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POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ

ESTADO-MAIOR INTEGRADO
3.ª SEÇÃO

________________________________________________________________

PMPR CURITIBA, PR, 30 Abr 2004


EM - 3ª SEÇÃO DIRETRIZ N.º 002/2004-PM/3
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DIRETRIZ POLICIAMENTO COMUNITÁRIO NA PMPR: PROJETO


POVO

1. FINALIDADE

Estabelecer diretrizes básicas para o planejamento, coordenação, execução e


controle, em todo o Estado, do policiamento comunitário, principalmente a implan-
tação do “Projeto POVO” (Policiamento Ostensivo Volante).

2. REFERÊNCIAS

a. Plano Nacional de Segurança Pública, Sistema Único de Segurança Pú-


blica do Brasil/Ministério da Justiça/SENASP, 2003;

b. Plano Estadual de Segurança Pública do Paraná, 2003/2004, aprova-


do pelo MJ/SENASP;

c. PROJETO POVO: Estratégia para difusão e implementação de Polícia


Comunitária, 2003;

d. DIRETRIZ Nº 004/2000 - PM/3;

e. Polícia Comunitária: Polícia Cidadã para um Povo Cidadão de BON-


DARUK e SOUZA, 1ª Ed. 2003.

3. OBJETIVOS
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 2

Implementar o Projeto POVO, dentro das especificidades atuais da PMPR,


objetivando especificamente:

a. Implantar o policiamento comunitário dentro da filosofia de polícia comu-


nitária, para uma atuação de polícia proativa, respeitadas as particularidades própri-
as de cada comunidade;

b. Melhorar o nível profissional do policial-militar, para que este atue como


promotor da cidadania dos direitos humanos;

c. Buscar soluções para recuperar a vida em comunidade e conscientizar a


população sobre a responsabilidade de cada um na prevenção dos ilícitos e no con-
trole da violência;

d. Estabelecer um canal permanente de ligação entre a Polícia Militar e a co-


munidade, por intermédio do policial-comunitário, encarregado da proação, de ma-
neira a responder aos anseios da população e receber nestas informações, denúncias
e sugestões pertinentes à segurança pública local;

e. Transmitir orientações ao policial, de forma a despertar o espírito de cida-


dania;

f. Desenvolver atividades de cidadania, voltadas para a comunidade, tendo


como premissa atribuições de Responsabilidade Social, contribuindo para a melho-
ria da qualidade de vida da comunidade local.

4. PRESSUPOSTOS BÁSICOS

4.1. Polícia Comunitária

Para os efeitos desta Diretriz, Polícia Comunitária é entendida como a


conjugação de todas as forças vivas da comunidade (a própria comunidade, a comu-
nidade de negócios, as autoridades cívicas eleitas, as polícias todas, as outras insti-
tuições e autoridades e a mídia), sob a coordenação de policiais especialmente de-
signados, no sentido de preservar a segurança pública, prevenindo e inibindo os de-
litos ou adotando as providências para a repressão imediata. Deve ser entendida
também como uma filosofia de atuação da Polícia Militar, marcada pela intensa par-
ticipação da comunidade na resolução dos problemas afetos à Segurança Pública.
O policiamento comunitário é uma atividade específica da polícia, com-
preendendo todas as ações policiais decorrentes desta estratégia, com destaque à
Polícia Militar, quando na proteção do cidadão; não excluem as atividades do poli-
ciamento tradicional realizadas normalmente pelo policial militar. Aos enfoques da
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atuação tradicional serão acrescidos procedimentos comunitários, visando adequar


convenientemente o policial militar à nova filosofia.
Em 20 de agosto de 2001 através do documento intitulado “BASES
PARA A IMPLANTAÇÃO DA FILOSOFIA E ESTRATÉGIA DE POLÍCIA CO-
MUNITÁRIA EM CURITIBA”, teve início o projeto de polícia comunitária na
PMPR.
O Objetivo era implantar o Sistema de Policiamento Comunitário na
Capital e Região Metropolitana de Curitiba.

Entre seus objetivos específicos definia:

Em cada bairro escolhido:

a) reduzir o crime e o medo do crime;


b) reduzir a desordem percebida;
c) melhorar a condição geral de vida no bairro;
d) criar condições de aceitabilidade para o sistema, facilitando e
agilizando sua expansão para outras áreas; e
e) fortalecer a auto estima do policial.

