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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA - A POLITÉCNICA

Instituto Superior de Estudos Universitários de Nampula – ISEUNA

CRIAÇÃO DE PROTÓTIPO WEB DE LOCALIZAÇÃO DE


PESSOAS DESAPARECIDAS E ACHADAS – CASO CIDADE DE
NAMPULA

EDILSON TOLDO SALEIRO NHALIA

NAMPULA, 2023
Edilson Toldo Saleiro Nhalia

Criação se Protótipo Web de Localização de Pessoas Desaparecidas e


Achadas – Caso Cidade de Nampula

Monografia apresentada á Universidade Politécnica,


Instituto Superior de Estudos Universitários de
Nampula, como requisito parcial para obtenção do
Grau de Licenciatura em Engenharia Informática e
de Telecomunicações

Tutor: MSc. Guereiro Chuze

Nampula

2023

I
Declaração de originalidade

Eu, Edilson Toldo Saleiro Nhalia, na qualidade de aluno do curso de Engenharia


Informática e de Telecomunicações do ISEUNA, com o código n º 585120, declaro que
para os devidos fins, que o Trabalho de Fim de Curso – TFC, encontra-se plenamente em
conformidade com todos os critérios técnicos, académicos e científicos que comprovam
a sua originalidade.

Nampula, aos ____ de ____ de 2023

O candidato

(Edilson Toldo Saleiro Nhalia)

II
Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus pais, Braz Lino de Castro Nhalia e Maria Manuela de
Azevedo Dias Saleiro, por todo amor e carinho que recebi durante a minha vida
académica, e que sem eles nada seria possível. Aos meus irmãos e a toda minha família,
amigos e colegas, que com muito amor, carinho e apoio não mediram esforços para que
eu chegasse até esta parte da minha vida, tornando um sonho em uma realidade e a todos
que direta ou indiretamente me incentivaram.

III
Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por ter me mantido na trilha certa durante o meu percurso
académico e durante este trabalho de final de curso com saúde e forças para chegar até ao
final e sou grato aos agentes da 1ª Esquadra da Cidade de Nampula, SERNIC e aos
Agentes do DAFMVV do Comando Provincial da PRM, por terem mi ajudado durante a
elaboração do trabalho.

Deixo um agradecimento especial ao meu orientado/ supervisor, docente da ISEUNA


MSc. Guereiro Chuze pelo incentivo, paciência e pela dedicação do seu escasso tempo
para tornar possível a conclusão do meu trabalho de final de curso e alcançar o grau de
licenciado em Engenharia Informática e de Telecomunicações.

Agradeço em especial aos meus irmãos Edimilson Lauro Saleiro Nhalia, Dalton Selemane
Braz Lino, Deyze Isabel Claudina Saleiro Taipo Virgílio e Zuraida Karina Saleiro Nhalia
Luciano, por sua capacidade de acreditar, investir em mim e ensinar de nunca desistir dos
meus objectivos, e as minhas tias Maria da Graça Saleiro, Maria de Jesus Saleiro e Maria
Isabel Saleiro, aos meus cunhados Messias Luciano Levela e Nelson Virgílio Carmona
pelo apoio durante a minha vida académica, e a minha namorada Jalina Abdul Amido
pessoa com quem amo partilhar a minha vida, obrigado pelo carinho, a paciência e por
sua capacidade de me trazer paz na correria cada semestre.

Os agradecimentos estendem-se aos meus colegas de turma Erick da Ascensão Francisco


Sérgio Sumane, Samir Said Salum, Rafael Fernando dos Santos e Ezequiel Branquinho
Ferro Nhombe, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas. Com vocês, as pausas
entre um paragrafo e outro de produção melhora tudo que tenho produzido na vida.

A todos os docentes do curso de Engenharia Informática e de Telecomunicações, que


foram tão importantes na minha vida académica e no desenvolvimento desta monografia.

IV
Parecer do supervisor

Eu Guereiro Chuze, declaro que acompanhei todas fases de elaboração do Trabalho de


Fim de Curso -TFC do estudante-finalista Edilson Toldo Saleiro Nhalia de Licenciatura
em Engenharia Informática e de Telecomunicações, com tema de: Criação se Protótipo
Web se Localização se Pessoas Desaparecidas e Achadas – Caso Cidade de Nampula.

O trabalho foi feito tendo verificado todos os critérios e requisitos exigidos pelo
regulamento de elaboração de Trabalho de Fim de Curso (Monografia), em vigor nesta
instituição, reunindo assim todos requisitos necessários para submissão à apresentação e
defesa publica do Trabalho de Fim de Curso.

Nampula, aos _____ de _____ de 2023.

O supervisor

_________________________________________

(MSc. Guereiro Chuze)

V
Epigrafe

“As nuvens mudam sempre de posição, mas são


sempre nuvens no céu. Assim devemos ser todo dia,
mutantes, porém leais com o que pensamos e
sonhamos; lembre-se, tudo se desmancha no ar,
menos os pensamentos” Paulo Beleki.

VI
Resumo

O presente trabalho tem como tema “criação de protótipo web de localização de pessoas desaparecidas e
achadas – caso província de Nampula”, onde o objecto de estudo é contribuir na redução de pessoas
desaparecidas, a pesquisa foi motivada pelo grande índice de pessoas desaparecidas na Cidade e pela
ausência de um sistema de procura de desaparecidos online. Este trabalho tem como objectivo: contribuir
através da aplicação web na redução do numero de pessoas desaparecidas em Moçambique,
rerspectivamente na Cidade de Nampula, partindo do pressuposto que, para que o objectivo seja alcançado
é necessário alcançar os seguintes pontos como: analisar os constrangimentos existentes no actual sistema
de identificação e rastreio de pessoas desaparecidas, apresentar alternativas de soluções tecnológicas
orientadas para o desenvolvimento do sistema proposto e desenvolver e testar as funcionalidades do modelo
proposto através de um protótipo. A pesquisa foi iniciada partindo da seguinte questão: “Até que ponto a
implementação de um protótipo Web pode melhorar a localização de pessoas desaparecidas e achadas”?
De modo a ter a resposta para a pergunta de partida da pesquisa, realizou-se uma pesquisa aplicada,
qualitativa e exploratória, usando os métodos bibliográfico e indutivo, onde as técnicas de recolha de dados
escolhidas para realização na pesquisa foram a observação simples e entrevista semiestruturada, sendo que
os proce9dimentos de recolha de dados usados foram a pesquisa bibliográfica e estudo de campo.

Palavras-chave: Pessoas desaparecidas, Desaparecimento, Aplicação web, Sistema web.

VII
Abstract

The present work has as its theme “creation of a web prototype for locating missing and found people –
case of Nampula province”, where the object of study is to contribute to the reduction of missing people,
the research was motivated by the high rate of missing people in the city and the absence of an online
missing person search system. This work aims to: contribute through the web application to reducing the
number of missing people in Mozambique, respectively in the City of Nampula, assuming that, for the
objective to be achieved, it is necessary to achieve the following points such as: analyzing existing
constraints in the current system for identifying and tracking missing people, present alternative
technological solutions aimed at developing the proposed system and develop and test the functionalities
of the proposed model through a prototype. The research began with the following question: “To what
extent can the implementation of a Web prototype improve the location of missing and found people”? In
order to have the answer to the research's starting question, an applied, qualitative and exploratory research
was carried out, using bibliographic and inductive methods, where the data collection techniques chosen to
carry out the research were simple observation and interview semi-structured, with the data collection
procedures used being bibliographical research and field study.

Keywords: Missing persons, Disappearance, Web application, Web system.

VIII
Lista de tabelas
Tabela 1 - Total de perdidos e achados 2020 a 2021...................................................... 23
Tabela 2 - Total de perdidos e achados 2021 a 2022...................................................... 23

IX
Lista de apêndices

Apêndice A: Guião de entrevista destinado aos agentes da 1ª Esquadra da Cidade de


Nampula, Serviço Nacional de Investigação Criminal e Departamento de Atendimento a
Famílias e Menores Vitimas de Violência do Comando Provincial da PRM – Nampula..45

Apêndice B: Guião de entrevista destinado aos residentes da Cidade de Nampula……..48

X
Lista de anexos

Anexo A: Autorização pedido de recolha de dados ao Serviço Nacional de Investigação


Criminal de Nampula nos departamentos de RPCI e REPAE da instituição…………….51

Anexo B: Transcrição de despacho do Comando Provincial da PRM em Nampula para o


Departamento de Atendimento a Família e Menor Vitimas de Violência, com objetivo de
recolha de dados no departamento da instituição acima supracitada…………….…….52

Anexo C: Transcrição de despacho do Comando Distrital da PRM em Nampula para o


Gabinete do Exmo. CDTE da 1ª Esquadra da PRM - Nampula, com objetivo de recolha
informações na 1ª Esquadra…………………………………………………………….53

XI
Lista de abreviaturas

TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação;

WEB- Word Wide Web;

URL – Uniforme Resource locator;

UML – Unified Modeling Language;

IP – Internet Protocol;

DNS – Domain Name System;

TCP – Transmission Control Protocol;

HTML – Hypertext Markup Language;

HTTP – Hypertext Transfer Protocol;

PHP – Hypertext Preprocessor;

CSS - Cascading Style Sheets;

SQL - -Standard Query Language;

DAFMVV – Departamento de Assistência a Família e Menores Vítimas de Violência;

RO – Registro de Ocorrência;

TFC - Trabalho de Fim de Curso;

SGBD – Sistema de Gestão de Banco de Dados;

XII
Lista de siglas

PRM - Polícia da República de Moçambique;

CICV- Comité Internacional da Cruz Vermelha;

SERNIC - Serviço Nacional de Investigação Criminal;

INAS - Instituto Nacional de Assistência Social;

GAPVU –Gabinete de Apoio a População Vulnerável;

MICAS – Ministério da Coordenação da Acção Social;

MGCAS – Ministério do Género Crianças e Acção Social;

PIC – Polícia de Investigação Criminal;

CERN - Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire;

FRELIMO – Frente de Libertação de Moçambique;

RENAMO – Resistência Nacional de Moçambique;

XIII
Índice

XIV
Introdução

É inegável o avanço da tecnologia, que tem revolucionando o mundo dos


computadores e das comunicações. A tecnologia de informação e os seus recursos vem
sendo requisitos fundamentais nas actividades diárias. Com a internet, programas e
informações são compartilhadas por usuários de forma online, vencendo as grandes
distâncias e tornando o mundo em uma única aldeia.

