A ZEBRA DEPOIS DE AMANHÃ apenas outra galera que estuda o que

“estudamos”, mas também de conhecer mais

Mais um semestre chega ao fim e, por
mais que não acabe, muito já rolou. O
Carnazebra aconteceu em meio à especulação
policial ante o poder bélico americano de
FortKnox1, e às ameaças de festas à distância
através da Univesp. Em tempos de holocausto e
da escrotice estatal para com o trabalhador, sem
boemia, de fato, não há revolução.
Ainda, as já tradicionais – porém não tão
famosas assim – olimpíadas da UNICAMP já
tiveram sua fase de grupos, disputada por você
mesmo que está lendo, ou por alguns
coleguinhas seus que praticam alguma
modalidade nos treinos do IFCH. Se você tem
vontade de ser mais um desses coleguinhas,
consulte os horários no nosso mural, e vá aos
treinos. Desculpas como “ah, mas eu não jogo
bem”, “esporte aliena!”, e “o Kaká é muito mais
bonito que eu” não são legítimas nem em
tempos de choque legitimado nas universidades,
companheir@. Os “treinos” visam ensinar uma
modalidade para quem quiser aprender, para
que todos se divirtam mais batendo bola. Uma
visão romariana do esporte de competição.
Porém, assim como a era Dunga, o ano
não acabou, e tem muita coisa por vir. No
segundo semestre (se vier), será realizado pela
primeira vez um desafio “esportivo” entre as
ciências humanas da UNICAMP e da PUCCamp,
previsto para o fim de agosto e começo de
setembro. É uma oportunidade de conhecer não
pessoas de outros institutos, tendo em vista que
não participará somente o IFCH, mas também
estudantes da FE e do IEL, já visando as
HUMANADAS2 de 2010, “competição” que
reunirá institutos de ciências humanas de todo o
estado em um evento lúdico-esportivo, que já
está sendo elaborado desde abril passado.
Mas, o que seria do esporte
sem o álcool, as drogas e os ofícios
de som alto no campus? Nem só de
saúde vive o homem. E pensando
nisso, muitas atividades
anaeróbicas serão realizadas,
como mesas para debater
temas esportivos em um
cunho mais social, o
ZebrAMOR, uma saudosa festa a
favor do amor em tempos de inferno,
além do esperado Debut de nossa
querida Zebra, que em novembro
próximo comemora seus 15 aninhos,
ganhando jóias caras do papai,
emocionando a mamãe, fazendo
seus coleguinhas alugarem trajes “Sport Chic” e
dançando valsa com celebridades do quilate de
Henri Castelli, Mônica Mattos, entre outros.
Aguardem.
1
O paraíso para trocadalhos, diga-se de passagem
2
O nome não foi ideia nossa, sério!

Repercutiu por aí: A greve na mídia

► "Eles tem que agradecer que o governador foi líder do movimento estudantil" - José Luis
Datena, auto-proclamado marxista e apresentador de TV.

► "Cambada de VERMELHO filho da puta!" – Alborghetti¹, futuro salvador da Terra, sobre os

manifestantes.

► "Pau na máquina" - Membros do movimento Ludita sobre a situação na USP.

► "Corri e dei um drible na borracha, entende?" – Pelé, sobre as balas atiradas pelos PM's na
USP.

