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Jogos Poliédricos! Toolbox A Fundação SCP

Novos usos para seus dados Cenários para se sentir em casa para Ordem Paranormal

DRAGAO
BRASIL

EDIÇÃO 201

Mais poderes
para samurais
9 temíveis dragões
para Tormenta20
(e um para 3DeT Victory)

CAÇADORES DE DRAGÕES
Uma distinção e dicas bacanas para acabar
com as crias de Kallyadranoch
 IMORTAL EDIÇÃO 201
Uma das poucas certezas na vida é o seu fim e obviamente a MARÇO 2024
perspectiva de superar esse obstáculo intransponível é sedutora.
A busca pela imortalidade sempre fascinou a humanidade, Editora-Chefe
Karen Soarele
produzindo uma série de crendices e até processos médicos
para prolongar a vida. A morte ainda não foi derrotada, — Editor Executivo
J.M. Trevisan
provavelmente nunca será, certamente não deveria ser — mas
a arte nos empresta uma forma de pelo menos driblá-la. Editor de Arte
Dan Ramos
Uma obra de arte, quando entregue a seu público, carrega
consigo um pedaço do autor. Em alguns casos, trata-se de um ideal Colunistas
Leonel Caldela
ou mensagem, algo explícito e direto. Em outros, temos apenas Rafael Dei Svaldi
noções da pessoa por trás daquela obra. Vislumbres das influências, Thiago Rosa
intenções e desejos de um artista, interpretados pela lente de seu Colaboradores
público. Contemplamos até hoje o sorriso da Monalisa, usamos Texto: Ana Carolina
Gonçalves, Bruno
até hoje a palavra “tigresa”. Leonardo Da Vinci e Caetano Veloso Schlatter, Daniel Duran,
são imortais, suas obras afetam a cultura muito além do contexto Davide Di Benedetto,
delas mesmas. Um deles até se tornou uma tartaruga ninja! Glauco Lessa, J.M.
Trevisan, João Paulo
Igualmente mortal é o quadrinista japonês Akira Toriyama, criador Pereira, Marlon Teske,
Marcelo Cassaro,
de Dr. Slump, Dragon Ball e outras obras, além de emprestar seu traço Matheus Tiamat, Miguel
para videogames icônicos como Chrono Trigger e Dragon Quest. Souza, Tiago Oriebir,
Victor Lucky e Vinicius
Toriyama marcou uma geração de artistas de mangá com Dragon Mendes
Ball, resultando em muitas histórias que misturavam ação e bom humor, Arte: Dan Ramos, Leonel
com cenas dinâmicas e personagens marcantes. Os autores de Bleach, Domingos, Sandro Zambi
Naruto e One Piece afirmam categoricamente a importância da obra Fotografia:
Matheus Tiamat
na sua formação como artistas e como pessoas. Essa geração por
Diagramação: Cássia
sua vez já influencia uma terceira geração, dando prosseguimento ao Bellmann e Dan Ramos
estilo iniciado pelo mestre no passado, em obras como Jujutsu Kaisen Revisão: Elisa Guimarães
e Kagurabachi. Mesmo Masami Kurumada (Cavaleiros do Zodíaco), e Emerson Xavier
contemporâneo de Toriyama, fazia questão de afirmar: “Toriyama é Extras
um gênio, eu sou só esforçado”. E a genialidade vem certamente de Fundo de tela:
Samuel Marcelino
fazer parecer fácil aquilo que é muito difícil, de fazer parecer natural
Arte Monster Chefe:
um talento cultivado ao longo de anos de prática, de fazer parecer Enrico Tomasetti
leve e divertida uma história que lida com extinção e genocídio. Mapa de batalha:
Felipe Borin
Minha carreira começou com uma adaptação de Dragon Ball
Z, na longínqua DB 59. Sou grato a Toriyama por toda a diversão
que tive com mangá, anime e videogames de sua obra. Sou mais
grato ainda pelo universo além do mundo de Goku e seus amigos,
a linguagem criada por ele, a ideia de que com muito treino alguém
jamboeditora.com.br
pode aprender a disparar um raio de energia ou se transformar
em uma forma mais poderosa. Sem esse conceito não existiria Apoie a Dragão Brasil
meu RPG, Karyu Densetsu (a edição definitiva vem aí!), nem tantas
outras obras, muitas das quais também foram inspiração para KD.
Siga a Jambô Editora
Akira Toriyama pode ter nos deixado fisicamente, mas seu espírito e
sua obra são imortais. Descanse no poder, mestre. Obrigado por tudo.
Dragão Brasil é © 2016-24
THIAGO ROSA Jambô Editora.
76 SUMÁRIO
4 Notícias da Barda
Alguém aqui pediu mais Tormenta?

7 Sir Holland
Tamanho não é documento!

8 Resenhas
Pobres Criaturas, Avatar: O Último Mestre
Caçadores de Dragões do Ar e My Daemon
Saiba o que fazer quando se deparar com um dragão
com dicas quentes dos especialistas 14 STR
Nossos ministros acabam com todas as
suas duvidas.
32 58 16 Calabouço Tranquilo
Piscina viscosa apavora mais que tubarão

18 Dicas de Mestre
Deixando suas fichas mais estilosas

46 Toolbox
Caverna do Saber E se o RPG fosse confortável?
O Coração da Espada
56 Gazeta do Reinado
Banquete lefou nos ermos
Aqui há Dragões!
Os monstros da cultura pop 64 No Apagar das Luzes
prontos para a sua mesa de RPG 26 Conto de Glauco Lessa

86 Encontro Aleatório
68
Hora de usar aquele conjunto
de dados novinho!

90 Pequenas Aventuras
Criaturas fantásticas invadem a realidade

Arquivos Secretos 92 Chefe de Fase

Caminhos para Os mistérios da Enfrente Ozai, o poderoso Senhor do Fogo
a Liberdade SCP Foundation
96 Liga dos Defensores
Aventuras prontas com o Baralho das
Arcas!!

A CAPA
Muito conhecido dos leitores de LEDD, o
Bando da Lança Rubra representa o tipo
mais frio, calculista e perigoso de caçador
de dragão. Claro, você não precisa ser
assim, mas na hora de escolher a capa
desta edição, pensamos imediatamente em
Zakk, o anão casca grossa que deu muito
trabalho nas páginas do mangá. A arte é do
incrível Samuel Marcelino.
 NOTÍCIAS DA BARDA

TEM DRAGÃO.
BASTANTE.
Já pensou como seria jogar uma
campanha de RPG ao mesmo
tempo que outras mesas ao
redor do país também vivem as
mesmas aventuras? A partir de
hoje, isso é possível com a Revista
Tormenta20!

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 Duelo de Dragões é a primeira campanha
da revista oficial de aventuras de Tormenta20
e, naturalmente, trará uma história épica
ambientada no mundo de Arton. O desen-
rolar da saga levará os personagens do 1º
ao 20º nível, sendo um nível por edição.
Assim, a campanha inteira durará mais de um
ano e meio, ao longo do qual você poderá
acompanhar o desenvolvimento dessa saga
junto com todos os outros grupos.
Mas como funciona? É simples: todo
mês, os assinantes recebem uma aventura
inédita, completa e oficial. As aventuras vêm
com novos NPCs, novas ameaças e novas
opções para jogadores (como poderes e
distinções), que você pode usar em Duelo
de Dragões e em suas próprias histórias! E
não para por aí: a revista ainda inclui tokens
de todas as ameaças e todos os NPCs e
mapas de batalha!
Você pode assinar a Revista Tormenta20
em dois níveis de apoio: Desbravador e
Conselheiro. Como Desbravador, você
recebe tudo que já foi citado, além de ter
seu nome nos agradecimentos da revista.
Mas, se você quiser ir mais além, no nível
Conselheiro você recebe um cupom de
desconto no site da Jambô, acesso à revista
um dia antes do seu lançamento, acesso
a dois grupos exclusivos (sendo um no
Discord e um no Facebook), e a revista
Dragão Brasil daquele mês, com todos os
seus próprios extras.
Duelo de Dragões é excelente para
iniciantes, trazendo dicas de alguns dos
mestres mais veteranos do RPG nacional.
Mas, se você já é experiente, ela também
é repleta de desafios e mistérios, além de
envolver figuras lendárias de Arton.
Assine a Revista Tormenta20 e garanta
agora uma campanha completa para sua
mesa, cheia de reviravoltas, descobertas
e… dragões! Ah, e esse título maluco? É
uma citação direta do editor, Glauco Lessa,
em uma entrevista que ele deu sobre a
revista — vale a pena conferir!
5
UM MUNDO MELHOR
Tenha mais RPG com a versão mais épica
de Tormenta20: Tormenta20 — Edição Jogo
do Ano (Versão Luxo) acaba de chegar ao
site da Jambô!
A Versão Luxo traz tudo o que você
precisa para criar personagens e histórias
nesse sistema e contém diversos extras
E se você ainda precisa de mais um
para tornar sua experiência ainda mais
imersiva. Dentro dessa caixa incrível tem o motivo para garantir a sua versão luxo, lá
livro básico, a Jornada Heroica: Coração de vai: comprando no site da Jambô, você
Rubi, o Escudo do Mestre, mapas de batalha, também ganha a edição digital de brinde!
dados e adesivo — tudo atualizado para a Viva suas aventuras em Arton hoje mesmo:
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VIVA O SEU MOMENTO

NAS COLINAS CENTRAIS
Hora de ser pego pelo Fim dos Tempos
até na hora de sair de casa! A camiseta e os
pins da maior stream de Tormenta20 já estão
disponíveis no site da Jambô. Mas corra: a
camiseta está em pré-venda somente até
31/03 e será feita sob demanda, então não
fique sem a sua! Os pins estão disponíveis à
pronta entrega, mas por tempo limitado. E se
você quiser completar o visual com um boné
de Tormenta, não fica nada mal… Ganhe +5 de
carisma com esses itens lendários, disponíveis
apenas no site da Jambô! ■

6
7
 RESENHA

POBRES
CRIATURAS
Quando a criatura
não espera o criador.
Só sai porta afora.
 POR MATHEUS TIAMAT

Uma mistura de irreverência, charme,

estranheza e fascínio. Assim eu resumiria
o que Pobres Criaturas me causou. Mas
resumir a obra em uma ou poucas linhas
seria um desperdício. É um filme incrível,
diferente e que vale a pena ser visto.
Indicado a 11 Oscars, incluindo de melhor
filme, esta obra teve estreia em fevereiro
deste ano, mas já vinha sendo muito falado.
Dirigida por Yorgos Lanthimos (A Lagosta, A
Favorita, esse último também multi-indicado,
embora só tenha vencido em uma categoria), e estéticas, como uso de lentes grande
a obra conta a história de Bella Baxter (Emma angular – para apresentar cenas com
Stone), uma moça que é resultado de um proporções e distorções estranhas – e
estranho experimento, o que faz dela um um aspecto que apresenta uma Londres
tipo de Frankenstein. O criador, Dr. Godwin
vitoriana e steampunk. Conforme Bella
Baxter (Willem Dafoe), contrata um assistente
rapidamente se desenvolve, começa a
para registrar o desenvolvimento de Bella.
questionar seu criador.
Coisas como as novas palavras aprendidas
em um dia, e tudo que mais que seja útil A influência do romance Frankenstein
para catalogar a evolução da mente infantil (Mary Shelley) é evidente. Um ser humano
em um corpo de adulto. criado artificialmente pelo talento de um
Inicialmente, Bella é uma pessoa de cientista. Mas a relação conturbada entre
pouca coordenação motora e intelecto criador e criatura, contudo, é mais afável
limitado, com pouco poder de comunica- no filme, o que faz com que o desejo de
ção, o que já permite, no início do filme, Bella sair pelo mundo não seja impedido
cenas curiosas na mansão vitoriana do pelo Dr. Godwin.
Dr. Godwin. Essas cenas são o primeiro A partir do momento que Bella sai de casa
sinal da estranheza que permeia o início em companhia do debochado advogado
da obra, catapultada por escolhas técnicas Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo), inicia

8
seu desejo de aprender sobre o mundo nada a ninguém que pretenda diminuí-la.
e experimentar de tudo. A maneira como Conforme assiste o filme, algum especta-
a sexualidade funciona como ponto de dor talvez tenha dúvidas se Pobres Criaturas
partida em sua busca de novas vivências e é de fato um filme feminista. Claro que, de
sensações evidencia a irreverência do filme. novo, há uma homenagem clara a Mary
Afinal, a moralidade da sociedade inglesa Shelley, escritora que, aos 19 anos, criou
vitoriana não faz sentido algum para alguém a obra que deu origem ao gênero ficção
que não foi ensinada sobre isso. científica e segue famosa mesmo após
O jeito como Bella trata com naturalidade tantos séculos. Uma destas homenagens,
desejos e experiências sexuais, enquanto inclusive, é o fato de Godwin, personagem
homens ao seu redor se arraigam à necessi- de Willem Dafoe, ser o sobrenome de
dade de decoro e puritanismo, gera diversas solteira de Mary Shelley. A sexualidade
cenas engraçadas e impactantes. Yorgos e o protagonismo de Bella poderiam ser
Lanthimos costuma apresentar o sexo como escolhas narrativas, quem sabe.
algo muito prático e direto em suas obras, Aos que seguem incrédulos, basta assistir
mas em Pobres Criaturas isso funciona como o filme até o final. A última cena não deixa
um trampolim para diversas reflexões. dúvidas. ■
É evidente o empoderamento que o
filme traz. Ao longo da jornada, cresce a
determinação de Bella em não aceitar impo-
sições dos homens ao seu redor, mesmo que
estejam ensinando-a sobre um mundo que
ela própria ainda não conhece. Duncan, seu
companheiro de viagem, vai de um advogado
mulherengo para uma figura lamentável e
chorosa ao ver que não detém qualquer
influência sobre Bella Baxter. Conforme
tenta dar sentido à sua própria existência,
a personagem brilhantemente interpretada
por Emma Stone descobre que não deve

9
 RESENHA

AVATAR:
O ÚLTIMO
MESTRE
DO AR
Artes marciais e
poderes elementais,
agora em live-action
 POR THIAGO ROSA

Água, terra, fogo e ar. Há muito tempo, as

nações viviam em paz e harmonia. Mas tudo
isso mudou, quando a Nação do Fogo atacou.
Essa introdução por si só já é o bastante para
fazer uma geração transbordar em nostalgia.
A história de um menino aceitando
responsabilidades e trazendo paz para o
mundo não é novidade por si, mas a forma
como foi apresentada garantiu um lugar
cativo nas memórias e corações dos fãs.
Avatar: A Lenda de Aang teve sua pri-
meira versão como um desenho animado
infanto-juvenil exibido no canal Nickelodeon,
exibido entre 2005 e 2008. Se tornou um
grande sucesso de audiência, devendo esse
impacto à interessante estética de influência
chinesa, ao cuidado com animação acima da
média para desenhos seriados de televisão
e à abordagem sensível e competente de
temas adultos como luto, trauma geracional
e direito à vida.
Rapidamente se expandiu para outras
mídias, contando com romances, videoga-
mes e quadrinhos, abrindo espaço para a
grande aposta das adaptações — um filme de
Hollywood. Esse filme, dirigido por M. Night
Shyamalan (Sexto Sentido, Fragmentado)
foi lançado como O Último Mestre do Ar em
2010, já que o nome Avatar já estava sendo
utilizado pela extremamente bem-sucedida
produção homônima de James Cameron
(Titanic, Exterminador do Futuro). Com uma
performance medíocre nas bilheterias e
péssima na crítica, O Último Mestre do Ar
deveria ser o primeiro de uma trilogia, mas
foi apenas uma mancha na reputação de
uma franquia até então imaculada.
Os anos passaram, houve uma nova
série animada no mesmo universo e os
autores conseguiram levar seus persona-

10
gens e suas ideias para um público mais
adulto. A segunda série, Avatar: A Lenda
de Korra, foi exibida entre 2012 e 2014 aos
trancos e barrancos, sempre navegando nas
dificuldades de relacionamento entre os
autores e os executivos da Nickelodeon. A
possibilidade de um retorno ao live-action,
permitindo atingir um público famoso por
tratar animações como “coisa de criança”,
parecia praticamente impossível. Até que os
autores receberam um convite para trabalhar
com a Netflix e desenvolver uma nova série
de Avatar. Parecia o grande sonho dos fãs:
finalmente esses personagens em carne
e osso, sob a batuta dos condutores origi-
nais. Durante o desenvolvimento, porém,
eles abandonaram o projeto e passaram
a se concentrar em outras produções do
mesmo universo. A Netflix continuou seu
desenvolvimento e houve uma grande
apreensão a respeito.
Possivelmente é essa apreensão a
responsável pela recepção negativa de
muitos fãs vocais de Avatar: O Último Mestre
do Ar. Confesso ter sentado para assistir
o primeiro capítulo, nas duas vezes que
o fiz, com bastante vontade de confirmar
meus medos e preconceitos. Queria que a
série fosse ruim, que fosse como o filme de
Shyamalan, que servisse como um recado
para grandes corporações de que não é
possível reproduzir a alma de uma obra sem,
pelo menos, o auxílio de seus autores. Não
estava de todo errado — a série de fato não
reproduz a alma do desenho. Mas ao tentar
ser algo diferente é que o novo Avatar brilha.
Adaptações precisam caminhar sobre
uma linha tênue de fidelidade e respeito ao
original, adequação a uma mídia diferente
e experimentação para justificar contar a
história novamente. E nesses quesitos não
há muito o que se reclamar sobre a produção
da Netflix. A trama, em termos gerais, é a
mesma. Os personagens podem passar
por pequenas alterações em seus arcos,
mas também mantêm as mesmas perso-
nalidades. A experiência é o fator crucial
entre os atores; enquanto o veterano Daniel
Dae Kim (Lost) domina a cena radiando
ameaça sempre que surge o Senhor do
Fogo Ozai, o novato Gordon Cormier tem
tremenda dificuldade para demonstrar as
nuances das emoções de Aang. Do resto do
elenco jovem, se destacam Dallas Liu pelo
desprendimento com que faz as cenas de
ação de Zuko e Ian Ousley pela técnica mais
refinada usada em Sokka, se mostrando bem
acima dos demais. A intérprete de Katara,
Kiawentiio, não surpreende mas também
não decepciona.
Os figurinos são extremamente fiéis ao
desenho, mas perdem muito em verossimi-
lhança por não parecerem nem um pouco
sujos ou gastos. É quase como assistir a
um desfile de cosplay de altíssimo nível. Os
efeitos especiais e a coreografia de luta são
bons o bastante para não causar estranha-
mento, mas definitivamente poderiam ser
melhores. A adaptação do texto é um dos
grandes trunfos, trazendo os temas mais
adultos à tona e oferecendo explicações
que uma audiência infantil não esperaria.
Com o sucesso da série, chegando a
ultrapassar One Piece como mais assistida
da plataforma, espera-se novas tempora-
das. Se tivermos sorte, nas próximas esses
problemas poderão ser superados, fazendo
com que o Avatar da Netflix deixe de ser
uma série boa o bastante e se torne uma
série genuinamente boa. ■
11
 RESENHA

MY
DAEMON
Sim, é um
Pokémon trevoso
 POR VINICIUS MENDES

Após uma explosão nuclear tão poderosa

que fez a Terra colidir com o próprio inferno,
nosso mundo é tomado por demônios que
causam uma repulsa incontrolável em
humanos. Contaminado por uma partícula
demoníaca, Kenta é uma criança excluída
pelas demais e que tem na pequena demô-
nia Anna sua única amiga. Junto com ela,
ele vai tentar atravessar o Japão para trazer
sua mãe de volta à vida.
Apesar de ter entrado no catálogo da
Netflix sem muito alarde, a animação My
Daemon merece alguma atenção. Nessa
toada de levar subgêneros dos animes aos
seus limites (Neon Genesis Evangelion e
Puella Magi Madoka Magica são exemplos
bem conhecidos), temos aqui mais uma
história sobre treinadores de monstrinhos,
mas com suas particularidades: o clima é
pós-apocalíptico e desesperançoso, o design
dos monstrinhos é grotesco e repulsivo e o
pobre Kenta vai se ferrar muito.
E motivos para isso não faltam: como
alguém tocado por uma partícula demoníaca,
Kenta possui um demônio crescendo dentro
de si e vai matá-lo ao nascer, é mera questão
de tempo. A partícula também deu a ele a
capacidade de se comunicar e se afeiçoar às
criaturas, o que o torna ainda mais esquisito
aos olhos dos demais. Sua mãe é tão pobre
que se apega à Anna ao descobrir que ela
pode usar seus poderes para armazenar
comida sem que estrague, e quando morre,
temos uma criança esquisita e sem dinheiro
acompanhada de um monstro horroroso
diante de uma sociedade cínica e impiedosa.
E esse é só o primeiro episódio.
À primeira vista, o anime com roteiro
do autor de terror Otsuichi e dirigido pelo
tailandês Nat Yoswatananont parece ser
só uma grande forçada de barra para deixar
adulto o que talvez seja o mais infantil e
comercial dos subgêneros da cultura pop
japonesa. Mas até mesmo na forma como
os treinadores tratam seus demônios essa
impressão é logo afastada, afinal, no nosso
mundo mesmo, salvo algumas exceções,

12
é muito mais realista uma relação entre
humanos e animais baseada na violência
e submissão do que no poder da amizade.
Além disso, My Daemon conta com uma boa
construção de mundo, uma bela animação
em CGI e o carisma de Kenta, Anna e dos
amigos, humanos ou não, que ambos fazem
pelo caminho.
O carisma, inclusive, talvez seja o ponto
mais forte da obra: parte do esforço narrativo
serve para fazer com que a visão de mundo
de Kenta ganhe o espectador, e quando a
criatura mais fofa do anime, Anna, parece um
chihuahua que continuou vivo após ter sua
pele arrancada, isso se torna um desafio. E
um desafio no qual a série é bem-sucedida.
Se a reação inicial do espectador é pensar
que talvez fosse melhor por fogo naqueles
bichos todos, aos poucos nós vamos enten-
dendo o papel que eles têm no mundo,
assim como suas dificuldades. E acabamos
criando simpatia.
O resultado dessa estranha mistura de
Pokémon com Devilman: Crybaby é uma
aventura dramática, com momentos de ação
e alguns elementos de horror corporal no
design dos demônios, que discute temas
bastante em voga nos dias de hoje, como
homem x natureza, intolerância religiosa,
desigualdade social e os perigos de se
entregar à desesperança diante de um
mundo impiedoso. Histórias de monstros
em que o verdadeiro mal está nas pessoas
é uma temática que poderia ser considerada
batida e cansada, se não fosse um tema que
gerasse tanta identificação com a realidade.
My Daemon é uma animação que atinge
bem os objetivos que almeja. Não é lá
muito surpreendente e uma boa parte das
reviravoltas podem ser vistas a quilômetros
de distância. É uma daquelas histórias que
você sabe como vai acabar. Mas é feita com
tanto cuidado que se torna difícil não torcer
contra o inevitável.
Não vai se tornar um clássico como
Evangelion e Madoka Magica, mas vale
seu tempo e de talvez até umas lágrimas
durante a jornada… ■
13
 SÚMULA DE MARÇO / 2024
Todos em pé! Os Exmos. Ministros do STR avaliaram as petições enviadas pelos conselheiros
da Dragão Brasil e estão prontos para dar seus pareceres.
Esta súmula contém respostas debatidas, deliberadas e formuladas por todos os
participantes do Supremo Tribunal Regreiro, redigidas aqui pelos Exmos. Ministros
Thiago Rosa Moreira, presidente do Sindicato Furtivo, e Rafael Dei Svaldi, fundador e
presidente do Magistério Monstrográfico.
Caso você seja um conselheiro da revista, procure pelo post fixo no grupo fechado dos
conselheiros no Facebook para redigir sua petição. Caso não seja, considere tornar-se
um, mudando seu nível de apoio para ter suas súplicas atendidas neste tribunal.

A Jornada Heróica Coração de Rubi Saudações ambiciosas, conselheiro! Como

tem um desafio que envolve peso. Como
fica esse desafio na versão Jogo do Ano?
— Cons. Luiz Fernando
você mesmo apontou, essa é uma questão
deixada ao critério do mestre. Como sugestão,
talvez uma aventura fora da cidade já possa
ser o bastante para deixar Valkaria satisfeita.

Saudações rubras, conselheiro! Basta

trocar quilos por espaços. Lembre-se que
um personagem de tamanho Médio ocupa
dez espaços.
Minha dúvida é sobre as obrigações e
restrições dos devotos da deusa Valkaria.
Sei que são subjetivas e depende da inter-
pretação de cada um, mas ainda assim,
quando a contagem da permanência de
um devoto em uma cidade se reinicia? É
imediato? Demora um ano, uma aventura?
— Cons. Pablo Alves
No STR da DB 200 foi especificado
que os bônus concedidos por esotéricos
não acumulam com o bônus de melhorias,
entretanto, eu tenho algumas dúvidas em
relação ao acúmulo de bônus de itens com
bônus de melhorias e de encantamentos:
1) Sabemos que o bônus de materiais
especiais acumulam com os bônus de outras
melhorias, mas e com os bônus naturais de
certos itens? Um conjurador usando uma
varinha arcana de mitral poderia, ao pagar 2
PM, ter a CD de uma magia aumentada em
+3 (sendo +1 do bônus natural da varinha
e +2 do efeito do material especial)?

14
 2) O bônus natural de certos itens
acumula com encantos? Por exemplo, uma
veste de teia de aranha sombria daria +10
em furtividade (+5 do bônus natural da
armadura e +5 do bônus de encanto)?
— Cons. Gilmar Burato
Saudações esotéricas, conselheiro!
Vamos às suas respostas:
1) Os bônus de materiais especiais não
acumulam com os bônus naturais dos itens
(apenas com os bônus de outras melhorias).
2) Não, apenas o maior bônus se aplica.
Olá, excelentíssimos! O poder conce-
dido Almejar o Impossível transforma um
resultado 19 em qualquer teste de perícia
em um sucesso automático. Como Luta é
uma perícia, se eu faço um teste de ataque
com uma arma com margem de ameaça 20
e obtenho um 19, esse é um acerto normal
ou um acerto crítico?
— Cons. Fernando Moura
Saudações ousadas, conselheiro! Pela
fria letra da regra, o poder oferece apenas
um acerto automático, não um acerto crítico.
Armas naturais podem receber melho-
rias, como por exemplo, o chifre do mino-
tauro ser banhado em adamante ou mitral?
— Cons. Henrique Martins
Saudações aprimoradas, conselheiro!
Normalmente, armas naturais não podem
receber melhorias. Para lidar com essa
limitação, existem os itens manopla e garra
feroz (Ameaças de Arton, p. 396). Porém,
em situações especiais dentro da trama, o
mestre sempre pode abrir exceções.
Olá, nobres esclarecedores de regras!
Tenho duas dúvidas:
1) Se um bardo copia uma magia com o
Paródia, essa magia recebe os benefícios
de Arte Mágica?
2) Um druida devoto de Megalokk não
pode realizar ações que demandem calma,
incluindo conjurar magias com duração
sustentada. Esse mesmo druida poderia
lançar uma magia cuja execução dura
mais que uma rodada, como é o caso de
Banimento?
— Cons. Michael Boni
Saudações selvagens, conselheiro! Vamos
às suas respostas.
1) Sim. O bardo lançou a magia por si só,
recebendo quaisquer benefícios normalmente
recebidos quando lança uma magia.
2) Sim, o druida pode lançar a magia
normalmente. Lançar magias não precisa
ser uma tarefa abordada com calma nem
paciência — o druida estará rosnando e
esbravejando até mais enquanto lança essa
magia demorada!
Caros membros do tribunal, venho por
meio deste indagar sobre uma questão que
permeou a mesa de um amigo.
Qual o entendimento da ação com-
pleta? Ela conta como todo o seu turno,
independente de ações extras advindas de
magias, parceiros ou poderes? Ou trata-se
apenas da combinação de uma ação de
movimento e uma ação padrão? Seria
possível, talvez com uma combinação de
Surto Heroico e Velocidade Ladina, ter
duas ações completas no mesmo turno?
Me ajudem a ter respostas para um
cavaleiro e um arcanista com muitas ações!
— Cons. Bruno Andrade
15
 Saudações ativas, conselheiro! Uma ação
completa é a combinação de uma ação de
movimento e uma ação padrão. Você poderia,
sim, fazer duas ações completas no mesmo
turno com essa combinação de poderes.
Meus cumprimentos aos excelentíssimos
membros do tribunal! Tenho dúvidas sobre
custo e limite de mana, principalmente em
magias.
1) Reduções de custo de mana são
contabilizadas antes do limite de PM?
2) O poder de nivel 20 do arcanista,
Alta Arcana, diminui o custo das magias
do conjurador pela metade. Isso afeta o
limite de PM?
— Cons. Giovanni Ernesto
Saudações reduzidas, conselheiro! Vamos
às suas respostas:
16
1) Sim. O custo reduzido funciona como
uma espécie de aumento “oculto” do limite
de PM.
2) Não, a redução de custo de Alta
Arcana é aplicada após aprimoramentos
e outras reduções de custo, o que impede
que seja considerada na hora de escolhê-los
(e de escolher mais deles depois que ela é
aplicada). Esta é uma limitação do próprio
poder e não tem relação com a regra de
Limite de Gasto.
Olá, nobres esclarecedores de regras!
Tenho uma dúvida: é possível fazer uma
investida saltando?
— Cons. Joao Carlos
Saltar é parte do movimento do persona-
gem e não exige uma ação. Assim, desde que
o salto seja compatível com uma investida
(ou seja, desde que o movimento horizontal
permaneça em linha reta), é perfeitamente
possível fazer combiná-los. ■
 DICAS DE MESTRE
GUIA DE ESTILO
Dando unidade e consistência aos
textos e fichas de Tormenta20
 POR RAFAEL DEI SVALDI
Saudações escribas de Arton. Um dos
meus trabalhos como diretor de regras
de Tormenta20, é garantir que os textos
dos produtos sigam um padrão e uma
uniformidade. Isso ajuda a dar consistência
na apresentação das regras e, em alguns
casos, torna até mais fácil a compreensão
e identificação de cada mecânica.
Na coluna deste mês, vou compartilhar
algumas informações de nossos materiais
de referência para autores de Tormenta20.
Isso pode auxiliar tanto aqueles que que-
rem escrever materiais para a Iniciativa
T20 quanto mestres e jogadores que
querem adotar esse estilo às suas criações
domésticas.
A IMPORTÂNCIA
DE UM PADRÃO
Antes de tudo, é bom entender a impor-
tância desses padrões. Basicamente, seguir
um estilo unificado ajuda o leitor a identificar
com mais facilidade o conteúdo que ele está
lendo. Saber, por exemplo, que categorias de
tamanho são escritas com inicial maiúscula
torna mais fácil identificar uma dessas cate-
gorias quando ela aparece no texto. De forma
semelhante, adotar padrões para explicar
mecânicas semelhantes permite que o leitor
compreenda a regra mais facilmente; ele
pode aplicar seu conhecimento de mecânicas
vistas anteriormente no entendimento da
nova regra.
Outra vantagem de seguir um estilo e
padrões específicos é permitir que certos
textos de regras sejam resumidos, diminuindo
seu tamanho e tornando a leitura mais fácil
e prazerosa.
Vamos tomar como exemplo a habili-
dade Agarrar Aprimorado, presente em
várias criaturas. Seu texto de regras é
basicamente igual entre todas as criaturas,
geralmente tendo apenas duas variáveis
(a arma utilizada e o valor do teste de
agarrar). Essencialmente, quem leu o
texto de Agarrar Aprimorado uma vez já
conhece a habilidade, e só precisa saber as
características específicas de cada criatura
com essa habilidade. Ao aplicar um padrão
resumido para essa habilidade, conseguimos
encurtar o texto e dar destaque justamente
às informações mais relevantes.
TIPOGRAFIA E PROSA
Questões relativas a estilos de parágrafo
e caracteres.
Uso do itálico
• Em termos de regras, só se usa itálico
para itens mágicos, encantos e nomes
de magias.
• Usa-se itálico para nomes de obras no
geral: livros, revistas, streams, filmes, séries,
jogos, aventuras, músicas.
• É possível usar itálico para dar ênfase
em uma palavra, desde que isso não
possa ser confundido com alguma regra
envolvendo magia.
Subtração
• Nunca usar - (hífen). Deve ser a meia-risca –.
Ex: Você sofre –5, não -5.
• O atalho para a meia-risca é Alt Gr + 0150
no teclado numérico.
Ações
• Sempre devem vir em minúscula.
Indepen-dente se são de combate, de
um perigo complexo ou de qualquer
outro meio.
Ex: “Você pode fazer um teste de Atletismo
para natação”, “Para superar esse perigo
complexo, você precisa de 5 sucessos na
ação barganhar”.
19
Dinheiro
A notação correta para tibares é o sím-
bolo de tibar seguido pelo numeral, com
espaço entre os dois.
Ex: T$ 100, TO 25, T$ 3d10.
Errado: T$100, 100T$, 100 T$, 100 TO,
3d8 T$.
• Pode-se escrever o valor em tibares por
extenso, mas é melhor evitar, a não ser
que seja parte da fala de um personagem
ou da narração do mestre.
Referências
• Se usar alguma regra presente em algum
outro lugar, sempre referencie a fonte em
itálico junto da página. A referência deve
vir entre parênteses.
Ex: Role o tesouro na coluna de ND 8
(Tormenta20, p. 328).
• É preferível que “página” sempre seja
abreviada para “p.”, a não ser que seja
necessário criar volume no texto. Caso
a referência passe por várias páginas, a
notação deve ser a seguinte:
pp. 22–25
(repare que não é um hífen,
e sim uma meia-risca).
Etc.
• Embora ambas as formas estejam gra-
maticalmente corretas, por padrão nunca
usamos “Etc.” antecedido por vírgula. Além
disso, “Etc.” sempre deve estar acompa-
nhando de ponto, mesmo que não esteja
no fim de uma frase.
20
Estilo
• Os textos de regras devem ser claros,
concisos e de fácil leitura. De forma geral,
dê preferência a termos mais coloquiais e
curtos ao descrever regras, mas observe
que a explicação seja clara e sem margem
para interpretações mecânicas.
Ex: “Se passar em um teste de Atletismo”
em vez de “Se for bem-sucedido em um
teste de Atletismo”.
Ex: “O alvo fica caído” em vez de “O alvo
fica sob a condição caído”.
Sujeitos
• Demarcar bem os sujeitos das frases,
sobretudo aquelas relacionadas a regras.
• Evitar confundir os personagens dos
jogadores e os inimigos em uma frase
por omissão de algum sujeito.
• Quando envolver regras, esses termos
sempre devem ser utilizados:
Personagem, para os protagonistas.
Aliado, para criaturas amigas dos per-
sonagens de uma forma abrangente.
Parceiro, para criaturas que atuem
mecanicamente como parceiros.
Inimigo, para criaturas oponentes aos
protagonistas.
• Se não houver regras envolvidas, é possível
usar sinônimos para não deixar o texto
repetitivo: heróis, aventureiros, vilões,
amigos, rivais etc.
REGRÊS • Um teste estendido deve apresentar
consequências boas em caso de sucesso,
ruins em caso de fracasso. O fracasso
Testes ao menos deve representar a perda de
• Nome de perícias sempre em maiúscula, alguma oportunidade ou recurso.
e especialização em minúscula.
Ex: Ofício (artesão).
Quando um Teste é Necessário
• Em aventuras ou textos de regras, evite
• A CD sempre deve vir depois do nome
pedir um teste cujo resultado não terá
da perícia, entre parênteses.
consequências. Um teste sempre deve
Ex: um teste de Atletismo (CD 15). representar uma oportunidade (o perso-
• Alternativamente, a CD também pode ser nagem obtém algo por passar ou perde
escrita antecedida de “contra”. a chance de obter algo se falhar) ou uma
complicação (o personagem sofre algo se
Ex: Faça um teste de Luta contra CD 25. falhar e evita esse algo se passar).
• Para a descrição do teste de resistência
de um efeito, a perícia sempre deve vir
abreviada, seguida da CD e do que ocorre
em um sucesso.
Ex: Fort CD 20 evita; Ref CD 15 reduz
à metade; Von CD 10 evita a condição.
• Deve-se usar principalmente “evita”
e “reduz à metade” em testes de
resistência. Em magias, há mais
termos específicos.

