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(20240321-PT) Se7e Visão
(20240321-PT) Se7e Visão
Comida indiana
Festival de cores
Roteiro de restaurantes, em Lisboa,
que nos traz a verdadeira gastronomia
da Índia – dos rotis aos melhores chacutis
MARCOS BORGA
7 ---------- CO M E R
Q
Paneer pakora São já “Quando não sa- servido na versão de frango ou borrego. Para es-
famosas em Alvalade bem o que pedir, tômagos mais fortes, sugere um frango jalfrezi,
as pakoras do Masala
as pessoas es- com molho à base de malaguetas. Vale sempre a
Kraft, feitas de queijo
fresco, servidas com colhem sempre pena olhar para esta e outras ementas dos res-
molho de menta. Em tikka masala ou taurantes indianos, em Lisboa, e viajar, para lá
baixo, Hamir Balu, dono butter chicken”, dos clássicos de conforto.
e fundador do Haweli comenta Ha- Explica à VISÃO Hambir Balu, e confirma-se
Tandoori, na Graça mir Balu, dono facilmente com algumas fontes fidedignas, que
e fundador do o tikka masala foi inventado na Escócia por um
Haweli Tan- chefe bengali, depois famoso em todo o Reino
doori, na Graça. Unido, e está ligado na génese a um prato da
Di-lo com um Índia, igualmente popular no Ocidente, o butter
certo ar confor- chicken. Ricardo Dias Felner, jornalista e crítico
mado de quem já gastronómico, explica que esta é uma receita
viu, serviu e cozinhou muito. Da primeira fila, “criada num restaurante em Nova Deli e que se
assistiu a todas as mudanças do bairro lisboeta tornou uma opção mais turística hoje.”
– “quando abri, em 1991, era o único desta rua” Sobre o advento dos restaurantes indianos
–, notou novos hábitos alimentares – “há cada em Lisboa (e em Portugal), esclarece que surge
vez mais vegetarianos” – e continuou, firme, por diferentes vias. “Uma grande vaga vem de
a servir um menu com diferentes influências, Inglaterra, de indianos de segunda ou terceira
fruto da sua itinerância pessoal. geração, já nascidos na Europa; depois há a via
Neto de avó indiana, nasceu e cresceu em de Moçambique, que tem uma comunidade de
Ressano Garcia, Moçambique, e voou sozinho, imigrantes indianos, há décadas, que chegou a
aos 16 anos, para Portugal (ano de 1976). Estudou Portugal depois do 25 de Abril, com origem em
em Lisboa e trabalhou na Grécia e em Inglaterra, diferentes regiões da Índia.” Desta herança, alguns
onde teve as primeiras experiências de restau- criaram restaurantes indianos convencionais,
ração. No início dos anos 90, fundou a própria outros servem culinária goesa ou indo-portu-
casa, uma das primeiras a usar o tandoori, um guesa – “para mim”, diz o jornalista, “uma das
forno de barro com o formato de uma ânfo- mais interessantes cozinhas de Lisboa”. Mesmo
ra, para confecionar frango ou borrego ou os em toda a Índia, as cozinhas são diferentes entre
populares nans. “Abri eu e, pela mesma altura, si. “O Sul é mais suave, mais tropical, tem mais
também outra casa no Campo Grande, que já peixe, vê-se marisco; o Norte, em contraste, tem
fechou. Mas agora há muitas mais”, conta. Na uma cozinha mais forte, por regra mais pican-
carta juntou os pratos que aprendeu a cozinhar, te”, refere. E acrescenta: “É comum os indianos
sobretudo em Londres, “porque em Moçambi- dizerem que alguns pratos não são picantes,
que não havia este tipo de cozinha”, e que são mas, mesmo o nível médio deles, é muito forte
o reflexo, diz, “de uma cozinha mais do Norte para nós.”
da Índia, apesar de haver tandoori em todo o
país”. Adicionou-lhe algumas influências goesas, PALAVRA DE ORDEM: EXPERIMENTAR
com as quais cresceu em Moçambique, como Nas traseiras da Avenida de Roma, mora, desde
o sarapatel, o vindaloo ou o frango à goesa, e 2019, o Masala Kraft, um indiano que assume a
ainda um especial do seu país natal, “muito tradição de diferentes regiões. É o projeto de dois
suave e famoso aqui”, o camarão com molho de irmãos, Deep e Purvi Radia, ele de 26 anos, ela
amendoim, feito com molho de coco e também de 32, filhos de pais indianos, naturais de uma
vila pequena no centro da Índia, já nascidos em
Lisboa. E aqui apostam em oferecer algumas
especialidades alternativas – tome nota: estão
sublinhadas a amarelo no menu. É o caso de
quatro receitas indo-chinesas, cujos pratos “se
comem também muito na Índia”, explica Deep,
em referência, por exemplo, ao prawn man-
churian, camarões salteados com molho de soja,
ou ao chilli chicken, um frango frito com tomate,
pimento e cebola, também com molho de soja.
“Os chineses usam especiarias semelhantes às
nossas, mas na cozinha indiana elas são logo
cozinhadas nos refogados e o sabor fica todo no
prato; na China, colocam-se mais para finalizar
as receitas.”
