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Bom Pescador
NARBAL CORRÊA
© Narbal Corrêa, 2012
FOTOS
Acervo do Autor
Alberto Goulart
Alemão Bayer
Marcos Quint
Clóvis Medeiros
DESIGN
Matraca Criações
REVISÃO E PREPARAÇÃO
Emerson Gasperin
PRODUÇÃO
Leonita Fernandes
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Infinitta Leitura
infinittaleitura@gmail.com
Dedico este livro a meu pai
e minha mãe, que sempre
me incentivaram, permitindo
que meus sonhos se
transformassem em realidade
Prefácio 5
Prefaciar um livro de qualquer tema é tarefa de muita responsabilidade, ainda que honro-
sa, e por isso mesmo quase sempre difícil de fazê-lo, por mais que tenha sido otimizada sua
leitura. Este, porém, não é o caso da primeira incursão, do primeiro ensaio na literatura gastro-
nômica deste exímio mergulhador e consagrado chef, meu querido amigo Narbal Corrêa, em
A Cozinha do Bom Pescador.
Nele narra seu passado, as peripécias, decepções, as alegrias de suas conquistas com
singeleza, com a humildade característica da sua personalidade.
No texto descreve a sua definição, depois de um exitoso mergulho de seu tio que fora “ca-
çar” os frutos do mar para serem servidos como iguarias de um almoço familiar, ocasião que
ele afirma ter passado em sua mente: “Meu destino estava traçado, seria um caçador submari-
no que sabia cozinhar”. Era apenas um menino, mas já revelava sua determinação e pertinácia,
qualidades que o tornaram um campeão da pesca submarina e um requisitado chef de cozinha.
Com minha vinda para Florianópolis de forma definitiva no ano de 1980, tive alguns encon-
tros com o Narbal, que me narrava suas pescarias e o seu gosto pela arte culinária.
Quando eu e meu filho Ricardo, depois de muitas noites de conversa e troca de ideias – ele,
que vivera anos em Paris, vendo, saboreando e estudando a culinária, tornando-se um chef
que, embora amador, cozinha diariamente e o faz de maneira maravilhosa –, inconformados
com a modesta gastronomia desta linda e esplendorosa Ilha do Desterro, resolvemos fundar
um Clube de Gourmets. Em uma audaciosa empreitada, convidamos 28 apreciadores da boa
mesa que gostassem de cozinhar e, entre os 30 componentes do clube estava, a meu convite,
o Narbal. Conheci de perto o jovem mergulhador e o incentivei a se tornar profissional, pois
levava a vantagem de, sendo mergulhador, ter à sua disposição as melhores e fresquíssimas
iguarias para ser o que é Luciano no canto da praia dos Ingleses. Os frutos do mar do
hoje, um renomado chef restaurante, do qual sou assíduo frequentador, fazem suces-
com especialidade em fru- so retumbante entre os turistas, sendo considerado os me-
tos do mar, reconhecido na- lhores do Sul do Brasil.
cional e internacionalmente. A gastronomia não conhece fronteiras. Sua língua é uni-
O que pesou para o seu versal e é tão valorizada pelos apreciadores de um sabor au-
sucesso foi a sua determi- têntico quanto pelos amantes de sabores extravagantes. Isso
nação, procurando apren- quer dizer que o sabor dita a qualidade de um prato, seja ele
der, estudar a culinária, aqui proveniente de receitas tidas como “caseiras”, por mais sim-
e no exterior, não se deixan- ples que sejam, ou as receitas mais sofisticadas. Ambas as
do abater pelos insucessos hipóteses transmitem-se por meio dos sentidos e dependem
que na vida de um profissio- muito da qualidade das iguarias. Como complementar de
nal no setor são rotineiros. muita influência, além do sabor, há a apresentação do prato
Hoje sua condição de que é servido, para aguçar o paladar de quem vai degustá-lo.
mergulhador e chef admirá- É isto que nos ensina o Narbal nos pratos servidos em
vel confunde-se e agrega-se seu restaurante, traduzidos com singeleza e harmonia nas
com a de um pesquisador receitas que apresenta em A Cozinha do Bom Pescador. Sua
dos mistérios marinhos e a simples leitura é de deixar “água na boca”. Tenho orgulho de
arqueologia aquática. ser seu incentivador, amigo e admirador.
O Narbal é o chef do Re-
canto dos Brunidores, que Paulo Konder Bornhausen
mantém com o sócio Fabio Clube dos Gourmets de Florianópolis
NARBAL CORRÊA
u DO ARPÃO AO GARFO ≡
NARBAL CORRÊA
Do arpão 9
ao garfo
Nasci em Florianópolis em 1963. Ainda criança, fui com meus pais e minhas irmãs Josiane
e Andrea morar no Rio de Janeiro, pois meu pai foi designado para auxiliar na instalação da
primeira agência do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) naquela cidade. Voltamos à
terra natal em 1966 com minha mãe grávida do Kiko, meu único irmão homem. Naquele ano,
meu pai foi convidado para assumir o cargo de assessor técnico na secretaria estadual da Fa-
zenda. O chefe dele era um homem austero a ponto de dar medo e um excelente cozinheiro.
Até o dia em que o conheci, nunca tinha visto um homem cozinhar. Foi em uma noite de uma
sexta-feira, quando me deparei com aquele homem enorme com um avental na cintura, que eu
soube que um dia seria cozinheiro. O nome do meu inspirador é Ivan Luiz de Mattos.
Para iniciar minha formação, tive total apoio da minha avó Ida, que aprendeu a cozinhar
com a sogra Albertina d’Aquino Alves de Souza, conhecida carinhosamente na família como
vó Bitoca. Eu adorava estar na cozinha da casa centenária da rua Bocaiúva, presenciando
muitas vezes a avó Ida brigando com o vendedor de camarões. Naquela época, os camarões
eram oferecidos em nossa porta e sempre transportados em cestos de vime instalados no
lombo de cavalos. Imagine todo este evento aos olhos de uma criança…
O vendedor não tinha uma balança. Os camarões eram vendidos por medida. O padrão
era uma lata de óleo quadrada de 900ml (já não fabricam mais) e o motivo das discussões era
porque o vendedor amassava a lata, artifício para ludibriar os fregueses. Por mais que discu-
tissem, no final os camarões se transformavam, por meio das mãos mágicas de minha avó,
em fantásticos croquetinhos ou preparados com chuchu ou, ainda, em molho para o talharim.
O que mais me encantava naquela cozinha era uma mesa de madeira muito lisa, onde
estava instalada uma máquina vermelha de massas. Minha primeira função em uma cozinha
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foi rodar a manivela desse casa de minha tia-avó na Lagoa da Conceição. Vi meu tio-
equipamento para produzir -avô Hamilton (Tonga) Hildebrand perguntar à esposa quan-
lasanha ou talharim. Outra tos eram os convidados. Vinte minutos depois, ele aparece
lembrança inesquecível vi- com dois badejos brancos de aproximadamente cinco quilos
nha da leiteria. Todas as noi cada. Colocou-os em cima da mesa da cozinha e foi guardar
tes colocávamos duas gar o equipamento de mergulho. Ele acabara de capturar os lin-
rafas de leite vazias na porta dos pescados na frente da casa, em uma de suas “ramadas”
de casa para, na manhã (parcel artificial feito com troncos de madeira). Fiquei me ima-
seguinte, as recolhermos ginando com um arpão na mão e a respiração presa em bus-
cheias e seladas com uma ca daqueles belos peixes. Meu destino estava traçado! Seria
tampa de rolha ou folha me- um caçador submarino que sabia cozinhar.
talizada. Oh, saudade… Minha primeira experiência com apneia ocorreu quando
Ao completar oito anos, eu tinha três meses de vida. Naquele tempo, eram novidade
fui apresentado a uma os travesseiros de plástico, por serem mais higiênicos. Me
modalidade de pesca de sufoquei com um desses e tive que ser levado às pressas a
terminante no rumo da mi- um hospital. Devo ter ficado mais de três minutos sem respi-
nha vida: a subaquática. rar. Felizmente, não traumatizou...