Testes Estendidos
• Um teste estendido sempre deve apre-
sentar uma duração do início ao fim. E a
duração que leva para fazer cada teste.
• O teste estendido é apresentado da
mesma forma que um teste comum, ape-
nas incluindo a quantidade de sucessos
necessária ao final. Assim como
na moda, estilo
Ex: um teste estendido de Diplomacia também é tudo
(CD 15), 3 sucessos. na escrita.

21
Perigos Complexos
• Um perigo complexo deve privilegiar certas
perícias, para deixar os tipos certos de
personagem sob os holofotes.
• É importante dar o que fazer aos outros
personagens que não estão em destaque,
mas as ações deles devem evitar ser tão
importantes quanto ou mais que a dos
personagens em foco.
Bônus e Penalidades
• Quando o bônus ou penalidade se aplica
a uma perícia de forma geral, sempre deve
se mencionar o nome da perícia, sem falar
“em testes de”.
Ex: Você recebe +5 em Furtividade, e não:
você recebe +5 em testes de Furtividade.
• Quando houver bônus e penalidades como
parte de um mesmo efeito, primeiro apre-
sentar os bônus e depois as penalidades.
Nunca misturar as duas coisas.
Ex: Rafa recebe +2 em Defesa quando
usa a armadura de cosplay, além de +5 em
Atuação. No entanto, sofre penalidade de
armadura adicional de –1 pela idade.
Errado: Rafa recebe +2 em Defesa
quando usa armadura de cosplay, mas sofre
penalidade de armadura adicional de –1 pela
idade. Além disso, recebe +5 em Atuação.
• Se o bônus for para um uso específico
de uma perícia ou habilidade, aí deve vir
acompanhado de “em testes de”
Ex: Você recebe +10 em testes de
Atletismo para nadar.
Ex: Você recebe um bônus de +2 em
testes de Atletismo para nadar (melhor evitar,
mas não está errado se precisar aumentar
o tamanho do texto um pouco)
22
• Se a intenção do efeito é que o bônus se
acumule, isso deve vir escrito expressa-
mente por via das dúvidas.
Ex: Rafa recebe um bônus de +5 cumula-
tivo em testes de Investigação para encontrar
biscoitos em gavetas do escritório.
Fichas de Ameaças
• A primeira vez que o nome da ameaça
aparecer em uma habilidade, deve ser
com o nome completo. A partir daí, pode
ser só o nome mais importante.
Ex: Na primeira vez, “O kallyagrai do
frio superior faz…”; depois, “O kallyagrai…”
• Se alguma habilidade fornece um bônus
ou penalidade que já foi levado em conta
nas estatísticas apresentadas, o texto
da habilidade deve terminar com “(já
contabilizado)”.
• Se houver uma habilidade que fornece
um benefício que já está registrado nas
estatísticas, o texto da habilidade deve
terminar com “(já incluso)”.
• Se a ameaça tiver magias, dê prefe-
rência a copiar e colar a redação dessa
mesma magia de alguma ameaça de
Ameaças de Arton, para evitar criar
interpretações erradas.
• Armas, armaduras e outros itens sempre
devem vir no campo de equipamento,
mesmo que sejam mágicos ou muito
valiosos. Tesouro é a riqueza que a cria-
tura possui mas não está de fato usando.
Parceiros
• Parceiros sempre devem ser apresentados
na seguinte ordem: tipo e nível.
Ex: Rafa é um parceiro ajudante mestre.
Errado: “Rafa é um parceiro mestre do
tipo ajudante” ou qualquer variação do tipo.
• Se estiver apresentando um parceiro junto
da sua ficha de ameaça, inclua o texto
de parceiro no final da ficha, depois dos
equipamentos e tesouro.
Caso não haja ficha
de ameaça,
pode deixar no
corpo de texto.
Mas... e se eu não for
uma ameaça?
Habilidades
• Habilidades em Tormenta20 são sempre
passivas ou ativas. Habilidades passivas
são aquelas que fornecem algum efeito
sem que o personagem precise executar
uma ação para isso.
Ex: Estilo de Duas Armas fornece +5 em
rolagens de dano com armas de duas mãos.
Este é um efeito passivo; o personagem
não precisa gastar uma ação para receber
o bônus.
Ex: Armadura de Allihanna permite que o
personagem gaste uma ação de movimento
e 1 PM para receber +2 na Defesa. Esta
é uma habilidade ativa.
• Habilidades ativas sempre devem
incluir a ação necessária para sua
ativação, com duas exceções:
• Se a ação necessária for uma ação
livre, ela não precisa ser indicada (mas
pode ser indicada se isso tornar o
texto mais claro).
• Se a ação é usada como uma reação a
algo específico, não é necessário indicar
que é uma reação (mas isso pode ser
indicado se tornar o texto mais claro).
CRIANDO
FICHAS DE AMEAÇAS
O monstrulento Ameaças de Arton
traz regras completas para criar os mais
variados monstros para sua campanha.
Aqui, vou detalhar o formato das fichas
de criatura, e como suas informações são
apresentadas.
23
 MODELO DE
FICHA DE CRIATURA
O modelo a seguir contém todas as infor-
mações que podem aparecer em uma ficha
de criatura. Ao criar uma ficha, observe as
formatações, uso de maiúsculas e minúsculas
e pontuação indicadas nesse modelo.
1 Modelossauro exemplus 2 20, S e S+.
ND 1
3 Tipo ( 4 subtipo) 5 Tamanho
( papel de combate)
6 Construto, Espírito, Humanoide, Monstro
Iniciativa +X, Percepção +X, habilidades de sentido
em ordem alfabética
Defesa XX, Fort +X, Ref +X, Von +X, habilidades
defensivas em ordem alfabética seguidas por
fraquezas também em ordem alfabética
Pontos de Vida X.XXX
Deslocamento Xm (Xq), modo de deslocamento Xm (Xq)
Pontos de Mana XX
7 Ataque 8 Nome do ataque +X (1dX+X 9 tipo de
dano, 10 19/x3, mais 1d6 tipo, 11 alcance curto).
12 Nome da Habilidade 13 Ação, X PM) Descrição
da habilidade. Sempre que possível, a habilidade
deve descrever seu efeito máximo seguida do
tipo de teste de resistência, sua CD e o resultado
caso a vítima passe. 14 Tipo de efeito. 15 Recarga
(condição de recarga).
16 Magias Como uma 17 classe de 5º nível (CD XX,
18 limite de PM X).
• 19 Magia (Ação, X PM) Descrição resumida, usando
o nome resumido da criatura.
Fraqueza Descrição da fraqueza.
For X, Des X, Con X, Int –X, Sab –X, Car –X
Perícias Perícia +X, Perícia +X, Perícia+X (+Y em
situação específica).
Equipamento 20 Item A x2, item B, item C x3. Tesouro
21 Padrão mais recurso (CD X para extrair).
22 Familiar/Parceiro Habilidades de parceiro.
24
1 O nome da criatura. Além de
aparecer como título, o nome completo
é usado apenas na primeira vez que
aparecer na ficha. Depois disso, se usa
um nome encurtado (nesse caso, seria
apenas "Modelossauro").
2 O nível de desafio da criatura. Os
valores possíveis são 1/4, 1/2, de 1 a
3 O tipo da criatura, entre Animal,
ou Morto-vivo.
4 Quando houver um subtipo, será
listado aqui. Para humanoides, será a
sua raça (como anão, elfo, humano).
Outros tipos de criatura geralmente
não têm subtipo.
5 A categoria de tamanho entre
Minúsculo, Pequeno, Médio, Grande,
Enorme ou Colossal.
6 O papel de combate, entre solo,
lacaio ou especial, representado pelo
símbolo correspondente. Se a criatura
for um bando, o símbolo correspondente
vai aqui, depois do símbolo do papel
de combate.
7 Ataques sempre devem ser de um
dos seguintes tipos:
Corpo a corpo
À Distância
Ataques são listados em ordem de
importância, começando sempre pelos
corpo a corpo e seguidos pelos ataques
à distância.
8 O nome do ataque (em itálico se for 14Se a habilidade tiver um tipo de efeito
mágico). que não fica evidente no texto, ele é indicado
Se a criatura tiver mais de uma instância em itálico aqui.
do ataque (por exemplo, usa duas espadas 15Se a habilidade tem uma condição de
curtas ou tem duas garras), isso é indicado recarga, ela é indicada aqui, em itálico.
por extenso antes do nome (ex. Duas garras
16 A habilidade Magias sempre é a última
+X). Se a criatura faz mais de um ataque
habilidade de uma ameaça, ficando na frente
com a mesma arma, isso é indicado por
apenas de fraquezas.
um numeral após o nome (ex. Espada
curta x2 +X). 17 A classe de conjurador da criatura. Se
ela não seguir nenhuma classe, pode ser
9 O tipo de dano só é indicado quando não
um "conjurador arcano" ou um "conjurador
for pré-definido pelo nome do ataque. Por
divino".
exemplo, armas descritas em T20 têm tipo
de dano definido, por isso não é necessário 18 O limite de PM só é indicado se for
indicar aqui. diferente do ND da criatura.
10 Se for diferente de 20/x2, a margem de 19 Magias são listadas em ordem alfabética
ameaça vai logo após o dano básico. Dados
20Itens em ordem alfabética, com um
de dano adicionais, que não são afetados
multiplicador (ex. x3) em caso de mais de
pelo crítico, aparecem depois da margem
uma unidade.
de ameaça.
21 Os tipo de tesouro são Nenhum,
11 Para ataques corpo a corpo, se indica o
Metade, Padrão, Dobro e Triplo. Se a criatura
alcance natural se for maior que o padrão
possui algum recurso que possa ser extraído,
para a criatura. Para ataques à distância, se
a CD para isso será 15 + ND.
indica o alcance do ataque a menos que seja
pré-definido pela arma em questão. 22 Se a criatura puder ser empregada como
12 Todas as habilidades são apresentadas familiar e/ou parceiro, isso é indicado no
em ordem alfabética, após os ataques com final da ficha. ■
armas. Depois, vem a habilidade Magias
e, por fim, fraquezas também em ordem
alfabética.
13 As ações possíveis são Reação, Livre,
Movimento, Padrão e Completa. Para habi-
lidades passivas (que não requerem ação),
isso não aparece.

25
ARQUIVOS SECRETOS

SCP
parte 1
OS MISTÉRIOS POR TRÁS DA FUNDAÇÃO
“SECURE, CONTAIN, PROTECT”
 POR MIGUEL SOUZA
Atendendo a muitos pedidos, finalmente
está na hora de abordar os mistérios
por trás dos bizarros itens de poder
apelidados de SCP!
Como costumo dizer, Cellbit se inspira
em diversos conteúdos e, em muitos casos,
faz referência direta a outras obras de horror.
Seguindo essa lógica, nada nos impede de
fazer o mesmo.
Dito isso, vamos falar de Ordem Paranormal
RPG e de como podemos adaptar essa tal de
Fundação “Secure, Contain, Protect” que dá
nome a creepy pasta com algumas das histórias
mais bizarras que eu já li.
SEGURAR,
CONTER, PROTEGER
SCP refere-se a "Secure, Contain, Protect"
(Segurar, Conter, Proteger), que é o lema da
Fundação SCP, uma organização fictícia de
ficção científica, horror e fantasia.
A Fundação SCP é central em uma comu-
nidade online de escrita colaborativa que cria e
compartilha histórias, contos e relatórios fictícios
sobre objetos, entidades e fenômenos anômalos.
Esses elementos anômalos são chamados de
SCPs e são contidos e estudados para proteger a
humanidade do perigo que representam. Cada
SCP recebe um número de identificação único
e é descrito em um formato de arquivo que
contém suas características, comportamentos
e procedimentos de contenção.
A comunidade SCP já é muito famosa
por sua criatividade e pela construção de
um vasto universo compartilhado em torno
desses elementos anômalos. Aqui no Brasil,
por exemplo, temos a youtuber Amedyr que
já abordou dezenas de SCPs em seu canal.
BUROCRACIA
DO HORROR
A Fundação SCP faz uso de diversas etapas
de trabalho extremamente burocráticas e bem
documentadas:
• Identificação: A Fundação SCP monitora o
mundo, financiada por acordos internacionais
ocultos até mesmo de líderes de estado, em
busca de relatos de eventos inexplicáveis,
criaturas sobrenaturais, objetos misteriosos
e fenômenos anômalos.
• Contenção: Após identificar uma anomalia,
a Fundação trabalha para impedir que ela
cause danos ou ameace a população em geral.
Isso pode envolver a criação de instalações
de contenção especiais, procedimentos de
segurança e até mesmo o recrutamento
de pessoal especializado para lidar com
entidades perigosas.
• Estudo: Uma vez contida, a anomalia é
submetida a estudos e análises detalhadas
para entender sua natureza, origem e
potencialidades. Cientistas, pesquisadores
e agentes da Fundação trabalham para
aprender mais sobre as anomalias, suas
propriedades e como interagir com elas
de maneira segura — um processo lento,
respeitando técnicas científicas e com o
custo de muitas vidas.
• C l a ssi f ic aç ão e Arqu iv amento:
Cada anomalia ganha um número de
identificação único (SCP) e um arquivo
contendo informações detalhadas, como
comportamento, origem e procedimentos
de contenção. Esses arquivos são mantidos
em sigilo pela Fundação.
27
 • Manutenção do Segredo: A Fundação SCP
mantém suas operações em sigilo absoluto
para evitar o pânico público e a exploração
indevida das anomalias por parte de indiví-
duos ou organizações não autorizadas. Ela
usa uma variedade de métodos para garantir
a confidencialidade, incluindo amnésia indu-
zida, desinformação e censura de informações.
No geral, a Fundação SCP é retratada como
uma organização “fora do radar” e altamente
especializada, dedicada a proteger a humani-
dade dos perigos do desconhecido,
enquanto busca com-
preender melhor o
universo estranho e
inexplicável que habita.
28
HERÓIS DE JALECO E
CANECA DE CAFÉ
É comum que haja riscos significativos asso-
ciados ao trabalho com anomalias e entidades
anômalas. Embora não haja números específicos
sobre fatalidades na ficção, é implícito que o
trabalho com SCPs pode ser extremamente
perigoso e potencialmente fatal.
Os funcionários da Fundação SCP geral-
mente lidam com objetos e entidades que
desafiam as leis da física e representam ameaças
imprevisíveis. Isso pode incluir SCPs que cau-
sam danos f ísicos, mentais ou emocionais,
bem como aqueles que têm efeitos colaterais
letais.
Embora a Fundação faça o possível para
garantir a segurança de sua equipe por meio
de protocolos de contenção e procedimentos
de segurança, os riscos permanecem elevados
devido à natureza imprevisível das anomalias.
Consequentemente, é provável que ocorram
incidentes graves e até mesmo fatalidades
no curso das operações.
Diferente da maioria das organiza-
ções como a Ordo Realitas, que conta
com membros capazes de matar o para-
normal, a Fundação prova sua eficiência
através de acadêmicos e empregados com
funções “cotidianas”. Em vez de comba-
tentes, contratam xenobiólogos. Em vez de
especialistas, contratam escriturários. Em
vez de ocultistas, contratam astrof ísicos.
Em trabalhos de campo, além desses
“profissionais comuns” terem que arris-
car suas vidas em feitos heróicos, a
Fundação conta com terceirizados para
por as mãos em armas — como, por
exemplo, agentes de outras organi-
zações que combatem o paranormal.
CINZENTO E QUADRADO
Embora haja menções a várias instalações
ao redor do mundo onde a Fundação opera,
como locais de contenção, laboratórios de
pesquisa e bases secretas, o local exato da sede
principal é frequentemente deixado ambíguo.
Isso contribui para a atmosfera de segredo e
paranoia que permeia muitas das histórias da
Fundação SCP.
Vez ou outra, quando obras com inspirações
em SCPs abordam uma sede física, ela costuma
ser o tipo de prédio cinzento e quadrado que
vemos aos montes nas ruas de grandes cidades.
A estrutura é tão genérica que simplesmente
passa despercebida pela sociedade.
CONTROL:
A CASA MAIS ANTIGA
Em outros casos, a discrição das operações
nas sedes é resultado da própria estrutura ser
construída com o uso de SCPs — isso quando
ela mesma não é um SCP como no caso do
game Control, onde a sede da organização que
combate “objetos de poder” (termo usado para
SCPs no jogo) é um local anômalo chamado
A Casa Mais Antiga.
A Casa Mais Antiga é um tipo de local
paranormal que possui uma conexão profunda
e intrínseca com várias dimensões alternativas,
particularmente o Plano Astral. Como resul-
tado, ela existe fora das leis ordinárias do espa-
ço-tempo e experimenta constantes mudanças
em sua topografia interna. Acredita-se que a
Casa Mais Antiga seja infinita em escala, com a
área controlada pela organização representando
apenas uma fração infinitesimal da verdadeira
extensão da Casa Mais Antiga. Por fora, no
entanto, a Casa Mais Antiga é um imponente
arranha-céu genericamente burocrático de
tamanho definido. Resumindo: o prédio é
maior por dentro do que por fora e leva para
outras dimensões.
29
CATALOGANDO O INDESCRITÍVEL
A classificação de SCPs é uma maneira de
categorizar e descrever os objetos, entidades ou
fenômenos anômalos contidos. A classificação
ajuda a entender o nível de periculosidade,
complexidade e os procedimentos necessários
para conter e lidar com cada SCP. Existem três
classificações principais:
Safe (Seguro): SCPs classificados como
"Safe" são considerados os menos perigosos ou
os mais facilmente contidos. Eles geralmente
têm propriedades previsíveis e podem ser
mantidos com procedimentos relativamente
simples. No entanto, isso não significa que
sejam inofensivos, apenas que são menos
imprevisíveis em comparação com outros SCPs.
Euclid (Euclídeo): SCPs classificadas como
"Euclid" são mais imprevisíveis em sua natureza
e podem ser mais difíceis de conter do que SCPs
"Safe". Eles podem apresentar comportamentos
variáveis ou ter efeitos que não são totalmente
compreendidos, exigindo medidas de contenção
mais complexas e vigilância regular.
30
Keter (sem tradução): SCPs classificados
como "Keter" são os mais perigosos e dif íceis
de conter. Eles representam uma ameaça sig-
nificativa à segurança da Fundação SCP e da
humanidade como um todo. SCPs Keter muitas
vezes exibem habilidades ou propriedades que
estão além da compreensão atual da ciência, e
podem requerer medidas extremas de conten-
ção para evitar consequências catastróficas.
Além dessas classificações principais,
existem outras categorias especiais, como
Thaumiel (sem tradução; SCP útil para conter
ou neutralizar outros SCPs), Neutralized
(“Neutralizado”; SCP que não apresenta
mais propriedades anômalas) e Explained
(“Explicado”; SCP cuja natureza anômala foi
totalmente compreendida).
Essas classificações são fundamentais para a
Fundação SCP entender a natureza e o potencial
de cada SCP, e para desenvolver estratégias
adequadas de contenção e proteção contra
ameaças anômalas.

PASTAS COMUNS COM
ARQUIVOS BIZARROS
Existem centenas, talvez milhares, de
SCPs, mas vou citar algumas de minhas SCPs
favoritas — talvez você note a referência de
uma ou outra:
SCP-087 (Euclídeo): Uma escadaria sem
fim que parece descer indefinidamente em
uma instalação não identificada. A escuridão
e a sensação de claustrofobia ao explorar SCP-
087, juntamente com os sons misteriosos que
emanam dela, criam uma atmosfera de terror
psicológico e isolamento perturbador.
SCP-096 (Euclídeo): Apelidado de O
Homem que Chora é uma entidade humanoide
extremamente sensível e violenta que reage de
forma explosiva e incontrolável, avançando
contra qualquer pessoa que visualize seu rosto,
perseguindo e golpeando suas vítimas até a
morte.
Esses são apenas alguns exemplos de SCPs,
e a comunidade da Fundação SCP continua
criando uma ampla variedade de entidades e
objetos anômalos, cada um com suas próprias
características e histórias únicas. É como um
bestiário infinito de ameaças paranormais
para RPG.
No mês que vem, conheceremos uma
porção destes itens e bizarrices catalogados
pela Fundação, bem como suas regras para
Ordem Paranormal!
Não perca! o
SCP-173 (Euclídeo): Também conhecido
como A Escultura é uma estátua de concreto
que se move de forma rápida e violenta quando
não é observada diretamente, frequentemente
atacando e mutilando qualquer pessoa em seu
campo de visão.
SCP-261 (Seguro): Uma máquina de
vendas automática capaz de produzir itens
desconhecidos e, às vezes, bizarros quando
alimentada com moedas. Os itens produzidos
por SCP-261 foram categorizados em quatro
classes: itens seguros, itens não seguros, itens
extremamente perigosos e itens exóticos. Além
disso, alguns itens produzidos pela máquina
possuem efeitos anômalos, como propriedades
curativas ou efeitos nocivos.
SCP-682 (Keter): Um organismo reptiliano
extremamente resistente e hostil, conhecido
como O Indestrutível, que possui a capacidade
de se adaptar e regenerar de danos graves,
tornando-se quase impossível de ser contido
ou destruído.
31
Aqui há
Dragões

10 dragões memoráveis
da cultura pop para
Tormenta20
(e uma surpresa para 3DeT Victory)
 POR THIAGO ROSA
Os mitos dos dragões surgiram de forma
independente em diversas culturas ao
longo dos séculos. Não há consenso sobre
qual seja a base de sua origem — alguns
pesquisadores apontam para ossadas
de dinossauros ou baleias, outros para o
crocodilo-do-nilo e outros ainda apontam
para o medo como vantagem advinda da
evolução; da mesma forma que macacos
temem cobras ou grandes felinos, o humano
sentiria a necessidade de criar um predador
passível de ser temido apesar de seus
avanços tecnológicos. De uma forma ou
de outra, dragões fazem parte da nossa
cultura e povoam nossas histórias.
O papel dessas criaturas é muito variável.
Obras menos eurocêntricas, especialmente
as do leste asiático, costumam apresentar
dragões como mentores e fontes de sabedo-
ria. Sendo quase onipresentes culturalmente,
os dragões já foram interpretados de várias
formas, ocupando vários papéis.
Sabendo disso, em comemoração às
duzentas edições da Dragão Brasil, apre-
sentamos aqui dez dragões encontrados
na cultura pop. Alguns são mais adequa-
dos como monstros, obstáculos a serem
encontrados pelos jogadores. Outros podem
ser aliados. De uma forma ou de outra, os
monstrengos estão prontos para chacoalhar
a sua mesa de jogo!
Habilidades
Dracônicas
Todas as criaturas apresentadas
aqui possuem as habilidades dracô-
nicas descritas na seção “Dragões”
(Tormenta20, p. 311).
BANGUELA
Como Treinar o Seu Dragão
Fúria da Noite é um nome dado a uma
espécie de dragão tida como a cria do relâm-
pago com a própria morte. Suas escamas
são pretas como a noite, tem olhos felinos e
pode ajustar o próprio corpo para conseguir
melhor aerodinâmica e manobrabilidade.
Costumam ser muito agressivos e acredi-
tava-se terem sido extintos — até o menino
Soluço encontrar seu amigo Banguela e
mudar completamente a forma como seu
povo lidava com esses seres alados.
Essas estatísticas podem ser usadas
para Banguela ou outros membros de sua
espécie. Como os fúrias da noite foram
praticamente extintos, encontrar um deles
vivo e preservar essa vida pode ser uma
aventura interessante — especialmente se o
Culto de Kallyadranoch estiver patrocinando
a expedição enquanto um dos Dragões-Reais
quer manter a espécie extinta!
33
 Banguela ND 7
Monstro (dragão) Grande
Iniciativa +15, Percepção +10, percepção
às cegas, visão no escuro
Defesa 31, Fort +14, Ref +20, Von +7,
imunidade a dano de luz, redução de
dano 10, resistência a magia +3, vulne-
rabilidade a trevas
Pontos de Vida 280
Deslocamento 12m (8q), voo 24m (16q)
Corpo a Corpo Mordida +25 (2d6+14, 19)
e duas garras +25 (1d8+14, 19).
Fúria da Noite Enquanto está voando,
Banguela rola dois dados e escolhe o
melhor ao fazer testes de ataque e testes
de resistência.
Sopro (Padrão) Todas as criaturas em uma
linha de 12m sofrem 6d12 pontos de dano
de eletricidade e ficam ofuscadas por
1d4 rodadas (Ref CD 24 reduz à metade
e evita a condição). Cada vez que rolar o
valor máximo em um dado do sopro, role
um dado extra e some ao dano total do
sopro. Recarga (movimento).
For 7, Des 7, Con 6, Int 0, Sab 2, Car 2
Perícias Acrobacia +20.
Tesouro Padrão.