Na cozinha está um nepalês, que fez as pri-
meiras provas do restaurante em casa da família
Radia, antes de ser contratado para abrir o Masala
Kraft. “Temos muitos pratos vegetarianos, os
Masala Kraft
Costa do Malabar
Gunpowder
que tiveram uma vida cheia, ela ajuda a quebrar Felner como uma “fusão antiquíssima, super- R. Nova da Trindade, 13 A >
T. 21 822 7470 > seg-dom
alguma rijeza”. Quando abriu o restaurante, no -regional, com elementos goeses e portugueses”. 12h-16h, 19h-24h
final de 2022, quis trazer os sabores tradicionais E que antes de voltar a Portugal ganhou ainda
da Índia, cozinhá-los com os produtos locais, alguns pós moçambicanos, por intermédio de Tentações de Goa
num espaço a transpirar modernidade. “O goeses que ali se instalaram. “A comida indo-
mundo conhece apenas três pratos indianos. -portuguesa de Lisboa já é diferente da que se R. de São Pedro Mártir, 23 >
Dizer que a cozinha indiana é sinónimo de caril come em Goa”, diz Ricardo. Maria dos Anjos, T. 21 887 5824 > seg 19h-22h,
ter-sáb 12h-15h, 19h-22h
é tão errado... ou que as especiarias significam a icónica mulher que comanda o Tentações de
picante. A cozinha indiana é muito mais rica”, Goa há 28 anos, corrobora a ideia: “Lá, a gastro- OUTRAS MORADAS
manifesta Harneet. Se os portugueses levaram nomia hoje já é mais adaptada ao turismo, en-
as especiarias ao mundo, “quero que agora contra-se pouco esta comida mais tradicional.” Caxemira
provem coisas diferentes”, diz. Foi através do marido, moçambicano de Acaba de festejar os 37
Por isso, quando decidiu abrir uma extensão origem goesa, que se atirou para este negócio anos numa nova morada,
do londrino Gunpowder em Lisboa, desenhou de abrir uma tasquinha castiça no coração da no Intendente, além de ter
uma ementa variada, com pratos que têm norte Mouraria, onde serve alguns pratos que re- uma extensão no Parque
e sul, comida caseira ou mais sofisticada. Dela plicam esse caminho Portugal-Goa-Portugal. das Nações. Continua a ser
fazem parte especialidades como o pato chet- “O vindalho de porco – não confundir com um dos indianos melhores
tinad com oothappam, um crepe de farinha de vindaloo, são coisas diferentes –, uma adap- de Lisboa.
arroz recheado com estufado de pato, servido tação da vinha-d’alhos, o sarapatel, também R. Antero de Quental, 3 >
com pickle de cenoura, a tosta de Camarão tem origem num prato alentejano.” A sua re- T. 21 886 5486 > seg-sáb
CPC (homenagem ao Clube em que Harneet ceita inclui diferentes partes do porco (fígado, 12h-15h, 18h30-22h
ia com o pai em criança) ou corvina com mo- língua, orelha, entremeada), cozidos, cortados
lho coorgi, com o filete de corvina marinado e em pequenos pedaços, fritos em óleo, depois Cantinho da Paz
grelhado servido sobre caril de coentros. “Há temperados com tamarinho, gengibre, comi- Um porto seguro para
tantos sabores bons e diversos para mostrar nhos, cravinho, entre outras especiarias. Maria quem procura, em Lisboa,
que mudamos o menu constantemente”, re- dos Anjos fala sobretudo de uma gastronomia comida goesa autêntica,
mata Harneet. mais elaborada, demorada na confeção, que com destaque para o caril
ganha em ser deixada a apurar de um dia para de gambas e o chacuti de
A FUSÃO COM GOA o outro. “O meu chacuti leva um molho de 14 cabrito.
São já conhecidas as influências portuguesas especiarias, tostadas e trituradas”, dá como R. da Paz, 4 > T. 96 5014
na cozinha goesa, um leva-e-traz com mais de exemplo. Costuma abastecer-se de produtos 667 > ter-sáb 12h30-15h,
500 anos de História, definida por Ricardo Dias e temperos na Mouraria, mas nas viagens que 19h-22h (sex e sáb até
fazia a Goa, ao longo dos anos (hoje menos fre- 22h30)
quentes), comprava camarão seco (pequenino),
“Dizer que a cozinha indiana usado no molho do balchão, cardamomo preto Natraj Tandoori
Para comer pratos feitos
é sinónimo de caril é tão ou solans de brindão, “um primo do mangustão,
compra-se a casca para dar acidez aos pratos no tandoori e outras espe-
errado… ou que as especiarias de peixe”, conta. Tem no chouriço à goesa o seu cialidades como os vários
caris à base de peixe.
significam picante. A cozinha prato mais picante e diz que muitos clientes
lhe pedem para não o usar. “Pedem-me caril
indiana é muito mais rica”, sem picante, mas eu não o faço, sigo a receita
R. do Sol ao Rato, 50 >
T. 21 388 0630 > seg-dom
diz Harneet, do Gunpowder original.” E ainda bem. visao@visao.pt 12h-15h, 19h-23h30
Fora
dois dias. Nesta quinta, entrada gratuita
21, o dia será dedicado O Teatro que Abril
à poesia colombiana, Abriu inclui uma breve
contando com a antecipação de Quis
presença de Mónica Saber Quem Sou – Um
Giraldo, Filipa Leal e Concerto Teatral, de
Pedro Rapoula. Já no Pedro Penim; o debate
sábado, 23, destaca- Teatro e a Revolução
-se a conversa sobre com os atores Manuel
a poesia de Roberto Coelho, Noémia Costa
Bolaño (17h), com e Rui Mendes; um
Francisco José Viegas concerto de Bruno
e Carlos Vaz Marques, Pernadas e Margarida
e o lançamento do Campelo, que revisita a
PEDRO FERREIRA
livro Cuaderno de música de intervenção
Septiembre (18h), com no teatro de revista, e
a presença do autor uma performance de
Juan Gabriel Vásquez, Batida. É necessário
seguindo-se a atuação levantamento prévio
O que há —— Exposição —— Arraial da cantora cubana
Lindiana Murphy.
