Érica Kaylane

Biomedicina
FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO

➔ Mucosa: epitélios absortivos, lâmina própria, camada

fina de músculo liso (movimenta as dobras, que não são
estáticas;
➔ Submucosa: vascularizada e possui glândulas de
secreção);
➔ Musculatura externa: diretamente relacionada com a
motilidade, é subdividida em circular (formam um
arcabouço) e longitudinal;
➔ Serosa: composta de tecido conjuntivo (fibroso), dá
sustentação.
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO

ORGANIZAÇÃO DO TGI
➔ É uma rede de neurônios desenvolvida dentro das
paredes do TGI. “cérebro do TGI”;
➔ Principal função: obter nutrientes (absorção,
➔ Todos os seus componentes estão no trato;
armazenamento e transporte):
➔ Os neurônios se comunicam por uma rede de fibras
◆ Macronutrientes: São aqueles que precisam ser
(axônios e dendritos);
ingeridos em grandes quantidades, como
➔ Possui 2 plexos (2 camadas que vão do esôfago até o
carboidratos, proteínas, lipídios, H2O, fibras.
reto);
◆ Micronutrientes: São encontrados em pequenas
◆ Plexo submucoso (Meissner): neurônios entre a
quantidades, como sais minerais (Na+, K +, Cl-,
camada submucosa e a musculatura central
Mg2+, Ca2+, etc) e vitaminas (A, B,C, D, E).
(secreção), controla a secreção gastrointestinal e
➔ Processos para a obtenção dos nutrientes:
o fluxo sanguíneo local;
1. Movimentação do alimento pelo trato
◆ Plexo mioentérico (Auerbach): neurônios entre as
(MOTILIDADE) - conduzir, misturar e
células musculares (circular e longitudinal),
fragmentar;
controla quase todos os movimentos
2. Secreção de soluções digestivas (regulação,
gastrointestinais.
proteção e digestão);
➔ Estímulo -> Neurônio aferente -> Ativação de
3. Digestão dos alimentos (quebrar nutrientes
interneurônios -> Neurônio eferente -> Modificação
nos seus menores componentes);
do funcionamento dos órgãos.
4. Absorção de água, eletrólitos, vitaminas
➔ Apesar da SNE, o trato ainda recebe muita influência
(passar os nutrientes da luz do tubo para o
do SNC;
meio interno - mucosas e circulação);
➔ Classificação dos neurônios: motor, sensorial e
5. Circulação de sangue para transporte das
interneurônio;
substâncias absorvidas;
➔ Tudo é completamente involuntário;
6. Controle de todas essas funções pelo Sistema
➔ Atuação excitatória:
Nervoso e hormônios locais.
◆ libera substância para excitar(secreção,
➔ Composição básica do trato:
motilidade), ex: Acetilcolina (Ach), substância P
(peptídeo);
➔ Atuação inibitória:
◆ libera substância para inibir, ex: óxido nítrico
(neurotransmissor), peptídeo vasoativo intestinal
(VIP), ATP;
➔ As fibras do SNAP e SNAS se conectam com os
neurônios do SNE.
➔ Inervação Parassimpática:
◆ Fibras pré-ganglionares que saem da região
craniana e da região sacral (crânio-caudal);
◆ 70% do TGI é inervado pelo nervo vago, o resto é
pélvico;
◆ Ativação a resposta integrativa à refeição.
➔ Inervação Simpática:
◆ As fibras saem da medula entre as regiões
torácicas e lombares (tóraco-lombar) e inervam
todo o TGI;
◆ Os vasos sanguíneos do TGI são inervados pelo
SNAS e os músculos também;
◆ Inibição do músculo liso e contração dos
esfíncteres.
➔ O SNAP costuma ter ação estimulatória sobre as
funções do trato, enquanto o SNAS é inibitório.
➔ Por que não se pode comer e fazer exercício? Durante
a prática de exercício físico o SNAS está ativado,
inibindo a ação dos neurônios entéricos, assim a
digestão não é realizada.
