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Introdução
0 projecto de pesquisa com o tema: Contribuições da atenção farmacêutica na unidade de
tratamento intensivo, enquadra-se na cadeira de farmácia hospitalar e clínica. Terá como
finalidade a elaboração de monografia para a conclusão do curso de Licenciatura em
Farmácia na Universidade Católica de Moçambique (UCM)-Beira.
Terá como seu objetivo principal conhecer as contribuições da atenção farmacêutica na
unidade de tratamento intensivo.
A escolha do tema deve-se ao facto de unidade de tratamento intensivo ser um local pelo qual
os pacientes tendem a ter problemas relacionados aos medicamentos (PRMs), segundo os
dados publicados pela Organização Mundial da Saúde em 2016, mostraram que 1 milhão de
pacientes morrem em ambientes hospitalares em todo mundo devido a erros que podem ser
evitáveis.
Em Moçambique, o ministério da saúde afirma que a maioria das mortes hospitalares são
provenientes dos cuidados intensivos, e estas, estão relacionadas com o uso inadequado de
medicamentos, reações adversas e interações medicamentosas ( MISAU, 2018).
Para alcançar os objetivos traçados nesta pesquisa, será realizado um estudo descritivo de
carácter bibliográfico, onde aa informações serão colectadas a partir de livros, dissertações,
teses, artigos, periódicos e sites de internet como SciELO, Google académico, BVS e
PubMed.
O projecto de pesquisa, estará estruturado em três (3) capítulos: capítulo I será apresentado a
introdução, problema, objetivos e justificativa; capítulo II fundamentação teórica e capítulo
III procedimentos metodológicos, cronograma e orçamento do projecto.
1.1 Problematização
No âmbito hospitalar, a unidade de tratamento intensivo é um local que os pacientes estão
mais vulneráveis aos problemas relacionados aos medicamentos (PRMs). Isto pode estar
associado tanto a natureza crítica de suas doenças, como também a presença da polifarmácia,
o uso de medicamentos de alto risco e constantes mudanças na farmacoterapia devido a
instabilidade hemodinâmica que os mesmos apresentam. Dessa forma, os eventos adversos e
suas consequências têm dimensões mais graves em pacientes sob cuidados intensivos e estão
frequentemente relacionados em desfechos fatais Ou necessidade de medidas adicionais de
suporte à vida resultando no aumento do tempo de internação ( Santiago et al, 2019).
Anualmente, estima-se que 1 milhão de pacientes morrem em hospitais em todo mundo
devido aos erros evitáveis. A Organização Mundial da Saúde e outros estudos, afirmam que
essas mortes tem surgido devido ao problemas relacionados com os erros de medicação,
reações adversas medicamentosas, uso inadequado de fármacos, falta de monitoramento
farmacoterapêutico assim como a falta de educação e orientação ao paciente (OMS, 2016).
Em Moçambique, o ministério da saúde afirma que a maioria das mortes nos pacientes em
cuidados intensivos estão meramente relacionados ao uso inadequado de medicamentos,
reações adversas medicamentosas, automedicação, uso inadequado de medicamentos assim
como interações medicamentosas ( MISAU, 2018).
De acordo com Coelho (2012), a taxa de mortes nos cuidados intensivos por causa de uso de
medicamentos esta entre 5,4 a 33% por ano.
Scrignoli, Texeira e Leal (2016), concluíram que são taxas de interações entre os fármacos
mais prescritos nos serviços de cuidados intensivas: interações graves 7,6%, interações
moderadas 60,2%, e interações leve 3,3%
Santo, et al. (2013) acrescentam que, devido a complexidade dos serviços oferecidos nos
cuidados intensivos requerem por sua vez a administração de vários fármacos que na sua
maioria injetável com consequência a taxa de incompatibilidade entre fármacos está entre
10% a 78%.
Diante as informações acima expostas, surge a seguinte questão: Quais são as contribuições
da atenção farmacêutica para pacientes em unidade de tratamento intensivo?
1.2 Objectivos
✓ Geral
•Conhecer as contribuições da atenção farmacêutica na unidade de tratamento intensivo.
✓ Específicos
• Descrever as principais actividades da atenção farmacêutica na unidade de tratamento
intensivo;
• Identificar as contribuições da atenção farmacêutica na unidade de tratamento
intensivo;
Descrever a importância da atenção farmacêutica na unidade de tratamento intensivo..
1.3 Justificativa
A escolha do tema justifica-se pelo fato da unidade de tratamento intensivo ser um local pelo
qual os pacientes necessitam de um acompanhamento contínuo de profissionais qualificados
devido as condições que os mesmos apresentam. Isto porque, os pacientes ficam susceptíveis
à problemas relacionados aos medicamentos ( PRMs) devido a uma farmacoterapia que está
em constante modificação. Sendo assim, o paciente necessita de uma terapia medicamentosa
adequada e eficaz. Portanto, ter profissionais como o farmacêutico inserido na equipe de
saúde, poderá trazer resultados clínicos positivos, representando as últimas oportunidades de
Identificar, corrigir ou minimizar possíveis riscos associados à terapêutica escolhida evitando
que os erros aconteçam, assim, melhorando a bem estar do paciente.
O presente estudo justifica-se também em dois âmbitos: Académico e Profissional.
Relevância Académica: no âmbito académico a pesquisa poderá servir como fonte de
consulta fornecendo aos académicos informações necessárias para pesquisas futuras na
mesma temática ou em matéria relacionada ao uso de medicamentos nos cuidados intensivos.
Relevância Profissional: no âmbito profissional o estudo se relevará, por abordar uma
temática vital para profissão farmacêutica, tendo em conta que, visa, para além de ilustrar as
contribuições da atenção farmacêutica na unidade de tratamento intensivo, também trazer a
tona o papel do profissional Farmacêutico em atividades ligadas á dispensa e distribuição de
medicamentos.
