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A Cozinha do

Bom Pescador
NARBAL CORRÊA
© Narbal Corrêa, 2012

FOTOS
Acervo do Autor
Alberto Goulart
Alemão Bayer
Marcos Quint
Clóvis Medeiros

DESIGN
Matraca Criações

REVISÃO E PREPARAÇÃO
Emerson Gasperin

PRODUÇÃO
Leonita Fernandes

COORDENAÇÃO EDITORIAL
Infinitta Leitura

infinittaleitura@gmail.com
Dedico este livro a meu pai
e minha mãe, que sempre
me incentivaram, permitindo
que meus sonhos se
transformassem em realidade
Prefácio 5

Prefaciar um livro de qualquer tema é tarefa de muita responsabilidade, ainda que honro-
sa, e por isso mesmo quase sempre difícil de fazê-lo, por mais que tenha sido otimizada sua
leitura. Este, porém, não é o caso da primeira incursão, do primeiro ensaio na literatura gastro-
nômica deste exímio mergulhador e consagrado chef, meu querido amigo Narbal Corrêa, em
A Cozinha do Bom Pescador.
Nele narra seu passado, as peripécias, decepções, as alegrias de suas conquistas com
singeleza, com a humildade característica da sua personalidade.
No texto descreve a sua definição, depois de um exitoso mergulho de seu tio que fora “ca-
çar” os frutos do mar para serem servidos como iguarias de um almoço familiar, ocasião que
ele afirma ter passado em sua mente: “Meu destino estava traçado, seria um caçador submari-
no que sabia cozinhar”. Era apenas um menino, mas já revelava sua determinação e pertinácia,
qualidades que o tornaram um campeão da pesca submarina e um requisitado chef de cozinha.
Com minha vinda para Florianópolis de forma definitiva no ano de 1980, tive alguns encon-
tros com o Narbal, que me narrava suas pescarias e o seu gosto pela arte culinária.
Quando eu e meu filho Ricardo, depois de muitas noites de conversa e troca de ideias – ele,
que vivera anos em Paris, vendo, saboreando e estudando a culinária, tornando-se um chef
que, embora amador, cozinha diariamente e o faz de maneira maravilhosa –, inconformados
com a modesta gastronomia desta linda e esplendorosa Ilha do Desterro, resolvemos fundar
um Clube de Gourmets. Em uma audaciosa empreitada, convidamos 28 apreciadores da boa
mesa que gostassem de cozinhar e, entre os 30 componentes do clube estava, a meu convite,
o Narbal. Conheci de perto o jovem mergulhador e o incentivei a se tornar profissional, pois
levava a vantagem de, sendo mergulhador, ter à sua disposição as melhores e fresquíssimas

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u PREFÁCIO ≡

iguarias para ser o que é Luciano no canto da praia dos Ingleses. Os frutos do mar do
hoje, um renomado chef restaurante, do qual sou assíduo frequentador, fazem suces-
com especialidade em fru- so retumbante entre os turistas, sendo considerado os me-
tos do mar, reconhecido na- lhores do Sul do Brasil.
cional e internacionalmente. A gastronomia não conhece fronteiras. Sua língua é uni-
O que pesou para o seu versal e é tão valorizada pelos apreciadores de um sabor au-
sucesso foi a sua determi- têntico quanto pelos amantes de sabores extravagantes. Isso
nação, procurando apren- quer dizer que o sabor dita a qualidade de um prato, seja ele
der, estudar a culinária, aqui proveniente de receitas tidas como “caseiras”, por mais sim-
e no exterior, não se deixan- ples que sejam, ou as receitas mais sofisticadas. Ambas as
do abater pelos insucessos hipóteses transmitem-se por meio dos sentidos e dependem
que na vida de um profissio- muito da qualidade das iguarias. Como complementar de
nal no setor são rotineiros. muita influência, além do sabor, há a apresentação do prato
Hoje sua condição de que é servido, para aguçar o paladar de quem vai degustá-lo.
mergulhador e chef admirá- É isto que nos ensina o Narbal nos pratos servidos em
vel confunde-se e agrega-se seu restaurante, traduzidos com singeleza e harmonia nas
com a de um pesquisador receitas que apresenta em A Cozinha do Bom Pescador. Sua
dos mistérios marinhos e a simples leitura é de deixar “água na boca”. Tenho orgulho de
arqueologia aquática. ser seu incentivador, amigo e admirador.
O Narbal é o chef do Re-
canto dos Brunidores, que Paulo Konder Bornhausen
mantém com o sócio Fabio Clube dos Gourmets de Florianópolis

NARBAL CORRÊA
u DO ARPÃO AO GARFO ≡

NARBAL CORRÊA
Do arpão 9
ao garfo

— Mãe, homem cozinha?


— Claro, meu filho!

Nasci em Florianópolis em 1963. Ainda criança, fui com meus pais e minhas irmãs Josiane
e Andrea morar no Rio de Janeiro, pois meu pai foi designado para auxiliar na instalação da
primeira agência do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) naquela cidade. Voltamos à
terra natal em 1966 com minha mãe grávida do Kiko, meu único irmão homem. Naquele ano,
meu pai foi convidado para assumir o cargo de assessor técnico na secretaria estadual da Fa-
zenda. O chefe dele era um homem austero a ponto de dar medo e um excelente cozinheiro.
Até o dia em que o conheci, nunca tinha visto um homem cozinhar. Foi em uma noite de uma
sexta-feira, quando me deparei com aquele homem enorme com um avental na cintura, que eu
soube que um dia seria cozinheiro. O nome do meu inspirador é Ivan Luiz de Mattos.
Para iniciar minha formação, tive total apoio da minha avó Ida, que aprendeu a cozinhar
com a sogra Albertina d’Aquino Alves de Souza, conhecida carinhosamente na família como
vó Bitoca. Eu adorava estar na cozinha da casa centenária da rua Bocaiúva, presenciando
muitas vezes a avó Ida brigando com o vendedor de camarões. Naquela época, os camarões
eram oferecidos em nossa porta e sempre transportados em cestos de vime instalados no
lombo de cavalos. Imagine todo este evento aos olhos de uma criança…
O vendedor não tinha uma balança. Os camarões eram vendidos por medida. O padrão
era uma lata de óleo quadrada de 900ml (já não fabricam mais) e o motivo das discussões era
porque o vendedor amassava a lata, artifício para ludibriar os fregueses. Por mais que discu-
tissem, no final os camarões se transformavam, por meio das mãos mágicas de minha avó,
em fantásticos croquetinhos ou preparados com chuchu ou, ainda, em molho para o talharim.
O que mais me encantava naquela cozinha era uma mesa de madeira muito lisa, onde
estava instalada uma máquina vermelha de massas. Minha primei­ra função em uma cozinha

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foi rodar a manivela desse casa de minha tia-avó na Lagoa da Conceição. Vi meu tio-
equipamento para produzir -avô Hamilton (Tonga) Hildebrand perguntar à esposa quan-
lasanha ou talharim. Outra tos eram os convidados. Vinte minutos depois, ele aparece
lembrança inesquecível vi- com dois badejos brancos de aproximadamente cinco quilos
nha da leite­ria. Todas as noi­ cada. Colocou-os em cima da mesa da cozinha e foi guardar
tes colocá­vamos duas gar­ o equipamento de mergulho. Ele acabara de capturar os lin-
rafas de lei­te vazias na porta dos pescados na frente da casa, em uma de suas “ramadas”
de casa para, na manhã (parcel artificial feito com troncos de madeira). Fiquei me ima-
seguinte, as recolhermos ginando com um arpão na mão e a respiração presa em bus-
cheias e seladas com uma ca daqueles belos peixes. Meu destino estava traçado! Seria
tampa de rolha ou folha me- um caçador submarino que sabia cozinhar.
talizada. Oh, saudade… Minha primeira experiência com apneia ocorreu quando
Ao completar oito anos, eu tinha três meses de vida. Naquele tempo, eram novidade
fui apresentado a uma os travesseiros de plástico, por serem mais higiênicos. Me
mo­­da­lidade de pesca de­ sufoquei com um desses e tive que ser levado às pressas a
terminante no rumo da mi- um hospital. Devo ter ficado mais de três minutos sem respi-
nha vida: a subaquática. rar. Felizmente, não traumatizou...
Em nossa família, mais de Nas férias de fim de ano, a família reunia-se na Ponta das
20 integrantes praticavam Canas. Veraneávamos na casa dos tios Júlio e Afonso. Tio
este esporte. Uma passa- Afonso e meu pai foram meus primeiros professores na arte
gem marcante aconteceu do mar. Saíamos com a baleeira Flagamar, capitaneada pelo
quando fomos almoçar na mestre Adão, para as ilhas da região: Arvoredo, Galés, De-

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Aos 15 anos (primeiro à esq.),
com Guilherme Carneiro
e turistas em Laguna

Eles os abriam, tiravam as


ovas, colocavam-nas em um
recipiente com tela de plás-
tico e as secavam ao sol.
Era o processo de conser-
vação disponível. Um dos
japoneses eu conhecia, pois
serta, Moleques do Norte, Aranhas e outras. Nunca regressa- foi meu professor de judô e
mos sem peixe. caratê. Ele era muito famoso
Todos os anos, quando recebíamos a visita do irmão mais na minha cidade e se chama
novo de meu pai, comandante Raul, tio Júlio preparava a tra- Shi­geru Sogo. Hoje, o patê
dicional sopa Leão Veloso. Todos os frutos do mar, arroz e de ovas de ouriço é uma das
temperos cozinhando em uma caçarola enorme. No dia da entradas mais apreciadas
elaboração, tio Afonso e o padrinho Júlio me davam a fun- em nosso restaurante.
ção de ir “nas baixa”(pedras na costeira da Ponta das Canas) Com o fim das férias, mi­
para capturar lagostas. Esta obrigação iniciou-se quando eu nha vida de estudante vol-
tinha 12 anos e permaneceu por anos. Voltava muito orgulho- tava ao normal. Escola e
so com a encomenda nas mãos. diversão. Eu estudava pela
Também acampávamos na ilha do Arvoredo. Foi ali que manhã e, à tarde, andava
descobri que se comem ouriços do mar. Na área do acampa- de skate ou ia pescar de ôni-
mento, conhecido co­mo Portinho Norte, encontrei dois japo- bus com meus vizinhos na
neses que estavam mergulhando e retirando ouriços negros. Lagoa da Conceição. Os ir-

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Os irmãos Tavares é que saboreavam com outros amigos de


infância.
Nesta idade fiz minha primeira viagem embarcado. Meu tio
Raul me levou no navio Jaci Ramos em uma viagem de Pa-
ranaguá (PR) a Fortaleza, com escalas em Recife, Cabedelo
(PB) e Areia Branca (RN). Foi a primeira vez que pilotei uma
embarcação, pois meu tio colocava eu e meu primo Roger
para fazer um turno no timão. Nossa missão era ficar de olho
na bússola e manter o rumo do navio – sempre com a super-
visão de meu tio e de outros dois tripulantes responsáveis

mãos Vitor, Ricardo e Batis- pelo turno. O Jaci Ramos tinha 117 metros. O comandante

ta Tavares foram os primei- Raul é um “casca grossa” e um dos meus heróis.

ros companheiros de pesca Outro herói, meu tio Afonso foi sócio de uma loja de es-

que não eram meus paren- portes onde se podia comprar equipamentos de pesca. Lá eu

tes. Até os 16 anos eu não consertava armas de mergulho para ganhar um dinheiro ex-

comia frutos do mar, mas já tra. Praticamente todos os pescadores submarinos recorriam

os preparava. Quando vol- a essa loja, portanto eu tinha contato com muitos deles. Tio

távamos das aventuras na Afonso também era o presidente da Federação Catarinense

Lagoa, eu acendia um fogo de Pesca e Desportos Subaquáticos e um dia me convidou

no quintal e assava o produ- para fazer parte da equipe catarinense para disputar um cam-

to da pesca, basicamente peonato em Mangaratiba (RJ).

badejos brancos e tainhas. Eu era menor de idade e fui com os amigos Silvestre Ole-

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Com um mero de
50kg (p. 12) e uma
garoupa de 32 kg

gário dos Anjos e Rudi Zamoner. O coronel Silvestre, com Andrino, Aníbal, Afonso Zilli,
quem pesquei durante muitos anos, era o mais experiente Silvestre Olegário dos An-
e achou uma pedra com muitos sargos. Pescamos durante jos, Clóvis Mosterio, Taka-
todas as seis horas de prova na mesma pedra e ficamos em toshi Uyesa­ka, Ney Mund
terceiro lugar na competição. Foi a primeira grande emoção Filho, Ricardo “Kiki” Ganzo
da minha vida. Medalha de bronze e muitos cumprimentos Pereira, Lucas Dias da Silva,
de grandes atletas. Marcelo Moura, Marcelo e
Participei de e ganhei muitos campeonatos. Fui recordista Guilherme Rupp, Paulo Edu-
mundial de garoupa e brasileiro de outros peixes. Minha car- ardo Guinle e Paulo Sérgio
reira como atleta foi coroada com a participação na equipe Pa­checo. Os ensinamentos
brasileira no Campeonato Sul-Americano de 1999. Apesar de
não entrar n’água nos dias de prova, já que estava escalado
como primeiro reserva, contribuí com a equipe nos treina-
mentos e fui barqueiro no dia da competição. Tornei-me o
único sulista com título internacional neste esporte.
Muitas pessoas me perguntam como alcancei um grau tão
refinado como pes­cador submarino. A respos­ta é sempre a
mesma: humildade para aprender. Eu perseguia os atletas
mais ex­pe­rientes. Tive muitos pro­fes­sores e de cada um pude
tirar proveito, aperfeiçoando-me sempre. Pa­
ra citar alguns
dos meus mes­tres, re­laciono: Francisco Cyrillo e Afonso Cor-
rêa, Antônio e Ma­rio Germano Donner Pirajá Martins, Edison