34
DRAGÃO
BRANCO DE
OLHOS AZUIS
Yu-Gi-Oh!
A carta favorita de Seto Kaiba, o dra-
gão branco de olhos azuis representa
uma poderosa máquina de destruição.
Praticamente invencível, pouquíssimos
enfrentaram esta magnífica criatura e
viveram para contar a história.
Embora se porte como um bastião de
retidão e justiça, esse dragão admira prin-
cipalmente a habilidade mágica e a aptidão
com jogos dos humanoides. É possível que
se alie a um deles, caso demonstre essas
qualidades, podendo servir tanto como um
inimigo quanto um aliado facilmente.
Dragão Branco
de Olhos Azuis ND 13
Monstro (dragão) Enorme
Iniciativa +13, Percepção +13, percepção às cegas,
visão no escuro
Defesa 44, Fort +26, Ref +13, Von +20, imunidade
a dano de luz, redução de dano 10, resistência
a magia +3, vulnerabilidade a trevas
Pontos de Vida 650
Deslocamento 12m (8q), voo 24m (18q)
Corpo a Corpo Mordida +37 (4d10+31, 18) e
duas garras +37 (3d10+31, 18).
Aura Aterradora Vontade CD 35 evita.
Azul no Olhar Caso o dragão branco de olhos
azuis seja parceiro ou familiar de uma criatura
treinada em Jogatina e seja capaz de lançar
magias arcanas, essa criatura passa a ter olhos
azuis, soma sua Sabedoria nos pontos de mana
e recebe +4 em Jogatina e Percepção.
Luz Verdadeira (Padrão) Uma criatura em alcance
médio recupera 8d8+4 pontos de vida e é curada
de qualquer condição. Luz. Recarga (usar Raio
Explosivo da Destruição).
Raio Explosivo de Destruição (Padrão) Criaturas
em um cone de 18m sofrem 12d12 pontos de
dano de luz e ficam cegas por 1d4 rodadas
(Ref CD 35 reduz à metade e evita a condição).
Uma criatura só pode ficar cega devido a esse
efeito uma vez por cena. Recarga (movimento).
For 10, Des 0, Con 8, Int 4, Sab 4, Car 4
Perícias Conhecimento +16, Jogatina +22,
Misticismo +22.
Tesouro A Pedra Branca das Lendas (veja a
seguir).
A Pedra Branca
das Lendas
Este artefato se parece com uma
pérola branca, do tamanho da cabeça
de um humano. É ligeiramente quente
ao toque e, se alimentada com mana
continuamente, pode dar à luz um
novo dragão branco de olhos azuis.
O dragão já nasce em sua forma
adulta, com as estatísticas acima.
Em sua forma de pérola, funciona
como um familiar (veja Azul no Olhar)
e o dragão, após nascer da pérola,
se oferece como um parceiro (veja
Ameaças de Arton, p. 66).
35

DRAGONITE
Pokémon
A última etapa da evolução do primeiro
pokémon do tipo dragão, Dragonite é uma
forma de vida marinha com inteligência
comparável à humana. Possui asas e é capaz
de voar, sendo capaz de dar a volta ao mundo
em dezesseis horas. É benevolente; há rela-
tos de dragonites resgatando pessoas que
se afogavam ou guiando sobreviventes de
naufrágios para a costa. Seu temperamento
é calmo, mas se sua fúria for provocada,
destrói tudo ao redor. Nas regiões de Alola e
Paldea, existe a lenda de uma ilha paradisíaca
povoada por dragonites.
Dragonite é um pokémon poderoso; o
primeiro “pseudo-lendário”, com atributos
altos, incluindo o maior ataque da primeira
geração. Enquanto muitos outros pokémons
do mesmo calibre acabam caindo em desuso
ao longo das muitas iterações da franquia,
dragonite é uma presença constante no
circuito competitivo.
36
Em suas mesas, dragonite pode ser
um inimigo caso esteja a serviço de um
humanoide mal intencionado que tenha
conquistado sua confiança. Os heróis podem
ajudar a libertar o dragão da influência
maligna e conquistar um aliado no processo.
Dragonite ND 11
Monstro (dragão) Médio
Iniciativa +22, Percepção +10
Defesa 41, Fort +11, Ref +18, Von +24, redução de
ácido 20, redução de fogo 20, vulnerabilidade a frio
Pontos de Vida 550
Deslocamento 9m (6q), voo 27m (18q)
Corpo a Corpo Pancada x2 +34 (4d12+10) e duas
asas +34 (4d8+10).
Dança do Dragão (Movimento) Dragonite recupera
5d12 pontos de vida e, até o final da rodada,
rola 2d20 e escolhe o melhor resultado sempre
que faz um teste de ataque. Recarga (obter um
acerto crítico).
Hiper Raio (Padrão) Todas as criaturas em uma
linha de 15 metros sofrem 12d12 pontos de
dano de essência (Ref CD 31 reduz à metade).
Recarga (usar Dança do Dragão).
Multiescama Todo dano causado a dragonite
enquanto ele está com todos os seus pontos
de vida é reduzido pela metade.
Velocidade Extrema Se Dragonite for o primeiro
a agir em combate, ele recebe uma ação
padrão adicional. Além disso, durante via-
gens (Tormenta20, p. 270) seu deslocamento
é multiplicado por dez.
For 10, Des 2, Con 6, Int 2, Sab 2, Car 2
Perícias Sobrevivência +10.
Tesouro Padrão e uma peça de couro de dragão
(CD 26 para extrair).
Parceiro Dragonite é um parceiro veterano que
fornece +5 em Iniciativa e +2 na Defesa. Além
disso, uma vez por rodada você pode gastar 2
PM para causar 4d6 pontos de dano de essência
em uma criatura em alcance médio.

FALKOR
A História Sem Fim
Falkor, o dragão da sorte, é um símbolo de
esperança e amizade no mundo de Fantasia.
Sua aparência, uma mistura entre uma cobra
e um labrador, lembra um pouco os dragões
celestiais. É uma criatura leal, brincalhona e
gentil, se tornando um companheiro insepa-
rável do herói Atreyu durante sua missão.
Somente um mestre muito cruel colocaria
um ser tão bondoso como Falkor em oposi-
ção aos jogadores. Ele funciona muito bem
como um mentor ou um aliado. Se por algum
motivo os jogadores de fato precisarem
enfrentá-lo, é bom que se preparem para
uma batalha difícil e extremamente frustrante
— ele não apenas pode descartar resultados
de dados como também recupera tanto PVs
quanto PMs!
Falkor ND 15
Monstro (dragão) Enorme
Iniciativa +12, Percepção +22, percepção às cegas,
visão no escuro
Defesa 52, Fort +22, Ref +15, Von +28, imunidade
a dano de luz, vulnerabilidade a trevas
Pontos de Vida 800
Deslocamento 12m (8q), voo 24m (16q)
Pontos de Mana 99
Corpo a Corpo Mordida +44 (4d12+40, 17) e
duas garras +44 (3d12+40, 17).
Aura Aterradora Vontade CD 40 evita.
Golpe de Sorte Quando obtém um acerto crítico,
Falkor recupera 12 PM.
S opro de N ada (P adrão , 10 PM) Todas as
criaturas em uma linha de 15m curam 16d12
pontos de vida e uma condição à escolha de
Falkor. Mortos-vivos sofrem 16d12 pontos
de dano de luz (Ref CD 40 reduz à metade).
Alternativamente, Falkor pode soprar em si
mesmo e curar 16d12 pontos de vida. Recarga
(movimento).
Sorte Ilimitada (Reação, 3 PM) Falkor pode rolar
novamente qualquer dado rolado ou forçar
qualquer criatura em alcance longo a rolar
novamente um dado rolado. Caso não goste
do segundo resultado, Falkor pode usar essa
habilidade novamente, até obter um resultado
que aceite.
For 13, Des 1, Con 10, Int 6, Sab 6, Car 6
Perícias Diplomacia +22, Intimidação +22,
Intuição +22, Misticismo +22.
Tesouro Triplo e 4 peças de couro de dragão
(CD 30 para extrair).
37
HAKU
A Viagem de Chihiro
O dragão celestial Haku é um dos fun-
cionários/ prisioneiros da casa de banho
onde a personagem título acaba indo parar
em A Viagem de Chihiro. Ele tenta ajudar
Chihiro ao longo da história, seja dando dicas
para que escape do mundo espiritual ou a
ajudando a navegar pelas regras sociais
implícitas da casa de banho.
Haku pode servir como um guia em
Sora, Reino de Lin-Wu, para jogadores em
viagens planares. Ele é mais bem-humorado
e inocente do que o esperado de um dragão
celestial, o que pode levar a oportunidades
interessantes de interação com os jogadores,
principalmente se houverem personagens
tamuranianos envolvidos.
Haku ND 9
Espírito Grande
Iniciativa +12, Percepção +16, percepção às cegas,
visão no escuro
Defesa 34, Fort +15, Ref +9, Von +21, imunidade
a efeitos de metabolismo, eletricidade e medo,
redução de dano 5, resistência à magia +2,
vulnerabilidade a ácido
38
Pontos de Vida 360
Deslocamento 12m (8q), voo 36m (24q)
Corpo a Corpo Mordida +29 (4d10+20, 18) e
duas garras +29 (3d10+20, 18)
Metamorfose Celestial (Completa) Haku pode se
transformar em outras criaturas, como a magia
Metamorfose (mas sem limitação para tamanhos
menores que o seu). Entretanto, por enquanto,
a única forma que se sente confortável em
assumir é a de um menino humano.
For 8, Des 2, Con 6, Int 2, Sab 4, Car 5
Perícias Conhecimento +16, Diplomacia +19,
Intuição +19, Misticismo +16, Religião +16.
Tesouro Padrão.
Parceiro Haku é um parceiro especial (aju-
dante) que fornece +2 em Conhecimento,
Diplomacia e Misticismo. Além disso, uma
vez por cena, você pode rolar novamente um
teste recém-feito de uma perícia originalmente
baseada em Carisma.

HARLE
Chrono Cross
A misteriosa Harle acom-
panha o general Lynx durante
a primeira metade de Chrono
Cross. Sua verdadeira natureza,
porém, só é descoberta ao
longo do jogo — ela é o corpo
físico do Deus Dragão, feita à
semelhança da Princesa Schala.
Seus objetivos são nebulosos e
o mais surpreendente é como
ela nunca assume sua forma
verdadeira.
Harle é uma dragoa muito
diferente, passando o tempo
todo em sua forma humana
e talvez jamais revelando ao
grupo suas intenções. Seus
objetivos são muito específicos
no game, mas uma versão arto-
niana pode ser uma dragoa que
se devota a Tenebra enquanto
tenta frustrar os planos de
alguma outra organização,
usando os personagens dos
jogadores para atingir seus
objetivos.
Lentes da Lua
Um par de lentes feita de
puro luar. Quando vestido,
confere redução de dano
30. Só pode ser criado por
Harle ou outro deus dragão.
Acessório maior, preço T$
150.000.
Harle
Monstro (dragão) Médio
ND 15
Iniciativa +20, Percepção +22, percepção às
cegas, visão no escuro
Defesa 52, Fort +22, Ref +15, Von +28, imuni-
dade a dano de trevas, vulnerabilidade a luz
Pontos de Vida 800
Deslocamento 12m (8q), voo 24m (16q)
Corpo a Corpo Mordida +44 (4d12+40, 17) e
duas garras +44 (3d12+40, 17).
À Distância Carta arremessada x4 +44 (3d10+16
perfuração e 4d6 trevas).
Aura Aterradora Vontade CD 40 evita.
Brilho da Lua (Padrão) Harle escolhe até oito
criaturas em alcance médio. Ela e essas
criaturas recebem redução de dano 30 até
o final da cena. Recarga (completar um
descanso).
Lunarética (Completa) Harle causa um eclipse
localizado. Quaisquer criaturas escolhidas
em alcance longo sofrem 28d6 pontos de
dano de trevas e ficam debilitadas por 1d4
rodadas. Recarga (completar um descanso).
Raios da Lua (Padrão) Harle faz um ataque
com carta arremessada contra todos os alvos
escolhidos dentro do alcance médio. Esses
ataques ignoram camuflagem e cobertura.
Recarga (completar um descanso).
Forma Verdadeira Harle só pode usar seus
ataques corpo a corpo, sua Aura Aterradora
e seu Sopro em sua forma verdadeira. Como
prefere se manter discreta, raramente o faz.
For 13, Des 8, Con 8, Int 6, Sab 6, Car 8
Perícias Enganação +26, Intimidação +22,
Intuição +22, Misticismo +22.
Tesouro Triplo, 4 peças de couro de dragão
(CD 30 para extrair) e Lentes da Lua.
39
JAGUADARTE
Alice no País dos Espelhos
O dragão Jaguadarte é a figura do poema
homônimo, um dos mais famosos poemas
nonsense da língua inglesa. Sua própria
aparência é difícil de distinguir. Aparenta ser
um dragão esguio, de garras afiadas, com um
par de olhos grandes capazes de incendiar
seus inimigos. É um predador, espreitando
em florestas em busca de presas incautas
para devorar.
O Jaguadarte pode ser um dragão nativo
da Pondsmânia ou que estabeleceu resi-
dência no Reino das Fadas e acabou sendo
transformado pela magia local. De uma forma
ou de outra, pode apresentar um desafio
interessante para personagens jogadores.
40
Embora Jaguadarte seja a tradução mais
aceita para o nome original Jabberwocky,
a própria natureza nonsense leva a muitas
outras traduções ao longo dos anos, incluindo
Pargarávio, Tagarelão, Bestialógico, Algaravia
e o incrível Blablassauro.
Jaguadarte ND 12
Monstro (dragão) Enorme
Iniciativa +15, Percepção +15, percepção às cegas,
visão no escuro
Defesa 43, Fort +18, Ref +24, Von +11, imunidade
a fogo, redução de dano 10, vulnerabilidade
a frio
Pontos de Vida 543
Deslocamento 12m (8q), escalada 12m (8q),
natação 12m (8q), voo 24m (18q)
Corpo a Corpo Duas garras +37 (7d8+7, 19).
Olho de Fogo (Padrão) Uma criatura em alcance
médio sofre 24d12 pontos de dano de fogo
(Ref CD 35 reduz à metade). Recarga (usar
Sorrelfiflar).
Riso Louco (Movimento) Todas as criaturas em
alcance médio capazes de ouvir o Jaguadarte
sofrem 28d4 pontos de dano psíquico e ficam
confusas (Von CD 35 anula).
Sorrelfiflar Se o Jaguadarte acerta os dois
ataques de garra em uma mesma criatura na
mesma rodada, causa mais 10d8+35 pontos
de dano. Esse dano extra ignora redução de
dano, mas não imunidade.
For 5, Des 1, Con 5, Int -2, Sab -2, Car 0
Tesouro Dobro mais três peças de couro de
dragão (CD 27 para extrair).
LOCKHEED
X-Men
O pequeno dragão roxo Lockheed é
membro de uma raça alienígena, um pre-
dador natural dos insaciáveis devoradores
da Ninhada. Após conhecer Kitty Pryde em
uma aventura, ele se torna companheiro
inseparável da mutante intangível, parte
animal de estimação e parte melhor amigo.
Lockheed pode ser facilmente confundido
com um familiar ou um filhote, mas é visto
pelo seu povo como um grande guerreiro,
um verdadeiro flagelo da Ninhada. Seu poder
de combate é equivalente ao de um dragão
jovem, muito maior que o dragão fofo e
roxo. Pode ser usado em aventuras como
um aliado quando os aventureiros forem
enfrentar monstros que lutem em bandos,
como a Ninhada.
Lockheed
ND 7
Monstro (dragão) Minúsculo
Iniciativa +11, Percepção +11, percepção às cegas,
visão no escuro
Defesa 31, Fort +12, Ref +9, Von +20, imunidade
a fogo, redução de ácido 20, redução de dano
10, vulnerabilidade a frio
Pontos de Vida 280
Deslocamento 6m (4q), voo 12m (18q)
Inimigo da Ninhada O sopro de Lockheed causa
dano dobrado contra bandos e enxames.
Omnilíngue Lockheed é capaz de entender
todos os idiomas, mas não é capaz de falar
normalmente. Uma vez por cena ele pode
dizer uma palavra.
Sopro (Padrão) Todas as criaturas em um
cone de 12m sofrem 6d12 pontos de dano
de fogo e ficam em chamas (Ref CD 25 reduz
à metade e evita a condição). Cada vez que
um dado de dano do sopro rolar o valor
máximo, role um dado extra e some ao total.
Recarga (movimento).
For 7, Des 2, Con 6, Int 2, Sab 2, Car 4
Perícias Diplomacia +13, Intuição +11.
Tesouro Padrão.
Parceiro Lockheed é um parceiro veterano
que concede forte suporte emocional. Você
recebe +4 em Vontade e redução psíquica 10.
Alternativamente, ele pode servir como um
dragão familiar (veja Ameaças de Arton, p. 66).
41
SHOU LAO,
O IMORTAL
Punho de Ferro
A origem do dragão imortal
relacionado ao título de Punho de
Ferro é longa, confusa e contraditória.
Acredita-se que, muitos séculos no
passado, o dragão Shou Lao perdeu
o controle diante do governante da
cidade celestial de K’un Lun e foi
morto por um guerreiro local, que
arrancou seu coração. Furioso, o
governante baniu o matador de
dragões da cidade e reviveu o
dragão, derretendo seu coração e
escondendo-o em uma caverna.
Desde então, o protetor do portal
para K’un Lun precisa passar por um
último teste — enfrentar Shou Lao
em combate e, ao superá-lo, obter
acesso a seu coração derretido,
onde seus punhos devem ser
banhados para adquirir o poder
do Punho de Ferro.

42

Shou Lao ND 11
Monstro (dragão) Enorme
Iniciativa +10, Percepção +20, percepção às cegas,
visão no escuro
Defesa 42, Fort +24, Ref +11, Von +20, imunidade
a fogo, redução de dano 10, resistência a magia
+3, vulnerabilidade a frio
Pontos de Vida 616
Deslocamento 12m (8q), voo 24m (18q)
Corpo a Corpo Mordida +34 (4d10+25, 18) e
duas garras +34 (3d10+25, 18).
Aura Aterradora Vontade CD 32 evita.
Cicatriz de Quan-St’ar Se Shou Lao estiver com
metade ou menos de seus pontos de vida, seu
corpo começa a arder em chamas e revela
a cicatriz pode onde o guerreiro Quan-St’ar
arrancou seu coração (uma marca no formato
de um dragão). Enquanto a cicatriz estiver
visível, um personagem pode tentar usar seu
próprio corpo para cobri-la. Se fizer isso por
três rodadas consecutivas, o personagem reduz
os PV de Shou Lao a zero e o dragão desmaia.
Manter a cicatriz coberta exige vencer um teste
de agarrar contra Shou Lao (teste +39) a cada
rodada. Entretanto, o personagem sofre 6d6
pontos de dano de fogo por rodada em que
estiver cobrindo a cicatriz desta forma.
Sopro (Padrão) Criaturas em um cone de 18m
sofrem 12d12 pontos de dano de fogo e ficam
em chamas (Ref CD 32 reduz à metade e evita
a condição). Recarga (movimento).
For 11, Des 1, Con 8, Int 2, Sab 2, Car 2
Perícias Conhecimento +15, Misticismo +20.
Tesouro O Coração Derretido de Shou Lao.
O Coração
Derretido
de Shou Lao
Mantido sob completa vigilância pelos
Trovejantes, o coração derretido de
Shou Lao é equivalente a um artefato.
O dragão sempre reviverá 1d10 anos
depois de morto caso seu coração
seja mantido seguro.
Um personagem que mergulhe seus
punhos no coração derretido de Shou
Lao recebe +10 PM permanentes e o
poder de invocar o punho de ferro. O
personagem pode gastar uma ação de
movimento e 1 PM para transformar
seu punho em ferro; até o fim da cena,
ele emite luz dourada como uma tocha
e seu dano desarmado aumenta em
um passo.
Se o personagem seguir um código
de honra (como o Código dos Heróis)
ou for um devoto de Azgher, Khalmyr
ou Lin-Wu, ao mergulhar seus punhos
no coração ele recebe também +2 na
Defesa permanentemente. Além disso,
sempre que invoca o punho de ferro,
ele pode gastar +1 PM para aumentar
seu dano desarmado em mais um
passo e receber +2 na margem de
ameaça com esses ataques.
Por fim, se o personagem tiver Briga
ou Estilo Desarmado, ao mergulhar
os punhos no coração ele aumenta
permanentemente seu dano desar-
mado em um passo (cumulativo com
o efeito do punho de ferro). E, ao
invocar o punho de ferro, ele pode
gastar +1 PM para que seu punho
se cubra de energia; seus ataques
desarmados causam +1 dado de dano
de essência, que é multiplicado em
caso de acerto crítico.
43

SPYRO
Spyro the Dragon
O simpático dragão roxo Spyro, nativo dos
Dragon Realms, atravessa os mundos para
libertar seus compatriotas e adquirir novos
poderes para continuar defendendo seu
povo. Suas jornadas podem facilmente levá-o
até Arton, onde seu entendimento diferente
de dragões — considerando-os parte de
uma sociedade cooperativa — praticamente
garante que se envolva em encrencas.
Muito poderoso para seu tamanho, é
bem possível que Spyro chame a atenção
de seres ansiosos para aprisioná-lo e vê-lo
crescer para se tornar ainda mais forte. Essa
é uma excelente oportunidade para que um
grupo de aventureiros o resgate.
44
Spyro
Monstro (dragão) Pequeno
ND 8
Iniciativa +8, Percepção +8, percepção às cegas,
visão no escuro
Defesa 31, Fort +14, Ref +20, Von +7, imunidade
a fogo, vulnerabilidade a frio
Pontos de Vida 280
Deslocamento 12m (8q), voo 24m (16q)
Corpo a Corpo Mordida +26 (2d6+14, 19) e duas
garras +26 (1d8+14, 19).
Cabeçada Quando faz uma investida, Spyro
pode atacar com uma cabeçada no lugar de
seu ataque normal. A cabeçada usa as mesmas
estatísticas da mordida, mas causa 4d6+14
pontos de dano de impacto em vez do dano
normal. Uma criatura atingida fica atordoada
por 1d4 rodadas (Fort CD 26 evita; a vítima
sofre –5 no teste de Fortitude se a cabeçada
foi um acerto crítico).
Sopro (Padrão) Todas as criaturas em uma
linha de 12m sofrem 6d12 pontos de dano
de fogo e ficam em chamas (Ref CD 26 reduz
à metade e evita a condição). Cada vez que
um dado de dano do sopro rolar o valor
máximo, role um dado extra e some ao total.
Recarga (movimento).
For 8, Des 4, Con 6, Int 0, Sab 0, Car 2
Tesouro Padrão.
ÁGUA SANITÁRIA DRAGÃO
Produto de limpeza
Como sugerido pelo Conselheiro Diogo
Almeida, a água sanitária mais vendida do
nordeste não podia ficar de fora da nossa
lista! Fabricada desde 1948 pela Interlândia
nos parques industriais em Pernambuco,
Alagoas e Ceará, a água sanitária faz parte
de um esquadrão de limpeza — sujou,
usou dragão!
Uma garrafa de água sanitária é um pouco
demais para uma mesa de Tormenta20. Mas
esse tipo de coisa é comum em 3DeT Victory.

Água Sanitária Dragão

12N
Poder 5, Habilidade 2, Resistência 0
Ação 5, Magia 10, Vida 1
Perícias: Limpeza (especialização).
Vantagens: Acumulador, Ajudante (espe-
cialista em Limpeza; tio da faxina), Anulação,
Arena (lavanderias), Desgaste.
Desvantagens: Aura (Perto, cheiro forte),
Bateria.

45
 TOOLBOX

Star Wars:
E lá vamos nós

CONFORTO
Cenários onde
 POR LEONEL CALDELA

o público se Não é novidade para ninguém que universos

ficcionais são os maiores sucessos do entre-
sente em casa tenimento. Na verdade, os nerds mais velhos,
como eu, em geral acham curioso que essa
tendência, comum em HQs, RPG e outras
mídias, tenha demorado tanto para chegar ao
cinema e à TV. Depois de universos ficcionais, a
moda virou multiversos ficcionais, aumentando
ainda mais o leque de personagens, lugares
e situações dentro da mesma franquia.
 Mais uma vez, nada disso é novidade.
Muito já foi escrito sobre universos/
multiversos, mas hoje vamos nos concentrar
num aspecto específico. Esses cenários são
ótimos para contar diversas histórias, para
apresentar continuidade, para construir
grandes sagas... Mas um de seus maiores
atrativos não é nada disso. Muitas vezes o
público quer simplesmente estar no universo
ficcional. Conviver com personagens. Visitar
lugares conhecidos — tanto quanto se pode
visitar algo que não existe.
Nesses casos, universos ficcionais não
são sobre aventuras épicas.
São sobre longos períodos de conforto.
CASA É ONDE O WI-FI
SEMPRE CONECTA
Para começar, vamos definir exatamente o
que queremos dizer com “conforto”, de onde
essa noção veio e por que nos interessa.
Depois, você já adivinhou, vamos discutir
por que usar este elemento.
Não sei se existe uma definição literária
estrita, mas para nossos fins, “ficção de
conforto”, “universo de conforto” “cozy” e
outros termos significam basicamente uma
coisa: cenários fictícios em que o ambiente,
os personagens e suas interações são mais
importantes que os acontecimentos em si.
Também contêm uma boa carga de imuta-
bilidade (ou, em bom português, mesmice),
mas já vamos chegar nisso. Pense em um
cenário de conforto como um videogame
tipo walking simulator: os personagens
podem não estar fazendo nada ousado ou
heroico, talvez a paisagem e a arquitetura
não sejam particularmente interessantes,
mas nós nos divertimos apenas por estar
naquele ambiente.
A noção de conforto se expande para
infinitas variações (histórias ouvidas muitas
vezes, reality shows, músicas conhecidas...),
mas aqui vamos explorar a construção de
universos que tragam essa sensação. Em
parte por razões que vamos descobrir em
seguida, mas em parte porque isso parece ir
contra todo senso comum sobre construção
de histórias.
Numa boa história, nada é desperdiçado.
Cada cena, cada palavra, cada interação
está lá para cumprir um propósito: levar a
trama adiante, sugerir um tema da obra,
avançar a relação entre os personagens.
Aprendemos de novo e de novo (muitas
vezes nesta coluna) que uma boa história,
seja escrita, seja em RPG, deve ter pouca
ou nenhuma “gordura”, nada ou quase nada
que só esteja lá “por estar”.
Mas, num universo de conforto, o oposto
é verdadeiro.
Conforto tem a ver com fazer o público
se sentir em casa. Em vez de urgência,
devemos criar a noção de que há tempo
de sobra. Em vez de mover a história,
queremos postergar tanto quanto possível
qualquer acontecimento marcante. Em vez
de avançar as relações, queremos vivenciar
as relações que já existem. Tudo em nome
de só um objetivo: fazer com que o público
queira voltar de novo e de novo. Tornar
nosso universo o “cenário ficcional padrão”
para essas pessoas, um pano de fundo para
suas vidas.
E aqui, como prometido, vem o porquê.
Se, como falamos em quase todas as colunas,
a função de qualquer história é criar um
vínculo emocional com o público, a sensação
de estar em casa é um dos maiores prêmios,
pois é um dos maiores vínculos que pode-
mos ter. Criando um universo de conforto,
podemos contar inúmeras histórias, e elas já
surgirão com um vínculo emocional pronto.
47
 Muitas vezes falamos que grandes fran-
quias contam com máquinas de marketing, e
por isso levam vantagem em relação a nós,
meros escritores e mestres. Mas, criando
um universo de conforto, podemos utilizar
uma das maiores armas das franquias, sem
custo nenhum.
NUMA GALÁXIA
BEM PERTINHO
Estamos há muito tempo sem exemplos
(e sem boas imagens para ilustrar a coluna).
Então vamos a eles!
Acho que o maior exemplo atual de um
universo de conforto é Star Wars. Repare
que não estou dizendo que é meu cenário
preferido, ou mesmo que eu entenda muito
sobre a franquia. Não estou dizendo que
filmes, séries, bonecos e parafernália em
geral são bons ou ruins.
Estou dizendo que Star Wars é inegavel-
mente confortável para milhões de pessoas.
Raciocine comigo. Os primeiros filmes
foram sucessos estrondosos, por todas as
Top Gun:
Quem é o melhor piloto,
Maverick ou Han Solo?
48
razões que conhecemos. Os personagens
eram cativantes, a história era empolgante,
o universo era fascinante. Mas, falando
friamente, não eram os mais cativantes, a
mais empolgante, o mais fascinante. Por
mais que todo mundo adore Han Solo, não
podemos dizer que é o maior personagem
da história do cinema mundial. Por mais
que destruir a Estrela da Morte seja um
clímax maravilhoso, fazer isso duas vezes
é um pouco repetitivo. Por mais que a
Força seja um conceito poderoso, não é
inerentemente melhor do que qualquer outra
energia espiritual utilizada por heróis épicos.
Tomando estritamente os três primeiros
filmes, excluindo toda a carga histórica, você
saberia dizer se O Império Contra-Ataca é
melhor que, digamos, Os Caçadores da
Arca Perdida? Que De Volta para o Futuro?
Que O Exterminador do Futuro 2, Duro
de Matar, Top Gun? Então por que Star
Wars se tornou talvez a maior franquia
do mundo enquanto todos esses outros
clássicos, mesmo recebendo continuações
e derivados, nunca formaram um universo
tão imenso?
 A minha teoria é: desde o início, Star
Wars era confortável.
O primeiro passo era apresentar, bem,
um universo diferente do nosso. Contudo,
há vários cenários de conforto baseados no
nosso mundo (MCU, sitcoms em geral) — ou
seja, nada impedia que algum desses filmes
gerasse um universo próprio. Mas alguém aí
lembra do nome da lanchonete dos anos 50
em De Volta para o Futuro? Por falar nisso,
quantos lembram do nome da cidade onde
todos os três filmes se passam? Você tem
vontade de “visitar” a escola Top Gun tanto
quanto, digamos, a Cantina de Mos Eisley?
Enquanto todos esses filmes retratam o
cenário como algo perigoso (Indiana Jones
está sempre fugindo de algo), transitório (o
Nakatomi Plaza era só o local de trabalho
de Holly) ou sem grande importância para
a história (John Connor poderia morar em
Nova York em vez de Los Angeles, e a
história continuaria quase a mesma), Star
Wars nos apresenta locais bem definidos,
onde passamos algum tempo sem sermos
escorraçados, e que não são intercambiáveis
ou genéricos.
Continuando no exemplo de Mos Eisley:
a Cantina é um lugar onde literalmente se
pode perder um braço por olhar feio para
alguém, onde um assassinato é algo que
não provoca grande tumulto. Mesmo assim,
passamos algum tempo ouvindo a banda e
temos momentos “relaxados” no local. Han
atira em Greedo, mas o roteiro faz com que
Luke e Obi-Wan estejam à vontade com ele.
A história não seria a mesma se a dupla
fosse a outra cantina — eles não poderiam
contratar um contrabandista cafajeste e
temerário num lugar onde não se pode cortar
braços e disparar blasters impunemente. A
Cantina é marcante, não genérica.
Mas não são só os locais que tornam a
Galáxia um cenário de conforto. Também
temos interações entre os personagens
que não se destinam a avançar a histó-
ria, expor temas ou caracterizá-los (pelo
menos não só a isso). Luke reclama dos
droids. Chewbacca ruge quando está
perdendo no holochess. Han ganhou a
Millenium Falcon num jogo de azar. Esses
e outros são momentos que constroem os
personagens, sim. Mas não só isso: eles
adicionam características que não são
vitais para a trama. Luke não precisava
ser um reclamão que fica frustrado com
tecnologia. Chewie não precisava ser mau
perdedor. Han podia ter conquistado a nave
numa corrida, ou roubado-a (na verdade,
isso ajudaria a caracterizá-lo como um
bom piloto e alguém disposto a trabalhos
ilegais). Os personagens simplesmente
fazem essas coisas, sem muita finalidade.
Por meio desses detalhes, sentimos que
há mais no mundo ficcional do que apenas
a história sendo contada. Sentimos que há
algo a ser vivenciado. Claro, o mesmo se
aplica a outros personagens: Indiana Jones
é cheio de idiossincrasias. Mas em geral
queremos conviver com ele, não estar em
seu mundo.
OLHE O LADO
BOM DA VIDA
Ainda mais importante do que ter carac-
terísticas “dispensáveis”, os personagens de
Star Wars, do MCU e de todos os universos
de conforto têm relações positivas, repe-
tidas e consistentes com o mundo e uns
com os outros.
49
 Vamos continuar no exemplo de Star
Wars, porque é praticamente um molde para
tudo isso, porque facilita ao ilustrar a matéria
e porque estou preparando o terreno para
uma reviravolta chocante. Em Star Wars, os
personagens gostam uns dos outros. Eles
podem competir, sentir ciúmes, ficar irritados,
abandonar uns aos outros temporariamente,
mas há bons sentimentos.
Lembre-se da cena em que Leia beija
Luke para fazer ciúme em Han. Ali está um
garoto tratado como “especial” e uma prin-
cesa, enquanto Han é um marginal — e Leia
lembra-o disso o tempo todo. Agora ele está
Leia poderia chegar à conclusão de que,
sendo ativamente excluído, aparentemente
se toda a população de Alderaan pode ser
vendo a prova de que qualquer sentimento
assassinada com o apertar de um botão,
que tenha por Leia não é correspondido.
a vida não vale nada na Galáxia. Mas isso
Está tendo a prova de que, na verdade, não
faz parte do grupo. Uma reação realista e nem é mencionado.
mais forte em termos de trama seria que o É claro que temos vontade de visitar
contrabandista se sentisse desprezado e um cenário em que momentos ruins são
indignado. Poderia ficar amargo, remoer o transformados em sensações positivas.
ciúme, revidar com raiva ou com palavras Em que nossos erros e imaturidades não
duras. Poderia usar isso como motivação para afastam nossos amigos. Em que temos todo
trair a Rebelião, proporcionando um momento o apoio para retomar nossas vidas depois
de redenção mais tarde. Em termos de história, de tragédias.
tudo isso é mais intenso, tecnicamente melhor.
Mas, em vez disso, a cena é tratada como O universo de Star Wars não funciona
um momento leve e bem-humorado. O que de forma diferente do nosso apenas pela
Han sente pelos dois não muda depois do Força, pelas naves espaciais ou por qualquer
beijo. Isso porque rancor não faz parte dos elemento material. Esse cenário opera por
primeiros filmes de Star Wars. regras emocionais diferentes do nosso.
De forma ainda mais extrema, tanto Luke Pode haver tragédia e perigo em um
quanto Leia passam por tragédias: ele perde universo de conforto. Já ouvi algumas pes-
os tios, ela perde um planeta inteiro! Mas soas dizendo que Tormenta é seu universo
também não focamos na tristeza, ou mesmo de conforto — e sabemos que tragédias e
em sentimento de vingança. Essas atrocida- perigos não faltam em Arton. O truque é a
des são motivadores para ações heroicas reação dos personagens e do cenário em si
e para a maior união dos protagonistas. aos elementos trágicos ou perigosos.