➔ Célula muscular lisa:
◆ Diferente da estriada, que se organiza em
sarcômeros e se contraem para o mesmo lado, a
musculatura lisa se contrai para todos os lados;
◆ Corpos densos: onde se encontram os filamentos
protéicos (actina e miosina). O filamento fino se
ancora no corpo denso e o filamento grosso fica no
meio;
◆ Geralmente a musculatura lisa está presente em
órgãos ocos, pois eles precisam contrair muito
(útero, estômago, vesícula biliar);
◆ Os músculos lisos podem se comunicar de forma
multiunitária, onde são estimulados individualmente
e este isolamento elétrico permite um controle
motor mais fino (é mais desorganizada) ou de forma
unitária, onde as células se comunicam entre si
(junções comunicantes), assim, o estímulo é
coordenado (isso é importante para gerar
transporte). A segunda forma constitui a maior
parte do TGI.
◆ Contração do músculo liso: uma substância que se
liga ao receptor, estimula uma maior concentração
2+
de Ca (contrai). FOSFOLIPASE C
◆ As células musculares lisas nunca ficam
completamente em repouso, oscilam entre
polarização e despolarização.
● Geram uma onda mais lenta que o potencial de
ação do músculo cardíaco (tem cerca de 5s);
● A frequência das ondas muda de acordo com o
local, podendo estar entre 3 e 12 por minuto
(3-estômago e 12-duodeno)
● Entrada de cálcio: despolarização; Saída de
potássio: repolarização.
● Não se encaixa como potencial de ação pois sua
resposta é muito lenta, mas ainda assim pode
gerar contração, dependendo da entrada
efetiva de cálcio (quando atinge o limiar
contrátil.
● O potencial ocorre na crista da onda e para
isso acontecer é preciso atingir outro limiar, o
elétrico (tamanho da onda). Quando há
potencial de ação a contração é maior e quanto
maior a frequência dos potenciais maior a
contração.
● O SNAP estimula a despolarização e o SNAS
a repolarização.
◆ Tipos de contração:
● Fásica: contração do músculo seguida de
relaxamento rápido.
● Tônica: o músculo contrai e permanece
contraído (esfíncteres)
◆ As contrações fásicas e tônicas são responsáveis
pela mistura, peristalse e armazenamento
(motilidade).
◆ Diferenças entre os potenciais de ação do músculo
liso gastrointestinal e das fibras nervosas:
enquanto os PA nas fibras nervosas são gerados
pelo rápido influxo de sódio para o interior da
célula nervosa, no MGLI ocorre pelo fluxo de
cálcio para dentro da célula junto de uma
quantidade menor de íons de sódio. (os músculos
estriados conseguem armazenar muito mais cálcio
que o liso, por isso sua entrada gera a contração).
➔ Células intersticiais de Cajal (ICC):
◆ É individualizada, pois tem características de
neurônios e outras células);
◆ Geram a contração (dão início a onda, *não se sabe
ao certo se isso é verdade*) e se comunicam com
as células vizinhas;
◆ Atuam como marca-passos elétricos do músculo
liso.
◆ A principal diferença do estímulo elétrico das
células de Cajal: tem maior frequência no intestino
delgado e menor no estômago (no intestino grosso
 é intermediário). O estímulo elétrico passa do
estômago para o duodeno e não volta.
● O estômago tem função de armazenamento,
por isso contrai menos;
● O intestino delgado tem secreção, absorção e
digestão, por isso precisa de muita contração;
● No cólon (intestino grosso) praticamente nada
acontece, por isso a contração reduz.
➔ Movimento de mistura: secreções, contato da parede.
Esse movimento é disparado pela chegada do bolo
alimentar ao local (contato com a mucosa).
◆ Estende o músculo, altera pH e concentração, gera
reflexo local, causando a mistura, contração fásica.
◆ O bolo alimentar chega a determinado lugar, que
contrai separando-o e as novas áreas de contato
fazem o mesmo, essa sequência faz a mistura.
➔ Movimento Peristáltico: não serve para mistura e sim
transporte. Precisa de um gradiente de pressão que é
criado pelo movimento, distorção da mucosa.
◆ Região oral: maior pressão; contração do
músculo circular; ativação de neurônio
excitatório e inibição do inibitório; relaxamento
da musculatura longitudinal.
◆ Região Caudal: menor pressão; inibe neurônios
excitatórios; ativa neurônios inibitórios; contrai
os músculos longitudinais; relaxa a musculatura
circular.
◆ Diferente da mistura, esse movimento é
propagado. Cada região se comporta diferente
porque os impulsos elétricos são isolados pelos
esfíncteres. O trânsito tem apenas uma
direção, pois a outra é inibida.
