Você está na página 1de 6

Desatualizado, conforme o antigo acordo ortográfico

EDITORIAL A última presa do “tão grave dilema” que acomete


ifícheanos e anti-ifícheanos foi a mobilização dos fun-
Ah, o querido Instituto de Coisas Humanas, nesse
cionários das Universidades Públicas paulistas, du-
período de ausência editorial zebrística muito se fa-
rante o primeiro semestre de 2010, que começou,
lou passou e nada aconteceu. Entra greve, sai greve,
resistiu, agonizou e terminou enquanto aqueles gru-
e os embates retóricos de (pseudo)revolucionários
pos fizeram o que sabiam de melhor: não dialogar e
vs. (proto)academicistas se tornam mais angustiosa
não escutar.
e repetitivamente divertidos.
Recentemente, um pessoal também “pouco-
Pois bem, meus faustosos pupilos, é hora de falar sé-
propositivo-imobilista-e-desorganizado” tentou uma
rio. A sua zebra-pouco-propositiva-imobilista-e-
forma nova de fazer ocupação política, que tenta o
desorganizada alerta: os vermelhos jamais construi-
diálogo com e entre amarelos e vermelhos, em bases
rão qualquer coisa, enquanto não largarem seus ma-
um tanto quanto deliciosamente heterodoxas. Ainda
nuais-prático-revolucinários-em-cento-e-oitenta-
é cedo pra um balanço, mas qualquer forma de ação-
volumes e começarem a escutar (mesmo, no sentido
política que saia do marasmo Revolução-Academia é
de “Sentir alguma coisa pelo ouvido; Prestar aten-
benéfica pra Bolha.
ção” que nos dá o Aurélio) todos os que não são exa-
tamente os intelectuais da vanguarda. Quanto aos Enquanto isso, vamos gozando, tentando (claro que
amarelos, que aqui estão para se formar em 2 anos sem sucesso) estimular o riso-reflexão na fauna uni-
e fazer mestrado-doutorado-pós-doutorado-phd-xyz- campestre.
CSKA, ficarão ao final de tudo isso, com o desempre-
Shevchenko, editor anti-neymariano
go, que é fruto último da política de mercantilização
do conhecimento, com a qual corroboram ao ir pra
faculdade-biblioteca-xérox-casa.