O desaparecimento de pessoas é um problema que afeta muitas pessoas em redor


do mundo. Em muitos casos, as informações sobre o desaparecimento de uma pessoa
muitas das vezes não são divulgadas e também não são atualizados regularmente, o que
pode tornar a busca ainda mais difícil para aqueles que estão procurando por um familiar
desaparecido.

Este trabalho propõe a criação e desenvolvimento de um site dedicado a ajudar na


busca de pessoas desaparecidas na Cidade Nampula, fornecendo uma plataforma para
compartilhar informações atualizadas e confiáveis relacionadas aos diversos casos de
desaparecimento. O objectivo que se pretende dar com a criação do site é, aumentar a
visibilidade dos casos de indivíduos desaparecidos e fornecer recursos para ajudar aqueles
que estão à procura de um familiar desaparecido. Ao desenvolver este site, espero
fornecer uma plataforma valiosa para ajudar a encontrar pessoas desaparecidas e apoiar
aqueles que estão lidando com esta situação difícil.

O trabalho em desenvolvimento terá como espaço de pesquisa o território


Moçambicano concretamente na Cidade de Nampula porque é nesta Província onde se
encontra o pesquisador e também é nesta Cidade onde foram registradas ocorrências de
pessoas desaparecidas. A delimitação temporal para este trabalho compreende o período
que vai desde 2020 a 2022, escolhe-se este período porque durante esse o tempo segundo
o DAFMVV do Comando Provincial da PRM a Cidade de Nampula registo 947 casos de
pessoas desaparecidas.

1
Objectivos

Objectivo geral
Melhorar o sistema de identificação e rastreio de pessoas desaparecidas, com
gere no desenvolvimento de um protótipo aplicando a tecnologia Web.

Objectivos específicos
• Analisar os constrangimentos existentes no actual sistema de identificação e
rastreio de pessoas desaparecidas;
• Apresentar alternativa de solução tecnológicas orientadas para o desenvolvimento
do sistema proposto;
• Desenvolver e testar as funcionalidades do modelo proposto através de um
protótipo.

Justificativa

Segundo o Departamento de Atendimento a Famílias e Menores Vítimas de


Violência do Comando Provincial de Nampula, na Cidade de Nampula registrou-se 947
casos de desaparecimentos nos últimos 3 anos (2020, 2021 e 2022). Uma pesquisa rápida
e exploratória junto de algumas instituições do governo (SERNIC e PRM), demostrou a
inexistência de procedimentos claros e de um sistema de gestão, identificação e rastreio
de pessoas desaparecidas. Dessa constatação surgiu a necessidade de contribuir com uma
infraestrutura de fazer face a este problema que foi constatado. Sendo desta forma, a
criação e uma plataforma web que de entre várias funcionalidades teria o papel principal
de identificar pessoas desaparecidas, bem como fazer o seu possível mapeamento,
fornecer um canal centralizado para divulgar informações sobre o desaparecimento e
ajudar a prevenir casos de pessoas de pessoas desaparecidas, justifica o meio de
dificuldades que o sector bem como a sociedade enfrenta no dia-a-dia.

Problematização

Os desaparecimentos são uma tragédia não apenas para o indivíduo, mas também
para seus familiares, que são deixados numa situação de incerteza. Não ter notícias sobre
o que aconteceu com o marido ou a mulher, filhos, pai, mãe, irmão ou irmã é uma fonte
de angústia terrível para inúmeras famílias afetadas por situações de conflito armado ou
violência interna no mundo todo. A PRM é atribuída o mandato de garantir a proteção de

2
todos cidadãos Moçambicanos. No entanto, é incapaz de exercer o seu mandado de forma
independente. Isto porque, desde a sua criação tem enfrentado o desafio de como obter
informações das pessoas desaparecidas, o que cria um constrangimento a esta organização
no exercício do seu mandato. Perante este cenário de desaparecimentos que a Cidade de
Nampula registou, surge a seguinte questão de partida: Até que ponto a implementação
de um protótipo Web pode melhorar a localização de pessoas desaparecidas e achadas?

Hipóteses

• H0: A implementação de um protótipo Web pode garantir melhor o sistema de


localização de pessoas desaparecidas;
• H1: A implementação de um protótipo pode ajudar na redução do número de
pessoas desaparecidas.

Delimitações da pesquisa

Esta pesquisa inserir-se-á no contexto dos casos de desaparecimentos durante os


anos de 2020 a 2022 que se registraram na Cidade de Nampula, esta pesquisa ira fazer o
estudo de pessoas desaparecidas deste 2020 a 2022, virtualizando o processo de procura
de pessoas desaparecidas, se focando em criar uma plataforma que vai facilitar na procura
de pessoas desaparecidas na Cidade de Nampula.

Organização do Trabalho

O presente trabalho encontra-se organizado em (6) capítulos:

Introdução: aborda sobre a importância do estudo desde a contextualização do tema,


problematização, justificativa, objectivos, hipóteses e a estrutura do trabalho em causa.

Capítulo 1 - Fundamentação teórica: este capítulo faz a abordagem das várias teorias
defendidas por diferentes autores sobre o tema em questão para sustentar o trabalho.

Capítulo 2 - Metodologia de pesquisa: o capítulo aborda sobres os aspectos


metodológicos utilizados na pesquisa como: o tipo de pesquisa, método de pesquisa,
técnicas de recolha de dados, procedimentos de recolha de dados.

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Capítulo 3 - Cenário do problema de desaparecimentos em Nampula: este apresenta o
cenário dos casos de desaparecimentos na Cidade de Nampula, entre os anos de 2020 a
2022 e as instituições que trabalham com casos de perdidos e achados no País.

Capítulo 4 - Especificação da aplicação web proposta: neste capítulo será apresentado as


técnicas e métodos utilizados para o desenvolvimento do protótipo da aplicação web para
pessoas desaparecidas na Cidade de Nampula.

Capítulo 5 – Apresentação dos resultados: este capítulo aborda sobre a apresentação da


aplicação e analise dos dados colhidos durante a elaboração da pesquisa, mostrando a
interpretação dos resultados da investigação em torno da criação de um site para pessoas
desaparecidas na Cidade de Nampula.

Capítulo 6 - Conclusão: este capítulo trata da conclusão da pesquisa em estudo.

Ainda fazem parte deste trabalho, as referências bibliográficas, apêndices e anexos.

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Capítulo I – Fundamentação Teórica

Neste capítulo será apresentada a fundamentação teórica detalhando todos os


tópicos abordados no presente trabalho, desde o conceito de pessoas desaparecidas,
instituições que trabalham em casos de pessoas desaparecidas, linguagens e tecnologias
utilizadas para a criação de uma aplicação web para pessoas desaparecidas.

1.1. Conceito Geral


1.1.1. Pessoas desaparecidas

Pessoa desaparecida é um indivíduo cujo paradeiro é desconhecido pelos


familiares ou, com base em fontes fidedignas, que foi dado como desaparecido segundo
a legislação nacional relativa a um conflito armado – internacional ou não internacional,
violência interna, desastre natural ou outra situação que possa requerer a intervenção de
uma autoridade competente do Estado, CICV - Comitê Internacional da Cruz Vermelha
(2009: 46).

1.1.2. Classificação de desaparecidos

Segundo o CICV (2009: 47 a 50), o desaparecimento é considerado multicausal e


pode ser classificado em três grandes tipos, que são:

Voluntario – considera-se desaparecimento voluntario, quando a pessoa se afasta por


vontade própria e sem avisar aos familiares. Este tipo de desaparecimento acontece por
diversos motivos, como: desentendimento familiar, medo, aflição, planos de vida
diferentes. Refira-se que estes casos não preenchem qualquer tipo legal de crime.

Involuntário - considera-se desaparecimento involuntário, quando a pessoa é afastada


por um evento sobre o qual não tem controle, como nos casos de: sequestro, trafico de
pessoas, rapto, substração de menores. Emerge destas tipologias criminais que o
desaparecimento resulta da intervenção de terceiros e é contra a vontade do desaparecido.

Forçado – o desaparecimento forcado é uma forma de arbitrariedade estatal em que os


organismos estatais colocam uma pessoa sob a sua custodia e por longo período de tempo,
ao mesmo tempo em que negam ter a pessoa sob sua guarda, privando-a dessa forma, de
qualquer proteção da lei.

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1.2. A WEB
A Word Wide Web (WEB) é um sistema constituído por documentos interligados
e que são executados na Internet. Esses documentos podem ser vídeos, sons, hipertextos
e figuras. Para visualizar estas informações, usa-se programas denominados browser ou
navegadores para descarregar informações dos servidores web e apresentá-los no ecrã do
utilizador. O utilizador pode seguir as hiperligações nas páginas para outros documentos
ou mesmo enviar informações de volta para o servidor interagindo com este, Tanenbaum
(2003, cit. Varela 2008: 17).

1.2.1. História da web


A Web surgiu em 1990, na Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire
(CERN), localizado na Suíça, quando TIM Berners Lee3 construiu o primeiro programa
para armazenamento de informação, TIM Berners Lee (2000, cit. Varela 2008:18).

Em Março de 1989, TIM Berners Lee escreveu uma proposta de gestão de informação,
que fazia referência e descrevia um sistema de informação mais elaborado. Com a ajuda
de Robert Cailliau, ele publicou uma proposta mais formal para a World Wide Web no
final de 1990.

