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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA

Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018


Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos
Mariano CEP: 78.603-209 - Barra do Garças,
Mato Grosso Tel: (66) 3402 4900 - Site:
www.univar.edu.br

FORMULÁRIO DE RELATÓRIO
PBL 1/2024

1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 - Componentes do Grupo
Camila Gemmer, Lidiane dos Reis, Muriely Santos, Samyra Rodrigues, Stephanie Cabral e
Vitória Vilela.
1.2 - Curso e Semestre
Nutrição – 7º Semestre
1.3 - Disciplina(s)
Fundamentos de Nutrição Experimental e Bioética.
1.4 - Professor(es)
Mariana Pirani Rocha Machado
2. INTRODUÇÃO
Neste trabalho usaremos como exemplo o passo a passo para a obtenção de aprovação
do conselho de ética de pesquisa em animais, em uma pesquisa feita pelos acadêmicos de
nutrição referente ao uso de um fármaco, sendo ele intitulado com o objetivo de avaliar o
Impacto do consumo do suplemento Creatina Monohidratada Creapure e a relação da elevação
do índice de massa muscular em camundongos e alterações fisiológicas no metabolismo dos
camundongos.
Esta pesquisa é realizada com a justificativa de que a Creatina Monohidratada é um
suplemento amplamente utilizado por atletas e entusiastas do mundo fitness para melhorar o
desempenho físico, aumentar os níveis de massa muscular e melhora dos demais aspetos
fisiológicos. No entanto, seu efeito específico no aumento de massa muscular em camundongos
ainda não foi completamente elucidado. Esta pesquisa visa preencher esta lacuna de
conhecimento, fornecendo insights sobre os efeitos do suplemento na composição corporal dos
camundongos.
E será realizada utilizando métodos como:
1. Seleção de camundongos saudáveis da mesma linhagem para garantir
uniformidade genética.
2. Divisão aleatória em grupo controle e grupo de tratamento.
3. Administração de creatina monohidratada creapure na dieta do grupo de
tratamento, enquanto o grupo controle recebe uma dieta padrão.
4. Monitoramento regular da massa corporal dos camundongos.
5. Avaliação da massa muscular e índice de massa muscular por métodos
como pesagem e ressonância magnética.
6. Análise estatística dos dados para determinar diferenças significativas
entre os grupos.
7. Os dados serão analisados estatisticamente para determinar se houve
diferenças significativas entre os grupos de controle e tratamento
8. Serão utilizadas análises de variância (ANOVA) seguidas por testes para
comparações múltiplas, com um nível de significância pré-definido.
Com base nas considerações éticas, será realizada a condução dos procedimentos de
acordo com as diretrizes éticas para o uso de animais em pesquisa, medidas para minimizar o
estresse e o desconforto dos camundongos durante o experimento e a realização de eutanásia
humanitária se necessário.
Onde se espera que os resultados obtidos, resultem em que a pesquisa forneça insights
sobre o potencial da creatina monohidratada Creapure em promover o aumento da massa
muscular, melhorar o índice de massa muscular e os demais aspetos fisiológicos em
camundongos, os resultados podem ter aplicações significativas no campo do fitness, nutrição
esportiva e saúde, fornecendo evidências sobre os benefícios do uso de creatina monohidratada
Creapure.
Todos os procedimentos serão conduzidos em estrita conformidade com as diretrizes
éticas para o uso de animais em pesquisa, seguindo as orientações do Guia Brasileiro de
Produção, Manutenção ou Utilização de Animais para Atividades de Ensino ou Pesquisa
Científica, CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal), RENAMA
(Rede Nacional de Métodos Alternativos ao Uso de Animais) e a Lei Arouca (Lei nº
11.794/08) como será descrito em sequência e o descumprimento dessas normas acarretará em
punições conforme a legislação vigente.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1. Resumo do Problema
O Problema apresentado neste Problem Based Learning se resume á, necessidade de
garantir que os projetos de pesquisa que envolvem o uso de animais experimentais sejam éticos
e respeitem rigorosos princípios de bem-estar animal. Isso requer aprovação prévia da
Comissão de Ética no Uso Animal (CEUA). O desafio específico é orientar alunos e
pesquisadores, como um membro do CEUA, para desenvolver projetos de pesquisa de
excelência que assegurem o bem-estar dos animais e observem os princípios éticos.
Neste sentido, este trabalho acadêmico tem como objetivo principal criar um guia
detalhado passo a passo para desenvolver um projeto de pesquisa de excelência, abordando
desde a concepção do projeto até a submissão ao CEUA. Além disso, visa produzir conteúdos
didáticos e documentos oficiais contendo todas as orientações e sugestões pertinentes, para
posterior publicação no site do CEUA, proporcionando assim um recurso valioso para a
comunidade acadêmica e científica interessada em pesquisa envolvendo animais experimentais.
Em resumo, a submissão de um projeto de pesquisa ao CEUA envolve uma série de etapas