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dos citados quase sempre


vi­
eram acompanhados de
in­formações gastronômicas.
Também pes­quei com di-
versos amigos, como Mano
Lisboa, Hamilton Vasconce­
los, Vânio de Luca, Max Ca-
pela, Tuca Barreto, Paulinho
Schaefer, Arthur Guimarães,
Sergio (Pinto) Vieira Filho,
Rico e Ronaldo Lobato, Sér­ Tive ainda a oportunidade de mergulhar com os melhores
gio Goetz, Ivan Campos, os pescadores submarinos mundiais em diversas gerações. No
irmãos Humberto “Caveira” campeonato mundial realizado em Florianópolis em 1981,
e Sandro “Polaco” Pfitzer, participei do treinamento da equipe italiana campeã daquele
Rochinha, Márcio Mendon- ano. Eu era um menino curioso no meio dos melhores. Em
ça, general Walmir Azeve- 2013, ano do meu cinquentenário, voltarei às competições.
do, Luiz Henrique Boabaid No Brasil, temos competidores com mais de 60 anos man-
Neves, Galego May, Alemão dando muito bem. É o caso do meu amigo paulista Geoges
Sheer, Walmor, os tios Luís e Louis Martens, que está há mais de 30 anos competindo e
Fubá Alves de Souza Carli- sempre entre os primeiros.
nhos Maes, Franzé e tantos Quando completei 18 anos, prestei meu primeiro vestibu-
outros. lar. Minha mãe estava grávida da caçula Maria Luiza, e não

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Com mestres Januário e Paulo
Guinle no sul da Bahia (p. 14) e
na Ilha do Arvoredo, em 1977

passei. Fui mais feliz nas outras três tentativas e cheguei a


completar alguns semestres em Processamento de Dados na
Furb em Blumenau e Economia na UFSC, em Florianópolis.
Apesar de todo o esforço por parte de meu pai, não teve jeito.
Meu negócio era pescar.
Eu já estava então com 24 anos e foi nesta época que
comecei a cozinhar para amigos com um pouco mais de
serieda­de. Passei a preparar pequenos jantares e a ganhar
uns tro­cados. Eu estava fazendo clientela e conciliava a pes-
ca com a gastronomia. Tinha uma consultora culinária em
casa: minha mãe Nazaré, a melhor cozinheira que conheci.
Ela fazia de tudo. Muitas vezes, reproduzia receitas de uma
coleção de cinco volumes intitulada Alegria de Cozinhar, da
qual uma das autoras é Helena Sangirardi. Era uma apresen-
tadora de um programa de TV famosa no Rio de Janeiro da tros familiares sempre che-
década de 1960. gava um momento em que
A receita do bacalhau extraída de um desses volumes está o assunto era gastronomia.
entre um dos pratos “oficiais” das festas da nossa família. Assisti muitas vezes às mi-
Também não consigo esquecer o gosto fantástico das tar- nhas tias Alba Lúcia, Rose,
tarugas e da paca assada que ela preparava. Sempre que Dirce, Tereza e minha mãe
tenho dúvidas, recorro a ela. Para minha felicidade, nasci em trocando receitas. Nestas
uma família de ótimas cozinheiras. Lembro que nos encon- casas existem cadernos

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com centenas de receitas rio Rocha, que estava acompanhado pelo empresário Paulo
que eu desejo muito. Agrício Freitas. Pediram para que eu coletasse algumas viei-
Em 1984, eu estava pes- ras para eles. Assim o fiz e ali nasceu uma amizade que dura
cando na Ilha do Arvoredo e até hoje. Passei a fazer parte da equipe e muitas vezes fomos
parou uma lancha grande ao pescar na Ilha da Deserta de helicóptero. Com o Paulo tive a
lado de nossa baleeira. Era oportunidade de visitar a floresta amazônica e Porto Seguro
uma equipe de pescadores. (BA), que naquele ano era desconhecida. Arraial d’Ajuda (BA)
Quem me chamou foi Rogé- era uma ruela. Eu era um menino que andava em helicópte-
ros, turbo-hélice e jatinho por conta dessa amizade.
Em 1986, fui convidado pelo Paulo para trabalhar como
mergulhador em um projeto em Piedade (PE). Eu, Betão Oli-
veira, de Florianópolis, e mergulhadores daquela região ex-
plorávamos um naufrágio, retirando faianças portugueses e
louças inglesas do século XIX de uma embarcação chamada
Alfama de Lisboa. Hoje, parte dessa coleção está no Espaço
Cultural da Marinha no Rio de Janeiro. Considero Paulo Frei-
tas um dos precursores da arqueologia subaquática no País.
Voltei para Florianópolis no mesmo ano. Iniciei outra ati-
vidade que exerço até hoje, o mergulho comercial. Trabalhei
muito em reflutuações de embarcações e aeronaves, constru-
ções de rampas, pontes e outros. Aos 26 anos, fui convidado
de última hora para participar de uma brincadeira batizada de

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Com Paulo Freitas em Belém
do Pará (p. 16); faianças do
naufrágio do Alfama de Lisboa

e até foi “mordido” por uma


delas. Lembro de vê-lo com
a vieira pendurada no dedo
dizendo: “Estão vivas, es-
tão vivas, que fantástico!”.
1º Concurso Gastronômico da Praia do Santinho, promovida Minha tia trouxe a carne de
pela amiga Bia Bauer, filha da fantástica gourmet Rute Bauer. siri, berbigão, camarões e
A família Bauer tem conhecimento e entendimento avançado outros ingredientes. Tam-
de culinária e gastronomia. Sabem tudo de verdade! bém foi me ensinando a re-
Eu estava na casa dos meus tios Toninho e Celeste Pirajá ceita, instruindo e fazendo o
e fui convidado para o concurso na véspera de sua realiza- prato.
ção. Minha tia, que é grande amiga e contraparente de dona Apresentamos o prato a
Rute, foi a promotora – e muito mais – de minha participação. um corpo de jurados de pe­
Ela sugeriu que eu reproduzisse uma receita ensinada por so: Jorge e Paulo Bornhau-
um amigo designer de interiores e marchand chamado Aldo sen, um americano que era
Domingues. Tratava-se da salada de frutos do mar. No dia do representante da Dis­
ney
concurso, acordei às 5h e fui para a Ilha do Arvoredo. Captu- no Brasil e o saudoso colu-
rei lagostas, vieiras, mexilhões e garoupa. nista social Beto Stodieck.
Cheguei à casa dos Bauer com uma caixa cheia de frutos Ganhamos o concurso e
do mar vivos. Foi aí que conheci um dos meus maiores in- guardo o troféu até hoje. É
centivadores: Paulo Konder Bornhausen, conhecido carinho- um prato de porcelana com
samente como PKB. Ele ficou impressionado com as vieiras o desenho de um chapéu

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do PKB para fazer parte como sócio-fundador do Clube dos


Gourmets de Florianópolis. Aceitei de pronto! O clube iniciou
com 30 sócios-fundadores, que se reuniam a cada dois me-
ses. O estatuto determinava que, para entrarem novos mem-
bros, somente com o desligamento de um dos fundadores.
Foi meu primeiro contato com a alta gastronomia. Dr. Pau-
lo trazia chefs de renome, apresentava produtos e elaborava
verdadeiros banquetes. Foi mais do que uma escola. Perma-
de cozinheiro. Os amigos neci no clube por dois anos e só saí porque fui morar nos
Edison Arlindo e Antonio Estados Unidos. Minha vaga foi ocupada pelo dr. Luiz Fer-
Catão ficaram nas posições nando de Vicenzi, que é o atual presidente da entidade. Dr.
subsequentes. Foi tudo uma Paulo foi o homem que me incentivou a seguir carreira profis-
brin­
cadeira, mas conheço sional na gastronomia. Naquele tempo, ele dizia para eu me
poucos concursos de gas- profissionalizar na área e que seria a profissão do futuro. Ele
tronomia profissionais reali- não só deu um azimute como mudou a gastronomia da ilha,
zados com a seriedade des- valo­ri­zan­do, promovendo e modernizando os restaurantes da
te. Para comemorar, tivemos região. No clube fiz amigos como Beto Barreiros, dono do
o prazer de provar um ines- famoso Box 32, que está sempre me dando boas dicas.
quecível espaguete com Aproveitei o conselho e trabalhei como gerente em um clu-
ovas de capelin orquestra- be noturno do amigo Ricardo Lobato chamado KZ7 e no fa-
do pelo PKB. Um mês de- moso restaurante Estaleiro Arataca. Neste último, do também
pois, recebi um telefonema amigo André Boabaid, conheci um dos melhores cozinheiros

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A bordo do megaiate Southerly (p. 18);
no sul da Bahia com Luís Fernando
Lisboa e pescadores da região

de Florianópolis, o chef Gordo. Aprendi muito com ele. Acho mos em abril de 2002 rumo
que se hoje corto cebola e outros temperos tão rápido é por a Saint Thomas, no Caribe,
causa da inveja que sentia ao vê-lo manusear uma faca. e depois cruzamos o Atlân-
Nos Estados Unidos, trabalhei em um estaleiro famoso cha- tico em direção ao Mediter-
mado Bradford Marine. Meu chefe era Jairo Martins, que é um râneo. O luxuoso vaso tinha
grande irmão de alma. Nos finais de semana, pescava com 12 tripulantes para atender
o Fabio Hansen. Capturávamos badejos, pargos e lagostas. 12 convidados. Todo deco-
Era uma festa. Depois o Jairo me convidou para ser segun- rado com telas raras e tape-
do mecânico em uma megaiate de 150 pés, o Southerly. Saí- tes persas da melhor qua-
lidade. A chef de cozinha
preparava banquetes todos
os dias e eu estava sempre
por perto, absorvendo muito
conhecimento.
Certa vez tive que ir para
a cozinha. O barco foi loca-
do a um famoso banqueiro
e empresário libanês natu-
ralizado brasileiro. Eles que-
riam comer feijão e a chef
de bordo, apesar de forma-
da em duas escolas inter-

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nacionais, não tinha muita aos boxes até nos dias de treino. Estive bem próximo de to-
intimidade com este produ- dos os corredores. Também estivemos no festival de Cannes
to. Expliquei como nós, bra- e lá estava eu dentro do Hotel Carlton, perto de Sharon Stone
sileiros, preparamos nosso e Michael Douglas, que representavam o filme Instinto Sel-
indispensável prato e foi vagem. Nessa viagem conheci toda a Riviera francesa – de
tudo muito bem resolvido. Toulon a Menton –, costa italiana mediterrânea, Sardenha,
Com o barco no Medi- Córsega, ilhas gregas e Turquia. Me considero um sujeito de
terrâneo tive a chance de sorte e, quanto mais trabalho, mais sorte eu tenho.
conhecer lugares glamou- Voltei, depois de quase dois anos fora do país, com a ideia
rosos. Ficamos três meses de abrir meu próprio negócio. Com o amigo Arosni Hass Fi-
em Mônaco, onde pude lho, inauguramos o restaurante Capitão & Narbal e, um ano
acompanhar o Grande Prê- depois, já tínhamos filial na praia da Lagoinha.
mio de Montecarlo de Fór- Foram dois anos de sucesso, mas não
mula 1 e assistir Airton tinha jeito: meu negócio ainda era
Senna ganhá-lo de pescaria. Eu persegui a fórmula
forma brilhante. O para poder pescar e cozinhar,
nosso barco es- mas naquela época não foi pos-
tava atracado em sível. Fechamos o restaurante
um dos melhores em plena ascendência.
lugares da marina O marco deste ano de 1994 foi
de Montecarlo e tí- o nascimento de minha primeira
nhamos acesso livre filha, Victória. Pouco tempo depois,

NARBAL CORRÊA
21
Victória (p. 20);
marina e restaurante
Porto Conceição

ardo de Portugal e mais tar-


de o sócio José Peixe para
auxiliá-lo. Após 15 anos, o
Barracuda tem outro pro-
prietário e continua sendo
um dos restaurantes mais
sólidos de Florianópolis.
arrendei com os amigos Amauri Schimidt e Djalma Faraco Minha saída deu-se pelo
uma marina e restaurante na Lagoa da Conceição – mesmo mesmo motivo que fechei
bairro do Capitão & Narbal –, que batizamos de Porto Concei- meu primeiro restaurante:
ção. Fizemos uma temporada de sucesso, porém com baixo a pesca. Eu queria pescar.
retorno financeiro. Na primeira oportunidade vendemos o ne- Lembro que em 1998 fui con-
gócio. No entanto, deixou raízes. Minha cozinheira e a caixa vidado pelo maior pescador
deste restaurante associaram-se para montar o Lagoa Orien- subaquático brasileiro dos
tal. Comandado por Rose e Emilia, o sólido negócio funciona últimos tempos, Paulo Sér-
no mesmo local há mais de 15 anos. gio Nasser Pacheco, para
Em 1997, fui convidado pelo português Jaime Cohen para auxiliá-lo no Campeonato
elaborar o cardápio e comandar a cozinha de um novo restau- Mundial de Pesca Subaquá-
rante. Em dezembro, inauguramos o Barracuda Grill, na La- tica em Zadar, na Croácia.
goa da Conceição. Jaime foi o meu grande mestre na arte de Pedi férias no Barracuda
administrar. Veio com a bagagem de 15 anos como dono do e fui mergulhar durante 35
restaurante Simba Safari, de São Paulo. Trouxe o irmão Edu- dias nas águas azuis e frias

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do Mar Adriático. Paulo Sér-


gio ficou com honrosa oitava
colocação. Voltei das férias
e só resisti poucos meses
no restaurante. Devo muito
ao amigo Jaime. Desta vez,
fiquei exercendo a pesca
como atividade principal por
três anos.
Em 2001, dei consulto- o Celso, que é muito competente como empresário da área
ria para a montagem de imobiliária e ensino, não teve como manter o restaurante.
um restaurante chamado Vender foi a solução.
Atlantis. Os proprietários Tão logo terminou meu contrato com o Atlantis, iniciei com
eram Jaime Cohen e Celso Marcelo Moura e Alexandre Viana um projeto pioneiro no
Raimundo. Fiz um contrato Brasil. Trata-se do Projeto de Arqueologia Subaquática. Dez
ridículo, cujo final coinci- anos antes, Alexandre havia descoberto um naufrágio e guar-
dia com a inauguração da dou o segredo até mostrar uma foto para Moura e para mim.
casa. Até hoje me arrepen- Na imagem, ele segurava uma garoupa e a seu lado havia o
do. Montei a cozinha mais que pareciam ser vasos de cerâmica. Fizemos uma socieda-
moderna da cidade e não de na qual cada um tinha a sua função: a do Alexandre era
fiquei para fazê-la crescer. localizar o local exato do sinistro; a do Moura, a logística; e,
Jaime saiu da sociedade e a mim, coube elaborar projetos e captar fundos. Recebemos