Os efeitos pretendidos eram:

a) recuperação do sentimento de comunidade;


b) fortalecimento do respeito à imagem da polícia e do Estado;
c) resgate do sentimento de cidadania;
d) redução do estresse da vida em sociedade;
e) fortalecimento do civismo;
f) redução do estresse policial por ver os efeitos positivos do seu
trabalho;
g) engajamento do policial com os objetivos da Corporação; e
h) progressiva humanização do elemento policial.

Seus objetivos são agora incorporados pela presente Diretriz para


toda a PMPR.
A Polícia Comunitária deve responder à comunidade em três pontos
básicos: ser visível; de fácil acesso pela população; e com capacidade de resposta
imediata e adequada.
O relacionamento interpessoal policial - cidadão se dá em um clima
de receptividade, boa vontade, sem tensões e conflitos.
A Polícia Comunitária é um ordenamento da União, desde o primei-
ro Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), em 1996, o qual estabeleceu as
experiências de polícia comunitária entre suas prioridades; no PNDH II, em 2002, o
compromisso 32 ratifica e expande essa prioridade, igualmente o Plano Nacional de
Segurança Pública, (PNSP) plano estruturado em quatro capítulos que relacionam os
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 4

compromissos a serem assumidos no âmbito do governo federal, e deste em coope-


ração com os governos estaduais e outros poderes da sociedade civil. Também esta-
belece as ações que serão desenvolvidas para que os resultados esperados sejam al-
cançados.
Das ações que tratam do Plano Nacional de Segurança Pública, a de
n.º 93, criando o Fundo Nacional de Segurança Pública, assevera:

“Criar, no âmbito do Governo Federal, um Fundo Nacional de Segu-


rança Pública destinado a apoiar financeiramente o reaparelhamento, re-
estruturação e qualificação das polícias estaduais e as ações previstas
neste Plano, especialmente aquelas voltadas para a implantação de políci-
as comunitárias, seu intercâmbio nacional e internacional com polícias e
líderes comunitários, delegacias especializadas, sistemas de produção e
coleta de dados, núcleos de combate à impunidade, investigações de homi-
cídios, chacinas, missões especiais de patrulhamento integrado e estratégi-
as comunitárias.” (BRASIL- 2000)

Em 14 de fevereiro de 2001 a Lei nº 10.201 criou o Fundo Nacional


de Segurança Pública, que em seu artigo 4º consagra a Polícia Comunitária como
credora do Fundo.
Mesmo a mudança de orientação no Governo Federal, não retirou de
pauta a Polícia Comunitária, conforme prevê o Sistema Único de Segurança, SUSP,
que se constitui no novo PNSP (Plano Nacional de Segurança Pública):

“4.1.1. Mudanças nas polícias militares e nas polícias civis para im-
plementação do Sistema Único de Segurança Pública.
Para a implementação do Sistema Único de Segurança Pública, as
mudanças abaixo indicadas são necessárias.
4.1.2. Polícia Militar: qualificação do policiamento preventivo e os-
tensivo
A qualificação do policiamento preventivo e ostensivo – que implica
sua estrita subordinação aos princípios democráticos da cidadania – deve-
rá ser alcançada de forma gradativa por meio da implantação das seguin-
tes medidas:

4.1.3. Policiamento comunitário


A metodologia de policiamento denominada “comunitária” recebe
nomes diferentes, como “de proximidade” ou “interativa”, conforme os
países e as tradições. Mas o que importa é seu conteúdo e os valores que
encerra”.

Dessarte denominar o policiamento comunitário do Paraná de


POVO, policiamento ostensivo volante, não o deprecia, ao contrário, homenageia
ao projeto POVO original, que tinha na essência a filosofia comunitária.
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 5

4.2. Como agir no policiamento comunitário

No esforço de segurança da comunidade, deverão ser analisadas


todas as variáveis públicas: estacionamentos, diversões públicas, condições de ruas,
avenidas, praças, terrenos baldios, elevações ou depressões do terreno, rios, lagos,
plantações, número de veículos, arquitetura de segurança e outras que possam in-
fluir direta ou indiretamente.
Será organizado um banco de dados com registro de todas as in-
formações úteis para a segurança, participando como fonte todas as pessoas e poli-
ciais da comunidade.
O policiamento deverá ser distribuído no sentido de ocupar o es-
paço territorial, atuar em pontos estratégicos, acoplando - se a um sistema de auto
defesa da própria população. Os policiais comunitários deverão:

1. descobrir os anseios e as preocupações da comunidade;


2. incentivar o cidadão a participar na identificação, priorização e
solução dos problemas da comunidade;
3. conhecer a realidade da comunidade onde está servindo e fazer
com que os cidadãos a conheçam;
4. trabalhar de modo a prevenir as ocorrências. Não deverão espe-
rar os problemas ocorrerem;
5. agir de acordo com a lei, a ética e a moral, com responsabilida-
de e com confiança ao atender a comunidade;
6. atuar como um “mini-chefe” de segurança local;
7. dedicar atenção especial na proteção das pessoas mais vulnerá-
veis: crianças, jovens, idosos, pobres, deficientes, gestantes, discriminados;
8. confiar no seu discernimento, sabedoria, experiência e princi-
palmente na formação ofertada pela PMPR; quando isso não for suficiente o policial
deverá encontrar soluções criativas e intuitivas para os problemas da comunidade;
9. manter-se atualizado, pois a Instituição Militar e a comunidade
estão em constante evolução;
10. integrar-se à comunidade e ajudar as pessoas a resolverem os
problemas.

4.3. Policiamento Ostensivo Volante - POVO

A base de atuação do Policiamento Ostensivo Volante é a aplica-


ção da filosofia e estratégia de Polícia Comunitária, ampliando o trinômio Policial
treinado – Comunicação – Viatura especial para:
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 6

a. Policial com tríplice responsabilidade:

(1) Responsabilidade Territorial

Atualmente a política governamental definiu responsabili-


dades e integração sistêmica entre a PMPR e Polícia Civil, dentro de suas respecti-
vas competências legais, conciliando, padronizando e unificando áreas circunscrici-
onais, ou seja, Comandos Intermediários com Divisionais, Batalhões com Subdivisi-
onais e Subunidades com Distritos Policiais, definindo formas e índices de avaliação
de resultados.
Aplicado inicialmente na Capital esse conceito foi estendi-
do a todas as cidades do Paraná.
Em nível específico da Polícia Militar, em determinadas
localidades pode haver dificuldade para a atuação plena quanto à responsabilidade
territorial. Entretanto, é importante ressaltar que por este princípio de responsabili-
dade territorial, conjugado com o da universalidade, os Comandantes, em todos os
níveis e na sua circunscrição, são responsáveis por todo e qualquer tipo de ocorrên-
cia da competência da Polícia Militar.
Assim, nas localidades em que não houver frações especí-
ficas para as atividades de bombeiro, de polícia de proteção e conservação do meio
ambiente ou de trânsito rodoviário, os comandantes proporcionarão ao seu pessoal,
treinamento peculiar, planejamento e medidas próprias para fazer frente a ocorrênci-
as dessa natureza.
O importante é que o princípio da Universalidade não seja
apenas utilizado aleatória e improvisadamente, mas seja previsto em planejamento
de cada Unidade.
Também é importante que o comandante da guarnição po-
licial militar de cada localidade esteja permanentemente informado sobre eventos
específicos das atividades da Polícia Militar.
O conceito de responsabilidade territorial não é de exclu-
sividade de atuação nas áreas; as viaturas, apesar de identificadas com o nome dos
bairros ou vilas que atendem, poderão socorrer áreas próximas e contíguas, o viés
do conhecimento será por intermédio da atuação continuada, e não subproduto úni-
co de propaganda.

(2) Responsabilidade pelos resultados

O policial comunitário é um policial com atuação dentro


de sua área, cabendo a ele prender criminosos, inibir a criminalidade, solucionar os
problemas existentes e melhorar a qualidade de vida da comunidade. Haverá acom-
panhamento constante através de:

Índices de performance:
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 7

Volume de ocorrências: total de ocorrências atendidas


pela PMPR no período; abrange ocorrências sem ilici-
tude, assistência, crimes e contravenções e os atendi-
mentos frustrados (trotes ), dados absolutos.
Volume de ligações telefônicas: comparativo de uso
de telefone de emergência e do uso dos celulares;
Taxa de criminalidade: total de crimes e contraven-
ções multiplicados por dez mil e divididos pela popula-
ção atendida.
Índice de violência: aqueles crimes que o Código Pe-
nal define que para sua consecução é necessário o uso
de violência (roubo, lesão corporal, homicídio, seqües-
tro, extorsão mediante seqüestro e estupro) multiplica-
dos por dez mil divididos pela população atendida.
Homicídio: Total de crimes multiplicados por cem mil
habitantes e o volume total do ano.

