Você está na página 1de 106

Índice

AVISOS DE CONTEÚ DO
1. CAPÍTULO 1
2. CAPÍTULO 2
3. CAPÍTULO 3
4. CAPÍTULO 4
5. CAPÍTULO 5
6. CAPÍTULO 6
7. CAPÍTULO 7
8. CAPÍTULO 8
9. CAPÍTULO 9
10. CAPÍTULO 10
11. CAPÍTULO 11
12. CAPÍTULO 12
13. CAPÍTULO 13
14. CAPÍTULO 14
15. EPÍLOGO
Copyright © 2024 por Holly Hawthorne
Todos os direitos reservados.
@hollyhawthornebooks
CONTEÚDO
AVISOS DE CONTEÚ DO
1. CAPÍTULO 1
2. CAPÍTULO 2
3. CAPÍTULO 3
4. CAPÍTULO 4
5. CAPÍTULO 5
6. CAPÍTULO 6
7. CAPÍTULO 7
8. CAPÍTULO 8
9. CAPÍTULO 9
10. CAPÍTULO 10
11. CAPÍTULO 11
12. CAPÍTULO 12
13. CAPÍTULO 13
14. CAPÍTULO 14
15. EPÍLOGO
Este é um romance sombrio e, como tal, vem com certos gatilhos. Estes incluem, mas nã o
podem estar limitados a, sangue, cativeiro, consentimento duvidoso, voyeurismo nã o
consensual, degustaçã o de sangue nã o consensual, sexo oral menstrual, escravidã o,
referências a abuso infantil e assassinato.
Boa e segura leitura a todos!
CAPÍTULO 1
EUESTOU QUASE DORMINDO na minha plataforma quando ouço os sussurros.
Lady Veilthorn estará aqui hoje, você ouviu? a primeira voz diz.
Ah, merda! A senhora nunca abandona o seu património, facto bem conhecido, retruca o
segundo.
Sigo o caminho de suas sombras granuladas até que elas estejam fora do alcance da voz e,
entã o, plantando os pés com mais firmeza, pisco os olhos até ficar mais ou menos alerta
novamente. Provavelmente a ú nica vantagem desses horríveis capuzes de juta é que
ninguém sabe se meus olhos estã o fechados para essa farsa.
Infelizmente, o saco na minha cabeça arranha muito e, a essa altura do dia, meus pés doem
como fogo. Três horas - ou sã o quatro? - que eu estive aqui, esperando que meu destino
fosse selado por aqueles cujas ú nicas preocupaçõ es sã o um grande e gordo cheque no final
do fim de semana de mercado. Bem, agora é domingo e ainda estou aqui. Se Deus quiser,
que continue assim.
Um aperto desconfortá vel no estô mago expõ e essa pequena mentira. Nã o é como se eu
desejasse ser um escravo de sangue da elite vampírica do nosso condado e provavelmente
acabaria drenado e descartado dentro de um mês - quem deseja? - mas a alternativa, minha
vida até agora - um quarto frio e escuro, sem sabor, saú de - preservando alimentos, homens
mal-humorados que cutucam e cutucam você diariamente, garantindo que você ainda
esteja maduro para a colheita - isso está me esgotando muito mais rá pido do que um
vampiro jamais poderia.
Ainda assim, você teria que estar realmente louco para querer ser escolhido. Clara estava
furiosa. Nã o há como esquecê-la no mercado do mês passado, gritando e gritando enquanto
o fornecedor de seu vampiro a conduzia cegamente para fora do armazém. Ela nem sabia
quem a havia comprado, isso nã o parecia importar. Ela estava feliz por ter sido escolhida e
desejada pela primeira vez em sua vida. Algo que eu corajosamente finjo nã o querer para
mim também.
Soltando um suspiro, deixando o ar dentro do meu capuz quente e ú mido, eu arrasto meus
pés na caixa inflexível em que estou. Nã o há muito espaço para movimento quando você
está preso a uma bolsa, meu sangue bombeando alegremente, pronto para qualquer
vampiro rico bastardo que queira me provar em seguida.
Através do material transparente do meu capuz, vejo uma sombra escura parar na minha
frente. Sua altura e a aura geral – turva, turva – me diz que eles sã o humanos. Um
fornecedor, entã o. Eles pegam um pequeno frasco e colocam nele uma sacola com meu
sangue.
Esta nã o é minha primeira nem quinquagésima amostra hoje. Observo com desinteresse
enquanto eles engolem meu sangue, suas insignificantes papilas gustativas humanas
procurando por tudo o que um vampiro procura. Meu sangue é considerado “doce, picante,
com um toque de sal”. A julgar pela forma como este amostrador imediatamente joga o
frasco, eles nã o encontraram muito doce nele.
Desgraçado.
Digo a mim mesmo novamente que ser escolhido nã o é uma coisa boa.
Olhando para o armazém mal iluminado, tento identificar quem sobrou. Eu sei que Winnie
foi comprada mais cedo, seus gritos ainda ecoando pelo espaço cavernoso, e a plataforma
de Prudence está vazia, entã o ela está saindo com um vampiro ou fazendo uma pausa para
ir ao banheiro.
Estou prestes a pedir um desses também quando um silêncio repentino e mortal se instala
na sala formalmente movimentada.
É desconcertante nã o ser capaz de ver a causa disso. No silêncio, minha respiraçã o de
repente fica alta em meu capuz e minha pele arrepia, como acontece quando avisto um lobo
em uma de minhas caminhadas pela floresta. Exceto que nã o há lobos aqui, apenas
predadores muito piores.
Lentamente, o ruído aumenta novamente, mas certamente nã o no mesmo volume de antes.
Há agora um ar peculiar de respeito, de reverência, e me pergunto se Lady Veilthorn nã o se
dignou a aparecer, afinal.
Espero a todos os deuses acima que ela nã o tenha .
Embora tã o esquiva quanto as pérolas de Roseshire que me deram o nome, sua reputaçã o
certamente a precede – sua reputaçã o como uma sugadora de sangue impiedosa, cruel e
horrivelmente feia. Quase no mesmo nível da assassina mais notó ria do nosso condado, a
Rosa Negra.
Seus fornecedores compraram Viola, minha querida amiga, no ano passado, e Odessa no
ano anterior. Nem para ser ouvido novamente. Ambos foram drenados em um ano, dizem
os sussurros.
De repente, meu pavor anterior retorna.
Nã o, eu nã o quero ser escolhido.
Os ponteiros do enorme reló gio de parede de ferro funcionam, o armazém é uma névoa
escura de vampiros e suas fontes. Plataformas vazias, negó cios concluídos e continuo de pé
até que minhas pernas formem e ameacem ceder totalmente.
No início da noite, estou desmaiado por falta de comida e hidrataçã o.
Passei o dia contando o toque dos sinos da igreja. Sã o quatro horas agora. Só mais uma
hora deste inferno antes que eu possa retornar ao meu outro. Pelo menos lá posso me
deitar.
Os vendedores estã o começando a empacotar suas mercadorias — suas garotas de sangue
— quando minha visã o é bloqueada por uma forma alta e imó vel. Outra figura menor paira
ao lado deles.
— Uma amostra, minha senhora? o fonte pergunta.
Na minha periferia, a vampira levanta a mã o desistindo.
Desde entã o, o silêncio caiu sobre mim e me pergunto se as meninas nã o foram levadas de
volta para a fazenda - a apelido que demos ao lugar horrível que a maioria de nó s chamou
de lar durante toda a vida.
Anseio por virar a cabeça e verificar, mas algo me deixa paralisado.
Essa coisa, de repente tenho certeza, é Lady Veilthorn.
Mesmo estando a trinta centímetros do chã o, ela se eleva acima de mim. Através do meu
capuz vejo que ela também está com um véu, uma coisa fina e transparente que uma garota
usaria como noiva, só que preta.
Ela está se escondendo do sol, assim como todos os vampiros aqui hoje.
Minha visã o prejudicada flutua quando ela pisa de igual para igual na minha plataforma.
Espero que um guardiã o faça seu trabalho e afaste-a, mas ninguém aparece. Ela me olha de
cima a baixo, balançando a cabeça minuciosamente, e me pergunto o que ela está
procurando. Nã o devemos ser convencidos pela estética, daí os capuzes e os horríveis sacos
de aniagem que usamos como combinaçã o. Nosso sangue é o que importa.
Mas nã o para Lady Veilthorn, claro.
Apó s sua leitura, dedos quentes envolvem meu pulso enquanto ela o levanta para segurá -lo
entre nó s. A ponta de seu polegar enluvado pressiona firmemente meu ponto de pulsaçã o
até que eu sinto que ele acompanha a batida do meu coraçã o. É rá pido, rá pido demais, e
meu rosto fica vermelho.
Ficamos assim por um tempo, a poucos centímetros de distâ ncia, tempo suficiente para que
meu batimento cardíaco eventualmente diminua. Quando isso acontece, Lady Veilthorn me
libera lentamente com um tapinha suave nas costas da minha mã o. .
Que gentileza peculiar.
Eu penso nisso momentaneamente até que ela dá um passo abrupto para trá s. O corte me
faz balançar e, no meu estado de tontura, o calcanhar do meu pé escorrega da plataforma.
Tento agarrar alguma coisa, mas a ú nica coisa ao redor que nã o é o vampiro e sua fonte é
minha bolsa de sangue. A vara tomba com meu aperto desajeitado e sinto, em vez de ver, o
calor do meu sangue enquanto a bolsa se rasga.
Se antes eu achava o armazém silencioso, agora está tã o silencioso quanto uma cova vazia.
Um tú mulo cujo fundo certamente verei quando terminar aqui.
Tonta demais para chorar, volto para minha plataforma, tremendo em meu vestido frá gil.
De olhos bem fechados, rezo fervorosamente para que os tratadores levem os dois de volta
à fazenda, para que a morte seja rá pida.
Nenhuma dessas coisas parece estar acontecendo com rapidez suficiente. Os dois
permanecem diante de mim – o fonte sacudindo meu sangue, o vampiro imó vel como uma
está tua.
Lady Veilthorn levanta a mã o. Estremeço antes de perceber que nã o foi feito para mim. Ela
pega o tecido do véu, encharcado com meu sangue, e o enfia na boca. Eu a ouço sugar o
líquido e soltá -lo novamente com um pequeno suspiro de satisfaçã o.
Prendo a respiraçã o.
O vampiro se volta para sua fonte.
“Ela”, ela diz, e vai embora.
Entã o, num pequeno ato de misericó rdia, a escuridã o finalmente me reivindica.
CAPÍTULO 2
EUESTOU EM UMA CARRUAGEM e o capuz desapareceu da minha cabeça.
O mundo além das janelas embaçadas é escuro e com minha nova amante vampira ainda
coberta de preto da cabeça aos pés, estou tã o cego quanto estava no mercado.
Quando acordei do meu desmaio, meus guardiõ es me deram frutas suficientes para
revitalizar minha energia antes de me sequestrarem nesta pequena carruagem com
paredes de veludo. Ele bate com força em uma estrada na floresta, fazendo com que o
pouco que tenho no estô mago revire. A lanterna oscilante no alto brilha no couro brilhante
da minha corda, cuja ponta está presa nas mã os envoltas em renda de Lady Veilthorn .
Sua fonte está sentada estoicamente ao seu lado, seu rosto jovem e magro voltado
firmemente para seu pró prio reflexo na janela. Sua camisa branca está vermelha com meu
sangue.
Fecho os olhos para tudo isso, ainda nã o me sentindo bem. Bom. Quanto mais tempo para
evitar minha nova realidade, melhor.
Dela. A palavra oscila continuamente em minha cabeça, o tenor baixo e ligeiramente rouco
de sua voz marcando minha memó ria como um hot rod. Ela parecia faminta e saciada ao
mesmo tempo. Com fome de mim. Estremeço no pequeno espaço da carruagem. Que vil.
Dela. Penso em Viola e Odessa, cadá veres enterrados agora, ambos secos antes mesmo de
atingirem o solo.
Dela. A carruagem para e eu abro os olhos. Lady Veilthorn permanece imó vel até que um
servo abre a porta. Ela sai, ainda segurando minha corda, entã o nã o tenho escolha a nã o ser
partir com ela.
Eu balanço na calçada de cascalho. Lady Veilthorn caminha até que sinto um puxã o na
coleira em volta do meu pescoço. Ela faz uma pausa até que eu a alcance.
Sua mansã o surge à nossa frente, inundada pelo brilho amanteigado de lanternas e postes
de luz. É uma casa ameaçadora, com torres irregulares, gá rgulas abertas e hera
estrangulando as paredes de pedra escura.
Saímos do cascalho e subimos largos degraus de pedra. À frente, as portas duplas, repletas
de aldravas diabó licas de boca aberta, rangem ao serem abertas por mã os invisíveis .
Lady Veilthorn dá um puxã o em minha coleira. Entro no hall de entrada. Nó s chegamos.

Sem dizer uma palavra, ela larga minha corda e desliza para as profundezas da casa.
Insultosamente desolado, eu cuido dela até que o fornecedor pegue a guia e puxe-a na
direçã o oposta.
“Por aqui”, ele diz.
A indignaçã o queima dentro de mim agora. Lady Veilthorn pode ser um inimigo formidá vel,
mas este homem é apenas humano e nã o muito mais velho que eu. Talvez vinte e cinco
anos, com cabelo penteado para trá s e ó culos para fazê-lo parecer mais velho. Ele nã o me
engana, e nã o tenho dú vidas de que também engana a sua senhora.
Ele me leva por um lance de escadas – o tipo ú mido de pedra, mais usado por criados do
que por mulheres – e até um banheiro. Ali, uma banheira fumega e conto pelo menos
quatro mulheres olhando para nó s com expectativa. A corda em volta do meu pescoço fica
frouxa. Procuro o fonte, mas ele se foi.
Uma mulher gordinha se aproxima, com um sorriso ausente e ocupado no rosto enquanto
desabotoa meu colarinho e começa a puxar minha combinaçã o. Deixei meus braços ficarem
flá cidos. Ser cutucado, despido e olhado é uma segunda natureza para mim.
Nua, sou encorajada a entrar na banheira, que está tã o quente que só consigo me agarrar à
lateral dela até me ajustar. Nã o faz nada para ajudar com minha fraqueza .
Eles esfregam minhas axilas, fazem espuma em minhas costas, lavam meu cabelo, e o tempo
todo minha mente está repleta de todas as coisas covardes que, sem dú vida, minha nova
amante tem reservadas para mim.
Senhora Veilthorn. A demô nio perversa da floresta, bebedora de meninas, devoradora de
almas.
Anseio pressionar essas mulheres sobre ela, mas ainda nã o tenho ideia de onde reside sua
lealdade.
Depois que estou seca, eles forçam meus membros a vestir um vestido sem adornos, mas
bonito, que aperta minha cintura, mas flui por outro lado. Apesar do corte liso, me sinto
uma rainha, uma garota de verdade. É um sentimento estranho.
Eles tiveram muito cuidado para nã o usar nenhum perfume em mim. Até o sabonete nã o
tinha cheiro e eles nã o aplicaram nenhum ó leo em mim nem borrifaram fragrâ ncia em meu
cabelo. Sinto o cheiro do ar noturno, fresco e revigorante. Sem dú vida para benefício de
Lady Veilthorn. Aromas podem insultar um nariz delicado de vampiro e estragar o sabor do
meu sangue – fatos que foram martelados em mim desde que eu tinha idade suficiente para
entender meu destino na vida.
Todas as quatro damas recuam e inspecionam seu trabalho. A porta se abre e o fonte
retorna. Ele nã o amarra minha corda, mas eu sei o que está por vir. Chegou a hora da minha
apresentaçã o.
Sou levado para uma sala grande e sombreada, com uma imponente rosá cea cortada no
alto da parede. Há uma lua cheia espetacular do outro lado, cuja luz vaza através dos vitrais
e se espalha como sangue pelo chã o. Arandelas de velas fracas me mostram o quã o vasta é a
sala é. Sou instruído a ficar no meio disso e depois fico sozinho.
Na sala escura e iluminada pelo sangue, nã o tenho certeza de quanto tempo ficarei aqui.
Sinto que estou de volta ao mercado, só que desta vez para uma visualizaçã o privada. E nã o
há bolsa de sangue. Lady Veilthorn terá que coletar amostras diretamente da fonte.
A porta se abre com um sussurro, entã o ouço o lento clique de saltos no chã o de ladrilhos.
Deuses acima, eu gostaria de ter a visã o de um vampiro. Meu coraçã o bate tã o rá pido
quanto o de um beija-flor e meus olhos doem de tanto esforço. Minha vampira lança uma
sombra ameaçadora. Ela é tã o alta quanto os gigantes de antigamente, com uma cintura que
os pró prios deuses invejariam. Seu vestido ornamental formal se foi. Esta mulher usa uma
faixa de tecido preto tã o justa que sua silhueta parece nua.
Ela entra na luz da rosá cea e, enquanto antes meu coraçã o batia rá pido o suficiente para me
deixar tonto, agora ele simplesmente para.
Pois as lendas estã o erradas. Deuses acima, como eles estã o errados.
Onde deveria estar sua figura deformada e curvada, há apenas equilíbrio e elegâ ncia, e em
vez de verrugas e vasinhos, há uma pele lisa e imaculada de alabastro. Seus lá bios estã o tã o
vermelhos quanto o sangue que a sustenta e tenho certeza de que suas maçã s do rosto têm
a capacidade de cortar. Seu pescoço é adornado por um pesado colar preto, a ponta
deslizando entre o decote. Mantenho meu olhar naquele colar, nervoso demais para olhar
nos olhos cor de rosa que espiei antes. .
Lady Veilthorn estende a mã o, me reorganizando em uma pose que lhe agrada, depois se
afasta um passo, e depois outro, até que ela se funde de volta nas sombras com apenas os
olhos brilhando.
“Isso pode ser um choque para você, querido”, ela murmura no escuro.
Antes que eu possa deduzir o que ela quis dizer, ela puxa uma alavanca fixada na parede e,
de repente, a luz forte e cortante da lua se derrama sobre mim como á cido. Eu sibilo,
levantando os braços para cobrir os olhos como um vampiro pego pela luz do sol.
Ouço a aproximaçã o de Lady Veilthorn, mas nã o consigo vê-la por causa da luz em meus
olhos. Nunca conheci tanta luz antes. Somos mantidos como vitela na fazenda, para manter
a pele pá lida, algo que os vampiros do nosso condado preferem. Esta luz é um castigo.
Parece que passou uma vida inteira antes que eu possa pensar em abrir os olhos
novamente.
— É isso — diz Lady Veilthorn, afastando os cachos ainda ú midos da minha testa. — Nã o
tenha pressa, querido. Pronto pronto.'
Pisco como um recém-nascido até que a beleza de Lady Veilthorn volta ao foco.
'Deixe-me ver você', ela respira, as palmas das mã os sussurrando em meus braços nus. Ela
parece faminta, um predador avaliando uma refeiçã o. Sua boca se abre, os incisivos
piscando maliciosamente por dentro. Ela vai me drenar completamente esta noite? Ou
minha morte será espaçada por algumas semanas para melhor fazer valer o dinheiro dela ?
Um zumbido baixo vem do fundo de sua garganta quando ela dá um passo à frente, em
direçã o ao círculo de luar. 'Bem, você nã o é delicioso.' Ela inclina minha cabeça com mã os
surpreendentemente quentes, revelando a brancura de lírio do meu pescoço. 'Pele branca
como a lua' - ela toca as pontas ú midas do meu cabelo - 'cabelos tã o castanhos quanto terra
rica e ú mida' - seu polegar toca minha boca - 'lá bios vermelhos como sangue.'
Uma respiraçã o trêmula escapa de seus lá bios e de repente estou lutando para manter
minha respiraçã o nivelada. Fico imó vel como uma está tua enquanto ela pressiona a ponta
afiada de um dedo em meu lá bio inferior, partindo-o ao meio. Quando eu suspiro, ela
imediatamente me manda calar como uma mã e faria com um filho.
Ela levanta a ponta do dedo, onde reside uma ú nica joia do meu sangue. Olhos rosa olhando
profundamente nos meus, ela fecha os lá bios carnudos em torno dele.
“Pérolas vermelhas preciosas”, diz ela, erguendo o dedo ú mido. 'Seu xará , correto?'
Concordo com a cabeça, sentindo um fio de sangue escorrer pelo meu queixo.
“Lindo”, ela reflete, enxugando o sangue com o polegar. Entã o ela faz algo que me insulta
totalmente: ela mesma limpa o polegar, livrando-o do meu sangue. 'No entanto, bonito ou
nã o, seu sangue tem gosto de fundo lamacento de um lago.' Ela lança olhos acusadores
sobre mim. 'Suponho que você tenha sobrevivido com vegetais e pouco mais durante toda a
sua vida. existência lamentá vel?
Concordo com a cabeça novamente, esperando que o insulto nã o apareça no meu rosto.
Deve servir porque Lady Veilthorn sorri de repente. — Tem potencial, Pearl, caso contrá rio
eu nã o teria pago uma quantia tã o boa por você. Nã o tema, algumas semanas alimentados
com comida de verdade e você terá o sabor do melhor vinho de Roseshire.
Ela engole entã o, aquela fome de volta em seus olhos. — Esperemos que eu tenha paciência
para esperar até lá , linda Pearl.
CAPÍTULO 3

A DEPOIS DA MINHA APRESENTAÇÃ O, finalmente posso fazer minha primeira


refeiçã o do dia. A sala de jantar está tã o mal iluminada quanto o resto da casa, e sou
grato por isso. Um criado de rosto severo me mostra meu lugar na ponta de uma
longa mesa de mogno, com instruçõ es severas para nã o começar a comer sem a presença
da vampira. Nada a temer, já que mal reconheço a propagaçã o de carnes diante de mim,
algumas cozidas e outras com aparência suspeita, nã o. Lancei meus olhos sobre a festa.
Além de alguns acompanhamentos, nã o há nenhum prato de vegetais à vista. Engulo com
fome e repulsa. Nã o consigo nem me convencer de que é tudo por Lady Veilthorn. Se tem
alguma coisa que ela vai comer nesta mesa, sou eu .
Ela desliza como uma sombra da noite, sentando-se na cadeira à minha frente. A distâ ncia é
tã o grande que mal consigo distinguir suas feiçõ es. Eu vejo aqueles olhos, e vejo que eles
estã o olhando para mim.
Ela está sentada com o queixo apoiado nas mã os entrelaçadas, olhando para mim do outro
lado da mesa. Eu olho de volta, sem saber como me comportar. Aprendemos etiqueta na
fazenda, mas o que exatamente se espera de nó s permanece um mistério até sermos
comprados.
Apó s um momento de silêncio, Lady Veilthorn aponta para a comida. — Coma, certo?
Olho para minha casa. Há um grande prato de metal diante de mim, quase como uma
bandeja, e a ú nica faca à minha direita é de carne. Olho para a comida diante de mim,
totalmente perdida.
A atitude de Lady Veilthorn me faz estremecer. 'Bas!' ela chama, e entã o o mordomo severo
está ao meu lado. — Ajude essa coisa infeliz, certo. Parece que a comida pode reanimar e
morder.
Nã o estou totalmente convencido de que nã o. Bas pega uma faca grande da vitrine e
começa a cortar um pedaço de cada animal, colocando-o delicadamente em meu prato
grande. Entã o ele enfia a faca em um pedaço de bife ainda pingando sangue e o bate
também.
— Nã o tivemos a noite toda, Pearl. Embora ainda leve, sua voz agora possui um tom
distinto.
Respirando fundo, pego meus talheres e como. O primeiro toque de carne na minha língua
quase me faz vomitar. O segundo nã o é muito melhor. Tento nã o fazer careta enquanto
mastigo. Deuses acima, como as pessoas podem comer essas coisas? Tem um gosto tã o...
tã o... animal.
Mesmo assim, comi coisas tã o ruins quanto piores. Como frutas de peixe fermentadas e
olhos de gá rgula, os alimentos preferidos se nos comportarmos mal na fazenda. Isso está
longe de ser a pior coisa que minha amante vampira pode me fazer fazer.
A autopreservaçã o entra em açã o em cerca de cinco bocados e de repente estou comendo
para me saciar, sem me importar com o sabor.
Do outro lado da mesa, Lady Veilthorn suspira, um som satisfeito e vigoroso. “Boa menina”,
ela murmura.
Tenho certeza de que pareço uma fera com sangue na boca e uma faca na mã o, mas
suponho que os vampiros gostam desse tipo de coisa. Nã o levanto a cabeça até nã o
conseguir mais comer, entã o deixo cair os talheres no prato com um estrondo e fico ali
sentado tentando nã o arrotar.
— Suponho que você saiba quem eu sou? ela questiona depois de um tempo.
'Senhora Veilthorn.'
Ela cantarola. — E o que você sabe sobre ela?
Meus olhos caem para a mesa. 'Nada.'
'Mentiroso.' Há um sorriso em sua voz.
Sem ver seu movimento, Lady Veilthorn de repente está ao meu lado. Ela pega minhas
mã os para me ajudar. 'Cuidado, agora. Segure-se firme em mim.
Eu franzo a testa para ela, perplexa. Nã o sei o que ela está dizendo, sinto-me florescendo
muito bem - isto é, até me levantar e sentir uma sensaçã o intensa e intensa. uma onda
eletrizante de tontura me domina. 'Wha…?'
“Seu pobre corpo imaculado nã o está acostumado com tanta riqueza”, explica ela, com
bastante desgosto na voz. 'Há vida naquela carne, energia. Receio que cenouras flá cidas e
inchadas nã o sirvam mais para você.
Ela me leva de volta pela casa, mas mal consigo ver, com a visã o embaçada. Sinto-me alto,
elétrico, como se pudesse pular na torre mais alta da mansã o de Lady Veilthorn e dançar
com a lua e os morcegos.
'Eu sinto-'
— Sim — ronrona Lady Veilthorn. — Aposto que sim.
Ela me solta em um dos corredores, encostando-se na parede e cruzando os braços. Em seu
rosto há um sorriso pecaminoso e com ele virado para mim, meu sangue começa a
esquentar. Provavelmente é apenas a carne, todo esse calor florescente, mas ainda nã o
consigo desviar o olhar de onde minha amante vampira descansa. Ela está encostada na
pintura de uma caçada e, pela primeira vez na minha vida, me sinto mais como os cã es do
que como as lebres.
Dou um passo mais perto, uma fome latejante e gritante em meus ossos. Lady Veilthorn
inclina a cabeça, num gesto tímido, enquanto tenta pensar no meu pró ximo movimento. Eu
também nã o sei. Tudo o que sei é que há um despertar dentro de mim, algo que ficou
adormecido durante toda a minha vida, e esta mulher diante de mim pode me dar mais
disso.
Quando estou perto o suficiente para sentir o calor anormal de seu corpo, a vibraçã o se
intensifica, mas desta vez está chegando. do meu intestino. Eu engulo, minha boca se
enchendo de saliva. Lady Veilthorn sente a mudança em mim, seu rosto caindo junto com
os braços.
'Aqui... rá pido.' Ela me empurra para uma sala onde caio de joelhos, vomitando no
banheiro. A bagunça é vermelha, sangrenta, coagulada, e vê-la só me faz vomitar mais. Lady
Veilthorn se ajoelha ao meu lado, tirando os cabelos do meu rosto com as mã os.
— Nã o — suspiro, recuando. — Nã o... nem mesmo olhe para mim. Parar.'
Eu a empurro fracamente, mas ela apenas aperta o punho no meu cabelo. — Nã o me diga o
que fazer em minha casa, Pearl. Sua mã o se afrouxa para acariciar meus cachos umedecidos
de suor. — Agora... você acha que terminou, querido?
— Por enquanto — sussurro, abraçando-me enquanto começo a tremer.
'Bom. Agora levante-se para mim. Ai está . Levará algum tempo para se adaptar à sua nova
dieta, mas logo você se sentirá muito fortalecido.
Eu aceno, totalmente nã o convencido.
– Acho que é hora de dormir cedo para você. Ela alisa meu cabelo, ajeita meu vestido.
'Limpe-se. Verei você em breve.
Quando saio para o corredor, Lady Veilthorn já nã o existe, tendo em seu lugar uma jovem
vestida de criada.
'Por aqui, senhorita', ela diz antes de girar suavemente sobre os calcanhares .
Perder? Nã o escravo ou dispensador. Quase como se eu fosse um convidado dentro destas
paredes sagradas.
Nã o espero que ela me leve para os aposentos dos criados — afinal, serei a fonte de
alimento de Lady Veilthorn —, mas também nã o espero o quarto luxuoso que ela me
mostra.
É feito de veludo em todos os tons de vermelho, do carmesim ao salmã o, e tudo é luxuoso,
macio e totalmente hedonista. Uma grande cama de dossel, com as cortinas fechadas,
domina o espaço, com uma á rea de estar junto à lareira e uma grande secretá ria por baixo
da janela. O que mais me surpreende, porém, é a forma como os itens pessoais estã o
espalhados pelo espaço: folhas de papel sobre a escrivaninha, um livro aberto sobre a mesa
diante da lareira, um vestido amarrotado no chã o.
Olho para o criado que confirma minhas suspeitas. “Os quartos de Lady Veilthorn”, ela diz.
— O seu também, agora.
'Desculpe.' Eu balanço minha cabeça. 'Vou dormir aqui?'
A garota assente. 'Sim. Há uma camisola no travesseiro para você e aquela cô moda está
cheia de seus novos objetos pessoais. Tente nã o perturbar nada da senhora, sim.
Nada de bisbilhotar, dizem seus olhos. Como se eu ousasse.
Antes que eu possa perguntar mais, mais duas garotas entram com jarras fumegantes de
á gua, colocando-as em uma tigela na penteadeira. Eles me deixam uma flanela limpa e um
sabonete antes de os três partirem juntos, fechando a pesada porta atrá s deles. .
Minha respiraçã o está pesada enquanto tento nã o entrar em pâ nico, meus pés presos na
pilha aveludada do tapete cor de vinho. Eu nunca teria pensado que minha estadia aqui
seria agradá vel, eu teria que estar com a mente fraca para pensar isso, mas eu nã o
esperava... isso. Até na fazenda cada menina tinha seu quarto, um espaço minú sculo só com
espaço para uma cama e um baú para roupas, mas pelo menos era só meu. Mas aqui…
Lancei meus olhos mais uma vez ao redor do espaço opulento.
Vou dormir na cama dela?
De repente, nã o querendo que Lady Veilthorn me encontre ainda acordado, apresso-me em
me lavar antes de vestir a camisola. Entã o hesito ao lado da cama, segurando uma cortina
aberta com a mã o. É como uma caverna escura por dentro. A cama é grande o suficiente
para duas pessoas, mas nunca a compartilhei antes. O conceito é estranho e altamente
desconcertante. Supondo que o lado em que estava minha camisola seja meu, deslizo-me
para baixo dos lençó is pesados. O ar está frio e eu me enrolo ainda mais, me recusando a
sair para pedir pedras quentes.
Demora muito para meu batimento cardíaco diminuir e ainda mais para sentir qualquer
aparência de sono...
Meus olhos se abrem ao sentir o colchã o afundar. Nã o sei dizer que horas sã o, nã o sei
quanto tempo dormi.
A mulher ao meu lado fica imó vel e por um momento só ouço o som de nó s dois respirando.
Ela pode dizer que estou acordado, eu simplesmente sei disso. Eu fecho meus olhos,
desejando que ela me ignore, apenas vire as costas e vá dormir. .
Meu corpo fica tenso quando a sinto deslizar em minha direçã o por baixo dos lençó is, seu
calor sensual me envolvendo e me fazendo tremer ainda mais.
Um braço pesado envolve minha cintura. “Você está tã o frio quanto um arenque preso no
gelo”, ela murmura em meu ouvido. Sinto seu nariz acariciar minha nuca. — Durma agora,
Pérola. Há um querido. Nã o preciso de você esta noite.
Abro os olhos no escuro, ouvindo sua respiraçã o se estabilizar, e me pergunto por que me
sinto tã o descontente. No que diz respeito ao destino, eu nã o poderia desejar que hoje
tivesse sido melhor. Eu ainda estou vivo, a maior parte do meu sangue permanece dentro
da minha pele, entã o é um mistério por que ela nã o gosta do sabor disso me perturba tanto,
e por que ela nã o precisa de mim além de aquecer sua cama esta noite.
Talvez eu seja tã o louco quanto Clara, afinal.
É com esse pensamento irô nico e com o calor que agora inunda meu corpo que finalmente
adormeço.
CAPÍTULO 4

