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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


Campus Londrina

LICENCIATURA EM QUÍMICA

DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL 3

EXPERIMENTO:

Elementos Resistivos Não-Lineares e Lei das


Malhas
DISCENTES
André Vitor
Bruno Rezende

Item Descrição Valor Nota


1 Formatação de acordo com o modelo. 1,5
2 Conteúdo e redação do Resumo. 1,5
3 Conteúdo, redação, tabelas, gráficos e 2,5
equações da seção Procedimento
experimental.
4 Conteúdo, redação, tabelas, gráficos e 3,0
equações seção Resultados e Discussão.
5 Conteúdo e redação da seção Conclusões 1,5
e Referências
Total 10,0

E1.1
DOCENTE
Prof. Dr. Marco Aurélio Toledo da Silva

Londrina, 25 de setembro de 2022.

1 - Resumo
O experimento em questão foi realizado a fim de levantar os dados a respeito das curvas
características de elementos não-lineares. Sendo elas, as curvas características de uma
pilha, de um LED em polaridade reversa, e uma lâmpada incandescente.
Graficamente falando, a curva característica é definida como um gráfico da corrente (i) em
função da diferença de potencial, ou seja, se trata da corrente que flui através de um
componente ou circuito em função da tensão aplicada. Para isso, foram montados tabelas e
gráficos, contendo todos os dados levantados no experimento. A partir disso foi possível
conhecer e compreender o comportamento de alguns equipamentos eletrônicos.
Os elementos lineares obedecem a lei de Ohm.
𝑉
𝑖= 𝑅
(Eq: 1,0)

Foi também montado um circuito simples a fim de verificar a lei das malhas.

2 – Materiais e Métodos
2.1 – Equipamento experimental
● 1 Fonte de tensão variável (Instrutherm DC power supply FA-1030)
● 2 Multímetros (ICEL MD-1000 e Minimapa ET-1002)
● 4 Cabos de ligação (banana-banana com e sem derivação)
● 3 Cabos jacaré
● 1 Placa de circuito com resistor variável e soquete para pilha
● 1 Pilha A 1,5V
● 1 Led vermelho
● 1 Resistor 10w 10 Ω
● 1 Lâmpada 12 v, 3,0 W

E1.2
2.2 – Procedimento experimental
Inicialmente foi montado o circuito para a curva da pilha como mostrado na figura 1:

Figura 1. Circuito Pilha

Fonte: Autoria própria (desenvolvido no EdrawMax)

Foi conectado ao pólo positivo da pilha (na placa de circuitos) um cabo com a outra
extremidade na saída VΩmA do amperímetro MD-1000, o cabo conectado na saída comum
foi preso junto ao terminal 2 do resistor variável. O terminal 3 do resistor variável foi
ligado a uma extremidade do resistor 10Ω 5W, e a outra ponta foi conectada ao polo
negativo da pilha. O ET- 1002 por sua vez foi utilizado como voltímetro, e com um cabo
conectando o pólo negativo da pilha a entrada COMUM, enquanto a outra garra foi
conectada ao polo positivo, com a outra extremidade na saída VΩmA. A corrente elétrica
foi controlada através do resistor variável, as medidas se iniciaram com 13,0 mA e a partir
daí, o valor de i a cada medida era aumentado em aproximadamente 10 mA.

Para a curva de um LED o circuito foi montado como exemplificado na figura 2:

Figura 2: Esquema do circuito usado para o levantamento

E1.3
da curva característica de um LED

Fonte: Autoria própria (desenvolvido no EdrawMax)


Dessa vez, o LED foi conectado em polaridade reversa na fonte variável. O amperímetro
MD-1000 foi conectado à saída negativa da fonte, e ao resistor, a partir da saída COMUM.
O voltímetro ET-1002, por sua vez, teve sua saída VΩmA conectada à derivação do cabo
conectado ao LED. Saindo da COMUM o cabo foi conectado à derivação junto a outra
extremidade do led (já estando conectado a fonte).
As medidas iniciaram em -5,0V, seguido pelo aumento contínuo de 0,5V. Sendo anotados o
valor de i em cada marcação.
Quando foi atingido o valor de -0,5V, os cabos foram desligados e conectados em
polaridade normal, depois disso, os valores de V continuaram subindo em 0,5V até chegar a
1,5. A partir daí aumentou em passos de 0,1V até a tensão chegar a 2,0V sobre o LED.
As escalas utilizadas foram de 20V no ET-1002 Enquanto no MD-1000, foram inicialmente
200μA, seguido por 2000μA e 20mA.

Para a curva da lâmpada, o circuito foi montado como mostrado na figura 3.

