Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DIVINÓPOLIS-MG
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI – UFSJ
CAMPUS CENTRO-OESTE DONA LINDU – CCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
DIVINÓPOLIS-MG
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI – UFSJ
CAMPUS CENTRO-OESTE DONA LINDU – CCO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Banca Examinadora:
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
ii
Resumo
iii
Abstract
The Leishmaniasis are zoonotic diseases with major global and endemic
distribution in countries around the world. It is estimated that the annual incidence is
about 2 million cases, of these approximately 1.5 million caused by cutaneous forms
and 500,000 by the visceral form. In the Americas, the causative agent of visceral
leishmaniasis (VL) are protozoa of the Leishmania (Leishmania) infantum and
transmission to the host or vertebrate reservoir occurs through the bite of flies of the
species Lutzomyia longipalpis. The dog has been appointed the main link in the
transmission of Leishmania (L.) infantum to humans due to the large number of
infected dogs and the presence of the parasite in the skin. This importance is
evidenced when it is observed that human cases usually occur in areas with high
prevalence of canine VL with the infection of these animals preceding the
human. The municipality of Brumadinho is located in the metropolitan region of Belo
Horizonte, with a population of 33,973 inhabitants according to 2010 data from the
IBGE. Brumadinho presented 13 cases of human VL in the years 2007 to 2013 which
is considered sporadic transmission by the Ministry of Health criteria. During this
study, 1413 dogs were evaluated, of these 672 (47.6%) males and 741 (52 , 4%)
females. 60 dogs were identified as infected with LVC, 34 (56.7%) males and 26
(43.3%) females. The overall prevalence identified in this study was 4.25%, with
variation between sectors of 1.82% (minimum) in the stratum 01 and more than 10%
in those 07 (maximum). Clinical evaluation in 28 of 60 positive dogs indicated that 20
(71.42%) had at least one clinical sign of CVL and 8 (28.57%) showed no signs of
disease. All parasites detected belonged to protozoa species Leishmania infantum.
Analysis of the spatial distribution of cases of LVC in the city of Brumadinho aided by
Kernel density tool points to two main areas for the control strategy/combat of this
disease in the municipality. The results of this work will direct the actions of
control/anti-VL in the city, contributing to a possible reduction of the expansion of
Visceral Leishmaniasis.
iv
Sumário
1. Introdução....................................................................................................................... 12
2. Revisão da literatura........................................................................................................ 13
2.1 As leishmanioses......................................................................................................... 13
2.2 Aspectos Gerais da Leishmaniose.............................................................................. 15
2.3 Leishmaniose Visceral Humana.................................................................................. 18
2.4 No cão......................................................................................................................... 19
2.5 Urbanização das Leishmanioses................................................................................ 21
2.6 Controle e profilaxia da LV.......................................................................................... 21
3. Justificativa...................................................................................................................... 23
4.Objetivos........................................................................................................................... 23
5. Materiais e métodos........................................................................................................ 24
5.1 Área de estudo............................................................................................................ 24
5.2 Aspectos éticos............................................................................................................ 25
5.3 Delineamento do estudo.............................................................................................. 25
5.4 Estudo dos reservatórios domésticos.......................................................................... 25
5.5 Cálculo amostral.......................................................................................................... 26
5.6 Coleta de dados........................................................................................................... 26
5.7 Coleta de amostras biológicas..................................................................................... 27
5.8 Diagnóstico parasitológico........................................................................................... 27
5.9 Caracterização da espécie de LVC............................................................................. 28
5.9.1 Extração de DNA...................................................................................................... 28
5.9.2 Reação em Cadeia da Polimerase........................................................................... 29
5.10 Avaliação dos sinais clínicos..................................................................................... 29
5.11 Georreferenciamento................................................................................................. 30
5.12 Densidade Kernel...................................................................................................... 30
6. RESULTADOS................................................................................................................ 31
6.1 Prevalência.................................................................................................................. 31
6.2 Diagnóstico parasitológico........................................................................................... 33
6.3 Caracterização da espécie.......................................................................................... 33
6.4 Avaliação Clínica......................................................................................................... 35
6.5 Distribuição espacial da LV......................................................................................... 36
v
6.5.1 Leishmaniose Visceral Humana............................................................................... 36
6.5.2 Leishmaniose Visceral Canina................................................................................. 38
6.5.3Densidade de Kernel................................................................................................. 39
7. Discussão........................................................................................................................ 41
8. Conclusão........................................................................................................................ 46
9. Anexos............................................................................................................................. 47
10. Referências.................................................................................................................... 50
vi
Lista de figuras
Figura 02: PCR-RFLP – ITS1, das amostras de cães naturalmente infectados por
Leishmania (L.) infantum. PM = Peso Molecular, B1, B2, B3, B4, B5, B6, B7, B8, B9,
B10, B11, B13, B14, B15, B16 amostras de DNA proveniente do baço. Lb =
Leishmania braziliensis. Li = Leishmania
infantum......................................................................................................................34
Figura 03: PCR-RFLP – ITS1, das amostras de cães naturalmente infectados por
Leishmania (L.) infantum. PM = Peso Molecular, B17, B19, B20, B22, B23, B25,
amostras de DNA proveniente do baço. Lb = Leishmania braziliensis. Li =
Leishmania infantum. La = Leishmania
amazonensis..............................................................................................................34
Figura 04: PCR-RFLP – ITS1, das amostras de cães naturalmente infectados por
Leishmania (L.) infantum. PM = Peso Molecular, P12, P18, P24, P26, P27, P28
amostras de DNA proveniente de pele de orelha. L21 amostra de DNA proveniente
de linfonodo poplíteo. Lb = Leishmania braziliensis. Li = Leishmania infantum. La =
Leishmania amazonensis...........................................................................................34
Figura 06. Distribuição de cães pesquisados durante o estudo realizado entre Abril e
Agosto de 2014. Os pontos verdes representam os cães não reagentes e os pontos
vermelhos os cães positivos para Leishmaniose Visceral
Canina........................................................................................................................38
vii
Figura 9. Mapa do município de Brumadinho – MG. Em destaque a densidade de
Kernel demonstrando as zonas quentes “hotspots” referente aos casos caninos de
LV...............................................................................................................................40
viii
Lista de tabelas
Tabela 04: Número de sinais clínicos apresentados por cães infectados por LVC no
município de Brumadinho, MG – 2014.......................................................................36
ix
Lista de anexos
x
Lista de abreviaturas e siglas
LV - Leishmaniose Visceral.
