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FAVENI – FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

JARDENE PESSOA SANTOS

A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO CLÍNICO EM UNIDADES DE


TERAPIA INTENSIVA

SÃO LUÍS - MA
2023
FAVENI – FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

JARDENE PESSOA SANTOS

A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO CLÍNICO EM UNIDADES DE


TERAPIA INTENSIVA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em FARMÁCIA
CLINICA DIRECIONADA A
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA.

SÃO LUÍS – MA
2023
A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO CLÍNICO EM UNIDADES DE
TERAPIA INTENSIVA

Jardene Pessoa Santos 1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO - O farmacêutico é o profissional habilitado para a responsabilidade sobre insumos e


medicamentos na unidade hospitalar. A Unidade de Terapia Intensiva é uma área do hospital que atende
o paciente em seu estado mais crítico de saúde, e que necessita de uma equipe multiprofissional
especializada. Este artigo tem como objetivo avaliar a atuação do farmacêutico na UTI, bem como as
intervenções e benefícios ao paciente. O problema da pesquisa é compreender como a presença e
participação do farmacêutico clínico nas UTIs impactam a segurança, eficácia e qualidade da
farmacoterapia, bem como a prevenção de interações medicamentosas e erros de medicação nesse
ambiente crítico? A participação ativa do farmacêutico clínico na equipe multidisciplinar da UTI contribui
para a otimização do uso de medicamentos, resultando em melhores desfechos clínicos e menor tempo
de internação dos pacientes. Objetivo geral de compreender a importância da atuação do farmacêutico
clínico em unidades de terapia intensiva, analisando seus impactos na segurança, eficácia e qualidade da
farmacoterapia. Para a comunidade científica, a investigação desse tema fornece evidências sobre a
eficácia e os impactos positivos da atuação do farmacêutico clínico, possibilitando aprimoramentos nas
práticas de assistência farmacêutica em UTIs e impulsionando a pesquisa e o avanço na área. A
metodologia trata-se de uma revisão sistemática qualitativa. Os dados foram obtidos através de bases de
dados, são elas: Google Academy e Science Direct. Em conclusão, a presença do farmacêutico clínico
nas UTIs é de extrema importância para assegurar a qualidade e a segurança da farmacoterapia,
contribuindo para a melhoria dos resultados clínicos e a promoção da saúde dos pacientes.

PALAVRAS-CHAVE: Farmacêutico. Unidade de terapia intensiva. Farmacêutico clínico. Farmacoterapia.


Intervenção farmacêutica.

1
jardenepessoa@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

A atuação do farmacêutico clínico em unidades de terapia intensiva (UTIs)


desempenha um papel de extrema importância dentro do contexto da assistência
hospitalar. Nas UTIs, os pacientes encontram-se em condições graves e necessitam de
cuidados intensivos, incluindo o uso de medicamentos complexos e de alto risco.
Nesse contexto, o farmacêutico clínico desempenha um papel fundamental na
garantia da segurança e eficácia da farmacoterapia, através da revisão de prescrições
médicas, monitoramento farmacoterapêutico, identificação e prevenção de interações
medicamentosas, além de fornecer orientação e suporte tanto para a equipe de saúde
quanto para os pacientes e seus familiares.
O problema de pesquisa delimitado para o tema "A importância da atuação do
farmacêutico clínico em unidades de terapia intensiva" é compreender como a presença
e participação do farmacêutico clínico nas UTIs impactam a segurança, eficácia e
qualidade da farmacoterapia, bem como a prevenção de interações medicamentosas e
erros de medicação nesse ambiente crítico?
A presença do farmacêutico clínico na UTI resulta em uma redução significativa
de interações medicamentosas e erros de medicação, promovendo a segurança e
eficácia da farmacoterapia. A participação ativa do farmacêutico clínico na equipe
multidisciplinar da UTI contribui para a otimização do uso de medicamentos, resultando
em melhores desfechos clínicos e menor tempo de internação dos pacientes.
Objetivo geral de compreender a importância da atuação do farmacêutico clínico
em unidades de terapia intensiva, analisando seus impactos na segurança, eficácia e
qualidade da farmacoterapia, bem como na prevenção de interações medicamentosas
e erros de medicação nesse ambiente crítico. Objetivos específicos: entender o papel
do farmacêutico clínico na revisão de prescrições médicas e monitoramento
farmacoterapêutico em unidades de terapia intensiva, compreender a influência do
farmacêutico clínico na prevenção e identificação de interações medicamentosas e
erros de medicação.
A importância da atuação do farmacêutico clínico em unidades de terapia
intensiva é relevante tanto para a sociedade quanto para a comunidade científica. Para
a sociedade, a presença do farmacêutico clínico contribui diretamente para a segurança
dos pacientes, prevenindo interações medicamentosas e erros de medicação,
melhorando os desfechos clínicos e promovendo um uso mais racional de
medicamentos. Para a comunidade científica, a investigação desse tema fornece
evidências sobre a eficácia e os impactos positivos da atuação do farmacêutico clínico,
possibilitando aprimoramentos nas práticas de assistência farmacêutica em UTIs e
impulsionando a pesquisa e o avanço na área.
A metodologia trata-se de uma revisão sistemática qualitativa, de estudos
científicos, sendo o responsável por direcionar a pesquisa para alcanças os objetivos
preestabelecidos, em que se divide basicamente na elaboração do referencial teórico
para embasamento e discussão da pesquisa realizada. Os dados foram obtidos através
de bases de dados, são elas: Google Academy e Science Direct. A aplicação dos
métodos possibilita a descrição, coleta e processamento de informações, visando
resolver os problemas ou questões investigadas.
Está estruturada em quatro capítulos. Após a introdução, o primeiro capítulo
compreende nos erros na prescrição de medicamentos. O segundo capítulo busca a
interações Medicamentosas Em Ambiente Hospitalar. O Capítulo três traz a importância
da relação farmacêutico-paciente. Quarto e último o papel do farmacêutico nas
interações medicamentosas. Por fim, são realizadas as considerações finais.

