Acumulação Dependente e Subdesenvolvimento” de André Gunder Frank é uma obra seminal
que desafia as perspectivas tradicionais sobre o desenvolvimento global. Publicado em 1970, o
livro apresenta uma análise crítica das dinâmicas econômicas e políticas entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, sob a lente da teoria da dependência. Frank contesta a visão predominante de que o subdesenvolvimento é uma etapa natural em direção ao progresso econômico. Ele argumenta que essa abordagem ignora as relações desiguais de poder que moldaram as interações entre nações. O autor enfatiza que o subdesenvolvimento não é acidental, mas sim uma consequência das estruturas internacionais que favorecem as nações ricas em detrimento das pobres. Uma das principais teses de Frank é que o subdesenvolvimento não se limita à falta de progresso econômico. Ele destaca como as nações desenvolvidas historicamente exploraram as nações subdesenvolvidas, controlando recursos naturais e estabelecendo relações comerciais assimétricas. Frank introduz o conceito de “acumulação de dependência”, argumentando que as nações ricas extraem riquezas das nações pobres, mantendo um ciclo vicioso de exploração. O autor critica as abordagens convencionais de desenvolvimento que promovem a imitação cega das estratégias dos países desenvolvidos. Ele argumenta que essa imitação não apenas reforça a dependência, mas também falha em considerar as complexas estruturas políticas e culturais que sustentam as desigualdades globais.