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Índice

Introdução..........................................................................................................................2

Personalidade.....................................................................................................................3

Persona..............................................................................................................................3

Sombra...............................................................................................................................4

Anima e Animus................................................................................................................5

Self.....................................................................................................................................6

Conclusão..........................................................................................................................8

Referências bibliográficas.................................................................................................9
Introdução
O presente estudo traz reflexões sobre o processo de individuação no pensamento do
estudioso suíço Carl Gustav Jung. O psiquiatra suíço Jung foi um pioneiro na pesquisa
dos sonhos. Ele descobriu que os sonhos procuram regular e equilibrar as nossas
energias físicas e mentais. Eles não apenas revelam a causa básica da desarmonia
interior e da angústia emocional, como também indicam o potencial de vida latente no
indivíduo; apresentam soluções criativas para os problemas diários e ideias inspiradoras
para o potencial criativo da vida. Jung descobriu que enquanto dormem, através dos
sonhos, as pessoas despertam para aquilo que realmente são.

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Personalidade
A personalidade é um construto da psicologia que sempre teve destaque na área da
Avaliação Psicológica, motivo pelo qual tem sido fonte de grande número de estudos e
debates teóricos e metodológicos. De acordo com Prinzie, Dekovic, Reijntjes, Stams e
Belsky (2009), a pesquisa da personalidade ganhou novo ímpeto e direção a partir do
estabelecimento de um consenso acerca da sua estrutura, por meio do modelo fatorial da
personalidade baseado nos cinco fatores. A importância desse modelo se embasa
principalmente no fato de, segundo os autores, ter sido aplicado em diversas amostras,
em diversas culturas e por meio de numerosas fontes de informação (incluindo auto-
avaliação, avaliação por pares e avaliações clínicas), tendo demonstrado sua adequação
nos diferentes usos.

A palavra personalidade diz respeito a padrões de comportamento e atitudes que são


típicas de um determinado indivíduo, de forma que os traços de personalidade
difeririam de um indivíduo para outro, sendo, entretanto, relativamente constantes em
cada pessoa e estáveis (Rebollo & Harris, 2006). Nesse sentido Allport (1966)
caracteriza a personalidade como "a organização dinâmica, no indivíduo, dos sistemas
psicofísicos que determinam seu comportamento e seus pensamentos característicos" (p.
50). Já de acordo com Trentini, Hutz, Bandeira, Teixeira, Gonçalvez e Thomazoni
(2009), a personalidade se referiria às características dos indivíduos, sendo única e o
distinguindo dos demais a partir de padrões consistentes de sentimentos, pensamentos e
comportamentos.

Persona
Persona originalmente significa máscara usada por um ator que lhe permite compor
um personagem numa peça. O arquétipo da Persona permite à pessoa a possibilidade de
compor um personagem. Refere-se ao que é esperado socialmente da pessoa e como ela
acredita que deva parecer. Além de um acordo entre a pessoa e a sociedade, indica
como ela deseja ser vista. É importante na relação social, pois é por meio dele que
convivemos com as outras pessoas. Tudo o que fazemos voltado para o exterior diz
respeito ao arquétipo da Persona. Nossa postura, a forma de nos vestirmos, as nossas
marcas registradas, etc. É a maneira como absorvemos a regra social e como lidamos
com ela. É a grande preocupação de querer mais “parecer” do que “ser”. A necessidade
de segurança, de afeto, de reconhecimento, etc, são as razões que nos fazem agir assim.

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Selecionamos traços e trejeitos que nos pareçam melhores, mais adequados e mais
aceitos no grupo social com o qual vivemos ou queremos viver. Com isso, parte de
nossa verdadeira personalidade fica posta de lado, quando o nosso Ego passa a se
identificar unicamente com o arquétipo da Persona que queremos viver, deixando de
lado os demais aspectos da verdadeira personalidade. O indivíduo torna-se alheio à sua
real natureza, passando a viver tensamente uma situação de conflito entre a sua Persona
muitas vezes mais desenvolvida que a sua natureza interior propriamente dita, e as
partes subdesenvolvidas de sua verdadeira personalidade. Essas partes rejeitadas irão
compor outro Arquétipo no indivíduo chamado Sombra.

