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Dez Estados da Vida e Atingir a Iluminação


na Presente Existência
O objetivo fundamental da prática budista é das influências externas.
conquistar a suprema condição de Buda na
própria vida na presente existência. Vamos Os ensinos budistas pré-Sutra de Lótus
estudar sobre este ponto por meio destes dois pregavam a existência de mundos distintos
princípios para cada um dos Dez Estados da Vida,
tais como o Inferno debaixo da terra ou a
Os Dez Estados da Vida Terra Pura em algum local distante.
Todavia, o Sutra de Lótus apresentou uma
Os Dez Estados da Vida, também visão fundamentalmente modificada ao
conhecidos como Dez Mundos, compõem afirmar que os Dez Estados não estão
a base da filosofia de vida explicada pelo presentes cada qual num mundo físico
Budismo Nitiren. É uma teoria profunda e distinto, mas, sim, são condições que se
prática que esclarece com simplicidade as encontram ligadas, ou seja, são inerentes à
complicadas questões da vida. Por meio própria vida.
do estudo dos Dez Estados da Vida,
compreende-se o correto direcionamento Assim, mesmo uma condição de vida que,
de que a transformação da própria em determinado momento, manifeste
condição de vida está ao alcance de todas apenas um dos estados, na realidade,
as pessoas. possui inerentemente todos os dez e pode
evidenciá-los a qualquer instante. Esse
Os estados da vida estão classificados em conceito é conhecido no Budismo como
dez categorias: Inferno, Fome, Possessão Mútua dos Dez Estados da Vida.
Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria,
Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda. Nitiren Daishonin afirma: “Tanto a terra pura
Os seis estados inferiores — do Inferno até quanto o inferno não existem fora de nossa
o de Alegria — formam o Ciclo dos Seis vida; eles somente podem ser encontrados
Caminhos. No cotidiano, as pessoas em nosso coração. A pessoa que desperta
manifestam esses seis estados em função para isso é chamada de Buda; e a que
de influências externas. ignora é denominada mortal comum. O
Sutra de Lótus revela essa verdade, e
Já os quatro estados da vida superiores — quem abraça esse sutra perceberá que o
Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda — inferno é a própria Terra da Luz Tranquila”
são conhecidos como os Quatro Nobres (WND, v. 1, p. 456).
Caminhos. São condições de vida
alcançadas com os esforços A existência dos Dez Estados indica, por
desenvolvidos pelas próprias pessoas, exemplo, que ao se encontrar numa
quando conseguem se libertar do domínio condição de inferno, pode-se

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transformá-la na máxima alegria do estado sofrimento como se a envolvesse em


de Buda. Portanto, a teoria dos Dez chamas.
Estados da Vida embasada no Sutra de
Lótus é um princípio que expressa a Além disso, em “O objeto de Devoção para
possibilidade de transformação da própria a Observação da Mente”, Daishonin afirma:
vida. “O ódio é Inferno” (END, v. 5, p. 173). Esse
“ódio” indica o sentimento manifestado
Vejamos agora cada um dos Dez Estados, pela pessoa em relação a tudo que a faz
a começar pelos Seis Caminhos, tendo sofrer. O “ódio” é também o gemido pela
como base a seguinte passagem do dor dos sofrimentos que dominam a
escrito de Nitiren Daishonin, “O Objeto de pessoa nesse estado. Portanto, o estado
Devoção para a Observação da Mente”: de Inferno é uma condição de vida em
“Quando observamos o rosto de alguém
em momentos diferentes, vemos que que “o próprio fato de viver lhe traz
algumas vezes ele está alegre; em outras, sofrimento” e “tudo na vida lhe invoca um
irado; e, em outras, calmo. Algumas vezes, sentimento de infelicidade”.
percebemos que o rosto de uma pessoa
reflete ganância; outras, tolice; e outras, Outro aspecto do estado de Inferno é o de
perversidade. O ódio é Inferno; a ganância arruinar a si mesmo e as outras pessoas,
é Fome; a tolice é Animalidade; a movido pelo impulso incontrolável de
perversidade é Ira; e a serenidade é o destruição. Nesse sentido, a guerra, que é
estado de Humanidade” (END, v. 5, p. 173). o ápice do sofrimento

