigo por suas atividades mas que Ihe despertam intensos temores que podem perdurar em sua vida adulta, como
turbatórias e pensa que seu executor foi o pai. Mas o motivo principal da hostilida- a ansiedade de ter uma vagina daninha para o pênis dos homens. Esta ansiedade cau-
de à mãe é a acusação de não të-la provido de um pênis. sa frigizez.
A inveja do p¿nis constitui, para Freud, um motor essencial da sexualidade in Os impulsos destrutivos para com o corpo da me são mais fortes e duradou
fantil feminina e tem origem na imputação que a menina dirige à me de të-la priva ros do que no menino e atuam com métodos de ataque secreto e astuto, que se
do deste órgão. A menina luta durante muito tempo contra a noção de carência de apóiam na magia dos excrementos e demais substäncias corporais e na onipotència
penis e uma das manifestações dessa luta é a sua insisténcia em urinar em pé como dos pensamentos. Esta modalidade secreta de ataque tem origem na particularidade
os meninos. não visível dos genitais femininos; outra conseqüencia desta situação é a exten
Freud sustenta também que o abandono da mãe como objeto sexual é mais são do narcisismo a todo o corpo que é investido com a onipotencia atribuida
que uma mera mudança de objeto: vai acompanhado de uma diminuição dos impul- as diversas funções corporais e processos excretórios. A onipotëncia atribuida
sos sexuais ativos e de um incremento das tendências passivas,
menina para
que são as que orien do corpo marca a diferença com o menino, que centra esta fantasia em seu pe-
tam a

tam-se as tendncias
pai: instala-se assim a repressão da masculinidade e
o
incremen
femininas. Como conseqüencia disso, o desejo de um bebé-pé-
nis.
Os ataques fantasiados à mae criam profunda ansiedade e culpa que, por sua
nis é transferido da me para o pai.
vez, reforçam a ligação com ela e determinam o impulso à reparação. Este impulso
M. Klein, de acordo com o capítulo XI da "Psicanálise de
Para
o ressentimento com a me
Crianças
"(54),
pelo desmame leva a menina a desejar o pênis do pai,
assume às vezes as caracter ísticas de uma neurose obsessiva pela qual a criança trata
de devolver à mãe as crianças e pënis que teme ter-he destru ido. Um bringquedo em
que se converte assim no objeto de seus impulsos orais, uretrais, anais e genitais ao
que se expressa tal preocupação é o da confeccão de embrulhos. Outra fantasia re
62 53
paratoria é a de possuir um menino; a impossibilidade de confirmá-la reforça o t
te posteriormente dificuldades para a gravidez e o parto. Por outro
mor de ter o interior destruido ou danificado e ser incapaz de conceber. persistência produz
lado, a equação criança-pênis assume também
as caracter isticas de um objeto bom
M. Klein diz que existe um conhecimento inconsciente e outro consciente da os conteúdos bons do próprio corpo. Em sua opinião, a
e protetor que representa
vagina. O primeiro manifesta-se na representação de uma cavidade nos genitais desti.
menina sente desejos tão intensos de ter filhos porque os vive
como um meio para

nada a pénis
receber o do pai. A noção consciente é obtidadas investiga.
no curso
dominar a sua ansiedade e aliviar seu sentimento de culpa. O desejo de
uma criança
cões durante as brincadeiras sexuais com meninos ou meninas. Existe uma forte ten
bonita transforma-se logo no anelo de possuir um belo corpo; sua origem reside
nas

dencia para reprimir este conhecimento originada nos temores que desperta esse ór. excrementos perigosos. Este é um caninho sublimatório quue
ansiedades ligadas aos
gão, em que se projetam as fantasias sádicas sobre a cópula entre os pais. A vagina,
conduz à noção de beleza. Tais ansiedades promovem também abnegados
os senti-

nesse sentido, fica incluida dentro das ansiedades sobre o interior do próprio corpo, mentos maternais de dar e o gosto por um lar confortável.
que é visto como cheio de objetos terrorificos. Tanto a introjeção como a projeção são mais intensas na menina do que no
Os mesmos fatores que tendem a ocultar a função psicológica da vagina na menino, o que determina, por um lado, o estabelecimento de um superego mais for
menina intensificam sua fixação no clitóris, porque é visível e, portanto, pode ser te e, por outro lado, a organização de um ego muito dependente em relação aos ob
controlado pelo de realidade. As fantasias que acompanham a masturbaçã0
juizo jetos internos e externos, assim como também ao superego. A qualidade receptiva
clitoridiana são, maior parte, de natureza pré-genitale têm caracter ísticasdiver
na

quando a menina começa a identificar-se com seu pai, reveste o seu


das sublimações femininas deve-se à necessidade dorminante e profunda de abando
sas. Logo, clitó nar-se com confiança e submissão totais ao pênis bom internalizado. O poder de ob-
ris das fantasias correspondentes a um pênis. Esta forma de masturbação continua servação, a visão psicológica e a inclinação ao engano e à intriga têm sua raiz no con
até a fase fálica (coincide com Freud), em que diminuem as tendências sádicas. Nes trole secreto dos objetos maus internalizados.
se momento surge a compreensão de que o clitóris não é um pênis.
M. Klein descreve também a dinmica psíquica correspondente aos jogos
A dependéncia do objeto interno amado cria na menina a intuição e a subjeti
xuais infantis, especialmente entre irmãos e irms. Diz, a esse respeito, que os dese
se vidade que Ihe são caracter ísticas; conseqüentemente será dominada pelo incons
ciente, enquanto que o menino será regido pelo egoe pelas relacões com a realida
jos libidinosos dos meninos pequenos, intensificados por suas frustrações ed/picas e de.
pela ansiedade proveniente dos terrores inconscientes, os impulsionam a atividades
sexuais que não só gratificam sua libido como também Ihes permitem elaborar os
medos derivados das fantasias sobre o ato sexual. Se a atitude dos pais é benévola, A CURIOSIDADE SEXUAL INFANTIL
brinquedos exercem uma influencia favorável no desenvolvimento. Caso con
estes
trário, quando o medo dos pais é excessivo e se vê confirmado pelos fatores exter- Freud destaca que os adultos, por sua hipocrisia e má consciência em relação
nos, esse desenvolvimento fica prejudicado. Não obstante, se o irmão com quem a ao sexual, preferem considerar a criança como um ser inocente e desprovido de toda
menina praticou esses jogos sexuais assumiu uma atitude protetora, pode-se fortifi- curiosidade em relação a esses problemas. Dedicou a esta matéria dois artigos: "A
car a vivencia de um pênis bom introjetado com o qual se atenuam os temores em ilustração sexual das crianças" (21) e "Teorias sexuais infantis" (24), além de inclui
relação aos objetos maus. Outro aspecto importante é que o sentimento de culpa la em "Três Ensaios sobre uma Teoria Sexual" (20) e em outros trabalhos.
produzido por estas atividades costuma ser partilhado; portanto o alivio é maior. Diz que até três anos de idade as crianças começam a perguntar como nascem
Além disso, a menina estabelece uma ligação particular com o seu companheirinho os bebês, geralmente relacionando com o nascimento de um irmão ou algum outro
sexual em quem ve o representante de um objeto bom. beb. Esta curiosidade é determinada pela hostilidade e rivalidade que o fato Ihes
Nossa experi ncia clinica confirma amplamente as apreciações de M. Klein so- provoca e responde, como todas as investigações, a uma exigència vital; é como se o
bre o conhecimento da vagina, a passagem à masturbação clitoridiana e os jogos se- pensamento tivesse o dever de evitar a repetição do temido acontecimento. A seguir
xuais infantis (70). interrogam os pais sobre a sexualidade. Se estes respondem com mentiras, nasce ne-
Outra diferença em relação a Freud está no fato de que M. Klein destaca que las uma intensa desconfiança dos adultos e a suspeita de uma proibição em torno do
o desejo do pênis implica o desejo do pênis do pai como objeto libidinoso e não me tema as induz a ocultar e manter em segredo suas investigações posteriores. Ator
ramente inveja do pênis. Acreditamos que ambas as situações coexistem no incons mentam-se secretamente com o problema e procuram resolve-lo com uma série de
ciente da menina e pode-se pesquisá-las e diferenciá-las nitidamente. A inveja ex- teorias particulares em que misturam elementos fantásticos com dados da realidade;
pressa-se, a nosso ver, mediante a identificação projetiva e a fantasia masculina de além disso comentam entre si culposamente e com sensação de sujeira.
possuir o pênis do pai. Estabelece-se, deste modo, nelas um oconflito psíquico em que as percepções
Quanto ao desejo de ter filhos, M. Klein estáde acordo com Freud sobrea
equação fezes-crianças e destaca que a mesma se tinge de fantasias sádicas anais cuja
da realidade, que exercem uma atração instintiva, entram em choque com as afirma
coes dos adultos. Este conflito conduz posteriormente a uma dissociação psiquica:

64 65
"bom" pelos adultos e que impede a rofla que não logrou determinar, com precisão, se as criancas relacio
o conjunto de idéias
consider ado c o m o isso Freud esclarece
da cegonha se converte
no consciente e dominante, enquanto cena c o m a interrogacão sobre como se formam os bebés. De qualquer mo
ão como a história narm esta
é recalcado e deslocado para o inconscien. sdo registra a no obscuro impulso para a crueldade que emerge com a excitacão do
que o produto das próprias investigações
desconfiança dos adultos, o que afasta a criança de ses no menino, quando pensa no problema da formação de bebés.
a pénis, que ocorre
te. E, além disso, surge
de sua total confiança. Em outro plano,
as investigações se Considera também que pode surgir pela lembrança da relacão sexual entre os pais,
pais que antes gozavam
uma atitude independente. compartilhar com eles o mesmo quarto. O descobrimento de man
xuais infantis constituem o primeiro passo para presenciada ao

uma
escoptofilia, cuja origem é atribuída por Freud à nos lençóis ou na roupa da mãe aparece posteriormente como
Este tema se relaciona com a chas de sangue
desta atividade, é desloca- da visão do coito sádico, e constitui o antecedente do horror ao sangue
masturbacão: o interesse pelos próprios genitais, derivado evidência
os genitais dos companheirinhos de brinquedo, converten- que certos
n e u r ó t i c o s experimentam.
do posteriormente para
O problema das relações sexuais preocupa muito as crianças que o relacio
conhecida atitude "voyeur ista" à ação de urinar e defecar dos demais, o
do- se na
bem que sofre de averiguações sobre o significado de ser casado. Respondem a isso segun
desejo de entrar no banheiro com outros, se o processo repressão, nam a suas

torturante que, se não se resolver, pode levar a


sinto do a coincidéncia entre suas percepções e seus instintos. Geralmente veem-no como
persiste como uma compulsão uma impudicícia: marido e mulher uriname defecam em presença um do outro,
mas neuróticos específicos. náde
homem urina dentro da mulher; ou então ambos mostram-se as
Neste momento e em relação com estas atividades, surge a curiosidade sobre a ou então o

nenhuma vergonha. Estas teorias expressarn-se em brincadeiras infantis


diferença sexual anatómica. Em alguns trabalhos, Freud
assinala que é
anterior à in- gas, sem

de médico o u a de papai e marnãe.


sobre o nascimento dos bebés, apesar de afirmar o contrário com outros. como a
vest igação Freud expôs o problema das fantasias sobre a cena primária na
Conferência
experiéncia indica que ambas as preocupações aparecem alternadamente, sem
Nossa
XXIII de "Introdução à Psicanálise "(33) e na "História de uma Neurose Infan
que seja possivel precisar qual é a primeira, embora o interesse pela origem dos be
til (36). Estabeleceu que sua incidencia posterior não varia no caso de correspon
bés se acentue com a chegada de um irmão.
derem ou não a uma realidade. Considera que como a ameaça de castração ou a

caráter filogené-
sedução por parte de adultos trata-se de fantasias
-

primár ias, de
AS TEORIAS SEXUAIS INFANTis tico em que o ser humano procura além de sua própria experiència e remonta às
experiências primitivas para preencher suas próprias lacunas perceptivas, o u seja,
substituir a realidade atual pela pré-história.
Como assinala Freud, elas apóiam-se na observação da vida dos animais e se
Por outro lado, sustenta que a percepção da cena primária é muito precoce
sustentam nos componentes do instinto sexual.
- por volta de 1 ano e meio de idade, segundo ele e que permanece no incons
A primeira delas nega a diferença entre os sexos e atribui a todas as pessoas,
ciente, reativando-se por "ação retardada" em observações posteriores que levam
incluindo as mulheres, a posse de um pénis.
A segunda teoria sustenta que os bebës saem pelo umbigo ou mediante uma o fato à consciência.
Como vimos em capítulos anteriores, Melanie Klein, ao colocar a existència
incisão abdominal, como na história de Chapeuzinho Vermelho. Estas teorias - que
do complexo de Edipo precoce, situa a fantasia inconsciente de parelha conjugada
são inobjetáveis ficam como lembranças conscientes e evidenciam a repressão dos
conteudos anais da versão anterior. já no segundo semestre de vida.
A teoria do parto anal é semelhante à da cloaca e complementa-se com a Pode-se observar, clinicamente, que as brincadeiras infantis expressam, desde
tória de que basta comer algo em particular para que se forme um bebê e com a
his muito cedo, a noção da cena primária, tal como descreve Arminda Aberastury, e
com u m a ampla gama de
idéia de que tanto os homens como as mulheres são capazes de dar a luz. Mais tarde, que, no terceiro a n o de vida, as crianças a desenvolvem
na vida adulta e em circunstância de alguma enfermidade mental, estes conteúdos matizes, tanto de amor como de sadismo.
costumam aparecer em forma de delírios ou alucinacões.
A terceira teoria relaciona-se com o ato sexual
tasiado - entre os pais. As percepções das crianças a esse respeito são, forçosamen
presenciado, ouvido ou fan sINTESE DA DINÄMICA PSIQUICA ENTRE 2 E 3 ANOS DE IDADE
te, muito incompletas. As observações parciais que realizam d a posição, ruídos ou
qualquer
outra circunstancia assessóriaFreudlevam-nos sempre à mesma conclusão: a
ce
-

- Passagem da relação narcisista de objeto à relação objetal


na
presenciada (ou fantasiada), que denomina
primária, 6 imaginada
cena
co equação crianças-fezes-pënis
mo umdano
Os
ou um ato de
dominação que participante mais forte inflige ao mais
o
- condutas de perda de limites
fraco.
com os
meninos,
amiguinhos,
em
em
especial, comparam-na com suas demonstrações de força
que sempre há colocação de limites
um certo grau de excitação sexual. Sobre
66 67
- Desenvolvimento psicossexual EVOLUÇÃO MATURATIVA DE 2 A3 ANOS DE IDADE
- Do menino: Freud fase fálica: masturbação ansiedade de castração-
negação do genital feminino - supervalorização nar.

cisista do pênis. 2 anos e meio (30 meses)

pênis paterno dentro do ventre materno


M. Klein (ataques ao
Motricidade:
- fase passivo-feminina ansiedade de retaliação-
Consegue vestir-se, mas sua habilidade é limitada.
deslocamento da onipotencia das fezes para o pênis
- tendências reparatórias - fixação genital na mãe Evacuação
Quase todos já se sentam no penico ou vaso; chama para limparem-no; pou
- ansiedade de castração e renúncia de identificação
cas vezes se suja ou se molha; não molha mais a cama.
materna -

diferenciação da parel ha combinada.


