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Gerenciamento da
Segurança
Operacional
Módulo - 4
Sistema de
Gerenciamento da
Segurança Operacional
(SMS)
CONTEÚDO DO MÓDULO
01 Introdução
08 Resumo
09 Referências Bibliográficas
Introdução
VAMOS AGORA DAR CONTINUIDADE NO CURSO, INICIANDO O ÚLTIMO
TÓPICO DE ESTUDOS, MÓDULO 4 – SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA
SEGURANÇA OPERACIONAL (SMS), QUE TEM COMO PRINCIPAL
OBJETIVO APRESENTAR O ESCOPO DESSE SISTEMA PARA
PROPORCIONAR ÀS ORGANIZAÇÕES DE AVIAÇÃO UMA ABORDAGEM
SISTEMÁTICA PARA ALCANÇAR NÍVEIS ACEITÁVEIS DE DESEMPENHO
NA SEGURANÇA DAS OPERAÇÕES.
Após falarmos sobre o tema da Dessa forma, podemos dizer que um
supervisão da segurança operacional SMS é um conjunto de ferramentas
pelo Estado Brasileiro, vamos agora gerenciais e métodos organizados que
finalizar nossos estudos conhecendo a visam a apoiar as decisões que o Gestor
estrutura de um Safety Managment Responsável pelo PSAC, ou Executivo
System (SMS), traduzido no Português Responsável pelo PSNA, deve tomar em
como Sistema de Gerenciamento da relação aos riscos de suas atividades
Segurança Operacional (SMS), uma das diárias. Esse sistema deve considerar a
exigências do país para com seus estrutura organizacional, as
regulados no segmento da aviação civil, responsabilidades (accountabilities) dos
conforme orientação dada pelo Anexo 19. envolvidos, os procedimentos e
Com a publicação do Programa Brasileiro processos inerentes à operação e as
para a Segurança Operacional da medidas necessárias à implementação
Aviação Civil (PSO-BR), do Programa de das diretrizes para o gerenciamento da
Segurança Operacional Específico da segurança operacional, o que veremos a
Agência Nacional de Aviação Civil seguir.
(PSOE-ANAC) e do Programa de
Segurança Operacional Específico do
Comando da Aeronáutica (PSOE-
COMAER), ficou instituído pelo Estado
Brasileiro a exigência dos provedores de
serviços de aviação civil (PSAC) e dos
provedores de serviços de navegação
aérea (PSNA), implantarem, na operação,
um SMS que os permitisse alcançar um
nível aceitável de desempenho (NADSO)
nas atividades desenvolvidas, visando a
melhoria contínua da segurança
operacional.
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Sistema de
Gerenciamento da
Segurança Operacional (SMS)
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Responsabilidades e atribuições
dos colaboradores da organização
em relação ao SMS
"Consequência é o resultado de um
perigo".
da possível situação.
AVALIANDO OS RISCOS ASSOCIADOS AOS PERIGOS
DA OPERAÇÃO - PROBABILIDADE
Após identificados os perigos e elaboradas as possíveis consequências associadas, temos
que calcular o risco para a operação. Mas antes, vejamos abaixo um outro conceito de
risco.
Não devemos complicar o processo de gerenciamento dos riscos, pois na maioria das
vezes, uma simples tomada de decisão do GR/ER pela organização pode resolver o
problema. Porém, mesmo que o processo seja simples e sua avaliação dependa apenas do
Gestor de Segurança Operacional (GSO), o ideal é que o gerenciamento seja realizado por
uma equipe formada por outros membro da organização, ou até de fora dela,
possibilitando dispor de mais informações para tornar as avaliações de risco mais efetivas.
