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Anuário dos Programas de

Controle de Alimentos de
Origem Animal do DIPOA
VOLUME 8 - 2022
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Secretaria de Defesa Agropecuária
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
Coordenação Geral de Programas Especiais

Anuário dos Programas de


Controle de Alimentos de
Origem Animal do DIPOA
VOLUME 8 - 2022

Brasília
MAPA
2022
©2022 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor.
Volume 8, Ano 8, 2022
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Secretaria de Defesa Agropecuária
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
Coordenação Geral de Programas Especiais
Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 4º andar, sala 408
CEP: 70043-900, Brasília/DF
Tel.: (61) 3218-2339
www.agricultura.gov.br
E-mail: cgpe.dipoa@agricultura.gov.br
Coordenação Editorial: Assessoria de Comunicação Social
Central de Relacionamento: 0800 704 1995

Equipe Técnica: Adriana Aguiar Oliveira, Carlos Eduardo de Souza Rodrigues, Leandro
Casagrande, Letícia Goulart Desordi, Lúcio Akio Kikuchi, Luis Marcelo Kodawara, Mayara
Souza Pinto, Paulo Humberto de Lima Araújo, Wilkson Oliveira Rezende.

Catalogação Binagri

Anuário dos programas de controle de alimentos de origem


animal do DIPOA. Ano 1, n. 1 (2015) - . – Brasília, DF: Secretaria de
Defesa Agropecuária, Departamento de Inspeção de Produtos de
Origem Animal, Coordenação Geral de Programas Especiais, 2015-

Anual: 2015-
Editores: Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2015-.
ISSN 2447-8482

1.Alimentos de origem animal. 2. Controle de alimentos. I. Brasil.


Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria
de Defesa Agropecuária. II. Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
CDD 351.773
AGRIS Q03
Lista De Siglas
AFFA - Auditor Fiscal Federal Agropecuário
CGAL – Coordenação Geral de Laboratórios Agropecuários
CGPE – Coordenação Geral de Programas Especiais
CRISC – Coordenação de Caracterização de Risco
DIPOA – Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
DITEC - Divisão de Avaliação de Inovações Tecnológicas
DSA - Departamento de Saúde Animal e Insumos Pecuários
DSN – Departamento de Suporte e Normas
DTEC - Departamento de Suporte Técnico
EEB - Encefalopatia Espongiforme Bovina
InC - Índice de Conformidade de Produtos de Origem Animal
LFDA – Laboratório Federal de Defesa Agropecuária
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
OGM - Organismos Geneticamente Modificados
PACPOA – Programa de Avaliação de Conformidade de Produtos de Origem Animal Comestíveis
PCBs - Bifenilas policloradas
PNCP – Programa Nacional de Controle de Patógenos
PNCRC – Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes
RAI – Regime de Alerta de Importação
SDA – Secretaria de Defesa Agropecuária
SIF – Serviço de Inspeção Federal
SIGSIF – Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal
SIPEAGRO – Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários
SIPOA - Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal
SISBI-POA - Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal
SLAV – Seção Laboratorial Avançada
STEC – Escherichia coli produtora de Shiga toxina
UF – Unidade Federativa
VIGIAGRO - Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional
WOAH - Organização Mundial de Saúde Animal
Sumário
1 INTRODUÇÃO 7
2 Programas de controle de produtos de origem animal 9
3 Programa nacional de controle de patógenos 13

3.1 Listeria monocytogenes em produtos de origem animal prontos para consumo 14


Escherichia coli produtora de Shiga toxina (STEC) e Salmonella spp. em carne de
3.2 15
bovinos
3.3 Salmonella spp. em carcaças de suínos 16
3.4 Salmonella spp. em carcaças de frangos e perus 18
Programa de avaliação de conformidade de produtos de origem animal
4 21
comestíveis - PACPOA
4.1 PACPOA Nacional 21
5 Ações de combate à fraude 24

5.1 Substituição de espécie de pescado 24


Pesquisa de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) em produtos de origem
5.2 26
animal comestíveis, sem especificação de ingredientes transgênicos no rótulo.
6 Regime de alerta de importação - RAI 29
Plano nacional de controle de resíduos e contaminantes em produtos de
7 32
origem animal - PNCRC Animal

7.1 Projeto Piloto PNCRC Animal SISBI 2021 38


8 Verificação oficial dos produtos destinados à alimentação animal 39
Verificação oficial de produtos destinados à alimentação de ruminantes quanto à
8.1 41
presença de ingredientes de origem animal
8.2 Controle de dioxinas em produtos destinados à alimentação animal 42
9 Programa Nacional de melhoria da qualidade do leite - PNQL 44
10 Inovações tecnológicas 45
8 Agradecimentos 46
9 Referências 47
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1. Introdução
O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), vinculado à Secretaria
de Defesa Agropecuária (SDA), é a instância central responsável pela coordenação das
atividades de inspeção e fiscalização de produtos de origem animal e produtos destinados
à alimentação animal. As instâncias regionais compreendem os onze serviços, denominados
Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA). O Serviço de Inspeção Federal
(SIF) é a unidade técnico-administrativa de representação local do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento junto aos estabelecimentos de produtos de origem animal.

Estes Serviços têm como responsabilidade verificar o cumprimento das normas sanitárias e
dos padrões de identidade e qualidade dos produtos de origem animal, comestíveis ou não,
bem como dos produtos destinados à alimentação animal, comercializados nos mercados
interno e externo.

A constante necessidade de modernização e a racionalização dos procedimentos de inspeção


e fiscalização dos estabelecimentos produtores, traz a necessidade de priorização e foco no
risco dos produtos e processos produtivos. A inspeção com base em risco é uma ferramenta
que permite identificar os fatores de risco para a proteção da saúde dos consumidores,
determinar as prioridades e assim alocar recursos de forma eficiente. As informações obtidas
a partir da análise dos resultados laboratoriais exemplificam uma das ferramentas utilizadas
para direcionar as ações do serviço de inspeção para caracterização do risco associado ao
desempenho do estabelecimento em atendimento à legislação aplicável e à fiscalização de
produtos de origem animal ou produtos destinados à alimentação animal (Brasil, 2019a;
Brasil, 2019b).

Adicionalmente, o DIPOA tem como desafio, advindo da necessidade de modernização


e eficiência dos processos produtivos, a avaliação de novas tecnologias na fabricação de
produtos de origem animal, tendo como premissa a garantia aos consumidores de segurança,
qualidade e identidade dos produtos.

Apresentamos no oitavo ano consecutivo de publicação do Anuário dos Programas de


Controle de Alimentos do DIPOA, os resultados dos programas oficiais executados em
2021. Estes resultados refletem uma parte do trabalho realizado diariamente por servidores
públicos que atuam no Serviço de Inspeção Federal (SIF), na área de produtos destinados
à Alimentação Animal e nos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA), ambos
também vinculados à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA).

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

O ano de 2021 foi marcado pela retomada das coletas de amostras laboratoriais de todos os
programas oficiais gerenciados pelo DIPOA, mesmo em meio à continuidade do enfrentamento
da pandemia de Covid-19 no Brasil, onde o Serviço de Inspeção Federal não perdeu o foco na
proteção à saúde pública e abastecimento, cumprindo o objetivo institucional de assegurar a
inocuidade e qualidade dos alimentos e insumos agropecuários fiscalizados por este Serviço.

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2. Programas de controle de alimentos


de origem animal
Os programas de controle de alimentos gerenciados pelo DIPOA têm como objetivo analisar a
conformidade dos produtos de origem animal em relação aos aspectos de inocuidade, identidade
e qualidade, propiciando a avaliação do processo produtivo e permitindo o gerenciamento do
risco com vistas à proteção do consumidor.

A coleta de amostras oficiais é realizada por servidores públicos que atuam na instância regional
ou local da fiscalização federal de produtos de origem animal e alimentos para animais, e as
análises fiscais são realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA),
que são os laboratórios oficiais e próprios do MAPA, ou em laboratórios credenciados pela
Coordenação Geral de Laboratórios Agropecuários (CGAL), que integram a Rede Nacional de
Laboratórios Agropecuários.

Os LFDAs são acreditados na NBR ISO 17.025 e estão localizados em Belém/PA, Campinas/SP,
Goiânia/GO, Pedro Leopoldo/MG, Recife/PE e Porto Alegre/RS, com uma Seção Laboratorial
Avançada (SLAV) em São José/SC e outra em Uberlândia/MG. Para laboratórios públicos ou
privados credenciados pelo MAPA também se exige a acreditação NBR ISO 17.025.

Para as análises fiscais em produtos de origem animal são utilizadas metodologias analíticas
reconhecidas internacionalmente, conforme Manual de Métodos Oficiais para Análise de
Alimentos de Origem Animal (Brasil, 2022a).

A gestão regional de execução dos programas e avaliação dos resultados é feita pelos onze
Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA). E, por fim, a consolidação e
avaliação dos dados nacionais e o planejamento e o gerenciamento dos programas estão sob
responsabilidade do DIPOA.

A figura 1 apresenta a estrutura de regionalização dos onze SIPOA, instituída conforme Portaria
MAPA nº 151, de 30 de abril de 2020 (Brasil, 2020a).

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Figura 1. Regionalização do 1º ao 11º Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal


(SIPOA), Brasil, 2020.

Para a elaboração do plano amostral dos programas foram considerados aspectos como,
por exemplo, o número de estabelecimentos registrados no DIPOA, a classificação dos
estabelecimentos em função do número de animais abatidos diariamente ou do volume
mensal de produção, distribuição geográfica dos estabelecimentos, prevalência esperada
de determinados microrganismos ou frequência esperada de desvios em parâmetros de
inocuidade, identidade ou qualidade do processo ou do produto de origem animal, histórico
e riscos associados a determinados grupos de estabelecimentos e de produtos.

