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LIVIA GARCIA DOMÊNICO

O USO ABUSIVO DO ÁLCOOL NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS

UNAR
2010
LIVIA GARCIA DOMÊNICO

O USO ABUSIVO DO ÁLCOOL NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS

Monografia apresentada ao Centro


Universitário de Araras “Dr. Edmundo
Ulson” - UNAR como exigência parcial para
a obtenção do título de especialista no curso
de Pós-Graduação lato sensu.
Área de concentração: Psicologia do
Trânsito.

Orientadora: Prof.ª ME. Márcia Oliveira de


Menezes Pinto

UNAR
2010
LIVIA GARCIA DOMÊNICO
,

, O USO ABUSIVO DO ÁLCOOL NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS

Orientadora: ____________________________________________
Nome: Profª ME Márcia Oliveira de Menezes Pinto
Instituição: Centro Universitário “Dr. Edmundo Ulson” – UNAR

Examinador (a): _________________________________________


Nome:
Instituição:

Examinador (a): __________________________________________


Nome:
Instituição:

____/____/____
DEDICO este trabalho a minha mãe que
sempre me deu forças para a conclusão
desta etapa da minha vida.
AGRADEÇO especialmente a minha
família e a Deus pela conclusão desta
etapa.
Tudo o que um sonho precisa para ser
realizado é alguém que acredite que ele
possa ser realizado.
Roberto Shinyashiki
RESUMO

Domenico, Lívia Garcia. O uso abusivo do álcool na condução de veículos. 2010.


Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Psicologia do Trânsito.
Centro Universitário “Dr. Edmundo Ulson” – UNAR, Araras, 2010.

Esta monografia tem por objetivo discutir o comportamento de uso abusivo de álcool
na condução de veículos e a tendência ao envolvimento em acidentes de trânsito na
população brasileira a partir de uma abordagem psicossocial e multifatorial do
fenômeno. Descreve os comportamentos associados ao uso excessivo do álcool e
aponta fatores de risco e proteção para tais comportamentos. Este trabalho enfocará
a relação do uso abusivo do álcool nos condutores de veículos, traduzindo os
problemas decorrentes do álcool no trânsito. Os condutores têm consciência de que
,após ingerirem bebida alcoólica estão comprometidos para efetuar uma direção
segura? O que pensam sobre a Lei Seca? Mesmo após ingestão de álcool,os
condutores utilizam o veículo automotor? Os dados foram coletados através de um
questionário acerca de situações em relação ao álcool e sobre as percepções dos
condutores no que se refere ao risco de envolvimento em acidentes de trânsito.
Pretende-se ainda, averiguar tanto o comportamento de risco (dirigir alcoolizado),
quanto para o comportamento seguro (alternativas como pedir táxi e pedir carona).
Conclui-se com a presente pesquisa que grande parte dos motoristas entrevistados
sabe das conseqüências do ato de dirigir alcoolizado, mas mesmo assim, continuam
efetuando este comportamento de risco. Sendo assim, sugere-se que há campo
para medidas educativas que, em acréscimo a medidas restritivas(aumento de
fiscalização),permite-se refletir a respeito dessa problemática,a fim de subsidiar
debates à efetivação de medidas preventivas eficazes para reduzir as graves
estatísticas em relação ao dirigir alcoolizado e ao número de acidentes de trânsito
relacionados ao uso de álcool no Brasil

Palavras-chave: Comportamento de dirigir; consumo do álcool ; acidentes de


trânsito.
ABSTRACT

Domenico, Lívia Garcia. The abusive use of the alcohol in the conduction of
vehicles. Work of Conclusion of the Course of Specialization in Psychology of
the Transit. “Dr. Edmundo Ulson” University Center – UNAR, Araras, 2010.

This monograph has for objective to argue the behavior of abusive alcohol use
in the conduction of vehicles and the trend to the envolvement in traffic
accidents in the Brazilian population from a psicossocial and multifactorial
boarding of the phenomenon. It describes the behaviors associates to the
extreme use of the alcohol and points factors of risk and protection with
respect to such behaviors. This work will focus the relation of the abusive use
of the alcohol in the conductors of vehicles, having translated the decurrent
problems of the alcohol in the transit. The conductors have conscience of that,
after to ingest alcoholic beverage are compromised to effect a safe direction?
What they think on the Dry Law? Exactly after alcohol ingestion, the
conductors use the automachine vehicle? The data had been collected
through a questionnaire concerning situations in relation to the alcohol and on
the perceptions of the conductors as for the risk of envolvement in traffic
accidents. It is still intended, to inquire the risk behavior in such a way (to
direct drunk), how much for the safe behavior (alternative as to ask for taxi and
to ask for hitchhiking). It is concluded with the present research that great part
of the interviewed drivers knows of the consequences of the act to direct
drunk, but exactly thus, they continue effecting this behavior of risk. Being
thus, one suggests that it has field for educative measures that, in addition the
restrictive measures (fiscalization increase), is allowed to reflect regarding this
problematic one, in order to subsidize debates to the efetivação of efficient
writs of prevention to reduce the serious statisticians in relation when drunk
directing and the number of related traffic accidents to the alcohol use in Brazil

Key- words: Behavior to direct; consumption of the alcohol; traffic accidents.


LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

Tabela 1 - Efeitos do álcool no organismo..................................................... 17


Tabela 2 - Vítimas de morte por causas externas, do ano de 1999,
autopsiadas no IML-SP................................................................. 26
Tabela 3 - Distribuição das mortes por acidentes de trânsito em relação à
presença de alcoolemia positiva e ao sexo da vítima................... 27
Tabela 4 - Análise estatística da idade (anos) das vítimas fatais, do ano de
1999, do IML –SP distribuídos por sexo e
alcoolemia...................................................................................... 27
Tabela 5 - Quantidade limite de etanol permitido por litro de
sangue............................................................................................ 28
Gráfico 1 - Acidentes com vítimas fatais decorrentes do uso abusivo de
álcool............................................................................................... 29
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 11
1 O ALCOOL.......................................................................................................... 13
1.1 CRITÉRIOS DE USO E USO NOCIVO.......................................................... 15
1.1.1 Dependência de álcool ou alcoolismo........................................................... 16
1.1.2 Efeitos físicos e psicológicos do álcool.......................................................... 17
1.1.3 Como o álcool passa pelo corpo humano...................................................... 18
1.1.4 Álcool e seus efeitos sobre os condutores.................................................... 18
1.1.5 Depressão generalizada............................................................................... 19
1.1.5.1 Nível sensorial..................................................................................................................... 20
1.1.5.2 Alterações na percepção..................................................................................................... 20
1.1.5.3 A atenção, a persistência e a monotonia........................................................................... 20
1.1.5.4 Tempo de reação............................................................................................................. .. 21
1.1.5.5 Nível motor e coordenação geral................................................................................. 21
1.1.6 Riscos da Síndrome de Abstinência do Álcool............................................. 22
1.1.7 Intoxicação Alcoólica Aguda......................................................................... 23
2 ACIDENTES E ALCOOL.................................................................................... 25
2.1 LEGISLAÇÃO..................................................................................................... 28
2.2 ACIDENTES DE TRÂNSITO RELACIONADOS AO ÁLCOOL AO REDOR DO
MUNDO..................................................................................................................... 29
2.3 INTERFERENTES.............................................................................................. 29
2.4 LEIS.................................................................................................................... 31
2.4.1 Lei seca............................................................................................................ 32
2.4.2 Decreto nº 6.117.............................................................................................. 33
2.5 A VISÃO DA SOCIEDADE................................................................................. 39
2.6 OS ORGÃOS ENVOLVIDOS.............................................................................. 39
2.7 A FISCALIZAÇÃO............................................................................................... 39
2.8 A LEI 11.275/2006 – CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO............................ 40
3 A EDUCAÇÃO....................................................................................................... 41
3.1 TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO BREVE PARA USUÁRIOS DE ALCOOL NA
RECICLAGEM.......................................................................................................... 41
3.2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO SOBRE ALCOOL E DIREÇÃO PARA OS
CURSOS DE FORMAÇÃO E RENOVAÇÃO DA CNH............................................. 42
3.2.1 Cursos para profissionais do trânsito............................................................... 43
3.2.2 Campanhas- inclusão da sociedade na prevenção e promoção da saúde... 43
4 PSICOLOGIA DO TRANSITO.............................................................................. 43
RESULTADOS DO LEVANTAMENTO DE DADOS................................................ 46
CONCLUSÃO........................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 49
ANEXOS................................................................................................................... 51
INTRODUÇÃO

O álcool é a droga mais disponível para o consumo entre as drogas


disponíveis no mercado. A Organização Mundial de Saúde estimou em 2004 que
dois bilhões de pessoas em todo o mundo consumiam bebidas alcoólicas. Junto com
o consumo, há inúmeros danos associados ao uso indevido de bebidas.

No artigo Álcool ao volante – uma Crônica noturna do Programa Volvo -


Madrugada Violenta: Perigos da bebida e Circulação do álcool afirma que cerca de
57% dos acidentes de trânsito são causados por embriagados na direção de um
veículo automotor e cita que o Ministério da Saúde divulgou pesquisa onde, 97%
das pessoas se declararam bebedoras contumazes de bebidas alcoólicas. Destas,
apenas 7 % reconheceram que bebem até se embriagar.

Dados mais recentes pesquisados pela ABDetran - Associação


Brasileira de DETRANS em algumas capitais, apontaram o índice de 65° como
sendo o de acidentes causados por embriagados ao volante.