EU PULO PARA A VIGÍLIA na manhã seguinte, pulso apenas suave quando vejo
que estou sozinho. O espaço ao meu lado está cuidadosamente arrumado e
meus olhos pousam sobre um bilhete dobrado no travesseiro, um deles com
meu nome rabiscado de forma inclinada.
Apoiando-me na cabeceira acolchoada, desdobro-a apressadamente, com os ouvidos
atentos em busca de qualquer sinal de vida no quarto além. Há apenas uma linha de escrita
no papel e eles me fazem zombar por um segundo antes de jogá -lo fora.
—Não saia do terreno.
Cruzo os braços, zombando do bilhete. Nã o há assinatura, nenhuma outra palavra de
instruçã o. As palavras sã o tã o frias quanto o ar da sala – tã o frias quanto a pró pria
vampira .
Estendo a mã o, puxando o bilhete para mais perto. Pelo menos nã o diz para não sair da
cama. Nã o dei uma boa olhada na propriedade na noite anterior, mas só posso adivinhar
sua á rea cultivada. Nã o vejo muita atividade física no meu futuro pró ximo — Deus me livre
de fazer qualquer coisa que possa manchar o sangue dentro de mim — mas passear
sozinho, longe da minha nova prisã o, pode ser a ú nica pequena liberdade ainda ao meu
alcance.
Fiquei lá por mais um momento antes de me levantar da cama para me preparar contra o ar
gelado. As cortinas estã o abertas, tanto nas cabeceiras da cama quanto na janela, e um
vestido está pendurado nos pés da cama. É cortado no mesmo estilo de antes, só que
vermelho escarlate e confeccionado em tafetá . Eu o visto na frente do espelho, mal
conseguindo desviar o olhar do contraste dele com minha pele de lírio e meus cachos
escuros. A cor nã o é algo muito conhecido na minha vida.
Meu estô mago ronca e coloco a mã o nele, me perguntando quais delícias carnudas vã o
enfeitar minha língua hoje. Isto é, se o café da manhã for permitido aqui – a nota nã o dizia
nada sobre isso.
A fome me impulsiona, cubro meus braços nus com um xale antes de seguir para o subsolo
até os aposentos dos empregados. Uma senhora da cozinha olha para cima, sorri e aponta
para uma bandeja de scones que acabou de tirar do forno. Eu pego um com gratidã o, mas
minha mã o é violentamente esbofeteada. Assustada, eu olho para cima, me prendendo nos
olhos estreitos da fonte de Lady Veilthorn.
“Uma refeiçã o espera por você acima do solo”, diz ele, abrindo a porta da escada para mim.
Olho de volta para a cozinha senhora que me lança um breve sorriso de comiseraçã o antes
de continuar a cozinhar.
Esperando ser conduzido de volta à sala de jantar principal, fico surpreso quando ele me
mostra uma sala menor com uma mesa para quatro pessoas ao lado das grandes janelas.
Ele puxa minha cadeira rigidamente e faz um gesto para que eu me sente. Diante de mim
estã o três pequenos pratos, cada um contendo algum tipo de iguaria animal.
“Salmã o defumado embrulhado em carne salgada”, diz ele, apontando para o primeiro
prato. 'Caviar Beluga e ovos de codorna. E caranguejo e maçã de Roseshire.
Ele se afasta, inclinando-se para me servir um copo de á gua de Roseshire, o líquido tingido
de rosa ao sol da manhã .
Fico pensando na luz do sol enquanto o fornecedor me deixa tomando café da manhã . Eu
esperava cortinas pesadas em todas as janelas, rígidas e empoeiradas por falta de abertura.
Lady Veilthorn deve cobrir-se com frequência, nã o apenas nos dias de mercado.
O café da manhã é muito mais tranquilo do que o jantar. Gostei de todo o sabor salgado
combinado com a maçã doce em cubos. Revitalizado, volto ao meu quarto para calçar um
par de botas antes de começar a encontrar uma porta dos fundos para escapar.
Meus olhos já estã o bem ajustados à luz, mas diante de toda a força do sol do fim da manhã ,
me sinto um pouco sobrecarregado enquanto desço um caminho de cascalho. Ao meu redor
há gramados cultivados e está tuas de pessoas lindas e nuas e fontes jogando á gua em
lagoas. É tudo muito bonito, mas estou mais interessado na floresta selvagem além.
Sob a sombra das á rvores, olho ao redor, me perguntando, nã o pela primeira vez, onde está
minha amante vampira. Suponho que um vampiro rico tenha muito o que fazer. Ela comeu
esta manhã ? E se sim, onde ela está obtendo seu sangue? Reprimindo o ciú me irritante com
esse pensamento, ando mais profundamente pelas sempre-vivas, desejando ter colocado
mais do que apenas um xale. Ainda nã o é inverno, mas está pró ximo o suficiente para que
eu possa ver meu há lito se espalhando diante de mim.
Embora nã o tenha sido proibido, sinto-me um tanto desobediente ao caminhar pelo
terreno sem contar a ninguém, como se fosse um privilégio que ainda nã o recebi. Tenho
certeza de que há alguém de olho em mim em algum lugar — afinal, sou uma propriedade
cara. Eu só me pergunto se esses olhos sã o rosa.
O azul imaculado aparece através dos galhos acima. Quantas vezes conseguirei ver este céu
em particular?, pergunto-me sombriamente, sendo capaz de contar nos dedos o nú mero de
ocasiõ es em que fui capaz de olhá -lo tã o livremente como esta. Espero estar lá fora quando
Lady Veilthorn finalmente me drenar. Espero nã o ficar sangrando no escuro depois de uma
vida inteira me escondendo nele.
As paredes da mansã o estã o muito atrá s quando finalmente percebo a sensaçã o de estar
sendo observado. Diminuo meus passos para facilitar para eles. Eu sei que nã o é Lady
Veilthorn, ela nã o se arrastaria pelo chã o argiloso daquele jeito, entã o nã o é nenhuma
surpresa quando viro a cabeça e vejo seu fonte ao meu lado, algum tipo de casaco
pendurado no braço .
“A senhora me disse para trazer isto”, ele diz severamente, segurando o casaco aberto para
mim.
— Um pouco abaixo da sua posiçã o, nã o é? Viro as costas, encaixando os braços nas
mangas. ‘Correndo atrá s de um escravo de sangue assim.’
'Até que a senhora considere você digno, você estará sob meus cuidados. Esse é o meu
dever como fonte dela.
Até que a senhora considere você digno. Nem mesmo a luz do sol pode queimar a dor dessa
afirmaçã o.
'Você adquiriu muitos escravos entã o?' Eu pergunto.
— Alguns vieram antes de você, sim.
Meu coraçã o acelera quando faço a pergunta para a qual nã o tenho certeza se quero saber a
resposta. 'E onde eles estã o agora?'
'Seguiu em frente.' Seu tom nã o revela nada e suspeito que seja proposital. 'Devo lhe contar
as regras também.'
Concordo com a cabeça rigidamente, puxando o casaco mais apertado em volta de mim.
Voltamos a caminhar e fico grata por nã o ter que olhar em seus olhos escuros e
desdenhosos.
'Nã o coma antes que a senhora chegue...'
'Eu já conheço esse.'
'—Nã o é permitido sair das muralhas da mansã o apó s o pô r do sol.'
'Por que?'
A fonte lança um olhar em minha direçã o. 'Eu devo lhe dar as regras, escravo de sangue, e
você deve ouvir e obedecer.' Quando fico quieto, ele continua: 'Nã o é permitido sair da
propriedade sem a presença do seu vampiro. E por ú ltimo, você deve fazer tudo o que a
senhora exigir de você, sem hesitaçã o e sem questionar. Entendido?'
“Entendido”, entoo.
'Maravilhoso. Agora, de volta para casa. Você já caminhou bastante.
Olho para ver que ele está tremendo dentro do paletó . — Ah, só mais um momento —
imploro com um sorriso açucarado.
Ele cerra os dentes, enfiando as mã os profundamente nos bolsos, mas nã o discute.
Finalmente alcançamos um muro alto do jardim e nã o temos escolha a nã o ser nos virar.
'Qual o seu nome?' Chuto o tapete de agulhas de pinheiro enquanto caminhamos. — Ou está
acima da minha posiçã o perguntar?
'É Edward.'
— E há quanto tempo você trabalha para Lady Veilthorn?
"Mais do que a maioria."
— E você é sempre tã o elaborado com suas palavras?
'Sabe', diz ele pensativamente, 'você é o primeiro escravo de quem a senhora nã o quis
beber imediatamente.' Enquanto ele olha para mim para avaliar o efeito de suas palavras,
mantenho meu rosto voltado para a frente, olhando para a pedra da mansã o coberta de
gelo que ressurge por entre as á rvores. — Nã o sei por que ela insistiu em comprar você,
exceto que ela gosta de coisas doentias e desajeitadas. Como um filhote caído do ninho. Mas
nã o se engane, escravo, se o seu sangue nã o desenvolver o sabor logo, você será abatido
como da ú ltima vez. gatinhos do verã o.
Ele avança, pernas longas esmagando o caminho de cascalho. Suas palavras me deixaram
mais fria do que o ar do final do outono jamais poderia, e percebo imediatamente o quã o
ingênua fui. Eu tinha pensado que se a senhora nã o me quisesse no início, entã o teria sido
concedida uma prorrogaçã o, mas parece que estou em mais perigo do que nunca.
Esta noite prometo comer cada pedaço de carne colocado diante de mim. Vou lamber os
pratos até ficarem sem sangue. E se eu vomitar, simplesmente voltarei para a mesa e
seguirei em frente. Nunca mais consumirei outra cenoura porque, que se danem os deuses,
me tornarei o que a senhora quer de mim.
O vapor da carne já esfriou há muito tempo antes de me ocorrer que Lady Veilthorn talvez
nem aparecesse para jantar. Seguro firmemente o garfo e a faca de carne nas mã os,
inalando aromas que ontem eram rançosos para mim, mas que agora cheiram a salvaçã o.
'Onde ela está ?' Eu exijo de Bas.
'A senhora deve estar empregada em outro lugar esta noite.'
'Entã o, o quê? Espera-se que eu morra de fome?'
— Se a senhora desejar.
Desvio o olhar do nariz adunco e da papada flá cida e volto-me para a comida que está
diante de mim. Como posso melhorar o sabor do meu sangue se nã o consigo comer?
'Talvez você queira esperar até o final da hora?' Bas sugere.
'Eu sangrento nã o faria.'
Eu o ouço farejar de seu lugar ao lado da sala.
Frustrado, permito que minha faca perfure o torresmo grosso do lombo de porco à minha
frente. Coloco a ponta na boca e sinto um gosto rico e oleoso.
Bas limpa a garganta. Eu o ignoro e faço isso de novo.
— A senhora ficará muito descontente.
‘A senhora ficará descontente se meu sangue continuar com gosto de lago.’
Passo o dedo pelos sucos vermelhos da bandeja de carnes e coloco na boca também. Fecho
os olhos, o corpo lembrando da carne alta da noite anterior. Eu arrisco a pró xima fatia de
carne, dobrando-a em uma flauta antes de colocá -la na minha língua. Meu sangue começa a
pulsar.
'Bas, saia da sala.'
'Agora, Pearl, devo insistir...'
Jogo meus talheres no chã o com um estrondo. 'Bas! Nã o faz sentido nó s dois nos metermos
em encrencas. Eu preciso comer.'
O velho pisca para mim como uma coruja por um momento antes de se virar para a porta.
'Muito bem.'
Assim que fecha, começo a comer, rasgando a carne com cada grama de frustraçã o e medo
dentro de mim. A carne desce em pedaços mal mastigados e eu engasgo mais de uma vez
com as texturas vigorosas e o sabor cru.
E se eu nunca for considerado digno? Rasgo um bife de alcatra com os dentes nus. E se
minha educaçã o lamentá vel tivesse sido em vã o? Meu ú nico propó sito nesta vida terrível e
Nã o consegui cumpri-lo. A raiva guerreia com a minha carne, sinto que tenho forças para
virar essa mesa enorme e fazer todas as cadeiras baterem nas paredes com painéis de
madeira.
Quando finalmente saciado, sento-me com uma mã o na barriga, ameaçando-a com tudo o
que tenho para nã o devolver a comida. Meu pé bate frenéticamente embaixo da mesa e,
assim que tenho certeza de que nã o vou vomitar, me levanto e corro pelos corredores
iluminados por velas da casa.
Eu preciso estar lá fora; Preciso ser um com a lua – a ú nica amante que me terá .
Encontro um corredor largo onde nunca estive antes. Está repleto de mesas de exibiçã o,
cada uma com uma valiosa obra de arte. O artesanato é requintado. Paro ao lado de um
grande vaso contendo um buquê de rosas Roseshire granada. Retrata três mulheres, corpos
nus entrelaçados com rostos de êxtase. Preciso de ambas as mã os para empurrá -los para o
chã o, deleitando-me com o som deles quebrando, o resultante deslizamento da cerâ mica
sobre o azulejo.
E entã o estou lá fora, correndo com os pés calçados com chinelos pelas passarelas de
cascalho, pelos gramados e sob as á rvores. O pô r do sol foi há horas. É agora o reinado da
lua, a espreitar por entre ramos de pinheiro e a ajudar a guiar o meu caminho.
Sinto-me confortá vel no escuro. É oculto, silencioso e envolvente. Estendo a mã o para
minha amiga luna, eclipsando-a com a silhueta de meus dedos trêmulos. Tã o lindo, tã o vital.
Tã o reminiscente de uma certa vampira. O autodesprezo explode novamente, me
estimulando .
Quando finalmente perco todo o fô lego, paro em uma clareira, observando minhas
exalaçõ es em direçã o ao céu negro e aveludado. Na primeira vez que ouço um galho estalar,
estou sem fô lego para prestar muita atençã o, mas na segunda vez, meus ouvidos internos
se contraem e o sangue congela em minhas veias.
Tenho certeza de que há veados, raposas e muitas outras formas de vida noturna por aqui.
Mas aquela parte minha que se autopreserva, a parte que mantém a humanidade viva há
milênios, está gritando para que eu continue correndo. Em vez disso, escolho derreter de
volta nas sombras. O que quer que esteja lá fora está ciente de mim. Correr nã o me fará
bem agora.
Saindo do funil de luar, fico tã o imó vel quanto as á rvores ao meu redor. A adrenalina
misturada com a euforia do jantar me faz estremecer, meus olhos tã o arregalados quanto a
lua acima. Eu nem tenho tempo de gritar quando a grande sombra cai sobre mim.
Sou jogada contra um tronco de á rvore, seus galhos finos e á speros quebrando e rasgando
meu vestido.
Lady Veilthorn paira acima de mim, mas nã o é nenhuma versã o dela que eu já tenha visto
antes. Seu rosto é uma má scara rosnante, lá bios puxados para trá s, gengivas rosadas à
mostra e dentes horrivelmente afiados e ú midos. Com olhos selvagens e furiosos, ela
empurra para dentro de mim, roubando meu fô lego e fazendo meus ossos rangerem como
se fossem quebrar.
O terror atravessa minha histeria anterior. Abro a boca, mas nã o sai nada. O calor do corpo
dela me queima .
Lentamente, gradualmente, a selvageria deixa seus olhos e ela afrouxa o controle sobre
mim.
'Isso vai se tornar um há bito?' ela murmura.
Balanço a cabeça, incapaz de compreender nada por causa do latejar em meu peito.
— Acredito que lhe disseram explicitamente para nã o sair de casa depois que o sol se põ e.
Entã o é por isso que ela está com raiva. Nã o que eu jantei sem ela? Que curioso.
Lambo meus lá bios terrivelmente secos. 'Eu só queria desistir da minha refeiçã o.'
'Há lobos nesta floresta.'
Eu zombei sem fô lego. 'Nã o tenho medo de lobos.' Eu encontrei muitos deles em minhas
caminhadas noturnas pela fazenda. Contanto que você fique longe deles, eles oferecem a
mesma cortesia a você.
'Nã o estou falando daqueles lobos.'
'Eu nã o entendo.'
'Nã o, como você pô de?' Se afastando de mim, ela me olha de cima a baixo, com o lá bio
superior curvado. 'Mantido no escuro a vida toda. Que perigos você poderia conhecer?
'Eu sei de você.'
Ainda respirando com dificuldade, nos olhamos no escuro. Seu cabelo preto, geralmente
preso à moda da época, está solto e emaranhado esta noite, caindo livremente sobre seu
casaco de lã . .
— E nã o se esqueça disso, linda Pearl. Colocando um dedo sob meu queixo, ela mantém
meu olhar alto no dela. ‘Nã o há perigo maior por aqui do que eu.’
Ela levanta a outra mã o, com um pedaço de cerâ mica branca preso dentro dela. Um pedaço
do vaso quebrado.
“Essa foi a minha peça favorita”, ela lamenta, passando o dedo pela borda mais afiada.
Eu engulo convulsivamente. 'Desculpe.'
— Hum, tenho certeza que você está . Agora vamos ver se suas refeiçõ es têm ajudado muito.
Expondo a pele delicada da parte interna do meu braço para a lua, ela usa o caco para
cortar uma linha nítida nele. A dor é tã o chocante que recuo, mas ela apenas aperta a mã o a
ponto de causar hematomas. Entã o ela leva meu braço choroso até a boca e lambe a ferida
de cima a baixo.
'Estou pronto para me reunir?' Eu brinco, ao mesmo tempo encantado e enojado com o
brilho do meu sangue em seus lá bios.
'Nem mesmo perto.' Lady Veilthorn abaixa a cabeça novamente, desta vez deixando um
rastro de saliva que imediatamente tira a dor. Quando ela levanta os olhos novamente, há
lá grimas nos meus.
Estalando a língua, ela segura minha mã o entre as dela. 'Chegará um momento, linda Pearl,
em que nã o terei você a mais de um metro de minha vista, em que me alimentarei de você
vá rias vezes ao dia, em que você passará a me desejar tanto quanto eu. você. Mas tais
coisas, tã o especiais e duradouras, nã o podem ser apressadas. Estendendo a mã o, ela passa
o polegar sobre a cura dividido em meu lá bio. 'Entã o nã o me apresse.'
Ela pega minha mã o e me puxa da á rvore. 'Vir. Espero que você nã o esteja ferido?
Balanço a cabeça, incapaz de me concentrar em outra coisa além da mã o grande que segura
a minha.
De volta à mansã o, ela me leva para o nosso quarto, onde desliza até a tigela fumegante de
á gua deixada na penteadeira, tirando o casaco no caminho. É quando noto o sangue
respingado em suas calças de montaria e na blusa que ela enfiou dentro delas.
'Quem você assassinou?' Pergunto do meu lugar ao lado da cama, um tremor em minhas
pernas fazendo-as parecerem gelatina. 'Ou isso é simplesmente o resultado de uma refeiçã o
excessivamente zelosa?'
— Nosey Posey — murmura Lady Veilthorn, me fazendo sorrir.
Ignorando a fraqueza em meus membros, vou até a penteadeira e pego a flanela que está
ali. Está quente por causa da pedra quente dentro dele. Eu o removo com cuidado e depois
me viro para Lady Veilthorn. 'Deixe-me.'
— Sou perfeitamente capaz de me lavar, Pearl.
'Nã o duvido que esteja, mas se nã o quiser beber de mim, pelo menos deixe-me fazer isso
por você.'
Lady Veilthorn levanta uma sobrancelha antes de remover deliberadamente o resto de suas
roupas. 'Muito bem.'
Depois de se despir, ela cuidadosamente se recosta na penteadeira, expondo seu corpo nu
para mim, como se esperasse minha inspeçã o. Nã o tenho certeza se tenho fô lego para dizer
alguma coisa, mas também nã o consigo desviar o olhar. Sua pele manchada de sangue é
suavizada pelo crepitar do fogo na lareira, mostrando força e feminilidade em suas coxas e
barriga macias, e na musculatura de seus ombros e braços. Com as mã os agarrando a mesa
atrá s dela, seus seios pesados sã o empurrados em minha direçã o, os picos deles enrolando-
se ao ar livre do quarto. Eu me pergunto como eles se sentiriam contra minhas bochechas,
quã o macia seria sua barriga se eu enterrasse meu rosto nela.
Baixo os olhos no momento em que um sorriso começa a esticar aqueles lá bios vermelhos.
Mergulhando o pano na á gua, torço-o e passo-o suavemente sobre a pele dos seus braços.
Fica ú mido à luz do fogo e mantenho meu foco nisso, em vez do olhar rosa olhando para
mim.
Deslizo sobre seu peito e desço até sua barriga, onde sou parado por uma mã o em meu
pulso. 'Faça tudo de mim', ela ordena.
Assentindo em compreensã o, volto para a parte superior do corpo, alisando ao longo da
coluna do pescoço, descendo pelo peito e por cima de um dos seios. Ela suspira suavemente
e meu estô mago se aperta com a sensaçã o do pico rígido de seu mamilo sob o pano.
A cascata de seu cabelo esconde o outro dos meus olhos. Eu o movo suavemente, alisando-o
por cima do ombro dela. Sua respiraçã o está está vel em meu ouvido enquanto ela
permanece imó vel para mim. Passo o pano sobre o outro seio, movendo-o em círculos
cuidadosos, já que ela parece gostar disso. Seus seios se levantam profundamente
respiraçã o, e continuo assim por mais um momento antes de abordar as marcas de sangue
em seu estô mago.
Ociosamente me pergunto de onde eles sã o. Nã o sou tã o estú pido para pensar que ela me
contaria se eu perguntasse. Pelo que sei, poderia ser sangue de animal; talvez ela tenha
ajudado no abate esta manhã . Imagino que os vampiros iriam gostar de todo esse sangue.
“Deixe-me ajudá -la”, digo a ela.
Ela se vira lentamente e, escondida de seu olhar, paro um momento para absorver as
planícies de suas costas e as ná degas bem torneadas em sua base. Ela parece estar
esperando que eu mexa em seu cabelo, entã o eu faço isso, deixando meus dedos dançarem
sobre sua pele de uma maneira que sei que é agradá vel.
Acho calmante arrastar o pano sobre sua pele macia, passando-o por suas costelas e
ouvindo sua respiraçã o cada vez que me aproximo demais de seus seios. Quando chego à
base de sua coluna, faço uma pausa.
— E o resto — ela sussurra.
Entã o deslizo o pano sobre suas ná degas, deleitando-me com sua suavidade arredondada.
Quando o material mergulha entre suas coxas, ela solta um suspiro trêmulo e se inclina
ainda mais sobre a cô moda. Caio de joelhos para limpar o comprimento de suas pernas,
maravilhado com a forma delas. Por algo tã o terrível, ela é tã o adorá vel.
Enquanto ainda estou de joelhos, ela se vira. Suas pernas estã o abertas, e vejo o ponto entre
elas brilhando, embora ainda nã o tenha tocado nela com o pano. Olhando para os olhos
brilhantes, entendo que ela está pedindo alguma coisa, mas nã o sei bem o que .
Levantando-me instá vel, mergulho o pano mais uma vez na tigela antes de baixá -lo entre as
pernas dela, o ú nico lugar que ainda nã o lavei. Engulo o zumbido baixo que sai de sua
garganta assim que a toco. Ela inclina a cabeça para trá s, a cascata escura de seu cabelo se
espalhando pela cô moda.
'Nã o pare.'
Continuo lavando-a delicadamente, vacilando cada vez que ela reposiciona minha mã o, até
entender que ela quer que eu fique no mesmo lugar. Deuses acima, se eu falhar nisso
também…
Seus seios estã o subindo e descendo mais rá pido agora e de vez em quando uma respiraçã o
á spera escapa de seus lá bios. Os nó s dos dedos dela estã o brancos na borda da cô moda, e
ouço o rangido da madeira protestando.
Meu braço começa a doer muito, entã o arrisco colocar minha mã o livre na cô moda também.
Assim, estou praticamente segurando-a, meus lá bios roçando a pele ú mida de seu peito.
— Mais rá pido, maldito — ela suspira.
Na minha nova posiçã o, empurro-a com a palma da mã o, o pano como uma barreira entre
nó s, e esfrego o mais rá pido que posso. Lady Veilthorn solta um longo silvo, seus caninos à
mostra em uma careta aterrorizante. Suas pernas tremem violentamente e de repente
percebo que ela está caminhando para algum tipo de precipício, um que eu nunca visitei.
Eu a observo extasiada, sem parar o movimento da minha mã o até que ela de repente a
agarra com a sua, empurrando-a para dentro de si com uma força que me faz estremecer.
eu a sinto quadris balançando constantemente enquanto ela experimenta seu prazer pelo
que parece uma eternidade.
Com um suspiro, ela finalmente me solta, relaxando pesadamente contra a cô moda.
Coloco o pano na tigela de á gua e dou dois passos para trá s, deixando um amplo espaço
entre nó s.
De olhos fechados, Lady Veilthorn passa os dedos pelos cabelos. “Eu nã o queria que isso
acontecesse”, ela murmura baixinho. 'Ainda nã o.'
Ainda não? Meu coraçã o bate dolorosamente. Essa também será uma regra futura? É por
isso que ela me faz dividir a cama dela?
Ainda sentindo a má goa do dia, atrevo-me a perguntar: 'Tenho que estar à altura dos seus
padrõ es perfeitos para isso também?'
Soltando a mã o, Lady Veilthorn abre os olhos. 'Vista sua camisola. Nossos negó cios por hoje
estã o encerrados.
Eu me viro e tiro o vestido, lamentando os rasgos no lindo tecido. Deixei-o de lado com
cuidado; Tenho certeza de que o modista talentoso que fez isso pode fazer algo com os
trapos.
Quando estou de camisola, tento puxar a colcha, mas o olhar ardente de Lady Veilthorn me
faz parar. 'O que você pensa que está fazendo?'
'...Indo para a cama.'
— Depois da façanha que você fez mais cedo? Eu acho que nã o. Nã o sou tã o mole que um
pouco de prazer possa me fazer perdoar todas as suas transgressõ es.
O pavor se acumula em meu peito. 'O que irá você quer que eu faça?
Lady Veilthorn suspira calorosamente com a minha pergunta e percebo com um
sobressalto que ela está exausta. O que ela tem feito hoje? 'Eu simplesmente nã o tenho
coragem de pensar em algo realmente horrível para você.'
Observo-a ir até a mesa diante do fogo e pegar minha coleira e corrente, acenando para
mim com um arquear de sobrancelha. Depois de prendê-lo em volta do meu pescoço e
passar a ponta por cima do suporte de pô quer, ela estala os dedos e aponta para o chã o.
'Sentar. Você vai ficar lá a noite toda. O fogo vai mantê-lo aquecido até diminuir e entã o
você só terá que rezar para que as meninas cheguem cedo para reabastecê-lo.
Entã o ela apaga as velas do quarto e vai para a cama. Percebo que ela deixa as cortinas
abertas, sem dú vida para garantir que eu nã o escorregue durante a noite. Nã o estou
realmente amarrado, mas nó s dois sabemos o quã o inú til seria tentar escapar com ela a
poucos metros de distâ ncia.
Assim que acredito que ela esteja dormindo, enrolo-me na base do manto frio, trazendo à
mente o prazer anterior de Lady Veilthorn. O peso se acumula na parte inferior do meu
estô mago, mas nã o faço nada para aliviá -lo. Nã o tenho certeza se sei como. Esse tipo de
prazer é proibido na fazenda, um grande pecado que pode poluir para sempre o sabor do
sangue de uma menina.
Mas dar prazer a Lady Veilthorn nã o parecia pecaminoso. Foi libertador, fortalecedor,
viciante, e a ú nica oraçã o que faço naquela noite, ao adormecer, é pela chance de fazê-la se
sentir assim novamente.
CAPÍTULO 5

F OU TODOS AQUELES ANOS passados na fazenda, imaginando meu futuro


predestinado – a dor, a dominaçã o, o cativeiro – a ú nica coisa que eu nã o esperava
que fosse era o tédio. Mas acordar na terceira semana aqui é a ú nica coisa que explica
o estado de tédio em que me encontro.
As coisas eram diferentes na fazenda — Deuses, como eram diferentes — cada dia
altamente regulamentado, até a comida que comíamos, as roupas que vestíamos, todos
aqueles pequenos rituais estranhos que fazíamos para garantir que nosso sangue
permanecesse superior aos de outras fazendas. Mal havia tempo para pensar - na verdade,
o pensamento livre era alertado, pois nossos guardiã es acreditavam que coisas informes
como os pensamentos poderiam elevar ou estragar o sabor de algo tã o impressioná vel.
como sangue.
Tenho regras aqui, é claro, mas todas elas sã o do tipo não faça e não faça. É desconcertante
o quanto alguém pode se sentir como um fantasma vagando pelos corredores de uma
mansã o fria e mal iluminada, sem nenhum propó sito para moldar seus dias. À s vezes me
sinto uma criança, cada vez que meus ouvidos picam ao som das portas se abrindo tarde da
noite ou sempre que Lady Veilthorn chega à mesa de jantar antes de mim ou quando
acordo de repente assim que ela se junta a mim na cama. Eu me pergunto se isso nã o é
metade do plano dela, me tornar tã o dependente dela para qualquer sensaçã o de sensaçã o,
que ficarei emocionado quando chegar a hora de ela finalmente querer se alimentar de
mim.
E, claro, a noite em que dei prazer a ela nunca está longe da minha mente. Nunca houve
outra oportunidade de lavá -la novamente, apesar das poucas noites em que pedi novas
tigelas de á gua a cada hora, apenas para ela nunca aparecer.
Quando chega tarde da noite, me vejo assombrando o andar inferior da casa, contornando
um antigo salã o de baile onde nunca vi outra alma. Sua arquitetura é linda, embora um
pouco assustadora, com rostos de animais rosnando esculpidos em colunas e algum tipo de
de ilusã o gravada no teto espelhado para fazer parecer que os fantasmas desses mesmos
animais estã o girando no chã o com você.
Depois de dar duas voltas, volto para o saguã o, o coraçã o imediatamente parando de bater
ao ver Lady Veilthorn conversando ali com uma empregada. Nã o vejo a empregada, mas
apenas minha amante vampira vestida com um lindo vestido de baile. Eu me aproximo dela
silenciosamente, querendo beba-a o má ximo possível antes que ela perceba minha
presença.
Seu vestido está corajosamente na moda, abraçando seu corpo em vez de fluir dele, e é tã o
longo que nã o consigo ver suas botas, como se ela mesma fosse um dos fantasmas do salã o
de baile. Renda preta no formato de morcegos voadores cobre o material sedoso e
translú cido como teias de aranha.
Ela é temível e linda, selvagem e sensual, e nunca me senti tã o vivo como agora, parado
aqui pensando em empurrá -la para o chã o e forçar aquele vestido até seus quadris e...
'Pérola.'
Seu ronronar líquido faz meu estô mago apertar, uma resposta involuntá ria que pareço ter
frequentemente perto de minha esquiva amante.
Certificando-me de que minhas pernas ainda vã o me sustentar, vou até ela.
— Você está linda — sussurro, ousando tocar um dos morcegos bordados. Na minha
periferia, a empregada foge.
Lady Veilthorn olha para si mesma, passando as palmas das mã os sobre os quadris largos.
'Eu me sinto positivamente pecador. Ah, ver seus rostos esta noite.
'De quem sã o esses rostos?'
'Ninguém bonito.' Ela sorri com dentes. 'Apenas uma noite de pura frivolidade e
indulgência, aceitando, mas nã o bebendo, bebidas que provavelmente estã o
definitivamente envenenadas. '
'Parece perigoso.'
'Talvez. Mas certamente vou gostar do jogo.'
Leve-me com você, anseio por dizer. Meu coraçã o cai quando um criado abre as portas, uma
carruagem esperando do outro lado delas.
De alguma forma, sentindo meu desespero, Lady Veilthorn faz uma pausa antes de deslizar
até mim.
— Estou ansiosa para que você seja meu ú ltimo baile hoje à noite — ela murmura,
acariciando meu rosto com a mã o enluvada. 'Depois que todos os outros terminarem.'
Seus olhos me absorvem enquanto uma mã o desce até meu pescoço, beliscando-o com um
dedo longo e um polegar. Ela sente a batida do meu pulso por um momento, algo que
sempre parece acalmá -la e deixá -la faminta. Pego a mã o dela e aperto-a com mais força,
dizendo a ela o que quero com meus olhos. Os cantos de seus lá bios se levantam e ela se
inclina para frente para deixar um beijo casto na borda da minha boca. — Espere por mim,
certo?
Ela nã o vê meu aceno sincero quando se vira para sair da mansã o.