fundamentadas em princípios éticos, regulamentação legal e considerações científicas, com o
objetivo de garantir o uso ético e responsável de animais em atividades de pesquisa.
3.2. Hipóteses de Aprendizagem
Ao desenvolver um projeto de pesquisa que envolva o uso de animais experimentais, é
crucial garantir que este seja ético e siga princípios rigorosos de bem-estar animal. Passando
primeiramente pela aprovação da Comissão de Ética no Uso Animal (CEUA), os pesquisadores
asseguram o cumprimento das regulamentações e o respeito aos direitos dos animais.
Considerando o contexto específico de um aluno do curso de Nutrição do Centro Universitário
do Vale do Araguaia (UNIVAR), que está conduzindo uma pesquisa de iniciação científica
para seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) utilizando animais experimentais, é
imperativo que o acadêmico e seu orientador sejam orientados sobre os procedimentos corretos
para submissão do projeto ao CEUA.
Neste cenário, como membro do CEUA, a elaboração de orientações para o site do
comitê torna-se essencial para auxiliar não apenas o referido aluno, mas também outros
interessados, na elaboração de projetos de excelência que garantam o bem-estar animal e
mantenham os princípios éticos.
3.3. Fundamentação Teórica e Discussão
O seguinte PBL (Problem Based Learning) trata-se de um projeto que envolve o uso de
animais experimentais. Para garantir a ética e o bem-estar dos animais, foram seguidas as
normas éticas e princípios rigorosos ditados pela Comissão de Aprovação Ética (CEUA). Além
disso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica qualitativa de caráter explicativo, utilizando
artigos científicos como base, visando trazer conhecimento ao tema em questão e fornecer
possíveis soluções para as problemáticas apresentadas.
Para a coleta de dados, serão realizados experimentos controlados utilizando
camundongos como modelo animal. Os camundongos serão submetidos a um protocolo de
administração de creatina monohidratada Creapure, conforme descrito anteriormente, e serão
monitorados regularmente ao longo do período experimental para avaliação da massa corporal,
massa muscular e índice de massa muscular. Serão realizadas análises estatísticas para
comparar os resultados entre os grupos controle e tratamento, utilizando métodos como análise
de variância (ANOVA) seguidos por testes post hoc. Além disso, serão observadas e
registradas quaisquer ocorrências de sinais de estresse ou desconforto nos animais durante todo
o experimento. Os dados coletados serão analisados rigorosamente para identificar quaisquer
padrões ou tendências significativas, contribuindo assim para a compreensão dos efeitos da
creatina monohidratada Creapure na massa muscular de camundongos.
Aplicando assim, essas recomendações, como:
 Base Legal e Regulamentação: Conforme estabelecido na Resolução Normativa do
CONCEA de 2015, as diretrizes para experimentação animal no Brasil são definidas,
exigindo a aprovação do Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) para a realização
de pesquisas envolvendo animais (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 2015).
 Princípios Éticos e Direitos dos Animais: A conceção ética dos direitos dos animais é
crucial no contexto da pesquisa científica, conforme discutido por Souza et al. (2022).
O CEUA atua na garantia de que os princípios éticos sejam respeitados durante o uso de
animais em pesquisa.
 Elaboração do Projeto de Pesquisa: O "Guia Brasileiro de Produção, Manutenção ou
Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou Pesquisa Científica" fornece
diretrizes específicas para a elaboração de projetos de pesquisa em conformidade com
as regulamentações do CONCEA e do CEUA (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2023).
 Considerações sobre Métodos Substitutivos: Mori et al. (2022) discutem a importância
dos métodos substitutivos ao uso de animais em pesquisa. O CEUA deve considerar tais
alternativas sempre que possível, em linha com as diretrizes éticas estabelecidas.
 Procedimento de Submissão e Avaliação: O procedimento de submissão de projetos ao
CEUA geralmente envolve o preenchimento de formulários específicos, detalhando os
procedimentos propostos e as medidas de bem-estar animal, conforme recomendado
pelo CONCEA (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2023).
 Avaliação Ética e Científica: O CEUA avalia os projetos sob perspectivas éticas e
científicas, garantindo não apenas a validade científica da pesquisa, mas também o
respeito aos princípios éticos e ao bem-estar animal (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA,
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2015).
 Acompanhamento e Monitoramento: Após a aprovação do projeto, o CEUA pode
estabelecer procedimentos de acompanhamento e monitoramento para garantir a
conformidade contínua com as diretrizes éticas e regulatórias durante a execução da
pesquisa (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO, 2015).