Em nossa família, mais de Nas férias de fim de ano, a família reunia-se na Ponta das
20 integrantes praticavam Canas. Veraneávamos na casa dos tios Júlio e Afonso. Tio
este esporte. Uma passa- Afonso e meu pai foram meus primeiros professores na arte
gem marcante aconteceu do mar. Saíamos com a baleeira Flagamar, capitaneada pelo
quando fomos almoçar na mestre Adão, para as ilhas da região: Arvoredo, Galés, De-
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Aos 15 anos (primeiro à esq.),
com Guilherme Carneiro
e turistas em Laguna
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mãos Vitor, Ricardo e Batis- pelo turno. O Jaci Ramos tinha 117 metros. O comandante
ros companheiros de pesca Outro herói, meu tio Afonso foi sócio de uma loja de es-
que não eram meus paren- portes onde se podia comprar equipamentos de pesca. Lá eu
tes. Até os 16 anos eu não consertava armas de mergulho para ganhar um dinheiro ex-
comia frutos do mar, mas já tra. Praticamente todos os pescadores submarinos recorriam
os preparava. Quando vol- a essa loja, portanto eu tinha contato com muitos deles. Tio
no quintal e assava o produ- para fazer parte da equipe catarinense para disputar um cam-
badejos brancos e tainhas. Eu era menor de idade e fui com os amigos Silvestre Ole-
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Com um mero de
50kg (p. 12) e uma
garoupa de 32 kg
gário dos Anjos e Rudi Zamoner. O coronel Silvestre, com Andrino, Aníbal, Afonso Zilli,
quem pesquei durante muitos anos, era o mais experiente Silvestre Olegário dos An-
e achou uma pedra com muitos sargos. Pescamos durante jos, Clóvis Mosterio, Taka-
todas as seis horas de prova na mesma pedra e ficamos em toshi Uyesaka, Ney Mund
terceiro lugar na competição. Foi a primeira grande emoção Filho, Ricardo “Kiki” Ganzo
da minha vida. Medalha de bronze e muitos cumprimentos Pereira, Lucas Dias da Silva,
de grandes atletas. Marcelo Moura, Marcelo e
Participei de e ganhei muitos campeonatos. Fui recordista Guilherme Rupp, Paulo Edu-
mundial de garoupa e brasileiro de outros peixes. Minha car- ardo Guinle e Paulo Sérgio
reira como atleta foi coroada com a participação na equipe Pacheco. Os ensinamentos
brasileira no Campeonato Sul-Americano de 1999. Apesar de
não entrar n’água nos dias de prova, já que estava escalado
como primeiro reserva, contribuí com a equipe nos treina-
mentos e fui barqueiro no dia da competição. Tornei-me o
único sulista com título internacional neste esporte.
Muitas pessoas me perguntam como alcancei um grau tão
refinado como pescador submarino. A resposta é sempre a
mesma: humildade para aprender. Eu perseguia os atletas
mais experientes. Tive muitos professores e de cada um pude
tirar proveito, aperfeiçoando-me sempre. Pa
ra citar alguns
dos meus mestres, relaciono: Francisco Cyrillo e Afonso Cor-
rêa, Antônio e Mario Germano Donner Pirajá Martins, Edison
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Com mestres Januário e Paulo
Guinle no sul da Bahia (p. 14) e
na Ilha do Arvoredo, em 1977
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com centenas de receitas rio Rocha, que estava acompanhado pelo empresário Paulo
que eu desejo muito. Agrício Freitas. Pediram para que eu coletasse algumas viei-
Em 1984, eu estava pes- ras para eles. Assim o fiz e ali nasceu uma amizade que dura
cando na Ilha do Arvoredo e até hoje. Passei a fazer parte da equipe e muitas vezes fomos
parou uma lancha grande ao pescar na Ilha da Deserta de helicóptero. Com o Paulo tive a
lado de nossa baleeira. Era oportunidade de visitar a floresta amazônica e Porto Seguro
uma equipe de pescadores. (BA), que naquele ano era desconhecida. Arraial d’Ajuda (BA)
Quem me chamou foi Rogé- era uma ruela. Eu era um menino que andava em helicópte-
ros, turbo-hélice e jatinho por conta dessa amizade.
Em 1986, fui convidado pelo Paulo para trabalhar como
mergulhador em um projeto em Piedade (PE). Eu, Betão Oli-
veira, de Florianópolis, e mergulhadores daquela região ex-
plorávamos um naufrágio, retirando faianças portugueses e
louças inglesas do século XIX de uma embarcação chamada
Alfama de Lisboa. Hoje, parte dessa coleção está no Espaço
Cultural da Marinha no Rio de Janeiro. Considero Paulo Frei-
tas um dos precursores da arqueologia subaquática no País.
Voltei para Florianópolis no mesmo ano. Iniciei outra ati-
vidade que exerço até hoje, o mergulho comercial. Trabalhei
muito em reflutuações de embarcações e aeronaves, constru-
ções de rampas, pontes e outros. Aos 26 anos, fui convidado
de última hora para participar de uma brincadeira batizada de
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Com Paulo Freitas em Belém
do Pará (p. 16); faianças do
naufrágio do Alfama de Lisboa
18
NARBAL CORRÊA
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A bordo do megaiate Southerly (p. 18);
no sul da Bahia com Luís Fernando
Lisboa e pescadores da região
de Florianópolis, o chef Gordo. Aprendi muito com ele. Acho mos em abril de 2002 rumo
que se hoje corto cebola e outros temperos tão rápido é por a Saint Thomas, no Caribe,
causa da inveja que sentia ao vê-lo manusear uma faca. e depois cruzamos o Atlân-
Nos Estados Unidos, trabalhei em um estaleiro famoso cha- tico em direção ao Mediter-
mado Bradford Marine. Meu chefe era Jairo Martins, que é um râneo. O luxuoso vaso tinha
grande irmão de alma. Nos finais de semana, pescava com 12 tripulantes para atender
o Fabio Hansen. Capturávamos badejos, pargos e lagostas. 12 convidados. Todo deco-
Era uma festa. Depois o Jairo me convidou para ser segun- rado com telas raras e tape-
do mecânico em uma megaiate de 150 pés, o Southerly. Saí- tes persas da melhor qua-
lidade. A chef de cozinha
preparava banquetes todos
os dias e eu estava sempre
por perto, absorvendo muito
conhecimento.