50

Vou usar outro exemplo, só porque
achei curioso ao pensar no assunto. Um
dos meus universos de conforto é a série
Pânico. Já discutimos numa coluna passada
que, em histórias de terror, os personagens
reagem às situações aterrorizantes de for-
mas não realistas (são empoderados em
vez de traumatizados). É por isso que me
sinto confortável nesse cenário. Em geral,
não há muitas mortes de personagens em
cenários de conforto (é difícil haver relações
consistentes quando não há personagens
consistentes). Mas, em Pânico, os arquétipos
de personagens cumprem essa função. Por
mais assassinatos que haja, por mais que
personagens queridos morram, por mais
que o ambiente físico mude, Pânico funciona
segundo algumas regras emocionais. Sempre
há um grupo de amigos. Todos estão sempre
dispostos a analisar filmes de terror. Qualquer
relação negativa entre os personagens é
secundária perto do antagonismo contra
o vilão. Até mesmo a jornalista que sensa-
cionaliza os massacres merece, no máximo,
um soco, não ódio eterno. “Conforto” é a
palavra-chave para mim: a história dos filmes
é menos importante do que a sensação de
estar visitando o cenário.
O PODER É DE VOCÊS
Todos esses exemplos e discussões foram
essencialmente uma grande exploração
de por que usar universos de conforto, e
de algumas técnicas úteis. Agora vamos
nos aprofundar em como criar esse tipo de
cenário... E na responsabilidade que você
vai assumir ao fazer isso.
Para começar, você não precisa partir do
zero, nem criar um universo inteiro. Pode, por
exemplo, usar Arton e tomar para si alguma
faceta ou localidade que será uma “zona de
conforto” para seu público (leitores ou joga-
dores). Eu fiz isso com as Colinas Centrais
em Fim dos Tempos. Vamos analisar: nas
Colinas, nenhum NPC rejeita os personagens
jogadores por preconceito — o primeiro
passo para criar relações positivas. Mesmo
coadjuvantes com hábitos horrendos como
desconfiança de estrangeiros, cultivo de
drogas ou canibalismo (!) temperam essas
práticas com um elemento positivo. Arlo Olho
de Leite é paranoico e acha que o Reinado
virá para tirar suas armas... Mas, em vez de
escorraçar os personagens a tiros, confiden-
cia tudo isso a eles. Os Gallobalt vendem
achbuld... Mas têm ótimas relações familiares,
não são violentos e fazem isso porque não
têm muitas oportunidades devido a sua
aparência. Mabel LeBlanc coloca pessoas
na panela... Mas ao fazer isso alimenta seus
filhos, que ama muito.
51
 Repare que os “esquisitos das Centrais”
e os soldados do Forte Cabeça-de-Martelo
têm muitas características que não servem
para nada, num sentido estrito. Apenas estão
lá. A história não mudaria em nada se Astelle
não fosse estudiosa ou se Jansel não fosse
bonito. Na verdade, Astelle e Jansel não
precisariam existir (assim como Abner, o
Diabo das Colinas, Tarik e outros) e a história
seria quase a mesma.
Com lugares bem definidos apresenta-
dos de novo e de novo (com seus nomes
repetidos à exaustão), NPCs com boas
relações, tempo para curtir o ambiente
e cenas sem um propósito “prático”, é
natural que as Centrais tenham se tornado
um cenário de conforto para bastante
gente. Elas tinham até mesmo uma regra
emocional: os NPCs estavam sempre
prontos a se abrir para os aventureiros
(talvez com um pouco de insistência, como
o Sargento Morgan) e qualquer elemento
não resolvido de suas vidas estava sempre
apenas esperando a intervenção do grupo.
De um ponto de vista realista, não faz
sentido que um veterano de guerra se
apegue a seu trauma durante décadas,
apenas para que ele seja resolvido por
cinco desconhecidos que acabaram de
chegar... Mas isso é confortável. As Centrais
são um cenário em que boas intenções
e conversa podem literalmente salvar
alguém da morte.
Você pode usar todos esses truques para
criar seu próprio cenário de conforto, ou para
se apropriar de parte de um cenário existente.
Nosso mundo é uma boa opção: o MCU é
um cenário de conforto em que um gigante
verde selvagem e descontrolado se torna
um ídolo que tira fotos com adolescentes.
Mesmo quando uma tragédia provoca a
Guerra Civil, os heróis continuam sendo
adorados pelo resto do mundo, e no fim
trabalham juntos para deter Thanos. Não há
52
muitos lugares que visitamos repetidamente,
mas cada um deles é tão impactante quanto
a Cantina de Mos Eisley: Wakanda é tudo,
menos genérico.
Contudo, ao apresentar um cenário de
conforto, você está assumindo uma res-
ponsabilidade extra com seu público. Ok, a
função de qualquer história é criar vínculo
emocional. Mas, se estivermos falando ape-
nas de uma história, a emoção criada pode
ser tristeza, choque, humor, até desprezo ou
ódio. Réquiem para um Sonho é um filme
excelente, mas é só um, e provoca enorme
tristeza. Anos atrás, mestrei uma aventura
one-shot em Valkaria que lidava com o povo
desesperado passando fome.
Um universo de conforto deve ser uma
casa para seu público. E você não deve
fazê-los se sentir inseguros em sua casa.
Como já falamos, não quer dizer que não
possa haver perigo ou tragédias — havia
a possibilidade real de as Centrais serem
conquistadas por Syvarian. Contudo, os
valores desse mundo não devem mudar.
Numa perspectiva realista, faria sentido que
os esquisitos das Centrais culpassem os
recém-chegados por todas as ameaças que
vêm surgindo, e os expulsassem. Mas isso
seria traição. Poderia ser uma boa história,
mas eu estaria roubando do público o vínculo
que criamos juntos.
O MCU é um exemplo interessante. Todas
as tragédias e a Guerra Civil não impediram
que o Capitão América e outros heróis
“rebeldes” continuassem sendo admirados.
Se os filmes fizessem com que a população
se voltasse contra eles de forma ingrata,
seria traição. Mas, nos quadrinhos, os X-Men
juraram “proteger um mundo que os teme e
odeia”. Os mutantes e seu ambiente são um
universo de conforto que depende dessa
relação de altruísmo — a sensação de que
você pode ser um herói mesmo que seus
protegidos não entendam isso. Mutantes tão
idolatrados quanto o Capitão América seriam
traição e roubariam a “casa” dos leitores!
Sim, eu sei que, ao longo das décadas, tudo
isso já aconteceu... Mas, nesses períodos,
você se sentiu confortável? Esses cenários
continuavam parecendo seu lar? Você
gostaria de estar neles para sempre?
Eu falei antes que haveria uma reviravolta,
e aqui está ela: Star Wars nos traiu. Mas os
filmes traidores não foram as prequels.
ODEIO AREIA
Certo, “Star Wars nos traiu” é o tipo de
frase exagerada e chorona que costumamos
ler na internet. Soa perigosamente próxima
de “Star Wars destruiu a minha infância”.
Vamos levar isso com bom humor — afinal,
são só filmes.
Quer dizer, não são só filmes. É só entre-
tenimento, sim. Mas hoje em dia Star Wars
é muito mais um lugar onde o público se
sente confortável do que uma história que
o público acompanha.
A franquia é uma das mais criticadas/
odiadas há décadas. Também é uma das mais
amadas, que tem mais seguidores fanáticos.
Muitas vezes, quem odeia e quem ama são
as mesmas pessoas! Por quê?
Tatooine:
Apesar da areia,
ainda adoramos
Ora, já sabemos a resposta: porque Star
Wars é um universo de conforto. Isso foi
criado logo no primeiro filme — que, é claro,
foi salvo como história pela edição, mas
que provavelmente já trazia um universo
de conforto desde o início. Foi solidificado
nas continuações, então mantido vivo por
quase 20 anos, sem nenhum lançamento
no cinema! Até 1999, foi só um universo de
conforto. Então veio A Ameaça Fantasma e...
...e Star Wars continuou sendo um uni-
verso de conforto.
Veja bem, eu não mudei de ideia quanto
às prequels. Repetidamente nesta coluna
citamos os três filmes como exemplos do
que não fazer. Continuo achando todos
péssimos. Mas eles mantiveram o universo de
conforto intacto. Nós continuamos visitando
lugares marcantes e passando bastante
tempo neles — desde o Conselho Jedi
até Naboo. Os personagens, mesmo que
sejam irritantes e rasos, têm boas relações
entre si, repetidamente e consistentemente.
Na verdade, chegamos a absurdos como
Anakin confessando a Padmé que cometeu
um pequeno massacre e as boas relações
entre os dois continuando! Esses mesmos
personagens têm vidas além da história. Na
minha opinião, eles não têm desenvolvimento
ou carisma... Mas têm atividades fora da
trama principal! Não estou dizendo que são
boas atividades, mas elas estão lá: Anakin
reclama de areia. Obi-Wan relembra velhas
missões. Jar Jar Binks pisa na bosta de
algum bicho alienígena. Continuo dizendo
que os personagens das prequels não têm
personalidade além de seus poderes, títulos
e papéis na história, mas eles fazem coisas,
respiram, “existem” sem necessariamente
avançar a trama. Eles nos dão a sensação
de um universo de conforto.
53
 Para quem gosta das prequels, ou que
está fazendo o revisionismo histórico de
dizer que “nem foram tão ruins assim”,
proponho um exercício: você gosta mesmo
da história? Dos personagens? Dos diá-
logos? Dos efeitos? Ou você gosta de
ter lugares para visitar, de ouvir a trilha
sonora de John Williams, de ver pessoas
em robes empunhando lightsabers? Para
nossos propósitos, a história não importa.
As prequels mantiveram o conforto.
E a mais nova trilogia, não.
Não sei dizer se desgosto mais das
prequels ou da nova trilogia. Seria pura
questão de gosto, e não sei se há uma
resposta técnica definitiva. Mas podemos
54
dizer com tranquilidade que, analisados
puramente como filmes, os mais novos são
melhores. As histórias são menos absurdas
(pelo menos até o terceiro filme...), os atores
são melhores, há menos conversa sobre
embargos e política galáctica.
Mas você lembra de onde Maz Kanata
vive? Qual o nome do planeta coberto de
sal em Os Últimos Jedi? Como se chama o
interesse romântico de Poe Dameron?
A nova trilogia não nos dá tempo para
criar apego a quase nenhum lugar. Exceto por
Jakku, que parece uma versão falsificada de
Tattooine, não lembro do nome de nenhum
planeta. Isso se agrava em Os Últimos Jedi
(passado quase todo em uma nave indo
de um lugar para outro) e em A Ascensão
Skywalker (que não para mais de dois
minutos em cada local). Sempre há perigo,
mas raramente há algo interessante.
Também não temos boas relações
entre os personagens. Rey e Finn não
passam muito tempo juntos. Finn, coitado,
não recebe permissão de desenvolver
um relacionamento com Poe, e sua
relação com Rose é fria e esquisita. Rey
e Luke nunca se entendem. Por falar
nisso, Luke, Leia e Han nunca interagem
pessoalmente. As relações entre os
personagens não parecem de amigos
ou de família, mas de colegas de trabalho.
A única exceção que consigo pensar é
a relação de Rey e Kylo Ren — que no
entanto não se desenvolve em nada
além de inimizade, mesmo depois que
eles lutam juntos e demonstram uma
ligação fortíssima.
Por fim, os momentos de personagem
fora da trama. Isso, na minha opinião, é
a pior parte. Quando Han diz “Deixe o
wookiee ganhar”, estamos rindo com os
personagens. Mas, quando Luke bebe leite
azul, estamos rindo dos personagens. Eles
PIJAMA E PANTUFAS
não estão deixando suas vidas transpare- Universos de conforto podem ser des-
cerem, estão fazendo palhaçadas para nos culpas para histórias preguiçosas, ou partes
entreter. A relação dos personagens não é importantes das vidas do público. Ou ambos
com o universo ou uns com os outros, mas ao mesmo tempo! Poucas pessoas rejeitam
com o público. E, sendo assim, quebra a totalmente a sensação de estar cercado por
sensação de imersão e conforto. um cenário fictício confortável.
A nova trilogia é tecnicamente melhor Mas universos de conforto também são
como filmes, na minha opinião — exceto armadilhas. Você pode se ver preso neles,
por A Ascensão Skywalker, porque para com um público que não quer visitar outros
tudo existe um limite. Mas também é fria, lugares. Pode acabar repetindo os mesmos
genérica, distante. Star Wars hoje em dia é elementos de novo e de novo. E, caso tente
muito mais uma série de produtos e concei- uma mudança radical, pode antagonizar o
tos carregados de familiaridade (ou seja, um público.
universo de conforto) do que uma história Porque, muitas vezes, tudo que queremos
coesa. Podemos gostar disso ou não, mas é um lugar confortável. ■
é verdade. Mais pessoas conhecem a
figura de Darth Vader do que lembram
da história de O Império Contra-Ataca.
O ódio e o amor por entretenimento
são certamente exagerados, e uma
franquia não deveria ter toda essa
importância. Mas é inegável que o
público queria visitar seu cenário
querido, e não pôde.
E para que serve todo esse papo?
Existem poucas sensações piores
para o público do que ver algo que
deveria ser seu universo de conforto,
mas com a sensação errada. Uma vez
que você tenha criado esse tipo de
cenário, deve analisar cada obra, cada
capítulo ou sessão de jogo passadas
nele. Deve manter as técnicas que
criam conforto — mesmo que fazer o
oposto pareça interessante. Quebrar
a sensação de conforto é uma aposta
alta. Só vai funcionar se você acertar
em cheio. Em quase todas as outras
vezes, vai gerar revolta.

55
Notícias do Mundo de Arton • Edição 132 • Escrita e editada pelos Goblins de Valkaria
BANQUETE LEFOU NOS ERMOS
A vida se tornou muito mais difícil na região
dos Ermos Púrpuras após a passagem
dos batalhões da Tormenta, anos atrás. Parte
dos povos livres que viviam em pequenos
clãs foi dizimada. E mesmo os grupos mais
numerosos sofreram para continuar existindo
em meio a esta nova realidade.
Os efeitos da Tormenta se estendem para
além daquilo que se pode ver. Até a forma
como estas pessoas interagem e interpre-
tam o mundo foi modificada. Costumes
desapareceram. Alguns hábitos ancestrais
foram esquecidos. Outros, corrompidos. É
o caso do Banquete.
Esta cerimônia às vezes marcava o contato
entre tribos nômades. Ao se encontrarem
em regiões fronteiriças, em vez de luta,
organizava-se uma farta refeição. Os líderes
ofereciam iguarias típicas e carne de caça.
Apesar de pacífico, havia um fator de disputa.
56
A quantidade de comida despendida e o quão
perigoso era o animal abatido servia como
recado. Um lembrete de que eram um povo
forte e que não podia ser subestimado.
Agora, o Banquete se tornou vermelho. Alguns
membros da tribo Zallar, quase completamente
formada por lefou, sem qualquer compromisso
com a paz e com a vida, zombam desse costume,
oferecendo a própria carne maculada como
prato principal. Como negá-la é considerado
uma ofensa ainda mais grave, inevitavelmente
os Banquetes terminam em massacre.
A principal responsável por esta afronta é
Hulda, uma sacerdotisa lefou que serve à
Aharadak, destruindo e corrompendo sem
controle. Portando um caldeirão fétido, ela
também atua na Catedral da Tormenta, um
antro de morte na antiga capital do reino de
Baarkalar, maior centro de corrupção rubra
fora de uma área de Tormenta.
 ITEM MALDITO
EM PETRYNIA
C hegaram aos ouvidos atentos dos goblins
da Gazeta do Reinado rumores sobre a
existência de um sinistro artefato circulando
pelas ruas de Nova Malpetrim. Trata-se do
Berloque do Destino Cruel, um item que,
segundo relatos, pertenceu a um bucaneiro
chamado Alben Lâmina Salgada.
Este pingente em forma de peixe era conside-
rado um amuleto de boa sorte por Alben, pelo
menos até um fatídico duelo em Smokestone.
A bala disparada pelo adversário ficou cravada
no berloque, garantindo sua vitória após o
saque tardio. Porém, durante a comemoração, o
bucaneiro acabou afogando-se misteriosamente
em uma tina d’água.
O enfeite foi furtado do corpo por um tratador
de cavalos. E assim como o pirata, o cavalariço
escapou da morte sobrevivendo a um coice
fatal, mas terminou afogado no riacho dias
depois. De história em história, seus portadores
escaparam milagrosamente de um fim trágico
apenas para se afogarem dias depois.
Trocando de mãos através dos anos, o pequeno
objeto cruzou o Império de Tauron, chegando
às vielas de Nova Malpetrim. O possível último
portador conhecido do Berloque do Destino
Cruel era um homem comum, encontrado nas
imediações de um templo de Marah, afogado
em bebida. E como antes, não havia mais
nenhum sinal do pingente.
Especialistas em artefatos alertam sobre os
perigos que esse item representa. Acredita-se
que tenha alguma espécie de aura que impele
quem o vê a roubá-lo do finado portador, e
que qualquer um incapaz de compreender suas
propriedades está suscetível a um triste destino.
BALÕES ABATIDOS
EM VALKARIA
Os balões goblins, embora populares, não são
o meio de transporte mais seguro na movi-
mentada Valkaria. Ainda assim, encontram
seu ápice de popularidade durante a passagem
de Vectora pela capital imperial, quando nem
todos conseguem acesso a meios mágicos de
transporte ou estão dispostos a enfrentar
extensas filas nos ancoradouros.
No cotidiano, tais veículos também são
utilizados por aventureiros viajantes para
se deslocar por longas distâncias. Ainda que
algumas quedas sejam consideradas normais
— muito mais pelos goblins do que por seus
assustados passageiros — a maioria das
viagens termina com relativo sucesso.
Contudo, os goblins perceberam um cresci-
mento no número de incidentes, o que levou
até mesmo os mais incautos a questionarem
a (pouca) segurança de seus serviços. Théok,
um baloeiro conhecido que atua na área do
Mercado, alega que os balões estão caindo
"além do habitual". Théok afirma que foram
alvejados em pleno voo.
Graças à habilidade dos pilotos, o número de
quedas com resultados trágicos é pequeno.
Porém, a guarda de fato regis trou um
aumento notável nos incidentes. Por isso,
pretende mobilizar uma equipe especial
para investigar esses ocorridos antes que
algo mais grave aconteça.
Até o momento, a motivação por trás dos
supostos ataques permanece desconhecida.
As suspeitas recaem sobre antigos clientes
insatisfeitos, ou ações de magos concorrentes,
que buscam aumentar a clientela sabotando
o principal competidor.
57
 CAVERNA DO SABER

Samurai de Olhos Azuis:

Não assistiu?!
Tá esperando o quê?

Coração
Espada
da

Invoque o poder  POR THIAGO ROSA

oculto dos Boas-vindas à Caverna do Saber, o templo

do conhecimento onde teorizamos sobre o

ancestrais com
futuro de Tormenta20. Essa coluna vai apre-
sentar material de jogo em fase de teste,

seu samurai
que está sendo trabalhado pela equipe de
game design e pode (ou não) ser inserido
em futuros suplementos da franquia. Todas
as regras mostradas aqui são opcionais e
podem apresentar mudanças caso publica-
das oficialmente. Nosso principal objetivo
é dividir esse conhecimento prévio com os
ávidos jogadores que têm grande apreço
pelas regras e suas muitas possibilidades!
 Na DB 199, revelamos uma nova versão
do samurai, uma das classes mais tradicionais
de Tormenta. O espadachim de Tamu-ra
chegou com uma abordagem diferente,
concentrando-se primariamente no uso
de sua espada, mas com acenos para a
espiritualidade, os três estilos tradicionais de
sua terra natal e sua posição social elevada.
Na primeira versão do artigo, havia mais
um conjunto de habilidades exclusivas do
samurai. Devido à extensão do artigo original,
removemos essa categoria de poderes.
Agora, passada a festa da DB 200, pode-
mos apresentar mais um dos elementos que
compõe esse quebra-cabeças.
A IMPORTÂNCIA
DA ARMA
A arma ancestral de um samurai representa
muito mais que uma ferramenta de aventuras
ou um instrumento de matança. Trata-se de
uma extensão da alma, um símbolo de honra,
de tradição, devoção e respeito mútuo para
com o legado de sua linhagem.
Enquanto o samurai confia na arma para
proteger sua vida e seus ideais, os antepas-
sados confiam no samurai para honrá-los
através de sua habilidade e integridade. Ao
brandir uma arma ancestral, o samurai não
ataca sozinho; toda uma linhagem empunha
a arma em conjunto.
Embora esse elo já seja extremamente
forte para qualquer samurai, existem aqueles
que vão além. Estabelecem uma conexão
mais direta com os espíritos dos ancestrais
em sua arma, extraindo dela um tipo de poder
que não pode ser encontrado em nenhum
outro lugar. Esses espíritos são despertados,
concedendo poderes incríveis.
DESPERTAR ANCESTRAL
A sintonia entre um samurai e sua arma
ancestral cresce conforme ela é utilizada,
concedendo-lhe a habilidade de invocar
poderes mágicos a partir de suas melhorias
ou encantamentos. Escolha uma das opções
a seguir; você pode escolher Despertar
Ancestral novamente, escolhendo uma nova
opção como um novo poder, mas não mais
de uma vez por patamar.
Cada poder de Despertar Ancestral
requer uma melhoria ou encantamento
da arma ancestral. O poder não pode ser
usado com uma arma normal contendo essa
melhoria ou encantamento com outra arma
ancestral sem essa melhoria.
Melhorias e encantamentos marcados
com foram apresentados em Ameaças
de Arton. Todos os poderes de Despertar
Ancestral são habilidades mágicas.
Acima do Bem e do Mal
Quando faz um ataque com sua arma
ancestral, você pode gastar 2 PM para
aplicar o dano adicional do seu encanto
profano ou sagrado contra qualquer criatura.
Pré-requisitos: 10º nível de samurai, arma
ancestral profana ou sagrada.
Ancestral Dançarino
Quando usa o efeito de dançarina de sua
arma ancestral, você pode gastar 2 PM para
invocar um espírito ancestral para empunhar
a arma. O espírito permanece enquanto
dançarina for sustentada, não conta para
seu limite de parceiros e é de um parceiro
veterano fortão e guardião. Pré-requisitos: 10º
nível de samurai, arma ancestral dançarina.
59
Aspecto Assustador
Quando faz um ataque corpo a corpo com
sua arma ancestral, você pode gastar 1 PM para
assumir um aspecto assustador. Se acertar
o ataque, o alvo fica abalado (Vont CD Sab
evita). Pré-requisito: arma ancestral macabra.
Aspecto Dourado
Você pode gastar 1 PM para substituir
um teste de resistência por um teste de
Diplomacia. Pré-requisito: arma ancestral
banhada em ouro.
Aspecto Opulento
Uma vez por rodada, você pode gastar 1
PM para fintar como uma ação de movimento
(ou livre, se tiver Finta Aprimorada). Pré-
requisito: arma ancestral cravejada de gemas.
Avalanche Súbita
Quando faz um ataque corpo a corpo
com sua arma ancestral, você pode gastar
1 PM para desferir um golpe atordoante. Se
acertar o ataque, o alvo fica atordoado por
uma rodada (Fort CD Sab evita; uma criatura
só pode ser atordoada por esta habilidade
uma vez por cena). Se sua arma ancestral for
atroz, a CD para resistir a este poder aumenta
em +2. Pré-requisito: arma ancestral cruel.
Cortar Magia
Enquanto empunha sua arma ances-
tral, você pode usar Dissipar Magia com o
modificador de contramágica, mas apenas
em magias que tenham você como alvo.
Pré-requisitos: 10º nível de samurai, arma
ancestral energética.
Corte do Vácuo
Quando faz um ataque corpo a corpo
com sua arma ancestral, você pode gastar 1
PM projetar uma onda de energia. O alcance
60
desse ataque se torna curto e todo o dano
causado se torna de essência. Pré-requisito:
arma ancestral precisa.
Cortador de Cavalos
Quando faz um ataque corpo a corpo
com sua arma ancestral, você pode gastar
1 PM para causar um dado de dano extra
do mesmo tipo da arma. Pré-requisito: arma
ancestral maciça.
Dança dos Elementos
Quando usa sua arma ancestral para
causar dano por frio, ácido, eletricidade,
fogo ou trevas, você pode gastar 1 PM para
aumentar cada dado de dano em um passo.
Pré-requisitos: 10º nível de samurai, arma
ancestral congelante, corrosiva, elétrica,
flamejante ou tumular.
Dor Infinita
Quando acerta um construto ou morto-
-vivo, você pode gastar 2 PM para aplicar
nele o efeito de seu encanto excruciante.
Pré-requisitos: 10º nível de samurai, arma
ancestral excruciante.
Engenhosidade Alquímica
Quando usa injeção alquímica, você
pode gastar 1 PM para aumentar o dano do
preparado em um dado do mesmo tipo. Pré-
requisito: arma ancestral injeção alquímica.
Escudo Ancestral
Quando faz um ataque com sua arma
ancestral, você pode gastar 2 PM para esco-
lher um aliado adjacente. Esse aliado recebe
+5 na Defesa por uma rodada. Pré-requisito:
arma ancestral defensora.
Essência Fluida
Quando obtém um acerto crítico com
sua arma ancestral, você pode gastar 1 PM
para se mover até o seu deslocamento.
Pré-requisito: arma ancestral de mitral.
Essência Gélida
Quando faz um teste de Iniciativa, você
pode gastar 1 PM para receber redução con-
tra frio igual ao seu nível + sua Sabedoria até
o fim da cena. Pré-requisito: arma ancestral
de gelo eterno.
Essência Invencível
Quando faz um ataque com sua arma
ancestral, você pode gastar 1 PM para
aumentar o dano desse ataque em um passo.
Pré-requisito: arma ancestral de adamante.
Essência Lefeu
Se estiver empunhando sua arma ances-
tral, você pode gastar 3 PM para somar sua
Sabedoria nos testes de ataque e Reflexos
e na Defesa por 1 rodada. Pré-requisitos:
arma ancestral de matéria vermelha, Ronin.
Essência Marinha
Você soma sua Sabedoria em Atletismo
e, quando faz um teste de Atletismo para
nadar, pode gastar 1 PM para rolar dois dados
e usar o melhor resultado. Pré-requisitos:
arma ancestral de lanajuste .
Samurai Jack:
Estilo, lutas épicas e
alto contraste!
Essência Prateada
Quando acerta um ataque com sua arma
ancestral, você pode gastar 1 PM. Se fizer isso,
o alvo perde cura acelerada por 1 rodada.
Pré-requisito: arma ancestral de prata .
Essência Monstruosa
Quando faz um acerto crítico com sua
arma ancestral, você pode gastar 1 PM para
receber uma quantidade de PV temporários
igual à metade do seu nível + Sabedoria.
Pré-requisitos: arma ancestral de casco de
monstro .
Essência Rubi
Quando faz um ataque com sua arma
ancestral, você pode gastar 1 PM para
ignorar toda a redução de dano do alvo.
Pré-requisito: arma ancestral de aço-rubi.
Essência Virente
Se estiver empunhando sua arma ances-
tral, você pode gastar 1 PM para receber
resistência a magia igual a sua Sabedoria
por 1 rodada. Pré-requisito: arma ancestral
de madeira tollon.
61
Fulgor Púrpura
Quando faz um ataque corpo
a corpo com sua arma ancestral,
você pode gastar uma quantidade
de PV temporários limitada pela sua
Sabedoria. Para cada 2 PV gastos, seu
ataque causa +1d8 pontos de dano
de essência. Pré-requisitos: 10º nível
de samurai, arma ancestral drenante.
Golpe Fantasma
Quando faz um ataque com sua
arma ancestral, você pode gastar 1 PM
para ignorar as imunidades do alvo. Pré-
requisito: arma ancestral penetrante*.
Instinto Destruidor
Você recebe +2 em testes de mano-
bra para quebrar. Sempre que reduz um
item a 0 PV com essa manobra, você
recupera 1 PM. Pré-requisitos: 10º nível
de samurai, arma ancestral destruidora.
Lâmina Invertida
Você pode ativar ou desativar o
encantamento piedosa sem gastar PM.
Pré-requisitos: 10º nível de samurai, arma
ancestral piedosa.
Lâmina Sedenta
Quando faz um ataque contra um
alvo sangrando, você pode gastar 2 PM
para receber +5 no teste de ataque e na
rolagem de dano. Pré-requisito: 10º nível
de samurai, arma ancestral sanguinária.
Mistério Nebuloso
Quando faz um ataque corpo a corpo
com sua arma ancestral, você pode gastar
1 PM para obter camuflagem leve por
um turno. Pré-requisito: arma ancestral
harmonizada.
62
Nada Além de Um Assassino
Você recebe a habilidade Ataque
Furtivo +1d6. Você pode escolher este
poder várias vezes (mas apenas uma vez
por patamar) e seus efeitos se acumulam.
Pré-requisitos: 10º nível de samurai, arma
ancestral assassina, Ronin.
Paradoxo Absoluto
Quando faz um acerto crítico, você
pode gastar 2 PM. Se fizer isso, soma
sua Sabedoria na rolagem de dano
(cumulativo com outros efeitos que
somam este atributo). Se sua arma for
lancinante, em vez disso você soma
o dobro da Sabedoria. Pré-requisitos:
10º nível de samurai, arma ancestral
dilacerante ou lancinante.
Paradoxo da Celeridade
Uma vez por rodada, quando faz um
acerto crítico com sua arma ancestral,
você pode gastar 2 PM para fazer
um ataque adicional contra o mesmo
inimigo. Pré-requisitos: 10º nível de
samurai, arma ancestral veloz.
Paradoxo da Extinção
Quando faz um acerto crítico com
sua arma ancestral, você pode gastar
2 PM para multiplicar o dano adicional
causado pelo encanto anticriatura.
Pré-requisitos: 10º nível de samurai,
arma ancestral anticriatura.
Paradoxo da Extremidade
Uma vez por rodada, quando
faz um acerto crítico com sua arma
ancestral, você pode gastar 2 PM
para fazer outro ataque contra uma
criatura adjacente. Pré-requisitos:
10º nível de samurai, arma ancestral
caçadora.
Paradoxo do Gume
Quando faz um ataque corpo a
corpo com sua arma ancestral, você
pode gastar 2 PM para somar sua
Sabedoria na margem de ameaça.
Pré-requisitos: 10º nível de samurai,
arma ancestral ameaçadora.
Paradoxo da Magia
Quando faz um acerto crítico com
sua arma ancestral em um ataque em
que tenha descarregado uma magia
armazenada na arma, você pode gastar
uma quantidade de PM igual ao círculo
da magia para recuperá-la (ela volta a
ser guardada na arma). Pré-requisitos:
10º nível de samurai, arma ancestral
conjuradora.
Paradoxo Viperino
Quando faz um acerto crítico
com sua arma ancestral, você pode
gastar 1 PM para ignorar imunidade
ou resistência a veneno da criatura
atingida. Pré-requisitos: 10º nível de
samurai, arma ancestral venenosa.
Perfeição Marcial
Você pode usar uma ação de
movimento e 2 PM para somar seu
bônus de Olhar Assustador no pró-
ximo teste de ataque e, caso acerte,
na rolagem de dano com sua arma
ancestral. Caso a arma seja magnífica,
esse bônus é dobrado. Pré-requisitos:
10º nível de samurai, arma ancestral
formidável ou magnífica.
Tiro Perfeito
Quando faz um ataque a distância
com sua arma ancestral, você pode
gastar 1 PM para ignorar camuflagem e
cobertura. Pré-requisito: arma ancestral
mira telescópica.
Trovão Incessante
Quando faz um acerto crítico, você
pode gastar 2 PM para ativar o encanto
trovejante, mesmo que já o tenha usado
nessa cena. Pré-requisito: 10º nível de
samurai, arma ancestral trovejante.
Roda Fluvial
Quando faz um ataque com sua
arma ancestral, você pode gastar 2 PM
para fazer uma manobra de combate
como uma ação livre. Pré-requisito: arma
ancestral equilibrada.
Venha Cá
Quando faz um ataque corpo a corpo
com uma arma ancestral de arremesso,
você pode gastar 2 PM para arrastar
o inimigo até o espaço vazio mais
próximo a 1,5m de você (Ref CD Sab).
Pré-requisitos: 10º nível de samurai, arma
ancestral de arremesso.
Voo da Andorinha
Uma vez por rodada, quando um
inimigo erra um ataque corpo a corpo
contra você, você pode gastar 1 PM para
fazer um ataque contra ele usando sua
arma ancestral. Se a arma for pungente,
você recebe +2 nesse teste de ataque.
Pré-requisito: arma ancestral certeira.
63
 CONTO

No Apagar
das Luzes
POR
GLAUCO LESSA

U m grito agudo de pânico arranhou o silêncio

da noite, e a lamparina do birô iluminava
as trevas que pairavam sobre as Colinas dos
Bons Hynne. As trevas que transformariam
tudo em Aslothia, o Reino dos Mortos.
Ruas desertas, casas abandonadas, tripas e lágrimas
espalhadas por Hongari. Tudo indicava que a terra
dos hynne passaria por dias escuros, ar irrespirável
e fortes ventos. Ou pelo menos foi isso que Guten
escolheu por como previsão do tempo do Boletim
do Bom Hynne. A druida Prishka infelizmente
não poderia mais ajudá-lo com a seção.
Guten inseriu os tipos da última frase da previsão
do tempo na máquina de imprensa. Levou uma
das mãos sujas de tinta à testa demoradamente,
com cuidado para não se desequilibrar do banco
alto — apenas assim um hynne poderia trabalhar
em uma coisa daquelas.
Do lado de fora do birô, a lamparina
balançava, sacudia, quase dançava ao som dos
uivos sombrios da morte. A chama teimava
em queimar. Uma de suas funcionárias — a
única que restou — estava próxima à janela,
entretida pela luz.