Segundo dados do Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF),


referentes ao mês de maio de 2022, estavam registrados no DIPOA 3.144 estabelecimentos que
atuam nas áreas de carne, leite, mel, ovos, pescado ou estocagem e 253 estabelecimentos
atuando também na área de produtos não comestíveis. Este número apresenta variação diária
durante o tempo, em função de concessão de novos registros e de cancelamento de registros.

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Os estabelecimentos sob SIF apresentam uma ampla distribuição geográfica no território


brasileiro, porém estão mais concentrados nos municípios das regiões Sul e Sudeste do
país. Na figura 2 estão representados os 1.476 municípios que possuem pelo menos um
estabelecimento das áreas de carne, leite, mel, ovos, pescado e estocagem registrados no SIF.

Figura 2. Municípios que possuem estabelecimentos das áreas de carne, leite, mel, ovos,
pescado e estocagem registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), Brasil, maio
de 2022.

Fonte: Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF). Acesso em 01/07/2021.

A tabela 1 apresenta a distribuição destes estabelecimentos por área de atuação: carne, leite,
mel, ovos, pescado e estocagem nas unidades federativas (UF) do Brasil. Lembramos que
alguns estabelecimentos podem ser registrados em mais de uma área de atuação. Por esse
motivo, o número de estabelecimentos por área de atuação (3.279) é superior ao número
de estabelecimentos registrados (3.144).

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Tabela 1. Número de estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF)


por Unidade Federativa (UF) e área de atuação, Brasil, maio de 2022.
UF CARNE LEITE MEL OVOS PESCADO ESTOCAGEM Total
AC 6 - - - 1 - 7
AL - 6 5 2 2 - 15
AM 2 2 1 - 7 - 12
AP - - - - 5 - 5
BA 22 26 11 5 7 3 74
CE 3 15 18 11 10 2 59
DF 5 - - 1 5 5 16
ES 5 14 4 77 5 1 106
GO 42 83 3 15 7 2 152
MA 3 10 - - 1 - 14
MG 105 499 46 52 15 15 732
MS 38 20 4 5 6 1 74
MT 52 31 2 11 6 - 102
PA 25 20 2 1 30 - 78
PB 1 8 7 6 1 - 23
PE 11 12 - 11 5 11 50
PI - 2 8 - 1 - 11
PR 107 122 23 50 11 19 332
RJ 23 26 5 1 11 8 74
RN - 3 2 3 13 - 21
RO 18 37 2 3 4 1 65
RR 1 - - 1 - 2 4
RS 79 106 17 54 17 5 278
SC 68 67 24 18 63 21 261
SE - 7 2 1 2 - 12
SP 213 134 50 162 42 68 669
TO 13 15 - 1 4 - 33
Total 842 1265 236 491 281 164 3279

Fonte: Painel QlikView do SIGSIF/MAPA, dados obtidos em maio de 2022.

Quando são constatados resultados de análises laboratoriais em desacordo com os limites


definidos pela legislação, o SIF adota ações fiscais previstas na Lei nº 7.889, de 23 de novembro
de 1989 (Brasil, 1989) e no Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017 (Brasil, 2017) e suas
alterações, como emissão de auto de infração para notificação do estabelecimento e apuração
das irregularidades, aplicação de multas, apreensão do produto, suspensão provisória do
processo de fabricação, determinação da revisão dos programas de autocontrole e recolhimento
de produtos, conforme o caso, visando resguardar a saúde do consumidor.

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As verificações oficiais dos controles implementados pelas indústrias são periodicamente


realizadas, tanto pela Inspeção Federal local, quanto por meio de auditorias das instâncias
centrais, sendo que essas também verificam a execução do exercício das atribuições da
Inspeção Federal local. Se necessário, medidas de controle, corretivas e preventivas, são
realizadas em conformidade com a legislação vigente para promover a segurança efetiva
dos produtos de origem animal, baseadas em diretrizes e recomendações de organismos
internacionais de referência global.

3. Programa nacional de controle de


patógenos
O Programa Nacional de Controle de Patógenos (PNCP) compreende um conjunto de ações
que tem como objetivo reduzir a prevalência de agentes patogênicos nos produtos de origem
animal fiscalizados pelo SIF, avaliar as ações de controle adotadas pelos estabelecimentos
e gerenciar o risco a fim de preservar a segurança do alimento.

Em 2021, foram executados o controle oficial de Listeria monocytogenes em produtos de


origem animal prontos para consumo, o monitoramento oficial de Escherichia coli produtora
de Shiga toxina (STEC) e Salmonella spp. em carne de bovinos, o monitoramento oficial de
Salmonella spp. em carcaça de suínos e o controle oficial de Salmonella spp. em carcaças
de frangos e perus, cujos resultados são apresentados a seguir.

Informações sobre esses programas estão disponíveis no sítio eletrônico do MAPA:


https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-animal/controle-de-
patogenos/controle-de-patogenos

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3.1. Listeria monocytogenes em produtos de origem animal prontos


para consumo

O controle oficial da Listeria monocytogenes foi instituído por meio da Instrução Normativa
SDA/MAPA nº 9, de 8 de abril de 2009 (Brasil, 2009), com o objetivo de detectar a presença
desse patógeno em produtos de origem animal prontos para consumo (“ready to eat”/RTE) que
apresentam pH > 4,4 ou atividade de água (Aw) > 0,92 ou concentração de cloreto de sódio < 10%.

O plano de amostragem é definido anualmente considerando a avaliação dos resultados


observados no histórico do programa e o risco de contaminação dos produtos em função de
características dos estabelecimentos produtores.

Em 2021 foram coletadas 813 amostras de produtos cárneos, produtos da pesca e produtos lácteos
em 363 estabelecimentos sob SIF, o que representa um aumento de 24,3% de estabelecimentos
amostrados comparando com 2020, quando 292 estabelecimentos foram amostrados.

Deste total, 39 amostras foram rejeitadas pelos laboratórios oficiais, o que determina um índice
de rejeição de 4,79%.

No quadro 1 descreve-se os produtos analisados para pesquisa de Listeria monocytogenes


neste ano.

Quadro 1. Produtos de origem animal prontos para consumo analisados para pesquisa
de Listeria monocytogenes pelo Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2021.
Produtos

Apresuntado; Barriga defumada; Carnes cozida, defumada, cozida e empanada,


cozida e defumada, salgada e defumada; pré-frita cozida; desidratada cozida;
Produtos Copa; Embutidos cozido, defumado, cozido e defumado; Fiambre; Linguiças cozida,
cárneos defumada; cozida e defumada; Lombos cozido, defumado; Miúdos defumados;
Mortadela; Paleta cozida; Presunto cozido, Presunto cru; Presunto de frango;
Presunto de peru; Salsicha; Salame; Salaminho e Torresmo.
Produtos Camarão cozido; Peixe defumado; Peixe cozido; Mexilhão cozido; Moldado
da pesca cozido de peixe; Moldado cozido de camarão e Lagosta cozida..
Queijos Coalho; Colonial; Cremoso; Fresco; Minas Frescal; Minas Meia
Cura; Minas Padrão; Montanhês; Mussarela; Parmesão ralado; Petit
Produtos
Suisse; Prato; Provolone Fresco; Ralado; Reino; Tipo Burrata; Tipo
lácteos
Cheddar; Tipo Cottage; Tipo Fontina; Tipo Gouda; Tipo Gruyere; Tipo
Pecorino Toscano; Tropical; Ricota Defumada e Ricota Fresca.

A presença de L. monocytogenes foi identificada em 2,45% (19/774) das amostras analisa-


das em 2021.

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Todas as amostras com presença do patógeno foram de produtos cárneos, são eles: apresuntado
(2 amostras), carne defumada de suíno com osso (1), copa (1); embutido defumado (1),
linguiça calabresa (3), paleta cozida de suíno (1), pernil suíno salgado (1), presunto cozido
(2), salame (2) e salsicha (5).

Assim como em 2020, não houve identificação de L. monocytogenes em amostras de produtos


lácteos e produtos da pesca.

Na tabela 2 são apresentados o número de amostras analisadas e o número de amostras


com presença de L. monocytogenes em 25g por tipo de produto.

Tabela 2. Resultado das análises para detecção de Listeria monocytogenes em produtos


de origem animal prontos para consumo, Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2021.
Ano 2021

Nº de amostras Nº de amostras com presença


Produto %
analisadas de L. monocytogenes / 25g

Produtos cárneos 401 19 4,73


Produtos da pesca 31 0 0
Produtos lácteos 342 0 0
Total 774 19 2,45

3.2. Escherichia coli produtora de Shiga toxina (STEC) e Salmonella spp.


em carne de bovinos

O ano de 2021 foi o segundo ano completo da execução da Instrução Normativa SDA nº 60,
de 20 de dezembro de 2018 (Brasil, 2018a), que entrou em vigor em junho de 2019.

Foram analisadas 1.908 amostras em 2021, de 189 estabelecimentos abatedouros de bovinos


no país distribuídos nos onze (11) Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA).

Neste ano, em duas (2) amostras de estabelecimentos foram identificadas a presença de


STEC do sorogrupo O157:H7, o que indica uma ocorrência de 0,10% (2/1.908), enquanto
pela primeira vez desde o início do Programa, nenhuma amostra analisada apresentou a
presença de E. coli STEC não O157:H7.

Na tabela 3 são apresentados os números de amostras analisadas e os números de amostras


com presença de STEC e de Salmonella spp. em 325g no ano de 2021.