Segundo TIM Berners Lee (2000), um computador NEXTSTEP foi usado com o
primeiro servidor web e também para escrever o primeiro navegador, o WorldWideWeb,
em 1990. No final do mesmo ano, ele já tinha construído todas as ferramentas necessárias
para o sistema: o navegador, o servidor e as primeiras páginas web, que descreviam o
próprio projecto. Em Agosto de 1991, ele publicou um resumo do seu trabalho no grupo
de notícias alt hypertext. Essa data marca a estreia da Web como um serviço público na
Internet.

1.2.2. Funcionamento da web


Para visualizar uma página web ou outro recurso disponibilizado, normalmente
inicia-se ao digitar uma Uniform Resource Locator (URL) no navegador ou seguindo uma
hiperligação. Primeiramente, a parte da URL referente ao servidor web é separada e
transformada em um endereço Internet Protocol (IP), por um banco de dados da internet
chamado domínio - Domain Name System (DNS). O navegador estabelece então uma
conexão Transmission Control Protocol (TCP) com o servidor web localizado no
endereço IP enviado. Seguidamente o navegador envia uma requisição Hypertext
Transfer Protocol (HTTP) ao servidor solicitando o recurso indicado pela parte restante
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da URL. No caso de uma página web típica, o texto Hypetext Markup Language (HTML)
é recebido e interpretado pelo navegador, que realiza então requisições adicionais para
figuras, arquivos de formatação, arquivos de script e outros recursos que fazem parte da
página O navegador então redireciona a página para o ecrã do utilizador, de acordo com
as descrições dos arquivos que a compõe, Tanebaum (2003, cit. Varela 2008: 18 a 19)).

De acordo com Varela (2008: 19), a funcionalidade da Web é baseada em três padrões:

• Uniform Resource Locator (URL), um sistema que especifica como cada página
de informação recebe um endereço onde pode ser encontrada.
• Hypertext Transfer Protocol (HTTP), um protocolo que especifica como o
navegador e o servidor web comunicam entre si.
• Hypetext Markup Language (HTML), uma linguagem de marcação para codificar
a informação de modo que possa ser exibida em uma grande quantidade de
dispositivos. Esse padrão é definido em HTML 1, RFC 1866 (HTML 2.0), HTML
3.2, HTML 4.01 e XHTML.

1.3. O SITE
A um conjunto de páginas web ou hipertextos dá-se o nome de site, e são
acessados na Internet pelo protocolo HTTP. O conjunto de todos os sites públicos
constituem a World Wide Web. As páginas de um site são organizadas a partir do endereço
da página principal. As páginas são organizadas dentro do site numa hierarquia
observável no URL, embora as hiperligações entre elas controlam o modo como o
utilizador entende a estrutura global, modo esse que pode ter pouco a ver com a estrutura
hierárquica dos arquivos do site, Millhollon (2003, cit. Varela 2008:28).

1.3.1. Categorias de sites


Segundo Varela (2008: 29), existem numerosos tipos de sites, cada um
especializado em um serviço ou uso em particular.

Quanto ao conteúdo:

A. Institucionais: servem como ponto de contacto entre uma instituição e os seus


utilizadores. No caso de instituições comerciais, são usados geralmente para
comércio eletrónico, recrutamento de funcionários entre outros. No caso de
instituições sem fins lucrativos, como o site do Ministério da Saúde, serve para

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divulgar trabalhos, documentos, leis e informações sobre eventos. É o tipo de site
mais comum na Internet. Podem ainda ser sites pessoais, geralmente mantidos por
profissionais liberais.
B. Mediáticos: são sites informativos com atualizações frequentes e periódicas. Nem
sempre o conteúdo é baseado em texto puro, podendo conter variados elementos
multimédia. Muitos deles podem ser assinados por meio de feeds RSS, que servem
para notificar as atualizações, e muitos deles incluem espaços para comentários
dos leitores. Nesta categoria também se incluem sites não necessariamente
vinculados à informação, como sites de entretenimento e sites de conteúdo adulto.
C. Aplicativos: são sites interativos cujo conteúdo consiste de ferramentas de
automatização, produtividade e compartilhamento, substituindo aplicações
desktop. Podem ser processadores de texto, planilhas eletrónicas, editores de
imagem, softwares de correio eletrónico, agendas.
D. Bancos de dados: servem para catalogar registros e efetuar buscas, podendo
incluir áudio, vídeo, i magens, softwares, mercadorias, ou mesmo outros sites.
E. Comunitários: são os sites que servem para a comunicação de utilizadores com
outros utilizadores da rede. Nesta categoria se encontram os chats, fóruns e sites
de relacionamento.
F. Portais: servem para congregar conteúdos de diversos tipos entre os demais tipos,
geralmente fornecidos por uma mesma empresa. Recebem esse nome por
congregarem a grande maioria dos serviços da Internet num mesmo local.

Quanto a forma de acesso:

A. Abertos: podem ser acessados livremente, por qualquer utilizador.


B. Restritos: só podem ser acessados mediante o pagamento de uma assinatura.
Originalmente composto quase sempre por sites de conteúdo pornográfico,
também incluem hoje em dia sites jornalísticos, revistas virtuais e serviços de
consultoria.
C. Por cadastro: podem ser acessados por qualquer utilizador, mas necessitam do
preenchimento de um cadastro gratuito para ter acesso ao o conteúdo. É o caso de
quase todos os sites de aplicativos.
D. Fechados: só podem ser acessados por algumas pessoas devidamente autorizadas
pelo proprietário do site e não permitem cadastro por qualquer pessoa. Mistos: são

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os sites com partes de conteúdo cuja modalidade acesso pode variar – com áreas
abertas e outras fechadas.

1.4. Linguagens de Programação


De acordo com Manzano (2016), a Linguagem de programação visa possibilitar a
inserção dos passos ou ações que o software deverá executar, através de uma plataforma
que permita, desde que respeite a sintaxe de cada uma, expressar a sequência lógica
determinada no algoritmo, ou a sua construção propriamente dita. Esta linguagem é
dividida em dois grandes grupos que são: Linguagens de: Front-End e Back-End.

1.4.1. Front-End
Segundo Manzano (2016), o front-end de um sistema esta relacionado e ou/
atrelado as tecnologias executadas no lado do cliente e ou/usuário, ou seja, no navegador
da internet, este tipo de linguagem apresenta algumas vantagens na programação como:
ambiente seguro, resposta rápida e desenvolvimento rápido. Esta camada é responsável
por mostrar a interface de interação com o usuário do site. Neste caso pode-se concluir
que a linguagem de front-end e responsável por desenvolver por meio de código uma
interface gráfica. Abaixo encontramos algumas linguagens de front-end:

1.4.1.1. HTML
O HTML é a sigla de HyperText Markup Language, expressão inglesa que
significa "Linguagem de Marcação de Hipertexto". Consiste em uma linguagem de
marcação utilizada para produção de páginas na web, que permite a criação de
documentos que podem ser lidos em praticamente qualquer tipo de computador e
transmitidos pela internet, Mariano (2017).

1.4.1.2. CSS
De acordo com Mariano (2017), o CSS é chamado de linguagem Cascading
Style Sheet e é usado para estilizar elementos escritos em uma linguagem de
marcação como HTML. O CSS separa o conteúdo da representação visual do site.
Pense na decoração da sua página. Utilizando o CSS é possível alterar a cor do texto
e do fundo, fonte e espaçamento entre parágrafos. Também pode criar tabelas, usar
variações de layouts, ajustar imagens para suas respectivas telas e assim por diante.

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1.4.1.3. Bootstrap
Para Mariano (2017), o Bootstrap é um framework front-end gratuito e de
código-fonte aberto, que disponibiliza componentes prontos para você utilizar em seu
projeto. Com ele, você consegue criar e personalizar sites responsivos para dispositivos
móveis, desktops e notebooks, com componentes pré-construídos e com plugins
JavaScript poderosos. Tudo isso porque toda a estrutura do HTML, CSS e Javascript já
se encontram prontas, bastando apenas que o desenvolvedor importe suas dependências
em seu projeto.

1.4.1.4. JavaScript
O JS ou JavaScript é uma linguagem de programação de alto-nível, criada no
meio da década de 90, mais precisamente em 1996 pelo lendário programador
Brendan Eich que, além de criar o JavaScript, foi também um dos fundadores da
Mozilla Corporation. A linguagem de programação Javascript permite ao
desenvolvedor implementar diversos itens de alto nível de complexidade em páginas
web, como animações, mapas, gráficos ou informações que se atualizam em
intervalos de tempo padrão, por exemplo, Flanagan (2013).

1.4.1.5. JQuery
Para Flanagan (2013), o JQuery é uma biblioteca popular do JavaScript. Ela
foi criada por John Resig em 2006 com o propósito de facilitar a vida dos
desenvolvedores que usam JavaScript nos seus sites. Não é uma linguagem de
programação separada, funciona em conjunto com o JavaScript. Com jQuery, você
vai conseguir fazer muito mais com menos – eu vou explicar logo mais.
Criar códigos pode ser um pouco cansativo, especialmente quando isso envolve
muitas strings. A jQuery compacta várias linhas de código em uma única função.
Assim, você não precisa reescrever todos os blocos repetidamente para concluir sua
tarefa.
1.4.2. Back-End
De acordo com Manzano (2016), as linguagens de programação back-end lidam
com os bastidores das funcionalidades das aplicações web. É o código que conecta
a internet com o banco de dados, gerência as conexões dos usuários e alimenta a
aplicação web. A linguagem back-end trabalha em conjunto com o front-end para
fazer a entrega do produto para o usuário final. Pode-se afirmar que a linguagem
back-end é a que fica por trás de uma aplicação web, ou seja, são os códigos que
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compõe os bastidores de uma pagina sendo o caminho que conecta o navegador
do banco de dados existente, abaixo encontramos exemplo de uma linguagem
back-end:

1.4.2.1. PHP
Para Alves (2017: 158), o PHP é um acrônimo recursivo para PHP: Hypertext
Preprocessor (Pré-Processador de Hipertexto), que originalmente se chamava
Personal Home Page (Página Inicial Pessoal). Ele também é um subconjunto de
linguagens de scripts como JavaScript e Python. A diferença é que PHP costuma ser
mais usado para comunicação do lado do servidor (back-end). PHP é uma linguagem
de programação utilizada por programadores e desenvolvedores para construir sites
dinâmicos, extensões de integração de aplicações e agilizar no desenvolvimento de
um sistema.