Com base nesses dados, pode-se confirmar o desagradável efeito de


risco que o álcool pode acarretar no comportamento, indivíduos que estão dirigindo
alcoolizados, área de estudo da psicologia do trânsito justifica o objeto deste estudo
e demonstra que é de extrema importância conhecer como os condutores realmente
pensam e agem frente a esta situação e a necessidade que estes condutores se
conscientizem destes riscos, propondo medidas de conscientização para os
motoristas apresentam disponibilidade para dirigir alcoolizado e sugerir medidas
educativas.
Essa monografia busca traduzir o verdadeiro significado dos problemas
decorrentes do álcool no trânsito, pois muitas vezes a vítima, alheia à situação, é
surpreendida por uma pessoa irresponsável no volante, que gera com a sua
imprudência, resultados trágicos e irreparáveis.
Se o motorista beber em excesso, há modificação no comportamento
segundo foi observado no Simpósio Sul-americano Volvo de segurança no trânsito
em 2000.

De acordo com o artigo: Álcool ao volante – uma Crônica noturna do


Programa Volvo Madrugada Violenta: Perigos da bebida e Circulação do álcool, as
fases e consequências do uso do álcool são:

I- O indivíduo inicialmente fica eufórico e desinibido;

II- Fica excitado e suas ações são inconsequentes, não sabendo distinguir o certo do
errado;

III- Chega então à depressão e à indiferença, que vão progredindo até o chamado
Coma alcoólico, por impregnação do sistema nervoso central;

IV- Nessa fase, o indivíduo não toma conhecimento de nada. Descontrola a


coordenação motora, as reações são cada vez mais lentas, o sono chega
repentinamente e o acidente acontece.

V- As primeiras manifestações psíquicas se traduzem por modificações do caráter:


hiperemotividade, irritabilidade, impulsividade com cóleras frequentes, instabilidade
do humor com fases de depressão predominantes;

VI- Outras consequências são:

a) Cognitivas: Transtornos intelectuais - caída do rendimento, transtornos da


atenção, absenteísmo no trabalho, redução da eficiência;

b) Área da Afetividade: transtornos que reforçam a tendência egoísta com


diminuição do sentido moral e das responsabilidades, principalmente em relação a
família;

c) Ansiedade acentuada a um estado neurótico.


Pretende-se com este trabalho averiguar o comportamento de risco de
dirigir alcoolizado e a utilização ou não de comportamento seguro, procurando não
beber e dirigir ou alternativas como pedir táxi e pedir carona. Além de:

I- fazer levantamento bibliográfico sobre os efeitos de álcool e direção veicular


enfocando a relação do uso abusivo do álcool nos condutores de veículos,
traduzindo os problemas decorrentes do álcool no transito.

II- levantar dados sobre a representação consciente dos condutores de que após
ingerirem bebida alcoólica, estarão comprometidos para efetuar uma direção segura,
sobre a Lei Seca, se os condutores realmente não conduzem o veiculo automotor
após a ingestão do álcool.

III- Propor medidas de conscientização para os motoristas apresentar disponibilidade


para dirigir alcoolizado e sugerir medidas educativas.

IV- verificar na literatura se medidas restritivas e aumento de fiscalização tem ou não


boas possibilidades de alterar as graves estatísticas em relação ao dirigir alcoolizado
no Brasil.

Como metodologia foi realizada uma pesquisa bibliográfica descritiva


de artigos, livros e textos sobre o assunto.

Ainda foi realizada uma pesquisa estatística realizada através de


questionário participativo em 12 pessoas com abordagem qualitativa e quantitativa
acerca de situações em relação ao álcool e suas percepções sobre o risco de
envolvimento em acidentes de trânsito.

1. O ÁLCOOL

O álcool é uma droga lícita e droga pode ser definida como qualquer
substância que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais sistemas do
organismo (e que não seja produzido por ele) provocando alterações em seu
funcionamento. Podemos ainda definir uso como qualquer consumo seja este
experimental, esporádico ou episódico e uso ou abuso nocivo como sendo um
consumo de substância que já esteja associado a algum prejuízo (biológico,
psicológico ou social) e, por fim dependência como o consumo sem controle,
geralmente associado a problemas sérios para o usuário. Segundo Laranjeira, isso
nos dá a idéia de continuum, uma evolução progressiva entre esses níveis de
consumo, os indivíduos passariam inicialmente por uma fase de uso, alguns
evoluiriam para o estágio de abuso e alguns destes para a dependência.

O álcool é um depressor do Sistema Nervoso Central e age


diretamente em diversos órgãos, tais como o fígado, o coração, vasos e na parede
do estômago.

Em pequenas quantidades o álcool promove uma desinibição, mas


com o aumento desta concentração o indivíduo passa a apresentar uma diminuição
da resposta aos estímulos, fala pastosa, dificuldade à deambulação entre outros. Em
concentrações muito altas, ou seja, maiores do que 0.35 gramas /100 mililitros de
álcool o indivíduo pode ficar comatoso ou até mesmo morrer.

Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as


características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas
alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada
com uma outra pessoa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está
relacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte
(considerando altura, massa muscular e gordura) terá uma maior resistência aos
efeitos do álcool. Outros fatores estão associados ao metabolismo do indivíduo,
vulnerabilidade genética, estilo de vida e tempo em que o álcool é consumido.

Produz-se euforia, uma falsa segurança de si mesmo e um sentimento


subjetivo de acreditar que tem uma melhor capacidade para dirigir, aumenta a
tolerância ao risco o que pode levar o condutor a tomar decisões mais perigosas que
a habitual.
O álcool diminui também, o sentido de responsabilidade e a prudência,
enquanto que aumenta as ações impulsivas, agressivas e pouco educadas. Por sua
vez, o álcool retarda as funções cerebrais, necessitando assim mais tempo a nível
mental para processar as informações a reagir mediante os fatos.

De todas estas alterações comportamentais, a notável diminuição da


percepção do risco que produz o álcool parece, segundo as pesquisas, a chave que
maior explicação proporciona ao alto nível de risco que parece assumir o condutor
alcoolizado.

1.1. CRITÉRIOS DE USO E USO NOCIVO

Podemos chamar de uso, qualquer consumo de bebida alcoólica,


mesmo que episódico ou esporádico.

Indivíduos que bebem eventualmente, mas que exageram nestas


ocasiões podem vir a ter problemas legais, de saúde ou familiares decorrentes deste
uso. Diz-se que tais indivíduos fazem um uso nocivo do álcool.

A dependência ocorre quando o consumo de determinada substância é


compulsivo, ou seja, o comportamento do usuário está fundamentalmente voltado
para o impulso de ingerir o álcool, continuamente ou periodicamente, com a
finalidade de obter um estado de alteração da consciência, prazer, evitação ou
diminuição de sintomas de abstinência e cuja intensidade é capaz de ocasionar
problemas sociais, físicos e ou psicológicos.

Os casos de abuso, dependência ou abstinência do álcool devem ser


tratados.
1.1.1Dependência de Álcool ou Alcoolismo

A décima versão da Classificação Internacional das Doenças (CID-10)


estabeleceu diretrizes diagnósticas para a dependência.

O conceito de dependência envolve os seguintes critérios:

I. desejo intenso ou compulsão para ingerir bebidas alcoólicas;

II. tolerância: necessidade de doses crescentes de álcool para atingir o mesmo efeito
obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma
mesma dose da substância;

III. abstinência: síndrome típica e de duração limitada que ocorre quando o uso do
álcool é interrompido ou reduzido drasticamente.

IV. aumento do tempo empregado em conseguir, consumir ou recuperar-se dos


efeitos da substância; abandono progressivo de outros prazeres ou interesses
devido ao consumo.

V. desejo de reduzir ou controlar o consumo do álcool com repetidos insucessos.

VI. persistência no consumo de álcool mesmo em situações em que o consumo é


contraindicado ou apesar de provas evidentes de prejuízos, tais como, lesões
hepáticas causadas pelo consumo excessivo de álcool, humor deprimido ou
perturbação das funções cognitivas relacionada ao consumo do álcool.

De acordo com o CID-10, para que se caracterize dependência, pelo


menos três critérios devem estar presentes em qualquer momento durante o ano
anterior.

Entre os indivíduos dependentes, há diferentes níveis de gravidade que


dependerão da presença de sintomas de abstinência e da quantidade e impacto das
perdas e prejuízos advindos do uso da substância.
1.1.2 Efeitos físicos e psicológicos do álcool

Podemos sintetizar em dois grupos os efeitos do álcool de acordo com


sintomas físicos e psicológicos.

No primeiro quadro verificamos estados sedativos, e, no segundo os


estados desinibidores.

SEDATIVO DESINIBIDORES

Depressão,fadiga Diminuição do medo,

Tendência auto destrutiva Confiança exagerada em si próprio

Perda da memória Desorganização do processo intelectual.

Dificuldade de aprender Diminuição da capacidade de autocrítica

Desatenção, sono Alto grau de riscos

Tabela 1 – Efeitos do álcool no organismo (MENEZES, Pinto, 2010)

Deve-se levar em conta o que a ingestão de álcool pode provocar no


indivíduo:

1-uma sensação inicial de excitação, euforia, facilidade para experimentar coisas


boas e agradáveis.

2-Porém, logo em seguida, a ação alcoólica exerce no organismo distúrbios no


sistema nervoso central, ocasionando perda de reflexos e até problemas psíquicos.

Estas perturbações estão na razão direta da quantidade de álcool


ingerida.

