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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO NORTE DE
MINAS GERAIS- CAMPUS SALINAS
CURSO BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

ANDERSON SANTIAGO LOIOLA

MICOPLASMA FELINO – RELATO DE CASO

SALINAS
MINAS GERAIS- BRASIL
2022
ANDERSON SANTIAGO LOIOLA

MICOPLASMA FELINO – RELATO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à banca examinadora do
curso de Bacharelado em Medicina
Veterinária do IFNMG - Campus Salinas,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Médico Veterinário. Orientação:
Prof. Dr. Philipe Brito de Oliveira

SALINAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2022
MICOPLASMA FELINO – RELATO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à banca examinadora do
curso de Bacharelado em Medicina
Veterinária do IFNMG - Campus Salinas,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Médico Veterinário. Orientação:
Prof. Dr. Philipe Brito de Oliveira

Aprovado em: ______ de _____________ de 2022.

_____________________________
Prof.

__________________________________
Prof.

_________________________________
Prof. Dr. Philipe Brito de Oliveira

SALINAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2022
AGRADECIMENTOS
“Descobri que não há nada melhor para o homem do
que ser feliz e praticar o bem enquanto vive. ”
Eclesiastes 3:12
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. i
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................................ii
LISTA DE ABREVIAÇÕES ....................................................................................................iii
RESUMO .................................................................................................................................. iv
ABSTRACT ............................................................................................................................... v
OBJETIVOS .............................................................................................................................. vi
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 2
3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 3
3.1 CONCEITO ................................................................................................................. 3
3.2 DESCRIÇÃO DO AGENTE INFECCIOSO .............................................................. 3
3.3 PREVALÊNCIA .......................................................................................................... 4
3.4 FISIOPATOLOGIA ..................................................................................................... 5
3.5 SINAIS CLÍNICOS ..................................................................................................... 5
3.6 FATORES DE RISCO................................................................................................. 6
3.7 DIAGNÓSTICO .......................................................................................................... 6
3.7.1 ESFREGAÇO SANGUÍNEO ............................................................................ 6
3.7.2 HEMOGRAMA .................................................................................................. 7
3.7.3 DIAGNÓSTICO MOLECULAR ...................................................................... 8
3.7.4 FLUXO ............................................................... Erro! Indicador não definido.
3.8 DIAGNÓSTIO DIFERENCIAL.................................................................................. 8
3.9 TRATAMENTO .......................................................................................................... 8
3.10 PROGNÓSTICO ......................................................................................................... 9
3.11 CONTROLE E PREVENÇÃO .................................................................................. 10
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 10
5 RESULTADO E DISCUSSÃO ........................................................................................ 11
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 11
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 11
LISTA DE FIGURAS

i
LISTA DE TABELAS

ii
LISTA DE ABREVIAÇÕES

iii
RESUMO
LOIOLA, Anderson Santiago Loiola, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais -
Campus Salinas, DATA (mês e ano). Micoplasma Felino – Relato de Caso.
Orientadora: Philipe Brito de Oliveira.
PALAVRAS-CHAVE: felino , hemoparasita, anemia, Mycoplasma haemofelis

iv
ABSTRACT
KEYWORDS: feline, hemoparasite, anemia, Mycoplasma haemofelis

v
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL

Documentar um caso de micoplasmose felina, abordando os aspectos clínicos,


laboratoriais, métodos de diagnósticos e conduta clínica aplicada na doença.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Realizar um levantamento bibliográfico;


 Abordar os aspectos epidemiológicos da micoplasmose no estado e no país;
 Descrever os achados clínicos no caso clínico;
 Citar e descrever os métodos de tratamento abordado;
 Descrever os métodos de prevenção da doença.