de bilhete (online, a
partir de dia 25, às 12h,
DIANA TINOCO
A primeira edição iguarias. Bilhete: €10,
do festival Talha à com copo.
Mesa acontece neste
sábado e domingo
na Vidigueira. Serão —— Mercado —— Disco Oppenheimer, de cores (dois tamanhos,
dois dias recheados Christopher Nolan, é um €11 a €56). À venda nas
com uma série de PRIMAVERA “METADE-METADE”, filme biográfico sobre o lojas da marca ou no site
atividades na Adega NA PRAÇA DE ALDINA DUARTE pai da bomba atómica: bordallopinheiro.pt.
de Vidigueira, Cuba e É com um mercado A fadista lança nesta o físico teórico J. Robert
Alvito, ligadas ao vinho de produtores e sexta, 22, o seu novo Oppenheimer.
de talha: almoços e marcas portuguesas, trabalho. Metade-
jantares vínicos pelos workshops e DJ sets -Metade, com letras
chefes José Júlio que a Praça, no Hub da rapper e escritora —— Mesa
Vintém, Pedro Mendes Criativo do Beato, Capicua, “é uma
e João Mourato (€65/ em Lisboa, celebra a declaração de amor à COPOS A LÁ
cada), que também chegada da primavera natureza, à liberdade CARMEN MIRANDA
vão à adega e à vinha neste fim de semana, e à poesia. E, também, A Bordallo Pinheiro
fazer showcookings dias 23 e 24. O uma grande incerteza acaba de lançar
(€15); animação, mercado inclui ainda, sobre o futuro da uma nova coleção
Copo das 5 (tardes no sábado, oficinas de Humanidade”, escreve de copos a que
de petiscos regionais, bombas de sementes Aldina Duarte. O álbum chamou de Carmen.
€15), e masterclasses e de cozinha; aulas será apresentado ao “Divertidos, festivos —— Livro
(€10). de ioga e de pilates. vivo no Coliseu dos e assumidamente
No domingo, os Recreios, em Lisboa, extravagantes”, VIAGEM COLORIDA
FESTA workshops serão no dia 17 de abril e o descreve a marca, estão AO CORPO HUMANO
DO ESPUMANTE dedicados ao pão público irá sentar-se disponíveis em dois O novo livro da
O Curia Palace de massa mãe e à com a fadista, em palco. modelos: com um pé ilustradora Catarina
Hotel, em Anadia, costura. em faiança em forma de Sobral, Palmiras
fruto (morango, laranja, Pantaleões Malaquias
—— Televisão uva ou limão) e cálice (Coleção Orfeu Mini,
em vidro facetado; e 42 págs., €15) é uma
“OPPENHEIMER” em cerâmica de alto- viagem colorida e
EM STREAMING -relevo, em diferentes divertida pelo sistema
O grande vencedor imunitário à descoberta
da 96ª Cerimónia dos de como o nosso corpo
Oscars está disponível reage diariamente a
a partir desta quinta, bactérias e infeções.
21, no SkyShowtime. Neste sábado, 23, às 15h,
Com sete estatuetas é lançado na Casa do
(entre outras, as Comum, em Lisboa, com
de Melhor Filme, a presença da autora, e
Melhor Realização, com leituras encenadas
Melhor Ator e Melhor por Manuel Henriques
D.R.
LISBOA
Sónar Lisboa
Sem pausas
Terceira edição lisboeta do festival,
que junta o melhor da música eletrónica
mundial com reflexões sobre o presente e futuro LISBOA
Teresinha
O
ADN deste festival estará conferência Future Days, sobre o futuro Landeiro
sempre marcado pela vibrante que nos espera em várias áreas.