NARBAL CORRÊA
23
Campeonato Mundial de Pesca
Subaquática na Croácia (p. 22);
Maria Esperanza

o primeiro incentivo do visionário Voltando ao projeto de


Fernando Marcondes de Mattos. arqueologia, em 2004
Ele foi o primeiro incentivador recebemos a segunda
do nosso projeto e ajuda até licença, denominada
os dias de hoje. fase de exploração.
Em 2002, obtivemos da Agora podíamos re-
Marinha do Brasil a autoriza- cuperar os artefatos
ção para pesquisa. Eu estava perdidos há 300 anos.
no sul da Bahia pescando, pois O governador Luiz Henri-
fui em dois invernos para aquele que da Silveira viu as peças
estado em busca de águas claras, ba- que resgatamos e abraçou
dejos, dentões e lagostas, e tive que voltar para iniciar o pro- nossa causa, financiando
jeto. Para me manter eu pescava, realizava alguns eventos essa fase. O promotor des-
gastronômicos e trabalhava como mergulhador comercial. sa aliança foi o amigo Wil-
Foi uma etapa dura na minha vida. fredo Gomes. Ele, Fernando
No mesmo ano, a mãe de Victória me ligou e disse: “Nar- Marcondes de Mattos e Luiz
bal, quero outro filho e gostaria que ele tivesse o mesmo pai Henrique da Silveira podem
da primeira”. Respondi: “OK, estou indo aí”. Quatro meses ser considerados os pais
depois, Luciana estava percorrendo o Caminho de Santiago da arqueologia subaquática
e me ligou da Espanha dizendo: “Acabei de fazer um teste em Santa Catarina e no Bra-
de farmácia e tudo indica que estou carregando seu filho na sil. Conseguiram enxergar
barriga”. Maria Esperanza nasceu em maio de 2003. além do nosso tempo.

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Em 2006, recebi um con-


vite irrecusável: participar da
regata Eldorado Brasilis. A
competição sempre foi reali-
zada entre a cidade de Vitó-
ria e a ilha de Trindade (ES),
a mais distante do território
nacional, a 630 milhas náuti-
cas (1160 km) do continente
– o que equivale a um terço
do caminho para a África. O
convite foi feito pelo amigo
Paulo Garmatter, proprietá-
rio do veleiro Axé.
Foi um sonho realizado.
Fui lá só para mergulhar,
pois não gosto de velei-
ros. Meu negócio é lancha.
Gosto de saber o horário de
partida e chegada. Em um
veleiro, são muitas variáveis
que impedem esta estimati-

NARBAL CORRÊA
Botija no naufrágio dos Ingleses (p. 24);
25
ensinando alunos do
curso de Nutrição da UFSC

va. Ficamos 14 dias no mar, sendo que dois na ilha. Foi ma-
ravilhoso e prometi que um dia voltaria. Dois anos depois, o
comandante Paulo me chamou para outra aventura. Levar o
Axé para Sint Maarten, no Caribe. Me apresentei à tripulação
em Recife e navegamos por um mês até nosso destino final.
Cheguei a Sint Maarten e desembarquei para morar no barco
de um amigo de infância Levy (Koy) Meirelles, pois resolvi
permanecer naquela ilha. Percebi que poderia aprimorar o
meu fraco inglês.
Tinha dois trabalhos naquela ilha. Nos primeiros seis me- ma (2012). Tive muitos chefs
ses, atuei como mergulhador comercial, trabalhando na reflu- assistentes que trabalharam
tuação do antigo porto, soçobrado por conta do furacão Luiz, comigo. Registro Solange
em 1995. Nos sete meses restantes, trabalhei em um viveiro Mendes, chef Toninho Fer-
de lagostas e na montagem de uma peixaria. Obtive sucesso nandes, Josi Figueiredo e
nas duas empreitadas e até hoje recebo convites para retor- Wanda. Já assinei mais de
nar àquele paraíso. Também pescava e cozinhava nas horas mil eventos no Brasil e exte-
de folga e ainda ganhava dinheiro elaborando eventos para rior. Almoços, jantares, brun-
turistas brasileiros. ches, coquetéis em terra e
Atuei também como con­sultor gastronômico e nos últi- no mar. Perdi a conta…
mos dez anos montei diversos estabelecimentos. Nomeio Minha mais recente gran-
alguns: O Pescador (2000), Atlantis (2001), Ville d’Hossegor de aventura ocorreu em
(2005), Don Kiliano (2010), Santo Graal (2011), La Serenissi- abril de 2012. O amigo Luís

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u DO ARPÃO AO GARFO ≡

26

me con­
vidou pa­ e, apesar de não ter posses, sou
ra uma viagem às muito rico. No dia 3 de março de
ilhas da Trindade 2012 nasceu Sara, fruto de mi-
e de Martin Vaz nha união com Mariana von der
(ES), com direito Hayde Rupp. Quem poderia ser
a passada sobre os mais feliz do que eu?
famosos bancos de Vi- Atualmente, sou sócio com Fábio Lu-
tória. Foi o meu retorno à ciano de um restaurante na praia dos Ingleses,
Trindade e a primeira visita em Florianópolis, chamado Recanto dos Brunidores. Apesar
à Martin Vaz. Foi a viagem de ter somente dois anos, já é considerado um dos melhores
dos sonhos. Além de pescar restaurantes de frutos do mar do Brasil. Eu e Fábio – que é
em águas translúcidas, en- filho de João Luciano, meu companheiro de pesca no passa-
contrei um naufrágio muito do – pescamos ouriços, mexilhões, peixes, lagostas, vieiras,
antigo, assisti à desova de limpamos e vendemos. Além disso, compramos produtos e a
tartarugas e conheci novos aquisição é feita com um rigor total: apenas matéria-prima de
amigos. Tenho muita sorte excelente qualidade.

NARBAL CORRÊA
27
Mariana e Sara;
Recanto dos Brunidores (p. 26);
com vieiras na Ilha das Aranhas

cerca de 5 mil anos. Além


deste sítio arqueológico, há
um centro de visitação com
os artefatos recuperados de
um naufrágio de 1687. É a
mais antiga coleção de ar-
tefatos vindos da Europa lo-
calizada em Santa Catarina.
Uma verdadeira relíquia.
Acho que nesta introdu-
ção apresento um pouco do
que fiz e do que sou. Como
é possível notar, sempre es-
Contamos com viveiro de lagostas, cavaquinhas e vieiras. tive entre arpões e panelas.
As ostras que utilizamos são adquiridas da Moluskus, consi- Espero que o livro inspire
deradas as melhores do País. Só que tem um detalhe: rece- cozinheiros e contribua de
bemos as ostras e as mantemos em quarentena nas águas alguma forma para a gas-
oceânicas da praia dos Ingleses. Assim, conseguimos ter a tronomia, pois muito do
melhor das melhores. Também com­pramos produtos de ami- que aprendi foi por meio de
gos mergulhadores e de pescadores artesanais da praia. meus erros em uma ciranda
No local é possível ver pedras marcadas (brunidas) em de tentativas até o êxito.
uma oficina lítica dos autóctones que viveram no local há Bom apetite!

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u AQUISIÇÃO, LIMPEZA E PRÉ-PREPARO ≡

28

NARBAL CORRÊA
Aquisição, 29
limpeza e
pré-preparo

Os primeiros pratos comercializados na Lagoa da Conceição – bairro tradicional de Floria-


nópolis – foram caldo de peixe, caldo de camarões e sequência de camarões. Posteriormente,
esses pratos passaram a ser oferecidos por diversos restaurantes em toda a ilha e litoral con-
tinental dos arredores. No final do século XX, houve uma revolução na cu­linária local com a
in­trodução das ostras e mexilhões cultivados nas águas abrigadas da região. Presenciei todos
os momentos citados acima. Conheci os frutos do mar pescando, limpando e os cozinhando.
Aprendi na fonte. O que pretendo transmitir são as receitas que aprendi, criei ou modifiquei na
minha trajetória em frente ao fogão.
Repassar os conhecimentos e segredos da cozinha de Florianópolis é uma maneira de
perpetuar a tradição nascida da união de culturas indígenas e europeia há mais de 250 anos.
Os frutos do mar e da terra contribuem em grande escala na evolução culinária da Ilha. Neste
capítulo divido os conhecimentos acumulados nos últimos 30 anos referentes à identificação,
aquisição, limpeza, armazenamento, pré-preparo e preparo de frutos do mar. Os produtos são
da região Sul do Brasil e o bacalhau, norueguês.
Os sulistas são privilegiados quando o assunto é qualidade dos frutos do mar. Considero a
nossa posição geográfica o principal fator por Santa Catarina ser apontada por chefs brasilei-
ros como o estado com os melhores frutos do mar. Penso que a ocorrência de ilhas e parcéis
rochosos, água fria, baías calmas e ausência de coral resultam em garoupas gordas e sabo-
rosas e crustáceos incomparáveis. Lembro de ter trabalhado com garoupas pescadas no Rio
Grande do Sul. São peixes que vi­vem em parcéis e enfrentam tempestades. Como pre­cisam
ficar sempre em movimento, são magros e com baixo índice de gordura. Sua carne é mais
dura e não tem o sabor da nossa garoupa. Onde tem gordu­ra, tem sabor.

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u AQUISIÇÃO, LIMPEZA E PRÉ-PREPARO ≡

30

AQUISIÇÃO
Peixes
Chegou a hora de comprar Peixes in natura têm regras bem definidas. Escamas e
frutos do mar. E agora? olhos devem estar brilhantes. As guelras devem ter coloração
Tentarei transmitir meus vermelho vivo. Não tenha vergonha de cheirá-lo. Peixes pos-
40 anos de intimidade suem odor característico de mar, mas, quando estão “pas-
com peixes, moluscos e sados”, o cheiro forte torna-se semelhante para todas as es-
crustáceos, apresentando pécies. Não se impressione se você for a uma peixaria e ver
fórmulas básicas e dicas peixes da mesma espécie com colorações diversas. Serraní-
para adquirir frutos do mar deos como a garoupa têm mimetismo e normalmente assu-
com segurança. mem a coloração do local onde foram capturados. Exemplo:
garoupas que morrem na areia geralmente são mais claras;
em tocas, chegam nas peixarias mais escuras. O fator colora-
ção não deverá ser considerado na hora da compra.
Peixes cortados em postas e filés: estes cortes devem es-
tar sempre com leve odor de mar, firmes e levemente úmidos.
Se sentir uma película gelatinosa na superfície, rejeite-os.
Peixes congelados: Prefiro sempre os frutos do mar fres-
cos, porém não condeno os congelados. Os métodos e téc-
nicas modernas de congelamento muitas vezes mantêm a
qualidade original dos frutos do mar. No caso dos peixes,
prefiro adquirir um peixe que tenha sido congelado logo após
a captura a um que tenha ficado o dia inteiro em exposição
em um balcão de uma peixaria.

NARBAL CORRÊA
31
TECNOLOGIA DO PESCADO
Características organolépticas do peixe fresco e peixe avariado:

Itens Peixe Fresco Peixe Avariado


Cheiro Leve e agradável. Cheiro de capim aquático ou Forte, desagradável, ácido, amoniacal ou pútrido
às vezes de barro para peixe de água doce
Aparência Geral Luzente, metálica com reflexo. Superfície de Fosco, sem brilho e sem reflexo
corpo lisa
Corpo Rígido, arqueado Mole
Consistência Firme e elástica, à pressão dos dedos não deixa Mole, à pressão dos dedos deixa marcas
marcas
Carne Firme, branca ou rosa, com reflexo marcante, Friável, músculos bordados de azul ou de
elástica amarelo
Secreção Não há Presente e viscosas
Escamas Bem aderentes à pele, brilhante Levantadas, afastando-se facilmente ao contato
Pele Rosa, bem estendida, colorida Com rugas, descolorada, rasgável
Olho Claro, brilhante, convexo, transparente, sem Vidroso, apaco, côncava, com manchas nas íris
manchas na íris, ocupando completamente as
órbitas
Opérculo Aderente, sem manchas Levantado, com manchas vermelho-pardas
principalmente no lado interno.
Brânquias Róseas ou vermelhas, úmidas e brilhantes com Cinzentas ou cor de chumbo, secas
odor suave
Barriga Normal, sem manchas, com relativo brilho Mole ou deformada, às vezes inchada com
metálico manchas ou listras azul escuras, esverdeadas.
Ânus Hermeticamente fechado Aberto e quase sempre proeminente
Vísceras Rasas, limpas, luzentes, perfeitamente Deprimidas ou inchadas, cor de vinho, peritônio
diferenciadas, peritônio aderente frágil
Costelas e Coluna Aderentes, não podem ser separadas da caixa Levantadas, separam-se facilmente dos
Vertebral toráxica nem dos músculos músculos
Fonte: http://www.agridata.mg.gov.br/pescado.htm

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u AQUISIÇÃO, LIMPEZA E PRÉ-PREPARO ≡

32
Como retirar o filé

1 2

Faça um corte no sentido transversal Corte contornando a espinha central


na parte posterior da cabeça

3 4

Separe o filé com a faca Filé separado

5 6

Passe a faca rente à pele para separá- Filé e pele


la do filé
PEIXES E APLICAÇÕES

garoupa | badejo | pijirica tainha | enchova linguado atum | dourado | olhete


• assado • bolinho • brasa • assado • brasa • caldo • assado • cru • cru • frito • grelhado
• caldo • cru • ensopado • cru • ensopado • frito • grelhado
• frito • grelhado • moqueca • frito • grelhado