vi
1 INTRODUÇÃO
Os microorganismos de gênero da Micoplasma são bactérias gram-negativas
epicelulares, que parasitam tanto mamíferos domésticos como selvagens, anexando-
se frouxamente à membrana plasmática de eritrócitos, desestabilizando sua
membrana
A infecção pela bactéria é considerada de baixa patogenicidade, exceto pela
espécie Mycoplasma haemofelis que promove anemias hemolíticas graves e
potencialmente mortal. As espécies mais diagnosticadas são a Candidatus
Mycoplasma haemominutum, Mycoplasma haemofelis e Candidatus Mycoplasma
turicensis.
Segundo Raimundo (2014), a doença está em maior prevalência em gatos machos
do que em fêmeas, sendo animais adultos acometidos em maior frequência do que
animais jovens. Entre as raças, os indivíduos que possuem raça definida têm duas
vezes mais chances em contrair a doença do que os animais sem raça estabelecida.
O diagnóstico da micoplasmose felina é complexo, principalmente devido ao fato
de que o micoplasma não possuir parede celular, contudo, o parasito pode ser
visualizado em microscopia, através de lâminas de esfregaço sanguíneo devidamente
coradas, como pela técnica de Romanowsky. Dentre várias técnicas de diagnóstico,
o teste molecular por qPCR é considerado o padrão ouro para o diagnóstico da
doença, permitindo identificar a espécie do agente envolvido na enfermidade.
O tratamento é baseado em antibioticorapia associado a cuidados básicos de
suporte. As tetraciclinas são a classe de antibiótico comumente utilizado no tratamento
da micoplasmose felina, sendo a doxiciclina a mais amplamente utilizada, porém o
seu uso pode gerar efeitos adversos, devendo ser a sua administração feita de forma
cautelosa.
Por ser uma doença transmitida por vetor, é de suma importância o combate aos
vetores que a transmite, majoritariamente pela Ctenocephallides felis, diminuindo a
exposição aos vetores, consequentemente, a sua disseminação e reinfecções.
O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de felino doméstico
diagnosticado com Mycoplasma haemofelis, abordando os aspectos clínico,
diagnóstico e terapêutico no município de Salinas, Minas Gerais.

1
2 METODOLOGIA
Para a confecção do presente trabalho foi realizada busca bibliográfica de artigos
científicos nos meios digitais de pesquisa, no período entre 25 de abril de 2022 à 27
de outubro de 2022, através das plataformas do Google Acadêmico, PubVet, Science
Direct, Scielo e Scorpus, além da recorrência em livros didáticos, mantendo a
preferência de literaturas publicadas entre os anos de 2012 a 2022.
As pesquisas foram direcionadas por meio de terminologias referentes ao tema e
suas subdivisões, nos idiomas português e inglês, pesquisando termos como
“micoplasmose felina”, “micoplasmose em gatos”, hemobartonelose em gatos”, e
“feline mycoplasmosis”, “mycoplasmosis in cats”, hemobartonellosis in cats,
respectivamente, além do termo geral “Micoplasma haemofelis”.

2
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Conceito
Ao longo do tempo, as hemoparasitoses estão sendo cada vez mais influentes na
saúde de pequenos animais, voltando assim a atenção dos médicos veterinários para
essas doenças (ALMEIDA et al. 2022).
A micoplasose felina, também chamada de micoplasmose haemotrófica felina
(MHF) ou de anemia infecciosa felina, é causada por microorganismos gram-
negativos epicelulares, provocando importantes quadros de anemia hemolítica aguda
ou crônica em gatos. Se conhece três espécies envolvidas nesta doença que fazem
parte desse grupo: o Mycoplasma haemofelis, Candidatus Mycoplasma
haemominutum e Candidatus Mycoplasma turicensis (FERRAZb et al. 2020; LITTLE,
2016).
O Mycoplasma haemofelis é o principal agente infeccioso da micoplasmose, pois
é a espécie mais patogênica encontrada em gatos, sendo uma doença de grande
importância felina que, se não for tratada adequadamente, pode levar o animal ao
óbito. Apesar da sua relevância é uma doença comumente subdiagnosticada
(MARTINEZ et al., 2016).
A distribuição da micoplasmose felina ocorre de forma variável. É uma doença que
ameaça a saúde da população felina e também dos seus cuidadores, por possuir um
potencial zoonótico (LÓPEZ, ROMERO, 2022).
É uma doença transmitida pela picada de vetores como pulgas e carrapatos
(BEDOYA, SANCHEZ, CLÍNICO, 2020).
Tratamento imunossupressores podem desencadear a doença. Animais
acometidos por infecções virais tem risco maior de contrair outras infecções por
promoverem a imunossupressão (LITTLE, 2016).