Quando o indivíduo ingere uma bebida com certa quantidade alcoólica,


ele passa a sofrer as repercussões deste ato em seu próprio organismo.
1.1.3 Como o álcool passa pelo corpo humano

Quando a pessoa ingere qualquer quantidade de álcool, ele vai


rapidamente até o estômago e ao intestino delgado, onde é absorvido pelos
capilares venosos. Imediatamente ele cai na circulação sanguínea. Juntamente com
o sangue passa ele passa pelo fígado, indo ao coração através da veia cava inferior.
Em seguida passa a artéria pulmonar, indo aos pulmões, onde recebe a companhia
do oxigênio e retorna ao coração. Daí ele vai até o sistema nervoso central e
repercute em forma de sensações e perturbações. Ainda nos pulmões uma pequena
parte evapora com a expiração no ar ambiente, proporcionalmente à quantidade de
álcool contida no sangue. Uma outra parte é eliminada através dos rins em forma de
urina.

Para os motoristas em particular a ingestão de álcool causa uma série


de efeitos que podem levar à morte.

1.1.4 Álcool e seus efeitos sobre os condutores

Quando ingerido, o álcool produz euforia, uma falsa segurança de si


mesmo e um sentimento subjetivo de acreditar que tem uma melhor capacidade
para dirigir, aumenta a tolerância ao risco, levando o condutor a tomar decisões mais
perigosas que a habitual.

O álcool diminui também o sentido de responsabilidade e a prudência,


enquanto que aumenta as ações impulsivas, agressivas e pouco educadas. Por sua
vez, o álcool retarda as funções cerebrais, necessitando assim mais tempo a nível
mental para processar as informações a reagir mediante os fatos.

De todas estas alterações comportamentais, a notável diminuição da


percepção do risco que produz o álcool parece, segundo as pesquisas, a chave que
maior explicação proporciona ao alto nível de risco que parece assumir o condutor
alcoolizado. Estudos feitos com motoristas acidentados revelaram o uso frequente
de substâncias combinadas no organismo. As pessoas costumam misturar drogas,
para combater seus efeitos desagradáveis ou para aumentar os mesmos. É o caso
de quem bebe cerveja que, para conseguir um nível mais alto de álcool no sangue,
toma outras bebidas, de elevado teor alcóolico, porque, somente com a cerveja,
jamais chegaria ao "calibre" desejado. Outros costumam beber e fumar, porque "um
molha o que o outro seca" (a boca). Outros ainda misturam tranquilizantes com
álcool para potencializar os efeitos dos primeiros. “Muitas pessoas misturam álcool e
maconha. Para muitos, essa mistura é tremendamente prejudicial, pois pode tirar a
consciência da pessoa (desligar), sem que ela desmaie” (TIBA, 2002).

1.1.5. Depressão generalizada

O álcool, por ser um produto depressor (inibe o córtex cerebral),

normalmente pode produzir no condutor um cansaço maior do que o habitual,

provocando inclusive sonolência, aparecendo também à fadiga muscular e sensorial

quando esta dirigindo.

Aos graus mais finos de discriminação, a memória, a concentração e o

critério ficam atenuados e logo se perdem. A confiança aumenta, a fala pode ficar

aloqüente e quase brilhante. De acordo com Murdoch (1979) apud Menezes Pinto

(2010) as mudanças de estado ânimo são incontroladas e explosões emocionais

frequentes.
1.1.5.1 Nível sensorial

Os processos sensoriais, segundo Carpenter (1961-1963) apud

Menezes Pinto (2010) são afetados pelo consumo de álcool, especialmente quando

o nível oscila entre 0,3 – 0,8 g/l.

Admite-se que o álcool deprime a totalidade das funções sensoriais,


faltando rapidez, definição, julgamento, decisão, etc.

1.1.5.2 Alterações na percepção

Como causa dos efeitos do álcool, podem ocorrer confusões e


modificações nas percepções sensoriais do condutor em função da percepção do
tempo, da distancia e da velocidade; e evidente que estes conceitos estão
estreitamente relacionados e que a percepção da distancia e do tempo influi na
estimação da velocidade e vice-versa, assim demonstrou Cohen (1961) apud
Menezes Pinto (2010) no “efeito visual Kappa”.

1.1.5.3 A atenção, a persistência e a monotonia

O condutor, como um processador de informação no sistema de

trânsito, busca e seleciona mensagens potencialmente úteis em si mesmo. Somente

uma correta atenção permitiria um adequado processamento e uma ajustada tomada

de decisões, que resultam em manobras apropriadas, para realizar a condução


dentro dos limites aceitáveis de segurança. Dentro deste contexto, uma deficiência

atenção significaria um “menor risco percebido”, uma maior aceitação do mesmo.

A atenção é um fator decisivo para a condução de veículos

automotores, quer se trate de atenção “concentrada” (referida a um só objeto) quer

seja atenção “difusa” pode ter conseqüências imediatas graves. Já a atenção

“concentrada” produz sonolência, levando em conta que olhar fixamente na mesma

direção, como impõe a condução de um veiculo, resulta contrário a percepção visual

normal. Em conseqüência, a atenção na condução poderia ser das mesmas,

predomínio desta última, especialmente quanto mais elevada for a velocidade

(JORDAN, 1984 apud MENEZES PINTO, 2010).

1.1.5.4 Tempo de reação

O tempo de reação pode ser definido como o tempo que a pessoa


demora, depois de perceber claramente a situação, para decidir o que deve fazer e
como deve agir. Não e difícil imaginar o interesse da medida do tempo de reação no
condutor, já que resulta evidente que tudo aquilo que aumenta o lapso de tempo
requerido entre a percepção e a ação, isto e, tudo aquilo que aumente o tempo de
reação e perigoso para a condução.

1.1.5.5 Nível motor e coordenação geral

No condutor alcoolizado pode aparecer uma importante


descoordenação motora, transtornos de equilíbrio, diminuição notável da
recuperação e do rendimento muscular de todo o organismo e diminuição do
controle dos precisos movimentos que requer a direção de um veiculo.

Quando se dirige um veículo a coordenação entre os órgãos sensoriais


e motrizes-olhos, mãos e pés, por exemplo, é fundamental. Quantidades médias de
álcool no sangue são suficientes para alterar esta coordenação (MONTORO et al.
1989).

1.1.6 Riscos da síndrome de abstinência do álcool

Contrariamente aos que muitos pensam também a síndrome de


abstinência pode trazer grandes riscos para o condutor e consequentemente para a
segurança viária, dependendo do grau em que se encontra o individuo.

Do ponto de vista prático e clínico, podem-se distinguir três graus da


síndrome de abstinência:

(1) leve- presença apenas de sinais neuro-vegetativos (tremores e sudorese) e


sintomas subjetivos (ansiedade);

(2) moderado- além dos sinais grave há um acréscimo aos sinais e sintomas
digestivos (náuseas e vômitos);

(3) grave- acréscimo aos sinais e sintomas anteriores, de evidências de


comprometimento do sistema nervoso central (“delirium”, alucinações, convulsões,
etc.).
1.1.7 Intoxicação alcoólica aguda

A intoxicação tem a relação direta com ação do álcool etílico sobre o


sistema nervoso.

Depende, por um lado, da qualidade, qualidade e natureza das bebidas


alcoólicas ingeridas, e por outro lado, da tolerância do individuo.

Em pequenas doses o álcool tem um “efeito excitante” sobre o


comportamento. Estes dados são especialmente perigosos nos condutores, já que
mesmo não deteriorados e falta da autocrítica.

Em concentrações sanguíneas elevadas, aparece a verdadeira ação sobre o


sistema nervoso: inibidora, deprimente e paralisante, podendo acabar em coma
etílico.

De acordo com o programa Médicos pela segurança no Trânsito da


Abramet (2010) (Associação Brasileira de Medicina do Trânsito) o álcool afeta
negativamente a segurança no trânsito em três aspectos: a sobrevivência dos
envolvidos em acidentes, a performance e o comportamento do condutor.

A sobrevivência: para um mesmo impacto físico, todas as outras


variáveis mantidas constantes, quanto mais um indivíduo tiver bebido, maior sua
chance de morrer (um mesmo impacto causa mais ferimentos numa pessoa que
bebeu).

A performance: o consumo de álcool reduz a capacidade de percepção


da velocidade e dos obstáculos, os reflexos, a habilidade de controlar o veiculo. O
álcool diminui a visão periférica, passando o embriagado a não se interessar pelo
que acontece lateralmente (“visão tubular”). Causa prejuízo na capacidade de dividir
a atenção, redução a habilidade para controlar o veículo (manutenção da trajetória,
realizar curvas) aumentando o tempo de reação.
O comportamento: o álcool diminui, inibe as barreias morais e faz
perder ou embota a autocrítica; o condutor faz o que não deve ao volante , a euforia
e a empolgação refletem-se no descontrole do pé, que fica mais pesado e , o que é
pior, faz com que o alcoolizado negligencie riscos. Incrementa a agressividade
(valentia, violência) faz negligenciar riscos, causa sono, fadiga, depressão,
desatenção e estimula tendência autodestrutiva.