- Da Menina: Freud continua a fixação na m e-fase fálica- fantasias Caráter
Torna-se rebelde, mandão; insiste em certas rotinas e dá ordens para obser
de ser seduzida pela mãe - masturbação clitoridiana
vá-las no asseio, comida, passeios, etc.
- rejeição do pai como rival - fantasia de dar à mãe
Jogo:
um filho- hostilidade contra a me pelas frustra Fala enquanto brinca, remedando cenas vistas; rasga o papel de parede, furao
çoes vivência de castração e inveja do pênis reboco; pede que Ihe recontem as histórias, olha sozinho as gravuras nos li-
abandono da me como objeto sexual-transferência vros.
ao pai repressäo da masculinidade desejo de ter Sociabilidade:
um bebe-pênis do pai.
M. Kleinimagem do pênis bome mau atitude submissa ao
brinque
Alterna entre a timidez e o convívio; já é capaz de compartilhar seu
do com outros meninos; interessa-se em observar os demais no banheiro; tem
pênis bom internalizado superego forte -a onipo- noção da diferença de sexos.
tência das fezes e das idéias é deslocada para o corpo Linguagem:
narcisismo - identificação masculina ou separa- Aparece o pronome de primeira pessoa e o tu ou voce.
ção da m e- conhecimento consciente e incons- Arminda Aberastury (6) descreve para esta idade: a construção de garagem pa
ciente da vagina ansiedade pelo interior do corpo ra brinquedos de penetração; a necessidade de terem uma gaveta ou armário para
-

represso da noção de vagina- masturbação cli- guardarem eles mesmos os seus brinquedos. A destruição e a desordem produz-lhes
toridiana e fixação no clitóris fase fálica dimi- angústia. Gostam de ver que os brinquedos podem ser arrumados. Desenham para
nuição do sadismo e diferenciaç o do clitóris - pÃ-
reter a imagem, que é fugidia.
libidinoso do pênis paterno
nis desejo desejo do Gostariamos de destacar a definição de desenho que formula A. Aberastury,
(filho. já que este efetivamente permite concretizar a imagem men tal e Ihe outorga perma
nência, com que culmina a formação de símbolos, cujo outro expoente é o reforco
-

A curiosidade sexual e as teorias sexuais infantis: da linguagem; todos estes ganhos evidenciam que o ego conseguiu estabelecer defe-
- Freud
como nascem os bebes sas adequadas no processo de dor pela separação (perda) do objeto externo. Por ou-
diferença sexual anatômica tro lado, coincidem coma maior sociabilidade e a rebeldia que são manifestações da
escoptofiliae "voyeurismo" passagem da relação narcisista à relação objetal.
dissociação psíquica diante das mentiras
teorias sexuais fantásticas
3 anos
fantasia de cena primária

- M. Klein
que é ser casado Caráter
brincadeiras sexuais com amiguinhos ou irmãos Trata de concordar com as pessoas e de agradá-las.
do outro sexo. Gostam dos afagos.
Motricidade:
Já nada como adulto, tem coordenação fina. Consegue desenhar uma cruz,
copiar um círculo. Desabotoa a roupa,
de velocípede.
veste-se
ajudado, come sozinho. Anda

69
Controle esfinteriano:

o

Aprendizagem:
o adquiriu
troquem. Muitos
ou está quase. Alterna
se
o

limpam sozinhos,
controle com
outros
a incontinência. Pede
pedem ajuda.

as trés formas básicas: círculo, quadrado e triângu.


que

6
Sabe contar até 3; conhece
o. Constrói uma ponte com três cubos. Compara dois objetos. Gosta de
lIhe contem sua vida passada, gosta de
aprender palavras novas. Gosta de que
ouvir histórias e que as repitam. Pede explicação sobre fatos da natureza ou
da vida cotidiana. "Le" livros (repete-os de cor). Acompanha o ritmo, mani.

pula instrumentos musicais, canta músicas inteiras, reconhece as melodias.


Distingue a noite do dia. Tem sintido do tempo.
Linguagem:
Continua com articulações infantis (até 4-5 anos). Faz solilóquios e represen-
tações, combinando as ações com as palavras.
Relações sociais: Psicodinamismos entre
Interessa-se pelas pessoas, observa suas expressões faciais. Continua com o
brinquedo solitário. Tolera brinquedos coletivos. Gosta de ajudar nas tarefas.
Tem cada vez mais clara a consciéncia do Eu e do Vocé; noção do nós tam.
3e5anos de idade
bém. Consegue descrever a diferença entre meninos e meninas, mas não faz
distinções no brinquedo com outras crianças sobo cuidado de adultos. FREUD

Banho:
Freud situa nesta época a culmin ncia da etapa fálica com suas corresponden
Insiste em lavar-se sozinho.
tes vicissitudes: a ansiedade da castração, a repressão, a instalação do complexo de
Sono:
Edipo, a formação do superego e a organização da histeria de angústia infantil. Es
Alguns descem para ir ao banheiro urinar ou para passar a cama dos pais.
Comida: tudaremos cada tema detalhadamente.
O apetite é regular. Prefere carne, fruta, leite e doces; vai aceitando os vege
tais. Maneja a colher e o garfo. Gira o pulso, sustentando assim a xícara pela
asa, sem ter que utilizar a outra mão. Sua atenção dispersa requer que ainda o
A ETAPA FÁLICA
ajudem a comer.
Aos 3 anos a criança entra na fase fálica, que começamos a tratar capitulo no
Jogo:
Entretém-se muito com seus brinquedos, costuma inventar histórias. Nesta anterior. Freud ocupa-se especificamente deste tema em "Três ensaios sobre uma
da fobia de um menino
idade se torna mais evidente a diferença de sexos na escolha de materiais teoria sexual" (20), "Teorias sexuais infantis" (21), "Análise
lúdi de 5 anos'" (25), "O final do complexo de Edipo" (42), "Novas contribuições à psi
COs canálise" (46) (Conf. XXXIII) e "Compêndio de psicanálise" (48).
Pintura:
Esta fase, a terceira do desenvolvimento (48), é a precursora da vida sexual
Consegue traçar formas variadas, desenhar. Utiliza uma ou várias cores.
posteriore muito com ela. O papel mais importante é desempenhado pelo
Argila: se parece
falo. Os genitais femininos permanecem no desconhecimento. Na tentativa de com
Amassa, faz bolos, bolinhas e tiras. Dá nome ao que cria.
Passeios: preender os processos sexuais, as crianças prestam homenagem à teoria cloacal, que
Gosta de observar as distintas atividades. tem justificativa genética.
Ao contrário do que acontece nas etapas anteriores, em que os instintos par
Tem noção do lugar de destino. os
ciais procuram a consecução do prazer em forma independente, nesta aparecem
Esta capacidade de compartilhar brinquedos com outras crianças determina, em nossa opinião, as demais forças sob a primazia
dos ge-
a possibilidade de acesso ao jardim-de-infância. começos de uma organização que subordina
dos instintos para a obtenção do
nitais e significa a iniciação de uma coordenação
prazer na função genital.

71
70
As manifestacões sexuais expressam-se mediante masturbação. Com a fase
a
que os meninos constroem este perigo por eles
fálica
tou mesmos, a partir de pequenos
e no seu transcurso, a sexualidade infantil precoce
alcança seu ponto
pare aproximar -se da sua dissolucão, submergindo se posteriormente no perfodo de
máximo cadores que nunca faltam. Admite as observações de
alguns de seus seguidores
ao fato de haver outras situaçóes anteriores em que
aparece este complexo
latencia até a puberdade.
oda vez que o seio matern0- que o bebe experimenta como parte de seu corpo
A masturbacão clitoridiana é a atividade fálica das meninas e
acompanha-se de Ihe é retirado,
sensaçao da
a
perda ds rezes e o ato do
nascimento
fantasias ativas com a mãe, em que esta, ou outra substituta, aparece como seduto lente da castração
é a cegueira (29).
em
si. O equiva
ra. A seducão real é bastante freqüente (46) e, em geral, é levada a cabo por outras Durante a etapa fálica, em geral, os pais ou
criancas (ver pág. 60, "O desenvolvimento sexual da menina"). sub-rogados tomam a seu
encargo
ameaca de castração. Esta ameaça une-se a visaão da auséncia do
Quando o interesse do menino se situa nos genitais, ele se masturba
penis nas mulhe
qüéncia, mas isso não constitui toda
com fre res, o que induz o menino a
imaginar a
perda do seu. Ambos os fatos fazern-no
sua vida sexual; é meramente ex
uma
descarga nerimentar o maior trauma de sua vida, instalando-se com isso a
repressão da ativi
genital excitacão sexual pertencente ao complexo edipico. O menino
da
dade masturbatória.
formar apenas noções muito vagas sobre o que
consegue
seja uma relação sexual satisfatória; Os meninos consideram que o castrador principal é o pai (46). O
porém entende que o pénis tem algo a ver com isso, porquanto as medo de fan-
sensações em seuu tasmas disfarça o medo do pai (ou da me fálica)(29). A compulsão à
órgão Ihe dão essa evidéncia (42). Relaciona-o com o nascimento de bebés (25) e exibição é
uma maneira de assegurar-se da integridade do pénis reitera
pensa que o responsável deve ser um pénis
grande, maior que o seu. Supõe que o
e a satisfação diante da
comprovação de sua ausência nas mulheres (24).
movimento do pénis conduz a um ato de violéncia realizado
sobre sua me, seme A menina, depois das primeiras manifestações da
Ihante ao de machucar ou de abrir uma fenda em inveja do penis, que a im-
algo, ou forçar a entrada num es- pulsionam a masturbar-se como o menino, reconhece a carência do pênis, ou me
paco fechado. Mas, apesar destas sensações levarem-no à
concepção de uma vagina, Ihor, a inferioridade do seu clitóris. Como resultado desta primeira derrota em sua
ele não consegue resolver o
problema, pois, segundo sua experiëncia, não existe uma
coisa tal como rivalidade com o menino, aparece um forte sentimento contra a masturbação que
requer o seu pénis. O prazer que obtém na masturbaço do
xual pode ligar-se à órgo se. não pode ser atribuído somente às influncias educativas. Esta
escoptofilia (prazer visual em olhar), na forma ativa ou passiva, rejeicão obedece ao
sob a confluéncia de instintos descrita sentimento narcisista de humilhação ligado à inveja do pënis e à noção da diferença
por Adler.
Esta
masturbacão acompanha-se, ademais, de sentimentos hostis para com o anatòmica entre os sexos (44). Posteriormente, considerará que sua falta de pènis.
pai e de ciúme dele vivida como castração, deve-se ao castigo pelas suas atividades masturbatórias e a
e de impulsos sádicos
para a me, como uma vaga noção de
der fazer algo com ela, para consumar o desejo de possui-la po atribuirá a seus pais (46). Perde então interesse pelas atividades masturbatórias e
re
la). Ao mesmo tempo, surgem
(premonições da cópu calca suas tendências sexuais em geral. Portanto, a inveja do pênis a conduz ao com-
impulsos no menino, que ele não pode evitar e que plexo de Edipo.
tendem a cometer algo violento, como
apertar, rasgar em pedaços, abrir um buraco.
Gostaríamos, nesta altura, de destacar a verdade desta descrição que vimos
confirmada, através da brincadeira observada em crianças desta
em sessões analiticas.
idade, especialmente O RECALCAMENTO
Mas, diz Freud, quando o menino parece
chegar à conclusão de que a entrada
do pênis paterno na me é o ato pelo qual se cria o bebê no
corpo desta (24), seus
Freud trata desta de
parte, ligada masturbação "Toteme Tabu'"(29).
com a em

esforços intelectuais tropeçam com a perplexidade,


posto que não consegue
imagi Aameaçaforças
externa castração e proibição da masturbação encontram apoio
a

nar a vagina. O fracasso

los. Não obstante, tais


destes esforços intelectuais leva-o a rejeitá-los ea esquecê em poderosas
asim recalcamento
internas, derivadas do
é, conseqüentemente,
autores das
mais forte do
Instala-se
amor aos mesmas.

elucubrações se convertem no protótipo de todo o trabalho o


não
que que o instinto, mas
intelectual posterior que consegue suprimi-lo; somente afasta-o da consciência. Por isso, tanto a proi-
Com a etapa fálica, bição como o instinto persistem: a primeira, porque se cessasse, o instinto teria
finalmente, culmina o período narcisista auto-erótico da
sexualidade infantil. acesso à
de
consciência e se plasmaria em ação; o segundo, porque procura a maneira
expressar-se. Cria-se, portanto, uma
ca-eo conseqüente conflito entre a proibição e o instinto.
situação não resolvida -
uma fixação psíqui
ANSIEDADE DE CASTRAÇÃO Pode-se descrever esta situação como a atitude ambivalente do sujeito para
um so objeto ou, melhor dizendo, para um ato ligado a esse objeto. O conflito não

Freud particularizou (25) que o termo complexo de castraçao deveria se soluciona, porque ambas as forças estão localizadas na mente, porém sem terem
servado às excitações e conseqüências relacionadas com a
ser
re relação entre si, já que o instinto recalcado se encontra no inconsciente, sendo des-
perda do pênis e susten Onnecido para o sujeito, enquanto que a proibição opera na consciéncia.
72
73
tanto, se vale de atos e objetos ird a vinculação com o pai nerente ao complexo invertido. O
O instinto procura escapar da proibiçko e, para st mesmo ocor
substitutos daqueles que estão proibidos.
A proibição tambem des. a identificação com a mãe. A relativa intensidade das duas identificações
re
que atuam como tletird a preponderancia de uma ou outra disposição sexual
novos fins que o impulso
adota. Esta situação conduz poste.
loca se e se estende aos

iormente ao estabelecimento dos atos obsessivos Uma parte das tondencias bidinaise dessexualizada e sublimada a outra
e

e outra conseqiüéncia do desvio das forças instintivas de seus Ainibida em seus fins, substituindo-se por impulsos de afeto. Deste
modo, o
A sublinnwwio ceso de dissolução do complexo edípico preserva o órgão genital, porém à custa
fins sexuais e de seu deslocamento para novos objetivos
D ncão
do desenvolvimento sexual, levando o menino ao período de latência.
Trata-se de um processo muito mais intenso que o recalcamento: equivale à destrui-
cão e abolição do complexo edipico. Se isto não acontecer, o complexo persistirá
O COMPLEXO DE ÉDIPO no
id, em estado inconsciente, e manifestará posteriormente seu efeito patogënico.

capitulo V de "Interprotação dos Portanto, há uma estreita ligação entre a organização fálica, o complexo de
Freud expde este tema de forma especial no

e em "O Final do Complexo de Edipo"(42).


