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O Realismo

O Realismo foi um período literário que emergiu na Europa durante a segunda metade do
século XIX, especialmente após as revoluções industriais e políticas que marcaram esse
período. Este movimento literário, que se estendeu por diversas áreas da arte e da cultura,
foi uma reação direta ao Romantismo, que valorizava o idealismo, a emoção e a
subjetividade. O Realismo, por outro lado, buscava retratar a realidade de forma objetiva e
imparcial, muitas vezes enfatizando os aspectos sócio-políticos e econômicos da sociedade.

Na literatura realista europeia, observa-se uma preocupação crescente com a


representação fiel da vida cotidiana, dos conflitos sociais e das condições de vida das
classes trabalhadoras. Os escritores realistas frequentemente retratavam personagens
comuns, inseridos em contextos históricos e sociais específicos, explorando suas vidas e
dilemas de forma detalhada e realista.

Um dos marcos do Realismo na literatura europeia foi o romance "Madame Bovary" (1857),
de Gustave Flaubert. Nesta obra, Flaubert retrata a vida de Emma Bovary, uma mulher
insatisfeita com sua vida provinciana, que busca fugir da monotonia através de aventuras
românticas, eventualmente levando-a à ruína. "Madame Bovary" é conhecido por sua
precisão descritiva e sua crítica à burguesia e à sociedade francesa do século XIX.

Outro grande nome do Realismo é Fiódor Dostoiévski, cujas obras exploram as


complexidades da psicologia humana e as tensões sociais na Rússia do século XIX. Em
romances como "Crime e Castigo" (1866) e "Os Irmãos Karamázov" (1880), Dostoiévski
mergulha nas profundezas da alma humana, questionando as noções de moralidade,
redenção e livre-arbítrio.

Além de Flaubert e Dostoiévski, outros autores importantes do Realismo europeu incluem


Émile Zola, Honoré de Balzac, Charles Dickens e Thomas Hardy, cada um contribuindo de
maneira única para a compreensão e representação da realidade em suas respectivas
sociedades.

Em resumo, o Realismo literário na Europa foi um movimento marcado pela representação


fiel da realidade, enfocando questões sociais, políticas e psicológicas de forma objetiva e
detalhada. Ao contrário do idealismo romântico, o Realismo buscava retratar o mundo como
ele era, com todas as suas contradições e complexidades, deixando um legado duradouro
na literatura mundial.
Obras

"Madame Bovary", de Gustave Flaubert, é um dos marcos do Realismo na literatura


europeia. O romance narra a vida de Emma Bovary, uma mulher insatisfeita com sua vida
provinciana e que busca fugir da monotonia através de aventuras românticas. Flaubert
retrata de forma detalhada e realista os dilemas de Emma, explorando as consequências de
suas escolhas em uma sociedade burguesa do século XIX, destacando as limitações e as
expectativas impostas às mulheres da época.

"Crime e Castigo", do escritor russo Fiódor Dostoiévski, é uma obra-prima do Realismo


Psicológico. O romance acompanha a jornada de Raskólnikov, um estudante atormentado
por ideias niilistas, que comete um assassinato e enfrenta as consequências psicológicas
de seu ato. Dostoiévski mergulha nas profundezas da mente humana, explorando temas
como culpa, redenção e livre-arbítrio, em uma narrativa densa e envolvente que continua a
fascinar os leitores até os dias de hoje.

"A Comédia Humana", de Honoré de Balzac, é uma extensa obra que compreende mais de
oitenta romances interligados, que retratam a sociedade francesa do século XIX em toda a
sua diversidade. Balzac cria um verdadeiro panorama social, explorando as relações
humanas, as dinâmicas sociais e as transformações da época, em uma abordagem
abrangente e multifacetada que influenciou gerações de escritores posteriores.

Um dos mais proeminentes escritores italianos do século XIX foi Alessandro Manzoni, autor
de "Os Noivos" (I Promessi Sposi). Este romance histórico, publicado em 1827, é
considerado uma obra-prima da literatura italiana. Ambientado na Itália do século XVII, "Os
Noivos" narra a história de amor entre Renzo e Lucia, em meio a intriga política, opressão
social e desastres naturais, oferecendo um retrato vívido e comovente da vida na Lombardia
da época. Manzoni teve um papel crucial na unificação italiana e sua obra é fundamental
para entender a história e a cultura do país.

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