NARBAL CORRÊA
33
Abrindo um linguado para recheá-lo

1 2

LONQUEAR
Para o gaúcho, lonquear
significa raspar o pêlo
Faça um corte longitudinal sobre a Abra e vá cortando, orientando-se do cavalo. Aqui, usamos
espinha central pelas espinhas para o ato de remover

3 4
a pele do peixe. Basta
extrair as nadadeiras,
segurar no rabo do peixe
e ir cortando até retirar
todas as escamas.
Repita o procedimento do outro lado Com muito cuidado, descolar a
espinha central por baixo

5 6

Soltar a espinha central nas duas O peixe está pronto para ser
extremidades para retirá-la recheado

peixe-espada | marimbau sardinhas | manjuvas papa-terra | galo sargo | paru


• cru • frito • grelhado • assado • conserva • cru • frito • assado • brasa • caldo
• cru • frito • ensopado • frito
• grelhado • moqueca

A COZINHA DO BOM PESCADOR


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34

Camarões e outros crustáceos PORQUE O CAMARÃO


De acordo com estudos arqueológicos, crustáceos são É VERMELHO?
consumidos desde a pré-história. Os habitantes da Grécia e O responsável pela cor
Roma antigas tinham acesso e aproveitaram a grande varie- vermelha dos camarões é o
dade de camarões originários dessas regiões. Apicius, au- pigmento conhecido como
tor do suposto primeiro livro de receitas (De Re Coquinaria), astaxantina. A maioria das
criou várias receitas com o crustáceo e publicou em sua obra. espécies de camarões
No Brasil, o consumo desse fruto do mar foi identificado necessita ser cozida para
desde a chegada de portugueses e espanhóis. Potiguaras é o que os tons avermelhados
termo tupi que identifica os indígenas que habitavam o litoral se revelem. A substância
do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, quan- é produzida por algas que
do os primeiros europeus por lá passaram. A tradução para transmitem a coloração por
potiguaras é “comedores de camarões”. Hoje a corruptela meio da cadeia alimentar.
“potiguar” designa os nascidos ou residentes do Rio Grande A cor da carne do salmão
do Norte. Estatísticas apontam Santa Catarina como o estado e dos flamingos ocorre em
mais piscoso do país. A pesca do camarão contribui significa- razão do referido pigmento.
tivamente para esses dados. Basicamente são consumidos
e comercializados camarões provenientes do mar, lagoas e
tanques de cultivo (carcinicultura). Camarões de água doce
são capturados em pequena escala.

NARBAL CORRÊA
AQUISIÇÃO DO PRODUTO
35
A tabela seguinte foi elaborada para estabelecer noções
básicas sobre espécies, aplicações das espécies de camarões
comercializadas no estado de Santa Catarina e outras informações.

Nome popular – ocorrência Peças p/kg Aplicações Características


Rosa – pescado por meio de 10 ou mais Pratos em que o sabor, cor Cor rosada in natura e bem
arrasto industrial. Habita a costa e tamanho do camarão são vermelha depois de cozido. É o
oceânica e é capturado entre 20 e destacados. Ex.: empratados, mais apreciado e caro camarão
60m de profundidade moquecas, ornamentação e da costa brasileira. Produto de
acompanhamento de pratos exportação
com peixe, risotos e outras
Branco ou legítimo – a captura é 20 ou mais Pratos em que o sabor e o Cor branca in natura com algumas
basicamente feita por pescadores tamanho do camarão são manchas azuis e levemente rosada
artesanais em baías e entorno com destacados. Ex.: empanados, depois de cozido. Sabor muito
redes de espera. Em menor escala, moquecas, ensopados, molho apreciado
é capturado por meio de arrasto para massas, risotos
Perereca – por ter as mesmas 20 ou mais Pratos em que o sabor e o Cor branca in natura com algumas
características que o branco, é tamanho do camarão são manchas azuis, cauda mais escura
confundido com o mesmo. A destacados. Ex.: empanados, que o branco e levemente rosada
diferença básica é que a resistência moquecas, ensopados, depois de cozido. Sabor muito
do branco depois de capturado é molho para massas, risotos. apreciado. Pela semelhança, é
maior Semelhante ao branco normalmente vendido misturado ao
branco
Laguna - as famosas lagoas do sul 50 ou mais Pratos em que o sabor e o Cor cinza in natura e bem vermelha
do estado transformam-se durante tamanho do camarão são depois de cozido. Um dos
a noite, parecendo uma metrópole destacados. Ex.: moquecas, camarões mais saborosos do país
iluminada. É o resultado dos molhos, croquetes, bolinhos,
apetrechos utilizados na pesca do empanados, alho e oleo,
camarão. As armadilhas necessitam vapor, saladas, recheio de
de luz para atrai-lo pastéis e massas, sopas,
caldos, risotos, coquilles
Cativeiro 50 ou mais As mesmas do laguna Semelhante ao laguna, mas com
sabor inferior

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u AQUISIÇÃO, LIMPEZA E PRÉ-PREPARO ≡

36
1 2

LIMPEZA E Faça uma incisão nas costas do Retire o intestino (se houver ovas, veja
APROVEITAMENTO camarão página ao lado antes de continuar) u

O estado de Santa Catarina 3 4


sempre foi conhecido pela
grande reserva de frutos
do mar. O pensamento
mundial até metade do
século passado era que Passe a cola por dentro do Puxe a cola até ela ter passado inteira
os estoques marinhos orifício

nunca acabariam. Hoje 5


sabemos que esses estoques são finitos e várias
espécies estão extintas ou em risco de extinção.
O que os orientais praticam há mais de um
século atualmente é fundamental para nossa
sustentabilidade: aproveitamento total. No caso do
camarão, tudo pode ser aproveitado. A cabeça é
o principal ingrediente para
sopas. As cascas podem ser
utilizadas para confecção de
farinha. Veja como limpar e
aproveitar camarões.
Inteiro, descabeçado, colinha e miolo Corte conhecido como borboleta

NARBAL CORRÊA
37

Como retirar as ovas

1 2

Limpando
Identifique as ovas (parte de fora) e o
intestino (dentro)
Retire as ovas e o intestino
com casca

3 4

Separe as ovas do intestino Intestino, ovas e cola 1 Espete um palito nas costas
do camarão, sob o intestino

Ova crua e frita 2 Puxe o palito para retirar o


intestino

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u AQUISIÇÃO, LIMPEZA E PRÉ-PREPARO ≡

38
CONSERVAÇÃO
Utilizar camarões vivos em uma receita é o caminho mais METABISULFITO DE
curto para obter sucesso em uma operação culinária. Na SÓDIO (So2)
publicação A Cozinha de Paul Bocuse* há somente cinco A frota de pesca industrial
linhas – em 620 páginas – dedicadas a camarões. e a carcinicultura usam o
A transcrição destas linhas está abaixo: conservante metabisulfito
de sódio, conhecido pelos
Os camarões devem ser cozidos vivos, de preferência na água pescadores como sulfito
do mar; na falta desta, o cozimento também pode ser feito ou pó, para preservar
com água bem salgada, à razão de 30g de sal marinho por crustáceos. Quando a
litro, 1 raminho de tomilho, 1 folha de louro e 10g de pimenta aplicação do produto
moída. Mergulhar os camarões dentro do caldo fervente ocorre na proporção
durante 3 minutos, escorrê-los e deixar esfriar. Os camarões correta, as alterações
descascados servem para guarnecer peixes e molhos. provocadas no fruto do mar
são menos impactantes.
Considerando que nem sempre é possível ter esse Sua presença é observada
crustáceo fresco, descrevemos a seguir técnicas seguras principalmente no camarão
para conservar camarões, preservando suas propriedades rosa e no de cativeiro tipo
organolépticas. exportação, mas pode ser
encontrado no branco. O
CAMARÕES FRESCOS camarão com metasulfito
A maneira mais segura de manter camarões que serão de sódio apresenta a casca
preparados nos próximos três dias é lavando-os, mantendo- áspera, manchas brancas e
os em água gelada e gelo dentro da geladeira. Deve-se coloração opaca. No caso
trocar a água pelo menos uma vez por dia. da pesca do camarão rosa,
somente a produção dos
últimos dias de pesca não
* Paul Bocuse está para a cozinha como Pelé para o futebol. Considerado o
contém química.
“chef de cozinha do século XX”, é um dos pais da Nouvelle Cousine.

NARBAL CORRÊA
39
DESCONGELAMENTO
CONGELANDO CAMARÕES O livro O Que Eistein
Existem três maneiras de congelar camarões com Disse a Seu Cozinheiro,
segurança. Recomenda-se limpá-los antes de proceder os do químico Robert L.
métodos da tabela abaixo: Wolke, defende como

Processo Descrição Características maneira mais rápida a


IQF Colocar os camarões separados u Ocupa menos espaço colocação do produto
(Individually em uma bandeja e pulverizar água u Descongela mais a ser descongelado
Quick gelada sobre eles, levando-os ao rápido
sobre uma superfície de
Frozen) freezer e repetindo a operação
alumínio grosso, pois a
algumas vezes até formar uma
camada fina de gelo em volta. Outra condutividade deste metal
alternativa é mergulhar os camarões é maior do que em outro
em água gelada e levá-los ao freezer ambiente. Um processo
para formar a película de gelo.
prático e seguro é transferir
Após esse procedimento, colocá-lo
o camarão do freezer
em um saco plástico e guardar no
freezer. À temperatura de -18 graus para a geladeira com 24
os camarões estarão seguros por até horas de antecedência.
um ano, mas não é recomendado O descongelamento em
deixá-los por tanto tempo
água corrente também é
Bloco Processo simples, consiste em u Ocupa mais espaço
aceitável e relativamente
colocar os camarões em uma u Processo de
vasilha ou saco plástico e envolvê- descongelamento rápido, porém deve-se
la totalmente com água. Levar ao mais demorado manter o produto em um
freezer para congelar saco plástico para que não
Vácuo Maneira de congelar alimentos u Descongelamento
haja contato direto com a
colocando-os em um saco plático rápido
água. Não é aconselhável
e retirando todo o ar de dentro, u Ocupa pouco
evitando o crescimento microbiano. espaço no freezer descongelar alimentos com
Existem bombas manuais para água quente ou no micro-
realizar esse processo ondas.

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u AQUISIÇÃO, LIMPEZA E PRÉ-PREPARO ≡

40

Como retirar as ovas de lagostins

Lagostins são captura- 1 2


dos por meio da pesca in-
dustrial junto com o cama-
rão rosa. Possuem ovas de
cor azul fosforecente.
Separe a cabeça da cauda Cauda com ovas

3 4 5

Retire cuidadosamente as ovas Ovas retiradas Quebre a casca com as mãos e


com uma faca separe a carapaça da carne

6 7 8

Carne separada da carapaça Faça um cortre longitudinal nas Retire as vísceras


costas

NARBAL CORRÊA
41

Preparando lagostas para grelhar

Lagosta cavaquinho inteira

1 2

Faça um corte longitudinal e divida a Lagosta cortada ao meio


lagosta em duas partes

3 4

Retire as vísceras com uma faca Pronta para grelhar e outras


aplicações

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u AQUISIÇÃO, LIMPEZA E PRÉ-PREPARO ≡

42
1

Siris Faça uma abertura na parte inferior


do siri

Ocorrem em abun- 2
dância em todo o litoral do
estado. Na região de Lagu-
na são famosos os da lagoa
de Imaruí, região tradicional
de producão da carne do Separe o carapaça do corpo

crustáceo.

3 4

Carapaça e corpo separados Retire os pulmões com uma faca

5 6

Retire as patas Corte o peito ao meio

NARBAL CORRÊA
Caranguejo ermitão

43

PATINHAS DE
CARANGUEJO
Tatuíras
As famosas patinhas As tatuíras ocorrem en-
de caranguejo de terradas na beira das praias
Santa Catarina são e em baixa profundidade.
providenciadas por São um referencial para
pescadores artesanais locais sem poluição. Em
da região de Cabeçudas áreas poluídas, são as pri-
(Itajaí). É uma atividade sustentável, uma vez que eles meiras a desaparecer. Veja
capturam o caranguejo com armadilhas ou manualmente e como descascá-las:
retiram somente uma de suas patas, liberando o animal para
criar um novo braço. 1

Quem é quem

Para identificar o
sexo do siri, olhe sua
parte posterior – a
fêmea (abaixo) tem o 2
abdômen mais largo

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u AQUISIÇÃO, LIMPEZA E PRÉ-PREPARO ≡

44

Polvos
Este octópode, conside-
rado um dos animais mais
inteligentes da natureza, é
motivo de dor de cabeça
para os cozinheiros. Tornar
seus tentáculos macios é clusão que existem diferenças na preparação de polvos de
tarefa que, muitas vezes, outras regiões. Outra informação importante é que o polvo
leva-se anos para dominar. obrigatoriamente tem que ser congelado ou gelado por um
Até conseguir amaciar meu período mínimo antes de ir à panela. Polvo que sai do mar
primeiro polvo, tentei recei- e vai direto para a panela não fica macio – pelo menos não
tas locais, italianas, gregas aprendi como.
e outras. Acho que alcancei Na hora da compra, o polvo deve apresentar uma cor viva
o grau que pretendia neste brilhante, a textura dos tentáculos deve ser firme e o cheiro,
procedimento. sutil de mar. Peça para o vendedor limpar o interior da cabeça
Antes de transmiti-lo, po- do polvo e congele antes de prepará-lo. O tamanho ideal de
rém, faço uma observação: polvo do litoral sul é entre 1,5kg e 3kg. Para alcançar a textura
a receita para amaciá-lo que perfeita, ele perde aproximadamente 70% do peso original.
ensino é aplicada para os Este método de amaciamento que transmito não serve para
polvos pescados na região sushi. Neste prato, o polvo cozinha pouco e é cortado em
Sul do país. Cheguei à con- lâminas finas, que facilitam a mastigação.

