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INTRODUÇÃO

O sistema digestivo consiste no trato digestivo, que começa na cavidade oral, esôfago,
estomago, intestino delgado e intestino grosso, juntamente com as glândulas anexas, que incluem
as glândulas salivares, fígado e pâncreas. A função principal do sistema digestivo é obter, por
meio de alimentos que são ingeridos, as moléculas necessárias para manutenção, o crescimento e
as demais necessidades energéticas do organismo (Carneiro, 2004). O sistema digestivo
apresenta quatro actividades principais, que incluem: motilidade que desloca os alimento ao
longo de todo o trato gastrintestinal, desde a cavidade oral até ao ânus, função secretora, onde as
secreções consistem na adição de muco que protege a mucosa do sistema digestivo contra a acção
dos alimentos e das enzimas, função lubrificante que otimizam deslocamento do bolo alimentar,
água, eletrólitos, enzimas digestivas promovendo a hidrólise dos nutrientes das moléculas
absorvidas, atividade digestiva que consiste na redução dos nutrientes ingeridos a moléculas que
sejam absorvidas a partir da acção de enzimas digestivas secretadas na cavidade oral (amilase
salivar ou ptialina), no estômago (pepsina) e no intestino delgado (enzimas pancreáticas: amilase
pancreática, tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidase, lípase pancreática, colesterol esterase ou
enzimas intestinais que incluem maltase, sacarase, lactase e peptidases (Teixeira-silva &
Bonjardim, 2010). No processo de digestão da gordura, é importante refere, o papel emulsificante
da bile que facilita a acção das enzimas pancreáticas envolvidas na digestão da gordura
(BRUNETTI, 1998). Absorção consiste no transporte dos nutrientes digeridos, água e eletrólitos
do lúmen intestinal em direção à circulação sistêmica que ocorre, este processo ocorre no
intestino delgado que é constituído por membrana absortivas típicas que aumenta a área de
absorção (Borges, 2008) e actividade eliminatória dos nutrientes que não foram absorvidos onde
são eliminados por meio da defecação, este processo é regulado pelo sistema nervoso, onde tem
componente involuntário (reflexo) e um componente voluntário (consciente), (Carneiro, 2004).
Portanto este trabalho teve como objectivo geral descrever todas as estruturais do sistema
digestivo.

Objectivos específicos

 Conhecer as funções do sistema digestivo;


 Compreender os mecanismos regulatórios da motilidade, secreção, digestão e absorção
gastrintestinal;
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 Entender o processo de digestão e absorção dos nutrientes e processo de defecação.

2. ESTRUTURA GERAL DO TRATO DIGESTIVO

De acordo com Carneiro (2004), refere que todos componentes do trato digestivo
apresentam algumas características em comum. Trata-se de um tubo oco que é constituído por
uma luz, ou lúmen. Onde o diâmetro é variável que circunda por uma parede formada por quatro
camadas diferentes que incluem: a camada mucosa que é constituída por revestimento epitelial,
tecido conjuntivo frouxo que é rico em vasos sanguíneos, linfáticos e células musculares lisas.
Camada submucosa que é composta por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e linfáticos. Camada
muscular é formada por células musculares lisas que apresenta tecido conjuntivo com vasos
sanguíneos e linfáticos e a camadas serosa que é formada por uma camada delgada. As quatros
camadas que compõem o sistema digestivo foram representadas na figura 1. As principais
funções do revestimento epitelial da mucosa do trato digestivo são:

 Prover uma barreira seletivamente permeável entre o lúmen e os tecidos dos organismos;
 Facilitar o transporte e a digestão dos alimentos;
 Promover a absorção dos produtos da digestão;
 Produzir hormonas que regulam as atividades do digestivo.

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Figura 1: Representação esquemática do trato digestivo com diversos componentes e suas
funções. Fonte: (Carneiro, 2004).

2.1. Constituição do sistema digestivo

Os elementos que compõem o sistema digestivo incluem a cavidade oral, a faringe, o tubo
digestivo que vai desde o esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso até ao canal
anal e as glândulas anexas constituída por pâncreas, fígado e vesícula biliar (Guyton e Hall, 2006;
Montanari, 2016), na figura 2 foi mostrado a constituição do trato digestivo.

Figura 2: Constituição do trato digestivo.