3.2 Descrição do agente infeccioso

Os membros do gênero Mycoplasma responsáveis pela micoplasmose felina


são bactérias pleomórficas epicelulares e gram-negativas. É um microrganismo sem
parede celular, possuindo DNA e RNA que se replica por meio de fissão binária. São
hemoparasitos hemotróficos que se localizando na superfície de eritrócitos de
diversas espécies, provocando moderada anemia em felinos domésticos. (BEDOYA,
SANCHEZ, CLÍNICO, 2020,BOTELHO, 2017).

3
As principais espécies de Mycoplasma encontradas em pacientes felinos são
Mycoplasma haemofelis, Candidatus Mycoplasma haemominutum e Candidatus
Mycoplasma turicensis, sendo a espécie M. haemofelias a mais patogênica, com
importantes alterações hematológicas (RAIMUNDO, 2014).
Mycoplasma haemofelis é o principal agente da micoplasmose felina, uma
bactéria gram negativa, transmitida pela picada de pulgas e carrapatos, provocando
moderada anemia em felinos domésticos. É um microrganismo sem parede celular,
possuindo DNA e RNA que se replica por meio de fissão binária. (BEDOYA,
SANCHEZ, CLÍNICO, 2020).
A micoplasmose pode manifestar desde animais jovens, com 3 meses de vida, ou
até em animais adultos a senis, com mais de 8 anos, ou seja, não possui uma certa
idade para a manifestação dos primeiros sinais clínicos, e sendo prevalente em ambos
os sexos. É uma doença com grande potencial zoonótica, podendo infectar humanos
de forma acidental (CORNEJO, 2019).
O aumento e persistência de doenças virais vem se agravando pelo aumento e
manutenção de gatos errantes que possibilitam a disseminação, doenças essas que
provocam imunossupressão, como o vírus da imunodeficiência felina (FIV) o vírus da
leucemia felina (FeLV), deixando os animais acometidos susceptíveis a manifestação
de outras doenças como a toxoplasmose e a micoplasmose (ALVES et al., 2011).

3.3 Prevalência

O estreitamento do convívio entre gato e humano é uma realidade mundial e cada


vez mais se intensifica, pelo crescimento constante de sua adesão em ambiente
familiar, fato que exige cada vez mais estudos epidemiológicos referentes a doenças
que acomete esse animal doméstico (BIEZUS et al., 2018).

A falta de cuidados básicos intensifica a prevalência de doenças infecciosas em


felinos, como observados em gatos machos não castrados, não vacinados, com livre
trânsito a rua, e em direto contato com outros gatos (BIEZUS et al., 2018).
Dentre as doenças bacterianas mais acometidas em gatos, a micoplasmose segue
em primeiro lugar, com cerca de 15% dos casos, seguido de enterites por Clostridium
perfringens, com 5% dos casos (BIEZUS et al., 2018).
Como demostrado por Raimundo (2014), a micoplasmose tem uma prevalência de
11% em casos que apresentam anemia em gatos, diagnosticados por meio molecular.

4
Animais diagnosticados com anemia devido a micoplasmose são basicamente
caracterizados por serem machos, com livre acesso à rua, com contato com outros
felinos e não vacinados. Gatos com raça definida tem a probabilidade duplicada na
ocorrência da doença (BIEZUS et al., 2018; RAIMUNDO, 2014;).
Devido ao fato de nem todos os indivíduos portadores estarem doentes, a
relevância clínica da doença é subestimada. O estado imunológico e detecção de uma
ou mais espécies de micoplasma determinam sua relevância (BEDOYA, SANCHEZ,
CLÌNICO, 2020).

3.3.1 Mundo
Em Portugal, Azevedo (2017), demostra, em seu estudo, a prevalência de gatos
que habitam ambientes internos mais prevalente, seguido daqueles animais que foram
resgatados da rua. Além disso é observado a comum ocorrência de coinfecção de
micoplasmose com FIV e/ou FeLV no país, pois são doenças de fácil disseminação
e provocam imunossupressão (AZEVADO, 2017).