MS – Ministério da Saúde.
xi
1. Introdução
12
considerado como sendo de transmissão esporádica segundo estratificação
baseada do Ministério da Saúde.
Este estudo tem a finalidade de identificar as características da transmissão
de Leishmaniose Visceral no município, enfocando especialmente no reservatório
canino, importante elo da cadeia de transmissão da Leishmaniose.
As ações de controle e combate à LV no município, realizadas pelo Serviço
de Controle de Zoonoses poderão ser direcionadas baseadas nas informações
coletadas neste estudo como a prevalência de LVC, espécie circulante de LV e a
distribuição espacial destes cães naturalmente infectados por Leishmaniose.
2. Revisão da literatura.
2.1 As leishmanioses.
13
As diferentes manifestações clínicas causadas pela infecção por Leishmania
spp. dependem de interações complexas entre os parasitos e a resposta imune dos
hospedeiros. As leishmanioses são reconhecidas pela Organização Mundial de
Saúde (OMS, 2015) como sendo divididas em quatro tipos clínicos: a forma visceral,
a forma cutânea, a forma mucocutânea e cutânea difusa (WHO, 2015).
Estas doenças acometem 98 países em cinco continentes (Alvar et al., 2012),
sendo todos eles tropicais ou subtropicais. Dados da OMS indicam que
aproximadamente 350 milhões de pessoas estejam expostas ao risco de contrair
estas enfermidades. Estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas estejam
infectadas com alguma forma de leishmaniose no mundo, e que sua incidência anual
seja de aproximadamente 2 milhões de casos, destes 500.000 relacionados à
leishmaniose visceral e 1,5 relacionado às formas cutâneas da doença (WHO,
2015).
A forma cutânea é a mais disseminada das formas de leishmaniose, foram
notificados oficialmente mais de 200.000 casos por ano, sendo que destes cerca de
70-75% ocorreram em apenas dez países: Afeganistão, Argélia, Colômbia, Brasil,
Irã, Síria, Etiópia, Sudão do Norte, Costa Rica e Peru. No continente Americano as
formas cutâneas da doença (Leishmaniose cutânea, leishmaniose mucocutânea e
leishmaniose difusa), são denominadas como Leishmaniose Tegumentar Americana
(LTA) e nestes são apresentados cerca de 66.000 casos/ano. (Alvar et al., 2012;
WHO, 2014)
No novo mundo, várias espécies do gênero leishmania são responsáveis pela
transmissão de LTA, sendo nove do subgênero Viannia: Leishmania (Viannia)
braziliensis, L. (V.) colombiensis, L. (V.) guyanensis, L (V.) lainsoni, L. (V.) naiffi, L.
(V.) panamensis, L. (V.) peruvina, L. (V.) shawi e L. (V.) lindenbergi e quatro do
subgênero Leishmania: Leishmania (Leishmania) amazonensis, L (L.) mexicana, L
(L.) pifanoi e L. (L.) venezuelensis. (Lainson, 2010).
A forma visceral, considerada a mais grave das formas clínicas, apresenta
alta taxa de mortalidade, em especial em casos não tratados, estes parasitos
possuem tropismo por células do Sistema Mononuclear Fagocitário (SMF) do baço,
fígado, medula óssea e linfonodos. Neste continente, é causada pela espécie
Leishmania (L.) infantum (Maurício, 2000) e será o objeto deste estudo.
14
2.2 Aspectos Gerais da Leishmaniose Visceral.
15
Essa espécie pode ser encontrada em todo o território nacional, resiste a
variadas temperaturas e se adapta facilmente ao ambiente domiciliar podendo ser
encontrado também nos abrigos de animais domésticos.
