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Controle de Alimentos de
Origem Animal do DIPOA
VOLUME 8 - 2022
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Secretaria de Defesa Agropecuária
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
Coordenação Geral de Programas Especiais
Brasília
MAPA
2022
©2022 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor.
Volume 8, Ano 8, 2022
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Secretaria de Defesa Agropecuária
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
Coordenação Geral de Programas Especiais
Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 4º andar, sala 408
CEP: 70043-900, Brasília/DF
Tel.: (61) 3218-2339
www.agricultura.gov.br
E-mail: cgpe.dipoa@agricultura.gov.br
Coordenação Editorial: Assessoria de Comunicação Social
Central de Relacionamento: 0800 704 1995
Equipe Técnica: Adriana Aguiar Oliveira, Carlos Eduardo de Souza Rodrigues, Leandro
Casagrande, Letícia Goulart Desordi, Lúcio Akio Kikuchi, Luis Marcelo Kodawara, Mayara
Souza Pinto, Paulo Humberto de Lima Araújo, Wilkson Oliveira Rezende.
Catalogação Binagri
Anual: 2015-
Editores: Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2015-.
ISSN 2447-8482
1. Introdução
O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), vinculado à Secretaria
de Defesa Agropecuária (SDA), é a instância central responsável pela coordenação das
atividades de inspeção e fiscalização de produtos de origem animal e produtos destinados
à alimentação animal. As instâncias regionais compreendem os onze serviços, denominados
Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA). O Serviço de Inspeção Federal
(SIF) é a unidade técnico-administrativa de representação local do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento junto aos estabelecimentos de produtos de origem animal.
Estes Serviços têm como responsabilidade verificar o cumprimento das normas sanitárias e
dos padrões de identidade e qualidade dos produtos de origem animal, comestíveis ou não,
bem como dos produtos destinados à alimentação animal, comercializados nos mercados
interno e externo.
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O ano de 2021 foi marcado pela retomada das coletas de amostras laboratoriais de todos os
programas oficiais gerenciados pelo DIPOA, mesmo em meio à continuidade do enfrentamento
da pandemia de Covid-19 no Brasil, onde o Serviço de Inspeção Federal não perdeu o foco na
proteção à saúde pública e abastecimento, cumprindo o objetivo institucional de assegurar a
inocuidade e qualidade dos alimentos e insumos agropecuários fiscalizados por este Serviço.
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A coleta de amostras oficiais é realizada por servidores públicos que atuam na instância regional
ou local da fiscalização federal de produtos de origem animal e alimentos para animais, e as
análises fiscais são realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA),
que são os laboratórios oficiais e próprios do MAPA, ou em laboratórios credenciados pela
Coordenação Geral de Laboratórios Agropecuários (CGAL), que integram a Rede Nacional de
Laboratórios Agropecuários.
Os LFDAs são acreditados na NBR ISO 17.025 e estão localizados em Belém/PA, Campinas/SP,
Goiânia/GO, Pedro Leopoldo/MG, Recife/PE e Porto Alegre/RS, com uma Seção Laboratorial
Avançada (SLAV) em São José/SC e outra em Uberlândia/MG. Para laboratórios públicos ou
privados credenciados pelo MAPA também se exige a acreditação NBR ISO 17.025.
Para as análises fiscais em produtos de origem animal são utilizadas metodologias analíticas
reconhecidas internacionalmente, conforme Manual de Métodos Oficiais para Análise de
Alimentos de Origem Animal (Brasil, 2022a).
A gestão regional de execução dos programas e avaliação dos resultados é feita pelos onze
Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA). E, por fim, a consolidação e
avaliação dos dados nacionais e o planejamento e o gerenciamento dos programas estão sob
responsabilidade do DIPOA.
A figura 1 apresenta a estrutura de regionalização dos onze SIPOA, instituída conforme Portaria
MAPA nº 151, de 30 de abril de 2020 (Brasil, 2020a).
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Para a elaboração do plano amostral dos programas foram considerados aspectos como,
por exemplo, o número de estabelecimentos registrados no DIPOA, a classificação dos
estabelecimentos em função do número de animais abatidos diariamente ou do volume
mensal de produção, distribuição geográfica dos estabelecimentos, prevalência esperada
de determinados microrganismos ou frequência esperada de desvios em parâmetros de
inocuidade, identidade ou qualidade do processo ou do produto de origem animal, histórico
e riscos associados a determinados grupos de estabelecimentos e de produtos.
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Figura 2. Municípios que possuem estabelecimentos das áreas de carne, leite, mel, ovos,
pescado e estocagem registrados junto ao Serviço de Inspeção Federal (SIF), Brasil, maio
de 2022.