Edipo, a ansiedade de castração, a tormação do superego e o per íodo de latência.
em "O Ego e o ld"(40)
Sonhos "(19), uma catexis objetal de tipo anaclitico Na menina, após a supressão da masturbação, por causa da inveja do pênis, a
O menino desenvolve desde cedo (40)
identifica pai, Durante algum tempo
com o libido vira e substitui o desejo do penis, pelo desejo de ter um bebêède seu pai como
(relação objetal) para com a mãe e se

assim, juntas, até que os desejos sexuais do me presente, de acordo com a equação pênis-criança. Com este propósito, toma o seu
ambas as vinculações permanecem
é percebido como u m obstáculo. Nes. pai como objoto de amor. A mãe converte-se então no objeto de seu ciúme. A me-
nino pela mãe se tornam mais intensoseo pai
com o pai enche-se nina transformou-se em mulher (42). Esta nova situação faz surgir nela sensacões
ta situação tem origem o complexo de Edipo. A identificação
transforma no desejo de destazer-se dela, de que morra, de fisicas que poderiam ser consideradas como um despertar prematuro do aparelho
então de hostilidade e se

fim de ocupar assim o seu lugar junto da mãe (19, cap. V), genital feminino. Mais tarde a trustração obriga-a a abandonar a ligação com o pai,
que se vá para sempre, a

pai será ambivalente, como se se manifes.


relação com o e esta será substituida por uma identificação, com a qual a menina volta ao comple
A partir desse momento, a
xO masculino e pode fixar-se nele. O amor à mãe induz ao recalcamento do ciúme e
tasse de imediato a ambivaléncia inerente à identificação.
Como conseqüéncia, o complexo de Edipo positivo no menino (42) 6 integra identificação com ela.

do por uma atividade ambivalente para com o pai e uma relação objetal afetuosa
satisfação ativa, em que o menino fantasia que assumiu
com a mãe. E a maneira de
atitude masculina, e que, como ele, mantem relações com a A FORMAÇÃO DO SUPEREGO
o lugar do pai, numa

mae, enquanto considera o pai um impedimento0.


Existe outra possibilidade, a passiva, em que o menino deseja tomar o lugar Seguimos neste tema as teorias de Freud em "O Ego e o Id"(40).
da mãe amado pelo pai, e sente a mãe como um estorvo.
e ser
O resultado da fase sexual dominada pelo complexo de Edipo é a formação de
Mas o complexo edipico, geralmente (40), duplo, positivo e negativo ao no ego, constituido pela identificação com o pai e com a mã, uni-
um precipitado
mesmo tempo, Isso se deve à bissexualidade originariamente presente. Um menino dos de algum modo entre si. Essa é uma das maneiras em que a bissexualidade inter
não tem somente uma atitude ambivalente para com o pai e uma vinculação objetal vém nas vicissitudes edípicas. A modificação do ego confronta seus outros conteú-
amorosa com a mãe; ele se comporta, ao mesmo tempo, tambem como uma menina dos com um ego real ou superego. O superego não é simplesmente um resíduo das

e desenvolve uma atitude feminina para com o pai e ciúme da mãe e hostilidade a
primeiras escolhas objetais do id: ele representa também uma formação rea- enérgica
ela. tiva contra essas escolhas. Sua função é reprimir o de O
complexo
superegoa Edipo.
A ansiedade de castração (42) interrompe ambas as possibilidades, já que as retém o caráter do pai e quanto mais poderosa for a situação ed ipica e, segundo
duas implicam a perda do pênis: a saída masculina, como resultado do conseqüente rapidez com que se operou o recalcamento sob a influência da autoridade, do en
sino religioso, da educação escolar, etc -, mais estrito será o domínio desta instàn
castigo e a feminina, como pré-condição. Considerando que a satisfação do amor no
complexo edipico ameaça cortar-the o pênis, cria-se um conflito entre o interesse cia sobre o ego. Posteriormente, o superego atua como a consciència moral ou, me
narcisista por essa parte do corpo e as catexis libidinosas para os objetos parentais. Ihor dizendo, mediante o sentimento de culpa inconsciente.
Neste conflito triunfa o primeiro. Apresenta uma forma compulsiva que se manifesta como um imperativo cate
Por este motivo, o menino afasta-se do complexo de Edipo, abandona as ca- gorico, diante do qual o ego se submete, como a criança a seu pai. O fato de derivar
texis objetais e as substitui por identificações. As quatro correntes que formam o se do complexo edipico coloca-o em relação com as aquisições filogenéticas do ide
complexo de Edipo agrupam-se de tal maneira que produzem a identificação com o o converte numa reencarnação das anteriores estruturas do ego que deixaram seu

pai e coma mãe. Esta identificação preservará a relação objetal positiva com a mãe precipitado no id.

74 75
O superego e, portanto, o herdeiro do complexo de Edipo e. con.eqüente Freud diz que as fobias sao constituidas por istemas que exprassarn a nature
mente, constitui também a expressão dos mais poderosos impulsos e das .mais im .sPcundária da relaçao entre a ansiedade e seus objetos, como no animismo, nos

do id. Ao instalá-lo, o ego


domina a situação edinica n o pensamento obsessivo e nos del irios (29) E exeqúível descobrir pelo me
portantes vicissitudes nos duas razöes para cada um dos seus produtos: uma, derivada das prenissas do
o ego é essencialmente
coloca sob sujeiçcão o id. Enquanto
m e s m o tempo,

externo e da realidade, o superego o é do mundo interno


e do
laue pode ser delirante), e outra, oculta, que é a verdadeirarnente operativa
sentante do mundo
real. O sistema é o representante de um desejo inconscientee da defesa contra o
id. Os conflitos entre o ego e o superego retletemo contraste entre o que é real
interno. mo Se se estudarem a fundo os detalhes de uma fobia, lograr se-ão desentranhar
mundo externo e o
que é psiquico, entre o ambos os determinantes. No Pequeno Hans, por exemplo, o conteúdo de sua fobia
De acordo com a maneira
como se forma, o superego tem muita relacão co
a0s cavalos era uma poderosa reação contra os escuros impulsos para o movimento.
filogenéticas de cada individuo,
ou seja, sua herança arcaica. Responda
as aquisicões em especial à mae. O prazer
a tudo o que se espera da elevada condição do homem. Como substituto do desein dirigidos
ehoula, recalcado por sua
sua no movimento

neurose. Deste modo, o cavalo, representate do movi


incluía o impulso para a

do pai, contém o germe em cuja base desenvolvem-se todas as religiðes. A tensä


emblema de terror, Mas restrição
entre as demandas da consciéncia e a atuaçao
do ego e experimentada como senti. mento, convertia-se
mitia ficar junto da
num a

mae, o que se convertia no benefício secundário de sua fobia.


na motilidade Ihe per

das identificações com outras pes


mento de culpa. Os sentimentos sociais emergem
soas que tém o mesmo ego ideal (superego). Se o ego nao consegue dominar devida Ou seja, os determinantes de sua doença eram o desejo amoroso e o temor s0 cas

enérgicas catexis deste voltam a operar na formacão tigo.


mente o complexo de Edipo, as
Freud diz-nos também que, em geral, a fobia infantil tem relação com an
reativa do superego. menino ate o momento
especiai tinha demonstrado interesse
E bom destacar, nesta altura, a diferença entre a concepção freudiana do su mais, pelos quais o
vivem na cidade, a seleção de animais objetos de fobia não
Melanie Klein. Na primeira, trata-se de Para os meninos que
perego e o superego precoce descrito por com menor freqüencia os pássaros e mais
muito ampla: cavalos, cachorros, gatos,
uma incorporação e identificação com as figuras parentais que ocorre aos 5 anos de comumente insetos como as mariposas e as traças. O intenso medo, incompreensi
idade; na segunda, trata-se de imagens fantásticas, perseguidoras e idealizadas, deri
aparece, às vezes, em animais que os meninos só conhecem pelos
vadas das pulsões instintivas que se produzem desde os 6 meses de vida (ver pág. vel, nestas fobias,
livros ilustrados e pelos contos de fadas. Poucas vezes conseguem explicar por que
30). Em ambas as colocações, o superego constitui uma instäncia inteiramente psí
Este deslocamento do medo do pai para um animal tem relação com o
os assustam.
quica. De qualquer modo, o esquema kleiniano aceita a ulterior instalação do super
totemismo.
ego freudiano que, segundo ele, atenua os rigores do primeiro. M. Klein aceitou Lembremo-nos de que no caso do Pequeno Hans, a fobia aos cavalos repre
também as teorias de Freud sobre o complexo de Edipo e a ansiedade de castração, ameaçava por
o temor ao pai, visto em sua fantasia como castrador que o
sentava
com a ressalva de que os considerou como pertencentes a uma elaboração posterior
suas tendencias sexuais para a m e.
do complexo de Edipo precoce. os cavalos é que o ódio ao
O motivo do deslocamento do temor ao pai para
pai, surgido pela rivalidade deste em relação à mae, não podia dominar
sua
mente
A coe
o afeto e a admiração que Ihe professava.
uma vez que entrava em luta com
A HISTERIA DE ANGÜSTIA INFANTIL deslocamento da
xistência de amor e ódio produzia o conflito de ambivalència; o

a
maneira de aliviá-lo. Mas o conflito não terminou com
hostilidade e medo era a
de
Pequeno Hans (25) constitui o modelo do que Freud teorizou de amor e
do nítida separação entre os sentimentos
O caso
fobia, porque não logrou a
foram desio-
como "a história de angústia infantil", estado neurótico que aparece em todos os ódio. Pelo contrário, reaparecia referido ao objeto para o qual aqueles
não sò ti-
casos, tanto em meninas como em meninos, entre 2 e 5 anos de idade. ambivalência se estendia a este. O Pequeno Hans, por exempio,
cados; e a
ansiedade,
Sua tese estabelece que, junto com o recalcamento dos impulsos edípicos e da admirava. Quando diminuiu sua
nha medo dos cavalos, mas também os
morder o pai. Num
concomitante atividade masturbatória, fica em liberdade uma certa dose de libido. Identificou-se com eles e começou a saltar como um cavalo e a

Esta libido não é convertida, isto é, levada da esfera mental à intervenção somática, identificou seus pais com outros animais grandes, como a
g
momento posterior,
mas permanece livre, sob a forma de ansiedade. Freud aponta que as mes observam
rafa. estender
meninos. Podemas
este estado e dizem que as crianças estão "nervosas". A ansiedade tende a
converter Freud descreveu a fobia infantil, em relação aos

prolongada fixxão
se em fobia. A mente procura ligar a ansiedade livre, mas não Ihe é possivel teoria sobre a
trans Seus conceitos as meninas, levando em conta sua

formá-la novamente em libido nem tomar contato com os complexos que toran 60). A observação psicanalitica indica
que desenvolvem e m relação à mãe (ver pág. um lado,
fonte desta. A única coisa que pode fazer é erguer barreiras mentais sob a forma oe ambivalente, pois, apesar de, por
OS esta fixação é por si contlitiva e
fobias sao a que representa um apazk
precauções ou proibições. Estas estruturas defensivas aparecem como e
dmentar de verdadeiros sentimentos de amor, por outro,
esséncia da ansiedade.

6
guamento das tendéncias
de rivalidade e ddio. Nesta situaçãoo pai é afas tado. co O controle
role esfinteriano mostra à criança que ela é capaz de
controlar os danos nter
uma maneira de pôr freio ás pulsões edipicas em elaç30 3 ele. Converte-se, portan.
nos e os objetos (58)
to, no objeto temido, o temor será des/ocado para os animais nos quais se projeta o Resumindo, para M. Klein, a tobia intantil começa no primeiro ano de vida
ddio à mäe e o medo do pai. O medo do pai vem a ser um des/ocamento do medo rmeses) e vai-se modificando no curso da evolução até culminar na histeria de

mãe é temida rival no conflito edipico. final mente resolver-se com a laténcia.
da mãe. A com0
angústia, para
Melanie Klein ocupou-se também da fobia infantil. Em "A Psicanálise rdo Arminda Aberastury (4) afirma que a fase genital prévia (ver pág. 30) é o pon-
Criancas" (54) sustenta que a fobia a um animal é muito mais que a simples defor. fixação das fobias.
to de
macão da idéia de ser castrado pelo pai; é um medo anterior de ser devorado pelo Em seu artigo "Fobia dos balðes numa menina de 11 meses" (1), ela confirma
superego. Constitui uma modificação da ansiedade pertencente aos estágios mais re acabamos de resumir, demonstrando como a fobia é uma
as teorias kleinianas que
motos. Representa a expuls o do superego terrorifico próprio do primeiro estágio
anal e configura um processo complexo. Em primeiro lugar a criança expulsa o su
tentativa de vencer situações de ansiedade internsa que, no caso em questão, se acha
vam vinculadas ao fato real da gravidez da mãe (e influ ídas) pelas reacões negativas
perego e o id terror ifico para o mundo externo e assimila o superego ao objeto real.
desta diante
da agressão da menina.
Depois transfere a um animal o medo que sente do pai, e para isso escolhe um ani. De acordo com as teorias de Freud, Melanie Klein e Arminda Aberastury que
mal menos feroz que as bestas selvagens que, nas primeiras etapas do desenvolvi. acabamos de expor, consideramos, à luz da clinica, que a histeria de angústia intan
mento do ego, tomavam o lugar do superego e do id. E bom lembrar que, para Mela
tilé um processo psicológico fundamental do periodo compreendido entre 1 e5
nie Klein, o superego se forma muito cedo, na fase oral sádica, e tem caracter ísticas anos de idade. Sua elaboração redunda numa maior plasticidade do ego, mas seus
cruéis que se atenuam mediante a evolução da libido. A crueldade do superego tem como remanescen tes fixos no inconsciente. Em geral é
conteúdos permanecem
relacão com a intensidade das pulsões sádicas. Portanto, para Melanie Klein, na fo- apoiada pelos mecanismos obsessivos que, no caso de nao elaborar-se a fobia, ten
bia aos animais, o mecanismo é de projeção do superego e de deslocamento. organizar a n e u r o s e obsessiva.
Consi dem a

dera que ao lactente, as prematuras situações de ansiedade encontram expressão em No caso de o ego não lograr resolvê-la outra possibilidade será a instalação de
certas fobias. No primeiro estágio anal, as fobias animais envolvem ainda objetos de com detenções no desenvolvimento; finalmente, pode
uma situação melancólica,
natureza intensamente terrorifica. E, ao contrár io, na etapa anal secundária e, mais derivar regressivamente, num esforço dos mecanismos esquizóides.
ainda, na genital, esses objetos produtores de ansiedades aparecem muito modifica Por último, em alguns casos, por influência da cultura familiar (ver o Volume
verdadeira enfermi-
dos. Acredita que o processo de modificação de uma fobia tem ligação com os me Il deste livro), sua elaboração é escassa; organiza-se então como
de projeção e de deslocamen-
canismos sobre os quais se baseiam as neuroses obsessivas e que começam a ativar-se dade fóbica, mantendo o predomínio dos mecanismos
realidade psíquica.
no estágio anal secundário. Deste ponto de vista, a neurose obsessiva seria somente tos, a dissociação e a negação da
Deriva também, se esse for o modo de conduta da familia ou do ambiente,
em
um dos métodos de cura, tentados pelo ego, como objetivo de vencer as ansiedades
psicóticas infantis precoces. Sustenta que a neurose infantil se inicia durante o pri- mecanismos contrafóbicos, cujo caso se converte em enfermidade psicopática.
meiro ano de vida (3-4 meses) e termina com o começo da latência graças à modifi A histeria de angústia infantil, em conformidade com estas considerações,
os quadros psico-
cação da ansiedade precoce vem a ser o ponto central a partir do qual se desenvolvem todos
As ansiedades perseguidoras (medo pelo ego) e as depressivas (medo dos ob- páticos posteriores.
jetos bons internos ameaçados pelos maus) promovem a necessidade de externalizar
os objetos perseguidores e constituem o elemento intrinseco das fobias. As ansieda
des orais, uretrais e anais que surgem da aquisição dos hábitos de higiene são ca- plasticidade do ego
racteristicas da neurose infantil que evoluciona na base de remissões e reativa- Resolução da histeria de conversão