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Tabela 3. Resultados da verificação oficial de E. coli produtora de Shiga-toxina (STEC) e


Salmonella spp. em carne de bovinos in natura, Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2021.
Ano 2020
Nº de amostras Nº de amostras com
Patógeno/325g %
analisadas presença do patógeno
Salmonella spp. 1.908 39 2,04
E. coli O 157:H7 1.908 2 0,10
E. coli STEC não O157:H7 1.908 0 0,00

Tendo em vista os resultados da série histórica obtidos desde 2015 por meio da Norma Interna
DIPOA/SDA nº 1, de 17 de junho de 2015 (Brasil, 2015), revogada pela Instrução Normativa
Nº 60/2018, estão apresentados na figura 3 os resultados entre 2015 e 2021 deste programa.

Figura 3. Número de amostras analisadas e percentual de amostras positivas nas


amostras coletadas para verificação oficial de E. coli STEC e Salmonella spp. em carne
de bovinos, Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2015 a 2021.

3.3. Salmonella spp. em carcaças de suínos

O controle oficial de Salmonella spp. em carcaças suínas foi estabelecido pela Instrução
Normativa SDA nº 60, de 20 de dezembro de 2018 (Brasil, 2018a), tendo sido 2021 o terceiro
ano da sua execução. O ciclo oficial para este controle em suínos é único e composto por
sete amostras (n=7), que devem ser coletadas com intervalos de quatorze dias, sendo aceita
uma amostra positiva (c=1) no ciclo.

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Apesar da pandemia de Covid-19 em 2020 e 2021, as coletas para execução do programa não
foram interrompidas, tendo em vista o caráter permanente da fiscalização nos abatedouros
de suínos.

Em 2021 foram analisadas 559 amostras de esfregaços de carcaças suínas em laboratórios


federais de defesa agropecuária (LFDA), das quais 33 apresentaram presença de Salmonella
spp. em 400cm2, o que indica uma ocorrência observada de 5,9%.

Oitenta e quatro (84) abatedouros de suínos sob inspeção federal foram avaliados e apenas
um (1) não cumpriu o ciclo de coleta de sete amostras, em virtude da paralisação das
atividades deste estabelecimento. Dentre os estabelecimentos que cumpriram o ciclo (83),
cinco (5) violaram o número aceitável de amostras por ciclo (n=7, c=1), todas com 2 resultados
positivos, o que representou 6% dos estabelecimentos.

Em relação à 2020, houve um aumento relativo de 5% na ocorrência de Salmonella spp., após


uma redução relativa de 9,6% em 2020 com relação à 2019, conforme demonstra a figura 4:

A figura 4 ainda apresenta o histórico de ocorrência de Salmonella spp. nas amostras de


monitoramento oficial. Embora com ligeiro aumento relativo da ocorrência em 2021 quando
comparado à 2020, não houve diferença estatisticamente significativa entre os anos.

Figura 4. Ocorrência de Salmonella spp. em amostras oficiais de esfregaço de superfície


de carcaça de suínos, Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2019 - 2021.

As culturas que apresentaram presença de Salmonella spp. isoladas a partir das amostras do
ciclo oficial foram submetidas à identificação do sorovar, conforme identificados na tabela 4.

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Tabela 4. Sorovares de Salmonella identificadas nas amostras oficiais de esfregaços de


carcaças de suínos, coletadas pelo Serviço de Inspeção Federal, Instrução Normativa
nº 60/2018, Brasil, 2021.
Sorovares Nº de amostras
Salmonella Derby 10
Salmonella Typhimurium 8
Salmonella 1, 4, [5], 12:i:- 8
Salmonella Panama 2
Salmonella London 2
Salmonella Anatum 1
Salmonella Molade 1
Salmonella Infantis 1
Total Geral 33

Conforme previsto na RDC nº 727, de 1º de julho de 2022 (Brasil, 2022b), os estabelecimentos


devem incluir obrigatoriamente nos rótulos de carnes e produtos cárneos crus de
suínos informações ao consumidor para orientá-los quanto ao adequado preparo, uso
e conservação dos produtos, como o consumo somente após adequado cozimento e a
prevenção da contaminação cruzada entre alimentos crus e cozidos, de forma a mitigar o
risco de infecções alimentares.

3.4. Salmonella spp. em carcaças de frangos e perus

Com o objetivo de aperfeiçoar o controle de salmonela na cadeia avícola, proporcionando


uma melhora no nível de segurança dos produtos consumidos, foi instituída a Instrução
Normativa SDA nº 20/2016 (Brasil, 2016a) para o monitoramento e controle de Salmonella
spp. nos estabelecimentos de abate de aves registrados sob SIF.

O ano de 2021 constituiu o quinto ano de vigência dessa Instrução Normativa e compreendeu
coletas nos períodos entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022. Neste ano, um total de 140
estabelecimentos (137 abatedouros de frangos e galinhas, 2 abatedouros de frangos e perus
e 1 abatedouro apenas de perus) realizaram coletas em cumprimento à IN 20/2016. Conforme
a legislação, a verificação oficial do controle de Salmonella spp. nos abatedouros é realizada
por ciclos de amostragem, os quais são compostos por 8 amostras (n) e são aceitas até 2
amostras (c) positivas para Salmonella spp.

Ao todo, foram coletadas 2.953 amostras para execução dos ciclos oficiais em frangos e
perus. Destas, 2.923 amostras foram analisadas. Houve detecção de salmonela em 13,85%

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

(405/2.923) das amostras analisadas, sendo que 14,12% (404/2.861) das amostras positivas
foram provenientes de abatedouros de frangos e galinhas, enquanto 1,61% (1/60) das amostras
positivas para Salmonella spp. foram provenientes de abatedouros de perus.

As culturas positivas para Salmonella spp. foram submetidas à sorotipificação, sendo detectados
em maior proporção os sorotipos S. Minnesota (52,10% das amostras - 211/405) e S. Heidelberg
(25,93% das amostras - 105/405). Em relação às salmonelas com maior relevância na saúde
pública, houve detecção de apenas 2 amostras positivas para Salmonella Typhimurium, com
percentual de 0,49% (2/405). Não foram identificadas amostras positivas para Salmonella
Enteritidis.

Demais sorotipos de salmonela identificados representaram ao todo 21,48% (87/405), como


S. Agona, S. Alachua, S. Anatum, S. Braenderup, S. Brandenburg, S. Corvalis, S. Give, S. Infantis,
S. Idikan, S. Javiana, S. Kedougou, S. Kiambu, S. Liverpool, S. Livingstone, S. Mbandaka, S.
Molade, S. Munchen, S. Newport,S. Ohio, S. Ouakan, S. Rissen, S. Saintpaul, S. Senftemberg,
S. Schwarzengrund e outras salmonelas ainda não tipificadas.

Foram realizados 362 ciclos de verificação oficial completos (355 em abatedouros frigoríficos
de frangos e galinhas e 7 em abatedouros frigoríficos de perus). Em relação aos abatedouros
de perus não houve nenhuma violação de ciclo oficial em 2021. Em abatedouros de frangos
e galinhas, 30,66% (42/137) dos estabelecimentos violaram o número máximo de amostras
aceitáveis para presença de salmonela por ciclo (n=8, c=2). Destes, 30 abatedouros violaram
um ciclo oficial, 11 abatedouros violaram dois ciclos oficiais e 1 abatedouro violou três ciclos
oficiais. Entre os estabelecimentos que violaram dois ciclos oficiais, 7 apresentaram violações
consecutivas, assim como no estabelecimento com três violações no ano de 2021.

19
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

No quadro 2 estão representadas as conformidades e violações dos ciclos oficiais completos


para frangos e galinhas e o total de estabelecimentos envolvidos.

Quadro 2. Percentual de violações e conformidade dos ciclos oficiais completos em


relação ao total de abatedouros de frangos e galinhas que coletaram amostras em
cumprimento à Instrução Normativa nº 20/2016, Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2021.
Ano 2020
Total de
Ciclos oficiais completos 355 137
Estabelecimentos
Estabelecimentos
Violação 55 (15,49%) 42 (30,66%)
que violaram
Estabelecimentos
Conformidade 300 (84,51)% 94 (69,12%)
conformes

Comparado a 2020, houve aumento das amostras analisadas em 1,71% e acréscimo nas
detecções de Salmonella spp. em 10,54%, Na figura 5 apresentamos a evolução percentual
da série histórica (2017 a 2021) de resultados de detecção de Salmonella spp. nas amostras
oficiais coletadas em cumprimento a Instrução Normativa nº 20/2016.

Figura 5. Percentual de amostras positivas para Salmonella spp. coletadas em atendimento


aos ciclos de verificação oficial instituídos pela IN nº 20/2016 em abatedouros de frangos
e galinhas registrados no Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2017 a 2021.

O consumidor é orientado nas rotulagens dos produtos provenientes de carnes de aves a


consumi-los somente após adequado cozimento e orientados a prevenir a contaminação
cruzada entre alimentos crus e cozidos, auxiliando na prevenção quanto ao risco de infecções
alimentares (Brasil, 2022b).

20
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

4. Programa de avaliação de conformidade de


produtos de origem animal comestíveis - PACPOA
O Programa de Avaliação de Conformidade de Parâmetros Físico-Químicos e Microbiológicos
de Produtos de Origem Animal - PACPOA (Brasil, 2013) teve início em janeiro de 2014 e tem
como objetivo a obtenção de dados para verificar o índice de conformidade de produtos de
origem animal (InC), subsidiar a avaliação dos controles de produtos e de processos realizados
pelos estabelecimentos, bem como subsidiar o gerenciamento de risco pelo DIPOA.

4.1. PACPOA Nacional

O PACPOA Nacional inclui a coleta de amostras de produtos de origem animal comestíveis


fabricados em estabelecimentos sob SIF. O plano de amostragem é definido anualmente
considerando a avaliação dos resultados observados nos anos anteriores. Os parâmetros
físico-químicos e microbiológicos analisados nas amostras coletadas para atendimento ao
PACPOA estão definidos em atos normativos.

