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27/03/2024, 10:37 SEI/IPHAN - 2349271 - Nota Técnica

Serviço Público Federal


Ministério do Turismo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização
Coordenação-Geral de Normatização e Gestão de Território

NOTA TÉCNICA nº 7/2020/CGN/DEPAM


ASSUNTO: Contribuição do Patrimônio Material para o Protocolo do SAIP
​REFERÊNCIA: Proc. 01450.001943/2020-76
Brasília, 22 de dezembro de 2020.

1. INTRODUÇÃO
1. Este documento trata da contribuição técnica do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização - DEPAM - ao desenvolvimento
informatizado do Sistema de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Cultural – SAIP, gerido pela Coordenação Nacional de Licenciamento – CNL. O objetivo deste
documento é apresentar a proposta do DEPAM para a definição de perímetro para a denominada Zona de Requisição de Parecer, doravante ZRP, partindo das
premissas de precaução e razoabilidade. O DEPAM objetiva contribuir de forma efetiva para o processo de licenciamento ambiental no campo do Patrimônio
Cultural de forma a torná-lo mais previsível, regulado e parte da política de preservação do patrimônio cultural material com tempos de resposta mais claros à
sociedade civil e em especial aos governos estaduais, municipais e empreendedores. Além disso, a nota também apresenta os critérios estabelecidos pelo
Centro Nacional de Arqueologia - CNA - para o comportamento do sistema em relação ao Patrimônio Arqueológico, detalhando, em especial na Seção 5.5, as
regras específicas criadas para a automatização do procedimento e, ao final, apresentando proposta de distância de segurança para os sítios arqueológicos.
2. Importante esclarecer que tanto a ZRP, para os bens tombados e valorados, quanto à distância de segurança para os sítios arqueológicos, visam
o encaminhamento da FCA para análise manual, sendo uma exceção da regra de emissão automática do TRE.
3. As melhorias trazidas com a proposta DEPAM e CNA consideram a maturidade institucional obtida com a implementação do macroprocesso de
análise do impacto no Patrimônio Cultural a partir do licenciamento implementado com a publicação da Instrução Normativa nº 01/2015, que estabelece
procedimentos administrativos a serem observados pelo IPHAN nos processos de licenciamento ambiental dos quais participe.
4. A iniciativa deste documento faz parte de uma estratégia institucional mais ampla, que busca aprimorar os seus macroprocessos e melhorar os
serviços relacionados ao licenciamento ambiental com base no uso da tecnologia, normas técnicas e integração dos macroprocessos do patrimônio material.
As atividades de desenvolvimento da contribuição do DEPAM foram realizadas de forma coordenada com todas as Coordenações-Gerais e Centro Nacional de
Arqueologia e a expectativa é tornar os serviços oferecidos pelo IPHAN mais efetivos e com resultados perceptíveis a toda a sociedade.
5. O documento em tela visa demonstrar os caminhos percorridos por este Departamento no que tange ao método, resultados e
encaminhamentos a serem adotados pelo SAIP para a primeira etapa de seu desenvolvimento, ou seja, aquela que trata da caracterização do
empreendimento. Para dar conta deste objetivo, o documento estrutura-se em 07 partes incluindo esta Introdução. A parte 2 trata dos objetivos seguida pela
apresentação das motivações e referências utilizadas para a elaboração da proposta do DEPAM. Na sequência, apresenta os métodos desenvolvidos para a
determinação da ZRP e área de segurança com base no enquadramento das diversas naturezas e tipos de bens em grupos específicos, a saber:
i)tombados;
ii)arqueológicos e;
iii)valorados.
Com base no método desenvolvido e apresentado na parte 4, a análise dos dados e os resultados são apresentados. Finalmente, os
encaminhamentos serão apresentados de forma a consolidar a proposta final do DEPAM para o desenvolvimento informatizado do módulo 1 do SAIP.

2. DOS OBJETIVOS
1. Contribuir para o aprimoramento do fundamento da previsibilidade no âmbito do macroprocesso de licenciamento ambiental;
2. Melhorar os serviços relacionados ao licenciamento ambiental, no âmbito do patrimônio cultural, com base no uso da tecnologia e normas
técnicas;
3. Apresentar entendimentos do DEPAM e CNA sobre os requisitos negociais mais gerais para o desenvolvimento do módulo informatizado do
Sistema de Avaliação do Impacto ao Patrimônio Cultural – SAIP.

3. DA MOTIVAÇÃO​​
1. Desde março de 2018, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, por meio da Coordenação Nacional de Licenciamento – CNL,
vem promovendo o desenvolvimento do Sistema de Autorização de Impacto ao Patrimônio Cultural – SAIP. Para tal vem realizando sistemáticos levantamentos
de requisitos negociais com vistas a avaliar o grau de previsibilidade adequado para a preservação do patrimônio cultural acautelado em nível federal. De
modo geral, os Departamentos finalísticos DEPAM e DPI desenvolveram metodologias e análises específicas com vistas a atender a esta demanda da CNL.
2. A implementação do SAIP, módulo 1, objetiva automatizar o processo de análise das Fichas de Caracterização das Atividades – FCA(s) até a
expedição dos Termos de Referência Específicos – TRE. Para tal, a CNL demandou do DEPAM colaboração para o aprimoramento das regras negociais que
possam substituir a análise técnica na verificação de sobreposição da Área Diretamente Afetada – ADA e Área de Influência Direta – AID dos empreendimentos
com os bens acautelados pelo IPHAN. Para tal, segundo a CNL, a determinação de uma área de segurança foi considerada imprescindível para o
desenvolvimento do sistema, definida como uma Zona de Requisição de Parecer – ZRP.
3. De acordo com o Ofício nº 4429/2020/CNL (SEI 214687) ficou definido, no âmbito do DEPAM junto à CNL, os seguintes princípios:

