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Capitulo 2: Cargas Combinadas

Resistência dos Materiais II

3º ano 1º semestre
Aula_ 07_Tensão em Vasos de pressão
Com paredes finas.
(Teórica)
Sumário
2.1 Vaso de pressão com paredes finas
2.1.1 Vasos de pressão cilíndricos
2.1.2 Vasos de pressão esférico
2.2 Estado de tensões provocado por cargas
Eng.º Arsénio Maringule

combinadas

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Introdução
— Os vasos de pressão de paredes finas são um
campo de aplicação importante da análise de
tensões planas.
— Eles são usados na sua maioria na indústria como
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caldeiras ou reservatórios. Estes vasos, quando


sob pressão, o material na qual são construidos,
está submetido à cargas em várias direções.
— Podemos analizar o vaso de pressão de maneira
mais simples como de parede fina, uma vez que

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Introdução
— Eles oferecem pequena resistência à flexão, e
podemos considerar que os esforços internos que
atuam em certa porção da parede são tangentes à
superfície do vaso. (Fig. 2.1).
— Desse modo, as tensões resultantes no elemento de
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parede estarão contidas em um plano tangente à


superfície do vaso de pressão.
— Vamos estender nossa análise apenas a dois tipos
mais comuns de vasos de pressão: vasos de pressão
cilíndricos vasos de pressão esféricos.

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Eng.º Arsénio Maringule
Introdução

Figura 2.1
2.1 Vaso de pressão com paredes
finas
— É definido vaso de pressão com paredes finas,
quando a relação entre o raio interno do vaso (r) e a
espessura da parede (t) for maior ou igual a 10
(𝑟⁄𝑡 ≥ 10).
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— Análise realizada prevê que quando 𝑟⁄𝑡 = 10, o vaso


estará submetido a uma tensão inferior a 4% que a
tensão máxima que o vasso possa suportar e quanto
maior for a relação 𝑟⁄𝑡 > 10, o erro será cada vez
mais menor.

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2.1 Vasos de pressão com paredes
Finas
— Quando a parede do vaso é fina, a distribuição de
tensão na sua espessura não varia significativamente,
por isso consideraremos uniforme ou constante.
Baseando nessa hipótese, analisaremos agora o
estado de tensão em vasos de pressão cilíndricos e
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esféricos de paredes finas.


— Em ambos os casos, a pressão no vaso é entendida
como pressão manométrica, visto que mede a
pressão acima da atmosférica, que admitimos existir
tanto dentro como fora da parede.

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2.1 Vasos cilindricos
— Para a nossa análise,
consideremos o vaso
cilíndrico com espessura da
parede (t) raio interno (r)
mostrado na Figura 2a.
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— Ele contém gás ou fluido e


admite-se ter peso
desprezível. Nele desenvolve
Figura 2.2 a pressão manométrica p no
interior do vaso.

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2.1 Vasos cilindricos
— Devido ao carregamento uniforme, retiramos das
extremidades uma particula elementar, cuja a
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orientação vemos na figura 2a. As tensões normais a


ela sujeitas, designaremos:
𝜎! - tensão circoferêncial ou tangencial;
𝜎" - tenão logetudinal ou axiail.
— Nota-se que ambos componentes de tensão,
tracionam o material do vaso.
— Olhando a geometria do Vaso, para determinarmos
a intessidade de cada tensão, usamos o método de
secção e aplicamos em seguida o equilíbrio de
9 forças, por tanto:
2.1.1 Vasos cilindricos(secção logetudinal)
— O diagrama de corpo livre do segmento
posterior do vaso contendo o gás ou
fluido Figura 2.2b, mostra que apenas o
desenvolvimento de cargas na direção x:
— Denominamos, tensão tangencial ou
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circunferencial 𝜎! a tensão que atua sobre


toda a parede do vaso, e p a pressão que
atua na face vertical secionada do gás ou
Figura 2.2
fluido.
∑ 𝐹# = 0 ; 2 𝜎! 𝑡𝑑𝑦 − 𝑝 2𝑟𝑑𝑦 = 0