Debaixo das cobertas, reorganizo minha camisola pela centésima vez, certificando-me de
que ela nã o esteja muito amassada. Deve ser madrugada agora e a excitaçã o em meu peito
me diz que o retorno de Lady Veilthorn é iminente. Já ouvi o retorno do carruagem e no
tempo que se passou desde entã o, consegui ficar um pouco nervoso.
Preparando-me para dormir, pedi duas tigelas de á gua para lavar, em vez de apenas uma. Já
se passaram três semanas desde meu ú ltimo banho e embora eu tenha mais alguns dias
para esperar até o pró ximo, estou ciente de que minha nova dieta alterou um pouco o
cheiro do meu corpo. Meu sangue também, tenho certeza, embora apenas Lady Veilthorn
possa atestar isso.
Depois, enfeitado com uma camisola recém-lavada, certifiquei-me de que o fogo
continuaria aceso livremente até de manhã e subi na cama.
Conto mais dez pios de uma coruja antes que a porta do quarto se abra. Fecho os olhos, mas
tenho certeza de que ela pode sentir minha vigília nas batidas do meu coraçã o.
Entã o franzo a testa, porque nã o é uma voz que consigo ouvir de repente, mas duas.
Ouvem-se risadas silenciosas e depois o som de corpos batendo nos mó veis. Entã o as
cortinas da cama se abrem e todo o colchã o balança quando dois corpos caem sobre ele –
Lady Veilthorn, mas quem é o outro?
Há ruídos de algum tipo de briga antes de eles pararem, a ocasional reorganizaçã o de
corpos perturbando o silêncio.
Decidindo que nã o fui convidado para esta festa, pressiono meu rosto com mais firmeza no
travesseiro e tento ao má ximo desligá -los. Mas é difícil quando Lady Veilthorn está rindo
baixinho assim, e posso ouvir sons tã o distintos de beijos, bem como gemidos ofegantes
ocasionais. .
Entã o ouço uma voz aguda perguntando: 'Ah, mas quem é essa coisa linda?'
A voz de Lady Veilthorn, repentinamente gélida, responde: 'Você vai desviar o olhar dela
agora.'
Ouço um suspiro de dor antes da garota rir incerta e entã o aqueles barulhos de beijo
recomeçam.
Depois de muito tempo assim, sinto um movimento rá pido antes que a garota grite de
repente, tã o alto que meus olhos se abrem novamente. Ela faz o barulho uma segunda vez,
só que mais baixo, antes de a cama de repente balançar como se estivesse tremendo.
Lady Veilthorn solta uma risada baixa. 'Você pode pegar outro?'
'Sim!'
Há barulhos horríveis de umidade agora, piores até do que os de beijos, e a cama está
tremendo tanto que temo que estejamos prestes a levitar. Os gritos da garota fazem meus
dentes cerrarem. Resistindo à vontade de cobrir os ouvidos, suspiro alto, me enrolando
ainda mais.
'Oh!' Os gritos da garota estã o mais agudos agora. 'Eu vou-'
— Sim — ronrona Lady Veilthorn.
— Eu vou... oh, Deuses!
'Rá pido agora! Estou ficando bastante impaciente.
A garota grita, e continua gritando, e estou prestes a chutá -la para fora da cama quando a
voz de Lady Veilthorn murmura satisfeita: — Minha vez.
Sinto movimento quando a garota, ainda respirando com dificuldade por causa de sua
liberaçã o, se posiciona sobre Lady Veilthorn.
Ouço o vampiro gemer baixinho, ouço-a sussurrar sem fô lego, morder e, de repente,
estranhamente, me vejo lutando para respirar.
A garota deve seguir as instruçõ es porque Lady Veilthorn solta um longo gemido, a cama se
movendo como se ela estivesse se arqueando ao toque de quem está acima dela.
Todo o meu aborrecimento anterior desapareceu, todo o meu ciú me por alguma prostituta
sem rosto e sem nome. A excitaçã o em meu peito é esmagadora e me pego apertando
minhas coxas repetidas vezes sob os cobertores.
— Preciso dessa sua língua perversa — diz minha amante vampira.
A garota murmura em aprovaçã o e há um longo momento de quietude quase perfeita
pouco antes de Lady Veilthorn soltar um suspiro longo e satisfeito. 'Oh sim. Aí está .'
A garota ri, o som estranhamente abafado. Aqueles ruídos ú midos retornam, embora agora
mais suaves, e seja lá o que a garota esteja fazendo, Lady Veilthorn certamente aprova. A
cama ondula embaixo de mim e eu sei que ela está balançando os quadris como fez comigo.
De repente, algo toca meu cabelo: dedos entrelaçando-se em meus cachos e apertando-os
com força. Minha boca se abre e fico tonta com o esforço para manter minha respiraçã o
tranquila. Cada vez que ela geme, sua mã o tem espasmos no meu cabelo, o puxã o doloroso
do meu couro cabeludo causa arrepios em lugares ao sul.
“Mais”, ela diz com voz rouca. — E use os dentes. '
O colchã o se move e Lady Veilthorn emite um gemido gutural. O som disso envia um
choque direto para o meu centro, e estou quase ao ponto de precisar fazer algo a respeito
quando as pró ximas palavras da garota me deixam com frio.
'Alimente-se de mim, se quiser.'
Há uma batida em que prendo a respiraçã o, em que odeio a garota com uma vingança que
nunca senti antes, em que quero pular e acabar com todo esse caso só rdido.
Mas entã o Lady Veilthorn responde friamente: “Eu nã o quero”, e nã o sã o ditas mais
palavras além dessas. A garota continua com o que quer que esteja fazendo até que Lady
Veilthorn se desfaz com um grito gutural, sua mã o voando do meu cabelo e levando consigo
vá rios fios.
A dor me acalma. Fecho meus ouvidos para seus beijos e murmú rios satisfeitos, o som de
carne batendo em carne que só pode ser Lady Veilthorn dando um tapa nas ná degas da
garota.
Finalmente, a garota recolhe suas roupas e sai pela porta.
Por um tempo, ouço Lady Veilthorn se movimentar pela sala, limpando-se com a tigela de
á gua fria sobre a cô moda e parando para atiçar o fogo.
Entã o ela volta para a cama e sei que ela está olhando para mim quando solta um suspiro
irritado.
— Eu sei que você está acordada, Pearl.
'Eu gostaria muito de nã o estar.'
Dedos tocam meus ombros. 'Vire-se e olhe para mim. '
Faço isso com relutâ ncia, com medo do que ela possa ver no meu rosto. Lady Veilthorn
ainda está nua, a colcha nã o esconde seus seios, e há um forte rubor em suas bochechas
pá lidas. Eu me pergunto sombriamente se os dois chegaram ao patamar superior antes de
tirar as roupas.
Seus olhos se estreitam enquanto ela os passa pelas minhas feiçõ es. 'Você está com raiva.'
Nã o digo nada.
Lady Veilthorn estende a mã o para roçar minha bochecha quente com as costas dos dedos.
'Fale livremente, querido.'
Solto um suspiro á spero, balançando a cabeça para o dossel acima de nó s. — É só que...
estou na sua cama todas as noites. Você nã o vai beber de mim, você só me deixou dar
prazer a você uma vez, e mesmo assim disse que nã o era sua intençã o que isso acontecesse.
Estou simplesmente lutando para saber meu propó sito aqui, para conhecê-lo em qualquer
lugar!'
Eu fungo para conter as lá grimas de tristeza, horrorizada quando elas escapam pelo meu
rosto.
Lady Veilthorn me olha com firmeza. — Você acha que me esqueci de você?
Dou de ombros, enxugando as lá grimas com a frente da minha camisola.
'Você acha que meu sangue', ela continua, 'nã o canta só de pensar em provar o seu algum
dia?'
Eu olho para ela esperançosamente. 'Você nã o me prova há algum tempo. Talvez…'
— Sim — murmura Lady Veilthorn, puxando-me bruscamente para seu colo. 'Talvez. '
Ela agarra meu pulso e eu me mantenho imó vel, sabendo o que está por vir. Ao contrá rio de
antes, porém, desta vez ela anestesia o local primeiro.
— Você nã o fez isso da ú ltima vez — aponto, um pouco sem fô lego ao sentir a língua dela
na minha pele.
'Da ú ltima vez eu quis que você se machucasse.' Ela olha para mim, uma sobrancelha
levantada. — Você me desobedeceu.
Ela levanta uma garra, e nã o consigo desviar o olhar do arrastamento dela sobre minha
pele e, em seguida, do sangue que floresce. Ela puxa meu pulso para baixo para encontrar
sua boca. Estou entorpecido com seu toque, mas ainda observo extasiado a ponta de sua
língua lambendo o sangue. Ela faz uma pausa, com os olhos vidrados, antes de retornar
para uma segunda passagem. Fico tenso de medo e alegria. Seus lá bios fazem um barulho
de sucçã o enquanto ela arrasta minha pele. Enfio a mã o em seu cabelo despenteado,
deslizando ao longo de suas coxas até que nossos quadris se encontrem. A fricçã o parece
tã o celestial que quase gemo.
Lady Veilthorn encontra meus olhos e entã o, com esforço ó bvio, me afasta.
— Nã o exatamente — ela suspira. Entã o, diante da minha evidente decepçã o, ela sorri. 'Oh
Pearl, os melhores vinhos nã o sã o os que amadurecem por mais tempo?'
— Mas você ainda me quer — pressiono descaradamente. 'Verdadeiramente?'
O sorriso de Lady Veilthorn suaviza enquanto ela enrola o cabelo atrá s das minhas orelhas.
'Por que você acha que eu fico longe?'
Engulo em seco com essa revelaçã o surpreendente. Todo esse tempo, e eu pensei...
'Eu acho... eu acho que preciso de um lembrete disso à s vezes. '
Com isso, sua maldade retorna. 'Oh, é assim? Pois bem, permita-me.
Empurrando-me de costas, ela sobe em cima de mim, pressionando o rosto contra meu
pescoço. Sinto os dentes e o calor de sua boca maravilhosa. Ela dá um beijo lá antes de
sugar seus lá bios no meu ponto de pulsaçã o e sugar com força. Depois de um tempo assim,
tempo suficiente para a dor superar o prazer, ela se afasta, os olhos dançando alegremente
em qualquer marca que ela tenha deixado.
— Pronto — diz ela, voltando para o seu lado da cama. 'Agora, toda vez que você ver seu
reflexo, você se lembrará do quanto eu desejo você.'
Coloquei a mã o no local ú mido antes de balançar as pernas para o lado da cama.
'Nã o.' Ela me agarra, me puxando de volta. 'Você pode esperar até de manhã para ver.'
Relutantemente, deito-me novamente.
“Entã o”, ela diz depois de um tempo. 'Você gostou daquelas delícias auditivas anteriores?'
'Eu nã o.'
'Nã o? Entã o, se eu colocasse a mã o entre suas coxas agora, nã o encontraria uma poça de
desejo esperando por mim?
Eu permaneço em silêncio. Eu sei que estou desconfortavelmente molhado lá embaixo e
isso me irrita muito.
Lady Veilthorn ri do meu silêncio consciente. 'Diga-me, jovem Pearl, o que você prefere
entre as pernas, uma cobra ou uma buceta?'
'Nenhum.' E entã o mais baixo, depois de uma pausa, ' Nunca.'
As sobrancelhas de Lady Veilthorn vã o até a linha do cabelo. 'Nunca?'
Eu balanço minha cabeça. 'Devíamos ser mantidos puros.'
— Pearl... Ela limpa a garganta. 'Você sabe como um vampiro se alimenta?'
Eu franzir a testa. 'Com dentes.'
Ela solta uma risada. 'Sim, querido. Com dentes. Mas, assim como acontece com os lobos, há
mais de um tipo. Ao meu olhar vazio, ela sorri indulgentemente, estendendo a mã o para
acariciar minha bochecha novamente. 'Deixa para lá . Já é tarde e acho que estou bastante
cansado agora.
Ela desliza novamente, pronta para me tomar em seus braços.
Eu a paro com a mã o. 'Nã o.'
Seus olhos rosados brilham, mas quando penso que ela vai forçar a questã o, ela apenas rola
com um suspiro.
— Boa noite, entã o, peculiar Pearl. Ela solta outro longo suspiro. 'Oh, como você é uma
maravilha.'
CAPÍTULO 6

F OU MELHOR OU PIOR, Edward rapidamente se torna meu ú nico companheiro na


mansã o, muitas vezes me acompanhando em minhas caminhadas diá rias pelos
jardins. Desde entã o, o terreno se transformou em um país das maravilhas gelado,
com a grama nítida e cintilante e todas as folhas das á rvores delimitadas de branco.
Hoje eu ando alguns passos à frente de Edward, meus olhos seguindo um tordo enquanto
ele voa entre os arbustos de azevinho.
'Onde ela está hoje?' Eu pergunto.
Edward suspira atrá s de mim, algo que ele faz muito na minha presença. 'Nã o tenho
liberdade para dizer.'
'Milímetros. Ela sai muito durante o dia.
"Ela se mantém coberta."
'Ela vive como uma humana.'
Eduardo zomba. 'Você nã o sabe qualquer coisa.'
— Entã o me diga — digo claramente.
'Meu trabalho depende da minha discriçã o.'
— O que você faz, Edward, quando nã o está terceirizando ou cuidando do fornecedor? O
que um fornecedor faz quando nenhuma fonte é necessá ria?'
— Bastante — ele grita.
'Você bebe sangue.' Eu enrugo meu nariz. 'Nã o tenho certeza de como você pode fazer uma
coisa dessas.'
'Ainda nã o bebi o seu.' Ele me olha de cima a baixo. — Receio que você ofenda minha língua.
Nossa disputa verbal sempre termina assim. Um comentá rio direto para encerrar tudo.
“Nã o entendo nossa senhora”, digo depois de um tempo, com os olhos voltados para os
poucos pá ssaros que voam contra um céu pesado e cinzento. Podemos nevar hoje.
'Nem eu.'
Olho para ele atentamente, surpreso com sua confissã o. 'Como pode ser? Você nã o conhece
todos os seus caminhos? Você está ao lado dela com bastante frequência.
'Pode um humano realmente conhecer os costumes de um vampiro? Eu a conheço mais do
que a maioria, há mais tempo do que a maioria. Desde menino, na verdade.
'Você ama ela?'
'Claro.' Ele me olha com amargura. 'Mais que você.'
Eu desvio o olhar. 'Eu nã o amo ela.'
— Você anseia por ela como uma criança sente falta de um pai ausente.
'Só estarei vivo enquanto ela me quiser. Como posso nã o ansiar por aquilo que me
sustenta?' Franzo as sobrancelhas enquanto considero suas palavras anteriores. 'Você
realmente amá -la? Da mesma forma que um homem ama uma mulher?
' Eu não.' Ele olha para mim incisivamente.
— Use suas palavras, Edward. Acabe com as insinuaçõ es.
— Você deseja que eu fale claramente?
'Oh sim.'
'Como quiser.' Ele para de andar, me forçando a fazer isso também. 'Acredito que você seja
totalmente diferente daqueles adquiridos antes.'
'Sim, porque meu sangue tem gosto de podridã o.'
'Deuses acima, Pearl!' Ele olha para o céu, expelindo respiraçõ es raivosas. — Você nã o sabe
de nada. Nã o é uma maldita coisa! Você nã o a vê. Claro que nã o. Ela fica longe. Fura-se em
sua residência perto da floresta. Porque ela sente que precisa, porque... Ele interrompe com
um suspiro e depois olha para mim. — Eu nã o gosto de você, Pérola. Acredito que você seja
petulante, ingênuo e tã o carente quanto um bebê. Mas Lady Veilthorn nunca compartilhou
sua cama com um mero escravo de sangue antes. Ela nunca se importou tanto com o sabor
de um deles.
'Eduardo.' Engulo em seco, tentando formular minhas palavras. 'Por que ela fica longe se
ela me quer tanto? Ela nã o sabe que pode me ter? Ela é minha dona. Eu sou dela!
— Ela sabe muito bem. Lady Veilthorn é… uma mulher complicada. Ela leva muitas vidas,
usa muitos chapéus. Nã o espero que você, que leva apenas meia vida, entenda.
Embora eles doam, seu as palavras ainda contêm um mínimo de verdade. Nã o conheço
muito do mundo. Eu nã o sei o que motiva uma pessoa, muito menos um vampiro. Também
nã o espero entender. Mas isso nã o significa que estou sem curiosidade.
'Edward, o que aconteceu com aqueles que vieram antes? Viola e Odessa e todos os outros.
Viola... ela era minha amiga.
— Você conheceu Viola?
'Sim. Da fazenda. Ela também era ó rfã . Ela estava esgotada? Lady Veilthorn a matou?
'Nã o tenho liberdade para discutir os ex-escravos de sangue da senhora.'
'Bem, eles nã o estã o mais aqui. Suponho que isso já basta.
'Continue com essas perguntas fú teis e você também desejará nã o ter feito isso.'
Eu balanço minha cabeça. 'Você é um chato, Edward.'
— E você está prestes a tomar seu banho mensal. Edward se vira. 'Vir.'

Afundo meus ouvidos na á gua, desligando as duas garçonetes conversando baixinho. Meu
cabelo está preso na cabeça, escorregadio de sabã o, e a á gua está leitosa da minha lavagem
anterior. lavar.
Ouvindo cheio de á gua, minha mente fica menos confusa e fico feliz por isso. Ser escravo de
sangue de Lady Veilthorn nã o foi nada parecido com o que pensei que seria. A cada dia
sinto menos certeza do meu lugar aqui. Tenho mais medo do que nunca da minha amante,
apesar do meu apego crescente por ela, apesar da facilidade com que conversamos e
dormimos juntos. É sempre tã o peculiar.
Eu cochilo, a consciência só voltando quando sinto dedos acariciando meus ombros. Abro
os olhos. As criadas se foram e as mã os que me tocam sã o quentes demais para serem
humanas. Meu batimento cardíaco triplica e me forço a relaxar. A senhora vai se revelar
para mim quando quiser.
— Está gostando do seu banho, Pearl? ela diz baixinho, os dedos ainda massageando
suavemente.
'Sim.'
“Bom”, ela ronrona, com a boca perto do meu ouvido.
Seus dedos se afastam, entã o ela está parada na minha frente, e nã o posso deixar de
suspirar ao vê-la. Nã o é a sua nudez que me choca, mas o sangue que a cobre da cabeça aos
pés.
'O que aconteceu?' Eu respiro.
Lady Veilthorn abre um sorriso antes de colocar um pé na banheira. Dobro minhas pernas
na altura dos joelhos e as separo para dar espaço a ela. Seus olhos tremulam de aprovaçã o
enquanto ela se abaixa na á gua. Com um gemido baixo, ela inclina a cabeça para trá s para
descansar na borda.
'Nã o me pergunte isso de novo', ela murmú rios.
Entã o eu nã o. Nã o pergunto mais nada a ela. Eu simplesmente olho para ela enquanto a
á gua fica tã o rosada quanto o vinho de Roseshire.
'Você está lavado?' ela pergunta depois de um tempo, aparentemente despreocupada com o
sangue em que agora nos banhamos.
'Sim.'
'Você vai se lavar de novo?' Seus olhos se abrem, algo parecido com humor brilhando neles.
'Eu gosto de um companheiro limpo.'
Pego o pano descartado e o arrasto para baixo da á gua.
“Bem, nã o consigo ver uma coisa dessas”, diz Lady Veilthorn.
Ela me observa com firmeza até que eu saio da á gua e me empoleiro na beirada. Apesar do
fogo na lareira, o ar parece frio e meus mamilos se contraem imediatamente. Hesitante,
coloco o pano sobre um dos braços.
Na á gua, os olhos de Lady Veilthorn ficam mais encapuzados enquanto ela me olha com
uma fome preguiçosa.
Lavo meu outro braço, consciente de que nã o é isso que ela está querendo. Ela deseja algum
tipo de show, um que nã o tenho certeza de como fazer.
Pensando em como a toquei antes, passo a flanela sobre um dos meus seios, sem esperar a
sensaçã o que atinge entre as minhas pernas. Eu suspiro, os olhos voando para Lady
Veilthorn. Ela solta um suspiro pelos lá bios entreabertos e entã o, lentamente, uma de suas
pró prias mã os desaparece sob a á gua.
Experimentalmente, passo o pano sobre o outro seio, movendo-o em círculos para
provocar a mesma sensaçã o.
'Diga-me como é isso', diz Lady Veilthorn .
'Como nada que eu tenha sentido antes.' Aperto o pano em volta do meu seio, sentindo meu
mamilo duro por baixo dele. 'Tipo... tipo... ah, nã o sei!'
— Calma, querido. Tudo bem. Nã o pense. Você só precisa sentir.
Minha frustraçã o desaparece quando noto ondulaçõ es na superfície da á gua – Lady
Veilthorn se tocando suavemente. Meu estô mago se aperta, minhas pernas se separam
automaticamente.
— Ah, sim — ela respira, com os olhos famintos no ponto entre eles.
Abaixo o pano até a barriga, estremecendo quando uma ponta dele roça o cabelo na base.
— Abaixe — ordena Lady Veilthorn, sua mã o sob a á gua se movendo mais rá pido. Deuses
acima, eu gostaria de poder ver através dessa bagunça leitosa e sangrenta.
Passo o pano sobre meu pú bis, soltando um suspiro com o prazer que emana. Sinto calor lá
embaixo de novo, e uma sensaçã o escorregadia que nã o vem da á gua do banho.
— Ah, Pearl — sussurra Lady Veilthorn, com os olhos extasiados na minha mã o, assim
como os meus estã o na dela. O rubor em suas bochechas voltou e sei que o precipício nã o
está longe para ela.
Mergulho o pano mais abaixo. 'Oh, Deuses, isso parece...!'
'Sim Sim.'
A á gua da banheira agora está espirrando pelas laterais com a força do auto-prazer de Lady
Veilthorn. Suas costas estã o arqueadas contra a banheira, as pernas esticadas como
desenhadas cordas do arco, e mal consigo respirar de prazer entre minhas pró prias pernas.
Sou gentil, passando o pano sobre o local que a pró pria Lady Veilthorn havia preferido na
noite em que a toquei. Meus pró prios olhos estã o pesados agora. Nã o consigo sentir
nenhum tipo de precipício, mas nã o tenho certeza se algum dia quero parar de pensar em
como isso é bom.
Lady Veilthorn solta um gemido, um desespero aparecendo em seus olhos. Valentemente,
penso no que mais posso dar a ela. Com a mã o livre, deslizo-o sobre um seio, pegando o
mamilo entre o indicador e o polegar e apertando. Entã o sou eu quem solta um gemido, a
mã o entre minhas pernas parando momentaneamente com o choque da sensaçã o.
— Nã o pare, Pearl — Lady Veilthorn suspira. 'Pelos deuses, continue.'
Respirando rapidamente, continuo esfregando o pano, levado por uma nuvem de prazer
requintado. Lady Veilthorn fica confusa em minha visã o enquanto me concentro nas
sensaçõ es entre minhas pernas. Cada vez que sinto algo crescendo, sou distraído pelos
gemidos de Lady Veilthorn, cujo tom aumenta. Decidindo me concentrar apenas no prazer
dela, esfrego o pano mais rá pido, porém mais leve, fazendo um show circulando meu seio
com a palma da mã o aberta.
Lady Veilthorn acelera a mã o, seus seios saltando acima da á gua com a velocidade. Ela solta
duas respiraçõ es profundas antes de inclinar a cabeça para trá s, as pontas de suas presas
piscando à luz do fogo. Sua mã o continua se movendo aos trancos e barrancos até que de
repente ela cai para trá s, os olhos fechados, respirando rá pido.
'Qual é a sensaçã o?' Eu sussurro depois de um momento.
“É como se desmoronasse”, murmura Lady Veilthorn, “da maneira mais feliz possível.”
'Você pode me mostrar?'
— Hoje nã o, querido.
Da minha posiçã o acima dela, olhei para seus seios que subiam e desciam, os mamilos
roçando a superfície rosada da á gua; a coluna longa e graciosa de seu pescoço com mechas
de cabelo molhado grudadas nele. O rubor em suas bochechas é lindo e pela primeira vez,
estou vendo-a apenas como uma mulher e nã o como a amante vampira que ela é.
— Quero dar prazer a você de novo — sussurro rapidamente. 'Eu quero tanto.'
Seus olhos se abrem, o brilho neles é perigoso. — Se começarmos isso agora, Pearl, temo
nã o parar até que você esteja seca como um osso.
Em vez de incitar o medo, as suas palavras têm o efeito oposto. — Por favor — respiro,
colocando as pontas dos dedos em seu joelho dobrado.
De repente, Lady Veilthorn sai da banheira, pingando á gua ensanguentada por todo o chã o
enquanto pega uma toalha e um roupã o. — Eu disse nã o, Pérola.
'Mas por que?' Minha paciência se esgota, o rugido em meu corpo negado anulando toda
cautela. 'Você nã o consegue ver como isso é para mim? Você me dá migalhas, me diz para
esperar, mas já faz mais de um mês! '
'Isso é realmente para me dar prazer?' ela pergunta, um alerta em sua sobrancelha.
Eu cruzo meus braços. 'Você sabe que nã o é.'
Os olhos rosa diante de mim brilham. — Cuidado agora, Pérola. Lembre-se do seu lugar.
'Mas eu nã o conheço meu lugar! Deuses lá em cima, eu nã o sou sua prostituta de prazer,
nem seu aquecedor de cama - eu sou sua comida! Diga-me, Lady Veilthorn, de quem você
bebe na minha ausência? Aceno para a maldita á gua do banho onde ainda descanso meus
pés. — É isso que você prefere? Assassinando pela sua comida? É porque eu ofereço isso
tã o facilmente? Você prefere que eu lute?
Rá pido como um chicote, sou agarrado pelo pescoço, Lady Veilthorn sibila na minha cara:
'Eu nã o comeria a sujeira a que este sangue pertence!'
Dolorosamente consciente da pulsaçã o no pescoço, atrevo-me a perguntar: 'E a quem
pertence?'
— Isso nã o é da sua conta.
'Estou sentado em uma piscina!'
'Entã o saia!' Me liberando, ela caminha até a porta. 'E pegue sua coleira, você vai dormir no
chã o esta noite.'
CAPÍTULO 7

F OU HÁ UMA SEMANA QUE LADY Veilthorn nã o se junta a mim em nossa cama.