Os flebotomíneos são conhecidos popularmente por “mosquito-palha”,
“birigui”, “asa-branca”, dentre outros nomes. São insetos pequenos com cerca de 1 a
3 mm, possuem dois pares de asas que lhes permitem deslocar através de saltos,
são pilosos e com atividade noturna ou crepuscular. Apresentam em seu ciclo de
vida as fases de ovo, larva, pupa e inseto adulto sendo, portanto considerados
holometabólicos. (Lainson & Rangel, 2005)
Em condições favoráveis a eclosão dos ovos ocorre de 7 a 17 dias após a sua
postura e o seu desenvolvimento completo leva em torno de 30 a 100 dias, variando
conforme a espécie e as condições do ambiente, nos flebotomíneos da espécie
Lutzomya longilpalpis esse desenvolvimento leva de 30 a 45 dias em condições
artificiais de laboratório. As larvas se alimentam da matéria orgânica disponível no
solo e se desenvolvem em locais úmidos. Os adultos, como já citado, apresentam
hábitos noturnos e crepusculares se escondendo durante o dia em locais
sombreados como fendas de arvores, abrigo de animais, etc. (Lainson & Rangel,
2005; Killick-kendrich, 1999). Ambos os sexos se alimentam de seiva de plantas,
porém apenas as fêmeas são hematófagas.
A infecção do invertebrado ocorre quando fêmeas dos flebotomíneos, em
busca de sangue, se alimentam de um hospedeiro vertebrado infectado. Durante o
repasto sanguíneo formas amastigotas de Leishmania são ingeridas pelo inseto
vetor. Segundo Bates (2007) o mecanismo de obtenção de sangue pelos
flebotomíneos seria um dos fatores responsáveis pela ingestão desses parasitos. As
fêmeas de Lu. longipalpis ao encontrarem um animal vertebrado, fonte de alimento,
inserem seu aparelho bucal na pele, como uma serra e começam a agitá-lo
produzindo um pequeno ferimento. O dano causado ao tecido, o sangue de
capilares periféricos juntamente com células fagocitárias liberadas, permitem a
posterior ingestão de formas amastigotas de L. infantum.
Depois de ingeridas, as formas amastigotas são estimuladas a se diferenciar
devido à mudança de condições entre o até então hospedeiro mamífero e o atual
intestino do inseto invertebrado (queda de temperatura e alteração no pH) essas
formas amastigotas passam por várias mudanças morfológicas e fisiológicas dando
16
origem as formas promastigotas, processo conhecido como metaciclogênese que
culmina no aparecimento de promastigotas metacíclicas (que é a fase infectante
para o hospedeiro vertebrado), estas migram para o tubo o tubo digestivo anterior do
vetor. (Bates, 2007; Secundino et al., 2005; Barata et al., 2005). Após estas
mudanças, ao realizar um novo repasto sanguíneo a fêmea estará apta a transmitir
os protozoários ao hospedeiro vertebrado.
Durante a realização do repasto, a fêmea infectada, inocula as formas
promastigotas metacíclicas, que penetram no organismo do hospedeiro vertebrado.
Dentro deste hospedeiro os parasitos são internalizados por células fagocitárias,
principalmente macrófagos, o flagelo até então aparente, fica interiorizado
conferindo ao protozoário um aspecto arredondado ou ovóide e este passa a ser
denominado como amastigota. Nestas células, as amastigotas se reproduzem por
fissão binária e esta proliferação de parasitos favorece o rompimento da membrana
plasmática das células e conseqüentemente a liberação de amastigotas que serão
internalizadas por outras células fagocitárias iniciando uma nova fase de
multiplicação celular. (Chang, 1983; Baneth et al., 2008)
A infecção de um animal não é suficiente para que ele possa ser considerado
um reservatório. Um animal infectado, a principio, é um hospedeiro, porém seu papel
na manutenção do ciclo de transmissão de uma determinada doença dependerá das
peculiaridades da interação parasito-hospedeiro e isto irá determinar a competência
da espécie na manutenção ou transmissão do parasito definindo assim seu papel
como reservatório (Guerin et al., 2002; Desjeux et al., 2004).
No ciclo biológico da Leishmaniose Visceral, animais silvestres como as
espécies de canídeos Cerdocyon thous e Dusicyon vetulus e de marsupiais como
Proechimys canicollis, Didelphis albiventris e Didelphis marsupialis são consideradas
possíveis reservatórios silvestres da doença, portanto contribuem para sua
manutenção no ambiente silvestre. Com relação aos roedores, mesmo com a
presença do parasito sendo encontrada em alguns destes animais, confirmada
através de PCR, a infecção experimental por Lu. longipalpis alimentados em
espécies de roedores torna-se fundamental para confirmação dessa hipótese
(Lainson & Rangel, 2005). O cão (Canis familiares) é considerado o mais importante
reservatório domestico da LV, sendo o principal responsável pela manutenção do
ciclo de leishmaniose no âmbito rural e urbano (Lainson & Rangel, 2005).
17
Apesar de contrair a doença, o homem aparece apenas como hospedeiro da
Leishmania infantum, pois mesmo infectado é incapaz de transmitir a doença aos
flebotomíneos.
18
2.4 No cão
19
40-60% dos cães soropositivos no Brasil sejam assintomáticos, o que impossibilita o
diagnóstico clínico desses animais, aliás, o diagnóstico clínico de LVC, mesmo cães
oligossintomátios e sintomáticos deve ser baseado em informações referentes à
sintomatologia apresentada pelo animal, aliada a epidemiologia da área e a
confirmação de circulação do parasito, pois estes sinais podem estar relacionados a
outras enfermidades (Palis et al., 2007; Bevilacqua & Alves, 2004).