DEGLUTIÇÃO
➔ É o primeiro passo referente a digestão e tem início
antes mesmo do alimento chegar a nossa boca.
➔ Fase cefálica (início): preparação para receber o
alimento -> estímulos sensoriais -> ↑ fluxo
parassimpático -> Salivação e secreções gástricas e
pancreáticas.
➔ Fase oral: cefálica + estímulos (mecânicos ou
químicos).
➔ Salivação:
◆ glândula parótida: secreção serosa, amilase salivar
(início da digestão dos carboidratos) e hidrólise do
amido.
◆ glândula submandibular: secreção mista;
◆ glândula sublingual: secreção mucosa (mucina,
ajuda a umidificar o alimento).
◆ importância da saliva: umidificação, digestão,
higiene oral (lavar, enzimas, anticorpos).
◆ Regulação nervosa: estímulo parassimpático
➔ Mastigação:
◆ Centros do paladar -> movimentos mastigatórios
(dentes incisivos e molares, que cortam e trituram
os alimentos, e músculos);
◆ Importância da mastigação: expor o alimento;
prevenir as escoriações do TGI; facilitar
transporte do alimento.
➔ Deglutição:
◆ Regulação da deglutição:
◆ Fase voluntária: mastigação (as outras fases são
reflexos);
◆ Fase faríngea: fechamento das cordas vocais, da
epiglote, revestimento da faringe e abertura do
esfíncter esofágico superior - EES (inibição da
respiração).
● Após a passagem do bolo alimentar, abrem-se
as cordas vocais, a epiglote e o esfíncter relaxa
(reinicia a respiração).
◆ Fase esofágica:
● Musculatura: parte superior é estriada (SNC-
nervo vago) e a inferior é lisa (nervo vago ou
neurônios entéricos).
● Esfíncter esofágico inferior (EEI):
anatomicamente não existe, mas sim
fisiologicamente. Passa a maior parte do tempo
contraído e se abre apenas para a passagem do
BA.
● Motilidade: tem regulação neural e se divide em
peristaltismo primário (primeira onda, nervo
vago - SNC, não passa tudo de uma vez - fica
alimento no esôfago e dá início a segunda onda)
e secundário (gerado pelo SNE - local, tira o
resto do alimento do esôfago, é imperceptível).
◆ Perfil da pressão intraesofágica: o esôfago cruza a
caixa torácica e tem pressão subatmosférica.
Assim, a pressão do estômago é maior que a do
esôfago, fazendo com que a tendência seja que
 passe do estômago para o esôfago. No entanto,
isso não ocorre devido ao esfíncter que gera uma
pressão maior que a gástrica entre o estômago e o
esôfago.
● O refluxo é causado por falhas desse esfíncter
e quando é muito constante se trata com
medicamentos que reduzem a acidez ou a
quantidade de ácido do estômago.
● A diminuição do tônus do EES durante a
deglutição ocorre pela variação de pressão.
● O EEI fica no local onde o esôfago cruza o
diafragma (hiato do diafragma - ◆ Bomba antral:
aproximadamente 30 mmHg). O acúmulo de
gases no estômago estimula a abertura dele,
causando o arroto (o gás é mais leve e mais
fácil de passar que o BA. A ação do vago aqui é
inibitória (exceção). A pressão esofágica é
menor durante a respiração, aumentando a
chance de refluxo, mas o diafragma contrai
gerando mais pressão e mantendo o esfíncter
fechado, impedindo-o.
MOTILIDADE GÁSTRICA
➔ Além das células musculares circulares e longitudinais,
possui também a oblíqua.
➔ Anatomicamente: fundo, corpo e antro do estômago
(tem motilidade diferente em cada uma delas).
Esfíncteres cárdico e pilórico.
➔ Fisiologicamente: armazenamento (fundo e maior parte
do corpo) e bomba - esvaziamento (pequena parte do
corpo e antro).
➔ Quem determina o ritmo de contração do estômago e
do intestino são as células de Cajal. A zona
marca-passo fica entre o fundo e o corpo, pois tem a
maior frequência. No fundo quase não tem onda lenta.
O antro é o que tem mais ondas lentas, gerando
potenciais de ação (a região pilórica permanece
despolarizada).