• Índices de desempenho

Cifras Negras: crimes e delitos que a polícia não sabe


(ex. aborto e subnotificação de crimes como o estelio-
nato).
Demanda reprimida: a polícia sabe, mas não atende
por deficiências materiais ou tecnológicas.
Satisfação com o serviço policial: através de formulá-
rios distribuídos a 2% dos visitados pelo policiamento
comunitário, 5% das pessoas atendidas pela PMPR em
ocorrências e 5% das pessoas vítimas de delitos, todas
moradoras no espaço territorial atendido pela estação.
Percepção da criminalidade e da violência: como a
população está se sentindo em relação ao medo do cri-
me, relativamente através de contato direto com a co-
munidade.

(3) Responsabilidade Social

O profissional de segurança pública tem sido um ponto de


referência para a população. Porém, mais do que isso, a população deve ver na fi-
gura do policial-militar, atuante e prestativo, um zeloso guardião da ordem e disci-
plina da vida social, digno da confiança e da admiração pública.
Os problemas sociais, aí incluídos os de segurança públi-
ca, ultrapassam a capacidade técnica dos órgãos policiais e terão solução efetiva se
tratados em conjunto com a comunidade.
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 8

Segundo o Instituto Ethos, a Responsabilidade Social “é


uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parcei-
ra e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa socialmente respon-
sável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes par-
tes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores,
comunidade, governo e meio-ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamen-
to de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos
acionistas ou proprietários.”

a) Comunicações múltiplas

Central com policial;


Policial com policial;
Comunidade com o policial.

b) Viaturas e estruturas especiais

Estações Móveis e Bases Comunitárias de Policiamento


Comunitário.
A Estação Móvel POVO é composta de uma viatura e
de duas até seis motocicletas em apoio, podendo também ser desenvolvida em bici-
cletas ou a cavalo, uma guarnição de 04 PM até 16 PM, sendo 02 na viatura e os
demais nas motocicletas, bicicletas, hipomóvel ou a pé, atuando com telefone celu-
lar para cada integrante da estação rádio VHF móvel nas viaturas e VHF portátil
para cada policial nas motos, para os comandantes, bases, viaturas e motos, possi-
bilitando contatar diretamente a cada um deles ou a todos simultaneamente.
Cada Estação POVO é designada para atendimento a
um determinado subsetor de policiamento, baseado nos setores censitários do IBGE
e nos fatores criminológicos do bairro, onde se permita que a cada 8 meses o polici-
al passe ao menos uma vez em cada domicílio.
Considerando as experiências do passado no Sistema
Modular de Policiamento Urbano, Projeto POVO e Projeto Piloto de Polícia Comu-
nitária, cada policial da Estação POVO (executor), deve ficar responsável por dois
setores censitários com no máximo 600 domicílios que perfaz um máximo de 2000
(dois mil) habitantes, devendo a escala contemplar turno de patrulhamento preventi-
vo no bairro, turno de visitas nos domicílios, turno de instrução e folga. Assim, uma
cidade como Curitiba precisaria de aproximadamente 1.500 policiais-militares para
patrulhar e cobrir todos os domicílios, sendo que a distribuição deverá respeitar a
geografia local, pois há bairros com apenas um setor censitário, como o bairro do
Riviera e outros com 214 setores censitários, como a Cidade Industrial. Logo, ape-
nas 25 bairros seriam atendidos convenientemente pela distribuição preconizada no
passado (1993) de 1 kombi, duas motos e 12 policiais, razão pela qual na atualidade
se propõe estações de tamanho variável com 4 a 16 PMs e equipamentos variáveis
conforme a topologia do terreno.
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 9

Embora 13 bairros precisem de menos do que uma esta-


ção do passado (1993), estes não devem ficar atrelados a outros bairros, pois isso
prejudicaria a imagem do projeto e o engajamento da comunidade.
As Estações POVO se ligarão a bases comunitárias fi-
xas ou móveis que difundirão a filosofia de polícia comunitária, trazendo os anseios
da comunidade e levando da PMPR as orientações para que a comunidade possa
auxiliar na manutenção da sua própria segurança.