Com base nestas informações, se faz necessário aprofundar e seguir as recomendações


sobre todos os dados técnicos e normas obrigatórias referentes á submissão de trabalho
científico com animais, sendo eles:
o Conselho nacional de controle de experimentação animal (CONCEA): é responsável
por regulamentações e fiscalizar o uso de animais em atividades de ensino e pesquisa no
brasil.
o Guia brasileiro de produção, manutenção ou utilização de animais para atividades de
ensino ou pesquisa científica: é um documento elaborado pelo concea em conjunto com
especialistas. Ele fornece diretrizes e orientações para pesquisadores sobre o uso ético
de animais em atividades de ensino e pesquisa. O guia aborda questões como o manejo
adequado dos animais, a minimização da dor e do sofrimento, e a importância da
reflexão ética sobre o uso de animais em experimentos científicos. Ele também destaca
a necessidade de aprovação prévia pela comissão de ética no uso de animais antes do
início de qualquer atividade envolvendo animais.
o Lei de proteção aos animais – n 11.794 (Lei Arouca): é uma legislação brasileira que
estabelece normas para a prática de experimentação animal em atividades de ensino e
pesquisa científica. A mesma foi criada com o objetivo de regulamentar e controlar o
uso de animais em atividades laboratoriais, buscando garantir o bem-estar dos animais
utilizados, além de promover a substituição desses animais sempre que possível por
métodos alternativos, como técnicas de cultura de células e tecidos, modelagem
computacional, entre outros. A lei arouca estabelece que a utilização de animais em
atividades de pesquisa e ensino deve ser realizada de forma ética e responsável,
respeitando princípios como a minimização do número de animais utilizados, a
adequação das técnicas utilizadas, o uso de procedimentos que causem o menor
desconforto possível, e a aplicação de analgésicos e anestésicos quando necessário. E
também determina a criação de comitês de ética em todas as instituições que realizam
atividades de pesquisa com animais, que têm a responsabilidade de avaliar a
necessidade e o mérito científico dos projetos que envolvem a utilização de animais,
além de monitorar e fiscalizar as condições em que esses animais são mantidos. Em
resumo, a lei arouca busca equilibrar a necessidade de utilização de animais em
atividades científicas com a proteção e o bem-estar desses animais, incentivando a
substituição por métodos alternativos sempre que possível e estabelecendo normas para
garantir a ética e a responsabilidade na prática de experimentação animal.
o Pesquisa: no contexto da pesquisa científica envolvendo animais, é fundamental
considerar a real necessidade do uso desses animais em experimentos. Isso implica em
uma análise crítica para determinar se os objetivos da pesquisa podem ser práticos de
maneira eficaz sem recorrer ao uso de animais, respeitando princípios éticos e
minimizando qualquer sofrimento sofrido. Normas, diretrizes e orientações são
essenciais para orientar pesquisadores sobre práticas éticas, priorizando o bem-estar
animal e reduzindo ao máximo a dor e o sofrimento durante os procedimentos
experimentais. É crucial também que os pesquisadores tenham conhecimento das
necessidades específicas dos animais utilizados e das condições adequadas de manejo,
alojamento e ambiente
o Relação do bem-estar animal: neste contexto, a climatização, quarentena, alojamento e
manejo dos animais em pesquisa são elementos críticos que devem ser cuidadosamente
planejados e executados para garantir o bem-estar dos animais envolvidos nos estudos.
Isso envolve o ambiente para fornecer condições ideais de temperatura, umidade e
ventilação, além de estabelecer procedimentos de quarentena para evitar a introdução de
doenças. O alojamento dos animais deve ser projetado para atender às necessidades
específicas de cada espécie, proporcionando espaço adequado, condições higiênicas e,
quando necessário, enriquecimento ambiental. O manejo dos animais também é
fundamental e deve ser conduzido por pessoal qualificado e treinado, seguindo práticas
éticas e minimizando o estresse durante todas as etapas do estudo. O bem-estar dos
animais desempenha um papel crucial na qualidade e confiabilidade dos resultados
científicos, uma vez que desenhos experimentais que contam o bem-estar animal são
essenciais para garantir resultados precisos e interpretações corretas dos dados. É
fundamental controlar fatores que podem afetar o bem-estar dos animais, como dor e
angústia, para evitar interferências nos resultados da pesquisa. Além disso, a
preservação do bem-estar dos animais contribui para a substituição e reprodutibilidade
dos estudos, garantindo que os resultados sejam válidos em diferentes contextos.
Comprometer o bem-estar dos animais pode ter consequências graves, incluindo um