ções histeria de neurose obsessiva


As fobias abrangem também as dificuldades na alimentação, o pavor noturno, angústia infantil melancolia
a ansiedade pela auséncia da mãe, o temor aos estranhos e as perturbações na rela- esquizoidia
cão pais ou outras pessoas em geral. Quando, no segundo ano de vida, o pro
com os psicopatia
gresso no desenvolvimento do ego permite acrescentar a adaptação à realidade
na e adquirir
exter
o controle das funções corporais, já se pode pôr à prova os perigos
ternos por meio da realidade externa. Os mecanismos obsessivos, com a implemen
in
tação dos hátbitos de limpeza, por exemplo, contribuem para diminuir as ansiedades,
ao permitirem a mitização do medo das
fezes, dos perseguidores e do caos interno.

78 19
SINTESE DA DINÂMICA PSIQUICA ENTRE 3 E5 ANOS DE
Positivo (ativo): atitude ambivalente
para com
IDADE o pai, desejos sexuais pela me,
ambiciona o
lugar do pai.
Negativo (passivo): deseja tomar o lugar da
mãe e ser amado pelo pai; hostilidade com a
Freud Precursora da vida sexual posterior. mãe.
O falo desempenha o papel mais importante. Em geral é duplo: positivo e
negativo ao mes
Começa a organização que subordina as forças instintivas Menino mo tempo.
sob a primazia genital.
O interesse narcisista pelo pênis leva-o a aban
Etapa A sexualidade e o narcisismo infantis chegam a seu auge donar as tendências edípicas e substituí-las
fálica e dissolução.
por identificações com ambos os progenitores.
Meninas: masturbação clitoridiana
Uma parte das tendências libidinais é
fantasias ativas de mãe sedutora
Complexo desse
de Edipo xualizada e sublimada.
Meninos: masturbação do pênis A outra parte é inibida em seus fins e se
trans
intui o papel do pênis no coitoe na
fecunda forma em impulsos.
ção
não chega a imaginar a vagina
(A libido passa do desejo do pênis ao anelo de
um bebé.
Relaciona-se com as excitações e conseqüências da fanta-
Toma o pai como objeto de amor para receber
sia filogenética de perda do pênis.
dele uma criança-pênis.
Ansiedade de Fatores externos: ameaça de castração por parte dos pais
Menina A mãe converte-se no objeto de seu ciúme.
castração ou sub-rogados.
A frustração leva-a a abandonar a libação ao
Visão de carência do pênis nas mulheres.
pai e substituí-la pela identificação.
à me impulsiona-a identificar-se
Apóia-se no amor aos pais. O amor a

com ela.
Mais forte que o instinto, só consegue afastá-lo da
cons
ciência. mãe.
Fixação e conflito entre instinto e proibição. Precipitado no ego das identificações com o pai e a
A Formação E ao mesmo tempo o representante dos impulsos instin
Recalcamento Deslocamento do instinto para atos e objetos substituti-
reativa contra os mesmos.
vos. do superego tivos do id e a formação
do id.
Deslocamento concomitante da repressão. Tem relação com as aquisições filogenéticas
Sua tarefa éreprimir o complexo de Edipo.
Conseqüências: sublimação, atos obsessivos.
Atua como sentimento culpa inconsciente

em meninas e me-
Freud: Estado neurótico que aparece
ninos.
não consegue ser re-
A libido do complexo de Edipo que
ansiedade.
primida fica livre sob forma de
mediante o estabelecimento
de precau-
Histeria de A mente liga-a
são as fobias.
angústia infantil ções ou proibições que
inconsciente e a defesa con
A fobia representa o desejo
trae ele.
aos animais.
Em geral dirige-se obje-
temor ao pai contra outros
E um deslocamento
de

tos.

81
80
Klein: Medo de ser devorado pelo superego precoce
M.
terrorifico. Expulsão anal do superego terror ifico e des Vestir-se
Já se veste quase totalmente.
externos.
locamento para objetos
Banheiro:
Situa as primeiras manifestações aos 3-4 meses de idade.
Faz as necessidades sozinho. Em geral já adquiriu o controle esfinteriano e
Histeria de as manifestações vao-se transformando com o desenvol. muito poucos ainda molham a cama.
angustia infantil vimento. Sono:
Os objetos fobigenos do periodo oral são os animais sel.
Acorda para ir ao banheiro e costuma ir só. Os terrores noturnos já são pouco
vagens, no anal secundário as ansiedades atenuam-se pela
freqüentes. A maioria não dorme a sesta.
aquisicão do controle esfinteriano e no genital os objetos
animais domésticos.
Jogo:
temidos são os
Acrescenta a seus brinquedos argumentos e histórias (qualidade dramática).
Utiliza com habilidade os diversos elementos: papel, lápis, massa. Prefere as
crianças do mesmo sexo. Manifesta autocritica. Brincadeiras imaginativas: mé-
EVOLUÇÃO MATURATIVA DE 3A5 ANOS DE IDADE
dico, vendedor, etc. (offcios e profissões).
Música:
Canta com tom e ritmo mais certos. Inventa músicas.
3/1/2 anos
Pintura:
Demonstra apego a um companheiro determinado, freqüentemente do sexo Segura o pincel como um adulto. Não domina a relação entre tamanho e espa
oposto.
ço. Carece ainda da possibilidade de traçar um projeto: não tem idéia do que
Tem um companheiro de brinquedo imaginário. vai desenhar e o comenta ou modifica após tê-lo feito.

4 anos
5 anos
Caráter:
Denota uma mentalidade vivaz; é vaidoso.
Habilidade motora: Dentição:
Apresenta um elevado impulso motor: joga para o alto, corta com tesoura se Transição dos dentes de leite aos molares permanentes.
guindo uma linha, amarra o cordão do sapato. Apóia-se sobre um pé só. Caráter:
Linguagem: Descansado, conciso, claro, decidido, tem equil íbrio e controle. Mais pudico,
Muito tagarela, gosta de usar palavras, experimentá-las, brincar com elas. Gos não se mostra mais despido
ta de palavras novas e brinca de deformar as conhecidas. Pergunta tudo, utili Habilidade motora:
za os porqués e os como não só para conhecer, mas também para usar e
apren Está quase independente: lava-se, veste-se, come e toma banho sozinho; amar
der a escutar. Ampliou seuvocabulário e gramática; já utiliza advérbios, con ra o sapato, abotoa os botões. Faz mandados e ajuda nas tarefas simples da
junções e interjeições. casa. Chuta bem a bola; consegue pular com um pé só, descer as escadas alter-
Imaginação: nando os pés.
Fluente, leva-o a mentir, a dissimular. Teatraliza experiências. Indaga sobre a Linguagem:
morte, tentando compreender seu significado. Superou a maior parte da articulação infantil e aumentou o vocabulário.
Tempo: Pensamento:
Começa a entender a sucessão dos dias da semana. Pragmático, concreto, a abstração é muito pobre, limita-se quase exclusiva
Sociabilidade: mente à metáfora; pensa antes de falar.
Já é umser social. Entende a
participação em grupo. Interessa-se pelas rela- Tempo
ções sociais. Sua tendencia a zombar é a maneira de entender as expressões Começa a compreender o ontem e o amanh , interessa-se pelo calendário e
faciais. Tende a ser mandão, mas sabe brincar com pelo relógio.
outros meninos, embora
tenha dificuldade quando são três. A
noço de família já está mais segura.
82 83
Sociabilidade
Possui um conhecimento mais equilibrdo de i mesmo em relac Bo a out

Sono
vessoas consciente das diferenças devidas a hietarquias e pretigio, atua
bem em orupos de três, aceita brinquedos coletivos

Tem pesadelos com animais terror ifico


7
Jopo
Dramatico, tende a repetir um numero limitado de brinquedos. Enquanto
brinca, usa uma linguagem prática. Não gosta mais das historias fantásticas
Arma quebra cabeças, costura com linhas orossas
Utiliza cubos de madeira, bonecas, gosta de costura e de carpintaria (lcontor
me o sexo), já consegue andar de bicicleta.
Desenho
Tem idéia definida do que vai fazer antes de realizar o desenho. Faz a figura
humana com cabeca, dorso, extremidacdes, dedos, nariz e olhos. Copia o qua
drado: desenha a casa como um quadrado. Não sabe que máo usa, mas já de. Psicodinamismos entre
finiu sua lateralidade.
Leitura 6e 8 anos de idade
Aprende a ler letras, palavras e nùmeros e também a escrevé-los.
A. Aberastury (6) afirma que quando uma criança desenha seu corpo ou o de
seu pai j consegue uma imagem total do corpo e isto a tranqüiliza. Ainda não
apa O PERIOD0 DE LATENCIA
rece a diterenciação sexual em seus desenhos: acaba de aprender a reconhecer os
corpos. Os desejos genitais adquirem pujança entre 3 e 5 anos o oxpressam-se om Assim chamou Freud o perlodo que vai da segunda intáncia atd a puberdarte
todo tipo de atividades, de modo que somente uma parte deles fica livre para a rela- Nos, apoiando nos na observação clinica o em comunicaçöos de diver sos autores

ção edipica com os pais. As brincadeiras de sexo entre crianças são normais. Os de contemporâneos, restringimo-lo atd os oito anos de idade, considerandeo que o pe
sejos genitais canalizam-se na brincadeira de papai e mamãe, de doutor, de onformei riodo entre 0e 12 anos apresenta caractaristicas proprias que onqiobarmos na deno
a, de namorado, de casado, de mucama, em que se satisfaza necessidade de tocar, minação de pró-puberdade. Este torma será tratado no capitulo seguinte
As teorias freudianas sobre latncia figuram om diversas obras u s "Uma
de mostrar-se, de ver e ser visto.
teoria sexual " (20), "Uma lembrança intantil de Leonardo da Vinc"(27), "Sobre
psicologia do colegial"(30), "Introdução ao narcisismo"(31), Picoloqia das mas
sas e andlise do ego" (38), "O ogo o o id"(40) "Moiséso a religião monota/sta"(47)

Segundo Freud, a vida swxual humana entra partir dos 5 anos num per iodo
a

de latência (47) em que o desonvolvimanto wxual detém


se o
uxistante entra
ern

regressão. Assegura que esta teoria d contirmada pela investigação anatómica dos ge
nitais internos. O ser humano parece ser o único animal com um periodo de laténcia
um atraso døste tipo. O período de amndsia infantil coincide com o de laténcia
recai sobre todas as lembranças sexuais da primaira infancia.
Froud afirma que, durante este periodo (24), constroem as forças mentais
que logo impedirão o curso do instinto sexual e que, à maneira de diques, restrin
gem seu curso. Estas forças são: a repulsão, a vorgonha o as dernandas de ideais mo
rais e ostéticos.
Erguem-s ainda, om sou transcuro, as restriçðes éticas, que atuam corno de
fosas contra os desojos do complexo ed(pico (39). A educaçio intervérm om boa dose
Podemos aponter esta idede como o começo do interesse pela sociedade que, nessa lase, se
centre ne compreensdo dos papdis sociais mais
próximos à familia.
niso, mas na verdade uste processo deterninado organicamente
prefixaeo pela
se mesmo quando ndo houver educaco.
herança, de tal modo que pode produzir
84
85
Os impulsos não cessam de atuar, mas sua energia e desviacda parcial ou
total tisfaco s o x a , nas o t o r n n d v o l carAter das investiqaçðos infantis se ropeto no
mente para outros fins não sexuais. Por este processo de desvio- que recebe s
no
tato te a ativilaele pensante nãeo cossar mca o a dosojada o grata sensação intelee
me de sublimação -

logram-se as asquisiçdes culturais.