Edward me garante que ela está em sua outra residência, mas nã o há nada que eu
ache reconfortante. Passo meus dias aqui como um pá ssaro enjaulado e esquecido,
vagando pelos jardins de inverno até que Edward me conduz para dentro, fazendo amizade
com os tordos e passando mais horas com os cavalos da minha senhora do que com a
pró pria senhora.
Uma parte de mim ainda permanece naquele banho sangrento, minha vampira
esparramada diante de mim, o corpo corado e satisfeito – uma satisfaçã o que desde entã o
tentei alcançar sozinho. À medida que cada amanhecer se aproxima, e resignado a mais
uma noite sozinha, minha mã o encontrará seu caminho por baixo da minha camisola e eu
me seguro, movendo a palma da mã o da maneira que trouxe Lady Veilthorn tanto prazer.
Além da umidade e do calor, nã o consigo encontrar o caminho para aquele precipício
desconhecido. Continua sendo um lugar sombrio. Temo que apenas a mulher que nã o quer
nada comigo possa me levar.
Porque Edward deve estar enganado, nã o é? Devo ter interpretado mal as pró prias
palavras de minha senhora. Ela nã o fica longe porque me quer demais. Se isso fosse
verdade, ela nã o se tentaria entrando nua na banheira comigo. Ela é capaz de conter seu
desejo porque, para começar, nã o há desejo. Por mais que eu a queira, sei que isso é
verdade. Talvez eu esteja feliz por ela nos manter separados — acho que nã o conseguiria
mais me conter.
É na sexta noite dormindo em uma cama fria que finalmente chego ao fim das minhas
forças. Pensamentos de fuga têm crescido como ervas daninhas em um jardim mal cuidado
desde o momento em que entrei pelas portas amaldiçoadas desta mansã o, mas nunca
pensei que essas seriam as circunstâ ncias nas quais eu estaria fugindo.
Nã o há nenhuma marca em meu corpo. Já nã o acordo com medo. Nã o temo a presença de
minha amante. Pelo contrá rio, anseio por isso e nã o posso — não quero — ficar ocioso por
mais um momento.
No segundo em que Edward sai da mansã o a negó cios, provavelmente para visitar nossa
senhora, eu vou até a cozinha para roubar pã o, queijo e scones suficientes para durar até
amanhã . Nã o tenho nenhum plano além de sair da propriedade de Lady Veilthorn, mas me
acalma os nervos aplicar um mínimo de ló gica ao que estou fazendo. Porque ló gico
certamente nã o estou agora, temendo estar totalmente perdido .
Agarrando a comida que escondi em um pano ao meu lado, corro pela mansã o até meu
quarto. Meus pertences aqui, embora escassos, ainda sã o mais do que já possuí antes e meu
orgulho recém-nascido nã o me deixará deixar tudo para trá s. Deixo minha capa de inverno
na cama ao lado da minha sacola de comida e reú no minhas outras bugigangas: o espelho
de mã o cravejado de safiras, o conjunto de lenços com bordas de renda, a pulseira com
rosas em relevo. Coisas tã o bobas e sem sentido, mas, assim como seu doador, passei a
adorá -las loucamente.
Jogo a pulseira na cama, incapaz de esconder um ruído frustrado quando ela salta do
colchã o para o chã o. Reunindo minha saia, fico de joelhos e localizo a pulseira ao lado de
outra joia esquecida.
A visã o disso faz meu sangue gelar.
Com dedos trêmulos, pego: uma pulseira com cabochã o de vidro que esconde uma ú nica
viola. Uma pulseira que vi inú meras vezes, até consegui emprestar uma vez, embora fosse
grande demais para meus pulsos ossudos. Uma peça que Viola encontrou em um mercado,
caída do pulso de algum vampiro ou fornecedor.
Minhas mã os apertam o metal, a fú ria acendendo em meu peito. Por que nã o é com ela? A
coisa mais preciosa que ela já possuiu, descartada nas sombras sob a cama de um monstro.
Será que Viola também dormiu nele? Edward disse que ninguém tinha, mas por que eu
acreditaria no familiar de uma bruxa malvada? Talvez a cama fosse o local onde Viola
finalmente sangrou até secar, a pulseira caiu de seu braço morto e frouxo.
Coloco-o delicadamente ao lado das minhas coisas, visto minha capa e saio da mansã o.
A noite está tã o fria que congela o ar em meus pulmõ es, fazendo arder a pele do meu rosto.
A lua é uma casca fina e, embora eu a amaldiçoe por me expor, também sou grato pela sua
luz guiando meu caminho. Conheci a escuridã o durante toda a minha vida, mas, na fazenda,
era uma escuridã o urgente, reconfortante como um ú tero é. Aqui fora, a escuridã o é infinita
e cheia de monstros desconhecidos. Uma delas é a vampira que me possui.
Eu tinha deixado a porta do meu quarto aberta, as portas da frente da mansã o também.
Minha presença desaparecida será conhecida em breve.
Meus ouvidos se mexem a cada som nas á rvores ao meu redor e eu estremeço cada vez que
a lua salta entre os galhos como um raio. Sem fô lego e tonto como um animal enlouquecido
e encurralado, chego aos portõ es de ferro forjado sem nenhum perseguidor. Entã o,
apressando-me por entre eles, viro-me na direçã o do Bosque dos Lobos.
Edward havia dito que a mansã o de Lady Veilthorn fica perto da floresta e, exceto a
Floresta Negra, que fica na sombra eterna do castelo em ruínas, a Floresta do Lobo é a ú nica
floresta do condado. Silencio a voz em minha mente com firmeza quando ela me conta
quantos bosques e bosques existem entre aqui e o Bosque dos Lobos.
Eu nã o preciso alcançá -lo sozinho, só preciso estar perto o suficiente para que minha
senhora me sinta o cheiro e cace o resto do mundo. o caminho ela mesma. Um pensamento
tã o louco me faz bufar, lançando uma nuvem branca na noite. Como é que eu pensei que
Clara era louca? Ela é a imagem da sanidade em comparaçã o com o que me tornei.
Lembro-me da noite em que ela me encontrou lá fora depois de escurecer, como sua fera
me prendeu contra a á rvore, a humanidade sangrou de seus olhos, as presas distendidas.
Ela queria me matar naquela época, tenho certeza, mas pelo menos ela me queria.
Esta noite, encontro-me desejando sua ira tanto quanto desejo seu prazer.
É difícil, arrastando os pés pela noite escura, nã o pensar na tradiçã o mais sinistra de
Roseshire – nos lobos que assumem a face do homem; as demô nios da floresta que
capturam jovens donzelas para ensiná -las os costumes da feminilidade; a criatura alada
que dizem assombrar as ruínas do antigo castelo ao norte.
De cada lado de mim há á rvores, mas mesmo depois de um longo tempo caminhando, acho
que ainda nã o cheguei ao Bosque dos Lobos. Eu nã o sei onde estou. Tentei manter um
caminho reto, mas o terreno é irregular e o luar esporá dico significa que provavelmente me
desviei bastante. Mesmo assim, continuo. Qual seria o sentido de retornar? A puniçã o me
encontrará de qualquer maneira. Prefiro que isso aconteça mais cedo ou mais tarde.
A lua, antes de mim, agora paira diretamente acima, informando-me há quanto tempo estou
vagando. Encontro um riacho, cujo som complementa o som de sucçã o que minhas botas
fazem na lama encharcada. EU virar para a esquerda, sabendo que isso me tirará
completamente do curso. Sigo a á gua por um tempo, aproveitando o brilho da lua em sua
superfície murmurante.
Eventualmente, o riacho diminui para o subsolo e o silêncio da noite fica alto novamente.
As á rvores também estã o diferentes agora. Mais altos, mais finos, seus galhos sã o finos
como os ossos dos dedos de um gigante. Algo dentro me diz que este é o Bosque do Lobo.
Mantendo-me em seus limites, observo a floresta, observando seus lendá rios lobos. Duvido
muito que sejam como aqueles que perambulam pela fazenda, que se parecem mais com
raposas em seu desinteresse pelos humanos. Os lobos nesta floresta supostamente levam
humanos .
Afastando esses pensamentos com firmeza, estremeço quando uma nuvem cobre a lua,
mergulhando-me na escuridã o total. Por um tempo só consigo ficar ali parado,
amaldiçoando minha visã o humana inferior. Caminhei longe o suficiente? Ou é aqui que
caio, congelado e sozinho? Melhor continuar andando, decido, e rezo para nã o tropeçar em
uma armadilha ou, pior ainda, nas mandíbulas de um lobo.
Muito ocupado, estou espiando a floresta e só me ocorre quando ouço um galho estalando
que o perigo pode vir de cima. Quando lancei meu olhar para cima, finalmente avistando o
brilho rosado dos olhos, uma onda de alívio e adrenalina percorreu meu corpo.
Tã o silenciosa e graciosa quanto uma pantera, Lady Veilthorn cai no chã o diante de mim.
Ouço um som arrastado e entã o uma lamparina a ó leo me revela o rosto de minha amante.
Esperando a fú ria de antes, fico perturbado quando me deparo com o falta disso. Uma falta
distinta também. Ela parece quase drogada em seu vazio, algo como uma sonâ mbula.
Mas, deuses acima, ela é linda. Na semana passada, eu tinha esquecido a altura dela e com
ela, a imensa presença que me envolve como um perfume enjoativo, que eu nunca iria
querer lavar. Ela está vestida de preto – calças de caça pretas, botas pretas, uma capa preta
com capuz levantado para esconder o cabelo. Ela parece um demô nio da Floresta Negra e
se eu soubesse que eles eram assim, certamente nã o lutaria contra eles quando viessem me
levar.
Nó s nos olhamos por um período interminá vel de tempo antes que Lady Veilthorn
finalmente diga: — Bem. Basta olhar para você vagando por aí como uma presa depois de
escurecer.
— Vim procurar você, minha senhora.
— Eu nã o queria ser encontrada, Pearl.
Nenhum som escapa dos meus lá bios quando os separo para responder. Percebo que Lady
Veilthorn nã o piscou nenhuma vez desde que me viu, seus olhos fixos e inabalá veis nos
meus. Pela forma como sua boca está fechada, suas presas também nã o estã o abaixadas. Ela
é uma imagem estranha de intensidade e calma, e me sinto mais perturbado do que nunca.
“Mas”, minha amante vampira continua, inclinando a cabeça, “descobri que sim. Entã o,
agora o que eu faço com você?
Eu me mantenho imó vel enquanto ela delibera, tentando seriamente me livrar da sensaçã o
de que eu deveria estar correndo – correndo o mais rá pido que minhas perninhas de presa
conseguem. .
— Venha até mim, Pearl — murmura Lady Veilthorn. 'Venha para o meu lado.'
Tremendo, dou pequenos passos em direçã o a ela, incapaz de desviar o olhar dos olhos
rosados que parecem estranhamente vermelhos nesta penumbra.
Quando estou ao alcance dela, Lady Veilthorn passa o olhar sobre mim, as narinas dilatadas
enquanto ela sente o cheiro delas. 'Nã o sei se é o jeito que seu coraçã o bate, o medo
escorrendo pelos seus poros ou pelo branco dos seus olhos, mas seu sangue canta mais
forte do que nunca esta noite.' Ela coloca dedos longos em volta do meu pescoço, buscando
meu pulso. Quando ela o encontra, ela aperta a mã o como um torno. 'Deuses acima, como
eu quero estripar você.'
Seus olhos brilham pouco antes de ela me empurrar pelo pescoço. Enquanto eu suspiro,
agarrando-me a ela, ela me puxa para ela novamente, forçando a corda que segurava a
sacola de minha comida e amarrando-a em volta da minha garganta.
Enrolando a ponta na mã o, ela puxa a corda, cortando meu ar. — É uma longa caminhada
até o chalé, querido. Espero que você esteja disposto a isso.
Entã o ela se vira, me arrastando atrá s dela enquanto atravessamos a floresta.
Na verdade, é uma longa caminhada e estou rígido e gelado até os ossos quando avisto o
brilho bem-vindo de uma lareira através da janela de uma cabana. Está escuro demais para
ver grande parte de seu edifício, mas o frio há muito entorpeceu qualquer curiosidade que
eu pudesse ter sobre a segunda residência de minha senhora. .
Ela empurra a porta que range nas dobradiças. Dando um puxã o na corda, tropeço na
soleira, meus olhos encontrando os de Edward, que se levanta da poltrona na nossa
entrada. Espero que ele pareça desdenhoso, me diga uma ou duas palavras frias, mas a
expressã o em seu rosto é de espanto, até mesmo de receio.
'Lady Veilthorn...'
- Como você estava, Edward. Meu pescoço está puxado novamente. — Venha, Pérola.
Meu nariz começa a escorrer, minhas extremidades formigam dolorosamente enquanto o
calor do chalé penetra em mim. No entanto, nã o tenho tempo para aproveitar o fogo antes
de ser conduzido por outra porta e descer por uma escadaria de pedra escura.
Estamos no porã o da casa. Lady Veilthorn deixa cair minha corda para acender as
arandelas, mas o alcance delas mal penetra nas sombras espessas nos cantos. O que eles
encontram é a enorme gaiola no meio da sala de pedra. Parece uma gaiola que seguraria
um par de caná rios e ficaria pendurada no teto, mas esta gaiola é grande demais para ser
pendurada em qualquer lugar - e certamente nã o é para nenhum pá ssaro conhecido em
Roseshire.
Com o estô mago cheio de pavor, fico diante da jaula de latã o enquanto Lady Veilthorn me
liberta da corda. Entã o ela enfia uma chave correspondente no buraco da fechadura e abre
a porta.
— Entre, Pearl. Ela fica com a mã o na moldura, pronta para fechá -la novamente. 'Aí está um
bom pá ssaro.'
Encarando na fria indiferença de seu semblante, desejo a ira com a qual contava – qualquer
coisa menos essa frieza eriçada.
Nã o há nada que eu possa fazer agora, e só estou grato por poder guardar minha capa e
alimentos enquanto entro na jaula. O arame grosso chacoalha quando Lady Veilthorn me
fecha, com os olhos brilhando à luz fraca das velas.
A porta tranca com um estalido. Da escuridã o, Edward emerge e, sem olhar, Lady Veilthorn
lhe entrega a chave. Rá pido como veio, ele desaparece novamente.
A vampira se aproxima, a testa apoiada no arame, um braço sustentando seu peso na gaiola
acima dela.
— Você tinha uma regra, Pearl. Uma regra minú scula e simples. Ela suspira quase
lamentavelmente. — Diga-me por que você teve que deixar a mansã o esta noite.
Estou tonta com o barulho do meu coraçã o, forçando o conforto do metal entre nó s. 'Eu
queria você.'
'Mesmo quando eu nã o quero você?'
— Especialmente entã o — digo, ao mesmo tempo magoado e irritado com as palavras dela.
'Hmm, você é uma coisa estranha. Suponho que seja isso que ganho por brincar com a
comida antes de comê-la.
'Se eu fosse comida de verdade, já estaria com frio e mofado e nã o serviria para nada.'
'Bem, você certamente acertou a ú ltima parte.' Lady Veilthorn entra na jaula, outro suspiro
saindo de seus lá bios. Desta vez menos suspiro e mais gemido. — Mas você está longe de
sentir frio, meu querido. '
Eu mudo sob seu olhar. Com as arandelas nas costas, seu rosto está sombreado, seus olhos
parecem totalmente pretos. Estou ciente de uma agitaçã o irritante entre minhas pernas que
só fica mais proeminente à medida que Lady Veilthorn permanece pendurada na jaula
daquele jeito.
“Quase posso sentir o gosto do seu sangue daqui”, ela sussurra.
Aproximo-me dela, empurrando meu braço através das barras. 'Experimente isso. Prove-
me agora.
'Não.'
'Entã o, pelos deuses, deixe-me provar você!'
De perto, vejo suas narinas dilatarem com minhas palavras, e sua boca se abre
ligeiramente, apenas o suficiente para que eu veja as pontas de suas presas.
“Você é uma coisinha devassa, Pearl”, ela respira. 'Nunca conheci nada parecido.'
Ignorando meu braço esticado, Lady Veilthorn se afasta da jaula e entã o, com os olhos
ainda cravados nos meus, alcança o fecho das calças.
'É isto o que você queria?' ela pergunta assim que se desnuda. Olho para o cabelo escuro
entre suas pernas, minha respiraçã o ficando pesada em meus pulmõ es. 'Fique de joelhos.'
Sua voz é á spera e rouca como na noite em que quebrei sua regra pela primeira vez. Ela
pressiona a palma da mã o na minha cabeça e me empurra para baixo com força até que
meus joelhos batem na base de metal frio da gaiola, minha testa aparecendo no arame.
'Veja aqui.' Lady Veilthorn abaixa dois dedos entre as pernas e os separa em uma posiçã o
em V, revelando-se para mim. 'Prenda seus lá bios naquele pequeno botã o ali e nã o relaxe
até que eu entre em sua boca. Entendeu, Pérola? Se nã o me der prazer, vou estripá -lo esta
noite. Ela empurra os quadris na gaiola, um suspiro escapando dela quando o metal
pressiona seu pú bis. — Agora, Pérola.
Com meu pró prio suspiro, agarro suas coxas através do arame e beijo o lugar onde seus
dedos estã o embalando. Com um gemido, ela deixa os dedos caírem, levantando-os para
agarrar as barras acima de mim.
Tentativamente, estendo minha língua, pressionando-a em sua carne quente e ú mida. Seus
quadris estremecem ao primeiro toque, me fazendo estremecer. Abrindo meus lá bios, eu os
fecho com ternura em torno dela, localizando cegamente aquele lugar com a ponta da
língua.
— Sim, — ela sussurra, e eu sei que encontrei. 'Agora, lamba aí... rapidamente.'
Faço conforme as instruçõ es, lambendo minha língua repetidamente no mesmo lugar, até
que sua respiraçã o fica pesada. No início sou um peixe fora d'á gua, debatendo-me neste
mundo escuro e desconhecido. Mas entã o algo curioso acontece. A cada golpe da minha
língua, é como uma corrente fluindo do botã o de Lady Veilthorn para o meu, até que me
vejo apertando minhas coxas, minha respiraçã o saindo como ofegos em sua carne.
Nã o demora muito para Lady Veilthorn alcançar o auge. Com um suspiro á spero, suas coxas
enrijecem e a suavidade sob minha boca começa a pulsar. Um gemido sufocado escapa dela,
mas soa estranhamente abafado aos meus ouvidos.
Quando tenho certeza de que nã o há mais prazer, me afasto, meu rosto quente e ú mido e
minha mandíbula vibrando de dor. Lady Veilthorn permanece agarrada à jaula, A boca
apertou firmemente as barras, as pontas dos caninos mordendo o metal. A visã o é
puramente animal, e de repente fico inundado de alegria por esta jaula nos separar.
Com um suspiro de satisfaçã o, Lady Veilthorn se levanta lentamente e reajusta as calças.
Ainda assim, aqueles olhos permanecem nos meus. 'Você tem sorte de estar naquela jaula',
ela murmura, ecoando estranhamente meus pró prios pensamentos, 'e por eu ter dado a
chave a Edward.'
'Quando você vai me deixar sair?' Eu me levanto com as pernas trêmulas, ignorando
seriamente a pulsaçã o entre elas. Está cada vez mais difícil nã o aliviá -lo. Quero cair de
joelhos novamente, levantar a saia e implorar que ela me ajude a encontrar a libertaçã o.
— Acho que nã o antes de amanhã . Eu nã o confiaria em mim mesmo com você na minha
cama esta noite.
'Seria realmente tã o ruim?'
'Por que você deve empurrar?' ela sussurra asperamente, passando a mã o agitada pelo
cabelo.
'Por que você deve se conter? Nã o podemos ter prazer sem sangue?'
— Nã o, Pearl, nã o podemos. Deuses lá em cima, eles nã o lhes ensinaram nada naquele lugar
esquecido por Deus?
'Só que sem meu sangue eu nã o sou nada.' Lá grimas de frustraçã o e rejeiçã o ardem em
meus olhos. Ela nã o consegue ver como me sinto terno depois de ter dado prazer a ela?
Que, talvez, eu gostaria que ela o devolvesse?
'Entã o eles te ensinaram errado. '
'Mas os outros!' — grito, de repente me lembrando da pulseira de Viola. Procuro-o na
minha bolsa antes de agitá -lo na cara da mulher. 'Eu achei isto. Isto era dela. Onde ela está
agora? Você se alimentou dela até...? Diga-me, onde ela está ?!'
Os olhos de Lady Veilthorn fixam-se na pulseira antes de arrancá -la delicadamente das
minhas mã os. Ela passa o polegar sobre o cabochã o floral antes de encontrar meu olhar
novamente. — E se eu dissesse que a drenei? Que eu nã o a tive nem por um ano... você
ainda me quereria entã o?
Nã o posso responder a isso. Ainda estou intoxicado pelo desejo entre minhas pernas,
minha mente está confusa, mas suas palavras me angustiam muito. Afasto-me alguns
passos até que minhas costas batem no outro lado da gaiola, onde deslizo para o chã o.
Dando uma ú ltima olhada para mim, Lady Veilthorn enfia a pulseira no bolso da calça antes
de me deixar sozinha no porã o.
CAPÍTULO 8

A CÓ CEGAS NA MINHA bochecha me acordam em seguida. Nã o tenho como saber se


dormi duas ou dez horas, mas as luminá rias de parede ainda estã o acesas e há um
clarã o de luz do dia descendo as escadas vindo da porta aberta do porã o.
O toque em minha bochecha volta, me estimulando a despertar completamente. Meus olhos
corajosos seguem a mã o que afasta o cabelo do meu rosto e quando me concentro na
pessoa a quem essa mã o pertence, nã o tenho certeza se conseguirei respirar novamente.
“Bom dia, Pearly Wearly”, diz a voz abafada, embargada e extremamente afetuosa.
'Viola', eu respiro. Fecho os olhos novamente, apertando-os até doerem. 'Eu estou morto.
Ela me matou. '
Viola solta uma risada. — Ela certamente nã o fez isso. Eu ficaria um pouco mais chateado
se ela tivesse feito isso. Sua mã o se move do meu cabelo até meu ombro, onde aperta. —
Agora, você pode sentar para mim, querido? Receio que meu braço esteja dormente assim.
Com as mã os através das barras, Viola me ajuda a sentar, o impulso me levando até que
meu rosto fique a poucos centímetros do dela. Estou tremendo, tanto de frio quanto de
choque, e ainda nã o estou totalmente convencido de que Lady Veilthorn nã o tenha me
apagado durante a noite.
'Como isso pode ser?'
— Você deve saber que ela me comprou.
'Sim, mas...' Meus dedos se desenrolam das barras, roçando os fios cor de mel de seu cabelo,
olhos azuis me observando suavemente. — Você nã o parece chocado.
'Eu observei você dormir por cerca de uma hora durante a noite.' Ela sorri. 'Eu lidei com
meu choque entã o. Lady Veilthorn me permitiu visitá -lo.
“Você era seu escravo de sangue”, eu digo.
'Eu era.'
'Entã o como você está …? Você nã o existe mais.
'Parece que nã o. Nã o, estou encarregado de cuidar desta casa agora. 'É assim que passo
meus dias.'
Deixei minha testa descansar nas barras acima de minhas mã os, permitindo que o metal
esfriasse minha testa febril. ‘Parece que estou conversando com um fantasma.’
— Receio estar bem vivo. Muito bem também.
— Mas como, Viola? Abro meus olhos, fixando-os nos dela. 'Os rumores-'
— Sã o exatamente isso: rumores. '
— Mas você era escravo de sangue de Lady Veilthorn? Eu pressiono.
'Eu era. E Odessa antes disso.
'Odessa...'
— Ela também está bem. Embora nã o esteja aqui.
Recostando-me, olho para meu amigo, o ú nico que já tive, que nunca pensei que veria
novamente. Agora que o choque está se acalmando, as circunstâ ncias do nosso reencontro
tornam-se princípios em minha mente.
Ao som de uma tá bua do piso rangendo acima de nó s, o olhar de Viola se eleva. “Ela vai
querer o café da manhã ”, diz ela.
'Ela pode esperar.' Ignorando as sobrancelhas levantadas da minha amiga, continuo: 'Se ela
comprou você para ser seu escravo de sangue, como você conseguiu essa posiçã o?'
— Nã o sei, de verdade. Estou apenas grato.
'Ela se alimentou de você?' — pergunto, sem me orgulhar da pontada de inveja que o
pensamento evoca.
'Sim.'
— Ela machucou você?
'Alguns.'
Procuro as marcas reveladoras em seu pescoço, mas a renda da gola esconde isso. 'Você...
alguma vez quis que ela te machucasse?'
'Nã o...' Há um sorriso malicioso em seus lá bios agora, a expressã o familiar batendo em meu
peito. Oh, como senti falta desta criatura calorosa e travessa. ' Você?'
Abaixo a cabeça, sentindo-me corar. 'Admito que estou sentindo coisas que nunca senti
antes.'
'Milímetros. Ela é encantadora, nã o é? E aterrorizante e cruel... Lembre-se de proteger seu
coraçã o, nã o é?
'Nã o há defesa contra isso, Viola.' Balanço minha cabeça para ela, impotente. 'Temo...
acredito que possa estar doente.'
'O amor pode ser um tipo peculiar de doença.'
— Ela nã o quer nada comigo — digo amargamente.
— É mesmo assim, Pearl? Quando franzo as sobrancelhas, confusa, Viola diz: — Entã o me
diga por que ela assombra a floresta a noite toda, só retornando quando está morta? Ou por
que ela nã o dorme há noites por sentir falta de alguém em sua cama? Ou por que ela quase
arranca a cabeça do pobre Mestre Edward sempre que ele menciona você pelo nome?
'Entã o por que ela fica longe?' Eu quase choro. 'Eu implorei para ela me levar.'
Viola suspira, reorganizando-se no chã o duro de pedra. 'Um humano pode conhecer os
costumes de um vampiro? Nã o tenho dú vidas de que os motivos dela sã o bons.
Suas palavras sã o um eco das de Edward e me fazem suspirar de frustraçã o. Em todo o
nosso treinamento na fazenda, nada me preparou para o quã o irritante um vampiro
poderia ser.
— Eu deveria confiar nela, entã o? Eu pergunto, com um toque grosseiro na minha voz.
— Nã o, Pérola. Isso seria tolice. Nã o importa as informalidades entre vocês dois, você ainda
pertence a ela; você é posse dela. Assim como eu.
A Um arrepio percorre meu corpo com a verdade de suas palavras. Quer Lady Veilthorn me
queira ou nã o, ainda sou dela. Uma verdade que me envolvo agora como um manto.
'Entã o você está dizendo que eu nã o deveria confiar nela', raciocino lentamente, 'mas ainda
me render a todos os seus caprichos, e tudo sem questionar?'
Viola dá de ombros, olhando para baixo para puxar um fio solto de seu avental. 'Que
escolha uma garota como nó s tem?'
— Mas você nã o acredita que ela vai me matar? Esvaziar-me até secar, como dizem os
rumores?
— Nã o, se você se comportar. Viola olha para mim na gaiola e balança a cabeça. — Eu nã o
conhecia você, nã o é? Além de sua propensã o para perambulaçõ es noturnas, você sempre
foi muito bom.
— Acho que também nã o me conhecia. Eu ainda nã o sei. É como se uma estranha tivesse
despertado em mim... como se ela tivesse despertado isso.
Inclinando-se para frente, Viola enrola os dedos nos meus, onde eles ainda descansam nas
barras. Meus olhos se fixam na pulseira em seu pulso, olhando para a flor da viola enquanto
ela avisa: 'Apenas tenha cuidado, meu amigo. Isso lhe servirá bem.

Estou agachado, encolhido em minha capa, o corpo tremendo violentamente de arrepios,


quando a porta do porã o se abre novamente. A sombra projetada na pedra me diz que é
Lady Veilthorn, mas estou com frio demais para despertar qualquer sensaçã o de medo. .
Ela se aproxima da jaula lentamente, vestida com roupas de montaria justas, a chave da
jaula balançando em um dedo. “Espero que isso tenha satisfeito você”, diz ela, com os olhos
mais frios do que jamais vi.
— Você poderia ter me contado — digo, minha voz quase ilegível em meio ao bater dos
dentes.
— Vejo que sua noite na jaula nã o contribuiu em nada para sua insolência.
— Você sabia que ela era minha amiga.
'Ela era sua amiga' - Lady Veilthorn enfia a chave na fechadura, girando-a com um
movimento do pulso - 'mas agora ela é minha, e o que eu faço com a minha nã o é da conta
de ninguém, apenas minha.'
Ela me manda levantar, mas meu corpo está tã o rígido que tropeço no momento em que
saio da jaula. Lady Veilthorn avança e me pega com um grunhido. O calor que flui de seu
corpo é celestial e eu estremeço ofegante quando ela me puxa com força contra ela.
'À s vezes me arrependo do dia em que trouxe você para casa', ela murmura, passando o
polegar pelos meus lá bios trêmulos, 'e outras vezes, me pergunto por que nã o te encontrei
antes.'
Partimos para a mansã o naquela tarde. Há dois cavalos esperando lá fora e Edward me
aponta um deles. Porém, quando faço um movimento em direçã o a ela, Lady Veilthorn me
captura com o punho no cabelo. Eu sibilo em voz alta, lutando apenas minuciosamente
enquanto ela me arrasta até seu cavalo. Envolta em preto e ameaçadora contra a luz fraca
do sol, ela me ajuda a subir no grande besta antes de vir se sentar atrá s de mim, com o
braço apertado - muito apertado - em volta da minha cintura.
Com um coice no flanco do cavalo, partimos pela floresta.

Lady Veilthorn segura minha coleira no instante em que voltamos, mas, felizmente, nã o sou
relegado ao chã o. Na verdade, a vampira parece tã o aliviada quanto eu por estar mais uma
vez compartilhando a cama. Nossas camisolas estã o espalhadas em nossos respectivos
lugares, e eu fico olhando para elas enquanto processo os acontecimentos do dia.
'Posso visitá -la à s vezes?' — pergunto, lembrando-me do abraço de despedida com Viola,
de como ela enterrou o rosto em meu pescoço e das lá grimas em seus olhos cor de
centá urea quando Lady Veilthorn finalmente nos separou.
'Além do seu comportamento repetidamente atroz, nã o vejo razã o para dizer nã o.'
A voz do vampiro é fria, quase ausente, como se ela ignorasse o presente que ela acabou de
me conceder.
O balã o de felicidade em meu peito cresce a tal ponto que nã o posso deixar de abraçar a
vampira desapaixonada e abraçá -la com todas as minhas forças. Ela grunhe de
aborrecimento, resignando-se a me dar tapinhas nas costas com um suspiro.
— Obrigada — sussurro. 'Obrigado, obrigado, obrigado você.'
Com um fantasma de um beijo no topo da minha cabeça, Lady Veilthorn me empurra para
longe dela. 'Talvez isso faça com que você se comporte.'
— Talvez sim — sorrio, com o coraçã o apertado ao ver o brilho de resposta em seus olhos.
Uma batida suave chega à porta e, ao comando de Lady Veilthorn, ela se abre para deixar
entrar duas garçonetes armadas com tigelas e jarros fumegantes. Pegando minha liderança,
Lady Veilthorn me puxa até a penteadeira, onde ela começa a tirar todas as minhas roupas,
exceto o colarinho.
Fiquei nu diante de seus olhos vá rias vezes nos ú ltimos meses, mas ela nunca se
encarregou de me lavar. Ela me pressiona contra a penteadeira, seus olhos quase clínicos
enquanto passam por mim, uma mã o saturando um pano em uma das tigelas.
Ela reclama ao notar um arranhã o em meu braço e outro em meu quadril. “Você danificou
minha propriedade”, ela afirma, passando suavemente o pano ú mido sobre os cortes. 'Eu
matei por menos.'
Minha pele se arrepia com seu toque e eu tremo com a pontada resultante entre minhas
pernas. Embora eu quase tenha exigido que ela me levasse ontem à noite, hoje estou
cansado dos acontecimentos dos ú ltimos dois dias e com uma dor de estô mago que piora
lentamente. Ainda assim, é agradá vel estar sob seus cuidados, seus seios fartos a poucos
centímetros do meu nariz, seus olhos penetrantes e intensos examinando-me com tanto
cuidado. Apoiando-me ainda mais na penteadeira, fecho os olhos para saborear seus toques
gentis, os estalos silenciosos enquanto ela encontra outro defeito. na minha pele, o calor do
seu corpo rivalizava com o da lareira.
Corro o risco de adormecer quando ela falar novamente. — Você sabe, Pearl, eu nã o venho
à minha tirania sem razã o. Existem razõ es muito reais e muito importantes para as minhas
regras.
— Você vai me contar?
'Nã o deveria fazer diferença se você os conhece ou nã o.'
“Já encontrei lobos antes”, digo a ela.
'À s vezes, o perigo tem menos a ver com o que existe na natureza e mais com o que existe
mais perto de casa - em nossa pró pria espécie.' Ao meu olhar de incompreensã o, ela
pergunta: 'Você já se perguntou por que Lady Veilthorn é a vampira mais odiada de
Roseshire?'
— Porque ela sangra as meninas em um ano. Porque ela é terrivelmente feia e monstruosa.
Lady Veilthorn ri. 'Certo. E porque ela possui dinheiro suficiente para comprar todos os
melhores cortes de carne. A vampira sorri. — Dinheiro de sangue, é claro, se você
perguntar a alguém. Mas Pearl, nã o é apenas a sua espécie que a despreza e teme tanto. Sã o
os escalõ es superiores também. Sua espécie. Vampiros que nã o parariam por nada para
destruir o que é importante para ela. E Pearl — Lady Veilthorn faz uma pausa na lavagem,
inclinando-se para olhar nos meus olhos —, você é muito, muito, importante para mim.
Você está entendendo?
Concordo com a cabeça, sem confiar em mim mesmo com as palavras.
'Bom. Por isso devo insistir novamente, pela última vez, para que você nã o saia do terreno
desta casa sem minha permissã o. O que eu nunca vou conceder a você. Posso fazer de você
uma vida naquela jaula, mas, querido — ela segura meu rosto, os olhos rosados
transbordando de sinceridade —, eu realmente nã o quero ter que fazer isso.
— Tudo bem — sussurro, balançando em direçã o ao toque dela. 'Eu só queria estar com
você.'
Um sorriso suave se forma nos lá bios de Lady Veilthorn. 'Você nã o vai sair dos meus braços
a noite toda.'
Fiel à sua palavra, assim que estamos lavados, secos e vestidos com nossas roupas de
dormir, Lady Veilthorn me arrasta para seus braços sob a colcha. Seu suspiro reflete o meu
enquanto coloco meu rosto em seu peito, ouvindo seu coraçã o bater com metade da
velocidade do meu – uma entre um nú mero infinito de diferenças entre humanos e
vampiros.
Pensar em coraçõ es me faz lembrar das palavras anteriores de Viola quando ela mencionou
o amor, algo em que nã o tive condiçõ es de pensar naquele momento. Além de Viola e um
rato domesticado que encontrei quando era criança, acho que nunca amei nada antes. Entre
as muitas coisas ensinadas na fazenda, o amor nã o era uma delas. Ouvi dizer que é
abrangente, e o que sinto pela mulher em meus braços é certamente isso. Mas o mesmo
acontece com a obsessã o, do tipo doentio, do tipo que transforma os homens em
assassinos. Nã o creio que conseguiria matar Lady Veilthorn; é mais prová vel que seja eu
mesmo quem destruo em meu fervor.
Meu estô mago, enjoado o dia todo, dá um forte embrulho, me fazendo prender a respiraçã o
até passar .
Lady Veilthorn deve me sentir tenso ao levantar a cabeça do travesseiro para me observar.
'Pérola?'
'Milímetros?'
'O que é?'
'Dores de estô mago.' Deixei escapar um suspiro. 'Nada mais.'
Lady Veilthorn faz uma careta com simpatia. 'Pobre Pérola. Role para o seu lado, querido.
Deixe-me aliviar você.
Um calor delicioso me envolve enquanto Lady Veilthorn se ajusta ao meu comprimento,
dedos longos descendo sob minha camisola para dançar na pele do meu estô mago. Quando
fico tenso instintivamente, ela me acaricia com a palma da mã o aberta até eu me render.
Aprovadoramente, ela beija minha nuca e eu fecho os olhos enquanto seus dedos voltam a
se mover em pequenos e firmes círculos logo acima do meu pú bis. Nã o me importa como
ela sabe que é onde está a dor, só estou grato pelo alívio.
Sucumbindo ao meu cansaço, me pego entrando e saindo do sono enquanto Lady Veilthorn
continua acariciando. Sua respiraçã o suave se funde com meus sonhos e uma onda de
contentamento toma conta de mim cada vez que ela se move, empurrando seu corpo macio
e quente contra o meu.
Em algum momento durante a hora seguinte, com o fogo ardendo na lareira e as luminá rias
de parede ainda dançando alegremente, Lady Veilthorn cessa suas carícias. Seus dedos
descansam preguiçosamente em minha barriga enquanto ela se levanta até meu pescoço,
sua respiraçã o soando como fungadelas em meu ouvido. Abro os olhos quando sinto o
toque de sua língua no ponto logo atrá s da minha orelha, sua respiraçã o ficando ainda mais
pesada. .
“Senhora Veilthorn?”
Há um momento de nada além de sua respiraçã o cada vez mais curta antes de ela
finalmente gemer meu nome.
'Lady Veilthorn, o que é isso?'
Com a minha pergunta, ela suspira pesadamente em meu pescoço. 'Nada querida.' Ela se
acomoda ao meu lado, puxando-me firmemente em seu abraço. 'VA dormir agora.'

