Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Potenciometria V
Rio de Janeiro
25 de Junho de 2023
1
1 INTRODUÇÃO
Os métodos potenciométricos se baseiam na medida da diferença de potencial entre os
elétrodos de uma célula galvânica. O elétrodo de referência tem o potencial conhecido e fixo,
enquanto o elétrodo indicador responde à atividade do analito. Dessa forma, a diferença de
potencial encontrada pode ser atribuída ao efeito que o analito causa no elétrodo indicador,
como visto na fórmula abaixo: [1] [2]
Um metal (M) imerso em uma solução contendo íons deste metal (Mn+), pode ser usado
como elétrodo indicador para monitorar a concentração dos íons. O potencial do elétrodo varia
de acordo com a equação de Nernst: [1]
𝟎, 𝟎𝟓𝟗𝟐
𝑬 = 𝑬𝟎 + [𝐥𝐨𝐠 𝑴𝒏+]
𝒏
2 OBJETIVO
Os objetivos da prática foram realizar a titulação potenciométrica de cloreto e iodeto
com nitrato de prata, calcular as concentrações de cloreto e iodeto na amostra, determinar os
volumes nos pontos finais da titulação e calcular os produtos de solubilidade de AgCl e AgI.
3 METODOLOGIA
Em um béquer de 250 mL, foram adicionados 10,00 mL solução de halogenetos e 1 mL
de ácido nítrico 1 mol/L e completou-se o volume com água destilada até 100 mL. Colocou-se
o béquer sobre um agitador magnético, de modo que a bureta contendo AgNO 3 0,1 M (f =
0,9375) ficasse sobre ele e a extremidade do elétrodo mergulhado na solução. Foram
adicionados incrementos de volume da solução de nitrato de prata ao béquer de forma constante
e padronizada até o volume total de 12,00 mL adicionados, anotando-se os valores de pH após
cada adição.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 TABELA
Na tabela a seguir encontram-se os valores de potencial obtidos por volume de titulante
adicionado, além das duas derivações do potencial em relação ao volume, que foram feitas para
a análise dos gráficos, e assim da titulação.
Tabela 1. Valores de volume de nitrato de prata, potencial e valores calculados de primeira e segunda
derivada.
E (mV) V (mL) 1ª D 2ª D
-204,10 0,00 - -
-203,40 0,50 1,40 -
-200,30 1,00 6,20 9,60
3
E (mV) V (mL) 1ª D 2ª D
-195,60 1,50 9,40 6,40
-192,40 2,00 6,40 -6,00
-187,50 2,50 9,80 6,80
-181,80 3,00 11,40 3,20
-174,20 3,50 15,20 7,60
-164,20 4,00 20,00 9,60
-144,70 4,50 39,00 38,00
-130,40 4,80 71,00 106,67
-123,40 5,00 333,00 1310,00
132,40 5,20 946,00 3065,00
154,60 5,40 111,00 -4175,00
158,50 5,60 19,50 -457,50
160,20 5,80 8,50 -55,00
161,60 6,00 7,00 -7,50
165,00 6,50 6,80 -0,40
168,80 7,00 7,60 1,60
173,30 7,50 9,00 2,80
178,80 8,00 11,00 4,00
185,00 8,50 12,40 2,80
195,50 9,00 21,00 17,20
197,90 9,20 12,00 -45,00
203,40 9,40 27,50 77,50
213,80 9,60 52,00 122,50
223,20 9,80 47,00 -25,00
246,00 10,00 114,00 335,00
316,50 10,20 352,50 1192,50
364,00 10,40 237,50 -575,00
374,10 10,50 101,00 -1365,00
387,00 10,70 64,50 -182,50
393,70 10,90 33,50 -155,00
398,00 11,00 43,00 95,00
408,60 11,50 21,20 -43,60
416,70 12,00 16,20 -10,00
∆𝑝𝐻
∆𝑝𝐻 ∆( )
1ª𝐷 = 2ª𝐷 = ∆𝑉
∆𝑉 ∆𝑉
4
4.2 GRÁFICOS
A partir da tabela, construiu-se os gráficos abaixo:
5
Gráfico 3. Volume de titulante versus segunda derivada.
Analisando os gráficos 1,2 e 3 é possível observar que o volume no primeiro ponto final
da titulação está entre 5,20 e 5,40 mL. O segundo ponto final está entre 10,20 e 10,40 mL. O
valor exato do ponto final pode ser obtido através da equação: [1]
∆2 𝐸
)(
∆𝑉 2 1
𝑉𝑓 = 𝑉0 + ∆𝑉
∆2 𝐸 ∆2 𝐸
( 2 ) − ( 2)
[ ∆𝑉 1 ∆𝑉 2 ]
Onde:
𝑉𝑓 : 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙;
∆2 𝐸
( ) : 2ª 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐸 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒, 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙;
∆𝑉 2 1
∆2 𝐸
(∆𝑉 2 ) : 2ª 𝑑𝑒𝑟𝑖𝑣𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝐸 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑖𝑡𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒, 𝑎𝑝ó𝑠 𝑜 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙.