Barcelona de meados dos anos No alinhamento, há muitos nomes
90, mas hoje é do mundo promissores e uma atenção espe- A fadista apresenta em Lisboa
(já se realizou em 35 cidades de vários cial dada à produção nacional, entre o terceiro álbum de originais
continentes), e Lisboa faz parte desse os consagrados (Branko, Rui Vargas e Para Dançar e Para Chorar,
mundo desde 2022. A terceira edição Moullinex, por exemplo) e os emergen- no qual, pela primeira vez,
do Sónar Lisboa é, dizem os organi- tes (Iolanda, que irá representar Portu- canta alguns compositores
zadores, de “consolidação”. Desistiu- gal, em maio, no festival da Eurovisão exteriores ao fado, como
-se de espalhá-lo por pontos distantes na Suécia, XEXA, Rita Maomenos, entre Maro, Mário Laginha, Milhanas
da cidade, e as atividades estão todas outros). As atuações mais esperadas, (autora da letra e música da
concentradas, durante três dias (desta entre concertos e DJ sets, serão as de faixa de abertura, Chegou a
sexta, 22, até domingo, 24), na zona do Sevdaliza, artista iraniana e holandesa, Hora) ou Jorge Cruz, entre
Parque Eduardo VII. O fundamental, a a sempre surpreendente dupla belga outros. Teresinha Landeiro
sua identidade, porém, mantém-se: um 2manydjs (com Éclair Fifi e Erol Alkan começou a cantar na Mesa
cartaz recheado com as mais variadas como convidados), Bonobo (em versão de Frades, em pleno coração
tendências contemporâneas, ou até já DJ set), Tiga & Hudson Mohawke, o te- de Alfama, ainda adolescente
históricas (neste ano em que o techno de chno do alemão Paul Kalkbrenner, a jo- e com apenas 18 anos, e,
Berlim foi reconhecido, pela UNESCO, vem britânica Nia Archives, a canadiana depois de se estrear a solo
como Património Imaterial da Humani- Marie Davidson, o norte-americano no Centro Cultural de Belém,
dade), de música eletrónica e um espaço Oneohtrix Point Never entre muitos assumiu-se como profissional.
aberto a conversas, debates, conferên- outros – divididos, como sempre, em Aos 28 anos, mais do que
cias e apresentações, que cruzam arte dois blocos: Sónar by Day e Sónar by uma promessa, é há muito
com criatividade e tecnologia. Os con- Night. — Pedro Dias de Almeida uma das grandes certezas do
certos vão acontecer no Pavilhão Carlos fado, como mais uma vez se
Lopes; na Estufa Fria estará a instalação Pavilhão Carlos Lopes e Estufa Fria > Parque comprova neste novo disco,
Eduardo VII, Lisboa > 22-24 mar, sex-dom >
imersiva Marcos Límbicos, do coletivo €45 (diário, Sónar by Day ou Sónar by Night)
construído a partir da “festa
português Zabra, e uma programação de e €245 (Passe VIP) > programação completa e a tristeza”, que, segundo
workshops e de conversas integradas na em sonarlisboa.pt a própria, a “habitam desde
sempre”. — M.J.
Belém IL GIARDINO
ARMONICO COM
GIOVANNI SOLLIMA
Novos dias
Giardino Armonico junta músicos
de várias instituições da Europa,
atuando no campo da música antiga.
da música
Neste concerto, apresenta-se com o
violoncelista e compositor Giovanni
Sollima, num programa composto
por peças de Vivaldi, entre outros
O novo festival do Centro Cultural compositores barrocos, e pela obra
de Belém quer cruzar diferentes Passa Calle XXI escrita por Sollima
para o ensemble.
públicos. A primeira edição, entre os Grande Auditório > 22 mar, sex 20h
dias 21 e 24, traz Patti Smith, música
eletrónica e erudita, fado e jazz
— P O R I N Ê S B E LO
CAMANÉ
Este concerto será uma
A
justa e devida homenagem a
José Mário Branco, parceiro
inda andamos a sonhar com fundamental no trajeto e
os festivais de verão e eis que na formação da carreira de
o primeiro dia de primavera Camané. Em Inquietação,
nos traz um novo festival. O assim se chama o espetáculo,
Belém Soundcheck estreia-se o fadista interpretará grande
no Centro Cultural de Belém parte dos temas que José
(CCB) e vai realizar-se de dois em dois anos, Mário Branco compôs para
com “um objetivo claro”, diz Delfim Sardo: ele e outros do repertório
cruzar diferentes públicos. Nesse sentido, es- do músico desaparecido em
clarece o administrador do CCB, não se trata 2019. Em palco, Camané estará
de um regresso dos Dias da Música (a última acompanhado por um trio de
edição aconteceu em 2019 e a de 2020 já não guitarras, mas haverá outras
se realizou devido à pandemia): “Decidimos instrumentações fora
repensar o modelo face ao perfil do que é, hoje, da sonoridade do fado.
o CCB e tendo em conta a oferta que existe num Grande Auditório > 21 mar, qui 20h
País onde já se realizam dezenas de festivais de
LUÍS BARRA
GIEDRE DIRVANAUSKAITE
e as Cuatro Estaciones Porteñas,
FRANCESCO FERLA
D.R.
De regresso
à Amazónia
A Flor do Buriti
é um filme de não
atores, filmado
em película, nas
terras dos craós,
pela dupla João
Salaviza e Renée
Nader Messora
D.R.
A Flor do Buriti
Aprender a falar craó
A segunda aventura de João Salaviza e de Renée Nader
Messora com os índios craós é, também, um pedido de ajuda
O
percurso de João Salaviza no cinema entregues aos seus maiores inimigos. Há, ao
tem, claramente, duas fases distin- mesmo tempo, um historial desta luta do povo
tas. A primeira corresponde às curtas indígena pela sobrevivência e defesa da flores-
e à primeira longa, Montanha, com ta, com a reconstituição de um massacre que
retratos da Grande Lisboa, revelando um en- ficou inscrito na memória coletiva dos craós.
