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A ACLAMAÇÃO HUZZÉ, HUZZÉ, HUZZÉ!

Aclamação e não exclamação


Reparta seus conhecimentos. É uma maneira de
alcançar a imortalidade!
Existem momentos fortemente marcantes na Iniciação e nas sessões Maçônicas
normais. Um deles é a aclamação: “Huzzé, Huzzé, Huzzé”, firmemente pronunciada e
três vezes repetida. Aclamação e não exclamação de alegria entre os Maçons usual no
R.E.A.A.. A palavra HUZZÉ tem origem hebraica, embora em árabe seja pronunciada
“HUZZA”, para os antigos árabes „HUZZA” era o nome dado a uma espécie de acácia
consagrada ao sol, como símbolo da imortalidade, e sua tradução significa força e
vigor, palavras simbólicas que fazem parte da tríplice saudação feita na Cadeia de
União: Saúde, Força e Vigor. Na Inglaterra a aclamação “HUZZÉ” tem a pronúncia
UZEI, tomada do verbo TO HUZZA (aclamação) como sentido “viva o rei”.
Existe mesmo na língua inglesa o verbo to huzza, que significa aclamar. A
bateria de alegria era sempre feita em honra a um acontecimento feliz para uma Loja
ou para um Irmão. Era natural que os Maçons escoceses usassem esta aclamação. O
dicionário “Michaelis” diz: huzza, interj. (de alegria) – v. gritar hurra, aclamar.
Traduzindo corretamente do árabe “Huzzah” ( Viva ), significa Força e Vigor.
“Huzzé, Huzzé, Huzzé” por constituir uma aclamação, é pronunciada com voz
forte. Ela é feita apenas por duas vezes em cada reunião, por ocasião da abertura e do
encerramento dos trabalhos. Trazemos às Sessões as preocupações de ordem
material que podem criar correntes vibratórias que põem obstáculos e restringem
nossas percepções. Ao contrário, no decorrer dos trabalhos, o esforço constante para o
bem e o belo, forma correntes que estabelecem as relações com os planos superiores.
Nesse sentido, a aclamação Huzzé, Huzzé, Huzzé, na abertura do trabalho oferece
passagem à energia habilitando-nos a benefícios ( saúde, força e vigor ) bem mais
consistentes e duradouros. O importante é que, ao iniciar a Sessão, tenhamos presente
que, em Loja, tudo, verdadeiramente tudo, tem uma razão para sua existência. Nada,
absolutamente nada, se faz no interior de um Templo por acaso.
O valor do HUZZE está no som, à energia provocada elimina as vibrações
negativas. Quando em Loja, surgirem discussões ásperas e o Venerável Mestre
receiar-se que o ambiente possa ser perturbado suspenderá os trabalhos, e comandará
a expressão HUZZÉ, de forma tríplice, reiniciando os trabalhos, o ambiente será outro,
ameno e harmônico.
Ao se aproximar do objeto mais sagrado, existente no Templo Maçônico – o
Livro da Lei ( A Bíblia Sagrada ), os maçons lembram pelo nome de Huzzé,
expressando com essa aclamação alegria e contentamento, por crerem que o Grande
Arquiteto do Universo se faz presente a cada sessão de nossos trabalhos.
E é a ELE que os Maçons rendem graças pelos benefícios advindos de Sua
infinita bondade e de Sua presença que, iluminando e espargindo bênçãos em todos
aqueles que ali vão imbuídos do Espírito Fraterno, intencionados a praticar a
Tolerância, subjugar as suas Intransigências, combater a Vaidade e, crentes que assim
procedendo, estarão caminhando rumo a evolução espiritual do Homem, meta do
Maçom.
A Maçonaria é uma Obra de Luz; a prática da saudação está arraigada nos
ensinamentos Maçônicos. A consideração da saudação Huzzé na abertura dos
trabalhos está relacionada ao meio-dia, hora de grande esplendor de iluminação,
quando o sol a pino subentende que não há sombra, tornando-se um momento de
extrema igualdade – ninguém faz sombra a ninguém. Lembra também as benesses da
Sabedoria, representada pelo nascer do sol, cujos raios vivificantes espalham luz e
calor, ou seja, a Sabedoria e seus efeitos. Quando do encerramento dos trabalhos, a
saudação está relacionada à meia-noite, nos dando o alento de que um novo dia irá