Com base nesses dados, pode-se confirmar o efeito de risco que o


álcool pode acarretar nos indivíduos que estão dirigindo alcoolizados, e demonstra
que é de extrema importância conhecer como os condutores realmente pensam e
agem frente a esta situação e a necessidade que estes condutores se conscientizem
destes riscos quando os reflexos e a coordenação ficam mais lentos, com a visão
prejudicada, uma autoconfiança exagerada e um senso de responsabilidade que
desaparece e de que os efeitos do álcool no transito podem ser fatais, propondo
medidas para esta conscientização de que se deve conduzir veículos somente em
condições para tal.
2 ACIDENTES E ÁLCOOL

O uso abusivo de álcool interfere negativamente na vida do usuário,

seja em termos individuais, seja em seu entorno social imediato ou na sociedade

como um todo. As implicações sociais do abuso de álcool merecem atenção

especial, uma vez que produz efeitos sobre a economia por gerar, por exemplo,

grandes gastos aos cofres públicos ao requerer consideráveis investimentos do

sistema de saúde, judiciário e de outras instituições sociais. Dentre os danos sociais

decorrentes do uso abusivo de álcool, os acidentes automobilísticos merecem

destaque. Em países desenvolvidos como os EUA e Canadá, esses acidentes são a

consequência de saúde mais relevante associada ao consumo exagerado de álcool,

com consequente impacto econômico uma vez que, ou as vítimas necessitam de

algum tipo de assistência à saúde ou há o envolvimento de vítimas fatais.

Nos Estados Unidos, conforme dados epidemiológicos relacionados às

consequências do consumo de álcool, no trânsito, tem-se observado que:

1. De todos os acidentes de carro que tenham envolvido o uso de álcool, ocorridos

no ano de 2002, 4% resultaram em morte e 42% em ferimentos graves. Dos

acidentes de carro que não envolveram o uso de álcool, 0,6% resultaram em morte e

31% em ferimentos graves;

2. Indivíduos do sexo masculino têm uma chance maior de se envolver em acidentes

fatais. Em 2002, 78% dos indivíduos que morreram em acidentes automobilísticos

eram homens, sendo que 46% das mortes estavam relacionadas ao consumo de

álcool;
3. A maioria das fatalidades, relacionadas ao consumo de álcool, acontece

mais entre adultos de faixa etária de 21 a 45 anos. O uso de álcool está relacionado

a 23% das fatalidades entre menores de 16 anos, 37% entre indivíduos de 16-20

anos, 57% entre indivíduos de 21-29 anos, 53% entre indivíduos de 30-45 anos e,

finalmente, 38% das fatalidades entre indivíduos de 46-64 anos;

4. Acidentes de trânsito fatais ocorrem com maior frequência durante a noite ou nos

finais de semana, dentre os quais 77% ocorreram entre as 18hs e 6hs;

5. Jovens com alcoolemia até 0,2 g/L tem 1,5 vezes a mais de chances de sofrer
acidentes com vítimas fatais. A partir de 0,2 g/L o risco aumenta para 2,5 vezes,
para todas as faixas etárias. Com 0,5 g/L, esse risco aumenta para 6 vezes a mais
em comparação ao condutor sóbrio.

No Brasil, constatou-se que 38,4% dos adultos (que têm carteira de


habilitação e costumam beber) possuem o hábito de associar bebida à direção,
sendo esse um grande motivo de preocupação. Estudos pontuais e regionais
apontam que a ingestão de bebidas alcoólicas é uma das principais causas de
mortes por causas externas.

Um estudo retrospectivo de todas as autópsias dos casos de morte por


acidentes de trânsito, ocorridas no ano de 1999, apontou que aproximadamente
50% dos óbitos estavam associados ao uso de álcool. Além disso, os acidentes de
trânsito foram a segunda causa de morte mais frequente (Tabela 1). Em
consonância com os dados norte-americanos, o comportamento de beber e dirigir
parece ser mais comum entre os homens (Tabela 2).

Tabela 2 - Vítimas de morte por causas externas, do ano de 1999, autopsiadas no IML-SP

Tipo de morte n.º de casos %

Homicídios 5 284 49,16


Acidentes Trânsito 2 360 21,96

Morte Suspeita 1 232 11,46

Outros 1 045 09,72

Sem história 420 03,91

Suicídios 408 03,80

Total 10 749 100,00

Fonte IML - Sede- São Paulo (1999)

Tabela 3 - Distribuição das mortes por acidentes de trânsito em relação à


presença de alcoolemia positiva e ao sexo da vítima.

Alcoolemia Grupo geral Homens Mulheres*

Negativos 1 251 (53%) 1058 (50,1%) 193 (77,2%)

Positivos 1 109 (47%) 1052 (49,9%) 57 (22,8%)

Total 2 360 2110 250

Observação: 2110 casos de homens = 89, 41% de todos os acidentes; 250 casos de mulheres = 10,59% de todos os
acidentes

Tabela 4 - Análise estatística da idade (anos) das vítimas fatais, no ano de 1999, do Instituto Médico Legal de São
Paulo (IML-SP) distribuídas pelo sexo e alcoolemia

Idade Homens Mulheres

grupo geral Negativo Positivo grupo geral Negativo * Positivo *

n= 2110 n= 1058 n= 1052 n= 250 n= 193 N= 57

Média 36,2 36,5 35,9 41,3 43,2 27,5

Desvio-padrão 15,3 17,5 12,7 19,2 19,9 11,5

Mediana 34 32 34 39 42,5 34

(* p<0,05 = idade das vítimas do sexo feminino com alcoolemia positiva é diferente da idade das vítimas com alcoolemia
negativa)
2.1 LEGISLAÇÃO

O decreto 6.488 de 2008 admite um índice de tolerância de 0,2 gramas

de etanol por litro de sangue (0,2 g/L), o equivalente a 0,1 mg de etanol por litro de

ar alveolar expirado, detectável pelo bafômetro.

Em relação a outros países, o Brasil passa a ser bastante rígido no

controle do beber e dirigir. Nota-se uma tendência ao 0,8 g/l na América do Norte e

ao 0,5 g/l nos países europeus:

País Limite (g/L) País Limite (g/L)

Alemanha 0,5 Itália 0,5

Brasil 0,2 Japão 0,3

Canadá 0,8 Noruega 0,2

Croácia 0 Portugal 0,5

Espanha 0,5 Reino Unido 0,8

Estados Unidos 0,8 Rússia 0,3

França 0,5 Suécia 0,2

Tabela 5 – Quantidade limite de etanol permitido por litro de sangue

De forma geral, a nova legislação é mais rígida em relação ao


comportamento de beber e dirigir, e estabelece dois níveis, um para infração (com
perda do direito de dirigir e multa) e outro para crime (com detenção de até três
anos), visando, assim, diminuir a acidentalidade decorrente do uso do álcool pelos
condutores.
2.2 ACIDENTES DE TRÂNSITO RELACIONADOS AO ÁLCOOL AO REDOR DO
MUNDO

Os acidentes de trânsito são um problema de preocupação mundial e


que acarretam um número excessivo de mortes por ano. Muitas delas são
relacionadas ao álcool, porém com proporções variáveis, como se pode notar na
figura a seguir:

Gráfico 1 – Acidentes com vítimas fatais decorrentes do uso abusivo de álcool

fonte

2.3 INTERFERENTES

Existe a possibilidade do teste do bafômetro acusar um resultado

positivo após o uso de certos medicamentos (xaropes e sprays), sucos de frutas mal
acondicionados, alimentos e produtos de higiene pessoal (enxaguante bucal), ainda

que a concentração de álcool seja bastante pequena.

Algumas situações raras, tais como dieta restrita em carboidratos e a

produção de álcoois diferentes daqueles presentes em bebidas alcoólicas

(isopropanol, por exemplo), também podem ocasionar um resultado falso positivo, ou

seja, o indivíduo não está sob efeito do etanol, mas alguns bafômetros registram um

sinal positivo.

Medicamentos que contém em sua composição alguma concentração

de etanol (sprays para asma, sprays para mau-hálito, enxaguantes bucais,

descongestionantes nasais, etc.) podem, se a medida for feita imediatamente após a

aplicação, ocasionar um resultado positivo.

Embora os medicamentos homeopáticos e fitoterápicos (ex.: Florais de

Bach) apresentem maior concentração de etanol, ao serem administrados na ordem

de gotas, não alcançariam concentração alcoólica sanguínea e alveolar significantes

e suficientes para dar um resultado positivo no teste do bafômetro.

No caso de bombons de licor, a quantidade de álcool presente em uma

unidade está abaixo do limiar detectável pelo bafômetro (aproximadamente

0,04g/L/unidade). Porém, o consumo de maiores quantidades pode ser detectado.

Assim, em linhas gerais, é importante destacar que o álcool exerce seu efeito

independentemente de sua forma de apresentação. Apesar do risco de uma

pequena concentração de álcool ser detectada, em função da ingestão de certos

medicamentos ou alimentos, a recomendação científica é que o teste (bafômetro)


seja repetido depois de 15 minutos da primeira tentativa, eliminando possíveis

interferentes.

Para finalizar, é importante considerar que, em média, o álcool é

depurado a uma velocidade de 0,15 g/l/hora, de tal forma que uma pequena dose de

0,2 g/l (correspondente, aproximadamente, a um copo de Chopp ou cerveja; uma

taça de vinho; meia dose de uísque, pinga ou outros destilados) levaria cerca de

uma hora e meia para ser totalmente eliminada.

2.4 LEIS

Dois anos após a implantação da lei seca, o número de mortes em


acidentes nas ruas e estradas do Rio caiu 23,41% no primeiro semestre deste ano
em relação ao mesmo período de 2008, quando ainda não havia a legislação que
pune com rigor o uso de álcool ao volante. A informação é de pesquisa divulgada
nesta quarta-feira pela ONG Rio Como Vamos. Esse resultado representa 100
vítimas a menos em 2010.