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a) O repositório das informações cartográficas dos bens acautelados pelo IPHAN é o Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão - SICG;
b) O sistema informatizado do processo administrativo do IPHAN é o Sistema Eletrônico de Informação - SEI;
c) A definição de critérios seguros para os bens acautelados que ainda não estão devidamente delimitados e georreferenciados é
imprescindível;
d) A espacialização de uma área segura no âmbito do licenciamento ambiental tem como finalidade – única e exclusivamente – a expedição dos
TREs e;
e) Os bens acautelados cuja delimitação e georreferenciamento disponíveis e validados pelo IPHAN no SICG serão utilizados na análise do SAIP.
4. O desenvolvimento do SAIP demandou uma cuidadosa análise do total de bens acautelados com poligonais de tombamento e ou entorno
disponíveis no SICG (14 ao total). Ao mesmo tempo em que o SICG contém a localização geográfica dos bens acautelados, a pouca disponibilidade de
poligonais cadastradas no sistema demonstra uma fragilidade que impacta em todos os macroprocessos de identificação, reconhecimento, autorização,
fiscalização, normatização e conservação do patrimônio material acautelado. Tal fragilidade impôs ao DEPAM a necessidade de estabelecer estratégias para a
superação dessa fragilidade estrutural condicionadas pelo tempo de desenvolvimento de um sistema informatizado. O enfrentamento posto ao departamento
teve como finalidade atender, única e exclusivamente, à demanda de elaboração de requisitos negociais para o SAIP, com vistas à automatização da análise dos
empreendimentos e suas AIDs para bens tombados e valorados e ADAs para os bens arqueológicos cadastrados pelo IPHAN.
5. Segundo consta no Ofício nº 4429/2020/CNL (SEI 214687), a proposta encaminhada pelo DEPAM compreende a utilização de um único critério de
ZRP para todo o país, que correspondia à utilização do limite do município como regra para que o SAIP encaminhe as FCAs para análise manual. De acordo com
o autor, arqueólogo Roberto Stanchi – Coordenador da CNL, tal proposta significou que o Sistema não expedirá TREs automaticamente para empreendimentos
que estejam sendo analisados nos municípios em que houver um bem tombado ou valorado, independente da distância do empreendimento para o bem
acautelado.
6. Em um primeiro momento, a reduzida maturidade do DEPAM no que tange aos aspectos relacionados ao macroprocesso de licenciamento ambiental
no âmbito do patrimônio cultural acautelado demonstrou que o grau de incerteza era elevado e, após entendimentos com a CNL, optou-se pela retomada das
reuniões técnicas entre as Coordenações-Gerais e CNA para aprimorar o entendimento sobre a necessidade de se garantir previsibilidade para os
empreendimentos a partir da adoção de área de influência capaz de garantir a análise do impacto dos empreendimentos sobre o contexto territorial onde o
bem acautelado se localiza. Dessa forma, os consensos construídos destacaram dois aspectos:
i) o elevado grau de incerteza para a delimitação de áreas de influência com os dados disponíveis e;
ii) o relevante papel do contexto geográfico onde o bem acautelado se encontra como parâmetro para a avaliação dos impactos ao patrimônio
cultural.
7. Ciente dessas dificuldades, o DEPAM realizou diversos estudos e análises para diminuir este grau de incerteza e garantir um mínimo grau de
regulação do bem acautelado, reforçando o princípio ‘d’ (ver item 3) que expressa o caráter subsidiário que a ZRP assume na regulação da preservação e
conservação dos bens acautelados. No âmbito do processo de licenciamento, a delimitação das ZRPs terá caráter subsidiário, entendida como normas
subsidiárias, enquanto as normas relativas às poligonais de proteção e de entorno, entendidas como as normas de referência, não estiverem publicadas. Para
tal, um esforço coletivo coordenado pela Direção do Departamento com assessoria técnica da Coordenação-Geral de Normatização e Gestão do Território- CGN
desenvolveu a proposta que este documento visa apresentar.
8. Considera-se relevante, ainda, destacar outros três aspectos. O primeiro relaciona-se com a premissa da precaução e sua relação com a missão
institucional do IPHAN e, de forma específica, do DEPAM além, é claro, com as fragilidades institucionais apontadas nos itens 5 e 6 deste capítulo. O princípio
da precaução significa ter cuidado e estar ciente da necessidade das atitudes. A precaução, como conceito, incorpora parte de outros caros à era Moderna
como é o caso da justiça, equidade, respeito e prevenção. O referido princípio vem sendo adotado em diversos países em suas legislações relacionadas a
políticas públicas de saúde e meio ambiente. Nos anos 1990, este princípio foi interpretado na Declaração de Bergen – Conferência para o Desenvolvimento
Sustentável como “é melhor ser grosseiramente certo no tempo devido, tendo em mente as consequências de estar sendo errado do que ser completamente
errado muito tarde” (Nações Unidas, 1990). Ainda, o princípio consta na Declaração do Rio 92 – Conferência da ONU para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável que o definiu como sendo “a garantia contra riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser identificados”
(Nações Unidas, 1992). Como parte do Princípio 15 da referida Declaração:
“Para que o ambiente seja protegido, serão aplicadas pelos Estados, de acordo com as suas capacidades, medidas preventivas. Onde existam ameaças de riscos
sérios ou irreversíveis, não será utilizada a falta de certeza científica total como razão para o adiamento de medidas eficazes, em termos de custo, para evitar a
degradação ambiental”.

9. De acordo com o MMA (s/d), o princípio da Precaução tem quatro componentes básicos:

i) a incerteza passa a ser considerada na avaliação de risco;


ii) o ônus da prova cabe ao proponente da atividade;
iii) na avaliação de risco, um número razoável de alternativas ao produto ou processo devem ser estudadas e comparadas e;
iv) para ser precaucionária, a decisão deve ser democrática, transparente e ter participação dos interessados no produto ou processo.
No caso específico da delimitação das ZRPs para os bens culturais materiais acautelados, este princípio dialoga diretamente com a necessidade de
precaução face aos empreendimentos que possam vir a danificá-los. Outro aspecto tem a ver com os graus de incerteza relacionados à avaliação dos impactos
em virtude, principalmente, da diversidade tipológica e das relações espaciais e socioambientais que os bens acautelados estabelecem com o meio no qual
estão inseridos.
10. O segundo ponto a ser abordado relaciona-se com o princípio da razoabilidade, também conhecido como de proporcionalidade. Trata-se de uma
diretriz de bom senso a ser aplicada nas tomadas de decisão que devem seguir critérios aceitáveis do ponto de vista racional, ou seja, a escolha tem que
afastar os excessos, ser proporcional, ser pertinente e necessária. A aplicação deste princípio para a delimitação das áreas de segurança e, por conseguinte, no
método de construção, enfocou, simultaneamente, a obrigação de fazer uso de meios adequados e o impedimento de usos de meios desproporcionais. Desta
forma, a proporção adequada do uso dos meios disponíveis para a delimitação da área de segurança foi premissa com vistas a garantir a qualidade técnica
possível e justificável para a compreensão do conteúdo trabalhado e dos entendimentos propostos.
11. Na sequência a estes dois princípios, cabe um breve comentário acerca do princípio da tempestividade. A palavra tempestividade relaciona-se com o
senso de oportunidade. No campo do Direito, o princípio da tempestividade relaciona-se com prazos e o seu cumprimento como regra para ser válido. No caso
da proposta do DEPAM, este princípio dialoga com a garantia razoável de duração de um processo, dadas as condições, maturidade e prioridades estabelecidas
pela Direção do departamento. Desta forma, a tempestividade dialoga com o princípio da razoabilidade, pois garante a correlação entre proporcionalidade,
pertinência e necessidade do exercício discricionário com a devida duração do processo.
12. Em diálogo direto com os três princípios acima listados, cabe demonstrar que a prática no estabelecimento de áreas de segurança não é exclusiva dos
bens acautelados e configura-se como medida necessária para a implementação e gestão da política ambiental brasileira. Inicialmente definidas a partir de um
zoneamento e intitulada como zona de amortecimento ou zona tampão por meio da Lei nº 9.982/2000, art. 2º, inciso XVIII, que a define como “o entorno de
uma Unidade de Conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos
negativos sobre a unidade”. A zona de amortecimento, desde a sua origem, não faz parte da UC e tampouco impede o desenvolvimento de atividades
econômicas junto a ela, nem requer desapropriação das terras. Contudo, é considerada essencial para o manejo das UCs, pois possibilita aos seus gestores
definir um zoneamento de entorno nos limites destas zonas com vistas ao estabelecimento de medidas de controle e negociação. De acordo com a Resolução

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CONAMA nº 13/1990, as zonas de amortecimento deveriam circundar as Unidades de Conservação - UC em um raio de 10 km, no interior da qual toda e
qualquer atividade que impactasse a biota ficará subordinada às normas editadas pelo CONAMA. No ano de 2010, segundo a Resolução CONAMA nº
100/2010, as zonas de amortecimento das UCs sem plano de manejo diminuíram de 10 para 3 km nos casos de empreendimentos de significativo impacto
ambiental. No caso de empreendimentos não sujeitos a Estudos de Impacto Ambiental -EIA, a zona de amortecimento a ser considerada é de 2 km.
13. A experiência da política ambiental brasileira demonstra o aprendizado na delimitação das zonas de amortecimento, seja em sua abrangência ou nos
critérios adotados. No caso específico da proposta do DEPAM e CNA, apreendemos que a delimitação dos raios para as zonas de amortecimento estão
diretamente relacionados com os graus de incerteza e, neste caso, o uso do princípio da precaução foi utilizado com vistas a minimizar os impactos diretos e
indiretos na presumida área de influência dos bens acautelados.
14. Em termos de marcos legais, a proposta do DEPAM é motivada com base nos seguintes instrumentos jurídicos e administrativos:
a. Artigos nº 215 inciso 1º e nº 216, incisos 1º e 4º da Constituição Federal brasileira;
b. Decreto – Lei nº 25/1937;
c. Lei Federal nº 3.924/1961
d. Lei Federal nº 11.483/2007;
e. Portaria IPHAN nº 375/2018 e;
f. Instrução Normativa nº 001/2015.
15. Nesse contexto e considerando que é visão de futuro do IPHAN “ser instituição coordenadora da política e do sistema nacional do patrimônio cultural”
e que um dos seus objetivos estratégicos “é fortalecer a gestão dos bens acautelados”, os estudos que se seguem foram elaborados com base nos princípios da
precaução, razoabilidade e tempestividade e lastreados pelos marcos legais acima dispostos, organizados de acordo com o marco legal de acautelamento, no
caso bens tombados (Decreto - Lei nº 25/1937), valorados (Lei nº 11.483/2007) e cadastrados (Lei nº 3.924/1961).