𝑝𝑟
10 𝜎! = 2.1
𝑡
2.1.2 Vasos cilindricos (secção transversal)
— Quando aplicamos a secção
transversal (secção b do cilindro),
obtemos a tensão longitudinal ou
axial 𝜎" uniforme sobre a parede.
— A pressão manométrica p actua na
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secção do gás/fluido. Tendo em conta


a geometria do vaso e aplicando a
condição de equilíbrio temos: Figura 2.2

5 𝐹$ = 0 ; 𝜎" 2𝜋𝑟𝑡 − 𝑝 𝜋𝑟 " = 0


𝑝𝑟
𝜎" = 2.2
11 2𝑡
2.1 Vasos cilindricos(conclusaão)
Comparando as equações 1.1 e 1.2, nota-se que a
tensão circunferencial σ! é duas vezes maior que a
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longitudinal ou axial σ" (σ! =2 σ" ).


— Por tanto, ao fabricarmos vasos de pressão cilíndricos
de chapas laminadas, as juntas longitudinais devem
ser dimensionadas *para suportar o dobro da tensão
das circunferências.
Na foto ,vemos uma conduta de uma
arma que se entupiu com detritos
antes do disparo. A pressão do gás
da carga aumentou a tensão
circunferencial do interior da
conduta, o que provocou a ruptura.
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*ver normas para dimensionamento de vasos de pressão pdf!!!
2.1 Vasos cilindricos(conclusão)
— Da conclusão anterior σ! = 2σ" (tensão
circonferencial é o dobro da tensão longetudinal).
— Uma vez essas tensões serem principais,
desenhando o círculo de Mohr por intermédio dos
pontos A e B, a tensão de cisalhamento
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corresponde ao raio do circulo:

1 𝑝𝑟
𝜏%á# () *+,() = 𝜎" = (2.3)
2 4𝑡

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2.1 Vasos cilindricos
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Figura 2.3
2.1 Vasos cilindricos
— Essa tensão corresponde aos pontos D e E do círculo
de Mohr, e é obtida quando se gira o elemento inicial
da figura 2.3 de um ângulo de 45°dentro do plano
tagente à superfície do vaso de pressão.
— No entanto a tenão de cisalhamento máxima na
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parede do vaso é maior. Ela é igual ao raio do círculo


de diâmetro OA e corresponde a uma rotação de 45°
em torno de um eixo longitudinal fora do plano de
tensões:

𝑝𝑟
𝜏%á# = σ" = (2.4)
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2𝑡
2.1.3 Vasos esférico
— Podemos analisar um vaso
de pressão esférico de
maneira semelhante ao
vaso de pressão cilíndrico,
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assim:
— Consideremos que o vaso
tenha espessura da
parede t e raio interno r e
esteja sujeito a uma
pressão manométrica
interna p (Figura 2.4a). Figura 2.4

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2.1.3 Vasos Esféricos
— Ao secionarmos o vaso pela
metade através do plano de corte
a, o diagrama de corpo livre
resultante será igual ao da Figura
2b.
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— Como o que acontece no caso do


cilindro, aplicando a equação de
equilíbrio na direção y e temos:
5 𝐹$ = 0 ; 𝜎" 2𝜋𝑟𝑡 − 𝑝 𝜋𝑟 " = 0 Figura 2.4

𝑝𝑟
𝜎" = 2.5
2𝑡
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Exemplo 2.1
Um vaso de pressão cilíndrico contendo gasolina,
tem diâmetro interno de 1.2 (m) e espessura de 12
(mm).Determine a pressão interna máxima que ele
pode suportar de modo que nem a componente de
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tensão circunferencial, nem a de tensão


longitudinal ultrapasse 140 (MPa). Sob as mesmas
condições, qual é a pressão interna máxima que um
vaso esférico de tamanho semelhante pode
sustentar?