Có licas na parte inferior do estô mago me acordam durante a noite. Nã o creio que tenha
dormido muito tempo — o fogo ainda está aceso — mas já passou tempo suficiente para a
mulher ao meu lado adormecer.
Por um tempo fico deitado com os olhos fechados, bloqueando a luz do fogo para sentir
melhor Lady Veilthorn atrá s de mim. Seu peito se move contra mim a cada inspiraçã o
profunda e seu aperto em torno de mim é quase um castigo por sua constriçã o. Acho
maravilhoso esse sentimento de pertencimento, de posse. Se me tivessem dito que sentiria
isso apenas dois meses apó s meu mandato como escravo de sangue, eu os teria
considerado estú pidos. Nã o faz sentido para mim, nem remotamente, entã o nã o tento
dissecar. Eu apenas sinto algo que nunca me permiti fazer antes em todo o meu tempo de
vida. Nenhum sentimento, nenhum pensamento. Apenas fazendo, apenas se tornando.
Tornando-se o purista, o mais saudá vel, o mais saboroso. Nã o somos gente da fazenda,
somos gado. Lady Veilthorn, apesar de toda a sua crueldade e selvageria, faz eu me sinto
como uma pessoa. Ela me vê por inteiro, à s vezes até me querendo . O meu ú nico desejo, por
mais impossível que seja, é que ela me queira tanto quanto me vê.
Meu estô mago lateja novamente e eu me movo nos braços do vampiro até que a dor
diminua. Ao fazer isso, percebo uma umidade pegajosa entre minhas pernas. Nã o é por
necessidade, disso tenho certeza, e a ideia de que eu possa ter me molhado durante o sono
faz meu coraçã o bater forte tanto de humilhaçã o quanto de medo. Com cuidado, para nã o
acordar Lady Veilthorn, mergulho a mã o sob a camisola e toco a umidade com as pontas
dos dedos.
Trazendo-os para a luz, olho com horror para a espessa camada de sangue.
'Senhora... Senhora Veilthorn!' Sento-me na cabeceira da cama, empurrando Lady Veilthorn
para longe de mim, que murmura com desgosto. Mantendo minha mã o ensanguentada
longe de mim, eu a empurro até que ela acorde. 'Lady Veilthorn, me ajude!'
— O que foi, Pérola? ela murmura sonolenta.
'Nã o sei, mas acho que posso estar morrendo!'
A estridência da minha voz finalmente a desperta do sono.
'Pérola.' Ela se senta, com uma juba selvagem ao seu redor, e me olha atentamente. 'Me diga
o que está errado.'
Eu mostro a ela minha mã o. 'Está em todo lugar. Entre minhas pernas, o colchã o. O que está
acontecendo comigo?'
Há apenas silêncio em resposta à minha pergunta. Quando finalmente levanto o olhar da
minha mã o, fico tenso com o olhar de pura intensidade que se instalou em seu rosto. ‘Lady
Veilthorn…?’
'Pérola.' Ela limpa a garganta do tom á spero de sua voz. 'É apenas a sua menstruaçã o.'
'Meu o quê?'
— Suas mensalidades, seu dever feminino... diga-me, por favor, que você já passou por algo
assim antes?
'Estou sangrando', digo sem fô lego, incapaz de compreender sua calma diante da minha
morte inevitá vel, 'do meu â mago.'
— Sim, você... Lady Veilthorn solta um suspiro que soa um pouco exasperado aos meus
ouvidos. 'Como alguém chega à idade que você tem sem nunca ter tido uma?'
Balanço a cabeça, impotente.
'Suponho que poderia ser toda a carne', ela reflete, capturando minha mã o ensanguentada
com a dela, 'ajudando você no amadurecimento.'
Seus olhos estã o ardentes nas pontas dos meus dedos sangrentos. Espero que ela os
coloque na boca, mas, depois de olhar por um tempo, ela apenas abaixa minha mã o de volta
para o meu lado.
— Pérola — ela sussurra. 'Gostaria de ver.'
Nã o importa o quã o gentil ela tenha dito, nã o há como confundir o comando em sua voz.
Fico imó vel enquanto ela tira a colcha pesada de mim e, uma por uma, levanta minhas
pernas para que fiquem dobradas na altura dos joelhos. Incapaz de desviar o olhar, meus
olhos se enchem de lá grimas ao ver a bagunça vermelha que fiz na minha camisola e no
lençol por baixo.
'Isso é horrível!' Eu choro.
Distraidamente me calando, Lady Veilthorn abaixa a cabeça até que eu nã o vejo mais a
expressã o em seu rosto. Por um momento nã o há nenhum movimento além do meu peito
arfante, e entã o minha respiraçã o para completamente quando sinto o toque da respiraçã o
de Lady Veilthorn em meu lugar mais privado.
A autoconsciência substitui meu medo num instante enquanto olho para a divisã o de seu
cabelo, a forma como minhas pernas dobradas emolduram sua cabeça. De repente, o lugar
entre as minhas pernas começa a se mexer e resisto à vontade de mudar enquanto Lady
Veilthorn continua a me observar.
Entã o, num movimento que me choca completamente, sinto a ponta da língua dela se
esticando para me provar.
Com um suspiro, todo o ar escapa dos meus pulmõ es enquanto ela começa a lamber
rapidamente, o som alto na sala silenciosa. Nã o consigo respirar, minhas costas estã o
tensas contra a cabeceira da cama enquanto luto para me manter imó vel. A respiraçã o de
Lady Veilthorn sai como pequenos estalos á speros, um som que ainda nã o ouvi dela.
— Minha senhora — suspiro, ainda incapaz de compreender o que está acontecendo.
Ao som da minha voz, a lambida para.
Entã o, lenta e assustadoramente, a vampira levanta a cabeça.
É ó bvio imediatamente que minha amante se foi, uma fera infernal foi deixada em seu
lugar.
Dilatadas em fossas cavernosas, as bordas das pupilas sã o tã o vermelhas quanto o sangue
ao redor da boca, tã o vermelhas quanto as gengivas. em exibiçã o enquanto seus lá bios sã o
puxados para trá s para revelar suas presas em toda a sua ferocidade. Esses estalos ainda
estã o soando no fundo de sua garganta, aprofundando-se lentamente à medida que nos
olhamos em algo parecido com um rosnado.
Engolindo em seco com a visã o, fico com apenas um pensamento: parece que meu sangue
finalmente amadureceu.
CAPÍTULO 9

T O CREPITAR DO fogo moribundo rivaliza com o estalar da boca aberta e rosnante de


Lady Veilthorn. Desejo fervorosamente que as meninas o reabasteçam, que os
castiçais das velas voltem à vida, qualquer coisa que queime as sombras que cobrem
o rosto da vampira.
Sua cabeça está girando repetidamente para a esquerda, um gesto totalmente animal que
nã o tenho certeza se ela percebe, e há marcas em minhas coxas onde suas garras as cravam.
'Pearl', ela rosna, forçando-me a olhar dentro daqueles olhos bestiais dela, 'se você nã o
deseja ser devorado... corra.'
Mas nã o posso correr. Se todos os deuses do céu entrassem no quarto agora para me tirar
desta cama, eu ainda nã o conseguiria correr. Estou fundido ao veludo atrá s de mim, minhas
extremidades inú teis para fazer qualquer coisa além de agarrar os lençó is abaixo de mim. .
Além disso, nã o tenho certeza se ela realmente permitiria que eu fosse embora, mesmo que
eu quisesse.
Na minha falta de resposta, ela abaixa o rosto novamente, continuando com a limpeza, só
que desta vez apertando o botã o que sempre oferece tanto prazer a si mesma.
'Oh-!'
— Você tem muito a aprender, Pearl, minha querida — Lady Veilthorn respira, me
chupando com força.
Meus olhos se fecham, minha cabeça bate para trá s contra a cabeceira da cama. — Ensine-
me — sussurro, enroscando a mã o em seu cabelo.
'Tanto', ela repete, a língua girando em minha umidade antes de retornar ao ponto do meu
prazer.
Minha dor de estô mago está diminuindo para algum lugar sombrio, consciente apenas das
sensaçõ es que emanam do meu nú cleo e da mulher que as extrai de mim. Ela é implacá vel
na caça, apenas parando em seus golpes para espiralar a língua e extrair mais umidade
metá lica.
'Você é néctar', ela ronrona contra mim, acariciando os cachos logo acima da minha
umidade.
Nã o consigo responder, nã o consigo respirar. Minha cabeça gira com a necessidade de
respirar, mas só consigo aguentar enquanto o prazer se acumula naquele precipício
desconhecido.
Uma respiraçã o á spera me escapa e entã o estou caindo, caindo, caindo naquele lugar onde
só os amantes vã o. Assim que as ondas começam a diminuir, Lady Veilthorn se inclina para
a esquerda e enterra suas presas em minha coxa. Eu grito com a dor, com a vida sendo
forçada de mim, arranhando o vampiro, implorando para que ela me libertasse. Em
resposta, saliva escorre de sua boca, entorpecendo o local até que nã o sinto mais dor,
apenas tremores pó s-coito, pó s-perda de sangue.
Ela nã o bebe muito, sacia-se principalmente com o sangue que flui do meu nú cleo, e por
isso sou grato.
Depois, parecendo tã o atordoada quanto eu, ela abaixa o corpo sobre o meu, a pele rosada
ao redor da boca. Suas presas ainda estã o distendidas, mas ela perdeu a elasticidade ao
redor da boca e seus olhos parecem quase normais novamente, voltando à sua coloraçã o
rosada habitual.
“Vamos limpar você, querido”, ela diz, gentilmente me colocando de pé.
Um quarto de hora e uma maldita tigela de á gua depois, estou mais uma vez vestida com
uma camisola limpa, um pano macio enrolado na virilha. Enquanto ela me lavava pela
segunda vez esta noite, Lady Veilthorn me explicou a causa de todo o sangue. Ainda me
horroriza muito, principalmente saber que terei que enfrentá -lo todos os meses, mas é
reconfortante saber que viverei para ver o amanhecer.
De volta aos lençó is, meu corpo se arrepia de consciência. É difícil nã o notar o rubor nas
bochechas de Lady Veilthorn, nem a forma como sua respiraçã o permanece mais pesada,
enquanto ela se acomoda ao meu lado.
“Você deseja ser tocado”, eu digo.
— Você leu bem os sinais — provoca Lady Veilthorn, desmentindo o brilho perigoso de
seus olhos. — Mas quero que saiba que já tive o meu prazer.
'Mas... eu ainda nã o toquei em você.'
Senhora Veilthorn abre um sorriso. 'Um efeito colateral da alimentaçã o. O seu prazer
alimenta o meu, o sabor do seu sangue é o catalisador final.
Eu reprimo minha decepçã o. — Você está saciado entã o?
— Ah, nã o, Pearl — ronrona minha senhora, rolando em cima de mim. 'Acho que raramente
sou isso.' Ela passa o olhar pelo meu rosto, uma mã o acariciando minha bochecha
suavemente. 'Diga-me, você já foi beijado?'
'Nunca.'
“Uma infinidade de novidades”, ela sussurra, pouco antes de pressionar seus lá bios nos
meus.
Nã o conheci a suavidade antes deste momento, tenho certeza disso, enquanto minhas
pá lpebras se fecham. Lady Veilthorn mantém a boca imó vel na minha por um longo
momento antes de separar os lá bios, encorajando-me a fazer o mesmo.
Com cada passagem de seus lá bios, os golpes provocantes de sua língua, as có cegas
enquanto ela continua acariciando minha bochecha, o fogo entre minhas pernas começa a
crescer novamente. Eu os separo, deixando-a ficar no meio, ofegante com a pressã o dela
onde eu mais preciso dela.
Ela geme em resposta, empurrando seu corpo contra o meu, seus lá bios beijando meu
pescoço. “Até o sabor da sua pele me emociona”, ela confessa, lambendo minha pulsaçã o.
Deixo minha cabeça cair para o outro lado, contente por ela liderar essa dança que ela
conhece bem.
'Pérola.' Ela se levanta até que sua boca esteja na minha orelha. 'Eu preciso de você está
dentro de mim agora.'
Abrindo os olhos, noto o movimento de seus cílios e a forma como sua boca está aberta
enquanto ela espera que eu obedeça.
Claramente ficando impaciente com minha contínua reticência, ela se senta para puxar a
camisola pela cabeça, os seios caindo pesadamente enquanto ela solta o cabelo. Corro as
palmas das mã os abertas por suas coxas, tonta ao ver toda a sua linda e nua carne.
Ela se levanta um pouco, deixando espaço para ela pegar uma das minhas mã os e colocá -la
entre suas pernas. Agarrando dois dos meus dedos, ela os aponta antes de empurrá -los
para dentro de si. Ao me sentir dentro dela, ela inclina a cabeça para trá s com um gemido.
O calor dela é imenso e fico tã o imó vel quanto posso para sentir as pequenas vibraçõ es de
suas paredes ao meu redor.
Ainda apoiada sobre os joelhos, ela incentiva minha mã o a entrar e sair de si mesma, o
movimento rítmico provocando ruídos molhados. — Assim mesmo, Pérola. Ver?'
Ao meu aceno, ela solta minha mã o, inclinando-se para frente, de modo que sua testa
repouse acima de mim, na cabeceira da cama.
Nesta posiçã o, minha mã o está com cã ibras terríveis, mas isso nã o tem sentido comparado
aos ruídos e movimentos que estou extraindo da mulher acima de mim, cada um causando
uma onda de prazer no ponto entre minhas pró prias pernas.
“Mais rá pido, Pearl”, ela suspira. 'Eu preciso de mais.'
Agarrando seu quadril, eu bombeio minha mã o até ficar sem fô lego.
'Simmm.' Segurando a cabeceira da cama com uma das mã os, Lady Veilthorn abaixa a outra
para se esfregar, sem se importar com a minha mã o sob a dela.
'Preste atençã o', ela diz com uma respiraçã o instá vel. 'Sentir.'
Nã o tenho certeza do que deveria estar sentindo até que ela de repente se ajoelha, com a
cabeça inclinada para trá s e as pernas tensas. Com um grito estrangulado, as paredes
derretidas ao redor dos meus dedos começam a sofrer espasmos, cada uma delas
arrancando dela outro gemido baixo.
Ofegante com a sensaçã o tangível de seu prazer, meus quadris se levantam por vontade
pró pria apenas para serem recebidos pelo ar.
Quando ela finalmente abaixa a cabeça para olhar para mim, noto uma ferida chorosa em
seu antebraço. Segurando seu pulso, pergunto: 'O que você fez?'
— Bem, nã o queremos que você fique esgotado em uma noite, queremos? ela diz, sorrindo
para que eu veja as pontas ensanguentadas de suas presas.
Rindo do olhar que deve passar pelo meu rosto, Lady Veilthorn inclina primeiro o rosto
para me beijar, e depois o resto do seu corpo nu. Instintivamente, meus quadris sobem e
gemo baixinho com o prazer que isso causa.
— É isso, querido — incentiva Lady Veilthorn, agarrando meus quadris com as mã os.
'Mova-se em mim. Busque sua libertaçã o.
Minha respiraçã o encurta rapidamente enquanto ondulo meus quadris contra sua coxa
firme, cada impulso enviando uma onda de prazer puro e líquido ao meu nú cleo.
Respondendo ao meu ritmo, Lady Veilthorn empurra para trá s para criar uma pressã o mais
deliciosa.
'Oh…'
Fecho os olhos, levado por uma onda tã o celestial que é fá cil esquecer onde estou, esquecer
que existe um mundo inteiro além dos quatro pilares desta cama .
É impossível esquecer aquele com quem estou.
Forçando meus olhos abertos, eu olho para os olhos cor-de-rosa pairando a poucos
centímetros acima de mim, seu olhar intenso, sua respiraçã o presa a cada suspiro suave
que escapa dos meus lá bios.
O fim se aproxima muito rapidamente. Parece diferente de antes, mais forte, mais
profundo, mais parecido com um acoplamento enquanto permanecemos presos no olhar
um do outro.
É um jogo perdido, no entanto.
À medida que meu nú cleo se contrai, sou forçado a fechar os olhos, jogar a cabeça para trá s
e gritar aos céus. Meus quadris empurram em um ritmo frenético, determinados a extrair
cada grama de prazer até que, finalmente exausto, afundo de volta na cama para recuperar
o fô lego.
Relaxando, Lady Veilthorn se senta, aninhando-se na cabeceira da cama para me observar.
— Olhe para você — ela murmura, olhando meu corpo. 'Peito vermelho, olhos pesados,
lá bios inchados. O prazer combina bem com você.
'Só se for da sua mã o.'
Lady Veilthorn ri, seu pequeno sorriso quase assassino enquanto ela tira o cabelo da minha
testa. — Nenhuma outra mã o além destas tocará em você, preciosa Pearl.
CAPÍTULO 10

A EMBORA LADY Veilthorn tenha permanecido ausente nas semanas anteriores,


atualmente ela parece determinada a passar o mais perto possível de mim. Agora
que ela considera meu sangue digno, devo ser alimentado vá rias vezes ao dia, de
manhã , ao meio-dia, à noite e em qualquer outra hora entre aquelas que ela exigir.
E na maioria das vezes, a alimentaçã o é associada à có pula, uma vez que, explicou Lady
Veilthorn, quando um verdadeiro vínculo de sangue é formado, os dois – prazer e comida –
nã o podem ser distinguidos. Nã o posso dizer que me importo, apesar das poucas vezes em
que desmaiei, apenas voltando a mim com um fio do pró prio sangue de Lady Veilthorn
entre os lá bios. Esses tempos trazem tanto cansaço que nã o há nada que eu possa fazer a
nã o ser descansar na cama ou permitir que minha senhora me guie pela mansã o com todo
o autogoverno de uma marionete.
Mas mesmo nesses momentos, ela cuida bem de mim. Algumas semanas antes, quando tive
febre como resultado de toda a perda de sangue, Lady Veilthorn estava ao meu lado da
cama, rosnando para os criados que tentavam ajudar e cedendo a todos os meus delírios
febris. Apesar de suas garantias de que eu teria uma recuperaçã o rá pida e segura, o
franzido de sua testa e como ela me segurou com mais força do que o normal enquanto
meus olhos vagavam pela sala, chamando por fantasmas invisíveis, ainda estã o nítidos em
minha mente. Ela se preocupa com a minha segurança, isso é evidente, mas há uma
pequena e esperançosa parte de mim que se pergunta até onde esse cuidado se estende.
Dito isto, nã o vejo nada disso na maneira como ela me dá prazer. Entã o, ela é apenas uma
fera selvagem, sem nenhuma das inibiçõ es da senhora que supõ e ser. Me tocando, mesmo
depois da centésima vez, ela ainda é toda dentes, olhos sangrentos e rosnando.
Fera ou nã o, ela é uma professora espetacular.
Cumprindo sua promessa de me ensinar, Lady Veilthorn assumiu a responsabilidade de me
possuir em todos os cô modos, em todas as superfícies e em todas as posiçõ es nas quais eu
nunca sonhei que corpos pudessem se contorcer. Seu local favorito, sem dú vida, é a sala de
jantar, de onde ela tira de mim sua maior refeiçã o à noite.
No auge do meu sangue, diminuindo à medida que me aclimato, Lady Veilthorn se deleita
em me jogar sobre a mesa, me pintando com carne e sangue e qualquer outra coisa. matéria
escorregadia e ú mida que cria os mais deliciosos traços ao longo da minha pele, e me dá
prazer a tal ponto que esqueço que estamos à vista de Bas e Edward e de qualquer outra
pessoa servindo. E quando ela termina de beber de mim, há ainda menos coisas com que
me importo.
Toda lua cheia, para meu horror e deleite, Lady Veilthorn começa a fazer cio como um
animal. É nessas noites que mais a temo, quando mesmo com as mã os em concha em seu
rosto e perfurando seus olhos vermelhos e brilhantes, nã o consigo alcançar aquele lado
humano dela, aquele onde ela me segura e sorri aquele sorriso suave e me chama de
querido. Eu tenho que andar pela mansã o com os olhos bem abertos e o coraçã o batendo
forte, na maioria das vezes sendo atacado por aquela criatura bestial e aterrorizante.
Ela toma muito sangue entã o, ah, muito. Eu fiquei tonto por dias, uma vez, sem saber que
vá rios haviam passado. Percebo agora o que ela quis dizer com nenhum prazer sem sangue.
Lady Veilthorn, minha linda vampira carnal, nã o pode evitar sua natureza. Assim como nã o
posso evitar meu afeto por ela. Pois essa é a minha natureza – irremediavelmente
entrelaçada com a dela.
Por mais viciada que ela seja em meu sangue, eu também estou com ela. Nunca me sinto
mais eu mesmo do que quando estou de quatro, três de seus dedos grandes e graciosos
empurrando meu nú cleo, sua boca quente ao redor do meu broto, murmurando nada em
minha carne aquecida. Ou quando ela está pairando sobre mim, meu cabelo preso em um
punho imperdoá vel, enquanto seus olhos se fixam nos meus, observando meu prazer em
meu rosto. Ou quando ela me puxa para ela, nã o importa onde estejamos, nã o importa
quem estejamos por perto, para me beijar dolorosamente e me reivindicar como dela.
A ú nica vez que eu realmente temi pela minha vida foi num daqueles dias em que ela voltou
para a mansã o encharcada no sangue de um estranho e ostentando um humor sujo e
selvagem que me fez deitar de cabeça no travesseiro, sufocando enquanto ela bebia. e
bebeu do meu pescoço. Foi Edward naquela noite quem me salvou. Quase no limite da
consciência, ele invadiu nosso quarto, com a voz frenética, me puxando e gritando: 'Lady
Veilthorn! Por favor. Deixe a garota.
Eu precisava de grandes quantidades de seu sangue para me reanimar naquela noite. Ela
nã o parecia arrependida. Pelo contrá rio, ela parecia distante de mim, o sangue secando
duro em suas roupas enquanto ela olhava para os recessos sombrios do dossel da nossa
cama. 'Oh, os horrores deste mundo', ela finalmente murmurou antes de me pegar em seus
braços e me abraçar pelo resto da noite.
Seu retorno sangrento continua sendo o ú nico ponto fraco de nosso acasalamento, um
segredo que ela procura esconder de mim, nã o importa o quanto eu pergunte.
E esta noite, para meu desconcerto, é uma noite dessas.
Lady Veilthorn está bêbada, percebo, enquanto a observo balançando pela sala de estar,
segurando uma taça incrustada de rubi em uma das mã os. Um líquido vermelho-escuro
espirra sobre seus dedos e sobre o tapete estampado abaixo, mas ela parece nã o notar.
O cheiro de sangue doce e fermentado chega ao meu nariz de onde estou enrolado com um
livro no sofá . Meu sangue adoçado e fermentado. Olho para as flores no tapete, em vez das
manchas que decoram as roupas de caça da minha vampira. Porque nessas horas ela
sempre prefere calças, em vez de vestidos com bordas de renda, mas com as calças vêm as
blusas largas que ela enfia dentro delas, o sangue sempre tã o sinistro contra o algodã o
branco. Nã o importa o meu propó sito como escravo de sangue, nã o acredito que algum dia
me acostumarei a ver tanto dele fora de seu recipiente vivo.
Finalmente ela para de andar, parando perto da lareira com um braço apoiado
pesadamente na lareira. Seus olhos brilham tã o laranja quanto as chamas que ela encara,
me lembrando do pô r do sol que tivemos ultimamente. Ela ainda está esplêndida, apesar de
seu mau humor, apesar da camisa ensanguentada e desarrumada, das longas tranças se
soltando de sua briga anterior e implorando para serem colocadas atrá s da orelha. Porque
tenho certeza de que é disso que isso resulta. Já estou bem familiarizado com o sangue
derramado e este nã o é o resultado de uma alimentaçã o planejada. Mesmo quando Lady
Veilthorn me pinta com aquela coisa até eu parecer um animal esfolado, nã o é assim: o
resultado da violência, de artérias cortadas e de uma luta que termina em morte.
E todas essas mortes parecem afetá -la. Ela ficará taciturna por dias, como é seu padrã o.
Fugir sozinha para a casa dela, o que me enfurece muito, pois me livra da chance de visitar
Viola .
Tã o perdidos em nossas pró prias reflexõ es que acho que nó s dois nos assustamos quando
um criado entra na sala para anunciar que o jantar está servido.
'Bom.' Os olhos de Lady Veilthorn se voltam para mim. 'Estou esfomeado.'
Na mesa de jantar está a habitual variedade de carnes, cozidas e cruas, as facas de trinchar
brilhando sob o lustre de ferro forjado. Lady Veilthorn afunda pesadamente em sua cadeira
enquanto eu caminho para minha casa do outro lado.
Depois de empilhar um pedaço de cada carne em meu prato, olho para a vampira que, sem
surpresa, está me observando com aquele olhar rubi preguiçoso.
Ela gosta de me ver comer. Acredito que isso a excita, pois nunca consigo terminar tudo
antes de ser chamado para o seu lado da mesa.
Ela estende a taça para ser recarregada e continua bebendo o vinho que deixa seus lá bios
tã o vermelhos quanto qualquer ruge poderia. Em um momento, porém, sei que serei eu
pintando seus lá bios dessa cor.
Quatro garfadas e sinto o zumbido sinalizando o início da minha onda de carne. Isso faz
com que as chamas em suas arandelas se acendam, as bordas da sala fiquem embaçadas,
minha visã o identificando apenas a mulher diante de mim.
Eu sei que ela está ciente do zumbido; ela sempre é. Isso é mostrado na respiraçã o
profunda que ela respira, no leve abaixamento de sua cabeça enquanto seu olhar se
aprofunda em mim.
Segurando seus olhos, uso meus dentes para arrancar um pedaço de bife, o suco
escorrendo dos meus lá bios até o queixo. Com o ponta da minha língua, eu limpo esses
sucos, deleitando-me com o gole resultante do vampiro.
— Está com fome, Lady Veilthorn?
Um leve sorriso aparece nos cantos de sua boca. 'Faminto.'
Sem pressa, ela pousa a taça, o som do metal ecoando alto na sala. Entã o ela empurra a
cadeira e diz: 'Venha aqui, Pearl'.
Com o coraçã o batendo forte, tanto com a carne alta quanto com a expectativa, dou alguns
passos até o lado dela. Ela me agarra, me puxando para o espaço entre a mesa e sua cadeira,
minhas pernas empurrando dolorosamente as dela.
Posso sentir o cheiro do sangue nela agora. Com horas de uso, está apodrecendo
rapidamente e resisto à vontade de cobrir o nariz enquanto ele ataca meus sentidos.
Abrindo as pernas, ela me puxa para o V que criou e rapidamente prende sua boca à minha.
Nunca me cansarei de beijar essa vampira, seus lá bios sã o a combinaçã o perfeita de macio,
firme e ú mido. Ela me beija da mesma forma que faz no lugar entre minhas pernas, com
golpes de língua e mordidas provocantes daqueles dentes perversos. Ela fica toda quieta
quando somos abraçados assim, suas mã os segurando meu rosto para ela, olhos bem
fechados, corpo tã o inflexível quanto um carvalho antigo. É ao mesmo tempo sufocante e
libertador, ancorador e emancipador. E, deuses acima, isso alguma vez me deixa em frenesi.
No momento em que ela me afasta, estou pronto. Pronto para ser alimentado, pronto para
receber prazer. Com Lady Veilthorn, nunca sei o que vem primeiro. Pelo brilho nos olhos
dela esta noite, porém, eu suspeito que ela pode apenas querer o seu jeito perverso comigo
primeiro.
Tã o vagarosamente quanto ela largou o vinho, ela levanta a saia do meu vestido. Quando
cheguei à mansã o, pensei que esses vestidos simples e esvoaçantes eram uma
representaçã o da minha posiçã o. Agora, porém, me pergunto se eles nã o foram criados com
esse propó sito em mente.
Quando o material está preso na minha cintura, Lady Veilthorn coloca tudo na mesa atrá s
de mim. Eu nã o uso roupas íntimas – tal coisa é proibida – entã o estou totalmente exposto
ao seu olhar fervoroso. Ela me absorve profundamente com os olhos, um vazio surgindo
neles que sempre me emociona. Ela nã o é humana, e nunca estou mais consciente disso do
que quando estamos nos alimentando ou dando prazer.
— Mais perto — ela diz, arrastando-me em direçã o à sua boca esperançosa.
O primeiro toque me faz enredar as mã os em seus cabelos, um suspiro estrangulado
escapando quando ela imediatamente começa a devorar. Há algumas noites em que ela vai
me dar prazer por horas, me levando ao limite repetidamente, apenas para relaxar e rir dos
meus ruídos de frustraçã o. No jantar, porém, nunca há provocaçõ es.
Acima do meu coraçã o trovejante, ouço seus murmú rios satisfeitos, os ruídos de sucçã o de
seus lá bios e o lamber ú mido de sua língua. Faltam alguns dias para minha menstruaçã o,
mas está claro que ainda tenho um gosto bom para ela esta noite.
É difícil permanecer de pé enquanto me aproximo daquele precipício, aquele que agora
conheço tã o bem. eu adoro na maioria das vezes conseguimos pular juntos, nossos corpos
pressionados um contra o outro, mas acho que ela vai me estripar se eu tentar tocá -la
agora. Nã o há nada a fazer senã o render-se.
O fim constró i e constró i. Inclino a cabeça em direçã o ao lustre, abrindo a boca com um
grito silencioso.
E justamente quando estou prestes a tombar, Lady Veilthorn se solta de cima de mim.
'Inversã o de marcha.'
Faço isso trêmula, levantando meus membros pesados para ajudá -la a puxar meu vestido
pela minha cabeça. Entã o ela usa a palma da mã o para me empurrar até que eu fique
curvado sobre a mesa. Fico tensa ao sentir a madeira fria e polida contra minha pele febril.
Ela beija minhas omoplatas, passando as mã os para cima e para baixo em minhas costelas.
Sinto seus dedos nas minhas costas, garras traçando a variedade de cicatrizes ali. Nã o
foram muitas as vezes em que me comportei mal na fazenda, mas as poucas vezes que o fiz
resultaram em puniçõ es tã o dolorosas que nã o tive pressa em repetir minhas
transgressõ es.
— Como é triste — murmura Lady Veilthorn, com um tom em sua voz que nunca ouvi antes
— ter conhecido a mã o da dor antes da mã o do prazer. Com os lá bios roçando minha
orelha, ela sussurra: 'Você sabe que eu evisceraria qualquer um que tentasse machucar
você de novo, nã o é?'
— Além de você, você quer dizer?
Lady Veilthorn ri, o som sombrio e delicioso em meu ouvido. 'Sim, além de mim. '
Endireitando-me novamente, as palmas das mã os acariciam os montes das minhas
ná degas. — Abra as pernas para mim, querido.
Eu obedeço prontamente, meus olhos se fechando quando um de seus polegares mergulha
em minha umidade para, em seguida, fazer círculos sobre o buraco apertado do meu â nus.
Ela pinta estrelas lentamente e sinto o há lito quente na bochecha das minhas ná degas antes
de ela morder, as presas garantindo seu controle.
'Eu nã o acredito que tenha me alimentado de você aqui', ela murmura contra minha pele,
me fazendo tremer com mais do que apenas excitaçã o.
— Faça o que quiser, minha senhora.
— Ah, eu vou, Pearl.
Ela gira a língua sobre minha pele como um pincel, umedecendo-me com sua saliva para
nã o doer. Esta noite, pelo menos. Tenho certeza de que amanhã , minhas ná degas vã o doer
como mil urtigas.
Enquanto ela lambe, seus dedos descem até minha umidade, onde ela entra em mim
suavemente. Minha cabeça se levanta da mesa enquanto gemo de satisfaçã o. Deuses acima,
a sensaçã o de estar cheio dela. Ela me bombeia com firmeza no início, ainda acariciando e
mordiscando minhas ná degas, e quando meu nú cleo se aperta pela primeira vez, sinto os
dentes afundando em minha carne. Eu sei que ela deve estar bebendo de mim, mas é difícil
me importar com o prazer que percorre meu corpo.
Assim que desço, ouço sua respiraçã o rá pida e apressada atrá s de mim enquanto ela tira a
roupa apressadamente. Quando eu a sentir em seguida, ela estará nua, quente e pronta .
Ela geme ao deslizar sua umidade contra minhas ná degas. Ela se move para o lado de onde
se alimentava, sem dú vida espalhando nossos fluidos corporais, a imagem deliciosa
fazendo meu estô mago apertar.
Com as mã os agarrando meus quadris, ela usa a alavanca para se impulsionar contra mim
incansavelmente até que eu cerro os dentes contra a dor do meu pú bis mordendo a mesa a
cada impulso.
Eu sei que ela está se aproximando do fim quando suas estocadas se tornam menos
precisas, mais frenéticas, e sua respiraçã o é interrompida. Apertando seu controle sobre
mim até que suas garras rompam a pele, ela espreme o resto de seu prazer até que seu
corpo caia pesadamente em cima do meu. Ela nã o deve ter bebido tanto quanto gostaria
antes, porque de repente seus dentes estã o cravados em meu pescoço e bebendo
profundamente. Eu grito com a dor inesperada, e ela se acalma instantaneamente para
anestesiar a pele delicada antes de terminar a refeiçã o.
Ficamos ali deitados na mesa por um tempo, enquanto os criados se amontoavam ao nosso
redor, esvaziando a sala e substituindo os pratos de carne por café e petit fours.
Bebo o meu no colo de Lady Veilthorn, deleitando-me com o contentamento que sempre
toma conta de mim como resultado de nossa uniã o. Sua camisa ensanguentada está no chã o
a poucos passos de distâ ncia, e a visã o perturbadora dela chama minha atençã o.
— Isso nã o é por causa da alimentaçã o, é? Eu me ouço perguntar.
Lady Veilthorn acaricia minhas costas, me oferecendo outro dos pequenos confeitos. —
Nã o, Pérola. eu nã o faço bagunça minhas refeiçõ es.
Deixando meus olhos fecharem, eu me inclino mais para a mulher enrolada em mim.
Quaisquer que sejam as razõ es para estes assassinatos, nã o os descobrirei esta noite.
CAPÍTULO 11