NARBAL CORRÊA
45

Parte posterior
do polvo
Retirando as ovas

1 2 3

Lave o polvo em água corrente, Faça um corte ao redor da boca do Com a mão, vire a cabeça do polvo
removendo toda a areia das ventosas polvo e arranque-a do avesso

4 5 6

Localize a ova (parte branca) Retire a ova e descarte as vísceras e Ova de polvo
demais órgãos

7 8 9

Faça uma incisão na película que Raspe com uma faca separando a Película e ova
envolve a ova película da ova

A COZINHA DO BOM PESCADOR


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46 Ovas (juvenis)
Tentáculos

Boca (deve ser


Saco de tinta
retirada ao limpar)

Casca interna ou pena

Lulas
As lulas aproximam-se da costa sul-brasileira na tempora-
da de verão e é possível capturá-las até o início do outono.
Este é o único período do ano em que você poderá adquirir
lulas frescas. Nesta época, compre-as inteiras. A fina membra-
na que envolve o corpo da lula deverá estar intacta e brilhante.
Peça para o fornecedor limpá-las. Fora da temporada (novem-
bro a abril), você só as encontrará congeladas. As lulas con-
geladas devem ser compradas limpas.

Lula inteira Aproveitamento da lula após limpeza

NARBAL CORRÊA
47

Berbigões
1 Estes bivalves são encon-
trados em águas abrigadas
de baías – geralmente com
solo lodoso – e lagoas com
água salobra. Conhecidos
Separe as conchas da ostra com uma co­
mo vôngoles, na maioria

Ostras
faca das vezes são aplicados em
2 massas e preparados com as
Ostras frescas estão cascas.
sempre bem fechadas e Quando descascados, são
guardam água em seu inte- utlizados em pastéis, omele-
rior. Para armazená-las, co- tes e ensopados, entre outras
loque-as com a parte côn- Vá cortando até encontrar o músculo receitas. Devem estar bem fe-
cava para baixo para que a adutor chados. Descarte as conchas
água não vaze. Podem ser 3 abertas. Lave muito bem em
conservadas na geladeira água corrente e posterior-
por até cinco dias. Procure mente deixe de molho por
sempre ostras cultivadas alguns minutos em água sal-
nas baías próximas ao mar gada (1 colher de sopa de sal
aberto. Ostra aberta por litro de água fresca).

A COZINHA DO BOM PESCADOR


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48

Mariscos
A regra geral para aqui-
sição de mariscos é que
estes devem estar sempre
bem fechados e pesados.
Como eles conservam água
em seu interior para sobre-
vivência, se estão abertos
e leves denunciam a morte.
Quando mortos, não cozi-
nham devidamente, sendo
que sua carne fica grudada
à casca.
Muitas vezes o marisco
está fechados, porém leve.
Isso significa que está ma-
gro. Não recomendo. Quan-
do for notado corrimento
branco do interior das con-
chas é sinal de que o ma-
risco está desovando. Tam-
bém não recomendo.

NARBAL CORRÊA
49

Há diferença entre os mariscos que crescem naturalmente 1


nos costões e ilhas para os cultivados em fazendas marinhas
ou criados em baías. O marisco cultivado tem duas caracte-
rísticas principais. A primeira são as cores vermelha e branca
bem definidas. A segunda é que eles geralmente estão gor-
dos. Este fato dá-se pelo ambiente onde é criado. Normal-
mente são em baías, cujas águas são ricas em nutrientes, jus- 2
tificando o processo e manutenção da engorda do molusco.
O marisco originário do mar aberto tem tonalidade menos
viva do que os cultivados ou capturados nas águas abrigadas
das baías. Os mariscos vendidos descascados normalmente
são cultivados. Pequenas rachaduras na superfície denotam
cozimento excessivo ou descuido no processo. Não compre, 3
pois eles “esfarelam”.

* Mariscos é o termo utilizado indevidamente em Santa


Catarina para mexilhões. Em Portugal o termo mariscos
é uma das divisões de frutos do mar que compreendem
pescados (peixes) e mariscos (demais frutos do mar).

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u AQUISIÇÃO, LIMPEZA E PRÉ-PREPARO ≡

50
Ovas Prefira sempre as fres-
cas. Indico as de ro­balo,
de Peixe tainha, marimbau, lingua-
do, dourado e pescada,
porém quase todas têm
sabor apreciável.

Caramujos
Utilizo dois tipos de caramujos: os grandes e os pequenos,
conhecidos no sul do Brasil como buzo. 1 Separe-as na divisão

1 2

Cozinhe-o e espete a carne com o Retire a carne totalmente do caramujo 2 Corte-as no sentido
auxílio de um garfo longitudinal

3 4

Retire o fel Caramujo limpo 3 Raspe com a faca para


separar a ova da membrana

NARBAL CORRÊA
51

Ouriço
negro e verde

Ouriços do Mar
Os ouriços do mar apre- 1
sentam gônadas chamadas
erroneamente de ovas ou
uni (japonês). Utilizo-as cru-
as ou em patês.
Segure-o com uma toalha e, com
uma faca de ostra, vá pontilhando-o

2 3

Ouriço aberto Lave-o com água salgada (ou do mar)


e retire as vísceras (parte escura)

Crus, limpos e prontos


Gônadas retiradas para preparação de para o consumo, com
patê e molhos conhaque e nata fresca

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡

Vieira Servida na Concha Lacrada


com Massa Folhada (acima) e Vieira
à Romeu e Julieta – Peixe com
Beterraba Caramelizada (ao lado)
Receitas 53
u RECEITAS ≡ ENTRADAS FRIAS

54

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Buzo com u 2 buzos cozidos por


50 minutos em água
Limpe os buzos, mantendo
somente a parte branca.
Molho de fervente Salgue-os levemente.

Garapa u 50ml de caldo de cana


(garapa)
Cozinhe o caldo de cana
com o molho de soja até
u 50ml de molho de soja começar a formar um
u sal xarope. Coloque o xarope
u cebolinha verde no fundo da concha,
mergulhe o buzo nele e
guarneça com cebolinha
picada.

NARBAL CORRÊA
55

MODO DE PREPARO

Buzo com Cozinhe o buzo por 50


minutos em água fervente
Saquê Morno Extraia a carne da concha e
a limpe, retirando o fel.
INGREDIENTES Faça uma calda mole
u 2 buzos com saquê e açúcar.
u 3 colheres (sopa) Recoloque a carne
de saquê na concha e
u 1 colher (sopa) cubra com a
de açúcar calda. Polvilhe
u 1 cebolinha cebolinha
verde picada.

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS FRIAS

56

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Canapé de u 6 torradas preparadas na


hora
Coloque a mistura das
ovas e o sal em uma
Botarga e u 6 colheres (café) de ovas peneira para escorrer por

Ovas de u
frescas de lagostim
1 colher do sopa de nata
30 minutos. Enquanto as
ovas desidratam, torre
Lagostim fresca rodelas de pão de forma
u 1 colher (café) de sal até que estejam douradas
u 6 fatias finas de botarga e crocantes. Misture a nata
sem pele com o limão levemente
u 1 colher (café) de sal fino até formar um creme
u 1 colher (café) de sumo homogêneo. Monte o
de limão siciliano canapé na seguinte ordem:
u 1 ponta de um ramo de torrada, botarga, creme
tomilho e ovas. Guarneça com
tomilho.

Prato criado
por ocasião das
Olimpíadas de Londres
2012, com as as cores
do pavilhão nacional

NARBAL CORRÊA
57

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS FRIAS

58

MODO DE PREPARO

Ceviche Tempere as ostras com


uma colher (café) de sumo
de Ostra de limão. Cubra-as com a
salsa, cebola, pimenta e
INGREDIENTES o gengibre. Coloque um
u 6 ostras abertas cruas, pouco de caviar sobre cada
na casca sem a parte ostra, regue com o azeite e
superior (tampa) sirva.
u sumo de um limão
u 12 tiras de gengibre em
conserva
u 3 pimentas biquinho
cortadas ao meio
u 2 minicebolas em
conserva bem picadas
u 1 colher (sopa) de salsa
picada
u azeite
u 6 colheres (café) de
caviar de tapioca

NARBAL CORRÊA
59

Marisco à Vinagrete
INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 300 g de mariscos Coloque os mariscos
cozidos e descascados nas conchas. Misture os
u Cascas de mariscos ingredientes restantes
u 1 colher (sopa) de cebola para criar o vinagrete.
bem picada Coloque uma colher (chá)
u 1 colher (café) de de vinagrete por marisco e
pimentão verde bem sirva.
picado
u 1 colher (café) de alho
bem picado
u 1 colher (sopa) de tomate
sem pele e sementes
picado
u 1 colher (sopa) de
vinagre de alcool
u 1 colher (café) de sal
u 1 colher (café) de
pimenta dedo-de-moça
bem picada
u 3 colheres (sopa) de
azeite

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS FRIAS

60

INGREDIENTES

Ostras ao Patê de u 100g de ovas de ouriços


negros
Natural Ovas de u 1 colher (café) de cebola

INGREDIENTES
Ouriços u
bem picada
50g de manteiga
u 6 ostras abertas Negros clarificada*
u 100g de nata fresca
MODO DE PREPARO u 5 folhas de manjericão
Coloque as ostras em um picadas
prato sobre cama de gelo, u 1 colher (café) de açafrão
guarneça com limão e da terra de boa qualidade
sirva. (amarelo claro)
u 1 colher (café) de sal

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
61

Dicas do Chef
1. Pode-se substituir as ovas de
ouriços por ovas de polvo, lulas,
camarões ou peixe
2. Quente, é recheio de
panquecas
3. Acrescido de pequenos cubos
MODO DE PREPARO (bronoise) de batata inglesa,
Aqueça uma frigideira antiaderente e coloque manteiga e doce, baroa ou pinhão, é recheio
de peixes assados
cebola. Quando a cebola começar a dourar, acrescente
4. Com mais creme de leite,
as ovas. Mantenha no fogo, mexendo com uma colher
pode ser utilizado como
de plástico por três minutos. Incorpore os ingredientes molho para massas ou
restantes, prove o sal, retire a frigideira do fogo e deixe o acompanhamento de peixes
patê resfriar. Sirva com torradas ou pão francês. grelhados

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡

62

Salada
de Frutos
do Mar
63
À tia Maria Celeste Pirajá Martins, por compartilhar
comigo esta e muitas outras receitas

INGREDIENTES MODO DE PREPARO


u 1kg de camarões médios cozidos e Coloque os frutos do mar, aspargos
descascados cortados em bastões de aproximadamente
u ½kg de mexilhões cozidos e 3cm, cogumelos, ovos de codorna, peras
descascados e alface sobre panos de pratos para que
u ½kg de carne de siri temperada com fiquem bem secos. Salgue levemente os
sumo frutos do mar e os ovos de codorna. Em
de limão uma saladeira (de preferência de vidro
u ½kg de cauda de lagosta descascada, transparente), distribua os ingredientes na
cozida e cortada em cubos seguinte ordem: alface, mexilhões, aspargo,
u 12 vieiras cozidas (opcional) carne de siri, cogumelos, ostras, lagosta
u 200gr de aspargo (opcional), vieiras (opcional), pêras, ovos de
u 1 vidro de cogumelos (pequenos) em codorna e camarões. Sobre a última camada
conserva espalhe o molho preparado previamente.
u 1 caixa de ovos de codorna cozidos, Rale sobre o molho os ovos de galinha no
descascados e cortados ao meio ralador grosso e decore com ramos de salsa
u 2 pêras com consistência firme em volta do prato.
descascadas, cortadas no formato de
batata frita e temperadas com limão
para não escurecer Dicas do Chef
u 1 pé de alface americana 1. O segredo deste prato é que
os ingredientes devem estar
u molho rosé*
bem secos
2. Como é um prato muito
trabalhoso, aconselho que inicie
a preparação com um dia de
antecedência
* ver Receitas Básicas à p. 112

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS FRIAS

64
Ao amigo Ricardo Bornhausen,
que me apresentou parte da receita

Tartar de Peixe com


Caviar de Tapioca
INGREDIENTES Caviar de Tapioca
u 200gr de peixe branco ou INGREDIENTES
atum cortado em cubos u 100g de tapioca ou sagu redondas e peneiradas
de 3mm u 200ml de shoyu
u 5 colheres (sopa) de u 1 colher (café) de molho de pimenta (Tabasco ou similar)
azeite u 1 colher (sopa) de azeite
u 1 morango cortado em u Sal a gosto
cubos de 3mm
u 1 colher (café) de salsa MODO DE PREPARO
u ½ colher (café) de Ferver um litro de água e colocar a tapioca para cozinhar,
pimenta do reino moída em pequena ebulição, até ele ficar transparente, mas com o
na hora interior ainda branco. Isso leva mais ou menos sete minutos.
u 1 colher (café) de sal Peneirar e lavar bem em água corrente, para retirar toda
a gosma que envolve as bolinhas. Colocar numa vasilha,
MODO DE PREPARO cobrir com molho de soja e deixar na geladeira durante
Misture todos os 24 horas. O molho de soja vai se incorporar à tapioca,
ingredientes e coloque em formando bolinhas pretas e salgadas, parecidas com caviar.
um aro de 7cm. Cubra com Depois, é só temperar com sal, tabasco e azeite.
uma camada fina de caviar
de tapioca. Decore com
salsa picada, pimenta rosa,
redução de shoyu e azeite.