Durante a análise descritiva dos dados referentes ao ano de 2021, foram excluídos 356
registros de análises laboratoriais por serem considerados inconsistentes e repetidos, o que
representa aproximadamente 1,65 % do total de registros avaliados.

O índice de conformidade de produtos de origem animal (InC) é calculado utilizando a


seguinte equação:

21
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Em 2021 os LFDAs foram demandados a realizar 21.087 análises físico-químicas e


microbiológicas para atendimento ao PACPOA, sendo que em uma mesma amostra de
produto de origem animal podem ser feitas várias análises laboratoriais. Ao todo foram
analisadas 5.075 amostras de produtos de origem animal.

O índice de conformidade dos produtos de origem animal total foi de 86,94% (4.412/5.075).
Em relação às análises microbiológicas, o índice de conformidade foi de 90,43% (2.484/2.747)
e o índice de conformidade das análises físico-químicas foi igual a 82,82% (1.928/2.328).

Na tabela 5 são apresentados os resultados do índice de conformidade de parâmetros


microbiológicos e físico-químicos por área de produtos no ano de 2021.

Tabela 5. Índice de conformidade das amostras de produtos de origem animal para


parâmetros microbiológicos e físico-químicos, Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2021.
Parâmetros microbiológicos Parâmetros físico-químicos

Área Nº de Nº de Nº de Nº de
InC InC
amostras amostras amostras amostras
% %
analisadas conformes analisadas conformes
Carne e produtos
1.273 1178 92,54 816 643 78,80
cárneos
Leite e produtos
1.181 1.032 87,38 1.202 1.021 84,94
lácteos
Mel e produtos
- - - 97 80 82,47
apícolas
Ovos e produtos a
136 119 87,50 30 17 56,67
base de ovos
Pescado e produtos
157 155 98,73 183 167 91,26
da pesca
Total 2.747 2.484 90,43 2.328 1.928 82,82

InC%= Índice de Conformidade

Na figura 6 apresentamos um gráfico comparativo dos resultados de conformidade entre


os anos 2014 a 2021. Neste período, a média do índice de conformidade foi de 85,19% (IC
95% = 83,94% a 86,44%), sendo que a média do índice de conformidade para parâmetros
microbiológicos foi de 90,42% (IC 95%= 89,49% a 91,35%) e a média do índice de conformidade
para parâmetros físico-químicos foi de 80,29% (IC 95%= 78,72% a 81,86%). Destaca-se que o
baixo índice de conformidade físico-química na área de ovos é decorrente da necessidade de
atualização dos teores de gordura e proteína estabelecidos na legislação. Em 2020, o DIPOA
suspendeu a análise de gordura em ovos no PACPOA e em 2022 foi suspensa a análise de
proteína em ovos, até que haja atualização da legislação de referência.

22
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Figura 6. Índice de conformidade percentual (InC %) das amostras de produtos de origem


animal geral, para parâmetros microbiológicos e para parâmetros físico-químicos,
Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2014 a 2021.

Nas amostras coletadas para atendimento PACPOA também são realizadas análises para
pesquisas de indicadores de fraude.

Em leite pasteurizado, leite em pó e leite UHT/UAT pesquisou-se a adição de soro de leite,


açúcares, sais, conservantes, dentre outras substâncias proibidas, através da pesquisa ou
quantificação de amido, álcool etílico, formol, índice de CMP, índice crioscópico, neutralizantes
da acidez e sacarose. Verificou-se que o índice de conformidade do leite pasteurizado foi de
93,79% (151/161), de leite UHT foi de 97,83% (45/46) e de leite em pó foi de 97,44% (76/78).

Nas carcaças de frango verificou-se a adição de água pelo método dripping test e nos cortes
de frango por meio da relação umidade e proteína (RUP). Nas amostras analisadas em 2021
o índice de conformidade foi de 73,97% (108/146).

Em pescado foram analisadas 38 amostras para desglaciamento em 2021 e o índice de


conformidade para esta análise foi de 89,47% (34/38)1.

1. Importante ressaltar que, assim como nos anos anteriores, em função de determinação judicial não foram
coletadas amostras de pescado para realização de análises de desglaciamento em estabelecimentos sob inspeção
federal localizados no estado de Santa Catarina e filiados ao Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca
de Itajaí e Região (SINDIPI), sendo que esta região está entre as principais do setor de indústrias de pesca do país.

23
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

5. Ações de combate à fraude


5.1. Substituição de espécie de pescado

A ação de coleta de amostras de produtos da pesca e aquicultura, em atendimento ao


subprograma de controle oficial da fraude por substituição de espécies de pescado (Brasil,
2014), iniciada em 2015, também foi realizada em 2021. O método utilizado para detecção de
substituição de espécies é a análise do DNA, conforme descrito por Carvalho et al. (2017), o qual
é realizado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) localizado em Goiânia/
GO. Desde 2018, as amostras coletadas abrangem produtos inspecionados pelos Serviços de
Inspeção Estadual (SIE) e Serviços de Inspeção Municipal (SIM), aderidos ou não ao Sistema
Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), além da coleta de amostras de
produtos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) e de produtos importados.

A operação consiste na inspeção visual dos produtos com vistas à identificação das espécies
de pescado, conforme o Manual de Inspeção para Identificação de Espécies de Peixes e
Valores Indicativos de Substituições em Produtos da Pesca e Aquicultura (Brasil, 2016b), além
de coletas para realização de análise laboratorial para confirmação da espécie de pescado,
confirmando geneticamente e identificando os padrões de nomenclatura comum e nomes
científicos das espécies, conforme previsto na Instrução Normativa nº 53, de 1º de setembro
de 2020 (Brasil, 2020b). As amostras são normalmente direcionadas aos produtos que são
historicamente implicados em fraudes devido à troca de espécies, especialmente envolvendo
espécies de maior valor comercial que podem ser substituídas por espécies de menor valor
comercial, o que configura a fraude econômica.

Em 2021 foram coletadas 157 amostras de pescados, em 17 estados e no Distrito Federal.


Destas, 91 foram produzidas em estabelecimentos sob Inspeção Federal (58%), 34 em
estabelecimentos estrangeiros (21,7%), 19 em estabelecimentos sob Inspeção Estadual/
Distrital (12,1%), 9 em estabelecimentos sob Inspeção Estadual/Distrital com adesão ao
SISBI-POA (5,7%) e 4 em estabelecimentos sob Inspeção Municipal (2,5%).

24
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

As amostras de estabelecimentos sob Inspeção Federal obtiveram índice de conformidade


de 94,5% (86/91). Também foi detectada uma análise fora do padrão nos estabelecimentos
estrangeiros amostrados, totalizando um índice de conformidade de 96,7% (30/31). As
amostras coletadas em estabelecimentos sob Inspeção Estadual (SIE ou SID) resultaram um
índice de conformidade de 66,7% (12/18). Nas 9 amostras coletadas de estabelecimentos
aderidos ao SISBI e nas 6 amostras coletadas em estabelecimentos sob Inspeção Municipal
- SIM foram identificados índices de conformidade de 100%. A tabela 6 apresenta o índice de
conformidade das amostras analisadas de acordo com o âmbito de inspeção.

Tabela 6 - Índice de conformidade nas amostras de pesquisa de substituição de espécies


de pescado, segundo instância de inspeção, Brasil, 2021.
Número de Número de
Índice de
Origem do produto amostras amostras
conformidade
analisadas conformes
Serviço de Inspeção Federal - SIF 91 86 94,5%
Estabelecimentos Estrangeiros
31 30 96,7%
- Importação
Serviço de Inspeção Estadual
9 9 100%
– SIE com SISBI
Serviço de Inspeção Estadual – SIE e
18 12 66,7%
Serviço de Inspeção Distrital - SID
Serviço de Inspeção Municipal - SIM 6 6 100%

As detecções de não conformidades ocorreram em embalagens com substituição de:


• Bacalhau por Lubina, Haddock
• Linguado por Merluza (Figura 7)
• Merluza por Pescada
• Pescada Olhuda por Pescada, Pescada-Amarela, Pescada-Jaguara
• Atum por Bonito-Listrado, Bonito-Bonito, Barriga-Listrada, Gaiado
• Sardinha verdadeira por Sardinella Aurita
• Sardinha maromba por Sardinella Aurita
• Robalo por Pescada, Pescada-Cambucu, Pescada-Cambuçu, Pescada-Cambuci, Pescada-
Corvina;
• Pintado por Uritinga;
• Sardinha por Sardinha-Laje (Figura 8)
• Douradinha por Piramutaba

25
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Figura 7. Exemplo de substituição de Linguado por Merluza.

Fonte: Adaptado de “Manual de inspeção para identificação de espécies de peixes de valores


indicativos de substituições em produtos de pesca e aquicultura. Brasil (2016)

Figura 8. Exemplo de substituição de Sardinha verdadeira por Sardinha Lage

Fonte: Adaptado de “Manual de inspeção para identificação de espécies de peixes de valores


indicativos de substituições em produtos de pesca e aquicultura. Brasil (2016)

5.2. Pesquisa de Organismos Geneticamente Modificados (OGM)


em produtos de origem animal comestíveis, sem especificação de
ingredientes transgênicos no rótulo

A adequada informação ao consumidor é um objetivo implícito na regulamentação da


rotulagem de produtos de origem animal. Desta forma, a informação sobre presença de

26
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

organismos geneticamente modificados (OGM) em produtos de origem animal, em qualquer


percentual, é um direito do consumidor assegurado pelo art. 40 da Lei nº 11.105, de 24 de
março de 2005 (Brasil, 2005), conhecida como Lei da Biossegurança.

Art. 40. Os alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano


ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou derivados
deverão conter informação nesse sentido em seus rótulos, conforme regulamento.

Um organismo geneticamente modificado (OGM) é um organismo vivo, por exemplo, uma


planta, animal ou microrganismo, cujo material genético tenha sido alterado por meio da
transformação de modo a introduzir alguma característica como, por exemplo, resistência
a insetos ou vírus ou tolerância a herbicidas.