EU EM VEZ DE LADY VEILTHORN me acordar com suas habituais mordidas


brincalhonas em meu pescoço, é a dor incô moda em minha ná dega esquerda.
Eu fico de pé com cuidado, corando quando a garota reabastecendo o fogo
me oferece um sorriso educado.
Eu sei que o pudor nã o é bem-vindo nesta mansã o, mas até agora vivi uma vida protegida e
virtuosa. Embora seja fá cil esquecer as pessoas ao nosso redor quando as paixõ es estã o
altas, a manhã seguinte é sempre preocupante.
Vestindo cuidadosamente meu vestido mais largo, pela primeira vez agradecendo a falta de
roupas íntimas, saio do meu quarto, mal conseguindo dar dois passos no corredor antes de
ser parada por outra garçonete. .
“Para você, senhorita”, ela diz, fazendo uma pequena reverência enquanto oferece uma
bandeja delicada. "Da senhora."
Vejo que é um pote de pomada, com um bilhete bem enrolado ao lado. Levo os dois de volta
para o quarto antes de desenrolar o pedaço de papel.
— Coloque um pouco de pomada nisso.
É estranho como cinco palavras brandas podem causar tanto aquecimento no sangue. Lady
Veilthorn, embora implacá vel em suas atividades comigo, é sempre minuciosa em meus
cuidados posteriores. É claro que eu preferiria que ela estivesse aqui para aplicar o
bá lsamo, mas o fato de ela estar pensando em mim é suficiente.
Uma vez resolvido isso, vou até a sala de jantar menor, na esperança de encontrar minha
amante vampira desaparecida lá .
Em vez disso, é Bas quem encontro, inclinando a cabeça sombriamente enquanto me diz: 'A
senhora nã o vai precisar do café da manhã esta manhã .'
Olho para a sala além dele, confirmando que Lady Veilthorn realmente está desaparecida.
Reconhecendo-o com um aceno de cabeça, passo para tomar meu lugar. Antes de chegar lá ,
porém, noto algo peculiar sobre a mesa. Um jornal, uma grande faca de carne enfiada no
centro. Ele se senta diante da cadeira que Lady Veilthorn costuma ocupar, me dizendo que
é dela.
Aceno para Bas enquanto ele prepara meu café da manhã , fazendo um movimento para
pegar o jornal. Vejo que está carimbado com a data de hoje, a manchete impressa com
clareza :
MORTE EM PLENA FLOR:
A ROSA ESCURA ATACOU NOVAMENTE
O artigo fala sobre um Senhor Algo ou Outro, encontrado morto em seu conservató rio com
a maior parte de seu sangue do lado de fora. A faca está espetada na palavra ROSE. Quando
tento removê-lo, a maldita coisa permanece firme.
— Permita-me — Bas diz, gentilmente me afastando.
Eu me movo de boa vontade, muito envolvido em meus pensamentos para protestar.
Nã o me considero uma mulher erudita. Fomos ensinados a ler na fazenda – naquela época
disfarçados de orfanato – mas o estudo formal era proibido. Suponho que se
aprendêssemos muito sobre o mundo, poderíamos descobrir que havia outras opçõ es além
de sermos apenas a fonte de alimento de um vampiro e corrermos o risco de um motim.
No entanto, apesar da minha falta de educaçã o, nã o me considero estú pido, por isso,
quando me deparo com provas tã o claras, sinto-me capaz o suficiente para somar dois mais
dois.
E a resposta que recebo é uma que me arrepia até os ossos.
Nunca tive permissã o para acompanhar as notícias do mundo, mas nã o há como esconder o
fato de que a Rosa Negra tem assassinado esporadicamente certas pessoas nos ú ltimos dois
anos. Primeiro houve a morte da Sra. Moorton, a mulher brutal que governava o outrora
maior orfanato do condado. Nã o era nenhum segredo onde a maioria de seus filhos acabou
- destinos piores do que ser criado em uma fazenda, uma noite de entretenimento sá dico
vampírico para ser comprado. A Sra. Moorton era uma mulher muito rica antes de seu
assassinato prematuro; Acredito que a maior parte do dinheiro dela acabou caindo nas
mã os de uma instituiçã o de caridade dedicada ao bem-estar dos enjeitados.
Entã o, alguns meses depois disso, veio a notícia de que Lord Vanderbilt havia sido
encontrado estripado em seu pró prio jardim apó s a festa anual de vampiros - um feito
incrível, considerando quantos vampiros, fontes, servos e escravos de sangue
supostamente estavam em açã o. a festa. Nã o que escravos de sangue, ou mesmo seus
servos, relatassem algo – o bastardo era conhecido por sua depravaçã o para com tais tipos.
Todas as mortes subsequentes seguiram o mesmo padrã o – cada vítima sendo alguém na
linha de frente das atrocidades enfrentadas por meninas e meninos de sangue. Muitos
acreditam que a Rosa Negra é um vampiro agindo a mando de um humano injustiçado,
considerando a natureza e a habilidade das mortes. Talvez um escravo de sangue, talvez
um dos vigilantes humanos conhecidos por se reunir em grupos para lançar abusos no
castelo do Rei Tirrun. Em qualquer mundo, nã o consigo imaginar Lady Veilthorn agindo a
mando de alguém...
Eu penso em minha mente. Acredito que ontem à noite foi a quinta vez que Lady Veilthorn
voltou com roupas ensanguentadas e um temperamento desagradá vel. Houve cinco
assassinatos? Se eu ainda estivesse na fazenda, eu saberia – o lugar cheio de garotas
entediadas e nada além de rumores para elas se divertirem. .
Bas acaba de conseguir retirar a faca quando uma sombra cai sobre a mesa. Viro-me e
encontro Veilthorn me observando atentamente, com o rosto envolto em gaze escura e
vestindo seu casaco de inverno.
A visã o dela olhando para mim, junto com Bas, que está ao meu lado, com faca e jornal na
mã o, faz com que toda a saliva da minha boca seque.
“Caminhe comigo, Pearl”, ela diz calmamente.
Ajudando-me a vestir meu casaco, Lady Veilthorn me guia para fora. Já faz muito tempo que
nã o tenho medo de minha amante vampira, mas esta manhã , me sinto como na noite em
que fui comprada – nervosa, incerta, a apenas um momento de ter minha garganta
arrancada.
Caminhamos pelos gramados em silêncio, observando os melros correndo pelo caminho e
retribuindo os acenos dos jardineiros que limpam as folhas das fontes. Lady Veilthorn
segura meu braço que ela colocou sob o dela, como se estivesse lendo meu desejo de fugir.
— Sua mente está cheia de perguntas nã o feitas, Pearl. Mal consigo me ouvir pensando.
Diga o que quiser, sim.
Tenho que molhar os lá bios antes de poder falar. 'Você é a Rosa Negra?'
É a pergunta mais ó bvia, aquela que sei que Lady Veilthorn quer que eu pergunte, por isso
fico surpreso quando ela responde com um simples “Nã o”. Diante do meu silêncio
assustado, ela ri. 'Na verdade, nã o estou.' Inclinando a cabeça para ter certeza de que estou
olhando para ela, ela diz: 'Mas eu sou uma assassina, Pearl.'
A maioria dos vampiros é. Esse nã o é uma revelaçã o. Sã o violentos em suas paixõ es; é fá cil
para eles se deixarem levar. A maioria dos escravos de sangue expira antes do tempo; É a
natureza da fera.
Mas acredito que nã o é isso que Lady Veilthorn está dizendo, entã o decido fazer uma
pergunta mais direta: “Você matou o senhor encontrado morto em sua estufa esta manhã ?”
'Sim.' Ela ronrona pelo mundo, mas por baixo há um curioso toque de raiva.
'Por que?' Eu pergunto.
'Porque o bastardo mereceu.'
— Entã o... você... As perguntas sã o muitas demais para serem respondidas. Respiro
algumas vezes antes de perguntar: ‘Entã o, há dois assassinos? A Rosa Negra e... você?
'The Dark Rose e eu trabalhamos em conjunto. Ao descobrir alguns valores em comum.'
'E que valores sã o esses?'
'A deplorabilidade deste mundo, principalmente, mas mais especificamente, as condiçõ es
em que os escravos de sangue sã o mantidos... e as piores condiçõ es depois disso.'
Eu olho para minha senhora para julgar sua sinceridade. Seu olhar está fixo na distâ ncia,
com um zelo peculiar.
“Mas mesmo assim você me comprou naquele mercado”, respondo, descobrindo velhas
feridas abertas na natureza de nossa conservaçã o. 'Mantenha-me em cativeiro. Forçar o
sangue das minhas veias.
'Um vampiro ainda precisa comer, Pearl. Nã o cometa o erro de me considerar uma boa
pessoa. Ela vira os olhos para mim, pensativamente. — Você prefere que eu devolva você,
hein? Escolher outra garota de sangue?
'Eu preferia morrer.'
Com um leve sorriso nos lá bios, Lady Veilthorn responde: 'Eu também, querido.'
Saímos dos gramados e entramos nas á rvores. Abaixo deles está quase tã o escuro que acho
que Lady Veilthorn poderá remover a cobertura do rosto e nã o se queimar. A escuridã o me
dá espaço para pensar e quanto mais faço isso, mais me interesso pelas razõ es dela para os
assassinatos, e nã o pelos assassinatos em si. Nã o sei que tipo de pessoa isso me torna, mas
de repente faz sentido o motivo pelo qual Viola e Odessa estã o estacionadas em outro lugar.
Eu me pergunto se é isso que Lady Veilthorn faz para amenizar sua culpa vampírica –
mantém uma garota para se alimentar por um ano antes de mandá -la para uma á rea de
trabalho mais segura. Rezo fervorosamente para que ela nã o planeje fazer o mesmo
comigo, que pretenda me manter por perto para sempre.
Acho impossível olhar para ela enquanto pergunto: 'Por que você se importa?'
Ao meu lado, Lady Veilthorn solta um longo suspiro. — É uma histó ria horrível, mas se você
quiser ouvi-la... Há muito tempo, Pearl, encontrei uma criança num quarto vazio da casa de
campo de Lorde Astor. Ela faz uma pausa para olhar para mim. — Suponho que você nã o
tenha ouvido falar dele? Quando balanço a cabeça, ela continua: 'Bem. Era uma festa e
provavelmente eu estava bisbilhotando onde nã o deveria quando me deparei com essa
criança. Ele estava... quebrado. Provavelmente ainda nã o sã o dez anos e nã o falta muito
este mundo. Quase morto, cadá ver pá lido, olhos negros como poços. E ainda assim havia
marcas de lá grimas em seu rosto e em sua mã o, ele segurava uma bonequinha com o que
lhe restava de força. Nã o tenho certeza do que me levou a levar o menino, apenas parando
para arrancar a garganta do monstro que lhe causou mal e levá -lo para minha propriedade.
Eu nã o esperava que ele sobrevivesse à noite, verdade seja dita, mas sob os cuidados da
minha casa, ele sobreviveu. E quando ele ficou forte o suficiente para me contar sua
histó ria... bem, nã o creio que tenha feito Lorde Astor sofrer o suficiente.
Observo o solo sob nossas botas enquanto releio essa histó ria com um certo grau de
choque. Eu sei há muito tempo que minha senhora nã o é o monstro que os rumores
retratam, mas ela se preocupa tanto com o bem-estar de escravos de sangue como eu, como
Viola e Odessa, que ela mata ... é quase demais para mim. coraçã o para absorver.
'O que aconteceu com o menino?'
Há um sorriso na voz de Lady Veilthorn quando ela responde: 'Ele ainda fica comigo.'
Eduardo.
Olho para ela, o brilho em seus olhos é uma confirmaçã o suficiente.
'E aqui eu pensei que ele me desprezava por causa da minha posiçã o.'
Lady Veilthorn ri baixinho. — Nã o, Pearl, acredito que seja mera lealdade, talvez com uma
pitada de ciú me. Ouso dizer que o menino me protege bem. '
Poucos metros à frente somos forçados a contornar uma á rvore caída, perturbando um
pequeno bando de pombos que ali estava parados na clareira. Lady Veilthorn observa-os
voar com toda a atençã o de um gato curioso. A açã o me lembra dos meus primeiros dias
aqui, quando a senhora me observava da mesma maneira, especialmente de manhã ,
quando eu estava me arrumando ou fazendo minha refeiçã o noturna. Aqueles dias
solitá rios e terríveis parecem ter acontecido há muito tempo.
— Lady Veilthorn — começo, com os olhos firmemente voltados para o chã o. 'Antes,
quando você nã o bebia de mim, era realmente porque você nã o gostava do meu gosto ou
estava tentando se conter por razõ es mais... éticas?'
— Ambos, na verdade. Mas Pearl — ela baixa a voz, agora com um ronronar —, como foi
muito mais doce esperar.
Soltando uma risada, balanço a cabeça. 'É inacreditá vel.'
'Qual parte?'
'Tudo isso! Você... — viro-me para encará -la, forçando-a a parar de andar. Enquanto ela me
olha com firmeza, esperando o que quer que seja que estou prestes a dizer, de repente
tenho certeza de que o que sinto por essa vampira é, de fato, amor. É demais para suportar
e me pego ficando na ponta dos pés e beijando-a com força. 'Lady Veilthorn', digo quando
me afasto, 'estou mais do que feliz por ter sido você quem me escolheu para ser seu escravo
de sangue.'
Seu sorriso é suave enquanto ela acaricia minha bochecha com os dedos enluvados. 'Assim
como eu, preciosa Pérola, assim como eu.

Naquela noite, Lady Veilthorn me deu prazer pela primeira vez sem tirar sangue. Há algo
diferente na maneira como ela me segura também, como se eu realmente fosse tã o precioso
quanto as pérolas que deram nome. Movendo seu corpo sobre o meu, seu tamanho
impressionante eclipsando a luz do fogo, ela enfia os dedos em mim enquanto eu enfio os
meus nela.
Fecho os olhos neste mundo que criamos, algo suave se desenrola em meu peito enquanto
ela descansa a testa na minha, nossas respiraçõ es se misturando enquanto ofegamos em
conjunto.
— Pérola — ela sussurra. 'Pérola.'
Ela enterra o rosto no meu pescoço enquanto se desfaz e, novamente, espero pelo corte de
seus dentes, mas tudo o que vem é um beijo preguiçoso no meu pulso antes que ela saia de
cima de mim.
Enrolando-me de lado, observo seu olhar para a cobertura, contentamento e suavidade
fluindo dela em ondas.
“Senhora Veilthorn?”
'Milímetros?'
'Como você sabe se ama alguém?'
O vampiro solta um suspiro. 'Que pergunta estranha. Acredito que a perda de sangue da
noite passada tenha confundido seu cérebro.
— Diga-me — pressiono, apoiando a cabeça nas mã os como uma criança esperando uma
histó ria.
Depois de olhar para mim e ver que estou falando sério, Lady Veilthorn solta um suspiro. 'É
como uma obsessã o', ela começa, olhando no alto da copa novamente, 'apenas combinado
com suavidade. Você mataria por eles, mas também morreria por eles. Você morreria cem
vezes e depois cem vezes mais. Há essa necessidade de estar ao lado deles, o dia todo, a
noite toda, mas você sabe, se a felicidade deles dependesse disso, você os libertaria...
mesmo que isso destruísse você.' Lady Veilthorn fica quieta antes de virar a cabeça para me
encarar. 'Isso é o que é o amor.'
'Você já amou?'
Um sorriso suave e irô nico cruza seus lá bios. — Uma ou duas vezes, querida Pearl. Uma ou
duas vezes.'
“Acredito que posso amar você”, digo a ela, segura no confortá vel casulo da nossa cama.
'Isso é indecoroso da minha parte? Suponho que sim. Nã o pode ser apropriado, nã o é, que
um escravo de sangue sinta...
'Pérola.' Lady Veilthorn coloca um dedo em meus lá bios, me silenciando. “É totalmente
impró prio”, diz ela, removendo lentamente o apêndice. 'Mas nã o sou conhecido por ser
adequado e nem jamais desejo ser.'
Seu dedo acaricia meu queixo, sobre minha orelha, antes de se enroscar em meu cabelo. Em
seu rosto há uma expressã o tã o séria que nã o tenho certeza se ela está tentando dizer que
retribui meus sentimentos ou nã o.
Limpo a garganta, me mexendo nos lençó is. — Só para deixar claro, Lady Veilthorn, você
está dizendo que...
— Sim, Pearl, sua criatura irritante. Deuses acima! Apertando o punho no meu cabelo, ela
me beija com força, os incisivos pressionando meus lá bios. Quando ela se afasta, há um
carranca estragando suas belas feiçõ es. — Mas nã o estou dizendo que você seja inteligente
para isso. Na verdade, acho que você é um idiota.
Mas mesmo sua rabugice nã o consegue perfurar a felicidade que borbulha em meu peito.
Rolando em cima dela, enterro meu rosto em seus seios e aperto-a com força. Eu a ouço
suspirar acima de mim, mais provavelmente de aborrecimento do que de contentamento,
mas seus dedos ainda vêm brincar com meu cabelo de qualquer maneira.
Estou cochilando assim, mergulhado no calor abaixo de mim, quando a porta do nosso
quarto se abre. Abrindo os olhos, vejo Edward parado na porta, o olhar fixo em nossos
corpos nus e emaranhados sobre os lençó is.
'O que foi, Edward?' Lady Veilthorn fala lentamente.
Mas mesmo quando ela pergunta isso, vejo que a expressã o dele nã o é de vergonha. Seu
rosto está pá lido, os olhos tã o arregalados como nunca os vi. “Acho que ele sabe”, ele
suspira.
Abaixo de mim, Lady Veilthorn fica tensa. 'Clareza, Edward.'
'Senhor Astor! Eu acho que ele sabe. Tem uma garota morta lá fora e ela...
Lady Veilthorn se senta, me empurrando para longe dela. 'Mostre-me.'
Vestindo apressadamente um vestido, ela se dirige para a porta, parando apenas para dizer
por cima do ombro: 'Fique aqui, Pearl.'
Conto cinco segundos antes de sair da cama, me cubro com meu vestido e botas mais
pró ximos e os sigo. Nã o é difícil ver para onde eles foram; as portas da frente da mansã o
sã o abertas, os criados ficam nos degraus segurando lamparinas a ó leo e sussurrando por
trá s das mã os. EU pegue uma lâ mpada de um deles antes de ir para as luzes que vejo
balançando ao longe.
Quando chego ao corpo, há apenas Lady Veilthorn, Edward e um criado que parece jovem
demais para olhar para tal coisa. Pelos ombros dela, eu a viro de costas na direçã o da
mansã o e dou-lhe um leve empurrã o.
Entã o eu ilumino a luz sobre o corpo.
— É a Winnie — digo imediatamente, duas cabeças virando-se para olhar para mim.
— Pearl... — começa Lady Veilthorn, com um silvo na voz.
'É Winnie!' Digo de novo, desta vez mais alto, quase histérico.
Lady Veilthorn se levanta de sua posiçã o agachada, colocando as mã os em meus ombros,
assim como fiz com aquela criada. — Você a conheceu? Habilmente, ela me manobra para
que eu nã o fique mais de frente para o cadá ver. Mas mesmo com os olhos arrancados, nã o
acredito que esqueceria a visã o. Eu nã o conhecia bem Winnie, mas ainda é horrível vê-la
assim — deitada de costas, esquelética e branca. Sem sangue.
'Sim. O nome dela é Winnie. Eu a conhecia da fazenda.
“Ela tem a marca da família Astor”, diz Lady Veilthorn, principalmente para si mesma. 'Ele
deve ter comprado ela.'
Eu concordo. 'Finalmente mercado.'
'Mesma marca que a minha', Edward diz sem emoçã o.
Espio por cima do ombro de Lady Veilthorn Edward ainda agachado ao lado do corpo de
Winnie. Ele segura o pulso flá cido dela com uma das mã os, uma marca preta
fantasmagó rica estragando o interior. disso.
“Isso nã o tem nada a ver com você”, Lady Veilthorn retruca. Eu sei que ela nã o quer ser
cruel. Ela está com raiva, mas nã o com Edward, nã o de verdade. — Agora, vocês dois,
voltem para dentro.
— E quanto a Winnie? Eu pergunto, a voz embargada agora pelas lá grimas.
Lady Veilthorn passa as mã os para cima e para baixo em meus braços. 'Eu darei a ela o
enterro que ela merece, querido.'
CAPÍTULO 12
' EUPENSOU QUE LORDE ASTOR ESTAVA MORTO?
Devem ser de madrugada. O fogo está quase apagado e, na verdade, nó s dois deveríamos
estar dormindo. Mas nenhum de nó s está , ainda ocupado rememorando os horrores da
noite.
Winnie está enterrada agora, sob os pinheiros perto da casa de veraneio. Eu queria que ela
fosse colocada perto dos novos brotos de neve, mas o chã o ali estava congelado demais
para um enterro apressado. Amanhã eu mesmo levarei algumas flores para ela.
— Ele vive através do filho — responde Lady Veilthorn, com voz mordaz. Ela está do lado
dela da cama e eu do meu. A distâ ncia entre nó s parece enorme, e eu gostaria que ela
estivesse me segurando em seus braços, mas minha amante vampira sempre requer
distâ ncia física sempre que precisa pensar muito em alguma coisa.
'Alguma coisa', continua ela, 'que eu sem dú vida deveria ter cuidado há quinze anos, mas,
ao contrá rio de Lord Astor, nã o tenho prazer em matar crianças.'
'Por que ele faria isso com Winnie?' — pergunto, ainda incapaz de compreender um ato tã o
hediondo. 'Por que ele simplesmente... jogaria o cadá ver dela na sua porta daquele jeito?'
— Cuidado agora, querido. Lady Veilthorn esfrega meu braço suavemente. 'Pode ser por
uma série de razõ es. Talvez ele suspeite que eu matei o pai dele, talvez ele tenha
descoberto a ligaçã o entre ele e Edward, ou, talvez, ele apenas me odeie. A maior parte de
Roseshire sim. O monstro que bebe garotas, lembre-se. A solteirona mais rica do país.
- Mas você disse que nã o tinha nada a ver com Edward.
'Bem, eu nã o quero assustar o garoto.'
Na penumbra, vejo Lady Veilthorn franzir os lá bios, os dedos em meu braço iniciando um
movimento ausente de batidas. — Devo dizer, porém, que é conveniente que haja uma festa
na casa de campo dele dentro de duas semanas.
'Você nã o pode ir!'
— Ah, mas preciso, Pearl. Ela vira a cabeça, sorrindo como um lobo, com as presas à
mostra.
Engolindo o medo repentino com a visã o, eu digo: 'Entã o irei com você.'
'Nã o.'
'Devo. Eu sou seu suprimento de sangue. Nã o é costume um vampiro trazer seu escravo de
sangue para tais eventos?
'Sim mas você nã o.'
'Por que?'
"Porque eu proíbo."
“Winnie era como eu”, digo. — Poderia facilmente ter sido eu no lugar dela, sangrando e
jogado como lixo no seu gramado...
— Pare com isso, Pérola.
'Eu mereço minha vingança!'
Lady Veilthorn solta uma risada feia. ‘Você nã o saberia como matar mesmo que isso lhe
fosse mostrado.’
'Nã o estou pedindo para matar. Apenas para fazer parte disso. Quero que o diabo que
matou Winnie morra aos meus pés.
Mas Lady Veilthorn apenas balança a cabeça. 'Simplesmente nã o é uma opçã o.'
'Entã o como você está melhor!' Eu grito. Quando vejo que tenho a atençã o dela, continuo:
'Se você realmente quer que eu seja seu amante, entã o você tem que me permitir um
mínimo de livre arbítrio, caso contrá rio, continuo sendo apenas seu escravo. Eu preciso
dessa vingança, preciso vingar Winnie, o garoto quebrado que Edward foi, e todas as
crianças que estã o envolvidas neste comércio de sangue esquecido por Deus. Lá grimas
inundam meus olhos, mas continuo mesmo assim: 'É uma vida feia, Lady Veilthorn, com um
final ainda mais feio. Mas enquanto ainda estou vivo, esta é a ú nica coisa que peço. Além de
você, esta é a ú nica coisa que sempre quis.
Enxugo as lá grimas, observando as emoçõ es que se manifestam no rosto de Lady Veilthorn.
Lá é a raiva, sem dú vida, junto com o conflito. Mas também há dor, e nã o é pequena.
Tudo isso é fechado em um instante.
— Feche os olhos, Pearl, e tente dormir. Ela se vira, me mostrando suas costas. 'Tudo ficará
mais claro pela manhã .'

Certamente tudo fica mais claro pela manhã . Minha raiva é mais clara, tanto em relaçã o ao
monstro que matou Winnie quanto à enfurecedora vampira que eu amo.
Ela está ausente quando me levanto e estou quase me convencendo de que ela fugiu para a
casa de campo quando Edward se aproxima de mim para me dizer que a senhora solicita
minha presença.
É meio-dia e a luz solar intensa do final do inverno agrava as manchas escuras sob seus
olhos e a palidez de sua pele. Neste momento, nã o é difícil imaginar o menino que ele foi.
Estou quase pensando em recusar, mas Edward nã o me dá escolha quando ele se vira e sai
pelo corredor. Relutantemente, eu o sigo.
Ele me mostra uma sala que eu nunca havia notado antes. É pequeno, com uma grande
janela de guilhotina na parede oposta e mais lustres do que o aparentemente necessá rio ao
longo do teto. Lady Veilthorn está no centro, com as mã os entrelaçadas, protegida do sol
sob um véu carmim. Ao lado dela está uma velha com as mã os mais enrugadas que já vi e
um grande furú nculo. bochecha contra um ninho de vasinhos. Ela tem cerca de metade do
tamanho da vampira, mais baixa até do que eu.
Encontro os olhos de Lady Veilthorn com uma pergunta nos meus.
Dando um passo à frente, ela aponta para um vestido azul pendurado na chaise longue. —
Eu estava pensando em fazer disso um evento mais agradá vel, mas nã o importa. Será
suficiente.
Olho para o vestido. É lindo, um azul safira com laços bordados nos locais onde o tecido fica
aberto. Ainda assim, nã o tenho certeza do seu propó sito e digo isso a Lady Veilthorn.
Ela olha para a velha — a costureira, presumo — e diz: 'Deixe-nos'.
Assim que a mulher sai do quarto, Edward fecha a porta, cruzando os braços enquanto
descansa contra ela.
— Você acompanhará Edward e eu à festa de Lorde Astor — diz Lady Veilthorn, passando
os dedos no laço do vestido. 'Este será o seu vestido.'
As implicaçõ es de suas palavras batem em meu peito. Com o coraçã o batendo forte, dou um
passo em direçã o a ela. 'Você está me permitindo ir?'
'Eu nã o acabei de dizer isso?' Ela se endireita, juntando as mã os novamente. — Nã o me faça
mudar de ideia, Pearl. Minha opiniã o sobre o assunto permanece vá lida.
Ela acena para Edward readmitir a costureira. “Ajude-a a se vestir”, ela diz.
Nos minutos seguintes, fico imó vel como um manequim enquanto a velha se movimenta ao
meu redor, puxando o tecido frio sobre meu corpo e prendendo os lugares onde ele está .
fica muito solto. Quando ela está prestes a tirá -lo novamente, Lady Veilthorn a afasta de
lado, lançando um olhar clínico sobre mim. Agarrando meu cabelo, ela o tira do pescoço e
admira o resultado. Deixando-o cair em volta dos meus ombros novamente, ela passa as
palmas das mã os sobre o tafetá , fazendo-me formigar em cada lugar que ela toca.
— Nã o serei covarde — murmura ela, aproximando-se para que só eu possa ouvir. 'Nã o
serei nada mais do que minha natureza.'
Ela segura minhas mã os gentilmente, só levantando a cabeça quando eu digo que ela é tudo
menos aquilo de que ela se acusa. Eu nã o tinha percebido o quanto a magoei com nossa
conversa na noite em que Winnie morreu, mas ela claramente nã o pensou em mais nada, se
ainda menciona isso hoje.
Apertando minhas mã os, ela beija minha boca através do véu antes de sair do quarto.
A costureira me faz encarar um espelho, com um brilho de orgulho nos olhos enquanto me
olha diante dele. Nã o posso deixar de me sentir estranhamente desconfortá vel com a visã o
que me é apresentada. Porque nã o importa quã o bonito seja o vestido, ele foi feito
pensando no assassinato.