aumento na variabilidade dos dados encontrados, tornando os resultados menos
confiáveis e dificultando a reprodução dos estudos. Além disso, você pode levar a
questionamentos sobre a validade dos resultados e, em casos extremos, os dados podem
ser considerados impublicáveis. Comprometer o bem-estar dos animais também vai
contra princípios éticos e humanitários e pode resultar em um uso desnecessário de
vidas animais.
o Métodos alternativos: os métodos alternativos são quaisquer métodos que substituam,
reduzam ou refinem o uso de experimentos com animais na pesquisa biomédica,
ensaios ou ensino, conforme estabelecido pela lei arouca. De acordo com essa
legislação, uma experiência não pode ser realizada em animais se existirem recursos
alternativos disponíveis. Em 2011, foi criado o centro brasileiro de validação de
métodos alternativos (BRACVAM) pelo instituto nacional de controle de qualidade em
saúde (INCQS/FIOCRUZ), tornando-se o primeiro centro da américa latina dedicado à
validação e coordenação de estudos de métodos alternativos. Essa iniciativa foi possível
graças a uma parceria entre a Fiocruz e a agência nacional de vigilância sanitária
(ANVISA). Além disso, a Fiocruz integra a rede nacional de métodos alternativos
(RENAMA), que visa estabelecer uma infraestrutura laboratorial e de recursos humanos
especializados para implantar e desenvolver métodos alternativos no brasil. Essa rede
está alinhada com o princípio internacional dos "3rs", que são a redução, o refinamento
e a substituição. A redução visa obter informações equivalentes com menos animais, o
refinamento promove o uso das melhores técnicas de experimentação animal, enquanto
a substituição recomenda, sempre que possível, utilizar materiais sem sensibilidade,
como cultura de tecidos ou modelos computacionais. Entretanto, apesar dos esforços
em todo o mundo, a ciência ainda não pode prescindir totalmente do uso de animais em
experimentação, conforme mencionado pelo renama. O desenvolvimento de métodos
capazes de proporcionar a redução, o refinamento ou a substituição do uso de animais
como modelos experimentais ainda é um desafio significativo para a ciência. A
disponibilização mundial dos métodos validados ocorre através da organização para a
cooperação e desenvolvimento econômico (OCDE) e das farmacopeias.
o Métodos utilizados: os métodos utilizados na pesquisa devem ser cuidadosamente
planejados para garantir resultados confiáveis e minimizar o estresse nos animais. Isso
inclui a realização de estudos-piloto para testar a logística e identificar possíveis
problemas antes de iniciar um estudo em larga escala. Os métodos estatísticos devem
ser aplicados para analisar os dados obtidos e indicar a faixa de certeza dos resultados.
Além disso, é importante considerar o bem-estar dos animais ao escolher o modelo
experimental e as condições de alojamento, e levar em conta fatores estressantes que
podem afetar a precisão dos resultados. Dentro desse contexto, os métodos científicos
mais utilizados são: indutivo, dedutivo, dialético, fenomenológico e hipotético-
dedutivo. Cada um desses métodos oferece uma abordagem específica para a
formulação e testagem de hipóteses científicas, proporcionando estratégias úteis para a
condução de pesquisas em diversas áreas do conhecimento. Essa diversidade de
métodos permite aos pesquisadores adaptarem suas abordagens de acordo com as
características do problema em estudo e os objetivos da pesquisa, contribuindo para a
produção de resultados robustos e relevantes para a comunidade científica.
o Rede nacional de métodos alternativos (RENAMA): a Renama (rede nacional de
métodos alternativos) é uma iniciativa do ministério da ciência, tecnologia e inovação
(MCTI) do brasil, iniciada para estimular a implantação de ensaios alternativos ao uso
de animais. Ele tem como objetivos promover o desenvolvimento, a validação e a
certificação de novos métodos alternativos, além de contribuir para a qualidade dos
serviços oferecidos ao setor produtivo e aumentar a competitividade internacional do
país. A renama disponibiliza métodos alternativos validados por meio de uma rede de
laboratórios associados, seguindo os princípios de boas práticas de laboratório.
o Animais na pesquisa: a maior parte dos animais utilizados em atividades de ensino ou
pesquisa é produzida especificamente para esse fim. Preferencialmente, os animais de
cativeiro deverão ser utilizados, em vez dos capturados na natureza. É fundamental que
os pesquisadores definam a origem dos animais utilizados em seus projetos, garantindo
que eles provem de fontes confiáveis e tenham qualidade condizente com os objetivos
do estudo. Já a seleção dos animais e a escolha do modelo independente dos objetivos
do projeto de pesquisa. Os pesquisadores devem definir claramente o sistema biológico
envolvido e escolher a espécie ou linhagem animal que melhor representa esse sistema.