Assim, para que haja uma confirmação definitiva da infecção por LVC
técnicas laboratoriais devem ser empregadas. Para o diagnóstico de LVC existem
basicamente três categorias: métodos parasitológicos, sorológicos e moleculares
(Gontijo & Melo, 2004; Nogueira & Silva, 2009).
O diagnóstico parasitológico se baseia na demonstração microscópica do
parasito e ainda é considerado o padrão ouro para diagnóstico da doença. É
realizado através da analise citológica de lâminas com esfregaços ou imprints de
tecidos. Esse método possibilita a identificação direta do parasito na sua forma
amastigota em tecido animal (MS, 2006). Contudo, algumas desvantagens estão
relacionadas com o emprego desta técnica, entre elas a baixa carga parasitária
apresentada por alguns animais, além da necessidade de pessoal capacitado para a
leitura das lâminas (Faria, 2007).
Os testes sorológicos normalmente são mais empregados pelos programas
de controle devido ao seu menor custo e maior rapidez, seu uso é recomendado em
inquéritos amostrais e censitários para avaliar a prevalência de LVC. A utilização de
técnicas sorológicas para a detecção de anticorpos circulantes anti-leishmania,
constitui um importante instrumento no diagnóstico da LVC. No entanto, testes
sorológicos devem ser avaliados com cautela, pois não são 100% sensíveis. Os
principais métodos sorológicos utilizados para a identificação de anticorpos
circulantes anti-leishmania são, entre outros, a imunofluorescência indireta (RIFI), o
ensaio Imunoenzimático (ELISA) e o DPP® (Kiral, 2004; MS, 2006).
Atualmente o Ministério da Saúde recomenda o uso do teste DPP® em
inquéritos sorológicos para a triagem de cães e o material biológico dos animais
reagentes ao DPP® é submetido ao teste ELISA para confirmar a infecção por LVC.
Quanto aos testes moleculares, a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
apresenta grande especificidade e sensibilidade para a detecção de DNA
Leishmania e conseqüente diagnóstico de LVC. A técnica de PCR permite a
20
amplificação de seqüências especificas do genoma de Leishmania e pode ser
realizada a partir de vários tipos de tecidos, sangue, fluidos biológicos ou amostras
histopatológicas (Solano-Gallego et al., 2009).
Em relação aos métodos sorológicos e parasitológicos a PCR se apresenta
muito mais sensível e especifica, além de possibilitar a identificação da espécie
causadora da infecção, o que pode ser útil em áreas onde diferentes espécies de
tripanosomatideos co-existem. A importância dessa técnica tem sido demonstrada
em vários trabalhos, porém o custo, a disponibilidade de equipamentos sofisticados
e reagentes tem sido apontada como algumas de suas limitações (Romero &
Boelaert, 2010).
21
do endêmico do mundo a manter um programa epidemiológico e profilático regular
no combate a essa doença (Palatnik-De-Sousa et al., 2001). Segundo a política de
saúde atual no nosso país, o controle da leishmaniose é de responsabilidade do
Sistema Único de Saúde (SUS) e após a descentralização das endemias as ações
do Programa de Controle da Leishmaniose Visceral (PCLV) ficaram a encargo dos
estados e municípios.
O PCLV é baseado em três medidas, que buscam atingir cada elo da cadeia
epidemiológica da doença, são eles: diagnóstico e tratamento dos casos humanos;
combate ao vetor através da aplicação de inseticidas; identificação e eliminação dos
reservatórios domésticos (cães) infectados (MS, 2006). É importante salientar que
estas ações devem ser adotadas de forma integrada.
Dentre estes elos, um dos mais importantes a ser eliminado para a redução
da doença é o vetor, sendo que atualmente o controle químico é a medida mais
objetiva disponível, ainda que insuficiente e complexa. A indicação do uso de
inseticidas para o controle vetorial depende da situação epidemiológica de cada
localidade. Esta medida é direcionada apenas ao flebotomíneo adulto (alado) tendo
como objetivo reduzir o contato entre vetor e hospedeiro susceptível,
conseqüentemente reduzir o risco de infecção pela doença.
O controle químico é recomendado em áreas com o primeiro registro de caso
autóctone de LV humano, em áreas de transmissão moderada e intensa e em áreas
com surto de LV. O controle químico, na zona rural, deve ser realizado em todos os
domicílios onde ocorreu transmissão e apenas em áreas previamente delimitadas
indicadas pela classificação epidemiológica na zona urbana (MS 2006).
Quanto às ações relacionadas ao reservatório, o Ministério da Saúde
recomenda a prática da eutanásia em todos os cães com sorologia positiva e/ou
exames parasitológicos positivos para Leishmania. Esta recomendação se apóia na
consideração de que o cão é um dos principais reservatórios domésticos da doença
e que a infecção canina, normalmente precede a infecção humana.
Por fim, como medida profilática, o manejo ambiental através da modificação
do ambiente, promovendo a limpeza urbana e domicílios com a retirada de
substratos orgânicos que propiciam o desenvolvimento do ciclo biológico do inseto
vetor, se mostra bastante promissor (MS 2006).