Mais tarde naquela semana, Edward mais uma vez me procura para me dizer que a senhora
deseja minha presença. Estou no jardim, com um bloco de desenho aberto no colo. Nã o sou
nenhum artista e o esboço diante de mim nada mais é do que uma mancha de carvã o que eu
tinha imaginado para ser uma á rvore. Edward olha para a foto e dá uma fungada de
desaprovaçã o.
Eu fecho o bloco. 'Acabe com você mesmo, Edward.'
'Eu nã o posso. Estou sob ordens da senhora.
Suspirando, fico de pé e sigo Edward de volta para a mansã o. Pouco antes de chegarmos à
sala, ele me faz parar enquanto tira algo do bolso. Dou um passo para trá s ao ver que é
minha coleira, algo em que nã o pensava há semanas.
“Fique quieto”, ele diz rigidamente.
'Eu nã o vou. O que você acha que está fazendo?
— Fique quieto — ele sussurra, prendendo a maldita coisa em volta do meu pescoço.
Detesto ver a corda em sua mã o. “Agora”, ele diz, a voz baixa. — Você nã o deve falar quando
estiver lá dentro. Nem sequer agradeça ao visitante de Lady Veilthorn. Simplesmente
ajoelhe-se aos pés dela até que ela permita que você faça o contrá rio.
'Por que?' Olho para a porta fechada da sala, minha indignaçã o é substituída pela
curiosidade em um instante. 'Quem é esse?'
— Faça o que eu disse, Pearl. Deus está acima!
Antes que eu possa dizer mais alguma coisa, ele bate forte na porta. Bas responde e Edward
entrega a ele minha corda.
Está escuro dentro da sala, tã o escuro que nem consigo ver quem está no quarto comigo,
mas o cheiro me atinge imediatamente.
Rosas – um campo inteiro delas. O suficiente para abastecer toda Roseshire em ó leo.
As cortinas estã o bem fechadas, os castiçais sob os arcos das paredes e o lustre acima sã o
as ú nicas fontes de luz. A proteçã o disso significa que Lady Veilthorn pode sentar-se
descoberta, e quando Bas entrega minha corda para ela, seus olhos brilham daquela forma
desumana.
O mesmo, porém, nã o pode ser dito do visitante.
Lady Veilthorn puxa até que sou forçado a ficar de joelhos no tapete. Com os olhos
escondidos dela, arrisco olhar para a pessoa sentada no sofá em frente. Da cabeça aos pés
eles estã o cobertos por faixas de tecido vermelho merlot, me fazendo pensar que eles
poderiam ser um companheiro vampiro. No entanto, sua altura e aura sugerem o contrá rio
e, além disso, nã o há luz solar nesta sala, entã o um vampiro nã o precisaria se manter
coberto.
Sentindo os olhos desse estranho em mim, coloquei os meus no tapete. Como Lady
Veilthorn nunca recebe visitas, esta é a primeira vez que entro nesta sala. O tapete que vejo
é cor de rosa, complementando o rosa avermelhado das paredes. É um quarto muito quente
e sensual, especialmente banhado pela luz de velas, e acho que me lembra o nosso quarto.
Sabendo que nã o posso perguntar quem está na sala conosco, só posso me satisfazer
ouvindo. Há uma pausa na conversa quando o chá e uma pequena barraca de confeitaria
sã o colocados na mesa circular entre nó s.
Depois que o chá é servido, Lady Veilthorn toma um gole antes de colocar a xícara de volta
no pires. Ao lado há um pequeno frasco com meu sangue que ela abre e despeja em sua
xícara de chá , mexendo delicadamente com uma colher.
A conversa deles é retomada. Eles falam do Rei Tirrun e de suas travessuras, ambos com
uma nota de descontentamento em suas vozes. Isso nã o é incomum. Nosso rei é conhecido
por seus modos tirâ nicos, incluindo o apoio inabalá vel à s fazendas de sangue. Ele também
nã o era popular na fazenda, apesar de ser humano.
Ouço atentamente o visitante de Lady Veilthorn. Ela tem uma voz agradá vel, baixa como a
da minha vampira, embora ela nã o fale muito, respondendo mais com acenos de cabeça e
murmú rios de assentimento. Ainda assim, aquele perfume de rosa emana dela.
“Ouso dizer que o rei Tirrun perderá mais apoio se continuar com sua viagem de pregaçã o”,
diz Lady Veilthorn, com a ponta de um dedo traçando a borda de sua xícara de chá onde ela
repousa em seu colo.
“Prefiro ouvir a rainha”, concorda o estranho. Ela nã o pegou a xícara nem provou os doces,
como costuma ser educado. Ela se senta com uma confiança casual, pernas cruzadas, botas
de amarrar até o joelho expostas aos meus olhos.
Tã o perdida na conversa que percebo que estou falando tarde demais. 'A rainha
escondida?' Eu deixo escapar antes de recuar como se tivesse sido atingido.
Meu colarinho aperta em advertência. À nossa frente, a cabeça do estranho se inclina na
minha direçã o.
“Nã o tã o escondida o tempo todo”, diz ela, com um calor indulgente A voz dela.
Estou infinitamente intrigado com a intimidade em sua voz, a inferência de que ela pode
conhecer nossa rainha tã o raramente vista que quase se tornou uma lenda. Apó s o
casamento com uma garota nã o mais velha que sua filha, o Rei Tirrun, com todos os seus
modos ciumentos e cobiçosos, sequestrou sua jovem e bela esposa para as profundezas do
castelo, para que ela nunca mais fosse vista em pú blico.
Embora esteja desesperada para isso, nã o me atrevo a perguntar mais nada e logo a
conversa se transforma em uma festa que acontecerá na pró xima semana.
O grupo de Lord Astor, para ser mais preciso. E é entã o, com um conhecimento doentio e
terrível, e com o cheiro de rosa me sufocando, que me descubro por que Lady Veilthorn
solicitou minha presença nesta visita.
Nó s três estamos aqui para planejar um assassinato.
E eu entendo, agora, por que esse estranho prefere permanecer escondido, e isso tem
pouco a ver com sua natureza vampírica ou outra.
Eles nã o falam explicitamente do assassinato, mas ele está presente em todas as correntes
de sua conversa, nos cantos mais distantes da sala, onde a luz das velas nã o toca, na
umidade escorregadia sob meus braços.
Lady Veilthorn estava certa quando disse que eu nã o sou uma assassina, mas os
acontecimentos estã o avançando rá pido demais para parar agora, uma carruagem
descendo a colina sem motorista.
Eu me pergunto se Lady Veilthorn nã o sente meu desconforto quando coloca a ponta do
dedo na junçã o entre meu pescoço e ombro e acaricia suavemente. O dedo me deixa por um
momento antes de voltar umedecido. Logo o local fica dormente, anestesiado pela saliva
dela, entã o nã o sinto quando ela me perfura com uma garra e tira meu sangue. Eu a ouço
chupar o dedo antes que ele volte a repetir o mesmo. Suponho que tenho um sabor melhor
do que os doces.
A discussã o deles parece multifacetada aos meus ouvidos perplexos, nunca explícita com
Bas e eu na sala, mas ainda assim nã o consigo entender nem um pouquinho do que eles
estã o tramando.
Eles finalmente parecem ter concordado em algo quando a conversa chega a um fim
abrupto. A Rosa Negra fica mais um pouco até que ela saia da sala, suas botas de salto alto
clicando ameaçadoramente no corredor.
Mesmo assim, Lady Veilthorn nã o solta minha coleira. Ela espera até ficarmos sozinhos por
um tempo antes de puxar minha corda até que sou forçado a deitar no chã o, olhando nos
olhos descontentes da minha vampira.
— Nã o creio que lhe dei permissã o para falar, Pearl — diz ela friamente, acima de mim.
— Eu nã o pretendia, minha senhora. Esqueci minha casa.
— E que hora para esquecer isso também.
— Aquela era a Rosa Negra, nã o era? Eu pergunto, mudando quando a pélvis de Lady
Veilthorn empurra a minha.
“Foi”, ela confirma. ‘É por isso que é importante que você apareça apenas como minha fonte
de alimento e nã o como uma amante.’
'Você nã o confia nela?'
'Você teria que ser um tolo em confiar no assassino mais infame do seu condado. Lady
Veilthorn aproxima o rosto do meu. Ela é formidá vel no vermelho escuro da sala, iluminada
pelo lustre acima de nó s. Percebo com emoçã o a brancura de suas presas.
— Você está com fome — digo, colocando a mã o em seu rosto.
'Eu faço. Agora você vai ficar quieto o suficiente para eu me alimentar?
Ela nã o me dá tempo para consentir antes de baixar a boca para aquele lugar já ferido e
beber profundamente. Gemendo ao sentir meu gosto, ela rapidamente move os quadris até
gozar com um impulso final e furioso.
Respirando com dificuldade, ela se afasta para olhar para mim e meu coraçã o se aperta com
a devastadora exibiçã o de beleza selvagem.
'Minha senhora', eu sussurro, 'sou realmente seu amor?'
— Acredito que já estabelecemos isso — diz Lady Veilthorn com voz rouca.
'Conforme estabelecemos minha necessidade de ouvir essas coisas à s vezes.'
'Muito bem.' Com um suspiro, ela se senta, montando em mim como uma deusa sombria de
antigamente. Agarrando meu queixo firmemente entre o indicador e o polegar, ela diz:
'Você é tudo para mim e muito mais. Agora, isso será suficiente? Porque parece que tenho
um assassinato para o qual me preparar.
CAPÍTULO 13

T NA NOITE EM QUE LORDE ASTOR será assassinado, Lady Veilthorn me puxa para
um quarto vazio no hall de entrada e coloca a mã o em minha garganta. Uma fita de
seda está amarrada firmemente em volta dele, a ponta pendurada ao meu lado.
Minha coleira de couro se foi esta noite. Parece que Lord Astor exige alta costura.
Lady Veilthorn é uma fera desconhecida antes de mim. Esta noite será um evento à fantasia
e o rosto da minha vampira está escondido atrá s de uma má scara ameaçadora de penas
pretas e pedras preciosas piscantes. Seus lá bios estã o pintados de vermelho por baixo, e eu
os vejo se separarem enquanto ela fala.
'Agora, querido, há algumas regras esta noite e sã o as seguintes. Se alguém olhar para você,
eles morrem. Se qualquer um que tocar em você, eles morrem. Se alguém farejar em sua
direçã o...
'Eles morrem.'
A mã o de Lady Veilthorn deixa meu pescoço para acariciar minha bochecha. 'Estudo rá pido.
Eu também queria te presentear com isso.
De uma caixa fina, ela tira uma gargantilha feita de pérolas vermelhas da mesma cor de seu
vestido, como sangue ao sol.
“Pérolas de Roseshire”, digo, tocando com reverência as pequenas pedras preciosas.
'Sim. Adequado para você, nã o acha?
Tento nã o pensar no preço de tal item enquanto ela o prende em meu pescoço, logo abaixo
da gola da fita. Depois de prendê-lo, ela dá um passo para trá s, passando os olhos por todo
o meu rosto, com uma expressã o sombria por conta pró pria.
“Você está preocupado”, eu digo.
'Eu preferiria que você nã o viesse.' Ela estende a mã o para tocar o colar, os dedos seguindo
sua vontade até meu ponto de pulsaçã o. — Mas sei que nã o posso exigir tal coisa.
Ela poderia. Nó s dois sabemos que ela poderia. Ela só precisa me amarrar a qualquer coisa
da casa ou me trancar em um quarto. Mas isso é uma questã o de respeito, de amor. O colar
de repente parece apertado quando eu o engulo.
'Eu também quero que você use isso.' Ela me entrega algumas luvas pretas compridas,
parecidas com as que ela mesma usa. Enquanto eu os coloco, ela diz: 'Faça o que eu digo
esta noite, Pearl. Um ú nico desvio e eu farei com que Edward leve você de volta para casa.
Você entender?'
Concordo com a cabeça enquanto ela me ajuda a vestir o sobretudo. Encontramos Edward
no saguã o, parecendo tã o sério quanto nossa amante vampira.
Há silêncio na carruagem, o ú nico ruído é o barulho dos cascos e o barulho das rodas nas
estradas acidentadas. As janelas estã o todas cobertas, o interior parece menor. À minha
frente, Lady Veilthorn parece tã o impassível como sempre, mas noto Edward passando as
mã os escorregadias sobre as calças, o rosto contraído. Meu coraçã o dispara por ele. Que
horrível voltar para a casa da sua infâ ncia de pesadelo. Mas ele está aqui para sua pró pria
vingança, assim como eu.
Ouço primeiro o som de foliõ es enquanto a carruagem desacelera significativamente, presa
no fluxo de mais pessoas entrando no terreno da casa. Eu pulo quando algo bate no meu
lado da carruagem, seguido por uma onda de risadas bêbadas. Lady Veilthorn estende a
mã o para me firmar, seu rosto demonstrando preocupaçã o.
Finalmente paramos completamente e ouço o motorista pular no chã o.
Pouco antes de a porta ser aberta, eu saio correndo: 'E se ele descobrisse que foi você quem
matou o pai dele? E se o convite dele for uma armadilha?
— Nã o creio que nem mesmo Lorde Astor seja estú pido o suficiente para tornar isso um
assunto tã o pú blico. Lady Veilthorn sorri por baixo da má scara. 'Diferente de mim.'
Ela pega minha fita enquanto partimos para uma grande entrada circular. Nossa carruagem
parte imediatamente, abrindo caminho para quem está atrá s dela. Por um momento Lady
Veilthorn fica de pé imó vel, olhando para a imponente casa de campo. Entã o ela dá um
puxã o na minha gola e subimos os degraus largos até uma série de portas abertas que saem
do salã o de baile.
Ao nosso redor há uma multidã o de formas altas e mascaradas. Eles vieram como todos os
tipos de animais, de corvos a raposas e outras criaturas mais sombrias que nã o tenho
certeza se existem mais.
Olhei ao redor, tentando nã o me sentir como uma ovelha entre lobos. A casa de Lorde Astor
tem uma arquitetura estranha, com grandes pilares talhados em pedra branca e uma série
de está tuas venerando deuses desconhecidos.
Assim que estamos prestes a passar por uma porta, Edward segura meu braço. — Nã o
morra esta noite, Pearl. Acho que ela nã o aguentaria.
Seu aperto é interrompido quando Lady Veilthorn me puxa para além da soleira e entra no
vasto salã o. Vejo seu sorriso, sua segunda má scara firmemente colocada. Inclinando a
cabeça na direçã o de Edward, ela diz: 'Olhos e ouvidos, Edward.'
Edward dá um breve aceno de cabeça antes de se misturar à multidã o.
Lady Veilthorn espera um momento antes de me guiar até uma mesa de bebidas onde ela se
serve em um dispensador de ouro. Eu a vejo cheirar disfarçadamente antes de levá -lo aos
lá bios.
Continuamos do lado de fora da sala, percorrendo lentamente seu perímetro. O olhar de
Lady Veilthorn está extasiado sob sua má scara e me pergunto se ela nã o está procurando
pela Rosa Negra. Embora eu olhe, também nã o consigo vê-la, meu olhar se fixa em cada
vampiro lindo e temível. .
Embora iluminado, o salã o ainda está escuro demais para meus olhos humanos, fazendo
com que todos se fundam em uma massa globulosa. O cheiro forte do sangue fermentado
está presente no ar, e muitos foliõ es segurando taças ficam com os lá bios vermelhos.
Alguns, porém, alimentam-se directamente dos seus escravos. Nã o é difícil identificá -los,
cada um com uma cabeça ou mais menor que seu dono, pescoços algemados e sem o brilho
animal nos olhos. Deveria ser reconfortante estar perto de tantos humanos, mas em vez
disso acho perturbador. Nã o consigo imaginar que a maioria seja tã o cuidada quanto eu.
Minha garganta fica á spera por causa do incenso pesado que fumega no ar, meu coraçã o
bate forte no ritmo da mú sica estranha e grave que vibra no chã o polido.
Por um tempo, ninguém se aproxima de nó s, mesmo quando damos uma segunda volta
pelo corredor. Tenho a impressã o de que Lady Veilthorn nã o é muito querida. Alguns
olhares arrogantes sã o lançados em sua direçã o, aos quais ela apenas sorri graciosamente.
Eu me pergunto se foi em lugares como esse que começaram os rumores em torno dela.
Foram os escravos que os iniciaram ou os pró prios vampiros?
Eventualmente, alguns grupos corajosos chegam, envolvendo Lady Veilthorn nas conversas
mais tediosas, antes de partirem com a mesma rapidez. Encontramos um bolso vazio na
periferia do salã o, onde Lady Veilthorn me arrasta até ela. Lambendo rapidamente meu
pescoço, ela prende os dentes, fazendo uma demonstraçã o de beber de mim.
“Aquele é Lorde Astor”, ela sussurra em meu ouvido. 'Aquele com um inchaço na barriga.'
Eu o localizo imediatamente, comandando o na frente do salã o em um terno listrado preto
e dourado, uma pesada corrente de ouro apoiada no peito. Ele bebe de uma taça grande, e
vejo que em cada um de seus dedos há um anel grosso e enfeitado com joias. Contra meu
pescoço, Lady Veilthorn suspira pesadamente. 'O bastardo se parece cada vez mais com o
pai a cada dia.'
Ela beija meu pescoço antes de se endireitar. 'Vamos dizer olá ?'
Ela me arrasta até o imenso vampiro. Tã o perto, vejo que ele nã o é velho. Talvez apenas
cinco anos mais velho que Edward. Apesar de sua juventude, acho que nã o consigo parar de
olhar para ele. Nunca imaginei que alguém pudesse ser tã o grande.
Ficamos a alguns metros de distâ ncia até que o grupo que está conversando com ele vá
embora. Lord Astor olha em volta, aparentemente perplexo ao se ver sozinho. Entã o ele
avista Lady Veilthorn e seus olhos brilham de uma forma muito predató ria.
— Ah, Lady Veilthorn. Meu plutocrata favorito. Ele sorri descontroladamente, expondo
incisivos amarelados na tentativa de diminuir o insulto. 'Sua presença é sempre um raro
prazer. Diga-me entã o, você gostou do presente que deixei no seu gramado na outra
semana?
Lady Veilthorn lança a ele seu pró prio sorriso com presas. ‘Eu provavelmente teria gostado
mais se soubesse o significado por trá s disso.’
'Ah, nã o, nã o faz sentido.' Lord Astor mostra as palmas das mã os. 'Só um pouco de diversã o.
E, talvez, um gentil lembrete para deixar alguns cortes de carne para nó s, necró fagos.
Ele olha para mim e eu quase queimo de raiva. Ele drenou Winnie, deixou seu cadá ver
violado na nossa porta, tudo por causa de ciú mes mesquinhos? Porque Lady Veilthorn tem
status e poder para forçar qualquer mã o que quiser, e tudo sem a postura desse bastardo?
Estremeço ao pensar que esse homem poderia ter me desejado no ú ltimo mercado. Ou foi
Viola ou Odessa nos anos anteriores? Ou alguma outra coisa – algo que Lady Veilthorn tem,
certamente. Havia algo que ele queria o suficiente e estava preparado para matar para
mostrar seu descontentamento por nã o tê-lo.
Lady Veilthorn estava certa, se Lord Astor está realmente dizendo a verdade, entã o isso nã o
é uma armadilha. Esta é apenas uma obrigaçã o social e a chance para este senhor vampiro
esquecido por Deus exibir sua opulência. Lady Veilthorn nã o precisa fazer nada disso e
ainda é a vampira mais influente e famosa de Roseshire. Quã o injusto o mundo deve
parecer para Lorde Astor.
— Em troca, tenho um presente para você, Lorde Astor.
Com os olhos brilhando tanto de intriga quanto de cautela, Lorde Astor gesticula para seu
escravo de sangue, um garoto de rosto pá lido, alguns anos mais novo que eu, e entã o
observa enquanto ele levanta a caixa que Lady Veilthorn estende. Dentro há um colar
parecido com o meu, só que com pérolas mais claras em um design mais masculino.
Tendo revelado o presente inó cuo, Lord Astor o pega de seu escravo. 'Pérolas de Roseshire.
Meu favorito. Veja como eles brilham, como sangue misturado com leite de ovelha.
Também meu favorito! Ha! Como você sabia?'
Lady Veilthorn sorri levemente. 'Eu ouvi um boato.'
“Coloque em mim, garoto”, grita o senhor, empurrando a caixa de joias para seu escravo.
'Permita-me.' Lady Veilthorn o retira antes que o menino possa tocá -lo. 'Eles nã o sã o
adequados para mã os humanas.'
Lorde Astor olha incisivamente para meu colar, mas permanece em silêncio enquanto Lady
Veilthorn se aproxima dele para prender o colar em volta de seu pescoço. As pérolas caem
solidamente em sua clavícula. Lady Veilthorn passa a mã o enluvada sobre eles enquanto
volta para o meu lado.
“Real”, ela diz, e ele se envaidece com o elogio.
— Você nã o vai me deixar encontrar uma bebida para você como agradecimento? Lord
Astor diz, sua grande palma ousando tocar sua cintura.
Com cuidado, Lady Veilthorn se afasta. — Tenho um ou dois com quem devo falar primeiro.
Mas nã o tenha medo, Lorde Astor, irei procurá -lo antes que a noite acabe.
Ela puxa minha fita com força, me afastando daquele homem horrível. Seu peito sobe e
desce rapidamente, a raiva realmente escorrendo dela.
'Será um milagre se eu puder sair daqui esta noite depois de ter matado apenas um', ela
sussurra quando estamos em algum lugar quase sozinhos.
Anseio por perguntar a ela quais sã o seus planos, mas, no momento, estou com muito medo
dela. Nã o quero me apresentar como mais um que ela matará esta noite.
A hora seguinte passa num borrã o de dança e incenso. Acho que estou tonto, intoxicado
neste lugar impró prio para humanos. Lady Veilthorn nã o dança, nem enche sua bebida,
com a mã o apertada em volta da taça ainda cheia .
Torna-se mais fá cil estar aqui quanto mais tempo estou, preso em alguma onda escura e
flutuante. Os foliõ es ficam mais barulhentos à medida que a noite chega, o chã o salpicado
de sangue derramado e brilho de suas fantasias. A certa altura, sinto um breve cheiro de
rosas, mas quando levanto a cabeça, nã o vejo a quem pertence o perfume.
Chega um ponto em que tenho que me aliviar. Quando Lady Veilthorn termina sua ú ltima
conversa, ela me leva a um servo humano.
“Apresse-se, por favor”, ela diz, soltando minha corda.
Relutante em deixá -la, sigo a criada para dentro da casa e por corredores muito menos
majestosos do que a pró pria casa. A mulher se aproxima de mim do lado de fora de uma
sala antes de voltar por onde chegamos. Quero ligar de volta para ela, fazê-la esperar para
que eu nã o fique sozinho neste lugar peculiar. Preparando-me, entro no banheiro,
aproveitando para encher os pulmõ es com ar menos envenenado.
Quando termino, o corredor ainda está vazio e sinto um arrepio de pâ nico ao pensar que
nã o conseguirei encontrar o caminho de volta.
Seguindo as vibraçõ es no chã o, percorro os corredores escuros, virando à esquerda quando
chego a uma bifurcaçã o. Depois de mais algumas voltas, fico verdadeiramente perdido, meu
coraçã o acompanhando o ritmo distante da mú sica. Os corredores ficam mais escuros,
alguns mal iluminados, e estou prestes a voltar quando dois corpos saem cambaleantes de
um dos quartos.
Um vampiro e seu escravo. Ambos embriagados, mas me consolo ao ver que o escravo está
sorrindo. Uma pluma de o incenso os segue como dedos fantasmagó ricos, alcançando-os e
tenho que passar a mã o pelo rosto quando me engasgo.
Curiosamente, espio a sala, prendendo a respiraçã o ao ver o nú mero de olhos brilhantes lá
dentro. Há um enxame de corpos lá dentro, mas, estranhamente, quase nã o se ouve uma
voz.
Alguém me empurra por trá s e eu tropeço ainda mais na sala. Ainda entusiasmado com o
que quer que eles estejam bombeando para este lugar, me vejo deslizando como uma folha
apanhada pelo vento.
O movimento chama minha atençã o e eu olho através da névoa para dois corpos copulando
contra uma parede – outro vampiro e seu escravo. O vampiro é cruel em suas estocadas,
sua boca apertada ao redor do pescoço de seu escravo. Desvio o olhar rapidamente e vejo
outro casal. Nã o, nã o um casal. Existem três deles – duas vampiras e um homem humano
muito musculoso. Ocorre-me que ver tudo isso deveria ser chocante, especialmente porque
há alguns meses eu nã o conhecia o prazer. Mas minha mente está turva esta noite e aquela
batida incessante está envenenando meu corpo tanto quanto o incenso.
Ando pela sala, observando todos os corpos se contorcendo como peças de arte
desinteressantes nas paredes, até que paro ao lado de uma mesa com taças descartadas. É
aí, novamente, que sou assaltado pelo perfume das rosas. Desta vez, porém, há um corpo
para acompanhá -lo.
— Muito escravo — diz a Rosa Negra, passando um braço em volta da minha cintura por
trá s. Quando eu protesto fracamente, ela apenas aumenta seu domínio. 'Seu vampiro me
enviou para encontrar você. Ela pode até bater em você por se perguntar assim.
— Ela nã o faria isso.
— Nã o, suponho que ela nã o faria isso. The Dark Rose faz uma pausa enquanto olha ao
nosso redor. 'Que lugar para se encontrar.'
'Eu estou perdido.'
A Rosa Negra ri. 'Você certamente é. Ainda assim, aqui estamos. Suponho que o estrago já
esteja feito e a senhora nã o vai bater mais em você por chegar mais alguns minutos
atrasado. Entã o... dance comigo.
Ela me puxa para o meio da sala, onde vá rios casais balançam juntos, alguns
completamente despidos de suas fantasias. A Dark Rose entra na minha frente pela
primeira vez. Ela é uma mulher alta, talvez para os padrõ es humanos, mas certamente nã o
para um vampiro. Mas entã o ela tem a mesma sensaçã o de quietude, mesmo quando
começa a balançar os quadris aveludados ao som da mú sica lenta e grave.
'Você é um vampiro?' — pergunto, observando a luz fraca brilhar nos longos cabelos da cor
vermelho escuro do sangue.
The Dark Rose nã o responde por um momento enquanto levanta os braços acima da
cabeça, aparentemente tã o afetada pela mú sica quanto eu. 'Quanto menos você souber
sobre mim, melhor para todos', diz ela, abaixando os braços ao redor. mim para que ela
possa falar diretamente no meu ouvido. — E você, entã o? Você está satisfeito com seu
emprego atual? Lady Veilthorn trata você bem?
Por cima do ombro dela, meus olhos se fixam em um casal se alimentando sob a luz de uma
vela intermitente. A mulher humana tem seus olhos fechados, as linhas de seu rosto
profundamente sombreadas enquanto seu vampiro lambia sangue de seu pescoço. Este foi
o seu destino durante toda a sua vida? Talvez ela seja ainda mais jovem do que parece, sua
vitalidade foi drenada junto com seu sangue.
“Certamente existem destinos piores”, murmuro, fechando os olhos para a visã o
desconfortá vel.
'Sempre existe. Eu sou o criador de muitos deles. Sua senhora também me agrada. Eu
certamente aprecio a companhia. The Dark Rose baixa a voz para um sussurro:
'Assassinato pode ser um negó cio terrivelmente solitá rio.' Ela se afasta. — Venha, Pérola.
Estou com sede de algo podre.
Agarrando meu pulso, a Dark Rose me incentiva a ir até uma mesa de bebidas. Estou me
perguntando como ela consegue ver através daquela má scara vermelha enfeitada com joias
enquanto coloca um líquido escuro em uma xícara. Posicionando-se atrá s de mim, ela cruza
um braço sobre meu peito, forçando a bebida até meus lá bios. Eu luto no início até ter
certeza de que é apenas vinho. Também me sentindo ressecado, bebo alguns goles com
prazer antes de puxá -la pelo pulso.
Em algum lugar no fundo da casa, um reló gio toca.
‘Ah.’ A Dark Rose se espreme atrá s de mim, ingerindo o restante da minha bebida. 'Hora do
evento principal.'
Ela segura minha corda, mas eu a pego de volta, nã o querendo vê-la nas mã os de ninguém
além de Lady Veilthorn. A Rosa Negra olha para mim por um momento, tempo suficiente
para me fazer tremer, antes de colocar a mã o na parte inferior das minhas costas e
gentilmente me guiar para fora da sala. .
Procuro corajosamente Lady Veilthorn quando voltamos ao salã o de baile, mas ela nã o está
à vista. Lord Astor está , porém, enchendo sua taça até transbordar enquanto gesticula
descontroladamente para um homem ao seu lado. Seu jovem escravo está perto dele, seu
olhar profundo e vazio sobre os foliõ es.
— Lorde Astor — diz a Rosa Negra suavemente.
— Sim, meu querido? Ele olha para ela brevemente, mais preocupado em servir sua bebida.
— Eu conheço você sob essa má scara encantadora?
— Nã o, mas acredito que você conheça minha amiga, Lady Veilthorn.
'Ah sim.' Tirando um lenço do bolso, Lord Astor enxuga a testa encharcada. 'Isso eu faço,
isso eu faço.'
— Acredito que ela esteja nos jardins neste momento. Procurando por este. A Rosa Negra
levanta minha corda. Olho para ela confusa. — Você mesmo poderia entregá -la, meu
senhor? Acredito que ela aceitaria isso com gentileza.
Lorde Astor está focado em nó s agora, seu olhar corado me absorvendo. Seus lá bios
grossos estã o entreabertos, o interior deles tingido de azul. — Os jardins, você disse?
'Isso mesmo. Atrá s do eremitério, creio. Foi para lá que ela seguiu.
Lorde Astor pensa por mais um momento, sua expressã o estú pida permanecendo fixa até
que eu acredito que ele é realmente estú pido. Entã o ele empurra a taça para o amigo,
derramando o vinho de sangue em sua frente, antes de pegar minha corda. Quase tropeço
com a força de seu puxã o. Se eu quiser continuar respirando, nã o tenho escolha a nã o ser
seguir. Olhando desesperadamente por cima do ombro, vejo a Rosa Negra parada entre o
mar de dançarinos, com o olhar fixo em nossa direçã o. Assim que saímos para o jardim, ela
inclina a cabeça para mim.
Tropeçando na grama, puxo a mã o inchada de Lorde Astor. Ele nã o apenas segura minha
corda; ele também segura meu colarinho. Seu escravo mantém o ritmo ao nosso lado,
ignorando completamente o tratamento rude de seu mestre.
'Vá em frente, sua criatura miserá vel!' Ele dá um empurrã o particularmente cruel, fazendo
com que lá grimas brotem dos meus olhos.
Estou ofegante quando chegamos ao eremitério, uma estrutura rú stica em forma de cú pula
repleta de azulejos e vidros coloridos quebrados. Aqui, o som da festa é fraco.
Contornamos o eremitério e lá está Lady Veilthorn, alta no meio da grama, infernal em seu
vestido vermelho-sangue e má scara preta. Ela se endireita ainda mais ao nos ver,
estendendo a mã o.
Lorde Astor me solta imediatamente e caio na grama. Lady Veilthorn nã o me ajuda a
levantar, mas ela pega minha corda assim que estou de pé, com a outra mã o fechada com
força. Nã o preciso ver o rosto dela para saber que ela está furiosa.
— Obrigado, Lorde Astor.
O senhor, respirando pesadamente, acena com a cabeça quadrada. 'Sim Sim. Claro.'
Eu vejo um movimento atrá s dele e da escuridã o emergem tanto Edward quanto a Rosa
Negra. Desvio o olhar antes que Lorde Astor perceba a direçã o do meu olhar. .
Lady Veilthorn nã o diz mais nada, aparentemente contente em ver esse homem terrível
cambalear pela grama emaranhada, uma mã o estendida para se apoiar na parede do
eremitério. Quando ele a levanta, ela está vazando sangue, cortado no vidro irregular que
sai das paredes.
“Seu sangue tem um cheiro pú trido”, comenta Lady Veilthorn levemente.
Lorde Astor olha para ela, mas parece perdido em sua pró pria luta, a mã o ensanguentada
indo até a gola da camisa e puxando.
Enquanto observo, percebo que isso é mais do que mera embriaguez. Um pavor profundo
surge em meu estô mago. Drogado? Olho para Dark Rose, que está a poucos passos de
distâ ncia agora, observando a luta com os braços cruzados e a cabeça inclinada.
Como se estivesse lutando contra os limites de sua pró pria algema no pescoço, Lorde Astor
respira fundo. Antes uma cor avermelhada, seu rosto agora é tã o azul quanto seus lá bios.
Nã o entendo o que está acontecendo com ele, mas fica claro que ele nã o pode ser ajudado
quando cai de joelhos.
Soltando meu colarinho e me empurrando para fora do alcance, Lady Veilthorn o circunda
lentamente até estar atrá s dele.
— Vamos ver se você sangra como seu pai, hein? ela diz, passando a mã o pelo cabelo suado.
Ela remove a luva com os dentes, revelando garras pintadas de preto que ela coloca no
pomo de Adã o balançante de Lord Astor. Ela parece pairar ali, desenhando respirando uma
apó s a outra até que ela chicoteia a mã o para trá s, cortando profundamente a garganta do
senhor.
Obrigo-me a ficar imó vel e a observá -lo morrer, a lembrar o rosto de Winnie — nã o
chorando enquanto ela era levada para o mercado, mas sorrindo com todos os pequenos
prazeres que encontrou na fazenda; Penso no menino que Edward foi uma vez, forçado a
uma vida que nenhuma criança deveria suportar; e, por ú ltimo, penso em Lady Veilthorn e
na sua ingrata missã o de livrar Roseshire de monstros como este.
Com um baque, o corpo de Lord Astor atinge a grama.
Atrá s dele, a Dark Rose se foi.
— Pronto, Pearl — diz Lady Veilthorn, calçando novamente a luva. — Lorde Astor, morto
aos seus pés. Agora, venham, vocês dois. Acredito que nossa carruagem nos espera.
Fraco de tristeza e satisfaçã o, viro-me na direçã o que Lady Veilthorn aponta.
É quando ouço Edward gritar. Tento me virar, mas descubro que estou imobilizado. Entã o
estou de joelhos, a nã o mais de dois metros do corpo vazando de Lorde Astor.
O cabo de uma faca sai do meu lado. Olho para ele com perplexidade, depois para os dois
pés descalços e sujos na grama. O escravo de Lorde Astor — mostrando os dentes na careta
mais angustiada que já vi, lá grimas escorrendo pelo seu rosto. Edward o agarra por trá s e é
a ú ltima vez que vejo antes que meus olhos fiquem muito embaçados.
'Pérola.' O sussurro desesperado de Lady Veilthorn chega aos meus ouvidos. Posso quase
distinguir seu contorno confuso enquanto ela cai ao meu lado. — Pearl, querida, nã o feche
os olhos. Eduardo!
Seu grito perfura algo profundamente dentro de mim, mas nã o consigo descobrir como
confortá -la. Está ficando mais difícil respirar agora. Respiro fundo, gritando com a dor
quente que isso evoca.
“Descanse, Pearl”, diz a voz atormentada de Lady Veilthorn. 'Apenas descanse.'
Descansar? Eu estou morrendo.
Penso nas palavras, mas elas nã o saem dos meus lá bios, nã o como o sangue escorrendo do
buraco na minha lateral. Lady Veilthorn deve ter retirado a faca, mas eu nã o percebi.
Eles estã o discutindo, Lady Veilthorn e Edward. Nã o consigo entender o conteú do da
conversa, mas parece que Edward está dizendo a Lady Veilthorn que ela nã o pode fazer
algo e Lady Veilthorn está dizendo que ela deve.
'Ela vai morrer se eu nã o fizer isso, Edward. Ela vai morrer!'
É como se as palavras estivessem dentro da minha cabeça. Estou deitado no chã o agora,
com a sensaçã o de um milhã o de pedras empilhadas em meu peito.
Seja o que for, penso o mais alto que posso, por favor, faça isso, e rápido – estou sofrendo
muito.
Talvez meus pensamentos tenham conseguido chegar a Lady Veilthorn porque algo está
acontecendo agora. Sinto uma pontada de dor que nã o tem nada a ver com o ferimento na
minha lateral e de repente algo está correndo pelo meu corpo, algo como um milhã o de
formigas de fogo, ou um atiçador em chamas, ou talvez até mesmo um raio. Por toda parte
há sons de gritos, berros e latidos, e demoro muito para perceber que os sons vêm de mim.
Entã o, de repente, a dor cessa, junto com todo o resto. Agora só existe escuridã o –
escuridã o escura, sedosa e acolhedora.
Desejando apenas que Lady Veilthorn esteja comigo, eu de bom grado me entrego à
escuridã o.
CAPÍTULO 14