2 DESENVOLVIMENTO

Os medicamentos aliviam o sofrimento humano e aliviam a dor, retardam o


desenvolvimento de complicações relacionadas à doença e facilitam a convivência do
paciente com sua doença (LEITE, 2017).
Segundo Tourinho (2018), a indústria farmacêutica desenvolveu-se
enormemente desde 1920, e hoje, em pleno século XXI, é considerável a contribuição
dos medicamentos para o desenvolvimento de doenças. No entanto, se usados
corretamente, os medicamentos estão associados a riscos, como efeitos colaterais e
possibilidade de interações com outros medicamentos e alimentos, além de serem
contraindicados em diversas situações.
Esses riscos aumentam quando os medicamentos são utilizados de forma
incorreta sem a devida orientação, o que muitas vezes requer a interrupção do
tratamento e intervenção dos profissionais de saúde, podendo levar a complicações e
até mesmo a internação do paciente (ANVISA, 2018).
Em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS) organizou uma Conferência
sobre o Uso Racional de Medicamentos (RMU) em Nairóbi com o objetivo de melhorar
o uso de medicamentos (OMS, 2013).
Com a introdução de novos medicamentos no mercado, outros problemas
relacionados ao seu uso irracional surgem para a população. Dentre esses problemas,
as drogas podem ser vistas como objetos de consumo e podem ser usadas ignorando
as consequências de seu uso (BLANK, 2019).
A medicalização da saúde torna-se prática que aumenta o uso de medicamentos
e novas tecnologias em detrimento das medidas preventivas de saúde. Isso ajudou a
satisfazer as necessidades da população consumidora de bens e serviços de saúde,
sem considerar os possíveis danos que o uso excessivo desses bens e serviços pode
causar (BAUMGRATZ-PAULA, 2018).
Segundo condicionantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
o uso de medicamentos tornou-se banal na população brasileira e a automedicação
está aumentando, resultando, por exemplo, nos primeiros casos de intoxicação no
(BRASIL, 2018).