DOPS INFORMA sagrando a dupla Fábio e Joel – A DEIDADE MAIOR –


como campeões.
Já passou o primeiro semestre na União Campineira
da Punheta Unicamp em 2010, e, portanto, chegou a
hora do seu, do meu, do nosso DOPS (Departamento
da Organização Poliesportiva Socialista) informar
brevemente à sua “base” o que tem ocorrido de me-
lhor (ou pior) nos eventos esportivos dessa malfada-
da universidade pública.
Vale relembrar a 1ª edição do “Torneio de Sinuca
Nossa Senhora das Graças” que reuniu, em duas
quartas-feiras, os melhores moleques metidos a bo-
tequeiros jogadores de sinuca do IFCH e região. A
dupla menos pior, que acabou por se consagrar
campeã era composta por Luiz Fernando Petty (sim,
o CHUPETTY da nossa gestão é pra ele) e Antonio
Carlos Monteiro Brunheira Junior (pra quem não sabe
é o nome daquele cabeludo da História). Mas não é
só esse glorioso torneio a figurar no IFCH, a Luta de
Classes começou, e como todo bom certame foi pa- O segundo semestre está aí. O DOPS promete um
ralisado1 e, juram os organizadores, retornou, e já grande campeonato de Pebolim, afinal precisamos
foi paralisado novamente, porque futebol e organiza- tirar a prova se a dupla Jorge/Panda é mesmo inven-
ção caminhando juntos no Brasil é mais comum que cível. Mas que já fique avisado, cada roletão é um
“eu ter ido pra lua ontem e menstruado lá”2. O que real pra Atlética ou kancho4!
se sabe é que o Coletivo Pagode do Souza3, após ter
derrotado a equipe da História-08, espera pelo time 1
Eurico Miranda apareceu na sede da Atlética fumando um charu-
da Ciências Sociais Noturno 07 ou o atual campeão
to e impugnando a organização do Campeonato. Disse que era a
Vinílson’s. pausa para Copa 2010.
2
Voltando aos esportes de boteco; a segunda edição 3
LEIJOTO, Marcus in Cantina.
do TRUFCH contou com renomadas duplas e muita Que, pasmem, não conta nem com o pagodeiro Souza, nem com o
confusão: entretanto, fora o funesto caso do fanfar- sambista Soci no elenco.
4
rão Picanha que resolveu adotar a política do “rouba Pra quem não sabe, é uma brincadeira sadia desenvolvida por ja-
poneses que ainda sofrem os efeitos da radiação.
mas faz”, o campeonato foi só alegria, a acabou con-
AMOC COMPRA CAMPINAS HALL E AFIRMA: “Já houve muitas coisas que nos aborreceram nesse
tempo todo ... Fazem anos que esses estudantes ficam
“Esses estudantes desordeiros não têm Deus no badernando pelo Campus ... Ficam consumindo bebida,
coração!” usando tóxico, tomando maconha ... É uma pouca ver-
Uma revelação, ao mesmo tempo escabrosa e assom- gonha!”
brosa, deixou pasmos todos os estudantes vagais do Indagado acerca dos motivos pelos quais os estudantes
Instituto de Filosofia e Coisas Humanas. Num trabalho tomam tais atitudes, nosso entrevistado foi enfático:
historiográfico exemplar1, os labutadores do saber Jú-
nior Moura, Vincent Peter Heartgold e Pires de Orleãs e “É falta de Deus no coração. Quem tem Deus no coração
Bragança forjaram encontraram2 toda um leva de do- não faz festa, não faz bagunça...”
cumentos que compravam a aquisição do Campinas Hall A respeito dos rumos do Campinas Hall agora sob as ré-
por parte da AMOC. deas da AMOC, o morador foi bastante sucinto:
“Pretendemos, doravante, proibir as festas lá também.”
Mesmo diante de um horizonte nada otimista, nossos
arautos da academia7 prometem não se abater, reali-
zando um luta incessante contra a AMOC, através de
ações diretas, denúncias contundentes, levantamento
de provas e marcação na saída de bola8.

1
Ao ser informado deste trabalho, o Prof. Dr. Paulo Celso
Miceli exclamou: “É muito bonito!”
2
Sobre a arte de forjar encontrar documentos consultar FU-
NARI, P. P. A. “Antiguidade clássica: a História a partir
dos documentos”. São Paulo. Ed. Contexto, 1995.
3
Neste informe não trabalhamos com nomes. Mas sabe-se
que o meliante em questão está no segundo ano de História e
é conhecido pelo amor ao Palestra Itália e por possuir lon-
Nossos intrépidos heróis, liderados por um dos três es- gos cabelos loiros.
tudantes3 e imbuídos do espírito da coragem e da alti- 4
O Vaticano, na verdade, disse que tal ação não é da sua
vez que só os nobres possuem, trataram de, imediata-
alçada, já que se trata de homossexualidade e não de pedofi-
mente, promover uma denúncia contra a funesta AMOC,
acionando a Polícia Federal, a Copseg e o Papa mesmo
lia.
5
sabendo que não ia dar em porra nenhuma. Os dois úl- Este cidadão, inclusive, afirmou ter recebido ameaçadas de
timos órgãos preferiram não se manifestar4 mas é sabi- morte por parte dos estudantes.
6
do que a Policia Federal já batizou uma possível opera- Sobre manobras consultar BRAGA, H. “Sobre manipula-
ção que visaria desbaratar tal ação imobiliária: Opera- ções, manobras e times do Muchação que contratam Profes-
ção Juventude Transviada. sores Doutores para compor plantel”
7
Procurado por nossa reportagem, um membro da AMOC Para exemplificar sua gigantesca erudição basta lembrar
– que preferiu não ter a identidade revelada5 - discorreu que todos, sem exceção, leram durante anos exemplares do
longamente acerca da manobra6 provida pelos tratantes periódico Meia Hora, importados diretamente do Rio de Ja-
desta instituição: neiro.
8
E se tudo mais falhar prometem xingar muito no Twitter.