4. DO MÉTODO
4.1 Bens tombados
1. Como forma de operacionalizar o desenvolvimento de uma proposta que contemplasse os princípios de precaução, razoabilidade e tempestividade,
optou-se por realizar, inicialmente, uma breve survey sobre a prática na determinação de áreas de segurança relacionadas à conservação de bens protegidos
no âmbito do licenciamento ambiental. No caso específico, analisou-se a experiência na delimitação das zonas de amortecimento das Unidades de
Conservação implementadas no escopo do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, apresentadas no capítulo anterior relacionado à motivação
deste estudo.
2. A análise sugeriu que o princípio da precaução fosse adotado desde o início da determinação das zonas de amortecimento como forma de lidar com
os elevados graus de incerteza. De forma dedutiva, entendeu-se que, à medida que os graus de incerteza foram diminuindo, as zonas de amortecimento foram
sendo ajustadas atendendo aos princípios da razoabilidade ou proporcionalidade.
3. Em uma aproximação ao universo dos bens culturais materiais acautelados, optou-se pela adoção de método composto por análise estatística
descritiva e verificação espacial e cartográfica. Os dados utilizados para este estudo advém de três fontes básicas:
a) Base de dados dos bens tombados cadastrados e georreferenciados no SICG;
b) Lista de bens tombados elaborada pela Coordenação-Geral de Identificação e Reconhecimento – CGID e;
c) Base de dados georreferenciados dos bens tombados objeto de Normas de Preservação publicadas ou em estudo elaborado pela
Coordenação-Geral de Normatização e Gestão do Território – CGN (Catálogo de Mapas).
4. A primeira base de dados contém informações relacionadas a localização geográfica na feição ponto, natureza e tipo do bem, tipo de proteção, estados
de conservação e preservação dentre outros dados relevantes para a identificação do bem. Já a base da CGID, contém dados relacionados ao processo de
tombamento, situação quanto à Portaria IPHAN nº 11/1986 dentre outros. Os dados geográficos especializados dos bens tombados, nas feições ponto e
polígono, que tenham algum instrumento normativo publicado (portaria, instrução normativa ou nota técnica) ou com estudos de normatização em
andamento compõem a base de dados elaborada pela CGN.
5. A análise inicial das bases de dados demonstraram uma reduzida presença de bens tombados com poligonais de tombamento e ou entorno disponíveis.
No que se refere aos bens tombados cadastrados com a feição ponto, ao contrário, foi observada a totalidade disponível para a análise (ver Quadro 1).

Quadro 1 - Total de bens tombados com as feições ponto e polígonos (poligonais de tombamento e ou entorno) segundo dados da CGID.

6. Como forma de lidar com o universo de bens tombados materiais, objeto de avaliação de impacto ambiental, selecionaram-se apenas os bens
tombados de natureza imóvel, paisagístico, arqueológico e paleontológico classificados, de acordo com a Portaria IPHAN nº 11/1986, como de tombamento
provisório, aprovado, tombado, inscrito, homologado ou emergencial, organizados a partir de sua distribuição em termos geográficos, natureza e tipo de bem
conforme delimitado na IN IPHAN nº 01/2015.
7. Após esta seleção inicial, uma base de dados foi construída apenas com os tipos sítio, conjunto (arquitetônico e urbanístico), obras de engenharia e
edificação, jardim histórico e paisagem como parte da amostra contendo 1135 de um total de 1268 bens. Para dar conta do universo de bens imóveis
acautelados, incluiu-se também o total de bens valorados cuja singularidade tipológica demandou análise específica para a determinação da ZRP. O Gráfico 1
demonstra a forte concentração de bens tombados nas regiões Nordeste e Sudeste, seja para os bens tombados ou valorados.

Gráfico 1 - Distribuição do total de bens tombados e valorados segundo região geográfica (números absolutos)

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4.1.1 Estatística descritiva


1. Inicialmente, a população (termo estatístico utilizado para o universo total de itens ao qual a análise faz referência) foi detalhada conforme a Tabela
1 a fim de que o tamanho da amostra (parte da população tomada para se proceder a estatística) fosse então calculado. Para tal, elegeu-se apenas os bens
tombados.

Tabela 1 - População definida

2. De posse do total de 1135 (mil cento e trinta e cinco) bens tombados, o tamanho da amostra foi calculado para os graus de confiança 95% e 80%,
ambos com margem de erro de 5%. O resultado desse cálculo de amostra foi 288 (duzentos e oitenta e oito) e 144 (cento e quarenta e quatro)
respectivamente, segundo Select Statistical Services (2020). Além disso, também se efetuou a distribuição para as 5 (cinco) regiões do Brasil conforme o índice
de participação de cada uma delas na população de bens. Assim, obteve-se a Tabela 2 e o Gráfico 2.

Tabela 2 - Participação das regiões na amostra

Gráfico 2 - Participação das regiões na amostra

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3. Essa mesma lógica referente ao índice de participação também foi criteriosamente aplicada para concretizar a distribuição dos tipos de bem
correspondentes a cada um dos dois tamanhos de amostra. As Tabelas 3 e 4 e o Gráfico 3 elucidam a concretização desse momento da análise estatística.

Tabela 3 - Participação dos tipos de bem na amostra com 95% de grau de confiança

Tabela 4 - Participação dos tipos de bem na amostra com 80% de grau de confiança

Gráfico 3 - Participação dos tipos de bem nas amostras propostas

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4. Segundo consenso alcançado na reunião promovida pela Direção do DEPAM junto com todas as Coordenações-Gerais e CNA, realizada em 23 de
outubro de 2020, o tamanho de amostra com grau de confiança de 80% foi entendido como suficiente e apropriado, uma vez que a validação cartográfica
posterior se mostrou robusta e bem distribuída em todas as regiões do Brasil. Com a conclusão da etapa relacionada à estatística descritiva, procedeu-se então
a etapa descrita na Seção 4.1.2 a seguir.

4.1.2 Geometria plana aplicada


1. Condicionados pela disponibilidade dos dados, os bens tombados, componentes da amostra, foram agrupados, inicialmente, em dois grandes grupos:
a. Grupo 1: bens imóveis do tipo edificações, obras de engenharia e os bens paisagísticos do tipo jardim;
b. Grupo 2: bens imóveis do tipo conjuntos arquitetônicos, conjuntos urbanos e bens paisagísticos do tipo paisagem.

2. Considerando o princípio da precaução, selecionaram-se as poligonais existentes e aquelas em estudo como referência inicial para a determinação
das grandezas coplanares: largura e comprimento do bem. Como forma de cumprir com o mandato da precaução, buscou-se a determinação dos maiores
lados e a aplicação da solução informática de “poligonal envoltória de geometria convexa” para normalizar as poligonais existentes, conforme exemplo na
Figura 1.