2.1 Erros na prescrição de medicamentos

Segundo Brunton (2012), os primeiros medicamentos eram compostos por vários


ingredientes e exigiam métodos de preparo complexos, e o latim foi adotado como
linguagem de prescrição padronizada para garantir melhor entendimento do médico e
farmacêutico e consistência na composição do medicamento. O latim não é mais a
língua internacional da medicina, mas algumas abreviações comumente usadas
derivam de seu uso anterior. De acordo com a Agência de Vigilância Sanitária
(ANVISA), medicamentos são medicamentos destinados a fins preventivos,
terapêuticos, paliativos ou diagnósticos, mas seu uso pode, no entanto, prejudicar a
saúde do paciente (BRASIL, 2018).
Há preocupação com o uso de medicamentos e os problemas de saúde que
podem advir deles, principalmente em decorrência do uso abusivo ou da
automedicação. A Política Nacional de Medicamentos (PNM) foi criada para garantir a
segurança, qualidade e eficácia dos medicamentos, que promove o uso racional e a
disponibilidade de medicamentos considerados essenciais pela população (BRASIL,
2018).
Uma das principais atribuições das farmácias é distribuir medicamentos mediante
receita médica, nas quantidades necessárias, com segurança e no horário prescrito, o
que promove o uso correto e seguro dos medicamentos e produtos afins (CARVALHO
et al., 2017).
Segundo Araújo e Uchoa (2021), as farmácias hospitalares no Brasil se
organizam e se desenvolvem com o objetivo principal de melhorar a qualidade da
assistência à saúde. A medicina é uma ferramenta completa para essa função, por isso
as farmácias hospitalares devem focar em tratar os pacientes e atender às suas
necessidades.
Portanto, sua prática e organização devem prevenir a ocorrência de erros de
medicação no futuro. O uso de medicamentos é um processo complexo que envolve
especialistas de diferentes áreas, informações sobre medicamentos, informações
corretas e completas do paciente e decisões relacionadas estão facilmente disponíveis
(NERI, 2014).
Marin et al., (2013, p. 6):

O especialista deve verificar cuidadosamente as informações completas do


medicamento prescrito, ou seja, nome, forma farmacêutica e concentração do
medicamento. Pelo menos uma verificação dupla deve ser feita. A primeira
verificação é feita quando o medicamento é retirado da prateleira e a segunda
quando o medicamento é entregue ao paciente. A quantidade de medicamento
administrado deve depender da dose indicada na receita e da duração do
tratamento, para que o medicamento não esgote ou exceda. Isso pode levar ao
uso irracional, por exemplo, por membros da família que provavelmente
apresentarão sintomas semelhantes.
Em ambiente hospitalar, a prescrição é do tipo unitário e deve seguir a seguinte
sequência: título, rótulo, pedido, transcrição, data e assinatura do prescritor, além das
seguintes informações relacionadas ao medicamento, como: dose, intervalo entre as
doses, via de administração e taxa de infusão (WANNMAACHER; FERREIRA, 2018).
Erros médicos são eventos que podem causar uma situação inadequada e
possivelmente prejudicar o paciente, bem como eventos que podem ser evitados
(CAVALLINI; BISSON, 2020).
Muitos erros de medicação costumam passar despercebidos e podem ter pouco
significado clínico, mas outros podem trazer sérias consequências para a vida do
paciente. Embora os erros de medicação possam ocorrer em qualquer fase do
processo, a simples verdade é que muitos erros são evitáveis e os farmacêuticos
devem ter um papel ativo no uso correto dos medicamentos.
É importante que o medicamento seja administrado na hora certa. Muitos erros
são causados por dar um medicamento não prescrito, uma dose maior ou menor do
que a prescrita, uma dose no horário errado, por exemplo, a infusão do medicamento
(CAVALLIN; BISSON, 2020).

Informações da literatura profissional descrevem o impacto econômico e


humanitário dos erros e o grande número de erros evitáveis que acabam
contribuindo para o aumento da morbidade e mortalidade. O tratamento do uso
de drogas deve ser contínuo e fazer parte do sistema de saúde, e todos os
profissionais relacionados direta ou indiretamente com a droga devem estar
envolvidos. Erros de medicação podem ocorrer em diversas etapas do processo
hospitalar: prescrição de medicamentos, padronização (seleção), preparo de
medicamentos, dosagem e administração (CAVALLINI; BISSON, 2020, p. 04).

Além do fato de haver muito mais efeitos colaterais relacionados aos


medicamentos, é particularmente importante considerar que mais de 42% dos casos
poderiam prevenir o efeito colateral, o que enfatiza a necessidade de prevenir possíveis
erros, também neste campo (GUZZO, 2020).
2.2 Interações Medicamentosas Em Ambiente Hospitalar

A situação de infarto do miocárdio é particularmente crítica no ambiente


hospitalar, pois os pacientes recebem muitos medicamentos diferentes durante a
internação. Nesse período, o fato agravante é que, antes da internação, costumam ser
adicionados novos medicamentos à terapia, que o médico geralmente desconhece.