tual corosponlorte à doscoborta (lo uma solução in s0 afastanulo cacda vos mais
0 processo de sublimacio produz-se porque os impulsos sexuais não dem
O torceiro tipo, que corespondo a uma disposição espnecial, d o nnais raro o o
ser utilizados durante esses anos da intância, porquanto as funções reprodutoras fo.
mais por toito, Escaa tanto à lnibição do ponsarnento quanto à ruminação comput
ram retardadas. Além disso estes impulsos, ao que parece, são perversos, isto ,
siva. claro que nesto caso tanbom sobrevelo a roprossão soxiual, mas osta não lo
procedem de zonas erdgenas e derivam sua atividade de instintos que, por sua or ien
r a relegar ao inconsclente o conponente instintivo do dosojo soxual A litbido evita
tação, produzem somente sensaçöes desagr adáveis. Por conseguinte fazem omergir o destino da repressão, gr aças à sublimaçdo sotb a torma do curiosidaclo o à sua união
forças mentais que se Ihes opðenm, os impulsos rewtivos. Estes, para suprimirodes.
com o espirito invostigactor, Nosta modalicdado tambdm a lnveastigação torna so con
prazer de maneira efetiva, constroem os diques mentais que são o asco, a vergonha e
a moralidade. Portanto, a sublimação porduz-se pelo caminho das tormações reati. pulsiva atd corto ponto- d um suubstituto da atividale soxual, mas, dada
rença nos processOs psiqulcos om que so apóla (sublimaç ão en voz de irrupção no
a
dit
vas, embora seja possive! diferenciar ambos os processos distintamente. inconsciente), não hd neurose; não oxisto fixação dos complexos intantis originais
Tal aplicação da sexualidade infantil representa um ideal educativo, Durante o o instinto pocde operar livromente a sorviço lo intoresso intolectual. Não obstanto,
o desenvolvimento individual costuma apresentar diferenças
este periodo, momen a ropressão sexual levada em conta, uma vez que a inteligencia avita os temas se
taneas. Uma vez ou outra surge alguma manifestação sexual tragmentária que escapa xJats.
à sublimação; ou melhor, persiste certa atividade deste tipo ate que o instinto sexual Consideramos que es ta classiflcação do Froud de trds modalidades diterentos
emerja com grande intensidade na puberdade. do instituto investigautor correspondo enataimente à observação clínica do renutimen
A sublimação é levada a cabo, ao que parece, pelo ego (40). to escolar e gostariamos de destacd-la nesto quadro:
A
corrente edipica sexual (38) subsiste no inconscionte como uma forma o Inibição in telectual: com limitação da curiosidade o da intoligéncia: o ins
uma possibilidade; pode ser caracterizada
posta e novamente em atividade por meio tinto roprimido juntamente com a sexualidade.
da regressão. E mais ainda, os instintos que foram inibidos em seus fins sempre con Ruminação compusiv: a inteligência soxualizada o os processos montais
servam alguns de seus objetivos sexuais originais e tom uma marcada vantagem fun tingem-so da ansieclacde o do prazer inorontes à soxualidado.
cional sobre os desinibidos. Como não são capazes de obter uma satisfação realmen- Instinto de investigação livre: a ibido ovita a repressão graças à sublimação
te completa, podem criar vinculos permanentes. Deste modo são susceptiveis de da curiosicdade, Poder famos acrescentar que na dpoca atual a investigação abrango
misturar-se com os desinitbidos e. por sua vez, voltarem a liberar-se. E bem conheci-
da a facilidade com que os desejos eróticos se desenvolvem a
tambem os temas sexuais, razão da oxistôncia do maior liberdade social
partir de relações amis Froud ocupou-so tambem cda pslcologla do colegial (30), sobre a qual diz que
tosas, como entre um professor e um aluno.
atitude do aluno para com o professor d ambivalente: corteja o ou dá-lhe as cos
O instinto de
investigação (27). pela ação recalcada e por sua precoce relação tas; imagina simpatias ou antipatias com rolação a ole, ostuda sou cardter o forma
com os interesses sexuais,
tem trés possibilidades abertas. Na
primeira, comparte o ou deforma- o sou prôprio, de acordo com esse modelo; opôo-se a ole ou se sub
destino da sexualidade; a curiosidade é inibida; a atividade livre e a
inteligôncia cor mete, observa suas traquezas u so orgulha de suas perfoiçðos, No fundo, quando o
rem o perigo de ficarem limitadas durante
toda a vida do individuo, especialmente professor permite, sente grande ateto por ele, mas também o odeia, criticao e o
quando pouco depois entra em jogo a poderosa inibição religiosa do
pernsamento, respeita,
propiciada pela educação. Este é o tipo caracterizado pela inibição neurótica. A Isto se deve ao fato de quo, nos primeiros 6 anos de vida, a criança se fixa nos
bilidade intelectual adquirida deste modo dá um de
impulso efetivo à instalação de pais e irmãos o todas as possoas quo conhece dopois se transtormam omn figuras subs
uma doença neurótica.
titutas desses primeiros objotos. Estas tiguras podem sor classiticadas segundo derl
Num segundo tipo, desenvolvimento intelectual é suficientemente forte vem do que chamanmos de "imagos" do pai, da mão ou dos irmãos o, portanto, assu
para resistir à repressão sexual. Algum tempo
depois de concluidas as investigações mem uma espócie de herança emocional; oncontram-se com simpatias ou antipatias
sexuais infantis, a inteligência retoma a velha
sua ajuda para evitar-se a
associação
com elas o lhes a oferece que para os quais contribufram muito pouco. Todas as posteriores escolhas de ami
repressão; as atividades sexuais suprimidas voltam do in- zade ou de amor seguem os osboços das impressöos mndmicas deixadas pelos primel
consciente, sob a forma de ruminação compulsiva, de uma maneira distorcidae sem ros prototipos.
liberdade, mas suficientemente vigorosa para sexualizar o De todas as imagos intfantis de que om goral não so lembram, a mais importan
pensamento e colorir as
operações intelectuais com o prazer e a ansiedade inerentes aos sexuais. te d a do pai. A necossidade orgånica introduz na relação com o pai uma ambivaldn
Neste processos
caso a investigação converte-se numa atividade sexual, quase sempre a ùnica, cia omocional. Tal como aparece na mento de criança pequena, Deus d meramente
eo sentimento produzido ao ordenar as coisas na mente e explicd-las substitui a sa uma oxaltação dessa imagem, Mas logo o pai ó visto como o porturbador da vida ins

86
87
hostis para com ele coexIstem ate o fim da vida. fraca e opera basicamente entre consciente e inconsciente e porque há uma maior
impulsos afetuosos
tintiva. Os outros.
atear acão em ambas as instancias psiquicas. Mas se as ansiedades e os mecanismos
uns s u p r i m a m os
sem que hides precoces não se Superaram adequadamente, instala se uma barreira ri-
modificação. Desde muito cedo a crianca
nça
segunda intáncia produz-se
uma
Na i a entre consciente e inconsciente. Isto indica que o recalcamento é excessivo e
mundo e nesse momento realça uma série de descobertas que desmoro
observa o ue portanto, o dese nvolvimento esta perturbado. O superego, que gradualmente
que tinha sobre o pai e que determinam o afastamento dele
nam a elevada opinião modificando durante o conflito edipico, contribui para o seu declínio, ao ini
o mais rico, sabio; então sente-se des-
mais poderoso, nem
Comprova que não é o
ciar o per íodo de latëncia. Os pais internalizados parecem-se mais os reais, cujas
avaliar sua situação na sociedade. Em go.
conforme com ele, aprende a criticá-loea normas e proibições são introjetadas, com o que o recalcamento dos desejos edípi
Tudo o que e promissor ou o que é rejeitado
ral, faz-lhe pagar caro sua decepção.
afastamento do pai. cos será mais efetivo. Tudo representa urma cuimináncia do desenvolvimento do
isto
fica prefixado por esse
resultado dos processos ocorridos nos primeiros anos de vida. O
Nesta fase a criança entra em contato com os professores. Estes convertemse superego, que é o

ódio e a avidez diminuem e com isso reduz-se a ambivaléncia.


em pais substitutos e por isso aparecem, embora sejam jovens, como adultos madu. ressentimento, o
Os brinquedos adaptam-se à realidade e säo menos criativos que antes devido
ros e inalcançáveis. A criança
transfere a eles o respeito e as expectativas inerentes
no pai onisciente da intáncia e os confronta com a ambivaléncia original com que recalcamento da imaginaçao e ao maior desenvolvimento do ego; isso se deve
ao
obsessiva da real idade. Predominam
disputa com eles com o pai. também à superênfase os mecanismos obsessi-

O ego ideal (31) é o último ponto que Freud desenvolve relativamente


à latén. vOs.
cia. Diz que representa o fator mais poderoso no estabelecimento do recalcamento. Esta autora ocupou-se também do papel da escola no desenvolvimento libidi-

Recebe o amor a si próprio que na primeira infáncia açambarcava o ego. O narcisis- noso da criança (55). Defende que, por suas demandas, a escola obriga a criança a

sublimar suas energias instintivas libidinosas. A sublimação da atividade genital de


mo é deslocado para o ideal do ego que, como o ego infantil, aparece revestido de
sempenha um papel decisivo na aprendizagem de diversos temas e se vê inibido pelo
toda a perfeicão. E a maneira de recuperar a
cada pelas criticas dos outros e pela própria.
perfeicão do narcisismo infantil,
amea medo da castração.
Ao começar a escola, a criança deixa o ambiente que constitui a base para
O ego ideal vem a ser a substituiçãodo narcisismo infantil perdido, em que
suas fixações e complexos e se encontra com novos objetos e atividades que põem
ego era seu próprio ideal. Sua formação surge da influéncia critica dos pais (por
meio da voz) e, posteriormente, dos educadores e das demais pessoas do ambiente. à prova a mobilidade de sua libido. Para enfrentá-los, deve abandonar sua atitude
Nela integram-se grandes quantidades de libido, especialmente a homossexual, que passiva feminina. A condição de aluno implica aprender as relações sexuais e exercer
uma profissão representa levá-las a cabo.
encontram saida e sat isfaçãoem sua manutenção.
Exige a sublimação mas não consegue impô-la. Abrange todas as limita A leitura tem um significado libidinoso de catexis simbólica entre o livroeo
olho que produz a sensação de estar investigando com curiosidade.
coes (38) que o ego deve acatar. A coincidencia do ego com o ideal do ego produz a
sensação de triunfo (31). A tensão entre ambas as instäncias é experimentada como Do mesmo modo, na escrita, surgem tendências agressivas exibicionistas, co-
sentimento de culpa ou de inferioridade. mo a sensação de manejar uma arma. Para a inibição de qualquer uma destas apren-
O ego ideal tem um aspecto social: é também o ideal da familia, da classe ou dizagens são importantes as fixações que se produziram nas diversas etapas pré-ge
da nação. A insatisfação desse ideal libera libido homossexual e se transforma em nitais.
sentimento de culpa (ansiedade social). Originalmente esse sentimento de culpa era A aritmética incita tendências anais, sádicas e canibalisticas que são sublima
experimentado como medo do castigo dos pais ou, mais corretamente, como medo das nessa ciência e coordenadas sob a primazia genital. Esta sublimação é propiciada
de perder o seu amor; depois os pais são substituidos pelos integrantes da sociedade. pela ansiedade de castração".
por Freud A geografia envolve o conhecimento do ventre da me
da
Este tema é relacionado da auto-estima, da qual diz que depen-
Uma parte deste sentimento é
ao
A compreensão da arte sustenta-se na atitude feminina de admiração do pênis
de libido narcisista. primário, constitui res iduo
do narcisismo infantil. Outra parte surge da onipoténcia corroborada pelaexperiên
o
paterno.
O medo da castração interfere nas atividades e interesses do ego, porquanto
cia (a realizacão do ego ideal), enquanto que
libido objetal.
terceira procede da satisfação da
uma
estes se revestem de um significado genital, ou seja, de coito. Os componentes femi

cap.
Melanie Klein descreve
IV): existe
do seguinte modo dinmica psíquica da laténcia (54,
intensa preocupação pela luta
a
uma
Produz-se
contra a masturbação. fantasia
um processo de dessexualização
das fantasias em que a sexualidade é representada
Nossa experiência clinica indica-nos que nas dificuldades
cien te 6 de ciúme do pai, da mãe e dos irm os.
com a aritmé tica a
incons
de outra maneira. A curiosidade sexual é recalcada. O recalcamento é acompanhado *Do mesmo modo comprovamas que o estudo da geografia está relacionado como conhecr
por mecanismos dissociativos, mas não leva à desintegração do ego (58), posto que é men to e domínio do próprio corpo.

88
89
jar. Tendência dramática que se expressa através de reacões musculares claras.
A caracter ística principal da ati.
ninos ocasionam receptividade e a compreensão.
a o corpo é flexível e alerta. ldentifica-se com tudo o que ocorre a seu redor.
da potência masculina.
vidade intelectual éa sublimaç o Necesita dos rituais e das convencões. Comporta-se bem e compreende as
têm o significado do pai castrador
Para o menino, a professora o u o professor normas. Faz constantemente novas descobertas. Costuma ter ataques de
ou então conquistar
em forma homossexual. vio
a quem desejam eliminar lencia.

PSTQUICA ENTRE 6 E 8 ANOS DE IDADE


Escola Não tolera a dupla escolaridade. Sente dificuldade em juntar o mundo conhe
SINTESE DA DIN
cido da casa com o novo ambiente e se desconcerta quando um invade o ou-
Período de latência tro. O ingresso na escola e uma transição complexa que pode causar-lhe trans
tornos físicos e psíquicos.

O desenvolvimento sexual detém-se


e entra em regressão. Pensamentos:

Produz-se a amnésia infantil.


Concreto e até animista, mas é capaz de utilizar símbolos semi-abstratos. Co-
Instalam-se a repulsão, a vergonha e as demandas de ideais estéti meça a ver-se a si mesmo e ao0s demais. Pouco a pouco forma a capacidade de
cos e morais (formações reativas). perceber a proporção e a desproporção, o que é a essëncia do senso comum.

Organiza-se o mecanismo de sublimação. Tem interesse pela novidade, mas sua discriminação é escassa.
Freud
Desenvolve-se o instinto de investigaço. Atividade corporal:
O aluno desloca para o professor a ambivalência da relação com o É quase constante, esta equilibrando conscientemente seu corpo no espaço.
Gosta de trepar, balançar, correr, pular. Tem maior consciência da mão como
pai.
substituindo o narcisismo infantil. ferramenta. Interessa-I he armar e desarmar. As meninas brincam de vestir ee
Instala-se o ego ideal,
despir bonecas. Embaraça-se no manejo do lápis, varia a pressão, inclina a ca
Forma-se a auto-estima.
beça, etc. Abundante atividade bucal: estende a língua, mastiga, sopra, morde
os lábios ou o lápis. Consegue deslocar o olhar com mais facilidade.
Luta contra a masturbação.
Dessexualização das fantasias Comida
Bom apetite, continua preferindo a comida simples.
A sexualidade é representada de outra maneira.
Predominam os mecanismos obsessivos. Sono:
A escola obriga a sublimar.
Deita-se facilmente e dorme bem; às vezes tem pesadelos que o despertam e
Melanie
A atividade intelectual apóia-se na sublimação da potência mascu que conta aos pais.
Klein
lina. Vertir-se:
A sublimação é inibida pelo medo da castração. Já o faz sozinho, assim como lavar-se ou banhar-se. Alguns demonstram inte
resse em pentear-se.
O menino vê a professora ou o professor como o pai castrador
Os componentes femininos ocasionam a receptividade. Jogos
Construir, recortar, colar, desenhar. Brinquedos dramáticos (escola, visitas,
profissões) em que utiliza bonecas e outros elementos.
EVOLUÇO MATURATIVA DE 6A 8ANOS DE IDADE Começa a interessar-se pelos jogos de salão: dominó, damas, baralho. Geral
mente quer brincar com outras crianças e o faz melhor ao ar livre. No de-

monstra grande preferência entre meninas e meninos. E brusco e briga com


6 anos
freqüência.
Dentição: Esporte corda.
Aparecem os primeiros molares permanentes; caem os dentes de leite. Natação, patim, bicicleta, bola, pular
Trata de comportar-se bem e aceita as ordens que Ihe dão.
Conduta:
Impulsiva, volúvel, compulsiva, excitável. Tem tendência bipolar: o choro Intelectualmente:
mor-
converte-se facilmente em riso, o amor em ódio. Necessidade de limites. Dei Interessa-se pelo conceito de Deus. Toma consciência das pessoas que
da hora. Expande seu conceito de espa-
xa-se levar por suas tendências belicosas e procura definir o
que não deve fa rem. Investiga o passado e tem noção
zer, fazendo-o. Percebe muito mais coisas do que na verdade consegue
mane
91
90
auirindo
adquir aptidõesintuiçao social. Aceita melhor as
e

co, compreende os nomes das ruas. Está aprendendo a distinguir a mão direita pelos c companheiros brinquedo. Sente curiosidade pelaslimitações impostas
de
da esquerda, mas não consegue diferenciá-las em outra pessoa. a idade das amizades firmes. Esta capacitado para viajar relações humanas.
sozinho.
Pensamento:

Mais científico. Discrimina semelhanças e


diferenças. Interessa-se pelos
7 anos cessos vitais. Consegue pensar antes de fazer. pro-
Atividade corporal:

Conduta: Seus movimentos sao fluentes. E consciente de sua postura.


