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Sumário

Introdução ........................................................................................................ página 03

US Transfontanelar ................................................................................ página 04

US do Abdômen Pediátrico ........................................................... página 09

Quer dominar a técnica? ..................................................................página 14


Introdução
A ultrassonografia, por ser um método não invasivo, isento
de radiação ionizante e de fácil manuseio à beira do leito, se
tornou o método diagnóstico mais utilizado e efetivo para
o diagnóstico e seguimento dos pacientes em unidades de
terapia intensiva.

A avaliação ultrassonográfica do paciente pediátrico tem


um papel de extrema importância. No ambiente da UTI
neonatal, por exemplo, o US tem assumido um protagonismo
no diagnóstico por imagem. Atualmente, constitui o exame
mais solicitado, proporcionando um subsídio na orientação
de condutas clínicas e procedimentos cirúrgicos. O
profissional que domina essa técnica possui uma vantagem
já que são poucos os que possuem experiência e se dedicam
a esta área.

Para ajudar o profissional que deseja começar a atuar nela,


separamos algumas tabelas com importantes parâmetros
nos principais exames de ultrassonografia pediátrica, para
você ter sempre em mãos. Confira nas próximas páginas!
US Transfontanelar
A ultrassonografia transfontanelar é um exame que nos permite
diagnosticar e acompanhar lesões cerebrais do recém-nascido.
Através do acesso pelas fontanelas, que apresentam-se abertas
nesta fase, podemos avaliar adequadamente a neuroanatomia,
contribuindo para o diagnóstico e acompanhamento da hemorragia
peri-intraventricular, ventriculomegalia, lesão hipóxico-isquêmica,
infecções congênitas ou quando há suspeitas de malformação
cerebral em recém-nascidos prematuros ou a termo.

As principais indicações para o


exame de acordo com a Parodi.
Et al; 2020 são: idade gestacional
inferior a 32 semanas e peso ao
nascimento inferior a 1.500 g.
Porém, indicamos em todos
os casos de asfixia perinatal,
traumatismos obstétricos,
apneia, infecções congênitas,
ventriculomegalia, entre outros.
Exemplo do corte coronal ao nível do plano de
forame de Monro

Confira a seguir tabelas que podem te ajudar


durante o exame a identificar e classificar
possíveis anormalidades:
Classificação de Papile

Grau Características

Limitada à área da matriz germinativa


Grau I
(hemorragia subependimária)

Quando há rompimento das cavidades ventriculares,


Grau II
sem dilatação ventricular (hemorragia intraventricular)

Quando há dilatação dos ventrículos


Grau III
(hemorragia intraventricular + dilatação dos ventrículos)

Quando atinge o parênquima cerebral


Grau IV
(hemorragia intraparenquimatosa)

J Pediatr. 1978 92(4) págs. 529 - 543

Hemorragia Intracraniana (Classificação de Papile)

Grau I Subependimária

Grau II Intraventricular

Grau III Intraventricular com Ventriculomegalia (alteração índice)

Grau IV Infarto hemorrágico periventricualar (do parênquima)


Classificação de Volpe

Grau Características

Hemorragia subependimária
Grau I
Hemorragia intravetricular mínima (< 10% da área ventricular)

Hemorragia intraventricular moderada


Grau II (10 a 50% da área ventricular)
Dilatação ventricular do corno occipital

Dilatação global dos ventrículos laterais


Grau III Hemorragia intraventricular importante
(> 50% da área ventricular)

Antiga HPIV
Infarto hemorrágico parenquimatoso periventricular
Grau IV
Dopplervelocimetria:
Índices Normais

Comparação entre os índices de resistência da artéria cerebral


anterior (ACA), artéria carótida interna (ACI) e artéria basilar (AB)

Autor ACA ACI AB

Martin (1982) 0,75 ± 0,03

Jorch (1986) 0,74 ± 0,06 0,77 ± 0,07 0,73 ± 0,06

Lipman et al. (1982) 0,79 ± 0,04

Perlman et al. (1985) 0,66 ± 0,06

Deeg (1989 a,b) 0,73 ± 0,08 0,77 ± 0,08 0,72 ± 0,09

Velocidades e índices de resistência em lactentes a termo

Vaso VSMAX (cm/s) VDTERM (cm/s) IR

Carótida Interna 12 - 80 3 - 20 0,5 – 0,8

Art. Basilar 30 - 80 5 - 20 0,6 – 0,8

Art. Cerebral Média 20 - 70 8 - 20 0,6 – 0,8

Art. Cerebral Anterior 12 - 35 6 - 20 0,6 – 0,8

Art. Cerebral Posterior 20 - 60 8 - 25 0,6 – 0,8

Daneman et al. Pediatric Radiol (2006) 36:636-646


Tayklor G et al, (2005) Doopler of neonatal and infant brain 1703-1722
Avaliação das Suturas Cranianas
Essa solicitação é frequente para detecção da craniossinostose,
definida pela junção prematura das suturas

Suturas Idade do início da fusão

Sutura Metópica 02 meses

Sutura Sagital 22 meses

Sutura Coronal 24 meses

Sutura Lambdoide 26 meses

Fontanela Anterior 24 meses

Fontanela Posterior 03 meses

Fontanela Anterolateral 06 a 24 meses

Fontanela Posterolateral 06 a 24 meses

Ghizoni et al. Revisa Brasileira de Pediatria, Voluma 34, Issue 4, December 2016, pages 495 a 502
US Abdômen Pediátrico
Quando pensamos nas estruturas
abdominais infantis, existem
diferenças nas medidas dos rins,
baço, vesícula biliar dentre outros.
A ultrassonografia do abdômen
pediátrico é solicitada como exame
de rotina no estudo de diversas
patologias, além de ser uma
importante forma de investigação
de possíveis malformações
congênitas.