Figura 1 - Exemplo de poligonal envoltória convexa

3. Para lidar com os bens tombados cadastrados apenas na feição ponto, optou-se por coletar as dimensões com base na localização do bem em um
lote topologicamente presumido confrontado por vias, cursos d’água, ou lotes lindeiros, por exemplo.
4. A partir da definição destes grupos foram coletados para os 144 bens da amostra os lados maiores, seja para poligonais ou lotes presumidos,
complementando a base de dados dos bens com vistas a definir as possíveis combinações paramétricas, no caso algoritmo, capazes de determinar categorias
de ZRP adequadas para garantir, com segurança razoável, a avaliação dos impactos dos empreendimentos ao patrimônio cultural. A melhor proxy foi
determinada considerando-se dois fatores:
i) expansivo e;
ii) redutivo.
O primeiro fator dialoga com a precaução/prevenção aos impactos e o segundo opera sob a lógica da razoabilidade.
5. Na base de dados construída e dado o tempo disponível para a elaboração, validação e implementação desta proposta, não observamos variáveis
relacionadas ao contexto altimétrico (topográfico) onde o bem se localiza muito menos as alturas dos bens. Tal opção demandaria estudos mais aprofundados
e um maior refinamento estatístico e analítico dada a dispersão dos bens em um território continental com feições geográficas, ambientais, sociais e urbanas
das mais diversas ordens. Dito isto, os estudos determinaram a constituição de um conjunto de fórmulas matemáticas construídas a partir de reuniões técnicas
nas quais o Diretor do DEPAM, arquiteto Marcelo Brito, sugeriu duas a partir das quais as análises dimensionais se desenvolveram. O histórico de fórmulas
analisadas pode ser observado no Quadro 2. Já no que se refere ao Quadro 3, esse último é uma demonstração matemática para a fórmula baseada em
geometria plana, partindo do conhecido teorema de Pitágoras.

Quadro 2 - Histórico de fórmulas analisadas

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Quadro 3 - Demonstração matemática para a fórmula baseada em geometria plana

6. Uma vez consolidadas as fórmulas, cada um dos 144 bens da amostra foram medidos e suas respectivas dimensões foram inseridas em uma planilha.
Essa última também calculou os componentes das fórmulas escolhidas e, por fim, o resultado de cada uma delas para o bem em questão. Segue abaixo, na
Tabela 5, um exemplo dos cálculos realizados na referida planilha.

Tabela 5 - Exemplo de aplicação das fórmulas para cada bem da amostra

7. Concluída a coleta de dimensões dos bens e a aplicação das fórmulas, o procedimento subsequente consistiu em realizar uma análise estatística
dos resultados de cada fórmula, bem como uma posterior validação espacial/cartográfica de tais resultados. O desenvolvimento estatístico analisou média,
mediana, máximo, percentis e comportamento das distâncias ao longo dos percentis. Na sequência, a validação espacial aplicou os resultados estatísticos no
espaço geográfico por meio de cartografia e geoprocessamento. Esse procedimento segue explanado no Capítulo 5 desta nota técnica.

4.2 Bens arqueológicos cadastrados


4.2.1 Distância de segurança para os sítios arqueológicos
1. Com vistas a elaborar uma proposta de distância de segurança para os sítios arqueológicos que contasse com uma boa fundamentação matemática
e dados confiáveis, a primeira etapa do processo foi a definição do universo de dados a serem computados e das variáveis de análise geostatística.

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2. Para elaboração do método, consideraram-se os dados referentes aos 3.559 (três mil quinhentos e cinquenta e nove) sítios cuja delimitação exata
estava registrada no Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão – SICG. Cumpre destacar que esse número corresponde à totalidade de sítios cuja
delimitação era conhecida no universo de quase 29 mil bens nos bancos de dados institucionais.
Figura 2 - Universo de sítios conhecidos pelo IPHAN.

3. A partir das informações presentes no SICG foi calculada a área de todos os sítios arqueológicos cuja delimitação era conhecida e,
consequentemente, possuíam registro de sua localização a partir de uma feição na geometria polígono.
4. Tendo em mãos a informação da área de cada sítio, decidiu-se por realizar a reprojeção dessa área em um polígono cuja forma é conhecida, de
maneira que fosse possível calcular a diagonal do ponto central do polígono – correspondente ao ponto de maior concentração de material arqueológico no
sítio – até um de seus vértices. A necessidade de reprojeção dessas áreas foi uma forma de mitigar a grande variabilidade e irregularidade das feições
registradas no SICG. Aventaram-se 3 possibilidades de reprojeção, no formato de círculo, quadrado ou retângulo.
5. Ao fim das verificações, optou-se pela reprojeção das áreas em um polígono retangular cuja dimensão do lado maior correspondesse ao dobro do
lado menor, visto que tal forma geométrica garantiria o maior valor de diagonal para uma mesma área, quando comparada às outras opções.

Figura 3 - Opções de reprojeção da área dos sítios arqueológicos.

6. Finalizadas as reprojeções, calcularam-se os intervalos percentuais de sítios arqueológicos que estariam compreendidos em um dado valor de
diagonal. A partir de então se buscou definir o percentil que melhor equacionasse a aplicação do Princípio da Precaução e a razoabilidade da regra a ser criada.

Figura 4 - Percentil cumulativo para a distância de segurança.

7. Por fim, definiu-se que para composição do valor final para a distância de segurança seria pertinente a adição de uma área de amortecimento. A
criação da área de amortecimento se baseou principalmente na análise de como o sistema se comportaria em relação aos sítios com poligonal de delimitação.
Os valores finais da proposta constam no item 5.5 deste documento.

5. DA ANÁLISE
1. Este capítulo está dividido em grupos de bens. Os Grupos 1, 2 e 3 se referem a bens tombados, ao passo que o Grupo 4 é constituído de bens
valorados. Vale ressaltar que os Grupos 1 e 2 foram abordados tanto na amostra analisada quanto também na população de bens avaliada posteriormente
para validação das ZRPs. Já os demais grupos foram objeto de avaliação apenas na fase que avaliou a população de bens.

5.1 Grupo 1

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1. Em se tratando da amostra levantada, o Grupo 1 foi composto por:
a. Edificações (bem imóvel);
b. Obras de engenharia (bem imóvel);
c. Jardins (bem paisagístico)
2. Conceitualmente, a priori, os resultados das fórmulas para cada bem da amostra foram denominados de distância da ZRP, haja vista que a palavra
distância pode ser utilizada para buffers que possuem qualquer tipo de feição como referência - seja ponto, seja polígono. Enquanto que, a posteriori, no ato da
validação para toda a população de bens, o termo distância foi substituído por raio, pois todas as ZRP foram confirmadas como círculo com referência em uma
feição do tipo ponto.
3. As medidas de posição estatísticas utilizadas para a análise foram a média e a mediana das distâncias obtidas em três das quatro fórmula
escolhidas. No que tange à fórmula baseada em geometria plana, a análise foi realizada com o máximo entre as distâncias obtidas. Observou-se, assim, que as
fórmulas aceitáveis para a análise são aquelas suficientes para abarcar espacialmente todos os bens em suas maiores medidas planimétricas (Quadro 4).

Quadro 4 - Fórmulas aceitáveis para o Grupo 1

4. No instante seguinte, fez-se necessário explanar o comportamento da distribuição das distâncias obtidas para cada bem ao longo do Grupo 1.
Calcularam-se então a quantidade de bens contidos em cada um dos percentis em relação ao total (116) de bens desse grupo. E ainda, para a fórmula que
possui o F (fator de ajuste), as distâncias médias correspondentes a cada percentil foram calculadas, segundo a tabela e o gráfico inseridos no Quadro 5.