Para verificação do atendimento à Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005 em produtos de


origem animal comestíveis, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
(DIPOA) realizou uma ação especial de coleta de amostras em estabelecimentos registrados
no SIF, com a coleta de produtos embutidos ou linguiças, empanados ou moldados de
carne, empanados ou moldados de peixe, surimi, hamburguer, mortadela, patê e salsicha,
cuja formulação poderia conter ingredientes de origem vegetal, e cujo rótulo do produto
de origem animal não apresentava informação ao consumidor sobre a presença de OGM.

Entre os estabelecimentos sorteados, foram identificados apenas 52 produtos elegíveis


para coleta, por não conter informação sobre OGM no rótulo. Destas, duas amostras foram
rejeitadas pelo laboratório ou extraviadas.

As amostras foram encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiás


(LFDA/GO), que realizou o método de detecção e quantificação do DNA de OGM por técnica
molecular (qPCR).

Das 50 amostras analisadas, 92% (46 amostras) eram produtos cárneos e 8% (4 amostras)
eram produtos de pescado. Nestas, 36% (18/50) apresentaram eventos ou sequências de
transgenia identificadas.

Todas as não conformidades foram relacionadas a produtos da área de carne e derivados,


das categorias de produtos submetidos a cocção (48% - 12/25) e produtos não submetidos a
tratamento térmico (30% - 6/20), sem diferença significativa entre as duas categorias (p=0,22).
Destacam-se maiores não conformidades na carne empanada cozida e mortadela (60% - 3/5,
cada), salsicha (50% - 6/12), hamburguer (42% - 5/12) e linguiça frescal (14% - 1/7), conforme
observado na tabela 7.

27
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Tabela 7. Produtos com detecção de eventos ou sequências de OGM sem informação


no rótulo, identificadas em amostras coletadas pelo Serviço de Inspeção Federal, de
01 de agosto a 03 de novembro de 2021.
Amostras Amostras % amostras
Área Categoria Produto
detectadas analisadas detectadas
Carne
0 1 0
temperada
Produtos não
submetidos a Hamburguer 5 12 42%
tratamento térmico
Linguiça
1 7 14%
frescal
Produtos processados
termicamente – Patê 0 1 0
Esterilização comercial
Carne
Carne
empanada 3 5 60%
cozida

-Produtos submetidos Linguiça


0 1 0
a tratamento cozida
térmico - Cocção
Mortadela 3 5 60%
Patê 0 2 0
Salsicha 6 12 50%
Peixe
Produtos não 0 1 0
empanado
submetidos a
tratamento térmico Moldado
0 1 0
temperado

Pescado Produtos submetidos


Moldado
a tratamento 0 1 0
cozido
térmico - Cocção
Produtos processados
Patê de
termicamente – 0 1 0
pescado
Esterilização comercial
Total - - 18 50 36%

Nos casos de amostras com detecção de OGM (18 amostras), o Serviço de Inspeção de Produtos
de Origem Animal foi orientado a lavrar o auto de infração contra o estabelecimento produtor,
tendo como base o art. 40 da Lei n° 11.105/2005, art. 2º do Decreto n° 4.680/2003 associado
a decisão judicial para a Reclamação 14.873 (ACP 2001.34.00.022280-6/DF), e inciso III do
art. 496 do Decreto n° 9.013/2017 combinado com a Instrução Normativa Interministerial n°
1/2004 (Brasil, 2004a).

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

6. Regime de alerta de importação - RAI


Com o objetivo de intensificar os controles oficiais relacionados aos produtos de origem animal
importados, o DIPOA em conjunto com o VIGIAGRO, iniciou a partir da publicação da Norma
Interna SDA/MAPA n° 1, de 2 de agosto de 2016 (Brasil, 2016c) atualizada posteriormente pela
Norma Interna nº 1, de 20 de dezembro de 2018 (Brasil, 2018b), a implantação do Regime de
Alerta de Importação (RAI) para empresas cujos produtos apresentam violações em análises
laboratoriais realizadas a partir do processo de reinspeção.

Atualmente os procedimentos de Regime de Alerta de Importação estão normatizados pela


Instrução Normativa SDA n° 34/2018 (Brasil, 2018c), bem como na Instrução Normativa SDA
n° 118/2021 (Brasil, 2021a), passando ainda a intensificar o controle nos casos de constatação
de infestação por parasitas em pescado.

As empresas que entram em RAI passam a ter no mínimo seus dez próximos carregamentos
retidos no ponto de ingresso no Brasil pelas Unidades do VIGIAGRO para reinspeção com
coleta de amostras para análises laboratoriais. Estes carregamentos importados são liberados
para o comércio brasileiro somente mediante resultados de análises que demonstrem a
conformidade do produto.

Nos casos em que ocorre a reincidência de violações nestes carregamentos ou quando a


empresa não encaminha o relatório de investigação das causas e medidas corretivas adotadas,
o DIPOA promove a suspensão de sua habilitação para exportar seus produtos ao Brasil.

Entre janeiro e dezembro de 2021, foram instaurados 55 procedimentos de RAI, com a inserção
neste controle reforçado de 47 empresas, sendo 26 do setor de pescado, 13 de produtos
lácteos e 8 de produtos cárneos.

Das empresas submetidas ao RAI, 24 eram da Argentina, 4 do Uruguai, 4 da França, 3 do


Marrocos, 2 de Portugal, 2 da Noruega, 2 do Equador, 1 do Chile, 1 do Vietnã, 1 da China, 1
dos Estados Unidos, 1 da Islândia e 1 do Paraguai.

As principais ocorrências observadas foram adulterações microbiológica (23), adulterações


físico-químicas (19), infestação de parasitas em pescado (12), glaciamento (1), conforme
exposto na figura 9.

29
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Figura 9. Tipos de violações identificadas em empresas estrangeiras submetidas ao


Regime de Alerta de Importação (RAI), Brasil, 2021.

Das empresas em RAI, 6 foram suspensas em 2021 por reincidências em violações de seus
produtos.

Outras não conformidades observadas durante a reinspeção, que não são passíveis de
instauração de RAI, também foram notificadas aos países exportadores, sendo concedido
prazo para encaminhamento de respostas com medidas corretivas adotadas para evitar a
reincidência. Portanto, em 2021 foram enviadas 409 notificações internacionais de violações
não passíveis de instauração de RAI, sendo os principais motivos as irregularidades relacionadas
a registro e rotulagem, certificação sanitária, temperatura de produtos nos contentores e
higiene precária dos contentores (figura 10).

As notificações de parasitas em pescado passaram, a partir do 2º semestre de 2021, a serem


passíveis de instauração de RAI. Durante o primeiro semestre de 2021 as notificações de
parasitas em pescado não eram passíveis de RAI, razão pela qual também constam nesses
resultados.

30
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Figura 10. Número de notificações de irregularidades não passíveis de RAI, Brasil,


2021.

Mais informações sobre RAI, bem como as listas de empresas que estão sendo monitoradas
neste regime, podem ser obtidas no link:

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/internacional/portugues/importacao/
animal/produtos-de-origem-animal-comestiveis/alerta-de-importacaoternacional/
importacao/animal/produtos-de-origem-animal-comestiveis/alerta-de-importacao

31
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

7. Plano Nacional de controle de resíduos e


contaminantes em produtos de origem animal -
PNCRC Animal
O PNCRC Animal é uma ferramenta de gerenciamento de risco que tem o objetivo de promover
a segurança química dos alimentos de origem animal obtidos em estabelecimentos sob SIF.
A principal base legal do programa é a Instrução Normativa SDA nº 42, de 20 de dezembro
de 1999 (Brasil, 1999).

No âmbito do programa são elaborados planos anuais de amostragem de leite, ovos,


mel e pescado encaminhados para processamento e de animais enviados para abate em
estabelecimentos sob inspeção federal para teste de diversos resíduos químicos.

A seleção das substâncias a serem monitoradas no programa é decidida com base em


avaliação de risco pela qual se busca identificar aquelas mais relevantes em termos de saúde
pública. O escopo atual de análise inclui diversas classes de insumos farmacêuticos ativos
(componentes de medicamentos veterinários), agrotóxicos e diferentes contaminantes,
incluindo contaminantes inorgânicos, micotoxinas e dioxinas.

32
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

O programa tem ampliado constantemente as substâncias monitoradas, como resultado


do aperfeiçoamento dos métodos analíticos e em resposta a preocupações emergentes.
A figura 11 apresenta a evolução do número de analitos monitorados no programa. Nos
últimos 9 anos o número de substâncias monitoradas aumentou 162%, passando de 182
para 476 diferentes substâncias.

Figura 11. Número de substâncias testadas (analisadas) no Plano Nacional de Controle


de Resíduos e Contaminantes – PNCRC Animal, Brasil, 2013 a 2021.

As amostras do PNCRC são coletadas de animais e produtos de uma única origem, o que
permite a rastreabilidade da propriedade rural de procedência. Em caso de violação dos
limites máximos aplicáveis ou quantificação de substância de uso proibido, a propriedade
rural de origem do lote amostrado é fiscalizada pelo serviço oficial do MAPA para identificação
das suas causas, aplicação de eventuais sanções administrativas e controle do risco de novas
violações.

Em complemento à fiscalização conduzida nas propriedades de procedência de animais e


produtos violados, seus próximos lotes de animais e produtos são submetidos a um regime
de teste direcionado, período no qual os produtos obtidos dos lotes amostrados são retidos
pelo serviço veterinário oficial até que o resultado de análise indique a sua conformidade.
A amostragem de lotes de animais e produtos de propriedades violadoras se mantém até
que cinco lotes consecutivos apresentem resultado conforme.