1. Estado de Inferno humano, nada mais é que a manifestação


da condição do estado de Inferno.
Originalmente, “inferno” possuía o
significado de “cárcere subterrâneo”. Os 2. Estado de Fome
sutras budistas mencionam diversos tipos
de “inferno”, tais como os “oito infernos É caracterizado pela ideia fixa de realizar
ardentes” e os “oito infernos congelantes”. os desejos e pela incapacidade de
Esta é a condição de vida mais baixa entre satisfazê-los. Em sua origem, a palavra
os Dez Estados, totalmente dominada “fome” provém de “morrer de fome”, ou
pelos sofrimentos, na qual a pessoa se seja, uma pessoa faminta busca
sente sem liberdade para fazer o que descontroladamente saciar o desejo por
gostaria. alimento pela própria sobrevivência. Assim,
o estado de Fome representa uma
Tal como mencionado na seguinte frase condição em que a intensa chama dos
das escrituras: “O Inferno é uma moradia desejos destrói a própria vida, tal como
de fogo amedrontadora” (As Escrituras de Daishonin afirma: “Fome é um lamentável
Nitiren Daishonin, v. IV, p. 280) o estado de estado em que pessoas famintas devoram
Inferno é uma condição de vida em que os próprios filhos” (As Escrituras de Nitiren
tudo à volta da pessoa parece trazer-lhe Daishonin, v. IV, p. 280)e “A ganância é

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Fome” (END, v. 5, p. 173). O conceito de “animal” adotado para


caracterizar esse estado provém da Índia
Naturalmente, em termos de desejo, há antiga. Na realidade, há exemplos claros
duas faces — uma do bem e a outra do de animais que vivem para o bem-estar do
mal. Por exemplo, o ser humano não ser humano, como os cães que guiam
poderá sobreviver se não houver o desejo pessoas com deficiência visual. Em
por alimentação. Há também diversas contrapartida, há casos de seres humanos
situações em que o desejo promove o que agem de forma mais selvagem que
progresso e o desenvolvimento das animais, tal como numa guerra.
pessoas. O estado de Fome é uma
condição em que não se consegue Os estados de Inferno, Fome e
direcionar os desejos para o próprio Animalidade são condições de terrível
desenvolvimento. Ao contrário, a pessoa se agonia e, portanto, conhecidos como Três
torna escrava desses mesmos desejos, Maus Caminhos.
causando sofrimento a si mesma.
4. Estado de Ira
3. Estado de Animalidade
Originalmente, o estado de Ira era
O que caracteriza o mundo dos animais é a simbolizado por asura, um demônio da
ausência da razão e a busca exclusiva por mitologia indiana descrito como briguento
interesses imediatos, rápidos. Portanto, o e hostil por natureza. A condição de vida
estado de Animalidade é uma condição de no estado de Ira caracteriza-se pelo
vida em que as pessoas são conduzidas constante e desenfrea­do desejo de
unicamente por seus instintos, sem vencer os outros. Indivíduos nesse estado
conseguir discernir o certo do errado. vivem se comparando a outros.
Nitiren Daishonin assegura: “A tolice é
Animalidade” (END, v. 5, p. 173), “É da Desse modo, quando uma pessoa no
natureza dos animais ameaçar os fracos e estado de Ira se defronta com alguém que
temer os fortes” (END, v. 5, p. 16) e considera inferior, ela manifesta arrogância
“Animalidade é matar ou ser morto” (As e menosprezo. Diante daquele
Escrituras de Nitiren Daishonin, v. IV, p. considerado de sabedoria superior, não
280). manifesta o sentimento de respeito. Ao se
deparar com outra pessoa de capacidade
No estado de Animalidade, as pessoas comprovada, torna-se bajuladora e
agem de forma compulsiva, irracional, sem procura se mostrar humilde. Porém, em
pensar e sem moralidade. O critério de seu íntimo, mantém apenas o sentimento
suas ações é se aproveitar dos mais fracos de inveja e desapontamento.
e bajular os mais fortes. Essas pessoas não
conseguem visualizar o futuro e ficam Portanto, a ambiguidade entre as ações e o
presas somente às coisas imediatas e, no coração caracteriza o estado de Ira. Nitiren
final, destroem a si mesmas. Daishonin descreve esse estado na frase:
“A adulação é Ira” (END, v. 5, p. 173). Em