Quadro 5 - Percentis para o Grupo 1 segundo a fórmula com o F

5. De acordo com o Quadro 5, nota-se que a distância (posteriormente denominada de raio) da ZRP suficiente para envolver 100% da amostra é
2.847 metros. Essa última pode ser cartograficamente arredondada para 3.000 metros. Ainda se observa que qualquer uma dessas distâncias é um
apontamento estatístico que carece de validação espacial/cartográfica na sequência da análise.
6. Em seguida, os mesmos cálculos foram efetuados para a fórmula embasada na geometria plana. Segundo o Quadro 6, verifica-se que a distância da
ZRP correspondente ao percentil de 100% é 2.527 metros, podendo também ser arredondada para 3.000 metros caso a validação espacial assim indique.

Quadro 6 - Percentis para o Grupo 1 segundo a fórmula da geometria plana

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7. A proposta de 3.000 metros de distância/raio da ZRP para o Grupo 1 foi entendida como adequada pelo DEPAM em reunião no dia 06 de
novembro de 2020, após a validação espacial efetuada tanto para a amostra como também para a população de bens. Nesse mesmo dia, a partir dos
apontamentos de algumas superintendências, houve ainda consenso que os conjuntos arquitetônicos possuem tipologia mais aproximada ao Grupo 1 do que
ao Grupo 2. Portanto, a composição de bens tombados para o Grupo 1 passou a ser:
a. Edificações;
b. Obras de engenharia;
c. Jardins;
d. Conjuntos arquitetônicos;
e. Sítios arqueológicos tombados;
f. Sítios paleontológicos tombados.
8. Um exemplo de validação espacial para as ZRPs do Grupo 1 pode ser visualizado na Figura 5. Além disso, o KMZ (arquivo do programa Google
Earth) relativo à mesma também está disponível pelo link a seguir: https://bit.ly/2Kku2iV.

Figura 5 - Exemplo de validação espacial para o Grupo 1

9. É relevante considerar que toda a população de bens só pode ser identificada no banco de dados geográficos do SICG mediante uma chave primária
correspondente a cada bem individualmente. Para o caso das ZRPs, a chave primária é o Código IPHAN seguindo a regra de sistema de 1 (código) para cada
bem. No entanto, a lista de bens tombados elaborada pela Coordenação-Geral de Identificação e Reconhecimento – CGID, também conhecida como ‘Tabelão’,
apresentou inconsistências com relação à essa regra de sistema, resultando então na falta de pelo menos 10 ZRPs para o Grupo 1 conforme informado no
Quadro 7.

Quadro 7 - Inconsistências para a regra de sistema com relação ao Grupo 1

10. Por fim, cabe mencionar que se observaram diversas inconsistências quanto à geolocalização, quanto a diferenças entre o cadastro da lista de bens
tombados da CGID e aqueles bens cadastrados no SICG e também quanto à classificação do bem uma vez analisada a situação na Portaria IPHAN nº 11/1986.
Em virtude disto, entende-se que se faz necessária uma nova verificação por parte da CGID com o apoio das Superintendências estaduais do IPHAN.

5.2 Grupo 2
1. Em se tratando da amostra levantada, o Grupo 2 foi composto por:
a. Conjunto urbano (bem imóvel);
b. Conjunto arquitetônico (bem imóvel);
c. Paisagem (bem paisagístico).
2. Os mesmos cálculos iniciais efetuados para o Grupo 1 foram de modo semelhante realizados para o Grupo 2. Quanto a esse último, as fórmulas
aceitáveis (suficientes para abarcar espacialmente todos os bens em suas maiores medidas) estão dispostas no Quadro 8.

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Quadro 8 - Fórmulas aceitáveis para o Grupo 2

3. A seguir, em dando continuidade à lógica de análise já apresentada na Seção anterior, calculou-se a quantidade de bens contidos em cada um dos
percentis em relação ao total (30) de bens desse grupo. Para a fórmula que possui o F (fator de ajuste), as distâncias médias correspondentes a cada percentil
também foram calculadas de acordo com a elucidação percebida no Quadro 9.

Quadro 9 - Percentis para o Grupo 2 segundo a fórmula com o F

4. Conforme o Quadro 9, nota-se que 7.951 metros é a distância da ZRP suficiente para envolver 100% da amostra. Essa medida pode ser
cartograficamente arredondada para 8.000 metros, afinal todas essas distâncias são apontamentos estatísticos que precisaram de subsequente validação
cartográfica.
5. Os mesmos cálculos foram por sua vez efetuados para a fórmula advinda da geometria plana. Como esclarece o Quadro 10, a distância da ZRP
correspondente ao percentil de 100% é 7.650 metros, podendo também ser arredondada para 8.000 metros caso a validação espacial assim indique.

Quadro 10 - Percentis para o Grupo 2 de acordo com a fórmula da geometria plana

6. Em reunião do DEPAM dia 06 de novembro de 2020, entendeu-se que a proposta de 8.000 metros de distância/raio da ZRP para o Grupo 2 é
adequada segundo a validação espacial efetuada tanto para a amostra como também para a população de bens. Houve também consenso que os conjuntos
arquitetônicos possuem tipologia mais aproximada ao Grupo 1 do que ao Grupo 2. Em sendo assim, a composição de bens tombados para o Grupo 2 passou a
ser:
a. Conjunto urbano (bem imóvel);
b. Paisagem (bem paisagístico).

7. A validação espacial para as ZRPs do Grupo 2 foi executada. Um exemplo pode ser visualizado na Figura 6. Além disso, o KMZ (arquivo do
programa Google Earth) relativo à mesma também está disponível pelo link a seguir: https://bit.ly/2Kku2iV.

Figura 6 - Exemplo de validação espacial para o Grupo 1

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8. Por fim, cabe mencionar que se observaram diversas inconsistências quanto à geolocalização, quanto a diferenças entre o cadastro da lista de bens
tombados da CGID e aqueles bens cadastrados no SICG e também quanto à classificação do bem uma vez analisada a situação na Portaria IPHAN nº 11/1986.
Em virtude disto, entende-se que se faz necessária uma nova verificação junto às Superintendências estaduais do IPHAN.

5.3 Grupo 3
1. O Grupo 3 é composto por bens tombados que demandam ZRPs especiais. Essas últimas foram percebidas como necessárias a partir de observações
no decorrer da validação espacial. Notou-se que alguns bens ou possuem o lado maior da poligonal com tamanho superior a 8 Km, ou estão concentrados no
espaço geográfico. Em considerando tudo isso, as ZRPs especiais, portanto, darão conta desses bens a partir de um raio específico. A lista inicial de ZRPs
especiais segue disponível no Capítulo 6 desta nota técnica.