Considerações sobre raça, linhagem, variabilidade genética, estado sanitário e
comportamento dos animais devem ser levados em conta durante o processo de seleção.
É importante pensar também nos cuidados necessários com os animais, para isso o
treinamento para o cuidado de animais deve ser específico para cada procedimento e
espécie. Os responsáveis pelo cuidado devem receber treinamento adequado, que inclui
aspectos técnicos e éticos relacionados ao monitoramento e bem-estar dos animais. É
fundamental garantir que todo o pessoal envolvido tenha o conhecimento e as
habilidades possíveis para cuidar dos animais de forma adequada e minimizar qualquer
desconforto ou sofrimento. Em relação ao transporte, antes de qualquer viagem, é
crucial um planejamento meticuloso, considerando a rota, a duração da jornada, as
condições climáticas e as necessidades específicas dos animais. Utilize containers
adequados, proporcionando conforto e segurança, garantindo que os animais possam se
mover e descansar livremente. Além disso, é essencial oferecer alimentação e
hidratação adequadas, manter uma temperatura agradável no veículo, minimizando o
tempo de transporte sempre que possível, caso ocorra algum desconforto durante a
viagem é essencial que ocorra monitoramento constante com os animais em busca de
sinais de desconforto, como aprimorados ou vocalização excessiva. Caso ocorra algum
desconforto, medidas imediatas devem ser tomadas para mitigar a situação, como
ajustar a ventilação, oferecer água fresca ou fazer paradas para descanso. Após o
transporte, é importante avaliar cuidadosamente os animais em busca de possíveis
danos ou estresse, registrando qualquer incidente para análise futura e aprimoramento
dos procedimentos de transporte.
o Treinamento: o treinamento para o manejo dos animais em pesquisa é essencial para
garantir o bem-estar dos animais e a qualidade dos dados obtidos nos estudos. Esse
treinamento deve abranger uma variedade de aspectos, incluindo técnicas de manejo
seguro e ético dos animais, procedimentos experimentais específicos, reconhecimento
de sinais de estresse e dor nos animais, práticas de biossegurança e procedimentos de
quarentena, se aplicáveis. Os funcionários envolvidos no manejo dos animais deverão
receber treinamento adequado e para continuidade de suas tarefas de forma competente
e ética realizada. Isso pode incluir cursos de formação específicos, workshops práticos,
programas de certificação em bem-estar animal e biossegurança, entre outros recursos
educacionais. Além disso, é importante que os pesquisadores e funcionários envolvidos
na pesquisa tenham uma compreensão abrangente das regulamentações e diretrizes
éticas relacionadas ao uso de animais em pesquisa. Isso pode envolver treinamento em
regulamentações locais, nacionais e internacionais, bem como diretrizes por comissões
de ética e bem-estar animal. O treinamento contínuo e a atualização dos protocolos são
essenciais para garantir que os padrões de cuidado e ética sejam mantidos ao longo do
tempo. Além disso, uma cultura de respeito pelos animais e compromisso com o bem-
estar animal deve ser promovida em todas as etapas do processo de pesquisa. Isso inclui
o cultivo da comunicação aberta e a colaboração entre os membros da equipe para
garantir o melhor cuidado possível aos animais utilizados nos estudos.
o Monitoramento: os critérios de monitoramento devem incluir sinais clínicos e
comportamentais que indiquem o bem-estar dos animais e sua condição durante o
andamento do projeto. Isso envolve estabelecer sinais de alerta que indiquem a
necessidade de intervenção, como tratamento médico ou eutanásia, se necessário. Além
disso, é essencial desenvolver estratégias para prevenir a dor e o sofrimento potencial
dos animais, identificando e mitigando possíveis fontes de estresse ao longo do estudo.
Isso pode incluir o uso de analgesia, anestesia e outras
o Biossegurança: a biossegurança é fundamental para proteger tanto os animais quanto os
pesquisadores envolvidos nos estudos. Isso inclui a implementação de medidas para
prevenir a propagação de doenças entre os animais e a garantia de condições de trabalho
seguras para os funcionários. Os protocolos de biossegurança abrangem desde a
manipulação dos animais até a disposição de resíduos biológicos adequados,
obedecendo às normas e regulamentações regulamentares.
o Penalidades advindas do uso irresponsável dos animais: as instituições que executem
atividades reguladas por lei estão sujeitas, em caso de transgressão às suas disposições e
ao seu regulamento, às penalidades administrativas de: advertência, multa de r$
5.000,00 (cinco mil reais) a r$ 20.000,00 (vinte mil reais), interdição temporária,
suspensão de financiamentos provenientes de fontes oficiais de crédito e fomento
científico e interdição definitiva.