O levantamento ainda aponta que houve redução de 13,72% de mortes


no trânsito no primeiro semestre deste ano sobre igual período de 2009, o que
representa 52 vítimas a menos em acidentes. ''Com esse resultado percebemos que
a lei seca pegou no Rio de Janeiro. O carioca está mais consciente e ele percebeu
que vidas são salvas ao não beber e dirigir. Os cariocas estão morrendo menos e
matando menos porque não estão bebendo álcool ao pegar no volante'', afirmou à
Folha a coordenadora da ONG Rio Como Vamos, Thereza Lobo. A ONG monitora
os acidentes de trânsito com vítimas no Rio desde o ano passado através das
ocorrências registradas nas delegacias da cidade. Os dados foram levantados no
ISP (Instituto de Segurança Pública) órgão do governo estadual.
A área que mais chama a atenção na pesquisa é a Barra da Tijuca, na
zona oeste do Rio, que antes era conhecida pelos especialistas como ''região
assassina'' por registrar o maior número de mortes em acidentes de trânsito na
cidade. ''Agora, pessoas estão deixando de morrer ali. A gente tinha 39 mortes
registradas nessa região no primeiro semestre de 2008. Em 2010 contabilizamos 15
mortes no mesmo período'', disse a coordenadora da ONG.

2.4.1 Lei Seca

A lei seca foi instituída em 20 de junho de 2008 e recebeu duras


críticas por ser uma das mais rígidas da América e da Europa, com limite de 2
decigramas de álcool por litro de sangue, sendo apenas comparável aos regimentos
aplicados em algumas nações do leste europeu, como Romênia e Hungria, onde o
limite é zero.

Segundo a coordenação da operação Lei Seca no Rio, um


levantamento aponta que a ação evitou que pelo menos 5.000 pessoas morressem
ou se ferissem em acidentes de trânsito na cidade desde o início da fiscalização da
nova regra em março do ano passado. Dados do Grupamento de Socorro de
Emergência do Corpo de Bombeiros apontam que, durante o último mês de maio,
foram contabilizadas 1.420 vítimas de acidentes, contra 917 do mesmo mês de
2009.

As blitz da Lei Seca abordaram um total de 233.131 motoristas até


maio de2009. No mesmo período, 220.244 testes com bafômetro foram realizados,
41.429 motoristas receberam multas e 17.059 carteiras de habilitação foram
recolhidas. No total, já foram aplicadas 2.673 sanções administrativas e 967
criminais.

No intuito de frear o consumo de álcool, o Ministério da Saúde apoia


medidas mais restritivas como a proibição da propaganda de cervejas e a elevação
no preço das bebidas. Essas ações foram incluídas na estratégia global da
Organização Mundial da Saúde (OMS) contra o problema, anunciada em maio na
Suíça. A OMS informa que abusos no consumo de bebida alcoólica matam por ano
2,5 milhões de pessoas em todo o mundo.

A “Lei Seca”, que reduziu a zero a tolerância entre álcool e direção, é


fruto de uma ampla articulação do Ministério da Saúde. Após dois anos em vigor, as
mortes provocadas por acidentes de trânsito caíram 6,2% no período de 12 meses
após a Lei Seca, quando comparado aos 12 meses anteriores à Lei. Esse índice
representa 2.302 mortes a menos em todo o país, reduzindo de 37.161 para 34.859
o total de óbitos causados pelo trânsito. “Precisamos avançar no marco regulatório
do álcool, da mesma forma que estamos fazendo em relação ao tabaco. É
necessário proteger vidas”, destaca Deborah Malta. Atualmente tramita no
Congresso Nacional um projeto de lei que inclui a cerveja no rol de bebidas
alcoólicas cuja publicidade é proibida.

Programas de Redução de Acidentes envolvendo Álcool e Direção

Os países que foram bem sucedidos na redução de acidentes


envolvendo álcool e direção basearam seus projetos em 6 pilares:

Apoio total do governo para a prevenção de álcool e direção.


Legislação clara definindo níveis de alcoolemia e penalidades para infratores.
Implementações de novos hábitos na sociedade
Fiscalização intensa e bem divulgada
Mudança de atitudes da sociedade com relação a álcool e direção
Penalidades específicas para os infratores

2.4.2 Decreto nº 6.117

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”,
da Constituição,

DECRETA:
Art. 1o Fica aprovada a Política Nacional sobre o Álcool, consolidada a partir das conclusões do
Grupo Técnico Interministerial instituído pelo Decreto de 28 de maio de 2003, que formulou propostas
para a política do Governo Federal em relação à atenção a usuários de álcool, e das medidas
aprovadas no âmbito do Conselho Nacional Antidrogas, na forma do Anexo I.

Art. 2o A implementação da Política Nacional sobre o Álcool terá início com a implantação das
medidas para redução do uso indevido de álcool e sua associação com a violência e criminalidade a
que se refere o Anexo II.

Art. 3o Os órgãos e entidades da administração pública federal deverão considerar em seus


planejamentos as ações de governo para reduzir e prevenir os danos à saúde e à vida, bem como as
situações de violência e criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na
população brasileira.

Art. 4o A Secretaria Nacional Antidrogas articulará e coordenará a implementação da Política


Nacional sobre o Álcool.

Art. 5o Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 22 de maio de 2007; 186o da Independência e 119o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Tarso Genro

Fernando Haddad

Márcia Bacia Lameira da Costa

Marcio Fortes de Almeida

Jorge Armando Felix.

ANEXO I

POLÍTICA NACIONAL SOBRE O ÁLCOOL

I - OBJETIVO

1. A Política Nacional sobre o Álcool contém princípios fundamentais à sustentação de


estratégias para o enfrentamento coletivo dos problemas relacionados ao consumo de álcool,
contemplando a intersetorialidade e a integralidade de ações para a redução dos danos sociais, à
saúde e à vida causada pelo consumo desta substância, bem como as situações de violência e
criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na população brasileira.

II - DA INFORMAÇÃO E PROTEÇÃO DA POPULAÇÃO QUANTO AO CONSUMO DO ÁLCOOL

2. O acesso e recebimento de informações sobre os efeitos do uso prejudicial de álcool e sobre


a possibilidade de modificação dos padrões de consumo, e de orientações voltadas para o seu uso
responsável, é direito de todos os consumidores.
3. Compete ao Governo, com a colaboração da sociedade, a proteção dos segmentos
populacionais vulneráveis ao consumo prejudicial e ao desenvolvimento de hábito e dependência de
álcool.

4. Compete ao Governo, com a colaboração da sociedade, a adoção de medidas discutidas


democraticamente que atenuem e previnam os danos resultantes do consumo de álcool em situações
específicas como transportes, ambientes de trabalho, eventos de massa e em contextos de maior
vulnerabilidade.

III - DO CONCEITO DE BEBIDA ALCOÓLICA

5. Para os efeitos desta Política, é considerada bebida alcoólica aquela que contiver 0.5 grau
Gay-Lussac ou mais de concentração, incluindo-se aí bebidas destiladas, fermentadas e outras
preparações, como a mistura de refrigerantes e destilados, além de preparações farmacêuticas que
contenham teor alcoólico igual ou acima de 0.5 grau Gay-Lussac.

IV - DIRETRIZES

6. São diretrizes da Política Nacional sobre o Álcool:

1 - promover a interação entre Governo e sociedade, em todos os seus segmentos, com ênfase
na saúde pública, educação, segurança, setor produtivo, comércio, serviços e organizações não-
governamentais;

2 - estabelecer ações descentralizadas e autônomas de gestão e execução nas esferas federal,


estadual, municipal e distrital;

3 - estimular para que as instâncias de controle social dos âmbitos federal, estadual, municipal e
distrital observem, no limite de suas competências, seu papel de articulador dos diversos segmentos
envolvidos;

4 - utilizar a lógica ampliada do conceito de redução de danos como referencial para as ações
políticas, educativas, terapêuticas e preventivas relativas ao uso de álcool, em todos os níveis de
governo;

5 - considerar como conceito de redução de danos, para efeitos desta Política, o conjunto
estratégico de medidas de saúde pública voltadas para minimizar os riscos à saúde e à vida,
decorrentes do consumo de álcool;

6 - ampliar e fortalecer as redes locais de atenção integral às pessoas que apresentam


problemas decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS);

7 - estimular que a rede local de cuidados tenha inserção e atuação comunitárias, seja
multicêntrica, comunicável e acessível aos usuários, devendo contemplar, em seu planejamento e
funcionamento, as lógicas de território e de redução de danos;

8 - promover programas de formação específica para os trabalhadores de saúde que atuam na


rede de atenção integral a usuários de álcool do SUS;

9 - regulamentar a formação de técnicos para a atuação em unidades de cuidados que não


sejam componentes da rede SUS;
10 - promover ações de comunicação, educação e informação relativas às conseqüências do
uso do álcool;

11 - promover e facilitar o acesso da população à alternativas culturais e de lazer que possam


constituir alternativas de estilo de vida que não considerem o consumo de álcool;

12 - incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização da propaganda e


publicidade de bebidas alcoólicas, de modo a proteger segmentos populacionais vulneráveis ao
consumo de álcool em face do hiato existente entre as práticas de comunicação e a realidade
epidemiológica evidenciada no País;

13 - estimular e fomentar medidas que restrinjam, espacial e temporalmente, os pontos de


venda e consumo de bebidas alcoólicas, observando os contextos de maior vulnerabilidade às
situações de violência e danos sociais;

14 - incentivar a exposição para venda de bebidas alcoólicas em locais específicos e isolados


das distribuidoras, supermercados e atacadistas;

15 - fortalecer sistematicamente a fiscalização das medidas previstas em lei que visam coibir a
associação entre o consumo de álcool e o ato de dirigir;

16 - fortalecer medidas de fiscalização para o controle da venda de bebidas alcoólicas a


pessoas que apresentem sintomas de embriaguez;

17 - estimular a inclusão de ações de prevenção ao uso de bebidas alcoólicas nas instituições


de ensino, em especial nos níveis fundamental e médio;

18 - privilegiar as iniciativas de prevenção ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas nos


ambientes de trabalho;

19 - fomentar o desenvolvimento de tecnologia e pesquisa científicas relacionadas aos danos


sociais e à saúde decorrente do consumo de álcool e a interação das instituições de ensino e
pesquisa com serviços sociais, de saúde, e de segurança pública;

20 - criar mecanismos que permitam a avaliação do impacto das ações propostas e


implementadas pelos executores desta Política.