Base Comunitária Fixa: conforme BONDARUK e


SOUZA, a Base Comunitária é uma evolução dos antigos PPO, é quando o “Posto
de Policiamento Ostensivo (PPO) torna-se o centro de recebimento de moradores do
bairro; os policiais comunitários com os moradores passam a vivenciar os mesmos
problemas. Convivendo, passam a resolver juntos os problemas de Defesa Social.
Ao mesmo tempo, o PPO torna-se um referencial, centro irradiador de recursos,
pelo patrulhamento.”
Uma das vantagens da Base Comunitária Fixa é que a
comunidade se responsabiliza pela manutenção, coleta de anseios e atendimento do
posto, a PMPR faz as atividades de policiamento comunitário, assim os moradores
não precisam mais sair do bairro para tentar resolver problemas de segurança. A
Base Comunitária tem um comandante. Passa a existir alguém para discutir os pro-
blemas no próprio bairro e o efetivo não fica engessado na guarda da estrutura físi-
ca da Base.

Bases Comunitárias Móveis: são estruturas montadas


sobre carretas, onde podem ser instalados Juizado Especial Cível e Criminal, Posto
Avançado de Trânsito, Posto Avançado de Identificação, Ouvidoria de Polícia e ou-
tros serviços úteis à segurança da comunidade. Em bairros não atendidos por bases
fixas, essas estruturas seriam utilizadas temporariamente, para sanar problemas lo-
calizados de violência em bairros, encetaria campanhas e mutirões. A van-
tagem da montagem sobre carretas é que um caminhão trator atenderia várias bases
comunitárias móveis na mesma região.

c) Premissas do projeto

Resgatar a essência do projeto POVO - Policiamento


Ostensivo Volante - através de uma versão aperfeiçoada, na realização do policia-
mento ostensivo preventivo fardado, especialmente nos grandes centros urbanos do
Estado do Paraná.
Como premissa, o efetivo deve ser convencido, desen-
volvido e não apenas treinado; deve conhecer a filosofia de polícia comunitária e
principalmente acreditar que a polícia e o POVO juntos à comunidade podem dar
um basta no crescimento da violência urbana.
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 10

O projeto não pode ser dissociado, territorialmente, da


divisão política do Estado e dos Municípios e das áreas de circunscrição e jurisdi-
ção da Polícia Civil e do Judiciário, respectivamente.
As inovações tecnológicas devem preceder a implanta-
ção do Projeto, evitando desgaste de sua imagem perante a comunidade.
O poder municipal deve ser parceiro para um melhor
desenvolvimento das ações da PM, a fim de atender ações subjacentes ao policia-
mento ostensivo.

d) Objetivos do projeto

(1) Geral

Preservar a ordem pública através da polícia osten-


siva dentro de um subsetor, atendendo todas as ocorrências policiais ali verificadas,
por solicitação, determinação ou iniciativa própria, colhendo dessa comunidade lo-
cal os anseios que permitirão ao escalão superior melhorar a atuação preventiva .
(2) Específicos

Orientar a prevenção de delitos ou dissuadir sua


prática, pela presença efetiva do policiamento ostensivo;
Atender de forma mais rápida, eficiente e eficaz as
ocorrências policiais;
Intensificar o patrulhamento nos locais e horários de
risco, de forma a reduzir as oportunidades para a prática de delitos;
Proporcionar maior acessibilidade e conseqüente
participação da comunidade nos assuntos de segurança pública;
Ampliar e consolidar a permanência do policial-mi-
litar junto à comunidade para torná-lo conhecido e participante nas soluções dos
problemas de segurança individual e comunitária, localizados ou próprios de bair-
ros, no setor de atendimento da Estação POVO.

5. EXECUÇÃO

Implantação da 1ª Fase

Será precedido do desenvolvimento dos talentos a serem empregados na pri-


meira fase do projeto, no sistema de ensino da PMPR e da preparação de multi-
plicadores para a segunda fase.