Os IMs podem ser reais ou potenciais. Interações verdadeiras são aquelas que
podem ser demonstradas pelos sinais e sintomas do paciente e testes
laboratoriais que mostram uma diminuição ou aumento do medicamento A
causado pelo medicamento B. As IMs potenciais indicam o potencial de um
medicamento alterar os efeitos farmacológicos de outro medicamento
administrado. ao mesmo tempo, caso em que a interação pode ou não ocorrer e
depende de muitos fatores. Assim, a maioria das pesquisas sobre esse tema
examina o potencial da IM (LIMA, 2017, p. 96).

Existem vários mecanismos pelos quais as drogas podem interagir; no entanto,


esses mecanismos podem ser classificados principalmente como farmacocinéticos e
farmacodinâmicos. Muitas vezes é clinicamente útil conhecer o mecanismo envolvido
em um determinado infarto do miocárdio, pois isso pode influenciar tanto o tempo
quanto os métodos para evitar uma determinada interação (GOODMAN e GILMAN,
2016).
As interações farmacocinéticas são caracterizadas pela interrupção da
absorção, distribuição, metabolismo ou secreção de drogas. Muitas vezes, esse tipo de
IM é confirmado por alteração em um ou mais parâmetros cinéticos do fármaco, como
concentração sérica, meia-vida, quantidade total de fármaco excretado na urina
(GUASTALDI, 2016).
O potencial de interações sistêmicas é diverso, felizmente poucos deles têm
magnitude clínica que ameace o tratamento. No entanto, algumas dessas interações
são arriscadas e ocorrem em condições clínicas normais e devem ser cuidadosamente
monitoradas para evitar danos ao paciente (MOURA; RIBEIRO; MAGALHÃES, 2017).
A magnitude do problema de IM no ambiente hospitalar é ainda pior quando se
considera determinados grupos de pacientes como idosos, imunocomprometidos,
pacientes de unidades de terapia intensiva e procedimentos cirúrgicos (LIMA, 2017).
Em pacientes de terapia intensiva, a infusão contínua de drogas vasoativas e a
administração intermitente de outras (antimicrobianos, analgésicos, ansiolíticos,
antieméticos) é comum e necessária. Por outro lado, essas são situações possíveis
para o surgimento de IM, principalmente se não for considerada a compatibilidade das
drogas e os intervalos de administração entre elas. Como em muitos casos tais
interações são inevitáveis, elas devem ser avaliadas à luz da classe terapêutica
(agentes corretos que se afetem menos) e da relação risco/benefício (ROCHA, 2021).
Assim, ao conduzir estudos e avaliações de IM no ambiente hospitalar, deve-se
atentar para interações clinicamente importantes que podem desencadear toxicidade ou
perda do efeito terapêutico. Segundo a literatura, esses casos correspondem a
aproximadamente 10-5% do total de interações (MOURA; RIBEIRO; MAGALHÃES,
2017).

2.3 A importância da relação farmacêutico-paciente

As bases do tratamento da toxicodependência trazem o médico para o início da


sua profissão, onde o contacto com o ambiente clínico e com o doente é fortalecido
profissionalmente. Essa função caracteriza-se por atender os pacientes com
necessidades de medicamentos e preparar procedimentos e informações que garantam
seu uso eficaz e resultados farmacoterapêuticos seguros, muitas vezes diretamente
com a equipe de saúde para alcançar esse sucesso (CAMPANHARO, 2018).
Quando os sistemas de saúde aumentam seus serviços em diversas áreas da
saúde e se esquecem de comunicar informações específicas, isso leva a problemas na
adesão ao tratamento farmacoterapêutico devido ao desconhecimento do paciente
(PARRY et al., 2013). Isso fica evidente quando se verifica que uma das principais
causas do PRM e dos efeitos colaterais dos medicamentos é o desconhecimento
(KARAPINAR-ÇARKIT et al., 2017).
Segundo Oliveira e cols. (2020, p. 12) mostraram que:

Ao longo de dez anos de gerenciamento de medicamentos para pacientes, sua


satisfação foi superior a 95% e que o programa liderado pelo farmacêutico foi
recomendado para familiares e amigos. Outro grupo de pesquisadores
identificou aproximadamente 341 distúrbios potenciais de DI em sua população
de estudo, dos quais 178, ou um total de 47%, foram tratados com terapia
medicamentosa.