3.3.2 Brasil
Como demostrado por Almeida et al. (2022), em seu trabalho, há uma
prevalência da ocorrência da micoplasmose em gatos com a presença de
trombocitopenia na capital Belém, no Pará, com cerca de 34,75% positivos dos 72
animais analisados, sendo mais prevalente entre as fêmeas adultas, 54,16% dos
casos, além de estar mais presente em animais SRD, com 97,2%, seguido da raça
Siamês, com 2,8%. Além disso, foi encontrado infecções concomitantes dos agentes
Mycoplasma e Anaplasma.

3.3.3 Minas gerais


3.4 FISIOPATOLOGIA
Segundo Korman et al. (2012), a espécie que acomete os animais influencia na
patogenicidade da doença, sendo de maior frequência casos subclínicos infectados
com Candidatus Mycoplasma haemominutum, e anemias hemolíticas presentes em
infecções decorrentes por Mycoplasma haemofelis.

3.5 SINAIS CLÍNICOS

Anorexia, perda de peso, mucosas pálidas e ictéricas, depressão, fraqueza,


febre ou hipotermia, sensibilidade, dor nas articulações, ou até mesmo desidratação
5
e caquexia podem ser achados devido a diminuição da linha vermelha hematológica.
(BEDOYA, SANCHEZ, CLÍNICO, 2020).
A infecção aguda pode manifestar somente por leve anemia, por isso, gatos
portadores devem ser investigados para doenças concomitantes. Anemias graves
podem levar a disfunções cardiovasculares, e a manipulação dos animais devem ser
feitas cuidadosamente, por sua fragilidade (BEDOYA, SANCHEZ, CLÍNICO, 2020).
A micoplasmose felina se caracteriza principalmente pela anemia hemolítica grave
em gatos na forma aguda, porém, pode assumir a forma subclínica (COELHO,
ANGRIMANI, MARQUES, 2011).

3.6 FATORES DE RISCO

3.7 DIAGNÓSTICO

A presença de pulgas ou prévio contato, manifestação de sinais clínicos como


prostração, icterícia, mucosas anêmicos, anorexia e perda de peso são indícios para
a suspeita de micoplasmose (MARTINEZ et al., 2016).
Segundo Souza et al. (2021), a micoplasmose felina é uma doença de grande
relevância em gatos, o veterinário deve se atentar na anamnese, exame clínico e
laboratoriais em qualquer indício de micoplasmose, requerendo pesquisas de
hematozoários para se ter um diagnóstico preciso.

3.7.1 Esfregaço sanguíneo


A amostra de sangue para a pesquisa da Mycoplasma pode ser colida da veia
cefálica ou veia jugular, armazenada em tubo contendo o anticoagulante ácido
etilenodiamino trea-acético (EDTA), e logo em seguida, encaminhado para análise
(MARTINEZ et al., 2016).
Para a pesquisa de hemoparasita se realiza a técnica de esfregaço sanguíneo,
onde uma gota de sangue é colocada sobre uma lâmina, e por meio de outra inclinada
a 45º, o material é percorrido sobre toda a sua superfície. Logo após é corada com
Panótico Rápido, onde primeiramente a lâmina é mergulhada e repousa por 5
segundos no corante 1 (fixador), retirada e colocada para escorrer e posteriormente
mergulhada no corante 2 (vermelho) por 2 segundos e por fim, após deixada escorrer,
é colocado no corante 3 (azul) por 10 segundos. Posteriormente a lâmina é lavada em
água corrente e deixada sobre uma superfície, secando em temperatura ambiente.

6
Por fim, ela é levada ao microscópio óptico e inspecionada por meio da objetiva de
100 a 440X, ou até mesmo na de 1000x com o auxílio do óleo de imersão. Estabelece
o diagnóstico por meio da visualização do hematozoários em inclusões de hemácias,
plaquetas e leucócitos (FERRAZa et al, 2020).
Pelo fato de não possuir parede celular, o micoplasma dificulta sua descoberta,
mas técnicas de coloração de Romanowsky, Giemsa, May Grunwald Giemsa, Wright
e Wright Giemsa tem se mostrados eficientes no diagnóstico em esfregaço sanguíneo,
como demostrado na Figura. (BEDOYA, SANCHEZ, CLÌNICO, 2020).