64
 — Faísca — ele chamou —, é perigoso ficar
na janela. Já falei.
— Não há mais uma viva alma na rua — ela
protestou, com a formalidade típica.
Guten começou a se perguntar por que decidiu
ficar ali. Faísca nunca servira ao ofício de informar,
se perdia em colunas literárias e poemas fora de
hora. Deveria ter se tornado barda, não tipógrafa.
Mas ali estavam os dois.
— E alma morta, tem? — o hynne debochou.
Era a única coisa que podia fazer agora.
— Não mais. Não ainda.
O jeito de falar de Faísca era quase pedante,
se não fosse de fato espontâneo. Guten tentou
voltar a se distrair com a tinta e os tipos. O
Boletim não seria impresso sozinho. Um silêncio
constrangedor tomou conta, interrompido
apenas pela casual ventania que varria a vida
de Hongari.
Quem poderia imaginar?
Alguns meses antes do fim, Guten trouxe as
máquinas de Valkaria. A viagem foi longa, e o
equipamento, caríssimo. Apenas as máquinas mais
velhas e mal conservadas da Gazeta do Reinado
estavam à venda. Não tinha importância, Guten
estava resoluto: em um mundo de mudanças
cada vez mais radicais, estava na hora de Hongari
também ter seu próprio folhetim.
O começo foi humilde, como muitos começos.
Nem todo hynne pretendia se dedicar ao ofício
da notícia e, ao bem da verdade, Hongari era um
lugar tranquilo demais para render manchetes
escandalosas. Foi difícil conquistar leitores
com novidades de terras estrangeiras, por mais
inacreditáveis que fossem.
Agora, essas eram algumas das palavras que
compunham o editorial da última edição do
próspero e bem-sucedido Boletim do Bom Hynne.
— Por que ainda está fazendo isso? — Era
Faísca, mais uma vez. — Ninguém vai ler.
— Mortos também devem ler — Guten tentou
retrucar com algum humor. — Bom, pelo menos
alguns deles, imagino.
— De que adianta? Eu sempre quis escrever
para os vivos! — disse a jovem, gesticulando os
braços exageradamente.
— E, ainda assim, escolheu ficar para trás.
Ficar aqui.
Faísca voltou os olhos para o chão, de ombros
encolhidos. Poderia ter fugido com os outros.
Os tipógrafos do Boletim foram os primeiros
a receber as notícias. Talvez ela já estivesse na
altura de Sambúrdia nesse instante, mas preferiu
ficar — e nem sabia direito o motivo. Ficou, apenas
à espera dos mortos, do massacre, da carnificina.
— Com sorte, viramos zumbis também — ela
cogitou, com bastante seriedade. — Deve haver
alguma vantagem.
— A gente poderia trabalhar para sempre —
Guten brincou, voltando os olhos para a máquina.
— Que maravilha seria! — a outra riu.
Nenhum dos dois conseguiu evitar o sorriso
cúmplice que se seguiu.
— Por que você ficou aqui? — o hynne editor
indagou mais sério. — Não me diga que foi por
pena.
Faísca hesitou antes de responder.
— Eu sei bem que não poderia largar isso
aqui, mas você… você é diferente. Você é jovem.
65
 A hynne continuou em silêncio, encarando
uma caixa cheia de tipos diversos, com o alfabeto
completo do valkar.
— E é talentosa — Guten finalizou com uma
certa dificuldade.
Faísca levantou o rosto e o encarou com
olhos marejados. Era a primeira vez que o chefe
reconhecia alguma qualidade no que ela fazia.
Normalmente resmungava que seus textos eram
muito literários, subjetivos demais para prender
a atenção do leitor aos fatos da notícia.
— Eu deveria ter dito isso antes — o hynne
confessou, olhando para o lado de tanto arrepen-
dimento. — Me descul…
— Eu que peço perdão! — Faísca exclamou.
— Sim, eu fiquei por pena, mas juro que não foi
só por isso! Genuinamente admiro a sua paixão
pelo que faz!
Guten esperou um pouco, ainda atordoado
pela sinceridade da poetisa.
— Assim que soube de tudo, eu tinha certeza
de que você ia ficar — Faísca continuou em um
ímpeto, como se aquelas palavras nunca mais
pudessem ser ditas, se não fossem naquele
momento. — Eu sabia que você não conseguiria
deixar o Boletim para trás. Que daria adeus à sua
família… aos seus amigos! Apenas por um ideal…
— Bem — Guten olhou em volta, para toda
a bagunça de tintas, peças e maquinários —, veja
onde tudo isso me trouxe.
O uivo distante de alguma criatura da noite
chegou ao birô, como se quisesse participar da
conversa.
— Você se arrepende? — Faísca perguntou, e
Guten entendeu que ela não falava de ter escolhido
permanecer em Hongari, mas sim de se tornar um
tipógrafo, de fundar o Boletim do Bom Hynne…
de tudo.
66
— Não, eu sou isso aqui — disse sem um pingo
de arrependimento, enquanto olhava admirado
para a placa de tipos do editorial. — E você, Faísca?
— Não sei. Achei que tudo seria mais simples.
Mas só descobriria se tentasse. Ao escolher este
ofício.
Faísca respirou fundo para concluir.
— Então, não. Não me arrependo.
Guten sorriu.
— Mas parece que se decepcionou, não é?
Esse é o problema de se criar expectativas. Nunca
se sabe quando uma horda de mortos-vivos vai
acabar com elas.
— Eu nunca tive expectativas. Sempre tive
algo pior.
— O quê?
— Sonhos.
A lamparina chacoalhou mais forte com o
vento. Mesmo durante a noite enevoada, não foi
difícil ver a horda de mortos-vivos subir a colina.
Eram numerosos, em uma marcha desencontrada
e insaciável por mais vítimas.
Pânico tomou o semblante de Faísca, mas
Guten levou o indicador até os lábios, em sinal
de silêncio. Olharam para a lamparina, a única
fonte de luz ainda acesa no breu da solidão e do
abandono. Um convite óbvio para os mortos.
Antes que fosse tarde, Faísca alcançou a fonte
da lamparina pela janela e a apagou de imediato.
Esconderam-se debaixo de uma das máquinas.
— Já que não nos arrependemos de estar
aqui — Faísca cochichou o mais baixo que pôde
para Guten —, me diga um arrependimento.
Os gemidos rastejantes dos mortos se apro-
ximavam lentamente. Era como se já estivessem
lamentando por Guten antes de ele falar.
 — Não ter passado mais tempo com o meu filho
— o hynne cochichou de volta, em uma confissão
quase infantil. Logo virou-se para Faísca para que
ela falasse.
Todas as janelas começaram a trepidar vio-
lentamente, tamanha era a força sobrenatural do
vento. Aqui e ali, alguns vidros se estilhaçaram
em cacos do tamanho da esperança de Hongari,
misturando-se à sujeira da tinta e à bagunça
dos papéis.
— Não ter me confessado a Lauss enquanto
podia — a jovem respondeu entre sussurros. —
Nunca terminei o poema épico que pretendia
declamar em minha declaração. Nunca parecia
bom o bastante.
Guten já era capaz de ouvir as correntes das
almas desencarnadas à porta do birô, mas teve
que se segurar para não rir.
— Provavelmente estava perfeito, Faísca. Mas
ele nunca foi muito fã de poesia e literatura.
A jovem assentiu com a cabeça. Achou graça
de tudo aquilo e completou:
— Tal pai, tal filho.
Continuaram ali por mais um tempo, à espera
da primeira visão de seus algozes. No entanto,
essa visão nunca veio. O uivo dos ventos se
calou. Os gemidos se afastaram. O tilintar de
correntes cessou.
O birô passou despercebido pela horda em
meio aos últimos gritos de Hongari. Antes do
amanhecer, já estava abandonado. Restaram
apenas os tipos, a tinta, as máquinas e a mais
recente edição do Boletim do Bom Hynne — sem
texto, sem imagens, apenas a manchete:
SONHOS
67
BREVES JORNADAS

CAMINHO
PARA A
LIBERDADE
 POR DANIEL DURAN

O outrora imponente Império de Tauron muitas vezes sob controle de pequenos

hoje está despedaçado. O que já foi déspotas. O governo em Tiberus pouco
um símbolo de unidade agora são pode fazer, pois enfrenta o maior inimigo da
centenas de vilas e cidades isoladas, própria realidade dentro de seu território.
 Entretanto, dentro do próprio Império
existem heróis com outra visão de mundo.
Aqueles que lutam contra os que insistem no
papel de opressores estão sempre atentos,
prontos a recrutar mãos hábeis à sua causa.
Ainda assim, muitos monstros sem escrúpulos
colocam a liberdade das pessoas abaixo
de seus desejos, e continuam cometendo
crimes terríveis.
RESUMO DA AVENTURA
Caminho para a Liberdade é uma breve
jornada, uma aventura curta pensada para
uma sessão única, mas que pode ser inserida
em uma campanha maior. É ideal para um
grupo de quatro personagens de 1º nível
em Tormenta20.
Através de algum chamado, os aventu-
reiros chegam na vila de Colina Verde. Uma
vila tão comum, com um nome tão banal
que provavelmente há centenas de outras
com o mesmo nome espalhadas por Arton.
Mas ali, logo em sua entrada, um grupo
particular de minotauros inescrupulosos, arrai-
gados a valores que muitos membros de sua
raça hoje consideram sem propósito, abordam
o grupo de forma truculenta, ameaçando
sua passagem caso não entreguem suas
armas e outros equipamentos. Caso passem
pacificamente, verão outros acontecimentos
que os estimulam a agir contra os soldados.
De uma forma ou de outra, um combate
começa, e o líder militar dos adversários
aparece, tornando a vitória improvável.
Acordando em uma cela, os personagens
são contatados por uma figura misteriosa,
dizendo que pode ajudar com a fuga se
prometerem apoiar a libertação da vila. A
figura, uma paladina de Valkaria, solta os
aventureiros e os guia por uma série de
túneis. Perto da saída, o grupo é atacado
por uma aranha gigante, determinada a
transformá-los em sua refeição.
Cena 1
QUEM VEM LÁ?
A vila de Colina Verde não difere muito de
outras no que um dia foi conhecido como o
reino das histórias: casas simples, um muro
externo para defender de ataques, e fazendas
nos arredores. Desde as Guerras Táuricas,
entretanto, tudo passou a ser parte do Império.
A vida poderia ter continuado igual, se o
lugar não tivesse chamado a atenção de um
governador especificamente ganancioso. Hoje,
enquanto Tiberus jaz sob a sombra de Tauron,
o controle de Colina Verde está sob pesado
domínio de um grupo cruel de minotauros.
Os personagens são chamados por um
amigo, parente ou alguém em quem confiem.
Segundo essa fonte, os impostos da vila
são abusivos, estrangulando qualquer pros-
peridade que havia nas fazendas locais. E,
segundo ordens do governador local, aqueles
que não pagam, ou o desafiam, são punidos
tendo que servir compulsoriamente, o que
é apenas um eufemismo para escravidão.
Todos os portões da cidade são guar-
dados por ao menos quatro legionários em
treinamento, vestindo armaduras de couro
em estilo tapistano. Instruídos por seus supe-
riores, eles interrogam as pessoas, de forma
rude. Aquelas que têm a entrada na cidade
recusada são enxotadas com empurrões.
Quando os personagens se aproximam,
um dos minotauros bufa pesadamente e
caçoa. “Um mau cheiro desse? Só podem
ser aventureiros.”
69
 As perguntas que fazem são simples:
“O que estão fazendo na cidade? De onde
estão vindo? O que trazem para ajudar a
comunidade?”. Porém, os minotauros cla-
ramente não têm qualquer interesse nessas
respostas. Pedem a todos que entreguem
suas armas e paguem uma taxa de T$ 10, pela
confecção de um documento que permite a
estadia temporária. Qualquer resposta que
os ofenda, e eles se ofendem facilmente,
inicia-se um combate.
Criaturas. Recrutas Legionários x4
(NPCs & Criaturas).
Um dos minotauros vai usar seu primeiro
turno para tocar um sino, avisando à vila que
há invasores. A cada 1d4+1 turnos chega um
novo recruta legionário.
Se aceitarem pagar o valor e deixar suas
armas, a entrada é aceita. De cara fica a
impressão de que se trata de um lugar triste, as
pessoas na rua parecem exaustas, arrastando
os pés e com um semblante melancólico.
Mesmo entrando pacificamente, os minotauros
param os personagens constantemente,
sempre tentando causar alguma confusão.
Caso tenham vindo para ajudar alguém, essa
pessoa pode estar sendo arrastada à força
de sua casa, motivando os aventureiros a
finalmente comprarem uma briga.
De uma forma ou de outra, uma confusão
com os recrutas se inicia. Repentinamente,
eles ouvem passos pesados.
Cena 2
MAGNUS DE TAURON
O minotauro que se aproxima é bem dife-
rente dos jovens que vocês vêm enfrentando.
Mais alto, chifres completamente negros e
70
com diversas cicatrizes cruzando o rosto
bovino. Apoiado em seu ombro, carrega
um imenso machado de guerra. Veste uma
loriga segmentada já sem brilho. Quando
chega, todos os recrutas na área formam
um círculo ao redor, isolando vocês e ele.
O minotauro se aproxima, aponta o
machado na direção dos personagens e diz
“Eu, Magnus de Tauron, centurião imperial,
ordeno que se entreguem! Ou que o Deus
da Força tenha pena de vocês.” Mesmo
que haja algum movimento para se entregar,
Magnus dispara para os aventureiros em
uma investida.
Criaturas. Magnus de Tauron (NPCs
& Criaturas).
Todos os ataques de Magnus serão
não-letais (sofrendo uma penalidade de –5);
ele tenta usar principalmente a lateral de seu
machado para golpear seus inimigos. Este
é um combate propositalmente desequili-
brado. Magnus é muito mais poderoso que o
grupo, e representa um desafio praticamente
intransponível no nível atual. O objetivo de
Magnus é desacordar os personagens para
jogá-los em uma masmorra e depois forçá-los
a trabalhar. Ao redor dos aventureiros e do
minotauro, o círculo dos recrutas torce por
seu líder e evita tentativas de fuga.
É quase impossível, mas se, por uma
sequência de coincidências incríveis, os
personagens derrotarem Magnus, eles são
atacados por uma decúria de recrutas (veja
em NPCs & Criaturas). A decúria também
causa apenas dano não-letal (e sofre a
penalidade de –5 para isso).
Também é possível apenas se render.
Neste caso, são todos algemados e levados
para a masmorra.
 Cena 3
NAS ENTRANHAS DA FERA
O tempo passa de forma um tanto
caótica para aqueles que ficaram incons-
cientes. Quando seus olhos finalmente
abrem, percebem que estão ainda dolo-
ridos, agora presos em uma masmorra,
com suas mãos algemas. Além do grupo
há uma quinta pessoa. Ela também parece
desacordada, mas assim que todos des-
pertam, reage com uma animação atípica
para a situação.
Todos que estavam inconscientes estão
novamente com 1 PV e ao menos 1 PM. Os
equipamentos dos personagens estão
empilhados do lado de fora da cela, em
um canto de pedras. Caso alguém tenha
se entregado, a estranha personagem que
divide a sala com eles pede para que se
acalmem, pois ela vai ajudar todos.
“Vocês finalmente acordaram! Eu estava
aguardando vocês voltarem a si para fazer
uma proposta. Além disso, posso curar
vocês. Vamos começar pela cura.”
A pessoa misteriosa, agora revelada,
é uma mulher de traços vestigiais bovi-
nos. Minotauros e pessoas treinadas em
Conhecimento a reconhecem como uma
minaura, uma rara “meio-minotauro”.
“Bem, vamos vamos, não temos o dia
todo. Vocês querem sair daqui, certo?”
quando olham novamente para ela, a
minaura está de pé, suas mãos libertas dos
grilhões. “Podem me chamar de Tabitha.
Sou uma paladina de Valkaria.”
Tabitha então prossegue, libertando cada
aventureiro curando todos os pontos de
vida perdidos. Ela então saca uma chave
escondida nas roupas e abre a porta da cela.
“Peguem as suas coisas ali, mas nossa
saída não é por cima.”
Além dos equipamentos removidos dos
personagens, o grupo encontra também
dez essências de mana e quatro bálsamos
restauradores, parte dos recursos dos
legionários. Quando olham ao redor, veem
Tabitha abrindo a última cela do corredor.
Ela acena para que entrem, porém, se não
entrarem, empurra uma parede que parece
feita de tijolos de pedra, mas é apenas uma
passagem secreta.
Se perguntada como sabe desse
caminho, sorri e diz: “Quando você passa
tanto tempo presa quanto eu, acaba
aprendendo um ou outro truque de como
escapar desse lugar. Por sorte esses
minotauros que se instalaram aqui ainda
não os descobriram.”
Assim que todos passam pela fenda,
Tabitha também entra, e empurra a parede
falsa de volta à posição original, fazendo
força para travá-la.
Cena 4
ESTALACTITE
OU ESTALAGMITE?
Assim que a passagem é fechada, o
ambiente se torna completamente escuro,
impossível de enxergar. Tabitha acende uma
tocha e pergunta: “Por acaso vocês não têm
tochas, têm?”. Caso tenham, ela pede que
acendam, para facilitar a travessia.
O lugar tem um cheiro mineral caracte-
rístico de cavernas, e ao longe é possível
ouvir o som de gotas pingando do teto.
Quando o caminho a frente se torna visível,
71
é possível enxergar longas estalagmites se
projetando do chão como presas de uma
fera. Olhando para o teto, também existem
diversas estalactites penduradas, prontas a
cair a qualquer momento.
Tabitha faz um gesto para fazerem silên-
cio: “Essa é a parte complicada. Passar
aqui nesse trecho requer silêncio. Vamos
devagar”. Infelizmente, nem todos são ágeis
como a paladina, e para representar essa
travessia, use o perigo complexo abaixo.
Travessia das Estalactites ND 2
Objetivo Atravessar a área
sofrendo o mínimo de dano possível.
Efeito Os personagens agem na ordem de
sua Iniciativa, e cada um deve acumular
três sucessos na ação travessia silenciosa
para sair da área perigosa.
Entretanto, assim que acontecer a primeira
falha na ação travessia silenciosa, as esta-
lactites do teto começam a cair, causando
1d6 pontos de dano de perfuração por
falhas subsequentes à primeira.
Travessia Silenciosa (Furtividade
CD 15) O personagem dá passos lentos e
calmos em direção a saída.
Correr à Toda (Atletismo CD 15) Um
personagem percorre todo o caminho (efe-
tivamente conseguindo os três sucessos),
mas sofre 2d6 pontos de dano de perfuração.
Caso ninguém tenha falhado ainda, usar
essa ação conta como uma falha.
Interpor-se (Nenhum) Um personagem
usa sua rodada para sofrer o dano que um
outro de menor iniciativa sofreria.
72
Quando o último personagem deixar
a área perigosa, Tabitha solta um suspiro
aliviado. “Nossa, eu achei que dessa vez
eu ia dessa para uma pior!” Sem conter
mais sua voz, a minaura acaba causando a
queda de diversas estalactites agora, sem
qualquer efeito.
Cena 5
QUASE LIVRES
A caverna continua, agora aparente-
mente mais tranquila. Tabitha explica que
esse era um caminho usado para facilitar a
fuga da população, caso a vila fosse cercada.
Mas que infelizmente hoje serve apenas
como rota de fuga de presos. “Aproveitando,
eu obviamente não resgatei vocês só pela
bondade do meu coração. Quer dizer, fiz,
mas depois de ver como vocês enfrentaram
o biltre Magnus, mesmo sem chance, eu
queria saber se...”
A fala da paladina é interrompida. Todos
vocês ouvem um guincho, um barulho nojento
de cliques vindos da escuridão. Aqueles que
estiverem com uma tocha ou forem capazes
de enxergar no escuro podem fazer um teste
de Percepção ou Sobrevivência (CD 17).
Passando, percebem algo terrível: o lugar
onde estão agora é o covil de um monstro,
mais especificamente uma aranha gigante,
pronta para atacá-los!
Criatura. Aranha gigante (Tormenta20,
p. 287).
Enfrentar a criatura, ainda mais se esti-
verem cansados e feridos, é temerário, mas
eles possuem uma vantagem contra a teia:
Tabitha. A paladina, além de ser uma comba-
tente prodigiosa, pode usar sua habilidade
como parceira (veja NPCs & Criaturas) para
tornar um personagem imune a efeitos de NPCs & Criaturas
movimento por uma rodada, livrando-se da
condição enredado causada pela teia. Recruta Legionário ND ½
Além disso, o combate direto não é a Humanoide (minotauro) Médio
única opção. Tabitha diz que a saída está a Iniciativa +2, Percepção +1, faro
100m em uma determinada direção e, se che-
Defesa 15, Fort +5, Ref +0, Von +3
garem ao lado de fora, talvez a criatura não
Pontos de Vida 9
continue a perseguição. Se decidirem
fugir, caso um personagem role Deslocamento 9m (6q)
1 natural no dado no teste de Corpo a Corpo Lança +7 (1d6+3)
Atletismo para correr, fica e chifres +7 (1d6+3).
caído e sofre 1d6 pontos Medo de Altura Se estiver
de dano de impacto. adjacente a uma queda
Saindo da caverna, de 3m ou mais de altura
a luz do dia intimida a (como um buraco ou
criatura, e ela volta para penhasco), o recruta fica
a escuridão. abalado.
For 3, Des 0, Con 2,
Epílogo Int 0, Sab –1, Car –1
UMA PROPOSTA Equipamento Couro batido, escudo
Todos ainda estão tentando recuperar leve, lança. Tesouro Metade.
o fôlego. Cansados, feridos, mas finalmente
livres. Tabitha está tão surpresa quanto todos, Decúria de Recrutas ND 2
e diz que aquele monstro não estava ali da Humanoide (minotauro) Grande
última vez. Ela pede desculpas e fala que,
Iniciativa +2, Percepção +1, faro
assim que descansar, curará todos.
Defesa 22, Fort +5, Ref +0, Von +3
Mas antes, ela lembra do que estava Pontos de Vida 25
falando antes do ataque da aranha gigante.
Deslocamento 9m (6q)
“Sim, antes de continuarmos... eu preciso
pedir a ajuda de vocês. Vejam, Colina Verde Corpo a Corpo [Bando] Lanças +14 (1d6+3) e
foi onde eu nasci, mas vê-la assim tomada chifres +14 (1d6+3).
não é certo! Este tempo de dominação já Medo de Altura Se estiver adjacente a uma queda
passou. Eu tenho planos, mas preciso da de 3m ou mais de altura (como um buraco ou
ajuda de heróis que queiram combater penhasco), a decúria fica abalada.
essa tirania. Posso contar com vocês?” For 3, Des 0, Con 2, Int 0, Sab –1, Car –1
Enquanto pensam sobre a proposta, os Equipamento Couro batido, escudo leve, lança.
personagens avançam para o 2º nível! Tesouro Metade.

73
Magnus de Tauron
Antes da queda do Deus da Força,
Magnus era um de seus guerreiros sagra-
dos, jurando proteger os fracos, inclusive
opondo a política opressora do Império.
Infelizmente, com a queda de seu deus,
Magnus se viu amargo, cheio de mágoas
e parou de se importar com os valores
que um dia defendeu. Se ainda há algo do
valoroso campeão dentro dele, se esconde
nos rincões mais profundos de seu ser.
Magnus de Tauron ND 4
Humanoide (minotauro) Médio
Iniciativa +4, Percepção +4, faro
Defesa 26, Fort +16, Ref +4, Von +10
Pontos de Vida 130
Deslocamento 6m (4q)
Corpo a corpo Machado de guerra +16 (3d6+6,
x3) e chifres +16 (1d6+6).
Ordens (Movimento) Magnus grita ordens para
seus aliados em alcance médio. Eles recebem
+2 em testes de perícia até o fim da cena.
Tremer a Terra (Movimento) Todas as criaturas
em alcance curto de Magnus ficam caídas (Fort
CD 18 evita).
Varrer (Livre) Uma vez por rodada, quando
Magnus faz um ataque corpo a corpo e reduz
os pontos de vida do alvo para 0 ou menos,
pode realizar um ataque adicional contra outra
criatura dentro do seu alcance.
For 4, Des 0, Con 3, Int 0, Sab 0, Car 2
Perícias Atletismo +12, Guerra +7, Religião +6.
Equipamento Loriga segmentada reforçada,
machado de guerra aumentado cruel, símbolo
sagrado de Tauron. Tesouro Padrão.
74
Tabitha
O começo da vida de Tabitha já foi dife-
rente de muitos minauros como ela. Quando
nasceu, seus pais ficaram extremamente
felizes por ela não ser nem apenas como
o pai, ou apenas como a mãe, mas sim um
encontro entre ambos.
Crescendo em Colina Verde, a menina
sempre sentiu um estranho chamado, e
assim que pôde, viajou pela primeira vez
com uma companhia de mercadores para
conhecer o mundo. Mas o que encontrou
foi algo muito diferente, onde minotauros
oprimiam outros povos.
Finalmente compreendendo e abra-
çando sua vocação, foi ordenada paladina
de Valkaria, e decidiu lutar contra toda
forma de opressão. Quando soube o que
estava acontecendo em sua vila, sabia por
onde começar.
Parceira Veterana. Tabitha auxilia os
aventureiros em combate, mas também divide
uma parte da suas dádivas de Valkaria com
quem estiver acompanhando. O personagem
que Tabitha estiver ajudando recebe +2 em
testes de ataque e fica imune a condições
de movimento.
 Caçadores
de

