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Literatura e Realismo fantástico

O realismo mágico, também conhecido como realismo fantástico ou real maravilhoso, é uma
corrente artística e literária que floresceu na primeira metade do século XX, especialmente na
América Latina, mas também encontrou expressão em outras partes do mundo. Considerada a
resposta latino-americana à literatura fantástica europeia, o realismo mágico transcende as
fronteiras entre o real e o imaginário, buscando forjar uma realidade reconhecível
transfigurada pelo imaginário.
Sua origem e escopo são amplos, sendo utilizado para qualificar uma grande variedade de
romances, poemas, pinturas e obras cinematográficas. Esse movimento artístico se
desenvolveu fortemente nas décadas de 1960 e 1970, como uma reação às tensões culturais e
políticas presentes na América Latina e também no Brasil, especialmente contra os regimes
ditatoriais vigentes nesse período.
O realismo mágico mantém uma relação estreita com o contexto histórico, geográfico, étnico,
social e cultural em que se desenvolve, buscando integrar correntes geralmente opostas, como
o naturalismo, o maravilhoso e o fantástico. Nesse sentido, é uma tentativa de criar uma
narrativa que reflita não apenas a realidade objetiva, mas também as complexidades da
experiência humana, incluindo elementos do sobrenatural e do imaginário.
Geralmente, ele busca forjar laços estreitos entre correntes geralmente opostas como o
naturalismo, o maravilhoso e o fantástico para pintar uma realidade reconhecível,
transfigurada pelo imaginário e na qual o racionalismo é rejeitado. Porém, não existe uma
definição rigorosa e sua aplicação depende da abordagem intelectual e estilística do escritor
ou do artista que a utiliza. O termo “Realismo Fantástico” ou “Realismo Mágico” surgiu no
início do século XX, ligado à pintura alemã.
Entre os grandes autores do realismo mágico, destacam-se Miguel Ángel Asturias, Carlos
Fuentes, Juan Rulfo, Adolfo Bioy Casares, Julio Cortázar, Jaime Sáenz, José María Arguedas,
Manuel Scorza, Jorge Amado e Gabriel García Márquez. Este último é frequentemente citado
como um dos expoentes máximos do gênero, com sua obra-prima “Cem Anos de Solidão”
sendo considerada um modelo perfeito desse tipo de narrativa, repleta de elementos
fantásticos e mágicos entrelaçados com a vida cotidiana.
O realismo mágico se desenvolveu fortemente nas décadas de 1960 e 1970, como produto de
duas visões que conviviam na América hispânica e também no Brasil: a cultura da tecnologia
e a cultura da superstição. Surgiu também como forma de reação, através da palavra, contra os
regimes ditatoriais deste período. Dessa forma, mantém o elo com o realismo, nomeadamente
levando em conta o contexto histórico, geográfico, étnico, social ou cultural.
Assim, o realismo mágico é uma expressão artística que transcende as fronteiras da realidade
conhecida, mergulhando nas profundezas do imaginário humano para criar narrativas que
desafiam as convenções e expandem os limites da percepção. É um convite para explorar os
mistérios do universo e as complexidades da condição humana, através de uma jornada que
mistura o real e o fantástico de maneira intrigante e fascinante.

Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Realismo_m%C3%A1gico

Williams Boaz Fernandes da Silva


Maceió – Alagoas
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