1.5. Linguagem de Modelação


De acordo com Silva e Videira (2001:117) UML (Unified Modeling Language) é
uma linguagem para especificação, construção, visualização e documentação de
artefactos de um sistema de software.

A UML é constituída pelas seguintes particularidades:

• Semântica e notação para tratar um grande número de tópicos actuais de


modelação.
• Semântica para tratar tópicos de modelação futura, relacionados em particular
com a tecnologia de componentes, computação distribuída, frameworks e Internet.
• Mecanismos de extensão de modo a permitir que futuras aproximações e notações
de modelação possam continuar a ser desenvolvidas sobre o UML.
• Semântica e sintaxe para facilitar a troca de modelos entre ferramentas distintas.

A ênfase do UML é na definição de uma linguagem de modelação standard, e, por


conseguinte, o UML é independente das linguagens de programação, das ferramentas
CASE, bem como dos processos de desenvolvimento. O objectivo do UML é que,
dependendo do tipo de projecto, da ferramenta de suporte, ou da organização envolvida,
devem ser adoptados diferentes processos/metodologias, mantendo-se contundo a
utilização da mesma linguagem de modelação.

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1.5.1. Tipos de diagramas da UML
Os diagramas são conceitos que traduzem a possibilidade de agrupar elementos
básicos e suas relações de uma forma lógica ou de uma forma estrutural. Existem
diferentes tipos de diagramas em UML. Em cada tipo de diagrama é usado um
subconjunto dos elementos básicos acima descritos, com diferentes tipos de relações que
tenha sentido existir (Silva e Videira 2001: 123). O UML define diferentes tipos de
diagramas, cuja utilização e aplicação permitem dar visões complementares.

• Diagramas de casos de utilização, que representam a visão do sistema na


perspectiva do seu utilizador.
• Diagramas de classes que permitem especificar a estrutura estática de um sistema
segundo a abordagem orientada por objectos.
• Diagramas de interação entre objectos (diagramas de sequência e diagramas de
colaboração) e diagramas de transição de estados e diagramas de actividades, que
permitem especificar a dinâmica ou o comportamento de um sistema segundo a
abordagem orientada por objectos.
• Diagramas de componentes e diagramas de instalação, que dão uma visão da
disposição dos componentes físicos (software e hardware) de um sistema.

1.6. Sistemas de Informação


Sistemas de Informação são utilizados em organizações para planejamento,
monitoração, comunicação e controle das suas atividades, por meio da manipulação e
guarda de informações (Xexéo 2007: 4).

um sistema de informação é um conjunto integrado de recursos (humanos e


tecnológicos) cujo objectivo é satisfazer adequadamente a totalidade das necessidades de
informação de uma organização e os respectivos processos de negócio (Silve e Videira
2001: 11).

Segundo o Dicionário Aurélio, a palavra sistema significa, entre outras coisas, um


“Conjunto particular de instrumentos e convenções adotados com o fim de dar uma
informação”. Os instrumentos são as ferramentas, os mecanismos, concretos ou abstratos,
que utilizamos para fazer funcionar os sistemas, tais como: programas de computador,
relatórios, formulários, etc. As convenções são as suas regras de utilização. Apesar de
sistemas de informação não necessitarem de computadores para existir, hoje em dia é

12
comum associar o termo imediatamente a uma implementação usando software, hardware
e redes.

1.6.1. Dados
De acordo com Xexéo (2007: 6), os dados são apenas os símbolos que usamos
para representar a informação, o registro de diferentes aspectos de um fato ou fenômeno.
Os números que guardamos em um banco de dados são, como diz o nome, “dados”. Dados
não são interpretados, eles existem, são adquiridos de alguma forma, via coleta, pesquisa
ou criação, guardados de outra forma e, possivelmente, apresentados em uma terceira. O
computador é uma máquina que manipula dados.

1.6.2. Informação
Segundo o American Heritage, informação é o dado quando processado, guardado
ou transmitido. Já no dicionário Aurélio, informação, entre outros significados, pode ser
“Conhecimento amplo e bem fundamentado, resultante da análise e combinação de vários
informes”, “Coleção de fatos ou de outros dados fornecidos à máquina, a fim de se
objetivar um processamento” (Xexéo 2007: 6).

Por outro lado, informação é o dado com significado, normalmente processado de


forma a ser útil. Uma informação deve permitir responder perguntas como “quando”,
“quanto”, “quem”, “qual” e “onde” sobre alguma coisa. É necessário fazer um
mapeamento entre dados e informação. Esse mapeamento pode ser simples ou complexo,
dependendo de várias variáveis envolvidas, que vão desde decisões arbitrárias tomadas
pelo desenvolvedor até padrões internacionais. Por exemplo, em muitos sistemas é
preciso ter a informação do sexo de uma pessoa (masculino ou feminino). Para isso,
guardados um número (1 ou 0) ou uma letra (M ou F) que é o dado que faz a indicação
da informação.

1.6.3. Base de dados


De acordo com Puga, Franca e Goya (2016: 18), um banco de dados é uma coleção
de dados armazenados e organizados de modo a atender as necessidades integradas dos
seus usuários. Possibilita a consulta e a manipulação dos dados, podendo ser manual ou
computadorizado. Os softwares que possibilitam o armazenamento e o gerenciamento
desses dados são chamados de SGBDs (Sistemas de Gestão de Banco de Dados), estes
sistemas proporcionam recursos para criar estruturas de um banco de dados como:
armazenar e manipular, controlar o acesso aos dados e implementar regras de segurança.

13
Figura 1 - Diagrama simplificado de um ambiente de sistema de banco de dados.

Fonte: Elmasri e Navathe (2011).

1.6.3.1. MySQL
Para Bento (2016: 3), o MySQL é uma base de dados no qual guardamos
informações em estruturas no estilo de tabelas, sendo que cada linha da tabela é um novo
registo. Em base de dados como o MySQL que os sites de notícias, redes sociais, guardam
suas informações para que depois sejam recuperadas e exibidas nas páginas.

Figura 2 - Ilustração das caraterísticas do MySQL.

Fonte: Carvalho (2010).

1.7. Requisitos de Software


Sommerville (2004:82) define o termo requisito não é utilizado pela industria de
software de modo consistente, em alguns casos, um requisito é visto como uma declaração
abstrata, de alto nível, de uma função que o sistema deve fornecer ou de uma restrição do
sistema. Alguns problemas que surgem durante o processo de engenharia de requisitos
são resultantes da falta de uma nítida separação entre esses diferentes níveis de descrição.

14
Para Sommerville (2004), os requisitos do usuário, de sistema e de especificação de
projecto de software podem ser definidos como:

1. Requisito do usuário: são declarações, em linguagem natural e também em


diagramas, sobre as funções que o sistema deve fornecer e as restrições sob as
quais deve operar;
2. Requisitos de sistema: estabelecem detalhadamente as funções e as restrições do
sistema. O documento de requisitos de sistema, algumas vezes chamado de
especificação funcional, deve ser preciso, ele pode servir como um contrato entre
o comprador do sistema e o desenvolvedor do software.
3. Especificação de projeto de software: é uma descrição abstrata do projecto de
software, que é uma base para o projecto e a implementação mais detalhada. Essa
especificação acrescenta mais detalhes a especificação de requisitos do sistema.

Segundo Sommerville (2004), os requisitos de sistema de software são classificados


frequentemente como funcionais ou não funcionais ou como requisitos de domínio:

1. Requisitos funcionais: são declarações de funções que o sistema deve fornecer,


como o sistema deve reagir a entradas especificadas e como deve se comportar
em determinadas situações.
2. Requisitos não funcionais: são restrições sobre os serviços ou as funções
oferecidas pelo sistema, entre ele destacam-se restrições de tempo, restrições
sobre o processo de desenvolvimento e padrões.
3. Requisitos de domínio: são requisitos que se originam do domínio da aplicação
do sistema e que se refletem características desse domínio. Podem ser requisitos
funcionais ou não funcionais.

1.8. O Ciclo de Vida do Desenvolvimento de Sistemas


O Ciclo de Vida do Desenvolvimento de Sistemas (SDLC – Systems Development
Life Cycle), conhecido também com o “ciclo de vida do software” refere-se aos estágios
de concepção, projeto, criação e implementação de um sistema (Silva e Videira 2001:
59).

15
Figura 3 - Ciclo de vida de um sistema.

Fonte: Gordon (2006).

• O levantamento das necessidades também chamado de análise de requisitos,


identifica as necessidades de informações da organização.
• A análise de alternativas consiste na identificação e avaliação de sistemas
alternativos.
• O Projeto trata da construção das especificações detalhadas para o projeto
selecionado. Essas especificações incluem o projeto das interfaces, banco de
dados, características físicas do sistema, tais como número, tipos e localizações
das estações de trabalho, hardware de processamento, o cabeamento e os
dispositivos de rede. Deve especificar os procedimentos para testar o sistema
completo antes da instalação.
• O Desenvolvimento inclui o desenvolvimento ou aquisição do software, a
provável aquisição do hardware e o teste do novo sistema. Implementação ocorre
após o sistema ter passado satisfatoriamente por testes de aceitação. O sistema é
transferido do ambiente de desenvolvimento para o ambiente de produção. O
sistema antigo (se existir) deve migrar para o novo.
• A Manutenção refere-se a todas as atividades relacionadas a um sistema depois
que ele é implementado. Deve incluir atividades tais como a correção de software
que não funcione corretamente, a adição de novos recursos aos sistemas em
resposta às novas demandas dos usuários.

16
1.8.1. Processo em cascata
Figura 4 - Processo em cascata revisto.

Fonte: Videira e Silva (2001: 61).