Dragões
UMA DISTINÇÃO E
DICAS PARA ACABAR
COM AS CRIAS DE
KALLYADRANOCH
 POR DANIEL DURAN E J.M. TREVISAN
Dragões são provavelmente os mons-
tros mais poderosos e hegemônicos na
fantasia. Em Arton, temos não apenas
um Deus dos Dragões, Kallyadranoch,
como também diversos Dragões-Reais,
possuidores de imenso poder, capazes
de alterar reinos inteiros ao seu redor.
Mesmo aventureiros possuem parte dessa
herança, seja como feiticeiros dracônicos,
seja como kallyanach.
Entretanto, muitas dessas criaturas estão
em oposição aos aventureiros. E na tradição
de Héracles, Siegfried e São Jorge, um tipo
de herói sempre se ergue contra os inimigos
dracônicos: o caçador de dragões!
O FORTE, O BRAVO,
O SEM CORAÇÃO
Uma das organizações mais famosas
de Arton é a Guilda Mon’han, também
conhecida popularmente como Guilda dos
Caça-Monstros. Fundada por um kliren hoje
idoso, mas de histórico lendário, Mon’han
Galldo’han, o grupo se dedica à caça prin-
cipalmente pelo desafio.
A filosofia da Guilda dos Caça-Monstros
não é de ódio, inclusive tenta manter um
certo equilíbrio das comunidades das cria-
turas que persegue. Mas a flexibilidade na
estrutura da organização, e uma certa dose
de leniência, às vezes permite a formação
de bandos que têm em seu cerne uma
cruzada de ódio contra um determinado tipo
de inimigo. Um dos grandes exemplos é o
Bando da Lança Rubra, um grupo dedicado
à caça de dragões e outrora liderado por
Nina Korish.
Como eles, outros veem as crias de
Kallyadranoch como o maior desafio de todos.
Alimenta-se a ambição daqueles audazes (ou
temerários) o suficiente para escolhê-los
como alvos, especialmente devido ao hábito
de coletar tesouros. Essas empreitadas são
tão mortais quanto rentáveis.
Porém, também é importante lembrar
que, como seres de grande intelecto, dra-
gões têm suas próprias personalidades. Os
mais cruéis, aqueles que cobram tributo
em forma de sacrifício de comunidades
isoladas, costumam atrair caçadores sem
desejo de enriquecer, e sim de libertar o
mundo da tirania dracônica. Esses caçadores
“bem-intencionados”, entretanto, às vezes
ignoram o vácuo de poder deixado pela
morte da criatura, que atrai bandoleiros,
monstros menores e até outros dragões,
em um ciclo de opressão e liberdade que
só pode ser evitado com o estabelecimento
de certas salvaguardas.
Independente da personalidade do
dragão, a Guilda Caça-Monstros oferece o
apoio para seus membros a fim de tornar
o combate um pouco mais equilibrado.
Equipamentos adequados, como armas,
armaduras e outros espólios poderosos
podem ser encontrados em Trag’Merah. E,
como em qualquer caçada, a preparação
prévia é a chave para o sucesso. Muitos
pretensos caçadores de dragões já ignoraram
esse passo para descobrir, sob o sopro da
criatura, que na verdade o elemento dela
era outro, e suas proteções mágicas se
mostraram inúteis.
77
 A preparação também é importante pois
os dragões são extremamente diversos.
Cada um pode ter seus próprios poderes,
sopros diferenciados, objetivos pessoais e
covis. Estudar o alvo é algo que caçadores
fazem durante muito tempo, para acumular
informações suficientes. Porém, é importante
não levar tempo demais para preparar seu
ataque, pois o dragão também pode perce-
ber que está sendo vigiado. E a vingança
dracônica costuma ser pior que uma rápida
morte por seu sopro elemental.
Por isso é importante para bandos de
caçadores de qualquer tamanho ter os
membros certos em suas fileiras.
DESCENDO
A CAVERNA
Um bando de caçadores de dragões
é tão forte quanto seus membros. Claro,
existem lobos solitários caçando sem aliados
ou auxílio, porém são raros e de vida curta.
O mais efetivo é sempre um grupo em que
cada membro traz suas próprias habilidades
para enfrentar o inimigo.
Primeiramente, é necessário um
combatente resistente na linha de frente.
Menos para causar dano, mais para evitar
que o dragão se aproxime de membros
mais frágeis do grupo, servindo como
verdadeiros escudos de carne. Bárbaros,
cavaleiros e guerreiros em geral costumam
ser excelentes para distrair o dragão e
sobreviver ao dano. Ainda assim, é neces-
sário ativamente engajar com a criatura,
afinal, uma vez que perceba a presença
de elos frágeis, é provável que o dragão
dirija seus ataques contra eles.
Tão importante quanto a defesa fornecida
por combatentes resistentes, feitiços de
dano e de proteção são muito necessários.
Místicos costumam ser mais úteis contra
78
dragões vulneráveis ao elemento oposto ao
seu. Bardos, por outro lado, oferecem suporte
ao grupo com suas habilidades musicais e
a diversidade de magias, arcanas e divinas.
Arcanistas possuem quantidades enormes
de pontos de mana, permitindo lançar mais
magias e aumentar seu dano.
Claro que dano e resistência física fazem
pouca diferença quando os pontos de vida
acabam. Paladinos servem melhor como
combatentes de linha de frente, entretanto,
sua cura pelas mãos, égide sagrada e aura
sagrada trazem suporte em área para seus
aliados: clérigos, com sua diversidade de
milagres e habilidades de recuperação de
vida; druidas trazem os poderes da natureza,
além de terem acessos a magias arcanas
e divinas, e mesmo tendo menos magias,
trazem ferocidade no combate e habilidades
de sobrevivência selvagem.
Falando em sobrevivência, caçadores
em geral são excelentes companheiros.
Esses batedores são úteis para coletar
informações, e aqueles que se especializam
em combater dragões são oponentes temí-
veis, possuindo um nível de conhecimento
sobre seus inimigos que rivaliza com o dos
maiores estudiosos do assunto. Ladinos
também são capazes de fazer o papel de
esgueirar-se pelas sombras e investigar
o covil dos monstros, e, por vezes, seus
contatos no submundo podem possuir dados
inesperados sobre o dragão.
Tipos mais exóticos também são úteis,
mesmo se menos evidentemente. Um
bucaneiro, por exemplo, é um excelente
provocador ágil, já que sua evasão e
evasão aprimorada evitam sopros dracôni-
cos. Inventores são ótimos para tornar os
equipamentos de seus companheiros mais
eficazes, e seus inventos podem torná-los
causadores de dano excepcionais. Nobres
motivam seus aliados a combater com mais
afinco, e eles próprios são úteis na linha de
frente, mesmo não sendo tão resistentes por bandos específicos para manter sua
quanto outros aventureiros. hegemonia na eliminação de dragões.
Essas estratégias de grupo são úteis, O texto mais popular, entretanto, é com-
e quanto mais membros, melhor. Grupos posto por uma série de cartas escritas por
menores propiciam ataques surpresas e um caçador anônimo que, dizem, foi expulso
uma divisão mais generosa do tesouro injustamente de seu bando. Com o tempo,
encontrado, mas bandos maiores trazem seus ensinamentos foram resumidos em
habilidades mais variadas e são capazes algumas frases curtas que se espalharam
de garantir a vitória contra oponentes de no boca a boca, e já guiaram muitos grupos
maior porte. à vitória.
Infelizmente, nada disso é garantia de “Evite que a fera alcance os ares ou
sucesso. Kallyadranoch criou seus filhos se firme ao chão”
com muito cuidado.. Dragões possuem grande deslocamento
em terra, e ainda maior em voo. Isso permite
CAÇANDO que se afastem ou se aproximem muito
rápido no campo de batalha. Reduzir seu
O DRAGÃO movimento nos primeiros passos da batalha
torna-se imprescindível, principalmente se
Em Arton, diversos tomos e relatos orais
o grupo tiver acesso a magias como teia ou
trazem como tema a caçada a dragões. Em
amarras etéreas. Efeitos de metamorfose e
Sckharshantallas, há ensinamentos amplos,
paralisia, entretanto, não afetam o dragão.
mas é preciso submeter-se à vontade do
soberano do reino e trabalhar a seu serviço
para recebê-los. Uma troca nada vantajosa
para agentes independentes.
Aqueles guardados em Trag’Merah estão
mais ao alcance, mas nem todos são de
acesso fácil. Alguns são guardados para
evitar caçadores de dragões inexperientes
se colocando em perigos desneces-
sários e só são obtidos quando o
grupo ou indivíduo prova seu
valor, trazendo uma presa de
desafio considerável. Outros,
porém, são guardados

79
 “Que a maior arma se torne a maior
fraqueza”
O sopro do dragão é uma de suas
armas mais famosas, entretanto, conhecer
o elemento que o monstro produz é uma
vantagem enorme. Não apenas para saber
contra qual se proteger, garantindo poções,
pergaminhos e magias de resistência a
energia, como para se aproveitar da vulne-
rabilidade através de arma mágica e feitiços
que causem dano daquele tipo.
“Não tema apenas garra e presa”
Um caçador experiente sabe muito bem
que as magias de um dragão o tornam
ainda mais perigoso. Com velocidade
o dragão consegue realizar duas ações
padrão, podendo fazer seis ataques em um
turno, ou mesmo agredir com suas garras
e mordidas e usar seu sopro. Além disso,
feitiços como campo de força e globo de
invulnerabilidade tornam a defesa quase
impenetrável. Desfazer essas magias, com
dissipar magia, ou atrapalhar a conjuração
delas, com selo de mana, também é neces-
sário para tentar alcançar uma vitória.
80
SÓ SOBROU O ANÃO
Formado por caçadores especia-
lizados e, em sua maioria, particu-
larmente cruéis, o Bando da Lança
Rubra ganhou fama na região leste
do Reinado, atuando sobretudo nas
Montanhas Sanguinárias, capturando
e assassinando mais dragões que
qualquer outro grupo. Tudo graças
ao artefato que dava nome ao grupo:
uma lança capaz de matar dragões
instantaneamente no terceiro golpe
certeiro — mas que se tornaria uma
arma comum com um único erro.
Seu período de maior fama foi sob
a liderança do jovial Tosh Kayalin,
mais afeito a desafios do que vin-
ganças. Mas seu posto foi tomado
pela perniciosa Nina Koresh, que
em uma busca ensandecida pela
dragoa Kashii acabou levando
o grupo à ruína em uma batalha
nos arredores do antigo Reino de
Yudennach. Depois disso a arma
desapareceu misteriosamente.*
Hoje, o anão Zakk, remanes-
cente do grupo original, viaja
por Arton em busca da Lança
enquanto atua como mercená-
rio e recruta novos membros,
na intenção de reorganizar o
Bando sob seu comando. Uma
tarefa nada fácil, uma vez que
é notório que o próprio Sckhar
também tem agentes em busca
do artefato.
E talvez eles nem sejam os
únicos.
*Você encontra esta história em
detalhes no mangá LEDD.
 “Quem mata deve ficar longe da morte”
Personagens com poucos pontos de
vida devem se manter no limite do alcance
do dragão, pois mesmo um ataque pode
ser fatal para eles. Claro, magias como
campo de força ajudam a diminuir esse
perigo, entretanto, os pontos de mana
que garantirão essa proteção podem ser
melhor usados para causar dano. Além
disso, caso tenham conseguido reduzir
o deslocamento do dragão, manter-se
a uma distância segura pode obrigá-lo
a gastar uma ação de movimento para
continuar atacando.
“Grupo unido, morre unido”
A maioria dos formatos do sopro de
um dragão se beneficiam de aventureiros
agrupados. Manter espaço o suficiente
para que a baforada pegue em apenas
um dos membros do grupo, de preferência
aquele com evasão aprimorada, pode
ser a diferença entre uma empreitada
bem-sucedida e um massacre. Um grupo
espalhado obriga a fera a dividir sua
atenção e suas armas. Cercá-la às vezes
pode ser uma boa saída.
“O passado tem asas”
Qualquer operação dever ter o intuito
de liquidar o dragão de uma vez. Deixá-lo
ferido, mesmo que gravemente, dará a ele
a chance de fugir e se vingar em uma outra
oportunidade. E considerando suas vidas
especialmente longas, podem preparar uma
retaliação cruel por décadas. Um dragão
nunca tem pressa em sua fúria.
DISTINÇÃO:
Caçador de Dragões
Um caçador de dragões é um especialista
em enfrentar as crias de Kallyadranoch.
Muitos são movidos por um ódio incansável
por essas criaturas e nutrem um desejo
insaciável por vingança. Outros querem
enfrentar os maiores oponentes possíveis. E
alguns estão interessados apenas em obter
os tibares resultantes da venda das partes
de uma dessas criaturas.
Entretanto, em lugares como Sckhar-
shantallas, esse tipo de disciplina e dedicação
são usadas a serviço do Dragão-Rei para
evitar outros dragões naquilo que ele consi-
dera seu covil pessoal. Os mais experientes
costumam saber os caminhos para a vitória,
por experiência e treinamento, conhecendo
os pontos onde atacar e como aumentar
sua letalidade.
Mesmo comunidades distantes podem
possuir suas próprias versões desse tipo
de herói. Mais de uma vez um aventureiro
acabou esbarrando nos segredos que
permitem alcançar um nível diferente de
poder e acossar os dragões.
Em Ubani, que antes do esquecimento
louvava o Deus dos Dragões, esta tradição
está sendo redescoberta. Alguns caçadores
de dragão ubaneri vez ou outra surgem,
nem sempre com o objetivo de destruir
dragões, mas encarnar parte de seu poder
para desafiar outros seres de igual poder.
Ainda assim, Trag’Merah é um dos locais
onde se pode encontrar mais facilmente
esse caminho. Alguns conhecedores do
rito existem na cidade e cercanias, cabendo
àqueles que desejam esse poder provar
serem merecedores da dádiva.
81

Admissão
Um caçador de dragões precisa primeira-
mente viver a experiência de enfrentar seus
inimigos declarados. O candidato precisa ter
derrotado um dragão de considerável poder,
sozinho ou com um grupo de aliados. Para
ser considerado poderoso, esse dragão
deve ser de pelo menos ND 10 e ser de um
ND maior que o nível médio do candidato
e seus aliados.
Derrotar um dragão, porém, é apenas
parte do processo de admissão. Após isso, o
candidato deve passar por um ritual conhe-
cido por poucos, para então despertar
seus poderes.
ESCAMA DA HONRA
Como símbolo de sua passagem pelo ritual
de transformação em caçador de dragões,
cada candidato recebe um amuleto feito
de uma escama do dragão que derrotou.
Este amuleto é um item de vestuário, que
não ocupa espaço nem conta em seu limite
de itens vestidos. Enquanto estiver usando
seu amuleto, os ataques do caçador de
82
Alguns dizem que esta tradição surgiu
entre bárbaros das Sanguinárias, para tornar
seus guerreiros mais capazes de enfrentar
inimigos dracônicos. Outros dizem que pode
ter se originado em Ubani, como uma forma
de comunhão realizada antes do esqueci-
mento de Kallyadranoch. Encontrar quem
execute esse ritual, e convencer essa pessoa
a realizá-lo, costuma exigir uma aventura
em si. O único detalhe que se sabe é que
é preciso ter consigo o sangue
e escamas do dragão abatido.
dragões causam 1 ponto de dano adicional
do mesmo tipo do sopro do dragão do qual
a escama foi extraída.
Se perder seu amuleto, o caçador pode
confeccionar outro em um processo que
demora 1 dia e exige uma escama de um
dragão que ele tenha matado a menos
de 30 dias.
PODERES DE CAÇADOR DE DRAGÕES
Alçar aos Céus
O caçador pega impulso, dando um salto
impressionante para reduzir a distância
de seu alvo, acertando-o com um ataque
fulminante.
Você pode gastar 2 PM e uma ação de
movimento para saltar muito alto e pousar
em alcance corpo a corpo de uma criatura
em alcance curto. Se fizer um ataque corpo
a corpo contra essa criatura neste turno,
você recebe os benefícios e penalidades
de uma investida e, nesse ataque, sua arma
causa um dado de dano extra do mesmo.
Para cada três outros poderes de caçador de
dragões que você possuir, sua arma causa
mais um dado de dano extra durante este
ataque. Pré-requisitos: treinado em Atletismo,
Destemor Inflamado.
Danificar as Asas
Com um ataque certeiro, o caçador de
dragões atrapalha a locomoção do dragão, a
criatura agora se movimenta com dificuldade,
dando a vantagem ao caçador.
Quando faz um ataque, você pode gastar
5 PM para machucar suas asas, pernas ou
qualquer outro membro locomotor. Se você
acertar o ataque, o alvo fica fraco e lento
até o fim da cena. Se você errar, porém, ele
fica imune a esse poder até o fim da cena.
Pré-requisitos: Destemor Inflamado.
Destemor Inflamado
A presença de um dragão é suficiente
para destruir a coragem de muitos. Mas não
de um caçador de dragões. Acostumados
com a aura de terror de seus alvos, se
lançam para o combate sem temer.
Você é imune a efeitos de medo (exceto
fobias raciais). Além disso, quando sofre
um efeito de medo de um inimigo, você
pode fazer o teste de resistência como
normal; se passar recebe +2 em testes de
perícia e rolagens de dano por 1 rodada.
Esse bônus aumenta em +1 para cada dois
outros poderes de caçador de dragões
que você possuir. Pré-requisito: treinado
em Vontade.
Entortar Escamas
Enfrentando seres tão poderosos, o
caçador sabe que seus melhores ataques
não causam apenas dano, mas enfraquecem
seus inimigos.
Quando faz um acerto crítico, além dos
efeitos normais, você danifica as defesas
do alvo. A criatura sofre –2 na Defesa e
sua redução de dano diminui em 5. Estes
efeitos duram até o fim da cena. Para
cada dois outros poderes de caçador de
dragões que você possuir, a penalidade em
Defesa aumenta em 1 e a diminuição na RD
aumenta em 5. Pré-requisitos: Destemor
Inflamado, outros dois poderes de caçador
de dragões.
83
Evasão do Caçador
O caçador de dragões sabe o momento
exato em que deve esquivar, evitando o
sopro elemental de seus inimigos.
Quando sofre um efeito que permite
um teste de Reflexos para reduzir o dano
à metade, você não sofre dano algum se
passar e sofre apenas metade do dano
se falhar. Além disso, se tiver passado no
teste de Reflexos, você pode percorrer até
metade de seu deslocamento como uma
reação. Esta habilidade exige liberdade
de movimentos; você não pode usá-la se
estiver na condição imóvel. Pré-requisitos:
treinado em Reflexos, Destemor Inflamado.
Romper Fluxo de Mana
Um caçador de dragões experiente sabe
que quando um dragão começa a preparar
suas magias, as chances de vitória se tornam
mínimas. Então eles aprendem maneiras de
interromper a circulação de mana de seus alvos.
Quando faz uma ação agredir, você
pode gastar 10 PM. Se acertar, atrapalha o
fluxo de mana do alvo; até o final da cena,
sempre que ele for realizar qualquer ação que
gaste PM, deve fazer um teste de Vontade
oposto ao teste de ataque que o acertou; se
passar, faz a ação normalmente. Se falhar, a
ação não tem efeito (mas os PM são gastos
mesmo assim). Pré-requisitos: seis poderes
de caçador de dragões, já ter derrotado um
dragão capaz de lançar magias.

Inimigo Meu
O caçador se abaixa, sen-
tindo o solo e observando o
rastro de destruição deixado
por seu alvo. Conhecendo-o
tão bem, não tem dificuldade
de encontrar a direção para
onde foi.
Você recebe +2 em testes
de perícia relacionados a dra-
gões e criaturas relacionadas
(de acordo com o Mestre). Esse
bônus aumenta em +1 para
cada dois outros poderes de
caçador de dragões que você
possuir. Pré-requisitos: treinado
em Sobrevivência, Destemor
Inflamado.

84
 ENCONTRO ALEATÓRIO

JOGOS
POLIÉDRICOS
Amplie o uso  POR VICTOR LUCKY

Em minhas explorações virtuais pelo TikTok,

dos seus cheguei ao perfil de um rapaz chamado

Erik Charbonneau, que gosta de inventar

queridos
jogos que usam dados de RPG. Inspirado
pelas criações dele, que você pode conferir
aqui (em inglês), decidi criar dois jogos que

dados! utilizam os dados do nosso amado RPG:

Fuga da Selva e Ladinagem.

86
FUGA DA SELVA
Fuga da Selva é um jogo de sobrevivência
em que o objetivo é achar a saída de uma
floresta densa e confusa. O jogador deve
superar seis obstáculos para chegar até a
saída, usando rolagens de dados e outros
recursos disponíveis. Fuga da Selva pode
ser jogado solo ou em grupo, e pode até ser
incorporado na sua mesa de RPG.
Para jogar, você precisará de um conjunto
com um dado de cada: d20, d12, d10, d%,
d8, d6 e d4. Note que em Fuga da Selva,
o d% é considerado um segundo d10. Ou
seja, 10 é considerado 1, 20 equivale a 2 e
assim por diante.
Terminologia
Obstáculos: são os desafios a serem
superados pelo jogador. Cada obstáculo
é representado por um dos dados, exceto
pelo d4. Superar um obstáculo é alcançar
uma pontuação da rodada igual ou superior
ao valor do dado do obstáculo.
Dado titular: é o primeiro dado utilizado
para conquistar cada obstáculo. Quando o
jogador supera um obstáculo, o dado que
representava o obstáculo vencido se torna o
dado titular da rodada seguinte. O primeiro
dado titular é o d4.
Dados da reserva: quando o jogador
supera um obstáculo, o dado titular que
foi usado é colocado na reserva. Dados da
reserva podem ser utilizados em qualquer
ordem e quantidade, mas são descartados
após o uso. Para utilizar um dado da reserva,
role o dado escolhido e some seu resultado
à pontuação da rodada.
Pontos de bônus e sorte: o jogador
começa com 2 pontos de bônus e 1 ponto
de sorte. Cada um dos pontos de bônus
soma 2 à pontuação da rodada, enquanto
o ponto de sorte permite que o jogador role
novamente um dos dados sob seu controle
e substitua a rolagem anterior pela nova.
Pontos de bônus e sorte não são renová-
veis, mas podem ser utilizados a qualquer
momento, inclusive combinados entre si ou
com dados da reserva.
Pontuação da rodada: é a soma dos
valores de todos os recursos utilizados
pelo jogador para superar o obstáculo. A
pontuação da rodada sempre será pelo
menos o resultado do dado titular.
Preparação
Separe o d4 do conjunto e role todos
os outros dados. O valor mínimo de cada
obstáculo deve ser a metade do máximo de
cada dado. Ou seja, o obstáculo d20 deve
ser 10 ou mais. Role novamente quaisquer
dados que não obedeçam a essa regra,
quantas vezes forem necessárias.
Disponha os obstáculos em uma linha
horizontal na ordem d20, d12, os dois d10,
d8 e d6. Os dois d10 ficam juntos na vertical,
pois podem ser vencidos em qualquer ordem.
Jogando
Role o d4 e compare o resultado ao valor
do primeiro obstáculo, o d6. Na primeira
rodada, apenas, o jogador pode rolar o d4
mais uma vez e somar os dois resultados na
pontuação da rodada sem gastar recursos.
Se ainda não for possível superar o d6, o
jogador precisa gastar um ou mais de seus
pontos de bônus e sorte para continuar.
Com o d6 superado, o jogador coloca
o d4 em sua reserva e utiliza o d6 como
novo dado titular para vencer o obstáculo
seguinte, o d8. A partir deste momento, o
jogador contará com os dados da reserva
em cada obstáculo. A decisão de usar dados
da reserva ou pontos de bônus e sorte pode
ser a diferença entre fugir da selva ou se
perder ainda mais.
87
 Após o obstáculo d8, o jogador
deve superar os dois d10 individual-
mente. O jogador não precisa declarar
qual d10 será vencido primeiro,
podendo considerar as rolagens já
feitas para tomar uma decisão. Ao
superar o primeiro d10, separe-o,
mas não o use ainda, e tente vencer
o segundo d10 ainda com o d8 e com
os recursos restantes. Ao final desta
fase, um dos d10 vira o dado titular, e
o outro é colocado na reserva junto
com o d8.
Tanto o d12 quanto o d20 seguem
as regras normais do jogo. Vencer o
d20 significa que o jogador conseguiu
achar uma saída e fugir da selva. Se,
a qualquer momento, o jogador não
conseguir seguir em frente, seja por
mau uso de recursos ou por azar, o
jogo termina. O jogador fica perdido
na mata, mas pode tentar começar
de novo e achar outro caminho.
Outros modos de jogo
Modo caótico: ignore a regra do
valor mínimo de cada obstáculo e
remova o ponto de sorte dos recursos
do jogador.
Modo médio: em vez de rolar os
obstáculos, coloque cada um deles
no primeiro valor par acima da média
de cada dado. Ou seja, o d20 valerá
12, o d12 valerá 8 e assim por diante.
Em grupo: cada jogador usa
seu próprio conjunto de dados e
o jogo é dividido em ações. Cada
jogador pode rolar um dado por
ação. Alguns obstáculos serão
vencidos em uma ação, outros em
mais. Pontos de bônus e sorte não
gastam ações. O jogador que vencer
o d20 primeiro ganha!
88
LADINAGEM
Ladinagem é um jogo de desarmar armadilhas
complexas, que requerem precisão e paciência
para serem vencidas. O objetivo é desarmar todos
os seis elementos da armadilha utilizando sua
ferramenta. Caso a ferramenta quebre, todos os
elementos são armados novamente e o jogador
começa de novo, até vencer a armadilha ou
ficar sem ferramentas. Ladinagem exige boas
tomadas de decisões e equilíbrio entre riscos e
recompensas, pode ser jogado solo, em grupo
(mais informações no fim do texto) e adaptado
para uso em campanhas de RPG.
Para jogar, você precisará de um conjunto
com um dado de cada: d20, d12, d10, d%, d8,
d6 e d4. Em Ladinagem, o d% é considerado
um segundo d10. Ou seja, 10 é considerado 1,
20 equivale a 2 e assim por diante.
Jogando
Separe o d20 do conjunto e role todos os
outros dados. Estes serão os elementos de
sua armadilha. O objetivo será rolar dados
para definir quais elementos você consegue
desarmar de cada vez. Você começa o jogo
com 5 ferramentas de ladinagem em seu kit.
Seu dado inicial é o d20. Role o d20 e confira
o resultado. Procure na sua armadilha por um
elemento cujo valor seja igual ao rolado no d20 ou
por uma combinação de elementos cuja soma seja
igual ao valor rolado no d20. Por exemplo, caso
seu d20 tenha rolado 14, procure quais elementos
podem ser somados para que o resultado seja 14.
Estes elementos são, então, desativados.
Caso exista mais de uma combinação de
elementos que alcancem o valor desejado, o
jogador pode montar a combinação que preferir,
desativando dados estratégicos e deixando outros
para depois. Por exemplo: se o d20 rolou 6 e um
dos elementos possui valor 6, mas outros dois
possuem os valores 2 e 4, você pode escolher
entre desativar o 6 ou desativar o 2 e 4.
 Separe os dados dos elementos que foram
desativados. A partir da rodada seguinte,
você poderá usar qualquer um destes dados,
além do d20, para determinar o valor de sua
tentativa de desarmar a armadilha.
Role o dado escolhido e compare o
resultado com os elementos da armadilha
que ainda estão ativos. Caso não haja uma
combinação, role outro dado para somar
ao resultado do primeiro. Repita este pro-
cesso, somando os novos dados, mas sem
repeti-los, até que o valor coincida com
alguma combinação de elementos ativos
da armadilha ou até que sua ferramenta se
quebre (veja adiante).
Uma vez que a condição de desarmar
elementos seja atendida, o jogador não
pode rolar mais dados para tentar alcançar
outro resultado. Os elementos que atendam
a condição devem ser desativados.
O jogador começa uma nova rolagem
para continuar desativando os elementos
da armadilha. Além dos dados recém-ad-
quiridos, o jogador mantém todos os dados
que utilizou anteriormente. A escolha dos
dados sempre é livre, mas cada dado só
pode ser usado uma vez a cada tentativa
de desativar elementos.
O processo é repetido até que o jogador
tenha desativado todos os elementos da
armadilha ou até que sua ferramenta se
quebre.
Quebrando a ferramenta
Caso o jogador tenha esgotado os dados
disponíveis antes de conseguir um número
capaz de desativar elementos da armadilha,
a ferramenta de ladinagem se quebra. Role
novamente todos os elementos já desati-
vados e coloque-os de volta na armadilha.
Comece de novo apenas com o d20. Os
elementos que não foram desativados não
precisam ser rolados novamente.
Existe a possibilidade de o jogador rolar
um número que supere o valor máximo
possível dos elementos da armadilha. Tal
descuido no processo gentil e preciso de
ladinagem também resulta na quebra de
uma ferramenta. Siga as mesmas instruções
mencionadas anteriormente. A seleção de
qual dado deve ser usado é parte do cuidado
e treinamento de cada ladino, mas a sorte
também possui um papel importante.
Nas situações em que o jogador dispõe
apenas do d20, seja no começo do jogo
ou após a quebra de uma ferramenta, o
dado pode ser rolado quantas vezes forem
necessárias até alcançar um resultado que
permita desativar elementos da armadilha.
Estas rolagens adicionais do d20 não que-
bram ferramentas, mas ainda obedecem
a regra de desativação obrigatória caso
alguma combinação de elementos satisfaça
as condições necessárias.
O jogador que for capaz de desativar a
armadilha antes que sua quinta, e última,
ferramenta se quebre é bem-sucedido em
desarmar o mecanismo. Caso todas as
ferramentas sejam quebradas antes de um
sucesso, o jogador falhou e a armadilha se
ativa.
Multiplayer
Ladinagem pode ser jogado por mais de
um jogador. Cada participante deve usar seu
próprio conjunto de dados e desarmar sua
armadilha individualmente. O vencedor é
aquele que conseguir desarmar sua armadi-
lha usando o menor número de ferramentas.
Para garantir que toda partida tenha um
vencedor, ignore o limite de 5 ferramentas.
Os participantes devem jogar até que haja
um sucesso. ■
89
 PEQUENAS AVENTURAS
FANTASIA S/A
 POR DAVIDE DI BENEDETTO
Esta mini-aventura foi criada para RPGs de ter-
ror e investigativos como Ordem Paranormal,
Rastros de Cthulhu e quaisquer outros
sistemas compatíveis. É uma trama flexível,
sem regras, adaptável às necessidades do
seu grupo. Pode ser jogada como aventura
avulsa ou o início de uma campanha.
HEIN?!
Os personagens dos jogadores são uma
equipe de detetives. Foram enviados para
investigar estranhas aparições em uma
cidadezinha serrana do interior da Califórnia,
nos Estados Unidos. Em reportagens que
repercutiram nas mídias locais, se fala apenas
em misteriosos “homenzinhos verdes”.
Mais um boato envolvendo ETs, pronto
para ser desbancado por investigadores do
paranormal?
O grupo está quase chegando ao seu
destino, quando o veículo que o transporta é
atingido por um projétil. Isto leva o motorista
90
a frear bruscamente, capotando a viatura.
Quando os detetives deixam as ferragens,
logo se deparam com o que vieram procurar:
1d4+2 dos tais homenzinhos esverdeados.
Baixos, parecendo duendes de contos de fada,
eles atacam, enquanto empunham adagas.
Sim, são GOBLINS! Qualquer persona-
gem “nerd”, ou que passe em um teste de
conhecimento geral, reconhece as criaturas
como inimigos que alguém espera encontrar
em RPGs de fantasia, desafio típico para
heróis iniciantes.
Mesmo suas adagas, se examinadas
por alguém que entenda disso, parecem
legítimas e não algum tipo de réplica. (É
possível improvisar a ficha das criaturas desta
aventura usando a de humanos comuns e
modificando suas armas.)
Por um lado, são más notícias para o
grupo. Nem todos os detetives costumam ter
as mesmas capacidades defensivas de um
guerreiro com espada e escudo. Por outro,
eles têm acesso a armamentos modernos,
como armas de fogo. Se um dos goblins
morrer, o resto dos assaltantes foge.
 As criaturas não falam nenhum idioma do
mundo real. Capturá-las não é útil e, além
disso, nenhuma delas faz a mínima ideia de
como veio parar na Terra.
No parabrisa do veículo em que o grupo
viajava, há uma flecha cravada. Não se
assemelha às flechas utilizadas por povos
tradicionais ou em competições esportivas.
Personagens nerds, mais uma vez, conse-
guem identificar que goblins não costumam
utilizar este tipo de arma. Normalmente, elas
são associadas a outra raça. Os elfos.
A MALDIÇÃO
Depois do incidente, o grupo chega ao
município de Half Rock-CA. Pouco mais do
que um entreposto rodoviário levando a
reservas florestais, contando com alguns
postos de gasolina, restaurantes, e albergues
para passar a noite. Há também alguns
prédios de escritórios, abandonados.
Personagens perceptivos notam que
praticamente só há gente idosa e aposentada
morando no lugar, ou muito jovem. Qualquer
pessoa com o mínimo de oportunidade está
se mudando. A cidade morre aos poucos.
A cobertura de internet é sofrível, mas
quem quiser investigar mais sobre o passado
da região, pode fazê-lo a partir da empoei-
rada biblioteca local, que pelo menos tem
wi-fi! A cidade não tem mais um jornal, mas
seu acervo físico e digital foi incorporado
à velha biblioteca. Conversar com algum
habitante é igualmente informativo.
Segundo os nativos, Half Rock é amal-
diçoada — desde os tempos em que os
pioneiros tomaram este local dos povos que
nele residiam, nada parece prosperar aqui. A
maioria dos poços de mineração, que outrora
movimentavam a economia, fecharam.
Porém, houve um breve respiro nas déca-
das de 1980-90, quando uma escritora de
livros-jogos, Zelda Marlowe, se mudou para a
cidade com seu marido, o programador Robert
Caneghem. Escolheram o município como base
para a FANTASY LTD, um empreendimento
familiar. A empresa tinha o objetivo de adaptar
os livros escritos por Zelda para o meio digital,
mas logo cresceu e se tornou um estúdio com
títulos de vários criadores, chegando a liderar
o mercado de jogos de computador.
Após uma proposta tentadora, a empresa
se tornou de capital aberto, mudando para
FANTASY INC. A maioria das suas ações
foi comprada por um grupo empresarial.
Na semana seguinte à aquisição, porém,
um escândalo relacionado a fraude con-
tábil provocou uma queda fatal nas ações.
Em meio ao caos que se seguiu, a marca
FANTASY foi revendida e as operações
locais descontinuadas.
O casal Zelda-Robert (agora rico) resolveu
mudar de ramo e sair em uma “volta ao
mundo”, navegando em seu iate particular,
mas centenas de pessoas perderam o
emprego. Uma delas foi o game designer
que atende pelo pseudônimo de Arthur T.
King. Em negação profunda, e com seve-
ros problemas de saúde mental, continua
vivendo clandestino nos subterrâneos do
antigo escritório da empresa, onde tenta
terminar sozinho o jogo que considera sua
obra prima… Em um software já obsoleto.
Arthur não sabe, mas o prédio fica bem
em cima de um afinamento da membrana,
separando nosso mundo de outros (a ori-
gem das histórias sobre a maldição!). Esta
anomalia tem feito os pesadelos do homem
tomarem formas materiais.
Encontrar e ajudar Arthur — ou só impedi-lo
de usar o prédio — resolverá o problema. O
verdadeiro empecilho para isso é o progra-
mador ser instintivamente protegido por um
arqueiro élfico — seu alter ego no mundinho
do jogo que está criando! ■
91
 CHEFE DE FASE