ANEXO II

Conjunto de medidas para reduzir e prevenir os danos à saúde e à vida, bem como as

situações de violência e criminalidade associadas ao uso prejudicial de bebidas alcoólicas na


população brasileira

1. Referente ao diagnóstico sobre o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil:

1.1. Publicar os dados do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo do Álcool na


População Brasileira, observando o recorte por gênero e especificando dados sobre a população
jovem e a população indígena;
1.2. Apoiar pesquisa nacional sobre o consumo de álcool, medicamentos e outras drogas e sua
associação com acidentes de trânsito entre motoristas particulares e profissionais de transporte de
cargas e de seres humanos.

2. Referente à propaganda de bebidas alcoólicas:

2.1. Incentivar a regulamentação, o monitoramento e a fiscalização da propaganda e


publicidade de bebidas alcoólicas, de modo a proteger segmentos populacionais vulneráveis à
estimulação para o consumo de álcool;

3. Referente ao tratamento e à reinserção social de usuários e dependentes de álcool:

3.1. Ampliar o acesso ao tratamento para usuários e dependentes de álcool aos serviços do
Sistema Único de Saúde (SUS);

3.2. Articular, com a rede pública de saúde, os recursos comunitários não governamentais que
se ocupam do tratamento e da reinserção social dos usuários e dependentes de álcool.

4. Referente à realização de campanhas de informação, sensibilização e mobilização da opinião


pública quanto às conseqüências do uso indevido e do abuso de bebidas alcoólicas:

4.1. Apoiar o desenvolvimento de campanha de comunicação permanente, utilizando diferentes


meios de comunicação, como, mídia eletrônica, impressa, cinematográfico, radiofônico e televisivo
nos eixos temáticos sobre álcool e trânsito, venda de álcool para menores, álcool e violência
doméstica, álcool e agravos da saúde, álcool e homicídio e álcool e acidentes.

5. Referente à redução da demanda de álcool por populações vulneráveis:

5.1. Intensificar a fiscalização quanto ao cumprimento do disposto nos arts. 79, 81, incisos II e
III, e 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente;

5.2. Intensificar a fiscalização e incentivar a aplicação de medidas proibitivas sobre venda e


consumo de bebidas alcoólicas nos campos universitários;

5.3.Implementar o “Projeto de Prevenção do Uso de Álcool entre as Populações Indígenas”,


visando à capacitação de agentes de saúde e de educação, assim como das lideranças das
comunidades indígenas, para a articulação e o fortalecimento das redes de assistência existentes nas
comunidades e nos municípios vizinhos;

5.4. Articular a elaboração e implantação de um programa de prevenção ao uso de álcool


dirigido à população dos assentamentos para a reforma agrária, bem como o acesso desta população
aos recursos de tratamentos existentes na rede pública e comunitária.

6. Referente à segurança pública:

6.1.Estabelecer regras para destinação de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública


(FNSP) e do Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD) para os Municípios que aderirem a critérios pré-
definidos pelo CONAD para o desenvolvimento de ações que visem reduzir a violência e a
criminalidade associadas ao consumo prejudicial do álcool.

7. Referente à associação álcool e trânsito:

7.1. Difundir a alteração promovida no Código de Trânsito Brasileiro pela Lei no 11.275, de 7 de
fevereiro de 2006, quanto à comprovação de estado de embriaguez;

7.2.Recomendar a inclusão no curso de reciclagem previsto no artigo 268 do Código de Trânsito


Brasileiro, de conteúdo referente às técnicas de intervenção breve para usuários de álcool;
7.3. Recomendar a revisão dos conteúdos sobre uso de álcool e trânsito nos cursos de
formação de condutores e para a renovação da carteira de habilitação;

7.4. Recomendar a inclusão do tema álcool e trânsito na grade curricular da Escola Pública de
Trânsito;

7.5. Elaborar medidas para a proibição da venda de bebidas alcoólicas nas faixas de domínio
das rodovias federais.

8. Referente à capacitação de profissionais e agentes multiplicadores de informações sobre


temas relacionados à saúde, educação, trabalho e segurança pública:

8.1. Articular a realização de curso de capacitação em intervenção breve para profissionais da


rede básica de saúde;

8.2. Articular a realização de curso de prevenção do uso do álcool para educadores da rede
pública de ensino;

8.3. Articular a realização de curso de capacitação para profissionais de segurança de pública;

8.4. Articular a realização de curso de capacitação para conselheiros tutelares, dos direitos da
criança e do adolescente, de saúde, educação, antidrogas, assistência social e segurança
comunitária;

8.5. Articular a realização de curso de capacitação para profissionais de trânsito;

8.6. Articular a realização de curso de capacitação em prevenção do uso do álcool no ambiente


de trabalho.

9. Referente ao estabelecimento de parceria com os municípios para a recomendação de ações


municipais:

9.1. Apoiar a fiscalização dos estabelecimentos destinados à diversão e lazer, especialmente


para o público jovem no que se refere à proibição de mecanismos de indução ao consumo de álcool:

9.1.1. Incentivar medidas de proibição para a consumação mínima, promoção e degustação de


bebidas alcoólicas;

9.1.2. Incentivar medidas de regulamentação para horário de funcionamento de


estabelecimentos comerciais onde haja consumo de bebidas alcoólicas;

9.2 Apoiar os Municípios na implementação de medidas de proibição da venda de bebidas


alcoólicas em postos de gasolina;

9.3 Incentivar o estabelecimento de parcerias com sindicatos, associações profissionais e


comerciais para a adoção de medidas de redução dos riscos e danos associados ao uso indevido e
ao abuso de bebidas alcoólicas:

9.3.1. Incentivar a capacitação de garçons quanto à proibição da venda de bebidas para


menores e pessoas com sintomas de embriaguez;

9.3.2. Estimular o fornecimento gratuito de água potável nos estabelecimentos que vendem
bebidas alcoólicas;

9.4. Promover e facilitar o acesso da população a alternativas culturais e de lazer que possam
constituir escolhas naturais e alternativas para afastar o público jovem do consumo do álcool.
2.5 A VISÃO DA SOCIEDADE

Para mensurar o conhecimento que a comunidade tem em relação a


álcool e direção é importante saber como as pessoas entendem sobre a lei, como
exemplo quanto sabem sobre o comprometimento das funções na direção, sobre a
relação entre beber e o limite de alcoolemia, como avaliam a probabilidade de serem
fiscalizados quando estiverem alcoolizados e se conhecem as punições.

2.6 OS ÓRGÃOS ENVOLVIDOS

Para a efetivação de um programa de redução do consumo de álcool


sugere-se um trabalho integrado entre Governo Federal, Estadual e Municipal,
Órgãos de Saúde, Educação, Trânsito e Esforço Legal, Conselho Regional de
Psicologia, Instituições de Educação, Instituições Não Governamentais, Empresas
de Bebidas, Seguradoras e Fabricantes de Veículos.

2.7 A FISCALIZAÇÃO

Uma mensuração acurada da alcoolemia é o ponto principal de uma


fiscalização efetiva, que deverá incluir no mínimo um número anual de fiscalizações
a ser realizada. Como uma estratégia sólida de fiscalização sugere-se:
Testar anualmente pelo menos 1/3 dos condutores;
Dar a todo condutor a expectativa de que serão testados pelo menos uma vez
por ano.

Uma Fiscalização efetiva e inteligente agirá em locais específicos e


horários como próximos de hotéis, áreas de lazer ou clubes, levando em
consideração a possibilidade de ocorrer situações envolvendo álcool e direção. A
fiscalização:

Ocorrerá durante períodos de risco de uso de álcool ou dias específicos e


Em pontos de risco de colisão;
Deve avaliar a alcoolemia em todos os condutores abordados independente
da razão da abordagem;
Deve avaliar alcoolemia em todos os condutores envolvidos em acidentes.

E o ponto escolhido para a abordagem deverá oferecer eficiência no


trabalho dos agentes, visibilidade diante da presença dos policiais e fluidez aos
condutores não parados. Os pontos deverão atingir os 3 principais objetivos de:

Permitir a abordagem e a visibilidade do maior número possível de


condutores;
Testar o consumo de álcool;
Detectar os infratores dirigindo acima do limite de alcoolemia permitido.

Para o sucesso da fiscalização, sugere-se a administração adequada


na escolha dos pontos de fiscalização, que forneça segurança e visibilidade para os
agentes e permita a diminuição da velocidade no trânsito de forma adequada e
segura.

2.8 A LEI 11.275/2006 – CÓDIGO DE TRANSITO BRASILEIRO


A difusão e proposta de implementação do art. 277. do CTB e da
Resolução 206/06 Regulamenta o artigo 277 do CTB, dispondo os requisitos
necessários para a constatação do consumo de álcool e outras substâncias
estabelecendo os procedimentos a serem adotados pelas autoridades de trânsito).

Para a implementação, sugere-se iniciar com a preparação dos


policiais e agentes de trânsito para realizarem esta constatação, através de
treinamento programado.