De acordo com Silva e Videira (2001: 60), o modelo em cascata revisto, prevê a
possibilidade de a partir de qualquer tarefa do ciclo se poder regressar a uma tarefa
anterior de forma a contemplar alterações funcionais e/ou técnicas que, entretanto,
tenham surgido, em virtude de um maior conhecimento que se tenha obtido. O risco desta
abordagem é que, na ausência de um processo de gestão do projecto e de controle das
alterações bem definido, podemos passar o tempo num ciclo sem fim, sem nunca se
atingir o objectivo final que é disponibilizar um sistema a funcionar.

1.9. O Impacto das Tecnologias de Informação


É hoje em dia lugar comum ouvir-se falar da importância que a informática ocupa
na nossa vida. O impacto e a rápida evolução ao longo dos últimos 40 anos das tecnologias
relacionadas com os sistemas de informação tem colocado sucessivos desafios às
empresas. De forma a tirar partido das potencialidades destas tecnologias, é necessário
um grande investimento em software e hardware. Este impacto é visível não só nas
grandes organizações de âmbito internacional, mas atinge também as pequenas e médias
empresas.

Ao longo do tempo, o papel das tecnologias de informação nas organizações


sofreu diversas alterações. Atualmente, as tecnologias de informação encontram-se na
origem de mudanças significativas ao nível dos modelos de negócio das empresas, e
constituem um elemento fundamental para a obtenção de vantagens estratégicas e
competitivas. Por isso, a respectiva implementação nas organizações deve ser
cuidadosamente planificada e estruturada, de modo a garantir o alinhamento com os
objectivos estratégicos do negócio. A implementação de sistemas de informação requer
um investimento significativo (financeiro, tecnológico e de recursos humanos), pelo que
17
estas intervenções deverão merecer o apoio e o comprometimento das administrações. A
justificação destes volumes de investimento deve ser efetuada demonstrando
qualitativamente e quantitativamente o seu valor estratégico e o impacto positivo nas
organizações.

1.9.1. Democracia eletrónica


Segundo Lima (2016: 13), no contexto globalizado em que se vive atualmente,
mídias e meios de acesso à internet permitem que tomadas de decisão e participação de
um grupo em determinado assunto seja cada vez mais comum. É inegável que com a
popularização desses meios, se questione a participação popular nas questões que tangem
a sociedade em que vivem. Desse modo, a ampliação de formas de participação popular
por meios eletrônicos é de suma importância para o actual desenvolvimento social.

O conceito de Democracia Eletrônica pode ser tratado como o conjunto de


discursos, teorizações e experimentações que empregam as Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) para mediar relações políticas, tendo em vista as possibilidades de
participação democrática nos sistemas políticos contemporâneos Silva (2005, cit. Lima
2016: 13). Com base nesse conceito, pode-se afirmar que com o crescimento da utilização
dos meios eletrônicos pela administração pública, e consequentemente com a maior
participação popular por esses meios, o campo de estudo da democracia eletrônica se
torna de grande destaque para diversas áreas.

1.9.2. Níveis de participação democrática


A forma como os sistemas de participação social implantados pela administração
pública apoiam a inclusão da sociedade em assuntos públicos pode ser definida em
diferentes níveis. Entender o conceito de cada nível da democracia eletrônica é
fundamental para o sucesso de um sistema que tenha em vista atuar nessa área, ampliar
de fato a participação popular e possuir forte interação com a sociedade.

Para Araújo (2012, cit. Lima 2016: 13 a 14), os níveis de participação democrática são
classificados em seguintes modos:

• Prestação de serviços: Basicamente a Administração Pública fornece


informações e serviços para a população por meio de uma plataforma de
eletrônica, TIC. Não há interação da população com a instituição pública pela
plataforma, além da utilização do serviço oferecido;

18
• Coleta de opinião pública: ainda sem interação efetiva da população, ainda não
há uma conversa de fato, porém nesse nível a Administração Pública obtém a
opinião da população sobre determinado assunto público através de TICs. Não
necessariamente a opinião coletada será acatada publicamente a respeito do tópico
em questão;
• Prestação de contas: é a utilização de TICs para exibir dados de contas da
Administração Pública. Gera à Administração Pública uma maior preocupação e
responsabilidade política, já que as contas exibidas terão as informações
necessárias para alterar o entendimento dos seus significados pela população. As
decisões, no entanto, ainda estão sob o poder da esfera administrativa;
• Democracia deliberativa: a Administração Pública toma decisões públicas a
partir de discussões com representantes da população. Primeiro nível de conversa
entre ambas as partes não apenas como via de mão única, dotando a população de
meios para produções de ações políticas;
• Democracia direta: a população torna-se agente de toda a produção de decisão
política. Nesse patamar de participação democrática, a utilização das TIC’s para
a total representação do cidadão na política é indispensável para a manifestação
da decisão do povo nas questões de Governo.

Figure 5 - Níveis de participação da democracia.

Fonte: Lima (2016: 15).

19
Capítulo II – Metodologia de Pesquisa

Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos científicos


em sua gênese e em seu desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma “metrologia” ou
tecnologia da medida dos fatos científicos.

A metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da investigação


científica, mas principalmente seu próprio processo, pois suas exigências não são de
submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos
resultados. (Bruyne, 1991 p. 29).

2.1. Tipo de Pesquisa


2.1.1. Quanto a natureza
Segundo Prodanov e Freitas (2013: 51), a pesquisa aplicada, objetiva gerar
conhecimentos para à aplicação pratica, dirigidos à solução de problemas específicos,
envolvendo verdades e questões de interesses locais, territoriais e regionais. Este tipo de
pesquisa, permitira criar uma aplicação web, que ira ser usada para minimizar o numero
de pessoas desaparecidas.

2.1.2. Quanto a abordagem


Pesquisa qualitativa – que é aquela que trabalha predominantemente com dados
qualitativos, isto é, a informação coletada pelo pesquisador não é expressa em números,
ou então os números e as conclusões neles baseadas representam um papel menor na
análise, segundo Richardson (1989, cit. em Dalfovo, Lana e Silveira 2008: 7 - 9). Esta
abordagem, permitira generalizar os resultados qualitativos obtidos durante a pesquisa.

2.1.3. Quanto aos objectivos


Para Gil (2008: 27), a pesquisa exploratória, têm como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de
problemas mais preciosos ou hipóteses pesquisáveis para estudos a posteriores. Este
método permitira explorar o tema de uma maneira ampla para a obtenção de uma visão
geral a cerca das pessoas desaparecidas, através do levantamento bibliográfico e
documental, permitindo assim que a pesquisa seja mais rica em termos das suas
informações.

20
2.2. Método de Pesquisa
2.2.1. Método dedutivo
O método dedutivo parte de uma teoria, de premissas e de hipóteses que deverão
ser testadas por experiências ou observações visando a sua confirmação ou refutação,
(Lundin, 2016:124). Este método permitirá através da teoria que é usada na pesquisa testar
para confirmar ou refutar as hipóteses lançadas sobre a criação de uma aplicação para
pessoas desaparecidas.

2.2.2. Método bibliográfico


Trata-se de informação já retrabalhada por autores especialistas na matéria em
questão e analisada ao redor de um suporte teórico segundo uma cadeia de raciocínio
próprio. O método bibliográfico usa fontes secundárias (Lundin, 2016:147). Este método
permitira o uso de Livros, manuais e relatórios elaborados sobre a matéria relacionada ao
desaparecimento de pessoas.

2.3. Técnicas de Recolha de Dados


2.3.1. Entrevista estruturada
Neste tipo de entrevista, é aquela em que o entrevistador segue um roteiro
previamente estabelecido, as perguntas feitas ao individuo são pré-determinadas, mas
permite, e às vezes até incentiva, que o entrevistado fale livremente sobre assuntos que
vão surgindo como desdobramentos do tema principal (Lakatos e Marconi 2003: 197).
Esta técnica permitira entrevistar representantes e/ou agentes do SERNIC, PRM e a
pessoas que tiveram e/ou tem um familiar desparecido e outras pessoas e instituições
ligadas ao assunto.

2.3.2. Observação simples


Por observação simples entende-se aquela em que o pesquisador, permanecendo
alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observa de maneira
espontânea os fatos que aí ocorrem (Gil 2008: 101). Esta técnica permitira observar nas
principais instituições ligadas ao assunto como é feito o registro de ocorrência de pessoas
desaparecidas.

21
2.4. Procedimentos de Recolha de dados
2.4.1. Pesquisa de campo
A pesquisa de campo é utilizada com o objectivo de conseguir informações e/ou
conhecimentos a cerca de um prolema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma
hipótese, que se queira comprar, ou, ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações
entre eles (Marconi e Lakatos 2003:186). Este procedimento permitira conseguir
informações ou conhecimentos acerca do problema em questão, procurando respostas ou
hipóteses para que queiramos responder.

2.4.2. Pesquisa bibliográfica


Quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de:
livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins,
monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet (Prodanov e Freitas 2013:
54). Este procedimento permitira o uso trabalhos elaborados sobre a matéria de criação
de uma aplicação web e o papel da comunidade e autoridades nos casos de
desaparecimento. Esta técnica servira de base fundamental para a sistematização
cientifica deste trabalho.

2.3. Universo e Amostra

2.3.1. Universo

Para a presente pesquisa, tem-se como universo ou população: residentes da Cidade de


Nampula, trabalhadores e/ou funcionários, instituições e da secretaria do SERNIC, PRM
e INAS.

2.3.2. Amostra

Como amostra para a pesquisa, fizeram parte participantes com idades compreendidas
dos 18 anos em diante, usando a técnica de Amostragem não Probabilística. Onde foram
efetuadas entrevistas aos porta-voz do SERNIC, PRM, INAS e alguns residentes da
Província de Nampula.