Outras interações não foram abordadas porque não houve mudanças


significativas nos resultados clínicos dos pacientes no estudo. No mesmo estudo, foram
identificados os problemas mais importantes do tratamento medicamentoso. São
medicamentos desnecessários, de baixa dosagem e muito superiores aos protocolos
clínicos (GEURTS et al., 2016).

Além disso, a grande maioria dos danos é evitável e as hospitalizações devido a


erros são reduzidas quando um profissional médico está presente para prestar
cuidados médicos. Para apoiar essa ideia, um estudo constatou que 95% dos
entrevistados experimentaram um erro de medicação durante a internação e
73% tiveram problemas na dispensação de medicamentos (SCHMIEDL, 2014,
p. 56).

De acordo com o protocolo, o objetivo da gestão da terapêutica medicamentosa


é alcançar o tratamento desejado, prevenir ou obter progressos paliativos, sendo o
profissional farmacêutico, sem dúvida, o técnico mais qualificado responsável pelo seu
desenvolvimento. O tratamento farmacêutico devolve ao profissional a responsabilidade
pelas atividades mais pacientes e um ponto de vista mais humanístico do consultório da
farmácia (OLIVEIRA et al., 2020).

O papel do farmacêutico na atenção primária é muito importante e proporciona


ótimo resultados para a saúde dos pacientes que atende. Um estudo com
pacientes com diabetes, uma das doenças mais relatadas no Brasil, mostrou
que 87% dos pacientes apresentavam PRM e que, após o tratamento
medicamentoso, 93% desses pacientes resolveram seus problemas e
continuaram o tratamento do diabetes. (ALVIM et al., 2015, p. 36).

Como já mencionado neste trabalho, um dos principais motivos para o


insucesso do tratamento medicamentoso é o uso equivocado de medicamentos, que se
deve principalmente à negligência do paciente. Eles avaliaram o desempenho do
farmacêutico no campo do tratamento medicamentoso de pacientes diabéticos e
concluíram que os custos foram menores, a adesão do paciente foi melhor e os níveis
glicêmicos foram melhor alcançados no grupo de intervenção.
De acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), a
satisfação do paciente no trabalho foi considerada ótima, e esses dados também são
compartilhados por outros estudos (MENDES et al., 2018).

2.4 O papel do farmacêutico nas interações medicamentosas

A presença do farmacêutico no monitoramento e prevenção das interações


medicamentosas desempenha um papel crucial na segurança e eficácia da
farmacoterapia. As interações medicamentosas são eventos em que a administração
concomitante de dois ou mais medicamentos pode afetar o efeito desejado ou causar
efeitos adversos indesejados.
Estudos têm demonstrado que as interações medicamentosas representam uma
das principais causas de eventos adversos relacionados a medicamentos. O
farmacêutico, com seu conhecimento especializado em farmacologia e farmacocinética,
desempenha um papel fundamental na identificação e prevenção dessas interações
(SMITHBURGER, et al. 2020).
De acordo com um estudo publicado no Journal of Clinical Pharmacy and
Therapeutics, a presença do farmacêutico clínico reduziu significativamente o número
de interações medicamentosas potenciais identificadas em uma unidade hospitalar.
Além disso, a intervenção farmacêutica resultou em uma redução significativa dos
eventos adversos relacionados a medicamentos decorrentes dessas interações
(CANADAY, et al. 2014).

Outro estudo publicado no American Journal of Health-System Pharmacy


destacou a importância do farmacêutico na revisão de prescrições e na
identificação de interações medicamentosas em idosos, que são mais
vulneráveis a esses eventos devido às múltiplas comorbidades e polifarmácia. A
presença do farmacêutico nesses casos contribui para a minimização dos riscos
e para a promoção do uso racional de medicamentos nessa população (SILVA,
STORPIRTIS, 2014, p. 89).