Certa vez tive que ir para
a cozinha. O barco foi loca-
do a um famoso banqueiro
e empresário libanês natu-
ralizado brasileiro. Eles que-
riam comer feijão e a chef
de bordo, apesar de forma-
da em duas escolas inter-
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nacionais, não tinha muita aos boxes até nos dias de treino. Estive bem próximo de to-
intimidade com este produ- dos os corredores. Também estivemos no festival de Cannes
to. Expliquei como nós, bra- e lá estava eu dentro do Hotel Carlton, perto de Sharon Stone
sileiros, preparamos nosso e Michael Douglas, que representavam o filme Instinto Sel-
indispensável prato e foi vagem. Nessa viagem conheci toda a Riviera francesa – de
tudo muito bem resolvido. Toulon a Menton –, costa italiana mediterrânea, Sardenha,
Com o barco no Medi- Córsega, ilhas gregas e Turquia. Me considero um sujeito de
terrâneo tive a chance de sorte e, quanto mais trabalho, mais sorte eu tenho.
conhecer lugares glamou- Voltei, depois de quase dois anos fora do país, com a ideia
rosos. Ficamos três meses de abrir meu próprio negócio. Com o amigo Arosni Hass Fi-
em Mônaco, onde pude lho, inauguramos o restaurante Capitão & Narbal e, um ano
acompanhar o Grande Prê- depois, já tínhamos filial na praia da Lagoinha.
mio de Montecarlo de Fór- Foram dois anos de sucesso, mas não
mula 1 e assistir Airton tinha jeito: meu negócio ainda era
Senna ganhá-lo de pescaria. Eu persegui a fórmula
forma brilhante. O para poder pescar e cozinhar,
nosso barco es- mas naquela época não foi pos-
tava atracado em sível. Fechamos o restaurante
um dos melhores em plena ascendência.
lugares da marina O marco deste ano de 1994 foi
de Montecarlo e tí- o nascimento de minha primeira
nhamos acesso livre filha, Victória. Pouco tempo depois,
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21
Victória (p. 20);
marina e restaurante
Porto Conceição
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Campeonato Mundial de Pesca
Subaquática na Croácia (p. 22);
Maria Esperanza
24
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Botija no naufrágio dos Ingleses (p. 24);
25
ensinando alunos do
curso de Nutrição da UFSC
va. Ficamos 14 dias no mar, sendo que dois na ilha. Foi ma-
ravilhoso e prometi que um dia voltaria. Dois anos depois, o
comandante Paulo me chamou para outra aventura. Levar o
Axé para Sint Maarten, no Caribe. Me apresentei à tripulação
em Recife e navegamos por um mês até nosso destino final.
Cheguei a Sint Maarten e desembarquei para morar no barco
de um amigo de infância Levy (Koy) Meirelles, pois resolvi
permanecer naquela ilha. Percebi que poderia aprimorar o
meu fraco inglês.
Tinha dois trabalhos naquela ilha. Nos primeiros seis me- ma (2012). Tive muitos chefs
ses, atuei como mergulhador comercial, trabalhando na reflu- assistentes que trabalharam
tuação do antigo porto, soçobrado por conta do furacão Luiz, comigo. Registro Solange
em 1995. Nos sete meses restantes, trabalhei em um viveiro Mendes, chef Toninho Fer-
de lagostas e na montagem de uma peixaria. Obtive sucesso nandes, Josi Figueiredo e
nas duas empreitadas e até hoje recebo convites para retor- Wanda. Já assinei mais de
nar àquele paraíso. Também pescava e cozinhava nas horas mil eventos no Brasil e exte-
de folga e ainda ganhava dinheiro elaborando eventos para rior. Almoços, jantares, brun-
turistas brasileiros. ches, coquetéis em terra e
Atuei também como consultor gastronômico e nos últi- no mar. Perdi a conta…
mos dez anos montei diversos estabelecimentos. Nomeio Minha mais recente gran-
alguns: O Pescador (2000), Atlantis (2001), Ville d’Hossegor de aventura ocorreu em
(2005), Don Kiliano (2010), Santo Graal (2011), La Serenissi- abril de 2012. O amigo Luís
26
me con
vidou pa e, apesar de não ter posses, sou
ra uma viagem às muito rico. No dia 3 de março de
ilhas da Trindade 2012 nasceu Sara, fruto de mi-
e de Martin Vaz nha união com Mariana von der
(ES), com direito Hayde Rupp. Quem poderia ser
a passada sobre os mais feliz do que eu?
famosos bancos de Vi- Atualmente, sou sócio com Fábio Lu-
tória. Foi o meu retorno à ciano de um restaurante na praia dos Ingleses,
Trindade e a primeira visita em Florianópolis, chamado Recanto dos Brunidores. Apesar
à Martin Vaz. Foi a viagem de ter somente dois anos, já é considerado um dos melhores
dos sonhos. Além de pescar restaurantes de frutos do mar do Brasil. Eu e Fábio – que é
em águas translúcidas, en- filho de João Luciano, meu companheiro de pesca no passa-
contrei um naufrágio muito do – pescamos ouriços, mexilhões, peixes, lagostas, vieiras,
antigo, assisti à desova de limpamos e vendemos. Além disso, compramos produtos e a
tartarugas e conheci novos aquisição é feita com um rigor total: apenas matéria-prima de
amigos. Tenho muita sorte excelente qualidade.
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Mariana e Sara;
Recanto dos Brunidores (p. 26);
com vieiras na Ilha das Aranhas
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Aquisição, 29
limpeza e
pré-preparo
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AQUISIÇÃO
Peixes
Chegou a hora de comprar Peixes in natura têm regras bem definidas. Escamas e
frutos do mar. E agora? olhos devem estar brilhantes. As guelras devem ter coloração
Tentarei transmitir meus vermelho vivo. Não tenha vergonha de cheirá-lo. Peixes pos-
40 anos de intimidade suem odor característico de mar, mas, quando estão “pas-
com peixes, moluscos e sados”, o cheiro forte torna-se semelhante para todas as es-
crustáceos, apresentando pécies. Não se impressione se você for a uma peixaria e ver
fórmulas básicas e dicas peixes da mesma espécie com colorações diversas. Serraní-
para adquirir frutos do mar deos como a garoupa têm mimetismo e normalmente assu-
com segurança. mem a coloração do local onde foram capturados. Exemplo:
garoupas que morrem na areia geralmente são mais claras;
em tocas, chegam nas peixarias mais escuras. O fator colora-
ção não deverá ser considerado na hora da compra.
Peixes cortados em postas e filés: estes cortes devem es-
tar sempre com leve odor de mar, firmes e levemente úmidos.
Se sentir uma película gelatinosa na superfície, rejeite-os.
Peixes congelados: Prefiro sempre os frutos do mar fres-
cos, porém não condeno os congelados. Os métodos e téc-
nicas modernas de congelamento muitas vezes mantêm a
qualidade original dos frutos do mar. No caso dos peixes,
prefiro adquirir um peixe que tenha sido congelado logo após
a captura a um que tenha ficado o dia inteiro em exposição
em um balcão de uma peixaria.
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TECNOLOGIA DO PESCADO
Características organolépticas do peixe fresco e peixe avariado:
32
Como retirar o filé
1 2
3 4
5 6
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Abrindo um linguado para recheá-lo
1 2
LONQUEAR
Para o gaúcho, lonquear
significa raspar o pêlo
Faça um corte longitudinal sobre a Abra e vá cortando, orientando-se do cavalo. Aqui, usamos
espinha central pelas espinhas para o ato de remover
3 4
a pele do peixe. Basta
extrair as nadadeiras,
segurar no rabo do peixe
e ir cortando até retirar
todas as escamas.
Repita o procedimento do outro lado Com muito cuidado, descolar a
espinha central por baixo
5 6
Soltar a espinha central nas duas O peixe está pronto para ser
extremidades para retirá-la recheado
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AQUISIÇÃO DO PRODUTO
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A tabela seguinte foi elaborada para estabelecer noções
básicas sobre espécies, aplicações das espécies de camarões
comercializadas no estado de Santa Catarina e outras informações.