22
Capítulo III – Cenário do Problema de Desaparecimentos em
Nampula

Segundo os relatórios anuais do Departamento de Atendimento a Família e Menores


Vítimas de Violência do Comando Provincial da PRM em Nampula, de 2020 a 2022
formam registrados 947 desaparecimentos em toda a Província de Nampula (DAFMVV,
2020 a 2022). No mesmo relatório foram traçados de forma estatística perfis das pessoas
desaparecidas de acordo com os dados de:

• Faixa etária;
• Género;

Os gráficos a baixo apresentam dados estatísticos de pessoas de perdidas e achadas


registradas na Cidade de Nampula durante o período de 2020 a 2022 pelo DAFMVV,
tendo como grupo alvo adultos, crianças e pessoas idosas.

Tabela 1 - Total de perdidos e achados 2020 a 2021.

Fonte: DAFMVV (2021: 30).

Tabela 2 - Total de perdidos e achados 2021 a 2022.

Fonte: DAFMVV (2022: 36).

23
Tabela 3 - Número total das pessoas desaparecidas durante o ano de 2020 – 2022.

Número de Desaparecimento Anual


Tipos de Casos Totais
2020 2021 2022
Pessoas Achadas 211 129 104 444
Pessoas Perdidas 174 171 158 503
TOTAL 385 300 262 947

Fonte: elaborada pelo autor (2023).

Através dos gráficos acima pode-se observar que durante o período de 2020 a 2022
a cidade de Nampula teve 947 pessoas desaparecidas das quais, 444 pessoas foram
achadas e entregues as suas famílias e 503 pessoas foram perdidas e entregues ao INAS
(Instituto Nacional de Assistência Social), entre crianças, adultos e pessoas idosas. A
Província de Nampula possui maior incidência de desaparecimentos em menores de idade
(crianças), que durante estes três anos registrou-se 305 casos de crianças desaparecidas.

3.1. Processos de Descoberta de Desaparecidos nas Esquadras

O processo de descoberta de paradeiros de desaparecidos é um processo realizado


pelos agentes da PRM, que tem como objectivo descobrir informações sobre o paradeiro
das pessoas desaparecidas na cidade de Nampula descritas a partir dos registros de
ocorrências efetuadas nas esquadras da Província. Este processo inclui as atividades desde
o evento inicial de notificação de desaparecimento recebida ate ao evento final de
desaparecido encontrado.

O objetivo deste é coletar informações sobre o desaparecido notificado, cadastrar e


enviar o registro de ocorrência. A atividade de coleta de informações preza pela
significativa quantidade de informações e características do desaparecido para que o
processo de descoberta de paradeiros seja facilitado.

3.2. Instituições que Trabalham com Casos de Desaparecimento na


Cidade de Nampula
3.2.1. Polícia da República de Moçambique

A Polícia da República de Moçambique (PRM), criada pela Lei nº 19/92, de 31


de dezembro (publicada no Boletim da República I serie - numero 53, de 31/12/92), é

24
uma força paramilitar integrada no Ministério do Interior de Moçambique, extinguindo
a PPM - Polícia Popular de Moçambique.

A PPM era constituída por elementos da frente de Libertação de Moçambique


(FRELIMO), com o fim do regime monopartidário, a força mudou de nome e o
recrutamento alargou-se para além de membros do partido no poder. Com a assinatura de
mais um acordo de paz em 2019, a PRM tenta integrar membros da Resistência Nacional
Moçambicana (RENAMO), força político-militar que tem disputado o poder no país.

A Polícia da República de Moçambique é chefiada por um Comandante-Geral,


subordinado ao Ministro do Interior. A PRM desenvolve os serviços de segurança pública
no território nacional através de comandos, esquadras e postos policiais, estendendo as
suas atribuições à proteção lacustre e fluvial, à polícia de trânsito e à polícia aeroportuária,
dentre outras. É responsável, ainda, pela segurança interna e proteção civil cobrindo a
vigilância aeroportuária e portuária, controle alfandegário, investigação e prevenção da
criminalidade internacional (tráfico de entorpecentes, criminalidade económica),
proteção ao meio-ambiente, defesa civil e serviço de bombeiros.

3.2.2. Serviço Nacional de Investigação Criminal


O Governo de Moçambique, através da Lei n.°2/2017, de 9 de Janeiro, criou o
Serviço Nacional de Investigação Criminal, abreviadamente designado por SERNIC.

O Serviço Nacional de Investigação Criminal é um serviço público de


investigação criminal de natureza paramilitar, auxiliar da administração da justiça, o qual
veio extinguir a Polícia de Investigação Criminal (PIC). Com a extinção da PIC, fica,
consequentemente, extinta a competência da Polícia da República de Moçambique de
desenvolver actividades de investigação criminal. Este serviço, é dotado de autonomia
administrativa, técnica e tática. Entende-se por investigação criminal o conjunto de
diligên cias, que nos termos da Lei, se destinam a averiguar a existência de um crime,
determinar os seus agentes, sua responsabilidade, descobrir e recolher provas, no âmbito
do processo penal.

O Serviço Nacional de Investigação Criminal foi criado com vista a responder


com eficácia e eficiência aos desafios de prevenção, investigação criminal e da instrução
preparatória de processos-crime.

25
3.2.3. Instituto Nacional de Assistência Social
O Instituto Nacional de Acção Social (INAS) é uma Instituição do Estado
Subordinada ao Ministério do Género, Criança e Acção Social (MGCAS), criada pelo
Decreto no 28/97 de 10 de Setembro e reestruturado pelo Decreto no 45/2005 de 22 de
Novembro, dotada de personalidade jurídica e autonomia administrativa.

O instrumento consultado advoga que o Instituto Nacional da Acção Social


(INAS) surge na sequência da extinção do Gabinete de Apoio à População Vulnerável
(GAPVU), criado através da Resolução nº02/90, de 26 de Junho do Conselho de
Ministros, como uma instituição vinculada ao Ministério das Finanças, tendo em 1991
passado à tutela da Secretária de Estado de Acção Social, (restrospectiva do INAS, 1997-
2012).

O GAPVU tinha o mandato de minimizar as dificuldades que afectavam os


estratos mais vulneráveis da população das zonas urbanas, agravadas pelos efeitos da
guerra e calamidades naturais através de transferências monetárias na base do Programa
Subsídio de Alimentos (PSA). Até 1996 o GAPVU funcionava com 13 Delegações, onde
10 estavam localizadas nas capitais Provinciais e 03 nas cidades da Matola, Maxixe e
Nacala.

Entre 1995 a 1996, o Ministério da Coordenação da Acção Social (MICAS)


realizou sessões de reflexões em torno da necessidade de diversificar as actividades, a
criação de novos espaços institucionais que possibilitassem a especialização, a
desconcentração, a descentralização funcional e o esforço da intervenho das Direções
Provinciais de Coordenação da Acção Social na articulação com outros actores sociais. É
neste contexto, que é criado o INAS através do decreto nº28/97, de 10 de Setembro, do
Conselho de Ministros, como uma instituição do Estado, dotada de personalidade jurídica
e autonomia administrativa, subordinada ao Ministério da Mulher e Coordenação da
Acção Social (MMCAS).

26
Capítulo IV – Especificação Da Aplicação Web Proposta

A aplicação proposta neste trabalho foi desenvolvida seguindo o modelo de


software denominado cascata. De acordo com Pressman (2011: 52), o processo de
software é definido como uma metodologia para as actividades, ações e tarefas
necessárias para desenvolver um software de alta qualidade. Segundo Sommerville
(2011: 42) define o modelo de processo de software como um conjunto de actividades
que leva à produção de um produto de software, essas actividades envolvem o
desenvolvimento de software propriamente dito, usando linguagens de programação.

4.1. Obtenção de Requisitos para a Aplicação


Os requisitos de um sistema são descrições dos serviços fornecidos pelo sistema
e as suas restrições operacionais, esses requisitos refletem as necessidades dos clientes de
um sistema que ajuda a resolver algum problema, Sommerville (2011:79).

A obtenção de requisitos é o processo que possui a função de reunir informações


sobre os requisitos de usuário e de sistema que a aplicação a ser desenvolvida deve
possuir. Estas informações devem ser obtidas através da interação com os clientes, que
pode ocorrer por meio de reuniões, entrevistas e observações. Os clientes podem ser
considerados os usuários finais do sistema, gerentes e outros envolvidos externos
Sommerville (2011:72, cit. Magalhães 2018:31).

A técnica utilizada para a obtenção de requisitos para a aplicação desenvolvida


neste trabalho incluiu reuniões formais e informais realizadas com trabalhadores de
algumas empresas como: SERNIC e PRM, e com algumas pessoas que demonstraram
interesse colaborar com os testes da aplicação.

4.1.1. Requisitos para implementação do protótipo


Uma das etapas mais importantes para colocar um sistema-web operacional e no
ar é a aquisição de um domínio e a hospedagem do site. O domínio é o endereço que as
pessoas digitam na barra de navegação para acessar o site, enquanto que a hospedagem é
o serviço que armazena o conteúdo do site em servidores, tornando-o acessível para quem
deseja visitá-lo.

27
4.1.1.1. Domínio
Segundo Lélio Schmidt apud Neves (2015):

Seria bastante difícil para o internauta conhecer e memorizar a sequência exata


de números correspondentes aos computadores que abrigam conteúdos de seu
interesse. Isto não seria prático, não favoreceria as buscas, nem contribuiria para
disseminar o uso da internet. Era necessário buscar uma outra plataforma, sem
renunciar à unicidade técnica exigida para a conexão à rede. Para obviar estas
dificuldades é que os nomes de domínio foram criados.

Na prática utilizam-se nomes como forma de simplificar e facilitar a memorização


de números, Para Monteiro (2005), quando um usuário digita um domínio no navegador
ou envia um email, a Internet precisa saber em quais servidores essas informações estão
armazenadas. Para isso, existem servidores cadastrados no DNS que relaciona o domínio
com um endereço físico dos servidores. Esse sistema funciona como um mapa que
direciona o usuário e os e-mails para seus servidores corretos.

Segundo Neves (2015), ao nome do domínio é dividido em três principais partes, o código
a direita é denominado TLD, que pode ser uma Gtld ou ccTLD separado por um ponto.
Na sequência, no campo mais à esquerda, há um nome ou um outro código à esquerda,
nos casos de gTLD há somente o nome e em alguns ccTLD há a categoria de domínio.