Passa por períodos de concentração em que se abstrai do mundo externo. De
Comida:
monstra espírito de contradição e acessos de mau humor. Em geral é reflexivo Muitos já sabem cortar a carne.
e perseverante, suceptível ao elogio e à desaprovação. Tem vergonha de mos
Jogos:
trar o corpo. Tem ideais elevados e seus erros o preocupam. Não gosta que to- Inventa aparelhos; coleciona; gosta de esportes.
quem nele. É responsável. Exige menos companhia e consegue passar longos Desenho:

periodossozinho, lendo ou brincando. Gosta de inventar coisas. Interessa-lhe Adquiriu melhor noção das proporções e respeita a perspectiva.
pensar sobre o sexo. Alguns forjam um namoro com uma menina (ou meni-
Leitura:
no). E obsessivo em seus interesses. Sente prazer em ler livros e revistas.
Escola:
Gosta de ler e o faz correntemente. Acata melhor as normas. Já estabeleceu a
diferença entre escola e lar.
Pensamento:
Consegue abstrair e distinguir a idéia do bom e do mau. O sentido do tempo
é mais prático e seriado. Sabe ver horas. Tem consciência da passagem do tem
po.
Atividade corporal:
Repete incansavelmente uma atividade. Sua postura é mais tensa. Mantém a
posição durante um tempo maior. Tem melhor dom ínio dos músculos faciais.
Sociabilidade:
Começa a entender a importancia das ações. Adquiriu a capacidade de colo
car-se no lugar do outro. Emociona-se com os demais. Interessa-se pelos fatos
sociais e por pessoas estranhas.
Jogos
Consegue brincar em grupos maiores. Começa a rejeitar o sexo oposto. Os me-
ninos sentem que as meninas os atrapalham e elas os temem. Participa com
mais facilidade dos jogos de salão, já não se interessa tanto em ganhar. Gosta
de cinema.

8 anos

Conduta:
Mostra-se menos retraído e mais rápido em suas reações. Procura aumentar
seus conhecimentos. necessidade do conhecimento
experiência clínica indica-nos que nesta idade surge
a
VOS$a
Sociabilidade: e a constituição
do aparelho genital,
sobre o ato sexual, a menstruação, a ejaculação
Reconhece a diferença dos adultos. Compreende melhor a reação dos outros. nETICO
tanto masculino como feminino.
Começa o senso de justiça. Tem consciência definida do grupo escolar. Vai
93
92
es;
necificamente, como o
progenitor de seu próprio sexo. Mas, quando se
acres-
esenvolvimento intelectual,
8
não pode deixar de desvendar como são
os
cen oois já conhece outros e estabelece comparações. Certos fatos que lhe
pro-
seu insatisfação induzem-na a critic-los e para tanto se vale da
constatação de
launs aspectos, os outros são melhores do que os seus. Os
impulsosriva
de
sexual reforçam o processo critica que surge toda vez que criança se sen
de
a
altrat ada; por exemplo, quando pensa que no recebe todo o afeto de seus pais
se sente incomodada
por ter que partilhá-lo com os irmãos. A idéia
Ou de que seu
eto não Ihe é retribufdo adequadamente encontra descarga nas fabulações, ge- em

ral conscientes, de ser um tilho adotivo ou enteado. A


influência da sexualidade jáá
ctá em evidência, uma vez que o menino experimenta maiores impulsos hostis para
com o pai do que para com a mäe e alenta um desejo muito mais intenso de livrar-se
dele. Neste aspecto, a imaginação das meninas mostra-se mais fraca. Estes impulsos,
que são lembrados posteriormente de maneira consciente, constituem o fator que

Psicodinamismos entre nos permite entender a natureza dos mitos.


Freud chama esta situação de "a novela familiar". E uma atividade que comne
8e 12 anos de idade ca com o brinquedo das crianças, no período anterior à puberdade, centra-se na ati-
vidade imaginativa, ligada aos sonhos diurnos, cujo duplo objetivo é o cumprimento
de desejos e a correção da vida real, ambos a serviço de duas finalidades, uma eróti.
PREPUBERDADE ca e o u t r a
ambiciosa.

A imaginação da criança embarca na tarefa de liberar-se dos pais, sobre os


Este termo foi utilizado por Freud em "Um tipo especial da escolha do ob quais tem agora uma opinião muito pobre e os substitui por outros que, em geral,
jeto no homem"(28). Em outro trabalho seu, "A novela familiar do neurótico"(26), têm uma posição social mais elevada. Sua experiência já a pôs em contato com figu-
assinala época da vida, mas não Ihe atribui ras sociais relevantes: aristocratas, funcionários públicos, etc. Em tais ocasiðes, des
um nome
uma
dinmicasomente
preciso;
psíquica especial para
localiza-a
essa

anterior à pertou sua inveja, cuja expressão é a fantasia de que seus pais reais são outros, de
como puberdade. Melanie Klein
também fala de pré-puberdade no capítulo V da ""Psicanálise de crianças"(54). classe mais alta. A técnica utilizada para estas fantasias depende do material de que
A prática psicológica e psiquiátrica acolheu a designação, sem que chegasse a a criança dispõe. Isto sucede quando ainda não conhece os determinantes sexuais
assentar uma descrição coerente e exaustiva do
período que nos ocupa; por outro da procriação.
lado, são escassas as investigações publicadas relativas ao mesmo. Quando já os conhece e compreende que a "paternidade é sempre incerta, en-
Na Argentina, Elfriede S. Lustig de Ferrer (16) quanto que a maternidade é certa'", a novela familiar sofre uma modificação. Con
aproximou-se do estudo desta
etapa nas meninas. Considera que o termo pré-puberdade é assim inadequado, como tenta-se em exaltar o pai imaginário, mas não tem mais dúvidas sobre a me, que é
também seu sinônimo "pré-adolescência", porquanto se trata de denominações mui considerada inalterável. Este é o período sexual da novela familiar em que a imagi-
to imprecisas diante da riqueza dos fenômenos psicológicos observáveis. Achamos nação se entretém com cenas relações eróticas, cujo determinante é levar a me
que sua fundamentação é correta, já que a palavra puberdade define mudanças bio (por quem a criança sente intensa curiosidade sexual) a situações de infidelidade e
lógicas e que entre 8e 12 anos já existem mudanças radicais como o teor das gona- amores secretos. O desejo de vingança continua sendo o promotor destas fantasias.
dotrofinas na urina das meninas. Mas para efeito de divisão evolutiva em
períodos, Em regra geral, as crianças que se dedicam a elas foram castigadas pelos pais por sua
tal como nos propomos neste livro, achamos o termo mais apropriado. atividade sexual. E comum também construírem-nas para despojarem os irmãos
Nossa experiência clínica, que se apóia nos autores
mencionados e de cujos mais velhos de suas prerrogativas, utilizando uma modalidade que lembra algumas
critérios partilhamos, nos indica que nesta idade a
criança, seja homem ou mulher, conhecidas intrigas da história da humanidade. Assim o menino atribui à mãe amo
apresenta características psicológicas específicas
observável nas outras idades.
que a distinguem nitidamente do res dos quais nasceram os irmãos. Aparece então uma variante da novela familiar,
na qual seu autor recupera a condição de filho legitimo e situa seus irmãos como
Começaremos, portanto, como vimos fazendo, pelos conceitos de Freud.
Em "A novela familiar do
neurótico'"(26), ele explica que, quando pequena,
bastardos, eliminando-os da família. As numerosas variações e a
aplicabilidade da fantasia permite resolver qualquer tipo de requerimento. Deste
grande margem de
a criança vë em seus pais a única autoridade e seu desejo mais intenso é ser como
94
95
suprimir a proibição sexual para com sua asturbação genitar npnital tanto nos meninos
quanto nas meninas. Nestas,
modo, por exemplo, o menino pode irmã, clitoridiana
e a dos seios.
de duas manei.
a
por ela.
se se
sente atraido
Original pelos pais. efo
ras;
Klein, embora utilize em determinado
embora hostiS, preservam
o dreto
Com ei momento
Estas fantasias,
escolhidos c o n s e r v a m todos os atributoe
corre não o define. Em "A psicanálise de
crianças" (54)
o termo
pré-puber
estuda três pacientes de 9
aristocráticos dade,

to, os progenitores
substituiçao do pai por outro superior 6e e s anos de de
idad e analisados por ela, em
queo material oferecido
pondentes aos reais. No fundo, a

saudade da época em que este figurava como


plego
rísticas peculiares, mas os inclui no capítulo de latëncia, não os apresenta
diferenciando dos caracte
expressão da nobre
mente uma
e a me era a mais adoravel
e encantadora mulho das
neres.
outros casos.

os homens
forte de todos Freud (17) descreve uma linha de
e
criança volta aos progenitores de sSua primeira infância, afastand se desenvolvimento correspondente
re à
Deste modo a

mantém a supervalorização que Tizera deles. No estudo dos sonhos com. ohietal em que destaca periodo pre-adolescente como prelúdio
o
para a rebe
dos atuais e

rei e a rainha, por


exemplo, representam o pai ea mãe. aalescente, é bom dizer, como um retorno a condutas
anteriores, especialmen-
prova-se que o da escolha de objeto no homem" (28), Freud diz nuss
mrelação ao objeto parcial, a necessidade de satisfação e à ambivalência.
Em "Um tipo especial clínica a direta
menino toma consciencia,
de maneira mais ou menos comoleta A observação e confirmam e hierarquizam esta teoria. O opo
pré-puberdade o
na
acrescentamos que a menina também). A in. ionismo, os rompantes emoCionais, as crises de raiva, as atitudes críticas para com
dos adultos (nós sicionis
das relações sexuais ais constituem manifestaçoes dessa rebeldia que começa a aparecer de maneira
nele nojo e rebeldia e destrói a autorida.
e brutal, desperta pais
formação, fragmentária com as atividades sexuais. Quando nda. Arraigam-se com a aproximaça0 a sociedade que a criança está realizando e
como incompati vel
de dos adultos que aparece veiculam seus temores e ansiedades confusionais. Deste ponto de vista, que engloba
o menino a rejeita categoricamente
a seus próprios pais,
tal informação é aplicada
com palavras como estas:
"Teus
pais e outras pessoas
tazem isso, mas os meus não ouela familiar", a pré-puberdade é um período pré-cr ítico em que se joga por o

desta situação é que o menino chega a conhecer futuro adolescente.


Um corolário invariável
ao vir do
mulheres que praticam o ato sexual para ganhar E. S. Lustig de Ferrer (16) resume as caracter ísticas deste per íodo na menina
mesmo a existëncia de certas
tempo
O menino não sente este do seguinte modo:
motivo são desprezadas socialmente.
a que por este
vida e
ser iniciado na vida sexual por elas, enfrenta-as com
1- Incremento das pulsões instintivas diante de um ego que deve reestrutu
desprezo: apenas sabe que pode
mais considerar os pais como exceção e rar os seus mecanismos defensivos inadequados para enfrentar o caudal instintivo
misto de e horror. Não consegue
desejo
um
cheia de cinismo, que a diferença entre sua mãe e uma
diz para si, com uma lógica Subjacente.

uma vez que ambas fazem o mesmo. Reativam- 2- Reativação da situação edípica, com uma nova problemática dada pela
prostituta não é, enfim, tão grande,
e mais uma vez começa a desejar sexualmente a mãe DOSsibilidade próxima de concretizar as fantasias incestuosas e pelo manejo desajus
se assim seus impulsos edípicos
considera um ato de infi tado desta situação por parte dos pais.
e a odiaro pai. No perdoa à mãe a entrega ao pai, o que
delidade. Se estes impulsos não forem superados logo,
a única saída possível é sua 3-Intensificação das angústias castratórias, centradas ao redor das fantasias
sexual da me nas mais diversas cir-
em fantasias sobre a atividade
de esvaziamento.
transformação
cunstancias; isto produz na criança muita tensão e a induz a buscar alívio na mastur- 4- Ansiedade diante dos conteúdos da cena primária e das fantasias do coi
Por da constante ação de ambas as forças o desejo e a sede de vin- to.
bação. causa

gança atribui sempre ao


amante materno as características do seu próprio ego. A 5-Fantasias referidas à menarca, que às vezes se relacionam com a necessi-
"novela familiar" abarca as múltiplas ramificações desta atividade imaginária. Por dade de corroborar o bom funcionamento dos órgãos genitais, e outras, relaciona-
fantasias de degradação da m e em prostituta contêm um esforço pa- dos com sentimentos de culpa, vergonha ou idéias traumáticas.
outro lado, as

ra apresentá-la como objeto sensual. 6- Perplexidade diante das transformações do corpo.

Nossa experiência mostra que estas teorias freudianas são corroboradas pela 7- Dificuldade em relação à definição da identidade genital. (Tendéncia a
clinica. Destacam o processo da ressexualização do pensamento, característico da reforçar as ansias de bissexualidade, o que se manifesta através da roupa, das atitu
conhecimento sexual e as
idade, ao mesmo tempo que dão ênfase à necessidade do des, etc.).
fantasias que acompanham a sua aquisição. Os jogos e desenhos são muito ilustrati 8- Necessidade de sublimar grande parte dos impulsos genitais por falta de
vos a esse respeito, assim como também o hábito de contar piadas de sexo e copro sua possibilidade de realização, o que abre novas perspectivas para a atividade cria
filicas; são comuns os vinculos homossexuais manifestos, tanto em meninas quanto dora, para a idealizaço e para a aprendizagem.
em meninos, os episódios de contato heterossexual entre meninas e meninos ou as A luz da nossa experiência clínica, consideramos que esta teoria é válida tam

aproximações eróticas com adultos fempregadas, empregados, comerciantes como bém para o menino, com a ressalva de que as ansiedades de castração incremen tadas

floristas, verdureiros, etc.). Outro fato observável neste período é a reaparição da coexistem com as de esvaziamento, derivadas das pequenas perdas seminais que, co
dos 9 E mister levar em conta também a
mo gotas, já se produzem a partir anos.