5.4 Grupo 4
1. A premissa do SAIP é que a partir de parâmetros previamente definidos, ocorra a emissão automática, pelo próprio sistema, do Termo de Referência
– TER, para aqueles empreendimentos que não apresentarem nenhuma possibilidade de risco ao Patrimônio Cultural Brasileiro Acautelado e para aqueles
empreendimentos que apresentarem alguma possibilidade de dano ou interferência, o sistema irá direcionar o processo, para que seja feita a análise manual
por um dos técnicos do IPHAN. Essa diferenciação entre análise manual e automática será definida pelos parâmetros estabelecidos pelo DEPAM, no que se
refere aos bens materiais.
2. Nesta etapa da análise, o objeto a ser tratado é o Bem Valorado, protegido a nível federal através da Lei 11.483/2007, de 31 de maio de 2007[1].
3. Com o objetivo de padronizar os procedimentos relativos à Lei 11.483/2007 o IPHAN publicou, em 21 de dezembro de 2010, a Portaria 407 que
“dispõe sobre o estabelecimento dos parâmetros de valoração e procedimento de inscrição na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, visando à proteção da
memória ferroviária”.
4. A atuação do IPHAN para garantir a preservação de um bem inscrito na Lista só pode ser feita, de uma maneira mais direta, após formalizada a
cessão do mesmo ao instituto, ou a interveniência em um termo do DNIT ou SPU. Isso porque, diferentemente do DL 25/37, que interfere no direito de
propriedade, a Lei 11.483/2007 incide sobre bens que são da União, sendo proprietários a SPU ou o DNIT.
5. Nesta etapa da argumentação, cabe uma pergunta: Os bens valorados possuem entorno? Vale destacar que na Lei nº 11.483/2007 não se aplica
entorno. A proteção, nesse caso, ocorre stricto sensu, isto é, a atuação se dá somente sobre os bens que são da União (espólio da RFFSA). Cabe ressaltar que
são valorados os Imóveis e seus respectivos terrenos. Ambos são citados individualmente em cada processo de valoração, pois o terreno está ligado
intrinsecamente a preservação da edificação ou edificações que estão em cima dele. Portanto a atuação do IPHAN e a proteção têm como limite legal os limites
dos terrenos, motivo pelo qual, passamos a analisar de forma distinta o parâmetro para definição das ZRP para bens valorados.
6. Ao se pensar em parâmetros seguros para que um empreendimento seja considerado com possibilidade de não afetar um bem valorado, temos
que considerar além da natureza da proteção, elencada acima com a citação da Lei nº 11.483/2007 e também com as definições das ADA e AID.
7. Em termos da legislação aplicável, de acordo com o artigo 2º da Resolução CONAMA 349 - considera-se a Área Diretamente Afetada – ADA – a área
necessária para a implantação do empreendimento, incluindo suas estruturas de apoio, vias de acesso privativas que precisarão ser construídas, ampliadas ou
reformadas, bem como todas as demais operações unitárias associadas exclusivamente à infraestrutura do projeto, ou seja, de uso privativo do
empreendimento.
8. A Área de Influência Direta – AID – é a área geográfica diretamente afetada pelos impactos decorrentes do empreendimento/projeto e corresponde ao
espaço territorial contíguo e ampliado da ADA, e como esta, deverá sofrer impactos, tanto positivos quanto negativos. Tais impactos devem ser mitigados,
compensados ou potencializados (se positivos) pelo empreendedor. Os impactos e efeitos são induzidos pela existência do empreendimento e não como
consequência de uma atividade específica do mesmo.
9. Por fim, a Área de Influência Indireta – AII – abrange um território que é afetado pelo empreendimento, mas no qual os impactos e efeitos
decorrentes do empreendimento são considerados menos significativos do que nos territórios das outras duas áreas de influência (ADA e a AID). Nessa área
tem-se como objetivo analítico propiciar uma avaliação da inserção regional do empreendimento. É considerado um grande contexto de inserção da área de
estudo propriamente dita. Essas configurações territoriais, na verdade, são sínteses de rebatimentos de impactos que podem ocorrer nos meios físico, biótico,
socioeconômico, cultural e institucional. Mais do que isso, há situações em que uma dada área de influência, por exemplo a AID, se diferencia para cada meio
na ambiência local e/ou regional, desenhando contornos próprios, tendo-se dessa forma mais que três áreas que se superpõem.
10. Conforme demonstrado no capítulo 4, realizou estudos que demonstraram que o raio de 3 Km para os bens tombados isoladamente era adequado e
suficiente. Através dos levantamentos e justificativas apresentados, concluiu-se que, adotando esse raio de 3 km para as edificações tombadas isoladamente,
estaria garantindo uma razoável área de influência que permita que as análises de impacto aos bens fosse garantida. Ou seja, caso um empreendimento esteja
locado em distância menor do que 3 Km em relação ao bem imóvel tombado isoladamente, a análise deste processo deverá ser encaminhada para um técnico
do IPHAN, onde o mesmo fará o parecer manual do empreendimento e verificará os possíveis impactos. Esta lógica de precaução em relação aos Bens Imóveis
tombados isoladamente tem caráter cautelar de prevenção.

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11. A mesma linha de argumentação para definição de parâmetros dos bens tombados deve ser aplicada para os Bens Valorados, contudo, a proteção da
valoração diferencia-se por não impor a necessidade de cuidado com ambiência e visibilidade como área de entorno. Sendo assim, a recomendação técnica foi
de reduzir o raio da ZRP para bens valorados.
12. Os bens valorados constituem-se de imóveis definidos pelo lote inscrito na Lista do Patrimônio Ferroviário. As tipologias se constituem em
edificações e seus respectivos terrenos. Por consequência, na lógica de análise para definição do parâmetro para os bens valorados, precisamos levar em
consideração as dimensões dos terrenos.
13. Em que pese não haver poligonais dos terrenos no SICG, em uma análise sobre todos os 591 bens valorados, verificamos que 90 %, ou seja, 532
dos terrenos e dos imóveis valorados, possuem áreas variando entre 8 m² e 1.500,00 m² e apenas 10%, ou seja 59 terrenos, possuem dimensões entre
1.501,00 m² e chegando até 84.879,50 m², no caso o Conjunto Ferroviário de Teresina.
14. A partir da triagem dos maiores terrenos, a avaliação da dimensões dos bens valorados foi feita adotando como medida de referência, o maior lado dos
terrenos. Após o levantamento, com as medidas aproximadas dos maiores pátios ferroviários e de todas as edificações no QGIS, chegamos as seguintes
conclusões:
a. Um único bem valorado, o Pátio Ferroviário das Cinco Pontas (PE2611606BIED00042), Recife-PE, possui metragem linear de 1,7 km;
b. Dentre as 59 maiores áreas, a maior metragem linear foi de 800 m para o Pátio Ferroviário de Teresina, PI;
c. Dentre os 90% demais bens, a distância linear desses bens varia no máximo até 600 m.
15. Assim sendo, verificamos que e a maioria dos bens valorados, possuem o maior lado, independente da sua área, a distância de comprimento de linha e
estações em até 800 m e apenas um bem, possui distância superior, conforme identificado acima.
16. Sendo assim, considerando os princípios da precaução, da razoabilidade e da tempestividade já abordados anteriormente, concluímos que podemos
adotar para todos os Bens Valorados, o limite de raio de 500 m exceto para o Bem Pátio Ferroviário das Cinco Pontas (PE2611606BIED00042), que deverá ser
tratado como caso especial, onde deverá ser adotado raio de 1.700 m. No entanto, o Pátio está localizado em área já averiguada como áreas especiais de
Recife, no grupo 3 citado no início da Nota Técnica e por estar inserido nessa área será incluído na estratégia para este caso especial.

5.5 Grupo 5
1. Após a primeira rodada de testes realizada pelo CNA, foram propostas a implementação de diversas funcionalidades.
2. Importante ressaltar que a regra geral para o patrimônio Arqueológico é que haja a emissão do TRE de forma automática, conforme parâmetros
estabelecidos no Anexo II da Instrução Normativa 001/2015. Como exceção, foram criadas algumas regras específicas que demandam o encaminhamento da
FCA para análise manual, conforme detalhamento abaixo. Cumpre frisar que a condução do processo para a análise manual não implica necessariamente no
reenquadramento do empreendimento.
3. Algumas das contribuições feitas foram de funcionalidades, como por exemplo, de tornar obrigatório o preenchimento dos campos “Descrição do
Empreendimento”, no Passo 1; “Descrição da ADA”, no Passo 2; e “Descrição detalhada do projeto de engenharia”, no Passo 5. Apesar dessas informações não
serem utilizadas para o nivelamento automático do componente arqueológico, entende-se que o registro do seu conteúdo é relevante para a análise das fases
seguintes do processo, assim como tem fundamental importância para os casos em que houver análise manual da Ficha de Caracterização de Atividade – FCA.
4. Outro ponto entendido como relevante foi a criação do campo “O empreendimento já está instalado?”. Tal campo tem como objetivo evitar a
emissão automática do Termo de Referência Específico – TRE – quando não for possível realizar as pesquisas arqueológicas previstas na Instrução Normativa
(IN) IPHAN nº 001/2015.
5. Algumas contribuições foram no âmbito da usabilidade, como a solicitação de que o campo "Imagens do projeto de engenharia", no Passo 5, passasse
a permitir o upload de arquivos no formato PDF, uma vez que este é o formato comumente utilizado para o envio de plantas, croquis e projetos e a criação de
um botão de hint para esclarecer o entendimento do IPHAN sobre o que configura o impacto de um empreendimento em meio aquático. A criação do hint teve
como objetivo de esclarecer o usuário e prevenir o envio desnecessário de processos para análise manual, visto que quando há previsão de impacto em meio
aquático o empreendimento é direcionado para análise manual na sede do IPHAN, de modo a atender o disposto no caput do art. 4º da IN nº 001/2015, que
prevê a análise pelo CNA dos empreendimentos que necessitarem de pesquisa arqueológica subaquática.