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1 2
LIMPEZA E Faça uma incisão nas costas do Retire o intestino (se houver ovas, veja
APROVEITAMENTO camarão página ao lado antes de continuar) u
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1 2
Limpando
Identifique as ovas (parte de fora) e o
intestino (dentro)
Retire as ovas e o intestino
com casca
3 4
Separe as ovas do intestino Intestino, ovas e cola 1 Espete um palito nas costas
do camarão, sob o intestino
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CONSERVAÇÃO
Utilizar camarões vivos em uma receita é o caminho mais METABISULFITO DE
curto para obter sucesso em uma operação culinária. Na SÓDIO (So2)
publicação A Cozinha de Paul Bocuse* há somente cinco A frota de pesca industrial
linhas – em 620 páginas – dedicadas a camarões. e a carcinicultura usam o
A transcrição destas linhas está abaixo: conservante metabisulfito
de sódio, conhecido pelos
Os camarões devem ser cozidos vivos, de preferência na água pescadores como sulfito
do mar; na falta desta, o cozimento também pode ser feito ou pó, para preservar
com água bem salgada, à razão de 30g de sal marinho por crustáceos. Quando a
litro, 1 raminho de tomilho, 1 folha de louro e 10g de pimenta aplicação do produto
moída. Mergulhar os camarões dentro do caldo fervente ocorre na proporção
durante 3 minutos, escorrê-los e deixar esfriar. Os camarões correta, as alterações
descascados servem para guarnecer peixes e molhos. provocadas no fruto do mar
são menos impactantes.
Considerando que nem sempre é possível ter esse Sua presença é observada
crustáceo fresco, descrevemos a seguir técnicas seguras principalmente no camarão
para conservar camarões, preservando suas propriedades rosa e no de cativeiro tipo
organolépticas. exportação, mas pode ser
encontrado no branco. O
CAMARÕES FRESCOS camarão com metasulfito
A maneira mais segura de manter camarões que serão de sódio apresenta a casca
preparados nos próximos três dias é lavando-os, mantendo- áspera, manchas brancas e
os em água gelada e gelo dentro da geladeira. Deve-se coloração opaca. No caso
trocar a água pelo menos uma vez por dia. da pesca do camarão rosa,
somente a produção dos
últimos dias de pesca não
* Paul Bocuse está para a cozinha como Pelé para o futebol. Considerado o
contém química.
“chef de cozinha do século XX”, é um dos pais da Nouvelle Cousine.
NARBAL CORRÊA
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DESCONGELAMENTO
CONGELANDO CAMARÕES O livro O Que Eistein
Existem três maneiras de congelar camarões com Disse a Seu Cozinheiro,
segurança. Recomenda-se limpá-los antes de proceder os do químico Robert L.
métodos da tabela abaixo: Wolke, defende como
40
3 4 5
6 7 8
NARBAL CORRÊA
41
1 2
3 4
42
1
Ocorrem em abun- 2
dância em todo o litoral do
estado. Na região de Lagu-
na são famosos os da lagoa
de Imaruí, região tradicional
de producão da carne do Separe o carapaça do corpo
crustáceo.
3 4
5 6
NARBAL CORRÊA
Caranguejo ermitão
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PATINHAS DE
CARANGUEJO
Tatuíras
As famosas patinhas As tatuíras ocorrem en-
de caranguejo de terradas na beira das praias
Santa Catarina são e em baixa profundidade.
providenciadas por São um referencial para
pescadores artesanais locais sem poluição. Em
da região de Cabeçudas áreas poluídas, são as pri-
(Itajaí). É uma atividade sustentável, uma vez que eles meiras a desaparecer. Veja
capturam o caranguejo com armadilhas ou manualmente e como descascá-las:
retiram somente uma de suas patas, liberando o animal para
criar um novo braço. 1
Quem é quem
Para identificar o
sexo do siri, olhe sua
parte posterior – a
fêmea (abaixo) tem o 2
abdômen mais largo
44
Polvos
Este octópode, conside-
rado um dos animais mais
inteligentes da natureza, é
motivo de dor de cabeça
para os cozinheiros. Tornar
seus tentáculos macios é clusão que existem diferenças na preparação de polvos de
tarefa que, muitas vezes, outras regiões. Outra informação importante é que o polvo
leva-se anos para dominar. obrigatoriamente tem que ser congelado ou gelado por um
Até conseguir amaciar meu período mínimo antes de ir à panela. Polvo que sai do mar
primeiro polvo, tentei recei- e vai direto para a panela não fica macio – pelo menos não
tas locais, italianas, gregas aprendi como.
e outras. Acho que alcancei Na hora da compra, o polvo deve apresentar uma cor viva
o grau que pretendia neste brilhante, a textura dos tentáculos deve ser firme e o cheiro,
procedimento. sutil de mar. Peça para o vendedor limpar o interior da cabeça
Antes de transmiti-lo, po- do polvo e congele antes de prepará-lo. O tamanho ideal de
rém, faço uma observação: polvo do litoral sul é entre 1,5kg e 3kg. Para alcançar a textura
a receita para amaciá-lo que perfeita, ele perde aproximadamente 70% do peso original.
ensino é aplicada para os Este método de amaciamento que transmito não serve para
polvos pescados na região sushi. Neste prato, o polvo cozinha pouco e é cortado em
Sul do país. Cheguei à con- lâminas finas, que facilitam a mastigação.
NARBAL CORRÊA
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Parte posterior
do polvo
Retirando as ovas
1 2 3
Lave o polvo em água corrente, Faça um corte ao redor da boca do Com a mão, vire a cabeça do polvo
removendo toda a areia das ventosas polvo e arranque-a do avesso
4 5 6
Localize a ova (parte branca) Retire a ova e descarte as vísceras e Ova de polvo
demais órgãos
7 8 9
Faça uma incisão na película que Raspe com uma faca separando a Película e ova
envolve a ova película da ova
46 Ovas (juvenis)
Tentáculos
Lulas
As lulas aproximam-se da costa sul-brasileira na tempora-
da de verão e é possível capturá-las até o início do outono.
Este é o único período do ano em que você poderá adquirir
lulas frescas. Nesta época, compre-as inteiras. A fina membra-
na que envolve o corpo da lula deverá estar intacta e brilhante.
Peça para o fornecedor limpá-las. Fora da temporada (novem-
bro a abril), você só as encontrará congeladas. As lulas con-
geladas devem ser compradas limpas.
NARBAL CORRÊA
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Berbigões
1 Estes bivalves são encon-
trados em águas abrigadas
de baías – geralmente com
solo lodoso – e lagoas com
água salobra. Conhecidos
Separe as conchas da ostra com uma co
mo vôngoles, na maioria
Ostras
faca das vezes são aplicados em
2 massas e preparados com as
Ostras frescas estão cascas.
sempre bem fechadas e Quando descascados, são
guardam água em seu inte- utlizados em pastéis, omele-
rior. Para armazená-las, co- tes e ensopados, entre outras
loque-as com a parte côn- Vá cortando até encontrar o músculo receitas. Devem estar bem fe-
cava para baixo para que a adutor chados. Descarte as conchas
água não vaze. Podem ser 3 abertas. Lave muito bem em
conservadas na geladeira água corrente e posterior-
por até cinco dias. Procure mente deixe de molho por
sempre ostras cultivadas alguns minutos em água sal-
nas baías próximas ao mar gada (1 colher de sopa de sal
aberto. Ostra aberta por litro de água fresca).
48
Mariscos
A regra geral para aqui-
sição de mariscos é que
estes devem estar sempre
bem fechados e pesados.
Como eles conservam água
em seu interior para sobre-
vivência, se estão abertos
e leves denunciam a morte.
Quando mortos, não cozi-
nham devidamente, sendo
que sua carne fica grudada
à casca.
Muitas vezes o marisco
está fechados, porém leve.
Isso significa que está ma-
gro. Não recomendo. Quan-
do for notado corrimento
branco do interior das con-
chas é sinal de que o ma-
risco está desovando. Tam-
bém não recomendo.
NARBAL CORRÊA
49
50
Ovas Prefira sempre as fres-
cas. Indico as de robalo,
de Peixe tainha, marimbau, lingua-
do, dourado e pescada,
porém quase todas têm
sabor apreciável.