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Solução do Exemplo 2.1
Vaso cilíndrico:
— Pela hipítese de resistência em
vasos cilindricos a tenão é máxima
no sentido circoferêncial ou
tangencial:
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Figura 2.5. vaso 𝑝𝑟 𝜎! 𝑡


cilindrico contendo 𝜎! = →𝑝=
gasolina. 𝑡 𝑟
140 𝑀𝑝𝑎 12 𝑚𝑚
𝑝= = 2.8 𝑀𝑝𝑎
600 𝑚𝑚

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Solução do Exemplo 2.1
Vaso cilíndrico:
— Em vasos esféricos, a tensão é
máxima em qualquer das duas
direções em um elemento, assim :
𝑝𝑟 2𝜎! 𝑡
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𝜎" = →𝑝=
2𝑡 𝑟
2 140 𝑀𝑝𝑎 12 𝑚𝑚
Figura 2.5 vaso 𝑝=
esférico contendo 600 𝑚𝑚
gasolina. 𝑝 = 5.6 Mpa

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Solução do Exemplo 2.1
Vaso esférico:
— Em vasos esféricos, a tensão é
máxima em qualquer das duas
direções em um elemento, assim :
𝑝𝑟 2𝜎! 𝑡
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𝜎" = →𝑝=
2𝑡 𝑟
2 140 𝑀𝑝𝑎 12 𝑚𝑚
Figura 2.5 vaso 𝑝=
esférico contendo 600 𝑚𝑚
gasolina. 𝑝 = 5.6 Mpa

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2.2 Estado de tensões provocado por
cargas combinadas
— Como é sabido, podemos determinar a distribuição
de tensão em um elemento sujeito a uma força axial
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interna, força cortante, um momento fletor ou


torção.
— Neste caso usaremos o método de superposição
para determinar o estado de tensão resultante
provocada por várias cargas na secção transversal
do elemento.

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2.2.Estado de tensões provocado
por cargas combinadas
— O método de superposição consiste primeiro em
determinar cada carga, e em seguida superpõem-se
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essas distribuições para se obter a distribuição de


tensão resultante.
— O princípio de superposição é usado nos casos em
que a distribuição da tensão e da carga tiverem
relaçao linear.
— Por outro lado a geometria do elemento não deve
sofrer mudanças significativas quando submetido a
cargas, isto para que a tensão produzida por uma
carga não seja relacionada pela tensão produzida
23 por qualquer outra carga.
2.2.Estado de tensões provocado
por cargas combinadas
Procedimento e análise
Este procedimento permite-nos determinar os
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componentes de tensão normal e de cisalhamento em


um ponto do elemento quando sujeito à cargas em
simultâneas. Assim como presuposto, consideramos
que o material seja homogênio e comporta-se como
um material linear- elástico.
Carga interna:
— Seccionamos o elemento perpendicularmente ao
seu eixo no ponto em que a tensão deve ser
determinada, e obtemos as componentes da foça
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normal e da força cortannte resultantes, bem como
os componentes do momento flector e de torrção.
2.2.Estado de tensões provocado
por cargas combinadas
Procedimento
— Os componentes da força devem actuar através do
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centróide da secção transversal e os componentes


dos momentos devem ser calculados em torno dos
eixos do centróide, que representam os eixos
principais de inércia da secção transversal.
Tensao normal média:
— Calcular a tensão média associada a cada carga
interna. Em cada caso, representar o efeito como
uma distribuição de tensão que atua sobre toda a
área da seção transversal ou mostrar a tensão em
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um elemento do material localizado em um ponto
específico da seção transversal.
2.2.Estado de tensões provocado
por cargas combinadas
Procedimento
— FORÇA NORMAL. A força normal interna é
desenvolvida por uma distribuição uniforme da
tensão normal determinada: 𝜎 = 𝑃⁄𝐴
— FORÇA CORTANTE. A força cortante em um
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elemento submetido a flexão é desenvolvida por


uma distribuição da tensão de cisalhamento
determinada pela fórmula do cisalhamento:
𝑉𝑄
𝜏=
𝐼𝑡
Onde:
𝜏 – é a tensão de cisalhamento no ponto localizado a
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uma distância y' do eixo neutro do elemento;
2.2.Estado de tensões provocado
por cargas combinadas
Procedimento
𝑉 − é a força cortante resultante interna,
determinada pelo método das seções em torno do
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eixo neutro;
𝑡 − largura da área da seção transversal do elemento
medida no ponto em que r deve ser determinado.
𝑄 = ∫ 𝐴- 𝑦𝑑𝐴- = 𝑦N - 𝐴- , onde A' é a parte superior (ou
inferior) da área da seção transversal do elemento,
definida pela seção onde t é medido, e y' é a distância
até o centróide de A', medida a partir do eixo neutro.