Figura 6 - Composição do nome de um domínio.

Fonte: Neves (2015: 40).

Segundo Monteiro (2005), O domínio funciona em qualquer lugar do mundo, permite


que pessoas de diferentes regiões geográficas acessem o site com facilidade, portanto, a
reserva de um domínio tem como principais objetivos:

28
• Proteger sua marca e seu nome/sobrenome na internet, identificar o endereço do
site e dos e-mails profissionais.
• Identificar o endereço do seu site. Quando um domínio é reservado, será o
endereço do seu site.
• Identificar o endereço dos seus e-mails profissionais, a base de um e-mail
profissional é seu domínio, isto é, um e-mail com o domínio de provedor de acesso
gratuito como (Google, Yahoo, Hotmail), passa a imagem genérica,
consequentemente mostrando o não profissionalismo.

4.1.1.2. Hospedagem
Segundo Sousa (2020), um servidor de hospedagem, em geral, é um computador
alocado em um data center, que fornece a serviço do armazenamento de sites. Data
centers 19 possuem toda a infraestrutura necessária para garantir que seu site fique sempre
disponível (apesar de que falhas podem dentar o serviço inoperante certas vezes). Esse
tipo do serviço, geralmente, é cobrado mensalmente, e os valores podem variar do acordo
com as empresas e com os requisitos do seu Website (se seu site receber muitos acessos,
você ira precisar de um servidor mais robusto).

Segundo Monteiro (2005), a reserva garante que o endereço de internet pertence


ao proprietário, enquanto a hospedagem é a área em um servidor na internet que contém
o conteúdo do site. Através do DNS, é possível relacionar o domínio reservado com o
conteúdo do site.

4.2. Projeto de Arquitetura da Aplicação


Nesta etapa foram decididas quais tecnologias seriam utilizadas para o
desenvolvimento da aplicação. Por se tratar de uma aplicação para dispositivos móveis,
foi escolhido o paradigma de desenvolvimento web, pois as linguagens de programação
da web (HTML, PHP, CSS, SQL) são mais populares e mais fáceis de programar do que
as linguagens nativas Perry, Eicher e Resende (2012:76, cit. Magalhães 2018:32).

Além disso, as aplicações web podem ser acessadas por qualquer dispositivo com
acesso à internet, independentemente de seu sistema operacional. Sendo assim, a
aplicação desenvolvida neste trabalho pode ser acessada em quaisquer dispositivos,
mesmo que sejam de tipos diferentes, como smartphones, tablets, notebooks,
computadores, ou qualquer outro tipo de dispositivo que possua navegador web, não
sendo necessária a instalação da aplicação em algum dispositivo.
29
Como linguagem de programação da aplicação que é executada no servidor, foi
escolhida a linguagem Php que é um framework de desenvolvimento web. Esta é uma
linguagem de programação de computadores interpretada, livre e muito utilizada para
gerar conteúdo dinâmico na w.w.w (World Wide Web), que tem por objectivo facilitar o
desenvolvimento de interfaces de aplicações. Esta decisão se baseou no fato de que o Php
ser uma linguagem de programação bastante popular, nos casos de criação de sites.

Para executar a aplicação, foi utilizado o servidor de aplicação Laragon Full


versão 6.0, que é um ambiente de desenvolvimento web que faz o oque outras ferramentas
como o XAMPP e o WAMPP fazem, só que melhor, por permitir instalar de uma vez só:
o Apache, PHP, PERL e o MySQL, isto tudo num único processo de instalação sem
complicações.

Como banco de dados, foi utilizado o PhpMyAdmin versão 6.0. O phpMyAdmin é


considerado o sistema de gerenciamento de banco de dados relacional de código aberto
mais avançado, pois possui o melhor desempenho em relação a outros sistemas de
gerenciamento de bancos de dados quando utilizado por aplicações de médio e grande
porte e que requerem o acesso a uma quantidade significativa de dados no menor tempo
possível.

4.3. Documentação dos Requisitos e Diagramas


4.3.1. Requisitos da solução
Com o objectivo de levantar os requisitos da aplicação web, foram efectuadas
entrevistas aos agentes da PRM, SERNIC e o DAFMVV do comando Provincial da
cidade de Nampula. Segue-se a baixo a lista dos requisitos necessários.

4.3.1.1. Sistema web de registro de desaparecidos


Requisitos de alto-nível:

• O sistema deverá permitir o registro de pessoas desaparecidas;


• O sistema deverá permitir a busca por pessoas desaparecidas;
• O sistema deverá exibir informações de pessoas desaparecidas;
• O sistema deverá permitir a edição de informações de pessoas desaparecidas;
• O sistema deverá permitir a exclusão de pessoas desaparecidas.

30
Requisitos funcionais:

• O sistema permitirá o registro de pessoas desaparecidas, incluindo informações


como nome (nome de pai e mãe), foto, características físicas e informações sobre
desaparecimento;
• O sistema permitirá a edição das informações de uma pessoa no banco de dados;
• O sistema permitirá a exclusão do registro de uma pessoa no banco de dados;
• O sistema permitirá o login somente pelo administrador.

Requisitos não-funcionais:

• O sistema deve estar online e disponível para uso 24 horas por dia;
• O sistema deve estar disponível para todos que procuram pelos seus familiares
desaparecidos;
• O sistema não deve permitir que os usuários adicionem desaparecidos.

4.3.1.2. Sistema web de busca de desaparecidos


Requisitos de alto-nível:

• O aplicativo devera buscar pessoas desaparecidas cadastradas no banco de dados.

Requisitos funcionais:

• O aplicativo exibirá todas as informações sobre a pessoa buscada em uma tela;


• O aplicativo permitirá buscar uma pessoa no banco de dados de acordo com seu
nome;

Requisitos não-funcionais:

• O aplicativo deverá ser compatível em todos dispositivos móveis com sistema


operacional.

4.3.2. Diagramas UML


Para melhor comunicação e execução no processo de desenvolvimento de
software do presente projeto, foram desenvolvidos os diagramas UML (Unified Modeling
Language) que foram considerados necessários.

31
4.3.2.1. Diagrama de contexto
O diagrama de contexto detalha como funciona a interação entre a aplicação web
busca de desaparecidos, o sistema web de registro de desaparecidos e seus usuários, a
abaixo o encontrasse diagrama de contexto do projeto:

Figura 7 - Diagrama de contexto da aplicação web.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

4.3.2.2. Diagrama de casos de uso


Segundo Pressman (2011:731), estes tipos de diagrama ajudam a determinar a
funcionalidade e as caraterísticas do software sob o ponto de vista do usuário. O diagrama
de casos de uso detalhado abaixo tem como objetivo descrever as funcionalidades
desenvolvidas, quem ira fazer uso delas e suas relações dentro do sistema. Na figura xx,
segue o diagrama para a aplicação web de busca de desaparecidos:

Figura 8 - Diagrama de casos de uso de busca de desaparecidos.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Segue abaixo o diagrama de casos de uso para a aplicação web registro de desaparecidos:

32
Figura 9 - Diagrama de caso de uso de registro de desaparecidos.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

4.3.2.3. Diagrama de classes


Para Nunes e O’Neill (2011: 35), o diagrama de classes é uma descrição formal
da estrutura de objetos num sistema. Para cada objeto descreve a sua identidade, os seus
relacionamentos com os outros objetos, os seus atributos e as suas operações. O diagrama
de classes detalha como será representado em classes, de maneira conceitual, o domínio
da aplicação. Segue abaixo o diagrama (figura xx) de classes modelado para o
desenvolvimento do aplicativo web.

Figura 10 - Diagrama de classes.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

4.3.2.4. Diagrama de sequência


Os diagramas de sequência ilustram interações entre objetos num determinado
período de tempo, em particular, esses objetos são representados por “linhas de vida” e
interagem por troca de mensagens ao longo de um determinado período (Silva e Videira,
2001:126). No caso do presente trabalho, é detalhado abaixo o diagrama de sequência do
fluxo de comunicação entre o aplicativo de busca de desaparecidos com o sistema web

33
registro de desaparecidos para a funcionalidade de busca e exibição de informações de
desaparecidos pelo aplicativo:

Figura 11 - Diagrama de sequência.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

4.4. Aplicação Web Proposta


Aplicação desenvolvida neste trabalho, denominada X, é uma aplicação web
voltada para o poder publico, que pode ser acessada inclusive por dispositivos moveis,
onde as pessoas podem usar seus celulares ou smartphones, para procurar e/ou buscar
seus familiares desaparecidos na cidade de Nampula. Conforme definido pelo requisito
não funcional, a aplicação X, foi projetada para possuir um design simples e fácil de
utilizar, facilitando assim a utilização da aplicação por aqueles que buscam por seus
familiares desaparecidos.

A aplicação exibe textos com fontes de tamanho grande para facilitar a leitura e
os botões possuem tamanho adaptado para telas de dispositivos móveis, a aplicação X
possui duas áreas principais ou interfaces: a do usuário e a do administrador. De acordo
com as técnicas e tecnologias descritas no tópico anterior, foram implementados o sistema
web registro de desaparecidos e a aplicação web busca de desaparecidos com objetivo de
suprir os requisitos listados nos itens 4.3.2.1 e 4.3.2.2.

34
Capítulo V – Apresentação dos Resultados

5.1. Apresentação das Entrevistas Submetidas aos Agentes e Munícipes


A seguir serão apresentados os resultados das entrevistas feitas aos agentes da
PRM, SERNIC e alguns munícipes da Cidade de Nampula, e serão expostas imagens da
aplicação, na área do administrador, usuários e as funcionalidades da aplicação de web
para pessoas desaparecidas.