2.1.1. Cavidade oral

É o local onde inicia a degradação dos alimentos (Figura 3), onde os dentes o trituram os
alimentos por meio de processos físicos, transformando em pequenos pedaços, a pois isso, a
saliva o umedece, lubrifica e inicia a digestão por meio de processos químicos, onde são
activadas as enzimas salivares, com auxílio da língua ocorre a mistura dos fragmentos com a
saliva, formando o bolo alimentar, e promovendo a sua deglutição (Guyton e Hall, 2006;
Montanari, 2016).
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Figura 3: Cavidade oral

2.1.1.1. Dentes

Os dentes (FIGURA 4) são estruturas duras e mineralizadas, inseridas na maxila e na


mandíbula. Os dentes incisivos e caninos são pontiagudos e tem a função de cortar os alimentos
em pedaços de tamanho médio, entretanto os pré-molares e molares apresentam superfícies mais
largas e achatadas, envolvidas na trituração dos pedaços de tamanho médio em fragmentos
menores (Carneiro, 2004; Montanari, 2016).

Figura 4: Representação dos quatro tipos de dentes.

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2.1.1.2. Glândulas salivares

A saliva é uma solução aquosa, composta por enzimas, glicoproteínas, eletrólitos e


imunoglobulinas. Apresentam pH que varia entre 6,4 a 7,4. A secreção da saliva por dia é de
cerca de 1litro. As glândulas parótidas são responsáveis por 30% da saliva. As glândulas
submandibulares são ovoides e estão sob o assoalho da boca, com os ductos abrindo-se ao lado
do frênulo da língua, estas produzem 60% da saliva. As glândulas sublinguais possuem forma de
amêndoa e estão sob o assoalho da boca, anteriormente às submandibulares, secretam cerca de
5% da saliva. As glândulas parótidas são constituídas somente por células serosas e são glândulas
exócrinas. As glândulas submandibulares e sublinguais, apresentam células mucosas e serosas,
são exócrinas tubuloacinosas compostas ramificadas seromucosas (Carneiro, 2004; Montanari,
2016). A figura 5 mostra as glândulas parótidas, sublingual e submandibular.

Figura 5: Ilustração das glândulas parótidas, sublingual e submandibular.

2.1.1.3. Língua

A língua participa dos processos de mastigação, gustação, deglutição e fala. A estrutura é


revestida por epitélio estratificado pavimentoso, e a superfície dorsal, a qual está em contacto
com o palato duro na deglutição, na fala e no repouso, é queratinizada. A face superior da língua
é irregular, devido a saliências do epitélio e do tecido conjuntivo frouxo subjacente as papilas
linguais, os corpúsculos gustativos na superfície dorsal têm a função de detectar os sabores doce,
salgado e azedo (Carneiro, 2004). Como foi ilustrado na figura 6.

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Figura 6: Ilustração da língua com respectivos corpúsculos gustativos.

2.1.2. Faringe

É uma estrutura que comum ao sistema digestivo e ao sistema respiratório e é revestida


por epitélio estratificado pavimentoso na porção oral e epitélio pseudo estratificado colunar
ciliado com células caliciformes na porção nasal. O epitélio estratificado pavimentoso protege a
faringe do atrito sofrido com a passagem do bolo alimentar. No tecido conjuntivo denso
subjacente, há glândulas salivares, que produzem muco lubrificante. Os músculos longitudinais e
constritores da faringe, de músculo estriado esquelético, promovem a deglutição (Carneiro, 2004;
Montanari, 2016). A figura 6 mostra a estrutura da faringe.

Figura 6: A representação da faringe.

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2.1.2.1. Deglutição

A deglutição envolve um mecanismo muito complicado, pois a faringe é uma estrutura


que serve tanto a respiração, assim como a deglutição, neste processo a faringe se converte em
poucos segundos em um trato de propulsão alimentar. Onde o processo da deglutição é dividido
em estágios principais, sendo, o estágio de voluntário, que inicia o processo da deglutição e um
estágio faríngeo que é involuntário, correspondendo a passagem do alimento da faringe até ao
esôfago (Guyton e Hall, 2006).

2.1.3. Esôfago

É um tubo com que mede cerca de 25 cm de comprimento, que tem a função de


transportar o bolo alimentar da faringe para o estômago (Figura 7). A luz do esôfago encontra-se
geralmente colapsada devido às pregas longitudinais, formadas pela mucosa e pela submucosa
com a contração da camada muscular circular. Este canal se liga a faringe até ao estômago,
localiza- se entre os pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma. Durante a
deglutição, o esôfago distende-se, e essas pregas desaparecem. Entre o esôfago e o estômago,
existe o esfíncter gastresofágicos que impede o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago
(Montanari, 2016).