► "Haja coração, amigo!" - Galvão Bueno, sobre a ação da PM

¹ Confira: http://www.youtube.com/watch?v=8hLJoehl3L8
 A BATALHA CAMPAL NO CAMPUS DE
CAMPINAS
Ahh! Mais uma vez é tempo de mobilização!
Mais uma vez a discussão política encabeça
grande parcela das ideias - favoráveis ou não à
movimentação - trocadas nos arredores do IFCH
(e não só dele)! Novamente os esforços são
direcionados a uma mobilização que, por se
voltar “contra a maré”, é subestimada, não
raramente julgada utópica e desnecessária! Em
resumo: como determinara a Assembleia Geral
dos Estudantes, UNICAMP em greve!
...
Será?
Não.
A legitimidade desse novo período de
paralisação é questionável; primeiramente
porque existem outras formas de trazer –
efetivamente- a discussão para os estudantes,
professores, funcionários, comunidade etc. etc.,
e de maneira imparcial! – só está faltando
alguém propor alguma coisa3...; segundo: as
pautas são muito abstratas, e, dessa forma,
inalcançáveis (Contratação de professores?
Univesp? Qualidade de educação? Projeto de
universidade? Brandão? Quem é esse cara?
Ainda que eu não tenha perdido meu tempo
procurando, o que que eu tenho a ver com isso?
Terceirização?)... são tantos pontos trazidos à
tona, uma mistura aparentemente heterogênea
de problemas internos e externos
Universidade, que o movimento parece não ter
um caráter, ou seja, pede-se muito para não se
conseguir nada... um absurdo, né?
Não.
Mais uma vez desenha-se, na melhor
universidade do Sistema Solar4, um mosaico de
opiniões polarizadas e preconceituosas pró e
contra o movimento. Preconceito é um bom
termo. De novo o IFCH (junto a outras
faculdades como, por exemplo, a FE) surge
como vanguarda, mostrando, lançando,
vomitando suas causas e reivindicações aos
outros institutos, que parecem incapazes de
compreendê-las, ou, se as compreendem,
menosprezam-nas por toda a espécie de motivos
particulares, configurando-se então num entrave
para a mobilização. Por outro lado: é ano ímpar,
tem que ter greve; como
sempre uma minoria,
“rebeldes sem causa”,
controlada pelos seus
partidos, tenta converter o
resto das pessoas ao seu
falatório (feito sempre através
de palavras de ordem, em um
tom, digamos, estridente);
não existe o diálogo, só uma
frenética e ininterrupta
pregação.
Confuso? É... talvez não tão
confuso quanto esse texto mal
escrito, mas é confuso. O
mais incrível é que ambos os
argumentos estão errados,
não deixando, porém, de ter
razão. Esse é, de certa forma,
o retrato Unicampestre hoje:
Instável. Alguns em
movimento, alguns
incomodados, muitos
ignorando. Atividades de
greve são realizadas pelo não
despovoamento do espaço
público, enquanto outros
estão em casa (pelo não despovoamento do
espaço privado). Talvez a ordem do dia seja:
“ouvir” (pelo fim da aversão de ambos os lados),
mais do que isso, “se deixar ouvir”.
O tempo está acabando, o semestre chega ao
fim. Uma nova oportunidade pode ter surgido
para os mobilizadores após o dia “corrido”® na
Usp, no qual o movimento pode ganhar novo
“gás” ®. Enfim... o eterno jogo da virtù e da
fortuna está dado, está estabelecido um novo
desafio para o [ainda possível] diálogo. Que
(não) venha o segundo semestre!
3
O que é um mero detalhe.
4
à Considerando todos os planetas, inclusive o rebaixado
Plutão.
 NOTA DE RESSURREIÇÃO
Hoje não traremos as já habituais notas
de falecimento, ainda que ande falecendo muita
coisa nesses últimos tempos – liberdade sindical,
General Motors, Bill bronheiro etc... É necessário
que tratemos de algo que causará
estranhamento. É meus senhores e minhas
senhoras, temos aqui uma nota de ressurreição.
Não, não tem nada a ver com juntar as
esferas do dragão e ressuscitar o Kuririn pela
enésima vez. Não – infelizmente – não se trata
da ressurreição da minha vida sexual, que anda
mais parada que jogo de dominó na praça. Nem
iremos informar a nova vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo. Meus amigos, a ressurreição que
iremos notificar não é feliz como essas acima,
muito pelo contrário.
No último dia nove, nas dependências da
USP, o autoritarismo ressuscitou. E não chegou
sozinho, veio acompanhado de aplausos dos
“cidadãos de bem” e dos manjadores – Datena,
Alborghetti, Suelly, José Serra, William Bonner,
enfim, essa corja toda. Tivemos que ouvir um
monte de merda. Sofremos! Os companheiros
que lá estavam viveram momentos terríveis. Os
que lá não estavam ficaram apreensivos e
tensos, vendo seus amigos sendo chamados de
bandidos pelos “baluartes” da cidadania. Não
conseguimos nem acreditar no que acontecia.
Confronto, Tropa de Choque, bombas e
estilhaços machucando estudantes, funcionários
e professores. Sim meus companheiros, ele
ressuscitou, e grande parte da sociedade gritou
ANAUÊ.
Mas seria este um caso extraordinário
que a ciência não consegue explicar? Será que
se trata de uma ressurreição? Ou será que ele
estava vivo esse tempo todo, tal qual Lord
Voldemort?
Estava vivo, meus camaradas, e bem
vivo. Em toda manifestação de movimentos
sociais ele estava lá. Reprimindo os movimentos
no campo e os operários, muitas vezes de
maneira mil vezes mais violenta que a ocorrida
conosco. Reprimindo a marcha da maconha, os
ciclistas nus. Reprimindo pessoas pelo simples
fato de estarem vestidas de uma determinada
maneira. Ele sempre estava aí, e utilizando-se
de todo seu aparato nojento. Estado, Polícia,
Mídia. Parece que muitos de nós só nos tocamos
disso agora – eu me incluo. Agora que gritaram
“Deus, Pátria, Família e Ordem” na nossa cara, é
o
momento de acordar.
Não se trata de uma ressurreição meus
amigos. Parece muito mais nosso querido
narrador das confusões das tardes globais
anunciando “A volta dos que não foram”, e, olha
que ironia, logo após o “Vale a pena ver de
novo”...

Repercutiu por aí: A greve na mídia

► "Se fosse com bala de verdade não tinha mais essa palhaçada" – Datena, comentando a
amabilidade policial característica.

► "Eles estão começando a gostar do jogo..." - Galvão Bueno, sobre avanço da manifestação
estudantil frente à PM

► "Que beleza!" - Milton Leite¹, a respeito da greve.

► "Não pááára, não páááára, não páááára!" - Torcida corinthiana em apoio à manifestação
estudantil

► "Você quis dizer BADERNA" - Google, sobre as manifestações estudantis.

► "Olha o que ele fez! Olha o que ele fez! Olha o que ele fez!" - Galvão Bueno, sobre o cidadão
que idealizou a Univesp

¹ Confira: http://www.youtube.com/watch?v=h71HYuKs_EY