Em relação á aprovação para novos protocolos de pesquisa, é necessário seguir um certo


passo a passo, como este:

1. Definição do objetivo da pesquisa:


- Estabelecer um objetivo claro e relevante para a pesquisa que envolve o uso de
animais.
- Certificar-se de que o projeto é ético, cientificamente válido e trará benefícios
significativos.
- Antes de iniciar qualquer processo, é fundamental ter um objetivo claro e bem
definido para a pesquisa que envolve o uso de animais. Certifique-se de que seu projeto
é ético, relevante e que trará benefícios científicos.

2. Considere a Necessidade e Alternativas ao Uso de Animais:


- Os pesquisadores devem avaliar se o uso dos animais é realmente necessário para
atingir os objetivos do estudo.
- Se existirem alternativas ao uso de animais, elas deverão ser consideradas e
justificadas para que não sejam empregadas.

3. Planejamento do Estudo:
- Desenvolver um plano de estudo detalhado, incluindo objetivos, metodologia,
cronograma estimado e alocação de recursos.
- Avaliar a extensão da dor e do sofrimento dos animais e encontrar formas de evitá-los
ou minimizá-los.
- Planeje o estudo para durar o menor tempo possível, garantindo resultados válidos.

4. Conhecimento sobre as espécies utilizadas:


- Adquirir conhecimento sobre o comportamento normal das espécies de animais que
serão utilizados no estudo, bem como sinais de dor ou angústia.

5. Capacitação Pessoal:
- Garantir que todo o pessoal envolvido no estudo esteja treinado e capacitado para lidar
com os animais de forma ética e competente.

6. Submissão do Protocolo à CEUA:


- Preparar uma proposta de estudo detalhado, incluindo informações sobre as espécies
de animais, suas condições de alojamento, procedimentos a serem realizados e medidas
para garantir o bem-estar dos animais.
- Incluir no protocolo informações sobre a origem dos animais, período de adaptação,
alimentação, métodos de procedimento, medidas para evitar ou reduzir a dor e o
sofrimento, entre outros.
- Prepare um protocolo detalhado, que inclua informações sobre a justificativa da
pesquisa, objetivos, métodos, número e espécies de animais a serem utilizados,
procedimentos experimentais, cuidados com os animais, análise de riscos e benefícios,
entre outros aspectos relevantes. Certifique-se de seguir as diretrizes específicas do
CEUA.