97
96
de maneira muito perseguidora,
tanto pelas meni.
aparicão do p¿lo pubiano,
vivida que ainda não se organizaram totalmente. Gosta que depositem confiança ne
sentem c o m o uma evidência das ativi
suas
nas, quanto pelos meninos, porquanto
o
le, é seguro e responsável. E um grande conversador. Acredita na sorte e na
vivéncia paranóide despertam o crescimento dos pej
dades masturbatórias. Idéntica casualidade, mas também na lei. Demonstra interesse pela realidade, é racional
tos e do pénis e escroto. e tem automotivação. Tende a ser exigente consigo mesmo. Pode-se confiar-
assinalado por diversas pautas de conduta externa.
Este período está também Ihe a chave e deixá-lo sozinho em casa durante um curto tempo.
descrito por Anna Freud, é uma das caracter s
O prelúdio do protesto adolescente, Atividade corporal:
obedece à necessidade de impor li.
ticas mais salientes. A rebeldia do pré-púbere Trabalha e brinca muito, é mais hábil. Consegue usar as mãos de maneira inde
mites às suas pulsões incestuosas e
à tentativa de desmarcar conhecimento e mania e as diferencia com os olhos. Os dedos também mostram uma nova
criando a ansiedade
pendente
consciente. A maior do
capacidade para desenvolver-se vai
ego diferenciação. Olha com os olhos bem abertos e mantém o olhar sem pestane
já, neste período, tal como descreve
de perda dos pais infantis, que é experimentada jar. O cristalino do olho aumentou a capacidade de acomodar-se a pequenas
""novela familiar", na medida em que se organiza noção real de como distàncias. E um observador agudo. Senta-se com relaxamento."
Freud na

eles são. A dor pela perda dos pais da infäncia foi descrita por Arminda Aberastury, Começa a interessar-se pelo penteado.
crescimento corporal do adolescente (8).
em correlação com o Relações interpessoais:
Demonstra considerável habilidade na crítica social. Suas relações com os
companheiros de brinquedo são boas. Faz amizades com alguma profundida-
SINTESE DA DINÂMICA PSIQUICA DA PRE-PUBERDADE de e duração. Aprende a subordinar seus interesses às exigências do grupo.
Tende a admirar indivíduos do mesmo sexo: começa o culto aos
heróis
desdenha as crianças do outro sexo.
A novela familiar. Sonho:
Começo da rebelião adolescente. Sabe que existe uma correlação entre suas atividades diurnas e sua vida oníri-
- Reaparecimento da atividade sexual: masturbação, fantasias e brincadeiras
ca.
de sexo. Desenvolvimento sexual:
edípica, da angústia de castração e da ansiedade de
Reativação da situação Apresenta novas formas de consciência dos aspectos reprodutivos do sexo.
esvaziamento. As meninas estão mais próximas da puberdade do que os meninos.
à
Fantasias referidas à menarca e

Perplexidade diante das transformações do corpo.


ejaculação. Resiste em expor seu corpo a olhares alheios.
Pensamento:
Início do luto pela perda dos pais infantis. Gosta de classificar, identificar e ordenar sua informação; tem um interesse
Confusão da identidade sexual. real pelas sucessões e categorias; capta os detalhes significativos e a informa
- Necessidade de sublimar as tendências genitais. ção que Ihe chega por vários modos; sua consciência está claramente em gesta-
Necessidade de reforçar a relação objetal. ção. E perseverante e quer completar o que projetou. E capaz de pensar e ra
ciocinar por si só e aplicar sua inteligência numa tarefa.
Jogos e esportes:
EVOLUÇÃO MATURATIVA DE 9 A 11 ANOS DE IDADE Ambos os sexos gostam de bicicleta, de patinar, de nadar, de cavalgar; inte-
ressa-se pelo jogo coletivo e organizado e pelas competições; desfruta dos jo
gos de mesa.
9 anos Leitura:
E um grande leitor e começa a interessar-se pelos livros de aventuras.
Conduta:
Maior domínio de si próprio, aplica cada vez mais sua própria iniciativa; tem
autovalorizaçãd: analisa seus movimentos, tanto antes como durante a ação.
Segundo nossa observação, denota grande inquietação motora; enquan to fala, gesticula,
ta, anda, pula
se agi-

Consegue aceitar a sua culpa; enfatiza os conceitos elementares de justiça, *Esta descrição de Gesell coincide com as teorias de Freud sobre a "novela familiar (ver pág.
ho 95).
nestidade e verdade. Gosta de planejar as coisas e de prepará-las. Seus estados
Na já tém a menarca e à maioria começa a avultar a zona dos
de ânimo são variáveis, às vezes está aturdido "nas nuvens", o que se deve
pro *** Argentina algumas meninas
peitos e a crescer o pélo do púbis. Os meninos começam a ter pequenas perdas seminais.
vaveimente a novas atividades mentais das quais ainda não está consciente e

98 99
Noçho do tempo e do espaço: ir a vários lugares sozinho,
Jogos e esportes
Sua regulagem do tempo
mais ampla. Consegue O brinquedo não Ihe é mais fundamental, interessa-se mais pelas pessoas, vol-
ta-se para os esportes, embora ainda não tenha noção de jogo limpo.
Savde:
de estomago, nas pernas, de cabeça, vertigens, As meninas aficcionam-se aos disfarces e obras teatrais; gostam também de
Queixas hipocondr íacas: dores
costura, bordado, tecidos e cozinha
Os meninos dedicam-se a fabricar coisas com diferentes elementose aos expe-

10 anos rimentos químicos.


Começa a interessar-se parcialmente pelos jornais: manchetes, fotos, histórias
e comentários esportivos.
Conduta:
formação; está em contato com o ambiente dos mais
Jå parece um adulto em Noção do tempo:
velhos graças a numerosas adaptaçðes. Encontra-se
mais avançado na dinámi Já relaciona o transCurso do tempo com os acontecimentos e, ernbora a noção
Mostra-se múltiplos in-
eclético, com
ainda muito clara, sabe que às tempo é sufi-
ca e organização do seu sistema de ação. deste transcurso não seja vezes o

teresses. Apela para diferentes


válvulas de escape: pöe os dedos na boca, roe as ciente e às que no
vezes sobra e retrocede. Progrediu no controle do tempo e

cabelo. Os seus temores vão perdendo intensidade, co praticamente já o manipula.


unhas ou brinca como

medo de cachorro ou de outros animais. Torna-se notória nas meninas


mo no
lágrimas nos meninos, para a ira.
uma maior tendéncia para as e

Relações interpessoais: 11 anos


Abarcam uma ampla variedade de valores sociais e culturais que são intima
mente analisados e que contribuem ao desenvolvimento do ego. Nisto as me Começa o processo que leva à adolescëncia, aparecem os sintomas do cresci
ninas mostram-se mais avançadas do que os meninos. Continua desprezando o mento.
grau certo de companheirismo Caráter
oposto, mas já começa a estabelecer
um
sexo
aos preconceitos e partici.
Inquieto, investigador, charlatão, discutidor, maturidade.
ele. E muito susceptível à informação social e procura a
com

discussöes dos adultos. Ajusta-se às idéias de bem-estar Tem altos baixos emocionais, passa da cólera à alegria, etc., força com os
pa, por esta razão, das
e justiça social. Tem perspicácia nas relaçöes pessoais e senso de justiça. Julga gritosa levantar a voz. São freqüentes os arrebatamentos, mas suas reações
são ingênuas. Seus impetos constituem novas pautas emocionais em desenvol
os pais e os companheiros. Pode ser muito cruel com os
compara com os dos
com eles. vimento. Por alguns momentos fica confuso, desconcertado, "na lua'". Suas
amigos, mas sente também sua influéncia e se identifica
E aficcionado aos segredos nos quais encontra a sensação do partilhado". funções fisiológicas perdem a regularidade: sente demasiado frio ou calor

Desenvolvimento sexual (controle térmico), cansa-se facilmente.


Meninas: apresentam claramente os primeitos sinais da adolescência próxima: Apresenta tendência para o negativismo e para enfastiar os demais; isto se de-

arredondamento das cadeiras, avultamento dos seios, ligeiro pêlo pubiano, al ve à necessidade de penetrar na realidade. Tendências hipocondríacas.
gumas já menstruam, Atividade corporal:
Meninos: são poucos os que denotam traços visíveis de maturação sexual** Grande inquietação motora, está sempre em movimento; anda, toca, observa,
Ambos interessam-se pelo conhecimento das relações sexuais. pula, dá socos, balança as pernas, bate os joelhos. Seu sistema psicomotor ex
Pensamento: pressa-se de forma múltipla, sem que se veja bem a relação entre os diversos
Grande versatilidade; vai de um ponto de interesse a outro, mantendo por atos.

pouco tempoa atenção em cada um. E rápido, agudo,superficial. Tem cons Relacões interpessoais:
ciência dos seus méritos e defeitos"**. Tem mais noção de como são os seus pais; disputa com os irmãos; é rebelde,
resiste em cumprir as tarefas impostas; isto constitui uma reafirmação da sua
personalidade. Critica os pais, tem excesso de suspicácia e uma certa inclina
Nossa observação indica-nos que oste gosto pelos sogredos começo muito antes, jó o partir
dos 4 anos de idade. ção à insolvência.
Com os companheiros tende a promover a interação; enfastia- se, briga, simu-
*Do mesmo modo não concordamos com Gesell nesta doscrição. Aos
10anos muitos meninos
jd começam a ter o pblo pubiano, os órgãos gonitais crescoram e o avultamonto do seio e dos b: la hostilidade e conciliação, pode chegar a ser muito cruel. Alterna tudo isto
ceps jd comoçou. As oreçdos ospontán0as são mais froqüien tes e continuom as poquenas perdas com uma boa disposição para a amizade, sendo capaz de fazer laços profun-
sominals, diurnas o noturnas.
***O pensamento clentifico jd está bostante sólldo o com isso reforça-se a indagação social. dos.

100 101
crianças do outro sexo por quem
sente antipatia
Continua excluindo as

Discrimina melhor
As
as caracteristicas individuais

meninas identificam-se com

Caracteres sexuais secundários


as amigas.

A maioria das meninas apresenta pélo pubiano;


de seus companheiros.
Falam entre si

a area pelvica alarga-se e se


sobre os
meninos
9
feminina. Começa o cres.
arredonda, a cintura afina; vai-se perfilando figura
a

altura. Continua o desenvolvimento dos seios. A área


cimento acelerado na

que rodeia a mama eleva-se


formando uma projeção Costumam cônica.
interesse nestes processos, tanto
queixar-se de dor nesta zona. Revelam grande
em si como nas outras. Algumas necessitam de sutis. Outras impelem os om
bros para a seios. Começa a aparecer o pélo axilar.
frente para ocultar os

Há um evidente cres-
Nos meninos, alguns passam pelo período de obesidade.
cimento da estrutura óssea. Emerge o pélo pubiano. Tém ereções com certa

frequência; a fonte do estimulo pode ser o movimento físico


em geral. Ten-

déncia para a masturbação. Gostam de contar histórias de sexo. Estão mais


mulheres das relações amorosas.
Psicodinamismos entre
conscientes das meninas como e

Cuidado pessoal
Grande apetite. Quer deitar-se tarde, demora para dormir e custa a levantar-se.
12e 13 anos de idade
Mostra-se um pouco descuidado no asseio; entretanto se preocupa mais coma
roupa e com o penteado. Custa-lhe ordenar suas coisas que esparrama por to PUBERDADE
do lado.
Dinheiro: Na Argentina, a puberdade eclode, em geral, nas meninas aos 12 anos (às
Comeca a interessar-se por ele e alguns já conseguem controlar seus gastos e vezes antes, aos 9, 10 ou 11 anos) e nos meninos entre 12 e 13 anos. Há meninas
economizar. também que começam a menstruar posteriormente, entre 13 e 14 anos. Do mesmo
Atividades e interesses: modo, certo número de meninos culminam seu desenvolvimento sexual mais tarde,
O brinquedo já não Ihe é fundamental, as pessoas são mais importantes.
ta dos jogos de salão: baralho, xadrez, damas, dados, ete. Geralmente prefere
Gos entre 14 e 16 anos.
Freud em "A Psicanálise e a Teoria da Libido"(39) descreve que na puberda-
conversas com um amigo. Entusiasma-se pelos esportes. de se reativa o complexo de Edipo no inconsciente e sofre novas modificações. Os
Nas meninas começa o interesse pela costura, o tecido e o bordado. instintos desenvolvem-se com total intensidade. A direção que há de seguir esta evo-
Os meninos utilizam sua imaginação criadora, inventando coisas. lução instintiva, assim como também a predisposição para ela, foram determinadas
Interessa-se pelos programas de rádio e televisão, pela leitura de romances e pela precoce eflorescência sexual durante a primeira infancia.
pelas músicas da moda. O cinema atrai muito. A polaridade sexual define-se em masculino e feminino. O masculino centra-se
Etica no sujeito, na posse do pénis e na atividade. O feminino, no objeto e na passividade;
Grande preocupação com a justiça. Repudia o engano eo roubo nos outros. a vagina é valorizada como receptáculo do pënis e se converte na herdeira do ven-
mas é propenso a pequenos roubos e diverte-se enganando os adultos". tre (41).
Tempo e espaço: Melanie Klein, no capítulo V da "Psicanálise de Crianças" (54), mostra que na
Está prestes a adquirir um sentido mais dinâmico do tempo e do espaço. Sabe puberdade encontramos outra vez, como na primeira infancia, um grande predomi
que o tempo não retrocede, controla-o bem, é pontual. Já pode desenvolver-se nio das emoções e do inconsciente e uma vida imaginativa rica. Analogamente, ma
em seu espaço imediato, viajar sozinho, marcar encontros, etc. nifestações de ansiedade e de afeto são muito mais pronunciadas do que no per iodo
A morte: de latência e as descargas de angústia têm caracter ísticas semelhantes às das crianças
Pensa no que acontece as pessoas depois da morte. pequenas.
Porém os esforços que o ego realiza para lutar contra a ansiedade e modificá
Na Argentine sto sucede a0s 10 anos e is vezes eos 9. Aos 11 anos um certo número de meni
la logram êxito maior. 0 púbere desenvolveu extensamente seus diversos interesses e
nas jó tema menarca.
E atividades. Para isso assume as conhecidas atitudes de desconfiançae rebeldia. Os
bestante freqiente
te em lojas ou quiosques.
nesta idede efetuarem pequenos roubos em cesa, ou na rua,
especialmen
102 103
com as pessoas e as coisas do mundo penis que Ihe foi arrancado; 4) teme que o interior do seu corpo seja atacacdo e des
e puberes ocupam suas fantasias
pré-puberes
do mesmo modo que os pequenos br incam com seus brinquedos. As atividades im
ma- truido por seus objetos internos parentais, em coito sádico e como conseqúéncia da
à realidade e aos interesses do ego, que
ginativas deste per iodo
adaptam se mais ago luta entre eles.
detectável do que na primeira
O conteùdo das fantasias é Por causa de todas estas ansiedades, a menina fica sexualmente muito mais
menos
ra são mais fortes.
criança e de sua relaçao com a realidade inibida do que o menino durante a puberdade. Pelo mesmo motivo aumentarm enor
infáncia. A ampliacão das atividades da
fantasias, Predominam a necessidadede dar provas do memente as suas dificuldades neuróticas. Ao mes mo tempo, quando a posicão fem
transforma o caráter de suas
com os demais. Esta é uma das ra. nina já está bem estabelecida, a menarca Ihe provoca grande satistacão. Neste caso,
oragem no mundo
real e o desejo de competi
zöes pelas quais o esporte, que oferece
tantas oportunidades para expressar a rivali. a menina considera-a como uma prova de que está sexualmente madura e como um