Sombra
A Sombra é o Arquétipo que maior influência exerce sobre o Ego. Ela se desenvolve em
oposição ao arquétipo da Persona. Normalmente escondemos e afastamos de nossa
Consciência e também das outras pessoas, tudo o que consideramos negativos em nós.
Sentimentos e ideias cruéis, ânsia de poder, impulsos violentos, ações moralmente
reprováveis, tudo aquilo que a sociedade ou meio em que vivemos considera negativo
ou inadequado, além de nossas fraquezas, vícios, medos, erros, etc. A Sombra é tudo
aquilo que precisa ser melhorado em nós, quando buscamos o desejo de nos tornarmos
mais conscientes, mais lúcidos, incorporando o que há de melhor e de pior em nós. Não
desaparece à nossa súplica e nem se dilui com a nossa vontade de fazer o bem. Ela
penetra em nossa vida quanto mais estejamos alheios à sua existência. A Sombra é
também tudo o que se encontra no nosso Inconsciente. Sempre que reprimimos
conteúdos inconscientes, esses reagem de maneira destrutiva através das emoções
negativas. Segundo alertava Jung, ninguém pode, impunemente, desembaraçar-se de si
mesmo em troca de uma personalidade artificial. Ao invés de reconhecermos nossas
mazelas e deficiências, tentamos preservar a nossa imagem através da Persona. O
resultado disso nós já conhecemos, como sendo transtornos e doenças. Enquanto o
individuo não descobre a realidade de si mesmo (o seu Inconsciente), permanecerá na
condição de vítima de transtornos de todo tipo, decorrentes do vazio existencial, da falta
de sentido psicológico, por identificar apenas parte da sua realidade.

Para a Psicologia Espírita, o primeiro passo, para trabalharmos isso é acreditarmos na


existência da Sombra; o segundo é aceitá-la como parte importante e integrante de nossa
personalidade; e o terceiro é investigar as suas más tendências e trabalhá-las em busca

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de seu aperfeiçoamento espiritual e as qualidades potenciais agregadas a ela que
precisam ser desenvolvidas e aprimoradas. Como dizia Jung: ”Uma pessoa não se
ilumina simplesmente imaginando figuras de luz e sim iluminando a sua própria
escuridão”.

Anima e Animus
O arquétipo da Anima constitui o lado feminino da psique masculina, que agrega as
experiências que o homem teve relacionando-se com a mulher ao longo de sua vida
atual. Como se trata de uma imagem inconsciente, inicialmente ela é projetada em sua
mãe, depois na irmã, na professora, em uma modelo, atriz, cantora, etc; e finalmente na
namorada e esposa. A Anima pode se manifestar de forma negativa como na alteração
de humor, vaidade exagerada, explosões emocionais, caprichos, etc; ou de forma
positiva por meio da sensibilidade, ternura, paciência, capacidade de amar, intuições,
criatividade, etc.

O arquétipo do Animus constitui o lado masculino da psique feminina. Representa toda


a experiência da mulher com o homem na sua vida atual. Esse Arquétipo modela o
homem que a mulher quer encontrar. Como também se trata de uma imagem
inconsciente, inicialmente é projetada no pai, no irmão, em outros homens (até em
Deus), chegando no namorado e esposo. A sua forma negativa de se manifestar pode ser
através da retórica, intelectualidade, rigidez, autoritarismo, etc; e positiva na
criatividade, autoconfiança, determinação e força intelectual.

A Psicologia Espírita considera que a vivência da pessoa “com e como” sexo oposto em
vidas passadas, auxiliam a formação dos arquétipos Anima e Animus, tornando-os
concepções complementares e não divergentes ou dissociadas. Uma vez sendo um ser
assexuado, o Espírito pode passar uma vida exercendo uma sexualidade e em outra a
sexualidade oposta, sendo que o comportamento vivenciado em cada experiência irá
compor o arquétipo Anima e Animus no seu Inconsciente Coletivo, independente de seu
sexo na atual existência. Por isso a importância do autoconhecimento e da ampliação da
consciência, nas quais a união dos opostos existentes na psique permitirá a plena
realização do ser, sintonizado consigo mesmo e com o mundo ao seu redor, para atingir
o seu desenvolvimento pleno.