Probabilidade da Ocorrência
Uma tarefa importante na análise do risco é determinar o nível de risco com base na
probabilidade da ocorrência. Para tanto, consideramos a possibilidade de o evento
acontecer com base na exposição ao perigo. Por exemplo, se o perigo está associado a
uma operação de uma aeronave com voos diários, a probabilidade de ter uma
consequência é maior do que aquela aeronave que realiza apenas um voo semanal. Assim,
uma maneira simples de determinar a probabilidade é classificar o risco com base em sua
frequência potencial. Isso pode ser feito em uma escala simples de três níveis de
probabilidade, que vão desde improvável até provável. Vale lembrar que cada operador
pode utilizar a referência que melhor se adeque às suas operações, pois a Autoridade de
Aviação normalmente não estabelece um tipo específico de matriz de probabilidade a ser
utilizada. Tudo dependerá do porte e da complexidade da operação do regulado e
também do seu nível de familiaridade com a ferramenta de análise.
É importante que cada organização faça uma avaliação do histórico de ocorrências que
tem registrado. Os registros de manutenção, por sua vez, são uma boa fonte de dados
iniciais, porém, é preciso reunir o maior número possível de informações para facilitar as
análises, pois, em se tratando de probabilidade, na maioria das vezes estaremos avaliando
situações que não se tem notícia que tenham acontecido, sendo necessário considerar o
contexto operacional para então defini-la. No próximo item veremos o conceito de
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AVALIANDO OS RISCOS ASSOCIADOS AOS PERIGOS
DA OPERAÇÃO - ÍNDICE DE TOLERABILIDADE
Depois de avaliadas a probabilidade e a severidade das possíveis ocorrências, teremos então os
índices de risco estabelecidos para cada uma das consequências dos perigos, identificadas no
início de todo o processo de gerenciamento. Ao avaliar a tolerabilidade, verificamos também a
aceitabilidade dos riscos para a organização, antes de definir as estratégias de mitigação. Nesse
caso, a tolerabilidade do risco será obtida por uma espécie de produto, ou melhor dizendo, uma
concatenação entre a probabilidade e a severidade do risco. A tabela abaixo define a
tolerabilidade dos riscos como sendo a combinação da probabilidade com a severidade. Em
verde, estão os riscos de nível baixo (aceitáveis), em amarelo, os riscos de nível moderado e em
vermelho, os riscos de nível extremo. É importante ainda, antes de realizar uma possível mitigação,
avaliarmos sobre a possibilidade de eliminar o perigo, se for possível ou economicamente viável.
Ao fazê-lo, não teremos mais consequências associadas, logo, não haverá mais nenhum risco a
ser mitigado.
Níveis de Risco e Ações Demandadas
Atenção!
As tabelas são exemplos. Os
PSAC e PSNA deverão consultar
os modelos sugeridos nas
normas específicas, ou buscar
utilizar aquele que melhor se
adpte à operação realizada.
custo-benefício para a
operação.
AVALIANDO OS RISCOS ASSOCIADOS AOS PERIGOS
DA OPERAÇÃO - ESTRATÉGIAS DE MITIGAÇÃO
O quinto e último passo do processo de gerenciamento de risco é a avaliação das estratégias de
mitigação implementadas, em que será preciso analisar os resultados alcançados pelas ações
mitigadoras definidas pela organização para reduzir os índices de risco, a fim de corrigir o baixo
desempenho, se esse for o caso. Para tanto, será importante questionar:
No entanto, mesmo tendo concluído todo o processo de gerenciamento de risco, após avaliadas
as ações de mitigação, caberá ainda a organização monitorar continuamente a operação para
garantir que tais ações continuem a produzir os resultados esperados.
Identificação de perigos e
gerenciamento de riscos - Exercício
parte da administração do aeroporto, envolvendo um plano de ação com responsáveis e prazos para as ações
mitigadoras demandadas, com posterior reavaliação do índice de risco.