É importante ressaltar que as interações medicamentosas não se limitam apenas


às interações entre medicamentos, mas também podem ocorrer com alimentos,
bebidas e até mesmo com produtos naturais. O farmacêutico, como parte da equipe de
saúde, desempenha um papel educativo ao orientar os pacientes sobre essas
interações e como evitá-las (FIGUEIREDO; BOCHNER, 2013).
A interação medicamentosa, de forma geral, pode ser entendida como uma
variante do evento adverso que acontece quando os efeitos de um fármaco são
modificados pela presença de outro. O resultado dessa interação pode ser positivo ou
negativo, mas, via de regra, tal interação é considerada prejudicial para a
farmacoterapia (HAMMES et al., 2018).
Por outro lado, em determinadas situações, as interações podem ser benéficas.
É o caso de fármacos que são utilizados para potencializar ou inativar outro fármaco,
melhorando assim a resposta terapêutica. Cabe ressaltar que se não houver
planejamento da interação, a mesma pode causar malefícios (ROSSIGNOLI et al.,
2016).
De modo geral, as interações medicamentosas podem ser classificadas de
acordo com a origem (farmacocinética ou farmacodinâmica) e gravidade (menor,
moderada ou grave). A interação farmacocinética acontece quando um medicamento
altera a absorção, distribuição, metabolismo e\ou excreção de outro medicamento
(CEDRAZ; JUNIOR, 2014).
Por outro lado, a interação é considerada do tipo farmacodinâmica quando a
presença de um fármaco interfere na ação de outro, podendo ser classificada como
sinergismo ou antagonismo. Já a interação é considerada menor quando não há efeitos
clínicos importantes; moderada quando há piora do quadro clínico e grave quando há
cronicidade dos sintomas (CEDRAZ; JUNIOR, 2014).
As interações medicamentosas estão entre os principais problemas enfrentados
pela equipe multidisciplinar no ambiente de UTI. Os fatores que levam a este quadro
são a necessidade de administração de vários medicamentos, uso de fármacos de
baixo índice terapêutico, pacientes idosos, entre outros (FARIA; CASSIANI, 2021).
Vale ressaltar a ocorrência de interações medicamentosas entre fármacos que
atuam no sistema cardiovascular em pacientes hospitalizados. Em um estudo, esse tipo
de interação representou 22% do total de interações. Uma possível explicação seria o
fato de se tratarem de medicamentos de uso contínuo (FERREIRA-JUNIOR et al.,
2016).
Sua atuação na identificação, prevenção e gerenciamento dessas interações
contribui para a minimização dos riscos e para o uso racional de medicamentos. A
presença do farmacêutico na equipe de saúde é essencial para promover uma
abordagem multidisciplinar e integral no cuidado ao paciente (STORPIRTIS, et al.
2018).

3 CONCLUSÃO

A atuação do farmacêutico clínico em unidades de terapia intensiva (UTIs)


desempenha um papel fundamental na garantia da segurança, eficácia e racionalidade
do uso de medicamentos nesses ambientes complexos e críticos. Compreender a
importância dessa atuação é essencial para promover uma assistência farmacêutica
integrada e de qualidade.
O farmacêutico clínico na UTI desempenha diversas funções, como a revisão de
prescrições médicas, o monitoramento farmacoterapêutico, a realização de
intervenções farmacêuticas, a identificação e prevenção de interações medicamentosas
e reações adversas, além de fornecer suporte e orientação aos profissionais de saúde e
aos pacientes e seus familiares.
A atuação desse profissional contribui para a otimização do uso de
medicamentos, evitando a subutilização, a superutilização e os erros de medicação, o
que resulta em benefícios diretos aos pacientes, como a redução de complicações, o
tempo de internação e os custos hospitalares. Além disso, a presença do farmacêutico
clínico na UTI promove a individualização do tratamento, considerando as
características e necessidades de cada paciente, bem como o uso adequado de
antimicrobianos, que são fundamentais para o controle de infecções hospitalares.
A atuação do farmacêutico clínico também contribui para a promoção da
segurança do paciente, pois ele está apto a identificar e prevenir erros de medicação,
interações medicamentosas e eventos adversos relacionados aos medicamentos. Além
disso, o farmacêutico clínico é capaz de fornecer informações precisas e atualizadas
sobre os medicamentos, orientando os pacientes e seus familiares quanto ao uso
correto, posologia, efeitos colaterais e interações.
Em conclusão, a presença do farmacêutico clínico nas UTIs é de extrema
importância para assegurar a qualidade e a segurança da farmacoterapia, contribuindo
para a melhoria dos resultados clínicos e a promoção da saúde dos pacientes. Sua
atuação multidisciplinar e seu conhecimento especializado são fundamentais para a
otimização do uso de medicamentos e para a prevenção de problemas relacionados à
terapia medicamentosa, fortalecendo a equipe de saúde e garantindo uma assistência
integral aos pacientes em unidades de terapia intensiva.

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