22
3. Justificativa
4. Objetivos
23
5 Materiais e métodos
Figura 01: Mapa de localização da área de estudo, município de Brumadinho - Minas Gerais.
24
5.2 Aspectos éticos
25
com a característica das localidades que se encontram distantes da região central
do município.
26
5.7 Coleta de amostras biológicas
27
citológicas confeccionadas pela técnica chamada de imprint, ou citologia de
decalque.
Essa técnica consiste na aplicação do material coletado em uma lâmina
limpa, para tal é necessário retirar o excesso de sangue da amostra utilizando papel
filtro e depois pressionar o material sobre a área da lâmina (por aposição), após esta
etapa as lâminas foram coradas através de um conjunto para coloração rápida
(Panótico Rápido). Este conjunto é composto por um fixador e duas soluções
corantes. As amostras são submetidas a imersões de 5 segundos em cada um
destes compostos e ao final da última a lâmina se encontra pronta para a leitura.
Para cada um dos 28 animais, foram confeccionadas três lâminas dos
tecidos: baço, pele (de orelha) e linfonodo poplíteo.
28
dez minutos. Por fim, o tubo foi centrifugado 13000 rpm’s e o sobrenadante
transferido para um novo tubo.
O isolamento do DNA no tubo foi feito por precipitação. Para tal, 100µl de
Acetato de sódio foi adicionado à amostra, juntamente com um (01) volume de
isopropanol (95-100%) gelado e incubado a -80ºC por vinte minutos. Após esta
etapa, o tubo foi centrifugado a 13000 rpm’s e o sobrenadante descartado, 500µl de
etanol gelado foi adicionado ao tubo e o mesmo invertido de forma lenta por dois
minutos e centrifugado a 13000 rpm’s por quinze minutos. Novamente, o
sobrenadante foi descartado e adicionado ao tubo Água MiliQ para a hidratação do
DNA. Por fim, a amostra foi incubada a 37ºC por trinta minutos e depois
acondicionada no freezer até o seu uso.
29
responsável avaliou nove sinais clínicos descritos na literatura e que poderiam ser
apresentados por cães infectados por LVC, além de avaliar a presença de
ectoparasitas, sexo, raça e estado nutricional geral. Cada um destes cães recebeu
uma identificação especifica na ficha Clinica de Acompanhamento. Sinais clínicos
como hepatoesplenomegalia e linfonodos aumentados, foram avaliados durante a
necropsia e anotados em um espaço reservado na ficha.
Neste presente estudo, classificamos os cães como sendo assintomáticos, ou
seja, aqueles que não apresentaram sinais clínicos da LVC e sintomáticos, aqueles
que apresentaram qualquer um dos sintomas da LVC.
5.11 Georreferenciamento
30
intensidade do processo nas regiões do mapa. Este produto cartográfico é uma
poderosa ferramenta de análise espacial (Fernanda et al., 2014).
Neste estudo o programa ArcGIS™ foi utilizado para a geração dos mapas e
densidade de Kernel.
6 Resultados
6.1 Prevalência.
Foram avaliados 1413 cães, 672 (47,6%) machos e 741 (52,4%) fêmeas.
Deste total 60 (4,2%) cães foram identificados como sororeagentes por LVC, sendo
34 (56,7%) machos e 26 (43,3%) fêmeas. A prevalência no inquérito sorológico foi
de 4,25%, conforme demonstrado na tabela abaixo (TABELA 01). A diferença entre
gêneros não foi estatisticamente significativa.
Tabela 01
Prevalência de Leishmaniose visceral canina no município de Brumadinho – MG. 2014.
N % Cães + % Prevalência P*
Sexo
31
Tabela 02
Prevalência de LVC no município de Brumadinho-MG, distribuídas por setores/bairros. 2014.
Localidade Cães examinados Cães positivos % (total de positivos) Prevalência
Sol Nascente 9 0 - -
Dom Bosco 12 0 - -
R.B.V 75 3 5 4
Lourdes 13 0 - -
Centro 11 0 - -
Jota 29 0 - -
São Bento 11 0 - -
Planalto 28 3 5 10,71
TOTAL 1413 60 - -
32
6.2 Diagnóstico parasitológico
33
Figura 02: PCR-RFLP – ITS1, das amostras de cães naturalmente infectados por Leishmania (L.)
infantum. PM = Peso Molecular, B1, B2, B3, B4, B5, B6, B7, B8, B9, B10, B11, B13, B14, B15, B16 amostras de DNA
proveniente do baço. Lb = Leishmania braziliensis. Li = Leishmania infantum.
Figura 03: PCR-RFLP – ITS1, das amostras de cães naturalmente infectados por
Leishmania (L.) infantum. PM = Peso Molecular, B17, B19, B20, B22, B23, B25, amostras de
DNA proveniente do baço. Lb = Leishmania braziliensis. Li = Leishmania infantum. La = Leishmania
amazonensis
Figura 04: PCR-RFLP – ITS1, das amostras de cães naturalmente infectados por
Leishmania (L.) infantum. PM = Peso Molecular, P12, P18, P24, P26, P27, P28 amostras de
DNA proveniente de pele de orelha. L21 amostra de DNA proveniente de linfonodo poplíteo.