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Figura 7: Representação do canal do esôfago

2.1.4. Estomago

É uma porção dilatada do tubo digestivo, onde o bolo alimentar é macerado e


parcialmente digerido em uma pasta, o quimo (do grego chymos, suco). Em adultos, comporta
1,5 litros e, quando distendido, 3 litros. Anatomicamente, é dividido em: cárdia, fundo, corpo e
piloro. A cárdia estende-se a partir da junção gastroesofágica por 2 a 3 cm. O fundo é uma região
em cúpula, por cima de um plano horizontal na cárdia, geralmente preenchida com gases. O
corpo situa-se abaixo dessa linha, ocupa a maior parte do estômago e é onde se forma o quimo. O
piloro é uma região afunilada, corresponde ao terço inferior e controla a liberação do quimo para
o duodeno (Montanari, 2016; Silverthorn DU, 2003). Na figura 8 foi mostrada a ilustração do
estomago.

Figura 8: Ilustração do estomago.

2.1.4.1. Funções motoras do estomago

As funções motoras do estomago são associados a:

 Armazenamento de grande quantidade de alimentos, até que eles possam ser processados
no estomago, no duodeno e outras partes do intestino delgado;

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 Mistura de alimentos com secreções gástricas até formar uma mistura semilíquida
chamada de quimo;
 Esvaziar de forma lenta o quimo do estomago até intestino delgado.

A digestão é realizada através das enzimas que são provenientes do pâncreas, que são
despejadas no duodeno, e por meio de enzimas presentes na membrana das células intestinais.
Assim, os peptídios, os polissacarídeos e os triglicerídeos são degradados em suas unidades.

Fisiologicamente, o estômago é subdividido em uma região oral (fundo e parte proximal


do corpo do estômago) que tem a função de receber o alimento proveniente do esôfago e a região
caudal (parte distal do corpo e antro do estômago). A região caudal tem a função de misturar o
alimento com o suco gástrico, além de direcionar ao duodeno. O suco gástrico é um líquido claro,
transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas, eletrólitos e factor
intrínseco. A secreção do ácido clorídrico, estimulada pelo hormona gastrina, que mantém o pH
no interior do estômago entre 0,9 e 2,0 (acção bactericida). Também auxilia na fragmentação
mecânica dos alimentos iniciada pela mastigação. A principal enzima produzida pelo estômago é
a pepsina, secretada na forma de pepsinogênio que por ser inativo, não digere as células que o
produzem (Guyton e Hall, 2006). Por acção do ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao ser lançado
na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas, como
colágeno da carne. Existem outras enzimas produzidas pelo estômago, mas que apresentam uma
menor importância: lípase gástrica (catalisa a digestão da gordura da manteiga), renina
(produzida em grande quantidade pela mucosa gástrica de recém-nascidos, age sobre a caseína,
uma das proteínas do leite). A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que protege
da agressão do suco gástrico, devido a sua própria acidez e também devido à acção digestiva da
pepsina sobre a própria mucosa gástrica (Berner RM, Levy MN, Koeppen, 2004).

Eventualmente quando ocorre o desequilíbrio entre a agressão e a proteção, resulta em


inflamação da mucosa do estomago (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas
que sangram (úlceras gástricas), (Guyton e Hall, 2006).

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2.1.5. Intestino delgado

O intestino delgado corresponde ao local onde termina o processo digestivo dos


alimentos, absorção de nutrientes, secreção endócrina.

O intestino delgado secreta muco, água, eletrólitos, além de enzimas digestivas (maltase,
sacarase, lactase, peptidases) que são fundamentais no processo final da digestão dos nutrientes
no intestino delgado. Antes da acção das enzimas intestinais pode ou não haver acção de enzimas
pancreáticas e dos sais biliares no caso da gordura. Essa acção dependerá do tamanho da
molécula do nutriente. O intestino é dividido em três partes, sendo duodeno, jejuno e íleo,
respectivamente. A figura 9 foi representado o intestino.

Figura 9: Representação do intestino delgado e suas partes.