➔ Período interdigestivo: origem elétrica;
➔ Período digestivo:
◆ Fase de recepção: aumenta a capacidade de
armazenamento (relaxamento do fluxo capilar na
área do fundo).
1) Receptivo: sequência da deglutição, fibras
vagais inibitórias.
2) Adaptativo: chegada do alimento no estômago
ativa os mecanorreceptores das paredes,
estimulando o estiramento.
3) Relaxamento por feedback: chegada do
alimento no duodeno estimulam o centro vagal,
que libera CCK (colecistocinina), relaxando a
musculatura.
OBS: o fundo estômago não mistura nada, pois ela só
começa no corpo.
◆ Fase de transporte: contrações tônicas e ondas
peristálticas no corpo gástrico.
1) Propulsão: fluxo rápido de líquidos e partículas;
2) Esvaziamento:
● controle neuro-hormonal; pode causar alteração
de pH e osmolaridade, concentração de
moléculas. A substância S no epitélio da mucosa
duodenal e libera secretina (age no pilórico-
contração) ao perceber a presença de ácido, já
que ela também atua no pâncreas estimulando a
secreção de bicarbonato. A célula G (gastrina) é
ativada pela chegada de proteína, atua nas
células parietais estimulando a secreção de
pepsina e ácido, e também mantém o esfíncter
contraído porque a proteína é mais difícil de
digerir. Células I e K são ativadas pela gordura,
liberando CCK (gera contração do pilórico e
relaxamento do resto do estômago; são
secretadas com a introdução de ácido clorídrico,
aminoácidos ou ácidos graxos no estômago ou
duodeno, além de estimular a contração da
vesícula biliar) e GIP (peptídeo insulinotropico
glicose dependente, atuam diminuindo a secreção
gástrica, estimuando a liberação de insulina, ação
lipogênica e fechamento do piloro),
respectivamente. Outro hormônio
gastrointestinal importante é o GLP-1 (peptídeo
semelhante ao glucagon) que é produzido no íleo
e no cólon, liberado pela presença de nutrientes
no íleo e atuam retardando o esvaziamento
gástrico, aumentando a sensibilidade dos
receptores à insulina e estimulando sua secreção,
diminuindo secreção de glucagon , aumentando a
proliferação de células beta-pancreáticas e
diminuindo a fome. A grelina regula o
apetite*(dá fome). A somatostatina age
diminuindo a liberação do ácido gástrico. A
 motilina é liberada para produzir os movimentos
que levam o alimento da boca ao ânus. SECREÇÃO GÁSTRICA
3) Retropropulsão
◆ Atividade pilórica: reflexos antrais e duodenais. A ➔ Tipos celulares gástricos:
chegada do alimento no duodeno gera reflexo ◆ Glândulas pilórica e oxíntica (produz ácido).
inibitório e, consequentemente, contração da ◆ Estão localizadas na parte mais superior e podem
região pilórica. ser endócrinas (células D - estão em ambas as
glândulas e secretam somatostatina e G - apenas
MOTILIDADE DO INTESTINO DELGADO na pilórica e secreta gastrina).
◆ Células mucosas: produzem muco (gelatinoso, se
➔ Movimentos de mistura e propulsão. A frequência é adere à superfície - barreira física e química,
mais rápida. secretam bicarbonato - para proteger a pepsina,
➔ Motilidade de jejum: O complexo migratório por ex.) no estômago para proteger do ácido.
mioentèrico faz uma contração intensa do estômago ao Podem estar mais próximas do lúmen do estômago
intestino grosso, tem frequência lenta e serve para ou mais internas.
limpeza do TGI, retirando o resto do alimento. OBS: A acetilcolina e as prostaglandinas são
citoprotetoras e estimulam a produção do muco e do
SECREÇÃO SALIVAR bicarbonato.
➔ Interações das secreções gástricas: O ácido gástrico
➔ As glândulas salivares são tubuloacinosas. converte pepsinogênio (pré-enzima) em pepsina
➔ Produção diária de saliva: 1,0-1,5L (80 a 90% é (enzima).
durante a alimentação, a menor parte ocorre durante o ➔ Regulação da secreção gástrica:
sono).
