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SENAI

MECÂNICO DE MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS

RELATÓRIO DO ACIDENTE RADIOLÓGICO EM GOIÂNIA

JULIA DOS REIS RASFASKI

LINHARES
2021
JULIA DOS REIS RASFASKI

RELATÓRIO DO ACIDENTE RADIOLÓGICO EM GOIÂNIA

LINHARES
2021
INTRODUÇÃO

Em setembro de 1987, em Goiânia, o uso indevido de um aparelho


radioativo abandonado gerou um acidente que envolveu centenas de
pessoas.

O ACIDENTE E SUA CAUSA

No centro de Goiânia, 13 de setembro de 1987, se iniciou um grande


acidente causado por um aparelho radioativo, que envolveu centenas de
pessoas.

13 de setembro, os amigos Wagner e Roberto entram em um prédio


abandonado de uma clínica médica. Eles encontraram um aparelho que
era usado em radioterapia, era composto de chumbo e metal, e tinham
como objetivo, vender o material reciclado. Eles o levam até a casa de
Roberto, romperam o lacre, e o material ficou exposto por dias naquela
residência, logo o Wagner começou a sentir os sintomas, começou a
passar mal, e depois de 5 dias, eles vendem a peça para Devair, dono do
ferro velho, e lá, os empregados dele conseguem desmontar as peças. À
noite, Devair é atraído por uma grande luz brilhando em seu ferro velho.

18/09/87

Devair resolve mostrar o "pó brilhante" para sua mulher, o brilho vira
atração em sua casa, e a mulher dele (Maria Gabriela), apresenta o pó
para sua amiga(Santana), alegando que compraram no ferro velho. 6 dias
depois, Devair recebe a visita de um dos seus irmãos, que colocou na
palma da mão, e na intenção de limpar a sua palma, espalhou mais pó
pela casa.

Devair e sua mulher não se sentia bem, enjôos, dor de cabeça e perda de
paladar. Na manhã seguinte, Odesson(irmão) vai trabalhar, cujo emprego
era motorista de ônibus, e transportava em média 1000 pessoas por dia,
era uma fonte radioativa. No dia seguinte, outro irmão visita Devair(Ivo),
ele pede um pouco do pó para levar a seus filhos, leva em uma caixinha
de fósforo, ao chegar em casa, Ivo apresenta a novidade a sua filha
caçula, chamada Leide das neves ferreira, tinha apenas 6 anos. Logo
depois, Leide vai jantar, sem ter lavado suas mãos, logo, ela começa a
passar mal, e seu pai vai a farmácia a procura de remédio, repassando
dinheiro contaminado, que correu de mão em mão, contaminando mais
pessoas.

27 de setembro, a mulher de Ivo desconfia do Césio 137 estar causando


mal à menina, e sugere mostrar ao médico. 2 dias depois, Maria Gabriela e
o empregado do ferro velho, levam o césio para a vigilância sanitária,
usando o ônibus. Lá, eles falam o que estão sentindo, enquanto o césio
fica exposto em cima da cadeira fazendo com que todos os funcionários
da vigilância sanitária, tenha a curiosidade, ver, apalpar,
consequentemente serem contaminados, até que é mandado levar o
Césio para o pátio. Desconfiado de que aquela peça poderia ter um
elemento radioativo, o médico ligou para o físico da secretaria de saúde, e
a comissão nacional de energia nuclear também foi notificada sobre a
suspeita. Logo, o físico, medidor de radioatividade, procura a família de
Devair, e diante da pequena Leide, o medidor de radioatividade dispara,
indicando que a pessoa mais contaminada era ela. Com o elevado índice
de contaminação da menina, o físico retornou com o serviço de vigilância
sanitária e deu o alarme. No início da noite, o diretor da comissão
nacional de energia nuclear chegou à cidade e convocou os principais
órgãos do governo do estado, e depois de analisarem a situação, foi
decretada uma operação de emergência.

De madrugada, as vítimas são retiradas de suas casas, para serem


levadas ao estádio olímpico. Lá eles começaram ao serviço, medir a
radioatividade das vítimas, onde Leide continha uma alta índice de
radioatividade, e teve que ser internada. E esse foi o último contato entre
Leide e sua mãe, Lourdes.

No dia seguinte, as áreas mais afetadas são isoladas, a polícia sem


proteção, acabam também se tornando vítimas. Porque segundo as
pessoas que trabalham na polícia montada, eles foram chamados lá para
conter um vazamento de gás, isso foi dito para os PMs.

Confusos e assustados, os moradores de Goiânia, formavam filas em


frente ao estádio, mas muita gente que estava realmente contaminada
tinham medo de procurar socorro. As pessoas eram separadas em
grupos, de acordo com o nível de contaminação. Durante a medição, os
meninos eram obrigados a jogarem fora roupas contaminadas. Vizinhos
das áreas mais atingidas, têm as casas invadidas e os objetos pessoais
confiscados.