33
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

No âmbito do Subprograma de Monitoramento executado em 2021, que se refere ao


monitoramento aleatório do PNCRC, foram analisadas 12.336 amostras, nas quais foram
realizados 293.650 testes (analitos). Foram observadas 38 amostras não conformes. O índice
geral de violação dos limites de referência em amostras PNCRC Animal foi de 0,31% (38/12.336).
A tabela 8 apresenta o número de amostras testadas no Subprograma de Monitoramento do
PNCRC 2021 em cada categoria animal monitorada e a respectiva frequência de violação.

Tabela 8. Número de amostras analisadas e amostras não conformes por espécie e produto
monitorado, PNCRC Animal, Brasil, 2021.

Espécie/produto Nº de amostras Nº de amostras % de


amostrado analisadas violadas violação
Bovinos abatidos 3.793 10 0,26
Aves de corte 3.107 2 0,06
Suínos 2.510 7 0,28
Leite 952 11 1,16
Ovos 578 4 0,69
Mel 264 0 0,00
Pescado de captura 139 0 0,00
Pescado de cultivo 537 3 0,56
Camarão de cultivo 269 1 0,37
Equinos 187 0 0,00
Total 12.336 38 0,31%

Detalhes das violações detectadas em 2021 são apresentadas no quadro 3. Destacam-se as


violações observadas em peixe de cultivo, referentes a resíduos de substâncias não autorizadas
para as espécies de aquicultura (diflubenzuron e verde malaquita).

34
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Quadro 3. Descrição das não conformidades detectadas no PNCRC animal, Brasil, 2021.
Número de Concentração
Espécie/ amostras nas amostras
Tecido/
categoria Substância analisadas/ violadas (μg/
matriz Limite de referência
animal violada amostras kg ou μg/L)
analisada
amostrada violadas e % de e matriz
violadas analisada
247,24; 154,11;
191,20; 154,53
Fipronil(2) Fígado(2) 100 μg/kg 551/4 (0,73%) [Fipronil +
Fipronil Sulfona]
(2) [Fígado]
Rim - 98(1);
1000 μg/kg (Rim); 50
Bovino Cádmio Músculo 199/1 (0,50%) 5138,30 [Rim]
μg/kg (Músculo)
abatido - 101(1)
Urina - 301(1);
0,09 μg/L (Urina); 0,1
Ractopamina Músculo 454/2 (0,44%) 1,61; 0,36 [Urina]
μg/kg (Músculo)
- 153(1)
109,68; 139,51
Doramectina Fígado 100 μg/kg 601/2 (0,33%)
[Fígado]
Abamectina Fígado 100 μg/kg 601/1 (0,17%) 484,62 [Fígado]

Aves de Nicarbazina Músculo 200 μg/kg 593/1 (0,17%) 434,20 [Músculo]


corte Trimetoprim Músculo 50 μg/kg 1189/1 (0,08%) 107,35 [Músculo]
Fígado - 90(1); 77,43; 43,77;
40 μg/kg (Fígado); 10
Ractopamina Músculo 239/4 (1,67%) 43,30; 54,00
μg/kg (Músculo)
Suíno - 149(1) [Fígado]
abatido Rim - 168(1); 1000 μg/kg (Rim); 50 1104,44;
Cádmio 213/2 (0,94%)
Músculo - 45(1) μg/kg (Músculo) 1196,05 [Rim]
Ciprofloxacina Músculo 100 μg/kg 597/1 (0,17%) 214,26 [Músculo]
Diclofenaco Leite 0,10 μg/L 53/1 (1,89%) 0,17 [Leite]
16,12; 12,38
Ivermectina Leite 10 μg/L 221/2 (0,90%)
[Leite]
14,76; 32,87;
Florfenicol Leite 10 μg/L 459/3 (0,65%)
32,96 [Leite]
Leite Etiona Leite 10 μg/L 161/1 (0,62%) 25,17 [Leite]
160,27; 84,84
Tilmicosina Leite 50 μg/L 459/2 (0,44%)
[Leite]
Cefalexina Leite 100 μg/L 459/1 (0,22%) 139,75 [Leite]
Cefoperazona Leite 50 μg/L 459/1 (0,22%) 116,34 [Leite]
Diflubenzuron Ovos 50 μg/kg 47/1 (2,13%) 137,56 [Ovos]
Enrofloxacina Ovos 10 μg/kg 308/1 (0,32%) 57,26 [Ovos]
Ovos
Robenidina Ovos 10 μg/kg 308/1 (0,32%) 14,95 [Ovos]
Trimetoprim Ovos 10 μg/kg 308/1 (0,32%) 11,67 [Ovos]
Camarão de 2188,40
Oxitetraciclina Músculo 100 μg/kg 49/1 (2,04%)
cultivo [Músculo]
Diflubenzuron Músculo Ausência 33/1 (3,03%) 38,08 [Músculo]
Peixe de
cultivo Leuco verde 1,99; 1,95
Músculo Ausência 109/2 (1,83%)
malaquita [Músculo]

(1)
Substâncias monitoradas em diferentes matrizes. As diferentes matrizes foram coletadas de diferentes lotes de animais.
(2)
O limite aplicável a Fipronil é representada pela soma das quantificações das moléculas Fipronil mais Fipronil Sulfona.

35
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

O perfil das violações no ano de 2021 (quadro 3) é similar ao perfil de violações detectadas
nos últimos anos. A figura 12 apresenta a lista de compostos com mais altas frequências de
violação detectadas nos últimos 5 anos (2016 a 2020) em cada espécie e produto monitorado.

Figura 12. Compostos mais frequentes em violações detectadas no PNCRC por espécie/
produto monitorado, Brasil, 2017 a 2021.
Espécie/Produto Composto Frequência

Bovinos Cádmio 1,03% (9/876)

Ivermectina 0,78% (20/2574)

Ractopamina (1)
0,56% (11/1956)

Aves Ractopamina (1)


0,91% (2/219)

Nicarbazina 0,33% (10/3028)

Arsênio 0,31% (3/962)

Suínos Ractopamina 0,39% (4/1027)

Cádmio 0,27% (2/739)

Doxiciclina 0,19% (8/4232)

Enrofloxacina +
Ovos 0,81% (10/1234)
Ciprofloxacina

Trimetoprim 0,57% (7/1234)

Diflubenzuron 0,51% (1/195)

Leite Diclofenaco 1,04% (2/192)

Clorpirifós 0,68% (4/592)

Ivermectina 0,60% (7/1176)

Mel
Acefato 1,83% (2/109)

Peixe de cultivo Diflubenzuron 0,78% (1/129)

Verde malaquita 0,58% (2/344)

Camarão de cultivo
Oxitetraciclina 0,71% (1/140)

(1)
Insumo Farmacêutico Ativo não autorizado para bovinos e aves. Nestas espécies, qualquer quantificação na
amostra implica que a mesma seja considerada não conforme.

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

A frequência geral de violações observada em 2021, considerando-se todas as espécies


abatidas e produtos testados no programa (0,31% das amostras analisadas), foi superior à
observada em 2019 (0,28%) e 2020 (0,21%). A figura 13 apresenta a evolução da frequência
de violações detectada no programa desde 2015.

Figura 13. Frequência geral de violação (% de amostras violadas) observada no Subprograma


de Monitoramento do PNCRC Animal (todas espécies e produtos monitorados), Brasil, 2015
a 2021

O aumento observado na frequência geral de violações de 2021 (em relação a 2019 e 2020),
indicado na figura 13, está associado ao aumento discreto da frequência de violações em
bovinos, suínos, leite e ovos em 2021, conforme indicado nas figuras 14 e 15.

Figura 14. Frequência de violação (% de amostras violadas) do Subprograma de Monitoramento


do PNCRC de bovinos, aves e suínos abatidos, Brasil, 2015 a 2021.

37
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Figura 15. Frequência de violação (% de amostras violadas) do Subprograma de Monitoramento


do PNCRC de leite, ovos e mel, Brasil, 2015 a 2021.

7.1. Projeto Piloto PNCRC Animal SISBI 2021


Nos meses de outubro a novembro de 2021, foi executado o Projeto Piloto do PNCRC Animal
SISBI 2021, com coleta de amostras em estabelecimentos integrantes do Sistema Brasileiro
de Inspeção de Produtos de Origem Animal - SISBI-POA, registrados pelas esferas de inspeção
estaduais e municipais.
O projeto foi coordenado pelo Departamento de Suporte e Normas (DSN), com apoio do
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), Departamento de Saúde
Animal (DSA) e do Departamento de Suporte Técnico (DTEC) , todos da Secretaria de Defesa
Agropecuária. Participaram ainda do projeto os serviços de inspeção estaduais do Maranhão,
de Minas Gerais e de Tocantins, os serviços de inspeção dos municípios de Santa Cruz do
Sul/RS e Uberlândia/MG, e os serviços de inspeção municipais executados através de dois
consórcios públicos sediados em Santa Catarina, um destes com atuação também no Paraná
e Rio Grande do Sul. As amostras foram analisadas pelos Laboratórios Federais de Defesa
Agropecuária de Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O objetivo do projeto foi avaliar as condições operacionais e logísticas das esperas de inspeção
estaduais e municipais, para uma possível ampliação do PNCRC Animal no âmbito do SISBI-POA.
Foram testadas oito amostras coletadas de bovinos, suínos e aves abatidos, analisadas para
os grupos químicos antiparasitários, antimicrobianos e multiensaios (agrotóxicos). Nenhuma
das oito amostras analisadas resultou não conforme para os grupos químicos monitorados.
Com os resultados do projeto, pode-se concluir sobre a possibilidade de ampliar a execução do PNCRC
Animal no âmbito do SISBI-POA, inicialmente, para que contemple todo universo de estabelecimentos
de abate de bovinos, suínos e aves integrantes do SISBI-POA a partir do próximo ano.