Lb = Leishmania braziliensis. Li = Leishmania infantum. La = Leishmania amazonensis
34
6.4 Avaliação Clínica
Tabela 03.
Número de amostras biológicas coletadas para caracterização de espécie e avaliação de sinais
clínicos de acordo com sexo e sintomas. Brumadinho-MG. 2015.
Característica Clínica
Sexo Sintomático % Assintomático % TOTAL % P*
Machos 15 53,6 % 4 14,3 % 19 67,9 % 0,40
Fêmeas 5 17,8 % 4 14,3 % 9 32,1 %
TOTAL 20 71,4 % 8 28,6 % 28 100 %
35
Tabela 04.
Número de sinais clínicos apresentados por cães infectados por LVC no município de Brumadinho,
MG – 2014.
Sinal Clínico Cães examinados
N (Sintoma) % (Por sintoma)
Descamação 12 42,9%
Alopecia 7 25%
Conjuntivite 5 17,8%
P. Patas 1 3,6%
Onicogrifose 11 39,3%
Hiperceratose 11 39,3%
36
Figura 05. Série histórica de casos de LV no mapa do município de Brumadinho MG. Os pontos em
laranja representam os casos humanos no período de 2007 a 2013.
37
6.5.2 Leishmaniose Visceral Canina
Figura 06. Distribuição de cães pesquisados durante o estudo realizado entre Abril e Agosto de 2014.
Os pontos verdes representam os cães não reagentes e os pontos vermelhos os cães positivos para
Leishmaniose Visceral Canina.
38
Figura 07. Georreferenciamento de cães positivos no município de Brumadinho, MG. Os pontos
vermelhos demonstram as amostras positivas para LVC.
39
Figura 08. Mapa do município de Brumadinho – MG. Sobreposição de cães positivos e densidade de
Kernel gerada a partir dos casos positivos e negativos georreferenciados. No mapa os pontos
vermelhos representam os cães positivos e as zonas quentes (hotspots) a densidade de Kernel.
40
Figura 10. O mapa demonstra a sobreposição de casos caninos, casos humanos e densidade de
Kernel. Os pontos vermelhos representam os casos caninos, os laranjas representam os casos
humanos (ajustados por localidade de ocorrência) e a zona quente a densidade de Kernel.
7 Discussão
41
Dentre estes estudos podemos citar no estado de Minas Gerais os trabalhos
desenvolvidos por Silva et al., (2001) em Belo Horizonte que identificou a
prevalência de 3,6%, Teixeira-Neto et al.,. (2014) em estudo realizado na cidade de
Divinópolis, descreveu uma prevalência de 4,63%, na cidade de Montes Claros a
prevalência foi de 4,9% segundo Monteiro et., al; (2005). O trabalho de Borges et
al.,. (2014) demonstrou uma prevalência de 10,6% no município de Juatuba – MG e
em Governador Valadares, Barata (2013) apontou uma prevalência acumulada de
30,2% em seu estudo realizado ao longo dos anos de 2008 a 2011.
Em outras regiões do país estudos como o de Almeida (2012) e Oliveira
(2015) identificaram as prevalências de 22,1% e 15,5%, respectivamente, nas
cidades de Cuiabá – MT e no distrito de Jacaré em Niterói – RJ. Na região Nordeste
Barbosa et al., (2015) identificou uma prevalência de 10,30% em Natal – RN. Em
Campina Grande – PB, 4,3% dos cães pesquisados eram sororeagentes (Brito et al.,
2016), enquanto Fernandes et al., (2016).
A prevalência de LVC no município de Brumadinho identificada no nosso
estudo se apresenta muito próximo da maioria dos trabalhos realizados em diversas
regiões do estado e do país e apresentados acima, porém, ele se distancia de
valores encontrados por alguns outros autores.
As diferenças nos valores encontrados entre os estudos podem estar
relacionadas às características de cada município, uma vez que existem diferentes
fatores de risco relacionados à transmissão da LVC que podem variar de uma região
para outra. Os principias fatores são a degradação do ambiente, os fluxos
migratórios, a ocupação desordenada, o saneamento precário, as características
socioeconômicas de cada região, e a interrupção das ações de controle da LV
(Missawa; Borba, 2009; Gontijo & Melo, 2004; MS, 2006)
Além disso, as características individuais dos cães pesquisados devem ser
levadas em consideração. Desde seu estilo de vida que pode favorecer a exposição
a vetores (Santos, 2010), até uma possível via alternativa de transmissão, como
proposto por Paz (2013), sugerindo a participação de ectoparasitas como vetores
mecânicos de LVC. Entretanto essas características individuais não são, até o
momento, totalmente claras em relação ao impacto na epidemiologia da doença.
A disparidade encontrada entre os estudos pode ainda, ser resultado da
inexistência de um padrão para o levantamento dos dados em diferentes
42
localidades, diferenças nas áreas pesquisadas que muitas vezes não representam
todo o município, nos métodos de diagnóstico utilizados e na metodologia
empregada na seleção das amostras, por exemplo, em áreas previamente
identificadas como de maior transmissão de LV e com casos de LV humana,
representando, portanto um viés.
As amostras coletadas dos 28 cães (dentre os positivos) foram submetidas à
amplificação do material genético pela técnica de PCR e posterior avaliação em gel
de agarose 2%.