gajamento sociopolítico, que lhe valeram uma Os realizadores partem daí para a atualida-
Palma de Ouro em Cannes (Arena) e um Urso de, passando pelos protestos em Brasília, mas
de Ouro em Berlim (Rafa); a segunda é fruto também por simples ilustrações da mitologia
do seu encontro com Renée Nader Messora e e vivência dos povos. Fica clara a diferença
com os craós, povo indígena da Amazónia bra- de significados da “terra”: enquanto para os
sileira. O primeiro fôlego da nova fase foi Chu- fazendeiros representa um enorme potencial
va é Cantoria na Aldeia dos Mortos e, agora, de negócio, tendo em vista a multiplicação de
surge A Flor do Buriti. Não é uma sequela, mas lucros, para os craós ela é a própria vida.
uma sequência lógica. A linguagem mantém- Embora também tenha essa função, o fil-
-se nos territórios de fronteira entre ficção e me é mais do que um panfleto. A construção
documentário, com uma participação ativa da narrativa é rica na forma livre como retrata e
comunidade na própria conceção do resultado conta as histórias, os rituais e os mitos indí-
final. É um filme de não atores. genas – e esteticamente é deslumbrante, pelo
Se em Chuva é Cantoria na Aldeia dos olhar dos realizadores e pela opção corajosa de
Mortos já havia um subtexto político, na di- filmar em película, o que permite uma fotogra-
vulgação e defesa de outro estilo de vida, em fia com textura e lugar para todos os tons de
A Flor do Buriti essa dimensão é reforçada, verde. — Manuel Halpern
devido, em parte, ao contexto de opressão com
que os craós lidaram durante a presidência de De João Salaviza, Renée Nader Messora, com Francisco
Bolsonaro, quando as instituições, que supos- Hyjno Kraho, Ilda Patpro Kraho, Luzia Cruwakwyj Kraho,
tamente deveriam proteger os indígenas, foram 123 min
Revelações
Quatro livros de não ficção, bem ancorados na realidade, que permitem
espreitar mundos pouco conhecidos e que nos põem a pensar
Antes de se dedicar
ao design (a sua Pelo Brasil afora Imagine que um dia
descobre que a sua
Ao correr dos anos
e das viagens,
formação) e à escrita
(área em que tem feito de camião professora da Escola
Primária foi responsável,
Paulo Granjo foi
compreendendo cada
o seu percurso criativo), durante anos, pelo vez melhor a prática
Joana Bértholo foi uma O Que É Meu, encobrimento de dos curandeiros
desportista dedicada
(praticou natação e
José Henrique Bortoluci um dos nazis mais
procurados no século
de Moçambique.
Aprendeu a
depois triatlo), o que a XX. Pois, talvez esteja identificar os objetos
levou ao convívio com a sentir o mesmo que manuseavam
Uma certeza todos temos: o restaurante
a alta competição. choque que Betina nas sessões, os
em que há um camião parado nas redon-
É sobre esse mundo Anton sentiu. A sua termos que usavam
de alto rendimento,
dezas tem garantidamente boa comi- referência da infância e as diferentes
tão marcante nos da. Mas à volta dos camionistas foram ajudou Josef Mengele aproximações. Só
Jogos Olímpicos, criados mais estereótipos do que ideias nas últimas décadas de não esperava ser
que ela escreve em com fundamento. A leitura do livro do vida e foi responsável aconselhado (sempre
O Meu Treinador, o brasileiro José Henrique Bortoluci é uma pelo seu enterro com por via indireta) a
mais recente volume boa oportunidade para desfazer imagens um nome falso. A partir um tratamento de
da coleção retratos da feitas e perceber que não há país sem dessa revelação, a proteção. Identificado
Fundação Francisco o esforço e a dedicação destes profissio- jornalista da TV Globo como espírito forte,
Manuel dos Santos. nais. Concebido em várias camadas, refez os caminhos dos os males que lhe
Trata-se de um O Que É Meu é, em primeiro lugar, uma nazis na América do eram lançados
testemunho pessoal, conversa entre um pai e um filho. So- Sul e, em particular, os podiam estar a fazer
de uma reflexão sobre ciólogo de formação, Bortoluci percebeu que levaram o “anjo ricochete e a atingir
a perfeição e de uma que a vida do pai encerrava uma parte da morte” do campo curandeiros amigos.
pesquisa sobre o lado importante da História recente do Bra- de concentração Passados muitos anos,
menos falado (e mais sil, em ditadura e em democracia: a das de Auschwitz aos recorda essa cura que
difícil) da entrega obras públicas e dos direitos laborais, arredores de São Paulo. envolveu a ovelha e
total em idades tão bem como a dos ataques à Amazónia e Uma investigação que o sangue do título
precoces. Lúcido e da perseguição aos índios. E até o cancro assume o registo de do livro. É um relato
informado, é também thriller, para revelar extraordinário, crente
que surpreendeu o progenitor se revelou
uma carta de amor cumplicidades familiares e cético, disponível e
uma metáfora do consulado de Bolso-
ao desporto e uma e políticas. questionador, numa
naro. Com extrema sensibilidade, José
exposição dos limites — Casa das Letras, aprendizagem que
a que cada um pode
Henrique Bortoluci conjuga biografia, 368 págs., €22,90 continua a interpelar
chegar – para o bem História, sociologia e política, para fazer o antropólogo.