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Self
Principal Arquétipo do Inconsciente Coletivo, o Self é o arquétipo da ordem, da
organização e da unificação. Principal organizador da Personalidade é um fator de
orientação íntima, dependendo da capacidade do Ego de ouvir suas mensagens. Quando
o nosso Ego o ouve, tornamo-nos seres humanos mais completos. Qualquer talento que
tenhamos que não seja consciente, não se desenvolverá e será tratado pelo Ego como se
não existisse. Ele só poderá ser real, se o nosso Ego o reconhecê-lo.

Necessário se faz realizar e vivenciar nossos talentos, tornando-os cada vez mais
conscientes e vivos. Tornando-os conscientes e vivos, passaremos a viver em harmonia
com a nossa própria natureza, possibilitando assim a expansão constante da nossa
Consciência. Quando fazemos um autoexame honesto conosco mesmo, e nos propomos
a melhorar uma realidade interna destoante, o nosso Ego encontra a força interior
necessária que possibilita a realização da nossa renovação interior, de modo que o eixo
Ego-Self se fortalece e se une, de modo que o Ego passa a assumir a administração da
intermediação das realidades externa e interna, trabalhando para torna-las única e lúcida
na nossa Consciência.

É na nossa escuridão íntima (Inconsciente) que encontraremos o que nos está faltando
para sermos um ser de Consciência Plena, plenamente conectada com o nosso Self
(Espírito) e com o objetivo da nossa vida.

Na visão da Psicologia Espírita, o Self é o próprio Espírito eterno, com suas


experiências de vidas anteriores desde a sua criação, nas quais desenvolveu a crença em
um Deus interno nele vigente, em função da sua própria procedência. Comanda o
processo de desenvolvimento que lhe é imperioso alcançar, mediante as diversas
experiências de vida. É através do processo de amadurecimento psicológico
(desenvolvimento espiritual) que o Self vai se libertando das imperfeições que lhe
dificultam o pleno conhecimento das coisas (Consciência Plena), para que possa se
libertar como essência divina que se constitui.

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Conclusão
Para a Psicologia Espírita, assim como os conteúdos do Inconsciente Coletivo
representam a história do indivíduo como Espírito eterno, a personalidade e os padrões
de comportamentos também são decorrentes dessa trajetória. Comparando o
Inconsciente Coletivo com a Erraticidade Espiritual (erros cometidos em vidas
passadas), encontraremos os Arquétipos primordiais de Jung e vários outros arquétipos
pessoais, como parte integrante da história acumulada nas diversas vidas anteriores de
uma pessoa. Nessas experiências vividas, registradas no Inconsciente Pessoal e Coletivo
da pessoa, estão as imagens arquetípicas do que foi vivenciado no passado, mescladas
aos conteúdos psíquicos da vida atual. O processo da experiência adquirida em várias
vidas vividas anteriormente, explica a presença dos Arquétipos no ser humano, como
herança das suas próprias realizações através do tempo, elucidando uma série de
conflitos e de fenômenos que ocorrem na conduta de uma pessoa, na sua vida atual.

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Referências bibliográficas

FRANZ., M. L. von.Research-and Training center for depth psychology according to C.


G. Jung and Marie-Louise von Franz. disponível em:
<https://centre-dp.org/en/startseite_e/> Acesso em: 10, out. 2023.

FRANZ. Marie-Louise von, em conversas com Fraser Boa. O caminho dos sonhos. São
Paulo, Cultrix, 1988.

JUNG, Carl G.. O homem e seus símbolos. 3º ed. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2002.

JUNG, Carl G. O homem e seus símbolos. 6a edição. Edição Especial Brasileira. Rio de
Janeiro: Melhoramentos, 1996.

FRANZ., M. L. von.Research-and Training center for depth psychology according to C.


G. Jung and Marie-Louise von Franz. disponível em:
<https://centre-dp.org/en/startseite_e/> Acesso em: 01, out. 2023.

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