Fonte: Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF). Acesso em 01/07/2021.
A tabela 1 apresenta a distribuição destes estabelecimentos por área de atuação: carne, leite,
mel, ovos, pescado e estocagem nas unidades federativas (UF) do Brasil. Lembramos que
alguns estabelecimentos podem ser registrados em mais de uma área de atuação. Por esse
motivo, o número de estabelecimentos por área de atuação (3.279) é superior ao número
de estabelecimentos registrados (3.144).
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O controle oficial da Listeria monocytogenes foi instituído por meio da Instrução Normativa
SDA/MAPA nº 9, de 8 de abril de 2009 (Brasil, 2009), com o objetivo de detectar a presença
desse patógeno em produtos de origem animal prontos para consumo (“ready to eat”/RTE) que
apresentam pH > 4,4 ou atividade de água (Aw) > 0,92 ou concentração de cloreto de sódio < 10%.
Em 2021 foram coletadas 813 amostras de produtos cárneos, produtos da pesca e produtos lácteos
em 363 estabelecimentos sob SIF, o que representa um aumento de 24,3% de estabelecimentos
amostrados comparando com 2020, quando 292 estabelecimentos foram amostrados.
Deste total, 39 amostras foram rejeitadas pelos laboratórios oficiais, o que determina um índice
de rejeição de 4,79%.
Quadro 1. Produtos de origem animal prontos para consumo analisados para pesquisa
de Listeria monocytogenes pelo Serviço de Inspeção Federal, Brasil, 2021.
Produtos
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Todas as amostras com presença do patógeno foram de produtos cárneos, são eles: apresuntado
(2 amostras), carne defumada de suíno com osso (1), copa (1); embutido defumado (1),
linguiça calabresa (3), paleta cozida de suíno (1), pernil suíno salgado (1), presunto cozido
(2), salame (2) e salsicha (5).
O ano de 2021 foi o segundo ano completo da execução da Instrução Normativa SDA nº 60,
de 20 de dezembro de 2018 (Brasil, 2018a), que entrou em vigor em junho de 2019.
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Tendo em vista os resultados da série histórica obtidos desde 2015 por meio da Norma Interna
DIPOA/SDA nº 1, de 17 de junho de 2015 (Brasil, 2015), revogada pela Instrução Normativa
Nº 60/2018, estão apresentados na figura 3 os resultados entre 2015 e 2021 deste programa.
O controle oficial de Salmonella spp. em carcaças suínas foi estabelecido pela Instrução
Normativa SDA nº 60, de 20 de dezembro de 2018 (Brasil, 2018a), tendo sido 2021 o terceiro
ano da sua execução. O ciclo oficial para este controle em suínos é único e composto por
sete amostras (n=7), que devem ser coletadas com intervalos de quatorze dias, sendo aceita
uma amostra positiva (c=1) no ciclo.
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Apesar da pandemia de Covid-19 em 2020 e 2021, as coletas para execução do programa não
foram interrompidas, tendo em vista o caráter permanente da fiscalização nos abatedouros
de suínos.
Oitenta e quatro (84) abatedouros de suínos sob inspeção federal foram avaliados e apenas
um (1) não cumpriu o ciclo de coleta de sete amostras, em virtude da paralisação das
atividades deste estabelecimento. Dentre os estabelecimentos que cumpriram o ciclo (83),
cinco (5) violaram o número aceitável de amostras por ciclo (n=7, c=1), todas com 2 resultados
positivos, o que representou 6% dos estabelecimentos.
As culturas que apresentaram presença de Salmonella spp. isoladas a partir das amostras do
ciclo oficial foram submetidas à identificação do sorovar, conforme identificados na tabela 4.
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O ano de 2021 constituiu o quinto ano de vigência dessa Instrução Normativa e compreendeu
coletas nos períodos entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022. Neste ano, um total de 140
estabelecimentos (137 abatedouros de frangos e galinhas, 2 abatedouros de frangos e perus
e 1 abatedouro apenas de perus) realizaram coletas em cumprimento à IN 20/2016. Conforme
a legislação, a verificação oficial do controle de Salmonella spp. nos abatedouros é realizada
por ciclos de amostragem, os quais são compostos por 8 amostras (n) e são aceitas até 2
amostras (c) positivas para Salmonella spp.