e para o mal. de um homem comum o protagonista — Tinta-da-China,
— FFMS, 104 págs., €5 de um épico invisível. Luís Ricardo Duarte 96 págs., €14,90
— Companhia das Letras, 192 págs., €17,45
Lisboa
Vencer
as colinas
O novo Funicular da Graça
veio facilitar o sobe-e-desce
entre a Baixa e o Castelo de
São Jorge, juntando-se aos
elevadores já existentes
— P O R S U S A N A LO P E S FA U S T I N O T E X TO
L U Í S B A R R A F OTO S
C
om as portas fechadas, começa
o burburinho no interior da
cabine. Enquanto uns pas-
sageiros comentam as vistas,
outros, de telemóvel em riste,
gravam e fotografam a sua pri-
meira viagem no novo Funicular da Graça,
um dos equipamentos que integram o Plano
de Acessibilidade Suave e Assistida à Coli-
na do Castelo e do qual fazem parte outros 2
elevadores, que foram sendo inaugurados
nos últimos anos. O objetivo é facilitar a
deslocação pedonal entre o Martim Moniz FUNICULAR DA GRAÇA
e a Baixa e o Castelo de São Jorge. Com a inauguração do funicular, a Mouraria e a Graça ficaram mais
Quinze anos depois do início da constru- perto. A cada dez minutos faz-se a viagem, numa composição com
ção, o Funicular da Graça faz a ligação entre janelas panorâmicas que transporta 14 passageiros de cada vez. Na
a Rua dos Lagares e o Miradouro Sophia de chegada à Graça, apreciem-se as vistas do miradouro, aproveitando
Mello Breyner Andresen desde o dia 12 de para passear pelo jardim e visitar a Igreja da Graça.
março, após vários anos de obras paradas
devido a achados arqueológicos – durante R. dos Lagares Miradouro Sophia de Mello Breyner Andresen
os trabalhos, foi descoberto um troço da > seg-dom 9h-21h > grátis até 2 de maio
muralha pertencente à Cerca Fernandina.
A leveza com que avança colina acima,
numa extensão de 78,03 metros – inclui um
pequeno túnel de nove metros –, contrasta
com a alternativa, feita a pé, pelas vizinhas
Escadinhas do Caracol da Graça, que exigem ESCADINHAS DA SAÚDE
alguma capacidade física. O acesso ao bairro histórico
A viagem entre gares leva um minuto e da Mouraria é facilitado
meio, e até sabe a pouco. No interior da com este equipamento. Dois
cabine, com capacidade para 14 pessoas, lanços de escadas rolantes a
há apenas um banco onde cabem alguns céu aberto, com cerca de 32
passageiros, e é permitido transportar-se a metros de extensão, fazem a
bicicleta ou a trotineta. Os animais de esti- ligação do Martim Moniz à Rua
mação, quando levados em transportadoras, Marquês de Ponte de Lima.
também são bem-vindos. Antes da chegada
ao Miradouro da Graça, arregalam-se os Pç. do Martim Moniz R.
olhos com uma bela vista de Lisboa, admi- Marquês de Ponte de Lima >
seg-dom 24 horas > grátis
rada em andamento lento. Inicialmente as
viagens vão ser gratuitas, passando depois
a ser pagas (exceto para portadores do passe
Navegante). slopes@visao.pt
5 3
ELEVADOR CASTELO
É panorâmico e assegura a
continuidade no trajeto de
acesso ao Castelo de São
Jorge a partir da Baixa. No
topo, com saída no piso 7,
5 está o restaurante Zambeze
e o Miradouro do Chão do
Loureiro, de onde se avistam
Lisboa e o Tejo até à
Lisnave, na Margem Sul. No
parque de estacionamento,
encontra-se uma série de
obras de arte urbana.
NATIONAL GEOGRAPHIC
Mestres da Fotografia
Missões e objetivas
Nova série documental centra-se no trabalho de sete
fotógrafos internacionais com os mais variados interesses,
da fotografia subaquática ao registo de guerra
KRYSTLE WRIGHT
O
Variedade s nomes de Elizabeth Chai Vasarhelyi e sobre o trabalho e a vida de sete grandes fotó-
Depois do Jimmy Chin, casal de realizadores, ain- grafos e destes sobre as suas paixões e motiva-
documentário da podem precisar de apresentações, ções para empunhar a máquina. Na estreia, Paul
Free Solo e do
mas as suas obras falam pela sensibi- Nicklen e Cristina Mittermeier, outro casal, estão
filme Nyad, os
realizadores lidade do seu olhar em situações de superação. concentrados na proteção dos oceanos, sendo
Elizabeth Chai Free Solo (2018), vencedor do Oscar de Melhor que a fotógrafa e bióloga mexicana é exímia em
Vasarhelyi e Documentário, acompanha Alex Honnold, o al- trazer imagens do fundo do mar, enquanto Paul é
Jimmy Chin pinista norte-americano que escalou o histórico especialista a planear expedições. É com espírito
selecionaram El Capitan, no Parque Natural de Yosemite, na ativista que embarcam para conseguir fotografar
sete fotógrafos
internacionais, Califórnia. Mais recente, a longa-metragem Nyad o navio da companhia Stena no oceano Atlântico,
exemplares do (2023), com Jodie Foster e Annette Bening, lem- junto às Bahamas, no meio de uma grande man-
poder da imagem bra a história da nadadora Diana Nyad, que, aos cha de óleo, munidos de lentes e drones.