Figura 3: Esquema do circuito usado para o levantamento da curva


característica de uma lâmpada

E1.4
Fonte: Autoria própria (desenvolvido no EdrawMax)

O circuito para o levantamento da curva característica da lâmpada foi montado de forma


similar ao do LED, mas dessa vez sem a utilização de um resistor. O cabo conectado ao
pólo negativo da fonte estava ligado ao positivo da lâmpada. O polo negativo da fonte foi
conectado à saída VΩmA do amperímetro (MD-1000). Em sua saída comum, foi conectado
um cabo com derivação, que ia até o polo negativo da lâmpada. O voltimetro ET-1002 tinha
sua saída COMUM ligada à derivação no positivo da lâmpada, enquanto a saída VΩmA foi
conectada à derivação no negativo da lâmpada.
As medidas iniciaram em 0,0V e foram aumentando em passos de 0,1V até que atingisse
0,4V. Em seguida os passos aumentaram para 0,2V até a marca de 1,2V. Onde se seguiu um
aumento de 0,4V até 2,8. Depois, passos de 0,8V até 6,0V. Por fim, os passos seguiram
1,0V até chegarem em 12,0V.
As escalas utilizadas no MD-1000 foram de 20 mA e 200 mA. No ET-1002 a escala foi de
20V.

Com o circuito utilizado para a curva do led, foi possível levantar os dados para a
verificação da lei das malhas.

Figura 4: Circuito simples para a verificação da lei das malhas

Fonte: Autoria própria (desenvolvido no EdrawMax)


E1.5
3 – Resultados e Análise

3.1 – Dados Experimentais

A tabela 1 apresenta os valores obtidos no experimento da pilha.

Tabela 1 - Dados para o levantamento da curva característica de uma pilha.


Índice V (mV) i (mA) δV (mV) δA (mA)
1549 13,0 17
1 0,7
2 1546 23,1 17 0,8
3 1542 33,0 17 0,9
4 1539 43,1 17 1,0
5 1536 52,8 17 1,1
6 1533 62,9 17 1,3
7 1530 73,4 17 1,4
8 1526 82,8 17 1,5
9 1524 92,8 17 1,6
10 1518 103,4 17 1,7

A seguir, a tabela 2 apresenta os valores levantados no experimento utilizando o LED

Tabela 2 - Dados do levantamento da curva característica de um LED


V (V) i (μA) δV(V) δA (μA) Escala i (A)
-5,03 -5,1 0,01 0,4 200μA
-4,57 -4,7 0,01 0,5 200μA
-4,04 -4,0 0,02 0,5 200μA
-3,48 -3,5 0,02 0,5 200μA
-3,02 -3,0 0,03 0,5 200μA
-2,56 -2,5 0,03 0,5 200μA

E1.6
-2,0 -2,0 0,03 0,5 200 μA
-1,58 -1,6 0,04 0,5 200μA
-1,01 -1,0 0,04 0,5 200μA
-0,55 -0,06 0,05 0,5 200μA
-0,1 -0,1 0,05 0,5 200μA
0,55 0,6 0,05 0,5 200μA
1,0 1,0 0,06 0,5 200μA
1,5 4,8 0,06 0,5 200μA
1,57 17,6 0,06 0,7 200μA
1,69 180,0 0,06 2,3 200μA
1,75 554,0 0,06 10,5 2000μA
1,92 5160 0,07 101,6 20 mA
2,01 9060 0,07 140,6 20mA

Tabela 3, dados da curva da Lâmpada.

Tabela 3 - Dados do levantamento da curva característica de uma Lâmpada


V (V) i (mA) δV (V) δA (mA)
0 10,0 0,05 1,1
0,13 18,0 0,05 1,9
0,20 24,8 0,05 3,5
0,32 28,1 0,05 3,9
0,41 32,0 0,05 4,3
0,61 37,7 0,05 5,0
0,79 43,3 0,06 5,7
0,91 46,0 0,06 6,0
1,13 51,3 0,06 6,7
1,59 61,5 0,06 7,9
2,02 70,1 0,07 8,9
2,26 74,5 0,07 9,4

E1.7
2,66 82,2 0,07 10,4
3,42 94,8 0,08 11,9
4,25 107,5 0,08 13,4
5,03 113,7 0,09 14,1
5,79 122,5 0,10 15,2
7,10 133,6 0,11 16,5
8,05 148,0 0,11 18,3
9,03 164,6 0,12 20,3
10,04 177,4 0,13 21,8
11,04 187,2 0,14 23,0
12,05 196,8 0,15 28,6

Tabela 4 - Verificando a Lei das Malhas em um circuito simples

ε (V) VA (V) VL (V) VR (V) i (A)


0,54 0 0,53 0 0,1
1,06 0 1,06 0 0
1,56 0 1,57 0 0,02
2,01 0,02 1,76 0,22 1,13
3,01 0,04 1,91 1,05 5,27
5,07 0,08 2,07 2,9 14,6
6,01 0,08 2,12 3,72 19,09

A Tabela 5 mostra o valor de ε, e soma dos componentes VA, VL e VR, e também seus
erros.
Tabela 5
ε (V) ΣV δε(V) δΣV(V)
0,54 0,53 0,05 0,05
1,06 1,06 0,06 0,06
1,56 1,57 0,06 0,06
2,01 2,0 0,07 0,07
E1.8
3,01 3,0 0,07 0,07
5,07 5,05 0,09 0,09
6,01 5,92 0,10 0,10

3.2 – Cálculos e Análise


Os erros de i e V foram medidos de acordo com as equações contidas nos manuais de cada
multímetro.
Sabendo que R pode-se obter através da equação 1,1; foram calculados os valores da
resistência de cada um dos elementos resistivos
1
𝑅= 𝐴
(Eq: 1,1)

O parâmetro A foi obtido diretamente do ajuste linear de cada curva característica (Y= Ax
+ B). Em seguida foi calculado o erro de R, seguindo a equação 1,2.