Figura 7 - Hint da previsão de impacto em meio aquático.

Figura 8 - Aviso de envio para análise manual devido à previsão de impacto em meio aquático.

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6. Ademais, foi proposto o desenvolvimento de verificações entre as informações prestadas pelo empreendedor sobre a tipologia do empreendimento
e os dados georreferenciados presentes nos arquivos shapefile. A partir da implementação dessa funcionalidade o sistema verifica se a área do
empreendimento corresponde ao que foi informado pelo empreendedor e se ela está de acordo com a tipologia selecionada. Em caso negativo, é exibida uma
mensagem indicando a necessidade de correção.

Figura 9 - Aviso de conflito entre a informação prestada e o valor da área da ADA do empreendimento.

7. A localização da ADA do empreendimento também é comparada à localização dos sítios arqueológicos cadastrados no SICG e foram desenvolvidas
duas regras para esse tipo de comparação.
8. A primeira regra consiste no reenquadramento automático para Nível III de empreendimentos que contém sítio arqueológico dentro da ADA e cujo
enquadramento previsto no Anexo II da IN nº 001/2015 não prevê pesquisa arqueológica prévia, ou seja, os previstos como “Não se Aplica” – NA, Nível I e
Nível II.
9. A automação do reenquadramento teve como objetivo, além de evitar que o processo venha para análise manual, garantir a integridade do
patrimônio arqueológico existente na ADA, uma vez que o art. 3º da Lei nº 3.924/1961 proíbe o aproveitamento econômico dos sítios arqueológicos antes de
serem devidamente pesquisados.
10. A segunda regra consiste no estabelecimento da distância de segurança, cuja metodologia de definição já foi apresentada. Tal regra consiste no
envio para análise manual dos empreendimentos previstos como NA ou Nível I em que a ADA do empreendimento esteja nesta Distância de Segurança do sítio
arqueológico.

Figura 10 - Aviso de envio do processo para análise manual devido à proximidade de sítios arqueológicos

11. Nesse sentido, ponderou-se que a adoção do percentil de 99% como referência para a distância de segurança manteria a razoabilidade da proposta no
que se refere à distância para encaminhamento da FCA para análise manual, ao passo que garantiria, de forma inquestionável, a proteção do patrimônio
arqueológico. Ressalta-se, novamente, que o encaminhamento do processo para análise manual não implica necessariamente na alteração do nível.

Figura 11 - Percentil cumulativo para a distância de segurança.

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12. A adoção do percentil de 100% não foi proposta como referência, uma vez que, como pode ser observado no gráfico abaixo, seria inexpressiva a
quantidade de sítios arqueológicos cujo estabelecimento de uma diagonal de 600 metros não contemplaria quando comparada com o total de sítios
conhecidos, não justificando o decréscimo na razoabilidade da proposta.

Figura 12 - Relação entre a distância de segurança, em metros, e o intervalo percentual dos sítios arqueológicos cujas diagonais reprojetadas seriam contempladas.

13. No que se refere à área de amortecimento para os sítios arqueológicos com poligonal de delimitação, levando em consideração a circulação de
pessoas e maquinário no seu entorno, a proposta é de um raio de 300 metros, visando à garantia da integridade dos sítios cadastrados;
14. Tendo em vista o acima descrito, a proposta consiste no envio para análise manual dos empreendimentos para os quais não é prevista pesquisa
arqueológica (“Não se Aplica” e Nível I) e que a ADA diste menos de 600 (seiscentos) metros de um sítio cadastrado no SICG somente com um ponto ou 300
(trezentos) metros de um sítio cadastrado com polígono de delimitação.
15. Em resumo, o SAIP atualmente conta com 2 regras de enquadramento automático para o componente arqueológico e 2 regras de envio do processo
para análise manual em função do patrimônio arqueológico.
16. Por padrão, o enquadramento será automático e seguirá exatamente o disposto no Anexo II da Instrução Normativa IPHAN nº 001/2015. Também
será automático o reenquadramento para Nível III dos empreendimentos para os quais não se prevê pesquisa prévia, mas que possuem sítio arqueológico
cadastrado dentro de sua Área Diretamente Afetada. A análise será manual quando houver previsão de impacto em meio aquático e/ou quando a ADA dos
empreendimentos enquadrados em Nível I e NA no Anexo II da IN nº 001/2015 atingir a área de segurança estabelecida para os sítios arqueológicos
cadastrados.

6. DOS ENCAMINHAMENTOS PROPOSTOS


1. O estudo aqui apresentado objetiva contribuir para o aprimoramento do fundamento da previsibilidade no âmbito do macroprocesso de
licenciamento além de oferecer melhorias na prestação de serviços públicos relacionados ao licenciamento ambiental, no âmbito do patrimônio cultural, com
base no uso da tecnologia e normas técnicas. De maneira específica, traz os entendimentos do DEPAM e CNA sobre os requisitos negociais mais gerais para o
desenvolvimento do módulo informatizado do Sistema de Avaliação do Impacto ao Patrimônio Cultural – SAIP.
2. Os principais resultados demonstraram que a diversidade dos bens tombados, valorados e cadastrados determinou a construção de 05 (cinco) grandes
grupos, a saber:
a. Grupo 1: bens imóveis tombados do tipo edificações, obras de engenharia, conjuntos arquitetônicos, bens arqueológicos e paleontológicos do
tipo sítio e os bens paisagísticos do tipo jardim (Decreto – Lei nº 25/1937);
b. Grupo 2: bens imóveis do tipo conjuntos urbanos e bens paisagísticos do tipo paisagem (Decreto – Lei nº 25/1937);
c. Grupo 3: bens imóveis tombados do tipo conjunto urbano e paisagem com ZRP especifica (Decreto – Lei nº 25/1937);
d. Grupo 4: bens imóveis valorados (Lei nº 11.483/2007) e;
e. Grupo 5: bens arqueológicos cadastrados do tipo sítio (Lei nº 3.924/1961).
3. Considerando os resultados advindos das análises estatística, da validação espacial e das reuniões técnicas realizadas para debater os resultados foi
determinado que:
a. Quanto à abrangência do uso da ZRP para os bens culturais materiais acautelados:
• todos os bens imóveis tombados que tenham poligonal de entorno disponíveis no SICG não serão objeto de delimitação de ZRP;
• todos os bens imóveis tombados que não tenham poligonal de entorno disponíveis no SICG serão objeto de delimitação de ZRP;
• todos os bens imóveis do tipo edificação e pátios ferroviários valorados nos termos da Lei nº 11.483/2007 serão objeto de delimitação
de ZRP e;
• todos os sítios arqueológicos cadastrados nos termos da Lei nº 3.924/1961 serão objeto de definição de Distância de Segurança.
b. Quanto à determinação do tamanho da ZRP para os bens culturais materiais acautelados:
• Grupo 1: raio igual a 3 Km (percentil 100%);
• Grupo 2: raio igual a 8 km (percentil 100%);
• Grupo 3: composto por feição geográfica específica que contém agrupamentos de bens tombados isolados ou em conjunto e ou
valorados conforme lista abaixo:
• Bens situados nos limites das cidades de Recife e Olinda - PE (60 bens);
• Bens situados nos limites das cidades de Rio de Janeiro e Niterói - RJ (131 bens);
• Bens situados nos limites da cidade de Paraty - RJ (07 bens);
• Bens situados nos limites da cidade de Salvador - BA (102 bem);
• Bens situados nos limites da cidade de Porto Seguro - BA (01 bem);
• Bens situados nos limites da cidade de São Paulo - SP (18 bens);
• Bens situados nos limites da cidade de Cabedelo - PB, especificamente a Fortificação Santa Catarina e as ruínas do Forte
Velho (02 bens);
• Bens situados nos limites das cidades de Jaraguá do Sul, Rio dos Cedros, Pomerode, Benedito Novo, Timbó, Indaial e Blumenau -
SC (43 bens);