2
3065,00
𝑉𝑓1 = 5,20 + 0,20 × [ ]
3065,00 − (−4175,00)
𝑉𝑓1 = 5,28 𝑚𝐿
𝑉𝑓2 = 10,33 𝑚𝐿
O volume final também pode ser encontrado graficamente através da segunda derivada,
tendo como princípio os pontos máximo e mínimo absolutos. No momento em que a curva
passa por esses pontos, a derivada se iguala a zero.
Gráfico 4. Reta que passa pelos pontos máximo e mínimo da segunda derivada, no primeiro ponto final.
0 = −36200𝑥 + 191305
𝑥 = 5,28 𝑚𝐿
Gráfico 5. Reta que passa pelos pontos máximo e mínimo da segunda derivada, no segundo ponto final.
0 = −8837,5𝑥 + 91335
𝑥 = 10,33 𝑚𝐿
7
Observação: Na verdade, o volume de AgNO que reagiu com o Cl- da amostra foi 5,05
3
mL (10,33 𝑚𝐿 − 5,28 𝑚𝐿), pois 5,28 mL do titulante foram gastos apenas para a formação do
AgI.
4.3 CONCENTRAÇÕES
O primeiro ponto final é referente ao iodeto e o segundo é referente ao cloreto. Dito isto,
calcula-se a concentração de ambos na amostra:
𝑚𝑜𝑙
0,1 𝐿 × 0,9375 × 5,28 𝑚𝐿
𝐶𝐼− =
10,00 𝑚𝐿
𝑚𝑜𝑙
𝐶𝐼− = 0,0495
𝐿
𝐶𝑖 × 𝑉𝑖 = 𝐶𝑓 × 𝑉𝑓
𝑚𝑜𝑙
𝐶𝑓 = 0,00495 de íons I-
𝐿
𝑚𝑜𝑙
0,1 𝐿 × 0,9375 × (10,33 𝑚𝐿 − 5,28 𝑚𝐿)
𝐶𝐶𝑙− =
10,00 𝑚𝐿
𝑚𝑜𝑙
𝐶𝐶𝑙− = 0,0473
𝐿
𝐶𝑖 × 𝑉𝑖 = 𝐶𝑓 × 𝑉𝑓
𝑚𝑜𝑙
0,09375 𝐿 × (10,40 − 5,28 − 5,05) 𝑚𝐿
[𝐴𝑔+]𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 =
(100,00 + 10,40) 𝑚𝐿
𝑚𝑜𝑙
[𝐴𝑔+]𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 = 5,94 × 10−5
𝐿
0,0592
𝐸0 = 𝐸 ∗ + [log 𝐴𝑔+]
𝑛
0,0592
364,00 × 10−3 = 𝐸 ∗ + log [5,94 × 10−5 ]
1
𝐸 ∗ = 0,615 𝑉
9
Concentração de [Ag+] em 5,00 mL – imediatamente antes do primeiro ponto de
equivalência:
0,0592
−123,40 × 10−3 = 0,615 + log[𝐴𝑔+]
1
𝑚𝑜𝑙
[𝐴𝑔+] = 3,37 × 10−13
𝐿
A concentrações de íons I- no ponto antes do primeiro PE, em 5,00 mL, é dada por:
𝑚𝑜𝑙
[𝐼 −] = 2,5 × 10−4
𝐿
𝐾𝑝𝑠 = [𝐼 −][𝐴𝑔+]
O pKps é utilizado para comparar a solubilidade de diferentes sais porque ele expressa
a solubilidade de um sal de forma logarítmica, tornando mais fácil a comparação. Então para o
cálculo do erro relativo, utiliza-se o Kps em uma escala logarítmica, para simplificar a análise
e permitir a avaliação relativa das solubilidades teóricas e experimentais. [4]
𝑝𝐾𝑝𝑠𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 = 16,07
𝑝𝐾𝑝𝑠𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 16,08
16,08 − 16,07
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = × 100
16,08
10
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 0,06%
0,0592
246,00 × 10−3 = 0,615 + log[𝐴𝑔+]
1
𝑚𝑜𝑙
[𝐴𝑔+] = 5,85 × 10−7
𝐿
A concentrações de íons Cl- no ponto antes do segundo PE, em 10,00 mL, é dada por:
𝑚𝑜𝑙
[𝐶𝑙 −] = 2,91 × 10−4
𝐿
O pKps é utilizado para comparar a solubilidade de diferentes sais porque ele expressa
a solubilidade de um sal de forma logarítmica, tornando mais fácil a comparação. Então para o
cálculo do erro relativo, utiliza-se o Kps em uma escala logarítmica, para simplificar a análise
e permitir a avaliação relativa das solubilidades teóricas e experimentais. [4]
𝑝𝐾𝑝𝑠𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 = 9,76
𝑝𝐾𝑝𝑠𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 9,74
11
|9,74 − 9,76|
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = × 100
9,74
𝐸𝑟𝑟𝑜𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 = 0,21%
5 CONCLUSÃO
Neste experimento, os objetivos propostos foram alcançados de forma satisfatória.
Através da construção da curva de titulação e das curvas da primeira e segunda derivadas, foi
possível determinar com precisão os volumes finais correspondentes aos primeiros e segundos
pontos de equivalência.
12
6 REFERÊNCIAS
13