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suma, com o sentimento distorcido, progresso de si mesmo. O estado de


procura aparentar um aspecto que nada Tranquilidade é o primeiro passo para
tem a ver com sua verdadeira natureza. conquistar a vitória sobre si, ou seja,
“vencer a si mesmo”. Assim, o estado de
O estado de Ira é diferente dos Três Maus Tranquilidade pode ser interpretado
Caminhos do Inferno, Fome e Animalidade também como um receptáculo, ou um
em que a pessoa é completamente abrigo, para a própria iluminação.
dominada pelos desejos fundamentais dos
Três Venenos da avareza, ira e estupidez. Porém, esse estado apresenta o perigo de
Isso porque ela possui consciência dos a pessoa, num instante, cair nos maus
seus atos, mas tem como base um forte caminhos. Ao mesmo tempo, possui o
sentimento de egoís­mo. Mesmo assim, é potencial de fazê-la avançar para os
também uma condição de vida de Quatro Nobres Caminhos com a dedicação
sofrimento e infelicidade. Por essa razão, o na prática budista.
estado de Ira, junto com os Três Maus
Caminhos, forma as Quatro Tendências 6. Estado de Alegria
Maléficas ou Quatro Maus Caminhos.
Originalmente, era uma condição
5. Estado de Tranquilidade simbolizada pelos céus onde acreditava-se
que residiam deuses com poderes
Conhecido também como o estado de sobre-humanos. Na Índia antiga,
Humanidade, é uma condição de vida em acreditava-se que as pessoas de boas
que a pessoa manifesta paz e serenidade ações na vida presente nasceriam nos
como um verdadeiro ser humano. Nitiren céus na próxima existência. No Budismo,
Daishonin afirma: “Serenidade é estado de esse “mundo dos céus” indica a condição
Humanidade” (END, v. 5, p. 173). de vida de contentamento que se origina
da concretização dos desejos e da solução
Nesse estado, a razão se manifesta dos problemas.
claramente no julgamento do bem e do
mal e as pessoas conseguem manter o Dessa maneira, o estado de Alegria nasce
autocontrole, tal como Daishonin afirma: “O da concretização dos mais variados tipos
sábio deve ser chamado humano, e os de desejos, tais como os desejos
tolos devem ser denominados animais” (As instintivos por dormir ou comer; desejos
Escrituras de Nitiren Daishonin, v. I, p. 299). materiais por um carro ou uma casa;
desejos sociais por conquista de fama e
Dessa forma, não se consegue manter posição; desejos espirituais, como os de
essa condição digna de um ser humano criar uma forma de arte; entre outros.
sem esforço. Na realidade, em meio a Todavia, a alegria desse estado é efêmera
circunstâncias negativas, é extremamente [passageira] e desaparece com o passar do
difícil, ou até mesmo impossível, viver tempo ou com a mudança das
dignamente como ser humano se não circunstâncias. Por essa razão, não se pode
houver um esforço permanente visando ao considerar o estado de Alegria uma

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condição de verdadeira felicidade a ser O estado de Absorção é também uma


