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Gerenciamento da
Segurança
Operacional
Módulo - 2
Fundamentos da
Segurança Operacional
CONTEÚDO DO MÓDULO
01 Introdução
02 A resposta do setor aéreo aos perigos
03 A Organização e a Segurança Operacional
04 A evolução da Segurança Operacional
05 Modelos Organizacionais
06 O dilema da Gestão de Segurança
07 Cultura positiva de Segurança Operacional
08 Gerenciamento da Segurança Operacional
09 Resumo
10 Referências Bibliográficas
Introdução
VAMOS AGORA DAR CONTINUIDADE NO CURSO, INICIANDO NOSSOS
ESTUDOS NO MÓDULO 2 – FUNDAMENTOS DA SEGURANÇA
OPERACIONAL, QUE TEM COMO PRINCIPAL OBJETIVO DEMONSTRAR
COMO FUNCIONA O GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA OPERACIONAL
EM UMA ORGANIZAÇÃO DE AVIAÇÃO.
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distintas. A primeira delas, chamada de Era Técnica, teve início dos anos 1900 e
prosseguiu até o final dos anos 1960. Nesse época, a aviação surgiu como uma
forma de transporte de massa, em que as deficiências identificadas foram
inicialmente relacionados a fatores técnicos e falhas tecnológicas. O foco das
Anos atividades de segurança operacional era, portanto, orientado para a investigação e
aprimoramento de fatores técnicos. A partir da década de 1950, os avanços
1900 tecnológicos levaram a uma redução gradual na frequência dos acidentes aéreos,
com isso, os processos de segurança foram ampliados para abranger a
conformidade com a regulação e a fiscalização.
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A era dos Fatores Humanos, seguiu do início dos anos 1970 até meados da década
de 1990. No início da década de 1970, a frequência de acidentes aéreos foi
significativamente reduzida graças aos avanços tecnológicos e melhorias na
segurança operacional. A aviação tornou-se um meio de transporte mais seguro e o
foco das atividades de segurança foi estendido para incluir questões de fator
Anos humano, como a interface homem-máquina. Isso produziu uma busca por
informações de segurança além do que havia sido gerado com os primeiros
1970 a
processos de investigação de acidentes. No entanto, apesar dos investimentos de
1990 recursos na mitigação de erros, o desempenho humano continuou a ser citado
como fator contribuinte recorrente nos acidentes. A aplicação da ciência dos
fatores humanos tendia a focar na pessoa, sem considerar plenamente o contexto
operacional e organizacional. No início da década de 1990 foi então reconhecido
pela primeira vez que as pessoas operavam em um ambiente complexo, que incluía
vários fatores que tinham o potencial de afetar o comportamento humano.
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A era dos Fatores Organizacionais teve início em meados da década de 1990 e
segue até os dias atuais. Durante a era de fatores organizacionais, a segurança
operacional passou a ser vista sob uma perspectiva sistêmica, incluindo a
organização como um todo, além de fatores humanos e técnicos. Como resultado,
foi introduzida a noção de “acidente organizacional”, que considerou o impacto da
Meados cultura e das políticas institucionais sobre a eficácia dos controles dos riscos de
segurança. Além disso, os esforços tradicionais de coleta e análise de dados, que se
de 1990 limitavam ao uso de dados recolhidos por meio da investigação de acidentes e
até o final incidentes graves, foram complementados por uma nova abordagem proativa para
a segurança operacional. Essa nova abordagem estava baseada na coleta e análise
do Século rotineira de dados por meio de metodologias proativas e reativas, a fim de
20 monitorar riscos de segurança operacional conhecidos, detectando eventuais
problemas emergentes. Essas melhorias formularam a lógica de avançar para uma
abordagem de gestão para a segurança operacional.
