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Caso Césio-137 Goiânia

(1987)
Nomes: Ana Carolina Silva
Beatriz Marques Trabalho de Química
Maria Luiza Vasco
Sabrina S. Figueira Prof: Josileno
Em 13 de setembro de 1987 teve início o
maior acidente radiológico do Brasil, em
Goiânia, capital do estado de Goiás. A fonte

Introdução
causadora do desastre foi um aparelho de
radioterapia deixado em uma clínica
desativada.

O equipamento foi encontrado por catadores


e levado para um ferro-velho. O que os dois
homens não sabiam é que ele continha um
material radioativo, o césio-137.
A história do acidente começou no centro de Goiânia,
local onde funcionava o Instituto Goiano de
Radioterapia. Dois catadores de lixo entraram na clínica
abandonada e se depararam com um enorme aparelho

Objetivo
deixado no local.

Com o intuito de vender as partes de valor, por


conterem aço e chumbo, os homens levaram o
equipamento até o ferro-velho de Devair Alves Ferreira.

Ao desmontar o equipamento, Devair encontrou uma


cápsula nuclear contendo um pó de cor branca que no
escuro tinha um brilho azul. Fascinado pelo material e
achando ser algo de valor, ele exibiu a descoberta para
familiares, amigos e vizinhos sem saber do perigo que
estava em suas mãos.
Horas depois do primeiro contato com o césio-137, iniciaram-se
os sintomas de intoxicação. Pessoas que apresentaram tontura,
diarreia e vômito correram aos hospitais. Sem ter conhecimento
do material radioativo na região, os médicos acreditavam se tratar
de uma doença contagiosa.

Apenas duas semanas após a exposição, a esposa de Devair foi

Desenvolvimento
até à Vigilância Sanitária, levando consigo parte do equipamento
que estava no ferro-velho.

O acidente radioativo só foi confirmado em 29 de setembro,


quando o físico nuclear Walter Ferreira foi chamado ao local e
com o uso de detectores indicou os altos níveis de radiação.
Imediatamente a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
foi acionada para implementar um plano de emergência.

Os efeitos da radiação foram sentidos por moradores que


tiveram o contato direto com o material e os que trabalharam
para sanar o acidente, como médicos, enfermeiros, bombeiros e
policiais.
O primeiro óbito foi de Leide das Neves Ferreira, uma menina de 6 anos,
que se tornou símbolo da tragédia. Maria Gabriela Ferreira, que ajudou a
desvendar o mistério, foi a segunda vítima fatal, assim como Israel
Santos e Admilson Souza, funcionários do ferro-velho.

Entretanto, estima-se que mais pessoas morreram em


decorrência de complicações e muitas ainda carregam as
consequências da herança radioativa.

Conclusão
Para a descontaminação do local sete focos principais foram
identificados e isolados. Cerca de 112.800 pessoas foram monitoradas
e agrupadas de acordo com a exposição e sintomas apresentados.

Foram recolhidos 3500 m3 de lixo nuclear e armazenados em


contêineres concretados e enterrados a 23 km de Goiânia, na cidade de
Abadia de Goiás. O Centro Regional de Ciências Nucleares do
Centro-Oeste realiza o monitoramento da atividade dos rejeitos
radioativos.

Em 1988, foi criada a Fundação Leide das Neves Ferreira, pelo


Estado de Goiás, para acompanhamento das vítimas da radiação de
acordo com os níveis de exposição. Hoje, os serviços são fornecidos
pelo Centro Estadual de Assistência aos Radioacidentados –
C.A.RA.
Césio-137: O que é?
Césio é um elemento químico da tabela periódica, de
número atômico 55 e símbolo Cs. Seu nome tem origem
do latim caesium e significa "céu azul". Esse metal
alcalino possui 34 isótopos conhecidos, que são instáveis
ou radioativos.

O isótopo césio-137 é instável e o seu núcleo é


facilmente desintegrado, promovendo emissões
radioativas. Quando o núcleo de um átomo se desintegra
ocorre a fissão nuclear, que produz um novo elemento
químico e emite radiação (alfa, beta ou gama).
Os perigos do Césio-137: a
razão por que o acidente
foi tão grave

O perigo ocorre quando a radiação ionizante,


que tem elevado poder de penetração, emite
altas concentrações de partículas radioativas.
O principal efeito biológico é a mudança nas
células do sangue, como a perda de glóbulos
brancos.

O isótopo de césio-137, por exemplo, age no


organismo provocando:

● hemorragias,
● infecções,
● doenças agudas,
● perda de cabelo
● morte (dependendo da quantidade e Leide das Neves Ferreira
tempo de exposição).

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