Os bairros da primeira fase foram escolhidos pelas próprias OPM e, embora


não tenham condições técnicas ideais, estão envolvidos com as comunidades, sendo
esse o principal fator para a implantação das estações.
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 11

1ª Etapa – Maio de 2004


Curitiba
9 Estações POVO

12º BPM

Bairro População Nº de seto- VTR moto Policiais


res Censi-
tários
Santa Felici- 25170 41 1 2 12
dade
Bom Retiro 5630 7 1 2 12
Vila Izabel 8948 16 1 2 12

13º BPM

Bairro População Nº de se- VTR Moto Polici-


tores Cen- ais
sitários
Portão 40538 53 1 4 18
Água Verde 49858 70 1 4 26
Tatuquara 36326 53 1 4 18

RPMON

Bairro População Nº de seto- VTR Moto Policiais


res Censi-
tários
Bacacheri 23045 33 1 2 12
Jardim das 13954 15 1 2 12
Américas
Hauer 13812 18 1 2 12

No centro da cidade de Curitiba, em razão do conturbado trânsito, e do gran-


de fluxo de população flutuante haverá um policiamento comunitário com motoci-
cletas, assim dividido:

12º BPM

Bairro População Nº de seto- VTR Moto Policiais


res Censi-
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 12

tários
Centro 34.945 0 20 20

Nos demais bairros de Curitiba que já desenvolvem policiamento comunitário


através de projetos pilotos, as comunidades estão envolvidas, mas não há recursos
para implantar com plenitude o projeto POVO, deverá ser otimizado o policiamento
comunitário, utilizando as motocicletas e motonetas antigas para o transporte dos
policiais. Os bairros abaixo receberão motocicletas novas, rádios e celulares pois já
estão bem adiantados na filosofia de polícia comunitária e serão priorizados na se-
gunda fase do Projeto POVO, no segundo semestre de 2004.

13º BPM

Bairro Popula- Nº de seto- VTR moto Policiais


ção res Censi-
tários
PINHEIRINHO 49687 69 0 2 4
CIC II 12435 17 0 2 4
Vila Verde

RPMON

Bairro População Nº de seto- VTR moto Policiais


res Censi-
tários
Alto da Glória 5591 9 0 2 4

Londrina
A cargo do 5º BPM
Nº BAIRRO Sub Popula- Setores Viaturas MOTOS Nº de PM
área ção Censitári-
os
Inglaterra IV 6.731 13 1 2 5
Cj Parigot de II 11.811 7 1 2 5
Souza
Bandeirantes IV 9.608 7 1 2 5
Califórnia I 8.707 5 1 2 5
Lindóia II 10.400 7 1 2 5
- TOTAL - 25
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 13

Nº BAIRRO Sub
Popula- Setores Viaturas MOTOS Nº de PM
área
ção Censitári-
os
obs Em Londrina o efetivo será alocado em 2 etapas 25 PMs na instalação mais 25
PMs em setembro

6. ORDEM AOS ELEMENTOS SUBORDINADOS

a. Os Comandantes de OPM ao empregar efetivo no policiamento comuni-


tário deverão observar que os policiais devem ser possuidores do Curso de Atuali-
zação em Polícia Comunitária e, para conduzir veículos, devem estar habilitados e
serem possuidores do Curso de Condutores de Viaturas, inclusive os motociclistas;

b. Para cada Estação das 14 que serão oficialmente instaladas, deverá ser
indicado um oficial subalterno que será o responsável pela Estação. Semanalmente
os Cmts de OPM deverão proceder a avaliação do projeto com a participação dos
Cmt da Cia e o Cmt das Estações, repassando à coordenação estadual do Projeto
POVO, toda as sextas-feiras o número de visitas realizadas, a avaliação de perfor-
mance e avaliação de desempenho de cada Estação;

c. Os Comandantes Intermediários e Comandantes de OPM devem apoiar


a difusão de doutrina de Polícia Comunitária e manter o Comandante-Geral inteira-
do das dificuldades e avanços na implantação do Projeto bem como fazer a ligação
entre a OPM e a Coordenação Estadual do Projeto POVO;

d, A instrução de manutenção, prevista em plano de instrução próprio, de-


verá ser de forma intensiva, através do Curso de Sobrevivência Policial, Direitos
Humanos e Cidadania, a fim de manter o policial o máximo de tempo junto à comu-
nidade a que pertence;

e. As escalas extras do policial deverão, preferentemente, serem cumpridas


no próprio subsetor ou bairro;

f. Os policiais-militares deverão realizar as visitas nos bairros, e quando do


atendimento de ocorrência, que deverá preferencialmente ser no bairro, suspenderão
temporariamente a visita, retornando em seguida ao contato comunitário;

g. O POVO constitui-se no primeiro, e mais importante, esforço da unidade


no controle da criminalidade e violência, de modo que os policiais em 50% do tem-
po de serviço deverão realizar patrulhamento preventivo (PBs), conforme cartões-
programa.
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 14