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2.2.Estado de tensões provocado
por cargas combinadas
Procedimento
— O MENTO FLETOR.
Em elementos retos, o momento fletor interno é
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desenvolvido por uma distribuição da tensão normal


que varia linearmente de zero no eixo neutro até o
máximo no limite externo do elemento. A distribuição
de tensão é determinada pela fórmula da flexão,
𝜎 = 𝑀𝑦⁄𝐼.
Se o elemento for curvo, a distribuição de tensão não
é linear e determina-se por
𝜎 = 𝑀𝑦⁄ 𝐴𝑒(𝑅 − 𝑌)
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2.2.Estado de tensões provocado
por cargas combinadas
Procedimento
— MOMENTO DE TORÇÃO.
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Em eixos circulares a tubos, o momento de torção


interno é desenvolvido por uma distribuição da tensão
de cisalhamento que varia linearmente da linha de
centro do eixo até o máximo no limite externo eixo. A
distribuição da tensão de cisalhamento é determinada
pela fórmula da torção; 𝒯 = 𝑇𝜌⁄𝐽. Se o elemento for
um tubo de parede fina fechado, usar 𝒯 = 𝑇⁄2𝐴% 𝑡.

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2.2.Estado de tensões provocado
por cargas combinadas
Procedimento
— VASOS DE PRESSÃO COM PAREDES FINAS.
Se o vaso for um cilindro de parede fina, a pressão
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interna p provocará um estado de tensão biaxial no


material tal que o componente da tensão
circunferencial será o 𝜎! = 𝑝𝑟/𝑡 e o componente
longitudinal da tensão, 𝜎" = 𝑝𝑟/2𝑡.
Se o vaso for uma esfera de parede fina, o estado de
tensão biaxial será representado por dois
componentes equivalentes, cada um com intensidade
𝜎" = 𝑝𝑟/2𝑡.

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Exemplo 2.2
— Uma força de
1500 N é aplicada
à borda do
elemento.
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Despreze o peso
do elemento e
determine o
estado de tensão
nos pontos B e C

Figura 2.5a. bloco


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Solução do exemplo 2.2
— Cargas internas: o elemento foi
secccionado através B e c. Para o
1500N
equíbrio da secção deve haver
uma foraça axial de 1500 N, ou
seja:
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5 𝐹$ = 0 → 𝑃 = 1500𝑁
M
e P
Figura 5b. Bloco
5 𝑀 = 0 → 𝑀 = 1500𝑁×50𝑚𝑚 seccionado

𝑀 = 75000𝑁𝑚𝑚
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Solução do exemplo 2.2
— Componentes da Tensão:
o Força Normal:
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𝑃 1500𝑁
𝜎= = = 3.75𝑀𝑃𝑎
𝐴 100𝑚𝑚×40𝑚𝑚
o Momento Fletor:
𝑀𝑦 7500𝑁𝑚𝑚 50 𝑚𝑚
𝜎!á# = = = 11.25𝑀𝑃𝑎
𝐼 1 $
12 (40𝑚)(100𝑚)
— Princípio da Sobreposição:
Somamos algebricamente a distribuição da tensão
normal produzida pela força normal e momento
fletor, temos:
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Resolução do
Exercícicio Elucidativo 1.2.1
Estado de tensão
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3.75 Mpa 7..5 Mpa


3.75 Mpa 15 Mpa
11.25 Mpa 11.25 Mpa
(100-𝑥)

Figura 5. Estado de tensão


𝜎% = 7.5 𝑀𝑃𝑎 (𝑇𝑟𝑎𝑐çã𝑜)
𝜎& = 15 𝑀𝑃𝑎 (𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜)
Pela teoria de semelhança de triângulos determinamos a
proporção da recta em que a a tensão é nula (figura. 5e),
assim:
7.5 15
34 = 𝑥 = 33.3 𝑚𝑚
𝑥 100 − 𝑥

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