HORÁRIOS DE “TREINOS” DA LHU


Reuniões da Atlética Basquete: Segundas às 21h e Quartas às 15h
todas às TERÇAS, às
11h27 na SEDE Futsal masc: Segundas às 21h e Quartas às
(renove seu arsenal de 19h
humor-negro) Futsal fem: Segundas e Quartas, às 19h
Vôlei: Terças às 19h
Hand: Terças e Quartas, às 21h
A LHU NAS OLIMPÍADAS da derrota fez desaparecer em duas oportunidades a arbi-
tragem e deixar em aberto o título. A vitória levou os meni-
É impressionante como a humanidade prima por idéias cre- nos para o Ouro ao vencer o Império do Mal10.
tinas: a Rede Globo, o pólo a cavalo, a Inquisição, o PSDB e
o guaraná Kuat1 são alguns dos exemplos mais gritantes.
Segundo pesquisas recentes da Robert Wayne Corp2 tais
demonstrações de imbecilidade são frutos de uma doença
grave, a mentalis diarres que acomete populações inteiras e
que ainda é nebulosa quanto à possível cura.
Este mal já chegou às terras de Barão Geraldo e adentrou,
de assalto, a UNICAMP Neverland campineira fazendo com
que nossos queridos amigos engenheiros e médicos brin-
dasse-nos com a imbecilidade de dividir as Olimpíadas da
UNICAMP em série ouro e série prata. Não seremos ácidos,
fica nossa solidariedade a estes enfermos e que eles pos-
sam encontrar a cura para este mal e sair do lado obscuro3
da Força em que se encontram4. Caso não haja cura, somos
favoráveis à eutanásia, visto que pensando no bem comum
não podemos permitir que esse risco à saúde pública espa-
lha-se5. Nossa outra vitória aconteceu novamente no feminino, des-
sa vez no futsal. As técnicas pedagógicas de história aplica-
Pois bem, fomos para a série prata em todas as modalida- das à educação física (que deram origem ao marxismo lúdi-
des, salvo a dança com bolas masculina6 o vôlei masculino, co) triunfaram sobre qualquer contingência histórica, levan-
que com o máximo do espírito lúdico e sem qualquer vitória do o time que já brilhou muito nesta universidade burguesa
no placar7, exibiu-se com garbosidade ante os adversários. de volta à elite11. Quis o destino maroto que o futsal mas-
Acredito que esta não é a década (ou mesmo o milênio) do culino também alcançasse a final, mas perdesse o ouro.
vôlei ifichiano, visto que as meninas da modalidade tam-
bém soçobraram diante do time W.O. E assim jogando por diversão e vencendo por piada que se-
gue o IFCH dentro da LHU.
Mas não só de tristezas vive o IFCH, representado pela
LHU. A luta com bolas esportivizada ou simplesmente
Handball foi a esperança que venceu o medo8. A contrata-
1
Kuat = maior erro da humanidade
ção de mestres paulinenses (como a Cil Veiga) permitiu que 2
Conglomerado capitalista de luta, capitaneado por Wayne, Bruce
esta prática, agonizante no instituto voltasse a atrair adep- 3
Seguindo as novas traduções do filme, politicamente corretas –
tos, trazendo bonitas vitórias, em especial para o feminino. assim como eu – resolvi não usar lado negro da Força.
No ano que vem, se o projeto continuar teremos o acesso e 4
E parem de votar em senhores como o Serra
uma vaga à Libertadores. Aliás, temos outra esperança em 5
Na verdade está é uma atitude que demonstra como os espaços na
vista: que se os gestores do clube da FEF não tratarem universidade PÚBLICA estão sendo restringidos... Contudo, o bem
seus animais de estimação como cuidam das quadras, se-
comum e a saúde coletiva tocam mais nossos amigos.
não os animais deverão procurar urgentemente a ONG – ou 6
Sim, uma piada de gênero muito maldosa.
diretora de Unidade- de proteção mais próxima. 7
Contudo as vitórias no materialismo dialético são tantas que nem
A megafusão do IFCH com a FE deu vida a um lindo time de valem a pena descrever.
basquete feminino, que passeou – sem conduzir ou andar 8
LULA, 2002.
com a bola – no campeonato. Três vitórias convincentes e o 9
Vide Liniker, Moimaz, Allan desenheiro e Aparecido.
acesso. O time masculino, um dos mais competentes e 10
Vulga LEU
charmosos9 times desta universidade burguesa iria fazer a 11
Prova maior do erro de nossos amigos doentes, não pode ser
final contra os serristas do IE, porém, o temor governista bom algo que origina uma divisão detentora de elite.