2.1.6. Intestino grosso

O canal anal (FIGURA 10) é um tubo de 3 a 4 cm de comprimento, que tem a função de


transportar do reto para o exterior os resíduos do alimento ingerido, ou seja, este canal faz a
eliminação das fezes (Carneiro, 2004; Montanari, 2016). O intestino grosso é composto por colón
transverso, colón ascendente, colón descendente, ceco, apêndice, reto e sigmoide.

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Figura 10: Representação do intestino delgado e suas partes.

2.1.7. As glândulas anexas

2.1.7.1 Pâncreas

Os pâncreas (FIGURA 11) é a glândula mista que possui aproximadamente 15 cm de


comprimento. Ácinos pancreáticos: secreção exócrina do suco pancreático. Ilhotas de
Langerhans: secreção endócrina da insulina e do glucagon (Carneiro, 2004; Montanari, 2016).

O pâncreas secreta no intestino delgado diariamente o suco pancreático que contém água,
bicarbonato e enzimas digestivas que incluem:

 Amilase pancreática hidrolisam ou digerem praticamente todo o amido, convertendo em


maltose e pequenos polímeros de glicose;
 Quimiotripsina, tripsina e carboxipeptidase que hidrolisam ou digerem proteínas de
tamanho molecular grande e as transformam em pequenos polipeptídeos;
 Lipase pancreática a é enzima mais importante na digestão da gordura e glicerol, após sua
emulsificação pelos ácidos biliares
 Colesterol esterase a enzima que digere os ésteres de colesterol, a pois isso liberando
colesterol que será absorvido

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Figura 11: Ilustração do pâncreas.

2.1.7.2. Fígado

O fígado localiza-se no quadrante superior direito da cavidade abdominal, logo abaixo do


diafragma e tem o formato de cunha (FIGURA 12). Pesa 1,5 kg no adulto, é a glândula mais
volumosa da víscera, está envolvida na produção da bile, armazenamento de ferro e vitaminas,
realização de glicogênese, glicogenólise e gliconeogênese, faz a metabolização de lipídios,
síntese de diversas de proteínas plasmáticas e desintoxicação do organismo (Montanari, 2016).

Figura 12: Demonstração do fígado.

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2.1.7.3. Vesícula biliar

A bile (FIGURA 13) é produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar, é


constituída por 5 elementos principais, além da água: sais biliares, lecitina, pigmentos biliares,
colesterol e eletrólitos como sódio, potássio, cálcio, cloreto e bicarbonato. A secreção de bile é
estimulada pela presença de gordura no duodeno, por meio da acção da colecistocinina uma
hormona que age estimulando a contração da vesícula biliar, relaxamento do esfíncter por meio
do canal colédoco a chegada da bile no intestino delgado. Vale ressaltar que a bile não tem
função digestiva. No entanto, a digestão da gordura pelas enzimas pancreáticas é facilitada em
grande parte pela acção emulsificante dos sais biliares (Guyton e Hall, 2006).

Figura 13: Ilustração da vesícula biliar.

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3. CONCLUSÃO

O presente trabalho, pode-se concluir que o sistema digestivo, por meio das suas
estruturas e órgãos e glândulas anexas são fundamentais em prover nutrientes, em sua forma
absorvível, estes são que fundamentais para a manutenção do funcionamento através do
fornecimento de energia e da estrutura dos tecidos e células, a água e eletrólitos da dieta
fundamentais para a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico assim como, distintas funções
biológicas. Além disso, o sistema digestivo, por meio da defecação, é capaz de eliminar
substâncias que, ou estão em excesso, ou não são necessárias ao nosso organismo.

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4. BIBLIOGRAFIA

Borges, B. (2008). Sistema Digestivo Sistema Digestivo.

BRUNETTI, R. F. (1998). FUNÇÕES DO SISTEMA MASTIGATÓRIO : SUA IMPORTÂNCIA


NO PROCESSO. (7), 6–9.

Carneiro, J. e C. e. (2004). Histologia Basica Texto atlas 11 Edição.

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Rio de Janeiro: 2004.

COSTANZO LS. Fisiologia. 3 ed. Editora Elsevier, Rio de Janeiro: 2007

GUYTON AC, HALL JE. (2006) Tratado de Fisiologia Médica. 11 ed. Editora Elsevier, Rio de
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Montanari, T. (2016). Histologia Histologia.

Teixeira-silva, F., & Bonjardim, L. R. (2010). Sistema digestório.

SILVERTHORN DU. (2003) Fisiologia Humana - Uma Abordagem Integra- da. 2 ed., Editora
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