alcançada. con­dição de percepção parcial sobre o
Budismo, porém, alcançada por si mesmo
Dos Seis Caminhos para os Quatro com base na observação de diversos
Nobres Caminhos fenômenos. Essa iluminação parcial
corresponde à percepção sobre a
Os Seis Caminhos — do estado de Inferno impermanência ou a transitoriedade da
ao estado de Alegria — são condições de vida. Ou seja, com o passar do tempo, tudo
vida em que as pessoas são arrastadas o que existe no universo sofre
pelas influências externas. Ao concretizar transformações e acaba em extinção.
os desejos pessoais, manifestam o estado
de Alegria e, quando seu ambiente é Nos Dois Veículos, a pessoa ultrapassa o
pacífico, podem experimentar o estado de apego às coisas transitórias, com uma
Tranquilidade. Contudo, no momento em visão objetiva tanto de si mesmo como do
que essas circunstâncias desaparecem, mundo e com a consciência de que tudo
surgem os sofrimentos, tais como os do está em constante transformação até a
estado de Inferno e de Fome. Por isso, nos extinção.
Seis Caminhos, as pessoas são
dependentes das circunstâncias externas, Da mesma forma, acontece na vida diária.
sendo privadas da liberdade de manter o Há ocasiões em que se sente fortemente o
autocontrole. aspecto de transitoriedade tanto de si
mesmo quanto das situações ao redor.
O objetivo da prática budista é o de edificar Daishonin nos mostra que os Dois Veículos
uma circunstância de felicidade com total estão presentes também no estado de
independência dos fatores externos, Tranquilidade (Humanidade) na seguinte
ultrapassando os estados dos Seis frase: “O fato de que todas as coisas deste
Caminhos. Essa condição de vida — mundo são transitórias [passageiras] está
conquistada por meio do exercício budista perfeitamente claro para nós. Não será por
— é denominada Quatro Nobres Caminhos que os estados dos Dois Veículos estão
— Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda. presentes no estado humano?” (END, v. 5,
p. 174)
7 e 8. Estados de Erudição e de
Absorção O budismo Hinayana considera a condição
de vida dos Dois Veículos como a ideal. E,
Os estados de Erudição e de Absorção são como a causa do apego às coisas
conhecidos como Dois Veículos e podem transitórias é o desejo mundano, o
ser conquistados pelo exercício budista — Hinayana propõe a eliminação de tais
do budismo Hinayana. O estado de desejos como caminho para se livrar dos
Erudição é uma condição de iluminação sofrimentos. No entanto, esse tipo de
parcial ouvindo os ensinos do Buda. pensamento conduz as pessoas a uma
vida de resignação, extinguindo o próprio
objetivo de

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No coração do Bodhisattva, existe a busca


viver. Portanto, é claramente equivocado. pela própria felicidade e a das outras
pessoas, realizando a prática de “extrair o
Do ponto de vista da iluminação do Buda, a sofrimento e conceder a felicidade” em
percepção alcançada pelas pessoas dos meio à realidade social, mesmo vivendo
Dois Veículos é apenas parcial. Entretanto, momentos de sofrimentos.
sentindo-se satisfeitas com a pequena
percepção alcançada, as pessoas dos Dois Enquanto as pessoas nos Dois Veículos se
Veículos deixam de buscar a verdadeira fecham num coração egocêntrico e
iluminação do Buda. Mesmo vaidoso — satisfeitas com a percepção
reconhecendo a grandiosidade do estado parcial alcançada —, no estado de
de vida do Buda que é seu mestre, essas Bodhisattva predomina a ação em prol da
pessoas se restringem à percepção parcial Lei Mística e das pessoas, com forte senso
alcançada, sem acreditar na possibilidade de missão.
da iluminação. Elas se fecham nessa
percepção com um sentimento egoístico e A base fundamental desse estado é a
não se empenham em beneficiar outras benevolência. No escrito “O Objeto de
pessoas. Assim, a condição de vida das Devoção para a Observação da Mente”,
pessoas dos Dois Veículos se limita ao Nitiren Daishonin afirma: “Até um terrível
egocentrismo. criminoso ama a esposa e os filhos. Ele
também possui certo grau do estado de
9. Estado de Bodhisattva Bodhisattva em sua vida” (END, v. 5, p. 174).
Originalmente, a vida contém o sentimento
A palavra “bodhisattva” significa se esforçar de benevolência. Mesmo uma pessoa, que
ininterruptamente em busca da percepção não demonstra a menor preocupação com
do Buda. Ao contrário das pessoas nos os outros, ama a esposa ou o marido e os
Dois Veículos que não acreditam que filhos. O estado de Bodhisattva é baseado
possam atingir o estado de Buda como seu na benevolência voltada para o bem das
mestre, o Bodhisattva busca conquistar a pessoas.
mesma condição de vida do mestre. Além
disso, o Bodhisattva almeja a salvação das 10. Estado de Buda
pessoas, transmitindo-lhes o ensino do
Buda. O estado de Buda é a mais digna e
respeitável condição de vida personificada,
Portanto, o que caracteriza o Bodhisattva é manifestada, pelo Buda. A palavra “buda”
o espírito de procura ao mais elevado significa “iluminado” e indica alguém que
estado de vida do Buda. Ao mesmo tempo, compreendeu e alcançou a percepção da
ele se empenha pelo bem de outras Lei Mística como a Lei fundamental da vida
pessoas, transmitindo-lhes os benefícios e do universo. De forma concreta,
conquistados por si próprio por meio dos refere-se a Sakyamuni, nascido na Índia.
exercícios budistas. Por outro lado, os sutras budistas
mencionam diversos budas, por exemplo,