64 anos, conseguiu fazer a travessia, em águas A particularidade de Anand Varma é ter na lupa a
abertas, de Cuba até à Flórida. sua melhor ferramenta de trabalho. Apaixonado
Agora, no novo projeto Mestres da Fotografia, por parasitas, morcegos carnívoros, medusas e
há várias visões a ter em conta: a dos realizadores fungos, vai mostrar no seu episódio os primeiros
21 dias de uma abelha, com pormenores que só o Onde acontecer uma tempestade, tornados, O risco e o belo
olho laboratorial alcança. furacões e trovoadas, a fotógrafa Krystle Wright A emersão de
O fascínio por ficção científica, e pelo universo está lá. Não se intimida com cenas apocalípticas um parasita e
os beija-flores
da saga Star Wars, levou Dan Winters a começar com grandes riscos envolvidos. E só um acidente vistos pelo óculo
a fotografar desde muito novo os modelos de na- num voo de asa-delta a fez abrandar o ritmo. microscópico de
ves, navios e foguetões por si desenhados. A via- A fotografia de guerra é a missão de Muhammed Anand Varma.
gem leva-o até Daca, capital do Bangladesh, para Muheisen, nascido em Jerusalém, em Israel, onde No episódio
registar o lado humano dos estaleiros de navios, na sua infância tinha de passar por check-points no dedicado a
Krystle Wright,
onde as gigantes embarcações são recuperadas caminho para a escola. Interessado no que não se a fotógrafa de
para voltarem a navegar. vê na maior crise de refugiados da Europa, aquan- catástrofes
Natural do Gana, Campbell Addy gerou gran- do do início da invasão da Ucrânia, Muhammed naturais viaja
de atração em Londres com a exposição I Love Muheisen acompanhou em Bucareste, na Roménia, até ao Grande
Campbell, em 2023. Habituado a fazer editoriais um grupo de mães e filhos a morarem em abrigos, Canyon
de moda, recebeu um grande elogio de Naomi com o desespero por companhia. — Sónia Calheiros
Campbell, a supermodelo britânica, ícone de uma
geração, que se sentiu muito bem representada Estreia 23 mar, sáb à tarde > 6 episódios,
pela sua lente. dois a cada sábado
AGENDA
Catarina Eufémia Fotografias da
Os 10 dias que Toma, Liberdade! Teatro diáspora africana
abalaram Portugal (Com ou sem
São Luiz fora de portas na Grande Lisboa
Parque José Gomes (1975–hoje)
Arquivo Ephemera vírgula?) Ferreira, Alvalade
Exposição Visita guiada Exposição
20 abril, 11h00 e 16h00 Padrão dos
Mercado do Forno Museu Bordalo 21 abril, 11h00 Descobrimentos
do Tijolo, Arroios Pinheiro
A Liberdade a partir de 27 abril
23 março a 26 maio, 7, 14, 21 e 28 abril, 11h00
quarta a domingo, passa por aqui O povo está
11h00–19h00 Guião para Festa
um país possível na rua.
Museu do Aljube Praças e paços
Factum: Teatro 20 a 21 abril,
Eduardo Gageiro Teatro do Bairro Alto 15h00–20h00
das revoluções
Exposição 12 e 13 abril, 19h30 Percurso
Torreão Nascente 14 abril, 17h30 Quis saber Museu de Lisboa –
da Cordoaria Nacional quem sou Teatro Romano
até 5 maio, terça a Fazer do Castelo, Teatro 27 abril, 11h00
domingo, 10h00–13h00 Abril Teatro São Luiz,
Oficina e Mural Mais Alto!
e 14h00–18h00 Sala Luis Miguel Cintra
Castelo de S. Jorge Música
20 a 28 abril, terça a
Mais Festival Política 14, 21, 25 e 28 abril, sábado, 20h00 e
LU.CA – Teatro Luís
informações Cinema São Jorge 10h00–12h00 domingo, 17h30
de Camões
em egeac.pt 3, 4 e 5 abril 27 abril, 16h30 e 18h30
Luisa Cunha – uma Dia do Livro – 28 abril, 11h30 e 16h30
25 Abril, Sempre! obra em seis partes Noite da Rádio
Exposição Instalação Leituras
Museu do Aljube Galerias Municipais de Casa Fernando Pessoa
a partir de 4 abril Lisboa e Atelier-Museu 23 abril, 21h00
Júlio Pomar
16 abril a 5 maio
7 ---------- ESCA PA R
FRANCISCO NOGUEIRA
1
Porto Covo 2.
Mercados
GONÇALO F. SANTOS
dos melhores pores do sol
desta região integrada no R. 25 de Abril, 7C > T. 96 580
Parque Natural do Sudoeste 0557 > a partir €90
Alentejano. Aproveite-se
então um dos troços do 5
Trilho dos Pescadores, que, Branco. Num passeio de abrótea, às lulas fritas
nesta zona, liga Porto Covo a por esta herdade, que se crocantes com maionese
São Torpes. A partida faz- estende por oito hectares, e limão ou às saladinhas
se junto ao miradouro da com vista para o mar, de ovas e de polvo (todos
vila e entende-se por dez descobrem-se diversas €6,50). Mas há que guardar
quilómetros, passando pela atividades para entreter apetite para os pratos
Praia do Banho (deve o seu as crianças e também os principais, categoria em que
nome aos tradicionais banhos mais crescidos: passeios se destacam o arroz cremoso
de 29 de agosto) e pela a cavalo, dois campos de peixe e camarão (€33)
D.R.