Ex: numa escala das 07h às 13h, das 07s às 09h o policial fará patrulha-
mentos de 10min. e PB de 20min, das 09h às 12h fará visitas em domicílios, e das
12h às 13h fará patrulhamento e visitas em estabelecimentos bancários, comerciais e
condomínios. Poderá também intercalar uma hora de visitas e uma hora de patrulha-
mento;

h. Os policiais deverão atuar em escalas que lhes propicie estar diariamente


no bairro no mesmo horário (6 x 18, 8 x 16 ou 12 x 36); escalas padrão RPA do tipo
(12 x 24 x 12 x 72) com instrução na sede da OPM e o reforço em outras áreas fi-
cam proibidas durante a execução da 1ª fase do POVO.

i. Os policiais deverão atuar nos fins-de-semana, fazendo visitas agenda-


das, participando de reuniões com a comunidade e em atividades voluntárias, sendo
credores da gratificação por atividade extraordinária (CENZÃO).

j. O Cmt da Cia, porém deverá observar que o policial tenha ao menos um


fim-de-semana completo de folga por mês;

k. A cada dois meses a Coordenação Estadual deverá também fazer uma


reunião de avaliação no 5º BPM, somente durante a 1ª fase do Projeto POVO.

l. As UOp do CPI e o 17º BPM/CPC deverão manter ao menos um projeto


piloto de policiamento comunitário por Companhia PM, de modo que possam rece-
ber Estações POVO em setores, subsetores/bairros a qualquer momento, pois o Go-
verno Federal poderá antecipar a liberação de recursos, de modo que todas as OPM
poderão integrar a 1ª fase do Projeto POVO; e

m. Caberá à 5ª Seção/EM da PMPR, em conjunto com o CPC, preparar o


lançamento das estações nos bairros, conforme cronograma definido pelo Coman-
dante-Geral da PMPR;

n. A Banda de Música da PMPR deverá abrilhantar os eventos.

Implantação das demais Fases

Terá por base os resultados obtidos na 1ª fase e será implementada de


acordo com os recursos disponibilizados pelo Governo do Estado e Governo Fede-
ral.

Novas tecnologias que estão, em teste, na 1ª Fase poderão ser aplicadas


nas demais fases.
Continuação da Diretriz n.º 002/2004 – 3ª Seção EM.....................................................fl. 15

7. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

Deverá o policial-militar entregar a cartilha comunitária de segurança jun-


tamente com o seu cartão para busca e soluções dos problemas da comunidade.

Os policiais preencherão um formulário denominado “Anoto” do policia-


mento comunitário conforme modelo anexo.

Caberá à DTI (Diretoria de Tecnologia e Informática) disponibilizar siste-


ma de recepção e tratamento dos dados, possibilitando que a Coordenação Estadual
permita mala direta ou formulação de questionários de avaliação e ainda seja possí-
vel geo-processar o andamento das visitas em domicílio nas estações POVO.

Revogue-se a Diretriz 002/2000-PM/3 – regula o Policiamento com Moto-


netas.

Revogue-se projeto Curitiba Mais Segura (Totem).

Fica proibido cautela de motocicletas para utilização fora do objeto de ser-


viço.

ASSINADA NA ORIGINAL
DAVID ANTONIO PANCOTTI - Cel QOPM
Comandante-Geral da PMPR

DISTRIBUIÇÃO: SESP - Cmdo Geral - Ch EM – Sub Ch EM - CPC - CPI - CCB


- Aj Geral - DE - DAL - DS – DP – DF - Seções EM.
POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ
ESTADO-MAIOR INTEGRADO
Object 3
3.ª SEÇÃO

ÍNDICE

1. FINALIDADE...........................................................................................01

2. REFERÊNCIAS.......................................................................................01

3. OBJETIVOS.............................................................................................01

4. PRESSUPOSTOS BÁSICOS...................................................................02

5. EXECUÇÃO.............................................................................................11

6. ORDEM AOS ELEMENTOS SUBORDINADOS.................................13

7. PRESCRIÇÕES DIVERSAS ..................................................................15

ESTADO DO PARANÁ
POLÍCIA MILITAR
ESTADO-MAIOR - 3ª SEÇÃO

DIRETRIZ N.º 002/2004 - PM/3

“POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
NA PMPR”

CURITIBA - PARANÁ
2004

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