até os dias
atuais
Modelos
Organizacionais
FONTE: HTTPS://WWW.RESEARCHGATE.NET/FIGURE/FIGURA-4-TEORIA-DO-QUEIJO-SUICO-DE-JAMES-REASON-
FONTE-REASON-1997-ADAPTADO_FIG4_281840243
CAUSALIDADE DOS ACIDENTES
Como dito anteriormente, os acidentes na aviação normalmente envolvem falhas de
múltiplas defesas em diferentes áreas (equipamentos, infraestrutura, erros operacionais
etc.). Em sistemas complexos como esse, falhas isoladas dificilmente causam problemas
significativos, por isso, algumas delas podem permanecer despercebidas (condições
latentes) até que um conjunto de condições faça com que se tornem aparentes (falhas
ativas). É o que propõe o professor James Reason no modelo chamado de “Acidente
Organizacional”, o qual considera que os acidentes são fruto de uma combinação de
condições latentes e de falhas ativas. De acordo com o conceito de Acidente
Organizacional de Reason, as falhas ativas são produtos de ações individuais ou de equipe
que, usualmente, envolvem erros ou violações cometidos pelos trabalhadores na linha de
frente da organização. Esses fatores, ao combinarem-se com fatores ambientais ou outros
eventos desencadeadores, encontram ou criam caminhos através das defesas
implementadas pela organização para impedir a ocorrência de acidentes. Vejamos essa
representação na figura abaixo:
aviação.
O ACIDENTE ORGANIZACIONAL
O modelo de Reason pode ser ainda usado Essas condições podem incluir falta de
como um guia de análise do ambiente estabilidade, baixa qualificação e
operacional, permitindo examinar o experiência, excesso de jornada, falta de
comportamento dos indivíduos envolvidos credibilidade da gestão, problemas
em determinada ocorrência. Nesse caso, ergonômicos, dentre outros. Sob a
podemos aplicá-lo durante a vigilância perspectiva do acidente organizacional, os
continuada das operações, numa auditoria esforços de segurança operacional devem
interna ou mesmo na investigação de ser direcionados para monitorar os
eventos internos de segurança operacional. processos organizacionais e identificar
Em cada caso, o modelo deve considerar condições latentes, para então reforçar as
quais defesas da organização são eficazes, defesas do sistema. Ao mesmo tempo, esse
quais foram violadas e em que o sistema monitoramento permitirá melhorar as
poderia se beneficiar ao se implantar condições do local de trabalho para conter
defesas adicionais. Uma outra perspectiva as falhas ativas, intervindo diretamente na
do acidente organizacional pode ser vista a prevenção de possíveis incidentes graves
partir do diagrama de blocos abaixo. ou acidentes. Vale mencionar que o
modelo pode apresentar imperfeições,
principalmente, quando houver um
tratamento superficial dos problemas
sistêmicos. Se ao ser utilizado, a
organização considerar apenas as falhas
mais evidentes, dificilmente será possível
alcançar a causa raiz dos problemas, ou
seja, condições latentes importantes
poderão continuar despercebidas até que
FONTE: SMM (OACI 2013 - 3ª EDIÇÃO).
um evento catastrófico as evidencie na
operação. Vejamos abaixo uma
Os processos organizacionais são aqueles representação desse esquema.
em que a organização possui controle direto
em grau razoável, tais como, a formulação de
políticas, planejamento, comunicação e
supervisão. Quando existem deficiências
nos processos organizacionais, tais como
falta de supervisão, comunicação
inadequada, recursos insuficientes etc., cria-
se a possibilidade do surgimento de outros
problemas relacionados a condições do
local de trabalho e a erros operacionais, da
mesma forma que possibilitam o surgimento
de novas condições latentes. Por
consequência, consideramos como FONTE: SAFETY MANAGEMENT SYSTEM - SMS (OACI - 2007).
DESIGN DE UI/UX
Assim como a maioria das publicações
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Referências Bibliográficas
BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil. Organização de Aviação Civil Internacional (OACI).
Disponível em: https://www2.anac.gov.br/anacpedia/por_ing/tr3627.htm - Acessado em 14/11/2021 às
20:30.
BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Segurança Operacional. Disponível em:
https://www.gov.br/anac/pt-br/assuntos/seguranca-operacional/sgso/sgso - Acessado em 14/11/2021
às 20:00.
OACI (International Civil Aviation Organization). Safety Management Manual (SMM): Doc. 9859 AN/474.
3ª ed. Montreal: OACI, 2013.
OACI (International Civil Aviation Organization). Safety Management Manual (SMM): Doc. 9859 AN/474.
4ª ed. Montreal: OACI, 2018.
OACI (International Civil Aviation Organization). Safety Management System Course. Montreal: OACI,
2007.
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CURSO BÁSICO DE GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA OPERACIONAL