Todas as amostras, independentemente do local de onde o cão era
domiciliado, apresentaram um padrão semelhante à amostra de referência utilizada
de Leishmania infantum, isto sugere que a espécie responsável pela infecção de
cães em Brumadinho é de fato a L. infantum a exemplo do que é amplamente
descrito na literatura (Zuben et al., 2013; Santis et al., 2011; Silva et al., 2001;
Teixeira-Neto et al., 2014).
Os sinais clínicos mais freqüentes encontrados na população canina
sintomática avaliada neste estudo foram: linfonodo ativado, descamação,
hiperceratose, onicogrifose, alopecia, mucosa pálida e opacidade córnea. Estes
sinais são semelhantes com o que foi encontrado em outros estudos. Oliveira et al.,
(2015). No trabalho realizado por Gonçalves (2010) as manifestações mais
freqüentes foram descamação, alopecia caquexia, onicogrifose, mucosa
hipocoradas (pálidas). Dantas-Torres et al., (2006) encontrou no município de
Paulista os sinais dermatite, alopecia, úlceras cutâneas, conjuntivite e onicogrifose.
Em área urbana de Cuiabá Almeida et al., (2010) relatou a alopecia, descamação,
onicogrifose e conjuntivite como sendo as manifestações clinicas mais comuns,
Barros (2011) identificou em cães infectados no Distrito Federal sinais como
linfonodos ativados, alopecia e mucosas pálidas como mais freqüentes e Castro-
Junior et al., (2014) descreveu em seu trabalho a onicogrifose como sinal clínico
mais prevalente.
Assim como em Brumadinho, as manifestações cutâneas (sinais
dermatológicos) estiveram presentes na maioria dos animais avaliados nos mais
diversos trabalhos, estando entre os sinais mais comuns (Penaforte, 2013; Oliveira,
2015; Castro-junior, 2014; Barros, 2011). A presença deste grande número de sinais
clínicos, que se manifestam em freqüências diferentes, reforça a idéia que os testes
43
laboratoriais se tornam indispensáveis para a determinação da infecção de cães por
LV uma vez que, não existe sinal patognomônico desta doença em cães.
Atualmente, diversos trabalhos sobre as leishmanioses têm incorporado
ferramentas que contribuem para a análise da identificação, da distribuição e da
posterior tomada de decisões referentes ao controle e/ou combate da LV. Dentre
essas ferramentas está a utilização de diversas tecnologias que permitem o
mapeamento dos casos utilizando um dos tipos de SIG (Sistema de Informações
Geográficas), como exemplo o GPS. Muitos autores incluíram em seus trabalhos
essas ferramentas que permitem a analise espacial da distribuição da LV, seja
canina ou humana (Maia et al., 2014; Matsumoto, 2014; Borges et al., 2014).
A análise da distribuição espacial dos casos de LVC na cidade de
Brumadinho, auxiliada pela ferramenta densidade de Kernel aponta duas de maior
transmissão da LVC no município. A primeira área é composta por setores na área
urbanizada da cidade a exemplo do que foi anteriormente demonstrado em outros
estudos (Silva, 2001; Monteiro, 2005; Teixeira-Neto, 2014; Brito et al.; 2016). A
segunda área de maior transmissão de LVC é a localidade Casa Branca com o
maior número de ocorrências de infecção canina no estudo.
É importante ressaltar que essas áreas apontadas no mapa, correspondem
ao maior número de cães positivos. Quando observadas as prevalências
encontradas nos setores, estas se mostram com valores muito próximos com
exceção do setor 07 que apresenta uma maior prevalência de 10,1%. Isso
demonstra que todos os setores merecem atenção no planejamento das estratégias
de controle da LVC no município de Brumadinho.
Apesar de este estudo apontar as localidades onde a transmissão de LVC
ocorreu com maior intensidade, as informações colhidas não indicam os principais
fatores que levam esses cães a contrair os protozoários. Muitos fatores contribuem
para que uma área seja mais propensa a transmissão de LV que outra entre estes
fatores devem ser destacados as condições ambientais da localidade, das
residências, presença de outros animais no intra ou peridomicilio e ainda a presença
de animais silvestres que podem ser reservatórios da doença (Oliveira et al., 2005;
Melo & Gontijo, 2004). Portanto faz-se necessário um estudo complementar a estes
com base nas observações obtidas neste trabalho.
44
As informações colhidas na realização do trabalho como a prevalência, a
identificação da espécie circulante e os pontos indicados nos mapas tornam-se
fundamentais para o direcionamento da estratégia de combate a LVC no município.
A partir destas informações, as ações de controle como identificação e eutanásia de
cães positivos, bem como a aplicação de inseticidas podem ser direcionadas para
estes locais. Isso poderá contribuir com o controle da doença e conseqüentemente a
redução do número de infecções por LV humana.
45
8 Conclusão
46
9 Anexos
Anexo 01
Tabela para cálculo amostral segundo a prevalência e população canina.
47
Anexo 02
Tabela de números aleatórios para sorteio de quarteirões.
48
Anexo 03
Ficha clínica de acompanhamento em cães infectados com LV.
49
10. Referências
Alvar, J. et al., Leishmaniasis Worldwide and Global Estimates of Its Incidence. PLoS
ONE, 2012; 7(5), p.e35671.
