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A França foi pioneira na Europa no que respeita à proibição do uso de véu islâmico integral

(burca e niqab) em espaço públicos, sendo posteriormente seguida por outros países
europeus, entre os quais a Bélgica, a Áustria, a Dinamarca, a Holanda...
Uma das justificações apresentadas para a implementação da lei é que este tipo de
vestimenta é usado como forma de oprimir as mulheres, no entanto na minha visão quando
as proíbem de se vestir com os símbolos da sua cultura/religião estão também a proibi-las de
escolher, de optar pelo que acreditam ser o melhor, estão de certo modo a retirar -lhes a
identidade. E pode mesmo levar ao confinamento de algumas mulheres e a impedi-las de ter
vida social, seja por decisão própria ou até mesmo por imposição dos maridos que não
querem que as suas esposas saiam á rua com o rosto descoberto.
Contudo apenas um grupo de 2 mil mulheres dos 5 milhões muçulmanos que residentes em
França são adeptas a essas vestimentas e ficaram insatisfeitas, pois acreditam que essa
proibição contraria os dogmas da religião islâmica, que preza pela pureza da mulher, e pela
sua devoção. Ou seja, talvez esta proibição seja realmente uma forma de libertação para um
grande grupo de mulheres, que podem assim “fugir” ás regras da sua religião que de outro
modo, acreditando ou não no que estas peças simbolizavam lhes seriam impostas.
Existe quem afirme que esta é uma questão de islamofobia, mas a mim não me parece que
esta seja uma acusação justa, pois caso fosse realmente disso que se tratasse a lei incluiria
não só a burca e o niqab, como também o hijab e o xador, que continuam a ser permitidos.
Para além disso, não está, especificamente escrito que é proibido usar véu islâmico e sim que
não é permitido utilizar roupas que cubram o rosto e que impossibilitem a identificação do
cidadão, o que inclui capacetes, toucas de ninja e claro a burca e o niqab. Parece me que esta
é uma forma de proteger o país, visto que é impossível saber o que está por baixo de um véu
islâmico integral
Tendo por base a teoria moral cognitivista do subjetivismo, apesar da proibição não dar
liberdade às mulheres islâmicas de optar pelo uso ou não dos véus, que são símbolos da sua
religião. Não podemos considerar que essa liberdade lhes foi retirada visto que nunca a
possuíram, pois antes da lei eram obrigadas pelos pais e maridos, pela cultura, pelo dever
moral, a vestirem desse modo. Então, tendo em conta que das mulheres afetadas, apenas
uma pequena minoria era a favor do uso de véu islâmico. Esta lei terá sido realmente uma
forma de libertação para mulheres. Paralelamente existe a questão da segurança de todo o
país que deste modo é salvaguardada. Posso, por isso dizer, que apesar das implicações
negativas, eu sou a favor da lei que proíbe o uso de vestimentas que impossibilitem identificar
o cidadão, que consequentemente não permite o uso de véu islâmico integral.

Lara Patício; nº19; 10ºA

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