Caramujos
Utilizo dois tipos de caramujos: os grandes e os pequenos,
conhecidos no sul do Brasil como buzo. 1 Separe-as na divisão
1 2
Cozinhe-o e espete a carne com o Retire a carne totalmente do caramujo 2 Corte-as no sentido
auxílio de um garfo longitudinal
3 4
NARBAL CORRÊA
51
Ouriço
negro e verde
Ouriços do Mar
Os ouriços do mar apre- 1
sentam gônadas chamadas
erroneamente de ovas ou
uni (japonês). Utilizo-as cru-
as ou em patês.
Segure-o com uma toalha e, com
uma faca de ostra, vá pontilhando-o
2 3
54
NARBAL CORRÊA
55
MODO DE PREPARO
56
Ovas de u
frescas de lagostim
1 colher do sopa de nata
30 minutos. Enquanto as
ovas desidratam, torre
Lagostim fresca rodelas de pão de forma
u 1 colher (café) de sal até que estejam douradas
u 6 fatias finas de botarga e crocantes. Misture a nata
sem pele com o limão levemente
u 1 colher (café) de sal fino até formar um creme
u 1 colher (café) de sumo homogêneo. Monte o
de limão siciliano canapé na seguinte ordem:
u 1 ponta de um ramo de torrada, botarga, creme
tomilho e ovas. Guarneça com
tomilho.
Prato criado
por ocasião das
Olimpíadas de Londres
2012, com as as cores
do pavilhão nacional
NARBAL CORRÊA
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58
MODO DE PREPARO
NARBAL CORRÊA
59
Marisco à Vinagrete
INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 300 g de mariscos Coloque os mariscos
cozidos e descascados nas conchas. Misture os
u Cascas de mariscos ingredientes restantes
u 1 colher (sopa) de cebola para criar o vinagrete.
bem picada Coloque uma colher (chá)
u 1 colher (café) de de vinagrete por marisco e
pimentão verde bem sirva.
picado
u 1 colher (café) de alho
bem picado
u 1 colher (sopa) de tomate
sem pele e sementes
picado
u 1 colher (sopa) de
vinagre de alcool
u 1 colher (café) de sal
u 1 colher (café) de
pimenta dedo-de-moça
bem picada
u 3 colheres (sopa) de
azeite
60
INGREDIENTES
INGREDIENTES
Ouriços u
bem picada
50g de manteiga
u 6 ostras abertas Negros clarificada*
u 100g de nata fresca
MODO DE PREPARO u 5 folhas de manjericão
Coloque as ostras em um picadas
prato sobre cama de gelo, u 1 colher (café) de açafrão
guarneça com limão e da terra de boa qualidade
sirva. (amarelo claro)
u 1 colher (café) de sal
NARBAL CORRÊA
61
Dicas do Chef
1. Pode-se substituir as ovas de
ouriços por ovas de polvo, lulas,
camarões ou peixe
2. Quente, é recheio de
panquecas
3. Acrescido de pequenos cubos
MODO DE PREPARO (bronoise) de batata inglesa,
Aqueça uma frigideira antiaderente e coloque manteiga e doce, baroa ou pinhão, é recheio
de peixes assados
cebola. Quando a cebola começar a dourar, acrescente
4. Com mais creme de leite,
as ovas. Mantenha no fogo, mexendo com uma colher
pode ser utilizado como
de plástico por três minutos. Incorpore os ingredientes molho para massas ou
restantes, prove o sal, retire a frigideira do fogo e deixe o acompanhamento de peixes
patê resfriar. Sirva com torradas ou pão francês. grelhados
62
Salada
de Frutos
do Mar
63
À tia Maria Celeste Pirajá Martins, por compartilhar
comigo esta e muitas outras receitas
64
Ao amigo Ricardo Bornhausen,
que me apresentou parte da receita
NARBAL CORRÊA
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u RECEITAS ≡ ENTRADAS QUENTES
66
Banana INGREDIENTES
u banana verde
MODO DE PREPARO
Frite separadamente em
Chips com descascada e cortada óleo quente as bananas,
Creme u
em lâminas de 2mm
1 colher (sopa) de nata
algas e ovas. Quando as
bananas e algas estiverem
de Nata fresca crocantes, seque-as em
Alga Fritas u
oceânicas)
sal
seguinte ordem: bananas
chips, creme com limão,
u óleo para fritar ovas e algas.
67
Canoa de batata-baroa
com nata e limão
galego, botarga
e manjericão
frito MODO DE PREPARO
INGREDIENTES Corte a batata-baroa em
u 2 batatas-baroas fatias longitudinais. As duas
pequenas cozidas em batatas devem render oito
água e sal fatias. Misture a nata com
u 8 fatias de botarga de o sumo de limão. Frite
2mm as folhas de manjericão.
u 1 colher (sopa) de nata Quando estiverem
fresca crocantes, escorra-as em
u 1 colher (café) de sumo papel-toalha. Monte na
de limão galego seguinte ordem: batata,
u 8 folhas de manjericão creme, botarga e a folha de
u óleo para fritar manjericão.
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Bolinhos de Aipim
Recheados com Camarões
INGREDIENTES
u 200g de camarões descascados, limpos e cortados em
Bolinhos de
pequenos pedaços Bacalhau
u 1 colher (sopa) de refogado*
u 1 colher (café) de manjericão picado INGREDIENTES
u 1 colher (café) de azeite u 400g de batata
u 1 colher (café) de sal u 500g de bacalhau
u 300g de aipim cozido, amassado e temperado u 1 cebola média picada
com 1 colher (café) de sal u 2 colheres (sopa) de
u 1 litro de óleo para fritar salsa picada
u 2 dentes de alhos
MODO DE PREPARO picados
Leve o azeite, o refogado e os camarões a uma caçarola u 1 e ½ colher (sopa) de
e deixe cozinhando até obter uma massa consistente. amido de milho
Tempere com sal e manjericão. Esfrie na geladeira. Abra a u 4 ovos inteiros
massa de aipim, formando rodelas de 8cm de circunferência u sal, pimenta-do-reino
e 4mm de espessura. Coloque uma colher (café) da massa moída e noz moscada a
de camarões no centro e feche-as formando bolinhos. Frite- gosto
os em óleo quente até dourar. Sirva com limão cortado em u óleo para fritar
gomos. Também pode ser elaborado com lagosta, peixe,
polvo ou outro fruto do mar de sua preferência
NARBAL CORRÊA
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MODO DE PREPARO
Cozinhe as batatas com
casca, descasque e passe-
as pelo processador.
Cozinhe o bacalhau, retire
a pele e as espinhas e
Bolinhos de Garoupa
esfregue-o muito bem em INGREDIENTES
um pano limpo e grosso até u 500g de carne da cabeça e aparas de garoupa
ficar bastante desfiado. Em u 200g de aipim cozido e amassado
uma tigela, junte a batata u 100g de refogado*
espremida, o bacalhau, u 1 colher (café) de sal
a cebola, salsa, o alho, u 1 colher (sobremesa) de alfavaca picada
o amido de milho, sal, u ½ colher (café) de pimenta-do-reino moída na hora
pimenta e a noz moscada. u 1 colher (sopa) de azeite
Acrescente os ovos um a u 1 litro de óleo para fritar
um, misturando a massa
até tomar uma consistência MODO DE PREPARO
homogênea. Molde os Misture todos os ingredientes até formar uma massa que
bolinhos com a ajuda de possa ser manipulada para fazer bolinhos. Se necessário,
duas colheres (sopa) e frite- coloque mais aipim. Faça bolinhas pequenas e frite-as em
os em óleo bem quente. óleo quente até dourar. Sirva com limão cortado em gomos.