σ𝐴
σr = 2 (Eq: 1,2)
𝐴

3.2.1 – Exemplificando cálculos e análises


Cálculo para a resistência na curva característica da pilha.

Figura 5: Gráfico i x V da pilha.

E1.9
Fonte: Autoria própria (desenvolvido no Scidavis)

Através do gráfico da figura 5, foi possível obter: A= (-3,051±0,038)mA/mV.


Utilizando as equações 1,1 e 1,2:

1
𝑅 = 1/𝐴 = 3,051
, R= 0,327 Ω
σ𝐴 0,038
σr = 2 = 2 = 0,004 .
𝐴 3,051

Logo, R = (-0,327+-0,004)Ω

Cálculo LED em polaridade reversa.

Figura 6: Gráfico da curva do LED em polaridade reversa

E1.10
Fonte: Autoria própria (desenvolvido no Scidavis)

A = (1,068+-0,104) μA/V
1
𝑅 = 1/𝐴 = , R = 0,937x106 Ω
1,068𝐸−6

σ𝐴 0,104
σr = 2 = 2 = 0,091x106 Ω . R=(0,937+-0,091)MΩ
𝐴 (1,068𝐸−6)

Cálculo da lâmpada.
Figura 7: Gráfico da curva da lâmpada

Fonte: Autoria própria (desenvolvido no Scidavis)

A=(14,76+-0,03)mA/V
1
𝑅 = 1/𝐴 = 14,76𝐸−3
, R= 67,75 Ω
σ𝐴 0,03𝐸−3
σr = 2 = 2 = 0,14 Ω . R=(67,75+-0,14)Ω
𝐴 (14,76𝐸−3)

Cálculo lei das malhas circuito simples.


Figura 8: Gráfico da lei das malhas em circuito simples.

E1.11
Fonte: Autoria própria (desenvolvido no Scidavis)
ε-VA-VL-VR=0 (Eq: 1,3)
ε=VA+VL+VR=ΣV
A = 0,988 +- 0,016 (valor obtido do ajuste linear)
B = 0,0093
Y= Ax+B

4 - Discussão
Qual é o significado da reta tangente às curvas?
R: A reta tangente às curvas servem de parâmetro para avaliar a linearidade da resistividade
dos componentes, como pudemos observar ao longo do experimento. Componentes lineares
tendem a manter um comportamento constante; já os não lineares esboçam variação, como
na pilha usada, que tende a descarregar conforme a tensão no sistema diminui, portanto
passa a ter corrente no sistema.
O LED apresenta alguma região onde o ele apresenta uma resistência constante?
Pode-se considerar que nesta região seu comportamento é ôhmico? Descreva o
comportamento do LED em sua polaridade reversa; nesta situação ele se comporta

E1.12
como um Exp. 2.9 condutor ou como um isolante? A chamada corrente de fuga
mostra-se relevante? Qual é a resistência do LED neste intervalo?
R: O led apresenta resistência constante quando está com valores de tensão negativa, logo
pode ser considerado como tendo comportamento ôhmico nesta região. Em polaridade
reversa o led não apresenta a capacidade de acender, visto que é um semicondutor, e nesta
condição apresenta comportamento dielétrico, não permitindo a passagem de corrente
elétrica, logo, um isolante. A corrente de fuga é relevante visto que o LED tende a abaixar a
tensão do sistema, logo será observada menor corrente, que se somada a corrente de fuga,
veremos baixa eficiência do processo. Neste intervalo a resistência média é de 1,7 mΩ.
A lâmpada apresenta alguma região onde ela apresenta uma resistência constante?
Qual é o valor da resistência neste intervalo?
R: A lâmpada apresenta resistência constante no intervalo de tensão 0,79 - 1,13 V,
apresentando uma resistência média de 0,02 kΩ.
Dentro dos erros considerados, pode- se afirmar que houve a conservação da energia?
Ou seja, o sistema obedeceu à Lei das Malhas?
R: Sim, analisando os dados retirados da tabela 5, pode-se afirmar que ocorreu a
conservação de energia, estando os valores das somas dos componentes dentro dos erros
previstos.
Quanto à curva de ajuste, ela passa por todos os pontos, e os parâmetros de ajuste (Y=Ax+
B; Sendo B=0,0093) também confirmam a conservação de energia.

5 – Conclusão
Em resumo, elementos resistivos podem ter seu comportamento ôhmico caracterizado
a partir das suas curvas características. Em geral, mesmo elementos não-ôhmicos
podem possuir uma região de ôhmicidade para voltagens suficientemente baixas,
como no caso do LED estudado neste trabalho.

6 – Referências

E1.13
E1.14

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