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Feita essa distinção inicial passaremos à primeira seção do texto em que Freud
recorre a uma metáfora da Roma antiga para demonstrar como o homem
preserva os seus traços mnemônicos, isto é, suas memórias. Para Freud (2010,
p. 22), tal como Roma que, ao passar por várias modificações, manteve seus
vestígios por meio de sítios arqueológicos assim também ocorre com o passado
psíquico. Contudo, este psicanalista adverte que esse passado só permanece
intacto se os tecidos da vida psíquica não passarem por nenhum trauma ou
inflamação.
Na segunda seção, Freud (2010, p. 29) afirma que os homens buscam a
felicidade de duas formas: de um lado, procuram evitar a dor e, por outro, evitam
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Estudo elaborado para aula relativa ao seu processo de pós-doutoramento, sob a supervisão da
Profa. Dra. Silvia Rosa Silva Zanolla, em 24/09/2020.
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jovem” (p. 42). Contudo, segundo o raciocínio deste autor pode ocorrer que o
indivíduo fracasse nas suas buscas pela felicidade, então, ele pode consolar-se “no
prazer obtido por meio da intoxicação crônica”, ou, por outra, pode fazer “a
desesperada tentativa de rebelião que é a psicose” (idem, p. 42).
Na terceira seção2, Freud (2010) inicia o seu argumento afirmando que o homem
não se sente bem em sua civilização (p. 47). Depois aponta as características
das quais a civilização se reveste. Nesse sentido, o termo
[...] a justiça, isto é, a garantia de que a ordem legal que uma vez se
colocou não será violada em prol de um indivíduo [...] O resultado
final deve ser um direito para o qual todos – ao menos todos os
capazes de viver em comunidade – contribuem com o sacrifício dos
instintos (idem, p. 57).
bem como de uma vontade absoluta e arbitrária. Então, esse pai é assassinado
pelos filhos e, em decorrência disso, estabelece-se um contrato social impedindo
que nenhum desses filhos tomasse o lugar do pai.
A vitória sobre o pai havia ensinado aos filhos que uma associação
pode ser mais forte que o indivíduo. A cultura totêmica baseia-se nas
restrições que eles tiveram que impor uns aos outros, a fim de
preservar o novo estado de coisas (FREUD, 2010, p. 62).
REFERÊNCIAS
______. O futuro de uma ilusão (1927). Trad. Paulo César de Souza. São Paulo:
Companhia das Letras, 2014, p. 231- 301 (Coleção Obras Completas; v. 18).