➔ Células acinares: onde se concentra a secreção
proteica da saliva (pode ser mucosa - mucina ou
serosa - parótida). As glândulas liberam saliva quando
estimadas pelo SNA. Na membrana basolateral das
células acinares existem transportadores
+ + -
Na -K -2Cl onde a energia do sódio leva os 3 para
◆ O estímulo parassimpático sobre a célula G atua
dentro, mas não pode ocorrer uma grande
na célula parietal, que secreta ácido, leva a
concentração então o potássio sai por canais, sódio sai
conversão do pepsinogênio, estimulado pelo
pelas ATPases (e também vai para o lúmen) e cloro vai
simpático.
para o lúmen (membrana apical. O epitélio é
◆ A secreção ácida quando produzida é de pH 0,8,
impermeável à água, dando uma maior osmolaridade.
mas não permanece tão baixo pois se mistura com
➔ Composição proteica da saliva: enzimas (𝛂-amilases,
água, alimento, etc.
lipase, ribonuclease) e antimicrobianos
➔ Mecanismos de secreção de HCl-:
(lactoperoxidase, lactoferrina, lisozima, IgA receptor -
◆ O K+ é o primeiro íon atraído pelo Cl-, entra pela
secretório).
bomba Na+-K+ que está sempre na membrana
➔ O SNAS e SNAP influenciam na produção da saliva:
basolateral.
deixando-a grossa e fluida (a concentração de cálcio
◆ O K+ vai para fora da célula e entra de novo,
também), respectivamente.
trocando com o H+ e formando o HCl-. (H+-K+
➔ Reflexos: incondicionado-> ao perceber o alimento já
ATPase - bomba de prótons).
se inicia a secreção salivar e condicionado -> é
◆ A concentração de H+ na célula se mantém sempre
necessário o contato com o alimento para se salivar.
baixa.
OBS: Sialorréia -> salivação excessiva; Xerostomia ->
◆ O Cl- vem de um transportador Cl-HCO3- na
falta de salivação. Essas alterações podem se dar por
membrana basolateral.
patologias, mas a principal causa é o uso de alguns
medicamentos.
 OBS: o efeito do omeprazol e outros medicamentos que
reduzem a produção de ácido é duradouro, pois ele se
liga às bombas de prótons de maneira irreversível, então
para produzir mais ácido é necessário criar outras
bombas.
+
◆ Quanto mais potássio entra, mais H sai para
formar o ácido.
◆ O estômago pode inibir ou estimular a produção do
ácido que é produzido e secretado antes mesmo do
alimento chegar ao estômago.
◆ Para que ocorra a potencialização tem que ter
atuação das 3 substâncias, elas não competem
entre si pois cada uma tem um receptor.
● A queda do pH ácido inibe a gastrina.
● ECL produz histamina (principal estimulador
para liberação do ácido) estimulada por
colinérgicos.
● Inibição do ácido por somatostatina:
diretamente na célula parietal (produção);
indiretamente atuando de forma parácrina
inibindo a produção de gastrina pela célula G.
➔ Fator intrínseco da célula parietal: é a única função
vital do estômago.
◆ Não está relacionado com a produção do ácido;
◆ Só se absorve vitamina B12 por ele (diretamente),
está ligada à produção de hemácias. Essa vitamina
não pode ficar livre no estômago, então se liga a
um peptídeo produzido pelas glândulas salivares
(fator R);
◆ O fator intrínseco se liga à vitamina com o fator R,
formando um complexo entre os 3 para que ela
possa chegar ao duodeno.
OBS: as outras funções do estômago podem ser
desempenhadas em outros locais. Caso se tire o
estômago, pode-se desenvolver anemia megaloblástica
pela escassez da vitamina B12, devido a falta do fator
intrínseco, então é preciso injetar diretamente no
sangue para repor.
SECREÇÃO PANCREÁTICA
➔ Cabeça e processo uncinado, colo, corpo e cauda
◆ ducto pancreático (comum a todo mundo) e
acessório (algumas pessoas tem e outras não).
◆ esfíncter de Oddi
◆ histologia parecida com outras glândulas: células
acinares (como as salivares), produção e secreção
alcalina (bicarbonato de sódio).
◆ inervado pelo SNA (vago): Ach participando do
processo, quase nada de secreção simpática
(apenas parassimpática).
➔ Secreção endócrina: insulina, glucagon e
somatostatina (produzidas pelas ilhotas).
➔ Secreção exócrina: componente aquoso e enzimático.
➔ Fases de secreção proteica:
◆ Fase cefálica (25%) e gástrica (10-20%):
estímulos sensoriais quando o alimento chega ao
estômago.
