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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CAMPUS – SÃO LUÍS


PROFESSOR: KAIO HENRIQUE
DISCIPLINA: TÓPICOS ESPECIAIS EM ENGENHARIA AUTOMOTIVA
ALUNO: VALDIVAN MARTINS PESSOA JÚNIOR

RESUMO
As emissões provenientes de veículos automotivos e o elevado consumo de
energia associado à sua produção e utilização têm um impacto significativo no meio
ambiente. Para mitigar esses danos, é necessário adotar medidas que promovam o uso
eficiente de energia e optar por produtos e serviços com menor emissão de poluentes.
Nesse contexto, os veículos elétricos e híbridos têm despertado interesse entre
fabricantes, governos e consumidores devido aos problemas relacionados à poluição
atmosférica, ao aquecimento global e à redução da dependência de combustíveis fósseis.
Entretanto, a adoção em larga escala de veículos elétricos depende do perfil de
geração de eletricidade e das opções de recarga das baterias. É crucial, portanto, realizar
uma análise abrangente dos potenciais impactos ambientais do transporte de passageiros
por meio de veículos elétricos e veículos de combustão interna (flex, utilizando etanol e
gasolina) no contexto brasileiro. Essa análise deve considerar o ciclo de vida dos
veículos e das fontes de energia envolvidas.
A Análise do Ciclo de Vida (ACV) foi conduzida para diferentes cenários,
incluindo as condições atuais (2014) e as projeções para o futuro (2030). Nove
categorias de impacto ambiental foram avaliadas, tais como aquecimento global,
depleção da camada de ozônio, toxicidade humana, ecotoxicidade terrestre, oxidação
fotoquímica, acidificação e eutrofização. A ferramenta Simapro 8 foi utilizada para
auxiliar nessas análises.
No cenário de 2014, constatou-se que os veículos elétricos apresentaram
resultados desfavoráveis em cinco das nove categorias de impacto avaliadas. A maior
parte dos impactos potenciais ao meio ambiente foi atribuída à fase de produção dos
veículos, sendo que a manutenção dos mesmos contribuiu significativamente para a
oxidação fotoquímica. Apesar da predominância da matriz elétrica brasileira ser
proveniente de fontes hídricas, foram identificadas emissões relevantes de metano e
CO2 resultantes da alteração do uso da terra em reservatórios, o que afetou o perfil
ambiental dos veículos elétricos.
Para o cenário de 2030, observou-se uma redução geral de todos os potenciais
impactos por quilômetro rodado. Embora seja esperada uma melhoria na eficiência dos
veículos de combustão interna, ela será proporcionalmente menor do que a dos veículos
elétricos. No caso do etanol, além dessa melhoria na eficiência, há um efeito adicional
proveniente do progresso na eficiência agroindustrial da cadeia produtiva da cana-de-
açúcar. Por exemplo, estima-se que o impacto potencial do transporte elétrico em
relação ao aquecimento global seja reduzido em mais de 40% até 2030, quando
comparado a 2014.
Conclui-se, portanto, que é esperado que os veículos elétricos apresentem uma
melhoria mais acentuada em relação às demais opções, exceto nos aspectos de oxidação
fotoquímica e eutrofização.
O transporte com etanol surge como a melhor alternativa em relação ao
aquecimento global e às toxicidades, enquanto os veículos elétricos se mostram a
melhor opção no que se refere à acidificação e às depleções de combustíveis fósseis,
embora com uma vantagem marginal em relação à camada de ozônio.
Diante desse panorama, a escolha entre carros elétricos e carros de combustão
interna requer uma análise abrangente dos impactos ambientais, considerando os
diferentes cenários tecnológicos e de combustíveis. Essa avaliação é fundamental para
orientar políticas públicas, ações dos fabricantes e decisões dos consumidores em busca
de soluções de transporte mais sustentáveis.

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