Para a implementação da Resolução 206/06 depara-se com uma


controvérsia:

O artigo 5º, inciso II, Constituição Federal: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.

Incisos LVII e LXIII: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da
sentença penal” e “o preso será informado de seus direitos entre os quais o de
permanecer calado”

Estes itens têm sido desviados a favor do cidadão, colocando-se no


“direito” de se recusar a soprar o “bafômetro” para não produzir prova contra si
mesmo.
Para a efetivação da fiscalização e punição solicita-se um estudo nas
leis de forma com que todo condutor será obrigado a soprar o bafômetro, em
benefício da segurança de si próprio e da sociedade.

3 A EDUCAÇÃO

3.1 TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO BREVE PARA USUÁRIOS DE ÁLCOOL NA


RECICLAGEM ART.268
Os dois métodos sugeridos são:
Restrições na direção
Disponibilizar Programas de Reabilitação - voluntário

Para este ultimo, sugere-se um programa que contenha os temas:


Risco da direção sob efeito do álcool e Efeitos do álcool no processo de decisão.
Após esta conscientização, sugere-se encorajar os participantes a reconhecer o
álcool como problema e reconhecer alternativas de mudanças de hábitos.

Sugere-se um programa de reabilitação prolongado focando a


combinação do risco de acidente diante do consumo de álcool e a dependência de
álcool, através de sessões “educativas” de atendimento. O conteúdo do programa
poderá ser estabelecido por esta Câmara Temática.

3.2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO SOBRE ÁLCOOL E DIREÇÃO PARA OS


CURSOS DE FORMAÇÃO E RENOVAÇÃO DA CNH

Para esta finalidade foi feita uma revisão no conteúdo disponibilizado


em Maio de 2005 pelo DENATRAN, na apostila“ Direção Defensiva, Trânsito Seguro
é um Dever de Todos”, na pagina 24:

Concentração e reflexos diminuem muito com o uso de álcool e drogas.


Acontece o mesmo se você não dormir ou dormir mal. Se você estiver pouco
concentrado ou não puder se concentrar totalmente na direção, seu tempo normal
de reação vai aumentar, transformando os riscos do trânsito em perigos no trânsito.
Alguns dos fatores que diminuem a sua concentração e retardam os reflexos:
Consumir bebida alcoólica; Ingerir bebida alcoólica ou usar drogas, além de reduzir
a concentração, afeta a coordenação motora, muda o comportamento e diminui o
desempenho, limitando a percepção de situações de perigo e reduzindo a
capacidade de ação e reação.
Considera-se o conteúdo insuficiente para a conscientização do tema
álcool e direção.

Sugere-se a elaboração de apostila, utilizando o filme sobre álcool e


direção.

3.2.1 Cursos para profissionais de trânsito

Sugere-se a elaboração de uma cartilha. Esta Câmara poderá


estabelecer o conteúdo.

3.2.2 Campanhas - Inclusão da sociedade na prevenção e promoção da saúde

A sociedade precisa estar consciente do problema relativo ao álcool e


direção. Com este objetivo, deve-se definir campanhas com o objetivo de:

Informar sobre a legislação


Informar sobre a intensificação da fiscalização
Educar sobre o risco de acidentes associados ao consumo de álcool
Quantificar o risco de dirigir acima do limite legal de alcoolemia
Alertar sobre as consequências de acidentes com outros “inocentes”
Enfatizar a não aceitação de atitudes inadequadas
Focar nos adolescentes como grupo de risco

4 PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
Psicologia do trânsito é a área da Psicologia que estuda o comportamento
das pessoas no trânsito, em tudo o que o ser humano faz, pensa, sente e age, seja
como pedestre, condutor ou passageiro, incluindo o veículo, a via, as regras e
normas da sociedade. A psicologia do trânsito não se limita só à avaliação
psicológica, sua abrangência esta descrita no Código de Ocupações Brasileiro –
CBO, (MENEZES PINTO, 2010).

A história da psicologia do trânsito no Brasil iniciou nos anos 20, com as


primeiras aplicações de instrumentos psicológicos por profissionais não graduados,
com a finalidade de selecionar condutores de trens em São Paulo. Com o avanço da
indústria automobilística na década de 1950 e 1960, o que possibilitou maior
aquisição e utilização de carros pelos brasileiros e da demanda por segurança criada
pelo aumento nos índices de acidentes rodoviários, a psicologia do trânsito voltou
suas atividades para o transporte rodoviário.

Em 1953 o CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) estabeleceu a


necessidade de avaliar psicologicamente os requerentes à Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) com finalidade profissional, com o objetivo de diminuir a
incidência de acidentes no trânsito, não concedendo a habilitação aos inaptos. Em
1962 até os dias de hoje, esses exames foram estendidos para todos os futuros
condutores no Brasil.

Com o aumento do volume de veículos em trânsito e com os crescentes


índices de acidentes no transito, profissionais especializados visam melhorar a
segurança e eficiência no trânsito. Foi em 1949 na Universidade de Oxford que um
grupo de engenheiros, psicólogos, médicos e desenhistas industriais reuniram para
discutir a melhor adaptação da maquina ao homem.

O trânsito para Rozestraten (1988) é um conjunto de comportamentos-


deslocamentos dentro de um sistema de normas e que esses comportamentos se
revelaram um dos comportamentos mais perigosos. O fator personalidade como
causa de acidente de trânsito é identificado quanto às condições emocionais como:
angústia, ansiedade, raiva, estresse, pressa, agressividade entre outros.
O Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP), no Rio de
Janeiro, foi o responsável pelos primeiros estudos que fundamentaram a prática
usada nas avaliações psicológicas até hoje.

Em VIEIRA (1953, apud MENEZES PINTO, 2010), foram divulgados os


primeiros resultados de exames psicológicos e tabelas de testes de aptidão, como:
Atenção difusa, inibição retroativa, visão noturna, ofuscamento e volante
dinamográfico. Algumas críticas aos exames também contribuíram para sua
evolução.

Até hoje, alguns problemas permanecem como, por exemplo, o tempo de


reavaliação de candidatos inaptos e a questão dos critérios para definir candidatos
aptos e inaptos e a avaliação de motoristas conforme o veículo pretendido.

Outro estudo de VIEIRA ET. AL. (1956, apud MENEZES PINTO, 2010c),
apresentou resultados de condutores no teste PMK, atenção difusa, tacodômetro,
visão noturna e ofuscamento.

O Gabinete de Psicotécnico da Superintendência de Trânsito de Minas


Gerais, através dos seus periódicos, estabeleceram modelos de atuação para
demais estados brasileiros. Onde foi salientado a necessidade de adaptar
instrumentos estrangeiros no contexto brasileiro.

O avanço da legislação de trânsito e da psicologia aplicada na década de


1960 teve como consequência a regulamentação em 1968, da criação de serviços
psicotécnicos dos estados brasileiros, ratificado no Código de Transito Brasileiro de
1998.
RESULTADO DO LEVANTAMENTO DE DADOS

Nesse trabalho foi realizado um questionário participativo com


condutores de veículos automotores, sobre o uso do álcool e suas percepções sobre
o risco de envolvimento em acidentes de trânsito. Os itens avaliados no questionário
foram: idade; sexo; consumo de álcool no último mês; tipo de bebida consumida;
ambiente de uso; se alguém na família faz uso exagerado do álcool; se dirige após
consumo de álcool; se foram parados pela polícia; se pegam carona com motorista
embriagado; percepção que se tem de quantas doses pode beber para dirigir com
segurança; se conhece alguém que sofreu acidente de trânsito provocado por
alguém que estava alcoolizado, o que pensam sobre a Lei Seca e qual o significado
de dirigir um veículo.

De acordo com as 12 entrevistas realizadas (anexos I e II) acerca das


situações sobre conduzir um veículo sob o efeito do alcool, em um bar na cidade de
Franca-SP, pôde-se constatar que 83% dos entrevistados assumiram beber antes de
dirigir ou, pegar carona com motoristas embriagados alegando não haver
alternativas de locomoção. A quantidade ingerida da maioria são de 6 ou mais
doses, em vários locais de uso do álcool. Nenhum entrevistado diz ter sido parado
por uma blitz da polícia, o que salienta para essas pessoas que sem a fiscalização a
Lei Seca não funciona. 83% dos entrevistados conhece alguém que já sofreu
acidente de trânsito ocasionado por motorista alcoolizado. Na entrevista 8,3%disse
que conduz um veículo para tirar racha, para buscar adrenalina. Questionados por
que dirigem após consumo do álcool, 83,33% dos entrevistados alegam conduzir o
veiculo alcoolizados por hábito ou falta de opção.
Nota-se, portanto pouca mudança com relação ao beber e dirigir,
devido à descrença de que a Lei Seca funcione em 75% dos entrevistados, mesmo
após 2 anos de implantação da nova Lei.

CONCLUSÃO

A maioria da população adulta sabe que “não pode beber e dirigir”,


porém muitas pessoas ingerem bebida alcoolica antes e até durante o ato de dirigir.
A certeza da impunidade e a falta da percepção real de risco faz com que estas
pessoas insistam em conduzir seu automóvel após estarem alcoolizadas. O uso de
bebidas alcoólicas contribui para quase metade das mortes de acidentes de trânsito.
As mortes por acidentes de trânsito no sexo masculino estão mais relacionadas com
o uso de álcool do que no sexo feminino.

O álcool afeta negativamente a segurança do trânsito em três


aspectos: a sobrevivência dos envolvidos em acidentes, a performance e o
comportamento do condutor.