EXEMPLIFICANDO DE FORMA RESUMIDA O
GERENCIAMENTO DE RISCOS
Identificação de perigos e
gerenciamento de riscos - Exercício
Neste segundo exemplo, vemos como um dos principais perigos para a operação, os passageiros
desacompanhados no pátio, em um aeroporto sem pontes de embarque. Mais uma vez, com tão pouca
informação, seria difícil definir a real probabilidade e a severidade de uma ocorrência, no entanto, podemos
inferir que tal fato poderia ter como uma possível consequência, lesões aos passageiros, o que seria, em
termos de probabilidade (considerando que esse tipo de ocorrência já aconteceu em outros aeroportos
similares) um tanto possível, e em termos de severidade, algo significativo, pois poderia tanto machucar
pessoas, como paralizar a operação. Nesse caso, como no exemplo anterior, seria novamente preciso uma
ação imediata da administração, com a apresentação de um plano de ação com ações mitigadoras imediatas,
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Neste outro exemplo, vemos como um dos principais perigos para a operação, a utilização de magneto em
pane por parte da prestadora de serviço de manutenção. Com a pouca informação disponível podemos
considerar que a atividade de manutenção inadequada poderia gerar como possível consequência para a
operação "a perda de potência do motor em voo com posterior pouso forçado da aeronave". Nesse caso,
como era sabido que tratava-se de problema recorrente, poderíamos concluir em termos de probabilidade,
que a ocorrência seria algo provável de acontecer, e em termos de severidade, havendo um acidente, algo
catastrófico para a operação, com possível perda de vidas e destruição do equipamento. Aqui, faz-se
necessária a interrupção imediata da operação, com a necessidade de elaboração de um plano de ação em
até 24 h, aprovação por parte da organização e implantação de forma imediata das ações requeridas para
retorno da atividade, após a reavaliação do índice de risco.
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EXEMPLIFICANDO DE FORMA RESUMIDA O
GERENCIAMENTO DE RISCOS
Nesta situação, vemos que um dos principais perigos para a operação no aeroporto será a perda total da
visualização da TWY LL pela Torre de Controle, por causa da obra em questão. Com a informação fornecida e
partindo da premissa de que o Prestador de Serviço de Navegação Aérea deve obter total visualização da
área de manobras, a operação se torna um tanto perigosa. Tomando como referência a pior das
consequências, colisão com perda de vidas, podemos classificá-la como de risco extremo, uma vez que em
termos de probabilidade será algo possível de ocorrer e em termos de severidade, poderá ser catastrófica
para a operação (vide histórico de acidente em solo no Aeroporto de Tenerife). Nesse caso, haveria uma
redução considerável da capacidade ATC na área afetada, logo a operação na TWY LL deverá ser paralizada,
até serem implementadas medidas mitigadoras por parte da administração aeroportuária para garantir uma
operação segura.
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A seguir, falaremos do Sistema de Relatos, uma importante ferramenta para identificar perigos no contexto de
um SMS.
Sistema de Relatos de
Segurança Operacional
RELATOS MANDATÓRIOS
A coleta e análise de dados são fundamentais no
gerenciamento da segurança operacional. É por
meio de dados que podemos realizar o
gerenciamento do risco nas operações e tomar
decisões mais informadas e conscientes. Dentre as
diversas formas de obtenção desses dados, os
relatos de segurança operacional formam uma
importante ferramenta que fornece informações
sobre perigos presentes nas operações ou ainda
sobre o desempenho da segurança operacional
do sistema.
Os relatos de segurança operacional podem ser
mandatórios ou voluntários, os quais constituem
ferramentas complementares para o
gerenciamento da segurança operacional. Nesta
unidade, vamos aprender mais detalhes sobre
cada um deles.
ocorrências aeronáuticas da aviação civil operacional, a ser visto no nosso próximo tópico
conduzidas pelo Estado Brasileiro”. de estudo.
RELATOS VOLUNTÁRIOS
O Sistema de Relatos Voluntários se difere do sistema mandatório por estar voltado à
coleta de informações ligadas a situações observadas no ambiente da organização, ligadas
a perigos ou erros observados, sem que haja diretamente a obrigação regulamentar de
submeter o relato à Autoridade de Aviação. O relato voluntário se constitui, portanto, em
uma ferramenta essencial para a identificação de perigos e para o gerenciamento dos
riscos no ambiente operacional do provedor. Assim, para que as decisões sejam tomadas
de maneira consciente e informada, é importante que o sistema de relatos seja capaz de
coletar as informações provenientes de todos os níveis da organização. Além disso, a
informação deve chegar aos níveis adequados de decisão para que as ações necessárias
possam ser estabelecidas. Como os relatos desse sistema são realizados de maneira
voluntária, a contribuição das pessoas e sua disposição em relatar situações e perigos está
diretamente relacionada a uma cultura positiva de segurança operacional.