Badaró R, Jones TC, Lorenço R, Cerf BJ, Sampaio D, Carvalho EM, Rocha H,
Teixeira R, Johnson WD Jr. A prospective study of visceral leishmaniasis in an
endemic area of Brazil. J Infect Dis. 1986
Brazil RP, Brazil BG. Biologia de flebotomíneos neotropicais In: Rangel EF, Lainson
R, organizadores. Flebotomíneos do Brasil. Rio de Janeiro: Editora da Fundação
Oswaldo Cruz.; 2003; p. 257-274.
Caldas AJ, Costa JM, Silva AA, Vinhas V, Barral A. Risk factors associated with
asymptomatic infection by Leishmania chagasi in north-east Brazil. Trans R Soc Trop
Med Hyg. 2002; 96(1):21-8
Caldas, J.M. et al., Risk factors associated north-east Brazil with asymptomatic
infection by Leishmania chagasi in. Transactions of the Royal Society of Tropical
Medicine and Hygiene, 2002; 96, pp.21–28.
51
Desjeux, P. "Leishmaniasis: current situation and new perspectives." Comparative
immunology, microbiology and infectious diseases. 2004; 27(5): 305-318
Gontijo, C.M., Melo, M.N. Visceral Leishmaniasis in Brazil: current status, challenges
and prospects. Rev. Bras. Epidemiol. 2004; v. 7, n. 3, p. 338-49.
Guerin PJ, Olliaro P, Sundar S, Boelaert M, Croft SL, Desjeux P, Wasunna MK,
Bryceson AD. Visceral leishmaniasis: current status of control, diagnosis, and
treatment, and a proposed research and development agenda. Lancet Infect Dis.
2002; 2(8):494-501.
Killick-Kendrick R. The biology and control of phlebotomine sand flies. Clin Dermatol.
1999; 17(3):279-89
Lainson, R., The Neotropical Leishmania species: a brief historical review of their
discovery, ecology and taxonomy. Revista Pan-Amazônica de Saúde, 2010; 1(2),
pp.13–32.
52
Laison, R. & Shaw, J. J. Evolution, classification and geographical distribuition The
leishmaniases in biology and medicine. Volume I. Biology and epidemiology 1987 pp.
1-120
Lutz A & Neiva A,. Contribuição para o conhecimento das espécies do gênero
Phlebotomos existentes no Brasil. Men Inst Oswaldo Cruz, 1912; pp.84–95.
MAURICIO I.L. et al. The strange case of Leishmania chagasi. Parasitology Today, v.
16, n. 5, p 188-189, 2000.
Morais, A.N. et al., Canine visceral leishmaniasis and Chagas disease among dogs
in Araguaína, Tocantins Leishmaniose visceral canina e doença de Chagas em cães
de Araguaína, Tocantins. Rev. Bras. Parasitol. Vet., Jaboticabal, 2013; 22(2),
pp.225–229.
53
Nogueira, J. & Silva, M., A importância da Leishmaniose visceral canina para a
saúde pública: Uma zoonose reemergente. Revista Científica 2009. Disponível em:
http://scholar.google.com/scholar?hl=en&btnG=Search&q=intitle:A+import?ncia+da+l
eishmaniose+visceral+canina+para+a+sa?de+p?blica:+uma+zoonose+reemergente
#0.
Oliveira, J.M. Fernandes, A.C.; Dorval, M.E.C.; Aalves, T.P. Mortalidade por
leishmaniose visceral : aspectos clínicos e laboratoriais. Revista da Sociedade
Brasileira de Medicina Tropical, 2010; 43(2), pp.188–193.
Palis, P.H. et al.,. 1 1- 2-. Rev. Bras. Saúde Prod. An., v.8, n.4, p.283-294, out/dez,
2007; pp.283–294.
Pearson RD, Sousa AQ. Clinical spectrum of Leishmaniasis. Clin Infect Dis. 1996
Jan;22(1):1-13.
54
Pearson, R.D. & Sousa, A.D.Q.,. STATE-OF-THE-ART CLINICAL ARTICLE Clinical
Spectrum of Leishmaniasis. 1996; pp.1–13.
Romero, G.A.S. & Boelaert, M., Control of visceral leishmaniasis in latin America - A
systematic review. PLoS Neglected Tropical Diseases 2010; 4(1).
Salomón OD, Quintana MG, Bezzi G, Morán ML, Betbeder E, Valdéz DV Lutzomyia
migonei as putative vector of visceral leishmaniasis in La Banda, Argentina. Acta
Trop 2010; 113: 84-87.
Santos SO, Arias JR, Ribeiro AA, Hoffmann MP, Freitas RA, Malacco MAF.
Incrimination of Lutzomyia (Lutzomyia) cruzi as a vector of American Visceral
Leishmaniasis. Medical and Veterinary Entomology 1998; 12:315-317,
55
Silva, E.S. et al., Visceral leishmaniasis in the Metropolitan Region of Belo Horizonte,
State of Minas Gerais, Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 2001; 96(3),
pp.285–91.
Solano-Gallego, L. et al., Directions for the diagnosis, clinical staging, treatment and
prevention of canine leishmaniosis. Veterinary Parasitology, 2009; 165(1-2), pp.1–
18.
56