Qualquer quantidade de ingestão alcoólica pode afetar negativamente


a direção veicular segura e a segurança no trânsito. O ideal é não dirigir após
consumir qualquer quantidade de bebida alcoólica.

Fiscalização eficaz e permanente por parte das autoridades


competentes, punição exemplar dos infratores associadas à conscientização do
cidadão a respeito dos riscos de dirigir sob efeito do álcool são estratégias efetivas
para redução de acidentes no transito. É provável que fatores como a omissão do
poder público e a permissividade da sociedade em relação ao álcool contribuam
para o quadro revelado pelo presente estudo. O consumo de álcool constitui-se um
problema de saúde pública, uma vez que não afeta só o consumidor, mas toda a
sociedade, resultando num alto custo social evitável. Estratégias preventivas que
envolvam intervenções comunitárias, por meio de políticas públicas, têm revelado
maior impacto que intervenções individuais. É dever do poder público criar as
condições para implementar as políticas de saúde pública adequadas para prevenir
o consumo de álcool e os problemas associados, conscientizar a comunidade e
obter seu apoio para as intervenções a serem implementadas. Abordagens
exclusivamente "educativas", embora populares, são tidas como ineficazes pela
literatura, mas podem ser usadas em conjunto para promover o necessário suporte a
um corpo de políticas. Fazer-se cumprir a lei, por si só, promove uma ação educativa
na sociedade. Ação imediata é necessária para evitar que problemas decorrentes da
exposição ao álcool continuem acontecendo. Não basta fazer leis, é necessário
fazer-se cumprir a lei com fiscalização sistemática e punição adequada, consistente
e imediata aos infratores. Assim, aumenta a percepção das pessoas da
probabilidade da apreensão, da certeza da punição e rapidez de sua aplicação,
condições imprescindíveis para desencorajar o comportamento fora da lei. Ao poder
público cabe, por meio de estratégias adequadas, proteger a sociedade dos
problemas relacionados ao consumo de álcool, conscientizar seus cidadãos e
possibilitar que exerçam sua cidadania exigindo e colaborando para uma
comunidade mais segura e saudável.
REFERÊNCIAS

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GREVE, Júlia Maria D’Andréa, http://www.fapesp.br/ciencia5714.htm

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Paulo: Casa Do Psicólogo, 2003.

HOFFMANN, Maria Helena; CARBONELL, Enrique; MONTORO, Luís. Álcool e


Segurança, Epidemiologia e efeitos. Revista Psicologia. Ciência e Profissão,
1996,16. 28-37

LARANJEIRA, Ronaldo, ALMEIDA, O. Manual de Psiquiatria. Ed, Guanabara


Korgan, 1996, pág. 81-112.

MENEZES PINTO, Márcia Oliveira de. Apostila do Curso de Especialização em


Psicologia do Transito. Araras, 2010.
______________________________. O perfil psicológico do motorista. Araras,
2001.

ROZESTRATEN, Reinier J.A. EPU. Psicologia Do Transito: Conceitos e


processos básicos. São Paulo, Editora da Universidade de são Paulo, 1998.

TIBA, Içami. 123 Respostas Sobre Drogas - Coleção Diálogo na. Sala de Aula. São
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http://www.redetran.com.br/
ANEXOS

ANEXO I - QUESTIONÁRIO

SEXO: __________ IDADE: ______________

ESCOLARIDADE_____________________________________________________

PROFISSÃO_________________________________________________________

HÁ QUANTO
TEMPO?____________________________________________________________

MOTORISTA HABILITADO HÁ QUANTO


TEMPO?____________________________________________________________

CATEGORIA NA CNH
___________________________________________________________________

DIRIGE QUE VEICULO?


___________________________________________________________________

FINALIDADE DO USO DO VEÍCULO


___________________________________________________________________

CONSUMO DE ÁLCOOL NO ÚLTIMO MÊS, DIRIGINDO:

( )NENHUMA VEZ

( )1 A 3 VEZES

( )4 A 7 VEZES

( )MAIS DE 7 VEZES

EM QUE SITUAÇÕES ? _______________________________________________

QUE HORÁRIO E DIAS DA SEMANA?____________________________________

TIPO DE BEBIDA CONSUMIDA:

( ) CERVEJA
( ) DESTILADOS

( ) VINHO

( ) LICOR

( )OUTROS . QUAL?___________________________

QUANTIDADE INGERIDA

( ) 1-2 DOSES

( )3-5 DOSES

( )6 OU MAIS DOSES

AMBIENTE DE USO

( ) BAR

( ) CASA

( ) FESTAS

( )OUTRO LOCAL.QUAL?________________________

DIRIGE APÓS CONSUMO DE ÁLCOOL?

( )SIM

( )AS VEZES

( )NUNCA

POR QUE?__________________________________________________________

UTILIZA FORMAS ALTERNATIVAS DE LOCOMOÇÃO QUANDO BEBE?

( )NÃO
( )PEDE TÁXI

( )PEGA CARONA

( )OUTRA .QUAL?___________________________________________________

PORQUE ?__________________________________________________________

JÁ FOI PARADO PELA BLITZ DA POLÍCIA? FEZ TESTE DE BAFÔMETRO?

( )SIM

( )NÃO

QUANTAS VEZES ?___________________________________________________

PEGA CARONA COM MOTORISTAS EMBRIAGADOS?

( )SIM

( )AS VEZES

( )NUNCA

POR QUE ?__________________________________________________________

ATÉ QUANTAS DOSES PODE SER CONSUMIDA PARA PODER DIRIGIR COM
SEGURANÇA?

( )NENHUMA

( )1-2 DOSES

( )3-5DOSES

( )6 OU MAIS

CASO AFIRMATIVO, DE QUAL BEBIDA?


___________________________________________________________________

CONHECE ALGUEM QUE SOFREU ACIDENTE DE TRÂNSITO PROVOCADO


POR ALGUÉM QUE HAVIA BEBIDO?
( )SIM

( )NÃO

QUANTAS PESSOAS ?_______________________________________________

QUAL O GRAU DE RELACIONAMENTO ? ( ) PARENTE ( )AMIGO

IDADES____________________________________________________________

PARA VOCÊ, A LEI SECA FUNCIONA?

( )SIM.POR QUÊ?
___________________________________________________________________

( )NÃO. PORQUE?
___________________________________________________________________

O QUE SIGNIFICA PARA VOCÊ CONDUZIR UM VEICULO?


___________________________________________________________________

POR QUE?
___________________________________________________________________
ANEXO II – TABULAÇÃO DOS DADOS

QUESTIONÁRIO - 12 PARTICIPANTES

SEXO MASCULINO 4 33%

FEMININO 8 67%

IDADE 18 A 41 ANOS 9 75%

ACIMA 42 ANOS 3 25%

ESCOLARIDADE PRIMARIO 0 0

1° GRAU 3 25%

2° GRAU 4 33%

SUPERIOR 5 42%

PROFISSÃO SECRETARIA 3 25%

ESTUDANTE 1 8%

APOSENTADO 2 17,5%

VENDEDOR 1 8%

MÚSICO 1 8%

EMPRESARIO 1 8%

PROFISSIONAL LIBERAL 1 8%

ASSISTENTE/SUPERVISOR 2 17,5%

HABILITAÇÃO 1-2 ANOS 3 25%

3-5 ANOS 3 25%

6-10ANOS 2 17%

11-16ANOS 1 8%

MAIS DE 17 ANOS 3 25%


CATEGORIA B 7 58%

A/B 4 34%

A/C 1 8%

FINALIDADE PESSOAL 6 50%

TRABALHO 0 0

PESSOAL E TRABALHO 5 42%

TIRAR RACHA 1 8%

CONSUMO ALCOOL 1-3 VEZES 3 25%

4-7 VEZES 3 25%

MAIS 7 VEZES 4 33%

NENHUM 2 17%

TIPO BEBIDA CERVEJA 4 33%

DESTILADOS 1 17%

VINHO 0 0

LICOR 0 0

BEBE VÁRIAS 7 58%

QUANTIDADE A 1-2 DOSES 0 0


INGERIDA

3-5 DOSES 4 33%

6 OU MAIS 6 50%

NENHUMA 2 17%

AMBIENTE USO BAR 0 0

CASA 0 0

FESTAS 1 8%

VARIOS LOCAIS 9 75%


NÃO BEBEM 2 17%

DIRIGE APÓS SIM 5 Hábito (41,5%)


CONSUMO

ÀS VEZES 5 Falta opção (41,5%)

NUNCA 2
Pensa no risco (17%)
FORMA NÃO 9
ALTERNATIVA Sendo que 02 não bebem
(75%)
TAXI 0 0

CARONA 3 25%

PARADO PELA SIM 0 0


POLICIA

NÃO 12 100%

CARONA COM SIM 5 42%


EMBRIAGADOS

AS VEZES 6 50%

NUNCA 1 8%

DOSES PARA NENHUMA 2 17%


DIREÇAÕ SEGURA

1-2 DOSES 5
Cerveja/vinho (41%)
3-5 DOSES 3 25%

6 OU MAIS 2
Todas (17%)
CONHECE
ACIDENTADO COM
ALCOOL SIM 10 Mais de 02 (83%)

NÃO 2 17%

LEI SECA FUNCIONA SIM 3 25%

NÃO 9 75%

MOTIVOS NÃO Falta fiscalização e


consciência.
SIM Lei ajuda a controlar,
causou impacto.

SIGNIFICADO DE 12 Locomoção, liberdade e


CONDUZIR VEÍCULO adrenalina. Atenção e
responsabilidade (100%)

12

POR QUE Rapidez, praticidade e


necessidade. (100%)

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