38
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

8. Verificação oficial de produtos destinados à


alimentação animal
A qualidade e a segurança dos produtos destinados à alimentação animal são pré-requisitos
para a obtenção de produtos de origem animal saudáveis para o consumidor. O contínuo
aumento do consumo per capita de proteína animal tem sido suprido graças à intensificação
dos sistemas de criação dos animais de produção e, consequentemente, pelo aumento do
uso de rações. Mas esse não é o único fator que vem exigindo melhorias contínuas do setor
de alimentação animal. O Brasil possui a terceira maior população de animais de estimação
do mundo. São 55,9 milhões de cães, 25,6 milhões de gatos, 19,9 milhões de peixes, 40,4
milhões de aves e mais 2,5 milhões de outros animais. Somente no mercado interno, o
setor de alimentação animal compartilha a responsabilidade de garantir saúde e bem-estar
a 144,3 milhões de “pets”.

Os programas de controle gerenciados pelo DIPOA têm como objetivo analisar as especificações
de conformidade relacionadas à identidade e segurança das rações para os animais de
produção, dos alimentos para os animais de companhia e das demais categorias de produtos
destinados à alimentação animal tais como aditivos, concentrados, coprodutos, ingredientes,
núcleos, premixes, suplementos e mastigáveis.

A coleta de amostras oficiais é executada por servidores do MAPA sob supervisão de um


Auditor Fiscal Federal Agropecuário – AFFA ou pelo próprio AFFA que atua nas instâncias
regionais de abrangência de cada Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal – SIPOA
definida pela Portaria nº 151, de 30 de Abril de 2020 (Brasil, 2020a).

As análises fiscais são realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA)
localizados em Belém/PA, Goiânia/GO, Pedro Leopoldo/MG e pela Seção Laboratorial Avançada
(SLAV) de São José/SC. Também podem ser realizadas análises em laboratórios credenciados
pela Coordenação Geral de Laboratórios Agropecuários (CGAL).

Para as análises fiscais em produtos destinados à alimentação animal são utilizadas


metodologias analíticas reconhecidas internacionalmente ou aprovadas pela Portaria nº
108 de 04 de setembro de 1991 (Brasil, 1991).

A gestão regional de execução dos programas e avaliação dos resultados é feita pelos
Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA). E, por fim, a consolidação e
avaliação dos dados nacionais, o planejamento e o gerenciamento dos programas estão
sob responsabilidade do DIPOA.

39
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Para a elaboração do plano amostral dos programas da área de alimentação animal foram
considerados aspectos como, por exemplo, o número de estabelecimentos registrados no
DIPOA, classificação dos estabelecimentos em função da atividade e categoria de produto
fabricado, distribuição geográfica dos estabelecimentos conforme área de abrangência de
cada Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal – SIPOA, frequência esperada de
desvios de conformidade e riscos associados a determinados grupos de estabelecimentos
e de produtos.

Segundo dados do Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários


(SIPEAGRO) em 31/12/2021, foram contabilizados 3.704 registros de estabelecimentos ativos.
Este número apresenta variação diária durante o tempo, em função da concessão de novos
registros e do cancelamento de registros de estabelecimentos.

Os estabelecimentos registrados na área de alimentação animal apresentam uma ampla


distribuição geográfica no território brasileiro, conforme observado na figura 16.

Figura 16 – Distribuição dos estabelecimentos registrados na área de alimentação animal,


Brasil, 2021.

Em termos quantitativos, praticamente 80% dos estabelecimentos registrados estão


concentrados em apenas 8 unidades da federação: SP, MG, PR, RS, SC, GO, MT e MS, conforme
observado na figura 17.

40
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Figura 17 - Estabelecimentos registrados na área de alimentação animal por UF, Brasil, 2021.

8.1. Verificação oficial de produtos destinados à alimentação de


ruminantes quanto à presença de ingredientes de origem animal.

Como medida de mitigação de risco de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), a alimentação


de ruminantes com subprodutos de origem animal foi proibida no Brasil pela Instrução
Normativa MAPA nº 08/2004 (Brasil, 2004b). A norma exclui da proibição os seguintes produtos:
o leite e os produtos lácteos; a farinha de ossos calcinados (sem proteína e gorduras); a
gelatina e o colágeno preparados exclusivamente a partir de couros e peles e o ovo em pó.

Para verificar o atendimento das restrições estabelecidas pela Instrução Normativa MAPA nº
08/2004, o MAPA tem executado planos de amostragem de produtos destinados à alimentação
de ruminantes para ensaio de detecção de subprodutos de origem animal.

A amostragem oficial inclui coletas aleatórias e coletas direcionadas a produtos suspeitos ou


executadas no seguimento de investigação de não conformidade detectada previamente.

Em 2021 foram coletadas 474 amostras de produtos provenientes de 166 estabelecimentos


no âmbito da amostragem aleatória (estabelecimentos definidos por sorteio). Em 2 (dois)
dos estabelecimentos amostrados foram observados resultados positivos, com presença de
ossos não calcinados nos produtos, sendo uma amostra positiva em cada estabelecimento.

No âmbito da amostragem direcionada, foram coletadas 116 amostras. Foram observadas 3


amostras positivas, com presença de ossos não calcinados, sendo duas amostras positivas
de um primeiro estabelecimento e uma amostra positiva em um segundo estabelecimento. O
resumo dos resultados da amostragem executada em 2021 pode ser visualizado na tabela 9.

41
Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Tabela 9. Número de amostras analisadas e número de amostras com detecção de


subprodutos de origem animal proibidos em produtos para alimentação de ruminantes,
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Brasil, 2021.
Tipo de amostragem Amostras analisadas Amostras positivas (não conformes)

Aleatória 474 2 (0,42%)


Direcionada 116 3 (2,59%)
Total geral 590 5 (0,85%)

8.2. Controle de dioxinas em produtos destinados à alimentação


animal

As dioxinas são poluentes orgânicos de alto potencial tóxico que se decompõem muito
lentamente no ambiente e se acumulam na cadeia alimentar.

Os alimentos consumidos pelos animais de produção são as principais vias de introdução


das dioxinas na cadeia produtiva de alimentos de origem animal, que constituem a principal
fonte de exposição dos humanos ao contaminante.

No Brasil, os limites máximos tolerados de dioxinas em produtos para consumo humano


são estabelecidos pela Instrução Normativa ANVISA Nº 88, de 26 de março de 2021 (Brasil,
2021b), e em produtos para alimentação animal na Instrução Normativa SDA/MAPA Nº 09,
de 12 de maio de 2016 (Brasil, 2016d).

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Para controle dos riscos de saúde pública e saúde animal implicados, o DIPOA tem executado
monitoramento sistemático de dioxinas, incluindo as bifenilas policloradas (PCBs) semelhantes
a dioxinas, em produtos para alimentação animal.

Em 2021, foram analisadas 222 amostras de diferentes produtos destinados à alimentação


animal para dioxinas e PCBs semelhantes a dioxinas. Na amostragem foram priorizadas as
matérias-primas farinhas de penas, óleo ácido e óxido de zinco. Todas as 11 amostras de
óleo ácido e as 9 amostras de óxido de zinco analisadas apresentaram resultados conforme
com os limites máximos. Foram analisadas 98 amostras de farinha de penas, das quais 9
(9,2%) apresentaram resultados de análise acima dos limites máximos.

Além da amostragem das matérias-primas priorizadas, foram analisadas 108 amostras de


produtos de diversas categorias (aditivos, concentrados, ingredientes, premixes, rações e
suplementos). Destas, 3 amostras de aditivos adsorventes de micotoxinas tiveram resultados
de análise acima dos limites máximos (30% das amostras testadas - 3/10).

Os resultados gerais da amostragem 2021 são apresentados na figura 18. Considerando todos
os produtos amostrados, a frequência de violação foi de 5,4% (12/222).

Figura 18. Produtos para alimentação animal analisados para dioxinas e PCBs semelhantes
a dioxinas, Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Brasil, 2021.

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

9. Programa Nacional de melhoria da qualidade


do leite - PNQL
As informações referentes aos resultados das amostras coletadas em cumprimento às Instruções
Normativas Nº 76 e 77/2018 em 2021 estão disponíveis no Observatório da Qualidade do
Leite, no endereço eletrônico:

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/
produtos-animal/qualidade-do-leite-pnql.

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

10. Inovações tecnológicas


A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por
meio da Instrução Normativa nº 30, de 9 de agosto de 2017, estabeleceu os procedimentos para
a submissão de requerimento para avaliação de inovações tecnológicas pelos estabelecimentos
com registro no Departamento de Inspeção de Produtos de Ovrigem Animal, conforme previsto
no Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017 (Brasil, 2017).

A Divisão de Avaliação de Inovações Tecnológicas (DITEC) é a responsável pela avaliação


técnico-científica de inovações tecnológicas aplicáveis na fabricação de produtos de origem
animal em estabelecimentos sob Inspeção Federal. Com esse serviço, além de proporcionar um
canal específico para o recebimento dessas demandas e padronizar a sua avaliação, o DIPOA
busca também valorizar e estimular parcerias entre as indústrias de alimentos, as instituições
de pesquisas e as universidades, visando o desenvolvimento de tecnologias de produção
inovadoras, seguras, e que possam aumentar a oferta de alimentos e a competitividade das
empresas brasileiras.

Em 2021 foram avaliadas 28 propostas de inovações tecnológicas, tendo sido emitido o


Termo de Não Objeção n° 01/2021 para a tecnologia denominada de “Uso de Sistema de
Aspersão de Água Gelada no Processo Inicial de Resfriamento de Carcaças de Suínos.” A
lista completa das inovações tecnológicas para as quais já foram emitidos Termos de Não
Objeção está disponível em:

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/
produtos-animal/avaliacao-de-inovacoes-tecnologicas/arquivos/
RELAODEINOVAESTECNOLGICASQUERECEBERAMOTERMODENOOBJEODODIPOA.pdf.