OZAI
O SENHOR DO
FOGO
 POR BRUNO SCHLATTER

Água, terra, fogo e ar. Há muito tempo,

as quatro nações viviam em paz e
harmonia. Mas tudo mudou quando a
Nação do Fogo atacou…

92
 Assim começa Avatar – A Lenda de Aang,
uma das histórias mais icônicas da televisão
dos últimos vinte anos. Com seu elenco de
personagens carismáticos, universo cativante,
e trama envolvente e provocante, conquistou
mais de uma geração de fãs, que agora
podem reviver as aventuras na recente série
live action da Netflix.
E também, é claro, na mesa de jogo!
Conheça nas páginas a seguir o maior vilão
deste mundo, o implacável Ozai, o Senhor
do Fogo, pronto para atacar a nação dos
jogadores na sua campanha.
O TIRANO DO OESTE
Ozai é o mais recente Senhor do Fogo,
neto do Senhor do Fogo Sozin, que deu início
aos planos de conquista da Nação do Fogo,
cem anos no passado. Como governante da
maior potência militar do mundo de Avatar,
comanda vastos contingentes de tropas,
com tecnologias de guerra devastadoras
aliadas ao domínio da dobra de fogo, o mais
destrutivo dos quatro elementos.
Engana-se quem pensa que seu poder
se resume ao exército que comanda, no
entanto. Ozai é um artista marcial de renome,
com força e vigor físico próximos do limite
humano. Além disso, é talvez o mais pode-
roso dobrador de fogo vivo, com domínio
até mesmo sobre a dobra de relâmpago, que
dizem ser a sua forma mais pura e violenta.
O objetivo máximo de Ozai é terminar o
trabalho que seu avô começou, e promover
a conquista completa do mundo pelo seu
exército. Coroando-se o rei supremo de todas
as nações humanas, planeja levar a todos
a prosperidade e conforto dos súditos da
Nação do Fogo… desde que se submetam
e aceitem o domínio do mais forte, é claro!
OUTROS
SENHORES DO FOGO
O Senhor do Fogo Ozai é um oponente
épico, o vilão final de uma campanha contra
a tirania e a opressão da Nação do Fogo.
Mas ele representa um arquétipo muito fácil
de trazer para outros cenários de fantasia.
Não é difícil fazer a correlação entre as
artes marciais fantásticas de Avatar com a
cultura tamuraniana de Tormenta, por exem-
plo. Ozai ou seus antecessores poderiam
ser monges que tomaram o poder em um
feudo após a retomada da ilha, buscando
se impor sobre os vizinhos e conquistá-la
por completo; ou ainda o senhor de uma
nação em um arquipélago ainda mais além
de Tamu-ra, rivais e pretensos conquistadores
do Império de Jade. Há mesmo uma sintonia
entre os ideais de pureza, dominação e
intolerância que poderia aproximá-los da
Supremacia Purista, e talvez surgisse daí
algum tipo de aliança militar e política.
Já em cenários mais luminosos e utó-
picos, como a Era das Arcas e o Mundo
do Dragão de Fogo, talvez pareça existir
pouco espaço para um vilão tão sombrio
e cruel. Mas mesmo eles podem ter suas
nações expansionistas em algum dos
seus extremos; e é claro que os combates
explosivos e poderes marciais fantásticos
já caem naturalmente como uma luva tanto
em 3DeT Victory quanto em Karyu Densetsu!
93
Tormenta20
Ozai, o Senhor do Fogo ND 20
Humanoide (humano) Médio
Iniciativa +24, Percepção +22
Defesa 59, Fort +34, Ref +30, Von +25, evasão,
imunidade a fogo, redução de dano 20/frio,
resistência a efeitos mentais e medo +5
Pontos de Vida 1.400
Deslocamento 12m (8q), voo 18m (12q)
Corpo a corpo Pancada x2 +54 (5d10+40, 17/
x3, mais 8d6 fogo).
Dobra de Fogo (Livre) Uma vez por rodada, Ozai
pode usar uma das habilidades a seguir. e
• Bola de Fogo Criaturas em uma esfera de
6m em alcance médio sofrem 25d6 pontos
de dano de fogo e ficam em chamas (estas
chamas causam o dobro do dano normal;
Ref 49 reduz à metade e evita a condição).
• Explosão de Fogo Criaturas em um cone de
9m sofre 25d6 pontos de dano de fogo e
ficam em chamas (estas chamas causam
o dobro do dano normal; Ref 49 reduz à
metade e evita a condição).
• Relâmpago Criaturas em uma linha de 20m
sofrem 20d8 pontos de dano de eletricidade
(Ref 49 reduz à metade).
Fogo Solar A dobra de fogo tira seu poder de
corpos celestes como cometas e o próprio sol.
Durante um eclipse, todo o dano de fogo ou
eletricidade dos ataques de Ozai é reduzido à
metade. Quando um cometa ou outro corpo
incandescente passa próximo ao planeta, no
entanto, todo dano de fogo ou eletricidade é
aumentado em 50%.
Golpe Relâmpago (Reação) Uma vez por rodada,
quando acerta um ataque corpo a corpo contra
um alvo, Ozai pode fazer um segundo ataque
contra ele.
Obliterar O dano de fogo de Ozai ignora 10
pontos de redução de, e causa metade do
dano mesmo em personagens imunes a fogo.
94
Presença Aterradora Na primeira rodada de um
combate, todos os adversários em alcance
curto de Ozai ficam abalados (Von 49 evita).
Punhos de Adamante Os ataques desarmados de
Ozai ignoram 10 pontos de redução de dano.
For 6 Des 5 Con 6 Int 5 Sab 4 Car 5
P erícias Acrobacia +21, Atletismo +22,
Diplomacia +21, Guerra +21, Intimidação +21.
Tesouro Triplo.
3DeT Victory
Ozai, o Senhor do Fogo
50PT SUGOI
Poder 6, Habilidade 5, Resistência 7
Ação 6, Magia 45, Vida 75
Perícias: Esporte, Influência, Luta.
Vantagens: Alcance 1, Ataque Especial (Amplo,
Poderoso, Potente x2, Titânico), Carismático,
Defesa Especial (Tenaz x2), Forte, Maestria (Luta),
+Mana x2, Riqueza Kiodai, +Vida x4, Vigoroso.
Desvantagens: Infame.
Técnicas: Abrir Chakra (Poder), Disparo de Energia,
Dobrar Elemento (Fogo), Rajada de Golpes.
Karyu Densetsu
Conceito: conquistador tirano.
Aura: 5. Trunfos: aceito (fogo), estilo secreto.
Atributos: Agilidade 3, Força 5, Razão 4, Instinto
4, Presença 5, Vontade 4.
Ocupações: Atleta 3, Diplomata 3, Místico 3.
Atributos Derivados: Barra de Vigor 14, Limiar
de Canalização 7, Limiar de Defesa 12, Limiar
de Proteção 12.
Estilo de Luta: Agarrão 0, Bloqueio 2, Combo
0, Evasão 0, Golpe 3, Projétil 2.
Técnicas: Abre Alas, Ataque Duplo, Aura de
Batalha, Disparo Elemental (fogo), Fulgor
Flamejante, Golpe Explosivo (fogo; ougi), Onda
de Calor (ougi), Ranbu, Sedução das Chamas. ■
LIGA DOS DEFENSORES

O BARALHO DAS

ARCAS
TIRE UMA AVENTURA DA
MANGA COM AS CARTAS
DE 3DET VICTORY!
 POR BRUNO SCHLATTER
O Baralho das Arcas foi uma das recom-
pensas oferecidas durante o financiamento
de 3DeT Victory. Mas o que exatamente
ele é? Vamos conhecer um pouco do seu
desenvolvimento, e o que ele pode oferecer
de diferente ao seu jogo.
AS CARTAS
O baralho contém quatro tipos de cartas.
Primeiro, temos seis personagens prontos
para já sair jogando! É importante destacar
que as fichas são bem simples: não usam
arquétipos (apesar de citá-los no título),
não têm desvantagens, e os textos das
vantagens também foram reduzidos para
que coubessem no espaço de uma carta.
Você não precisa usar um dos perso-
nagens prontos se não quiser, é claro. As
regras do baralho funcionam com qualquer
personagem que você criar usando as regras
do Manual 3DeT Victory. Mas personagens
com pontuação muito alta devem tornar os
encontros fáceis demais, já que não foram
equilibrados para isso.
O segundo tipo de carta são os cenários.
Cada um deles é um ambiente onde a cena
pode acontecer, trazendo algumas regras
especiais. Uma cena na cidade terá mais
de um encontro, por exemplo; enquanto
uma batalha em uma fortaleza aumentará
a defesa dos inimigos.
Além de um cenário, a cada rodada você
deverá sacar também um encontro. Pode
ser um personagem, situação ou evento
que o grupo terá que lidar antes de seguir
adiante. Muitos encontros são combates,
que você deverá rolar usando as regras de
3DeT Victory. Outros podem ser resolvidos
com testes de perícia simples. Cada carta
explica exatamente como proceder.
Por fim, temos as recompensas. Poções
de cura, itens especiais, grimórios de magia…
Você saca uma recompensa sempre que
vence um encontro de combate, e pode
também sacar em situações especiais em
outros tipos de encontro. Por outro lado,
algumas vezes você terá que descartar uma
recompensa, perdendo-a para sempre (ou
até ter a sorte de sacá-la outra vez)!
SEM MESTRE!
As cartas do baralho devem servir de
inspiração para quando o mestre precisa tirar
uma cena da aventura da manga, porque os
jogadores inconse, muito criativos e espon-
tâneos desviaram do caminho imaginado
para uma aventura. Ou, às vezes, até para
montar uma aventura inteira se quiser! Mas
é possível ir ainda além.
Uma das propostas do baralho é permitir
que o grupo jogue uma sessão inteira sem o
mestre. Sim, apenas saque as cartas e viva
uma aventura completa da Era das Arcas!
Claro, não será uma aventura muito
complexa e cheia de reviravoltas, mas
uma simples exploração de cenários com
encontros aleatórios. Você pode chamá-la
de A Arca do Louco: uma Arca misteriosa
cuja localização, mapa e conteúdo mudam
a cada exploração!
A proposta é que, a cada rodada, um
jogador saque um cenário e um encontro.
O grupo então resolve o que as cartas
determinaram, rolando os testes ou conflitos
necessários. Depois, se a carta pede por isso
ou foi um encontro de combate, o mesmo
jogador saca uma recompensa. Então o
jogador à sua esquerda saca um novo cenário
e um novo encontro, e a partida continua.
Para que o jogo sem mestre não fique
travado nos combates, foram necessárias
algumas simplificações. No lugar de fichas
97
completas, cada encontro de combate
possui valores fixos de ataque, defesa
OBJETIVOS
e pontos de vida: em vez de testes Em um primeiro momento, não há um
resistidos, os personagens devem usar objetivo específico em explorar a Arca
esses valores como meta para as suas do Louco. Se o grupo quiser, no entanto,
jogadas, reduzindo os próprios PV ou pode determinar um rolando alguns dados.
os do encontro conforme necessário. Considere isso como um bônus especial
Assim, apenas os jogadores farão para assinantes da Dragão Brasil!
testes de ataque ou defesa. Primeiro, role 1D para determinar o tipo
Cada carta também especifica as de objetivo:
perícias permitidas naquele conflito. Os 1-2: Explorar.
próprios encontros não fazem testes,
mas têm direito a uma única rolagem 3-4: Vencer.
de ação no começo de cada rodada; 5-6: Conquistar.
esta rolagem determinará quantos
ataques ele fará, e também se uma das
habilidades especiais descritas na carta
é ativada. O primeiro alvo é sempre o
jogador que sacou a carta de encontro,
depois o jogador à sua esquerda, e
assim sucessivamente enquanto houver
ataques a serem feitos.

98
EXPLORAR CONQUISTAR
Se rolou explorar, você deve sacar um Por fim, se rolou conquistar, você deve
cenário específico, e resolver o encontro sacar uma carta de recompensa específica.
sacado junto com ele. Role 2D para deter- Role 1D para definir qual:
minar o cenário: 1: Brincos de Magicita.
2: Covil. 2: Cordão da Raposa.
3: Caverna. 3: Condutor de Mana.
4: Floresta. 4: Luva Maginética.
5: Masmorra. 5: Casaco de Proteção.
6: Montanha. 6: Lança de Plasma.
7: Fortaleza. Cumprir o objetivo rolado é considerado
8: Laboratório de Magia. um objetivo maior, e dá ao grupo 5XP.
Cabe a todos então definirem se querem
9: Fundo do Mar. sair da Arca, ou rolar um novo objetivo e
10: Cemitério. continuar explorando.
11: Campo de Batalha.
12: Cidade.
O CORAÇÃO
VENCER
DAS CARTAS!
Se rolou vencer, você deve sacar e ven-
O Baralho das Arcas é um acessó-
cer um determinado encontro de combate.
rio simples, que deve ser usado em
Role 2D para determinar qual: conjunto com o Manual 3DeT Victory.
2: Prova Surpresa. Ele não é um jogo independente;
você precisa conhecer as regras
3: Cover Avenger.
básicas para entender os perso-
4: Basilisco. nagens e como fazer as rolagens.
5: Jogo de Tabuleiro. Há limitações pelo seu tamanho e
proposta, mas deve ser ainda assim
6: Corrida de Obstáculos.. algo diferente e único de usar. Mas
7: Esquadrão Sentai. quem sabe não pode ser o princípio
de algo mais ambicioso no futuro?
8: Mini-Censor.
Aproveito ainda para agradecer à
9: Refugo de Traktor. Patricia e Pamela Fuca pelo trabalho
10: Toscos. maravilhoso nas ilustrações das
cartas. E, é claro, a todo mundo que
11: Grupo Rival.
colaborou com o financiamento e fez
12: Dragão das Arcas. dele esse sucesso incrível. Valeu!

99

CONSELHEIROS
A Guarda Da Noite
Abelardo Dantas Álvares
Abner Oliveira
Adalberto Neto
Adam Shin Koga
Adelmo Felipe Bento
Ademir Nistrador
Adiel Andrade Rocha
Adolfo Toshiro Cotarelli Sasaki
Adonis Oliveira Junior
Adriano Silva
Álan Duvale Gomes
Alan Machado De Almeida
Alan Santana
Alan Santos Vieira
Alberto Calil Elias Junior
Alberto Henrique Laroca
Alcebiades Alves Da Silva Junior
Alcyr Neto
Aleksander Sanandres
Alessandro Serpa Costa
Alessio Iannone Esteves
Alex Aguilar Dos Santos
Alex Farias De Lima
Alex Frey
Alex Pereira
100
SEJA UM APOIADOR
DA DRAGÃO BRASIL EM
NÍVEL CONSELHEIRO OU
AVENTUREIRO PARA TER
O SEU NOME AQUI!
Alex Pongitori
Alex Rodrigo R. Oliveira
Alexandre Ferreira Soares
Alexandre Kososki Hull Da Silva
Alexandre Lins De Albuquerque Lima
Alexandre Machado
Alexandre Murayama De Lima
Alexandre Uhren Mazia
Alexandro De Sousa Rodrigues
Alice Olivan
Álisson Morais
Allan Cavalcante Teixeira
Allan Collier
Allan José Da Silva Pinto
Allec Ribeiro
Altair Jorge Fernandes
Álvaro Ferreira
Alysson Carneiro
Alysson Martins
Amanda Rodrigues Velloso Santana
Ana Rosa Leme Camargo
Anael Narciso Nagib Murr
Anderson Brambilla Chaves
Anderson Costa Soares
Anderson De Mello Ogliari
Anderson Guerke
Anderson Rosa Cecilio De Oliveira
Anderson Thelles
André Aghasi De Sousa Vasconcelos
André Bersot Higuti
André Bessa
André Centeno De Oliveira
André Dorte Dos Santos
André Duarte De Ávila Ribeiro
Andre Luiz De Oliveira
André Luiz Marcondes Pontes
André Macedo Matos
André Mendo
Andre Moshiba
Andre Peixoto
Andre Tosta
Andrew Philip Amorim Kersting
Andrews Da Cunha Silva Dos Passos
Angelo Daniel Dagnoni Fernandes
Ângelo Lima
Anito Kerber Junior
Antonio Carlos Pescador Junior
Antonio Mombrini
Antonio Mourão Da Silva Oliveira
Antonio Pedro Costa Oliveira Pretti
Espindula
Antonio Pereira
Antônio Ricart
Antonio Victor Melo Trindade
Ariel Alves Dutra
Ariel Leonardo Alencar Leitão
Arival Curi Da Cruz
Arlon Andrade Da Silva
Arthur Breno Silva Rosa
Arthur Galdino
Arthur Santos Miguel
Arthur Zimmer Dias
Augusto César Duarte Rodrigues
Augusto Cesar Jeannine Rocha Junior
Augusto De Moraes Nobre
Augusto Netto Felix
Azrael Lima
Bárbara Iara Hugo
Benaduce Guilherme
Bernardo Barlach
Bernardo Rocha Batista De Paiva
Bernardo Stamato
Breno Nunes De Sena Keller Cassio Pereira Danilo Martins
Breno Portella Cassio Segantin Danilo Martins
Breno Trovão Cassius Nunes Dannilo Silva
Brunão Crash Catygeek Danyel Pablo Batista Muniz
Brunno Madruga Fidalgo Brígido Cavaleiro Morto Darlan Fabricio Silva Santos
Brunno Monteiro Alves Rett Célio Júnior Dartagnan Quadros
Bruno Andrade Figueiredo De Oliveira Celso Giordano Tonetti Davi Andrade Morais Guedes
Bruno Baère Pederassi Lomba De César Estevam Crepaldi Davi Francisco Santos
Araujo César Henrique Davi Freitas
Bruno Bertuga Cesar Monteiro Junior Davi Mascote Domingues
Bruno Bitencourt Oliveira Chris Azeredo Davi Roberto Limeira
Bruno Brinca De Jesus Limeira Christian Meinecke Gross David De Andrade Nunes
Bruno Cesar Aff Mendes Chrysthowam A. Santos David De Andrade Nunes
Bruno De Jesus Farias Silva Cj Saguini David Koltun
Bruno Doyle Claudio Quessada Cabello David Leonardo Martins Tavares
Bruno Emerson Furtado Cleison Ferreira David Torres Offrede
Bruno Felipe Teixeira Cléo Fernando Martins Machado Davidson Guilherme Goncalves Dos
Bruno Fernandes Alves Junior Colemar F. Cunha Santos Borba
Bruno Filipe De Oliveira Ribeiro Cristian Dos Santos Davyson Diogenes Rodrigues
Bruno Giordano Cristian Drovas Davysondr
Bruno Godoi Cristiane Weber Daya
Bruno Leão Pereira Cristiano "Leishmaniose" Cavalcante Deivide Argolo Brito
Bruno Lenzi Cristiano Alexandre Moretti Deivis Pereira
Bruno Meneghetti Dan Cruz Denis Carvalho
Bruno Nascimento Da Silva Daniel Braga Coimbra Denis Kenji Nakano
Bruno Veck Milão Daniel Carlos Denis Oliveira
Bruno Vieira Daniel Diego Lacerda Cirilo Denis Petri
Bruno Vinicius Sanchez De Souza Daniel Doria Diego Barba
Bruno Wesley Lino Daniel Feltrin Diego Barboza
Bryan Augusto De Aguiar Daniel Folador Rossi Diego Bernardo Chumah
Bryan Luiz Silveira Sipião Daniel Luis Portela Da Silva Diego C. De Souza
Bryan Sousa De Oliveira Daniel Macedo Diego De Niro
Caio Alvares Daniel Maprelian Diego Matos Moura
Caio Assis Souza Santos Daniel Nogueira Diego Mello
Caio Cosme Daniel Orsini Diego Moreira
Caio Henrique Corrêa Paiva Daniel Paes Cuter Diego Noura
Caleo Pires Bittencourt Daniel Poleti Diego Rubin
Camila Gamino Da Costa Daniel Regis Alló Weiss Diego Tavares Da Silva Trindade
Camilo Rodrigues Daniel Ribeiro Molinari Mello Diego Toniolo Do Prado
Carlos "Grande Castor" Gonçalves Daniel Romero Da Escóssia Pinheiro Diego Torralbo
Carlos Alberto De Carvalho Netto Daniel Saraiva De Souza Diogo De Almeida Camelo
Carlos Eduardo Cesario Dos Santos Daniel Silveira De Lemos Dionathan Luan De Vargas
Chrisostomo Daniel Silveira Fischer Diosh Smith
Carlos Eduardo Pereira Santana Daniel Toledo Menezes De Oliveira Djalma Frehse Neto
Carlos F. Dos Santos Daniel Victor De Melo Dmitri Gadelha
Carlos Frederico Veiga Daniel Ximenes Douglas De Farias Ichitani
Carlos G C Cruz Danielle Fredini Amaral Douglas Mareli Lopes
Carlos Giovane Haefliger Danilo Barberini Douglas Nascimento
Carlos Henrique De Araujo Sousa Danilo Batista Da Silva Douglas Santos De Abreu
Carlos Henrique Santos Do Carmo Danilo Henrique Douglas Vieira Dias
Carlos Matheus Pereira De Souza Danilo Machado Douglas Zanotta

101
Duda Vila Nova
Eddie Junior
Eddu Fuganholi
Éder "Dzr13" Fialho
Eder Lage
Eder Wilson Sousa Da Luz Filho
Edgar Cutar Junior
Edilson Da Silva Medeiros Junior
Ednardo Oliveira Pena Araújo
Edson Carlos Da Silva Ghiotto Junior
Eduardo Assis Das Chagas
Eduardo Batista Dos Santos Saigh
Eduardo Cintra
Eduardo Da Silva Cardoso
Eduardo Diniz Dallacort
Eduardo Gabriel Sebastiany
Eduardo Jacinto Moreira
Eduardo Lucas
Eduardo Maciel Ribeiro
Eduardo Milani
Eduardo Nunes
Eduardo Paulo Cronemberger Filho
Eduardo Tavares Machado
Eduardo Wohlers
Edvalter Thayrone Da Silva Neves
Egleidson Frederik Do Amaral Gomes
Elias S. Silva
Elias Simões De Souza Van Do Rosário
Ferreira
Elis Rodrigues Oliveira
Elivaldo Sapucaia
Elliot Macedo Haddad
Elton Jose Pereira
Elton Rigotto Genari
Elton Rodriguez
Elvis Sãngelis Dias Marinheiro
Elvys Da Silva Benayon
Emerson M Lavatori
Emílio Perez De Morais
Emmanuel Antunes
Endi Ganem
Enio Mielly Morais Maximo
Enzo Venturieri
Eric "Yuki Hiro"
Eric Ellison
Érico Alexandre De Souza
Erik De Souza Scheffer
Estevão Costa
Everton Lauton
Everton Vieira Martins
Fabiano Raiser Dias Bexiga
102
Fábio
Fabio Bompet Machado
Fabio Carvalho
Fabio Casanova
Fábio Gonçalves Gomes
Fabio Grile
Fabio Lucas Dos Santos Teixeira
Fabio Luiz Pinto Lemos
Fábio Paixão
Fábio Reginaldo Batista Guidinele
Junior
Fabio Teixeira Da Silva
Fabrício Costa
Fabricio Silva De Amorim
Fagner Ferreira Rodrigues Da Silva
Felipe Albergaria Cendón
Felipe Alves
Felipe Amalfi
Felipe Augusto Gomes De Morais
Felipe Augusto Souza Mello
Felipe Brito
Felipe Dantas
Felipe De Almeida Penteado
Felipe De Souza Ramos
Felipe Gante
Felipe Gomes Mesquita
Felipe Gouveia Pereira Lisboa
Felipe Granado
Felipe Intasqui
Felipe Leal Campos De Freitas
Felipe Lira Fernandes
Felipe Maia Ribeiro Da Silva
Felipe Manhoni De Paula Alves
Felipe Massao T. Masutani
Felipe Queiroz
Felipe Rizardi Tomas
Felipe Schimidt Tomazini
Felipe Simoes De Almeida
Felipe Tenorio
Felipe Vilarinho
Felipe Wellington
Felippe Moreira Rodrigues
Félix Gomes Da Silva Junior
Fellearon Onii
Fernando Abdala Tavares
Fernando Augusto Iwata Yamamoto
Fernando Barbosa
Fernando Brauner
Fernando Camilo Moura Ribeiro
Fernando De Souza Alves
Fernando Douglas Tavares
Fernando Guarino Soutelino
Fernando Henrique
Fernando Lins Fagundes
Fernando Mateus Ferreira Vale Dos
Santos
Fernando Mendonça De Almeida
Fernando Modesto Dutra
Fernando Schwenson
Filipe Barbosa
Filipe Itagiba
Filipe Santos
Flaviana Cristina Malagodi Takei
Flavio Emanoel Do Espirito Santo
Terceiro
Flavio Hiasa
Flávio Martins De Araújo
Flávio Rodrigues
Flavio Zimermann Silva
Francisco Duque
Francisco José Marques
Francisco Ribeiro
Francisco Santana De Azeredo
Franklyn Fagundes Varzon
Franz Pietz
Gabiroto
Gabriel Alves Brandão Machado
Gabriel Alves Rêgo
Gabriel Amaral Abreu
Gabriel Áquila
Gabriel Azevedo Sales
Gabriel Benassi
Gabriel Bomfim
Gabriel Caldieraro Lencina
Gabriel Cassa
Gabriel Cerqueira Gonçalves
Gabriel Cholodovskis Machado
Gabriel Custodio Da Silva Avelino
Gabriel Da Silva
Gabriel Da Silva Cavalcante
Gabriel Da Silva Pessine
Gabriel De Oliveira Silva
Gabriel Dos Santos Barbosa
Gabriel Elias
Gabriel Felipe
Gabriel Gasperini
Gabriel Góes Ferreira
Gabriel Hirata
Gabriel Madeira Pessoa
Gabriel Mascarenhas De Souza
Gabriel Menino
Gabriel Moreira
Gabriel Novaes
Gabriel Nunes Da Silva Sobral
Gabriel Paiva Rega
Gabriel Pessoa Dos Santos
Gabriel Portugal G. Santos
Gabriel Santos Passos
Gabriel Scantamburlo Ribeiro
Gabriel Soares Machado
Gabriel Teixeira
Gabriela Cotrim De Moraes
George Carlos Gonçalves Da Silva
Gibran Meira Lustosa Junior
Gilmar Alves Bernardes Júnior
Gilmar Burato
Gilmar Farias Freitas
Gilvan Gouvêa
Gio Mota
Giovane Santos Araújo Pinto
Giovanni Ernesto
Giovanni Fadiga Nogueira De Souza
Giuliano Tamarozi
Gladson Caldas
Glauber Rocha
Gláucio José Magalhães
Glaysson Augusto Vasconcelos
Gleison Alves Santos Neves
Gleison Ricardo Rodrigues
Albuquerque
Gounford Thiago
Gregório De Almeida Fonseca
Guilherme Aurélio Da Silva Arantes
Guilherme Biancarelli
Guilherme Britz Fontoura
Guilherme Correa Virtuoso
Guilherme Da Silva Alves
Guilherme Damião Galdeano
Nascimento
Guilherme Feitosa
Guilherme Ferreira De Siqueira
Guilherme Gamal
Guilherme Inojosa Cavalcanti
Guilherme Lacombe Oliva Da Fonseca
Guilherme Luiz De Oliveira Aleixo
Guilherme Martins Alves
Guilherme Morais
Guilherme Pinto Reis
Guilherme Reis
Guilherme Stopassola Thiele
Guilherme Teixeira
Guilherme Tolotti
Guilherme Trintinalha Corrêa
Guilherme Tsuguio Tanaka
Gustavo Almeida Agibert
Gustavo Amâncio Costa
Gustavo Amaral Miranda
Gustavo De Oliveira Ceragioli
Gustavo Freire Schafhauser
Gustavo Gaiato Monte
Gustavo Goerg
Gustavo Henrique
Gustavo Machado
Gustavo Martinez
Gustavo Martins Ferreira
Gustavo Nobre Wotikoski
Gustavo Pochmann Paim
Gustavo Ruela Melo
Gustavo Samuel
Gustavo Vidal Marques
Guto Jardim
Haniel Ferreira
Heitor Alencar Moraes
Helder Aparecido Pereira
Helder Luis Baruffi
Helton Garcia Cordeiro
Henrique Carvalho Gomes
Henrique Castro
Henrique Costa
Henrique Da Costa Gallo Neto
Henrique Hitiro Takeda
Henrique Martins
Henrique Oliveira
Henrique Santos
Herbert Aragão
Herick Vinnycius Sales De Andrade
Herik Giammaria De Souza Melo
Hess Grigorowitschs
Higor Rodrigo Da Silva Alves
Hiromi Honda
Hugo Genuino
Hugo Matias Sperb
Hugo Oredes Agapito
Hugo Pitanga
Humberto Gs Junior
Humberto Meale
Humberto Reis
Ian Diniz Carreiro
Ian Garcia Ribeiro
Ícaro Almeida Dos Santos
Icaro Dos Santos Da Silva
Icaro Issa
Igor Chacon
Igor Daniel Côrtes Gomes
Igor Rafael De Jesus Ramos
Igor Silva
Iman Griebeler
Isabelle Gonçalves Arcanjo Dos
Santos
Isac Batista Guilherme
Ismael Da Silva Machado
Ismael Felipe Hepp
Ismael Marinho
Israel Silva Da Silva
Ítalo Da Silva Oliveira
Iuri Luis Da Silva Paes
Iury Goncalves Nunes
Ivan Da Silva Turtera
Ivan Ivanoff De Oliveira
Ivan San Martín
Ivan Zanutto Bastos
Ivens Bruno Sampaio Dos Santos
Ivo Iso
Jackson Callado
Jamerson Da Silva
Jardel Prasse Pontes
Jardel Rocha Florencio
Jayme Calixto
Jean Carlo
Jean Michel Macêdo Dos Santos
Jean Rodrigo Ferreira
Jef Ferraz
Jeferson Dantas
Jeferson Sparrenberger
Jeferson Vicentini Freire
Jefferson Anderson Ferreira
Jefferson Frias
Jersey Oliveira
Jessé Adriano Dias
Jessica Niohanne Parente Cipriano
Jessy Michaelis
Jhonatam Fernandes Golim
Jhonatan Cassante
Jhonny Campos De Britto
João Alberto Boconcello Junior
João Brito De Oliveira Neto
João Carlos De Lucena Lira
João Felipe
João Gabriel Gomes
Joao Guilherme Jg
Joao Marcos Herbstrith Braz
João Marcos Vasconcelos
João Mokdeci
João Paulo Antenor
João Paulo Maia Cardoso
103
Joao Paulo Melatto Fogo Juliano Azzi Dellamea Lilly Soryu
Joao Paulo Naldi Juliano Domingues Lohan Alexandre De Souza Toniatti
Joao Paulo Rezende Juliano Schmitt De Andrade Lorenzzo Areias
João Paulo Soares Silva Juliano Zachias Soares Da Silva Luan
João Pedro De Oliveira Julio Cesar Berbeth Luan Leal Oliveira
João Pedro Moreira Veloso Dos Júlio César Viana Da Silva Luan Manavello
Santos Julio Cezar Silva Carvalho De Toledo Lucas
Joao Pereira Júlio Marchioni Lucas Alves Pullig
Joao Ricardo Ramos Julio Porto Lucas Anderson
João Roberto Borges De Azevedo Jussier Araújo Lucas Batista Da Silva
João Severo Kali De Los Santos Lucas Bernardo Monteiro
João Victor Lessa Nunes Kalleu Vinicius Natividade Pereira Lucas Bertocchi
João Victor Maculo Kayser Martins Feitosa Lucas Coquenão
João Víctor Miranda De Souza Kellisson Felipe Silva Freire Lucas Correa
Santana Kevin Santos Lucas De Souza Figueiredo
João Victor Rodrigues Kevin William Guimaraes Lucas Evangelista
João Vitor Pinheiro Keyler Queiroz Cardoso Lucas Gomes De Araujo
Joaquim Silva Kilton Fernandes Lucas Henrique Muniz
Johann Rafael Dalla Barba Nunes Kyan Derick Lucas Martinelli Tabajara
Johnny Carlos De Almeida Júnior Lara Jennifer Lucas Mayer Ceschini
Jonatas Monteiro Fernandes Leandro De Souza Cordeiro Lucas Menezes
Jonathan Aparecido De Souza Leandro Dos Santos Bezerra Lucas Moreira De Carvalho
Jonathan Da Silva Bandeira Leandro Ferraro Lucas Nunes De Oliveira
Jonathan Moreira Leandro Lima Dos Santos Lucas Ollyver Gonçalves Barbosa
Jonathan Nicolas Correa Leandro Moreira Lucas Porto Lopes
Jonathan Ozelame De Mello Leandro Murano Sartori Lucas Ritter
Jonathan Pinheiro Dos Santos Leandro Ramos Antonio Lucas Sá Teles Dos Anjos
Jonathan R S Santos Leandro Santiago Lima Lucas Serrano De Andrade
Jonathan Silva Araujo Leandro Santos Lucas Souza
Jordan Antunes De Sa Assis Leandro Torres Lucas Toscano
Jorge Alberto Carvalho Sena Leandro Ygor Lucas Waterkemper Alberton
Jorge Alencar Leldias Luciano Dias
Jorge Botelho Leonam Gabriel Luciano Portella Rodovalho
Jorge Henrique Thimóteo Ramos Leonardo Afonso Luciano Viana
José Alexandre Buso Weiller Leonardo Augusto Cerbarro Lucio Pedro Limonta
José Alipio Taveira Junior Leonardo Batagin Luis Augusto Monteiro Coelho
José Antônio Teodoro Borsato Leonardo Buratto De Assis Luis Augusto Patrick Cordeiro Tavares
José Arnaldo Da Silva Neto Leonardo Cibulski Luiz Augusto Monteiro Santiago
José Augusto Costermani Vale Leonardo Costa Luiz Calmon Neto
José Felipe Ayres Pereira Filho Leonardo Coutinho Luiz Costa
Jose Jonas Gomes Barbosa Leonardo Dias Pesqueira Luiz Felipe
José Raimundo Macêdo Cerqueira Jr. Leonardo Fiamoncini De Souza Luiz Felipe Aguinsky
José Ricardo Gonçalves Barretto Leonardo Garcia Da Silva Domingues Luiz Felipe Barbosa Dantas
José Roberto Froes Da Costa Leonardo Marengoni Luiz Fernando
José Roberto Matos De Oliveira Leonardo Munhoz Felippi Luiz Fernando De Borba David Soares
José Rodrigues Villa Real Neto Leonardo Rafael De Bairos Rezende Luiz Frederico Jr.
José Romildo Vicentini Junior Leonardo Renner Koppe Luiz Guilherme Da Fonseca Dias
Jose Silvio De Oliveira Freitas Neto Leonardo Thoms Neves Luiz Gustavo Nóbrega
Jp Leonardo Vieira Luiz Junior Nakahara
Juan Carlo Santos Maia Lex Bastos Luiz Mário Chaves De Sousa
Judson Jeferson Pereira Moraes Liano Batista Luiz Otávio Gouvêa