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• Bens situados nos limites da cidade de Florianópolis e de Governador Celso Ramos, no estado de Santa Catarina,
especificamente as Fortificações de Anhatomirim e Ratones (03 bens) e;
• Bens situados nos limites da cidade de Quixadá - CE (06 bens).
• Grupo 4: raio igual a 0,5 km (percentil 100%);
• Grupo 5: Definição da distância de segurança de 600 metros dos sítios arqueológicos cadastrados como ponto e de 300 metros dos sítios
cadastrados como polígono (percentil 99%). A distância deve ser medida a partir da poligonal da ADA do empreendimento e não do sítio arqueológico, de
modo semelhante à User Story (US) 119 do projeto SAIP no Redmine.
4. Para dar conta das inconsistências descritas nas Seções 5.1 e 5.2 foi determinado que:
a. Os ajustes relativos à natureza/tipo do bem, quanto à situação do bem perante Portaria nº 11/1986 e geolocalização dos bens tombados
serão realizados pela CGID em prazo a ser pactuado com a CNL;
b. Os ajustes referentes às ZRPs, uma vez entregue a base revisada pela CGID, serão realizados pela CGN.
5. Por fim, entende-se que a etapa relacionada ao desenvolvimento do módulo 1 do Sistema de Avaliação do Impacto Cultural – SAIP está atendida,
restando ao DEPAM e CNA pactuar junto à CNL uma nova agenda para as próximas etapas do SAIP com clara e objetiva indicação de quais são as demandas,
em termos de requisitos negociais, a serem atendidas por este Departamento.

7. REFERENCIAS E BASES DE DADOS CONSULTADAS


7.1 Referências citadas e consultadas
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Princípio da Precaução. Brasília, s/d. Disponível em: https://www.mma.gov.br/clima/protecao-da-camada-de-
ozonio/item/7512.
______________. Plano de Manejo, Floresta Nacional de Passa Quatro – Minas Gerais, Zonas de amortecimento (volume V). Brasília, 2009.
––––––––––––––. Resolução CONAMA nº 428, de 17 de dezembro de 2010. Brasília, 2010.
BRASIL. INSTITUTO DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL. Instrução Normativa nº 001 de 25 de março de 2015. Brasília, 2015.
____________. Portaria nº 375 de 19 de setembro de 2018. Brasília, 2018.
____________. Decreto - Lei nº 25 de 30 de novembro de 1937. Brasília, 2020.
____________. Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961. Brasília, 2020.
GANNEN, Roseli Sena. Zonas de amortecimento de unidade de conservação. Estudos da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. Brasília, 2015.
NETO, Trajano Garcia. Critérios para definição de perímetro e atividades para a zona de amortecimento da FLONA de Irati, PR. Dissertação de mestrado
submetida à Universidade Estadual do Centro- Oeste. Irati, Paraná, 2010.
NAÇOES UNIDAS. Action for a common future: report of the Economic Commission for Europe on the Bergen Conference. Nova York, 1990. Disponível em:
https://unfccc.int/resource/ccsites/senegal/fact/fs220.htm
_________________. Carta do Rio: Declaração da Conferência da ONU para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro, 1992.
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Carta%20do%20Rio%201992.pdf.
SELECT STATISTICAL SERVICES. Population Proportion – Sample Size. Disponível em: https://select-statistics.co.uk/calculators/sample-size-calculator-
population-proportion/. Acesso em: 11 nov. 2020.

7.2 Bases de dados utilizadas


BRASIL. INSTITUTO DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL. Base de dados dos bens tombados georreferenciados cadastrados no SICG.
Disponível no sitio eletrônico: https://sicg.iphan.gov.br/sicg/pesquisaAvancadaBem. Consultas realizadas no período compreendido pelos meses de agosto a
novembro de 2020.
____________. Base de dados dos sítios arqueológicos cadastrados no SICG. Disponível no sitio eletrônico:
http://portal.iphan.gov.br/geoserver/web/wicket/bookmarkable/org.geoserver.web.demo.MapPreviewPage;jsessionid=FD1072EAF3FD40C3AF02F5AF4C11ECAD?
0&filter=false. Consultas realizadas no período compreendido pelos meses de janeiro a novembro de 2020.
____________. Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos - CNSA. Disponível no sitio eletrônico: http://portal.iphan.gov.br/sgpa/?consulta=cnsa. Consultas
realizadas no período compreendido pelos meses de janeiro a novembro de 2020.
____________. Lista de bens tombados elaborada pela Coordenação-Geral de Identificação e Reconhecimento – CGID. Documento de consulta interna.
Consultas realizadas no período compreendido pelos meses de setembro a novembro de 2020.
____________. Base de dados georreferenciados dos bens tombados objeto de portaria de Normas de Preservação ou em estudo elaborado pela
Coordenação-Geral de Normatização e Gestão do Território – CGN (Catálogo de Mapas). Documento de consulta interna. Consultas realizadas no período
compreendido pelos meses de setembro a novembro de 2020.

7.3 Bases de dados geradas


BRASIL. INSTITUTO DO PATRIMONIO HISTORICO E ARTISTICO NACIONAL. Base de dados para as ZRPs (Zonas de Requisição de Parecer). Disponível em:
https://bit.ly/38FNyAo. Bases geradas no período compreendido pelos meses de agosto a novembro de 2020.

Documento assinado eletronicamente por George Alex da Guia, Analista de Infraestrutura, em 22/12/2020, às 17:26, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Philipe Rodrigo Corgozinho, Analista I, em 22/12/2020, às 17:29, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Mônica de Medeiros Mongelli, Arquiteta, em 23/12/2020, às 15:54, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

https://sei.iphan.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_documento_consulta_externa.php?9LibXMqGnN7gSpLFOOgUQFziRouBJ5VnVL5b7-… 16/17
27/03/2024, 10:37 SEI/IPHAN - 2349271 - Nota Técnica

Documento assinado eletronicamente por Danieli Helenco, Diretora Substituta do Centro Nacional de Arqueologia, em 29/12/2020, às 09:21, conforme
horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Eric Lemos Pereira Faustino, Coordenador de Pesquisa e Licenciamento, em 04/01/2021, às 15:22, conforme
horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Francini Medeiros da Silva, Arqueóloga, em 04/01/2021, às 15:26, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Érica Cristina Castilho Diogo, Coordenadora-Geral, em 27/01/2021, às 15:09, conforme horário oficial de Brasília,
com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Carolina Di Lello Jordão Silva, Coordenadora-Geral, em 25/02/2021, às 15:27, conforme horário oficial de Brasília,
com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Mario Antonio Ferrari Felisberto, Arquiteto, em 25/02/2021, às 15:28, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

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