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Camarões
à Milanesa
INGREDIENTES
u 150g de camarão
Camarões ao Alho e Óleo
descascado com cola INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 1 colher (chá) de alho u 300g de camarões sem Leve uma frigideira ao
bem picado cascas e limpos fogo com o óleo, aqueça e
u 1 colher (chá) de u 1 colher (sopa) de alho acrescente os camarões.
manjericão picado bem picado Quando os camarões
u 1 colher (café) de sal u 1 colher (sopa) de alho trocarem de cor, junte o
u pimenta moída na hora crocante* alho picado e mexa por
u farinha de trigo u 1 colher (café) de sal dois minutos. Tempere com
u farinha de rosca u 1 colher (café) de o sal e pimenta e adicione
temperada com sal pimenta-do-reino moída o azeite. Mantenha por
u 1 ovo batido na hora mais um minuto. Retire do
u óleo para fritar u 1 colher (sobremesa) de fogo e distribua a salsa e
salsa picada o alho crocante sobre os
MODO DE PREPARO u 2 colheres (sopa) de óleo camarões. Guarneça com
Tempere os camarões de soja limões.
com alho, manjericão, sal u 3 colheres de sopa de
e pimenta. Empane-os na azeite
seguinte ordem: trigo, ovo
e rosca. Frite-os até dourar.
Sirva com molho golf.
* ver Receitas Básicas à p. 112
NARBAL CORRÊA
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INGREDIENTES
u
u
1kg de camarões inteiros
½ litro de água
Croquetinhos de Camarões
u 200g de refogado* MODO DE PREPARO
u 1 colher (sopa) de extrato Descasque os camarões e pique-os. Coloque as cascas em
de tomate uma panela com água e ferva por cinco minutos. Reserve
u 1 colher (sopa) de a água e descarte as cascas. Em uma caçarola, coloque o
salsinha e cebolinha refogado, uma colher (sopa) de azeite, extrato de tomates
verde picadas e os camarões. Cozinhe por cinco minutos. Acrescente o
u 4 colheres (sopa) de pão em migalhas e a água do cozimento das cascas de
azeite camarões. Quando ferver, vá incluindo aos poucos a farinha
u 1 colher (sobremesa) de de trigo, a pimenta e o azeite restantes. Esse processo é o
sal mais importante, pois cozinhar bem a farinha é fundamental.
u 1 colher (sopa) de molho A massa estará no ponto quando formar uma crosta no
de pimenta fundo da panela e estiver bem consistente. Para testá-la,
u 200g a 300g de farinha separe uma pequena quantidade, esfriando-a e colocando
de trigo entre os dedos. Não deverá grudar. Espere esfriar para
u 2 pães hidratados moldar os croquetinhos. Passe na farinha de rosca e frite-
em leite, escorridos, os em óleo quente até que fiquem com coloração marrom
prensados e em escura. Sirva com limão cortado em gomos.
migalhas
u farinha de rosca
u 1 litro de óleo para fritar
* ver Receitas Básicas à p. 112
NARBAL CORRÊA
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Casquinha
de Siri
INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 1kg de carne de siri Leve o azeite e o refogado em uma caçarola ao fogo.
u 200 g de refogado* Cozinhe por dois minutos. Acrescente a carne de siri e
u 1 colher (café) de sal cozinhe por mais três minutos. Tempere com sal, pimenta-
u 1 colher de sobremesa do-reino e salsinha. Retire do fogo e espere esfriar um
de salsinha picada pouco. Recheie as casquinhas e passe-as no ovo e na
u ½ colher (café) de farinha de rosca. Frite-as em óleo quente até dourar. Sirva
pimenta-do-reino moída com limão cortado em gomos.
na hora
u 1colher (sopa) de azeite
u 10 cascas de siri
u 1 ovo batido e temperado
com 1 colher (café) de
sal
u farinha de rosca
u óleo para fritar
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Minibatatas Recheadas
com Bacalhau, Ovo de
Codorna
e Azeitona
Líquida
INGREDIENTES
u 200g de bacalhau
dessalgado
u 10 minibatatas cozidas
em água e sal
u 5 ovos de codorna MODO DE PREPARO
cozidos e cortados ao Cozinhe o bacalhau e as batatas na mesma água. Retire-os
meio sem a gema após 15 minutos de fervura. Desfie o bacalhau, descartando
u 100g de refogado* pele e espinhas. Leve o bacalhau em uma frigideira em fogo
u 10 azeitonas liquidas* alto com uma colher (sopa) de azeite e o refogado. Tempere
u 1g de sal com sal e pimenta. Após três minutos, junte a salsa e retire
u ½g de pimenta-do-reino do fogo. Corte uma pequena “tampa” no fundo das batatas
moída na hora para que elas não rolem nos pratos. Na outra extremidade,
u 1 colher (café) de faça uma abertura no centro com um boleador. Recheie-
salsinha picada as com o bacalhau refogado. Para tapar o orifício, coloque
u azeite meia clara cozida e no lugar da gema preencha com
u ramos de salsa azeitona líquida. Regue tudo com azeite e guarneça com
ramos de salsa.
* ver Receitas Básicas à p. 112
NARBAL CORRÊA
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MODO DE PREPARO
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Ao dr. Paulo Konder Bornhausen,
pela criatividade do prato
NARBAL CORRÊA
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Ao amigo Wilfredo Gomes,
que me inspirou a fritar as
patinhas que ele grelhava
Patinhas de
Camarões
Fritas
INGREDIENTES
u patinhas de camarões
u alho picado
u pimenta do reino ou
calabresa sem sementes
e picada
u sal
u farinha de trigo
u manjericão
u óleo para fritar
MODO DE PREPARO
Tempere as patinhas com
alho, sal e pimenta. Passe-
as na farinha de trigo e
frite em óleo bem quente.
Quando dourar, retire-as e
sirva com limão.
u RECEITAS ≡
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A João Paulo
e Linda Freitas
MODO DE PREPARO
Cozinhe a beterraba
com água e açúcar
em uma panela até
criar uma calda. Quando
atingir uma calda fina, leve
NARBAL CORRÊA
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Vieira Servida na Concha
Lacrada com Massa Folhada
INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 1 vieira fresca e limpa Faça uma cama com as
com coral na concha ervas no fundo de uma
u 1 colher (café) de flor de casca de vieira. Coloque a
sal vieira por cima e acrescente
u 1 colher de manteiga manteiga, azeita, metade
clarificada* amolecida da flor de sal e pimenta.
u ½ pitada de pimenta Feche a concha com a
branca outra metade. Passe ovo
u 1 colhar de sopa de ervas nas extremidades e sele
misturadas (manjericão, a concha com a massa
alecrim, tomilho e salsa) folhada. Passe mais ovo
u 2 retângulos de massa sobre a massa folhada e
folhada de cerca de 3cm salpique a flor de sal. Asse
x 15 cm por 12 a 15 minutos ou até
u 1 colher (café) de azeite a massa dourar. Abra na
trufado (opcional) mesa somente na hora de
u 1 lâmina de trufa negra comer, pois o aroma que
(opcional) sai da vieira neste momento
u 1 ovo batido faz parte do prato.
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NARBAL CORRÊA
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Caldo de u
u
1 colher (sopa) de sal
1 colher (sopa) de
espinhas. Leve o caldo,
a carne retirada e todos
Garoupa alfavaca ou manjericão os ingredientes restantes
picado a uma caçarola. Quando
u 1 colher (sopa) de extrato ferver, baixe o fogo e
de tomate mantenha por cinco
u 2 colheres (sopa) de minutos. Sirva com farinha
azeite de mandioca.
u 1 colhe de sopa de
salsa e cebolinha verde
picadas
u 1 colher (chá) de molho
de pimenta
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Ao sr. Ivan Mattos
(in memoriam)
INGREDIENTES
NARBAL CORRÊA
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MODO DE PREPARO
Escorra e cozinhe
o feijão no caldo
de peixe e na água
de camarão com
uma colher de
sopa de sal e louro.