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o Buda Amida. Todavia, tais budas são A vida do estado de Buda e a prática da fé
mitológicos e simbolizam o aspecto possuem um profundo relacionamento,
maravilhoso e grandioso do estado de como Nitiren Daishonin diz na seguinte
Buda. passagem de “O objeto de Devoção para a
Observação da Mente”: “As pessoas
Com o propósito de salvar todas as comuns que nasceram nestes Últimos Dias
pessoas dos Últimos Dias da Lei, Nitiren acreditam no Sutra de Lótus porque o
Daishonin manifestou o estado de Buda na estado de Buda existe no mundo humano”
própria vida de ser humano comum, (END, v. 5, p. 174). O Sutra de Lótus é um
estabelecendo o caminho do estado de ensino que revela a possibilidade de todas
Buda para todas as pessoas. Por essa as pessoas atingirem o estado de Buda.
razão, Nitiren Daishonin é o Buda Original
dos Últimos Dias da Lei. Todavia, só se acredita nesse ponto pelo
fato de, como seres humanos, possuirmos
O estado de Buda é uma condição repleta originalmente o estado de Buda em nossa
de boa sorte alcançada com a percepção vida. Em relação a essa afirmação do Buda
de que a origem da própria vida é a Lei Nitiren Daishonin, Nitikan Shonin fez a
Mística. O Buda, que estabeleceu essa seguinte interpretação: “O estado de Buda
condição de vida, prossegue em sua é a denominação dada ao sentimento de
batalha a fim de que todas as pessoas forte fé no Sutra de Lótus”. Aqui “Sutra de
conquistem esse mesmo estado de Buda, Lótus” indica o Sutra de Lótus dos Últimos
incorporando em si a mais suprema Dias da Lei, isto é, o próprio Gohonzon.
benevolência e sabedoria. Portanto, o estado de Buda nada mais é
que a forte prática e firme fé no Gohonzon.
Originalmente, o estado de Buda é
inerente à vida de todos nós. Porém, O estado de Buda é o estado da felicidade
manifestá-lo em meio à realidade da vida absoluta, que não é influenciado por nada.
diária é uma tarefa extremamente difícil. O segundo presidente da Soka Gakkai,
Como um meio para que as pessoas Jossei Toda, afirmava que o estado de
manifestassem o estado de Buda, Buda é quando uma pessoa se sente feliz
Daishonin inscreveu o Gohonzon. pelo simples fato de estar viva.
Conforme a seguinte passagem dos seus
escritos, Nitiren Daishonin incorporou no A condição do estado de Buda, inabalável
Gohonzon sua vida como Buda Original e de verdadeira tranquilidade, pode ser
dos Últimos Dias da Lei: “Eu, Nitiren, comparada à vida do rei leão que não
inscrevi minha vida em sumi, assim, creia teme a nada, independentemente das
no Gohonzon com todo o seu coração. O circunstâncias.
coração do Buda é o Sutra de Lótus, mas a
vida de Nitiren não é nenhuma outra senão
o Nam-myoho-rengue-kyo” (As Escrituras
de Nitiren Daishonin, v. I, p. 276).

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