104
Luiz Otavio Silva Santos Mateus Milan Garcia Nick Scabello
Luiz Paulo De Lima Mateus Pereira Benvenutti Nicolas Rodovalho Lima
Luiz Ramiro Mateus Porto Calson Nicole Mezzasalma
Luiz Roberto Dias Mateus Sales Nicollas Baltar
Luiz Santos Matheus Alexandre Vieira Dos Santos Nikolas Carneiro
Lukas Wyllis Louza De Oliveira Matheus Araujo De Carvalho Nill Chesther Nunes De Azevedo
Luther Vasque Vieira Matheus Back Almeida Nycolas Cardoso Beck
Lux Lemos Matheus Barbosa Santiago Odilon Duarte
Luykarlo Ramos De Sena Matheus Borges Ziderich Odmir Fortes
Maicon Alexandre Vieira Matheus C. Medvedeff Orlando Rodrigues Máltaro
Makihara Akio Matheus Carlos De Souza Osvanildo Domingos De Souza Filho
Marcello Bicalho Matheus Colidio Otávio Teixeira Pinto
Marcelo Antonio Pereira Marcolino Matheus Dias De Oliveira Otto Menegasso Pires
Marcelo Henrique Da Silva Matheus Guilherme Arraes Veloso Pablo Alves
Marcelo Junior Matheus Henrique Pablo Henrique De Souza Nilo
Marcelo Monteiro De Aquino Bertazzo Matheus Machado Pablo Pochmann
Marcelo Nola Matheus Modro Pablo Raphael
Marcelo Roger Dos Santos Reis Matheus Paes Maciel Pablo Urpia
Marcelo Werner Matheus Pivatto Patricia De Fatima Lopes
Márcio Kubiach Matheus Rodrigues Patrício Correa
Marco Antonio Fogaça Matheus Rosa Paulo Angelo Dias Barbosa
Marco Menezes Matheus Smoking Do Eirado Paulo Crestani
Marco Túlio Braga Matheus Ulisses Xenofonte Paulo Eduardo De Lima Pacheco
Marcos Alberto Prietsch Loureiro Mauricio Foster Rodrigues Paulo Emilio
Marcos Cordeiro Mauricio Pacces Vicente Paulo Fernando Gomes Velloso
Marcos Junqueira Braga Maurílio Bonora Junior Paulo Henrique Farias Dos Santos
Marcos Mineiro Mauro Araújo Gontijo Paulo Junior
Marcos Neiva Mauro Juliani Junior Paulo Rafael Guariglia Escanhoela
Marcos Pincelli Mauro Rodrigues Borges Paulo Ramon Nogueira De Freitas
Marcus Andrade Mauro Vinícius Dutra Tercino Paulo Roberto De Assis Ferreira
Marcus Balla Merle Adrian Paulo Silles
Marcus Lins Messyo Sousa Brito Paulo Vinicius
Marcus Rocher Michael Boni Paulo Vitor
Marcus Vinícius Cunha Melo Michel Medeiros De Souza Paulo Weber Louvem Gomes
Marcus Vinicius De Oliveira Miguel Carigo Peco Caballero
Marcus Vinicius Genico Prendes Miguel Peters Pedro Augusto Ferreira Rodrigues
Marcus Vinicius Lima Sousa Mikael Santana Mota Pedro Augusto Pereira De Freitas
Marcus Vinicius Rodrigues De Oliveira Milton Vinicius Diogo De Sousa Pedro Augusto Santos Felisberto
Marina Lima Mirian Marinho De Santana Pedro Cesar Bento Mendes
Mário Ferrari Neto Mitae Do Mato Pedro Fortini
Mario Hissashi Kajiya Murillo Campos Pedro Frare Zem
Mário Tatsuo Makita Murilo Augusto Figueiredo Silva Pedro Freitas Duarte
Markus Fergomsi Murilo D. Andrade Pedro Grandchamp Neto
Marlon Marques Murilo De Assis Mendes Pedro Henrique Dos Santos Gonçalves
Marlon Ricardo Murilo Vieira Guidoni Pedro Henrique Kaidraivos
Marlon Teske Natalia Aparecida Perez Barbosa Pedro Henrique Leite Gomes
Maryana F Gomes Natalia Rousu Pedro Henrique Martins
Mateus Brasil Miranda Natan Fernandes Dos Santos Pedro Henrique Martins Ferreira
Mateus Brum Brenner Nataniel Lopes Pedro Henrique Matos
Mateus Do Nascimento Rocha Neimar Alves Pedro Henrique Mendes Barbosa
Mateus Fernandes Geremias Neves D. Hiago Pedro Henrique Seligmann Soares

105
Pedro Henrique Thuler Raphael Constantino Rodrigo Mendonça
Pedro Ivo Nascimento Bezerra Dos Raphael De Magalhães Cutrim Rodrigo Montecchio
Santos Raphael Espesse Rodrigo Monteiro
Pedro Luiz Custodio Mendes Raphael Estevao Borges De Oliveira Rodrigo Moreira Clares De Souza
Pedro Luperini Piza Raphael Gonçalves Villela Rodrigo Nunes Dos Santos
Pedro Machado Raphael Levy Lima Rodrigo Oliveira
Pedro Martinez Marcena Raphael Montero Rodrigo Pereira Bettega
Pedro Mayworm Raphael Ribeiro Rodrigo Quaresma De Andrade
Pedro Nieves Raphael Ribeiro Cardoso Rodrigo S.M. Guimaraes
Pedro Oliveira Torres De Andrade Raul Flavio D'Elia Barbosa Rodrigo Shibuya
Pedro Pousa Raul Natale Júnior Rodrigo Tadeu Delboni Barbosa
Pedro Victor Duarte Régis Fernando Bender Puppo Rogério Augusto Chirieleison
Pedro Vieira Junior Renan Billi Rogers Ribeiro Gonçalves
Pedro Vitor Schumacher Renan Cordeiro Costa Romullo Assis Dos Santos
Péricles Vianna Migliorini Renan Costa Viana Romulo Bartalini
Peter Bidel Schwambach Renan Delarosa Romulo Ribeiro
Peter Brito Souto Maior Renan Henrique Martins Ronald Rios Rocha
Phellipe Márcio Fernandes Paiva Renan Rodrigues Cação Ronaldo Filho
Philippe Luiz Barbosa Correia Renata Gilaberte Campos Dos Santos Ronaldo Mendes
Pietro Atore Renato Dantas Ronnie Von Carvalho De Souza Junior
Pietro Vicari Renato Farias Ruan Carlos De Lima Santana
Rafael Augusto Albuquerque Miquelini Renato Potz Rubens Dos Santos
Rafael Augusto Rocha Maia Renato Roselot Rullyans De Souza Garcia
Rafael Baquini Bueno Rhand Leal Sammy Junior
Rafael Da Silva Ferreira Rhenan Pereira Santos Samuel Caled Blaas Wachholz
Rafael Duarte Collaço Ricardo César Ribeiro Dos Santos Samuel Hamilton Belem Cruz
Rafael Ferreira Lobo Ricardo Dantas De Oliveira Samuel Oliveira / Renato Augusto
Rafael Freitas De Souza Ricardo Ferreira Gerlin Sascha Borges Lucas
Rafael Galdino Marinho Ricardo Filinto Sasukerdg Mendes
Rafael Garcia Morais Ricardo Mauricio Dutra Ribeiro Saulo Fernando De Oliveira Afonso
Rafael Gomes Gerônimo Ricardo Okabe Sebastião Proença De Oliveira Neto
Rafael Gonçalves Ricardo Santos Sergio Chagas
Rafael Guarnieri Richard Cardoso Sérgio Dalbon
Rafael Ishikawa Dos Santos Rinaig Yanniz Mendes De Carvalho Sergio Lúcio Lopes Duarte
Rafael Lichy Roberto De Medeiros Farias Shane Morgan Baraboskin Standen
Rafael Lima Roberto Freires Batista Sidnei Gomes De Oliveira Filho
Rafael Machado Saldanha Roberto Levita Silvino Pereira De Amorim Neto
Rafael Martins Dos Reis Roberto Rodriques Silvio Rodrigues
Rafael Oliveira Bezerra Robson F. Vilela Soren Francis
Rafael Pelluso Rodolfo Benedicto Stella Faith
Rafael Ribeiro Rodolfo Xavier Suelson Alves Dos Santos Junior
Rafael Rodrigues Michetti Rodrigo André Da Costa Graça Tácio Barreto Nascimento
Rafael Sangoi Rodrigo Araujo Ribeiro Vieira Tácio Schaeppi
Rafael Santiago Luiz Peleteiro Rodrigo Biazetto Ferrarez Tafarel Camargo
Rafael Sirotheau Rodrigo Da Silva Santos Taigo Brito
Rafael Vinicius Pita Rodrigo Darouche Gimenez Tales Peluso Borges
Ramon Rebelo Rodrigo De Oliveira Tales Zuliani
Rangerfantasma Rodrigo Denicol Tárik Raydan
Raoni Vieira Rodrigo Fernando Comin Tawan Ferraz Trindade
Raphael Alves Moure Rodrigo Fogagnolo Mauricio Teophanes Barbosa Moraes Neto
Raphael Coelho Silveira Rodrigo Keiji Thadeu Silva

106
Thales Barreto Vagner Machado Vaz Vivaldo Júnior
Thales Bitencourt Valdir Camargo Junior Wagner Azambuja
Thales Geovane Maciel Vauderag Junior Wagner Rodero Junior
Thales Januzzi Feital Vegetal Triste Wallace De Oliveira Honório
Thales Petry Vicente Batista Wallace Dias
Thalles Rezende Vicente Bernard De Oliveira Wallace F Lopes
Thaynah Silva Victor Augusto Martins Ribeiro Wallison Viana De Carvalho
Theógenes Rocha Victor Bine Meira Washington Alencar
Thiago Almeida Victor Castro De Sa Welington Haas Hein
Thiago Alves Da Silva Costa Victor De Quadros Carabajal Welington Simoes Junior
Thiago Augusto Zanellato Dos Santos Victor Guilherme Wellington Barros Moraes
Thiago Barbosa Ferreira Victor Hermano Wellington Morais
Thiago Bernardi Ribeiro Victor Hugo Antunes Wellington Silva
Thiago Carvalho Dias Victor Hugo De Paiva Welton Beck Guadagnin
Thiago Cesar Andrade Victor Lopes Welton Sousa
Thiago Da Luz Gabriel Victor Otani Wesley Albuquerque Maranhão
Thiago De Sousa Costa Victor Pires Mendonça Wesley Doelinger
Thiago De Souza Oliveira Victor Rihan Mendes Wesley Liberato Freire
Thiago Destri Cabral Victor Sapateiro Wesley Matheus Lino
Thiago Freitas Victor T Melo Weslley Dos Passos Bispo
Thiago Lima Vilto Reis Wilkson Belem Monteiro
Thiago Lorena Vinícius Barroco Milhomem Basile William Marques
Thiago Machado Da Cruz Vinícius Chaves Rodrigues William Robsons
Thiago Morani Vinicius Cipolotti Willian Diego Alves Dos Santos
Thiago Nobre Costa Vinícius Costa Barros Willian Jeferson Nunes
Thiago Ozório Vinicius De Aquino Calheiros Willian Marques Da Silva
Thiago Rey Vinicius De Paiva Costa Wolf Fivousix
Thiago Silva Vinícius G. O. Miiller Yago Ribeiro De Sousa Pereira
Thiago Tavares Vinicius Guedes Da Silva Yan Adriano Dos Santos
Thiago Thomaz Rolim Vinicius Kremer Santos Yan Constantino
Yan Oliveira Prado
Thiago Trot Vinícius Lemos Yuri Alessandro Martins
Thomas Jacobsen Burgiert Vinícius Lima Silva Yuri Bitencourt
Thomas Reis Vinícius Macuco Yuri Castro Costa Pugliesi
Thomaz Jedson Lima Vinicius Mattos Yuri Jardilino
Thomaz Oliveira Vinícius Nery Cordeiro Zack D. Arsh
Tiago Carvalho Oaks Vinicius Nogueira Zeca Machado
Tiago Martins De Souza Vinicius Pelens Bosio
Tiago Miguel Fangueiro Da Velha Vinícius Roviello
Tiago Monnerat De F. Lopes Vinícius Savi Silva
Tiago Moura Vinicius Segantine
Tiago Pereira Vitor Alves Patriarcha
Tiago Pitchon Sampaio Vitor Faccio
Tiago Resemblink Vitor Francisco Da Silveira Ribeiro
Tiago Santa Maria Rodrigues Marto Vitor Gabriel Etcheverry
Tiago Soares Vitor Giavarina Delgallo
Tião Luna Vitor Godoi Mendes
Tigre Vitor Hugo Soares Alves
Tomás Gomes Cardoso Vítor Lucena
Tubaranguejo Vitor Martinussi
Ubiratan Augusto Lima Vitor Mendes Demarchi
Ursula Batista Vitor Santos Ferreira

107

AVENTUREIROS
Adriano De Oliveira Santos Ayub
Adriano Figueiroa Santos
Affonso Miguel Heinen Neto
Agamenon Nogueira Lapa
Alan De França Santana
Alan Felipe Ferreira
Albano Francisco Schmidt
Aldrin Cristhiam Manzano
Alex H. Santos
Alexandre Leite
Alexandre Mainenti Leal Lopes
Alexandre Mantovani Negro
Alexandre Straube
Alexsandro Alves
Alisson Henrique Tavares
Alisson Luiz Lima De Menezes
Allan Adann Caires Marcelino Da Silva
Allan Cristhian
Allan Vitor Rodrigues Da Silva
Allisson Oliveira
Amauri Matos De Jesus
Ana Lucia Lieuthier
Andre Augusto Nogueira Alves
André Fernando Peres
André P. Bogéa
Antônio Henrique Botticelli
Antonio Vicente Maia Neto
Aroni Da Luz
108
Arthur Carvalho Laurindo
Arthur Emílio Do Nascimento
Gonçalves
Arthur Endlein Correia
Arthur Navarro
Artino Filho
Artur Augusto Bracher Capute
Artur De Oliveira Da Rocha Franco
At Matos
Átilla Oliveira Barros
Augusto Ruckert
Bernardo Cortizo De Aguiar
Bernardo Nassau De Souza
Braian Thomaz Takahira
Brenno Ottoni
Breno Melo
Brnvsantos
Bruna Emi Okyama
Bruno Cugola Coelho
Bruno Da Silva Assis
Bruno Dahlem Pereira
Bruno Eduardo Augusto De Oliveira
E Silva
Bruno Eron
Bruno H M Silva
Bruno Liedtke
Bruno Luis Perissotti
Bryan Barros Pires
Cael Gonçalves Benincasa Dos Santos
Caio Alexandre Consorti Paixão
Caio Castro Vaz Bezerra
Caio César
Caio Cruz
Caio Palhares
Caio Santiago
Camillo Ferreira Franco
Carlos Eduardo Areia
Carlos Guimarães Silva
Carlos Henrique Mesquita Do Prado
Carlos Ogawa Colontonio
Caroline Voss
Cássio Augusto
Cauã Oliveira Silva
Cayo Albuquerque Prohaska
Moscatelli
Celso Guedes De Jesus
Clarissa Sant´Anna Da Rosa
Cláudio Andrade Neto
Claudio Carlos Bezerra Gamboni
Claudio Vinicius
Clécio Júnior
Cristiana Sbardella Tamamoto
Daniel Bemerguy Pontes
Daniel Benoni De Sales Duarte
Daniel Bonaldo
Daniel Felipe Meireles De Souza
Daniel Gomes Lacerda
Daniel Ramos
Daniel Sacramento
Daniel Sugui
Danilo Da Silva Bueno
Danilo De Souza Oliveira
Danilo Franco Penteado
Danúbio Viana Nogueira
David Córdova Loures
David Lessa
David Tabosa
Dayane Aparecida Baraldi Ferreira
Ddrion
Dean Rusk Andrade Sobrinho
Débora De Oliveira Borges
Débora Mazetto
Deiverson Lucas
Delaserna - Resistência De Ionia
Diego Adão Fanti Silva
Diego Henrique Marinho
Diego Henrique Negretto
Diego José Busarello
Diego Rodrigues Sala
Diego Silveira Martins Marques
Diego Vitoriano Da Silva
Diogo Campos
Diogo Fontes
Diogo Schmitz Langwinski
Dion Roger Crisanto
Djoplin Obelar
Douglas Drumond
Douglas Henrique Silva Romualdo
Douglas Toseto Marçal De Oliveira
Dylan Torres
Eduardo Cazorla Alves
Eduardo Neves Junior
Elias Junior
Emanuel Mineda Carneiro
Emanuel Senna Rocha Barbalho
Enzo Scarpatti
Erik Andrade Oliveira
Estêvão Rendeiro
Eugênio Luiz
Evandir De Souza
Everton Assis Correia
Fabiano Fernandes Dos Santos
Fabiano Martins Caetano
Fabiano Silveira
Fabio Caetano De Souza
Fabio Cristiano Faria Melo
Fábio Cunha Braga
Fábio Luiz Cortez Ribeiro
Fábio Marques
Fabio Queiroz
Fabio Ramalho Almeida
Fábio Rodrigues Dos Santos
Fabio Vaz
Fausto Reis
Felipe Eleuterio Hoffman
Felipe Horas
Felipe Venezian Dos Santos
Fellipe De Paula Campos
Fernanda Pederiva
Fernanda Sereno
Fernando Barros Monteiro
Fernando Da Silva Trevisan
Fernando Do Nascimento
Fernando Guilherme Oliveira Rocha
Fernando Henrique Filgueira Martins
Fernando Wecker
Filipe Rodrigues
Fillipe Cesar Oliveira Da Silva
Francisco Eduardo Rocha Júnior
Francisco Jose Felisbino De Oliveira
Francisco Kefferson Vieira Pereira
Francisco Márcio Barbosa Teixeira
Frederico Detofano
Frederico Thum
Gabriel Avelar Da Cruz Araujo
Gabriel Berwanger Silveira
Gabriel Bittencourt
Gabriel De Assis Fernandes
Gabriel De Oliveira Cosmos
Gabriel Do Prado Perpetua
Gabriel Eccher
Gabriel Engelmann Maltez
Gabriel Kolbe Teixeira
Gabriel Melo Santos
Gabriel Oliveira
Gabriel Santos
Gabriel Torrens
Gabriel Vandarte Casadei
Gabrielly Almeida De Brito
Geraldo Abílio
Gilmar Oliveira
Giovanni Antonio Alcides Silva Bússola
Giuliano Bortolassi
Guilherme Amato Marinho
Guilherme Cavalheiro
Guilherme Cossu
Guilherme Lopes Vitoriano
Guilherme Morato De Moura E Silva
Guilherme Muniz Bernardino
Guilherme Pizzatto
Guilherme Rodrigues San Martins
Guilherme Tamamoto
Gustavo Araujo Fonseca
Gustavo Campos
Gustavo De Oliveira Pereira
Gustavo Felix Cardoso
Gustavo João Rodrigues Pinto
Gustavo Maiorini
Gustavo Massami Nishimura
Gustavo Reis
Gustavo Vicente Justino
Gustavo Wellington Araújo Da Silva
Harley Lucas Gonçalves
Heber Agnelo Antonel Fabbri
Hebert J Kevin De França Calixto
Helder Poubel Kevin Rafael Da Silva Martins
Henrique Dos Santos Garcia Kpistrano
Henrique Emanoel Nigre Coelho De Larissa Guilger
Souza Leandro Andrade
Henrique Gavioli Lenon Rodrigues Martins
Henrique Lopes Nicoletti Leonardo Cardoso Fazan Dos Santos
Hewerton Joao Barrichello Leonardo Souza De Moura
Higor Pinheiro Lorenzo Dombrovski Dos Santos
Homero Olivetto Luan Diego Alano
Hugo Gonçalves Luan Rodrigues Pereira Leal
Hugo Ribeiro Da Silva Lucas Antonio Barboza De Sales
Ian Ruviaro Paulino
Ignaltus Necro Lucas C. Alves Bittencourt
Igor Tancredo Dutra Jacinto Lucas Francisco Da Costa Helt
Íris Firmino Cardoso Lucas Gabriel De Almeida Souza
Isaac Batista Lucas Gomes
Isaac Ziroldo Lucas Magno
Israel Borges Lucas Prudencio Eiterer
Italo Machado Piva Luís Felipe Benigno
Jadson W N Soares Luís Felipe Hussin Bento
Jean De Oliveira Santos Luis Guilherme B G Ruas
Jean Lima Luis Paulo Koppe
Jeferson Cardoso Luiz Felipe Lemes Barbosa
Jeferson Da Rosa Luiz Felipe Martins Silva
Jefferson Luís Bernardo Luiz Fernando Franquini Vieira
Jhonatan Batista De Almeida Lorenzon
Joao Carlos Freitas Lucena Luiz Fernando Reis
João Érick Silva Ramos Luiz Paulo Lindroth
João Jordan Costa Reis Luiz Paulo Vieira
Joao Lobo Luiz Ramon Magalhães
João Paulo Mallet Luiz Tiago Balbi Finkel
João Victor Da Silva Pereira Luiz Wanderley Santos Gomes
João Victor Nizer Lungas Neto
João Vitor Da Silva Lima Lutero Cardoso Strege
Joel Spinelli Manoel Firmino Da Silva Neto
Jonathan Fried Marcel Pinheiro
Jonathan Henrique Do Espírito Santo Marcelo Jose Dos Anjos
Jones Dos Santos Vieira Marcelo Lima Souza
Jorge Janaite Neto Marcelo Massahiko Miyoshi
Jorge Theodoro Eduardo Brock Marcelo Oho
José Carlos Madureira Pinheiro Junior Marcio Dias
José Gabriel Ribeiro Luz Marcio Hiroyuki Miyamoto
José Luiz Lopes Marco Carvalho
José Moacir De Carvalho Araújo Marcos José Mariano Teixeira
Júnior Marcos Lima
José Vitor De Oliveira Santos Marcos Santos
Josevan Silva Marcos Vinicius Troll
Juan Pablo Marielle Zum Bach
Jucenir Da Silva Serafim Mário Brandes Silva
Juliano Cataldo Marlon Vinícius Machado
Julio Cesar Da Silva Barcellos Marluce Da Costa
Julio Cesar Nascimento Rodrigues Mateus Carmona Maciel
Júlio N. S. Filho Mateus Cypriano
Julio Vedovatto Mateus De Souza Rocha
Kaede Kisaragi Mateus Freitas Dantas
Karina Burini Correia Matheus Arthur Massieu
Kássio José Lara De Rezende Matheus Augusto Matias Santos

109
Matheus Canova Faria
Matheus Da Silva Oliveira Bonfim
Matheus De Alcântara Mota
Matheus De Souza De Lucena
Matheus Dias
Matheus Eccel
Matheus Farencena Righi
Matheus Felipe Pires Mendes
Matheus Hobit
Matheus Kilp
Matheus Marcelo De Castro
Matheus Menarim
Matheus Rocha Vasconcellos
Matheus Santos
Matheus Vrechi
Mauricio Bomfim
Max Pattacini
Mayck Szezech
Miguel Costa Rodrigues
Miguel Macêdo Jardim Menezes
Miguel Vieira Dos Santos
Mikael Queiroz
Moises Roberto De Araújo Mota
Murilo Reimann Ardenghi
Mushi-Chan
Nataly Kuplich
Natan Edmundo Canassa
Natan Siqueira Dos Santos
Nathan Borges Gonçalves
Neilton Carlos De Oliveira Guedes
Neto
Nicolas De Almeida Martins
Nicolas Pereira
Nikolas Martins Brandão Oliveira
Ogro900
Othon Gilson
Paulo Cesar Nunes Mindicello
Paulo Henrique
Paulo Henrique Martins De Souza
Pedro Aurélio Pinheiro Da Silva
Pedro Baldansa
Pedro Curcio
Pedro De Almeida Lima
Pedro Henrique De Mattos Draeger
Pedro Henrique Estumano Gomes
Pedro Henrique Fachineli Brito
Pedro Henrique Lima Carvalho
Pedro Henrique Palma Ramos
Pedro Lamkowski Dos Santos
Pedro Marques Telles De Souza
Pedro Monreal Rosado Cadamuro
Peter Pantoja
Philip Ibbotson T Delling
Philipe Salvador Loredo
Piterson Nunes Martins
Rafael Almeida
Rafael Balbi
Rafael Cmb
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Rafael Da Silveira Melo Devera Thiago Bussola
Rafael Lange Thiago Carvalho Gonçalves
Rafael Noleto Thiago Curvelo
Rafael Prandi Guedes Moreira Thiago Donadel
Raissa Wanderley Thiago Ferreira
Ramiro Alba Alba Filho
Ramom De Almeida De Barros Thiago Loriggio
Raul 'Seuraul' Lucena E Silva Thiago Monteiro
Raul Galli Alves Thiago Pinheiro
Raul Guimarães Sampaio Thiago Rodrigues De Souza
Raul Morôni Calheira Almeida Peixoto Thiago Sos
Renan Antonio De Lima Thiago Tavares Corrêa
Renan Irabi Tiago Alves Araujo
Renato Junior
Renato Lima Alves Tiago César Oliveira
Rian Rosendo Martins Tiago Misael De Jesus Martins
Ricardo A Ritter M Barroso Tiago Tachard
Ricardo Albuquerque Pereira Uelerson Canto
Ricardo Barbosa Da Silva Victor Da Costa Peres Lopes
Ricardo Batista Victor Hugo Simões Santos
Ricardo Dos Santos Domingues Vinicius Bogossian
Ricardo Silva Rodrigues De Sousa
Richard Sassoon Vinícius Cesar
Roberto Tadashi Wakita Soares Vinícius De Jesus Gonçalves
Robertson Schitcoski Vinicius Gouveia Teixeira
Robson C Oliveira Vinicius Rodrigues De Sales
Robson De Braga Castelo Branco Vitor Carvalho
Junior Vitor Davis
Rodolfo Caravana Vitor Elizeu
Rodrigo Aparecido De Toledo
Rodrigo Augusto Spiess Vítor Nascimento Da Silva Andrades
Rodrigo Correa Marques Vitor Nishimura
Rodrigo Santiago De Arruda Loiola Vitoria Cidade
Rodrigo Zeymer Auad Vitto Giancristoforo Dos Santos
Rogerio Basile Wagner Armani
Rogério Fabiano Dos Passos Wagner Larsen
Rogers Jhonatan Mendonça Costa Walter Andrade Neto
Romulo Antonio Pinto Do Vale
Ronald Monteiro Lobato De Melo Walter Soprani Júnior
Ronaldo Hasselman Nascimento Wanderson De Oliveira Barros
Roque Luiz Gobbo Wandson Ferreira Da Silva
Rubens Mateus Padoveze Wefferson David De Souza Silva
Samuel Batista De Carvalho Wellington Botelho
Samuel Cardoso Santiago Junior Wellington Souza Branco
Samuel Marcelino Wesley Francisco Da Silva
Samui San
Sander Yan Maciel Dias William Alves
Saulo Soares William Ferreira
Saymon Dos Santos Madruga Da Silva William Moraes
Simonarde Lima Willian Ramos
Solano Pereira Doliveira Wilson A S Faria
Suely M Marchesi Yalace De Souza
Tarso Halk Yasser Arafat Belem De Figueiredo
Thales Campelo Ygor Vieira
Theodoro Padua
Thiago "T8" Silva Yuri Araujo
Thiago Allison Lima Silva Yuri Nóbrega
Thiago Antonio Pereira Do Vale Yuri Travalim
 EXTRAS

Nas próximas páginas, veja um pouco do processo de

criação da belíssima capa de Samuel Marcelino

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 Primeiros esboços da capa, definindo apenas a composição.

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 Capa completa

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