ProFIS: a mais “nova” velha-solução-paliativa rio do unicampestre típico, não vê a educação como forma de
do Ensino Superior “para todos” ascensão social2.

Meus impolutos leitores, talvez vocês nem saibam, mas en- Segundo, ao invés de se configurar, de fato, como uma via pa-
quanto acompanhavam, embasbacados, a abertura do sempre ralela ao vestibular, o ProFIS justamente o legitima ao adotar
emocionante Jogos de Inverno, em Vancouver, e se descabe- como critério de seleção o Mérito 3. Ademais, caso se ao man-
lavam por informações do julgamento do Caso Isabella Nardo- tenha assim, o programa não atingirá mais do que a fração
ni, lá pelos idos de março, a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) dos estudantes (“os melhores estudantes”) que já prestam o
apresentava aos diretores de faculdades e institutos “um pro- vestibular e, nas estatísticas dos idealizadores (que são prove-
jeto inovador que objetiva criar 120 novas vagas de gradua- nientes de sabe-se lá de onde), já entram na Bolha pelos mé-
ção”, isso na opinião do não exatamente combativo Jornal da todos convencionais.
Unicamp.1
Isso sem contar toda a sorte de fraudes4 e o fato de que não
A lógica do Programa de Formação Interdisciplinar Superior se pretende gastar nem um centavo com o programa5. Mas
(ProFIS) é estranhamente simples: garantir ao aluno do Ensino enfim, sua Atlética - mais de esquerda que Gérson e Rivelino -
Médio público uma vaga à Universidade por uma via que não a acredita ser de importância graúda a discussão disso tudo em
do Vestibular. Até aí, nada mais formoso... Mas o problema terras ifchianas e, num furo de reportagem, trouxe uma entre-
começa já na justificação do projeto: na visão de seus Ideali- vista com o pró-reitor de extensão e um dos idealizadores do
zadores, os alunos da rede pública se “auto-excluem” da Uni- ProFIS, prof. Marcelo Knobel. Leiam e tirem suas conclusões6:
versidade, por imaginarem (sic) não ter condições de entrar
1) Em entrevista concedida ao Jornal da Unicamp (22 de
nela. E não é só: ele visa premiar, pelo mérito, os 120 melho-
março a 4 de abril de 2010), o Sr fala em uma "auto-
res alunos de 96 escolas campineiras.
exclusão" dos alunos de escolas públicas em relação ao
Façamos como o Bruno, vamos por partes. Em primeiro lugar, processo seletivo da Unicamp. Mas, em seguida, aborda
é quase ultrajante não perceber que o que exclui alunos da as supostas "limitações" do sistema público do Ensino
rede pública da Bolha é tudo, exceto eles mesmos. Vestibular, Médio. Ora, nesse viés, o sentido de "auto-exclusão"
professores mal pagos, salas de aula lotadas, escolas sem re- deixa de assumir o significado de exclusão própria e
cursos, necessidade de dividir estudos e trabalho e diversos consciente do aluno e assume o sentido de exclusão au-
outros aspectos de uma política consciente de exclusão são os tomática, proveniente da existência de barreiras in-
fatores que impedem o egresso desses alunos, que ao contrá- transponíveis enfrentadas por esse aluno do ensino pú-
blico, que tem possibilidades remotas de atingir o ensi- ajuda acerca da democratização do acesso destas pes-
no superior devido a fatores estruturais, tais como au- soas à universidade, uma vez que são oferecidas apenas
sência (quantitiva e, sobretudo, qualitativa) de agentes 120 vagas entre 96 escolas campineiras?
promotores do conhecimento. Seria esse o sentido de R: Este é um projeto piloto. Vamos colocá-lo a prova no muni-
"auto-exclusão", assinalado pelo senhor? cípio de Campinas. O eventual (e esperado) sucesso do pro-