◆ Fase intestinal (50-80%): meio básico, chega
gordura e proteína junto ao ácido, são necessárias
enzimas para realizar a digestão.
● Exócrina: parte acinal da glândula ->
proenzimas e enzimas; parte condutória ->
água e eletrólitos.
➔ CFTR: proteína transmembrana da fibrose cística
(pessoas que têm a doença não tem esse canal). Sem
esse canal não tem H2O na produção de muco, fazendo
com que ele seja espesso.
➔ Enquanto as glândulas salivares são impermeáveis a
H2O, nas pancreáticas quanto mais bicarbonato, mais
água entra (a produção de bicarbonato é maior no
pâncreas (alcalino).
➔ Enzimas pancreáticas: protease (90%), amilase (7%),
lipase e tripsina (3%). A tripsina converte muitas
proenzimas em enzimas.
OBS: a secretina atua no pâncreas fazendo com que ele
libere bicarbonato.
SECREÇÃO BILIAR
➔ A drenagem ocorre pelos ductos hepáticos direito e
esquerdo.
➔ Histologia: vários lóbulos, hepatócitos (células
hepáticas, um lado se comunica com vasos sanguíneos
e o outro com canalículos biliares).
➔ Bile: composta por moléculas hidrofóbicas e lipídicas
(sais biliares (50%), fosfolipídios (40%), colesterol
(4%), bilerrubina (2%, está relacionada com a
coloração que não é verde e sim amarelo ouro) e
outros (4%, sais, proteínas, etc).
➔ Síntese de ácidos biliares:
◆ O fígado converte o colesterol (origem dos sais)
em ácidos biliares primários (sais).
◆ Sal biliar: tem como objetivo emulsificar a gordura
(não faz a digestão, apenas transforma a gordura
em partículas pequenas dando mais chances para o
 organismo conseguir digeri-las, age de forma
semelhante a um detergente).
◆ Etapas:
1) Transformação do colesterol em ácidos
carboxílicos: ácidos biliares primários (ácidos
cólico e quenosedoxicólico);
2) Conjugação dos ácidos com moléculas
hidrofílicas (AA - glicina e taurina), por meio
das carboxilas. Após a conjugação são
formados os sais biliares.
◆ A bile tem maior efeito quando seus componentes
estão na sua forma desprotonada.
◆ O ácido cólico sozinho tem pKa de 5, mais junto
com a glicina vai para 3,9 e com a taurina vai para
<1,0.
➔ Formação da bile:
1) síntese e conjugação dos ácidos biliares,
formando sais biliares nos hepatócitos, que são
secretados.
2) os ductos intra e extra hepáticos transportam
bile, água e bicarbonato.
3) no período entre as refeições, metade da bile é
desviada para a vesícula biliar, que armazena a
bile e remove sais e água para reduzir seu
volume.
➔ Transportes ductais (ocorrem fora dos hepatócitos,
nos canalículos):
◆ Ativação CFTR: pacientes sem canais de cloro
têm a bile mais concentrada.
◆ Quando o esfíncter está aberto a bile vai para o
duodeno, mas quando está fechado ela vai para
vesícula e é liberada durante as refeições.
◆ Na redução do volume da bile ocorre a reabsorção
de NaCl e NaHCO3, a secreção de H
2+
(solubilização do Ca ), reabsorção de H2O.
● aumento no pH da bile leva ao aumento da
concentração de cálcio, podendo levar a
formação de cálculos (junção de cálcio e
colesterol).
● o pH da bile não é ácido normalmente, mas
quando está mais básico que o normal que dá
problemas.
➔ Controle Neuro Humoral:
◆ A CCK sozinha já consegue contrair a vesícula. A
pressão aumenta dentro da vesícula e a bile é
secretada pelo ducto cístico. O nervo vago
também atua na contração, já que quando a CCK é
liberada ela age de forma sensorial ativando o
vago. Os neurônios que atuam no esfíncter de
Oddi liberam NO e VIP, relaxando-o (contração
da vesícula, relaxamento do esfíncter.
➔ Nem todos os ácidos biliares são conjugados, mas eles
também precisam ser liberados com a bile. Enquanto
ocorre a digestão de gordura, ocorre também uma
recirculação dos ácidos (não vão para as fezes).