CAPÍTULO II: Fundamentação teórica
2. Unidade de tratamento intensivo
2.1.1 Historial
Segundo Batista e Rocha (2019), a história do surgimento das unidades de tratamento
intensivo nos remete a varias “eras” assim chamada pela contribuição de vários personagens
importantes nesse contexto, onde iniciou com a chamada “era Florence” A Unidade de
Terapia Intensiva é idealizada como Unidade de Monitoração de paciente grave através da
enfermeira Florence Nightingale (A primeira Enfermeira Intensivista que preconizou a
unidade de tratamento intensivo) (Batista & Rocha, 2016).
A Unidade de Terapia Intensiva foi criada em 1926, em Boston pelo Dr. Walter Dandy. A
ideia era que, alocando os pacientes mais graves próximos aos profissionais da saúde,
facilitaria o monitoramento e o atendimento (Honorato et al., 2016).
2.1.2 Definição
A Unidade de Tratamento intensivo, é caracterizada pela dependência hospitalar destinada a
cuidados diretos e intensivos a pacientes com quadros graves ou que apresentem riscos que
comprometem sua saúde, podendo inclusive levar ao óbito ( Morais, 2021).
Esta unidade visa uma recuperação hábil do paciente, acompanhado de uma assistência
multiprofissional capacitada e preparada para agir sobre a complexidade, o estresse e a
sobrecarga de trabalho que este tipo de serviço proporciona ( Nascimento et al., 2013).
A unidade de tratamento intensivo é sinônimo de complexidade e gravidade, com taxas de
óbito de 5,4 a 33% , porém, têm-se visto e analisado o aprimoramento contínuo de novas
tecnologias necessárias ao suporte e manutenção indispensáveis ao paciente (Mantovanelli &
Júnior, 2021).
As unidades de tratamento intensivo desempenham um papel decisivo na chance de
sobrevida e pacientes gravemente enfermos. Esse departamento corresponde a 30% dos
recursos financeiros da unidade hospitalar, mesmo que possuam menos de 10% dos leitos
ocupados ( Batista et al, 2019).
Estes recursos terapêuticos incentivam a longevidade e a cura, mesmo quando as perspectivas
esgotam-se e a morte é inevitável.
Concomitantemente aos avanços terapêuticos ocorridos nas últimas décadas, apontasse a
evolução da terapia medicamentosa, recurso nitidamente inquestionável, com inúmeros
benefícios ao individuo, por vezes possibilitando a cura ( Oliveira et al, 2022).
Entende-se por terapia medicamentosa o ramo da farmacologia médica como um recurso
terapêutico à base de medicamentos que visam à profilaxia, diagnóstico e tratamento das
doenças, focando na longevidade e cura do paciente ( Calvante et al., 2019)
Estes, possuem diversas classificações:
Quanto a sua origem: podem ser natural, animal, vegetal ou artificial;
Quanto ao foco de ação: são organotrópicos ou etiotrópicos;
Quanto à ocasião de uso: elenca-se em preventivo, substitutivo, usados para suprimir
a causa da doença ou sintomático;
Quanto aos efeitos no indivíduo: como por exemplo, efeitos tóxicos, adversos,
sistêmicos, secundários e terapêuticos (Calvante et al., 2019).
2.1.3 Classificação
As unidades de tratamento intensivo podem ser divididas em:
Adulto;
Pediátrico;
Pediátrica Mista e Neonatal.
2.5 Medicamentos
Os Medicamentos são produtos farmacêuticos, tecnicamente obtidos ou elaborados, com
finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico (Lei nº 5.991 de
17/12/1973) ( Toneto et al., 2013).
2.5.1 Classificação dos medicamentos
o Quanto ao número de substâncias activas
- Simples: aqueles que contém apenas um princípio activo;
- Compostos: apresentam dois ou mais princípio activo ( ANVISA, 2012)
o Quanto a via de administração
- Enteral: oral, sublingual, retal;
Reações adversas a medicamentos (RAM): São efeitos indesejáveis que ocorrem como
resultado do uso correto de um medicamento, dentro das doses terapêuticas recomendadas.
Essas reações podem ser previsíveis, como náuseas, sonolência ou tontura, ou imprevisíveis,
como reações alérgicas graves (França et al.,, 2021).
Erros de medicação: São falhas no processo de uso de medicamentos, que podem ocorrer
em qualquer etapa, desde a prescrição até a administração. Isso inclui erros de prescrição,
dispensação, administração incorreta de medicamentos, confusão de nomes de medicamentos,
entre outros ( França et al., 2021).
Incompatibilidade física: Ocorre quando dois medicamentos não podem ser misturados em
uma mesma solução ou quando a mistura de medicamentos resulta em alterações físicas,
como precipitação, formação de cristais ou mudança de cor. Essa incompatibilidade pode
ocorrer quando medicamentos são misturados em uma seringa, frasco ou bolsa de infusão
( Paes et al., 2017).
Interações por mecanismo de ação: Ocorre quando dois medicamentos atuam no mesmo
alvo ou via de ação no organismo, resultando em uma potencialização ou antagonismo dos
efeitos terapêuticos. Por exemplo, dois medicamentos que atuam para diminuir a pressão
arterial podem ter um efeito aditivo, levando a uma queda excessiva da pressão arterial
( David et al., 2013)
Interações por efeito aditivo ou sinérgico: Ocorre quando dois medicamentos com efeitos
semelhantes são administrados juntos, resultando em um efeito maior do que a soma dos
efeitos individuais. Por exemplo, a combinação de dois analgésicos pode proporcionar um
alívio da dor mais eficaz do que cada medicamento isoladamente ( David et al., 2013).
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