Ao todo, foram coletadas 2.953 amostras para execução dos ciclos oficiais em frangos e
perus. Destas, 2.923 amostras foram analisadas. Houve detecção de salmonela em 13,85%
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
(405/2.923) das amostras analisadas, sendo que 14,12% (404/2.861) das amostras positivas
foram provenientes de abatedouros de frangos e galinhas, enquanto 1,61% (1/60) das amostras
positivas para Salmonella spp. foram provenientes de abatedouros de perus.
As culturas positivas para Salmonella spp. foram submetidas à sorotipificação, sendo detectados
em maior proporção os sorotipos S. Minnesota (52,10% das amostras - 211/405) e S. Heidelberg
(25,93% das amostras - 105/405). Em relação às salmonelas com maior relevância na saúde
pública, houve detecção de apenas 2 amostras positivas para Salmonella Typhimurium, com
percentual de 0,49% (2/405). Não foram identificadas amostras positivas para Salmonella
Enteritidis.
Foram realizados 362 ciclos de verificação oficial completos (355 em abatedouros frigoríficos
de frangos e galinhas e 7 em abatedouros frigoríficos de perus). Em relação aos abatedouros
de perus não houve nenhuma violação de ciclo oficial em 2021. Em abatedouros de frangos
e galinhas, 30,66% (42/137) dos estabelecimentos violaram o número máximo de amostras
aceitáveis para presença de salmonela por ciclo (n=8, c=2). Destes, 30 abatedouros violaram
um ciclo oficial, 11 abatedouros violaram dois ciclos oficiais e 1 abatedouro violou três ciclos
oficiais. Entre os estabelecimentos que violaram dois ciclos oficiais, 7 apresentaram violações
consecutivas, assim como no estabelecimento com três violações no ano de 2021.
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Comparado a 2020, houve aumento das amostras analisadas em 1,71% e acréscimo nas
detecções de Salmonella spp. em 10,54%, Na figura 5 apresentamos a evolução percentual
da série histórica (2017 a 2021) de resultados de detecção de Salmonella spp. nas amostras
oficiais coletadas em cumprimento a Instrução Normativa nº 20/2016.
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Durante a análise descritiva dos dados referentes ao ano de 2021, foram excluídos 356
registros de análises laboratoriais por serem considerados inconsistentes e repetidos, o que
representa aproximadamente 1,65 % do total de registros avaliados.
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O índice de conformidade dos produtos de origem animal total foi de 86,94% (4.412/5.075).
Em relação às análises microbiológicas, o índice de conformidade foi de 90,43% (2.484/2.747)
e o índice de conformidade das análises físico-químicas foi igual a 82,82% (1.928/2.328).
Área Nº de Nº de Nº de Nº de
InC InC
amostras amostras amostras amostras
% %
analisadas conformes analisadas conformes
Carne e produtos
1.273 1178 92,54 816 643 78,80
cárneos
Leite e produtos
1.181 1.032 87,38 1.202 1.021 84,94
lácteos
Mel e produtos
- - - 97 80 82,47
apícolas
Ovos e produtos a
136 119 87,50 30 17 56,67
base de ovos
Pescado e produtos
157 155 98,73 183 167 91,26
da pesca
Total 2.747 2.484 90,43 2.328 1.928 82,82
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Nas amostras coletadas para atendimento PACPOA também são realizadas análises para
pesquisas de indicadores de fraude.
Nas carcaças de frango verificou-se a adição de água pelo método dripping test e nos cortes
de frango por meio da relação umidade e proteína (RUP). Nas amostras analisadas em 2021
o índice de conformidade foi de 73,97% (108/146).
1. Importante ressaltar que, assim como nos anos anteriores, em função de determinação judicial não foram
coletadas amostras de pescado para realização de análises de desglaciamento em estabelecimentos sob inspeção
federal localizados no estado de Santa Catarina e filiados ao Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca
de Itajaí e Região (SINDIPI), sendo que esta região está entre as principais do setor de indústrias de pesca do país.
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A operação consiste na inspeção visual dos produtos com vistas à identificação das espécies
de pescado, conforme o Manual de Inspeção para Identificação de Espécies de Peixes e
Valores Indicativos de Substituições em Produtos da Pesca e Aquicultura (Brasil, 2016b), além
de coletas para realização de análise laboratorial para confirmação da espécie de pescado,
confirmando geneticamente e identificando os padrões de nomenclatura comum e nomes
científicos das espécies, conforme previsto na Instrução Normativa nº 53, de 1º de setembro
de 2020 (Brasil, 2020b). As amostras são normalmente direcionadas aos produtos que são
historicamente implicados em fraudes devido à troca de espécies, especialmente envolvendo
espécies de maior valor comercial que podem ser substituídas por espécies de menor valor
comercial, o que configura a fraude econômica.