Conteúdo sugerido para o MGSO No MGSO não devem constar conceitos e teorias
sobre o SMS, mas sim a descrição dos
Administração e controle do manual. procedimentos e das atividades relacionadas ao
Escopo do SMS. sistema. As organizações que já possuem uma
Política e objetivos da segurança operacional. sistemática para controle e revisão de
Responsabilidade primária acerca da segurança documentação e manuais devem utilizá-la também
operacional. para o MGSO. Convém que o volume principal do
Designação do pessoal-chave de segurança manual tenha uma composição e um sistema de
operacional. numeração de páginas que facilite revisões. Além
Coordenação do Plano de Resposta à disso, é necessário que haja uma estruturação de
Emergência. forma que a inclusão ou alteração de um
Documentação do SMS. determinado conteúdo afete o menor número
Processo de identificação de perigos. possível de páginas. Todas as páginas do volume
Processo de avaliação e controle de riscos. principal do MGSO devem ser unicamente
Processo de monitoramento e medição do identificadas e conter o nome do PSAC, o número e
desempenho da segurança operacional. a data da revisão referente à última alteração da
Avaliação do SMS. própria página. No escopo do MGSO espera-se que
Processo de gerenciamento de mudanças. o PSAC descreva o âmbito de sua certificação e
Processo de melhoria contínua do SMS. declare que todas as suas atividades certificadas
Promoção da segurança operacional. são cobertas pelo seu SMS. Vale ainda lembrar que
o detentor de múltiplas certificações (por exemplo,
Além deste conteúdo geral, é possível que seja uma organização certificada segundo o RBAC 121 e
necessário abordar assuntos específicos. Para as segundo o RBAC 145) que gerencia sua segurança
Organizações de Manutenção, por exemplo, o operacional de uma maneira integrada deve
MGSO precisa também apresentar a "abordagem descrever no manual os processos e procedimentos
da organização para Fatores Humanos na que englobem todos os aspectos de suas
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Em resumo, o MGSO dos provedores de serviços de navegação aérea deve conter no mínimo:
DESIGN DE UI/UX
Assim como a maioria das publicações
impressas, o segredo para criar um
livreto impactante está na curadoria. A
consistência da marca é importante
para as empresas, mas um bom design
também se aplica a livretos pessoais ou
de eventos. Certifique-se de ter
informações claras e precisas em cada
página. Escolha fotos, fontes e imagens
atraentes. Escolha cores que combinem
com seu estilo. Você precisa se
comunicar bem com seu público, então,
tenha-o sempre em mente ao criar
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Referências Bibliográficas
ACRP REPORT 131. Airport Cooperative Research Program. Transportation Research Board. Washington, D.C. 2015.
BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Instrução Suplementar nº 00-001, Revisão B. Brasília: ANAC, 2018.
BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Instrução Suplementar nº 119-002, Revisão D. Brasília: ANAC, 2012.
BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Instrução Suplementar nº 145.214-001, Revisão B. Brasília: ANAC,
2018.
BRASIL. COMANDO DA AERONÁUTICA. DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). ICA 81-2 -
Gerenciamento da Segurança Operacional, aprovada pela Portaria DECEA n° 574/ASEGN, de 22 de novembro de 2022.
BRASIL. COMANDO DA AERONÁUTICA. DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). ICA 81-1 - Ocorrências
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ICAO (International Civil Aviation Organization). Annex 19 to the Convention on International Civil Aviation: Safety
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Montreal: ICAO, 2018.
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CURSO BÁSICO DE GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA OPERACIONAL