raiar, pois quanto mais escura é a madrugada, mais próximo está o nascer de um novo
dia. A aclamação ao sol no seu ocaso, lembra que a Luz da Sabedoria irradiou os
trabalhos, agora prestes a terminar, em alusão ao fim da nossa vida (meia-noite)
quando devemos estar certos de que nossa passagem pelo plano terreno fora pautada
por atos de Sabedoria.
No Rito Moderno a aclamação é “Igualdade, Liberdade e Fraternidade”; no
Adoniramita é “Vivat, Vivat, sempre Vivat”; no Brasileiro “Glória, Glória, Glória!” E
nos ritos de York ( Emulation ) e Schroeder não existe aclamação.
Huzzé! é, pois, a reiteração que os Irmãos fazem de sua fé no Grande Criador,
que tudo pode e tudo governa. E só através DELE encontram o caminho para a
ascensão.
A primeira reflexão, portanto, em torno da aclamação sugere que analisemos
nossa vida e verifiquemos se sustentamos os propósitos de paz ou espalhamos a
agitação.
O Mahatma Gandhi dizia que alguém capaz de realizar a plenitude do amor
neutralizará o ódio de milhões. Certamente estamos distanciados de suas realizações.
Não obstante, podemos promover a paz evitando que ressentimentos e mágoas
fermentem no coração dos que conosco congregam e se transformem nesse
sentimento desajustaste que é o ódio.
Certa feita o Obreiro de uma Loja queixava-se do Mestre de Cerimônias ao
Venerável por sempre lhe oferecer, na falta dos titulares, os cargos que, segundo ele,
eram de mais difícil desempenho ou de menor evidência. O Venerável, um semeador
da paz o desarmou.
- Está enganado, meu Irmão, quanto ao nosso Mestre de Cerimônias. Ele o
admira muito, sabe que é eficiente e digno de confiança. Por isso o tem encaminhado
para desempenho das funções e encargos onde há problemas, consciente de que sabe
desempenhá-los e resolvê-los melhor que qualquer outro Obreiro do quadro da Loja.
Desnecessário dizer que com sua intervenção pacificou o Irmão que passou a
ver com simpatia as iniciativas a seu respeito. Desarmou, assim, o possível desafeto
passando a idéia de que o Mestre de Cerimônias não tinha a mesma opinião a seu
respeito, fazendo prevalecer à sugestão de Francisco de Assis: “Onde houver ódio
que eu semeie o Amor”.
Existem aqueles que entendem huzzé como força poderosa, ou seja, um
mantra, que deve ser com a consciência de quem a empregua direcionada no sentido
do bem. Seria essa a razão e significação da palavra Huzzé como proposta na
ritualística Maçônica?
Devemos acrescer, ainda, que Cristo, em várias oportunidades, saudava os
Apóstolos com um “Adonai Ze” (O Senhor esteja entre vós). Essa aclamação os
deixava mais alegres e confiantes, formando uma corrente de otimismo. Na Idade
Média quando um católico encontrava-se com outro, dizia: DOMINUS VOBISCUM ( O
Senhor esteja convosco ); PAX TECUM (A paz esteja contigo ).
Até pelo exemplo citado, façamos tudo ao nosso alcance para que reine em
nossa Loja uma atmosfera de carinho, afeição, tranqüilidade, paz, amor e harmonia
para nossa constante elevação e glória do Grande Arquiteto do Universo.
O emprego da aclamação Huzzé na Maçonaria tem também o sentido esotérico
numa indução moral a que se busque o prazer no que se pratica, para o bem da
humanidade ( isto no começo ) e, no final, a mesma alegria pelo bem praticado, não
sem também invocar particularmente o duplo sentido do “Ele é ou ele está...” ( com
todos, evidentemente ).
O importante é que, no momento exato, gritemos de alegria sempre que
pudermos estar reunidos em Templo e rendermos graças por estarmos juntos mais
uma vez.

Huzzé, Huzzé, Huzzé!

Trabalho Feito Pelo Irmão João Alves de Oliveira Filho - MM


ARLS Paz e Progresso – GOBMG – REAA
Telefone: ( 33 ) 98816 - 6062
Gov. Valadares - MG

Fontes de Pesquisa:

Bibliografia:
Simbolismo do Primeiro Grau – Rizzardo da Camino
Bíblia – Livros 2 – Samuel, cap. 06

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