Praia Grande, que pede uma de padel, piscina, parque e a açorda alentejana com
paragem mais prolongada no infantil e muitos animais, linguado frito e ovo escalfado 7
miradouro e um mergulho no nomeadamente burros, (€23,50). 7.
verão, claro. cavalos, lamas e veados.
R. Cândido da Silva, 55A Herdade do Cebolal
Porto Covo a São Torpes Monte da Bemposta > T. 96 451 > T. 92 406 0426 > ter-dom
> 10 quilómetros 3088 > a partir de €100 12h30-14h30, 19h30-22h30
Em Vale das Éguas, a cerca
de dez quilómetros de Porto
Covo, a Herdade do Cebolal
5. merece uma visita prolongada.
Lamelas Quem nos recebe é o enólogo
Luís Capitão, de 35 anos, a
quinta geração à frente deste
Em dias soalheiros, a varanda projeto familiar fundado em
com vista para o mar de 1890. A visita começa com
ENRIC VIVES-RUBIO
integridade intelectual
Leixões é o clube da minha é uma espécie de dança
terra [João Gesta é natural da mudança no sentido
de Matosinhos]. O meu tio foi certo, ou seja, refinar o
maravilhosas” —— Restaurante
A Garota Não (nome artístico
de Cátia Mazari Oliveira),
que conhece desde que a
DUVÁLIA PORTO convidou para as Quintas
Situado a poucos metros de Leitura em 2020. “É uma
João Gesta
do seu local de trabalho, mulher de uma integridade
o Teatro do Campo Alegre, intelectual extraordinária
é neste restaurante e e grande poeta. As letras
Escritor, poeta e programador das Quintas de Leitura, confeitaria que almoça, são muito oportunas e
no Porto, 70 anos todos os dias, há mais de as músicas maravilhosas.
duas décadas. “O cozido à Do álbum 2 de Abril
portuguesa, o bacalhau à destaco os temas Dilúvio
Brás e as tripas à moda do e Urgentemente, o poema
Porto são maravilhosos. Além de Eugénio de Andrade
do bolo-rei que fazem todo que ela musicou, e, mais
o ano.” recentemente, o 422, sobre
a realidade política e social
portuguesa.”
—— Livro
“MUDANÇAR É PRECISO” —— Poeta
Trata-se de uma antologia
poética, que vai ser lançada, MÁRIO CESARINY
na sessão das Quintas de “É o meu poeta de eleição,
Leitura, no dia 28, com tenho sempre na mesa
poemas de 30 poetas de cabeceira o livro Pena
– Tolentino de Mendonça, Capital. Tem versos muito
Filipa Leal, Nuno Júdice, bonitos, mas há um que
Maria Teresa Horta, Ana me excita mais do que os
outros: Ama como a Estrada
Começa. Em todas as
paredes de Portugal deveria
O ciclo de poesia estar escrita esta pichagem.”
Quintas de Leitura
assinala 23 anos, —— Filme
numa sessão no “MASCULINO, FEMININO”
dia 28, no Teatro JEAN-LUC GODARD
do Campo Alegre, “Impressionou-me este filme
no Porto. Nesse de Jean-Luc Godard que vi
no Cinema Batalha nos anos
dia, será lançada 73-74, sobre a liberdade e
LUCÍLIA MONTEIRO
PALAVRAS CRUZADAS
> > HORI ZON TAIS > > 1. Cada uma das peças de marfim ou de outro
material que, com a pressão dos dedos, faz soar o piano ou outro
instrumento semelhante. Elegante. // 2. Vazia. Rebuçado. // 3. Tratador
e condutor de elefantes. Fila. // 4. Antigo instrumento de cordas.
Planta apiácea conhecida por erva-doce. // 5. A mim. Espécime do
grupo dos acarídeos, que inclui os causadores da sarna do Homem
e as carraças dos cães. // 6. Congelar. // 7. Poema dramático ou lírico
originário da Itália, cantado com acompanhamento de orquestra. Antes
do meio-dia (abrev.). // 8. Parte do tronco ou da raiz que fica na terra
após o corte de uma árvore. Estimavas. // 9. Jornada. Proposição
que deve ser demonstrada para se tornar evidente. // 10. Cárcere.
Sofrimento físico ou moral. // 11. Cheiro, odor. Campo que tem cereais
semeados. > > VERTICAIS >> 1. Tanger. Parte da Física que trata da
luz e dos fenómenos da visão. // 2. Ecologia (abrev.). Limpar ou cortar
os ramos inúteis das árvores. // 3. Rosto. Mensagem. // 4. Relação
entre uma quantidade e outra quantidade, tomada como termo de
comparação e chamada unidade. Indicativa de relação de lugar.
// 5. Lugar onde se armazena e trata o vinho. Irmã dos pais ou
dos avós. // 6. Banco Central Europeu (sigla). Agência Europeia
do Ambiente (sigla). // 7. Antiga possessão portuguesa na costa
da Índia. Choupo. // 8. O primeiro algarismo da série dos números
inteiros. Fazer ficar ou ficar de cama por questões relacionadas com
a saúde ou a condição física. // 9. Agitar o ar com o abano. Protege
com vedação. // 10. Tornar lustroso pela fricção. Afeto. // 11. Terceiro
ventrículo do estômago dos ruminantes. Servira-se de.
SUDOKU QUIZ
— DIFÍCIL — PO R PED RO D IAS D E ALM EI DA