O filme se inicia em meados de 1987, na cidade de Goiânia, capital de Goiás, onde o
despojo de equipamentos abandonados nas ruínas do Instituto despertou a curiosidade e
o interesse de dois moradores do Bairro Popular, adjacente ao Instituto. Dois catadores de lixo, viram naquela parafernália de ferro e chumbo a possibilidade de conseguir algum rendimento. Roberto e Wagner encontraram o aparelho radioterápico contendo a cápsula de césio-137 e levaram-no para a casa de Roberto na Rua 57. Os dois rapazes romperam o invólucro de chumbo e perfuraram a placa de lítio que isolava as partículas radioativas do contato com o ambiente. Ela é vendida para Devair, o dono do ferro velho, um amigo de Vavá, um dos catadores de lixo. Devair e seus ajudantes quebram a peça e liberam a radiação do material de seus involucro, sem tomarem nenhum conhecimento do risco que correm. Devair, que se maravilha pela cor azulada e brilhante que o pó do Césio- 37 emite à noite, resolve mostrá-lo para seus amigos e seu irmão Ivo. A substância radioativa usada no tratamento de doenças havia escapado da cápsula protetora e se transformara em uma terrível fonte de contaminação epidêmica. Movidos pelas curiosidade e estranhamento da forma daquela massa azul brilhante até então desconhecidos, os moradores passam o despojo de mão em mão como uma dádiva maravilhosa que, por vezes, era recebida como um signo de sorte e bem-aventurança. Em um destes episódios de confrontação, Ivo, mostra o pó radioativo para sua filha Leide, que brinca inocentemente com o material; a menina mistura o pó do césio em suas mãos e, logo após, vai jantar, contaminando toda a comida. Poucas horas depois, naquela noite, Leide, sofre os efeitos nocivos da radiação causada pelo pó do césio, com sua saúde precária sem um motivo aparente. Devair e seus ajudantes logo também começam a passar mal, assim como os catadores de sucata, além de Maria Gabriela, esposa de Devair, a esposa de Ivo e todas as outras pessoas ao seu redor que haviam tido contado direto ou indireto com o objeto. O vizinho de Devair, que havia levado um pouco do material para sua casa após Devair lhe mostrar, joga o pó em seu vaso sanitário e dá a descarga, já que aquele pó ignorado não lhe proporcionava utilidade, contaminando assim o esgoto, a água e, consequentemente, mais pessoas das adjacências do bairro. Diante de tais fatos, a esposa de Ivo, irmão de Devair, resolve levar a peça a um médico, já que ela estava preocupada com o aparecimento dos sintomas em várias pessoas depois da chegada da peça. O médico logo desconfia que aquilo se tratava de material radioativo. No entanto, diante dessa interregno despreocupado acaba contaminando as demais pessoas na condução; o médico então comunica a Comissão Nacional de Energia Nuclear sobre o ocorrido, tomando as providências fundadas sobre suas suspeitas. Posteriormente, a Rua 57 do bairro acaba sendo interditada para a detecção e retirada de todos os materiais radioativos; os moradores com sintomas da radiação são desalojados de suas casas e os animais do local acabam sendo sacrificados. O filme tem seu encerramento com um quantificação de mortos e sua recolha, em meio a incerteza dos moradores do perigo ainda não bem esclarecido, bem como da locução informando da morte da pequena Leide.