R: Ao me referir à “auto-exclusão” não me refiro às causas grama terá desdobramentos inevitáveis. Nossos professores
desse fenômeno, mas sim ao fato de que a inscrição no vesti- dos Campi de Limeira e Piracicaba vêm se manifestando favo-
bular é individual, e facultada a todos os egressos do ensino ráveis à expansão do programa para escolas de seus municí-
médio. Desse modo, a referência diz respeito a uma consciên- pios. Acreditamos ainda que as demais universidades públicas,
cia que é gerada em decorrência de uma complexa trama que estaduais e federais, deverão se interessar pelo programa,
se inicia numa educação precária e numa condição socioeco- uma vez em pleno funcionamento. Naturalmente teremos que
nômica deplorável, passa pela exaltação pública do objeto a estudar mecanismos para ampliar o acesso ao programa, e es-
ser alcançado (a grande universidade), e termina na aceitação timular outras universidades públicas a criarem programas
de que qualquer esforço deve ser em vão. Assim, apesar de semelhantes. Certamente este programa sozinho não é sufici-
termos um programa consolidado de isenção das taxas basea- ente para modificar a situação das vagas no Ensino Superior
do em critérios sócio-econômicos, e um programa de ação a- nem na qualidade do ensino público fundamental. Mas é um
firmativa e inclusão social, constatamos que um grande con- programa que pode propor novos caminhos alternativos para
tingente de estudantes egressos do ensino médio de escolas enfrentar esses problemas.
públicas sequer se inscreve em nosso Vestibular. Além disso,
houve forte expansão no sistema de educação tecnológica, das 4) Ao que tudo leva a concluir, estamos num claro con-
vagas nas universidades federais e do PROUNI, que atrai jo- texto de ampliação do número de vagas nas Universida-
vens de famílias carentes. Infe- des públicas que não é precedido
lizmente não há estudos deta- pela equivalente ampliação dos
lhados sobre as diversas causas recursos destinados ao Ensino
que podem levar a esse fenôme- Superior pelos governos do esta-
no, que certamente incluem as do de São Paulo. Como sabemos,
enormes desigualdades sociais a verba repassada para as univer-
existentes em nosso país, defici- sidades é composta de 9,57% do
ências sérias no sistema educa- ICMS recolhido, que fica quase
cional público, uma penetração que exclusivamente restrito ao
ainda pequena da Universidade pagamento da folha salarial de
na sociedade, e tantos outros funcionários e professores. Ainda
fatores estruturais a que você se que o senhor argumente que a
refere. Justamente ao criar pro- inclusão de apenas 120 alunos
gramas como este estamos bus- não cause impacto nos cursos o-
cando alternativas para modifi- ferecidos pela Unicamp, para que
car um pouco essa situação. essa medida tenha algum efeito,
ela deve ser acompanhada, por
2) Há um caráter evidentemente meritocrático na sele- exemplo, da expansão das bolsas de auxílio-estudantil.
ção dos alunos contemplados pelo Profis; esse critério Não é possível que este aumento de vagas (e aqui não
seletivo, segundo o senhor disse na entrevista acima ci- me refiro apenas àquelas criadas pelo Profis) não acom-
tada, se assemelha aos processos de seleção atualmente panhado pelo aumento de verbas resulte na deteriora-
utilizados pela Unicamp. Como podemos considerar uma ção dos cursos hoje oferecidos pela Unicamp?
disputa baseada no mérito (como é o vestibular) justa, R: Esta é uma questão pertinente, mas que vai muito além do
se a educação privada no ensino médio, privilégio de jo- ProFIS. Ela diz mais respeito às políticas públicas focadas na