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Das 50 amostras analisadas, 92% (46 amostras) eram produtos cárneos e 8% (4 amostras)
eram produtos de pescado. Nestas, 36% (18/50) apresentaram eventos ou sequências de
transgenia identificadas.
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Nos casos de amostras com detecção de OGM (18 amostras), o Serviço de Inspeção de Produtos
de Origem Animal foi orientado a lavrar o auto de infração contra o estabelecimento produtor,
tendo como base o art. 40 da Lei n° 11.105/2005, art. 2º do Decreto n° 4.680/2003 associado
a decisão judicial para a Reclamação 14.873 (ACP 2001.34.00.022280-6/DF), e inciso III do
art. 496 do Decreto n° 9.013/2017 combinado com a Instrução Normativa Interministerial n°
1/2004 (Brasil, 2004a).
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As empresas que entram em RAI passam a ter no mínimo seus dez próximos carregamentos
retidos no ponto de ingresso no Brasil pelas Unidades do VIGIAGRO para reinspeção com
coleta de amostras para análises laboratoriais. Estes carregamentos importados são liberados
para o comércio brasileiro somente mediante resultados de análises que demonstrem a
conformidade do produto.
Entre janeiro e dezembro de 2021, foram instaurados 55 procedimentos de RAI, com a inserção
neste controle reforçado de 47 empresas, sendo 26 do setor de pescado, 13 de produtos
lácteos e 8 de produtos cárneos.
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Das empresas em RAI, 6 foram suspensas em 2021 por reincidências em violações de seus
produtos.
Outras não conformidades observadas durante a reinspeção, que não são passíveis de
instauração de RAI, também foram notificadas aos países exportadores, sendo concedido
prazo para encaminhamento de respostas com medidas corretivas adotadas para evitar a
reincidência. Portanto, em 2021 foram enviadas 409 notificações internacionais de violações
não passíveis de instauração de RAI, sendo os principais motivos as irregularidades relacionadas
a registro e rotulagem, certificação sanitária, temperatura de produtos nos contentores e
higiene precária dos contentores (figura 10).
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Mais informações sobre RAI, bem como as listas de empresas que estão sendo monitoradas
neste regime, podem ser obtidas no link:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/internacional/portugues/importacao/
animal/produtos-de-origem-animal-comestiveis/alerta-de-importacaoternacional/
importacao/animal/produtos-de-origem-animal-comestiveis/alerta-de-importacao
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As amostras do PNCRC são coletadas de animais e produtos de uma única origem, o que
permite a rastreabilidade da propriedade rural de procedência. Em caso de violação dos
limites máximos aplicáveis ou quantificação de substância de uso proibido, a propriedade
rural de origem do lote amostrado é fiscalizada pelo serviço oficial do MAPA para identificação
das suas causas, aplicação de eventuais sanções administrativas e controle do risco de novas
violações.
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Tabela 8. Número de amostras analisadas e amostras não conformes por espécie e produto
monitorado, PNCRC Animal, Brasil, 2021.
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Quadro 3. Descrição das não conformidades detectadas no PNCRC animal, Brasil, 2021.
Número de Concentração
Espécie/ amostras nas amostras
Tecido/
categoria Substância analisadas/ violadas (μg/
matriz Limite de referência
animal violada amostras kg ou μg/L)
analisada
amostrada violadas e % de e matriz
violadas analisada
247,24; 154,11;
191,20; 154,53
Fipronil(2) Fígado(2) 100 μg/kg 551/4 (0,73%) [Fipronil +
Fipronil Sulfona]
(2) [Fígado]
Rim - 98(1);
1000 μg/kg (Rim); 50
Bovino Cádmio Músculo 199/1 (0,50%) 5138,30 [Rim]
μg/kg (Músculo)
abatido - 101(1)
Urina - 301(1);
0,09 μg/L (Urina); 0,1
Ractopamina Músculo 454/2 (0,44%) 1,61; 0,36 [Urina]
μg/kg (Músculo)
- 153(1)
109,68; 139,51
Doramectina Fígado 100 μg/kg 601/2 (0,33%)
[Fígado]
Abamectina Fígado 100 μg/kg 601/1 (0,17%) 484,62 [Fígado]
(1)
Substâncias monitoradas em diferentes matrizes. As diferentes matrizes foram coletadas de diferentes lotes de animais.
(2)
O limite aplicável a Fipronil é representada pela soma das quantificações das moléculas Fipronil mais Fipronil Sulfona.