FIGURA: Esfregaço sanguíneo corado por Giemsa de um gato com infecção por Mycoplasma
haemofelis. Os microrganismos estão aderidos à superfície dos eritrócitos. Existe anisocitose
(variação do tamanho da célula) na lâmina. Fonte: LITTLE, 2016.

3.7.2 Hemograma
No hemograma, as alterações hematológicas secundárias notadas em decorrência
da micoplasmose são a presença de anemia do tipo macrocítica hipocrômica,
presença de monócitos ativos e macrófagos, trombocitopenia, hiperproteinemia,
leucocitose, neutropenia, neutrofilia, linfopenia, monocitose e eosinofilia (RAIMUNDO,
2014).
As alterações hematológicas como anisocitose, policromasia, cospúsculo de
Howell-Jolly, anemia normocitica normocrômica regenerativa, plasma ictérico,
neutrofilia segmentar, neutrófilos hiposegmentados, neutrófilos tóxicos, linfocitose e
linfócitos reativos também podem ser achados em animais infectados (MARTINEZ et
al., 2016).

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3.7.3 Diagnóstico molecular
A extração do DNA para análise de PCR pode ser obtido por meio de kit
comercial (Pure Link ® Genomic DNA Mini Kit) seguindo as instruções do fabricante.
O DNA do sangue é separado em 50µl de tampão de eluição e posterioemente
armazenado em ultra freezer -80ºC. O DNA total extraído passa por PCR semi-
aninhado para a procura de DNA de Mycoplasma spp. os primers para detecção do
agente pode ser feita utilizando o Foward My16SF
(5’AGCAATRCCATGTGAACGATGAA 3’) o primer reverse MY16SR1 (5’
TGGCACATAGTTTGCTGTCACTT3’) o segundo primer reverse MY16SR2 (5’
GCTGGCACATAGTTAGCTGTCACT3’), segundo o descrito por Willi et al. (2009). No
que se refere ao perfil térmico foi constituído de: 95ºC por 3 minutos, 40 ciclos de 94ºC
por 30 minutos, 60ºC por 45 segundos, 72ºC por 45 segundos, com uma extensão
final a 72ºC por 10 minutos (ALMEIDA et al. 2022).
O diagnóstico da Mycoplasma haemofelis pode ser obtido por meio da Reação em
Cadeia Polimerase em Tempo Real (qPCR), usando oligonucleotídeos espécie-
específico de 4,6% (RAIMUNDO, 2014).
O PCR é uma técnica de diagnóstico comumente utilizado para a identificação de
espécies dos agentes (MARTINEZ et al., 2016).

3.8 DIAGNÓSTIO DIFERENCIAL

Em relação aos felinos, os principais micro-organismos que promovem quadros


debilitantes e anemia em gatos são os hemoparasitos Mycoplasma spp. e Cytauxzoo
felis (RAIMUNDO, 2014).

3.9 TRATAMENTO

Tratamento de suporte e atibioticoterapia são os princípios a serem instituídos na


terapia da micoplasmose (COELHO, ANGRIMANI, MARQUES, 2011).
Animais esplenectomizados ou que fazem uso de corticosteroides, como
metilprednisolona, são mais suscetíveis a desenvolver recorrentes episódios de
parasitemia (ALLEMAN et al., 1999).

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3.9.1 Antibioterapia
A micoplasmose pode ser tratada por meio de aplicações de 12 em 12 horas de
Doxiclina, na dose de 5 mg/kg, durante 21 dias, conjuntamente com a terapia de
suporte (FERRAZb et al., 2020).

3.9.2 Corticoesteróides
A prednisolona, na dose de 0,5mg/kg, a cada 12 horas, tem como objetivo
melhoras o componente imunomodulador da doença, auxiliando na melhorando a
terapia e proporcionando uma recuperação mais rápida (FERRAZb et al., 2020;
LITTLE, 2016).

3.9.3 Transfusão de sangue


Em casos graves, pode haver a necessidade de realização de transfusão
sanguínea seguida de administração de doxiciclina, 10 mg, duas vezes ao dia, por 21
dias. (ALLEMAN et al., 1999).