NARBAL CORRÊA
65
u RECEITAS ≡ ENTRADAS QUENTES

66

Banana INGREDIENTES
u banana verde
MODO DE PREPARO
Frite separadamente em
Chips com descascada e cortada óleo quente as bananas,

Creme u
em lâminas de 2mm
1 colher (sopa) de nata
algas e ovas. Quando as
bananas e algas estiverem
de Nata fresca crocantes, seque-as em

e Limão u 1 colher (café) de sumo


de limão siciliano
papel-toalha. As ovas
devem somente trocar de
Siciliano, u ovas de camarões cor: do verde para o laranja

Ova de u algas verdes tipo wakame


(que se descobrem nas
intenso. Salgue as bananas
e as ovas. Misture a nata
Camarão e marés baixas em costas com o limão. Monte na

Alga Fritas u
oceânicas)
sal
seguinte ordem: bananas
chips, creme com limão,
u óleo para fritar ovas e algas.
67

Canoa de batata-baroa
com nata e limão
galego, botarga
e manjericão
frito MODO DE PREPARO
INGREDIENTES Corte a batata-baroa em
u 2 batatas-baroas fatias longitudinais. As duas
pequenas cozidas em batatas devem render oito
água e sal fatias. Misture a nata com
u 8 fatias de botarga de o sumo de limão. Frite
2mm as folhas de manjericão.
u 1 colher (sopa) de nata Quando estiverem
fresca crocantes, escorra-as em
u 1 colher (café) de sumo papel-toalha. Monte na
de limão galego seguinte ordem: batata,
u 8 folhas de manjericão creme, botarga e a folha de
u óleo para fritar manjericão.

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS QUENTES

68

Bolinhos de Aipim
Recheados com Camarões
INGREDIENTES
u 200g de camarões descascados, limpos e cortados em
Bolinhos de
pequenos pedaços Bacalhau
u 1 colher (sopa) de refogado*
u 1 colher (café) de manjericão picado INGREDIENTES
u 1 colher (café) de azeite u 400g de batata
u 1 colher (café) de sal u 500g de bacalhau
u 300g de aipim cozido, amassado e temperado u 1 cebola média picada
com 1 colher (café) de sal u 2 colheres (sopa) de
u 1 litro de óleo para fritar salsa picada
u 2 dentes de alhos
MODO DE PREPARO picados
Leve o azeite, o refogado e os camarões a uma caçarola u 1 e ½ colher (sopa) de
e deixe cozinhando até obter uma massa consistente. amido de milho
Tempere com sal e manjericão. Esfrie na geladeira. Abra a u 4 ovos inteiros
massa de aipim, formando rodelas de 8cm de circunferência u sal, pimenta-do-reino
e 4mm de espessura. Coloque uma colher (café) da massa moída e noz moscada a
de camarões no centro e feche-as formando bolinhos. Frite- gosto
os em óleo quente até dourar. Sirva com limão cortado em u óleo para fritar
gomos. Também pode ser elaborado com lagosta, peixe,
polvo ou outro fruto do mar de sua preferência

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
69

MODO DE PREPARO
Cozinhe as batatas com
casca, descasque e passe-
as pelo processador.
Cozinhe o bacalhau, retire
a pele e as espinhas e
Bolinhos de Garoupa
esfregue-o muito bem em INGREDIENTES
um pano limpo e grosso até u 500g de carne da cabeça e aparas de garoupa
ficar bastante desfiado. Em u 200g de aipim cozido e amassado
uma tigela, junte a batata u 100g de refogado*
espremida, o bacalhau, u 1 colher (café) de sal
a cebola, salsa, o alho, u 1 colher (sobremesa) de alfavaca picada
o amido de milho, sal, u ½ colher (café) de pimenta-do-reino moída na hora
pimenta e a noz moscada. u 1 colher (sopa) de azeite
Acrescente os ovos um a u 1 litro de óleo para fritar
um, misturando a massa
até tomar uma consistência MODO DE PREPARO
homogênea. Molde os Misture todos os ingredientes até formar uma massa que
bolinhos com a ajuda de possa ser manipulada para fazer bolinhos. Se necessário,
duas colheres (sopa) e frite- coloque mais aipim. Faça bolinhas pequenas e frite-as em
os em óleo bem quente. óleo quente até dourar. Sirva com limão cortado em gomos.

* ver Receitas Básicas à p. 112

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS QUENTES

70

Camarões
à Milanesa
INGREDIENTES
u 150g de camarão
Camarões ao Alho e Óleo
descascado com cola INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 1 colher (chá) de alho u 300g de camarões sem Leve uma frigideira ao
bem picado cascas e limpos fogo com o óleo, aqueça e
u 1 colher (chá) de u 1 colher (sopa) de alho acrescente os camarões.
manjericão picado bem picado Quando os camarões
u 1 colher (café) de sal u 1 colher (sopa) de alho trocarem de cor, junte o
u pimenta moída na hora crocante* alho picado e mexa por
u farinha de trigo u 1 colher (café) de sal dois minutos. Tempere com
u farinha de rosca u 1 colher (café) de o sal e pimenta e adicione
temperada com sal pimenta-do-reino moída o azeite. Mantenha por
u 1 ovo batido na hora mais um minuto. Retire do
u óleo para fritar u 1 colher (sobremesa) de fogo e distribua a salsa e
salsa picada o alho crocante sobre os
MODO DE PREPARO u 2 colheres (sopa) de óleo camarões. Guarneça com
Tempere os camarões de soja limões.
com alho, manjericão, sal u 3 colheres de sopa de
e pimenta. Empane-os na azeite
seguinte ordem: trigo, ovo
e rosca. Frite-os até dourar.
Sirva com molho golf.
* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
71

Camarões MODO DE PREPARO


Colocar os camarões em
ao Bafo uma peneira e mergulhá-los
em água fervente. Quando
INGREDIENTES os camarões estiverem
u 180g de camarão trocando de cor, levante
descascado com cola a peneira e termine o
u 1 litro de água fervente cozimento no vapor com a
salgada com 2 colheres panela tampada. Guarneça
(sopa) de sal com gomos de limões.

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS QUENTES

72

INGREDIENTES
u

u
1kg de camarões inteiros
½ litro de água
Croquetinhos de Camarões
u 200g de refogado* MODO DE PREPARO
u 1 colher (sopa) de extrato Descasque os camarões e pique-os. Coloque as cascas em
de tomate uma panela com água e ferva por cinco minutos. Reserve
u 1 colher (sopa) de a água e descarte as cascas. Em uma caçarola, coloque o
salsinha e cebolinha refogado, uma colher (sopa) de azeite, extrato de tomates
verde picadas e os camarões. Cozinhe por cinco minutos. Acrescente o
u 4 colheres (sopa) de pão em migalhas e a água do cozimento das cascas de
azeite camarões. Quando ferver, vá incluindo aos poucos a farinha
u 1 colher (sobremesa) de de trigo, a pimenta e o azeite restantes. Esse processo é o
sal mais importante, pois cozinhar bem a farinha é fundamental.
u 1 colher (sopa) de molho A massa estará no ponto quando formar uma crosta no
de pimenta fundo da panela e estiver bem consistente. Para testá-la,
u 200g a 300g de farinha separe uma pequena quantidade, esfriando-a e colocando
de trigo entre os dedos. Não deverá grudar. Espere esfriar para
u 2 pães hidratados moldar os croquetinhos. Passe na farinha de rosca e frite-
em leite, escorridos, os em óleo quente até que fiquem com coloração marrom
prensados e em escura. Sirva com limão cortado em gomos.
migalhas
u farinha de rosca
u 1 litro de óleo para fritar
* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
73

Casquinha
de Siri
INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 1kg de carne de siri Leve o azeite e o refogado em uma caçarola ao fogo.
u 200 g de refogado* Cozinhe por dois minutos. Acrescente a carne de siri e
u 1 colher (café) de sal cozinhe por mais três minutos. Tempere com sal, pimenta-
u 1 colher de sobremesa do-reino e salsinha. Retire do fogo e espere esfriar um
de salsinha picada pouco. Recheie as casquinhas e passe-as no ovo e na
u ½ colher (café) de farinha de rosca. Frite-as em óleo quente até dourar. Sirva
pimenta-do-reino moída com limão cortado em gomos.
na hora
u 1colher (sopa) de azeite
u 10 cascas de siri
u 1 ovo batido e temperado
com 1 colher (café) de
sal
u farinha de rosca
u óleo para fritar

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS QUENTES

74

Minibatatas Recheadas
com Bacalhau, Ovo de
Codorna
e Azeitona
Líquida
INGREDIENTES
u 200g de bacalhau
dessalgado
u 10 minibatatas cozidas
em água e sal
u 5 ovos de codorna MODO DE PREPARO
cozidos e cortados ao Cozinhe o bacalhau e as batatas na mesma água. Retire-os
meio sem a gema após 15 minutos de fervura. Desfie o bacalhau, descartando
u 100g de refogado* pele e espinhas. Leve o bacalhau em uma frigideira em fogo
u 10 azeitonas liquidas* alto com uma colher (sopa) de azeite e o refogado. Tempere
u 1g de sal com sal e pimenta. Após três minutos, junte a salsa e retire
u ½g de pimenta-do-reino do fogo. Corte uma pequena “tampa” no fundo das batatas
moída na hora para que elas não rolem nos pratos. Na outra extremidade,
u 1 colher (café) de faça uma abertura no centro com um boleador. Recheie-
salsinha picada as com o bacalhau refogado. Para tapar o orifício, coloque
u azeite meia clara cozida e no lugar da gema preencha com
u ramos de salsa azeitona líquida. Regue tudo com azeite e guarneça com
ramos de salsa.
* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
75

MODO DE PREPARO

Ostras Extraia as ostras e reserve as cascas. Aqueça uma panela


e coloque a manteiga e a cebola. Quando a cebola ficar
Gratinadas transparente, acrescente as ostras e cozinhe por cinco
minutos. Tempere com sal e pimenta e junte a nata. Cozinhe
INGREDIENTES mais dois minutos e retire do fogo. Recheie as cascas com
u 4 ostras abertas as ostras e cubra com queijo. Leve ao forno ou gratinador.
u 1 colher (sopa)
de manteiga
u 1 colher de sobremesa
de cebola picada
u 100g de nata
u 1 colher (café) de sal
u 1 colher (chá) de salsa
picada
u 100g de queijo parmesão
ralado

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS QUENTES

76
Ao dr. Paulo Konder Bornhausen,
pela criatividade do prato

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Panquecas u 50g de patê de ovas de


tainha
Retire o patê do freezer e
aqueça-o em uma frigideira.
PKB de u 1 panqueca de espinafre* Descongele a massa

Ovas de u 1 colher (sopa) de


manteiga clarificada*
de panqueca no micro-
ondas por 30 segundos
Tainha u 1 colher de chá de salsa ou até que fique aquecida.
picada Recheie a panqueca com o
u pimenta moída na hora patê quente e guarneça-o
u sal com a manteiga clarificada
temperada com sal e
pimenta. Polvilhe a salsa
sobre a manteiga.

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
77
Ao amigo Wilfredo Gomes,
que me inspirou a fritar as
patinhas que ele grelhava

Patinhas de
Camarões
Fritas
INGREDIENTES
u patinhas de camarões
u alho picado
u pimenta do reino ou
calabresa sem sementes
e picada
u sal
u farinha de trigo
u manjericão
u óleo para fritar

MODO DE PREPARO
Tempere as patinhas com
alho, sal e pimenta. Passe-
as na farinha de trigo e
frite em óleo bem quente.
Quando dourar, retire-as e
sirva com limão.
u RECEITAS ≡

78
79

Polvo com Pimentões Coloridos


INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 200g de polvo amaciado* Junte o polvo, o refogado,
cortado em cubos pimentões, pimenta e
u 2 colheres de refogado manjericão no azeite.
u ½ xícara de tiras de Quando ferver, salgue e
pimentões coloridos leve a um prato. Distribua
u 1 pimenta dedo-de-moça o alho por cima do polvo,
cortada em tiras decore com ramos de salsa
u 1 colher (chá) de sal e sirva com pão francês.
u 3 colheres de azeite
u 10 folhas de manjericão
picadas
u 1 colher (sobremesa) de
alho crocante*
u ramos de salsa

* ver Receitas Básicas à p. 112

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ ENTRADAS QUENTES

80
A João Paulo
e Linda Freitas

MODO DE PREPARO
Cozinhe a beterraba
com água e açúcar
em uma panela até
criar uma calda. Quando
atingir uma calda fina, leve

Vieira Romeu e Julieta à geladeira e mantenha


até gelar. Retire as vieiras
INGREDIENTES da água, seque-as e
u 1 vieira fresca e limpa corte cada uma em três
u 1 beterraba cortada em ou quatro rodelas em
cubos e cozida formato de moeda. Corte
u 2 copos de água a mesma quantidade de
u 1 colher (café) de azeite peixe branco em forma de
trufado filés. Mergulhe os filés na
u 30gr de peixe branco calda de beterraba por dez
(robalo ou linguado) minutos. Retire os filés e
u 1 colher (sopa) empilhe-os intercalados
de açúcar com as vieiras para que
u flor de sal formem uma pequena
u 1 colher (café) torre. Tempere com flor de
de melado sal e regue com o melado.

NARBAL CORRÊA
81
Vieira Servida na Concha
Lacrada com Massa Folhada
INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 1 vieira fresca e limpa Faça uma cama com as
com coral na concha ervas no fundo de uma
u 1 colher (café) de flor de casca de vieira. Coloque a
sal vieira por cima e acrescente
u 1 colher de manteiga manteiga, azeita, metade
clarificada* amolecida da flor de sal e pimenta.
u ½ pitada de pimenta Feche a concha com a
branca outra metade. Passe ovo
u 1 colhar de sopa de ervas nas extremidades e sele
misturadas (manjericão, a concha com a massa
alecrim, tomilho e salsa) folhada. Passe mais ovo
u 2 retângulos de massa sobre a massa folhada e
folhada de cerca de 3cm salpique a flor de sal. Asse
x 15 cm por 12 a 15 minutos ou até
u 1 colher (café) de azeite a massa dourar. Abra na
trufado (opcional) mesa somente na hora de
u 1 lâmina de trufa negra comer, pois o aroma que
(opcional) sai da vieira neste momento
u 1 ovo batido faz parte do prato.