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O perfil das violações no ano de 2021 (quadro 3) é similar ao perfil de violações detectadas
nos últimos anos. A figura 12 apresenta a lista de compostos com mais altas frequências de
violação detectadas nos últimos 5 anos (2016 a 2020) em cada espécie e produto monitorado.
Figura 12. Compostos mais frequentes em violações detectadas no PNCRC por espécie/
produto monitorado, Brasil, 2017 a 2021.
Espécie/Produto Composto Frequência
Ractopamina (1)
0,56% (11/1956)
Enrofloxacina +
Ovos 0,81% (10/1234)
Ciprofloxacina
Mel
Acefato 1,83% (2/109)
Camarão de cultivo
Oxitetraciclina 0,71% (1/140)
(1)
Insumo Farmacêutico Ativo não autorizado para bovinos e aves. Nestas espécies, qualquer quantificação na
amostra implica que a mesma seja considerada não conforme.
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O aumento observado na frequência geral de violações de 2021 (em relação a 2019 e 2020),
indicado na figura 13, está associado ao aumento discreto da frequência de violações em
bovinos, suínos, leite e ovos em 2021, conforme indicado nas figuras 14 e 15.
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
Os programas de controle gerenciados pelo DIPOA têm como objetivo analisar as especificações
de conformidade relacionadas à identidade e segurança das rações para os animais de
produção, dos alimentos para os animais de companhia e das demais categorias de produtos
destinados à alimentação animal tais como aditivos, concentrados, coprodutos, ingredientes,
núcleos, premixes, suplementos e mastigáveis.
As análises fiscais são realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA)
localizados em Belém/PA, Goiânia/GO, Pedro Leopoldo/MG e pela Seção Laboratorial Avançada
(SLAV) de São José/SC. Também podem ser realizadas análises em laboratórios credenciados
pela Coordenação Geral de Laboratórios Agropecuários (CGAL).
A gestão regional de execução dos programas e avaliação dos resultados é feita pelos
Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA). E, por fim, a consolidação e
avaliação dos dados nacionais, o planejamento e o gerenciamento dos programas estão
sob responsabilidade do DIPOA.
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
Para a elaboração do plano amostral dos programas da área de alimentação animal foram
considerados aspectos como, por exemplo, o número de estabelecimentos registrados no
DIPOA, classificação dos estabelecimentos em função da atividade e categoria de produto
fabricado, distribuição geográfica dos estabelecimentos conforme área de abrangência de
cada Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal – SIPOA, frequência esperada de
desvios de conformidade e riscos associados a determinados grupos de estabelecimentos
e de produtos.
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Figura 17 - Estabelecimentos registrados na área de alimentação animal por UF, Brasil, 2021.
Para verificar o atendimento das restrições estabelecidas pela Instrução Normativa MAPA nº
08/2004, o MAPA tem executado planos de amostragem de produtos destinados à alimentação
de ruminantes para ensaio de detecção de subprodutos de origem animal.
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
As dioxinas são poluentes orgânicos de alto potencial tóxico que se decompõem muito
lentamente no ambiente e se acumulam na cadeia alimentar.
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Para controle dos riscos de saúde pública e saúde animal implicados, o DIPOA tem executado
monitoramento sistemático de dioxinas, incluindo as bifenilas policloradas (PCBs) semelhantes
a dioxinas, em produtos para alimentação animal.
Os resultados gerais da amostragem 2021 são apresentados na figura 18. Considerando todos
os produtos amostrados, a frequência de violação foi de 5,4% (12/222).
Figura 18. Produtos para alimentação animal analisados para dioxinas e PCBs semelhantes
a dioxinas, Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Brasil, 2021.
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/
produtos-animal/qualidade-do-leite-pnql.
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/
produtos-animal/avaliacao-de-inovacoes-tecnologicas/arquivos/
RELAODEINOVAESTECNOLGICASQUERECEBERAMOTERMODENOOBJEODODIPOA.pdf.
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
11. Agradecimentos
Ao Departamento de Suporte de Normas- DSN/SDA, em especial à Coordenação Geral de
Avaliação de Risco e Inteligência Estratégia - CGRI/DSN e à Coordenação do SUASA - CSU/DSN;
À equipe da DIMP/CGI/DIPOA
Ao VIGIAGRO e
Aos colegas das áreas de alimentação animal, SIF, SIPOA e DIPOA pelo trabalho realizado ao
longo do ano, permitindo a concretização de mais um volume deste Anuário.
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
12. Referências
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
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Anuário dos Programas de Controle de Alimentos de Origem Animal do DIPOA – Volume 8 – 2022
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