7. Aprovação pela CEUA:


- Submeter o protocolo à CEUA da instituição credenciada no CONCEA.
- Aguardar a avaliação e aprovação do protocolo pela CEUA, garantindo que todos os
aspectos éticos, científicos e legais sejam beneficiados.
- Envie o protocolo de pesquisa para o CEUA responsável pela sua instituição.
Normalmente, esse comitê é formado por especialistas da área e membros da
comunidade, incluindo um representante de proteção animal. Preencha corretamente
todos os formulários e documentos necessários para solicitar a aprovação.

8. Condução do Estudo:
- Monitorar continuamente os animais durante toda a duração do estudo para verificar
alterações no comportamento e sinais de dor e angústia.
- Fornecer tratamento paliativo para garantir o bem-estar dos animais, conforme
necessário.
- Relatar à CEUA qualquer evento adverso ou imprevisto que ocorra durante o estudo.

9. Relatório à CEUA:
- Fornecer relatórios à CEUA conforme necessário, informando sobre o andamento do
estudo, eventos adversos ou imprevistos e quaisquer alterações no protocolo original.
- Após serem feitos todos os ajustes solicitados na avaliação, o pesquisador deve enviar
o projeto novamente com prazo de até 60 dias para reavaliação. Se for deferida a
aprovação do comitê em conformidade com todas as exigências do CEUA, o
responsável já pode iniciar sua pesquisa.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento científico, assim como, os constantes questionamentos sobre o uso
de animais em experimentação científico deram um novo rumo à relação entre humanos e
animais não humanos de modo que o bem-estar animal se transformou em importante área de
estudo. É necessário conhecimento sobre os aspectos comportamentais da espécie estudada de
forma que seja garantida a aplicação dos conceitos de bem-estar nos centros experimentais bem
como, estimular discussões e reflexões entre professores e alunos do curso de nutrição afim de
melhor capacitar estes profissionais no desenvolvimento e planejamento de suas pesquisas.
5. REFERÊNCIAS
Comissão de ética em uso de animais CEUA. Orientações para submissão de projeto de
pesquisa científica. UPE - Universidade de Pernambuco. 2023. Disponível em:
https://upe.br/ceua acessado 19 março 2024.

Comissão de ética no uso de animais. Termo de consentimento de uso no animal. Fundação


Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Disponível em: https://www.ufms.br/ acessado
19 março 2024.

Concelho Nacional de controle e experimentação animal - CONCEA. Guia Brasileiro de


Produção, Manutenção ou Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou Pesquisa
Científica. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO. Brasília, 2023.
Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/composicao/conselhos/concea/paginas/
publicacoes-legislacao-e-guia/guia-brasileiro-de-producao-manutencao-ou-utilizacao-de-
animais-para-atividades-de-ensino-ou-pesquisa-cientifica acessado 20 março 2024.

FREITAS, C, et al. FVMZ discuti o uso de animais em laboratório. In: Jornal do campos. 2017;
Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br/composicao/conselhos/concea/arquivos/arquivo/
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jornal-do-campu acessado 20 março 2024.

Ministério da ciência, tecnologia e inovação. Concelho Nacional de controle de experimentação


animal. Resolução normativa. 2015. Disponível em:
https://www.gov.br/mcti/pt-br/composicao/conselhos/concea/arquivos/arquivo/legislacao/
resolucao-normativa-no-25-de-29-de-setembro-de-2015.pdf acessado 19 março 2024.

MORI, C, M, C, et al. Repositórios de métodos substitutivos em uso de animais em ensino do


CONCEA. 2022; Disponível em:
https://www.gov.br/mcti/pt-br/composicao/conselhos/concea/arquivos/arquivo/repositorio/04/1-
metodo-portal-boas-praticas-em-experimentacao-animal.pdf acessado 19 março 2024.

PLATAFORMA DENÚNCIA - Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação.


Disponível em: https://falabr.cgu.gov.br/web/home acessado 20 março 2024.

SOUZA DE Mylene Priscilla de Oliveira; FILHO Antônio Conceição Paranhos; QUONIAM


Luc Marie. A concepção ética dos direitos dos animais e a experimentação científica: a atuação
da CEUA/UFMS. Cadernos de Direito, Piracicaba, v. 21(40): 157-173, jan.-jun. 2022.
Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-unimep/index.php/cd
6. MAPA MENTAL

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