* ver Receitas Básicas à p. 112

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ CALDOS E SOPAS

82

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Caldo de u 500g de camarões


descascados e limpos
Faça um caldo com as
cabeças e cascas dos
Camarão u 3 colheres (sopa) de camarões, cozinhando-
refogado* as por 20 minutos. Coe,
u 1 litro de água reservando o caldo.
u 1 colher (sopa) de sal Descarte as cascas. Leve o
u 1 colher (sopa) de caldo e todos ingredientes
alfavaca ou manjericão restantes a uma caçarola.
picados Quando ferver, baixe o
u 1 colher (sopa) de extrato fogo e mantenha por cinco
de tomate minutos. Sirva com farinha
u 2 colheres (sopa) de de mandioca.
azeite
u 1 colher (sopa) de salsa e
cebolinha verde picadas
u 1 colher (chá) de molho
de pimenta

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
83

INGREDIENTES MODO DE PREPARO


u espinha central e cabeça Faça um caldo com a
de uma garoupa (cerca espinha e a cabeça da
de 1kg) garoupa, cozinhando-
u 300g de filé de garoupa as com a água por 20
cortados em cubos de minutos. Coe, reservando
3cm o caldo e retirando a carne
u 1 xícara de refogado* da espinha e da cabeça
u 1 litro de água da garoupa. Descarte as

Caldo de u

u
1 colher (sopa) de sal
1 colher (sopa) de
espinhas. Leve o caldo,
a carne retirada e todos
Garoupa alfavaca ou manjericão os ingredientes restantes
picado a uma caçarola. Quando
u 1 colher (sopa) de extrato ferver, baixe o fogo e
de tomate mantenha por cinco
u 2 colheres (sopa) de minutos. Sirva com farinha
azeite de mandioca.
u 1 colhe de sopa de
salsa e cebolinha verde
picadas
u 1 colher (chá) de molho
de pimenta

* ver Receitas Básicas à p. 112

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ CALDOS E SOPAS

84
Ao sr. Ivan Mattos
(in memoriam)

INGREDIENTES

Feijoada u 200g de feijão branco


lavado e em molho de 30
u 500ml de caldo de
garoupa
de Frutos minutos u 500 ml de água de

do Mar u 200g de camarões sem


casca e limpos u
camarão*
4 colheres (sopa) de
u 100g de lagostim sem azeite
casca e limpos u 4 ovos de codorna
u 100g de mexilhões cozidos e cortados ao
sem casca meio
u 100g de polvo amaciado* u Salsa picada
e cortado em cubos u 1 colher (sopa) de
u 100g de peixe cortado alfavaca ou manjericão
em cubos picado (opcional)
u 100g de ostras u 1 pitada de pimenta-do-
sem casca reino moída na hora
u 3 colheres (sopa) de u Sal
refogado
u 8 azeitonas sem caroço
u 1 folha de louro

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
85

MODO DE PREPARO
Escorra e cozinhe
o feijão no caldo
de peixe e na água
de camarão com
uma colher de
sopa de sal e louro.
Leve azeite a uma
caçarola previamente
aquecida, mantendo em
fogo forte. Após um minuto,
frite os camarões, lagostins
e o peixe rapidamente dos dois
lados. Acrescente o refogado e os frutos
do mar restantes. Junte o feijão cozido com o caldo,
azeitonas, alfavaca ou manjericão (opcional) e cozinhe por
três minutos. Corrija o sal. Leve a feijoada a uma sopeira.
Guarneça com os ovos, pimenta do reino e a salsa. Regue Dica do Chef
com uma colher (sopa) de azeite e sirva. Sugestão: decore Não há necessidade de utilizar
todos os frutos do mar. Use
com ervas frescas e cascas de lagostins.
os mais frescos disponíveis.
Berbigão descascado, carne
de siri e caranguejo podem ser
acrescentados

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ CALDOS E SOPAS

86
Aos tios Júlio (in memoriam) e Afonso, por me ensinarem a receita do prato e a pescar a matéria-prima

Sopa Leão Veloso


INGREDIENTES
u 1 litro de caldo de peixe
u 1 litro de água de camarão*
u

u
500g de peixe cortados em cubos
500g de camarões sem casca e limpos
Sopa
u 200g de mariscos descascados de Siri
u 100g de ostras sem casca
u 200g de polvo amaciado* e cortado em cubos de 10mm INGREDIENTES
u 100g de berbigão descascados u 10 siris
u 300g de arroz cozido (opcional) u 1 litro de água
u 200gr de refogado* u 1 colher (sopa) de
u 2 colheres (sopa) de alfavaca picadas refogado*
u 1 colher (sopa) de salsa u 1 colher (café) de sal
u 1colher (sopa) de sal u 1 colher (café) de
u 1 colher (café) de pimenta moída na hora pimenta moída na hora
u 3 colher (sopa) de azeite u 1 colher (sopa) de
u 10 ovos de codornas cozidos e cortados ao meio cebolinha verde picada
u 10 azeitonas verdes sem caroço u 2 colheres (sopa) de
azeite
MODO DE PREPARO
Colocar os caldos de peixe e camarão e o refogado em uma
caçarola. Quando ferver, acrescentar todos os frutos do mar,
sal e pimenta. Manter por dez minutos ou até voltar a ferver.
Acrescentar os ingredientes restantes e cozinhar por mais
dez minutos. Servir com torradas.
* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
87

MODO DE PREPARO
Separe os peitos dos siris e
corte-os ao meio. Ferva as
Sopa de Tatuíra
carapaças, pernas e garras INGREDIENTES
em uma panela por dois u 30 tatuíras sem a carapaça e lavadas em água salgada
minutos e coe. Dispense u 1 litro de água
as carapaças e reserve a u 1 colher (sopa) de refogado*
água. Coloque metade do u 1 colher (café) de sal
azeite em uma caçarola e u 1 colher (café) de pimenta moída na hora
frite os peitos de siri por u 1 colher (sopa) de cebolinha verde picada
dois minutos. Acrescente u 2 colheres (sopa) de azeite
o refogado e cozinhe por
mais dois minutos. Junte MODO DE PREPARO
a água e tempere com sal Coloque metade do azeite em uma caçarola e frite as
e pimenta. Quando ferver, tatuíras por dois minutos. Acrescente o refogado e cozinhe
retire do fogo, misture o por mais dois minutos. Junte a água e tempere com
azeite restante e salpique sal e pimenta. Quando ferver, retire do fogo e bata no
com cebolinha verde. Sirva liquidificador. Coe com pano fino e leve ao fogo em uma
com torradas. caçarola. Acrescente o azeite restante e salpique com
cebolinha verde. Sirva com torradas.

* ver Receitas Básicas à p. 112

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

88

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Arroz de u 1 cabeça de garoupa


de 1kg
Cozinhe a cabeça de
garoupa na água por
Garoupa u 2 litros de água 20 minutos. Desfie-a,
u 1 xícara de refogado* descartando peles e
u 1 colher (café) de ossos. Em uma caçarola,
alfavaca picada coloque azeite, refogado,
u 1 colher (sobremesa) o peixe desfiado, a água
de sal do cozimento da cabeça
u 1 colher (café) de da garoupa, arroz, sal
pimenta-do-reino moída e pimenta. Quando a
na hora água secar e aparecerem
u 2 xícaras de arroz pequenos buracos na
u 1 colher (sopa) de azeite superfície do arroz, retire
do fogo e tampe a panela.
Após cinco minutos,
misture a alfavaca e sirva.

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
89
u RECEITAS ≡

90
À minha avó Ida, que preparava
este prato como ninguém

Bacalhau da Família
INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 500g de bacalhau Leve uma caçarola ao fogo com água e bacalhau. Ferva por
dessalgado 15 minutos. Retire o bacalhau e o desfie, descartando peles
u 1,5 litro de água e ossos. Cozinhe as batatas por 20 minutos na água em
u 300g de batatas que que foi cozido o bacalhau. Em uma caçarola, coloque
descascadas e cortadas uma colher de sopa de azeite, o refogado, bacalhau, salsa,
em rodelas de 7mm azeitonas e uma colher (café) de sal. Refogue tudo por
u 200g de refogado* cinco minutos. Reserve. Prepare o molho branco colocando
u 300ml de leite manteiga e trigo em uma caçarola. Quando o trigo dourar,
u 1 colher (sobremesa) de acrescente aos poucos o leite, mexendo sempre para
farinha de trigo não criar grumos. Faça um creme espesso. Tempere com
u 1 colher (sopa) de uma colher (café) de sal e com a noz moscada. Em uma
manteiga travessa, coloque as batatas no fundo, o bacalhau, distribua
u ½ colher de café de noz os ovos e cubra tudo com uma fina camada de molho
moscada branco. Salpique com a farinha de rosca e doure no forno.
u 3 ovos cozidos cortados Sirva bem quente com arroz branco.
ao meio
u 12 azeitonas verdes
u 100 ml de azeite
u 1 colher (sopa) de salsa
bem picada
u 1 colher (sopa) de sal
u 2 colheres (sopa) de
farinha de rosca
* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
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u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

92

MODO DE PREPARO MODO DE PREPARO

Camarão u 300g de camarão


descascados e limpos
Cozinhe o chuchu no
caldo de camarão por 12
Ensopado u 50g de refogado* minutos. Reserve. Em uma

com Chuchu u 100g de chuchu em


esferas ou cubos de 2cm
caçarola, frite o camarão no
azeite por quatro minutos.
u 500ml de água de Acrescente os demais
camarão* ingredientes e mantenha
u 2 colheres (sopa) de por dez minutos. Sirva com
azeite arroz branco.
u 1 colher (café) de
alfavaca picada
u 1 colher (café) de
salsinha picada
u 1 colher (café) de sal
u ½ colher (café) de
pimenta-do-reino moída
na hora

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
93
u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

94

INGREDIENTES

Escondidinho u

u
100g de carne de lagostim
1 colher (sopa) de manteiga
de Lagostim u 1 colher (café) de alho picado

com Batata u

u
2 colheres (sopa) de nata fresca
2 colheres (café) de sal
Doce u ½ colher (café) de pimenta-do-reino moída na hora
u 1 batata doce cozida e triturada
u 1 colher (sopa) de queijo tipo parmesão

MODO DE PREPARO
Coloque a manteiga em uma
frigideira. Junte os lagostins e frite
por dois minutos. Acrescente alho,
batata doce, sal, pimenta e nata.
Mantenha por dois minutos. Distribua o
creme em ramequins e salpique com
queijo. Gratine em forno quente e
sirva.

NARBAL CORRÊA
95

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Garoupa u 200g de lombo de


garoupa
Pré-aqueça a pedra no
forno a 200 graus por 20
Assada u 2 colheres (sopa) de minutos. Tempere o peixe

na Pedra u
azeite
1 colher (sopa) de sal
com sal e metade do
azeite. Quando a pedra
u 1 pedra plana de 15cm x estiver quente, coloque
15cm a garoupa no centro e
mantenha no forno por 12
minutos. Retire do forno,
regue com o azeite restante
e sirva. Acompanha batatas
assadas.

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

96

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Garoupa u 200g de lombo de


garoupa
Frite rapidamente o peixe
em azeite. Leve o peixe
Ensopada u 2 colheres (sopa) de e todos ingredientes
azeite restantes a uma caçarola.
u 1 xícara de refogado Cozinhe por 15 minutos,
u 1 colher (sopa) de ou até que a água comece
alfavaca picada a secar. Sirva com pirão
u 1 xícara de caldo de d’água.
peixe
u 1 colher (café) de sal
u 1 colher (café) de
pimenta-do-reino moída
na hora

NARBAL CORRÊA
97
Garoupa Grelhada com MODO DE PREPARO
Tempere o peixe com uma
Purê de Taiá, Molho de colher (café) de sal. Em

Moqueca e Trufado uma frigideira antiaderente


aquecida, coloque o azeite
INGREDIENTES e a manteiga. Grelhe o
u 200g de lombo de garoupa lombo dos dois lados.
u 2 colheres (sopa) de azeite Retire da frigideira e
u 2 colheres (sopa) de manteiga clarificada* mantenha aquecido em
u 2 colheres (café) de sal forno baixo. Na mesma
u 200g de taiá cozido em água e sal e amassado frigideira adicione o taiá,
u 100ml de molho de moqueca* molho de moqueca e
u 1 colher (café) de azeite trufado uma colher (café) de sal.
u 1 colher (sopa) de azeite de ervas* quente Misture bem até aquecer.
Quando estiver bem quente
e pastoso, retire do fogo
e acrescente o azeite
trufado. Distribua no fundo
de um prato, coloque o
peixe grelhado por cima
e regue com azeite de
ervas quente. Guarnecer
com um ramo de alecrim e
servir.

* ver Receitas Básicas à p. 112

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

98

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Lambe- u 10 mariscos com as


cascas bem limpas
Leve uma caçarola ao fogo
com azeite, o refogado
Lambe u 100g de refogado e os mariscos. Quando
u 2 colheres (sopa) de os mariscos começarem
azeite a abrir, acrescente os
u 2 xícaras de arroz ingredientes restantes. Vá
parboilizado observando o cozimento
u 1 litro de água quente até que comecem a
(pode-se utilizar água de aparecer furinhos na
camarões* ou caldo de superfície do arroz. Apague
peixe) o fogo e tampe a panela,
u 1 colher (sobremesa) mantendo por cinco
de sal minutos. Isto evita que
u 1 colher (café) de queime o arroz. Sirva em
pimenta-do-reino moída seguida.
na hora
u 1 colher (sopa) de
alfavaca picada

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
99
u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

100

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Linguado u 1 peixe inteiro, limpo


pelas costas
Prepara o linguado para ser
recheado. Tempere o peixe
Assado u 500g de pirão de com sal. Coloque metade

Recheado u
camarão
azeite de oliva
do recheio no interior do
peixe. Ponha o peixe em
com Pirão u sal uma assadeira sobre uma

de Camarão u

u
salsinha picada
cebolas cortadas em
cama de cebolas e cubra
com 200ml de azeite de
rodelas oliva. Leve ao forno pré-
u camarões cortados à aquecido. Quando o peixe
borboleta, temperados estiver assado, retire-o do
com sal e pimenta-do- forno, coloque o restante
reino e fritos em azeite de do pirão em sua volta e
oliva (para decorar) os camarões por cima do
pirão. Polvilhe com a salsa
e sirva.