◆ Os ácidos que foram liberados mas não foram
usados precisam ser reabsorvidos (ácidos não
conjugados).
◆ Quando não ocorre a absorção, são formados os
ácidos secundários no intestino por enzimas
bacterianas da flora intestinal.
◆ Os ácidos perdem a hidroxila: ácidos litocólico,
ursodesoxicólico e desoxicólico.
◆ As enzimas bacterianas também são capazes de
desconjugar os sais, reaproveitando o ácido.
◆ Também pode se reaproveitar o ácido diretamente,
mandando-o de volta para o hepatócito.
OBS: tudo isso é a circulação entero-hepática.
◆ Quando para de chegar gordura, a CCK para de
atuar e o esfíncter de Oddi fecha.
◆ Conseguimos utilizar 90% dos ácidos, apenas 10%
saem nas fezes.
➔ Bilirrubina: vem da hemoglobina, produto da
metabolização do radical heme.
1) No baço ocorre a oxidação do radical heme em
biliverdina (heme-oxidase);
2) Ocorre a redução de biliverdina não conjugada
que é transportada junto a albumina
(biliverdina-redutase);
+
3) Bilirrubina não conjugada circula junto a
albumina;
4) Ocorre a conjugação da bilirrubina com o ácido
glicurônico (UGT, transportada para os
canalículos);
5) As bactérias intestinais desconjugam e
metabolizam a bilirrubina em urobilinogênio, que
 podem ser reabsorvidos e excretados ➔ Etapas:
novamente pelo fígado, sendo excretados na 1) Luminal (estômago): pepsina (não libera AA
urina e nas fezes. livre), tripsina (pancreática, intestino delgado),
OBS: cirrose hepática -> pouca conjugação de etc.
bilirrubina, aspecto amarelado. 2) Membrana: peptidases de membrana;
● O rim também excreta bilirrubina, por isso a 3) Citoplasmática: peptidases citoplasmáticas.
urina é amarelada. OBS: crianças conseguem absorver moléculas inteiras
● Elevação de bilirrubina: pode ser obstrução das de proteínas (durante amamentação)
vias biliares, destruição de hemácias, entre
outros. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE LIPÍDEOS

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS ➔ Triglicerídeos (90% da dieta); colesterol (é ingerido na

forma de éster junto a um ácido graxo - dieta, a parte
➔ A digestão começa na boca e termina no intestino que chega livre vem da bile); bile; fosfolipídios (lecitina
delgado. - soja , fosfolipase A2)
➔ Os carboidratos são formados principalmente por ➔ Lipases lingual, gástrica e pancreática (no intestino);
amido (45-60% da dieta): amilose e amilopectina; ➔ A emulsificação das gorduras é essencial para
glicogênio; dissacarídeos (30-40%, sacarose e digestão.
lactose); monossacarídeos (glicose, frutose e ➔ Digestão:
galactose). 1) Quebra;
◆ Só podem ser absorvidos em forma de 2) Internalização;
monossacarídeos, o resto é hidrolisado (quebrado) 3) Reesterificação.
para chegarem a estas formas. ➔ Absorção:
➔ Digestão luminal: ocorre no lúmen intestinal ◆ Só ocorre se tiver a formação de micelas (junção
(𝛂-amilase - salivares e pancreáticas). de produtos lipídicos)
◆ Os alimentos que comemos geralmente estão em ◆ Sal biliar é essencial;
forma de amilopectina, o amido não é convertido ◆ Absorção de vitaminas lipossolúveis.*
diretamente em glicose, por isso passa pela
digestão de membrana,
➔ Digestão de membrana: contato dos carboidratos com
membrana epitelial (enzimas: lactase, glicoamilases -
maltase, sacarase, isomaltase.
OBS: só se absorve glicose/lactose se tiver sódio,
devido a SGLT1 (transporte ativo secundário). A frutose
vai por difusão facilitada : (GLUT) -> 5 (basolateral) e 2
(apical). As que passam pelo SGLT1 tem que passar pelo
GLUT2 também.
➔ Tem maior absorção de sódio e glicose no duodeno e
no jejuno.

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE PROTEÍNAS

➔ Dieta (vegetal e animal); Secreção do TGI:

aproximadamente 50%; Células de descamação da
parede do TGI.
◆ A maior parte da absorção proteica ocorre no
duodeno (é a parte ácida do intestino, precisa de
H+).