vens de maior poder aquisitivo, é de maior qualidade educação qualificada. O estado de São Paulo possui o melhor
que a educação pública? Estes jovens partem de pata- parque que Universidades Estaduais do país. O investimento
mares diferentes em busca de um mesmo objetivo, uma do Estado resulta na formação da mão de obra mais qualifica-
vaga na universidade pública. Pode-se considerar este da da América Latina, e na maior expansão da produção cientí-
um programa social, mesmo que baseado na meritocra- fica nos últimos 10 anos no mundo, excetuando-se a Coréia do
cia? Como o Sr vê a relação entre inclusão social e meri- Sul e a China. É claro que queremos mais, e o sucesso de um
tocracia? A solução passa somente pela força de vonta- programa como o ProFIS servirá de incentivo para que nossos
de do aluno? governantes pensem em formas de ampliar verbas destinadas
R: Os vestibulares trazem, certamente, competição pelas va- à universidade pública. Com relação a esta questão, enxergo o
gas nas melhores universidades. No caso da Unicamp, tive- gasto pequeno que teremos com a implantação do ProFIS co-
mos, no último vestibular, 26% dos inscritos vindo das escolas mo uma semente que deverá gerar muitos frutos para a Uni-
públicas, sendo que 29% dos matriculados estão nesse grupo. camp.
Portanto, não se pode dizer que, mesmo sendo baseado em
mérito, ele tenha caráter excludente em relação aos jovens 1
Jornal de Unicamp, 15 a 21 de março 2010. Disponível em
que se formaram na rede pública. Esse resultado só foi possí-
vel devido ao Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2010/ju454_p
introduzido no Vestibular da Unicamp em 2005, que procurou ag03.php.
2
diminuir as desigualdades de oportunidades, oferecendo pon- Isso porque ele tá tão preocupado em sobreviver, e garantir a sobre-
tuação extra para estudantes provenientes de escolas públicas vivência da família, que ele sequer tem a esperança de existir uma via
ou por critérios raciais, sendo um exemplo nacional ampla- de ascensão social.
3
mente difundido. Hoje em dia temos dados concretos que alu- Aliás, a essa palavra soa como música aos ouvidos burocratas...
4
nos de escolas públicas têm aproveitamento equivalente (ou O exemplo claro é o bacana matricular seu filho, também bacana,
até melhor) do que estudantes provenientes de escolas priva- numa escola pública e pagar um cursinho por fora. Assim o meninão
das, e que seu desempenho na Unicamp, após o ingresso é se destaca e ganha a vaga da escola sem ter que fazer o Vestibular.
também superior aos provenientes de escolas privadas. Mas 5
Aumento de vagas sem o aumento proporcional de recursos. Isso
para isso o estudante tem que pelo menos se inscrever no lembra alguma coisa?
Vestibular. Este programa piloto selecionará os melhores estu- 6
O Listras terá o maior prazer em aprofundar, em edições futuras, as
dantes das escolas públicas de Campinas, mas a idéia justa- maravilhas e surpresas (não tão surpreendentes) que o ProFIS guarda
mente é ter no mínimo um aluno por escola. pra mim e pra você! Mas, caso o assunto seja tão graúdo quanto a gen-
te pensa, você, caro amig@, podia deixar de ser sem vergonha, parar
3) E quanto aos outros alunos do ensino público, a
de ficar aí, esperando os furos jornalescos caírem mastigados pra vo-
grande maioria que sequer se inscrevem no exame do
vestibular, quando eles poderão cursar uma universida- cê! Pergunte, questione, procure. Novos fatos, argumentos, denúncias
de de excelência como a Unicamp? Em que este projeto e difamações são sempre bem vindos! Join us!
CONHEÇA A SUA ATLÉTICA!