Confira, a seguir, alguns parâmetros


importantes para esse exame:
Rins - Recém-Nascido
Parênquima > 6 – 7 mm

Diâmetro Bipolar 3 a 5 cm

Rins - Dimensões Normais em Função da Idade

Idade Comprimento Renal Médio (cm) Variação (cm)*

0 - 1 semana 4,48 3,98 – 5,1

1 s - 4 meses 5,28 3,96 – 6,6

4 - 8 meses 6,15 4,81 – 7,49

8m - 1 ano 6,23 4,97 – 7,49

1 - 2 anos 6,65 5,57 – 7,73

2 - 3 anos 7,36 6,28 – 8,44

3 - 4 anos 7,36 6,08 – 8,64

4 - 5 anos 7,87 6,87 – 8,87

5 - 6 anos 8,09 7,01 – 9,17

6 - 7 anos 7,83 6,39 – 9,27

7 - 8 anos 8,33 7,31 – 9,35

8 - 9 anos 8,9 7,14 – 10,66

9 - 10 anos 9,2 7,4 – 11

10 - 11 anos 9,17 7,53 – 10,8

11 - 12 anos 9,6 8,32 – 10,8

12 - 13 anos 10,4 8,66 – 12,1

13 - 14 anos 9,79 8,29 – 11,3

14 - 15 anos 10,05 8,81 – 11,3

15 - 16 anos 10,93 9,41 – 12,4

16 - 17 anos 10,04 8,32 – 11,76

17 - 18 anos 10,53 9,95 – 11,1

18 - 19 anos 10,81 8,55 – 13,0


*Calculada através do comprimento renal médio ± 2 DP
Adrenal - Recém-Nascido
Espessura < 4 mm

Comprimento < 20 mm

OBS: Porém o mais importante é avaliar a morfologia da adrenal, que deve ter formato
em “Y” à direita e formato em “V” à esquerda. Quando nos deparamos com patologias
importante nas adrenais, as mesmas perdem a morfologia habitual.

Veia Porta* Medidas de Normalidade em Meninos


Percentis
Idade (anos) Média (mm) Variação (mm)**
(5 – 95) (mm)

0-1 4,8 4,0 – 5,6 3,0 – 6,4

1-5 6,7 5,5 – 7,9 4,3 – 8,3

5 - 10 7,7 6,3 – 9,1 5,0 – 10,8

10 - 15 9,1 8,1 – 10,1 7,0 – 11,2

Veia Porta* Medidas de Normalidade em Meninas


Percentis
Idade (anos) Média (mm) Variação (mm)**
(5 – 95) (mm)

0-1 4,4 3,7 – 5,3 3,0 – 5,8

1-5 6,2 4,9 – 7,5 4,0 – 8,0

5 - 10 7,8 6,6 – 9,0 5,5 – 9,9

10 - 15 8,4 7,0 – 9,8 6,0 – 11,2


*As medidas foram realizadas no Hilo Hepático
**Média ± desvio padrão
Portal venous diameter in children: Normal limits according to age, weight and height. European Journal of Radiology 75 (2010) 245–247
Baço (Extensões esplênicas normais por idade e sexo)

Idade - Sexo Média (cm) DP (cm)

0 - 3 meses - F 4,4 0,57

0 - 3 meses - M 4,6 0,84

3 - 6 meses - F 5,2 0,47

3 – 6 meses - M 5,8 0,65

6 – 12 meses - F 6,3 0,68

6 – 12 meses - M 6,4 0,78

1 - 2 anos - F 6,3 0,69

1 - 2 anos - M 6,8 0,72

2 - 4 anos - F 7,5 0,83

2 - 4 anos - M 7,6 1,07

4 - 6 anos - F 8,0 0,74

4 - 6 anos - M 8,1 1,01

6 - 8 anos - F 8,2 0,99

6 - 8 anos - M 8,9 0,91

8 - 10 anos - F 8,7 0,92

8 - 10 anos - M 9,0 1,02

10 - 12 anos - F 9,1 1,09

10 - 12 anos - M 9,8 1,05

12 - 14 anos - F 9,8 1,02

12 - 14 anos - M 1,02 0,81

14 - 17 anos - F 10,3 0,69

14 - 17 anos - M 10,7 0,90

F = feminino | M = Masculino
Adaptada de Megremis SD, Vlachonikolis IG, Tsilimigaki, AM, et al. Spleen lenght in childhood with US:
Normal values based on age, sexo and somatometric parameters. Radiology, 2004; 231:129-134
Vesícula Biliar Diâmetro (cm) Largura (cm) Comprimento (cm)

Idade (anos) Média Variação Média Variação Média Variação

0-1 0,9 0,5 – 1,2 0,9 0,7 – 14 2,5 1,3 – 3,4

2-5 1,7 1,4 – 2,3 1,8 1,0 – 3,9 4,2 2,9 – 5,2

6-8 1,8 1,0 – 2,4 2,0 1,2 – 3,0 5,6 4,4 – 7,4

9 - 11 1,9 1,2 – 3,2 2,0 1,0 – 3,6 5,5 3,4 – 6,5

12 - 16 2,0 1,3 – 2,8 2,1 1,6 – 3,0 6,1 3,8 – 8,0

J. P. McGahan, H. E. Phillips, K. L. Cox, Sonography of the normal pediatric gallbladder and biliary tract.
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