S EM ALGUM LUGAR, EM MEIO A TODO ESSE nada, vem o grasnar á spero dos corvos. A
princípio eles estã o longe, escondidos da vista, mas ficam mais altos e mais pró ximos
a cada momento que passa, até que a escuridã o se quebra como uma casca de ovo,
abrindo-se para uma sala fria, cinzenta e desconhecida.
Ao olhar para o teto abobadado, incapaz de sentir meu corpo, percebo a presença de uma
pessoa na sala comigo. Edward está agachado perto do fogo a poucos metros de distâ ncia,
alimentando novas chamas com um atiçador. Quando ele vem fechar a janela, assustando a
briguenta família de corvos, ele percebe que estou acordado.
“Nó s brigamos o dia todo”, diz ele, colocando o suporte da janela atrá s da minha cabeça. —
Ela insiste que mantenhamos a janela aberta, mas pensei que você gostaria de se aquecer
ao acordar. '
Acho que ele espera que eu responda, mas nã o consigo pensar em nada além desse foco
estranho e preciso em que me vejo caindo ao olhar para ele.
— Você tem cheiro de calor — digo com voz rouca.
‘Ah.’ Edward se afasta, pegando a jarra na mesa de cabeceira e servindo-a em um copo.
Percebo que a á gua está tingida de rosa quando ele a oferece. 'Beba isso.'
Pensando que é apenas á gua de Roseshire, tomo um gole antes de registrar o estranho
gosto metá lico. Segurando-o na boca, fico olhando para o resto da á gua girando no copo até
ser forçada a engolir. A saliva inunda minha boca e, embora eu nã o queira mais beber,
descubro que nã o consigo evitar.
— Nã o negue a si mesmo, Pearl. Nã o vai adiantar nada.
Descarto o copo assim que termino, sem querer pensar muito nisso. Mas sentado aqui,
recuperando a consciência na cama, percebo outra estranheza. Está vindo de dentro do
centro do meu peito, uma batida lenta e rítmica que fica mais alta quanto mais tempo fico
ali sentado.
Coloquei a mã o no coraçã o, um suor percorrendo meu corpo. 'Eduardo...'
'Está tudo bem, Pérola.'
'É muito lento. Nã o consigo respirar-'
'Pérola. É normal. O da senhora bate igual.
Respiro fundo, tentando abafar o ritmo estranho do meu coraçã o. Quando nã o morro
imediatamente, me forço a relaxar na cama.
'Isso é tã o longe do normal.'
'Você vai se ajustar.'
Quando olho para ele, seu olhar está fixo no fogo. Já estou acordado há tempo suficiente
para saber por que estou deitado nesta cama, para lembrar o que aconteceu na noite em
que Lorde Astor foi assassinado — pelo menos, tanto quanto sou capaz.
'Deve ser uma decepçã o ver que estou acordada', digo, esperando que Edward me encare
novamente. 'Que inconveniente para ela ter feito o que fez.'
'Você nã o sabe o que você diz.'
— Ah, acho que sim. Eu ainda estava consciente de parte disso. Você tentou dissuadi-la.
— Sim, seu idiota tolo, mas nã o porque eu nã o quisesse que você vivesse... pelos deuses,
Pearl!... mas porque eu sabia o quanto Lady Veilthorn ficaria magoado se tirasse sua
escolha. Edward solta um suspiro frustrado, sua mã o encontrando a minha em cima do
lençol. 'Eu mesmo estou feliz que você tenha sobrevivido.'
'Verdadeiramente?'
Eduardo assente. 'Verdadeiramente.'
Encontrando-me exausto com aquelas poucas palavras trocadas, fecho os olhos novamente
com um suspiro. A escuridã o exacerba o ritmo incomum do meu coraçã o, mas eu me
preparo contra isso, nã o me deixando entrar em pâ nico novamente. Além disso, nã o é só
que encontro novidades. Há o cheiro de Edward, como se eu fosse capaz de sentir o cheiro
do calor do sangue fluindo dentro dele. Posso ouvir a respiraçã o dele dentro da minha
cabeça, assim como ainda posso ouvir os corvos, embora eles já tenham voado há muito
tempo. .
É assim que é? Todo esse barulho, todo esse cheiro?
Tentando nã o me desesperar, sussurro: 'Onde ela está ?'
'Estou aqui, Pérola.'
Abro os olhos e Lady Veilthorn está lá , parecendo preocupada e arrependida e tã o, muito
adorada que me pego piscando para conter as lá grimas.
Quando Edward sai da sala, ela pega minha mã o, seus olhos rosados brilhando na
penumbra da madrugada.
O meu também brilha assim agora? A cor deles mudou?
Respirando fundo, pergunto: — O filho de Lorde Astor... ele vive?
'Ele vive. Embora você nã o o veja novamente.
Concordo com a cabeça, feliz por pelo menos essa conveniência. É difícil organizar meus
pensamentos com ela acariciando minha mã o daquele jeito. Até o passar da pele dela sobre
a minha é barulhento. Nã o pode ser sempre assim, certo?
“Uma semana se passou”, diz Lady Veilthorn. 'Houve um momento em que pensamos...
Bem, nã o importa. Você está acordado agora.
Eu estou acordado. Apesar da minha fraqueza, nunca me senti mais desperto nem vivo.
— Você pode me contar o que fez naquela noite? Eu pergunto, optando por me concentrar
nisso. 'Tudo isso. Acho que minha mente está muito confusa.
'Você nã o deseja descansar mais?'
'Já descansei o suficiente.'
'Muito bem.' Lady Veilthorn vem se empoleirar na beira da cama, sua mã o deixando a
minha para tirar os cachos soltos dos meus olhos. 'Desde o começo entã o. Lorde Astor –
nã o era segredo que ele cobiçava as pérolas de Roseshire mais do que qualquer outra joia.
Mas, como você sabe, você nã o pode comprá -los para si mesmo, você só pode recebê-los de
presente.
'Por causa da maldiçã o.'
— Por causa da maldiçã o — diz Lady Veilthorn, com um tom de desprezo na voz me
dizendo exatamente o que ela pensa da suposta maldiçã o das pérolas de Roseshire. ‘Mas é
claro, nenhuma pessoa sã nesta terra presentearia o bastardo com algo tã o precioso.
— Eu sabia que Lorde Astor iria me procurar. Ele costumava fazer isso em todas as
oportunidades – e eu me certifiquei de que nã o fossem muitas. Nã o era nenhum segredo
que ele sofreria um casamento se isso significasse que ele poderia colocar as mã os sujas na
minha fortuna. Eu esperava que ver as pérolas em você despertasse o interesse dele o
suficiente para querer colocá -las imediatamente depois de eu tê-las presenteado a ele.
Nó s nos olhamos por um momento até que eu digo: 'Você fez alguma coisa com as pérolas,
nã o foi?'
'Nã o eu, mas sim.'
'A Rosa Negra. Envenenado?
Lady Veilthorn sorri levemente. 'Seu método favorito de assassinato.'
Tento nã o estremecer com a lembrança da Rosa Negra forçando o vinho na minha garganta,
e como isso também poderia ter sido facilmente envenenado. — E entã o você apenas
esperou que o veneno fizesse efeito?
'Eu sabia que seria demora um pouco, pois foi tó pico e nã o foi ingerido. Eu só precisava
garantir que ele estivesse sozinho antes de desmaiar. Lady Veilthorn desvia o olhar, fixando
o olhar na janela atrá s de mim. — Ouso dizer que você sabe o resto.
'Nã o exatamente. Eu sei que o escravo de Lorde Astor me esfaqueou. Eu me lembro... eu
estava de joelhos, e depois na grama, e entã o... – Lady Veilthorn fica tensa, esperando que
eu diga isso. — Estou mudado, nã o estou?
'Sim.'
Eu já sabia, mas a simples confirmaçã o dela me enche de um desespero que nunca
experimentei antes. Minha mente se enche de imagens enquanto eu fico ali deitado —
aqueles dias horríveis de mercado, o medo que senti naquela primeira viagem de
carruagem até a mansã o, a natureza estranha de Lady Veilthorn, sua necessidade de
sangue, sua necessidade de mim — aquela necessidade que tudo consome. , dominando o
amor. E isso tudo é de alguma forma ser eu agora?
— Nã o sei o que significa ser um vampiro — sussurro.
Lady Veilthorn se inclina para frente, agarrando minha mã o com força. — Eu vou guiá -la,
Pearl. Você me tem. Para sempre, se você quiser.
'Você gostaria disso?'
Lady Veilthorn balança a cabeça, uma lufada de ar escapando de seus lá bios. 'Acho que nã o
conseguiria suportar de outra forma.' Ela lambe os lá bios, os olhos caindo dos meus. 'Mas
preciso saber que você nã o me odeia.'
'Por que eu deveria?'
'Porque eu tirei sua escolha. Eu tirei você de você mesmo. '
'Para me salvar.'
— Porque eu nã o suportava a ideia de ficar sem você. Eu estava pensando apenas em mim
mesmo. Seus olhos se levantam para os meus, um apelo neles – para que eu a odeie, para
que eu condene suas açõ es. Mas eu nã o posso.
— Lady Veilthorn... Solto um suspiro á spero, o sangue novo fervendo dentro de mim. Minha
boca está salivando e sinto uma dor preocupante nas gengivas. — Você acha que eu
também suportaria ficar sem você? Nadar sozinho naquela escuridã o eterna? Eu iria
assombrar você. Eu causaria tantos estragos em sua vida que você recorreria à alquimia
apenas para me trazer de volta. O altruísmo nã o tem lugar aqui; Eu nã o preciso disso. Eu só
preciso de você e de mim, e que nunca nos separemos. Você me terá para sempre, Lady
Veilthorn, pois essa é minha escolha.
A vampira olha para mim, o peito subindo e descendo, sua mã o apertando a minha. O sol
está quase nascendo atrá s de nó s, mas nem ela nem eu prestamos atençã o.
Com uma leve sugestã o de sorriso, ela abaixa a testa na minha. — Chame-me de Morvanna,
Pearl — ela murmura contra minha boca. 'Esse é meu nome.'
— Morvanna — sussurro, tocando meus lá bios nos dela enquanto eles tremem. 'Morvanna.'
EPÍLOGO
T A LUA ESTÁ INCHADA, a noite fresca, e em algum lugar dentro deste trecho de floresta
está a mulher que amo.
Nã o que ela fosse me dar a conhecer ainda — Morvanna é uma caçadora magnífica.
Embora inexperiente, eu também estou tentando o meu melhor. Sinto minha presa sempre
que fico parado, com a cabeça inclinada e as orelhas tensas. É sutil – uma vibraçã o, um som,
um conhecimento intuitivo de que esta é a direçã o que me levará aonde eu preciso. Estou
me familiarizando lenta mas seguramente com todos esses sentidos.
Olhando através da escuridã o, que é tã o clara quanto o dia com esses novos olhos, prossigo
através da folhagem.
Os ú ltimos meses foram uma aventura infernal, se nã o totalmente emocionante, na
compreensã o da minha nova natureza, e através das lá grimas, das brigas, das palavras
cortantes e dos sentimentos de desespero, finalmente consegui apreciar o gosto do sangue.
Nã o estou mais assustado com o coraçã o batendo muito devagar em meu peito, nem com a
nova força de que me sinto dotado. Também tenho certeza de que Edward aprecia que eu
nã o tente mais comê-lo.
Deleitando-me com minha visã o recém-descoberta, paro diante de um matagal de arbustos.
Seus caules espinhosos e retorcidos formam um arco quase perfeito e, através dele, vejo a
criatura que venho caçando a noite toda. A raposa fareja um monte coberto de musgo, com
dois filhotes brigando nas proximidades. Eu fico olhando para eles por um tempo,
esperando sentir aquela suavizaçã o, aquela parte de mim que sabe que já fui humano. É
difícil encontrá -lo esta noite, mas quando o encontro, volto minha atençã o para a mã e
deles.
Dou um passo à frente, e depois outro, e assim que suas orelhas se mexem, eu corro através
do matagal e ataquei. A criatura grita presa em meus braços e eu a seguro com mais força
até que ela diminua. Seus filhotes já se foram, buscando segurança em outro lugar.
Por alguns momentos de silêncio, acaricio o pêlo laranja, sentindo o sangue fluindo logo
abaixo dele e o batimento cardíaco do beija-flor. Entã o eu solto o animal e me levanto, me
prendendo em um par de olhos rosados e dilatados.
'Ainda nã o consegue matar?' minha vampira brinca, me levando para trá s até que minhas
costas batam contra uma á rvore.
'Espero nunca conseguir', respondo, sorrindo quando ouço a família das raposas se
reunindo do outro lado do matagal. .
Morvanna cantarola, mais um rosnado nesta noite. Cortando meu ló bulo da orelha com
suas presas, ela sussurra: 'Você é minha presa favorita', antes de manobrar meus braços
para cima e sobre minha cabeça.
'Capturado impotente', suspiro, feliz por continuar jogando.
'Mmm, agora o que fazer com você. Esfolar você vivo, talvez? Suas mã os deslizam pelos
meus braços e pelas costelas. — Ou colocar você para ferver imediatamente?
Viro as palmas das mã os para a casca á spera, encontrando apoio no tronco retorcido. Por
cima do ombro de Morvanna, a lua perfura meus olhos, seu olhar luminoso me faz sentir
mais vivo do que nunca. — O que for mais rá pido — murmuro, fechando os olhos enquanto
os lá bios encontram minha garganta.
— Nã o tenho certeza se desejo ser rá pido com você esta noite. Na verdade, prefiro nã o ter
pressa... ver quanto você consegue aguentar antes de voltar atrá s com sua regra de 'nã o
matar'.
Morvanna morde com tanta força que mal a noto puxando para baixo minhas calças de
caça. O ar da noite gira em torno da minha pele recém-descoberta e eu levanto meus
quadris para suas mã os que procuram.
Ao senti-la provocando a parte interna das minhas coxas, percebo o som de galhos
quebrando sob meus pés. Esperando que nã o sejamos encontrados muito cedo, inclino a
cabeça, enterrando-me no corpo febrilmente quente contra o meu, na esperança de
bloquear tudo que nã o seja ela, e eu, e o prazer delicioso que se estende entre nó s.
Mas logo, até Morvanna se distrai com quem nos caça, e com um suspiro frustrado, ela se
afasta, permitindo-me ver Edward lutando para abrir caminho através do matagal
espinhoso, com uma lamparina a ó leo na mã o.
Quando termina, ele olha para nó s antes de virar as costas com um suspiro. 'Eu pensei que
isso poderia parar agora que você nã o está mais se alimentando dela.'
— Entã o você subestimou totalmente o nosso amor — Morvanna brinca de volta,
reajustando minhas calças com pesar. 'Você tem um propó sito para vir aqui, Edward?
Suponho que nã o foi para que você pudesse nos pegar em flagrante.
— Por mais chocante que seja, nã o. Vim avisar que seu novo escravo de sangue chegou. Bas
a conduziu até a sala.
'Ah', Morvanna murmura, sua alegria anterior banida em um instante. Ela se vira para mim,
a garganta balançando enquanto ela engole. É lua cheia – ambos estamos famintos por
sangue fresco. 'Vamos conhecê-la, certo?'
Mesmo quando chegamos à sala, Morvanna nã o solta minha mã o. Na verdade, ela segura
ainda mais forte quando paramos diante de uma jovem parada ao lado da mesa. Há
migalhas em volta de sua boca e ela parece positivamente mortificada enquanto tenta
limpá -las enquanto mastiga a boca cheia de bolo para valer.
Olho para Morvanna, mordendo o lá bio contra um sorriso diante de seu olhar severo,
depois volto para a garota que olha entre nó s com olhos arregalados e claros.
'Nome?' Morvanna diz.
'Abigail.' A garota balança a cabeça, fios vermelhos e sedosos caindo sobre seu rosto. 'Tã o
feliz por estar aqui.'
Morvanna levanta uma sobrancelha. — Que prematuro da sua parte.
— Ah, desculpe, eu nã o... eu nã o tive a intençã o de ser presunçoso. Claro, eu poderia odiar
isto aqui, eu poderia... Inalando uma respiraçã o trêmula, a garota olha para mim com uma
sú plica nua nos olhos.
Soltando a mã o de Morvanna, dou um passo em direçã o a ela. “Nã o se preocupe com isso”,
digo, engolindo saliva quando minhas mã os entram em contato com seu corpo quente e
cheio de sangue.
— Precisaremos provar você — diz Morvanna laconicamente, erguendo uma garra na
frente do rosto da garota. Ela olha para ele e acena com a cabeça, sua apreensã o é evidente.
Morvanna leva o dedo à língua antes de pegar o pulso da garota e virá -lo. Passando o dedo
ú mido sobre a pele, ela corta uma pequena linha, apertando a pele para que sangre mais
rá pido. Tã o imó vel quanto um cervo assustado, Abigail observa extasiada.
— Pearl — diz Morvanna, oferecendo-me o sangue. Eu aceito com atençã o, mal notando a
dor dos meus incisivos descendo enquanto fecho a boca sobre a ferida e chupo.
O sangue da garota é agradá vel. Ela tem gosto jovem, como solo recém-revolvido e
sementes germinadas. Essa é a visã o que me vem à mente enquanto provo, permitindo-me
três tragadas antes de soltá -la. Nã o chega nem perto de matar minha sede.
Enquanto Morvanna coleta sua amostra, passo a mã o pela boca, tentando
desesperadamente retrair minhas presas. Se eu assustar essa garota esta noite, nã o vou me
perdoar .
Morvanna toma apenas um gole, mas parece ser o suficiente. Soltando o braço de Abigail,
ela se vira para mim e diz: 'Venha, entã o. Vamos nos alimentar.
Abigail está quase tremendo enquanto subimos as escadas para o nosso quarto. Coloquei a
mã o nas costas dela, sorrindo para ela de forma encorajadora, apesar da minha fome
avassaladora.
Lá dentro, o fogo arde e, embora eu ache que Abigail possa preferir mais luz, ela nã o tem
chance de solicitá -la antes que Morvanna diga a ela para ir para a cama.
“Contra a cabeceira”, diz ela, aproximando-se da cabeceira. — Tenho certeza de que nã o
sã o necessá rias apresentaçõ es, mas sou Lady Veilthorn e esta é Pearl.
“Prazer em conhecer vocês dois”, responde a garota, parecendo tã o pequena contra a
cabeceira acolchoada. Devemos ser maiores de idade, mas todos os humanos parecem
infantis para mim agora. Como pequenos insetos, facilmente esmagados.
Morvanna cantarola em reconhecimento, seu olhar examinando a garota em nossa cama.
Desde a minha transformaçã o, esta será a primeira vez que me alimentarei direto da fonte.
Até agora, nosso sangue tem aparecido na mansã o vindo de lugares desconhecidos. Talvez
de Viola, talvez doado de outro lugar. Sempre que pergunto, Morvanna responde de forma
vaga. Eu nã o me importo; o sangue tem um sabor doce e sei que será de origem tã o ética
quanto possível. Minha vampira nã o aceitaria nada menos.
Mas agora temos Abigail, nosso presente inesperado da Dark Rose. Um de comiseraçã o pelo
que aconteceu com mim, ou um prêmio por um trabalho bem executado? Suponho que
nunca saberemos.
— Você veio até aqui de boa vontade? Eu pergunto, precisando me tranquilizar.
Os olhos de Abigail escurecem com a minha pergunta, seu queixo balançando em um aceno
de cabeça. Sim, certamente disposto entã o. Antes, eu nunca poderia ter entendido isso. Um
escravo humano voluntá rio? Mas agora estou apenas grato – grato e com muita, muita
fome.
“Bom o suficiente”, Morvanna murmura. 'Agora, dobre as pernas e abra-as. Pearl ficará
entre eles.
De repente, o sangue se acumula em meu nú cleo. Tenho que fechar os olhos por causa do
latejar nas gengivas. Ainda estou aprendendo a controlar minha fera. Talvez uma noite de
lua cheia nã o seja o melhor momento para isso. Ainda assim, nã o posso desobedecer à
minha senhora.
Fazendo o que ela diz, deito-me com as costas contra o peito de Abigail. Posso sentir as
batidas do seu coraçã o e meu corpo balança com o ritmo de sua respiraçã o. Espero que
Morvanna seja rá pida com isso esta noite, acho que nã o posso esperar muito mais.
Assim que estou acomodada, Morvanna rasteja até a cama, onde desamarra minhas calças,
puxando-as para baixo até que eu fique tã o nua quanto estava lá fora. Entã o ela me abre até
que minha pose espelhe a de Abigail.
Ela passa algum tempo olhando para mim, com presas em sua boca. À s vezes acho que ela
fica triste por nã o poder beber de mim como antes. Certamente foi a causa de muitas
lá grimas para mim .
'Agora', Morvanna diz, 'você pode tocar os seios dela, mas nada mais.' Rastejando sobre
mim, ela segura Abigail pelo queixo. — Se você tocar em Pearl sem minha permissã o, nã o
hesitarei em cortar sua garganta. Entendido?'
— Sim, minha senhora — sussurra Abigail, com a voz trêmula. Aos meus ouvidos, nã o soa
como um tremor de medo. Ela está hesitante, mas lentamente sinto suas mã os deslizando
ao meu redor, as palmas quentes através do tecido fino da minha camisa. Ao passar seus
polegares sobre meus mamilos, arqueio as costas.
“Muito bem”, Morvanna ronrona. Saindo da cama, ela leva um tempo tirando as pró prias
roupas. Ao fazer isso, ela me diz para me tocar.
Eu odeio esse jogo. Nã o quero minhas pró prias mã os sobre mim quando as dela estã o tã o
prontamente disponíveis. Mas porque sei que ela adora, faço o que ela diz, girando os dedos
em minha umidade copiosa e passando-os sobre meu broto.
Ela se aproxima da cama à medida que meu prazer aumenta. Nos meus seios, as mã os de
Abigail começam a se mover conforme ela ganha confiança, apertando minha carne e
rolando meus mamilos. A cada passagem, meu botã o se contrai e eu sibilo minha felicidade.
Embora ela ainda nã o tenha sido tocada, Morvanna está respirando pesadamente, os seios
balançando enquanto ela se inclina sobre mim para observar o toque de Abigail.
Lentamente, ela começa a beijar meu corpo, seus dentes deixando linhas vermelhas
enquanto ela os passa sobre minha pele. Quando ela chega ao meu â mago, ela força minhas
mã os para enterrar seu rosto em meu corpo. umidade.
Enredando minhas mã os em seus cabelos, soltei um gemido. — Ah, sim, minha senhora.
Morvanna geme ao usar seu título, me lambendo com mais força. Suas garras apertam
minhas coxas, a combinaçã o de prazer e dor é deliciosa.
Eu sei que nã o demorarei muito para sucumbir ao meu prazer. Nã o esta noite, nã o quando
estou com tanta fome. E certamente nã o com Abigail, o corpo adicional me emocionando de
maneiras que eu nem sabia que existiam. Coloco minhas mã os sobre as dela, encorajando-a
a me apertar com mais força assim que meu prazer atinge o pico.
Antes que eu possa tombar, Morvanna tira a boca.
'Minha senhora, por favor...'
'Quieto, Pérola.'
Subindo na cama, ela coloca as pernas sobre as minhas, abaixando os quadris para que
nossos nú cleos se toquem. Entã o ela se esfrega contra mim com força, com os dentes à
mostra enquanto sente seu pró prio prazer.
Eu estive tã o perto antes que só precisarei de algumas passagens. Sabendo disso, Morvanna
agarra o pulso de Abigail e o lambe para prepará -lo para mim. Ao sentir o cheiro do sangue
derramado anteriormente, eu tombo, abafando meus gritos com a carne de Abigail.
Morvanna acelera enquanto me observa me alimentar, os sons saindo de sua boca sã o mais
animais do que vampiros. Nas minhas costas, sinto os quadris de Abigail subindo e
descendo, o pensamento de sua excitaçã o me fazendo beber muito mais profundamente.
Finalmente Morvanna chega, jogando a cabeça para trá s e gemendo alto, antes de se lançar
para a frente para prender a boca no pescoço de Abigail. Enquanto seus quadris encostam
suavemente nos meus, fecho os olhos neste lugar quente e seguro. Os seios ú midos de
Morvanna amortecem meu rosto e eu coloco beijos neles enquanto ela fala suavemente
com Abigail acima de mim.
Estou à beira do sono quando sinto Morvanna levantar suavemente minha cabeça. Ela
afasta o cabelo da minha testa, com um sorriso terno nos lá bios. 'Vamos ficar com ela?' ela
pergunta, os olhos rosa brilhando.
Espio Abigail, que está olhando para nó s, com as bochechas rosadas e atordoada.
“Acredito que ela será suficiente”, digo, satisfeito por saber que seu lugar aqui será
desejado.
Depois que Morvanna entrega Abigail aos cuidados de um criado, ela passa os braços em
volta de mim, onde estou na janela, banhando-me na luz da lua cheia.
'Minha vampira está saciada?' Ela pergunta, mordiscando meu pescoço.
— Acredito que sim.
'E continuará sendo, esperançosamente, com nossa nova adiçã o.'
— Você poderia pelo menos ter permitido a libertaçã o da pobre garota.
'Nã o essa noite.' Garras cavando, ela me segura com mais força. — Eu nã o suportaria a ideia
de você e eu acariciá -la esta noite.
'Sua possessividade é comovente. '
'Minha possessividade é tudo o que sou. Tudo o que você é para mim.
— E eu nã o aceitaria você de outra maneira, meu amor.
Enrolo minha mã o em seu cabelo, segurando-a contra meu pescoço enquanto observamos a
lua madura formar um arco no céu. Esta é a escuridã o eterna pela qual quero nadar. Este é
o presente de uma vida que eu nunca pensei em sonhar.
'Minha dama?' Eu sussurro, virando a cabeça e lambendo a pele que encontro ali.
'Milímetros?'
'Eu cometi uma falsidade antes. Afinal, nã o acredito que esteja saciado.
A risada de Morvanna em resposta ressoa através de mim. Com uma mordida em meu
ombro e uma força que sempre me emocionará , ela me pega em seus braços e me leva para
a cama.
'Isso é bom' - ela me decepciona, sua forma ameaçadora eclipsando a luz do fogo - 'porque
eu sei que nunca me cansarei de você, preciosa Pearl.'
Se você gostou dessa histó ria sombria e deliciosa, adoraria que você compartilhasse uma
crítica!
PS Tanto a Rosa Negra quanto a Rainha Oculta terã o suas pró prias histó rias em livros
futuros…

Para se manter atualizado sobre lançamentos futuros e outras informaçõ es sobre livros,
encontre-me @hollyhawthornebooks no
Instagram e TikTok.
Eu também administro Dark Sapphic Romance Reads no Facebook - adoraríamos ver
você lá !

Você também pode gostar