dade e que se apresenta, ao mesmo tempo, ansiedade


como um meio para vencer a sinal da sua possibilidade de receber gratificacão sexual e de chegar a ser mãe, e com
desempenha um papel tão importante. isso a menstruação se converte num testemunho que Ihe permite elaborar as suas di-
No menino as fantasias veiculam a rivalidade com o pai pela posse da m e e se versas fontes de ansiedade.
estendem à sua poténcia sexual. Como no menino pequeno, estas fantasias originam Marie Langer (65) destaca também que a menstruação pode ser aceita com
sentimentos de aversão e agressão, com sua conseqüente seqüela de ansiedade e cul
ale
gria pela menina, como a manifestação da sua maturidade e a promessa de futura

pa. Mas os mecanismos peculiares da puberdade ocultam estes fatos. O púbere toma maternidade, atenuando-se portanto a ansiedade de castração feminina. Entretanto
como modelo heróis, grandes homens, etc., cuja distancia Ihe permite manter mais é também freqüente a reação contrária. A perda do sangue menstrual pode fazer re-
facilmente a identificacão com eles. Divide assim a imagem paterna e dirige suas viver angústias passadas relacionadas com a incontinência urinária e da matéria fe-
tendencias destrutivas para outros objetos. Em alguns casos o recalcamento limita cal. Pode também significar a possibilidade de rivalizar-se com a mãe, provocando
de tal modo a personalidade da criança que o único que resta é a possibilidade de seu ódio, ou representar a eventualidade da identificação com ela, o que implica o
um definido, o que equivale a um sintoma obsessivo.
só interesse perigo de sofrer todos os males que a menina Ihe tenha desejado anteriormente.
Na menina, o aparecimento da menstruação produz grande ansiedade. Além Gostaríamos de acrescen tar nossas próprias observações, diretas e psicanali-
dos variados significados que tem, apresenta-se a ela, em última instância, como o ticas, sobre a din mica psíquica do menino neste período. O súbito crescimento do
signo visivel de que o interior do seu corpo e as crianças ali contidas foram
externo e pênis e as freqüentes ereções espontáneas, sem aparente causa externa, produzem
completamente destruidos. Por esta razão tarda mais a desenvolver uma atitude nele grande ansiedade, despertando fantasias sádicas de agressãoo e penetração, que
completamente feminina do que o menino a estabelecer sua posição masculina. Co- ele experimenta como a necessidade de perfurar, brocar, destroçar; ele as expressa
mo conseqüéncia disso, os componentes masculinos da púbere podem ver-se através da sua atividade motora, dos jogos e do esporte. Reativam-se assim nele as
cados. Outra possibilidade é que somente o aspecto intelectual prossegue sua evolu-
refor vivências e fantasias da etapa fálica (ver. pág. 71) com a conseqüen te emergência
cão, enquanto que a vida sexual e a personalidade continuam no periodo de laten- e intensificação da angústia de castração e dos sentimentos de culpa. Por outro lado,
cia. Muitas vezes, os sentimentos de culpa derivados da hostilidade para com a mãe as perdas seminais e, finalmente, a emergência da ejaculação plena causam-lhe tam-
bém grande ansiedade e originam nele fantasias de ter sido danificado e castrado;
e o temor retaliativo de que esta Ihe tenha destruido o interior do corpo
determi além disso, produz-se em seu inconsciente a equiparação de substâncias e o sêmené
nam a rejeição da posição feminina e da atitude maternal.
Melanie Klein cita Helene Deutsch com sua teoria de que o primeiro fluxo de vivido como urina ou fezes. A saída do sêmen reativa também a angústia da incont
sangue equivale, para o inconsciente da menina, à fantasia de ter sido castrada e de nência esfin teriana, igual ao que sucede com as meninas durante a menstruação.
ter perdido a possibilidade de ter um filho. Sente-o também como um castigo por Ao mesmo tempo, na medida em que logra elaborar estas ansiedades, o púbe
ter permitido a masturbação clitoridiana, ao mesmo tempo que se reativam nela as re vai experimen tando o asseguramento da integridade de sua poténcia masculina,
fantasias infantis sobre o coito sádico, que envolve crueldade e perda de sangue. enquanto começa a estruturar consciente e inconscientemente a imagem da vagina
Acrescenta ainda M. Klein que se produzem os seguintes processos inconscientes: 1) e das sensações do coito.
a equiparação das substáncias corporais no inconsciente identifica o sangue mens Vive também como perseguição o crescimento do pêlo pubiano, como evidén-
trual com excrementos perigosos e, por isso, a menina teme que a realidade esteja cia e castigo de suas práticas masturbatórias.

confirmando o seu medo de que estes tenham danificado o interior do seu corpo; Todas estas ansiedades impelem-no a mas turbar-se com frequéncia. A descarga
2) teme ser atacada e destruida pela me, como vingança, por ter roubado o pénis sexual lograda desse modo, a vivéncia orgánica que experimenta e a verificacão d
do pai e os filhos contidos no seu ventre; a finalidade dessa vingança seria a tentati emissão do sëmen gratificam-no e o tornam seguro, mas ao mesmo tempo voltamn a

va de recuperá-los; 3) teme ser atacada e danificada pelo pai ao copular sadicamente intensificar nele as fantasias castratórias e a culpa.
com ela; sua fantasia de que Ihe possam arrebatar violentamente o pênis, danifican- Cabe notar que, por suas ansiedades especificas, poucas vezes a menina apela pa-
raa masturbação. Se o faz, pratica-a nos seios, nos músculos e raramente no clitóris.
do-lhe os genitais, leva-a à idéia de que o seu clitóris é uma ferida ou cicatriz do

104 105
Aminda Aberatuny (8) dtestavNI a dindnnitw da mastunbaqan na ndtolowduoa
nela
ue wun nosa opiniao, a nveuna dda pnabverstaue. IDi# qnw toenypentha um
limutantissimo N estalelecimentw da MAria qenital, Asninn mw a orlaA
e n a necisa enporar seus genitais aa aumit suna kdentiklale comno honen
n t o lo bion dlw aulo o
ou mulher, Ina puberntate a mmastu baçdo reayareoe, ntueila pela eonte matuu. dog#Volvinla do pöln ailar a pullao A mo

knte genital e desemenha uma dula tareta auda a a avitar "sou soxo" e a utar
aAn toma qpw Ihws mtotoin jnotmlatnanta a tlatn dulo snn a s
an
wntra a tentencia a oonsumar o
inoesto, Na prinmeina intanela, a tantasia inwon Meniox tmmdto oborva 0 lanto o
0o0lmontlo orie mo do ou
ciente hu ante essa pdtiow ea ena puimdria, e tona a lstalar se in4 pmiborcdate,
to o do dlo puibla0 Em outOs d o nomonto do malor
olbwaledado, 1om ar
em somanto se a ela a dto ineosto, que adquite vislunbeN ade poanivel commumaodo.
0o friontos qu 0 odun osjontaneamonto, s0m u a ontorna aa
Ar outro la, a nnesma autora, em outro trabalho (7), tala sobre aN anmiocta 0te, ot o ofoito do divarses tos do ast mulos, onHie olos o vto a a
tes esciticas da mastut baqdo, AJxonta que os ecanisn04 maniacos o a onlpotan (qu o

00tud ara ulo tuma


oor idnola muito dos0onoortanto. Em gor al iuatioa to
cia se
entatizam, ao mesno temmpo que se intenmiticam as fantasias sobro a bisiexila mantubayão
qdontomonto a d um torna tlo qun fala. Hoalin a so ou on
g
lidate, com nsapdo da persta odo sexo oposto o, AlguN tOm oxor ldolas lhomomoxunis,
busca cda representação tdo proprio copo,
Estas situades (8),
ligadasà
desta idade, que se våo moditicanto de acorcdo com as
apparocen RelagOos nterpossoa
s
desenhos transtomaçdos Tondom aida a
sojpar ar s0 p0r soxO6, A moninas mostran hals intoroio pe
porais. As vezes estas moditicagðes referemse ao comwimento das oxtremkdates lon monn08 do que ostos por
olas. Os moninos oxprosatn stta atração por olas
ou a outras par tes cho corpo, revelando a ambivaléneia tiate dessas moditlcaçðes medianto provooayão.
Em outros casos, mostram o aparecimento dos caracteres seNuais ou o secunddrlon Allmentagão
desenvolvimento dos drgãos sexuais; noste tdltimo caso, comm a inchnão cle algo os Tem mito apetit0, 00nformne alas no00ssiclaclos lotorminndas pølo or00men
tranho ou monstuoso na zona gornital. Aqueles que não epr inmem suuas fantaslas to fsloo o soxual
masturbator ias de cardter
regressivo-
moditicam permanentermonte os seus
nhos, acresecentando ou eliminando par tes, porem com uma nitida tendénola para o
dose Tompo a ospaço
JA controla bøn o tempo, Tom uma dotinida noção de wspaço, o quo he por
enriquecimernto da imagem. Estas flutuaçdes entre a regressão o o oroscimento po mite doslocarso o vlajar com comodielanlo
dem chegar a expressar se no desdobramento da imagem muma so página: m dose
Roliylao
nho correspeonde à sua idacde cronoldgica e o outro a uma idacdo Jd superacda. Os Alguns voltam-so lntonmamento para ola,
que
reprimem suas fantasias realizann desenhos lineares o monðtonos en que negam a
diferença de sexos. Outros desenham unma criança poquena em que ainda não se on
tabeleceu a diferenciação sexual

EVOLUÇAO MATURATIVA AOS 12 ANos

Conduta:
E mais razodvel, mais companhoiro, Procura conquistar a dos deaprovação
mais. Menos ogocdntrico, capaz de considerar os domais si próprlo como a
maior objetividacde. Demonstra um croscente senso de humor. Tem Iniclatlva
e melhor conhecimonto de si nnesmo.
Apresenta maior controlo de suas ono
cdes, consegue reprimir as ldgr imas e a violência. Aceita a discussão o procura
a autodisciplina. Passa por per íodos de grande atividado que são soguidos por
outros de oxtroma apatia.
Pensamento:
Tende cada vez mais a porceber as situaçöes om sua totalidade. Encorra onn si
modos de pensar, sentir o agir que ropresontam nitidamente a mentalidacdo
madura. Consegue organizar sua onorgia, m nosso pals grando namero de meninas tenm a menarca n0ste hlande

106 107
tth 0 DEBEiVOLVIMEOLiN0EME

10 HACIMEOE 0 1 AOS

metes ang
Frgoinisny ey da tmoulatra aujunldtiea,
luanula 9,inogjon, nstala, do tdo so
almonlo, rgar/4go da otaa anal o
liva le an9 ) an4 main
Sintese final tiapa anal npuolsiva (olaloraq ho) doI ano
meio a7 an0s
apa anal ratantiva
(organisagdoealate
Ftaa falio, histeria tde angústia infantit
Compla da Flip (outminánaia), tor
O conhec imento cabal do que acontece en cmla nOmento ovolutivo, tanto do da AaGanos
ponto de vista do desenvolvimento libidino0 quanto tlo motnativo, pormito
preenão dat divertas condutas infantis
n com P'or iono to latdnoia
Pro pubor larlo, a "ovela laniliar" do
P'ata iso mister relemrar conceito de Freul lo que
o o
psicquismo s0 val 4uÓtiC, sialnlos pwlo orosoinanto o
formando atraves das impres0es mnemioas produridas pelo movimonto
Disto conclui atividade ludioa concerntta em si mosma o peanonto, a sim
se que a
00rporal elo dosernvolvinento 10xUl, roativaçko
do complaxo tdo fdipo do 8a 12 anos
bolizaçãoea linguagenm, quese oxprossan attavés da conduta notora nuna
ção de fidelidade alsoluta, que inolui a farntasia correla Pubwdarlo, anuioelaclos da roativação nod
Criança consegue larer a pattir dos 2 arnos de idado são un
incornsoiento,
A vørbalizaç00s (toa ploa otermor à conwinaydeo do inoosto,
0omplemento dos s lantasias laspertatlas pala salda tdo tluno
tuação
Inonstrunl o to s0ma1, olo aparo0imanto
Conseqüentomente, consiloramos que os dados que a
plcologia avolutiva dos oaratoros sextais n pola masturbagio do 12 13 anos
apresenta tão lundarnentais para uma doquada operativicladø otn
pelooloyla o
ps
quiatrin infantil
Tal como
denonstrar eos nos 0ap/tulos s0bro nos0logia, somiologla o psico
patologiao terapoutica, coresjpondontos ao volumo I| dosto livIo,
lutiva facilita
a looalizaqão ovo
o contecinento da fantasia inconsolonte0 o tla
pslcopatologla, no mos
mo tempo que outorga rigorosa validado olont(fica à lormulação do diagnóstioo
o,
portanto, à indicação terapoutio
Pata lins de uma maior preciso dlidatica, vatnos oxjpor, no qquadro que sogue,
as suCessivas otapas da ovolução psioossoxual, rogistrando a dade corospondonto,
tal como
s dosprendo da invostigação aprosontoda nosto volrno, P'ara a ovolugão
maturativa tenetomOs à
pat to 0o1ospondonto lo oada cap/tulo

108
109
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