3.9.4 Tratamento de suporte


O uso de ácido ursodesoxicólico, na dose 15mg/kg, a cada 24 horas, juntamente
com timodulina xarope, a cada 12 horas, por 30 dias, podem ser utilizados adjuvantes
a terapia convencional para o quadro, a fim de proporcionar uma melhor resposta ao
protocolo terapêutico estabelecido. (FERRAZb et al., 2020).

3.10 PROGNÓSTICO

A micoplasmose é uma doença de grande relevância na medicina felina, por isso,


a realização de um diagnóstico precoce e tratamento efetivo é necessário para se
tornar um quadro de prognóstico favorável (SOUZA et al., 2021).
Geralmente a micoplasmose é uma doença com prognóstico favorável quando é
tratado adequadamente, contudo, pode ser desfavorável quando o animal apresenta
com uma doença concomitante debilitante, como uma coinfecção por FeLV, que
agrava o quadro (LITTLE, 2016).

9
3.11 CONTROLE E PREVENÇÃO

O controle de ectoparasitos e o impedimento do animal ao acesso à rua são


recomendações como meios de controle e prevenção da micoplasmose (SOUZA et
al., 2021). Desenvolver o paragrafo
Ferraza et al. (2020), ressaltam a importância de realizar o controle de
ectoparasitas além de pesquisas corriqueiras de hemoparasitos como formas
preventivas de doenças por hematozoários transmitidas por vetores.
O proprietário deve ser alertado para a importância do cumprimento dos esquemas
de vacinação visando a proteção contra doenças virais, como a FELV, e o controle de
artrópodes hematófagos que são os vetores da doença (COELHO, ANGRIMANI,
MARQUES, 2011).

4 MATERIAIS E MÉTODOS
Um paciente felino, do sexo( ), ( ) esterilizada, da raça ( ), contendo ( ) anos de
idade, pesando cerca de ( ) Kg, foi atendido na Clínica Veterinária Zecão Petshop, em
Salinas, Minas Gerais. Durante a anamnese foi observado que o animal apresentava
( ), () a presença de ectoparasitas, sendo a queixa principal de ( ). No exame físico, o
animal apresentou ( ). O animal ( ) estava com o protocolo de vacinação completo e
() tem administração de vermífugos recentemente. Devido o histórico, anamnese e
exame clínico, suspeitou-se de um quadro de micoplasmose felina.
As amostras sanguíneas foram coletadas, por meio de material estéril e
descartável, da veia ( ), e acondicionados em um tubo contendo (EDTA) e outro sem
anticoagulante e mantidos em recipientes isotérmicos, tendo como objetivo manter a
integridade da alíquota coletada. O material foi encaminhado para o Laboratório
Veterinário VetLab para análise sanguínea.
Uma gotícula da amostra de sangue foi separada para análise em esfregaço
sanguíneo, onde ela foi sobreposta na superfície de uma lâmina e, com o auxílio de
outra lâmina, o material é percorrido por toda a superfície da lâmina, que logo após é
corado pelo método de Panótico Rápido (PR), mergulhando-se por 10 segundos a
lâmina no fixador, posteriormente o mesmo é feito no corante vermelho e por
conseguinte é mergulhado por 10 segundos no corante azul, finalizando com a
lavagem da lamina em água corrente e deixando secar em temperatura ambiente. A
lâmina foi inspecionada em microscopia pela objetiva de 1000x.

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Para confirmação de comorbidades virais, se realizou um teste rápido ( ) de
FIV/FeLV, na qual se aplica uma gota de sangue periférico acrescido de duas gotas
de reagente no teste, que, logo após 15 minutos, se observa o resultado.

5 DISCUSSÃO
Dentre os sinais mais observados as mucosas pálidas então presentes em
100% dos casos, e anorexia, cerca de 67% (BIEZUS et al., 2018).
Porém o esfregaço sanguíneo é pouco sensível (COELHO, ANGRIMANI,
MARQUES, 2011).
Segundo Ferraza et al. (2020), o agente da micoplasmose representa 12,5%
dos achados em esfregaços sanguíneos.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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