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

11. Agradecimentos
Ao Departamento de Suporte de Normas- DSN/SDA, em especial à Coordenação Geral de
Avaliação de Risco e Inteligência Estratégia - CGRI/DSN e à Coordenação do SUASA - CSU/DSN;

À equipe da CGAL e dos LFDAs;

Aos servidores e colaboradores da CRISC/CGPE;

À equipe da DIMP/CGI/DIPOA

Aos Coordenadores de SIPOAs;

Ao VIGIAGRO e

Aos colegas das áreas de alimentação animal, SIF, SIPOA e DIPOA pelo trabalho realizado ao
longo do ano, permitindo a concretização de mais um volume deste Anuário.

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

12. Referências

ANUÁRIO DOS PROGRAMAS DE CONTROLE DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL DO DIPOA.


Brasília: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2015-2020. ISSN 2447-8482.
Anual. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-animal/
arquivos-publicacoes-dipoa. Acesso em: 28 set. 2020.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 7.889, de 23 de novembro de 1989. Dispõe sobre
inspeção sanitária dos produtos de origem animal, e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 1989.
BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária.
Portaria nº 108, de 04 de setembro de 1991. Métodos analíticos para controle de alimentos
para uso animal – métodos físicos, químicos e microbiológicos. Diário Oficial da União,
Brasília, DF, 17 de setembro de 1991, Seção 1, 1991.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 42, de
20 de dezembro de 1999. Altera o Plano Nacional do Controle de Resíduos em Produtos de
Origem Animal-PNCRC e os Programas de Controle de Resíduos em Carne – PCRC, Mel – PCRM,
Leite – PCRL e Pescado - PCRP. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1999.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil.Ministério da Justiça. Ministério da Saúde. Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa Interministerial n. 1, de 1º de
abril de 2004. º Ficam definidos os procedimentos complementares para aplicação do Decreto
nº 4.680, de 24 de abril de 2003, que dispõe sobre o direito à informação, assegurado pela
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, quanto aos alimentos e ingredientes alimentares,
destinados ao consumo humano ou animal, que contenham ou sejam produzidos a partir
de Organismos Geneticamente Modificados, na forma do Regulamento Técnico anexo. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, Seção1, de 02 abr. 2004(a).
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 8, de
25 de março de 2004. Proibir em todo o território nacional a produção, a comercialização e
a utilização de produtos destinados à alimentação de ruminantes que contenham em sua
composição proteínas e gorduras de origem animal. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
Seção1, de 26 mar. 2004 (b).
BRASIL. Presidência da República. Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta os
incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança
e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente
modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS,
reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política
Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º , 6º , 7º , 8º , 9º , 10 e 16 da Lei nº


10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, Seção1, de 28 mar. 2005.
BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 6.296, de 11 de dezembro de 2007. Aprova o
Regulamento da Lei no 6.198, de 26 de dezembro de 1974, que dispõe sobre a inspeção e a
fiscalização obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal, dá nova redação aos
arts. 25 e 56 do Anexo ao Decreto no 5.053, de 22 de abril de 2004, e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2007.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 9, de 8 de
abril de 2009. Institui os procedimentos de controle de Listeria monocytogenes em produtos
de origem animal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2009.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Norma Interna n. 4, de 16 de
dezembro de 2013. Aprova o Programa de avaliação de conformidade de padrões físico-químicos
e microbiológicos de produtos de origem animal comestíveis e água de abastecimento de
estabelecimentos registrados e relacionados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) e de produtos
de origem animal comestíveis importados. Boletim de Pessoal, Brasília, DF, n. 35, 2013.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Norma Interna DIPOA/SDA n. 2,
de 13 de maio de 2014. Estabelece os procedimentos de fiscalização a serem adotados em
estabelecimentos registrados e relacionados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), em todo
território nacional, baseados na avaliação anátomo-morfológica de pescado com a finalidade
de identificar fraudes por substituição de espécies. Boletim de Pessoal, Brasília, DF, 2014.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Norma Interna DIPOA/SDA n.
1, de 17 de junho de 2015. Aprova os procedimentos para a coleta e análise de Escherichia
coli verotoxigênica e Salmonella spp. em carne de bovino in natura utilizada na formulação
de produtos cárneos, cominutados, prontos para serem cozidos, fritos ou assados. Boletim
de Pessoal, Brasília, DF, 2015.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 20, de
21 de outubro de 2016. Estabelece o Controle e o Monitoramento de Salmonella spp. nos
estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e perus de corte e nos estabelecimentos de
abate de frangos, galinhas, perus de corte e reprodução, registrados no Serviço de Inspeção
Federal (SIF). Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 205, 2016(a).
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual de inspeção para
identificação de espécies de peixes de valores indicativos de substituições em produtos da
pesca e aquicultura. Secretaria de Defesa Agropecuária, Brasília, DF, 2016(b). 188p. Disponível
em http://www.agricultura.gov.br/assuntos/inspecao/produtos-animal/arquivos-publicacoes-
dipoa/pescadoweb.pdf/view. Acesso em: 31 ago. 2021

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Norma Interna SDA n. 1, de 02


de agosto de 2016. Aprova os procedimentos de autorização de importação, fiscalização,
reinspeção e controles especiais aplicáveis às importações de produtos de origem animal
comestíveis provenientes de estabelecimentos estrangeiros submetidos ao Regime de Alerta
de Importação (RAI). Boletim de Pessoal, Brasília, DF, n. 22, 2016(c).
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 09, de
12 de maio de 2016. Estabelece os limites máximos de dioxinas e bifenilas policloradas sob a
forma de dioxinas (PCBs-dl) em produtos destinados à alimentação animal, galinhas, perus
de corte e reprodução, registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF). Diário Oficial da
União, Brasília, DF, n. 93, 2016(d).
BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017. Regulamenta
a Lei nº 1283, de 18 de dezembro de 1950, e a Lei nº 7889, de 23 de novembro de 1989, que
dispõem sobre a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 2017.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 60, de
20 de dezembro de 2018. Estabelece o controle microbiológico em carcaça de suínos e em
carcaça e carne de bovinos em abatedouros frigoríficos registrados no Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem Animal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 246, 2018(a).
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Norma Interna SDA n. 1, de 20 de
dezembro de 2018. Aprovar os procedimentos de fiscalização, reinspeção e controles especiais
aplicáveis aos produtos de origem animal comestíveis exportados para o Brasil provenientes
de estabelecimentos estrangeiros submetidos ao Regime de Alerta de Importação - RAI.
Boletim de Pessoal, Brasília, DF, Ano 2, n. 12.16, 2018(b).
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 34, de
25 de setembro de 2018. Aprova os procedimentos de autorização prévia de importação, de
reinspeção e de controles especiais aplicáveis às importações de produtos de origem animal
comestíveis. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 187, 2018(c).
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual do DIPOA para
cálculo do risco estimado associado a estabelecimentos. Brasília, DF, 1. Ed, 2019(a). 16p.
Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-animal/
arquivos-publicacoes-dipoa/manual-do-dipoa-para-calculo-do-risco-estimado-associado-
a-estabelecimentos/view. Acesso em: 24 ago. 2021
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual para caracterização
do risco dos estabelecimentos fabricantes e fracionadores de produtos para
alimentação animal. Brasília, DF, 1. Ed, 2019(b). 28p. Disponível em: https://www.gov.
br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-animal/arquivos-publicacoes-dipoa/
manualriscoversaoparaosite19122019alimentacaoanimal.pdf/view . Acesso em: 24 ago. 2021

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n. 151, de 30 de abril


de 2020. Define as áreas de abrangência dos Serviços de Inspeção de Produtos de Origem
Animal e as localizações físicas dos Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal,
dos Serviços de das Divisões de Auditorias em Estabelecimentos e da Divisão de Inovações
Tecnológicas da Coordenação-Geral de Programas Especiais do Departamento de Inspeção
de Produtos de Origem Animal. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 84, 2020 (a).
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 53, de 1 de
setembro de 2020. Estabelecer, para as principais espécies de peixes de interesse comercial,
a correlação entre os seus nomes comuns e respectivos nomes científicos a ser adotada em
produtos inspecionados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e destinados
ao comércio nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 171, 2020 (b).
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 108, de
3 de novembro de 2020. Prorroga o prazo para a migração dos estabelecimentos registrados
na área de alimentação animal para o sistema SIPEAGRO. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, n. 212, 2020 (c)
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 118, de 11
de janeiro de 2021. Aprovar os procedimentos de reinspeção de produtos de origem animal
comestíveis importados. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 9, 2021(a).
BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - Instrução Normativa n. 88, de
26 de março de 2021. Estabelece os limites máximos tolerados (LMT) de contaminantes em
alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 61, 2021(b).
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual de Métodos Oficiais
para Análise de Alimentos de Origem Animal. Brasília, DF, Versão 7.0, 2022 (a). Disponível em:
https://wikisda.agricultura.gov.br/pt-br/Inspe%C3%A7%C3%A3o-Animal/Manual-de-coleta-
de-amostras-de-produtos-de-origem-animal. Acesso em: 08 jul. 2022.
BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 727, de 1º de julho de
2022. Dispõe sobre rotulagem dos alimentos embalados. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 126, 2022 (b).
CARVALHO, D.C.; GUEDES, D.; TRINDADE, M. G.; COELHO, R. M. S.; ARAUJO, P. H. L. Naltionwide
Brazilian governamental forensic programme reveals seafood mislabelling trends and rates
using DNA barcoding. Fisheries Research, v. 191, p. 30-35, 2017.

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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022

Leia também:

https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/
inspecao/produtos-animal/analises-laboratoriais

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