De acordo com as entrevistas realizadas na 1 Esquadra da Cidade de Nampula foi possível


constatar:

• A divulgação de casos de pessoas desaparecidas é feita na radio;


• O registro de casos de desaparecimentos é feito de forma tradicional (papel e
caneta;
• As crianças que são entregues a esquadra são encaminhadas ao INAS;
• Não existe de momento um site para busca e divulgação de casos de
desaparecimentos;
• A esquadra não possui um registro de ocorrência universal para os casos de
notificação de desaparecimento;
• Sim, os agentes são a favor da criação de um site para pessoas desaparecidas;
• Sim, com a criação da aplicação web vai reduzir o tempo de resposta;
• A instituição que devia estar sob tutela do site é a PRM.

De acordo com as entrevistas feitas aos munícipes da Cidade de Nampula foi possível
obter as seguintes respostas:

• Sim, os munícipes são a favor da criação de um site para as pessoas desaparecidas


na cidade de Nampula;
• Acham uma boa ideia o desenvolvimento de uma aplicação web para os casos de
desaparecimentos na Cidade;
• Sim, a aplicação ira contribuir na redução dos casos de desaparecimentos;
• A instituição que deveria estar sob tutela do site é a PRM.

Foi possível notar que através das entrevistas feitas aos munícipes e agentes da PRM que:

• A cidade de Nampula não possui um site para as desaparecidas;

35
• A PRM deve estar sob tutela do site de desaparecidos;
• E todos são a favor da criação da aplicação web para pessoas desaparecidas.

5.2. Ilustração do Protótipo Proposto


Figura 12 - Menu de opções do site de perdidos e achados contendo as opções das paginais disponíveis no
site.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Figure 13 - Página inicial do site de pessoas perdidas e achadas na Cidade de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Figura 14 - Informações sobre o site de perdidos e achados na Cidade de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

36
Figura 15 - Colaboradores do site de perdidos e achados na Cidade de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Figura 16 - Contacto e localização da instituição responsável pelo site de perdidos e achados na Cidade
de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Figura 17 - Página de usuários para visualizar pessoas desaparecidas na Cidade de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

37
Figura 18 - Informações das pessoas desaparecidas na Cidade de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Figura 19 - Página de usuários para visualizar pessoas encontradas na Cidade de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Figura 20 - Barra de pesquisa de perdidos e achados da Cidade de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Figura 21 - Login do administrador do site de perdidos e achados na Cidade de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

38
Figura 22 - Menu de opções do administrador do site de perdidos e achados e quadro de registro de
pessoas encontradas e perdidas.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Figura 23 - Formulário de registro de informações de desparecido.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

Figure 24 - Pagina do administrador das pessoas desaparecidas na Cidade de Nampula.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).

39
As imagens acima mostram algumas partes do site para pessoas desaparecidas na
Cidade de Nampula, o site é composto por duas partes, nomeadamente a parte do
administrador que pode ser acessada através do servidor local que é constituído pelas
figuras 21 a 24, e a parte dos usuários que também pode ser acessada através do servidor
local do site para pessoas desaparecidas na Cidade de Nampula que é representado pelas
figuras 12 a 20.

Com o objetivo de registrar pessoas desaparecidas no banco de dados, foi utilizado


um formulário com campos para todas as suas características físicas, nomes (próprio, pai
e mãe) e detalhes para serem exibidos, como mostra a figura 23. Para a exibição dos
desaparecidos registrados, o sistema utiliza uma listagem de todas as pessoas
desaparecidas cadastradas por ordem de data de registro no banco de dados. Para cada um
dos desaparecidos registrados, o sistema fornece a opção de exibir todas as suas
informações cadastradas no banco de dados.

Além das funcionalidades mencionadas anteriormente, o sistema também oferece


a possibilidade de busca por desaparecidos cadastrados no banco de dados.

40
Capítulo IV – Conclusões

O aumento da popularidade da tecnologia, em especial dos dispositivos móveis,


fez surgir novas oportunidades para a utilização de tais dispositivos em todas as áreas,
inclusive em casos de pessoas desaparecidas. Por esse motivo, faz-se necessário o
desenvolvimento de ferramentas que ajudem na procura de tais pessoas.

O principal objectivo deste trabalho foi o desenvolvimento de uma solução


tecnológica que acreditasse ser capaz de apoiar os processos de busca de desaparecidos
executados pela Polícia da República de Moçambique na Cidade de Nampula. Neste
contexto, além de agilizar e automatizar os processos supracitados, espera-se que a
solução desenvolvida aproxime a população para colaborar com a identificação e
fornecimento de informação de pessoas desaparecidas, colocando em prática os conceitos
da implementação da democracia eletrônica citada pelo autor. Espera-se, portanto, que
este trabalho divulgue os benefícios da utilização da tecnologia na procura de pessoas
desaparecidas e que os agentes da PRM e SERNIC atentem para as vantagens da
utilização da tecnologia como recurso para auxiliar no processo de procura de pessoas
desaparecidas.

Para as 3 hipóteses impostas no trabalho tem-se os seguintes resultados: para a


primeira hipótese (hipótese 0), que diz que a criação da aplicação web vai reduzir o
numero de pessoas desaparecidas pelas autoridades na Cidade de Nampula, foi aceite,
através da coleta de dados realizada nos diferentes locais e pelas entrevistas feitas, a
segunda hipótese (hipótese 1), que diz que a criação da aplicação web não vai reduzir o
numero de pessoas desaparecidas pelas autoridades na Cidade de Nampula, foi refutada,
através das entrevistas feitas pelo pesquisador e a terceira e ultima hipótese (hipótese 2),
que diz que o site de pessoas desaparecidas aumentara a conscientização da população
sobre o problema do desaparecimento de pessoas, foi aceite, atreves das entrevistas feitas.

41
Referências Bibliográficas

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42
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Violencia, D. d. (2021). Relatorio das Actividades Realizadas Durante o ano de 2021.


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Violencia, D. d. (2022). Relatorio das Actividades Realizadas Durante o ano de 2022.


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Xexeo, G. (2007). Modelagem de Sistemas de Informacao. Brasil: MS.

Consultas Electrónicas
https://www.w3.org/standards/webdesign/htmlcss

https://www.hostinger.com.br/tutoriais

https://www.pmaputo.gov.mz/por/Informacao/Informacoes-por-Sector/Delegacao-
Provincial-do-Instituto-Nacional-de-Accao-Social

https://www.sernic.gov.mz/

43
Apêndices

44
Apêndice A: Guião de entrevista destinado aos agentes da 1ª Esquadra da cidade de
Nampula, Serviço Nacional de Investigação Criminal e Departamento de Atendimento a
Famílias e Menores Vitimas de Violência do Comando Provincial da PRM - Nampula

GUIAO DE ENTRVISTA PARA AGENTES DA PRM

Aspectos gerais

1. O que entende por uma pessoa desaparecida?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

2. Para se quais são os motivos que levam ao desaparecimento de uma pessoa?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

3. De que maneira é feita actualmente a divulgação de que uma pessoa esta


desaparecida?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

Aspectos específicos

1. O que acha sobre a criação de um site para pessoas desaparecidas na cidade de


Nampula?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

2. É a favor da criação de um site para pessoas desaparecidas na cidade de Nampula?

Sim ( ) Não ( ) Talvez ( )

45
3. Acha que com a criação o site e/ou aplicação web as autoridades irão reduzir o
tempo de resposta de uma pessoa desaparecida ate ser encontrada?
Sim ( ) Não ( ) Talvez ( )

3.1.Se sim ou talvez, como acha que iria contribuir na redução de tempo de resposta
ate que a pessoa seja encontrada?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

3.2.Se não, porque que acha que com a criação do site e/ou aplicação web as
autoridades não irão reduzir o tempo de resposta ate que o desaparecido seja
encontrado?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

4. De que maneira é feita o levantamento de dados de uma pessoa desaparecida?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

5. O que acha sobre as informações (dados) de pessoas desaparecidas estarem num


Site/ e ou aplicação web?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6. Quais são as informações que fazem parte do registro de ocorrência na


caracterização e/ou descrição da pessoa desaparecida?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

46
7. Para se qual das instituições abaixo deveria estar sob a tutela da aplicação web
proposta e porque?
SERNIC ( ) INAS ( ) PRM ( )
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________.

47
Apêndice B: Guião de entrevista destinado aos residentes da cidade de Nampula.

GUIAO DE ENTREVISTA PARA RESIDENTES DA CIDADE DE NAMPULA

Aspectos gerais

1. Fale sobre oque entende sobre pessoa desaparecida.

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________.

2. Para se quais são os motivos que levam ao desaparecimento de uma pessoa?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

Aspectos específicos

1. O que acha sobre a criação de um site para pessoas desaparecidas na cidade de


Nampula?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

2. É a favor da criação de um site para pessoas desaparecidas na cidade de Nampula?

Sim ( ) Não ( ) Talvez ( )

3. Acha que com a criação o site e/ou aplicação web as autoridades irão reduzir o
tempo de resposta de uma pessoa desaparecida ate ser encontrada?
Sim ( ) Não ( ) Talvez ( )

3.1.Se sim ou talvez, como acha que iria contribuir na redução de tempo de resposta
ate que a pessoa seja encontrada?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.
48
3.2.Se não, porque que acha que com a criação do site e/ou aplicação web as
autoridades não irão reduzir o tempo de resposta ate que o desaparecido seja
encontrado?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________.

4. O que acha sobre as informações (dados) de pessoas desaparecidas estarem num


Site/ e ou aplicação web?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5. Para se qual das instituições abaixo deveria estar sob a tutela da aplicação web
proposta e porque?
SERNIC ( ) INAS ( ) PRM ( )

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

49
Anexos

50
Anexo A: Autorização do pedido de recolha de dados ao Serviço Nacional de
Investigação Criminal de Nampula nos departamentos de RPCI e REPAE da instituição.

51
Anexo B: Transcrição de despacho do Comando Provincial da PRM em Nampula para o
Departamento de Atendimento a Família e Menor Vitimas de Violência, com objetivo de
recolha de dados no departamento da instituição acima supracitada.

52
Anexo C: Transcrição de despacho do Comando Distrital da PRM em Nampula para o
Gabinete do Exmo. CDTE da 1ª Esquadra da PRM - Nampula, com objetivo de recolha
informações na 1ª Esquadra.

53

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