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AVI - ACADEMIA DE VÔO INTERNACIONAL

TURMA: CMS14

NOME: LUCAS RODRIGO LAURO DE OLIVEIRA

FATORES HUMANOS NA AVIAÇÃO CIVIL

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2024
O CRM na aviação

CRM é a sigla para Corporate Resource Management, que significa Gerenciamento


de Recurso de Equipe, é a aplicação de conceitos de gerenciamento moderno, tanto
na cabine de pilotagem como em outras atividades operativas e administrativas que
interferem em voo, fazendo um uso eficaz de todos os recurso disponíveis.

De acordo com a ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional), a formação em


CRM deve abranger seis áreas principais, ou “competências em CRM”:

● Comunicação: refere-se à troca eficaz de informações entre os membros da


equipe utilizando habilidades verbais e não-verbais adequadas.
● Trabalho em equipe: refere-se à capacidade de cooperar e coordenar ações
com os demais membros da equipe, respeitando as diferenças pessoais e
culturais.
● Consciência situacional: refere-se à percepção e compreensão do ambiente
operacional, dos fatores que afetam o ambiente e das possíveis
consequências das ações tomadas.
● Processo decisório: refere-se à capacidade de analisar a informação
disponível, identificar alternativas e selecionar a melhor solução para cada
situação tendo em conta os riscos e recursos envolvidos.
● Liderança e Gestão: refere-se à capacidade de exercer autoridade e
responsabilidade de forma eficaz, delegar tarefas, motivar e orientar os
membros da equipe e resolver conflitos.
● Fatores Humanos: refere-se ao conhecimento e aplicação de princípios da
ciência comportamental, engenharia e fisiologia para otimizar o desempenho
humano e reduzir o erro humano.

O CRM foi implementado na aviação para os pilotos nos primórdios da aviação com
o propósito de minimizar os acidentes e incidentes aeronáuticos, e foi se adaptando
cada vez que a aviação evoluía até chegar onde ela está hoje.

A existência do CRM se relaciona à sua importância com a Segurança de Voo.


Todas as investigações feitas das causas de acidentes e incidentes aeronáuticos
apontavam que o elemento humano sempre contribuia para essas fatalidades. E as
empresas aeronáuticas, indústrias aeronáuticas e governo entraram em consenso de
incrementar programas de treinamento em Fatores Humanos, dito tudo isso, o CRM
nada mais é que Comunicação, Tomada de Decisão e a Formação e Manutenção de
Equipes.

O que é o Queijo Suíço na aviação?

Criada por James Reason em 1990, outra forma de abordar os Fatores Humanos foi
proposta, sendo chamada Modelo Reason ou também conhecida como "Queijo
Suíço", também usada na aviação. Nesse modelo, um acidente é causado por uma
série de eventos contribuintes. Dentre esses fatores, são encontradas falhas ativas,
falhas latentes e ineficiência de barreiras defensivas.

As falhas ativas são atos inseguros de efeito direto na operação, usualmente


cometidos por agentes que atuam diretamente no sistema, como piloto e
controladores de tráfego. E as falhas latentes são elementos presentes no sistema
que possibilitam que ocorram erros ou neutralizam a ação de mecanismo de defesa,
geralmente feitos de decisões tomadas em escalões afastados da área operacional.

Na representação gráfica do Modelo Reason, as barreiras são paralelas umas às


outras e alinhadas frente a frente, todas elas possuindo espécies de "furos", os quais
representam as falhas ativas e as falhas latentes. Onde, se todos esses "furos"
forem percorridos, ocasionará um acidente, e para evitar que tal tragédia aconteça,
toda a tripulação tem a obrigação de estar ciente do que está acontecendo e possuir
maestria para não causar o acidente.

O método "TEM" na aviação

TEM é a sigla para Threat and Error Management, que significa Gerenciamento das
Ameaças e dos Erros, onde foi originalmente criado para observação de tarefas da
tripulação.

É o método responsável pelo processo de detectar e responder às ameaças e erros


com contramedidas que reduzam ou eliminem suas consequências, sendo
considerado de grande utilidade no estudo e no entendimento do desempenho
operacional, pelo fato de conseguir capturar o desempenho de pessoas em seu
contexto natural do seu dia a dia, proporcionando resultados altamente dinâmicos e
realistas.

A abordagem de gerenciamento das ameaças e dos erros propõe que as ameaças


(fogo a bordo), erros (sem checagem dos extintores), e estados indesejáveis da
aeronave (fogo se alastrar e fumaça por toda a cabine), sendo assim o modelo TEM
pode ajudar uma organização a medir e a melhorar a eficácia das suas proteções,
assim como dos seus processos de defesa da segurança operacional.

Tipos de Culturas

As culturas são formas de seguranças que nós tripulantes devemos seguir para que
os "furos" do queijo não sejam ultrapassados. Existem 3 culturas que nós tripulantes
seguimos que em conjunto garantem a segurança operacional, sendo elas:

● Cultura Operacional: O conjunto de valores, normas, crenças e ações que


definem como uma organização é e conduz seu negócio, que vão caracterizar
ou não a segurança de voo. Essa é a cultura que unifica a mente dos
tripulantes, onde todos juntam suas ideias para melhorar a segurança do voo.
● Cultura Justa: A equipe é encorajada a relatar problemas relacionados à
segurança. Eles são orientados sobre o que é ou não aceitável, fazendo com
que todos sejam tratados de forma justa. Nem todos os erros ou atos
inseguros serão punidos se o mesmo não for intencional. Essa cultura
incentiva os tripulantes "apontarem o dedo" para algo ou alguém que fez
alguma coisa que contribua negativamente para a segurança do voo, mas não
para ser punida, e sim corrigida.
● Cultura de Segurança: Cria um ambiente em que todos da equipe sintam-se
responsáveis pela segurança operacional, segurança essa que é o dever dos
tripulantes como, por exemplo, CRM e Padronizações, Valores da empresa,
Reporte, Relatório de Prevenção, Recomendações pós-acidente, Relatório de
Voo, Reciclagem de treinamento, Briefing e Debriefing e Segurança. Essa é
nossa função, sempre manter uma viagem segura.
Comunicação e Informação

A comunicação e a informação são partes cruciais para manter um voo seguro, pois
como a tripulação é responsável por fazer o trabalho dos olhos e ouvidos do
comandante quanto mais comunicativa a tripulação for com o comandante mais
seguro esse voo ficará, portanto, tudo que está acontecendo fora do cockpit deve ser
passado para eles.

Porém, a comunicação e a informação não são apenas de comissário para o piloto,


também se tratando da relação de comissário para comissário. Quanto mais ajuda,
melhor, quanto mais juntos e familiarizados com os tripulantes e com o equipamento
estiverem, mais segura estará essa viagem.

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