Leve azeite a uma
caçarola previamente
aquecida, mantendo em
fogo forte. Após um minuto,
frite os camarões, lagostins
e o peixe rapidamente dos dois
lados. Acrescente o refogado e os frutos
do mar restantes. Junte o feijão cozido com o caldo,
azeitonas, alfavaca ou manjericão (opcional) e cozinhe por
três minutos. Corrija o sal. Leve a feijoada a uma sopeira.
Guarneça com os ovos, pimenta do reino e a salsa. Regue Dica do Chef
com uma colher (sopa) de azeite e sirva. Sugestão: decore Não há necessidade de utilizar
todos os frutos do mar. Use
com ervas frescas e cascas de lagostins.
os mais frescos disponíveis.
Berbigão descascado, carne
de siri e caranguejo podem ser
acrescentados
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Aos tios Júlio (in memoriam) e Afonso, por me ensinarem a receita do prato e a pescar a matéria-prima
u
500g de peixe cortados em cubos
500g de camarões sem casca e limpos
Sopa
u 200g de mariscos descascados de Siri
u 100g de ostras sem casca
u 200g de polvo amaciado* e cortado em cubos de 10mm INGREDIENTES
u 100g de berbigão descascados u 10 siris
u 300g de arroz cozido (opcional) u 1 litro de água
u 200gr de refogado* u 1 colher (sopa) de
u 2 colheres (sopa) de alfavaca picadas refogado*
u 1 colher (sopa) de salsa u 1 colher (café) de sal
u 1colher (sopa) de sal u 1 colher (café) de
u 1 colher (café) de pimenta moída na hora pimenta moída na hora
u 3 colher (sopa) de azeite u 1 colher (sopa) de
u 10 ovos de codornas cozidos e cortados ao meio cebolinha verde picada
u 10 azeitonas verdes sem caroço u 2 colheres (sopa) de
azeite
MODO DE PREPARO
Colocar os caldos de peixe e camarão e o refogado em uma
caçarola. Quando ferver, acrescentar todos os frutos do mar,
sal e pimenta. Manter por dez minutos ou até voltar a ferver.
Acrescentar os ingredientes restantes e cozinhar por mais
dez minutos. Servir com torradas.
* ver Receitas Básicas à p. 112
NARBAL CORRÊA
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MODO DE PREPARO
Separe os peitos dos siris e
corte-os ao meio. Ferva as
Sopa de Tatuíra
carapaças, pernas e garras INGREDIENTES
em uma panela por dois u 30 tatuíras sem a carapaça e lavadas em água salgada
minutos e coe. Dispense u 1 litro de água
as carapaças e reserve a u 1 colher (sopa) de refogado*
água. Coloque metade do u 1 colher (café) de sal
azeite em uma caçarola e u 1 colher (café) de pimenta moída na hora
frite os peitos de siri por u 1 colher (sopa) de cebolinha verde picada
dois minutos. Acrescente u 2 colheres (sopa) de azeite
o refogado e cozinhe por
mais dois minutos. Junte MODO DE PREPARO
a água e tempere com sal Coloque metade do azeite em uma caçarola e frite as
e pimenta. Quando ferver, tatuíras por dois minutos. Acrescente o refogado e cozinhe
retire do fogo, misture o por mais dois minutos. Junte a água e tempere com
azeite restante e salpique sal e pimenta. Quando ferver, retire do fogo e bata no
com cebolinha verde. Sirva liquidificador. Coe com pano fino e leve ao fogo em uma
com torradas. caçarola. Acrescente o azeite restante e salpique com
cebolinha verde. Sirva com torradas.
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NARBAL CORRÊA
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u RECEITAS ≡
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À minha avó Ida, que preparava
este prato como ninguém
Bacalhau da Família
INGREDIENTES MODO DE PREPARO
u 500g de bacalhau Leve uma caçarola ao fogo com água e bacalhau. Ferva por
dessalgado 15 minutos. Retire o bacalhau e o desfie, descartando peles
u 1,5 litro de água e ossos. Cozinhe as batatas por 20 minutos na água em
u 300g de batatas que que foi cozido o bacalhau. Em uma caçarola, coloque
descascadas e cortadas uma colher de sopa de azeite, o refogado, bacalhau, salsa,
em rodelas de 7mm azeitonas e uma colher (café) de sal. Refogue tudo por
u 200g de refogado* cinco minutos. Reserve. Prepare o molho branco colocando
u 300ml de leite manteiga e trigo em uma caçarola. Quando o trigo dourar,
u 1 colher (sobremesa) de acrescente aos poucos o leite, mexendo sempre para
farinha de trigo não criar grumos. Faça um creme espesso. Tempere com
u 1 colher (sopa) de uma colher (café) de sal e com a noz moscada. Em uma
manteiga travessa, coloque as batatas no fundo, o bacalhau, distribua
u ½ colher de café de noz os ovos e cubra tudo com uma fina camada de molho
moscada branco. Salpique com a farinha de rosca e doure no forno.
u 3 ovos cozidos cortados Sirva bem quente com arroz branco.
ao meio
u 12 azeitonas verdes
u 100 ml de azeite
u 1 colher (sopa) de salsa
bem picada
u 1 colher (sopa) de sal
u 2 colheres (sopa) de
farinha de rosca
* ver Receitas Básicas à p. 112
NARBAL CORRÊA
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u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS
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NARBAL CORRÊA
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u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS
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INGREDIENTES
Escondidinho u
u
100g de carne de lagostim
1 colher (sopa) de manteiga
de Lagostim u 1 colher (café) de alho picado
com Batata u
u
2 colheres (sopa) de nata fresca
2 colheres (café) de sal
Doce u ½ colher (café) de pimenta-do-reino moída na hora
u 1 batata doce cozida e triturada
u 1 colher (sopa) de queijo tipo parmesão
MODO DE PREPARO
Coloque a manteiga em uma
frigideira. Junte os lagostins e frite
por dois minutos. Acrescente alho,
batata doce, sal, pimenta e nata.
Mantenha por dois minutos. Distribua o
creme em ramequins e salpique com
queijo. Gratine em forno quente e
sirva.
NARBAL CORRÊA
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na Pedra u
azeite
1 colher (sopa) de sal
com sal e metade do
azeite. Quando a pedra
u 1 pedra plana de 15cm x estiver quente, coloque
15cm a garoupa no centro e
mantenha no forno por 12
minutos. Retire do forno,
regue com o azeite restante
e sirva. Acompanha batatas
assadas.
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Garoupa Grelhada com MODO DE PREPARO
Tempere o peixe com uma
Purê de Taiá, Molho de colher (café) de sal. Em
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NARBAL CORRÊA
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u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS
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Recheado u
camarão
azeite de oliva
do recheio no interior do
peixe. Ponha o peixe em
com Pirão u sal uma assadeira sobre uma
de Camarão u
u
salsinha picada
cebolas cortadas em
cama de cebolas e cubra
com 200ml de azeite de
rodelas oliva. Leve ao forno pré-
u camarões cortados à aquecido. Quando o peixe
borboleta, temperados estiver assado, retire-o do
com sal e pimenta-do- forno, coloque o restante
reino e fritos em azeite de do pirão em sua volta e
oliva (para decorar) os camarões por cima do
pirão. Polvilhe com a salsa
e sirva.