NARBAL CORRÊA
101

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

102
Aos amigos Paulo Eduardo Guinle,
que me ensinou a receita,
e Fedoca, a quem a transmiti

MODO DE PREPARO

Moqueca Mista Em uma moquequeira ou


caçarola, monte a moqueca
INGREDIENTES nessa ordem: dendê, peixe
u 200gr de garoupa em postas ou filés generosamente temperado
u 200gr de camarões descascados e limpos com sal e pimenta-do-
u 100gr de mariscos cozidos e descascados reino, camarão, cebola,
u 50gr de ostras sem casca tomates, pimentão e o leite
u 50gr de berbigão de coco. Leve ao fogo forte,
u 50gr de lulas cortadas em anéis mexendo frequentemente.
u 50gr de polvo amaciado* e cortado em cubos Quando ferver, acrescente
u 30ml de azeite de dendê os frutos do mar restantes.
u 200ml de leite de coco A moqueca estará pronta
u 1 cebola grande cortada em rodelas quando os pimentões e
u 1 pimentão médio cortado em rodelas tomates estiverem cozidos.
u 2 tomates médios cortados em rodelas Sirva com farofa de dendê*
u pimenta do reino e arroz.
u sal

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
103
u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

104

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Peixe u 200g de lombo de


garoupa ou robalo
Passe a folha sobre a
chama do fogão sem
Embrulhado u 1 ramo de tomilho queimar para amaciá-la.

em Folha de u

u
1 ramo de alecrim
1 ramo de manjericão
Coloque-a sobre uma
assadeira untada. Tempere
Bananeira u 1 ramo de salsa o peixe com sal e pimenta e
u 1 colher (sopa) de azeite arrume-o no centro da folha
u 1 colher (café) de sal de bananeira. Cubra com a
u ½ colher (café) de cenoura e os ingredientes
pimenta-do-reino moída restantes. Feche a folha
na hora como em um embrulho.
u tiras finas de cenoura Para isto, pode-se utilizar
u 1 folha de banananeira barbante ou palitos de
cortada em retângulos de bambu molhados. Asse em
20cm x 15cm forno pré-aquecido a 180
graus por 20 minutos. Sirva
embrulhado.

NARBAL CORRÊA
105

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

106
Aos irmãos Beto, Digo
e Zeco Tertschitsch

MODO DE PREPARO

Peixe Frito Tempere o peixe com


metade do sal. Frite
com Pirão as postas no óleo ou

d’Água gordura quentes. Quando


os peixes estiverem
INGREDIENTES crocantes, escorra-os
u 500g de peixe cortado sobre papel-toalha. Ferva
em postas a água e tempere com sal.
u 2 colheres (sopa) de sal Acrescente a farinha aos
u 1 litro de óleo ou gordura poucos na água, mexendo
de porco vigorosamente até formar
u 200g de farinha de um belo pirão. Salgue
mandioca com o sal restante. Sirva
u 400ml de água o peixe frito com o pirão,
u salsinha picada salpicando tudo com
u limão em gomos salsinha. Guarneça com
limão.

NARBAL CORRÊA
107
u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

108

MODO DE PREPARO

Polvo Embrulhe as batatas em


papel-alumínio e asse-as
Crocante no forno ou brasa por uma

com Batatas hora. Esquente o óleo em


uma panela e mergulhe
ao Murro os tentáculos, mantendo-
os até que as ventosas
INGREDIENTES estejam douradas. Ponha
u 3 tentáculos unidos de o azeite e o alho em
polvo amaciado* uma frigideira aquecida.
u 4 batatas pequenas Quando o alho estiver
u 4 dentes de alho bem transparente, retire do
picados fogo e adicione sal e salsa.
u 1 molho de salsa bem
picado MONTAGEM
u 50ml de azeite Retire as batatas do forno.
u 1 litro de óleo para fritar Dê um leve soco em cada
u sal grosso quebrado para uma para amassá-las.
ficar mais granulado Coloque o polvo sobre as
u papel-alumínio batatas e regue tudo com
azeite. Sirva.

* ver Receitas Básicas à p. 112

NARBAL CORRÊA
109
u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS

110

INGREDIENTES MODO DE PREPARO

Sargo u

u
1 sargo de 1kg limpo
1 pimentão cortado em
Faça cinco cortes
transversais de cada lado
Assado com tiras do sargo. Tempere com

Toucinho u

u
1 cebola cortada em tiras
100g de bacon fatiado
o sal. Preencha os cortes
com manteiga, cebola,
Defumado u 1 colher (café) de sal pimentão e bacon. Leve a
u 100g de manteiga uma assadeira e unte todo
peixe com mais manteiga.
Asse por 40 minutos. Sirva
com batatas ao murro.

NARBAL CORRÊA
u RECEITAS ≡ BÁSICAS

112

Alho Crocante mixer. Leve à geladeira. No dia seguinte,


u Alhos fatiados bem finos no sentido coloque 5ml do suco de azeitonas no banho
transversal u Óleo para fritar de alginato e mantenha por 3 minutos. Com
≡ Frite o alho em óleo a baixa temperatura o auxílio de uma colher, dê um formato
até desidratar e dourar. Tenha cuidado esférico às bolinhas. Retire do banho, lave
para não queimar. Retire-o do óleo e seque cuidadosamente em água e escorra sobre
com papel-toalha. Guarde-o envolto em um pano limpo. Junte as azeitonas líquidas
papel-toalha, dentro de um recipiente bem sem que uma encoste nas outras para não
fechado. grudar, leve à geladeira e aguarde um dia
para utilizá-las.
Azeitonas líquidas
u 500g de azeitonas verdes sem caroço Azeite Aromatizado
u 1g de xantana (pó obtido a partir da u 500ml de azeite extra virgem u cascas
fermentação do amido de milho, encontrado de limão e laranja u raminhos de tomilho,
em lojas de produtos naturais) alecrim e manjericão u 1 dente de alho
Banho de alginato u 4 pimentas do reino inteiras
u 1,5 litro de água ≡ Aqueça o óleo sem ferver. Em um
u 7,5g de alginato de sódio recipiente de vidro, coloque (pela ordem)
≡ Misture o alginato de sódio na água o azeite, cascas cítricas, verdes, alho
utilizando um mixer até que esteja e pimenta e deixe esfriar. Pode ser
dissolvido por completo. Deixe por 24 horas armazenado em geladeira.
na geladeira. Triture as azeitonas em um
mixer e coe em um pano fino apertando Cebola em Conserva
para extrair todo o suco (deve render u 3 cebolas cortadas em rodelas de 2mm
200ml). Junte a xantana ao suco, aguarde u 1 beterraba descascada e cortada ao
dez minutos e bata no liquidificador ou meio u 1 xícara de açúcar u 1 xícara de

NARBAL CORRÊA
113
vinagre de álcool u 1 litro de água Farofa de Dendê
≡ Leve todos os ingredientes em uma u 1kg de farinha de mandioca bem branca
panela ao fogo e ferva por 20 minutos. e fina u 150ml de azeite de dendê u sal
Retire a beterraba e guarde a cebola na ≡ Adicione aos poucos p azeite de dendê
água dentro da geladeira para utilizar na farinha e mexa bem até que a farofa
quando necessário. A beterraba pode adquira a cor de açafrão. Salgue e sirva.
também ser aproveitada em saladas. Pode ser aquecida em micro-ondas ou
fogão.
Água de Camarão
u cabeças lavadas de 3kg de camarões Gengibre em Conserva
frescos u 1 litro de água u 300g de gengibre descascado, cortado
≡ Coloque a água e as cabeças de em tiras bem finas u ½ colher (sopa) de
camarões em uma panela e leve ao cúrcuma amarela u 1 xícara de açúcar
fogo. Desligue três minutos após ferver. u 1 xícara de vinagre de álcool
Quando estiver morna, coe em um chinois u 2 litros de água
pressionando bem. ≡ Leve todos os ingredientes em uma
panela ao fogo e ferva por 30 minutos.
Cozimento de Polvo Armazene o gengibre na água dentro da
(amaciamento) geladeira para utilizar quando necessário.
u polvo inteiro, eviscerado e bem limpo
u água fervente suficiente para cobrir o Manteiga Clarificada
polvo u 2kg de manteiga bruta
≡ Coloque o polvo na água fervente e ≡ Aquecer a manteiga em banho-maria
mantenha por 50 minutos. Após o tempo, por 40 minutos, sem ultrapassar 60 graus,
desligue o fogo e aguarde dez minutos para escumando frequentemente para retirar a
tirar o polvo. espuma da superfície (sólidos da manteiga).

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u RECEITAS ≡

114
Após 40 minutos e toda a espuma retirada, picada u ½ pimentão picado u 3 tomates
passar lentamente a manteiga para outro picados u 1 colher (sopa) de azeite de
recipiente até aparecer um soro branco. dendê u 300ml de leite de coco u 1 colher
A manteiga e o soro são utilizados em (sopa) de sal u 1 colher (café) de pimenta-
aplicações diversas. do-reino moída na hora
≡ Colocar todos ingredientes em uma
Massa de Panqueca caçarola e ferver por dez minutos.
com Espinafre Quando esfriar, coar reservando o caldo
u 1 xícara de farinha de trigo u 1 ovo e descartando os sólidos. Pode ser
u 1 e ½ colher (sopa) de manteiga congelado.
clarificada morna u 1 xícara de leite
u 10 folhas de espinafre u 1 colher (chá) de Molho Rosé
sal u 1 colher (café) de açúcar u 200g de creme de leite ou nata fresca
≡ Reserve meia colher (sopa) de manteiga u 150g de maionese u 1 colher (sopa) de
clarificada para untar a frigideira. Bata os extrato de tomate u 2 colheres (sopa) de
ingredientes restantes no liquidificador. catchup u 1 colher (sopa) de uisque ou
Após batidos, deixar descansar na geladeira conhaque u 1 pitada de noz moscada
por 30 minutos. Decorrido este período, leve ≡ Misture todos ingredientes e conserve na
uma frigideira antiaderente untada ao fogo geladeira.
e coloque uma concha da massa. Controle
o fogo para não queimar. Vire-a de lado e Refogado
finalize o cozimento. Pode ser congelada. u 1 cebola grande (200g) bem picada
u 3 dentes de alho bem picados
Molho de moqueca u 1 pimentão verde bem picado u 3 tomates
u 1 kg de cabeça e aparas de peixe sem pele e sementes bem picados
(garoupa, sargo ou caranha) u 1 cebola u 2 colheres (sopa) de óleo de soja

NARBAL CORRÊA
115
u 2 colheres (sopa) de azeite u 1 colher
(café) de pimenta-do-reino picada na hora
u 1 colher colher (café) de sal
≡ Aquecer uma frigideira e colocar o óleo
e a cebola. Quando a cebola começar a
dourar, acrescente o alho e o pimentão.
Refogue por três minutos e adicione
o tomate. Cozinhe por 15 minutos em
fogo baixo e acrescente os ingredientes
restantes.

A COZINHA DO BOM PESCADOR


Sumário 117

u Prefácio 5 u Receitas 52
ENTRADAS FRIAS
u Do arpão ao garfo 8 Buzo com Molho de Garapa.............................54
Buzo com Saquê Morno....................................55
u Aquisição, limpeza e pré-preparo 28 Canapé de Botarga e Ovas de Lagostim..........56
Peixes.................................................................30 Ceviche de Ostra ..............................................58
Camarões e outros crustáceos.........................34 Marisco à Vinagrete...........................................59
Lagostins............................................................40 Ostras ao Natural...............................................60
Lagostas.............................................................41 Patê de Ovas de Ouriços Negros......................60
Siris....................................................................42 Salada de Frutos do Mar...................................62
Tatuíras...............................................................43 Tartar de Peixe com Caviar de Tapioca.............64
Polvos.................................................................44
Lulas...................................................................46 ENTRADAS QUENTES
Ostras.................................................................47 Banana Chips com Creme de Nata
Berbigões...........................................................47 e Limão Siciliano, Ova de Camarão
Mariscos.............................................................49 e Alga Fritas...................................................66
Caramujos..........................................................50 Canoa de batata-baroa com nata e limão
Ovas de Peixe....................................................50 galego, botarga e manjericão frito................67
Ouriços do Mar..................................................51 Bolinhos de Aipim Recheados
com Camarões..............................................68
Bolinhos de Bacalhau........................................68
Bolinhos de Garoupa.........................................69

A COZINHA DO BOM PESCADOR


u SUMÁRIO ≡

118

Camarões à Milanesa........................................70 PRATOS PRINCIPAIS


Camarões ao Alho e Óleo.................................70 Arroz de Garoupa..............................................88
Camarões ao Bafo.............................................71 Bacalhau da Família..........................................90
Croquetinhos de Camarões .............................72 Camarão Ensopado com Chuchu.....................92
Casquinha de Siri...............................................73 Escondidinho de Lagostim
Minibatatas Recheadas com Bacalhau, com Batata Doce...........................................94
Ovo de Codorna e Azeitona Líquida............74 Garoupa Assada na Pedra................................95
Ostras Gratinadas..............................................75 Garoupa Ensopada...........................................96
Panquecas PKB de Ovas de Tainha..................76 Garoupa Grelhada com Purê de Taiá,
Patinhas de Camarões Fritas.............................77 Molho de Moqueca e Trufado.......................97
Polvo com Pimentões Coloridos.......................79 Lambe-Lambe....................................................98
Vieira Romeu e Julieta.......................................80 Linguado Assado Recheado com
Vieira Servida na Concha Pirão de Camarão....................................... 100
Lacrada com Massa Folhada........................81 Moqueca Mista................................................ 102
Peixe Embrulhado em
CALDOS E SOPAS Folha de Bananeira..................................... 104
Caldo de Camarão.............................................82 Peixe Frito com Pirão d’Água......................... 106
Caldo de Garoupa.............................................83 Polvo Crocante com Batatas ao Murro.......... 108
Feijoada de Frutos do Mar................................84 Sargo Assado com Toucinho Defumado....... 110
Sopa Leão Veloso..............................................86
Sopa de Siri.......................................................86 BÁSICAS 112
Sopa de Tatuíra..................................................87

NARBAL CORRÊA
Esta obra foi composta em Swiss 11/18
e impressa em papel couché fosco 150g
pela Nova Letra em dezembro de 2012

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