Marcus Leijoto cursa Ciências Sociais Diurno no IFCH a longos 4 anos


e é um grande trabalhador da Gestão Renato Gaúcho desde seus
primórdios. Marcus possui quatro vícios: Fernanda (sua namorada),
Punk Rock, São Paulo F.C. e HQs. Para mantê-los ele precisa de di-
nheiro, por isso, se você souber de um emprego que pague bem e
dê pra conciliar vida social, faculdade e o próprio trampo, nessa or-
dem, ele aceita.

♥ Uma entrevista de Amaury Jr. ♥ M: Dar entrevista com certeza não está no top 3, mas é
porque eu to nervoso. Não é todo dia que se pode ser
Entrevistado: Marcio Mario Marcos Marcus Leijoto entrevistado pelo rei das entrevistas Amaury .Jr. Mas
Apelido: Leijoto, Leijots, Leija dizem que sou um bom goleiro de pebolim**.
Idade: 23
Curso/Ano: Sociais Diurno 07 Ajr.: Marcus, se o Tchakabum estivesse certo e a
Função que ocupa na Atlética do IFCH: Peão Aninha da Praia existisse, como ela seria?
M: Eu acho que a Aninha nada mais é que uma versão
Amauri Jr.: Marcus, agora que está no 4° ano, vo- feminina daquela música da Alcione - a marrom, que diz
cê se considera contemplado com seu curso? Era o mais ou menos assim: “Você é um negão de tirar o cha-
que você esperava? péu, não posso dar mole senão você créu”. Enfim, um
Marcus: Sem dúvidas! O curso de cantina foi exatamen- mulherão muito da “charmosa”.
te o que eu esperava! Nele pude ter grandes debates
sobre masturbação, futebol e sobre búfalos*, que são Ajr.: Super Mario ou Donkey Kong?
animais maravilhosos. Acho que me fez crescer muito M: Super Mario, que é trabalhador! Donkey Kong, nos
como pessoa, como cidadão e principalmente como pão princípios, era um vassalo do capital que ficava tentan-
na chapa. Cara, pão na chapa é bom demais! Pena que do foder com a vida do Mario, seqüestrando sua preten-
é caro. Fica aqui meu protesto nesse veículo de tão dente. Ô Dônquei Cônguei, se toca pô, perdeu a graça
grande circulação. Quem tem o microfone fala mais alto já, meu fio.
e, dessa vez, o microfone está na minha mão!!!
Ajr.: Marcus, o que você prefere: Um sexo ruim ou
Ajr.: Se você fosse mudar algo no curso de Ciên- uma boa masturbação?
cias Sociais, o que mudaria? M: Você prefere andar de ônibus, mas chegar ao seu
M: Jalecos. Acho que pra ser uma ciência de fato, o uso objetivo ou andar num carro quebrado sem a certeza de
de jalecos é essencial para se ter um respaldo da comu- chegar ao seu destino?***
nidade científica. Talvez eu pusesse um laboratório
também pros aluninhos do culégio Nossa Senhora das Ajr.: Marcus, o que você achou do cancelamento
Graças terem suas aulinhas empíricas. Mas sempre com do show da banda Restart na Paulista? A família
a supervisão de um adulto, pra ninguém se machucar e, Restart esteve certa em fazer a revolução? Você
principalmente, não explodir nada. também xingaria muito no Twitter?
M: Achei uma puta falta de sacanagem, mas a família
Ajr.: Marcus, se você fosse um Kinder Ovo, o que Restart não desiste nunca e esse é o espírito. Vi um es-
você seria: O chocolate, o brinquedo ou a surpre- pectro rondando a paulista, o espectro do emuxismo.
sa? Por quê? Mas o sentimento de coletivo e de luta por um bem co-
M: Olha, é uma questão que eu vivo me perguntando mum foi tão grande que... Ah lá, a moça conseguiu co-
(risos contidos). Pra ser bem sincero, não seria nenhum nhecer os ídolos. Com paciência e um pouco de cuspe se
dos três, acho que eu seria a embalagem. Até que tem chega a qualquer lugar. MESMO****.
seu valor embrulhando o que importa mesmo, mas no
fim, além de ser apenas superficial, acaba amassado, * Aaahhh! Que animais maravilhosos esse tais de Búfa-
esquecido e jogado fora. (tristeza) los!
** Ah! Que animal jogo maravilhoso esse tal de Pebo-
Ajr.: O que você faz de melhor na sua vida? lim!
*** Reflita sobre isso.
**** MESMO.
MANIFESTO SONHO-ESTÔMAGO: jam a estetização da vida. A reintegração com a na-
tureza.
Tempestade e ímpeto adentrando novamente nos li-
mites da aldeia global. O fogo que arde é a beleza do cosmos. Provocar em
tom de escárnio o desejo repentino de mudar a vida.
A fome de absoluto exige modos de rebelião.
Na avenida do In-consciente desfilaremos com nos-
A escrita será ataque frontal!Beijo! Alucinação! Vi-
sas armas: O desejo, o amor, a loucura. Nossa ban-
sões! Carícia! Soco no estômago, ou não será nada!.
deira? O amor.
A cultura não subtraída aos baixos interesses eco-
Despejaremos nossas almas no fundo do calabouço
nômicos. A diferenciação categórica entre o poeta e
da desilusão. Os tabus serão servidos a mesa na par-
agente do comércio.
te da manhã, para a tarde serem despejados totens
Pela arte extraída do fundo de um sonho. Contra o e excrementos na cabeça da sociedade.
talento e a picaretagem. A inspiração fatal sem con-
A ressaca pulsa em vasos comunicantes em torno da
trole. Independente e sem financiamento: Nem Esta-
idéia de amanhecer, como uma gafieira entorpecida
do, nem Empresa.
de alegria e liberdade.
Selvagens e carnívoros formados na escola do mato.
O duplo da vida para a vida, a vida do poeta, artista:
Alunos dos pajés de vanguarda. O Vidente e o Cadá-
Encantador das multidões.
ver soltos na margem. Rejeição radical da moral do
espetáculo. O santo guerreiro preso aos intestinos desses velhos
coronéis no pais do chão vermelho.
Por uma cosmologia da sarjeta. Pela anarquia da pa-
lavra! Verso convertido em ação interna. A defesa A roça, a rocha, arroucho.
intransigente da revolta absoluta e do amor sem cin-
Afonso Machado/Bruno Zambelli
to de segurança.
Escrito no ano de 2008 , em Campinas, no umbigo
A velha luta por um novo combate. Oswald+ Bre-
dos Barões re-encarnados.
ton+Artaud+todos os hipsters ardendo na terra sem
muros. Em parceria com os guerrilheiros que alme- Por um verdadeiro modo de viver: A poesia