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Aos amigos Paulo Eduardo Guinle,
que me ensinou a receita,
e Fedoca, a quem a transmiti
MODO DE PREPARO
NARBAL CORRÊA
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u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS
104
em Folha de u
u
1 ramo de alecrim
1 ramo de manjericão
Coloque-a sobre uma
assadeira untada. Tempere
Bananeira u 1 ramo de salsa o peixe com sal e pimenta e
u 1 colher (sopa) de azeite arrume-o no centro da folha
u 1 colher (café) de sal de bananeira. Cubra com a
u ½ colher (café) de cenoura e os ingredientes
pimenta-do-reino moída restantes. Feche a folha
na hora como em um embrulho.
u tiras finas de cenoura Para isto, pode-se utilizar
u 1 folha de banananeira barbante ou palitos de
cortada em retângulos de bambu molhados. Asse em
20cm x 15cm forno pré-aquecido a 180
graus por 20 minutos. Sirva
embrulhado.
NARBAL CORRÊA
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Aos irmãos Beto, Digo
e Zeco Tertschitsch
MODO DE PREPARO
NARBAL CORRÊA
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u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS
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MODO DE PREPARO
NARBAL CORRÊA
109
u RECEITAS ≡ PRATOS PRINCIPAIS
110
Sargo u
u
1 sargo de 1kg limpo
1 pimentão cortado em
Faça cinco cortes
transversais de cada lado
Assado com tiras do sargo. Tempere com
Toucinho u
u
1 cebola cortada em tiras
100g de bacon fatiado
o sal. Preencha os cortes
com manteiga, cebola,
Defumado u 1 colher (café) de sal pimentão e bacon. Leve a
u 100g de manteiga uma assadeira e unte todo
peixe com mais manteiga.
Asse por 40 minutos. Sirva
com batatas ao murro.
NARBAL CORRÊA
u RECEITAS ≡ BÁSICAS
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NARBAL CORRÊA
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vinagre de álcool u 1 litro de água Farofa de Dendê
≡ Leve todos os ingredientes em uma u 1kg de farinha de mandioca bem branca
panela ao fogo e ferva por 20 minutos. e fina u 150ml de azeite de dendê u sal
Retire a beterraba e guarde a cebola na ≡ Adicione aos poucos p azeite de dendê
água dentro da geladeira para utilizar na farinha e mexa bem até que a farofa
quando necessário. A beterraba pode adquira a cor de açafrão. Salgue e sirva.
também ser aproveitada em saladas. Pode ser aquecida em micro-ondas ou
fogão.
Água de Camarão
u cabeças lavadas de 3kg de camarões Gengibre em Conserva
frescos u 1 litro de água u 300g de gengibre descascado, cortado
≡ Coloque a água e as cabeças de em tiras bem finas u ½ colher (sopa) de
camarões em uma panela e leve ao cúrcuma amarela u 1 xícara de açúcar
fogo. Desligue três minutos após ferver. u 1 xícara de vinagre de álcool
Quando estiver morna, coe em um chinois u 2 litros de água
pressionando bem. ≡ Leve todos os ingredientes em uma
panela ao fogo e ferva por 30 minutos.
Cozimento de Polvo Armazene o gengibre na água dentro da
(amaciamento) geladeira para utilizar quando necessário.
u polvo inteiro, eviscerado e bem limpo
u água fervente suficiente para cobrir o Manteiga Clarificada
polvo u 2kg de manteiga bruta
≡ Coloque o polvo na água fervente e ≡ Aquecer a manteiga em banho-maria
mantenha por 50 minutos. Após o tempo, por 40 minutos, sem ultrapassar 60 graus,
desligue o fogo e aguarde dez minutos para escumando frequentemente para retirar a
tirar o polvo. espuma da superfície (sólidos da manteiga).
114
Após 40 minutos e toda a espuma retirada, picada u ½ pimentão picado u 3 tomates
passar lentamente a manteiga para outro picados u 1 colher (sopa) de azeite de
recipiente até aparecer um soro branco. dendê u 300ml de leite de coco u 1 colher
A manteiga e o soro são utilizados em (sopa) de sal u 1 colher (café) de pimenta-
aplicações diversas. do-reino moída na hora
≡ Colocar todos ingredientes em uma
Massa de Panqueca caçarola e ferver por dez minutos.
com Espinafre Quando esfriar, coar reservando o caldo
u 1 xícara de farinha de trigo u 1 ovo e descartando os sólidos. Pode ser
u 1 e ½ colher (sopa) de manteiga congelado.
clarificada morna u 1 xícara de leite
u 10 folhas de espinafre u 1 colher (chá) de Molho Rosé
sal u 1 colher (café) de açúcar u 200g de creme de leite ou nata fresca
≡ Reserve meia colher (sopa) de manteiga u 150g de maionese u 1 colher (sopa) de
clarificada para untar a frigideira. Bata os extrato de tomate u 2 colheres (sopa) de
ingredientes restantes no liquidificador. catchup u 1 colher (sopa) de uisque ou
Após batidos, deixar descansar na geladeira conhaque u 1 pitada de noz moscada
por 30 minutos. Decorrido este período, leve ≡ Misture todos ingredientes e conserve na
uma frigideira antiaderente untada ao fogo geladeira.
e coloque uma concha da massa. Controle
o fogo para não queimar. Vire-a de lado e Refogado
finalize o cozimento. Pode ser congelada. u 1 cebola grande (200g) bem picada
u 3 dentes de alho bem picados
Molho de moqueca u 1 pimentão verde bem picado u 3 tomates
u 1 kg de cabeça e aparas de peixe sem pele e sementes bem picados
(garoupa, sargo ou caranha) u 1 cebola u 2 colheres (sopa) de óleo de soja
NARBAL CORRÊA
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u 2 colheres (sopa) de azeite u 1 colher
(café) de pimenta-do-reino picada na hora
u 1 colher colher (café) de sal
≡ Aquecer uma frigideira e colocar o óleo
e a cebola. Quando a cebola começar a
dourar, acrescente o alho e o pimentão.
Refogue por três minutos e adicione
o tomate. Cozinhe por 15 minutos em
fogo baixo e acrescente os ingredientes
restantes.
u Prefácio 5 u Receitas 52
ENTRADAS FRIAS
u Do arpão ao garfo 8 Buzo com Molho de Garapa.............................54
Buzo com Saquê Morno....................................55
u Aquisição, limpeza e pré-preparo 28 Canapé de Botarga e Ovas de Lagostim..........56
Peixes.................................................................30 Ceviche de Ostra ..............................................58
Camarões e outros crustáceos.........................34 Marisco à Vinagrete...........................................59
Lagostins............................................................40 Ostras ao Natural...............................................60
Lagostas.............................................................41 Patê de Ovas de Ouriços Negros......................60
Siris....................................................................42 Salada de Frutos do Mar...................................62
Tatuíras...............................................................43 Tartar de Peixe com Caviar de Tapioca.............64
Polvos.................................................................44
Lulas...................................................................46 ENTRADAS QUENTES
Ostras.................................................................47 Banana Chips com Creme de Nata
Berbigões...........................................................47 e Limão Siciliano, Ova de Camarão
Mariscos.............................................................49 e Alga Fritas...................................................66
Caramujos..........................................................50 Canoa de batata-baroa com nata e limão
Ovas de Peixe....................................................50 galego, botarga e manjericão frito................67
Ouriços do Mar..................................................51 Bolinhos de Aipim Recheados
com Camarões..............................................68
Bolinhos de Bacalhau........................................68
Bolinhos de Garoupa.........................................69
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NARBAL CORRÊA
Esta obra foi composta em Swiss 11/18
e impressa em papel couché fosco 150g
pela Nova Letra em dezembro de 2012