No início de outubro de 1987, os pacientes mais graves foram


transferidos para o hospital naval Marcílio Dias no rio de janeiro, entre
eles estavam: Devair, Maria Gabriela, Ivo e sua filha, Leide.

Dias depois, Leide e sua tia Maria Gabriela morrem .Leide e sua tia Maria
Gabriela, morreram no dia 24/10/87 e foram ser enterradas em caixões
blindados, apesar dos cuidados, moradores da cidade ficam com medo
de contaminação e reagem com fúria, gritavam, pediam para não enterrar
ali, jogavam pedras, pedaços de cruz e etc. Lurdes comparece ao enterro
da filha, acompanhada da mulher do governador. Leide foi enterrada em
um local isolado do cemitério parque de Goiânia, ao lado de sua tia. Dias
depois, Israel e Adilson, dois empregados do ferro velho de Devair,
morreram, e foram enterrados no mesmo lugar. Meses depois da morte da
filha, Ivo recebe alta do hospital, e se encontra com a família.

Ivo faleceu por enfisema pulmonar, mas ele foi levado a fumar 6 maços de
cigarro por levar a culpa de ter matado a filha quando levou o césio para
casa. Devair se tornou alcoólatra e morreu 7 anos depois.

Em julho de 1992, quase 5 anos depois, os médicos Ornando Teixeira, e


Carlos Bezerril, responsáveis pela clínica abandonada onde foi achado o
césio, foram condenados por homicídio culposo, a sentença, 3 anos de
prisão e regime semiaberto.

A cnen que deveria fiscalizar o césio na clínica, foi condenada a prestar


assistência médica às vítimas e seus parentes. O governo do Estado de
Goiás e a cnen também foram obrigados a pagarem indenizações que
variam entre 100000 e 1000000 de reais.

Durante 10 anos, o lixo radioativo ficou guardado em tambores em um


local provisório a céu aberto, no município de Abadia, em Goiás.

Em junho de de 1997, todo lixo radioativo foi trazido para um local


subterrâneo, e estão cerca de 13 toneladas de material contaminado, que
foram enterrados.

Nos últimos 20 anos, 59 pessoas morreram em consequência de


complicações desenvolvidas a partir da contaminação. E as vítimas do
césio se reúnem numa associação, elas reivindicam um atendimento
médico mais digno do governo, e lutam pelo fim do preconceito.

MEDIDAS DE CONTROLES QUE EVITARIAM O ACIDENTE

em um acidente grande como esse, é certo de que houve vários erros, em


várias partes, como podemos ver, a falta de fiscalização da
Cnen( Comissão Nacional de Energia Nuclear é o organismo do governo
brasileiro responsável pela orientação, planejamento, supervisão e
controle do programa nuclear do Brasil), a falta de responsabilidade dos
médicos responsáveis pelos aparelhos da antiga clínica em deixar césio
abandonado, sabendo dos riscos que podem causar, e, afinal, ninguém
esquece uma máquina radioativa de tratamento de câncer “sem querer”
em uma clínica abandonada. E ao governo que não soube administrar
bem quando o problema ainda estava no começo, podendo ter evitado o
maior contágio de pessoas pelo césio.

IMPACTOS GERADOS PELO ACIDENTE


Logo após o grande acidente, pessoas começaram a ter receio pelas
vítimas do césio, por acharem que ainda estavam contaminadas e iriam
passar para mais pessoas, logo, excluindo eles do convívio social, e
criando um grande preconceito. Além de pessoas perderem muitos bens
materiais, perderem coisas de valores, pelas perdas das casas, do
afastamento, e outras mudanças que o césio trouxe, ainda a economia
desacelerou muito, pois nenhum outro estado, e o mundo internacional
não quiseram comprar coisas vindo de goiânia, ou seja, eles não
consumiam nada que vinha de lá, não exportavam por medo da radiação e
problemas que iriam vir junto. Esse preconceito continua até hoje, mas
em tamanho reduzido.

CONCLUSÃO

Dentre tantos acontecimentos, penso que a forma como informaram,


passaram esse conhecimento sobre o que estava acontecendo, ocorreu
de forma muito despreparada, a falta de competência dos órgãos
responsáveis, ajudou muito para piorar mais a situação, muita coisa
poderia ter sido evitada.

E outro ponto, que talvez seja positivo, é uma atenção maior do governo a
esses casos, levando a prevenção de novos acidentes, e uma maior
fiscalização de atividades que se utilizam energia atômica.

REFERÊNCIAS

https://youtu.be/hP-8D-YglDo

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