SUPER TRUNFO TEÓRICO

E continua o souvernir atletiquense de maior valor agregado do Cone Sul. Diante das ameaças de morte, e de um
populismo desenfreado, prometemos que em 30 dias o baralho estará completo e disponível na sede da Atlética.
Será mais uma diversão do complexo do nosso complexo de entretenimento, que a partir de agora, terá uma Lin-
güiçada bonita todas às quartas pela tarde. É só colar e se deliciar com o lingüição do Mané. Mas deixemos de
firulas e vamos às já tradicionais notas explicativas. Nesta edição sai a dupla que, de longe, mais se ama. Cristo e
Anticristo, criador e assassino, pré-pós-moderno e pré-pós-apocalíptico... Enfim, os dois aí em cima. Notas: 1) O
niilismo lírico nietzscheano não ajudou o filósofo, que ficou devendo em “Tendências Miguxas”;. 2) “Bla bla bla,
Nietzsche nem tem barba...” aos hereges que falam tamanha besteira, ele tem um bigode tão estaile que a gente
foi bem rigoroso só com “4”; 3) Acreditamos que, embora sagrada, a teoria de Cristo fica devendo pela não defi-
nição de conceitos como “céu” e “inferno” e conceitos fundamentais; 4) Nem mesmo a onisciência do Criador é
capaz de compreender a lógica dialética hegeliana em sua totalidade.

Você também pode gostar